Notas Taquigráficas
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| R | O SR. PRESIDENTE (Jorginho Mello. Bloco Parlamentar Vanguarda/PL - SC) - Muito bom dia. Havendo número regimental, declaro aberta a 7ª Reunião da Comissão Parlamentar de Inquérito criada pelo Requerimento do Senado Federal nº 994, de 2019, para apurar a situação dos familiares das vítimas da queda do avião que transportava os jogadores, a comissão técnica e a diretoria da Chapecoense, assim como dos familiares dos jornalistas e convidados que perderam suas vidas naquele acidente, e também investigar e identificar os motivos pelos quais os familiares ainda não receberam as devidas indenizações. A presente reunião tem por objetivo realizar audiência com: Ricardo Albacete, ex-Senador da Venezuela, proprietário da aeronave e suposto sócio oculto da empresa LaMia; Marco Rocha Venegas, proprietário da LaMia. Ainda está prevista uma segunda parte para deliberação e apreciação de diversos outros requerimentos. Solicito ao Sr. Ricardo que tome assento à Mesa, bem como seja ajustada a participação, em videoconferência, do Sr. Marco Rocha Venegas. Esclareço que, nesta audiência pública, a palavra será franqueada ao convidado, para expor por dez minutos. Após, farão uso da palavra o Relator, o Presidente e os demais membros da Comissão, na ordem de inscrição, podendo interpelar o convidado. A Presidência esclarece que a Sra. Loredana Albacete também foi convidada para estar nesta audiência pública, mas, por recomendação do seu advogado, recusou esse convite, inclusive optando por não participar da videoconferência. No entanto, a convidada se colocou à disposição para responder perguntas escritas eventualmente enviadas por esta Comissão. Antes de passarmos a palavra aos convidados, a Presidência gostaria de solicitar de nossos convidados o seguinte. Esta é uma Comissão Parlamentar de Inquérito com poderes próprios de autoridade judicial, criada para investigar, no prazo de 180 dias, fato determinado, no caso, a situação referente ao pagamento de indenizações aos familiares de vítimas do acidente. Agradecemos a disponibilidade dos nossos convidados para colaborar com a Comissão. Saliento que o Sr. Ricardo Albacete, mesmo não sendo obrigado, veio com recursos próprios ao Senado Federal e tem demonstrado grande interesse em contribuir. O mesmo com relação ao Sr. Marco Rocha, que se disponibilizou a contribuir mediante videoconferência. No entanto, é fundamental que todas as informações prestadas por S. Sas. nesta audiência sejam verdadeiras e corretas. |
| R | Assim, eu pergunto: V. Sa. poderia prestar perante a Comissão, voluntariamente, o compromisso de dizer a verdade no que souber e no que lhe for perguntado? Solicito ao Sr. Ricardo se é assim que procederá. O SR. RICARDO ALBACETE (Para expor. Tradução consecutiva.) - Sim, eu me comprometo. O SR. JORGE KAJURU (Bloco Parlamentar Senado Independente/CIDADANIA - GO) - Questão de ordem, Presidente. O SR. PRESIDENTE (Jorginho Mello. Bloco Parlamentar Vanguarda/PL - SC) - Passo a palavra... Senador Kajuru, para uma questão de ordem. O SR. JORGE KAJURU (Bloco Parlamentar Senado Independente/CIDADANIA - GO. Pela ordem.) - Rápida questão de ordem. Jamais vou descumprir a nossa disciplina de perguntas pela ordem, mas, Presidente Jorginho Mello, amigo merecedor de meu respeito, assim como também o Relator desta CPI da Chapecoense, das vítimas dessa tragédia, Izalci Lucas, tenho uma informação aqui que não sei se já chegou ao conhecimento dos senhores. Eu vou, assim que chegarem os demais membros desta CPI, deixar uma cópia para cada um. A notícia é: informo a esta CPI, o que julgo do interesse de todos, pois tem a ver com a empresa que mandou o representante à Comissão na semana passada aqui, aquele cidadão zaino, ridículo, que nos tratou aqui de forma desrespeitosa, pois nada esclareceu, aquele tal de Homburquer - creio que até o hambúrguer dele deve ser estragado -, que, segundo informações divulgadas pela imprensa nesta segunda-feira, 9 de março, a AON Benfield, Presidente Jorginho, segunda corretora de seguros do mundo, vai comprar a Willis Towers Watson, que é a terceira do mundo, e, assim, a AON se tornará a primeira do mundo, superando a Marsh & McLennan, até agora a maior do setor em receita. O valor do negócio, Relator Izalci Lucas: US$30 bilhões, quase R$150 bilhões. De acordo com o que saiu na imprensa, o diretor-presidente da AON, Greg Case, declarou que o negócio torna a empresa mais capaz de atender as necessidades dos clientes. Então, a gente torce para isso, para ela atender de fato as necessidades dos seus clientes. E, se pode fazer um negócio valendo quase R$150 bilhões, a AON, agora a maior seguradora do mundo, não tem argumento nenhum para deixar de cumprir os seus compromissos com os familiares das vítimas da tragédia da Chapecoense. Esta CPI tem a obrigação de cobrar, e sei que assim agirá, Presidente. Obrigado. O SR. PRESIDENTE (Jorginho Mello. Bloco Parlamentar Vanguarda/PL - SC) - Muito bem. Passo a palavra ao nosso Relator Izalci Lucas. O SR. IZALCI LUCAS (Bloco Parlamentar PSDB/PSL/PSDB - DF. Como Relator.) - Bom dia a todos. A CPIChape se reúne no dia de hoje para tomar o depoimento, então, do Sr. Ricardo Alberto Albacete Vidal, que é o nosso proprietário da aeronave que, infelizmente, caiu no dia 29 de novembro de 2016, na Colômbia. Ouve também o Sr. Marco Antonio Rocha Venegas, sócio da Companhia Aérea LaMia Corporation. |
| R | De acordo com os autos, a LaMia Corporation, empresa sediada na Bolívia e que operava a aeronave CP2933, é causadora direta do acidente aéreo, uma vez que a tripulação foi negligente e imprudente, pois tinha plena consciência do baixo nível de combustível e, mesmo assim, resolveu realizar o voo até o aeroporto de destino, sem reabastecê-lo. De outro modo, o Sr. Ricardo Alberto Albacete Vidal entende que a Aerocivil, órgão colombiano de controle aéreo, com a sua sistemática falha nos diferentes serviços de administração, controle, inspeção, certificação, segurança e controle aéreo, contribuiu e foi determinante para a ocorrência do acidente com a aeronave da LaMia, CP 2933. Feito esse registro inicial, eu devolvo, então, a palavra ao Presidente, para que, após a manifestação inicial dos depoentes, eu possa dar início aos meus questionamentos. O SR. PRESIDENTE (Jorginho Mello. Bloco Parlamentar Vanguarda/PL - SC) - Muito bem. Concedo a palavra ao convidado Ricardo Albacete. O senhor tem a palavra. O SR. RICARDO ALBACETE (Para expor. Tradução simultânea.) - Muito bom dia. Meu nome é Ricardo Albacete Vidal, eu nasci na Venezuela e tenho dupla cidadania espanhola. Eu fundei a empresa aérea LaMia já faz dez anos. Eu não quero perder tempo aqui explicando tudo. E, se vocês quiserem, eu posso explicar, não tem problema, mas eu gostaria de ir diretamente ao que é mais importante, mais concreto, no que vocês estão interessados, estão procurando, e eu estou aqui para responder. Então, tratarei de responder todas as questões; eu tratarei de responder aqui e explicar a situação do problema; utilizarei o tempo da maneira mais adequada possível. Inicio aqui dizendo o seguinte: eu segui com atenção as decisões desta Comissão e eu felicito o Senado brasileiro por esta iniciativa. Primeiramente, eu me lembro que o Senador Amin, eu creio que estava aqui, perguntou a alguns dos convidados, que eram de offside, se eles tinham o registro, por WhatsApp, que havia sido feito da primeira viagem feita com a Chapecoense. E eu, sim; eu tenho aqui e gostaria de entregar aqui neste ato. Eu vou apresentar alguns documentos. Se vocês entenderem que é conveniente, eu vou fazer essa juntada de documentos. Aqui eu tenho o convite. Eu gostaria de dizer o seguinte: o primeiro contrato de seguro que eu fiz, quando adquiri os aviões da empresa Air France, no ano de 2010, 2011, a compra foi feita de quatro aviões, porque, naquele momento, nós não tínhamos nenhuma autorização para operar, estávamos bem no começo das gestões do registro da operadora da Venezuela. |
| R | E nós somente compramos os aviões quando nós temos o contrato que... A empresa filial da Air France assinou conosco um contrato de cooperação técnica até ponto... O Sr. Reagan, que era o CTO da Air France, era o chefe da operação... Eu nunca fui CEO nem da minha própria empresa, porque eu não sei e nem sabia... Agora eu sei um pouco, mas ainda tenho que aprender muito sobre esse assunto. E ele foi o CEO, e sempre a LaMia... Quando era LaMia Aruba, quando era LaMia Margarita, que foram três etapas que sucederam na Venezuela... Sempre houve alguém diferente de mim encabeçando a operação de registros. É que eu não sou um especialista na matéria, nem tenho habilitação ou qualificação para isso. Existem leis, normas e regulamentos que regem a matéria da aeronáutica em todo o mundo que exigem que as pessoas que vão operar ou que façam alguma gestão do ponto de vista operacional tenham licença e tenham acreditação nos órgãos para que possam operar. Eu nunca tive e, por esse motivo, nos primeiros anos foi um senhor irlandês que esteve à frente da operação. Depois esteve um capitão, Vital, quando a operação estava em Margarita. Depois, em Aruba, já foi outra pessoa, um tal de Natan. Eu não me lembro da pessoa, também era holandês, encarregado do negócio. Eu digo tudo isso porque, naquele momento, quando compramos a aeronave, a Air France, ao assinar comigo... Eu não tenho como registrar as aeronaves, porque eu não tenho como matriculá-las, e o acordo, o contrato, dizia que a aeronave ficaria alugada pela Air France. Ou seja, no primeiro ano e meio ficou alugada para a Air France por um euro ao mês. E elas se mantiveram sob o controle e vigilância da empresa KLM Norwich, que é a KLM-Air France, elas são sócias nessa operação, a operação aeronáutica. Nesse formato estiveram dois ou três anos, e eu tive que voltar a pagar para que fizessem a manutenção, mesmo sem ter voado, porque as normas exigem isso. Isso foi consumindo uma quantidade grande de recursos. Isso não tem... Vocês não têm esse documento porque a apólice foi feita pela própria Air France. Eu gostaria que vocês tomassem nota, porque vocês me dão as instruções aqui caso tenham que me passar alguma informação. O Sr. Graham Bailey - depois eu posso passar os dados exatamente - foi a pessoa que, pela AON Risk, em Londres... Foi a seção dela que nos atendeu, porque Graham Bailey era o corretor da AON para a Air France, ou seja, que o avião inicialmente esteve assegurado pela apólice da Air France. Quero apenas fazer uma menção muito rápida aqui... Não foi aprovada a operação dela duas vezes, na Venezuela e em Aruba. Não foi aprovada porque o ministro do sistema aéreo me pediu a participação e, quando eu fui Senador, eu decidi nem seguir candidato por conta do nojo que eu tomei por tudo aquilo que estava acontecendo no meu país. Assim, eu não aceitei. Eu não aceitei jamais nada, nenhum tipo de envolvimento com corrupção. E vocês sabem, vocês imaginam o que acontece no meu País. Por isso, esse mascote chavista... Vocês imaginam a estirpe. |
| R | Bem, eu tenho todos os detalhes, todos os nomes. Eu posso dizer e não tenho absolutamente nenhum medo, nenhuma necessidade... Acho que isso nem vai ajudar. Depois, se quiserem, quando acharem conveniente, eu posso dizer. Em Aruba aconteceu algo que não é por corrupção. Mas existia outro venezuelano naquele momento que estava tentando registrar uma companhia aérea em Aruba, que havia apresentado outra solicitação. Então, esse senhor estava com muitas dívidas e me ligou o ministro do turismo de Aruba, que, em virtude daquele comportamento, eles precisavam que eu depositasse os seis meses de despesa de antecipação. E isso sem eu ter nenhum passageiro. Isso significa U$4 milhões, e queria que pagasse tudo para que não acontecesse a mesma coisa que aconteceu com o outro venezuelano, concidadão. Eu fui assessor de vários ministros da economia, eu fui Senador. Atuei na seção de finanças e fui assessor de uma empresa chinesa na África durante dois anos e meio... Agora até esqueci o que eu ia dizer. Deixe-me ver se me lembro. Lembrei. Vamos lá. Alguém me ligou de Margarita, um ministro amigo meu: "Estou assessorando aqui o governador de Margarita. M é de Mérida e é de Margarita também. Assim, nem alterei o nome da empresa. É uma pessoa muito simpática e chegou até mim. "Então, vamos lá, vamos começar de novo". Porque eu tenho um coração venezuelano, eu sou de bom coração, eu tenho vontade de fazer. "Então, vamos lá. Vamos começar a fazer as coisas". Eu já tinha chegado ao final, e nos negaram, porque não tivemos a competência para fazer. Não porque éramos ruins, porque éramos uma empresa ruim; não nos deram o registro. Não tem nada a ver com isso. Agora, a LaMia era uma empresa muito séria, muito bem formada e cumpria todos os requisitos exigidos. E mesmo porque era a empresa mais segura do mercado venezuelano. E assim foi reconhecida por todas as autoridades da Venezuela. Mas, claro, eu não me dispus a pagar ali os 20% de corrupção, de propina para o oficial. Infelizmente, então, me mandaram suspender. Quer dizer que, quando suspenderam pela terceira oportunidade, a segunda vez lá na Venezuela, juntamente com esse meu amigo, o chinês, a quem eu me ofereci para que ele trabalhasse comigo. Ele trabalhou num país que falava português, na Angola, lá na África, São Tomé e Príncipe, todos esses países que falavam espanhol - espanhol e português são muito próximos -, e ele tinha muita confiança comigo. Eu gostaria de viver na Venezuela, mas quando a situação ficou assim e todo o meu patrimônio já estava comprometido naqueles aviões, então eu fui falar com ele e disse para ele: "Ó, eu já não dou conta mais de levar adiante com esses aviões, eu já gastei uma fortuna e já perdi meu patrimônio todo". E ele me falou: "Ah, então vem trabalhar comigo, e eu vou comprar os aviões e a gente segue junto". Assumimos um compromisso, então, naquele momento, e então, naquele momento, quando tiram de mim a oportunidade, tiram a licença, tiram a oportunidade de operar o avião na Venezuela, naquele momento então me ocorre que eu tinha contratado já os pilotos da Bolívia - da Bolívia porque era o único país, ademais do Peru, que tinha pilotos com experiência com esse tipo de avião. Você não pode contratar um seguro; o seguro da aeronave não é feito se você não tem um piloto com duas, três ou mil horas de experiência. E esse foi o caminho que eu encontrei. Inclusive eles ajudaram muito no projeto lá de Aruba e no projeto de Margarita. |
| R | E quando chegou o momento de fazer outro serviço, quando fizeram o serviço na Inglaterra e depois na Venezuela... E cada vez tem que fazer o serviço outra vez. E disseram para mim que o melhor era fazer a manutenção lá na Bolívia porque a Força Aérea da Bolívia poderia fazer. E aí eu mandei. Quando os aviões estavam lá na Bolívia, aí ocorreu esse problema na Venezuela e nos tiraram a matrícula lá na Venezuela, quando esse ministro, num ato bárbaro, decidiu basicamente tirar o nosso passaporte, a cédula de identidade. E foi por isso que os aviões ficaram lá na Bolívia sem nenhum tipo de matrícula, sem nenhum tipo de licença, e legalmente nós não tínhamos nem como, nem sabíamos como operar. Eu falei com a Força Aérea da Bolívia, e ela nos deu uma saída, de assinar um contrato conosco para que os aviões ficassem lá na Bolívia como se fossem de exposição. E eu dizia: "Não, não, eu já vendi, os aviões já não podem voar...". Eu dizia: "Eu já posso, já vendi, então eu não quero mais mexer com isso". E eles disseram: "Não, ele não pode nem voar mais". Então os pilotos da Bolívia já tinham voltado para a Bolívia, eu seguia pagando para eles os salários, porque eles estavam ali cuidando dos aviões, mas, pelo fato de eles não terem que voar, então estava ficando mais barato para mim. Eles me ligaram e disseram: "Olha, eu não tenho uma solução". Então o que se resolveu, o que surgiu naquele momento foi a criação de uma empresa, e nós nunca poderíamos fazer isso se não tivéssemos o avião disponível. "Você segue, continua terminando de fazer a manutenção dos aviões e depois você vai fazer as entregas lá na África, e nós continuamos aqui com os outros aviões. É a maneira de manter os aviões aqui, porque de outra forma a gente não vai conseguir fazer". E eu falei com Aruba, e Aruba disse que não poderia nem receber os aviões de novo para poder matriculá-los outra vez. Foi nesse contexto que surgiu esse acordo, em que os aviões foram alugados para uma empresa com outro nome que não era o nosso, que foi registrada na Venezuela, que tinha a mesma cor de Santa Cruz de la Sierra, que era de onde eles iam operar, e, ademais, era muito mais econômico. |
| R | Todas as normas de aviação são regidas por um acordo sul-americano que envolve todos os países da América do Sul. Todos esses livros, todos esses adornos, todos esses manuais que estavam nas bolsas, tudo isso estava lá com a LaMia, com este nome LaMia. Assim, eu tinha esse sonho. E eu já nem tinha mais esse sonho. Se vocês quiserem dar sequência a isso, muito bem, vocês podem ir adiante! Eu recebi, então, os depósitos das vendas de US$2,2 milhões. Isso serviu para pagar a manutenção, para comprar o trem de pouso, para comprar as peças, para que se possa voar, para que se possa matricular, para depois serem levados para a África. Tudo isso aconteceu, não sei bem quando foi. Em 2014 ou em 2015 eu acredito que isso tenha ocorrido. Assim é que, tendo então o certificado de operador e da matrícula da aeronave, já havia um avião na Inglaterra que também estava pronto. Dos aviões, eram quatro na Inglaterra. O SR. PRESIDENTE (Jorginho Mello. Bloco Parlamentar Vanguarda/PL - SC. Fora do microfone.) - Sr. Ricardo, por gentileza... O seu tempo já se esgotou, e eu prorroguei por mais cinco minutos. Agora eu quero registrar a presença de Marco Rocha Venegas, que é sócio-proprietário da LaMia, que está em videoconferência conosco. Quero lhe agradecer. Pergunto a ele: o senhor assume o compromisso de dizer a verdade no que souber ou no que lhe for perguntado? (Pausa.) Sim? Muito bem! Peço que o senhor aguarde. Agora os membros da Comissão e o Relator vão fazer perguntas ao Sr. Ricardo. Depois, nós voltamos a falar com o senhor. Eu agradeço a sua disposição. Com a palavra o nosso Relator Izalci. O SR. IZALCI LUCAS (Bloco Parlamentar PSDB/PSL/PSDB - DF. Como Relator.) - Eu segmentarei, então, meus questionamentos por blocos de temas de interesse da investigação da CPI da Chapecoense. No primeiro bloco, vamos falar sobre a participação da Aerocivil (Unidade Administrativa Especial de Aeronáutica Civil), da Colômbia, e de agências reguladoras. De acordo com os autos, V. Sa. é parte de Ação de Reparação Direta em face da Aerocivil. Eu pergunto: V. Sa. poderia fazer um resumo sobre os erros cometidos pelos controladores aéreos do aeroporto de Rionegro, na Colômbia, no dia do acidente? O SR. RICARDO ALBACETE (Para expor.) - Sim, pois não. O SR. IZALCI LUCAS (Bloco Parlamentar PSDB/PSL/PSDB - DF. Como Relator.) - Seria um resumo sobre os erros cometidos pelos controladores aéreos. V. Sa. tem conhecimento disso? O SR. RICARDO ALBACETE (Para expor.) - Sim. O SR. IZALCI LUCAS (Bloco Parlamentar PSDB/PSL/PSDB - DF) - Sim? O SR. RICARDO ALBACETE (Para expor.) - Sim. O SR. IZALCI LUCAS (Bloco Parlamentar PSDB/PSL/PSDB - DF. Como Relator.) - Pode fazer um resumo sobre... O SR. RICARDO ALBACETE (Para expor.) - Como não? O SR. IZALCI LUCAS (Bloco Parlamentar PSDB/PSL/PSDB - DF. Como Relator.) - ... onde é que está o erro? Pode perceber alguma coisa... O SR. RICARDO ALBACETE (Para expor. Tradução simultânea.) - Vamos lá! Os erros são muitos. Os aviões não caem em razão de apenas um erro, mas caem em razão de muitos eventos que acontecem ao mesmo tempo. O avião legalmente entrou na Colômbia; quem diz "legalmente" é a autoridade e também o seguro. Quando o avião entrou na Colômbia, deram a ele uma permissão que nunca deveriam ter dado. As autoridades colombianas, primeiro, fizeram mal em autorizar o voo saindo de Viro Viro para Medellín e Rionegro. |
| R | E logicamente, segundo a lei colombiana, nenhum avião pode decolar ou sair de algum aeroporto, que seria o último aeroporto, que seria o aeroporto internacional, sem a autorização da torre de controle. Isso foi pedido e foi um dos problemas que surgiu para que o avião saísse tarde: a autorização da Colômbia; e foi quando foi suspenso, eles suspenderam a aterrissagem ou a conexão em Cobija. Portanto, em Cobija, ainda não havia esses tipos de equipamentos de iluminação em operação. Então, foi tomada uma decisão e eu não estava nesse momento, não tenho conhecimento de como foi tomada essa decisão. Mas o capitão da aeronave tomou a decisão juntamente com a aprovação das autoridades bolivianas. E com a aprovação final da autoridade colombiana, o avião decolou desde o seu último ponto do aeroporto de saída, neste caso, Biro Biro e não Cobija, como foi dado a essa estrutura inicialmente. Também o governo da autoridade colombiana o autorizou. O avião, então, entrou no espaço aéreo colombiano e, bom, parecia que ele estava esperando se poderia entrar até Bogotá, mas não sabemos o porquê e não sei exatamente por que negaram a sua entrada aí, eu não entendo bem, mas de fato eles se decidiram diretamente a entrada a Medellin, ao espaço de Medellin, porque ali nós tínhamos um avião de outra empresa, que se chamava Leaver, que se chama, na Colômbia, e que voltou na rota que se chamava San Andrés. E ali, a efeito disso, havia uma suspeita de que era uma fuga de combustível, ou seja, escapavam-se os combustíveis. Ali nós tínhamos um espaço de controle aéreo de Medellin e lá o avião aéreo comunicou à controladoria que já não tinha nenhum tipo de inconveniente. Obviamente se verificava que não tinha nenhum tipo de escape de combustível, mas ele pedia que se voltasse a Medellin por conta de gastar um combustível em relação a essa atitude. Bom, por algum motivo, a senhora controladora Molina decidiu que o avião estava em emergência, quando na verdade ele não tinha pedido nenhum tipo de emergência, urgência, claramente, na nossa terminologia da aviação. E aplicou todo o protocolo de emergência ali. E claro, quando nós chegamos ali em LaMia e encontrando ali a comunicação, ele faria; no entanto, quando se aplica a emergência, se eu tenho uma medida de emergência, é claro que eu vou ter que fazer. No entanto, o que foi dito é que se pudesse fazer ali algumas voltas, que o fizesse. Então, nesse momento entrou um novo avião, de outra companhia de que eu não me lembro o nome, e também outra. E eles passaram ali a fazer voltas. Infelizmente, a tripulação de LaMia não insistiu com a operadora, com o controle aéreo, e não disse como emergência, de antemão, e prosseguiu fazendo os minutos de espera, nessa atitude aérea controlada de Medellin. E o que aconteceu é que quando a senhora, por algum motivo, disse que tinha um problema de combustível, e ela disse que teria prioridade, claro, sim, eu tenho isso aqui. Eu vou inclusive... O SR. ESPERIDIÃO AMIN (Bloco Parlamentar Unidos pelo Brasil/PP - SC. Para interpelar.) - A tripulação do avião pediu, informou que estava em emergência, ou não? |
| R | O SR. RICARDO ALBACETE (Para expor. Tradução simultânea.) - Sim, claro que sim. Veja, aqui há uma gravação que os advogados, os civis... Não sei como dizem exatamente. Primeiro, que o avião não se destruiu, quer dizer, não está constando que o avião estava danificado. Isso é uma questão intuitiva, porque nós estamos falando de vida humana. Quer dizer, eu não gosto que um representante do Estado colombiano vá a um tribunal e diga: "Bom, para nós não estava constando nada de que o avião tinha defeitos." Quer dizer, sim, sim, eu vou pedir que me entregue essa documentação se os últimos 10 minutos, não somente emergência, mas também eles pediam prioridade. Temos que fazer o seguinte: eu acredito que com isso foi colocado algo que antes não tinha sido colocado, quer dizer, a urgência foi pedida cinco minutos antes do que aconteceu. O SR. ESPERIDIÃO AMIN (Bloco Parlamentar Unidos pelo Brasil/PP - SC) - Essa declaração de que houve a informação da emergência não é uma questão mansa e passiva. O SR. IZALCI LUCAS (Bloco Parlamentar PSDB/PSL/PSDB - DF) - Sim, por isso que eu pedi aqui o documento. O SR. RICARDO ALBACETE (Para expor. Tradução simultânea.) - Aí está a gravação e, outra coisa importante, eles, sim, pediam prioridade. A prioridade, quando você entra no manual de operação e você vê como se estabelece isso, isso é antes da emergência. Então, por tal motivo o outro avião, o avião de Viva Air tinha pedido também prioridade, mas não era emergência, ele já tinha aterrissado. Quer dizer, então o que disse a senhora? "Eu tenho que observar se tem combustível na pista." "Mas que combustível, senhora?" Dá para compreender? Ali criou-se um protocolo de emergência onde não existia, ou seja, havia um protocolo de urgência que não havia... E aí estava a declaração dizendo oficialmente que ele nunca entrou em estado de emergência. Quer dizer, quando o avião de Viva Air já tinha aterrissado, ele pediu para o avião de LaMia aterrissagem, para saber se tinha algum tipo de combustível na pista, esse poderia ser o problema, apesar de que o avião de LaMia também tinha pedido outras prioridades, mas não é dada a prioridade. Quer dizer, ali eles dizem um avião para entrar na fila do lugar do outro. Então, desculpe, eu sou um homem sério já um pouco aqui tentando entender a situação. Eu queria entender por que que esse senhor que não tinha nenhum tipo de emergência poderia ter a prioridade. Não dá para entender isso, é algo que nunca foi feito em antemão e que a lei o proíbe. Quer dizer, quando nós temos pouco combustível, você então inclina o avião acima de cinco graus e ali você pode colocá-lo. O que aconteceu é que a Avianca estava esperando, colocou abaixo e ele vai descendo, ele foi descendo, descendo da altura e ali ele deu o pedido de prioridade e não LaMia. Quer dizer, o que aconteceu? A senhora não deixou entrar a voz do piloto da LaMia e ali o piloto da LaMia disse: "Bom, e agora, vou ter que colocar aí." Ele foi praticamente para cima do avião da Avianca. Quer dizer, ali o que aconteceu? Foi um ato de desespero dele. Contudo, ali se ouviu que o piloto, ele vai meio que colocando o avião ali. E, no meio de tudo isso a senhoria disse: "Bom, negativo, voo para a pista" e foi. E ali, de base, se coincide de não ter muito combustível, tinha pouco combustível e eu posso mandar o manual que diz isso. Ao inclinar isso, as asas do avião onde estão os combustíveis, ele foi assim, adiante. E ali, quando ele voltava, então já se danificou. Quer dizer, o avião não estava sem combustível, mas ele não ficou sem combustível. Ele tinha pouco, mas não ficou sem combustível. Foi aí que ele perdeu o controle das asas. Então ele não fez o que deveria ser feito corretamente. |
| R | Desculpem, mas, nesse caso, foi o piloto. (Intervenção fora do microfone.) O SR. RICARDO ALBACETE (Tradução simultânea.) - Não, estou terminando de dizer. Se o senhor me permite, por gentileza. Esse é o maior esforço. Eu estou aqui com a maior intenção, com a maior das intenções. Bom, esse senhor fez essa operação. E ele a fez por quê? Por duas razões: porque ela deu a prioridade a outro avião, e ele fica totalmente chateado, digamos. Se nós vamos pensar em 0,1 mil, nós temos uma montanha que estava a 1.000 pés. Ali nós temos um controle de 1.000 pés. Veja, o.k. Inicialmente ele disse: "Dobre à esquerda 10 graus e depois vire à esquerda". Como? Como à esquerda? Se ele vira à esquerda, ele vai ter que dar a volta assim e voltar para dez. Não! Vire à direita 0,1, zero. Inclusive, ela cometeu um erro de direção, porque ela disse: "Corrija; corrija; três e cinquenta à esquerda". Quer dizer, dez graus para o outro lado. Ele não disse: "Corrija". Ela disse: "Capitão, três e cinquenta à esquerda". Quer dizer, o senhor disse: "O que eu estou fazendo? Estou descendo a dez pés, o outro já está quase chegando na terra. E agora, o que eu vou fazer? O avião que está aí abaixo está perto da pista, já está mais perto, então, nós vamos ficar no escuro?". Nós ficamos sem equipe, sem equipamento, sem nada, ficamos somente com a questão da orientação, aonde ele pode ir. E a única pessoa que fica na terra, no Planeta Terra, é essa senhora que estava aí na comunicação. O único que ele podia ver era essa pessoa. E ele foi subindo ou descendo e tinha vetores, vetores e vetores. E ali ainda dizem que é um determinado tipo de designação que deveria determinar os vetores, mas ele vem por tal... "Vire a tantos graus para que você possa entrar na pista diretamente." Mas, olhem, ali nós temos um obstáculo. Não é tanto, mas pode se colocar em posição... Mas não! Ninguém disse sobre os vetores. Bom, para ser um pouco mais curto, ao final de tudo isso, a senhora disse: "Capitão, o senhor está a 0,5 milhas". Quer dizer, uma milha seria 180m, daqui para a porta. Você sabe quanto tempo demora para essa velocidade? Segundos. Três ou quatro segundos talvez. Então, depois que ela disse que já estava aqui, onde tinha montanha, e, depois, onde ela já estava vendo ali a parte mais plana, que seria mais baixa, ela poderia dizer: "Capitão, você está a oito vírgula um pouco, 8,2 de pista, ou seja, 2.000 pés sobre o terreno, a sete mil pés do terreno". Quer dizer... É quando ele vê as luzes. Mas que luz ele está vendo? A luz do aeroporto? Serão as luzes da pista, do início da pista? Mas não eram as luzes da pista. Eram as luzes que estavam ali, do bordo. Porque essa senhora, essa senhora se equivocou em duas milhas, e ele não sabia mais onde estava. Ele sabia a altura, mas não sabia onde estava diretamente na pista. E a senhora dizia: "O senhor está a duas milhas de diante de onde você pode pousar". E ele não podia ver, porque as únicas luzes que estavam ali eram as luzes da pista do aeroporto. |
| R | Então, o que ele fez, esse senhor? Procurar, procurar, procurar a pista. No entanto: "Eu estou agora, já... Não tenho mais potência, já estou passando da pista..." Passou por cima das luzes, procurando a pista... No entanto, ele disse: "Jesus! Cheguei". Porque é isto que eu digo - e sustento isto -, que a Sra. Molina os matou. O SR. IZALCI LUCAS (Bloco Parlamentar PSDB/PSL/PSDB - DF. Para interpelar.) - Então, no entendimento de V. Sa., havia, então, combustível suficiente para um voo seguro, incluída a reserva técnica prevista nas normas de aviação? O entendimento seu é esse, então? Dr. Ricardo... O SR. RICARDO ALBACETE (Para expor. Tradução simultânea.) - Perdão. Desculpe-me. Eu não estava ouvindo. Desculpe-me. Sim. O SR. IZALCI LUCAS (Bloco Parlamentar PSDB/PSL/PSDB - DF. Para interpelar.) - Estou dizendo que, no entendimento de V. Sa., havia combustível, então, suficiente para um voo seguro, incluída a reserva técnica prevista nas normas de aviação. Havia combustível suficiente. O SR. RICARDO ALBACETE (Para expor. Tradução simultânea.) - Não. Não havia. Havia pouco combustível. Não cumpriam, exatamente, com as regras de aviação, mas havia pouco combustível. Infelizmente, eles não seguiam as regras aí, no meu conhecimento, porque eu acho que... Eu tenho a minha opinião também, particular, mas eu quero dizer uma coisa: quando nós vamos aterrissar, se você está no avião, você coloca os motores e, então, ali, coloca "zero" no motor, e ali você coloca, digamos, um modo neutro, porque ali você está descendo, então você tem uma potência única da ANS. Quer dizer, você tem uma altura, velocidade, sem potência, e chega à pista. De fato, o que os aviões fazem para aterrissar é planejar. O avião poderia, então, aterrissar, mas quando ele dizia "14,5 ou 15,5 milhas náuticas do aeroporto", que são nada na aviação... Estavam a 16 mil pés, e ela manda descer a 10 mil pés. "Então, olhe, capitão, o senhor pode ir por norte, 360, à pista que está ali, à frente. Pode continuar, pode vir diretamente, porque vou acompanhando". Quer dizer... Nós, no juízo, vamos pôr aí um vídeo, onde temos um lugar para simuladores de voo, onde um especialista nisso vai mostrar que esse avião, quando estava a 16 mil pés, poderia chegar e passar por cima da pista e dar uma volta, para reconhecimento de voo. Então, ali nós temos um voo sem combustível praticamente, quando eles estão aterrissando. E ali, quando há altura suficiente para entrar até o início da pista, infelizmente, a senhora ignora esse procedimento e manda que ele vá às montanhas, e dê a volta, e que gire, e que... Bom, ali há um aparelho como se fossem luzes de Natal, aquelas luzes brilhantes, e ali foi o que ela fez, mandou que ele tivesse o piloto automático. Mas para que o piloto automático, se ele já estava desligado? Quer dizer... "Eu estou desligado praticamente, eu estou sem combustível, sem nenhum tipo de equipamento...". O avião já estava praticamente apagado. Então, ela manda para que venha acima dessa área... Ali para quê? Para tirar uma foto, porque o avião já não tinha mais comunicação com a central de bordo. Então, todas essas coisas fizeram com que, infelizmente, todos esses erros que cometeu, anteriormente, a senhora colocasse todo o erro. Infelizmente. Se fosse feito diferente, a tragédia talvez não fosse esse escândalo. Esse avião talvez não tivesse aterrissado. Eu conhecia os articulantes, ou seja, os tripulantes, e ali, infelizmente, foram intrépidos, audazes, e, nesse dia, infelizmente, eu considero como se fossem - desculpa - idiotas. |
