1ª SESSÃO LEGISLATIVA ORDINÁRIA
56ª LEGISLATURA
Em 18 de março de 2019
(segunda-feira)
Às 10 horas
26ª SESSÃO
(Sessão Especial)

Horário

Texto com revisão

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O SR. PRESIDENTE (Wellington Fagundes. Bloco Parlamentar Vanguarda/PR - MT) - Sob a proteção de Deus, iniciamos nossos trabalhos.
A presente sessão especial é destinada a comemorar os 110 anos da criação da Diretoria de Indústria Animal; também os 36 anos da Academia Brasileira de Medicina Veterinária (Abramvet), com destaque especial ao seu Presidente, Prof. Dr. Milton Thiago de Mello; também os 99 anos da Sociedade Brasileira de Medicina Veterinária (SBMV); e ainda a homenagear a primeira mulher Médica Veterinária diplomada no nosso País, a Dra. Alzira de Souza, nos termos do Requerimento nº 20, de 2019, de minha autoria, Senador Wellington Fagundes, e também de outros Senadores.
Já quero aqui agradecer a presença do Senador Acir Gurgacz, também da Senadora Maria do Carmo Alves, nossa companheira do Bloco Vanguarda.
Quero aqui convidar para estar à Mesa conosco, representando o Comandante do Exército Brasileiro, General-de-Brigada Pedro Paulo Levi Mateus Canazio; (Palmas.)
O nosso Presidente do Conselho Federal de Medicina Veterinária, Sr. Francisco Cavalcanti de Almeida; (Palmas.)
Com muita honra, o nosso Presidente da Academia Brasileira de Medicina Veterinária, Sr. Dr. Milton Thiago de Mello, na sua juventude de apenas 103 anos de idade. (Palmas.)
Quero convidar também o Presidente da Sociedade Brasileira de Medicina Veterinária, Sr. Dr. Luiz Carlos Rodrigues Cecílio; (Palmas.)
O Vice-Presidente da Sociedade Brasileira de Medicina Veterinária, Sr. Dr. Josélio Moura. (Palmas.)
Convido também o Vice-Presidente da Federação Nacional dos Médicos Veterinários, Sr. Dr. José Pinto da Rocha; (Palmas.)
E o nosso Secretário em exercício de Comércio e Relações Internacionais do Ministério da Agricultura, representando a nossa Ministra, o Sr. Dr. Flávio Bettarello. (Palmas.)
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Convido todos a, em posição de respeito, acompanharmos o Hino Nacional do Brasil.
(Procede-se à execução do Hino Nacional.)
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O SR. PRESIDENTE (Wellington Fagundes. Bloco Parlamentar Vanguarda/PR - MT) - Como já nominamos a todos, vamos tentar ser um pouco objetivos, até porque o meu discurso está muito longo.
Então, eu quero aqui cumprimentar, em nome do General de Brigada Pedro Paulo, todo o Exército Brasileiro; cumprimentar também o Dr. Francisco Cavalcanti de Almeida, em nome de todos os médicos veterinários do Brasil, já que ele é o Presidente do nosso Conselho Federal de Medicina Veterinária; e o nosso pouco experiente, ainda jovem Dr. Milton Thiago de Mello.
O microfone estava totalmente fora? Eu vou repetir então.
Quero cumprimentar aqui, em nome do General de Brigada Pedro Paulo Levi Mateus Canazio e em nome de todo o Exército Brasileiro, todos os profissionais, já que o Exército Brasileiro tem ainda, dentro da sua corporação, muitos companheiros médicos veterinários e tradição na cavalaria. Quero cumprimentar aqui, em nome do Conselho Federal de Medicina Veterinária, o Dr. Francisco Cavalcanti de Almeida, em nome de todos os médicos veterinários do Brasil; e o Dr. Thiago de Mello, esse jovem que está aqui ao meu lado.
Quero aqui dizer que, em um país de dimensões e desafios tão superlativos quanto os nossos, a épica jornada que transformou milhões de quilômetros de terra hostil em uma das maiores potências agrícolas do Planeta somente poderia ter sido protagonizada por pessoas fortes, determinadas e devotadas. São simplesmente incontáveis os exemplos de heróis que, ao longo de nossa história, dedicaram as suas vidas a construir as condições para que essa revolução se consumasse.
É em boa hora, portanto, que nos reunimos para reverenciar tudo que alguns desses homens e mulheres fizeram para que o setor primário se transformasse naquilo que é hoje: o principal vetor do desenvolvimento nacional. Girando e disseminando conhecimento, lavrando a terra ou manejando a criação, pessoas e organizações, como as que ora enaltecemos, quebraram barreiras, geraram oportunidades e produziram muitas riquezas para o Brasil.
