4ª SESSÃO LEGISLATIVA ORDINÁRIA
55ª LEGISLATURA
Em 21 de dezembro de 2018
(sexta-feira)
Às 9 horas
161ª SESSÃO
(Sessão Não Deliberativa)

Oradores
Horário

Texto com revisão

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O SR. PRESIDENTE (Acir Gurgacz. Bloco Parlamentar da Resistência Democrática/PDT - RO) - Declaro aberta a sessão.
Sob a proteção de Deus, iniciamos os nossos trabalhos.
A Presidência comunica ao Plenário que há expediente sobre a mesa que, nos termos do art. 241 do Regimento Interno, vai à publicação no Diário do Senado Federal.
Passo a palavra ao Senador Guaracy Silveira, do PSL, de Tocantins.
O SR. GUARACY SILVEIRA (PSL - TO. Para discursar.) - Ao povo brasileiro que nos acompanha pela Rádio Senado e pela TV Senado, lembrando sempre a todos que a TV Senado e a Rádio Senado são uma grande opção de conhecimento e de interação do Brasil - assistam e prestigiem essa emissora que muito informa e muito contribui para o desenvolvimento do Brasil -, aos senhores repórteres, aos funcionários desta Casa, ao Senador Acir, que preside esta sessão neste momento, a toda a nossa gente, aos nossos assessores, os nossos votos para que Deus abençoe muito a Nação brasileira.
Esta, que deve ser a última sessão de 2018, em que nós temos o privilégio de nos dirigir ao Senado e à Nação brasileira, é mais para uma reflexão, meu Presidente, para lembrar, quando nos aproximamos do fim do ano de 2018, um ano de muitas conturbações no mundo e no Brasil, um ano de muitas novidades políticas, que chegamos próximo ao dia do Natal. Sobre isso eu gostaria de refletir.
Afinal, o que é o Natal? Meu Presidente, convencionou-se entre os cristãos usar o dia 25 de dezembro como a comemoração do dia do nascimento do Senhor Jesus Cristo. Agora, muito mais importante do que a data de 25 de dezembro é o que ela significa, porque a comemoração de 25 de dezembro, quando se comemora o Natal, tem uma grandiosidade enorme, quando nós olhamos a maior declaração do amor de Deus para a humanidade. Isso nós encontramos relatado no Livro de João, no capítulo 3, versículo 16, que diz: "Porque Deus amou o mundo de tal maneira que deu seu filho unigênito para que todo aquele que nele cresse não perecesse, mas tivesse a vida eterna". Então, esse é realmente o símbolo final do Natal.
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Então, nada melhor, numa reflexão, que pensarmos a origem de tudo isso. Quando Deus criou o universo, Deus criou o mundo e, aqui abro um parêntese, quando vejo as pessoas, alguns defendendo o evolucionismo como se o evolucionismo fosse uma ciência, meu Presidente, evolucionismo nunca foi uma ciência, evolucionismo simplesmente não chega nem a ser uma teoria, está muito mais no campo de uma hipótese. Mas o criacionismo, não, o criacionismo, esse, não. Nós temos que entender que é impossível um universo tão complexo, a mecânica celeste e tudo o que existe nesta Terra não ter tido uma mente criadora que criou o universo tão complexo, tão inteligente e tão sábio, que se gerencia por si só, mas por si só porque há, por trás de tudo isso, uma inteligência.
Quando nós vemos lá na semana da criação, relatado em Gênesis, a criação do mundo, na verdade, vemos uma reconstrução do Planeta Terra e, naquele momento, quando Deus pensou e criou o homem, alguém podia pensar: "Mas será que Deus não percebia que o homem desobedeceria, cairia em pecado, faria contradições, se tornaria mau?". É lógico. Deus tem a presciência, Deus constrói o futuro para depois começar a fazer o passado, e assim foi. Deus fez os nossos primeiros pais e a Bíblia Sagrada diz, Senador, que Deus construiu a salvação antes que o homem houvesse caminhado pelo pecado e fala que Ele enviou seu filho e fala do cordeiro de Deus morto antes da fundação do mundo. E isso mostra a presciência de Deus.