| R | O SR. IZALCI LUCAS (Bloco Parlamentar PSDB/PSL/PSDB - DF. Como Relator.) - Confirma que a LaMia realizou 13 voos para a Colômbia... O SR. RICARDO ALBACETE (Para expor. Tradução simultânea.) - Sim. O SR. IZALCI LUCAS (Bloco Parlamentar PSDB/PSL/PSDB - DF. Como Relator.) - ... apesar da cláusula de exclusão geográfica da apólice? Por que razão autoridades colombianas receberam esses voos? Foram 13... Primeiro, quero saber se o senhor confirma isto: se houve 13 voos. O SR. RICARDO ALBACETE (Para expor. Tradução simultânea.) - Sim, sim. O SR. IZALCI LUCAS (Bloco Parlamentar PSDB/PSL/PSDB - DF. Como Relator.) - Apesar da cláusula de exclusão geográfica da Colômbia? O SR. RICARDO ALBACETE (Para expor. Tradução simultânea.) - Sim, sim. Mas não somente fizeram voos de Colômbia, mas fizeram voos do Paraguai também, ou seja, no Paraguai... O Paraguai, eles deram autorização para ir à Colômbia, para um voo do time de Assunção, que foi a Barranquilla, para aterrissagem em Cobija. Na Venezuela, deram uma autorização para ir à Colômbia, com o time de La Vinotinto, ou seja, o time da Venezuela de futebol. O SR. IZALCI LUCAS (Bloco Parlamentar PSDB/PSL/PSDB - DF. Como Relator.) - Por que o senhor acha que as autoridades autorizaram isso? Porque não tinha... Excluíram a... O SR. RICARDO ALBACETE (Para expor. Tradução simultânea.) - Bem... O SR. IZALCI LUCAS (Bloco Parlamentar PSDB/PSL/PSDB - DF. Como Relator. Fora do microfone.) - O destino. O SR. RICARDO ALBACETE (Para expor. Tradução simultânea.) - Não. Na verdade, os brasileiros também o fizeram. Os brasileiros também o fizeram. E, mais, fizeram, digamos, diretamente, porque, quando chegam as autorizações, que não somente chegam para trazer a equipe... O time do Messi, por exemplo: nós temos aí uma negociação entre o Brasil e a Argentina, onde nós temos uma liberdade a qual o avião tem a terceira viagem. Entre países A e B, eles têm isso aí diretamente negociado. No entanto, a Anac, quando chega... É claro, é eles que dizem isso. Quando inclusive um que estava aqui e que ouvi diria que estaria aprovado e que o voo seria o voo que seria continuado como aprovado. E aí vão dizer se vão aprovar ou não. Então, o que entra é que a Anac nunca disse, apesar de que para que se solicite uma autorização da Anac para ir de um ponto A para B, com tal escala, tem que cumprir com os requisitos, e os requisitos já estão na apólice de seguro. Então, o segundo requisito... O primeiro é autorização; o segundo é apólice. Então, a Anac não fez isso, não fez a revisão disso. Não revisou Paraguai, nem Argentina, não o Brasil, nem a Bolívia, e muito menos a Colômbia. O SR. IZALCI LUCAS (Bloco Parlamentar PSDB/PSL/PSDB - DF. Como Relator.) - Eu vou perguntar a V. Sa. sobre isso daqui a pouco. As autoridades colombianas foram omissas e coniventes com as operações irregulares da LaMia? Poderia desenvolver esse raciocínio? Eles foram omissos então? O SR. RICARDO ALBACETE (Para expor. Tradução simultânea.) - Sim, totalmente. As autoridades colombianas são cúmplices disso, cúmplices. E não somente cúmplices porque permitiram, mas também cúmplices por terem conivência por Brasil e também desde a Bolívia de também ocultar tudo que foi realizado para esses voos. Cenipa, porque quando participou das pesquisas junto com a que se chama... Como se chama...? A Aerocivil. E também aos membros que são da comissão investigadora. A comissão investigadora de Senadores diz em uma das páginas - e aqui estão todos os documentos, e quando vocês quiserem consultar aqui estará e vai estar aqui também a apólice de seguro de US$415 milhões. O SR. IZALCI LUCAS (Bloco Parlamentar PSDB/PSL/PSDB - DF. Como Relator.) - É isso que eu ia perguntar: qual a sua avaliação da investigação conduzida na Colômbia? Houve irregularidades? Pode citar essas irregularidades dessa investigação? O SR. RICARDO ALBACETE (Para expor. Tradução simultânea.) - A investigação vai pela Colômbia por Santíssima Trindade, ou seja, o Pai, o Filho e o Espírito Santo. A Santíssima Trindade, que são aqueles que fazem as normas, as que gerem os aeroportos. E também, ademais disso... Além disso, são aqueles que pesquisam, investigam, e eles vão então... Na minha família, por exemplo, o meu advogado dizia: sitan quae. Ou seja, eu teria vergonha de aceitar isso durante muitos anos. Até que um dia eu decidi pedir e supliquei e vim falar com a família e dizer que eu tinha os documentos e que eu gostaria de ajudá-los. Aqui está Fabian, que o sabe. |
| R | E eu vim trazer todas essas questões e dizer: senhores, eu não fiz nada até que apareceu esse tipo de relatório mesquinho, fraudulento, totalmente cheio de armadilhas. É indigno. É um relatório que diz, por exemplo, para que vocês possam entender exatamente o que estão fazendo com os colombianos - claro, com a cumplicidade também da Bolívia -; eles dizem: "O CVR" - que é aquele que grava na cabine, o único que faz a gravação da cabine - "deixou de funcionar quando entrou no espaço aéreo colombiano". Esse, na história da aviação, é o único, digamos, controle que atua dessa forma. O que aconteceu aqui em Brasília foi a 6 mil metros de profundidade, e ali eles diriam que estaria intacto, mas em Cobija o que entrou na Colômbia não gostou de entrar na Colômbia, o Cockpit Voice Recorder. E ele foi o único. Ali, o que diziam esses senhores? Na narrativa de explicar o que foi que aconteceu e que ouvem perfeitamente quando o piloto dizia que havia coisas, passando por Bogotá, e que estavam prontos, ou seja, "vamos diretamente à Medellín". E, quando passavam por tal coisa, diziam outras coisas. E como sabem vocês? Como vocês sabem? Como vocês sabem, os senhores da investigação, que na cabine o piloto comentou determinadas coisas, e não aconteceu nada? Quer dizer, eu uso dos meus direitos, onde nós temos o controle da lei. E não levaram em consideração. É uma contradição de tamanha magnitude, que nós fazemos a perícia para fazer determinado tipo de juízo, onde nós temos um relatório, onde nós temos um controle que não gravou e, depois, ele disse que gravou? Como é isso? E ele disse isso no mesmo relatório. Eu diria, por Cenipa ou seja, por carta, onde nós tínhamos uma investigação em que eles, como país, haviam tal como direito, porque as normas eu pedi, e eles diziam "não". Então, houve outros, digamos, fatores, e nem sequer eles me responderam, os espanhóis. Eu sou espanhol. E eu, como espanhol, quero, como dono do avião, quero e tenho direito de que seja realizado isso. E eles me responderam que eles não poderiam tomar a decisão, teriam que ser convidados. E, novamente, eu não tenho nada a ver com o acidente. Isso seriam os países envolvidos: Brasil e, logicamente, Colômbia e Bolívia. Então, esses senhores estão ocultando... Bom, a Sra. Molina já não continua no mesmo tipo de posto de trabalho. No entanto, nós temos que entender que ali, para fazer esse tipo de fato, tem que ser irresponsável. Ali nós tínhamos a gravação também, do dia 1º de dezembro, dia 30 de novembro, por aí. Nós temos várias gravações que são totalmente distorcidas, podemos dizer. Não sei como. Eu imaginei tudo e fui ali e mudei tudo, ou seja, as gravações são um ato de delito por parte do controle aéreo ao publicar e dar à imprensa isso. Isso está na lei e está proibido, ou seja, é proibido revelar isso em menos... Principalmente de um acidente. E nós víamos nas ruas todas as gravações. Vocês também as ouviram. E ali dizem basicamente como que essas gravações não poderiam ser ocultadas. Ali estão as evidências que foram equivocadas, e ali foram equívocos realizados. E ali, disse Diego, como disse em espanhol, ou seja, assim diz o Diego, ou seja, disse fulano, ou seja, forma culpável como a LaMia, todos são culpáveis, a Aon, ou também todas essas estruturas de máfias que estão governando nesse negócio. |
| R | O SR. IZALCI LUCAS (Bloco Parlamentar PSDB/PSL/PSDB - DF. Como Relator.) - Eu perguntaria a V. Sa. se V. Sa. confirma que a Aerocivil tem uma apólice de seguro de cerca de US$400 milhões para cobrir os erros de seus controladores aéreos? O SR. RICARDO ALBACETE (Para expor. Tradução simultânea.) - Bom, eles sabem o que fizeram. Eles sabem o escândalo que isso produz, que o Governo colombiano, através dos seus representantes, está tapando um crime com essas características. O SR. IZALCI LUCAS (Bloco Parlamentar PSDB/PSL/PSDB - DF. Como Relator.) - Se tem esse seguro, por que razão, então, a Aerocivil ainda não indenizou as vítimas do acidente? Quem é o segurador, quem é o ressegurador dessa apólice de seguro? O SR. RICARDO ALBACETE (Para expor. Tradução simultânea.) - Aí está dito, aí embaixo, na primeira página, aí está, a Aon. O que acontece: não sei como começar a dizer isso, desculpem, eu estou falando em casa, sou convidado. Bom, a forma como as companhias de seguros, e resseguradoras, e o mundo da Oaci, que é a Organização da Aviação Civil Internacional, eu a chamo de organização criminal internacional, porque ela trabalha com resseguros. Que explicação tem no mundo que as vítimas de um acidente aéreo que vão sentar na parte de trás, que não tem a ver com o avião, subam, porque as autoridades estatais e os governos, os países dizem: "Subam, porque eu estou olhando, porque eu estou fazendo o meu trabalho; subam!"? E, então, as pessoas sobem e as pessoas morrem; está bom, morrem num acidente. E, então, dizem os países, os que fazem as leis, e estou falando das casas das leis da Venezuela, da Inglaterra, onde se trabalham esses negócios e determinam que não pode haver direitos especiais, que são US$167 mil e colocam preço às pessoas. Aqui no Brasil, é menos que isso. Tristemente, porque as famílias não demandam no Brasil. Quando o Protocolo de Montreal estabelece no seu artigo que as famílias podem decidir, demandar onde elas vivem... Isso diz o acordo de Montreal, mas como demanda o Brasil se a lei do Brasil o que faz é uma miséria? E, na Colômbia, eram 25 gramas de ouro, US$1,4 milhão por pessoa. Isso é o que está no Código de Comércio e há umas resoluções, modificações na lei. E, hoje em dia, não chega nem a US$25 mil. Quer dizer, o que era US$1,4 milhão baixou para US$25 mil. E isso no século XXI. Eu não sou advogado. No século de garantias das ações, que nos proteja, que seja em benefício das pessoas, ocorre que na Colômbia se reduz o pagamento por indenizações aéreas a US$25 mil de US$1,450 milhão, que foi para 25 milhões. |
| R | Isso é triste, e aqui é muito pouco. Então, claro, as famílias não têm outra que dizer Estados Unidos. Como diz o comandante da Venezuela, ao império... A demandar para que indenize pelos danos punitivos, porque lá as leis protegem eles. Isso é triste, esse espetáculo. E vou dizer uma coisa para que fique bem clara a imposição aqui. Nos Estados Unidos, esse juiz... Isso, sim, é possível. Isso acontece porque minha filha, que protejo como qualquer filho, é a que vai declarar que ela estava e está em Miami quando assinou o documento. É a única... O fio condutor disso. E nós, minha família, está para ajudar as famílias. Não nos importa absolutamente mais nada. Quero dizer, é oportuno dizer... O Sr. Stovold, representante de Clyde & Co, me citou - e tenho a citação - a Bogotá. Eu não vou a nenhuma outra parte onde eu possa estar em Bogotá, porque eu não quero... Me citaram em Miami porque... Depois que eu dou todas as armas, depois que eu me presto para isso... Então, agora, me querem acusar e a minha família... Porque essa estratégia que eles utilizam é uma estratégia totalmente indigna, claro, de uma família que está se prestando para ajudar as famílias. Então, agora atacam a minha família e me colocam como se fosse o mau dessa história. A CNN me gravou e agora me coloca em branco em preto, e sai esse senhor passeando pelas tumbas, em azul, como se fosse um herói. Me colocaram a público... Minha filha não consegue emprego, porque, cada vez que entra na internet, dizem "não, não, essa senhorita não; ela pode ter todas as titulações, mas não vamos dar emprego para ela". Esse, sim, o Stovold, que se reuniu com a minha filha, com o Sr. Neil Darvill, de Aon... Eles, que supostamente representam as resseguradoras, irmão da caridade que vem dar uma migalha às famílias. Esse senhor se reuniu com a minha filha, 13 ou 14 - tenho aqui os documentos -, em Madri, pedindo... E foram a Londres, Aon, e o representante de Tokio Marine com a minha filha... Cremades, advogado nosso, mandou o doutor que fala inglês, para falar com a minha filha. Não me convidaram, então eu mandei dois advogados. E foram para lá e disseram: "Olha Loredana, nós vamos atender esse caso, vamos pagar, mas necessitamos que você declare que você é LaMia Corporation". Nossos advogados disseram à minha filha: "Não, você não é LaMia Corporation, você nunca foi LaMia Corporation, desde o ponto de vista de que atuava como... E você fazia gestões, mas você nem é membro, nem paga e nem recebe salário, você não é nada, você não pode fazer isso." "Claro", o senhor disse a Loredana Albacete, "assina aqui que ela é LaMia Corporación..." E imediatamente nós dissemos "de acordo com a cláusula tal, colocamos assistência legal". Quem são os amiguitos deles de Londres, o grupo deles? É a máfia. Então, colocavam o advogado deles, e o senhor dizia: "LaMia Corporation tem um advogado que é o mesmo advogado de Aon e é o mesmo advogado de Tokio Marine." E iam montar um teatro e dizer: "Bom, aqui está o dinheiro, mas assinem isso, assinem isso e assinem aquilo". Eu falei para minha filha: "Você não é LaMia Corporation, você não pode se meter nisso." |
| R | Então, claro, esses senhores fizeram assim. O que fizeram quando viram que o galo era eu, disseram: "Estamos em uma reunião e nos vemos na Colômbia." Bom, decidimos não pagar pelo contrato; vamos pagar via um fundo monetário, porque evidentemente nós não fazemos nada com pagar as famílias, uma quantidade X para que depois nos apliquem o convênio de Montreal. É uma demanda posterior nos pedirem que paguemos a diferença, porque os direitos são denunciáveis... Isso como os trabalhadores... Acho que aqui também você pode depois assinar o que quiser, mas depois os direitos são denunciáveis. A mesma coisa com os direitos das vítimas, o acordo de Montreal, de 1999. Bom, não podemos porque nos sentamos em Bogotá com o Sr. Marco Rocha e demos instruções que não falasse. "Mas você continua falando! Então, olha, aqui o que tem são US$25 milhões, que é o que foi depositado". Não sei qual é a palavra: o que paga, o que se encarrega de pagar, de fechar as negociações. "Então, a família está pedindo de 200, US$125 mil a US$13 milhões, mais do que a gente gastou. Há tensão daqui, os gastos nossos, e vão sobrar uns US$8,5 milhões, e assim pagamos vocês. Mas você tem que se comprometer em não seguir, porque tudo o que tiver essas pessoas..." Eles não sabem nem onde isso iria parar. Isso fez com que as pessoas começassem a falar. Então eu disse para eles: "Bom, primeiro de tudo: eu não nasci para isso. Em toda a minha vida, eu sofri as consequências de não aceitar isso. Eu vou dizer uma coisa: as famílias não vão receber vocês. Eu não vou me prestar a convencer as famílias disso. Eu acredito que o que convém aqui, o que vocês têm que ver é que Aon... Vocês estão falando de 25 milhões, mas não estou vendo um centavo. E há responsabilidades nisso. Então, vamos fazer uma reunião em Londres. Eu estou vivendo em Madri. Vamos fazer uma reunião em Londres e nos reunimos com a Aon e que ponha a diferença desse dinheiro, porque tem que pagar às famílias 150 milhões, US$300 milhões, como era anteriormente. Chegando a um acordo, evidentemente, que Aon coloque a diferença. Ela tem dinheiro para isso." Bom, eles sabem que eles erraram nisso, não é? E eu tenho as provas aqui de Bisa, que é um frontings e cobrou US$1,5 mil. Eles não fizeram nada. Quem fez a apólice foi a Bisa, e eu tenho a prova também. Quem fez foi a Aon; me mandou a cópia. Eu vou buscar aqui e vou dar para que vocês vejam que foi a Aon. Aqui está. Olhem a data: 8 de abril de 2016. Aqui está a Colômbia. Essas são as instruções que dá a Bisa. Quer dizer, quem exclui Colômbia, Peru e põe essa cláusula não é Bisa; é a Aon. Então, eles têm culpa, e você sabe que têm culpa. Então, aqui está. Aqui está a carta que você já tem, a carta onde que diz que vão pagar. Claro, falaram com a minha filha... Quando falam com a minha filha, muda o panorama. Por que mudam? Perguntaram: "Por que vocês disseram que iram pagar e depois não pagaram?" Eles dizem, os palhaços que vieram aqui antes de mim: "Eu não conheço, eu não sei nada, eu não sei como me chamo". Claro! Que vergonha, como diz o Senador... Que não eram brasileiros... O jogador Neto, eu acho que foi o Neto. |
| R | Bom, Simon Kaye é o pai da criatura. Aqui está tudo. Eu vou dar tudo isso para vocês. Bom, o senhor, então: "Vamos reunir-nos outra vez em Londres, mas com a Aon, para que a Aon coloque a diferença". É Simon, Simon, Simão em espanhol e Simon em inglês. Simon, como Bolívar. Deixe-me terminar. Esse senhor disse: "Bom, nos vemos em Londres e eu falo com a Aon". Um dia me liga: "Vamos à Inglaterra". Não vou porque eu tenho um câncer de próstata, operei ano passado. Eu estava em tratamento então e disse: "Olha, eu não posso sair". Eles foram a Madri e disseram... Comigo, com a minha filha, com advogado - que disseram que tinha que estar presente - e chegaram com uma situação, com uma mudança de atitude, dizendo: "Olha, nós não pudemos falar com a Aon, então viemos ver o que você podia nos dizer". O que eu vou dizer? Isso está muito claro, eu entendo que... "Eu não vou fazer uma declaração para vocês, que é o que vocês pretendem. Vocês vêm com uma proposta?". "Bom, é que nesse momento não podemos, porque, claro, nós não falamos com a Aon, então...". "Saio por essa porta e não quero saber mais nada de vocês". Eu quero dizer que eles estão conscientes, absolutamente, absolutamente conscientes de que eles atuaram de uma maneira canalha, e eles sabem. Foram comprar minha consciência, e eu disse que não. E nas cartas, vocês podem ver todas as cartas: "Olha, ou pagam às famílias ou não vou parar até que isso aconteça, porque eu não posso viver com isso". Alex esteve em pessoa, Alex esteve, e também tinha um magrinho, também da Clyde & Co, que ficou chateado porque eu falei alguma coisa para ele; ele se chateou e disse que Brexit não servia. Eles estiveram comigo dois meses e estiveram com a minha filha também, estiveram com o Marco Rocha em Bogotá e também convidaram o Marco Rocha. Ele pode confirmar. É uma quadrilha, é um bando. E me desculpem se utilizo muito fortemente as palavras, estou disposto a assumir minhas responsabilidades aqui e onde seja. E o que eles querem é deixar de pagar. Todos os anos, em todos os contratos que eu tive, eram US$300 milhões. Eu jamais quis que isso acontecesse. E me disseram na minha cidade: "Por que comprou um avião com quatro motores, que é mais econômico?". Quatro motores, quatro problemas, porque nunca caiu um avião na minha vida, e eu não me meti nesse negócio senão porque jamais eu quero que aconteça uma coisa como essa, porque a vida é como é. Gastei demais, fiz todas as coisas e me arruinei, com a minha família tenho problemas, na minha casa, claro, porque estou aqui falando sem que eu tenha autorização da minha família. Minha família não está de acordo que eu esteja aqui. Eu renunciei a receber, ou pelo menos a ter uma vida mais decente. Não, não, não, eu não vou fazer isso. Sobre os cadáveres das pessoas? Não vou fazer isso. Não vou fazer. |
| R | E esses senhores falsificam as verdades. Eu sou realmente um cliente Aon, não na minha corporação; eu sou o dono do avião. Fui eu que contratei eles com esse Sr. Graham Bailey, que vocês têm que chamar e que trabalha em outra empresa. Eu vou dar todos os detalhes. Vocês têm que chamar Simon Kaye e Neil Darvill, da Aon. Vocês têm que... Bom, eu esqueço algumas coisas. Desculpem-me! O SR. IZALCI LUCAS (Bloco Parlamentar PSDB/PSL/PSDB - DF. Como Relator.) - Há alguma coisa dizendo que o senhor era muito amigo do Simon ou conhecido. O SR. RICARDO ALBACETE (Para expor.) - O quê? O SR. IZALCI LUCAS (Bloco Parlamentar PSDB/PSL/PSDB - DF. Como Relator.) - Em algum lugar, alguém disse que o senhor tinha uma relação antiga, de muitos anos, com o Simon. O SR. RICARDO ALBACETE (Para expor. Tradução simultânea.) - Não, eu tinha uma relação com Graham Bailey, inicialmente. Simon era como um chefe. Aquele com quem eu tinha uma relação era Graham Bailey, que era o coordenador da Air France. Mas ele se aposentou dois anos antes. Inclusive, o penúltimo seguro é de US$300 milhões, que é com Bisa também. Esse, quem coordenou fui eu. Mas o que aconteceu quando o avião volta da África? Não me pagam o avião as pessoas... O avião fica em Beijing. Eu digo: "Não vou devolver o avião para a Bolívia". E é claro que minha filha... O piloto diz: "Bom, vamos colocar o avião para funcionar, senão vai ficar lá perdido". A autoridade boliviana diz: "Está há dois meses e pouco parado". Então aceitamos regressar com avião para lá, aceitamos regressar o avião. E não tenho nada a ver com isso mais. É claro que não tinha dinheiro e teve que negociar o valor da apólice, porque fizemos uma apólice. E, como não foi paga, quando se submeteu a pagamento, essa apólice... As pessoas que estavam lá antes não estavam... E, quando foram fazer a nova, que estava vigente quando caiu o avião, fizeram de uma maneira muito mal... E colocaram coisa que jamais na vida me foi consultada. E também não foi consultada a minha corporação, porque, nesse caso, minha filha fazia negociação com as pessoas da Aon, com os agentes da Aon. Então, não tinha dinheiro. Então, as autoridades bolivianas dizem: "São US$25 milhões". Minha filha chegou até a US$50 milhões. Então, decidiram por US$25 milhões e cobraram como US$50 milhões. Se vocês virem o valor da apólice que foi feita, a última apólice é quase a mesma da que foi pago por prima, que pagou US$300 milhões, quer dizer, não tem sentido. Então, o que acontece? A Aon fez um trabalho muito ruim, colocou coisas que não consultou. Ela não tinha que tomar decisão. A decisão quem tinha que tomar era o cliente. E eu não fui chamado. Então, eu não apareço na última apólice. Eu não tive acesso a essa última apólice. Foi negado esse acesso. O SR. IZALCI LUCAS (Bloco Parlamentar PSDB/PSL/PSDB - DF. Como Relator.) - Na negociação feita pela filha de V. Sa., passava-se cópia para o senhor. O senhor tem conhecimento de todas as conversas. O SR. RICARDO ALBACETE (Para expor. Tradução simultânea.) - Sim, quase tudo. Não posso dizer tudo. O SR. IZALCI LUCAS (Bloco Parlamentar PSDB/PSL/PSDB - DF. Como Relator.) - O senhor concordou com as negociações que foram feitas? O SR. RICARDO ALBACETE (Para expor. Tradução simultânea.) - Não, eu nunca tive... Bom, vou dizer uma coisa: eu via os correios e mandava um arquivo. Eu não abria! Eu não abria porque o sentimento que eu tinha de frustração era muito grande. Quando ocorre isso... Caramba, o que aconteceu? Eu disse à minha filha: "Os meus aviões lá fora... Eu quero vender meus aviões. Eu tenho aviões na África. Eu quero vender, lamentavelmente". Eu devia estar mais metido nisso, com as minhas responsabilidades, mas eu tenho que confessar que eu não me dei conta disso, em alguma oportunidade. Mas eu jamais havia permitido que isso... Eu paguei US$300 milhões quando o avião voava! Que necessidade eu teria de ter um avião sem voar por US$300 milhões? A única coisa que eu poderia fazer seria que pisasse alguém na pista! Por que eu iria baixar esses 300 milhões quando eu tinha 300 milhões em um momento que não fazia falta? |
| R | O SR. IZALCI LUCAS (Bloco Parlamentar PSDB/PSL/PSDB - DF. Como Relator.) - Em algumas vezes ela assim: "Eu não tenho como pagar o seguro porque eu não posso voar; eu não posso voar porque não tenho seguro". O SR. RICARDO ALBACETE (Para expor.) - Sim. O SR. IZALCI LUCAS (Bloco Parlamentar PSDB/PSL/PSDB - DF. Como Relator.) - O senhor acha que ela, em algum momento... O SR. RICARDO ALBACETE (Para expor. Tradução simultânea.) - Li, em algum momento, também... O SR. IZALCI LUCAS (Bloco Parlamentar PSDB/PSL/PSDB - DF. Como Relator.) - Em algum momento o senhor acha que a Loredana cedeu a algumas coisas com relação à Aon, aos corretores... O SR. RICARDO ALBACETE (Para expor. Tradução simultânea.) - Não. Loredana nunca cedeu em relação... O SR. IZALCI LUCAS (Bloco Parlamentar PSDB/PSL/PSDB - DF. Como Relator.) - ... às exclusões geográficas? O SR. RICARDO ALBACETE (Para expor. Tradução simultânea.) - Não, não. O SR. IZALCI LUCAS (Bloco Parlamentar PSDB/PSL/PSDB - DF. Como Relator.) - Ninguém questionou isso? O SR. RICARDO ALBACETE (Para expor. Tradução simultânea.) - Não, não, não. A mim não me explicou. Ela, quando ficou sabendo, porque as pessoas de LaMia Corporation... Que essa exclusão geográfica não afetava. Então falaram da Estratégica, que representava, e a Estratégica disse: "Isso é como... Isso está escrito aí, mas não precisa se preocupar". Como se diz, com isso não precisa se preocupar. O SR. IZALCI LUCAS (Bloco Parlamentar PSDB/PSL/PSDB - DF. Como Relator.) - ... Colômbia. Aí você exclui a Colômbia do... O SR. RICARDO ALBACETE (Para expor.) - Não. Eu? O SR. IZALCI LUCAS (Bloco Parlamentar PSDB/PSL/PSDB - DF. Como Relator.) - Não. Eles excluíram da apólice. O SR. RICARDO ALBACETE (Para expor. Tradução simultânea.) - O incrível é que aprovaram voos. Venezuela aprovou voos da Colômbia. Brasil aprovou voos da Colômbia, de LaMia, de Manaus, com a equipe colombiana, a Bogotá. A Sétima Liberdade também, mas esse voo não aconteceu. Eu tenho o documento. Quer dizer, não sei por que dá impressão de que essa cláusula não era tida em consideração por nenhuma das autoridades aeronáuticas, nem por Venezuela, nem por Paraguai, nem por Brasil, nem por Bolívia, nem por Colômbia. Você me fala... Bom, o senhor do seguro disse: "Não se preocupe. Com vocês avisando nos mande um correio, isso é suficiente". Então, ele mandou duas vezes, três vezes, porque eu não participo disso, mas dessa vez não foi enviado. O SR. IZALCI LUCAS (Bloco Parlamentar PSDB/PSL/PSDB - DF. Como Relator.) - Bom, o senhor já falou alguma coisa, mas é só para reforçar aqui o relatório. Qual é a sua avaliação acerca das responsabilidades das agências aeronáuticas? Do Brasil, a Anac; na Bolívia, o DGAC; e na Colômbia, a Aerocivil, nesse episódio? Houve erros de negligência? Pode enumerar para a gente quais foram esses erros da Anac, da DGAC e da Colômbia, com a Aerocivil? O SR. RICARDO ALBACETE (Para expor. Tradução simultânea.) - Aqui uma permissão para voar 1.400 milhas náuticas. De todos os voos que foram feitos, o mais longo é o que foi feito, e o que foi feito várias vezes, várias vezes, entre Viru Viru e Medelín, e Medelín, Viru Viru, aprovado pela autoridade colombiana três vezes, quatro... Todas as vezes que foi, foi aprovado. Eu quero dizer, desculpe-me, recapitulando um pouquinho: vocês imaginem que Colômbia diz que não deu esse preço. Sim, foi dado. Está no informe também. Foi dado. Claro que foi dado! Porque não poderia decolar sem permissão. Mas deu permissão para ir a Cobija e com alternativa a Viru Viru. Então, como isso pode? Pode sair de Medelín direto a Viru Viru. E a distância é uma distância de "a" a "b" e de "b" a "a". Então, porque se dão permissão à LaMia para ir a Cobija, e se em Cobija por alguma razão não se pode pousar, sigam para Viru Viru. E assim fizeram em três oportunidades. Em alguma delas eu ia de passageiro e aí não faltou combustível. |
| R | Eu quero dizer aqui está a Anac, aqui está a Anac do Brasil, aqui está. Aqui está o combustível que foi colocado em Natal e sabe o que aconteceu nesse voo? A Anac, aqui está a permissão, pode ir na página, eu baixei na página onde diz na Anac. O voo saiu de Praia, de Cabo Verde, regressando da África, fez um salto até Natal. Bom, se você aplica as normas que diz o informe, esse fraudulento da Aerocivil, com o aval do Cenipa e da RAC, de Bolívia, que assinaram, você pode... Bom, não pode ser feito, mas o Brasil aprovou. O SR. IZALCI LUCAS (Bloco Parlamentar PSDB/PSL/PSDB - DF. Como Relator.) - Agora, especificamente com relação a esse voo, a Anac não autorizou? O SR. RICARDO ALBACETE (Para expor.) - Claro que sim. O SR. IZALCI LUCAS (Bloco Parlamentar PSDB/PSL/PSDB - DF. Como Relator.) - Não, este da Colômbia, do Chapecoense. Aí foi via BoA, teve que ir para lá e de lá viajar. Qual é a avaliação a respeito da responsabilidade da empresa aérea boliviana, a BoA? Houve coshore com relação a este episódio? O SR. RICARDO ALBACETE (Para expor. Tradução simultânea.) - Também tenho isso. Aqui também está o de BoA, a avaliação de BoA. Desculpem, bom, aqui a avaliação. Bom, olhem: o Sr. Miguel Quiroga recebe um correio de Chinho, da Chapecoense, que acho que morreu. Confirme seu contato pelo telefono tal e coloquem a lista dos passageiros, que aqui está, que é a lista dos passageiros do acidente. Onde diz, olhem... Bom, falta uma folha, desculpem, está na folha. Imprimi, mas acho que não peguei. Bom, está na folha que o Sr. C. Moreno, de BoA, recebe a ordem. Eu vou me explicar, BoA... Vou dizer de alguma maneira. Honestamente, é uma responsabilidade desde o ponto de vista do voo. Do ponto de vista legal, eles têm responsabilidade. Por quê? O contrato foi feito com LaMia saindo de São Paulo com destino a Mendelín e regresso. O que acontece? O contrato está vigente. O Sr. Miguel Quiroga me manda um e-mail, acho que está aí, não sei se está aí ou não. Bom, contratamos a LaMia, a BoA... Para que a gente não esqueça, olhe, aqui está o e-mail que demonstra que Bisa é um frontings. Aí diz o senhor de Estratégica, que diz o que ele cobra, diz que tudo isso eles fazem, a Aon, mas que pagam US$9,5 mil à Bisa e explica o senhor representante de Bisa. Desculpem, um momento, por favor. São muitos documentos. O SR. JORGE KAJURU (Bloco Parlamentar Senado Independente/CIDADANIA - GO) - Miguel Quiroga é o piloto que faleceu, não é? O SR. IZALCI LUCAS (Bloco Parlamentar PSDB/PSL/PSDB - DF) - ... encarregado da BoA em São Paulo? Hein? |
| R | O SR. RICARDO ALBACETE (Para expor. Tradução simultânea.) - Então, o que acontece? O que acontece? O Sr. Quiroga se comunica com BoA, em Bolívia, e diz: "Tenho de 74 a 77 passageiros que vão voar, estou pedindo permissão para sair de São Paulo, e não me estão dando". Porque na primeira vez negaram; na primeira oportunidade, foi negada. Então, ele está negociando. Já amanhecendo, de domingo para segunda, ele negociou com a BoA e dizem que vai custar US$23 mil. Ele escreve um e-mail, deve estar por aqui em algum lugar, e esse e-mail diz... Me falta um... O SR. JORGE KAJURU (Bloco Parlamentar Senado Independente/CIDADANIA - GO. Para interpelar.) - Sr. Albacete, só para ficar claro, Senador Izalci, o Miguel Quiroga era o seu sócio que faleceu no voo da Chapecoense, correto? O SR. RICARDO ALBACETE (Para expor. Tradução simultânea.) - Miguel Quiroga e Marcos Rocha eram sócios de LaMia Corporation. Miguel Quiroga, o coronel da Força Aérea e o capitão estavam em Portugal negociando um avião em substituição ao que eu ia levar, porque eu tinha decidido não continuar ali a partir de 31 de dezembro. Então, esse Sr. Marcos Rocha foi a Portugal para contratar... Portugal tem empresas muito grandes de charter, de contratação de equipamentos, de leasing de equipamentos aeronáuticos, aviões. Mas você perguntou... Bom, estamos de BoA; bom, bom... O contrato de São Paulo à Colômbia. Quando Miguel Quiroga fica sabendo que negaram permissão na Anac, ele vê que tem um voo de São Paulo-Santa Cruz de la Sierra, de BoA, regular. Então, chama o capitão, que eu não lembro o nome, e diz... Porque depois ele comentou comigo... Miguel me despertou na madrugada e me disse que necessitava, que deram 75 postos nesse voo, lugares nesse voo. Então o que fez? Levantou de manhã. O voo que ia sair de Santa Cruz a São Paulo e regressar, mudaram, o 737, e mandaram um 767, que é Miami, que é um pouco mais largo, porque o número de passageiros que tinham vendido não chegava ao número de lugares. Então, mandaram um avião maior para que coubessem todas as pessoas da Chapecoense. Então, claro, vocês podem verificar o voo que fez BoA, fez com um avião maior? Não é usual. Obviamente, para dar lugar a todas as pessoas, ele me escreve, tenho aqui em algum lugar, ele me escreve que ele tem contratado com BoA, por US$23 mil, o transporte das pessoas. Sai mais caro, mas é melhor que com outra coisa, porque faz mais fácil o voo. Bom, isso, no Direito Aeronáutico, significa que é um... E eles têm que responder. O seguro de voo tem que responder. É responsável. Porque todo mundo me fala: "Bom, você... A Colômbia é culpada. De Molina. Não sei quanto... |
| R | Você quer bagunçar tudo? Mas isto é verdade: se você busca todos os atores, de trás de todos esses atores, seja do seguro da Anac, do Brasil, seja do seguro do DAC, seguro Asana, seguro civil e o seguro da LaMia, por trás de todos eles, está a Aon, e possivelmente porque esse é um negócio... A Tokio Marine é a maior do mundo nessa questão de seguros na aviação. Então, por trás de tudo isso, todas essas pessoas das quais se confabulou, todos, por detrás, estão seguros. Isso é muito simples: se a culpa é da Aerocivl, quem paga é a Aon, Tokio Marine; se a culpa é da Anac do Brasil, quem paga é a Aon, Tokio Marine; se é a Bolívia quem tem a culpa, quem paga é a Aon, Tokio Marine. Então, claro que é necessário, claro que é importante que todo... Porque, se o dinheiro não chega... Da Bolívia, US$25 milhões, porque lá há 415 e aqui deve haver US$1 milhão. Então, pode ser que, na Colômbia, haja um seguro para controladores, e aqui haja outro. Então, claro, é preciso haver um controle. Chamem as seguradoras que têm a ver com a Anac, porque a Anac foi a que menos fez, mas foi a que começou com a festa. Quando o avião voltou da África e entrou na América do Sul e fez tudo o que fez, quem recebeu foi a Anac. "Vem sim, venha. Vá a Cabo Verde. Não importa que não tenha dois números. Aqui a gente espera". E aí está. Como é possível, digamos, que a culpa esteja em um piloto, em quatro senhores da tripulação... Não, a culpa é do sistema total. E a gente tem que acordar, porque isso que acontece com os seguros, as normas que estabelecem as indenizações dos inocentes, é algo de canalhas, é algo indigno. Não é justo. Não é justo. E aqui tem que sair não somente que as famílias sejam indenizadas, como é devido, mas também que se mudem as leis, que se mudem as normas, e que não se permitam esses canalhas que levam, lucrando no mundo... De onde a Aon tira US$80 bilhões de capital? De tudo que tiram de todas as pessoas que fazem seguros, porque nos governos fazem obrigatórios esses seguros, e depois eles recebem e jamais, nunca pagam esse dinheiro. Que culpa têm as vítimas que estavam sentadas na parte detrás? Porque, no mesmo avião, pagam aos tripulantes. As famílias eram... Os tripulantes também não têm culpa de nada, mas as famílias dos tripulantes que também fizeram isso... Aqui estão uns US$650 mil em três meses. Por quê? Porque, enquanto o seguro da aeronave não deixava ir à Colômbia, os pilotos, sim, podiam ir à Colômbia. Parecia que era o tapete de Aladdin. Isso é insólito. É insólito. Quer dizer, pagam aos que falam que são os criminosos, às famílias dos criminosos, por dizer de uma maneira - eu não penso assim. Desculpem-me. E que Deus me perdoe e as famílias deles, claro, porque eram só pessoas. Então, dizem: "As famílias dos inocentes que iam sentar atrás. Vocês não. Vocês não podiam ir à Colômbia, porque o avião não pode ir para a Colômbia". Agora, os que levavam sim: "Vocês... Vamos ver como fazemos". Aqui, enquanto civis, o Cenipa e o DAC fizeram o milagre de ouvir umas gravações na cabine de um avião, a 28 mil pés de altura, sem estar aí e não funcionar a gravação... Bom, os senhores fizeram um milagre também, de os pilotos poderem ir, mas o avião não. Claro, pagaram os passageiros a mesma companhia. No mesmo dia se fez o contrato. |