Assim, ao homenagear a Medicina Veterinária como um todo, a trajetória das nossas instituições e as biografias de profissionais que simbolizam o esforço de milhares de pessoas, nós estamos, na verdade, reconhecendo o fundamental papel desempenhado na construção do Brasil de hoje, que tanto nos orgulha. Permita-me, portanto, colegas, uma rápida explanação histórica.
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A Medicina Veterinária vem de um longo caminho percorrido há milênios. A citação bíblica encontrada no Livro de Gênesis, Capítulo 1, Versículos de 24 a 26, já nos permite vislumbrar o que viria a ser o embrião da Medicina Veterinária, abre aspas: "E disse Deus: 'Produza a terra alma vivente conforme a sua espécie; gado e répteis e bestas-feras da terra conforme a sua espécie; e assim foi. [...] E que o homem domine sobre os peixes do mar, e sobre as aves dos céus, e sobre o gado, e sobre toda a terra, e sobre o todo réptil que se move sobre a terra'".
A origem da Medicina Veterinária perde-se na mais remota antiguidade, quando o homem começou a domesticar o primeiro animal. Domesticar foi um processo lento e profundo, promoveu mudanças comportamentais morfológicas e fisiológicas, ensejou não somente a posse do indivíduo, mas também das raças. Nessa milenar caminhada, os animais passaram a significar para o homem companhia, alimento, agasalho, transporte, força de tração e também arma de defesa.
Como ciência, a Veterinária teve sua origem em 1762, quando o Claude Bourgelat iniciou em Lyon, na França, o primeiro curso de Veterinária. Aqui no Brasil, à época do descobrimento, os habitantes não criavam animais domésticos. A exuberância da fauna e da flora permitiam uma saudável alimentação. Os primeiros bovinos chegaram ao Brasil a partir de 1534, por Dona Ana Pimentel, esposa de Martim Afonso de Sousa, donatário da Capitania de São Vicente. E, no final do século XIX, a produção animal já estava bastante valorizada.
Em 1875, D. Pedro II, em visita à Escola de Veterinária de Alfort, fica vivamente impressionado com a explanação feita pelo Prof. Collin, e volta ao Brasil com o intuito de aqui criar um curso de Medicina Veterinária. Esse sonho se tornou realidade no século seguinte, já no advento da República. O século XX foi promissor para a Medicina Veterinária brasileira: viu nascer os primeiros cursos e os viu multiplicados às centenas; testemunhou também a criação de importantes instituições, a realização de extraordinários projetos e programas; e assistiu à profissão galgar o alto patamar que ocupa no contexto das atividades laborais, valoroso sustentáculo da economia brasileira.
Cito os principais marcos da escalada da Veterinária no Brasil, no decorrer do século passado, que permitiu adentrar ao terceiro milênio em nível idêntico àquele dos países mais evoluídos do mundo.
Em 1909, foi criada a Diretoria da Indústria Animal, marco histórico para o desenvolvimento da pecuária nacional. Demonstra aí que o Governo Federal sempre esteve atento à importância socioeconômica da nossa população animal e à necessidade de se qualificar a mão de obra empregada no seu manejo.
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Junto às outras medidas adotadas na gênese do Ministério da Agricultura e aperfeiçoadas ao longo dos anos, podemos dizer que o surgimento da diretoria foi um dos embriões da moderna e competitiva produção agropecuária dos dias atuais.
Esta simbiose entre o Estado, os produtores e os técnicos da área é uma das maiores razões pelas quais o agronegócio responde por mais de um terço do Produto Interno Bruto do nosso País. Posso garantir, então, que os 110 anos da Diretoria da Indústria Animal merecem ser comemorados com muito entusiasmo.
Em 1910, foram criadas as duas primeiras instituições de ensino de Medicina Veterinária no Brasil: a Escola de Veterinária do Exército - por isso a nossa homenagem -, criada por decreto em janeiro de 1910 e aberta em 17 de julho de 1914; e também a Escola Superior de Agricultura e Medicina Veterinária, criada através de decreto em outubro de 1910 e aberta em 4 de setembro de 1913.
O nível de ensino instituído no País começou com elevada qualidade, pois contou com a chamada Missão Francesa, formada por professores de Alfort, na época a mais conceituada escola de Medicina Veterinária do mundo. Ambas foram instaladas na cidade do Rio de Janeiro, com sua primeira turma formando-se em 1917.