Então, neste fim de ano, quando comemoramos o Natal, quero fazer uma digressão porque muitas vezes alguém contesta as datas e diz: "Não, Jesus não nasceu no dia 25 de dezembro" e também nós não podemos saber, porque não sabemos sequer bem certo o ano em que Jesus nasceu: ele pode ter nascido do ano 10 a.C. até o ano 4, os calendários não são perfeitos, não eram perfeitos. Quando Jesus nasceu, o mundo era governado pelo calendário lunissolar, o calendário juliano, do Império Romano. Hoje nós temos o calendário gregoriano, que vem desde o ano 1510, se não me engano. Afinal, é impossível sabermos a data, mas não importa a data. O que importa é que Jesus nasceu, importa é que Jesus nasceu e ele é salvação para toda a humanidade. Isso que importa. A data nós resolvemos comemorar como poderíamos comemorar em qualquer outro dia. Por exemplo, na Itália, o dia em que se trocam presentes não é igual ao do Brasil, que é 25 de dezembro, mas, sim, o dia 6 de janeiro. As datas não importam, o que importa é a mensagem da data.
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Meu Senador, meu Presidente, quando nós olhamos a história, nós vemos simplesmente a vinda de Jesus Cristo pelo Natal que comemoramos como a maior declaração de um pai que ama seus filhos, que somos nós. Então, posso dizer ao povo brasileiro, aos nossos funcionários, aos Srs. Senadores: "Alguém que te ama muito mais, alguém que ama muito mais que o seu próprio pai, que a sua própria mãe, que os seus próprios filhos é o Senhor Jesus Cristo e Deus Pai", porque é muito fácil, meu Presidente, alguém talvez morrer com senso um por um, por um justo, mas Jesus morreu por injustos, por pecadores, que somos todos nós. Por isso, Ele deu seu sangue.
Parece-me que essa contestação sobre a data do Natal é uma coisa até ilógica, até insana, porque alguns acusam que era uma data quando se comemorava o solstício do verão, aliás, de inverno, no hemisfério norte, e que era o dia do Sol Invicto. Não, o dia do Sol Invicto é o dia 21, 22 de dezembro, não 25. Então, o Natal é uma data que os cristãos resolveram comemorar como o maior evento não só da cristandade, mas de todo o universo.
O que é interessante, Senador, meu Presidente, é que até países que não são cristãos, como China, Índia, hoje estão fazendo objetos para o Natal, de algum modo eles estão cultuando e dizendo que existe um Senhor do universo, que nasceu há mais de dois mil anos. Então, é muito interessante isso daí.
Senador, quero dizer que a vinda de Jesus Cristo transformou o mundo: o mundo sem Deus seria extremamente cruel. O escritor de Os Irmãos Karamazov disse: "Se Deus não existisse, tudo seria permitido".
Vejamos bem, Senador, quando a gente pega os druidas na Europa, faziam grande boneco de madeira e enchiam de pessoas, como vítimas do sacrifício, os sacrifícios humanos a deuses, deuses pagãos. Aqui na nossa América, na América Latina, os povos que aqui habitavam eram especialistas em sacrifícios humanos, tanto os incas, como os maias, quanto os astecas. Os astecas faziam filas de quilômetros de povos conquistados como vítimas ao sacrifício.
O cristianismo, embora não tenha atingido, não tenha convertido, não tenha levado todas as pessoas a uma transformação, a uma conversão, serviu de parâmetro de justiça. Vejamos bem, na Índia - não vamos falar de história de séculos passados, mas até há pouco tempo -, quando um marajá, um príncipe indiano, meu Presidente, morria, as suas viúvas eram sacrificadas junto com ele para estar com o marajá na eternidade. Isso não é coisa de séculos passados, mas coisa de poucos anos passados. A Índia não se converteu ao Senhor Jesus Cristo, não se tornou um país cristão, mas os princípios de humanidade, de amor, de misericórdia, os princípios de dignidade do ser humano o cristianismo fez com que toda a Terra respeitasse. Hoje, ainda existem abusos, ainda existe escravidão, ainda existe tirania no mundo, mas, aonde o cristianismo realmente chega, o cristianismo faz com que as tiranias e as injustiças terminem. Então, meu Presidente, povo brasileiro, o cristianismo, Jesus Cristo, aonde chegou, conquistando um povo ou não conquistando, levou, no mínimo, o senso de justiça social e uma abolição da tirania.