| R | O SR. IZALCI LUCAS (Bloco Parlamentar PSDB/PSL/PSDB - DF. Como Relator. Fora do microfone.) - Sr. Ricardo... O SR. JORGE KAJURU (Bloco Parlamentar Senado Independente/CIDADANIA - GO. Para interpelar.) - Senador Izalci, é rapidinho, só para não passar batido. A gente tem visto aqui coragem do senhor em vários pontos. Está mostrando coragem. O SR. RICARDO ALBACETE (Para expor. Tradução livre.) - Desculpe-me. O SR. JORGE KAJURU (Bloco Parlamentar Senado Independente/CIDADANIA - GO. Para interpelar.) - A palavra "coragem" pertence ao senhor. Mas já que o senhor tem essa coragem, o senhor falou em "quadrilha", não falou? (Intervenção fora do microfone.) O SR. JORGE KAJURU (Bloco Parlamentar Senado Independente/CIDADANIA - GO. Para interpelar.) - É porque o senhor não está com o fone. (Intervenção fora do microfone.) O SR. JORGE KAJURU (Bloco Parlamentar Senado Independente/CIDADANIA - GO. Para interpelar.) - Eu falei que o senhor é corajoso, um homem de coragem. O SR. RICARDO ALBACETE (Para expor. Tradução livre.) - Ah, coragem. O SR. JORGE KAJURU (Bloco Parlamentar Senado Independente/CIDADANIA - GO. Para interpelar.) - Até agora em alguns pontos dessa sua entrevista, com os questionamentos do Senador Izalci. Agora eu queria saber. O senhor falou em "quadrilha"? O.k. O SR. RICARDO ALBACETE (Para expor. Tradução livre.) - Yo no sé que es "quadrilha"? O SR. JORGE KAJURU (Bloco Parlamentar Senado Independente/CIDADANIA - GO) - Entre as suas respostas aqui, o senhor chegou a usar a palavra "quadrilha". (Intervenção fora do microfone.) O SR. JORGE KAJURU (Bloco Parlamentar Senado Independente/CIDADANIA - GO. Para interpelar.) - Não, não. "Quadrilha". O SR. RICARDO ALBACETE (Para expor. Tradução livre.) - Que é "quadrilha"? O SR. JORGE KAJURU (Bloco Parlamentar Senado Independente/CIDADANIA - GO. Para interpelar.) - "Quadrilha" é reunião de bandidos. O SR. RICARDO ALBACETE (Para expor. Tradução livre.) - Sim, sim. O SR. JORGE KAJURU (Bloco Parlamentar Senado Independente/CIDADANIA - GO. Para interpelar.) - Uma máfia. O SR. RICARDO ALBACETE (Para expor. Tradução livre.) - Sim, sim. Uma máfia. O SR. JORGE KAJURU (Bloco Parlamentar Senado Independente/CIDADANIA - GO. Para interpelar.) - Eu quero perguntar para o senhor: toda máfia e toda quadrilha têm um chefe; o senhor sabe quem é o chefe? Diga para nós. Habla. Quien es el jefe? O SR. RICARDO ALBACETE (Para expor. Tradução simultânea.) - Para mim, o chefe é essa reunião de pessoas de Aon em Londres, quer dizer, essa coisa que tem uma legislação, por isso estão todas as companhias seguradoras em Londres, no edifício, porque a legislação da Inglaterra está para proteger a eles. É um grande negócio. Inglaterra se beneficia muito disso. Esses senhores estão lá. Aqui não tem um chefe que maneja o seguro com Aon ou da agência de aeronáutica, não. Eu digo que o chefe é o sistema - é o sistema. O SR. IZALCI LUCAS (Bloco Parlamentar PSDB/PSL/PSDB - DF. Como Relator.) - Agora, é um modelo... O SR. ESPERIDIÃO AMIN (Bloco Parlamentar Unidos pelo Brasil/PP - SC. Para interpelar.) - No hay un jefe, hay un protocolo, un proceso, un sistema. O SR. RICARDO ALBACETE (Para expor. Tradução livre.) - Sim. O SR. IZALCI LUCAS (Bloco Parlamentar PSDB/PSL/PSDB - DF. Como Relator.) - Eu só, dando continuidade... O senhor falou sobre a Anac, falou sobre a Aerocivil lá da Colômbia. Com relação ao DGAC da Bolívia, tem alguma negligência? Poderia dizer os erros cometidos por eles, pelo DGAC da Bolívia? O SR. RICARDO ALBACETE (Para expor. Tradução livre.) - Sim. O SR. IZALCI LUCAS (Bloco Parlamentar PSDB/PSL/PSDB - DF. Como Relator.) - O senhor falou da Anac e da Aerocivil. O SR. RICARDO ALBACETE (Para expor. Tradução simultânea.) - Sim. Para terminar, a Anac não devia negar a permissão de Bolívia. Não tinha motivo para negar essa permissão, porque tinha feito antes pior, que era negar Messi ir a Belo Horizonte. Esse era um voo de quarta liberdade e não de sétima, e esses fazem todos os dias todas as pessoas. E é incrível que LaMia, da Bolívia, com bandeira boliviana, não pode fazer voo, mas pode fazer a BoA de bandeira boliviana. Isso é insólito e absurdo. É discriminatório, totalmente. Mas, bom, isso não tem importância. Falemos da Bolívia. Bom, imaginem, a mãe de tudo isso é a Bolívia, não é? Quer dizer, Bolívia nunca devia ter permitido esses voos, porque deu confiança às outras... O SR. IZALCI LUCAS (Bloco Parlamentar PSDB/PSL/PSDB - DF. Como Relator.) - No plano de trabalho... Como é o nome dela? Esqueci o nome dela.... Ela identificou, no plano de trabalho, a questão do combustível. O SR. RICARDO ALBACETE (Para expor. Tradução livre.) - Não, não... O SR. IZALCI LUCAS (Bloco Parlamentar PSDB/PSL/PSDB - DF. Como Relator.) - No plano de voo. O SR. RICARDO ALBACETE (Para expor. Tradução simultânea.) - Aprovou, aprovou, aprovou. No plano de voo... no plano de voo... |
| R | O plano de voo foi aprovado por todas as autoridades aeronáuticas da América Latina onde a LaMia esteve, nos mesmos conceitos. O que aconteceu... E tenho que dizer: algo bom das autoridades bolivianas é que eles atuaram. Eles buscaram, eles botaram o general da... Eles colocaram todos presos. Por outro lado, eles... Não sou especialista em questões aeronáuticas e não posso... A única coisa que eu posso dizer é que as vezes em que havia um voo entre esses dois pontos, chegou com combustível. A última vez não chegou. A diferença foi de Molina e Aerocivil. Essa é a verdade. É claro que a Bolívia tem culpa, mas não tem a culpa como dizem. Desculpem dizer, essa é a minha opinião. O certificado de LaMia... Não, não... A LaMia cumpriu, creio que a LaMia cumpriu com as suas questões, porque eu olhei o que eles fizeram. As normas de procedimento da LaMia eram as que a CityJet... Nós o que fizemos foi quase uma cópia do que fazia a CityJet para ir a Londres. Não existe, absolutamente, nas normas dessa companhia, algo que estivesse irregular. É uma companhia muito pequena, onde uma pessoa fazia vários postos, mas era uma questão... Além disso, eu gostaria de dizer que a autoridade boliviana atuou imediatamente. O SR. IZALCI LUCAS (Bloco Parlamentar PSDB/PSL/PSDB - DF. Como Relator.) - Nós vamos entrar agora na questão da Bolívia. O SR. RICARDO ALBACETE (Para expor. Tradução simultânea.) - Bom, eu gostaria... O SR. IZALCI LUCAS (Bloco Parlamentar PSDB/PSL/PSDB - DF. Como Relator.) - Eu vou fazer algumas perguntas com relação à Bolívia. É o bloco dois agora. A autorização concedida à LaMia para operar nos voos não regulares pela Bolívia - aqui no eslaide nº 3 -, de acordo com esse eslaide, a LaMia obteve o certificado de explorador de serviços aéreos no dia 31 de julho de 2015. O SR. RICARDO ALBACETE (Para expor. Tradução simultânea.) - Sim. O SR. IZALCI LUCAS (Bloco Parlamentar PSDB/PSL/PSDB - DF. Como Relator.) - Conforme se observa no eslaide, a vigência é - olhe lá a vigência - indefinida. O SR. RICARDO ALBACETE (Para expor. Tradução simultânea.) - Sim. O SR. IZALCI LUCAS (Bloco Parlamentar PSDB/PSL/PSDB - DF. Como Relator.) - O General de Brigada Aérea Edgar Pereyra Quiroga foi quem o assinou, e ele aparece no documento como diretor executivo do DGAC. O SR. RICARDO ALBACETE (Para expor. Tradução simultânea.) - Sim. O SR. IZALCI LUCAS (Bloco Parlamentar PSDB/PSL/PSDB - DF. Como Relator.) - Antes disso, a LaMia tentou se estabelecer na Venezuela e em Aruba, mas em ambas as situações não recebeu as autorizações para operar - o senhor já até falou alguma coisa sobre isso. Eu pergunto: é comum autorização dessa natureza, assim, de prazo indefinido? É comum isso? O SR. RICARDO ALBACETE (Para expor. Tradução simultânea.) - No caso da Bolívia, é assim, porque você dá indefinidamente, mas você vai apresentando e, quando, por alguma razão, você não cumpre, você tem isso suspendido. Mas você não tem que voltar a aplicar, senão você teria que começar do princípio. Mas você tem que manter o comportamento, senão você suspende. Isso é normal. O SR. IZALCI LUCAS (Bloco Parlamentar PSDB/PSL/PSDB - DF. Como Relator.) - O representante legal da LaMia era o Gen. Gustavo Vargas Gamboa, correto? Sim ou não? O SR. RICARDO ALBACETE (Para expor. Tradução livre.) - Sim, é o que eu entendo. O SR. IZALCI LUCAS (Bloco Parlamentar PSDB/PSL/PSDB - DF. Como Relator.) - Ele é pai do Gustavo Vargas Villegas, correto? O SR. RICARDO ALBACETE (Tradução livre.) - Sim, é o que eu entendo. O SR. IZALCI LUCAS (Bloco Parlamentar PSDB/PSL/PSDB - DF. Como Relator.) - Gustavo Vargas Villegas, por sua vez, era o diretor do Registro Aeronáutico Nacional da DGAC. Não é isso? O SR. RICARDO ALBACETE (Para expor. Tradução simultânea.) - Era advogado... O SR. IZALCI LUCAS (Bloco Parlamentar PSDB/PSL/PSDB - DF. Como Relator.) - Diretor. Diretor do Registro Aeronáutico Nacional da DGAC. A DGAC é justamente o órgão boliviano responsável pela certificação de aeronaves e pela fiscalização e também regulação dos serviços aéreos na Bolívia, não é isso? O DGAC? O SR. RICARDO ALBACETE (Para expor. Tradução simultânea.) - Responsável dos serviços aéreos na Bolívia. |
| R | O SR. IZALCI LUCAS (Bloco Parlamentar PSDB/PSL/PSDB - DF. Como Relator.) - V. Sa. confirma que foi o Gustavo Vargas Villegas que autorizou a internalização das aeronaves da LaMia na Bolívia, após a solicitação do seu pai, o Gen. Gustavo Vargas Gamboa, representante legal da LaMia? Quanto a isso, foi feito um comentário aqui pelo Procurador-Geral da Bolívia, que afirma isso, ou seja... O SR. RICARDO ALBACETE (Para expor. Tradução simultânea.) - Eu não tenho conhecimento. É a minha opinião. O Gen. Gamboa é um senhor que eu considero que cometeu um erro no final da sua vida muito terrível ao autorizar e não anunciar a saída desse avião. Eu acredito que é um homem de honra. Até onde eu me lembre, nas visitas que fiz à Bolívia, ele nunca interveio e acho que não causou... Acho que causou o contrário, a inibição do filho do Gen. Gamboa para a certificação. A certificação demorou mais que outras, e isso nos prejudicou a todos. E eu me lembro de ter falado com o Gen. Gamboa, quanto aos aviões, e disse: "Olha, eu tenho que entregar isso em Madagascar e Serra Leoa". E ele disse: "Bom, eu tenho que dizer uma coisa, eu não posso fazer absolutamente nada, porque eu cheguei a general, o meu filho tem as suas carreiras, eu não posso interferir nisso". E eu acho que o que ele fez foi participar e eu acho que não teria feito. Entre tantas outras pessoas que tiveram que aprovar isso, não é que ele aprovou isso; ele é uma das pessoas, desde o ponto de vista jurídico, que aprovou todas as coisas, como fez o Presidente, pela DGAC, nesse momento, que assinou tudo isso, uma das pessoas. O SR. IZALCI LUCAS (Bloco Parlamentar PSDB/PSL/PSDB - DF. Como Relator.) - O que V. Sa. tem a dizer, então, sobre a declaração do então Vice-Presidente da Bolívia, o Álvaro García Linera, de que teria havido uma negociata de funcionários da DGAC que permitiu à LaMia obter o certificado de operação aérea na Bolívia? Aqui eu vou ler a declaração do Álvaro García. Ele disse assim: Foi uma negociata de funcionários intermédios que jamais nos comunicaram, porque sabiam que íamos negar a autorização. Houve negligência, desconhecimento das normas e condução arbitrária da capacidade de decisão do Estado. O caso da DGAC está claro, estamos diante de funcionários que usaram o seu cargo para fazer negócios pessoais. É um delito e deu lugar a um crime. Essas coisas não podem voltar a se repetir. Essa é uma declaração do Vice-Presidente Bolívia, Álvaro García Linera. O SR. RICARDO ALBACETE (Para expor. Tradução simultânea.) - Isso é uma canalhice desse Sr. Vice-Presidente, como tantas outras dele. Até onde eu tenho conhecimento, pelo contrário, Miguel Quiroga eu acho que é genro de um Senador boliviano que era inimigo do regime de Evo Morales. Ele teve que fugir e morar no Brasil; acho que morreu também. Não acho que houve influência. Se tivesse havido, e não tivesse gostado dessa aeronave, ou tivesse parecido estranha, não tivesse subido nessa aeronave três semanas antes, porque antes, se subisse... Antes do voo do Messi, foi o voo do Evo. O Evo também subiu nesse avião. Quer dizer, eu lembro que Marco Rocha me escreveu dizendo: "Sr. Ricardo, contratamos um voo para ir inaugurar um aeroporto que está num local novo e vão o Governador e o Presidente Evo". Bom, chegaram lá, fizeram um espetáculo e, quando terminou o espetáculo, Evo Morales disse: "Por que não vamos nesse?" E subiu o Sr. Linera, Evo e todos os executivos no avião da LaMia e foram a Trinidad. Então, um avião que supostamente não sabia nada dele... Bom, se subiram nele... Quer dizer, os colombianos escutam coisas à distância, porque... E o senhor, esse, não sabia e subiu duas semanas antes. Está na foto! Há fotos! |
| R | O SR. IZALCI LUCAS (Bloco Parlamentar PSDB/PSL/PSDB - DF. Como Relator.) - A LaMia não obteve nenhuma, por parte da DGAC, facilitação na expedição desse documento, desse ou de outros? O SR. RICARDO ALBACETE (Para expor. Tradução simultânea.) - Eu não posso assegurar nem posso negar. Não sou LaMia Corporation, não estive metido nisso. Estou falando o que eu acredito, o meu convencimento. Eu acho que não, eu acho que não teve isso. O SR. IZALCI LUCAS (Bloco Parlamentar PSDB/PSL/PSDB - DF. Como Relator.) - Então eu vou perguntar aqui: a LaMia tinha alguma espécie de acordo com o empresário chinês Sam? Tinha algum acordo? O SR. RICARDO ALBACETE (Para expor.) - LaMia, não; Ricardo Albacete, sim. O SR. IZALCI LUCAS (Bloco Parlamentar PSDB/PSL/PSDB - DF. Como Relator.) - Tenho uma declaração aqui de V. Sa. se referindo ao chinês na formação da LaMia. Diz assim: "É uma empresa de todos os cidadãos de Mérida. Eu e minha família temos um capital inicial com o apoio de um investimento chinês. É um chinês amigo de muito poder aquisitivo que conheci há alguns anos. Já tive empresas na China. Eles nos apoiam um pouco com essa operação. Seu nome é Sam Pa, que investe em Angola." O SR. RICARDO ALBACETE (Para expor. Tradução simultânea.) - Sr. Sam Pa emitiu um aval para que nos dessem um avião da empresa ATR. Assinei inicialmente no princípio, no ano de 2010, para comprar dez aviões ATR 72-500. Eram seis 72-500 e seis... Eram doze, na verdade. E 72-600... E quem deu o aval foi o Sr. Sam Pa, que é meu amigo. Então, nesse momento, nessa etapa da LaMia começando... Íamos começar com ATRs, com aviões novos, mas, lamentavelmente, houve outros inconvenientes e acabei terminando com os aviões ingleses. O SR. IZALCI LUCAS (Bloco Parlamentar PSDB/PSL/PSDB - DF. Como Relator.) - O senhor saberia informar se esse investidor chinês, via LaMia, viabilizou algum negócio na Bolívia, aqui no Brasil ou na Inglaterra? O SR. RICARDO ALBACETE (Para expor. Tradução livre.) - Não entendi a pergunta. O SR. IZALCI LUCAS (Bloco Parlamentar PSDB/PSL/PSDB - DF. Como Relator.) - Se o chinês, o Sam Pa, que é o investidor chinês... Se via LaMIa, ou por meio da LaMia, ele viabilizou algum negócio aqui no Brasil, na Bolívia ou na Inglaterra? O SR. RICARDO ALBACETE (Para expor. Tradução simultânea.) - Não. Seus negócios eram na África fundamentalmente. Era sócio... O SR. IZALCI LUCAS (Bloco Parlamentar PSDB/PSL/PSDB - DF. Como Relator.) - ...Bolívia, no Brasil nem na Inglaterra que você tenha conhecimento? O SR. RICARDO ALBACETE (Para expor. Tradução simultânea.) - Na Inglaterra, sim. Ele é sócio de empresas muito grandes, empresas na Noruega... Não sei como se chama a petroleira na Noruega... Na Espanha, sim, tem, porque eu fazia negócios com ele na Espanha e na África. Na África, o Sr. Sam Pa... É sócio em Londres. E Catoca, que é a terceira maior mina de diamantes da filha do Presidente, Isabel dos Santos... Não é mina Catoca, é sócio de Abramovic, que é o dono do time de futebol inglês Chelsea, e sócio de Macri, do Presidente Macri. |
| R | O SR. JORGE KAJURU (Bloco Parlamentar Senado Independente/CIDADANIA - GO. Para interpelar.) - Izalci, nós chegamos a duas horas, aqui, de um depoimento importante, de um dia marcante desta CPI, Presidente Jorginho, mas, assim... Quem está ouvindo o senhor, acompanhando o senhor... O senhor falou em sistema. Com a ajuda, aqui, sempre precisa do Senador Amin, o senhor falou em sistema. Mas quem que monitora esse sistema? Quem que controla esse sistema? E, por gentileza, pelo amor de Deus, pela sua filha: quem é que tem que pagar as indenizações, as 64. Quem é que tem que pagar? O senhor sabe quem. O senhor pode dizer? O SR. RICARDO ALBACETE (Para expor. Tradução simultânea.) - Quem tem que pagar é a Aon. (Intervenção fora do microfone.) O SR. RICARDO ALBACETE (Para expor. Tradução simultânea.) - Sim. Também. A Tokio Marine também. E a Aon. E, realmente, o intermediário é aquele que imprimiu o contrato, que introduziu o assunto e que tem a corretora. Fizeram um péssimo trabalho, mas depois eles desapareceram! Ou seja: nem sequer me ligaram para dizer "ah, eu vou me proteger" ou algo assim. Nem diziam nada. "Nem me conheciam", na verdade - diziam. Então, está tudo destruído. Então, não está constando. Então, eles não me conhecem. Depois de pagar milhões e milhões, eles não me conhecem. Ou seja, aqui estão as contas: US$2.321.705 eu paguei à Aon O SR. IZALCI LUCAS (Bloco Parlamentar PSDB/PSL/PSDB - DF. Como Relator.) - Depois a gente passa, mas deixem-me entrar aqui, só nessa questão dos contratos aí da LaMia, para operar os voos regulares - no Eslaide nº 4. De acordo com o eslaide nº 4, dia 28 de julho de 2015, às 20h35min, a Loredana comunica ao Simon, que é o corretor da Aon, que foi copiado para V. Sa., Ricardo, que a LaMia foi certificada como companhia aérea fretada não regular. Indaga algumas coisas sobre o seguro e informa que foram solicitadas para transportar um time de futebol em três jogos, no Brasil. Além disso, informa que foram convidados para transportar equipe de futebol para jogar em três lugares diferentes, entre Paraguai, Brasil e Bolívia. O Simon responde às indagações sobre o seguro e informa que, em relação às equipes esportivas, seria necessário garantir que as seguradoras estivessem cientes dessa exposição, além de obter autorização antes do início dos contratos de voos. Pede detalhes das equipes, para informar às seguradoras e, assim, garantir que a cobertura permanecesse em pleno vigor e efeito. Eu pergunto: V. Sa. confirma que a corretora Aon e a resseguradora Tokio Marine e a seguradora Bisa tinham plenos conhecimentos das operações da LaMia, incluído o transporte de equipe de futebol por toda a América do Sul, especialmente para a Colômbia? Elas tinham esse conhecimento? O SR. RICARDO ALBACETE (Para expor. Tradução simultânea.) - Sim, eu acredito que sim. Eu acho que vai... Nós temos outros e-mails, que indicam que "ah, estamos saindo assim", "isso não está funcionando por causa disso e disso...". Eu acho que falhou... Se eu lembro bem, inicialmente avisava-se, ouvia-se "ah, estamos saindo", "vamos saindo" - é o que se ouvia. E nós estamos, sim, conscientes disso. |
| R | A SRA. LEILA BARROS (Bloco Parlamentar Senado Independente/PSB - DF. Para interpelar.) - Só um minutinho, por favor, Senador Izalci. O senhor tem documentos... O senhor falou que tem e-mails que comprovam que talvez eles tivessem conhecimento disso. O senhor pode apresentar para o nosso Relator esses documentos, esses e-mails, essas trocas de e-mails sobre a possibilidade da Aon saber que a LaMia transportava equipes de futebol? O SR. RICARDO ALBACETE (Para expor. Tradução simultânea.) - Sim, sim, sim. É que eu era... Na verdade, tudo começou quando eu fui lá e que os advogados me atenderam, Fabian e também a sua pessoa, também tiveram o prazer de me atender. E eu posso... Claro, levei todos os documentos, eu os tenho. E, efetivamente, todos eles... Eles os têm também. Claro, o que eu vou entregar, porque... Claro, eu não sou muito bem nessa temática de e-mails, mas a minha filha tem tudo isso. E, por exemplo, ontem quando eu pedi a ela que me mandasse esse do voo que foi autorizado pela Anac, o combustível e tudo isso que foi pago à Petrobras quando chegaram lá em Natal e também no Brasil, em Cochabamba. Então, ela já tinha tudo aí. Então, é claro. Eu posso... Claro... Se aparecem novos documentos... Na verdade, eu não estive com eles, mas eu tenho todas as coisas aí, eu chamo a minha filha, e ela olha tudo, revisa, e ela tem tudo mais organizado. E eu estou certo de que nós temos muitos, muitos correios, muitos e-mails ali, e eu sei que Simon e Aon, que era aquele que governava toda a situação, administrava tudo isso, enquanto o Presidente, inclusive, que, como mencionava, o artífice, Simon Kaye ou Simon, como falamos, é o artista disso. O SR. IZALCI LUCAS (Bloco Parlamentar PSDB/PSL/PSDB - DF. Como Relator.) - Leila, com relação a esses e-mails, nós já temos. Lógico, se tiver mais algum, ótimo. Mas nós já temos esses e-mails no processo que demonstrado aqui na última... A SRA. LEILA BARROS (Bloco Parlamentar Senado Independente/PSB - DF. Para interpelar.) - Tá. Mas é só uma pergunta, Izalci. O SR. RICARDO ALBACETE (Para expor. Tradução simultânea.) - Sim, é que eu tenho outro e-mail aqui. Desculpe. É um e-mail enviado pela Stovold a Marco Rocha. A SRA. LEILA BARROS (Bloco Parlamentar Senado Independente/PSB - DF. Para interpelar.) - Só uma última pergunta com relação a... O senhor poderia confirmar que as famílias dos tripulantes, funcionários da LaMia, receberam as indenizações das apólices de seguro? E qual o valor dessas indenizações? E por quem foram pagas? - porque as famílias dos tripulantes receberam, funcionários receberam. O SR. IZALCI LUCAS (Bloco Parlamentar PSDB/PSL/PSDB - DF. Como Relator.) - É. A SRA. LEILA BARROS (Bloco Parlamentar Senado Independente/PSB - DF. Para interpelar.) - Receberam essas indenizações de uma apólice de seguros. E qual foi o valor e por quem foram pagas? O SR. IZALCI LUCAS (Bloco Parlamentar PSDB/PSL/PSDB - DF. Como Relator.) - Ele entregou a cópia... O SR. RICARDO ALBACETE (Para expor. Tradução simultânea.) - Ele nos entregou a cópia. Não há explicação. Pagaram US$150 mil. E eles pagaram imediatamente e pagaram também as pessoas que eram passageiros, não eram tripulantes. É uma coisa totalmente sem base, quer dizer, o Sr. Gustavo Encina, que vocês estão perguntando e também perguntavam sobre as coisas, de como funcionavam, que minha filha dizia também que tinha um contato com a Conmebol. O único contato que havia eu dizia à minha filha, que ela comentava... Gustavo Encina também morreu no acidente era um paraguaio que tinha... Que estava ali me causando uma péssima impressão infelizmente, para mim. Em Medellín, ele dizia: "Não, sou eu que vou construir isso melhor. Vão pagar mais, eles vão fazer mais barato", e todas essas coisas. Mas ele me comentou isso. No entanto, ele passou a fazer como se fosse um tripulante. E ele, supostamente, é aquele que fazia os contatos, tinha os telefones de cada clube. E eu... Efetivamente, para mim, era uma coisa de pouca organização e talvez seria pouco o montante desse valor. Então, Simon, como vocês chamam, ele negociou nesse dia. Em lugar de fazer uma apólice como era feito anteriormente, até o ano anterior, onde estavam os tripulantes, a família e também os civis, nesse momento ele dividiu em duas apólices, não se sabe exatamente por que fez isso. |
| R | E ele dizia: "Bom, fizemos essas coisas, mas não tem aí a instrução da Colômbia", quer dizer, foi feito isso a partir dos civis e toda essa questão, mas é como se fosse, como eu mencionei, o tapete de Alladin, ou seja, é uma coisa que vou te dar, paguei e acabou. Isso é uma coisa que eu não sei te explicar. Eu acho que isso não tem base. O SR. IZALCI LUCAS (Bloco Parlamentar PSDB/PSL/PSDB - DF. Como Relator.) - Deixe eu continuar aqui na minha linha de raciocínio, para que eu possa ter algumas respostas pontuais com relação a isso que foi colocado. V. Sa., por acaso, teria essas autorizações, que é a responsabilidade civil, US$300 milhões, correto, que é o inicial. O senhor tem essa autorização, que é essa responsabilidade civil de US$300 milhões? Não havia a exclusão geográfica para a Colômbia, correto, ou não? Nessa de 300 milhões, havia a exclusão da Colômbia? O SR. RICARDO ALBACETE (Para expor. Tradução simultânea.) - Sim, eu, de fato, estou esperando para fazer, porque nos Estados Unidos são seis anos, não é como nos nossos países. E, ao qual, inclusive, eu vou fazer uma solicitação, porque eles fizeram um péssimo trabalho em relação a isso e, claro, com um legado bem importante. E, ali, o prêmio ou primazia que foi paga é da minha corporation, é quase igual àquilo que pagávamos anteriormente. Há uma coisa que, claro, eu acredito que esse senhor, em um tribunal norte-americano de direitos diferentes, positivos como esse... No entanto, as coisas vão ser bem complicadas para eles. O SR. IZALCI LUCAS (Bloco Parlamentar PSDB/PSL/PSDB - DF. Como Relator.) - Você, por acaso, teria as autorizações prévias da seguradora e da resseguradora para transportar a equipe de futebol? Poderia encaminhá-las aqui para a CPI, se tem, essas autorizações da seguradora? O SR. RICARDO ALBACETE (Para expor. Tradução simultânea.) - Como aerolíneas Aruba, Mérida, Margarita, como se chama, eu nunca transportava esses times de futebol. E esses transportadores, na verdade, não, nunca faziam nada. Uma só vez, estando em Aruba, nessa função de turismo, havia uma aerolínea que estava quebrando e chegou com os passageiros ali. Como vinham da Venezuela, aterrissou em Aruba. E ali eles estavam no avião e me pediram, por favor, que levasse os passageiros, e o fizemos gratuitamente. E os levamos, mas nunca transportamos passageiros e também nenhuma relação comercial. O SR. IZALCI LUCAS (Bloco Parlamentar PSDB/PSL/PSDB - DF. Como Relator.) - De acordo com o eslaide nº 5, no dia seguinte, em 29/07/2015, às 16h43, Loredana volta a falar com Simon, e foi copiado para V. Sa. Faz cinco indagações sobre o seguro e, entre elas, pergunta: "Se começássemos os riscos de voo completo, em 1º de agosto, para a aeronave E2348, da CP-2933, você poderia me informar sobre o aumento do prêmio?". Há um comentário aqui: "Registro que, naquela oportunidade, a apólice vigente, 10 de abril de 2015 a 10 de abril de 2016, cobria somente riscos em solo para quatro aeronaves. A apólice contemplava cobertura de responsabilidade civil de US$300 milhões e tinha a cobertura do casco de quatro e oitenta e cinco milhões de dólares para a aeronave CP-2933 e de US$4 milhões para as outras três aeronaves. Não havia exclusão geográfica para a Colômbia". É o que há aqui no comentário. Então, eu pergunto isso. |
| R | Bem, além disso, o Simon responde às indagações da Loredana no dia 3 de agosto de 2015. Quanto ao aumento do prêmio, informa que, para os riscos efetivos do voo, entre 1º de agosto de 2015 a 10 de abril de 2016, o acréscimo seria de US$145,048 mil. Eu pergunto: a apólice de 2015/2016, apesar de cobrir somente risco em solo, tinha cobertura de responsabilidade civil de US$300 milhões? O SR. RICARDO ALBACETE (Para expor. Tradução simultânea.) - Sim, claro. Não é exatamente assim, mas a aerolínea não podia voar com passageiros, porque não tinha autorização. Mas, quando se faz seguro, que, digamos, seria um seguro tão seguro, se podemos dizer assim... Não sei se eu consigo explicar bem isso, mas não é que o seguro, digamos, perdão... Há alguma coisa aqui que eu apertei... Não é que o seguro... Há seguro para estar no solo. Certo? E não tem sentido que um avião só esteja no solo. Então, um avião que não voe? Claro. Quer dizer, evidentemente, seguro com responsabilidade civil também constava que podia voar. Em qualquer momento, ele podia ter um convite. Quer dizer, é isso que nós fazemos: voamos com convidados. E isso foi evidente. E eu me lembro, quando nós viemos ao Brasil... Como se chama a cidade que está mais acima, perto da Venezuela? Como se chama a cidade de vocês? O SR. IZALCI LUCAS (Bloco Parlamentar PSDB/PSL/PSDB - DF. Como Relator.) - Rio Negro? O SR. RICARDO ALBACETE (Para expor. Tradução simultânea.) - Não, a cidade que está pertinho da Venezuela, fronteira com Venezuela. Bom, nós fomos aí com esse avião e com o Governador de Margarita e também de Bolívar e também fomos até essa cidade - e não me lembro bem o nome dela. E aí está a Venezuela pertinho. Não me lembro do nome. Mas fomos até lá. Como é o nome? Não me lembro como se chama esse povoado com 100 mil habitantes que está perto de Manaus. Bom, eu não lembro. Ali, já voávamos. Quer dizer, entende? Não se pode ter um seguro somente, digo eu, que seria quando você poderia deixá-lo inválido se você não vai voar. Quer dizer, eu não sei explicar isso. O SR. IZALCI LUCAS (Bloco Parlamentar PSDB/PSL/PSDB - DF. Como Relator.) - Viu também que, nesses US$300 milhões, não havia exclusão? O SR. RICARDO ALBACETE (Para expor. Tradução simultânea.) - Não, não. Nunca houve. Somente a miséria, digamos, desse aéreo. O SR. IZALCI LUCAS (Bloco Parlamentar PSDB/PSL/PSDB - DF. Como Relator.) - Por que razão, então, a apólice seguinte, a outra, de 2016/2017, passou a ter cobertura de responsabilidade civil de apenas US$25 milhões tendo em vista que a aeronave passou efetivamente a voar? O risco não aumentou? O SR. RICARDO ALBACETE (Para expor. Tradução simultânea.) - Sim. É algo bem interessante, inclusive, de responder. Eu não participei disso, infelizmente. Mas eu nunca aceitaria isso. Bom, eu vou explicar o que eu posso dizer como entendimento meu. Os seguros, digamos, têm armadilhas, porque nós chegamos a uma apólice de US$300 milhões. Mas, quando eles têm um problema, então eles vão até a lei e dizem: "Bom, já não é por aí". De US$25 milhões vamos a US$300 milhões. Então, seguros não vão pagar tal coisa, tal coisa e tal coisa. E, quanto mais você paga os seguros, mais eles vão dizendo, quando há negligência... Então, eles sempre vão cobrar por algo que, depois, eles não podem ser obrigados a pagar. Ou seja, eles vão cobrar, cobrar, cobrar. Você chega à sua casa, por exemplo, ele diz: "Vou pagar tanto pelo seu banheiro". Se, de repente, der um problema no seu banheiro, há determinado tipo de, digamos, cobertura. Não importa o limite do seu pagamento, mas ali você vai ter o documento de convênio de Chicago e de não sei o quê, e ali você tem a aprovação do Senado do Brasil, e isto... Bom, é isso que temos, é o que dizem. |
| R | Então, o que acontece? Parece até mentira, mas é, digamos, uma idiotice, uma estupidez até, e passar isso por uma miséria de 10, 11 milhões de dólares, de fato, eu acho que isso... Bom, mas eu acho que esse montante ou esse total não é tão importante; o importante é a exclusão. Ou seja, a exclusão é o problema. A SRA. LEILA BARROS (Bloco Parlamentar Senado Independente/PSB - DF. Para interpelar.) - Quanto o senhor pagou pela apólice de 300 milhões e quanto o senhor pagou pela apólice de 25 milhões? O SR. RICARDO ALBACETE (Para expor. Tradução simultânea.) - Se não me lembro bem, a anterior ... de Bolívia, 200 milhões de dólares... Desculpa, eu ia falar euros. E esses foram 169 mil. Mas, depois, se pagou a apólice das tripulações, que eu não me lembro exatamente quanto foi, se foi 15 mil a mais. Mas, no final, a apólice era de 170, 189, por aí, contra 212. É uma coisa incrível. A SRA. LEILA BARROS (Bloco Parlamentar Senado Independente/PSB - DF. Para interpelar.) - Deixe-me fazer uma pergunta do Senador Espiridião, que ele pediu para eu reportar... O SR. IZALCI LUCAS (Bloco Parlamentar PSDB/PSL/PSDB - DF. Como Relator.) - Precisava que ele fizesse essas perguntas depois, porque eu tenho uma sequência... A SRA. LEILA BARROS (Bloco Parlamentar Senado Independente/PSB - DF. Para interpelar.) - Então, no final... O SR. IZALCI LUCAS (Bloco Parlamentar PSDB/PSL/PSDB - DF. Como Relator.) - No final vai ser passado para vocês fazerem as perguntas, porque senão eu perco aqui o... A SRA. PRESIDENTE (Leila Barros. Bloco Parlamentar Senado Independente/PSB - DF) - No final eu vou fazer novamente a pergunta, porque o Espiridião pediu. O SR. IZALCI LUCAS (Bloco Parlamentar PSDB/PSL/PSDB - DF. Como Relator.) - Está bem. Ainda nessa resposta em que você estava falando sobre a responsabilidade, esses US$25 milhões foram desconsiderados; e não só a natureza como a região de abrangência. A Loredana talvez teria aceitado essa redução em função do valor da apólice? A Senadora Leila perguntou do valor que tem aqui na apólice, mas você acha que foi exatamente para obter o seguro e aí não se ateve a essa questão da região, da exclusão da região? O SR. RICARDO ALBACETE (Para expor. Tradução simultânea.) - Sim. Bom, na verdade, a Loredana começou a perguntar por que essa apólice era tão cara. E, digamos, as pessoas, quando LaMia ficou sem apólice, a Coyete, que é uma empresa colombiana de transporte de passageiros, contratou LaMia em um wet lease, que é aquele que se chama um contrato de leasing aéreo, que está com controle de tripulação. E ali nós temos o transporte desses passageiros, um controle deles. Ali, como não tinha seguro, LaMia suspendeu por falta de pagamento inicialmente. E o que eles fazem? Utilizam o seguro de Coyete. Ou seja, quando a minha filha viu esse seguro que cobre tudo e que é mais barato, reclama, ou seja, solicita a esse senhor e diz a ele: "Porque que vocês estão cobrando isso, porque temos outro que cobre tudo e cobra tanto?" Então, diante dessa discussão, eles diziam que para que não se reconhecesse que eles estariam abusando dos preços, eles estariam se aproveitando da nossa inocência. E ali eles dizem: "Não, mas se vocês querem nós podemos baixar esse preço para que fique mais econômico para vocês". E a minha filha chega a dizer... e disse assim: "Por 50 milhões?" Ela perguntou. E eles diziam: "Sim, por 50 milhões é tanto..." Aí, ela: "25 seria muita diferença". Então, eles não respondiam. Um dia, ele emitiu a apólice, sem a aprovação da minha filha, de 25 milhões somente, e ela tinha dito 50. Mas 50 parecia o.k, mas ele não passou dessa forma. O SR. IZALCI LUCAS (Bloco Parlamentar PSDB/PSL/PSDB - DF. Para interpelar.) - Esse diálogo de não concordar com 25 e concordar com 50... Eu não vi em nenhum momento. |