Já, em 1920, foi criada a Sociedade Brasileira de Medicina Veterinária, entidade mãe da profissão no Brasil, que surgiu com o propósito de dar respaldo aos médicos veterinários no desenvolvimento técnico, cultural, social e econômico. Tornou-se o agente catalisador na formação de todas as demais entidades ligadas à Veterinária no País.
Na iminência de completar um século de existência, a sociedade tem-se notabilizado por servir de elo entre as entidades de Medicina Veterinária espalhadas pelo Território nacional, fomentando todos os ramos da profissão e contribuindo para o seu aperfeiçoamento, cumprindo, assim, esse papel institucional. Por isso, a Sociedade Brasileira de Medicina Veterinária foi e segue sendo um farol para o desenvolvimento e a democratização de técnicas que ajudaram a inscrever nossa Nação no rol das referências da área.
Já em 1922, realiza-se o 1º Congresso Brasileiro de Medicina Veterinária, Centenário da Independência do Brasil. Um dos grandes feitos da Sociedade Brasileira de Medicina Veterinária foi, e continua sendo, a realização ininterrupta desses eventos. Daquele ano até a presente data, foram realizados 44 CONBRAVETs.
Em 1924, forma-se a primeira mulher médica veterinária, a pioneira Alzira de Souza, que concluiu sua graduação em Pouso Alegre do Passa Quatro, em Minas Gerais. Estamos aqui com o nosso Deputado mineiro, Deputado Estadual, representando aquele Estado tão importante do País.
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É importante ressaltar que a atuação feminina na área tem crescido de forma exponencial, sendo comum encontrar atualmente, em muitos de nossos mais de 350 cursos de Medicina Veterinária, contingentes de mulheres tão ou mais numerosos do que os de homens.
A propósito, já que estamos no transcurso do mês dedicado à reflexão em torno do papel feminino na sociedade e a celebrar as suas numerosas e fulgurantes conquistas, eu gostaria de também tecer alguns comentários sobre a força da mulher em nosso segmento. Tal evento precisa ser comemorado.
Além da aguçada capacidade intelectual e dos elevados graus de diligência e comprometimento, as mulheres veterinárias acrescentam sensibilidade à profissão. Por isso, a interação cada vez mais frequente entre homens e mulheres veterinários tem sido producente para ambos e extremamente vantajosa para toda a nossa sociedade.
Rogo que as autoridades possam perceber esses benefícios e adotar medidas que catalisem ainda mais esse processo.
Por sinal, em um momento no qual são questionados os limites e o desempenho do Estado na formulação e execução das mais diversas políticas públicas, cabe rememorar o papel desempenhado pelas distintas estruturas de poder no que tange ao fortalecimento da profissão e ao suporte dado ao setor.
Em 1933, como reivindicação da Sociedade Brasileira de Medicina Veterinária, na época presidida por Américo Braga, e graças à forte atuação do Médico Veterinário Guilherme Hermsdorff, foi editado o primeiro diploma legal regulamentador da Medicina Veterinária. Trata-se do Decreto 23.133, de 9 de setembro de 1933, firmado pelo Presidente Getúlio Vargas e pelo Ministro da Agricultura Juarez Távora, Patrono da Veterinária Brasileira.
Em 1968, outra grande conquista foi a criação do Conselho Federal de Medicina Veterinária e dos conselhos regionais no nosso País. O marco inicial para se galgar este objetivo remonta ao VI Conbravet, realizado em Curitiba, lá no Paraná, em dezembro de 1953, com a aprovação de uma moção de autoria de Paschoal Mucciolo. A ideia evoluiu e, 15 anos depois, graças ao empenho do Deputado Sadi Bogado, foi sancionada a Lei 5.517 pelo Presidente Costa e Silva. E foi durante o VI Conbravet, realizado em Niterói, Rio de Janeiro, em dezembro de 1968, que isso aconteceu. A ocasião remonta uma memorável sessão plenária, presidida por Ubiratan Mendes Serrão, então Presidente da Sociedade Brasileira de Medicina Veterinária, eleita e empossada a primeira diretoria do Conselho Federal de Medicina Veterinária, presidida por Ivo Torturella, ambos de saudosa memória.
Em 1977, começou a partida em busca da Federação Nacional dos Médicos Veterinários, com a criação do primeiro sindicato da categoria: o Sindicato dos Médicos Veterinários do Paraná. A partir daí, novos sindicatos vão surgindo nos Estados. Todo o esforço foi coroado de êxito com o recebimento da Carta Sindical, em 4 de março de 1968, que permitiu a instalação da Federação Nacional dos Médicos Veterinários.