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As nações que não são cristãs ainda continuam marchando vilmente e tragicamente para as ações mais bárbaras, mas, quando chega a luz do cristianismo, embora sem converter uma nação, o cristianismo transforma essa nação e põe senso de equilíbrio e senso de justiça. Então, é nisso que está a grande vitória do cristianismo.
Foram os países cristãos que fizeram, primeiro, a liga das nações. Depois, transformou-se na Organização das Nações Unidas, o que pôs um parâmetro de justiça social e equilíbrio para toda a humanidade.
Nós queremos, finalizando este ano, dizer a toda a Nação brasileira que este é um país que nasceu sob a égide de um país cristão. O nosso primeiro nome foi Ilha de Vera Cruz e, depois, Terra de Santa Cruz; finalmente, tornou-se Brasil, um país que nasceu sob a égide do cristianismo. Temos aqui a liberdade religiosa.
A Constituição de 1824 dava algumas restrições ao desenvolvimento de outras religiões, a não ser a religião católica, mas nunca as outras religiões foram realmente proibidas no Brasil, senão casualmente. Nós temos liberdade neste País. E eu quero dizer para a Nação brasileira: nós podemos ser plenos de realizações, porque este País, geograficamente, meu caro Pablo, Deus fez com muito carinho. São 8,5 milhões de quilômetros quadrados, onde não temos uma geleira, onde não temos tufões, onde não temos terremotos, onde não temos desertos. São 8,5 milhões de quilômetros quadrados de terras férteis, começando lá no nosso belo Rio Grande do Sul, passando por seu Estado, meu Presidente, Santa Catarina, e indo até Roraima, Rondônia, toda a nossa Amazônia, com belezas e riquezas infindas. Este País pode ser pleno de realizações, porque Deus fez o Brasil tão belo, tão cheio de florestas, de rios, de potencialidades. Temos solo, temos sol, temos terra e água. Este País pode ser muito grandioso.
A Bíblia diz que "feliz é a nação cujo Deus é o Senhor!". E o que é felicidade? O homem não corre atrás de outra coisa, senão atrás da felicidade. Toda a nossa luta, toda a luta do ser humano é simplesmente ir atrás da felicidade, só que o homem não será feliz enquanto não se encontrar com Deus.
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Juscelino Kubitschek tinha uma música como mote de campanha, que dizia: "Pode o peixe...". Aliás, o nome da música era Peixe Vivo, se não me engano, cuja letra dizia: "Como pode o peixe vivo viver fora da água fria?". É lógico que não pode. E assim também, meu Presidente, o homem nunca será feliz se não voltar-se a Deus.
A pessoa pode até confessar ser ateu, pode até se dizer materialista, mas, na hora da angústia, vai socorrer-se na sua alma, e a sua alma vai dizer: "Você violentou um princípio que a sua alma dizia que existia". É impossível ao homem em si próprio, pois a nossa alma clama dizendo que existe um deus. Então, nós só seremos felizes se Deus existir em nós. E a Bíblia Sagrada diz: "Feliz a nação cujo deus é o Senhor".
Eu não estou pregando aqui nem fazendo desta tribuna um instrumento para levar alguém dogmaticamente a uma religião. Eu estou falando sobre Deus, sobre Jesus Cristo.
Esta é uma Nação múltipla: nós temos católicos, temos evangélicos, temos espíritas, temos muçulmanos, temos judeus, enfim, não pode o homem arriscar-se a viver sem Deus.