| R | O SR. RICARDO ALBACETE (Para depor. Tradução simultânea.) - Bom, há um diálogo no qual eles dizem que averiguariam esses 25 mais e nunca responderam, ou seja, o que foi que aconteceu? Eles emitiram essa apólice, e nós não temos essa cópia, ou seja, temos uma cópia resumida, em duas páginas iniciais, que são aquelas que você tem inicialmente. E, nessa apólice, estava a exclusão. E aí estava a pergunta da exclusão, e eles não fizeram nenhum tipo de objeção em relação a isso. Na verdade, eles nem consideraram isso, ou seja, diziam que nós não tínhamos que nos preocupar e somente que nos avisariam. Então, como ninguém disse isso e não nos avisaram, também a nossa filha, que não pertencia a essa equipe, ou seja, faltou a coordenação entre o voo da Chapecoense, que foi o último, quer dizer, a última hora. Essa contradição vinha já, digamos, na sexta-feira, e na segunda já estava voando. Minha filha só soube disso porque ela disse: "Me faça, por favor, a fatura, o boleto, para que Alice possa levar até a Justiça dos Estados Unidos", porque a minha filha estava em Miami. Então, o que acontece é que, de acordo com essas leis de julgamento ou juizado dos Estados Unidos, afirmou-se, dentro de uma parte do Estado norte-americano, que pode ser eleito dentro dele e pode ser enviado a eles. Então é por isso que dá a ele o fórum conveniente às demandas. O SR. IZALCI LUCAS (Bloco Parlamentar PSDB/PSL/PSDB - DF. Como Relator.) - Dentro da Chapecoense e com a Bisa, que é o caso da seguradora, o contrato foi de US$50 milhões. O SR. RICARDO ALBACETE (Para expor. Tradução simultânea.) - Não é por 50, é... O SR. IZALCI LUCAS (Bloco Parlamentar PSDB/PSL/PSDB - DF. Como Relator.) - Eram 50 milhões o seguro. O SR. RICARDO ALBACETE (Para depor. Tradução simultânea.) - Está de 50 o seguro. O.k, aqui está. Foi em dezembro de 2015, 27 dias depois. Aí está a Chapecoense pedindo a apólice de seguro. O SR. PRESIDENTE (Izalci Lucas. Bloco Parlamentar PSDB/PSL/PSDB - DF) - A Loredana dizendo assim: "Não aceito de 25, tem que ser no mínimo de 50." Eu não vi isso. O SR. RICARDO ALBACETE (Para depor. Tradução simultânea.) - Não, não, é que elas acreditavam que eram 50 milhões. Eu não sei se consigo explicar isso. Loredana queria que fossem 50 milhões quando feito o contrato. Quando foi feito esse contrato, seria por 50 milhões. Não foi a Chapecoense que pediu 50 milhões. Mas a minha filha pensa que é 50. E o que aconteceu? A Chapecoense aprovou. Dizia que estava muito bom. Então, ali não recebeu a apólice. A Chapecoense pede, 15 de dezembro, dezessete dias depois do acidente. Essa é uma outra questão da Anac. Como foi que a Anac fez isso, para poder analisar um frete de um voo charter, com um frete que não foi considerado? Há uma consideração da Anac, quer dizer, em nenhum país da América Latina - não conheço da aviação brasileira -, você pode fazer um contrato de um frete charter sem que a autoridade aeronáutica aprove o contrato, revise o contrato. Então o que acontece é que naquele momento, a Aeronáutica do Brasil revisou o contrato da Chapecoense? Acredito que não. E ali entregou então essa apólice de seguro? E quando foi analisado, então, se daria ou não a permissão, se ia à Colômbia ou não, e o destino final era a Colômbia ou não? E se poderia permitir isso e começar, então, esse contexto brasileiro. E foi feito isso. Então o que aconteceu foi que a Colômbia não revisou, e ali a Anac não avisa então a Chapecoense e a todo mundo. E todo mundo fala: "Como é que vocês vão para a Colômbia? Vocês não podem ir para a Colômbia, não podem ir para a Colômbia". Ninguém pode fazer isso. Ninguém se deu conta disso. E de que erro estamos falando? Ou seja, todos participaram do erro aqui. Ninguém se deu conta disso, nem a Anac. A Anac também. Então, nós temos aqui a apólice do seguro depois do acidente, 17 dias. |
| R | O SR. IZALCI LUCAS (Bloco Parlamentar PSDB/PSL/PSDB - DF. Como Relator.) - O senhor está colocando que a Loredana não sabia que, na cláusula do seguro, tinha a exclusão da Colômbia? O SR. RICARDO ALBACETE (Para expor. Tradução simultânea.) - Não, não falei isso. Eu falei que a Loredana não sabia... Ela sabia que havia a cláusula de exclusão porque diz na primeira página, quase na segunda, na primeira ou na segunda página da apólice. Isso está dito. E diz porque a apólice... Aon, que acabo de falar, diz na apólice, quer dizer, o contrato de resseguro é o que coloca a exclusão. É a Aon que coloca a exclusão. E, por essa cláusula, ela fica sabendo que não pode ir para a Colômbia e pergunta para Simon: "Olha, o que a gente faz aqui?". "Não se preocupe. Com que você diga antes de sair é suficiente". Um e-mail: estamos saindo para a Colômbia. E tudo bem. O SR. IZALCI LUCAS (Bloco Parlamentar PSDB/PSL/PSDB - DF. Como Relator.) - No seu entendimento, a corretora Aon não avaliou adequadamente os riscos envolvidos nas operações da LaMia quando da formatação da apólice 2016/2017? O SR. RICARDO ALBACETE (Para expor. Tradução simultânea.) - Isso foi uma falha muito grave e sem desculpas por parte da Aon. O SR. IZALCI LUCAS (Bloco Parlamentar PSDB/PSL/PSDB - DF. Como Relator.) - E cabe a ela esse cálculo? Não é quem está contratando? O SR. RICARDO ALBACETE (Para expor. Tradução simultânea.) - Quem está contratando que tem que dizer. Lamentavelmente, a Aon não levou em consideração o cliente. E é isso que está acontecendo. A SRA. LEILA BARROS (Bloco Parlamentar Senado Independente/PSB - DF. Para interpelar.) - Quando a gente contrata um seguro, qualquer pessoa, vem o contrato, e quem está contratando vai analisar esse contrato. No caso de vocês, não houve esse... Houve uma alteração e não houve uma conversa sobre essa alteração, uma revisão de quem está contratando? O SR. RICARDO ALBACETE (Para expor. Tradução simultânea.) - É que a minha filha não recebeu, nem eu. Nós não recebemos um contrato. Esse contrato nós não recebemos. Eu tenho a cópia de quando o Dr. Cremades, na Espanha, que é meu advogado, pede à companhia que, por favor, forneça o contrato. Ah, eu tenho aqui. A Aon responde... Simon responde que, lamentavelmente, ele não pode dar a carta - eu tenho aqui, não sei se já entreguei -, que não pode enviar porque isso é de responsabilidade da Bisa, e ele começa a me enrolar. Bom, eu tenho aqui em algum lugar. (Intervenção fora do microfone.) O SR. RICARDO ALBACETE (Para expor. Tradução simultânea.) - Bom, eu vou entregar. Eu posso garantir que, em alguma parte, em algum lugar, eu tenho esse documento que tem a ver com... É um documento que diz, que responde... Simon responde ao meu advogado: que por isso - bom, como fazem os que estiveram aqui antes, não é? -, não, eu não sei nada, eu não posso dar nada, porque eu não posso, porque eu não posso, porque isso quem tem é a LaMia. Tem que pedir para a LaMia. Bom, aqui a LaMia, estão todos os documentos na fiscalização da Bolívia. Eles não têm nada de documento no escritório. Onde está a apólice de seguro? A gente nunca teve. A gente teve só a que foi passada para vocês. E aí fala dos 25 milhões. O SR. IZALCI LUCAS (Bloco Parlamentar PSDB/PSL/PSDB - DF. Como Relator.) - Para V. Sa., então, foi feito um cambalacho - eu não sei se o senhor conhece essa palavra - apenas para permitir o retorno das operações da LaMia? Eu pergunto a V. Sa.: o senhor, então, concorda que foi feita uma tramoia, um cambalacho, um jeitinho apenas para permitir que a LaMia pudesse retomar as operações dela? |
| R | Porque ela não tinha seguro, tiveram que dar um jeito para ela operar de qualquer jeito. Porque eram 300 milhões, 150 milhões; tinha uma proposta de 50 milhões. Mas aí deram um jeito de fazer uma de 25, somente para... Inclusive excluindo a Colômbia. Isso o senhor acha que foi feito só para a LaMia voltar a operar? A LaMia não podia operar porque estava atrasada, não tinha pago a apólice. Estavam atrasadas duas parcelas. O SR. RICARDO ALBACETE (Para expor. Tradução livre.) - Quando, em 2016? Ao final? O SR. IZALCI LUCAS (Bloco Parlamentar PSDB/PSL/PSDB - DF. Como Relator.) - Antes desse voo, havia muita negociação da Loredana dizendo: "Nós estamos com perspectiva de pegar vários voos de futebol, mas a gente não consegue voar porque não temos seguro. E a gente não consegue pagar o seguro porque não estamos voando". Então, conseguiram fazer um de 25 milhões como se fosse um jeitinho para que coisa acontecesse. O SR. RICARDO ALBACETE (Para expor. Tradução simultânea.) - Não, o que aconteceu foi o seguinte: quando se paga a apólice de seguro anterior, de 2015 e 2016, que eram 300 milhões... A última apólice não se pagou porque eu saí do negócio, porque eu não queria saber de mais nada disso. Então, tanto a minha filha quanto... O SR. IZALCI LUCAS (Bloco Parlamentar PSDB/PSL/PSDB - DF. Como Relator.) - Quem é que estava no período, então? Quem estava operando nesse período de não pagamento da apólice de 300 milhões? O SR. RICARDO ALBACETE (Para expor. Tradução simultânea.) - O avião estava em Serra Leoa. O SR. IZALCI LUCAS (Bloco Parlamentar PSDB/PSL/PSDB - DF. Como Relator.) - Estava arrendado? O SR. RICARDO ALBACETE (Para expor. Tradução simultânea.) - Não, estava pré-vendido ao Sr. Sam Pa. Ele já me havia dado dois cheques. O SR. IZALCI LUCAS (Bloco Parlamentar PSDB/PSL/PSDB - DF. Como Relator.) - Para quem? Quem comprou as aeronaves? O SR. RICARDO ALBACETE (Para expor. Tradução simultânea.) - O avião? A China Sonangol, uma empresa de Angola com a China. O SR. IZALCI LUCAS (Bloco Parlamentar PSDB/PSL/PSDB - DF. Como Relator.) - Daquele chinês? O SR. RICARDO ALBACETE (Para expor. Tradução livre.) - Do chinês? Claro. O SR. IZALCI LUCAS (Bloco Parlamentar PSDB/PSL/PSDB - DF. Como Relator.) - Sim, mas daquele amigo... O SR. RICARDO ALBACETE (Para expor. Tradução simultânea.) - Sim, de Sam Pa. Ele. O SR. IZALCI LUCAS (Bloco Parlamentar PSDB/PSL/PSDB - DF. Como Relator.) - Ele comprou as aeronaves? O SR. RICARDO ALBACETE (Para expor.) - Sim. O SR. IZALCI LUCAS (Bloco Parlamentar PSDB/PSL/PSDB - DF. Como Relator.) - Mas nesse período do acidente, então, a aeronave já era dele? Não era... O SR. RICARDO ALBACETE (Para expor. Tradução simultânea.) - Não, não, não, não. Não me pagaram e eu não pude fazer o traspasso. Eu entreguei as aeronaves em setembro. Quando eu enviei as faturas, em outubro - porque estavam na semana da pátria na China, em 9 de outubro, terminando a semana da pátria -, o Partido Comunista o prendeu e o avião ficou lá. Eu falei com Bryan Jinping, que é assistente do Presidente Koroma: "Bom, aqui estão as chaves. Entreguei as chaves ao Sr. Turiming, aquele que.... Ficou lá. Ficou em... O SR. IZALCI LUCAS (Bloco Parlamentar PSDB/PSL/PSDB - DF. Como Relator.) - As duas parcelas que estavam inadimplentes, as duas que estavam faltando, foram pagas por quem e quando? O SR. RICARDO ALBACETE (Para expor. Tradução simultânea.) - As parcelas, inicialmente, foram pagas... O SR. IZALCI LUCAS (Bloco Parlamentar PSDB/PSL/PSDB - DF. Como Relator. Fora do microfone.) - Dos 300 milhões faltavam duas parcelas. O SR. RICARDO ALBACETE (Para expor. Tradução simultânea.) - Não me lembro se coloquei dinheiro porque o dinheiro do Sam Pa, esses US$2,3 milhões, foram investidos em manter a operação de LaMia Corporation, no sentido fundamentalmente de que eu tinha que terminar os aviões. O problema grave é que a LaMia Corporation tinha os meus aviões alugados. Os aviões estavam sendo arrumados, estavam na fase de manutenção. O dinheiro que estava ajudando na manutenção era mandado para a LaMia e a LaMia fazia a área de manutenção. Então, nós não pagávamos diretamente... Como se chama a companhia da Força Aérea Boliviana? É uma companhia que faz a manutenção. E eles devolviam o dinheiro. Tinha que ser através da LaMia. A LaMia pagava a companhia que fazia a manutenção dos aviões. |
| R | Então, o que acontece é que, em outubro, novembro e dezembro de 2015, bom, como eu fiz o meu trabalho, tive os aviões na África, montei negócios em Portugal, montei negócios na Espanha, e agora acontece que os aviões estão presos e eu vai ficar com tudo montado? Eu montei os hangares para as minhas operações. Eu estava na Turquia e mandei dois hangares para Madagascar e outro para Serra Leoa. Eu trabalhava com os presidentes dali. Eles me conheciam. Eu trabalhava com os Presidentes, eu almoçava com as esposas e eu trabalhava com muitos projetos de desenvolvimento econômico com os chineses. Eu, então, disse: "Não, como não vão pagar?". "Eu não pago mais nada. Os aviões ficam aí e, quando o Sr. Sam aparecer, ele vai me pagar. Mas eu fiz o meu trabalho. Eu entreguei meus aviões e aqui estão as chaves e assinados". O SR. IZALCI LUCAS (Bloco Parlamentar PSDB/PSL/PSDB - DF. Como Relator.) - Qual foi o período? O dia? O SR. RICARDO ALBACETE (Para expor. Tradução simultânea.) - Em 27 de setembro do ano de 2015, em Longport, eu entreguei as chaves ao Bryan Jinping, assistente do Presidente Koroma. E com a matrícula boliviana ficaram dois empregados bolivianos de uma empresa chamada Lacans, que prestava serviço de manutenção na LaMia Corporation, com o ebola. Naquela época, havia o ebola, não é? E eles ficaram lá. A minha posição foi: "Eu entrego o avião, eles me pagam. Eu não tenho mais nada a ver com isso". Eu fiquei chateado, não é? Então, chegou dezembro, começou a pressão da empresa boliviana: "O que esse avião faz lá em Serra Leoa? O que faz essa gente lá?". Então, chegaram os dois pilotos, que morreram: "Bom, vamos lá! A gente coloca a trabalhar, senão vai ficar a perder. Com essa umidade, que tem aqui do mar, esses aviões vão se prejudicar aqui. Isso custa dinheiro". "O.k. Mas não me metam nisso. Eu não quero saber disso. Eu já estou cheio disso". Esse era o problema. Bom, se eu estivesse, muito dessas coisas não tinham acontecido, porque eu sou um homem sério. Não que a minha filha não seja séria, mas é que a minha filha estava metida numa bagunça que não tinha fundo. Então, é claro, manda esses e-mails se pode contratar, se não tivesse isso ou aquilo. E as pessoas se aproveitaram disso. (Intervenção fora do microfone.) O SR. RICARDO ALBACETE (Para expor. Tradução simultânea.) - Desculpe-me. Eu termino. Fizeram um contrato e o Simon disse à minha filha: "É por seis meses? É muito ruim o contrato. É muito mau o seguro". "Mas é o que tem. Foi o que eu consegui. E dentro de seis meses a gente muda". Terminaram os seis meses, e aí estão os e-mails dizendo: "Bom, que pena. Aqui tem uma solidariedade; então, no seguro, dizem que não vão fazer o resseguro, porque isso não é normal. Que continuem seis meses mais e depois a gente arruma". "Mas esse seguro é muito ruim" - minha filha disse. "Me obriga a estar avisando, tem muitas restrições. Eu quero mudar o seguro ao que a gente tinha anteriormente". E o Simon disse: "Não posso negociar. Não consigo, sou muito ruim e não consigo". O SR. IZALCI LUCAS (Bloco Parlamentar PSDB/PSL/PSDB - DF. Como Relator.) - Antes um pouco do acidente, durante o acidente, a Loredana ainda continuava operando nas negociações do seguro. Era a Loredana que fez tudo isso. O SR. RICARDO ALBACETE (Para expor.) - Sim. O SR. IZALCI LUCAS (Bloco Parlamentar PSDB/PSL/PSDB - DF. Como Relator.) - V. Sa. já não estava mais no processo? Já tinha vendido as aeronaves? O SR. RICARDO ALBACETE - Perdão. O quê? O SR. IZALCI LUCAS (Bloco Parlamentar PSDB/PSL/PSDB - DF. Como Relator.) - Esses seguros todos foram trabalhados pela Loredana? Ela que fez toda a operação. O SR. RICARDO ALBACETE (Para expor.) - Sim. O SR. IZALCI LUCAS (Bloco Parlamentar PSDB/PSL/PSDB - DF. Como Relator.) - O senhor está dizendo que vendeu as aeronaves em 2015. |
| R | O SR. RICARDO ALBACETE (Para expor.) - Sim. O SR. IZALCI LUCAS (Bloco Parlamentar PSDB/PSL/PSDB - DF. Como Relator.) - O acidente foi no dia 29 de novembro de 2016. Então, quando houve o acidente, o senhor não era dono das aeronaves? O SR. RICARDO ALBACETE (Para expor. Tradução simultânea.) - Não, não, não; eu continuo sendo dono, porque a venda não se materializou. Os aviões continuavam sendo meus. Ele me adiantou um dinheiro, mas ele deu para cobrir os gastos que foram ocasionados, os trens de aterrissagem, para a vida útil dos trens de aterrissagem, a gente tinha de fazer a manutenção. Nisso, foi US$1,2 milhão... (Intervenção fora do microfone.) O SR. RICARDO ALBACETE (Para expor. Tradução simultânea.) - Sim; nós recebemos US$1,2 milhão. (Intervenção fora do microfone.) O SR. RICARDO ALBACETE (Para expor. Tradução simultânea.) - Não; para vender a aeronaves, falta ter fatura, transferir a propriedade. Eu fiz a fatura. Não me pagaram, não se transferiu a propriedade. O SR. IZALCI LUCAS (Bloco Parlamentar PSDB/PSL/PSDB - DF. Como Relator.) - Continuou de sua propriedade? O SR. RICARDO ALBACETE (Para expor. Tradução simultânea.) - Sim, minha. O SR. IZALCI LUCAS (Bloco Parlamentar PSDB/PSL/PSDB - DF. Para interpelar.) - A questão de fazer o seguro de US$25 milhões foi exatamente porque o de US$300 milhões tinha duas parcelas vencidas. O SR. RICARDO ALBACETE (Para expor. Tradução simultânea.) - Sim, as parcelas vencidas tinham que pagar o senhor chinês, as que faltava, mas o senhor chinês não apareceu porque estava preso; e eu decidi não pagar. Isso faz com que as apólices de seguro fiquem vencidas e que o seguro avise a companhia, a direção geral... E não procede. Então, falamos com a EcoJet, com a apólice de seguro da EcoJet, e, depois, negocia-se essa apólice de transição de seis meses, na qual não se colocou muita atenção, porque eu estava muito desgostoso com tudo isso. Até dezembro, eu mandei o e-mail, terminando o contrato a 31 de dezembro, e mandei buscar os meus aviões, e contratei na Espanha, em Lérida, onde iam chegar as aeronaves. Bom, de fato, quando vocês dizem que eu não contratei, eu falei com as pessoas de Celta de Vigo, com um argentino que era... Pareceu interessante para ele fazer um transporte de times de futebol na Espanha. A SRA. LEILA BARROS (Bloco Parlamentar Senado Independente/PSB - DF. Fora do microfone.) - Só um minutinho... O SR. IZALCI LUCAS (Bloco Parlamentar PSDB/PSL/PSDB - DF. Como Relator.) - O senhor acha que todos os envolvidos na formatação dessa apólice, que é uma apólice de um seguro arranjado, deveriam responder pelas indenizações das vítimas do acidente? O senhor entende isso? Ou seja, quem é que... Bem, eu acho que... A SRA. LEILA BARROS (Bloco Parlamentar Senado Independente/PSB - DF. Pela ordem.) - Nós só estamos querendo interagir um pouquinho também. Desculpa, Izalci. Eu sei que você... O SR. RICARDO ALBACETE (Para expor. Tradução simultânea.) - Quando... A SRA. LEILA BARROS (Bloco Parlamentar Senado Independente/PSB - DF. Pela ordem.) - Eu sei que você tem um raciocínio, mas a gente também tem que... A gente tem de estar junto aqui. O SR. IZALCI LUCAS (Bloco Parlamentar PSDB/PSL/PSDB - DF. Como Relator.) - Eu sei, Leila, mas é porque há um Regimento que diz o seguinte: primeiro, o Relator; depois passa para os Senadores. A SRA. LEILA BARROS (Bloco Parlamentar Senado Independente/PSB - DF. Como Relatora.) - Não; o Relator... Por exemplo, poderia dar seis perguntas ao Relator e nós aqui, que também queremos interagir, poderíamos ter pelo menos uma ou duas. O SR. IZALCI LUCAS (Bloco Parlamentar PSDB/PSL/PSDB - DF) - Não; pode perguntar, eu só não quero perder... O SR. PRESIDENTE (Jorginho Mello. Bloco Parlamentar Vanguarda/PL - SC) - O Relator termina as indagações e eu passo para o Kajuru, para o Amin e para a Leila. A SRA. LEILA BARROS (Bloco Parlamentar Senado Independente/PSB - DF. Pela ordem.) - E as outras Comissões e o resto que a gente tem? O SR. IZALCI LUCAS (Bloco Parlamentar PSDB/PSL/PSDB - DF. Como Relator.) - Não; se você quiser fazer as perguntas, todo mundo deixa. Não é normal. A SRA. LEILA BARROS (Bloco Parlamentar Senado Independente/PSB - DF. Pela ordem.) - Não são todas as perguntas. A gente poderia interagir. O SR. IZALCI LUCAS (Bloco Parlamentar PSDB/PSL/PSDB - DF. Como Relator.) - Pode interagir. Não há problema algum. A SRA. LEILA BARROS (Bloco Parlamentar Senado Independente/PSB - DF. Pela ordem.) - Eu sei que você tem um raciocínio... O SR. PRESIDENTE (Jorginho Mello. Bloco Parlamentar Vanguarda/PL - SC) - Se você pedir um aparte a ele, ele pode conceder, Senadora, sem problema. A SRA. LEILA BARROS (Bloco Parlamentar Senado Independente/PSB - DF. Pela ordem.) - Não; às vezes, eu tentei e ele disse: "Leila, deixa eu concluir o meu raciocínio". Eu estou esperando e estou tentando interagir. É só isso. O SR. IZALCI LUCAS (Bloco Parlamentar PSDB/PSL/PSDB - DF. Como Relator.) - Leila, só para esclarecer, porque, talvez, seja falta de entendimento. A SRA. LEILA BARROS (Bloco Parlamentar Senado Independente/PSB - DF) - E eu acho que o Kajuru pensa... O SR. IZALCI LUCAS (Bloco Parlamentar PSDB/PSL/PSDB - DF. Como Relator.) - Deixe-me dizer a você. É porque... Lógico... A SRA. LEILA BARROS (Bloco Parlamentar Senado Independente/PSB - DF. Pela ordem.) - Não, não é falta de entendimento. É só conversar aqui, acertar e nós podemos, enfim, compartilhar este momento aqui, porque a gente também tem curiosidades. Eu tenho perguntas... O SR. IZALCI LUCAS (Bloco Parlamentar PSDB/PSL/PSDB - DF. Como Relator.) - Eu não tenho nenhuma dificuldade, não, gente. Eu só tenho... É porque a gente, como Relator - e eu já participei de dez CPIs -, no rito normal da CPI, faz um plano de trabalho e desenvolve. Como quem vai fazer o relatório sou eu, eu tenho de seguir um rito, só para não perder a minha... O SR. PRESIDENTE (Jorginho Mello. Bloco Parlamentar Vanguarda/PL - SC) - Eu tenho dado... O SR. IZALCI LUCAS (Bloco Parlamentar PSDB/PSL/PSDB - DF. Como Relator.) - Mas eu não tenho nenhuma dificuldade. A SRA. LEILA BARROS (Bloco Parlamentar Senado Independente/PSB - DF. Pela ordem.) - Eu também... Você participou... A gente está querendo aqui é só interagir. |
| R | O SR. PRESIDENTE (Jorginho Mello. Bloco Parlamentar Vanguarda/PL - SC) - Eu tenho dado oportunidade de falar até a quem está na plateia. Então, eu tenho sido muito democrático, Senadora Leila. O SR. IZALCI LUCAS (Bloco Parlamentar PSDB/PSL/PSDB - DF. Como Relator.) - Pode fazer, pode ficar à vontade. A SRA. LEILA BARROS (Bloco Parlamentar Senado Independente/PSB - DF. Pela ordem.) - Posso perguntar, Sr. Presidente? O SR. PRESIDENTE (Jorginho Mello. Bloco Parlamentar Vanguarda/PL - SC) - Pode perguntar. A SRA. LEILA BARROS (Bloco Parlamentar Senado Independente/PSB - DF. Para interpelar.) - Obrigada. Considerando que as apólices de seguro da LaMia foram pagas às famílias dos tripulantes, eu pergunto ao senhor se o senhor poderia confirmar que não recebeu nenhuma compensação da seguradora, resseguradora ou do fundo humanitário pelo avião ou pelas perdas ou por outras perdas que o senhor teve? O senhor poderia... O SR. RICARDO ALBACETE (Para expor. Tradução simultânea.) - Eu não recebi nada, simplesmente ameaças. A única coisa que eu recebi foram ameaças. Desse cara, o Alex Stovold. Me ameaçou e digo quando. Aqui o documento. A SRA. LEILA BARROS (Bloco Parlamentar Senado Independente/PSB - DF. Para interpelar.) - A última pergunta do Senador Esperidião Amin, que me pediu: a Aon sabia que a LaMia passaria a voar com risco aumentado - eu sei que o senhor já respondeu, mas eu gostaria mais uma vez de frisar -, transporte de jogadores de futebol, e ainda assim aceitaram reduzir o valor da apólice, que o senhor confirmou aqui, sim. E o senhor apresentou ao Relator provas. Com a sua experiência, eu pergunto ao senhor: com a sua experiência na aviação, não seria razoável que tivesse aumentado o valor da apólice, considerando que passaria a transportar atletas e jornalistas campões mundiais e tudo, de renome do futebol sul-americano e mundial? Pela sua experiência? O SR. RICARDO ALBACETE (Para expor. Tradução simultânea.) - Eu nunca teria aceitado menos de US$300 milhões. Nunca. Jamais! A SRA. LEILA BARROS (Bloco Parlamentar Senado Independente/PSB - DF. Fora do microfone.) - O.k. Obrigada. O SR. RICARDO ALBACETE (Para expor. Tradução simultânea.) - Eu quero dizer uma coisa, porque é uma pergunta do Relator, e eu gostaria de contestar. Ele diz: quem tem que pagar? Quando se contrata um seguro é porque, se tem um acidente... Bom, se você passar por um semáforo e tiver um acidente, você chama o seguro para pagar. Por isso você tem uma apólice de seguro. Pode ter muita gente culpada, eu não sei quem são, mas o seguro é quem paga. Para isso tem o seguro. O seguro está feito para quê? Para roubar o dinheiro das pessoas e dar oportunidade, quando tem um acidente, então, na letra pequena dizer: "Olha, tem que ter os olhos azuis", e não pagar? O seguro está para isso. Aqui tem muitos culpados, entre eles, eu, porque eu, lamentavelmente, sou o pai dessa criatura, que começou na Venezuela e terminou, lamentavelmente, com toda a dor da minha alma. (Interrupção do som.) O SR. IZALCI LUCAS (Bloco Parlamentar PSDB/PSL/PSDB - DF. Como Relator.) - ... desse seguro arranjado, porque, na prática, a apólice deveria ser aquela inicial, como o senhor disse, de US$300 milhões. Mas coloca para mim o eslaide número seis. A primeira inadimplência da LaMia, em 2015, e o cancelamento da apólice de 2015 e 2016. De acordo com o eslaide que está aí, no dia 21 de setembro de 2015, às 13h47, o Darwin, que é o chefe de cobrança da corretora Estratégica, antiga Aon da Bolívia, escreveu para a Loredana para lembrá-la de que venceria a terceira parcela do prêmio no valor de US$67.449,29, no dia 26/09/2015. Nos dias 9/10 e 14/11/2015, respectivamente, o Darwin volta a cobrar o pagamento. A Loredana, então, só responde no dia 11/11/2015. Disse que enfrenta dificuldade para efetivar o pagamento, em razão dos custos de manutenção das aeronaves e da falta de operações. Informa que é cliente da Aon já há bastante tempo e que Simon conhece bem a trajetória e a seriedade da LaMia, com cópia também para V. Sa. |
| R | Somente em 10 de dezembro de 2015, a Loredana informa que está em condições de pagar a terceira parcela. Disse que permaneceu em contato com o Simon durante esse período e que ele conseguiu a extensão da cobertura por resseguradores. Aquilo que nós estávamos falando agora. Então, os resseguradores aqui... O Simon disse que conseguiu a extensão da cobertura com as resseguradoras, então, a Tokio Marine. No dia 11/12/2015, o Jorge Henrique Londoño Pinto, que é o gerente geral da corretora Estratégica, antiga Aon boliviana, pede a Loredana, então, que informasse a data certa do pagamento. E disse que recebeu muita pressão da seguradora Bisa - também foi com cópia para V. Sa. E, no dia 16/12/2015, às 10h03, a Loredana informa que fará o pagamento no dia 17 de dezembro de 2015 ou, no mais tardar, no dia seguinte. No entanto, o pagamento da terceira parcela, que foi vencida em 26/09/2015, e a quarta, vencida em 26/12/2015, parcelas do prêmio, não ocorre, então, não houve... E a apólice de 2015 e 2016 é cancelada, então, no dia 5 de janeiro de 2016. Ela foi cancelada. E, no dia 11 de janeiro, o DGAC, após comunicado pela seguradora Bisa, suspende a operação da LaMia e ordena a permanência em solo da aeronave CP2933. Então, eu pergunto: a aeronave CP2933 chegou a voar no segundo semestre de 2015? Quais os trechos e quem contratou? Tem conhecimento? No segundo semestre de 2015. O SR. RICARDO ALBACETE (Para expor. Tradução simultânea.) - Bom, o que eu posso dizer é: entendo, quando a aeronave voou em 14 de dezembro de 2015 para o Brasil... Até 14, em 2015, não estava no Brasil. A aeronave foi da Bolívia, em princípio, em meados de setembro de 2015, e regressou à Bolívia, por Natal, Cabo Verde e Natal, em 14 e 15 de dezembro de 2015. Quer dizer, a aeronave, sim, voava e estava voando. E creio que quando chegou à Bolívia de novo, não sei em que data, a Bisa suspendeu, porque não tinha pago a apólice. Eles começaram a voar com a EcoJet, com a apólice de EcoJet. Depois que se negociou essa apólice malfeita, que estava vigente no momento do acidente, lamentavelmente. O SR. IZALCI LUCAS (Bloco Parlamentar PSDB/PSL/PSDB - DF. Como Relator.) - Por que razão a seguradora Bisa só comunicou a inadimplência da LaMia à DGAC mais de três meses depois? A aeronave operou sem cobertura nesse período? O SR. RICARDO ALBACETE (Para expor. Tradução simultânea.) - A aeronave tem cobertura até que a autoridade aeronáutica não é comunicada de que está sem cobertura. Como se você compra uma geladeira e deixa de pagar a geladeira. A geladeira é sua. O que você tem é uma dívida. Ninguém pode tirar a geladeira de você porque você tem uma dívida. Isso quem tem que fazer é o tribunal. A cobertura do seguro está vigente enquanto o seguro não diga à autoridade aeronáutica, que é quem solicita se o seguro está vigente ou não está vigente. Por tal motivo, quando houve o acidente, o seguro estava vigente. |
| R | A Bisa pode dizer... É como dizer: o avião não está destruído, está escondido em alguma parte. Mas isso são besteiras, o seguro está vigente. Tanto está vigente que a DGAC não foi notificada. Não foi pago? Não foi pago. É uma dívida. E tem muita gente que tem dívida, que não paga. Não perde nem a geladeira nem o carro, até que seja discutido isso. O SR. IZALCI LUCAS (Bloco Parlamentar PSDB/PSL/PSDB - DF. Como Relator.) - Qual é a relação existente entre a corretora Aon e a corretora Estratégica, antiga Aon Bolívia. Qual a relação deles? O SR. RICARDO ALBACETE (Para expor. Tradução simultânea.) - Bisa é um fronting e está no documento. Está no documento que eu passei. Aqui é onde diz. Eu ressaltei que a Bisa é um fronting e cobra US$2,5 mil. Está por aqui em alguma parte. Está o e-mail completo. Aqui está tudo. Estratégica, explico melhor. Aon foi ilegalizada, de alguma maneira, com alguns problemas na Bolívia. E como Aon teve que sair da Bolívia e tinha negócios na Bolívia, contrata a Estratégica como sua representante. Eu tenho os cartões do Sr. Londoño. E essas pessoas com a aon.com. Eles são aon.com. Londoño é um Aon. Estratégica é um Aon da Bolívia, mas sem o nome Aon, porque a Aon não podia estar lá, pois havia algum problema anterior. Não sei qual seria. O Sr. Londoño é Aon, não é outro. Não é que a Estratégica seja diferente da Aon, é um representante, é uma extensão da Aon, como a Bisa, que prestou certificado para ir entregar o seguro, porque a lei boliviana exige que seja uma seguradora boliviana que faça isso. É a Aon! São bonecos? O SR. IZALCI LUCAS (Bloco Parlamentar PSDB/PSL/PSDB - DF. Como Relator.) - A seguradora Bisa tinha conhecimento das tratativas feitas pela Loredana diretamente com a corretora Aon? Quem repassava as informações à seguradora Bisa? O SR. RICARDO ALBACETE (Para expor. Tradução simultânea.) - Não. Loredana, fundamentalmente, a relação era com o agente da Aon diretamente. Em alguma oportunidade se comunicou com uma Sra. Agamúcio. Desculpe-me, Sra. Agamúcio, se algum dia sair na imprensa e isso possa custar o seu cargo. Ela manda à minha filha o contrato de seguros que eles nos negavam. Olha, eu vou fazer o possível... Depois do acidente, não é? Minha filha: "Vê se faz chegar o seguro de contrato para a gente". Eu tenho contato com ela, a gente se levava muito bem". Sra. Agamúcio ela se chama. Essa cópia... "Bom, você sabe, eu perdi, não sei onde consigo. Você pode conseguir a cópia do contrato para mim, por favor?". Então, a Sra. Agamúcio não consultou, buscou e disse: "Olha, aqui está o contrato". Foi quando a gente viu que tipo de apólice tinha. E aí foi quando a gente se deu conta do tipo de contrato que a gente tinha - minha filha e eu. O SR. IZALCI LUCAS (Bloco Parlamentar PSDB/PSL/PSDB - DF. Como Relator.) - De acordo com... O SR. PRESIDENTE (Jorginho Mello. Bloco Parlamentar Vanguarda/PL - SC) - Só um pouquinho, Relator, eu quero fazer, antes que o senhor continue, o registro da presença que esteve aqui e meu pediu o Deputado Federal Marcelo Aro, que representa a Conmebol e deixou um documento aqui para ser entregue à CPI. Queria passar à mão de V. Exa. Queria registrar a presença do advogado Marcel Camilo e da Sra. Fabiane Belle. E gostaria também agora de solicitar que a Senadora Leila pudesse vir para cá para me substituir, porque eu terei que ir para o aeroporto. |
| R | A senhora pode vir para cá? A SRA. LEILA BARROS (Bloco Parlamentar Senado Independente/PSB - DF. Para interpelar.) - Eu vou fazer só uma pergunta. O SR. PRESIDENTE (Jorginho Mello. Bloco Parlamentar Vanguarda/PL - SC) - Está bem. A SRA. LEILA BARROS (Bloco Parlamentar Senado Independente/PSB - DF. Para interpelar.) - É rapidinho, Sr. Presidente. Sr. Albacete, o senhor disse que não recebeu nenhuma compensação com relação ao acidente, nem fundo humanitário, nem de resseguradora. Mas o senhor disse que recebeu uma proposta. Eu gostaria de saber do senhor de quem foi essa proposta e de quanto foi o valor. O SR. RICARDO ALBACETE (Para expor. Tradução simultânea.) - Fizeram-me uma proposta, o Alex, que poderia chegar a 8,5 milhões, que era o que sobrava. Ele fez uma conta. São 25 milhões. Fizeram-me uma proposta. Quem fez a proposta? Alex Stovold, Clyde&Co. A SRA. LEILA BARROS (Bloco Parlamentar Senado Independente/PSB - DF. Para interpelar.) - E ele representa quem? O SR. RICARDO ALBACETE (Para expor. Tradução simultânea.) - Alex Stovold é de uma empresa de advogados na questão do ramo de seguros. É alguém que é responsável por pagar. Ele é isso. Ele é o que está responsável que o dinheiro que depositaram para ele, que redepositaram para os advogados... Ele é o responsável pelo pagamento. E disseram: "Bom, são 25 milhões". Fizeram um cheque e depositaram na Clyde&Co. E vai lá convencer as famílias, isso é o que tem. E como eu estou fazendo barulho, eu vim trazer documentos e como eu não me dedico a essas coisas, então, claro... E quando viram que a minha filha... (Intervenções fora do microfone.) A SRA. LEILA BARROS (Bloco Parlamentar Senado Independente/PSB - DF. Para interpelar.) - O senhor está falando que ele representa o fundo humanitário? O SR. RICARDO ALBACETE (Para expor.) - Sim, claro. A SRA. LEILA BARROS (Bloco Parlamentar Senado Independente/PSB - DF. Para interpelar.) - O.k. O SR. RICARDO ALBACETE (Para expor. Tradução simultânea.) - Eles disseram para mim: "Estamos oferecendo US$200 mil. Dá US$13 milhões. Gastamos 2 milhões... A 3 milhões não chega entre os aportes. Então, você faz as contas e fica com US$8,5 milhões mais ou menos, eu calculo. E isso é o que podemos utilizar para pagar a você e você nos ajuda a não fazerem mais barulho, a não molestarem mais, a não oferecerem mais documentos e a convencerem as famílias, e a gente sair disso". O SR. IZALCI LUCAS (Bloco Parlamentar PSDB/PSL/PSDB - DF. Como Relator.) - Está nas notas aqui, V. Sa. tinha falado já sobre isso no início. Deixe-me só pegar o eslaide número sete. Ainda um pouco antes do cancelamento da apólice de 2015/2016, a Loredana envia, no dia 28 de dezembro de 2015, uma mensagem para o Simon Kaye e informa que havia a intenção de vender a aeronave, mas que a pessoa interessada havia ficado indisponível repentinamente, que é o chinês. O SR. RICARDO ALBACETE (Para expor.) - Claro, estava preso. O SR. IZALCI LUCAS (Bloco Parlamentar PSDB/PSL/PSDB - DF. Como Relator.) - Estava preso? O SR. RICARDO ALBACETE (Para expor. Tradução simultânea.) - Claro! Estava preso em Beijing. O Sr. Sam Pa estava preso. Ainda continua preso. O SR. IZALCI LUCAS (Bloco Parlamentar PSDB/PSL/PSDB - DF. Como Relator.) - Sabe o motivo da prisão, por que está preso? O SR. RICARDO ALBACETE (Para expor. Tradução simultânea.) - O motivo é por causa do Partido Comunista. Agora, o motivo da prisão eu não sei exatamente. Eles têm um sistema judicial muito particular e não têm direito à defesa. Colocam na prisão e quando você tiver vontade de falar, você chama a gente. E, claro, não há julgamento, é um tribunal disciplinar. |
| R | Então, o senhor fez uns negócios na Angola, com exploração de petróleo, convenceu a maior empresa do mundo de petróleo da China, Sinopec, a adquirir umas... No mar de Angola... Que era da Shell, pagou bilhões de dólares e foi muito bem. Depois vendeu US$16 milhões, que o Governo da China pagou para Angola, e resultou que a coisa não era tão boa e já não tinha petróleo. Então, claro, botaram a culpa nele e o Presidente da Sinopec, que era Governador de Pujiang. Também está preso este senhor, claro, como uma espécie de cúmplice. O SR. IZALCI LUCAS (Bloco Parlamentar PSDB/PSL/PSDB - DF. Como Relator.) - Ainda no dia 3 de janeiro de 2016, a Loredana informa ao Simon que havia uma negociação em curso, mas que as autoridades bolivianas não aprovaram. Diz que o novo diretor assumiu o órgão dia 30 de dezembro de 2015 e que ele estaria comprometido com a LaMia, comentário que deve tratar-se do DGAC. Eu acho que quem não autorizou... O SR. RICARDO ALBACETE (Para expor. Tradução simultânea.) - Sim, o que ocorre, claro... Bom, quando não pôde fazer o negócio com o chinês, tinha que salvar o avião, tinha que ter outra operação. Eu preferiria perder o avião. O SR. IZALCI LUCAS (Bloco Parlamentar PSDB/PSL/PSDB - DF. Como Relator.) - Tinha uma pergunta aqui que eu acho que o senhor respondeu, mas não entendi: a empresa interessada em adquirir a aeronave da LaMia pertencia ao chinês, o senhor já falou, Sam Pa, e ele foi preso em 2015, por corrupção? O SR. RICARDO ALBACETE (Para expor. Tradução simultânea.) - O avião foi entregue em 27 de setembro de 2015, o primeiro avião. Como não pagou, não entregamos aviões que estavam prontos para serem entregues. O SR. IZALCI LUCAS (Bloco Parlamentar PSDB/PSL/PSDB - DF. Como Relator.) - Sim, mas eu tenho que falar: ele foi preso por corrupção? O SR. RICARDO ALBACETE (Para expor. Tradução simultânea.) - Esse senhor é meu amigo e eu o conheço bastante bem. Fez negócios com o Kushner, que é genro de Trump, dono do 42 Wall Street, da Lehman Brothers, em 2008 comprou o edifício da Lehman Brothers por US$150 milhões e depois comprou... O Kushner, que é um senhor, que é genro do Presidente dos Estados Unidos... Sam Pa... O Presidente não dá para fazer negócios. O genro do Presidente Trump, sim, pode fazer. E o que eles fizeram? Compraram o edifício do Lehman Brothers por 150 milhões de dólares, passaram a propriedade aos judeus, de Kushner, e, quando o dinheiro chegou na conta, a Fape congelou o dinheiro que provinha de Kushner, ao Sr. Sam Pa. Quer dizer, os americanos neste caso conseguiram permitir que a propriedade passasse, de um senhor que não podia fazer negócios da propriedade, passassem ao senhor genro de Trump, mas, por outro lado, o dinheiro, tomou a Fape, porque era sujo. Como o dinheiro era sujo? De quem? De Kushner? Quando falam de corrupção, é uma palavra que se utiliza muito, de uma forma impiedosa contra os corruptos e contra os que não são também, porque os corruptos não importam que haja mais corruptos do que aqueles que não, para sujar aqueles. Neste caso desse senhor, não defendo, são seus negócios. Ele é amigo pessoal meu, mas eu não compartilho os negócios que ele faz. Eu fui empregado dele e conheço que ele faz coisas muito grandes, de bilhões de dólares. E o que eu posso falar? Não conheço, porque ele sabe perfeitamente que eu não posso com isso. |
| R | E quando ele se reunia na Venezuela com o Ministro da Defesa e com todas essas pessoas, eu dizia: "Eu não participo dessas reuniões, eu não aceito que você esteja com negócio com essas pessoas". E ele sempre me respeitou e dizia aos amigos: "Na Venezuela tem muito Peter Pan. Albacete fazia assim, correto". O SR. IZALCI LUCAS (Bloco Parlamentar PSDB/PSL/PSDB - DF. Para interpelar.) - Coloca para mim, por favor, o eslaide o número oito, ainda com relação às tratativas da retomada das operações da LaMia no início de 2016, após o cancelamento da apólice. De acordo com o eslaide que está aí, o oito, a Loredana encaminha uma mensagem para o Simon no dia 15 de janeiro de 2016, às 19h28. Informa que estão em discussão final e em processo de revisão contratual com a equipe esportiva do Paraguai, o Olimpia, para realizar dois voos, um para a Venezuela no dia 10/02/2016, e outro para o Equador dia 6 de março de 2016. Diz que está enviando cópia do contrato para revisão da Aon. No final ela pergunta: como poderia restabelecer o seguro? O senhor foi copiado e informado. O Simon então responde e diz que iria consultar a seguradora sobre o risco da equipe esportiva. Solicita o número de passageiros e o nome da equipe esportiva. Todavia, avisa que a LaMia deveria liquidar as pendências financeiras anteriores primeiro. Sobre o contrato enviado após a revisão, o Simon diz que analisou a seção seguros. Daí porque propõe, primeiro, um seguro de casco no valor previsto na apólice; um seguro de guerra e afins; e, terceiro, um seguro de responsabilidade civil de até US$250 milhões. Finaliza dizendo que, assim, não haveria preocupações sobre a cobertura e os limites exigidos, uma vez que a apólice, assim que é reintegrada, estaria em conformidade com o contrato. Comento: o limite da responsabilidade civil da apólice era de US$300 milhões. Então, eu pergunto: V. Sa. saberia dizer se é comum a corretora propor um limite de responsabilidade civil no contrato inferior ao previsto na apólice e qual é a razão? Se era de 300, por que botaram 250. Sabe? O SR. RICARDO ALBACETE (Para expor. Tradução simultânea.) - Mais uma vez vou dizer: não sei o tema, mas eu posso imaginar que, se você pode vender alguma coisa e pode vender algo de menor preço ao mesmo preço, você vai ganhar mais dinheiro com isso. Então, o que ele está fazendo é comercializando com a minha filha, que não tem ideia do que estava fazendo, lamentavelmente para mim, claro. E eu também não sou especialista, mas eu tinha um pouco mais de olho para isso. O senhor diz: "Não, bom, tiramos 250 e você economiza um pouco". Claro, eles ganham dinheiro nisso. Nós não pagamos a Bisa e depois LaMia Corporation não pagava a Bisa, pagava a Aon. A Aon é que ganhava dinheiro. O SR. IZALCI LUCAS (Bloco Parlamentar PSDB/PSL/PSDB - DF. Para interpelar.) - A profissão dela? O SR. RICARDO ALBACETE (Para expor. Tradução simultânea.) - Minha filha é licenciada em administração de empresas e tem 40 anos. O SR. IZALCI LUCAS (Bloco Parlamentar PSDB/PSL/PSDB - DF. Para interpelar.) - O senhor poderia nos informar por que razão os contratos firmados entre a LaMia e a Associação Chapecoense de Futebol não foram enviados para revisão da Aon, a fim de se verificar a compatibilidade com os termos da apólice vigente naquela oportunidade? Comentário: os contratos da Chapecoense estavam totalmente incompatíveis com a apólice de seguro vigente. Ou seja, o contrato como está aqui era US$50 milhões, e o seguro, de apenas US$5 milhões. |
| R | O SR. RICARDO ALBACETE (Para expor. Tradução simultânea.) - Deveria ter sido enviado, logicamente. Não sei por que não foi enviado. Mas posso dizer uma coisa: no último voo, em que aconteceu o acidente, ocorreram coisas incríveis. Por exemplo, o General Gamboa mandou um contrato e, depois, o Sr. Quiroga pediu à Loredana que enviasse outro contrato, porque tinham mudado o valor e as condições. Então, a minha filha manda o contrato. Esse contrato quem manda é minha filha. Ela manda desde Miami. Claro que ... Minha família tem alguma oportunidade de mandar dali, justamente por causa dessa desordem, por dizer de alguma forma. Então, o contrato, a minha filha manda, porque ele pediu. O que ele faz é copiar e pegar. Minha filha manda esse contrato no mesmo dia do acidente. Estamos falando de uma desordem, de uma falta de previsão terrível. Não tem explicação isso. O SR. JORGE KAJURU (Bloco Parlamentar Senado Independente/CIDADANIA - GO. Para interpelar.) - Obrigado, Senador Izalci, Relator. Uma curiosidade, Sr. Albacete: a empresa aérea LaMia transportou, em voo dela, a seleção da Argentina e, dentro desse voo, o craque Leonel Messi. Sim ou não? O SR. RICARDO ALBACETE (Para expor. Tradução simultânea.) - Sim. O SR. JORGE KAJURU (Bloco Parlamentar Senado Independente/CIDADANIA - GO. Para interpelar.) - Pergunto ao senhor: se tivesse caído o avião da seleção da Argentina, com o Messi no voo, na sua opinião sincera, as famílias seriam respeitadas e receberiam suas indenizações? Já estaria tudo resolvido? Ou estaríamos, como a gente está aqui, no Brasil, vendo esse retrato triste? O SR. RICARDO ALBACETE (Para expor. Tradução simultânea.) - Eu respondo da seguinte maneira. Se tivesse caído na população brasileira, se o avião tivesse caído no Brasil, como caiu na Colômbia, e tivessem morrido, além do Messi, cem pessoas, outros famosos, se tivesse matado não só os jogadores, mas também a população brasileira, minha pergunta seria para a Anac: você teria uma apólice de US$25 milhões se Messi tivesse voado nesse avião e se voasse no espaço aéreo brasileiro, se tivesse caído na cidade de Belo Horizonte? Essa é a pergunta muito importante que tem que ser feita, porque aqui se fala muitas coisas, mas há grandes irresponsabilidades aqui, há uma grande irresponsabilidade. Se o seguro teria pagado? Bom, se tivessem pagado e o escândalo estivesse grande... Se, no seguro, tivessem colocado não US$25 milhões, mas US$1 bilhão... Estamos falando de pessoas que têm bilhões de dólares, que acumulam dinheiro e fazem dinheiro sem produzir nem uma batata, nem um fruto. Fazem simplesmente por intermediações e fazem bilhões de dólares, e, quando chega a hora de pagar, eles não se importam com a miséria ou com a dor das pessoas. Eu estou aqui. Podia ter cobrado e... Podia ter me prestado a essa manobra desse degenerado, e eu não me prestei a isso, e não vou me prestar a isso. Então, imaginem o problema que eu tive na minha casa, porque eu arruinei a minha família. Mas não vou receber dinheiro manchado de sangue, não vou receber, nem que venha o Papa. |
| R | Ou cobram da família ou eu cobro. O SR. IZALCI LUCAS (Bloco Parlamentar PSDB/PSL/PSDB - DF. Como Relator.) - Continuando aqui, nessa sequência ainda, vou falar antes de chegar à Argentina, estamos aqui, no Paraguai ainda. De acordo com o eslaide nº 9, ainda dando sequência às tratativas de voo da equipe Olimpia do Paraguai, a Loredana envia uma mensagem ao Símon em 19 de janeiro de 2016. Diz que o time é de pouca projeção, equivalente a uma equipe universitária inglesa, e informa que a equipe esportiva ocuparia cerca de 30 assentos. O Símon, então, responde que a contratação de uma nova apólice seria mais simples do que restabelecer a apólice existente. De qualquer forma, as pendências financeiras anteriores deveriam ser regularizadas antes. A Loredana, então, envia uma mensagem para o Símon, no dia 5 de fevereiro de 2016, e informa que o contrato do time do Olimpia não foi fechado. Então, eu pergunto: quantos voos a LaMia realizou com equipes de futebol? Desses voos, quantos tiveram a Colômbia como destino? V. Sa. poderia nos disponibilizar uma listagem de todos esses voos, especificando as datas, os destinos e as equipes esportivas? O senhor teria essa informação? O SR. RICARDO ALBACETE (Tradução simultânea.) - Bom, eu posso buscar. Existe uma página que tem isso, em que você paga e baixa toda a informação do avião, tudo o que fez, quando fez, a que horas fez, quanto demorou voando, a que horas chegou, todas as incidências e, logicamente, a Anac, que é a empresa de vocês, o instituto brasileiro, tem toda essa informação também. Eu posso fazer, mas como uma pessoa normal. Não tenho... Eu posso dizer... Todos os voos tinham destino à Colômbia. Existe um voo, que aprovaram aqui no Brasil, esse que eu já denunciei quando começou toda a rodada de regresso à América, que, segundo a forma de calcular, não podia ser feito. A Anac aprovou o de Cabo Verde e todos os voos que se fizeram da Venezuela, do Paraguai, da Argentina, do Brasil. Não foi nenhum direto. Aprovaram um, mas não foi efetuado, e da Bolívia. Todos foram à Colômbia, 13 voos. O SR. IZALCI LUCAS (Bloco Parlamentar PSDB/PSL/PSDB - DF) - A Anac talvez não tenha, porque... Esse último, por exemplo, a Anac não autorizou, mas, mesmo assim, foi feito o voo. O SR. JORGE KAJURU (Bloco Parlamentar Senado Independente/CIDADANIA - GO) - Senador Izalci, me dirigindo ao senhor como Relator... O SR. IZALCI LUCAS (Bloco Parlamentar PSDB/PSL/PSDB - DF) - Sim. O SR. JORGE KAJURU (Bloco Parlamentar Senado Independente/CIDADANIA - GO) - ... e a quem está acompanhando, para entender por que eu fiz a pergunta na comparação da seleção da Argentina, com o Messi, e com o grande time da Chapecoense, que fazia uma campanha notável. Por quê? Porque, para mim, se acontecesse com a Argentina, o governo da Argentina entraria nisso, a confederação argentina de futebol entraria nisso, ao contrário da nossa, brasileira, da nossa CBF corrupta e bilionária que não presta contas do que arrecada, dos bilhões que ela tem - a Presidente Leila sabe muito bem disso. Tanto que a nossa CPI do Esporte está aí parada. O Presidente do Senado não admite fazê-la, porque não quer que se mexa com o futebol, ele quer que a CPI exista só para mexer com o esporte olímpico, futebol não pode entrar. Alguém consegue entender isso? Quer dizer, pode haver a CPI, mas não se pode mexer com o futebol... Vejam o poder! Então, só para explicar, Presidente: para mim, lá entraria todo mundo e, aqui, Senador Izalci - o senhor concordou, na semana passada, com aquela sugestão que eu fiz -, aqui, nós desta CPI temos que ir até o Presidente da República Jair Bolsonaro. O Governo brasileiro tem que entrar nessa ferida, porque ele vai lá na Inglaterra, ele vai lá nessa empresa inglesa, nessa bandida aqui, Aon, sei lá o quê - eu quero que ela vá para Punta del Este! Enfim, o senhor entendeu Punta del Este, não é? O senhor não entendeu, depois eu explico para o senhor. |
| R | Então, eu acho que o Governo brasileiro, Relator Izalci Lucas, tem que entender o que está acontecendo e o tempo: são três anos de sofrimento dessas famílias. Então, algum Poder deste País tem que entrar nisso, porque nós aqui estamos fazendo um trabalho absolutamente inquestionável, e o senhor com questionamentos oportunos. Estamos chegando aí até a um pré-relatório se o senhor quiser. Hoje o senhor poderia fazer um pré-relatório. E, para concluir, apenas dar satisfação ao povo: o presidente dessa operadora inglesa virá aqui na CPI? O SR. IZALCI LUCAS (Bloco Parlamentar PSDB/PSL/PSDB - DF. Como Relator.) - Sim, nós convocamos... Aliás, nós convidamos, porque eles não são obrigados, mas convidamos. Agora, eu tenho certeza de que, no final... O SR. JORGE KAJURU (Bloco Parlamentar Senado Independente/CIDADANIA - GO) - Porque ele precisa ser ouvido. O senhor concorda? O SR. IZALCI LUCAS (Bloco Parlamentar PSDB/PSL/PSDB - DF. Como Relator.) - Sim, com certeza. O SR. RICARDO ALBACETE (Para expor.) - Posso fazer um comentário? O SR. IZALCI LUCAS (Bloco Parlamentar PSDB/PSL/PSDB - DF. Como Relator.) - Sim, pois não. O SR. RICARDO ALBACETE (Para expor. Tradução simultânea.) - Vou sugerir que vocês chamem as suas instituições, como a Susep, a Anac, a Força Aérea, e perguntem: que companhia de seguros vocês têm quando vocês têm más práticas, quando vocês se equivocam? O povo do Brasil, através das suas instituições, paga apólices a essas companhias milionárias para que respondam. Quando eles erram, porque nós somos humanos... Essas pessoas.... Se a Colômbia tem US$415 milhões de cobertura, e nós estamos falando de 25, 25 para cá, 25 para lá, e desculpem que faça dessa maneira... Vocês têm US$415 milhões na Colômbia; DGAC tem US$100 milhões na Bolívia; e aqui US$1 bilhão nas apólices que tem contratadas a Anac. E a Anac pode dizer: "Olha, tinha que ter advertido a Chapecoense que não fosse com essa linha..." Porque eu vi a apólice que foi consignada, não tem os requisitos próprios e não tem as condições necessárias para que seja considerado se aprova ou não aprova. Se essa apólice de seguro não dá para Colômbia, por que não pegou o telefone, chamou e disse: "Onde vocês vão com essa aerolínea? Vocês estão loucos? Vocês não podem ir! Não porque a cláusula é a quarta liberdade ou a sétima liberdade, é porque vocês não podem ir." Por que não fez isso? Por que não foi advertida? Porque, se não disse, então há uma responsabilidade da Anac. E quem paga quando a Anac se equivoca? A companhia de seguro. E quem é a companhia de seguro? E quem é resseguro? Olha, é a Tokio Marine? É a resseguradora de que seguro? Da Anac ou da Força Aérea ou do Cenipa? Ele também ouviu a gravação, o Cenipa assinou e disse... Como é possível que o Cenipa tenha aprovado um relatório final de aviação onde se diz que escutaram o que não podiam escutar porque não funcionou a gravação e porque não entrou nada no escritório colombiano? Por que o Cenipa coloca coisas que são falsas? Por quê? O que faltou? Não dói à família brasileira? Como é que vocês colocam isso aqui? Isso não é verdade. Se desculpando? Claro. Aí é quando se perguntava: "Onde você está?" Isso é muito simples. Eu me tapo aqui, outro se tapa ali, se morrer... A culpa tem o morto, que não pode falar. |
| R | O SR. IZALCI LUCAS (Bloco Parlamentar PSDB/PSL/PSDB - DF. Como Relator.) - Sr. Ricardo, só para informar, Senador Kajuru: nós já chamamos e já ouvimos e, se for necessário, vamos ouvir novamente a Susep, a Anac. Eu não tenho nenhuma dúvida de que vamos chegar ao Governo. Assim como nós estamos fazendo a nossa parte, tenho certeza absoluta de que o Governo também fará. Por isso é que nós convocamos aqui e solicitamos informações dos contratos efetivados com a Petrobras, Caixa Seguros, Tokio Marine. Nós precisamos saber de tudo isso. Mas nós vamos chegar lá. Espero que a gente ainda consiga... Esse relatório é para a gente aqui? Por favor, sim. Eu só quero o eslaide nº 10, por favor. O SR. RICARDO ALBACETE (Para expor. Tradução simultânea.) - Sr. Relator, esse documento eu mandei ao Sr. Leandro, no qual exponho todos os pontos. Há muito mais pontos do que eu posso explicar, porque, claro, ali eu pude estar tranquilo, sentado. Esse documento é muito importante, porque fala muito mais coisas do que as que eu posso dizer hoje. Eu já disse bastante, claro, mas... O SR. IZALCI LUCAS (Bloco Parlamentar PSDB/PSL/PSDB - DF) - Esse documento já consta da CPI, mas, se V. Sa. puder encaminhar mais detalhes, eu agradeço. O SR. RICARDO ALBACETE (Para expor. Tradução simultânea.) - Aqui há outros documentos. Se vocês quiserem tomar nota, este documento... A minha corporation não quis, na Bolívia. Eu participei desse documento. É um documento que denuncia as autoridades dos seguros, a Aon e Alex Stovold, de um delito público. Quando eu disse a Alex Stovold em Madri: "Olha, não somente não vou ajudar como também vou denunciar." Então, ele pegou: "Olha, aqui você tem a cópia para que você saiba o que vai acontecer." Então, o homem olhou esse documento que eu tinha traduzido para inglês para dar para ele, porque eu estava preparado para a infâmia, e ele disse: "Se esse documento entra na Bolívia..." Sabe como ele ameaçou? "A gente não paga as famílias." Então, ele já sabia que comigo ele não ia poder, porque para mim é como se eu tivesse matado a minha... Ele disse: "A gente não paga as famílias." E esse documento não entrou. Eu coloquei março deste ano, porque eu quero colocar para ver o que diz o meu advogado, porque não tenho entidade jurídica ou algo assim para fazer isso. Eu quero pedir ao Senado do Brasil, vocês que representam o povo do Brasil, as vítimas, que considere isso a fiscalização da Bolívia, porque, na Bolívia, o que fizeram esses senhores foi fazer assinarem essas famílias um documento de extorsão, em que as obrigam a ceder seus direitos. É algo que é um delito na Bolívia, não sei aqui, mas na Bolívia é. E quero dizer outra coisa, por favor, para terminar isso e entregar outro documento: é uma reflexão sobre o documento, sobre o acordo transacional da Tokio Marine e Bisa com as famílias. Aqui está uma explicação bem importante. E queria corrigir o procurador de Chapecó que esteve aqui, que vi pelo YouTube. Ele disse: "Tem os exonerados: LaMia Corporation, Ricardo Albacete e Kite Air." Não é verdade. Os únicos exonerados, quer dizer, não exonerados, o contrário, é a minha família. Esses senhores... |
| R | O que estou comentando e revelando hoje aqui, da tentativa de que eu me convertesse em extorquidor e acompanhasse suas façanhas num ato que ainda não consigo entender, porque eu estive na Inglaterra... Eles são fleumáticos, eles não cometem esses erros. Colocar num documento que liberam a LaMia Corporation, a Bolívia, a Colômbia, o Brasil, a todos eles liberam - eles assinam - para evitar qualquer dúvida. Para fins do presente documento, os proprietários da aeronave, incluindo a Kite Air Corporation, que é a minha companhia, Ricardo Albacete, não incluindo como liberados... Quer dizer: "Nós não estamos nem aí para vocês." Como seguramos todos, Brasil, Anac... Claro, nos convém que tudo isso... A gente não fale disso. Então, como castigo, como repressão, vamos atrás do Albacete e da sua família, porque Albacete e sua família são os que fizeram que nós estejamos reunidos aqui hoje. E faço a consignação deste documento. Este documento é do primeiro voo, quando a Chapecoense confirma o voo. Depois tenho esse... Cadê o outro documento? Eu me perdi aqui; os meus óculos, não sei onde coloquei... Ah, encontrei, está aqui. Desculpe. Esta aqui é outra petição que eu quero fazer a vocês. O que acontece é que a Susep boliviana decidiu não entregar os documentos correspondentes a todo esse seguro de que vocês perguntaram. E a APS da Bolívia sabe tudo, sabe quem é Aon, quem é o segurador, quanto é tal coisa, qual pessoa faz parte da Marine, como vocês já mencionaram. Então, pedimos isso a eles e eles nos negaram, mas depois uma delegação com o Marcel... Eles pediram também, com os seus advogados, mas... Por gentileza, vocês, do Estado de vocês, com seus advogados, tentem esses documentos do artigo da APS. Com esse seguro, vocês vão descobrir coisas que nem eu sei também. O SR. IZALCI LUCAS (Bloco Parlamentar PSDB/PSL/PSDB - DF. Como Relator.) - Nós vamos solicitar a cópia desses documentos. Eu pedi ao Leandro. O SR. MARCEL CAMILO - Só uma informação: nós pedimos, nós reiteramos um pedido feito pela AFAV-C em 2017, e eles não nos responderam até agora. Isso tem mais ou menos 30 dias. Eles disseram que em sete dias responderiam, mas não responderam. Nós temos um advogado local que está correndo atrás disso e tivemos a informação de que o Itamaraty vai entrar no processo pedindo explicações. Mas, para corroborar o que o Albacete está dizendo: foi muito estranho... O comunicado que fizeram a eles e a resposta que estamos tendo lá: existe uma confluência de informação. Ou seja, eles estão segurando as informações mediante o que o Albacete solicitou. |
| R | Então, é só para ficar bem clara a formatação. O SR. IZALCI LUCAS (Bloco Parlamentar PSDB/PSL/PSDB - DF. Como Relator.) - Depois, se você puder me dar a cópia... Eu vou solicitar também, oficialmente pela CPI, cópia desses documentos para o Itamaraty também e lá na Bolívia. O SR. MARCEL CAMILO - Eu solicitei à ... inclusive, Senador Izalci, na pessoa da Débora, que está nos acompanhando, esse tipo de informação também, de como a gente poderia prosseguir com a ... Então, envio ao senhor também. O SR. IZALCI LUCAS (Bloco Parlamentar PSDB/PSL/PSDB - DF. Como Relator.) - Ótimo, obrigado. Ricardo, eu tenho umas perguntas ainda. O SR. RICARDO ALBACETE (Para expor. Tradução simultânea.) - Bom, por favor, não somente peçam... Foi pedido na Bolívia, mas a Bolívia deixou fazer, e a Sara também, que são outras, digamos, identificações que temos. Ali é importante também a apólice do seguro; seria necessário pedi-la. Por quê? Porque ali vai aparecer Tokio Marine, e ali não é o último, então há outras seguradoras, porque é como se fosse um sindicato, como eles chamam. Eu peço, por favor, que peçam também à Bolívia, à Colômbia e ao Brasil todas as seguradoras e também os assegurados e também aqueles que fazem parte, digamos, desse sindicato, e as apólices também, porque ali vocês vão descobrir exatamente que, por detrás de todas essas apólices, estão os miúdos, ou seja, daqueles que estavam por trás da apólice da LaMia. Por que não 25? Por que não 300? E por que a apólice da Anac, que também são milhões de dólares, não pode pagar os US$300 milhões que são os seguros? E sabem como fazem isso? É uma questão bem simples. Que a Anac reconheça, como tem que reconhecer, de uma forma digna, que se equivocou, ou seja, não que se equivocou na autorização, mas, sim, num voo que não poderia ser feito. Se equivocou quando não advertiu a Chapecoense que não contratasse essa empresa, e que talvez essa não poderia ir à Colômbia; mas, como não fez e como se equivocou, deve pagar. E, como não vai pagar isso, porque há o seguro, então o seguro que pague. E vocês têm essa força, têm a presunção. E devem ligar de estar pressionando a Colômbia, a Bolívia, com o senhor da Inglaterra, por exemplo, e o senhor da China, Sam Pa. Então, nós temos que também pressionar o seguro daqui, porque eles têm esse seguro e eles sabem, e têm que saber, que o pagador da apólice é a Anac, ou quem quer que seja, e esses dados civis têm que ser pagos. Ou seja: "Vocês terão que pagar esses US$300 milhões." Não façam isto: não recebam menos de 300. Não façam isso! Imponham isso, porque, depois, com esse dinheiro, fazemos, então, um mutuário mundial. E ali colocaremos várias bandeiras e, com segurança, poderemos, então, pagar as pessoas. E eu estava lendo um pouco sobre isso e sobre uma iniciativa feita na Inglaterra há uns anos, mais ou menos ano de 1992, e que se chama A Mia, sem L, A Mia. E é digamos um movimento que foi feito, que queria ser feito e que não foi de uma companhia de seguro, mas em que você deposita o dinheiro, e ali foi apresentado um sinistro, e é pago às pessoas. Ou seja, o que está acontecendo é que... Se entrou para a esquerda ou que a pessoa disse que deveria descer ou subir... E o que importa tudo isso às vítimas? Que raios isso tem a ver com as vítimas? Ou seja, foi pago e, então, por que não foi feito? Isso é injusto. E vocês estão aqui... Eu fui Senador também. E vocês estão aqui para defender os interesses das pessoas, da população. Então, vocês têm que dizer não somente que têm que defender a família chapecoense, mas também a família de todo mundo, dos seres humanos. |
| R | Então, isso não deveria acontecer. E isso acontece todos os dias, diariamente acontece. Esses senhores são, digamos, uns malditos - desculpe. O SR. IZALCI LUCAS (Bloco Parlamentar PSDB/PSL/PSDB - DF. Como Relator.) - Eu ainda tenho algumas perguntas para concluir aqui ainda. Coloca o eslaide nº 10, por favor. Nós vamos retomar aqui. A retomada das operações da LaMia e a emissão de uma nova apólice. Aqui vamos entrar, agora, já na nova apólice, de abril de 2016. Bem, de acordo com o eslaide nº 10, a Loredana envia uma mensagem ao Simon, dia 30 de março de 2016, e informa que tem um contrato para transportar uma equipe de futebol da Bolívia até a Venezuela. Diz que a Copa Sul-Americana tem muitos jogos e que seriam os candidatos perfeitos para transportá-los. E complementa dizendo: "Não podemos operar sem seguro e não podemos pagar se não operarmos". A Loredana diz isso. Finaliza perguntando se poderia obter um seguro por viagem. O Simon então responde, no dia 31 de março de 2016, e diz que vai tentar buscar uma solução para que a LaMia retome as operações. Aí, no dia 1º de abril de 2016, a Loredana volta a escrever para o Simon e informa que precisa assinar o contrato, pois a viagem seria no dia 10 de abril de 2016. Desse modo, necessitava de um seguro para processar as licenças e liberar a aeronave. Finaliza dizendo: "Esse cliente é excelente potencial para nós. Eles trabalham com todas as equipes de futebol, e a temporada de jogos está começando. Ficaríamos muito tristes em passar essa oportunidade". O Simon, então, responde, no dia 2 de abril, e diz que precisaria apresentar uma proposta de pagamento das pendências financeiras anteriores à seguradora. E pede uma cópia do contrato para verificar os requisitos do seguro. Eu pergunto então: a LaMia, na pessoa de V. Sa., de Loredana ou de algum outro parceiro, tinha algum tipo de acordo operacional com a Conmebol? O SR. RICARDO ALBACETE (Para expor. Tradução simultânea.) - Não, não acredito. Eu volto e repito que todos tinham a razão e consentimento com o falecido, que fazia essa função de buscar os contratos ou fazer os contratos, eu acredito. E eu acho que essa mensagem é a mensagem que dava logicamente os donos da LaMia Corporation até conseguir realmente voar. E, de fato, pode ser contratado, sim, um seguro por voo; de fato, quando nós trazemos os aviões, nós podemos contratar somente para o voo. Então, é um negócio que as pessoas... Teriam a fazer é cobrar, faturar... E ali é um voo, claro, que não é tão bom quanto os outros, mas é um seguro. O SR. IZALCI LUCAS (Bloco Parlamentar PSDB/PSL/PSDB - DF. Como Relator.) - Quem seria, então, esse cliente, citado por Loredana, que trabalhava com todas as equipes de futebol? Porque ela diz aqui, olhe: "Finalizo dizendo que esse cliente é excepcional potencial para nós". Quem seria esse cliente? O SR. RICARDO ALBACETE (Para expor. Tradução simultânea.) - Eu acho que era esse Sr. Encina, Gustavo Encina - eu acho que é esse o nome -, que morreu no acidente. Acho que é ele. Ele estava em tudo isso e, inclusive, parece que houve uma discussão com esse senhor em Medellín. Se vocês quiserem, eu posso contar uma história que eu acho importante que vocês conheçam. E, bom, já que eu estou aqui, eu estou disposto a gastar o tempo que seja necessário para esclarecer... A SRA. PRESIDENTE (Leila Barros. Bloco Parlamentar Senado Independente/PSB - DF) - ...sim, porque nós ainda temos um bloco. O SR. RICARDO ALBACETE (Para expor. Tradução simultânea.) - Chegando com o voo... Eu fui... A Força Aérea Boliviana queria alugar os aviões, fretá-los. Então, eu fui à Bolívia e, como eles vinham num voo que ia para Medellín... Claramente eu viajei a Medellín. E lá eu fui a um avião, com o Nacional de Medellín, a um jogo que eles teriam que seria em La Paz. |
| R | Quando chegamos a Santa Cruz de la Sierra, esse voo foi feito da mesma forma, com a mesma distância que foi realizado esse mesmo voo do acidente. Eu me lembro de que eu estava lá na cabine, pertinho. Eu estava ali acordado porque... Quando aterrissamos ali em Cobija, já era a hora, então... E nós fomos depois a Santa Cruz porque esse voo estava autorizado e tudo. Então, chegando a Santa Cruz, nós falamos com os generais e também houve uma proposta tal entre eles. Depois do jogo, voltamos. E, na madrugada, depois que terminou o jogo entre o Nacional de Medellín e Colômbia... Depois, quando chegamos a Medellín, diretamente disseram que nós tínhamos que voltar para buscar uma outra equipe da Bolívia para levá-los até Assunção. Eu disse: "Mas nós não podemos voltar, porque temos aí um outro voo de quatro dias, já estamos aí voando e vocês não podem voar novamente". Então, isso gerou uma discussão muito grande de alguma forma. E esse Sr. Gustavo Encina... Quando eu vi quatro senhores, eu disse: "Então, esse voo não será feito, eu não autorizo isso. Eu já digo para vocês que vocês já têm muitos voos voando. Então, não podem fazer um próximo". E eles estiveram de acordo. Nesse contexto, eles diziam: "Claro, realmente, o senhor tem razão em tudo. Isso seria muito inconveniente". Mas eu dizia: "Não façam esse tipo de inconveniente porque estão colocando em risco as pessoas". Depois apareceram quatro pessoas, três rapazes e uma moça, e eles diziam: "Quem são vocês?" Eles diziam: "Somos passageiros. É porque nós estávamos em Barranquilla, de Barranquilla para aqui e depois vamos voltar". "E vocês vão como? Conosco?" "Sim, com vocês." "Mas como? Vocês pagaram a passagem num voo charter?" "Sim, viemos com o senhor." "Como?" E discutimos sobre isso. Esses rapazes eram bem grosseiros. E eu depois chamei a atenção e disse a minha filha: "Veja, essas pessoas terão que voltar a Assunção". E, de fato, esse senhor... Eu paguei do meu bolso, mas eles não voaram. Então, eu quero dizer que é um senhor infelizmente que era, digamos, pernicioso e estava em todas as operações e que seria aquele homem que tinha a tal influência, digamos. Eu não conheço mais do que isso e não acho que haja mais do que isso. O SR. IZALCI LUCAS (Bloco Parlamentar PSDB/PSL/PSDB - DF. Como Relator.) - A Conmebol já indicou a LaMia para alguma equipe de futebol? Quem indicou a LaMia para a Chapecoense? Como a LaMia chegou até a Chapecoense? O SR. RICARDO ALBACETE (Para expor. Tradução simultânea.) - Bom, vamos ver. Vejamos, eu me lembro de que quando começou isso, o Sr. Vacaflores, que também morreu no acidente, que é cunhado - não é genro, não - do senhor Marco Rocha, se dedicava a conseguir negócios, fechar negócios. E eu me lembro de que ele contratou a Chapecoense, que era um dos jogos que havia, e eles estavam ali jogando. Eu me lembro de que intervim e disse: "Nossa, que simpático esse tipo de time". Foi bem simpático. Esses jogadores foram bem simpáticos e eu fiquei meio que... |