Então, socorrendo-me novamente da música mote de campanha de Juscelino Kubitschek: "Pode o peixe vivo viver fora da água fria?". Não. Pode o homem ser feliz sem ter Deus? Evidentemente que não. Então, meu Presidente, meus caros companheiros, pode o homem ser feliz sem Deus? Evidentemente que não. Pode uma nação ser feliz sem Deus? Evidentemente que não. Pode uma nação ser plena de realizações sem Deus? Evidentemente que não.
Então, meus caros companheiros, minha gente brasileira, esta é uma Nação que nasceu sob o nome de Ilha de Vera Cruz, de Terra de Santa Cruz, a cruz de Jesus Cristo. Então, aqui, à Nação brasileira eu quero deixar votos de paz, de saúde, de prosperidade, desejando que esta Nação tenha realmente um Natal cheio de realizações, pleno de felicidade, gozando de saúde, de segurança, e que esta Nação tenha a certeza de que ela será feliz se tiver Deus como nosso Senhor.
A nossa Constituição diz que nós a fizemos sob a proteção de Deus, e é rogando esse princípio da Constituição, que está no seu preâmbulo, meu Senador, meu Presidente, que eu encerro este pronunciamento desejando a proteção de Deus para todo o Brasil.
Que Deus abençoe a amada Nação brasileira! Que Deus abençoe a Pátria brasileira! Que Deus esteja com todos os nossos funcionários! Que Deus esteja com os nossos colegas Senadores! Que Deus esclareça a política do futuro com cristandade, humanidade, justiça social e amor ao próximo e amor a Deus sobre todas as coisas.
Muito obrigado a todos.
O SR. PRESIDENTE (Acir Gurgacz. Bloco Parlamentar da Resistência Democrática/PDT - RO) - Meus cumprimentos ao Senador Guaracy pelo seu belo pronunciamento, pela sua bela fala.
Peço a V. Exa. que assuma os trabalhos para que eu também possa fazer a minha mensagem.
Obrigado.
(O Sr. Acir Gurgacz deixa a cadeira da Presidência, que é ocupada pelo Sr. Guaracy Silveira.) (Pausa.)
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O SR. PRESIDENTE (Guaracy Silveira. PSL - TO) - Com a palavra o Senador Acir Gurgacz.
O SR. ACIR GURGACZ (Bloco Parlamentar da Resistência Democrática/PDT - RO. Para discursar.) - Sr. Presidente, Sras. e Srs. Senadores, nossos amigos e amigas que nos acompanham através da TV Senado, da Rádio Senado e as pessoas que nos acompanham aqui no Plenário, V. Exa., Senador Guaracy, me estimulou a usar a tribuna nesta manhã de sexta-feira, sendo hoje o último dia de trabalho do Senado.
Eu me preparei por muitos dias para usar esta tribuna. Não o fiz e não estava preparado para fazê-lo neste dia, mas V. Exa. me disse: "Use a palavra, fale". E, eu, de pronto, resolvi, então, mudar todo o meu pensamento e vir aqui falar um pouco sobre a minha história e sobre o que aconteceu este ano. Este ano não foi um ano fácil, foi um ano difícil para mim e para minha família.
Aproveito também a oportunidade por ser hoje um dia especial para mim, pois meu filho de 33 anos completa hoje aniversário e está lá em Ji-Paraná, Rondônia. Desejo a ele muita paz, saúde, alegria e digo a você, meu filho, que me orgulho muito de você. Meus parabéns, não pelo seu aniversário, mas por ser esta pessoa que é, com toda a nossa família, conosco, com a sua mãe, com os seus avós, com os seus filhos, com a sua esposa e com seus amigos também. É um dia especial!
O trabalho é a palavra-chave da minha vida. Nasci numa família que lutou para desbravar o oeste do Paraná. Naquelas precárias estradas de terra dos anos 60, por onde nenhuma empresa queria passar, lá ia o ônibus que meu pai e minha mãe conduziam, transportando famílias e sonhos, construindo o progresso. Nada os desanimava! Foi nessa realidade que eu nasci, desde sempre testemunhei e vivi a força do trabalho, que transforma a vida das pessoas. É nisso que eu acredito e é isso que eu pratico no meu dia a dia.