| R | É bem interessante porque... Eu achava bem bonito aquele jogo ser ganho por essa equipe. E eu criei uma simpatia, mas eu não acho que tenha sido Chapecó que se comunicou com ele, mas, sim, Vacaflores que se comunicou com Chapecó para poder fazer esse negócio. O SR. IZALCI LUCAS (Bloco Parlamentar PSDB/PSL/PSDB - DF. Como Relator.) - Era comum a LaMia enviar contratos para revisão para a Aon? Em quantas oportunidades isso aconteceu? O SR. RICARDO ALBACETE (Para expor. Tradução simultânea.) - Bom, no meu caso, não, porque eu nunca voei. No caso deles, eu acho que sim. A cada tempo, enviavam coisas e faziam perguntas e havia uma comunicação extensa, avisavam a esse Sr. Simon de muitas relações coordenadas. E eu acho que havia uma determinada amizade nesse contexto. O correto é que eles se comunicavam entre si. "Estamos indo para aqui, depois para lá." E ali trabalhavam com Graham Bailey, que era um profissional de primeira. Inclusive, eu peço que vocês o citem, porque é uma pessoa que pode dizer muitas coisas importantes, porque, se vocês o conhecerem, com certeza ele pode dizer coisa muito importante. O SR. IZALCI LUCAS (Bloco Parlamentar PSDB/PSL/PSDB - DF. Como Relator.) - Depois eu gostaria que verificassem se convocamos esse senhor... Só o Simon? O Simon tem a convocação. O SR. RICARDO ALBACETE (Para expor. Tradução simultânea.) - Não. Simon Kaye. O outro é Graham Bailey. Aqui está: Graham Bailey. Se quiser anotar aí... Alex também, como queiram. O senhor seria bem interessante. Já o anotamos. O SR. IZALCI LUCAS (Bloco Parlamentar PSDB/PSL/PSDB - DF. Como Relator.) - Por favor, coloque o eslaide nº 11. Bem, de acordo com o eslaide nº 11, ainda em relação à negociação do voo para a equipe boliviana, a Loredana enviou outra mensagem para o Simon, no dia 5 de abril de 2016. Informa que as parcelas vencidas da apólice anterior somavam US$134.898,58. Disse que poderiam pagar em duas vezes e informa que vai enviar a cópia do contrato para revisão da Aon e encaminha, inclusive, o plano de voo. A Loredana, então, comunica que se tratava do time Strongest e que ele ocuparia 88 assentos. Informa que o voo seria no dia 10 de abril de 2016, para a cidade de Valera, na Venezuela, e o retorno no dia 13 de abril de 2016. Diz ainda que gostaria de restabelecer o seguro operacional completo apenas para a aeronave CP-2933. Finaliza informando que, abre aspas: "Há mais três contratos para o mês de abril em andamento, principalmente viagens do Brasil a Bolívia. Estamos muito confiantes e queremos obtê-los. Acreditamos que estamos sendo testados por esse primeiro para Valera". O Simon, então, responde e diz que teria uma reunião com a seguradora principal - provavelmente fazia referência à Tokio Marine. Informa que a pendência apenas com o resseguro girava em torno de US$50 mil. Quanto ao contrato, diz que analisou e não detectou nenhum requisito específico relacionado ao seguro mantido pela LaMia. Para o Simon, bastaria atender os limites de responsabilidade exigidos pelo Strongest e pela Venezuela. Ele conclui dizendo que, em que pese a apólice anterior ter um limite de US$300 milhões, ele gostaria de oferecer opções de preços para limites de acordo com o contrato. |
| R | Pergunto, então: V.Sa. poderia nos esclarecer quem estaria testando a LaMia com o contrato para o time The Strongest? Seria a Conmebol, ou não? O SR. RICARDO ALBACETE (Para depor. Tradução simultânea.) - Não. Strongest era uma equipe que eu conhecia como seu advogado, que depois foi Secretário da Presidência da Bolívia agora. Ele era também jogador e era Strongest, e conhecia o Gen. Gamboa. Esse General Gamboa tinha uma relação de amizade, contrataram a Strongest, e eu acho que é por isso. O SR. IZALCI LUCAS (Bloco Parlamentar PSDB/PSL/PSDB - DF. Como Relator.) - V. Sa. confirma que foi a própria corretora Aon que tomou a iniciativa de oferecer esse limite de responsabilidade inferior aos US$300 milhões dessa apólice 2016-2017? Foram eles que tomaram essa iniciativa de propor para reduzir? O SR. RICARDO ALBACETE (Para expor. Tradução simultânea.) - Sim. O que acontece é que, logicamente, esse tipo de trâmite feito pela minha filha, de fazer as coisas mais econômicas, porque havia mais apólices mais baratas... Havia uma que resolveu retirar características do contrato. É como se você comprasse um veículo... E o veículo ainda tem, por exemplo, buzina, tem faróis, tem determinados tipos de coisas que poderiam ser equipadas. E aí ela pensava em coisas mais baratas, e assim retirariam coisas da nossa apólice. E ali vocês estariam oferecendo, por exemplo, mecânicos e coisas do tipo. E ali o que aconteceram foram condições que foram colocadas. Infelizmente, o que eu posso dizer a vocês é que minha filha não é uma especialista nisso, de negociar compras, ou questionar, por exemplo, um seguro, porque se requer experiência e conhecimento nisso. Infelizmente, se aproveitaram dessa sua inocência, e eu acho que ali ela não poderia se dar conta de que poderia administrar dessa forma, porque a seguradora deveria ter somente a segurança direta e a cobertura total, mas, por uma questão de preço, não alcançavam isso. Por uma posição profissional, deveriam diminuir então, e nem sequer solicitavam o risco do seguro. O SR. IZALCI LUCAS (Bloco Parlamentar PSDB/PSL/PSDB - DF. Como Relator.) - De todas as negociações, de todas as comunicações que Loredana fazia, eram encaminhadas a V. Exa. cópias. Em nenhum momento, V. Exa., que é mais experiente do que ela, poderia ter questionado isso? O SR. RICARDO ALBACETE (Para expor. Tradução simultânea.) - Sim, eu falhei. Eu falhei, não porque eu não li, não entendia. É porque eu não lia. Então, eu falhei. Eu não lia. Eu estava totalmente chateado, e eu não estava de acordo com o que poderia ter esse avião, eu estava cheio de coisas, eu tinha que pagar aos senhores. Então eu pensei no que o advogado falou, de ter uma situação como a Espanha. De fato, coloquei uma situação e... Eu exigia que me pagassem. Ali estavam as iniciais, mas, enquanto isso acontecia, o avião não podia ficar aí... E por parte da LaMia Corporation, e a minha filha... Talvez seria a minha culpa do avião na América, mas eu não quis saber de nada, e a minha filha, de forma respeitosa, fazia isso, me enviava as cópias, mas eu olhava e mandava para o arquivo, porque para mim é muito trabalho também. Então, por mim, é uma questão pessoal mesmo, emocional, porque eu sou uma pessoa também que tem muitos problemas. Nesse momento, para mim, eu já não estava preocupado em analisar isso. Uma vez meu pai disse que... A minha irmã me disse... Por que ela tinha namorado? Porque ele ainda não tinha esse conhecimento. Ou seja, a mesma coisa aqui aconteceu comigo. Eu não estava nem sabendo na verdade. Eu não estava sabendo. Eu recebia, mas eu não estava sabendo e, quando eu estava voando, eu estava emocionado. Ali, sim, eu estaria envolvido, mas, quando não, eu não estaria envolvido. |
| R | O SR. IZALCI LUCAS (Bloco Parlamentar PSDB/PSL/PSDB - DF. Como Relator.) - Quando eu perguntei a idade dela e a qualificação dela foi exatamente por isso. Eu acho - eu já não tenho dúvidas com relação a tudo que li até agora - que a questão foi econômica. Como é que eu faço para botar a aeronave para funcionar? O preço é o preço. Então, foi reduzido com consentimento. Ninguém admite diminuir de 300 milhões para 25 milhões por falta de experiência ou porque não conhecia e tal. O SR. RICARDO ALBACETE (Para expor. Tradução simultânea.) - Não, até 25 não, porque faltariam 50. Ela aceitou... Eu revisei os documentos e, certamente, ela conveio que, se baixasse até os 50... Não respondeu e mandou por 25 sem perguntar. E depois não mandou a cópia. A gente não sabia que tinha sido 25. Eu estava inconformado com isso, e eram seis meses... Em seis meses ia ser mudado outra vez. A gente foi fraco nisso. O SR. IZALCI LUCAS (Bloco Parlamentar PSDB/PSL/PSDB - DF. Como Relator.) - De acordo com o eslaide nº 12, a Loredana encaminha uma nova mensagem para o Simon no dia 5 de abril de 2016, para tratar ainda da viagem da equipe Strongest, que ocorreria no dia 10 de abril de 2016. Diz que precisa de um seguro. Simon então responde, ainda dia 5, e informa que a pendência financeira devida à corretora Aon seria de US$46.759,08, relativa à apólice anterior, 2015-2016. Loredana, então, liquida a dívida e envia o comprovante de pagamento para o Simon, no próprio dia 5. O Simon então agradece e informa a Loredana que, em conversas informais com as seguradoras, calculava um prêmio em torno de US$360 mil, para uma nova apólice de 12 meses com cobertura completa de voo. O Simon então explica que pode parecer um aumento significativo no valor do prêmio, mas pede para Loredana considerar o fato de que, na apólice anterior, a cobertura era apenas de risco em solo, pois a aeronave não estava voando. Eu pergunto: como V. Sa. pode justificar um limite de responsabilidade de apenas US$25 milhões para uma aeronave que passou a operar regularmente em toda a América do Sul, incluindo aí os países andinos, transportando equipes de futebol? Esse mesmo limite de responsabilidade era de US$300 milhões quando a aeronave não estava voando. O SR. RICARDO ALBACETE (Para expor. Tradução simultânea.) - Se você vir a apólice, e você conseguir aonde isso está dizendo, eu fico aqui trabalhando como escravo. Ou seja, é falso. Na apólice não aparece que os aviões vão estar no solo. O que aparece é na negociação. É por isso que ele fala. Como sabíamos que o avião estaria no solo, tínhamos esse valor tão bom. |
| R | Pegamos US$200 mil e tantos com risco zero. Ele faz uma apólice. Porque se se afoga numa piscina, e a casa não tem piscina... Compreende? Não é que o risco não existe. Claro que existe. E, se existe, é para que voe. Tem que voar. O que acontece é que, seguramente, quando você disse a ele "vou voar" ou "se você voar, você tem de pagar um extra", não sei. A apólice não fala. Quanto maior, melhor, para que ninguém compreenda e para, depois, poder negar o pagamento. Eu não acredito que exista uma apólice de 300 milhões que custe US$200 mil em que o risco é nenhum. Que responsabilidade pode ter, civil, se você não pode levar passageiro, não pode voar? Quem pode morrer se o avião não sobe? Não sei se eu me expliquei. O SR. IZALCI LUCAS (Bloco Parlamentar PSDB/PSL/PSDB - DF. Como Relator.) - O anterior era de US$300 milhões. E estava parado. Não estou dizendo que o seguro foi feito para ficar parado, mas estava parado. Como é que, para sobrevoar com vários times, contratos, vários locais, inclusive os andinos aqui, como poderia ser de 25 milhões, um valor tão irrisório comparado ao que era antes? O SR. RICARDO ALBACETE (Para expor. Tradução simultânea.) - Você está me perguntando ou está perguntando para a Anac? Porque a Anac não tem 25 milhões. O SR. IZALCI LUCAS (Bloco Parlamentar PSDB/PSL/PSDB - DF. Como Relator.) - Porque a Anac não autorizou o voo aqui. O SR. RICARDO ALBACETE (Para expor. Tradução simultânea.) - Não, não, não. Não é verdade. O SR. IZALCI LUCAS (Bloco Parlamentar PSDB/PSL/PSDB - DF. Como Relator.) - Ela negou. O SR. RICARDO ALBACETE (Para expor. Tradução simultânea.) - A Anac, a lei, a Aeronáutica brasileira estabelece US$25 milhões. Quer dizer, não... O SR. IZALCI LUCAS (Bloco Parlamentar PSDB/PSL/PSDB - DF. Como Relator.) - Mas foi 50 milhões. Então, não poderia ser, em nenhum momento, menos de 50 milhões. O SR. RICARDO ALBACETE (Para expor. Tradução simultânea.) - Por que baixou para 25? Porque não está autorizado. Que ele demonstre quem deu ordem a ele, por nossa conta, como dono ou por conta da LaMia Corporação, de baixar isso a 25. Que ele diga aqui, como eu coloquei todos os documentos. Você me diz: "É possível que voe?". Tanto é possível que o Governo brasileiro tem estabelecido assim, o Governo brasileiro, o Governo boliviano também. E isso é minha culpa? Isso não é culpa da LaMia. Isso é o sistema. O SR. IZALCI LUCAS (Bloco Parlamentar PSDB/PSL/PSDB - DF. Como Relator.) - Se V. Sa. encontrasse a Loredana, talvez a Loredana possa também encaminhar ou informar... O SR. RICARDO ALBACETE (Para expor. Tradução simultânea.) - A Loredana vai dar mais informações que eu. O SR. IZALCI LUCAS (Bloco Parlamentar PSDB/PSL/PSDB - DF. Como Relator.) - Por que ela concordou com essa apólice? Eu não tenho dúvida nenhuma de que foi para botar o avião lá. Então, não tinha condições de pagar um valor maior, e foi diminuindo, com a concordância evidentemente ou até com a iniciativa do próprio corretor. Coloca para mim o número 13. Já estou encerrando aqui com ele. De acordo com o eslaide nº 13, ainda com relação à nova apólice de seguro que estava sendo formatada, o Jorge Henrique Pinto, da Corretora Estratégica, antiga Aon Bolivia, envia uma mensagem à Loredana no dia 5 de abril de 2016. Informa que os limites da apólice estavam em conformidade com a FAA, diz que a aviação, a Aon Benfield, da Argentina, e a Bisa Seguros estavam todos coordenados. Registre-se que todos atuarão com conformidade assim que tiverem a confirmação de Londres. Ainda no dia 5, a Loredana então escreve para o Jorge Pinto, da Corretora Estratégia, antiga Aon Bolivia. Pergunta sobre os limites, diz que precisa dessa informação e pergunta se ele já havia enviado a informação para o Simon - e V. Sa. foi copiado neste momento, nessa mesma informação. Aí, o Jorge Pinto responde e diz que Simon estava a par dos limites. Informa que ele e Simon revisaram a página web da autoridade norte-americana (FAA) - novamente V. Sa. é copiado... |
| R | A cópia dos trechos das apólices 2015/2016 e 2016/2017 encontram-se anexadas. Eu tenho cópia da apólice aqui comigo, mas há uma ali também na apresentação. Eu pergunto então: a definição dos limites da apólice de seguro 2016/2017 foi iniciativa das corretoras Aon e Estratégia, antiga Aon Bolívia? Estou correto ou não? Quem estabeleceu a definição dos limites da apólice, no entender de V. Sa.? Foi iniciativa da corretora Aon? O SR. RICARDO ALBACETE (Para expor. Tradução simultânea.) - O que eu li nos documentos, o que se estabelece é que a minha filha começou a negociar, porque os preços eram muito altos, e que não parecia que se fosse cobrar tanto e que não havia recursos para pagar isso. Então, tentou conseguir melhores tarifas, melhores preços, porque ela achou que a estavam enganando, cobrando muito. Então, começou a negociar, e o que eles fazem é dizer: "Você quer menos? Bom, então, vamos dar menos. Quer menos? Então, vamos dar menos, menos garantias, menos cobertura". Então, eles disseram: "Bom, por esse preço, o que a gente vai dar é um carro velho usado, não é?". (Intervenções fora do microfone.) O SR. RICARDO ALBACETE (Para expor. Tradução simultânea.) - A Aon não fez o seu trabalho. Se você é médico, você não pode chegar a um senhor, que é paciente seu e que não é médico, e: "Olha, eu não quero fazer o tratamento, como você me fala, eu quero tomar sal de frutas, eu quero"... O médico diz: "Sabe como é a coisa? Eu não aprovo isso, porque eu sou o médico aqui, quem sabe de medicina sou eu". "Quem sabe de aviação sou eu, quem sabe de seguro sou eu." "Então, eu vou falar com o seu pai ou com quem seja. Você está assumindo riscos desnecessários por uma miséria de dinheiro. Então, eu faço o meu trabalho e eu não posso... O seu pai me pagou, durante seis anos, US$2,3 milhões e eu não posso dizer para o seu pai agora que, de última hora, eu não coloquei aquilo pelo que você tanto pagou". E, agora, vou mandar a Graham Bailey: "Olha, Graham Bailey, eu necessito de que você me faça o seguro, que você"... E ele me disse: "Ninguém na sua carreira pediu que colocasse aquilo que não fizesse falta". "Eu não quero que você me desproteja em nada". E ele disse: "Faça o state of art do documento". E ele fez o meu seguro e o de todos esses anos foram state of art, que se destruiu seis meses antes que acontecesse o acidente. Tragicamente assim é a vida. Eu não quis participar. Esse senhor da Aon não deveria permitir que nem a minha filha, nem o Papa dissessem a ele que diminuísse aquilo que, desde o primeiro momento que eu contratei, pedi como condição necessária, isto é, que fosse total proteção, absolutamente toda. E eles desconheceram isso, tanto assim que eles disseram que eu não existo, não me copiaram, não me deram assistência legal, e eu não apareço no contrato. O último contrato que tem eu não apareço. Eles me tiraram da Kite Air Corporation, da empresa que é seguradora, não me nomearam em nenhuma parte, e eu sou o dono da aeronave. Fazem o registro do casco, da estrutura, e não põem o dono da estrutura como cobertura. Não, ele não tem o seguro da estrutura, da fuselagem. Como não tem da estrutura, da fuselagem? E na primeira página dizem: "Bom, o valor da aeronave é de... E a fuselagem..." Não, não, ainda está na primeira página. Quer dizer, anteriormente, eu não apareço como dono. Há uma cláusula que diz meu advogado: aquele que assinou o contrato do arrendamento da aeronave está coberto por isso. Eu estou indiretamente coberto, mas eles não me reconhecem. São uns farsantes. |
| R | Não é justo. Você não pode dizer a alguém, a uma família: "Olha, seu marido, seu filho faleceu porque nós fizemos caso com o seu cunhado". Como você deu atenção ao cunhado, que é advogado? "Sim, sim, sim. A gente trouxe ao hospital porque o médico"... Aliás, você tem obrigação de salvar. E como que você não fez? "Não, mas é porque o meu cunhado que é advogado que disse o que tinha que ser feito". Ué, mas ele não é médico, ele é advogado. Lorena não tem certificado de controladora aérea, ela não é seguradora. Você pode perguntar tudo para ela, você pode contactar com ela e ela tem a mesma dignidade que tenho eu. Agora eu vou dizer uma coisa: ela não tem nada a ver com isso, a não ser que ela tenha feito erros ou falhas ou observações que não tomou a tempo ou tomou decisões erradas do ponto de vista administrativo, mas não tem nada a ver com a instância, com a equipe do avião, do piloto, da parte aeronáutica. A minha filha é uma pessoa alheia ao resultado final disso. Claro que se sua filha não tivesse permitido... Se ela tivesse assinado uma apólice de 300 milhões, estaríamos falando de outra coisa, mas claro que estaria com a frota inglesa parada aqui frente à costa do Brasil para não pagar U$300 milhões. Estaríamos falando de 300, mas eles não querem pagar 25. Sabe o que eu estaria fazendo agora? Em vez de me comprar por 8,5 milhões, eles me mandariam matar. É isso. Estamos falando errado, estamos errados. O inimigo está em outra parte. O SR. IZALCI LUCAS (Bloco Parlamentar PSDB/PSL/PSDB - DF. Como Relator.) - A seguradora Bisa, então, também tinha conhecimento desse limite. Correto? O SR. RICARDO ALBACETE (Para expor. Tradução simultânea.) - Sim, seguramente. Bisa se apresentou na foto e sorriu. A Tokio Marine também tinha conhecimento. A Tokio Marine tem que pagar, e não quer pagar. O SR. JORGE KAJURU (Bloco Parlamentar Senado Independente/CIDADANIA - GO. Para interpelar.) - Queria saber quem é pior: se é essa Tokio Marine ou é a... O SR. IZALCI LUCAS (Bloco Parlamentar PSDB/PSL/PSDB - DF. Como Relator.) - Uma é a corretora. O SR. RICARDO ALBACETE (Para expor. Tradução simultânea.) - A composição acionária da Tokio Marine: o Japão é dono de 100% aqui também. Eles não têm outro sócio. Aqui é outra seguradora. Não, não; é a mesma, com os mesmos donos, 100%! Aí não. Ela não pode operar aqui, teria que abrir uma empresa aqui. Desculpa. Sim, ela está operando. Vocês estão fracassando nesse sentido, porque vocês estão pedindo à Tokio Marine, a seguradora no Brasil, mas ela não tem nada a ver com isso. Você tem que pedir à Susep que mande a lista de todos os seguros de que participem a Aon, como operadora, e a Tokio Marine, como resseguradora. Vocês se surpreenderão com a quantidade de bilhões que vocês pagam a essas seguradoras. Vocês pedem às que não são... Vocês estão pedindo às seguradoras de veículos. |
| R | O SR. IZALCI LUCAS (Bloco Parlamentar PSDB/PSL/PSDB - DF. Como Relator.) - V. Sa. conhecia o Simon desde 2011, correto?, desde 2011. O SR. RICARDO ALBACETE (Para expor. Tradução simultânea.) - Sim. Eu conheço toda essa gente. O SR. IZALCI LUCAS (Bloco Parlamentar PSDB/PSL/PSDB - DF. Como Relator.) - Sim. E ele sempre cuidou das apólices da LaMia, correto? O SR. RICARDO ALBACETE (Para expor. Tradução simultânea.) - Sim, foi Graham Bailey e Simon. Sim. O SR. IZALCI LUCAS (Bloco Parlamentar PSDB/PSL/PSDB - DF. Como Relator.) - V. Sa. é amigo dele? É amigo mais do outro que o senhor disse, não é isso? O SR. RICARDO ALBACETE (Para expor. Tradução simultânea.) - Não. Ele não é meu amigo e não será nunca. Eu, quando estive em Londres, Sean O'Regan me apresentou a Graham Bailey e com Graham Bailey... Simon é um tipo que está sentado lá e é o chefe, me cumprimentou: "Como é que você está?"... O SR. IZALCI LUCAS (Bloco Parlamentar PSDB/PSL/PSDB - DF. Como Relator.) - Essa relação com ele interferiu na questão de a Loredana ter aceitado talvez reduzir, fazer essa... O SR. RICARDO ALBACETE (Para expor. Tradução simultânea.) - Não, não acredito. O SR. IZALCI LUCAS (Bloco Parlamentar PSDB/PSL/PSDB - DF. Como Relator.) - Você acha que é normal ou ele fez em especial porque a Loredana pediu, porque estava com problemas de operar, porque não tinha o seguro, e aí fizeram esse jeitinho? O SR. RICARDO ALBACETE (Para expor. Tradução simultânea.) - Não, não. O SR. IZALCI LUCAS (Bloco Parlamentar PSDB/PSL/PSDB - DF. Como Relator.) - O senhor teve alguma consideração por isso ou não? O SR. RICARDO ALBACETE (Para expor. Tradução simultânea.) - Não, não. Isso a gente não... O SR. IZALCI LUCAS (Bloco Parlamentar PSDB/PSL/PSDB - DF. Como Relator.) - Eles fariam isso com qualquer um? O SR. RICARDO ALBACETE (Para expor. Tradução simultânea.) - Não. Essas pessoas não têm coração. Essas pessoas não têm coração. Isso não existe. Em absoluto... É absolutamente comercial. O SR. IZALCI LUCAS (Bloco Parlamentar PSDB/PSL/PSDB - DF. Como Relator.) - De acordo com o..., a Loredana envia uma nova mensagem ao Simon, no dia 28/09/2016, e informa que a segunda parcela do prêmio venceria em 02/10/2016. Disse que solicitou à corretora estratégica, a antiga Aon boliviana, o cancelamento da apólice vigente e uma nova cotação mais barata. A Loredana falando isso. O SR. RICARDO ALBACETE (Para expor. Tradução simultânea.) - Claro, porque essa apólice... O SR. IZALCI LUCAS (Bloco Parlamentar PSDB/PSL/PSDB - DF. Como Relator.) - Registra que a corretora estratégica demorava muito para resolver certos problemas e, por isso, resolveu fazer um contrato diretamente com ele. Pede para que o prêmio voltasse a ser parcelado em três vezes - na apólice atual o prêmio era parcelado em duas. V. Sa. foi copiado também. No dia seguinte, dia 29 de setembro, o Simon pergunta à Loredana: "Gostaria de manter apenas a cobertura de responsabilidade civil, e para quantas aeronaves?". Sobre o parcelamento do prêmio, disse que tentará negociar para quatro vezes. Informa ainda que a apólice atual previa um prêmio de 80% - a Loredana havia pago somente 50%. Pede à Loredana a quantidade de voos realizados desde abril, para que pudesse avaliar o nível de exposição. Ainda no dia 29 de setembro de 2016, a Loredana envia duas novas mensagens ao Simon - parece até duas pessoas: "Simon" e "Saimon", mas é a mesma, só para... - e informa que gostaria de segurar apenas a Aeronave CP-2933 e que a intenção era manter somente a cobertura de responsabilidade. Diz que futuramente adicionariam proteção de casco e guerra e incluiriam uma segunda aeronave. Reclama o valor do prêmio atual e pontua que os recursos da LaMia eram limitados. |
| R | Aí, na sequência, a Loredana envia uma segunda mensagem e informa que, de abril de 2016 até setembro de 2016, a LaMia fez 156 voos e que isso equivaleria a 180 horas de voo. Então, eu pergunto: V. Sa. confirma que a apólice de 2016 e 2017 só cobria a responsabilidade civil? Por que não foi incluído o casco? Sabe? O SR. RICARDO ALBACETE (Para expor. Tradução simultânea.) - Não é certo. Não é certo. Eles defendem isso, mas, se você vir a apólice, tem o casco. A apólice de 300 ou a outra? Todas, todas, todas. Você imagina que a minha filha diga: "Não, olha, segura terceiros e o patrimônio a gente não segura?". Não faz sentido isso. O preço é o mais barato de todos. Como é possível que você seja dono do veículo e você mesmo diz: "Olha, não faça o seguro para mim, assegure o que há dentro". O SR. IZALCI LUCAS (Bloco Parlamentar PSDB/PSL/PSDB - DF. Como Relator.) - Porque quem manda a mensagem é a Loredana. Ela manda mensagem dizendo, mandou duas... Ela informa que gostaria de segurar apenas a aeronave CP-2933 - é uma mensagem - e que a intenção era manter somente a cobertura de responsabilidade. Ela que diz isso. Não é o Simon, é ela. E diz que futuramente - ela diz no e-mail - adicionaria a proteção de casco e guerra e incluiria uma outra segunda aeronave. É ela que está dizendo, não é o... Ela mandou e-mail. O SR. RICARDO ALBACETE (Para expor. Tradução simultânea.) - Bom, se é assim... Bom, se foi ela que disse, me parece estranho. Imagino que significa isso um certo... O SR. IZALCI LUCAS (Bloco Parlamentar PSDB/PSL/PSDB - DF. Como Relator.) - Diminui o mínimo, é o mínimo possível. Quero pagar o mínimo possível, foi reduzindo, foi retirando, excluindo inclusive a Colômbia. O SR. RICARDO ALBACETE (Para expor. Tradução simultânea.) - Minha filha falava vários idiomas, e isso é brilhante. Ela desprotegeu a aeronave por US$10 mil ou por US$5 mil? Não sei, não parece possível isso, não me parece possível isso. Bom, a única coisa que sei é que a apólice... O SR. IZALCI LUCAS (Bloco Parlamentar PSDB/PSL/PSDB - DF. Como Relator.) - Quem passou o e-mail... O SR. RICARDO ALBACETE (Para expor. Tradução simultânea.) - Eu não sou Loredana, sou Ricardo Albacete. Eu estou falando o que eu penso, então eu estou respondendo o que ela respondeu. Eu vou defender a minha filha e vou falar o que é correto, mas tudo que vocês estão fazendo de Loredana ela vai responder. Mas eu vou dizer uma coisa: na apólice, na primeira página, aparece valor do casco da aeronave, o seguro cobre casco, responsabilidade civil e guerra. Na primeira página, está dito e diz porque eles enviaram, porque eles já tinham negado isso. Você pode dizer que no e-mail declaravam amor, mas não se casaram. O SR. IZALCI LUCAS (Bloco Parlamentar PSDB/PSL/PSDB - DF. Como Relator.) - Quantos deles, se é que V. Sa. sabe, transportavam equipes de futebol? Quantos deles foram para a Colômbia? Todos foram para a Colômbia? Tudo isso com seguro de 25 milhões? O SR. RICARDO ALBACETE (Para expor. Tradução simultânea.) - Há um voo que foi feito para o Brasil com US$25 milhões, como você falou, em que foi uma equipe de futebol da Bolívia jogar no Brasil, que foi para Natal, Fortaleza - eu acho que foi - e parou em Brasília. Esse voo foi para a Colômbia, e tem outro voo que foi para Valera, Venezuela, que você acaba de mencionar. Tem pouco tempo. Eu estava lá em Valera. E tem outro voo que foi da Venezuela a Cobija, que é um voo que fizeram por 1.297, um voo da Anac, o segundo em importância. O primeiro voo, de 1.600, 1.596 milhas náuticas, que foi o de Medelín. Depois, em longitude e trajeto, que aprovou a Anac do Brasil, e depois o que aprovou a Venezuela, todos esses voos aqui não poderiam ter sido feitos. Esses não podiam ter sido feitos, nem esse, nem esse, nem esse. E foram feitos. |
| R | Houve voos, por exemplo, o do Messi, da Argentina, que veio da Argentina para Belo Horizonte, e regressaram. Teve um voo também a Potosi, de uma equipe do Paraguai. O do Paraguai, que fizeram à Colômbia. Foram ao Peru também uma vez. O voo para o Peru. Também deixaram ir. Isso é incrível! Estão dizendo... Porque o seguro diz que foram à Colômbia, foram ao Peru e foram de todos os países da América Latina. E a todas as autoridades brasileiras, argentinas, paraguaias, bolivianas, venezuelanas e colombianas não pareceu importante que houvesse a exclusão da Colômbia. Esse é o argumento que utilizaram os donos. Isso é letra morta. Não deem importância a isso. Isso é.... Eu tenho hoje aqui os dias que vocês necessitem para defender isso, de verdade, mas que vocês prestem atenção que aqui está identificado exatamente quem fez todo esse mal. Perdeu o objetivo. Ramificar isso e tentar buscar na letra pequena as coisas, eu respeito muito, mas dos 156 voos que estão... O SR. IZALCI LUCAS (Bloco Parlamentar PSDB/PSL/PSDB - DF. Como Relator.) - O senhor teria como disponibilizar o documento anexado no segundo e-mail da Loredana que detalhava esses 156 voos? Se tiver esse documento... O SR. RICARDO ALBACETE (Para expor. Tradução simultânea.) - Não, não tenho. Não tenho. O SR. IZALCI LUCAS (Bloco Parlamentar PSDB/PSL/PSDB - DF. Como Relator.) - Se o senhor conseguir e puder mandar para a gente, seria muito bom. O SR. RICARDO ALBACETE (Para expor. Tradução simultânea.) - Mandei a vocês em agosto... Tenho aqui, já adverti tudo, mandei tudo que eu podia, não trouxe mais, mas o que vocês me pedirem eu vou enviar. Que vocês me peçam por escrito tudo o que vocês necessitem. E todas as perguntas que vocês tiverem para a minha filha façam... O SR. IZALCI LUCAS (Bloco Parlamentar PSDB/PSL/PSDB - DF. Como Relator.) - O que V. Sa. tem a nos dizer sobre a orientação que a Loredana recebeu da Corretora Estratégica, em 13/09/2016, de que não haveria problema se eles, a LaMia, informassem toda vez que ficasse um voo sobre ou para estes países: Colômbia, Peru. |
| R | Em 13/09 informa o Simon, ironicamente inclusive, que, ironicamente, a apólice também exclui a Colômbia e o Peru, excluiu a Colômbia e o Peru, países fronteiriços com a Bolívia. E comenta que conversou com o grupo Estratégica e que não havia problema se eles informassem toda vez que fizessem um voo sobre ou para esses países. Solicitou que quando fosse analisar a nova apólice eles gostariam de olhar de perto os países excluídos. É só para ver isso, porque realmente excluíram a Colômbia e o Peru. V. Sa. já comentou. V. Sa. saberia nos dizer porque a LaMia comunicou esses voos previamente? Se a LaMia comunicou isso antes ou não? O SR. RICARDO ALBACETE (Para expor. Tradução simultânea.) - Eu acho que sim, que fizeram. Bom, a desordem disso ocorreu porque não é uma questão: "Bom, te aviso que vou saindo"... Não é que tenham que fazer. "Eu dou permissão para que você vá". Bom, não acho que falaram isso. O que acontece é que você me avisa. Você manda um e-mail: estamos saindo. Estamos saindo para a Colômbia, Tudo bem, O SR. IZALCI LUCAS (Bloco Parlamentar PSDB/PSL/PSDB - DF. Como Relator. Fora do microfone.) - Se o senhor tiver um comprovante disso? O SR. RICARDO ALBACETE (Para expor. Tradução simultânea.) - Não, eu não sei, mas minha filha, talvez; o Sr. Marco Rocha, talvez. O Sr. Quiroga enviava ao gerente ou mandava... Alguém enviava... Nesse sentido havia uma desordem, porque o gerente de LaMia, que é quem tinha, logicamente, quem deveria fazer isso pode ser que tenha feito. Eu não sei. Minha filha talvez tenha feito alguma vez, mas talvez a administradora de lá, que se chama Miriam, ou o senhor gerente ou o piloto, ou o Marcos Rocha... A nenhuma autoridade aeronáutica, incluída a do Brasil, pareceu mau que fosse para a Colômbia. O SR. IZALCI LUCAS (Bloco Parlamentar PSDB/PSL/PSDB - DF. Como Relator.) - ... a Loredana, no dia 4 de outubro de 2016, após o vencimento da segunda parcela da apólice, 2016/2017, ela pergunta ao Simon: "Como está o processo de cancelamento da apólice e a aquisição de uma nova?". Aí, no dia 8/10, o Simon responde à Loredana e diz assim: que a seguradora principal exigiu o prêmio mínimo de 80%, US$80 mil, caso a apólice fosse cancelada antes do prazo previsto contratualmente, em 10/04/2017. Ademais, informa que as seguradoras por ele consultadas não apoiaram uma apólice para o período compreendido até a renovação, 10/04/2017. O Simon então tenta demonstrar que o cancelamento não seria uma boa alternativa. Segundo ele, cancelar a apólice atual com um prêmio mínimo de US$80 mil significaria pagar um adicional de US$17.329 para cancelar a apólice de US$80 mil dólares, menos US$62.500 já pagos. Portanto, em teoria, o valor total para renovar a apólice agora seria de US$77.329 (US$17.329 mais US$60 mil), cotação mínima calculada. Por isso seria mais barato para a LaMia continuar a liquidar a segunda parcela, de US$62.671, com cobertura em vigor até 10/04/2017. Simon então informa ainda que a segunda parcela do prêmio, vencida dia 2/10/2016, poderia ser paga em duas vezes: a primeira em 10/11/2016 e a segunda em 10/02/2017. Registra que, caso a Loredana concordasse, caso ela concordasse, entraria em contato com a seguradora para obter o seu consentimento formal. |
| R | Aí, no dia 10/10/2016, a Loredana então responde ao Simon, pergunta, caso ela pagasse US$17.329 restantes para atingir o prêmio mínimo, quanto tempo teria de cobertura. Informa que entraria em contato com outras seguradoras locais e discutiria com o seu pai qual seria a melhor estratégia para a LaMia naquele momento. Pergunto então: a LaMia aceitou a proposta de parcelamento do prêmio vencido em 2/10/2016? A LaMia realizou algum pagamento em razão do parcelamento do prêmio vencido em 2/10/2016? Quando e que valor foi pago? Se lembra disso? O SR. RICARDO ALBACETE (Para expor. Tradução simultânea.) - Eu tenho conhecimento. Me estranham esses documentos. Tenho conhecimento de que eles chegaram ao acordo, que a dívida que estava pendente dividiram em duas partes e pagaram 10/11 e 10/12, de dezembro. Isso foi o acordo. Bom, com respeito ao anterior que você leu, que tem a ver com se o seguro não ia prorrogar ou se fosse prorrogar, porque era mais caro prorrogar, o conteúdo do que eu li e eu tenho na minha memória, e a ideia que eu fiz foi... E existe um e-mail. Acho que já enviei, ou não receberam. E nesse que eu enviei para vocês, o Simon diz que não consegue que os resseguradores tomem seguro porque existe um tipo de solidariedade entre os seguros, e que o seguro que tem um ano, que não pode terminar os seis meses, que, lamentavelmente, disse que "sim", mas que ele não conseguiria fazê-lo. Então, ele... E o que eu entendo é que ele não pode cumprir com a sua promessa de quando começou a apólice. Ia durar seis meses e, depois, mudar para uma que estivesse melhor. Em seis meses, a gente arruma. Então, nos seis meses, ele não pode arrumar isso. Então, ele começa a dizer: "Claro, se fizer, olha o que vai custar para você." Porque ele, na prática, não podia fazer ou não queria fazer ou não sei qual é o motivo. Ele faz o que convém a eles. Então, naquilo que eles podem tirar mais proveito... Então, possivelmente - e isso é uma especulação da minha parte, claro -, o que aconteceu foi... O Sr. Simon colocou as coisas de uma maneira complicada para a minha filha: "Não, não se preocupe. A gente divide em duas partes." Deixou de uma maneira mais fácil para que fosse conveniente para ela para ela não exigir que fosse mudado. O Simon se nega com estilo, não é? "Assim, olha, se você vai fazer, vai ficar mais caro, 80 para aqui, 10 para lá." E, depois, claro, em outra correspondência que vocês devem ter, aparece perfeitamente onde eles dizem que eles não conseguem para quem enviar essa apólice. O SR. IZALCI LUCAS (Bloco Parlamentar PSDB/PSL/PSDB - DF. Como Relator.) - ...com o pai dela, com o senhor? V. Sa. pode nos fornecer os detalhes dessa conversa? Como a Loredana conversou com V. Sa.? Como foi essa conversa? Lembra-se dela? O SR. RICARDO ALBACETE (Para expor. Tradução simultânea.) - Minha filha, amo muito a ela, ela se parece muito comigo, então, somos muito duros, cabeças-duras. Então, claro, a gente é muito cabeça-dura discutindo as coisas. Ela toma as suas decisões. E a decisão ela tomou fundamentalmente com o Sr. Quiroga, os que iam pagar. Eu não ia pagar. Eles iam pagar. Eu imagino que a minha filha tentou fazer o seu melhor trabalho; tentou fazer e fez o que fez, lamentavelmente. Não acredito que ela sabia que eu não estava de acordo. Todos diziam à minha filha e à minha família: "O seu pai é um idiota. Como US$300 milhões? Que companhia na América do Sul?". |