Eu era muito pequeno quando comecei a trabalhar, ajudando a somar passagens no escritório. Minha mãe lembra que a escrivaninha era muito maior do que eu, pois eu tinha apenas 12 anos de idade. Depois fui para a estrada junto com meu pai, do oeste do Paraná para Aparecida do Norte uma vez por mês e, enfim, fui para Rondônia. Mais uma terra a ser desbravada.
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E os ônibus da empresa da minha família, mais uma vez, enfrentavam caminhos de terra onde nenhuma outra empresa queria se arriscar. Ali estava o meu pai e a minha mãe, com os colaboradores, trabalhando. Eu arregacei as mangas: dirigi ônibus, aprendi a consertar motores, eixos, sujei as mãos de graxa, de barro, para ajudar a desatolar os ônibus; enfrentei a lama, a poeira, atoleiros, valetas, areiões, malária e outras doenças regionais.
Foram viagens longas e difíceis que me ajudaram a entender o mundo, a crescer como pessoa, a reforçar minha crença no trabalho como força transformadora, a amar e a admirar ainda mais os meus pais, a minha família e todo o esforço que eles fizeram e fazem para ganhar o pão de cada dia.
Foi nessa realidade que eu cresci, Senador Guaracy. O tempo passou, as responsabilidades foram aumentando, e eu passei a ajudar na administração da empresa. Participei da construção, como colaborador também, da Eucatur como um dos maiores grupos empresariais do Brasil hoje, um grupo que gera atualmente aproximadamente 13 mil empregos diretos.
No ano 2000, deixei de trabalhar nas empresas porque resolvi me dedicar à política para retribuir com mais trabalho as oportunidades que Rondônia e o Brasil proporcionaram à nossa família. Fui eleito Prefeito de Ji-Paraná, a segunda cidade do Estado de Rondônia. Trabalhei pelo povo com aquele mesmo espírito de quem enfrentou toda a sorte de dificuldades para ajudar na construção do nosso progresso, o progresso da nossa cidade de Ji-Paraná e do nosso Estado de Rondônia.
Minha gestão foi tão bem avaliada a ponto de a população pedir que eu me candidatasse ao Governo do Estado em 2002. Aceitei o desafio. Disputei a eleição, enfrentando os caciques da velha política, uma bela disputa e difícil luta que quase me levou ao segundo turno. No ano seguinte, em 2003, a Eucatur assumiu o grande desafio de modernizar ainda mais o transporte urbano coletivo da cidade de Manaus e conseguiu no Banco da Amazônia um empréstimo para a renovação da frota, para melhorar o atendimento dos usuários.
Eu, que continuava fora da direção da empresa e não ocupava cargo público - não era Prefeito, não era Deputado, não era Senador da República e também não estava na direção da empresa -, assinei um contrato de empréstimo como avalista. A vida seguiu em frente. Disputei nova eleição para o Senado, em 2006, e assumi o cargo, como Senador, em 2009.
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Mais uma vez, como sempre na minha vida, arregacei as mangas e trabalhei muito com obras e ações em todas as áreas. Sempre andei junto à população, olhando olho no olho e pensando sempre nas pessoas, principalmente naquelas que mais precisavam. E assim fui trabalhando, planejando, lutando grandes batalhas. E, com certeza, conseguimos grandes resultados: na saúde, na educação, no asfaltamento de ruas e estradas, na reabertura da BR-319, que há muito tempo estava paralisada e agora está reaberta, embora em precárias condições, mas conseguimos reabri-la, dando todo o apoio também, principalmente para a agropecuária, a piscicultura, o pequeno empreendedor, que precisa da ação e do apoio do Governo, as pequenas, médias e grandes empresas para gerarem mais empregos e oportunidades para todos. Ajudei e continuo ajudando muito a fazer de Rondônia um bom lugar para viver, sonhar e realizar os sonhos de uma vida melhor para todas as pessoas, especialmente aquelas que mais precisam do apoio do Estado.
Nesse mesmo período, o contrato de empréstimo da Eucatur com o Banco da Amazônia passou por ajustes, atendendo todas as exigências do banco, sendo totalmente cumprido e completamente pago, como comprovam os próprios documentos emitidos pelo banco. Mesmo assim, houve questionamentos. E todas as pessoas que assinaram o contrato como tomadores do empréstimo ou como avalistas passaram por uma investigação. Nesse processo, ninguém da empresa, tanto os tomadores de empréstimos como também os outros três avalistas, sofreu qualquer tipo de penalidade, qualquer sanção, até porque o banco disse que em todos os aspectos o empréstimo - repito: totalmente pago - estava completamente regular, menos eu. Eu, que fui apenas um dos avalistas, estou sendo punido. Meu caso foi para o STF porque sou Senador. E lá, mesmo diante dos documentos mostrando que tudo está certo, minha defesa e minha inocência de nada valeram. Recebi uma injusta condenação, contra a qual estou recorrendo, mas, por respeito à Justiça e às instituições, cumpro serenamente, cumpro porque sempre respeitei a Justiça em todas as suas instâncias. E é assim que deve ser. Enquanto isso, sigo o trabalho aqui no Senado, concentro esforços em favor de Rondônia e na reconstrução do nosso País.
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Nos últimos nove anos, consegui destinar mais de R$750 milhões em recursos federais para o Estado de Rondônia, para todos os 52 Municípios do Estado, independentemente de cores partidárias, se aquele prefeito nos ajudou na campanha anterior ou se ajudaria na próxima eleição. Não era esse o ponto de partida, mas, sim, o compromisso que eu tenho com a população de todos os Municípios de Rondônia. São obras e ações que fizemos em todos os lugares.
Também me preocupo em fiscalizar a qualidade do que é feito e garantir que nenhum tostão seja desviado. Perdi a conta de quantas vezes falei com os responsáveis pelas obras: "Se alguém vier pedir propina, avise à polícia, ao Ministério Público e depois me chame". Com esse cuidado, foram várias obras que entregamos até antes do prazo e que custaram muito menos do que o orçamento inicial, e é óbvio que zelei para que o dinheiro que sobrou voltasse para os cofres federais, para que pudesse ser usado em outras obras e melhorar a vida da população de todo o nosso País. É assim que faço, porque é assim que é o certo, e continuamos combatendo a corrupção.
Minha palavra hoje aqui, diante dessa Casa e do Brasil todo, é para deixar que nunca, nunca, na minha vida, me envolvi em qualquer ato ilícito. Não estou na Lava Jato, não comprei votos, não fraudei licitações, não contratei funcionários fantasmas, nunca desviei um centavo de dinheiro público ou fiz qualquer negócio ilícito. Sempre agi na lei, na dignidade, em respeito à minha história, à história dos meus pais, à história dos nossos funcionários, à história de todas as pessoas que confiaram o seu voto em mim; porque são pessoas como eu, que trabalham duro, dia após dia, para construir um presente e um futuro melhor para nós, nossos filhos e nossos netos.
Sou filho de uma família que tem, no trabalho, a única maneira de vencer na vida. Sou filho de terras onde se cresce na vida com muito suor e sacrifício. Nunca quisemos crescer na vida a qualquer custo. Sempre tivemos o esforço, o trabalho e a ética como medida de todas as coisas. É nessa realidade que eu nasci, cresci e vivo.
Estou recorrendo para que a verdade seja restabelecida. Tenho fé que a justiça será feita. A maior angústia é ver que uma história de trabalho e integridade está sendo manchada.
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Ainda assim, não tenho mágoas nem ressentimentos, mesmo sabendo do sofrimento da minha família, especialmente da minha mãe. Tenho esperança, acredito que tudo o que acontece na vida, por mais difícil que seja, tem um sentido de ser.