| R | Eu quero pedir uma coisa: por que vocês não pedem a apólice de seguro da GOL ou da TAM? Eu desafio vocês a isto: peçam a apólice de seguros da TAM e da GOL. Busquem a apólice de responsabilidade civil. Mas façam um favor: me notifiquem. Façam e notifiquem. Ninguém tem isso por 300 milhões. O SR. IZALCI LUCAS (Bloco Parlamentar PSDB/PSL/PSDB - DF. Como Relator.) - Por que razão a seguradora Bisa não comunicou imediatamente a inadimplência da LaMia à DGAC? Foi por conta dessa negociação de dividir o prêmio restante em duas parcelas? Uma parcela, inclusive, venceria somente em 2/10/2017, ou seja, após o acidente. O SR. RICARDO ALBACETE (Para expor. Tradução simultânea.) - A Bisa não fazia nada. Era pau mandado. Era quem servia, quem trazia café e água. A Bisa não pinta nada aí. A Aon é quem manda. É só um front. Então, acontece que, se o senhor da Aon considerava que tinha que dar um pouco mais de tempo e não anunciar, porque seria como truncar a possibilidade de pagar, se a gente não paga, a gente não voa, então, é preciso que me paguem, porque estou aqui pelo dinheiro. Então, que eles voem, porque a gente precisa desse dinheiro. Então, esse senhor, que é especialista em risco aeronáutico, deve ter dito: "Bom, eu não posso fazer isso, porque estou colocando em risco. No dia em que acontecer um acidente, eu não sei, eu não conheço, não sei como me chamam." O SR. IZALCI LUCAS (Bloco Parlamentar PSDB/PSL/PSDB - DF. Como Relator.) - Nesse caso então, a alegação da Seguradora Bisa de que a LaMia estaria inadimplente no momento do acidente é infundada? O SR. RICARDO ALBACETE (Para expor. Tradução simultânea.) - Totalmente infundada, porque já disse o Ministro - claro, era o Ministro dos Transportes -, disse naquele momento: "Esse seguro está vigente", porque, segundo as leis bolivianas, quem exige o seguro, a cobertura quem pede é o DGAC e quem tem que cumprir é a DGAC. O seguro quem paga é o dono ou a operadora e quem dá é a seguradora. Mas quem pede sou eu. Então, você tem que notificar a mim, porque sou eu quem peço. Não deixo voar avião que não tenha seguro. Então, a Bolívia não falhou. A Bolívia deixou o seu avião porque a Bolívia disse que tinha. Só quem adivinha são os colombianos. Eles que adivinham, que falam desde a cabine, sem escutar. Mas não pode ser. Não é possível. O SR. IZALCI LUCAS (Bloco Parlamentar PSDB/PSL/PSDB - DF. Como Relator.) - Havia um trajeto e agora que estou chegando na Argentina ainda. Estou perguntando aqui: V. Sa. confirma - já falamos sobre isso aqui, respondendo ao Kajuru - que a LaMia transportou a seleção argentina, inclusive com o Messi a bordo, para o jogo em Belo Horizonte, no dia 10/11/2016. Já foi confirmado, não é isso? O SR. RICARDO ALBACETE (Para expor. Tradução simultânea.) - Isso sabe o Messi também. Sabe todo mundo. Sabem todos. |
| R | O SR. IZALCI LUCAS (Bloco Parlamentar PSDB/PSL/PSDB - DF. Como Relator.) - Confirma também que a LaMia transportou a seleção boliviana para um jogo em Natal dia 06/10/2016... O SR. RICARDO ALBACETE (Para expor. Tradução simultânea.) - Sim, fez também. O SR. IZALCI LUCAS (Bloco Parlamentar PSDB/PSL/PSDB - DF. Como Relator.) - ... quando o seguro estaria vencido, de acordo com a seguradora Bisa? O SR. RICARDO ALBACETE (Para expor. Tradução simultânea.) - O avião, claro, não foi destruído. Deram voz na cabine sem o cockpit. Então, claro, não convém que essa apólice esteja vigente. Eles estão dispostos a dizer o que tenha que ter ser dito, contanto que não tenham de colocar um centavo em cima da mesa. Eles são capazes de negar que existe Deus. Essa gente é capaz de qualquer coisa. Dizem que a apólice tal, que tal... Claro! Por que não pergunta à Anac? Bom, a seleção boliviana... Não, o seguro não estava vencido. O seguro estava vigente. Não temos nenhuma, nenhuma notícia de que estava vencido, de que tinha que notificar, a autoridade aeronáutica não podia voar. Portanto, sim, poderia voar. É tão fácil como isso. O SR. IZALCI LUCAS (Bloco Parlamentar PSDB/PSL/PSDB - DF. Como Relator.) - De acordo com os autos, a Loredana escreve para o Simon no dia 18/10/2016 para perguntar se eles deveriam se preocupar em pagar no prazo o prêmio da apólice atual, 2016/2017. Indaga se não deveria pagar ao menos uma parte do prêmio vencido em 2/10/2016. Simon, então, disse que iria fornecer os valores dos prêmios devidos. Pergunto: V.Sa. poderia explicar por que razão a Loredana esteve diretamente envolvida na negociação da última apólice da LaMia com o Simon? E qual a avaliação de V.Sa. acerca da assessoria prestada pela corretora Aon? As minhas últimas perguntas aqui. O SR. RICARDO ALBACETE (Para expor. Tradução simultânea.) - Eu gostaria que vocês pudessem fazer essa pergunta para a minha filha. Eu não sei. Isso são negociações que foram feitas para pagar. Ele pedia dinheiro, não importavam os riscos, e isso era tudo o que ele fazia. Então, utilizaram a minha filha para ter mais dinheiro para os seus chefes, U$80 bilhões. Ele trabalhava por isso. Bom, muita gente trabalha assim. O SR. IZALCI LUCAS (Bloco Parlamentar PSDB/PSL/PSDB - DF. Como Relator.) - Encerro as minhas perguntas. Não sei se V. Exa. ou o Senador Kajuru querem fazer algum complemento para a gente entrar, na sequência, com o Marcos Rocha, que está aguardando. O SR. JORGE KAJURU (Bloco Parlamentar Senado Independente/CIDADANIA - GO) - Ele virou um eslaide. Há quase 5 horas ele está. A SRA. PRESIDENTE (Leila Barros. Bloco Parlamentar Senado Independente/PSB - DF) - Obrigada, Sr. Senador Relator Izalci. Vamos lá, Kajuru, com a palavra o senhor. O SR. JORGE KAJURU (Bloco Parlamentar Senado Independente/CIDADANIA - GO. Para interpelar.) - Presidente Leila, só para encerrar minha parte. Sr. Ricardo Albacete, com a experiência que o senhor tem, com a vida que o senhor tem, com o amor que o senhor mostrou aí que tem pela sua filha, por su hija, o senhor falou o nome dela várias vezes, então, em nome de Deus, o senhor pode dizer ao nosso País que tem certeza absoluta de que essas famílias, há três anos desrespeitadas, vão conseguir a indenização justa? Um minuto de silêncio. O SR. RICARDO ALBACETE (Para expor. Tradução simultânea.) - Se eu fosse Senador do Brasil, eu, sim, conseguiria. Então, espero que vocês que têm a responsabilidade e têm a força para fazer consigam fazer. |
| R | Vocês podem contar comigo, absolutamente, hoje, amanhã e sempre, para que as famílias sejam reabilitadas. Não pensem que só morreram as pessoas. Há crianças que vão crescer, todos anos, perguntando pelo pai. Isso não se arruma com dinheiro. Se vocês me perguntam se eu gostaria de ter o poder que vocês têm, eu o faria e espero que vocês façam. Eu estou fazendo o que eu posso. Eu estou diante da câmera dizendo que é um bandido, que é um sicário. E vocês sabem o que pode acontecer comigo, não é? Eu não ganhei nenhuma rifa, eu sou um homem sério, eu tenho conhecimento e sei os riscos que eu estou assumindo ao fazer isso. Se fosse por mim, já me haveriam cobrado. O SR. IZALCI LUCAS (Bloco Parlamentar PSDB/PSL/PSDB - DF. Como Relator.) - Faço só uma colocação aqui, Kajuru. (Fora do microfone.) Acho até que a Associação Chapecoense de Futebol já respondeu isso parcialmente, mas eu vou fazer isso aqui novamente. A pergunta é a seguinte. De acordo com a legislação boliviana, a seguradora responde por todos os riscos segurados, devendo ser respeitadas as excludentes, porém desde que não desvirtuem o objeto do contrato. Cientes de que a excludente de responsabilidade da Colômbia desvirtua o próprio objeto do contrato, que é o seguro de transporte da companhia aérea que sabidamente praticava voos para Colômbia, qual foi a postura adotada pela Aon após o momento do acidente. Ela concordou com o pagamento do seguro? O SR. RICARDO ALBACETE (Para expor. Tradução livre.) - Sim, é claro! O SR. IZALCI LUCAS (Bloco Parlamentar PSDB/PSL/PSDB - DF. Como Relator.) - Acho que o senhor disse isso. Depois desistiram, parece. O SR. RICARDO ALBACETE (Para expor. Tradução simultânea.) - Primeiro, o Sr. Simon escreve dizendo à Loredana que as companhias resseguradoras confirmaram que vão pagar e que ia levantar todas as discrepâncias da Colômbia e todas essas coisas. "Tem que se preparar, tem que se organizar, porque tem pagar e tem se organizar." Perfeito, é uma excelente notícia! O que colocou tudo a perder nessa operação? A reunião de 14 de dezembro de 2015, quando o Sr. Simon - não sei se foi Simon ou Neil Darvill -, junto com o Sr. Alex Stovold, Tokio Marine e Aon, foi à Espanha, na Praça Jacinto Benavente, no centro de Madri, onde eu vivo. Aí, no escritório de Clyde&Co, eles se reuniram. Eu passei os e-mails aí para vocês. O SR. IZALCI LUCAS (Bloco Parlamentar PSDB/PSL/PSDB - DF. Como Relator.) - Se puder deixar todo esse material aqui com a gente, isso é importante. O SR. RICARDO ALBACETE (Para expor. Tradução simultânea.) - Eu vou deixar tudo isso, porque é tudo importante. Da Colômbia, há coisas importantes. Aí está tudo da Colômbia. Então, o Sr. Alex Stovold, a representação da Tokio Marine, a resseguradora, o Sr. Simon e o Sr. Neil - não sei qual dos dois; agora não tenho aqui -, no encontro com Loredana, se apresentaram no escritório de Clyde&Co na Espanha. Lembro-me do Dr. David Cairns, do escritório de Bernardo Cremades. Eles entraram aí e pediram à Loredana: "Olha, como você negociou tudo, a gente gostaria que você fizesse uma declaração de que você representa a LaMia Corporation por tal motivo e de que você nos nomeia como advogados da LaMia Corporation". Então, minha filha falou: "Olha, eu fiz todas as negociações, mas eu não sou representante da LaMia. O que eu sou é alguém que ajudou a LaMia Corporation a fazer isso porque não teria com quem fazer. E, defendendo os interesses do meu pai, que é dono da aeronave, eu não posso assinar isso. Nós temos que assinar um contrato, e o que se revela aqui não pode ser divulgado". É claro que os senhores se sentiram mal e disseram: "Bom, estamos agora num problema. A gente ia pagar. Íamos reconhecer, mas é claro ia ser tudo do nosso lado. Os advogados da LaMia Corporation eram culpados. E nós que somos avalistas somos os mesmos. Faremos com que a LaMia reconheça sua culpa e terminamos com isso e pronto. Isso não pode ser divulgado. Pagamos US$25 milhões, sai barato, não pagamos quase nada. E a gente vai para casa". Quando eles viram... Eu mando um advogado meu, não é? Há mais esta: faço eles saberem, através do meu advogado, que isso que eles estão fazendo não é correto, que eles têm que pagar o que corresponde... Quando eles percebem que não podem pagar diretamente, eles inventam esse fundo monetário. |
| R | O SR. IZALCI LUCAS (Bloco Parlamentar PSDB/PSL/PSDB - DF. Como Relator.) - Eu vou perguntar para V. Exa.: numa eventual necessidade futura de fazer uma acareação entre Tokio Marine, Aon e V. Exa., V. Exa. poderia participar? O SR. JORGE KAJURU (Bloco Parlamentar Senado Independente/CIDADANIA - GO. Para interpelar. Fora do microfone.) - Isso é que eu queria... O SR. RICARDO ALBACETE (Para expor. Tradução simultânea.) - Tem que buscar duas pessoas para que me paguem... Tem que haver alguém aqui. Até com o Papa... Onde vocês queiram. O SR. JORGE KAJURU (Bloco Parlamentar Senado Independente/CIDADANIA - GO. Para interpelar.) - Sr. Albacete, se o senhor estivesse aqui (Fora do microfone.) nesta CPI como Senador, qual a principal pessoa que o senhor acha que a gente ainda tem que ouvir? O SR. RICARDO ALBACETE (Para expor. Tradução livre.) - Qual é a pessoa... O SR. JORGE KAJURU (Bloco Parlamentar Senado Independente/CIDADANIA - GO. Para interpelar.) - Qual a principal pessoa que esta CPI, que nós aqui temos que ouvir? O SR. RICARDO ALBACETE (Para expor. Tradução simultânea.) - Graham Bailey. Eu acho que tem que ter uma pessoa... O SR. IZALCI LUCAS (Bloco Parlamentar PSDB/PSL/PSDB - DF. Como Relator. Fora do microfone.) - Já pedimos... O SR. JORGE KAJURU (Bloco Parlamentar Senado Independente/CIDADANIA - GO. Para interpelar. Fora do microfone.) - Por quê? O SR. IZALCI LUCAS (Bloco Parlamentar PSDB/PSL/PSDB - DF. Como Relator. Fora do microfone.) - Ele é que foi o negociador junto com o Simon na apólice. O Simon era o chefe dele. O SR. JORGE KAJURU (Bloco Parlamentar Senado Independente/CIDADANIA - GO. Para interpelar.) - Esse Simon vai ser ouvido? Esse Simon "jogou um bolão" hoje aqui. O SR. RICARDO ALBACETE (Para expor. Tradução simultânea.) - Graham Bailey não trabalha com ele. Eu tive um encontro com ele. Ele me disse que era um desastre. Mas não diga isso a eles, por gentileza. Tragam-no aqui. E outra pessoa também que eu diria para que vocês a trouxessem para aqui se chama Meritxell Codina García. O SR. IZALCI LUCAS (Bloco Parlamentar PSDB/PSL/PSDB - DF. Como Relator. Fora do microfone.) - Está anotando aqui. O SR. RICARDO ALBACETE (Para expor. Tradução simultânea.) - Meritxell Codina Garcia é uma advogada espanhola catalã que é advogada no aspecto aeronáutico. Ela entende de Direito Aeronáutico e também, com outra conotação, é inspetora, ou seja, fiscal de acidentes aeronáuticos. Ela dá aula também para aquelas pessoas que investigam os acidentes. É uma pessoa que tomou esse caso de Chapecoense como um caso acadêmico e o está analisando em Barcelona, como professora de advogados. Eu acho que é uma pessoa que conhece a legislação aeronáutica e conhece como se trabalha no sistema de acidentes aéreos. Ela pode dizer que está faltando a Cenipa, a Aerocivil ou que aqui está faltando esse ou outro. E aí também tem o artigo da base que... Ela conhece tudo, então. |
| R | Vocês se lembrem de que as leis aeronáuticas, de um país para o outro, são bem similares. Quase todas as leis aeronáuticas são praticamente iguais, são aprovadas por países e são leis. O SR. IZALCI LUCAS (Bloco Parlamentar PSDB/PSL/PSDB - DF. Como Relator.) - Há um acordo do Canadá. Há mais alguém que V. Sa. sugeriria? O SR. JORGE KAJURU (Bloco Parlamentar Senado Independente/CIDADANIA - GO. Para interpelar.) - Falou de dois até agora. O SR. RICARDO ALBACETE (Para expor. Tradução livre.) - É o que me recordo de memória. O SR. JORGE KAJURU (Bloco Parlamentar Senado Independente/CIDADANIA - GO. Para interpelar.) - O Simon virá? O SR. IZALCI LUCAS (Bloco Parlamentar PSDB/PSL/PSDB - DF. Como Relator.) - Já foi convocado. O SR. JORGE KAJURU (Bloco Parlamentar Senado Independente/CIDADANIA - GO. Para interpelar.) - Esse Simon "jogou um bolão" aqui hoje. O SR. IZALCI LUCAS (Bloco Parlamentar PSDB/PSL/PSDB - DF. Como Relator.) - Hem? O SR. JORGE KAJURU (Bloco Parlamentar Senado Independente/CIDADANIA - GO. Para interpelar.) - Esse Simon "jogou um bolão" aqui hoje... O SR. IZALCI LUCAS (Bloco Parlamentar PSDB/PSL/PSDB - DF. Como Relator.) - Mas ele é que é o intermediário. O SR. JORGE KAJURU (Bloco Parlamentar Senado Independente/CIDADANIA - GO. Para interpelar.) - ... pelo tanto que nome dele foi citado. O SR. IZALCI LUCAS (Bloco Parlamentar PSDB/PSL/PSDB - DF. Como Relator.) - É. Parece até que virou dois: o "Simon" e o "Saimon". O SR. RICARDO ALBACETE (Para expor. Tradução simultânea.) - Eu já não me lembro. Também tenho um... O SR. IZALCI LUCAS (Bloco Parlamentar PSDB/PSL/PSDB - DF. Como Relator.) - Eu quero só agradecer, Ricardo, a sua presença. Quero contar com a sua colaboração no caso de acareação e da apresentação de outros documentos. Se for necessário, a gente os encaminha também solicitando mais informações. O SR. RICARDO ALBACETE (Para expor. Tradução livre.) - Tudo que necessitar. O SR. IZALCI LUCAS (Bloco Parlamentar PSDB/PSL/PSDB - DF. Como Relator.) - Obrigado. A SRA. PRESIDENTE (Leila Barros. Bloco Parlamentar Senado Independente/PSB - DF) - Sr. Ricardo, eu gostaria, em nome de todos os membros desta CPI do Senado, agradecer a presença do senhor e os esclarecimentos a esta CPI. Muito obrigada. O SR. RICARDO ALBACETE (Para expor. Tradução livre.) - Obrigado. A SRA. PRESIDENTE (Leila Barros. Bloco Parlamentar Senado Independente/PSB - DF) - Passo a palavra agora para o Sr. Marco Rocha, sócio proprietário da LaMia. Sr. Marco, assim como o Sr. Ricardo Albacete, que prestou aqui esclarecimentos com o compromisso de dizer a verdade, eu pergunto ao senhor se presta esse compromisso de dizer a verdade do que lhe for perguntado. (Pausa.) Só um minuto, porque estamos com um problema de áudio. (Pausa.) Estamos esperando aqui a área técnica para nos ajudar. Estamos com dificuldade no áudio do Sr. Marco Rocha. (Pausa.) Enquanto isso, eu vou só passar alguns comentários aqui do Portal e-Cidadania. O Rayell Correia, de Tocantins, pergunta: "Todas [as famílias] foram devidamente indenizadas?". Bom, acredito que o Rayell já tenha as respostas, não é? Até o momento, o motivo desta CPI é justamente por causa das indenizações às famílias do acidente. O Valdemagno Torres, de Pernambuco, diz: "Até agora não compreendo a equipe não ter voado pela Avianca, que tinha empresas nos dois países e equipamentos superiores ao avião da LaMia". O SR. IZALCI LUCAS (Bloco Parlamentar PSDB/PSL/PSDB - DF. Como Relator.) - A grana, o preço. A SRA. PRESIDENTE (Leila Barros. Bloco Parlamentar Senado Independente/PSB - DF) - Pois é. Ricardo Leite, do Acre, pergunta: "Como estão as investigações? Quem já foi responsabilizado?". Se o senhor quiser falar... O SR. JORGE KAJURU (Bloco Parlamentar Senado Independente/CIDADANIA - GO) - Ninguém ainda. O SR. IZALCI LUCAS (Bloco Parlamentar PSDB/PSL/PSDB - DF. Como Relator.) - Não foi ainda. Estamos exatamente tentando contribuir para isso. A SRA. PRESIDENTE (Leila Barros. Bloco Parlamentar Senado Independente/PSB - DF) - Agradeço aos três que participaram. O SR. IZALCI LUCAS (Bloco Parlamentar PSDB/PSL/PSDB - DF. Como Relator.) - Está nos ouvindo já, Marco? (Pausa.) Não. Marco, está nos ouvindo aí? (Pausa.) Não está ouvindo, não, senão ele teria falado. (Pausa.) A SRA. PRESIDENTE (Leila Barros. Bloco Parlamentar Senado Independente/PSB - DF) - Estão ligando para lá? (Pausa.) O problema está lá. Ele fechou o áudio do computador dele. A nossa assessoria está entrando em contato com ele para resolver o problema. (Pausa.) |
| R | O SR. IZALCI LUCAS (Bloco Parlamentar PSDB/PSL/PSDB - DF. Como Relator.) - Alô? Oi? O SR. JORGE KAJURU (Bloco Parlamentar Senado Independente/CIDADANIA - GO) - Está ouvindo, Sr. Marco? (Pausa.) O SR. IZALCI LUCAS (Bloco Parlamentar PSDB/PSL/PSDB - DF. Como Relator.) - Está com problema o seu computador aí. (Pausa.) É o computador dele que está com problema? Ele está sabendo disso? (Pausa.) Provavelmente, ele não está ouvindo a gente também, não é? O SR. JORGE KAJURU (Bloco Parlamentar Senado Independente/CIDADANIA - GO) - Sr. Marco, o senhor está ouvindo? (Pausa.) O SR. IZALCI LUCAS (Bloco Parlamentar PSDB/PSL/PSDB - DF. Como Relator.) - Responda com a cabeça. (Pausa.) Aí, está o.k. O SR. JORGE KAJURU (Bloco Parlamentar Senado Independente/CIDADANIA - GO) - Finalmente, ele mexeu alguma coisa. O SR. IZALCI LUCAS (Bloco Parlamentar PSDB/PSL/PSDB - DF. Como Relator.) - É a questão do seu áudio, que está desligado. Há uma mensagem aí para você. Há uma mensagem no seu computador. Há uma mensagem para você, Marco, no seu computador. Abra o áudio. O seu áudio está fechado. O SR. JORGE KAJURU (Bloco Parlamentar Senado Independente/CIDADANIA - GO) - Fale alguma coisa, Sr. Marco. Ele não fala. Está parecendo uma sessão espírita. (Risos.) O SR. IZALCI LUCAS (Bloco Parlamentar PSDB/PSL/PSDB - DF. Como Relator.) - Você está ouvindo aí, Marco? Está ouvindo? Mexa com a cabeça positivamente ou negativamente. A SRA. PRESIDENTE (Leila Barros. Bloco Parlamentar Senado Independente/PSB - DF) - Ele está ouvindo. É a gente que está... O SR. IZALCI LUCAS (Bloco Parlamentar PSDB/PSL/PSDB - DF. Como Relator.) - O seu microfone, o seu computador está... Tem que abrir o áudio. (Pausa.) A SRA. PRESIDENTE (Leila Barros. Bloco Parlamentar Senado Independente/PSB - DF) - Segundo a assessoria aqui, nós vamos suspender por cinco minutos a sessão até que nós possamos resolver essa questão técnica. O SR. JORGE KAJURU (Bloco Parlamentar Senado Independente/CIDADANIA - GO. Para interpelar.) - Ainda há sessão aqui. A SRA. PRESIDENTE (Leila Barros. Bloco Parlamentar Senado Independente/PSB - DF) - Obrigada. (Suspensa às 13 horas e 39 minutos, a reunião é reaberta às 13 horas e 42 minutos.) |
| R | A SRA. PRESIDENTE (Leila Barros. Bloco Parlamentar Senado Independente/PSB - DF) - Podemos reiniciar? O SR. IZALCI LUCAS (Bloco Parlamentar PSDB/PSL/PSDB - DF. Como Relator.) - Está ouvindo bem aí, Marco? Você nos está ouvindo bem? Está ouvindo? Escuta bem? O SR. MARCO ROCHA VENEGAS (Para expor. Por videoconferência. Tradução livre.) - Sim, escuto. O SR. IZALCI LUCAS (Bloco Parlamentar PSDB/PSL/PSDB - DF. Como Relator.) - O.k.! Então, vamos começar. A SRA. PRESIDENTE (Leila Barros. Bloco Parlamentar Senado Independente/PSB - DF) - No início desta sessão, Sr. Marco, nós perguntamos ao Sr. Ricardo Albacete sobre o compromisso de dizer a verdade. Então, eu pergunto ao senhor se o senhor presta esse compromisso de dizer a verdade do que lhe for perguntado. O SR. MARCO ROCHA VENEGAS (Para expor. Por videoconferência. Tradução simultânea.) - Sim, assim o farei. A SRA. PRESIDENTE (Leila Barros. Bloco Parlamentar Senado Independente/PSB - DF) - Eu dou ao senhor, neste início, 15 minutos para usar da palavra. Depois, nós a passamos ao Relator. O SR. MARCO ROCHA VENEGAS (Para expor. Por videoconferência. Tradução simultânea.) - O.k.! A SRA. PRESIDENTE (Leila Barros. Bloco Parlamentar Senado Independente/PSB - DF) - Pode falar. O SR. MARCO ROCHA VENEGAS (Para expor. Por videoconferência. Tradução simultânea.) - Muito boa tarde! Para mim é uma grande honra poder participar desta Comissão. A minha intenção é declarar de forma ampla e esclarecer qualquer dúvida que vocês tenham em relação ao tema. Eu posso colaborar com algo para que possam esclarecer isso às famílias devidamente e compensá-las, talvez. Eu estou aqui para isso. Eu me coloco à disposição. A SRA. PRESIDENTE (Leila Barros. Bloco Parlamentar Senado Independente/PSB - DF) - Então, vamos passar a palavra ao Relator, ao Senador Izalci, para ele fazer as perguntas. O SR. IZALCI LUCAS (Bloco Parlamentar PSDB/PSL/PSDB - DF. Como Relator.) - Sobre a constituição da LaMia e a autorização concedida à LaMia para operar voos não regulares pela Bolívia nós vamos falar agora. De acordo com os autos, em 18 de setembro de 2014, Miguel Quiroga e Marco Antonio Rocha constituem na Bolívia a empresa LaMia e nomeiam Gustavo Vargas Gamboa como representante legal da empresa. Em dezembro de 2014, Jorge Pinto, da Aon Bolívia, atual corretora estratégica, negocia, a pedido de Ricardo e Loredana, apólice de garantia aduaneira de carta de crédito para internalização das aeronaves na Bolívia. Eu pediria para colocar o eslaide. Acho que não há problema, não é? Passe o eslaide nº 3, por favor, até para ele ver lá. É o eslaide nº 3. |
| R | Conforme o eslaide nº 3, a LaMia obteve o certificado de explorador de serviços aéreos no dia 31/07/2015. Conforme se observa no eslaide nº 3, a vigência é indefinida - está circulado lá. O Gen. de Brigada Aérea Edgar Pereyra Quiroga foi quem assinou e aparece no documento como Diretor Executivo do DGAC. Antes disso, a LaMia tentou se estabelecer na Venezuela e em Aruba, mas, em ambas as situações, não recebeu as autorizações para operar. Então, eu pergunto: é comum uma autorização dessa natureza com prazo de vigência indefinido? O SR. MARCO ROCHA VENEGAS (Para expor. Por videoconferência. Tradução simultânea.) - Eu gostaria de explicar-lhes em que consiste um processo de certificação aeronáutica. Um processo de certificação aeronáutica para uma empresa consta de cinco fases, em que a empresa que propõe operar em certo país, em qualquer país, tem que traçar um processo de certificação, o qual tem diferentes fases, que, como eu disse, cumpre cinco fases. O que eu tenho entendido do ponto de vista técnico, a certificação em Venezuela, a certificação em Aruba e, posteriormente, em Venezuela, ambas as certificações só chegaram à terceira fase, não podendo chegar à quarta e à quinta. A quarta fase consiste na fase de demonstração, e a quinta fase viria a ser as especificações de operação propriamente ditas. E, em nenhuma das duas anteriores, tanto a da Venezuela, como a de Aruba, teve o avião um lugar para poder completar o processo de certificação. Assim, os aviões são obrigados a voltar para um tema de manutenção. Aí isso acontece, por exemplo, quando já participamos de vários processos de certificação, com determinadas pessoas. É esse processo de certificação com uma empresa de voos charter e voos não regulares, porque essa é a medida. Então, essa é a nossa capacidade nesse momento. Tínhamos um avião na Bolívia, tínhamos o conhecimento para poder certificá-lo e por isso nós analisamos a certificação na Bolívia, porque nós vemos que o mais importante para a certificação é o próprio avião. O SR. IZALCI LUCAS (Bloco Parlamentar PSDB/PSL/PSDB - DF. Como Relator.) - O representante legal da LaMia é Gen. Gustavo Vargas Gamboa? Correto? Ele é o representante legal da LaMia? O SR. MARCO ROCHA VENEGAS (Para expor. Por videoconferência. Tradução simultânea.) - Sim. O SR. IZALCI LUCAS (Bloco Parlamentar PSDB/PSL/PSDB - DF. Como Relator.) - Ele é pai do Gustavo Vargas Villegas. Correto? O SR. MARCO ROCHA VENEGAS (Para expor. Por videoconferência. Tradução simultânea.) - Sim. O SR. IZALCI LUCAS (Bloco Parlamentar PSDB/PSL/PSDB - DF. Como Relator.) - Gustavo Vargas Villegas, por sua vez, era Diretor de Registro Aeronáutico Nacional do DGAC. Correto? O SR. MARCO ROCHA VENEGAS (Para expor. Por videoconferência. Tradução simultânea.) - Sim. |
| R | O SR. IZALCI LUCAS (Bloco Parlamentar PSDB/PSL/PSDB - DF) - O DGAC é justamente o órgão boliviano responsável pela certificação de aeronaves e pela fiscalização e regulação dos serviços aéreos da Bolívia. Correto? O SR. MARCO ROCHA VENEGAS (Para expor. Por videoconferência. Tradução simultânea.) - O senhor me pergunta pelo registro da aeronave? O SR. IZALCI LUCAS (Bloco Parlamentar PSDB/PSL/PSDB - DF. Como Relator.) - Não, pergunto se o DGAC é justamente o órgão boliviano responsável pela certificação de aeronaves e pela fiscalização e regulação dos serviços aéreos da Bolívia. Só estou pedindo para confirmar se é ou não. O SR. MARCO ROCHA VENEGAS (Para expor. Por videoconferência. Tradução simultânea.) - Sim, é a autoridade aeronáutica competente. O SR. IZALCI LUCAS (Bloco Parlamentar PSDB/PSL/PSDB - DF. Como Relator.) - V. Sa. confirma que foi Gustavo Vargas quem autorizou a internalização das aeronaves da LaMia na Bolívia após a solicitação de seu pai, o Gen. Gustavo Vargas Gamboa, representante legal da LaMia? O SR. MARCO ROCHA VENEGAS (Para expor. Por videoconferência. Tradução simultânea.) - Não. Nós cumprimos todos os requisitos que a lei estabelece no regulamento aeronáutico para poder fazer interiorização de uma aeronave. Na realidade, ali estava o filho do General, que não influenciou em nada na determinação da DGAC em impedir que as aeronaves pudessem entrar na Bolívia. Então, cumprimos todos os requisitos estabelecidos de acordo com a regulamentação aeronáutica boliviana. O SR. IZALCI LUCAS (Bloco Parlamentar PSDB/PSL/PSDB - DF. Como Relator.) - Diferentemente do que V. Sa. está falando, a Procuradoria-Geral da Bolívia afirma que sim. O SR. MARCO ROCHA VENEGAS (Para expor. Por videoconferência. Tradução simultânea.) - Não, isso é falso. O SR. IZALCI LUCAS (Bloco Parlamentar PSDB/PSL/PSDB - DF. Como Relator.) - O que V. Sa. tem a dizer sobre a declaração do então Vice-Presidente da Bolívia, Álvaro García Linera, de que teria havido uma negociata, um jeitinho, uma negociação de funcionários da DGAC que permitiu à LaMia obter o certificado de operação aérea na Bolívia? O SR. MARCO ROCHA VENEGAS (Para expor. Por videoconferência. Tradução simultânea.) - Sobre esse tema, faço um comentário honestamente político. Sobre o Vice-Presidente, saiu a relação que tinha com o Senador Pinto no Governo de Evo Morales. O SR. IZALCI LUCAS (Bloco Parlamentar PSDB/PSL/PSDB - DF. Como Relator.) - Não existe nenhum processo de apuração na Bolívia sobre isso? Existe algum processo de apuração se houve ou não alguma denúncia de negociata aí ou não? O SR. MARCO ROCHA VENEGAS (Para expor. Por videoconferência. Tradução simultânea.) - Não, é somente um comentário, um exemplo... (Falha na gravação.) O Vice-Presidente de um país tem que dizer "sim" ou "não", se a companhia tem autorização para funcionar ou não. O SR. IZALCI LUCAS (Bloco Parlamentar PSDB/PSL/PSDB - DF. Como Relator.) - Sim, é porque o Vice-Presidente disse que houve essa negociata. O que eu perguntei é se existe alguma denúncia, alguma apuração por algum órgão sobre essa colocação do Vice-Presidente. Alguém denunciou? O SR. MARCO ROCHA VENEGAS (Para expor. Por videoconferência. Tradução simultânea.) - Não. Não, porque a estrutura da empresa contava com 14 trabalhadores, funcionários. E o representante... (Falha na gravação.) |
| R | Os papéis e tudo que havia no escritório... É que o governo inventou que havia uma combinação com a companhia LaMia. É uma questão internamente política entre o Senador... Digamos... (Falha na gravação.) O SR. IZALCI LUCAS (Bloco Parlamentar PSDB/PSL/PSDB - DF. Como Relator.) - Quando ocorreu a acusação pública de um vice-presidente contra a empresa, independentemente se o Senador é sócio ou não, a empresa, por si só, não providenciou nada, não entrou com ação nenhuma, não questionou, não declarou algo contrário ou alguma coisa assim? Não fez nada? Simplesmente aceitou? O SR. MARCO ROCHA VENEGAS (Para expor. Por videoconferência. Tradução simultânea.) - Neste momento, justamente, todos os envolvidos na empresa foram orientados a que não dessem nenhum tipo de declaração para nada. O SR. IZALCI LUCAS (Bloco Parlamentar PSDB/PSL/PSDB - DF. Como Relator.) - O.k.! Então, V. Sa. não reconhece nenhuma facilidade por parte dos funcionários da DGAC? Foi tudo correto? Não houve nenhuma facilitação? Foi tudo correto? O SR. MARCO ROCHA VENEGAS (Para expor. Por videoconferência. Tradução simultânea.) - O regulamento aeronáutico foi feito dentro do mesmo modelo de regulamento aeronáutico. O SR. IZALCI LUCAS (Bloco Parlamentar PSDB/PSL/PSDB - DF. Como Relator.) - A LaMia tinha alguma espécie de acordo com o empresário chinês Sam Pa? O SR. MARCO ROCHA VENEGAS (Para expor. Por videoconferência. Tradução simultânea.) - Escutamos esse comentário, mas um conhecimento claro nós não temos. O SR. IZALCI LUCAS (Bloco Parlamentar PSDB/PSL/PSDB - DF. Como Relator.) - V. Sa. saberia informar se esse investidor chinês, via LaMia, viabilizou algum negócio na Bolívia ou aqui no Brasil ou na Inglaterra? (Interrupção do som.) O SR. IZALCI LUCAS (Bloco Parlamentar PSDB/PSL/PSDB - DF. Como Relator.) - Sim. Perguntei se saberia informar se o investidor chinês, via LaMia, quer dizer, junto com a LaMia ou usando a LaMia, viabilizou algum negócio na Bolívia ou aqui no Brasil ou na Inglaterra? |
| R | O SR. MARCO ROCHA VENEGAS (Para expor. Por videoconferência. Tradução simultânea.) - Não, não. Na verdade, eu desconheço qualquer tipo de negócio desse senhor, qualquer tipo de atividade que ele já tenha realizado. O SR. IZALCI LUCAS (Bloco Parlamentar PSDB/PSL/PSDB - DF. Como Relator.) - Segundo os advogados de Ricardo Albacete, ele e Loredana não seriam sócios ou proprietários da LaMia. Os advogados afirmam que os únicos acionistas da LaMia são os Srs. Miguel Alejandro Quiroga e Marco Antonio Rocha Venegas. Reafirmam que a única relação de Ricardo com a LaMia é o contrato de arrendamento do tipo dry-lease, datado de 1º de janeiro de 2015, e sua prorrogação, restando hoje o contrato resuelto em decorrência do acidente. Ocorre, todavia, que estão acostadas nos autos da CPI inúmeras evidências que demonstram justamente o contrário, ou seja, que Ricardo e Loredana controlavam efetivamente toda a operação da companhia aérea LaMia em território boliviano. Há vários registros de trocas de e-mails, mensagens via chats e documentos que explicitam claramente o poder de mando de ambos sobre a LaMia. Pergunto: se Ricardo e Loredana eram apenas os arrendantes da aeronave, por que razão então se envolveram com a parte operacional da LaMia e, inclusive, em mais de uma oportunidade, exigiram prestações de contas? O SR. MARCO ROCHA VENEGAS (Para expor. Por videoconferência. Tradução simultânea.) - Bom, o que havia era que nós recebíamos alguns dinheiros que eram destinados para a reparação das aeronaves. Inicialmente, nós recebíamos um apoio para começar nossas operações. O que eles queriam controlar era que esses dinheiros que eles nos enviavam seriam adequadamente colocados naquilo para que eles enviavam, e uma parte disso... O que eles queriam era que, com o fluxo de operação que nós tínhamos, nós fôssemos devolvendo esse dinheiro que inicialmente eles tinham nos emprestado. É por isso que Loredana trabalhou muito em combinação, em conjunto com a diretoria administrativa, para poder ver se seriam pagos os provedores, os fornecedores e também as operações financeiras que tinham. O SR. IZALCI LUCAS (Bloco Parlamentar PSDB/PSL/PSDB - DF. Como Relator.) - Por que razão então eles fizeram a gestão dos voos e dos contratos da LaMia? O SR. MARCO ROCHA VENEGAS (Para expor. Por videoconferência. Tradução simultânea.) - Perdão! Poderia repetir a pergunta? Não a escutei. O SR. IZALCI LUCAS (Bloco Parlamentar PSDB/PSL/PSDB - DF. Como Relator.) - Por que razão, então, eles, Ricardo e Loredana, fizeram a gestão dos voos e também dos contratos da LaMia? Por quê? |