Peço a todos que me ouvem que avaliem a nossa história, avaliem a nossa luta, o nosso caráter. Não tenho do que me envergonhar. Estou aqui firme e de cabeça erguida. A estrada de hoje, como aquelas estradas de terra batida dos anos de 1960, 1970 e 1980, também é difícil e de grandes obstáculos, mas não vou desistir, e, em nome da honra da minha família, da minha honra e da honra da batalha de todos os rondonienses, paranaenses e brasileiros, vou demonstrar a justiça, a verdade.
E por isso eu agradeço a todos aqueles que, ao longo desses últimos meses, têm estado comigo, me dando conselho, orando junto comigo, servidores desta Casa, servidores do mais alto escalão ao mais humilde, ao mais simples, aos Senadores e Senadoras que têm vindo me cumprimentar e se solidarizar comigo, às pessoas que estão em Rondônia também orando por nós, torcendo, Senador Guaracy, para que tudo passe o mais rápido possível e a verdade prevaleça.
Agradeço a V. Exa., que esteve no meu gabinete, orando junto comigo. Aquela oração me fez muito bem.
E são essas orações, são essas mensagens de energia positiva que têm chegado até mim, que têm nos dado força para que a gente continue a nossa batalha. E ao final deste ano de 2018, eu aproveito para dizer que a justiça maior é a justiça divina, é a justiça de Deus. Deus sabe o que está fazendo e eu tenho plena confiança no nosso Deus, que Ele está trilhando, que Ele está me ajudando a trilhar este caminho e tem um grande serviço para que a gente possa fazer pela frente.
Desejo a todas as famílias brasileiras um feliz Natal, com muita paz e alegria, junto com as suas famílias. Quando falamos junto com as suas famílias é claro que gostaríamos de estar abraçados com todos os nossos entes queridos, com todos os nossos familiares, mas a distância ou a presença não quer dizer o tamanho do amor que nós temos pelos nossos pais, pelos nossos irmãos e pelos nossos filhos. O amor está no nosso coração, o amor está no nosso gesto e nas nossas ações.
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Às vezes não poderemos estar juntos fisicamente, mas os nossos corações estarão sempre juntos.
Feliz Natal a todos e um próspero 2019.
Muito obrigado, Senador Guaracy.
O SR. PRESIDENTE (Guaracy Silveira. PSL - TO) - Senador Acir, quando a gente se comove com a história... E eu queria comentar quando V. Exa. que a justiça maior é Deus. Eu quero dizer que muito maior é a verdadeira justiça, a verdadeira justiça de Deus. Nós sempre temos que esperar que da justiça humana haja lapsos, haja erros e erros grandes.
Vejamos bem, vamos nos socorrer da história brasileira. Tiradentes foi condenado pela justiça luso-brasileira. Pelo que Tiradentes lutou? Simplesmente pela Pátria brasileira, mas ele foi condenado e foi assassinado. Mas vamos ver mais perto, nos anos 1937, se não me engano. Um dos casos mais famosos da injustiça brasileira é o caso dos irmãos Naves que, sob tortura, confessaram um crime que não tinham cometido. Muito tempo passado depois encontraram os verdadeiros assassinos e foi revisto o processo. Os herdeiros dos irmãos Naves entraram na justiça e foi um dos maiores casos de indenização do Brasil. Mas o tempo já havia passado.
Há injustiças, por exemplo, não cometidas pela justiça, mas muitas vezes pela imprensa. Quem não lembra do caso de Ibsen Pinheiro, que revista Veja publicou como se ele tivesse um saldo bancário de milhões de vezes o que ele tinha, errando os zeros que haviam passado em nossos vários padrões monetários.
Então, Senador, eu quero repetir uma palavra que eu disse para V. Exa.: tudo concorre para o bem daqueles que amam a Deus. Muitas vezes nós não entendemos, mas nós temos que marchar nessa bendita esperança. V. Exa. fala da Amazônia e eu também fui para a Amazônia. Sou sulista natural da cidade de Capão Bonito no interior de São Paulo, mas Sorocabana é a minha pequena cidade que amo muito. Fui para a nossa Amazônia, trabalhei na construção da Cuiabá/Porto Velho, da Porto Velho/Manaus, da Cuiabá/Santarém, da Transamazônica e da Belém/Brasília.
Fui bem novo, bem jovem para aquela região. Lembro-me que o último posto de abastecimento era na saída de Cuiabá, punha-se em cima dos caminhões, da carroceria, dois, três tambores de combustível, levavam-se pneu e câmara, porque não havia nenhum borracheiro na estrada, se fazia comida na estrada. Essas coisas eu passei. Pelos atoleiros... Na construção da Transamazônica, num trecho de 220km, eu gastei 21 dias vivendo da caça e comendo palmito.
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São histórias de pioneirismo e de pessoas que foram do Sul para levar o desbravamento e o desenvolvimento à Região Amazônica. E graças a Deus, a nossa bela Região Amazônica... Hoje estou no Tocantins, Estado que abre o portal da Amazônia. E vejo meu Estado lá em pleno desenvolvimento, mas um dia precisou que essa Belém/Brasília existisse, que nós a construíssemos. Isso acontece, mas volto, porque muitas vezes as injustiças podem alcançar qualquer um de nós. A injustiça humana, a injustiça da própria Justiça, e muitas vezes somos vítimas, mas o homem sempre será injusto. A única justiça verdadeira é divina, porque Deus sonda os corações e Ele sabe a perfeita verdade.
Tenha paz.
O SR. ACIR GURGACZ (Bloco Parlamentar da Resistência Democrática/PDT - RO) - Obrigado.
O SR. PRESIDENTE (Guaracy Silveira. PSL - TO) - Tendo o privilégio de presidir esta última sessão do Senado Federal do ano de 2018, quero deixar à Nação brasileira uma passagem bíblica:
Aquele que vive na habitação do Senhor e descansa à sombra do Todo-Poderoso desfrutará sempre da sua proteção. Sobre o Eterno Deus declara:
Ele é meu refúgio e minha fortaleza, o meu Deus, em quem nós depositamos toda a nossa confiança. Ele nos livrará do laço do inimigo da ardilosa praga mortal.
Ele nos cobrirá com suas plumas, e debaixo de suas poderosas asas nos refugiaremos; sua fidelidade é escudo e armadura.
Não tememos o terror que campeia na calada da noite, tampouco a seta que procura seu alvo durante o dia.
Não temeremos a peste que se move sorrateira nas trevas, nem o demônio que devasta ao meio-dia.
Ainda que caiam mil ao teu lado e dez mil à tua direita; tu não serás atingido.
Somente com teus olhos perceberão e contemplarão a retribuição destinada aos ímpios.
Porquanto afirmaste: “O Senhor é o meu refúgio” e fizeste do Altíssimo a tua morada, nenhum mal te alcançará, desgraça alguma chegará à tua Casa, porque a seus anjos Deus dará ordens a teu respeito, para que te guardem em todos os teus caminhos; com as mãos eles te susterão, para que jamais tropeces em alguma pedra.
Poderás pisar sobre o leão e a víbora; pisotearás o leão forte e a serpente (...).
Porquanto ele me ama, Eu o resgatarei; Eu o protegerei, pois este conhece o meu Nome.
Sempre que chamar pelo meu Nome hei de responder-lhe; estarei sempre com contigo; nos momentos mais difíceis, quando enfrentar tribulações, Eu o resgatarei e farei que seja devidamente honrado.
Eu o contemplarei com vida longa e lhe revelarei a minha Salvação.
Assim diz o Senhor. Com esses salmos, encerramos os trabalhos de Plenário do Senado no ano de 2018.
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Deus abençoe a Nação brasileira, protegendo toda a nossa Nação com o Salmo 91!
Deus abençoe a todos!
Muito obrigado.
Declaro encerrada a presente sessão.
(Levanta-se a sessão às 10 horas e 08 minutos.)