| R | O SR. MARCO ROCHA VENEGAS (Para expor. Por videoconferência. Tradução simultânea.) - Porque eles tinham que chegar até o exterior ou tinham que verificar o tema de administração das contas da parte do exterior, porque ainda nós não tínhamos conta nenhuma no exterior. Então, nesse sentido, eles administravam, controlavam isso. O SR. IZALCI LUCAS (Bloco Parlamentar PSDB/PSL/PSDB - DF. Como Relator.) - Por que razão, então, as negociações das apólices de seguro foram conduzidas pessoalmente por Loredana? O SR. MARCO ROCHA VENEGAS (Para expor. Por videoconferência. Tradução simultânea.) - Eles eram os donos do avião. O SR. IZALCI LUCAS (Bloco Parlamentar PSDB/PSL/PSDB - DF. Como Relator.) - Por que razão também o contrato da Chapecoense foi negociado nos Estados Unidos, em Miami? O SR. MARCO ROCHA VENEGAS (Para expor. Por videoconferência. Tradução simultânea.) - Porque, por casualidade, Loredana estava ali. Eu acho que ele tinha outro sócio e pediu que colaborasse nesse sentido, já que eu não estava na Bolívia. Eu estava na Europa, e havia uma diferença de horário. Então, não nos permitia fazer determinados tipos de coordenação corretamente. O SR. IZALCI LUCAS (Bloco Parlamentar PSDB/PSL/PSDB - DF. Como Relator.) - Por que razão, então, se utilizou de cartão de crédito americano para colocar combustível na aeronave? O SR. MARCO ROCHA VENEGAS (Para expor. Por videoconferência. Tradução simultânea.) - Esses detalhes eu não conheço. Justamente para poder abastecer de combustível em qualquer lugar, nós realizamos através desse tipo de trâmite em uma companhia em nível mundial, que fornece esses combustíveis. Ela tem a sua central nos Estados Unidos. Para poder cancelar essa empresa... Nós entendemos que não tínhamos uma conta no exterior. Então, Loredana fazia. A partir daí, desses pagamentos que eram realizados, é que nós pedíamos a uma administradora o detalhe de gastos para saber exatamente que dinheiro correspondia a ela e qual correspondia à empresa. O SR. IZALCI LUCAS (Bloco Parlamentar PSDB/PSL/PSDB - DF. Como Relator.) - De acordo com os autos da CPI, a Chapecoense contratou a LaMia em duas oportunidades: a primeira foi em outubro de 2016, para um jogo em Barranquilla, Colômbia; a segunda foi em novembro de 2016, para um jogo em Medellín, Colômbia. O primeiro contrato formal entre as partes contratantes ocorre em 4/10/2016, às 13h53. Loredana oferece o serviço à Chapecoense na pessoa de Emerson Di Domenico, que era o supervisor de futebol. O Ricardo Albacete é copiado. Tratava-se da primeira operação da LaMia com a equipe brasileira. Pergunto: como a LaMia, na pessoa de Loredana, chegou até a Chapecoense? Quem é que indicou a Chapecoense para Loredana? O SR. MARCO ROCHA VENEGAS (Para expor. Por videoconferência. Tradução simultânea.) - O que nós fizemos é que... Fomos nós, já que fazemos um seguimento já bem próximo do que seria essa Copa Sul-Americana. E nós fomos aos primeiros jogos e víamos as partidas que classificavam e como eles iam se desenvolvendo nas chaves, quem ganhava, qual era classificada, a equipe que era classificada, que jogava ali. A partir dali, nós fizemos vendas para a Chapecoense, para poder realizar os voos à Colômbia, bem como fizemos também às outras equipes, que não consideraram ou não se importaram com a nossa proposta, e a Chapecoense sim, e por isso vendemos a eles. |
| R | O SR. IZALCI LUCAS (Bloco Parlamentar PSDB/PSL/PSDB - DF. Como Relator.) - Então vocês é que procuraram a Chapecoense, não foi a Chapecoense que procurou vocês? O SR. MARCO ROCHA VENEGAS (Para expor. Por videoconferência. Tradução simultânea.) - Não, não. O SR. IZALCI LUCAS (Bloco Parlamentar PSDB/PSL/PSDB - DF. Como Relator.) - Não o quê? Vocês é que foram, ou eles é que vieram? O SR. MARCO ROCHA VENEGAS (Para expor. Por videoconferência. Tradução simultânea.) - Nós é que fomos, nós é que os procuramos. O SR. IZALCI LUCAS (Bloco Parlamentar PSDB/PSL/PSDB - DF. Como Relator.) - Em um dos e-mails trocados entre a Loredana e a Chapecoense através do Emerson Di Domenico, que era supervisor de futebol, ela pergunta: "Como chegou até nós para fornecer esses aéreos? Você é da LaMia? Trabalha para essa empresa? Caso não seja da LaMia, que empresa você representa e onde está situada? No Brasil ou no exterior?". Pergunta ainda sobre o plano de voo, autorizações, garantias e autorizações para sobrevoar o espaço aéreo de outros países, e faz mais outras perguntas. Registre-se que o contrato foi assinado no dia 10 de outubro de 2016. Pergunto: V. Sa. saberia nos informar se as indagações de Emerson Di Domenico foram respondidas pela LaMia? Onde estão as respostas? O SR. MARCO ROCHA VENEGAS (Para expor. Por videoconferência. Tradução simultânea.) - O que nós fazíamos era enviar um pacote com todas as informações da empresa. Era o que fazíamos, enviávamos nossos certificados de aeronaves e todas as vantagens que nós tínhamos para oferecer para as organizações de qualquer tipo de voo. O SR. IZALCI LUCAS (Bloco Parlamentar PSDB/PSL/PSDB - DF. Como Relator.) - Mas vocês chegaram a responder essas indagações? Houve perguntas de Emerson? O SR. MARCO ROCHA VENEGAS (Para expor. Por videoconferência. Tradução simultânea.) - Sim. Elas foram feitas à Loredana. Depois elas é que deveriam responder, e elas o fizeram. Mas nós, inicialmente, enviávamos essas informações todas no momento de ofertar os nossos serviços. O SR. IZALCI LUCAS (Bloco Parlamentar PSDB/PSL/PSDB - DF. Como Relator.) - Poderia mandar essas cópias dessas respostas para nós aqui ou não? O SR. MARCO ROCHA VENEGAS (Para expor. Por videoconferência. Tradução simultânea.) - É claro que sim! O SR. IZALCI LUCAS (Bloco Parlamentar PSDB/PSL/PSDB - DF. Como Relator.) - Uma vez que havia excludente de destino à Colômbia na apólice de seguro vigente naquela oportunidade, qual foi a resposta oferecida pela LaMia quanto ao questionamento relativo às garantias e autorizações para sobrevoar o espaço aéreo de outros países? Essas informações foram sonegadas da Chapecoense? O SR. MARCO ROCHA VENEGAS (Para expor. Por videoconferência. Tradução simultânea.) - Desculpem! Escutei o som entrecortado. Pode repetir, por gentileza? |
| R | O SR. IZALCI LUCAS (Bloco Parlamentar PSDB/PSL/PSDB - DF. Como Relator.) - Uma vez que havia excludente de destino na Colômbia na apólice de seguro vigente - o seguro excluía o destino, que é a Colômbia -, qual foi a resposta oferecida pela LaMia quanto ao questionamento relativo a garantias e autorizações para sobrevoar espaço aéreo de outros países? Essa informação ou essas informações foram sonegadas à Chapecoense? A Chapecoense sabia disso? O SR. MARCO ROCHA VENEGAS (Para expor. Por videoconferência. Tradução simultânea.) - Nós enviávamos a apólice como nos entregavam. No tema da apólice também, da restrição da Colômbia, quando nós recebíamos a apólice, nós consultávamos, nesse caso, o Sr. Londoño e o Simon sobre essas restrições, e eles nos diziam que as apólices vinham dessa forma by the fault, ou seja, "com defeito", e que nós não devíamos nos preocupar, porque isso não estava vigente. O que tínhamos na verdade era somente a informação. O SR. IZALCI LUCAS (Bloco Parlamentar PSDB/PSL/PSDB - DF. Como Relator.) - Sim, mas tem esses documentos dizendo isso, ou não? Algum e-mail? O SR. MARCO ROCHA VENEGAS (Para expor. Por videoconferência. Tradução simultânea.) - Normalmente, como todas as comunicações, a comunicação, quando é realizada, está com o Jorge Londoño. Eu pessoalmente com o Gen. Vargas fui ao escritório para consultar sobre elas, e ele me informou que ia consultar também a companhia. E quais as normas com que nós tínhamos que nos preocupar, eu perguntava, e ele dizia que não havia nenhum problema. É assim que, quando nós nos apresentávamos com as nossas solicitações e perguntávamos se estava tudo correto, as apólices viriam depois, depois da solicitação de sobrevoo. Para solicitação de sobrevoo, estavam certificadas as empresas, a aeronave também, e a qualidade, e o seguro, e as licenças, e também toda a checagem técnica. Essas coisas vão adiante em qualquer país para solicitar essas autorizações, essas permissões para qualquer voo. O SR. IZALCI LUCAS (Bloco Parlamentar PSDB/PSL/PSDB - DF. Como Relator.) - Quanto a essas informações, ele tem algum documento informando a Chapecoense sobre essa informação de que a Colômbia estaria fora da apólice? O SR. MARCO ROCHA VENEGAS (Para expor. Por videoconferência. Tradução simultânea.) - Conosco, no caso do seguro, nós temos uma representação por Jorge Londoño, e não havia nenhuma restrição. Nós não estamos restringidos para a Colômbia. O SR. IZALCI LUCAS (Bloco Parlamentar PSDB/PSL/PSDB - DF. Como Relator.) - Por que razão a corretora Aon não se pronunciou sobre os contratos firmados com a Chapecoense, uma vez que eram totalmente incompatíveis com a apólice vigente? Esses contratos foram enviados para revisão da corretora Aon? O SR. MARCO ROCHA VENEGAS (Para expor. Por videoconferência. Tradução simultânea.) - Para a corretora... Não estou conseguindo entender a pergunta. Por gentileza. O SR. IZALCI LUCAS (Bloco Parlamentar PSDB/PSL/PSDB - DF. Como Relator.) - Por que razão a corretora não se pronunciou sobre os contratos firmados com a Chapecoense, uma vez que eram totalmente incompatíveis com a apólice vigente? |
| R | Esses contratos foram enviados para revisão da corretora Aon? O SR. MARCO ROCHA VENEGAS (Para expor. Por videoconferência. Tradução simultânea.) - Não. A primeira vez que nós fizemos um contrato com uma equipe de futebol, que eu me lembre, foi com o The Strongest. Enviamos o contrato para a Inglaterra para que eles vissem de que tipo de time se tratava e quais condições foram colocadas no contrato. Desde que fosse aprovado o contrato, no caso do seguro, nós não enviaríamos mais contratos à seguradora. Então, nós nos baseamos no mesmo texto para os seguintes. O SR. IZALCI LUCAS (Bloco Parlamentar PSDB/PSL/PSDB - DF. Como Relator.) - Tendo em vista a péssima experiência da Chapecoense na primeira contratação, haja vista o depoimento aqui do ex-jogador Neto nesta CPI, por que motivos a Chapecoense contratou a La Mia uma segunda vez? Foi só uma questão de preço ou aconteceu alguma interferência externa? O SR. MARCO ROCHA VENEGAS (Para expor. Por videoconferência. Tradução simultânea.) - Como nós oferecemos às outras equipes, nós oferecemos novamente os nossos serviços. E eu acho que também seria pelo preço, porque estava bem abaixo de todos as outras que poderiam ser oferecidas. O SR. IZALCI LUCAS (Bloco Parlamentar PSDB/PSL/PSDB - DF. Como Relator.) - No depoimento do ex-jogador Neto, da Chapecoense, ele falou aqui: "A primeira vez que a gente viajou com a La Mia foi uma porcaria de voo". (Pausa.) É essa a interpretação? O SR. MARCO ROCHA VENEGAS (Para expor. Por videoconferência. Tradução simultânea.) - A primeira vez... O que eu quero comentar é que nós contratamos uma empresa brasileira para levar a equipe até a fronteira com a Bolívia. Nós tínhamos, então, que pegar a Chapecoense na fronteira, mas houve um problema com a empresa aérea, porque nós não tínhamos um copiloto - eu acredito -, e depois foi feito em um dia, e depois... Eu acho que foi por isso, porque, depois, da nossa parte, não houve nenhum tipo de contratempo. O SR. IZALCI LUCAS (Bloco Parlamentar PSDB/PSL/PSDB - DF. Como Relator.) - Pois bem, dando sequência a uma das mensagens que a Loredana troca com a corretora Aon, em 1º de abril de 2016, pouco antes da emissão da apólice fraudulenta, em 10/04/2016, ela fez o seguinte registro: "este é um excelente cliente, que maneja todos os times de futebol. Os jogos estão começando e eles [La Mia] não gostariam de perder essa oportunidade". Ressalta, ainda, que "há vários jogos da copa sul-americana por acontecer" e que "eles seriam candidatos perfeitos para esses voos". |
| R | Então, eu pergunto: V. Sa. saberia nos dizer, por acaso, se Loredana fazia referência à Conmebol nessa mensagem trocada com a corretora? O SR. MARCO ROCHA VENEGAS (Para expor. Por videoconferência. Tradução simultânea.) - Não, não. Eles estavam dando a entender aí nessa mensagem é que para nós seria uma boa, uma ótima oportunidade poder levar essa equipe e transportá-la e também fazer... ser conhecido com as demais equipes, já que estava começando a Copa Sul-Americana. O SR. IZALCI LUCAS (Bloco Parlamentar PSDB/PSL/PSDB - DF. Como Relator.) - V. Sa. poderia informar quem é esse cliente de que ela fala aqui, um "excelente cliente"? O SR. MARCO ROCHA VENEGAS (Para expor. Por videoconferência. Tradução simultânea.) - Nesse caso, The Strongest. O SR. IZALCI LUCAS (Bloco Parlamentar PSDB/PSL/PSDB - DF. Como Relator.) - Esse cliente maneja todos os times de futebol. A Strongest não fazia isso. O SR. MARCO ROCHA VENEGAS (Para expor. Por videoconferência. Tradução simultânea.) - Não, não. Talvez está mencionando alguém que talvez começou conosco. O SR. IZALCI LUCAS (Bloco Parlamentar PSDB/PSL/PSDB - DF. Como Relator.) - Tem ideia de quem pode ser? O SR. MARCO ROCHA VENEGAS (Para expor. Por videoconferência. Tradução simultânea.) - Gustavo Encina era um paraguaio que contratava alguns voos charters. Talvez, pode ser ele. O SR. IZALCI LUCAS (Bloco Parlamentar PSDB/PSL/PSDB - DF. Como Relator.) - A LaMia, nas pessoas de Ricardo e Loredana, tinha alguma entrada, algum contato na Conmebol? A Conmebol, de alguma forma, apoiou as iniciativas comerciais da LaMia? O SR. MARCO ROCHA VENEGAS (Para expor. Por videoconferência. Tradução simultânea.) - Não, não. Talvez, quando fretamos a equipe venezuelana, o Sr. (Ininteligível.) pode talvez falar algo. Ele pode falar algo talvez. Depois nós desconhecíamos esse mundo do futebol. O SR. IZALCI LUCAS (Bloco Parlamentar PSDB/PSL/PSDB - DF. Como Relator.) - Vicente? Quem é Vicente? O SR. MARCO ROCHA VENEGAS (Para expor. Por videoconferência. Tradução simultânea.) - Não, não é Vicente. O SR. IZALCI LUCAS (Bloco Parlamentar PSDB/PSL/PSDB - DF. Como Relator.) - Qual é o nome dele? O SR. MARCO ROCHA VENEGAS (Para expor. Por videoconferência. Tradução simultânea.) - Não, não dei nenhum nome. O SR. IZALCI LUCAS (Bloco Parlamentar PSDB/PSL/PSDB - DF. Como Relator.) - A Conmebol interferiu de alguma maneira na contratação da LaMia pela Chapecoense? O SR. MARCO ROCHA VENEGAS (Para expor. Por videoconferência. Tradução simultânea.) - Não; não conhecíamos ninguém da Conmebol. O SR. IZALCI LUCAS (Bloco Parlamentar PSDB/PSL/PSDB - DF. Como Relator.) - De acordo com os autos também da CPI, a LaMia realizou 156 voos entre abril e setembro de 2016. Somente para a Colômbia, a LaMia realizou 13 voos, apesar da cláusula de exclusão geográfica da apólice de seguro. Na condição de sócio da LaMia e de piloto da companhia aérea em questão, eu pergunto: V. Sa. saberia nos explicar por que razão as corretoras Aon e Estratégica, em conluio com a seguradora Bisa e com a resseguradora Tokio Marine, atuaram de modo a favorecer a empresa seguradora, A LaMia, a fim de viabilizar o seu retorno às atividades? Por que razão aconteceu tudo isso? O SR. MARCO ROCHA VENEGAS (Para expor. Por videoconferência. Tradução simultânea.) - Bom, o tema da Colômbia especificamente... Como foi dito, Sr Lodoño, nós reclamávamos e dizíamos: "Bom, nós vamos voar por toda a América do Sul e vamos nos restringir justamente a Peru e Colômbia?". E eles diziam: "Não, isso é antigo. Já vem por várias falhas de outras coisas", mas que não tínhamos que nos preocupar com a questão dessas restrições. E era assim que nós apresentávamos a todas as autoridades aeronáuticas da América do Sul: Argentina, Paraguai, Brasil, Colômbia... A nossa apólice era para a aprovação dos voos. |
| R | O SR. IZALCI LUCAS (Bloco Parlamentar PSDB/PSL/PSDB - DF. Como Relator.) - Sim, mas vocês têm algum documento, algum e-mail questionando essa questão da exclusão ou ficava somente na conversa? O SR. MARCO ROCHA VENEGAS (Para expor. Por videoconferência. Tradução simultânea.) - Eu o fiz pessoalmente e acredito que a Loredana tinha que fazer reclamações ou solicitações a Simon em inglês. Eu não sei se o fez, mas a resposta seria contextual de que seria por defeito, ou essa restrição não existia. O SR. IZALCI LUCAS (Bloco Parlamentar PSDB/PSL/PSDB - DF. Como Relator.) - V. Sa. tem esse documento onde V. Sa. manifestou sobre isso? E a resposta dele? O SR. MARCO ROCHA VENEGAS (Para expor. Por videoconferência. Tradução simultânea.) - Como mencionei eu o fiz de forma oral, como estou falando aos senhores. Em uma conversa que tinha, eu fazia solicitações, e seria mais dessa forma. O SR. IZALCI LUCAS (Bloco Parlamentar PSDB/PSL/PSDB - DF. Como Relator.) - V. Sa. saberia nos explicar por que razão, nas negociações da última apólice, a de 2016-2017, foram desconsideradas a natureza e a região de abrangência dos serviços prestados pela LaMia? O SR. MARCO ROCHA VENEGAS (Para expor. Por videoconferência. Tradução simultânea.) - Bom, essas negociações foram mantidas por Loredana, no sentido de que tratávamos de manter a mesma apólice que tínhamos antes, mas por uma questão, antes de tudo, de dinheiro. E teríamos que aceitar as condições, uma redução desse tamanho. O SR. IZALCI LUCAS (Bloco Parlamentar PSDB/PSL/PSDB - DF. Como Relator.) - O que V. Sa. tem a nos dizer sobre a orientação que Loredana recebeu da corretora Estratégia, em 13/09/2016, de que não haveria problema se eles, LaMia, informassem toda vez que fizesse um voo sobre ou para esses países, Colômbia e Peru? O SR. MARCO ROCHA VENEGAS (Para expor. Por videoconferência. Tradução simultânea.) - Sim, somente era comunicar a eles, e aquela restrição não existia. Era somente comunicá-los, e aí já estava. O SR. IZALCI LUCAS (Bloco Parlamentar PSDB/PSL/PSDB - DF. Como Relator.) - V. Sa. saberia nos dizer se a LaMia comunicou previamente esses voos? V. Sa. teria esses avisos? Poderia disponibilizar aqui para a CPI? O SR. MARCO ROCHA VENEGAS (Para expor. Por videoconferência. Tradução simultânea.) - Não, eu não tenho especificamente essa informação, mas eu imagino que deveria ser uma comunicação talvez por carta, talvez por um e-mail normal. Teríamos que ver dentro das documentações que foram confiscadas pela companhia ou pela fiscalização boliviana para ver se esses documentos existem. Eu não sei, eu não tenho essa informação, mas, que se comunicava, isso, sim, acontecia. Eles sabiam muito bem o que estavam fazendo. |
| R | O SR. IZALCI LUCAS (Bloco Parlamentar PSDB/PSL/PSDB - DF. Como Relator.) - Como V. Sa. justifica uma aeronave realizar vários voos para a Colômbia sem cobertura de seguro, transportando equipe de futebol, e as agências de controle aéreo dos países envolvidos, no caso, Bolívia, Brasil, Colômbia, Venezuela, não se pronunciarem em momento algum? Essa informação não deveria circular pelas agências? (Pausa.) Oi! Pergunto aqui novamente. Como V. Sa. justifica uma aeronave realizar vários voos para a Colômbia sem cobertura de seguro, transportando equipe de futebol, e as agências de controle aéreo dos países envolvidos, Bolívia, Brasil, Colômbia, Venezuela, não se pronunciarem em momento algum? Essa informação não deveria circular pelas agências? O SR. MARCO ROCHA VENEGAS (Para expor. Por videoconferência. Tradução simultânea.) - Sempre que uma empresa solicita um voo, neste caso, não regular, de um Estado para outro, tem que apresentar toda a documentação pertinente nesse momento. Um funcionário da Anac deve indicar qual é o procedimento para que concedam ou não concedam autorização. Dentro dessa solicitação que faz a operadora aérea, no caso, a LaMia, à Colômbia, ao Brasil, envia um certificado de operador aéreo; envia o certificado de aeronavegabilidade do avião, que indica que o avião está em perfeito estado; a apólice do avião, em que indica o tipo de cobertura que tem da companhia que tem o avião; os pilotos, quem vai realizar o voo, se está ou não está qualificado; certificados médicos aeronáuticos dos pilotos, que dizem que estão em perfeito estado de saúde. Uma vez que a autoridade aeronáutica recebe, toda essa informação é processada, neste caso na Anac, Aerocivil, e procedem a autorizar ou não autorizar. Agora, no caso nosso, da Colômbia, nós perguntamos a um especialista. O especialista nesse caso era o nosso corretor de seguros, o Sr. Londoño. Foi perguntado a ele se tínhamos ou não tínhamos algum problema. Ele disse que não. Ele consultou a Inglaterra, a Simon, e disse que não, que não tinha nenhum problema. Enquanto fosse dito para ele, comunicasse ao corretor... E era o que a gente fazia. Em nenhum momento foi tratado como se nós não tivéssemos cobertura, nada disso. Se o especialista nesse caso disse que não havia nenhum problema, então a gente entendeu que isso estava certo. |
| R | Quem estava indicando era um especialista, não era qualquer pessoa; era quem estava cuidando, justamente, de que nós não fizéssemos nada errado nesse sentido. O SR. IZALCI LUCAS (Bloco Parlamentar PSDB/PSL/PSDB - DF. Como Relator.) - As agências de controle aéreo da Bolívia e da Colômbia tinham conhecimento dessa cláusula de exclusão geográfica da apólice de seguro? Por que razão, então, permitiram a realização do primeiro e do segundo voo da Chapecoense para a Colômbia? O SR. MARCO ROCHA VENEGAS (Para expor. Por videoconferência. Tradução simultânea.) - Realizamos outros voos também. Voamos sobre a América; voamos duas vezes com o Atlético Nacional, de Medellín. Várias equipes. E apresentamos a mesma documentação em todas as oportunidades. O SR. IZALCI LUCAS (Bloco Parlamentar PSDB/PSL/PSDB - DF. Como Relator.) - O DGAC, órgão responsável pela expedição da autorização de voo da LaMia, no CP 2933, em 25 de junho de 2016, uma vez que tinha conhecimento da apólice de seguro da LaMia, não compartilhou essa informação - a exclusão de destino - com a Anac, nem com a Aerocivil, órgão colombiano de controle aéreo? Não existe um protocolo para isso? As agências de controle aéreo não trocam informação? O SR. MARCO ROCHA VENEGAS (Para expor. Por videoconferência. Tradução simultânea.) - As agências recebem a mesma informação. O SR. IZALCI LUCAS (Bloco Parlamentar PSDB/PSL/PSDB - DF. Como Relator.) - E as agências não falaram nada, mesmo com essa exclusão de destino? Ninguém questionou? O SR. MARCO ROCHA VENEGAS (Para expor. Por videoconferência. Tradução simultânea.) - Não. O SR. IZALCI LUCAS (Bloco Parlamentar PSDB/PSL/PSDB - DF. Como Relator.) - Por que a Anac não se posicionou sobre a excludente de destino prevista na apólice de seguro nas duas ocasiões em que negou a decolagem da aeronave da LaMia? Houve falha, na sua avaliação? O SR. MARCO ROCHA VENEGAS (Para expor. Por videoconferência. Tradução simultânea.) - Eu acho que houve, sim, uma falha. Como eu disse anteriormente, toda a documentação nós apresentamos, e eles tinham na mão deles. O SR. IZALCI LUCAS (Bloco Parlamentar PSDB/PSL/PSDB - DF. Como Relator.) - Como justificar a atuação das agências de controle aéreo do Brasil, da Bolívia e da Colômbia, que permitiram que uma aeronave operasse, entre abril e novembro de 2016, de forma irregular, com pouco combustível, transportando equipes de futebol, incluindo aí a seleção da Argentina, com Messi abordo, para diversos países da América Latina, apesar das excludentes da apólice de seguro, com um seguro de US$25 milhões? O SR. MARCO ROCHA VENEGAS (Para expor. Por videoconferência. Tradução simultânea.) - Nós apresentávamos o que nós tínhamos, e, justamente, era uma solicitação. Nós, em nenhum momento, forçamos nada. Nós apresentávamos as solicitações. E, claro, neste caso, as agências podem negar ou autorizar. O SR. IZALCI LUCAS (Bloco Parlamentar PSDB/PSL/PSDB - DF. Como Relator.) - No seu entendimento, há fragilidades no sistema de autorização e também de controle de voos fretados no Brasil e na América do Sul? Na sua avaliação, os protocolos de comunicação entre as agências de controle aéreo desses países estão funcionando adequadamente? O SR. MARCO ROCHA VENEGAS (Para expor. Por videoconferência. Tradução simultânea.) - Existe uma deficiência nos serviços aéreos corporativos na América Latina. E existe um vazio, na realidade, no tema, tanto de empresas como de legislação, porque é onde entram os convênios bilaterais, os convênios entre países, onde toda a aviação corporativa, de alguma maneira, não está bem claro como tem que administrar ou como tem que controlar. Eu acho que é em nível latino-americano. |
| R | O SR. IZALCI LUCAS (Bloco Parlamentar PSDB/PSL/PSDB - DF. Como Relator.) - Estou satisfeito, Presidente. Eu agradeço. Obrigado. A SRA. PRESIDENTE (Leila Barros. Bloco Parlamentar Senado Independente/PSB - DF) - Obrigada, Sr. Marco Rocha. Eu tenho alguns... Pois não, Sr. Ricardo Albacete, o senhor quer falar? O SR. RICARDO ALBACETE (Para expor. Tradução simultânea.) - Sim. Bom, boa tarde! Eu gostaria de dizer o meu parecer. Eu dei tudo o que pude, tratei de explicar absolutamente tudo, diferentemente da maioria das pessoas, que trataram de não se envolver, de não dizer nada e de não estar metido. Bom, eu acho que o Marco Rocha fez o mesmo. Eu tenho que reconhecer isso. Ele se ofereceu à total colaboração para que isso se esclareça. Eu gostaria de dizer que sinto que existe uma espécie de inclinação à coisa pequena, algo muito... O assunto não tem a ver com a novela, não é? É Simon, não é? Não é uma novela à la grande Simon. É um caso importante que tem que ser resolvido aqui. Falar da Loredana, do Simon, da exclusão da Colômbia; isso é colocar um véu que cobre realmente a verdade de tudo isso. A verdade de tudo isso é que esse sistema, esse mecanismo dos voos aéreos, seguros e tudo o que isso contém é um mecanismo muito perverso. É um mecanismo que tem que ser revisto a fundo, porque não está a serviço das pessoas; isso está a serviço das resseguradoras, das companhias, das máfias que governam tudo isso. E isso que aconteceu com as famílias da Chapecoense é uma demonstração que serviu para descobrir toda essa imundície, toda essa coisa que acontece por debaixo. E, quando chega o momento de pagar, se revisa essa letra, se aqui foi feito isso, se aqui foi feito outra. Bom, o que o Capitão Rocha... Difere um pouco do que eu disse, mas é claro que eu sustento a minha posição. Ele diz: "Qual é a exclusão?". Estava escrito, mas não existia, na realidade. Tanto não existia que nenhuma autoridade aeronáutica, em nenhuma das oportunidades que teve de dar essa permissão... Todas as autoridades deram essa permissão. Quer dizer, a teoria do Sr. Marco é interessante. Disse: "Bom, todos viram". A Anac, do Brasil, cada vez que pedia, não viu a exclusão; não viu a Venezuela, não viu a Colômbia, não viu a Bolívia, não viu o Paraguai, a Argentina também não viu. A explicação que ele diz é: "Bom, é claro que eles viram, mas isso não existia"; é como letra morta. Então, é claro, evidentemente, o argumento das companhias de seguro de que essa exclusão que não permite o pagamento da apólice é uma exclusão que não existe, é ilícita. E, por tal motivo, os seguros não têm absolutamente razão em não pagar, porque a diferença da apólice que pagaram às famílias da tripulação é que naquela apólice não está escrita a exclusão, e nessa, sim. Se partimos do pressuposto, da teoria do Sr. Marcs, que diz que essa exclusão não existia porque ninguém fez caso a ele... Ninguém pôs atenção nisso, nenhuma autoridade se importou com isso. Bom, isso foi falado, mas é como se não fosse, é como se não existisse. Então, por que não pagam as famílias? A única diferença entre uma apólice e outra, feitas no mesmo dia, pela mesma agência, pelas mesmas pessoas, mas separadas - uma que tinha responsabilidade civil, e a outra, responsabilidade das vidas, que tinha a ver com os tripulantes -, é essa cláusula. E, se é inexistente, então o pagamento tem que ser feito da mesma forma, como foi feito o pagamento das famílias das vítimas que eram dos tripulantes. Esse é um ponto muito importante. |
| R | E o segundo, para terminar - desculpem -: o problema aqui não é a letra pequena, o problema aqui é a causa grande. A causa grande são as pessoas, são as famílias; essa é a causa grande. E isso não é somente a causa grande. São as famílias que não vão sofrer as consequências do que poderia acontecer se isso continuar como está. Isso tem que mudar, tem que mudar definitivamente, porque quantas outras famílias sobem inocentemente nesses aviões e podem sofrer as mesmas consequências que essas famílias de Chapecó sofreram? Então, por isso, isso não pode continuar da maneira que está. E isso deve ser reivindicado, tem que se plantar uma semente, porque isso tem que abrir um novo panorama, um novo panorama da aviação mundial, e o Brasil e a Chapecoense devem ser motivo para que comecem uma nova era, uma nova era responsável, séria, em que se responda às famílias como deve ser. Desculpem, mas isso é o que eu gostaria de dizer. Obrigado por me atender e obrigado por me aguentar. O SR. IZALCI LUCAS (Bloco Parlamentar PSDB/PSL/PSDB - DF. Como Relator.) - Excelência, já estou mandando providenciar o requerimento de convocação do... Qual o nome dele? O SR. RICARDO ALBACETE (Para expor.) - Grahan Beilein. O SR. IZALCI LUCAS (Bloco Parlamentar PSDB/PSL/PSDB - DF. Como Relator.) - Grahan Beilein. Nós vamos convocá-lo. O SR. RICARDO ALBACETE (Para expor. Tradução simultânea.) - Convoquem a Anac para que explique o voo que não deveria ser feito. O SR. IZALCI LUCAS (Bloco Parlamentar PSDB/PSL/PSDB - DF. Como Relator.) - Portanto, eu já pediria à Presidência para a gente botar em votação e apresento o requerimento na sequência para a gente poder já convocá-lo; tentar localizá-lo para, na próxima reunião do dia 17, ele poder comparecer aqui na Comissão, se possível; senão, na outra. Você vai preparando, então, já o convite, e a gente aprova formalmente a convocação na próxima... O SR. RICARDO ALBACETE (Para expor. Tradução simultânea.) - Peço vênia, Senador. Citem as companhias e as seguradoras, a Anac e o Cenipa, por favor. Façam, citem as companhias e as seguradoras. Quando eles verem que estão descobertos e que eles são os mesmos que estão por detrás, serão mais considerados. Não deixe eles fora. Por favor, peça que tragam suas apólices de seguro para que vejam quanto é e o que elas cobrem. A SRA. PRESIDENTE (Leila Barros. Bloco Parlamentar Senado Independente/PSB - DF) - Com a palavra agora o Dr. Abel Dias, representante, advogado. |
| R | O SR. ABEL DIAS - Obrigado, Senadora Leila. Marco, eu fique com uma dúvida com relação a alguma aproximação da seguradora, da resseguradora ou do fundo monetário. Assim como foi feita a pergunta para o Albacete, quero aproveitar a mesma pergunta. Você foi contatado pela seguradora, pela resseguradora ou pelo fundo humanitário para algum tipo de acordo? Quem o contatou? Que empresa representava? E, se foi proposto algum acordo, de quanto é esse acordo? O SR. MARCO ROCHA VENEGAS (Para expor. Por videoconferência. Tradução simultânea.) - A única pessoa que me contatou com o tema do seguro foi Alex Stovold. Eu tive uma conversa longa, quando aconteceu o acidente, justamente na Colômbia. Assim que eu fiquei sabendo do acidente - eu em estava em Madri nesse momento -, em vez de pegar o avião para Lisboa, que era para aonde eu tinha de ir, eu fui diretamente a Medellín e coloquei-me à disposição das autoridades para ajudar com tudo o que fosse possível, na recuperação dos corpos, no reconhecimento dos corpos e de tudo o que se pudesse fazer nesse momento. Aí chegou Alex Stovold e falei com ele. A recomendação que me fez foi a de que eu não deveria fazer nenhum tipo de declaração, não deveria falar de nada, não deveria mencionar nada de nada, nenhuma apólice, nada. Contactou uma reunião com as pessoas da Bolívia, nesse caso com Vargas, indicou que não se realizasse nem um tipo de declaração, que se mantivesse à margem, que tudo seria encarregado pelo seguro. E, ao contrário, permitiram que uma pessoa como Gustavo Vargas fosse preso, fosse submetido a vexames na prisão. E, nesse caso, o seu filho, o Dr. Vargas, foi silenciado. Na verdade, o que ele estava investigando era sobre matrículas clonadas. Esses aviões estavam sendo utilizados para o narcotráfico. Como ele era o chefe do registro e estava investigando o que estavam clonando, ele foi calado, como no caso da LaMia. Bom, ele ajudou a LaMia a se certificar, sendo que essa unidade - dentro do que é a certificação - não tinha nada a ver com o tema de certificação. Ele não tinha nem voz para dizer "sim, dei" ou "não dei" a certificação. Desse modo, foi calado. Fomos perseguidos, o meu pessoal... Aproveito para agradecer - é a primeira vez que estou falando em público. Primeiramente, quero pedir desculpas e perdão a todas as famílias danificadas por tudo o que a LaMia pode causar. Eu me considero também vítima de tudo isso. Eu perdi minha profissão, minha vida, tudo, e todos os dias eu vivo ao lado da minha esposa, que lembra o seu irmão. Vejo a minha sobrinha, a minha cunhada, e sei que uma vida não pode ser reposta por nada. |
| R | Nesse sentido, eu peço a vocês que, se podem colaborar, se podem ajudar as famílias, para que, de alguma maneira, recebam consolo, um pouco de conforto para o resto de suas vidas... Uma vida não pode ser reposta, mas, pelo menos, uma qualidade de vida, algo que talvez vocês, sim, possam fazer; sim, possam ajudar. Esse é o meu objetivo. Minha vida não vai ser a mesma nunca mais, mas, se serve de consolo, que vocês possam de alguma maneira ajudar a todas essas famílias. Obrigado. A SRA. PRESIDENTE (Leila Barros. Bloco Parlamentar Senado Independente/PSB - DF) - Agradeço suas palavras, Sr. Marco. Nós estamos aqui com esse papel, com essa missão de ajudar a todas essas famílias e fazer justiça. Obrigada pela disponibilidade tanto do senhor como do Sr. Albacete. Não havendo quórum... Havendo quórum - gente, depois que eu entrei para o Senado, é tira os óculos, coloca os óculos... Havendo quórum, passamos à parte deliberativa. Vou ler o Requerimento nº 30, de 2020. 2ª PARTE ITEM 1 Requerimento Nº 30/2020 Requer que seja convidado um representante da Secretaria da Fazenda do Ministério da Economia. Autoria: Senador Izalci Lucas Consulto se algum Senador deseja encaminhar a votação. (Pausa.) Não havendo quem queira encaminhar, coloco a matéria em votação. Os Senadores que o aprovam permaneçam como se encontram. (Pausa.) Aprovado o requerimento. Coloco também em votação a Ata da 6ª Reunião, solicitando a dispensa de sua leitura. Os Srs. Senadores que a aprovam permaneçam como se encontram. (Pausa.) A ata também está aprovada. Nada mais havendo a tratar, eu agradeço a presença de todos os convidados nesta reunião de hoje. A próxima será realizada no dia previsto. Nós estamos aqui esperando os próximos passos, devido ao ato que o nosso Presidente, Senador Davi Alcolumbre, baixou sobre, como todos sabem, a pandemia do coronavírus, então aqui nós estamos com acesso restrito, mas, em princípio, ela está marcada para o dia 17 de março, para ouvirmos o Sr. Satoru Komiya, Presidente da Tokio Holdings e representante da Tokio Marine, das seguradoras e resseguradoras Tokio Marine, Bisa e Aon. Nada mais havendo a falar, declaro encerrada a presente reunião. Obrigada a todos. (Iniciada às 9 horas e 15 minutos, a reunião é encerrada às 14 horas e 47 minutos.) |