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Fortalecendo e consolidando esse conjunto de entidades, passaram a ser organizadas as associações de especialistas, entidades importantíssimas por congregar colegas das múltiplas especialidades da nossa profissão. Impossibilitado de citá-las todas pelo risco de omitir alguma, citarei a maior e a mais forte delas, esperando que as demais se sintam também homenageadas. Quero aqui citar a Associação de Clínicos Veterinários de Pequenos Animais, a nossa fortíssima Anclivepa.
Quero destacar ainda outra instituição celebrada neste evento, a Academia Brasileira de Medicina Veterinária (Abramvet), que foi criada em 1983, precisamente no dia 9 de setembro, 50 anos depois da primeira regulamentação. Ocupa-se de temas técnicos e científicos, tendo no escopo sua atuação uma permanente preocupação em defender e valorizar a profissão do médico veterinário, a qual tenho em meu currículo como nobre graduação.
A academia se configura assim como um bastião na defesa dos interesses da classe, mas também como um espaço para difusão dos feitos do setor e seus impactos positivos no desenvolvimento nacional. Deixei-a, de propósito para os comentários finais, não somente por ser membro, com muita honra não só para mim e, claro, para todos que compõem essa confraria, mas porque a ideia dessa solenidade nasceu em uma memorável reunião realizada na residência do Prof. Dr. Milton Thiago de Mello, Presidente da Academia, no dia 5 de fevereiro deste ano, quando o anfitrião festejava o seu 103º aniversário - tomando, como ele faz todo dia, uma pequena dose de uísque, para não exceder.
Lá estavam presentes membros da academia, representantes da Sociedade Brasileira de Medicina Veterinária, do Conselho Federal de Medicina Veterinária e também da Anclivepa. Ali surgiu a ideia da convocação desta sessão solene em comemoração dos 110 anos da Diretoria da Indústria Animal, 95 anos também da formatura em Medicina Veterinária no Brasil da primeira mulher, com homenagem às diversas entidades de classe.
Sem qualquer cabotinismo, mas já que sou membro daquela casa, afirmo que a Abramvet cumpre esses relevantíssimos papéis sempre com muito desprendimento. Como eu disse no dia da minha investidura, acredito que estamos adentramos uma quadra de possibilidades ainda mais generosas para os profissionais da área e para o País como um todo.
Em função disso, a academia tem refinado as suas discussões com vistas a ofertar perspectivas e soluções novas para os homens e mulheres que queiram construir a Medicina Veterinária e o Brasil do futuro.
A Medicina Veterinária brasileira vive um momento de singular dinamismo e grandes conquistas. Sabemos, Sr. Presidente, senhoras e senhores aqui presentes, na condição de Presidente, que tais conquistas são, muitas vezes, coletivas e anônimas, mas isso não nos impede de focalizar alguns rostos mais proeminentes com vistas a sintetizar as manifestações de apreço deste Congresso Nacional e também da população que ele representa.
É por isso que destaco o nome de Milton Thiago de Mello, uma pessoa incrível a quem muito admiro. (Palmas.)
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Graduado pela escola de veterinária do Exército, em 1937, e tendo obtido o doutorado junto à Escola Nacional de Veterinária, em 1947, o nome do Professor de Mello é mundialmente conhecido tanto pelo vasto saber acumulado quanto por sua infatigável disposição para trabalhar e compartilhar esse conhecimento com todos.
Lembro que ele trabalhou para organizações de quilate do Instituto Oswaldo Cruz, prestou consultoria para diversos organismos internacionais, como a Organização Mundial de Saúde, OMS, e também a Organização das Nações Unidas para Alimentação e Agricultura, a FAO, e ainda lecionou em centros de renome, entre os quais a Universidade Federal de Brasília, UnB.
E, agora, aos 103 anos, o Dr. Milton goza de plena saúde, lúcido e muito produtivo, sendo autor de inúmeros livros e de mais de 150 trabalhos científicos.
O Professor Mello também toma assento em mais de 30 sociedades técnicas e científicas, locais, aqui no Brasil, e também internacionais, em que continua proclamando a excelência da produção brasileira de alimentos e destacando a relevância da veterinária, da agronomia e da zootecnia para a preservação e o aprimoramento dessa condição.
Homenageamos também - e fazemos questão de homenagear - a mulher veterinária brasileira, na figura da Dra. Alzira de Souza, primeira mulher diplomada em veterinária, que, nesta sessão, receberá uma placa em sua homenagem, estando representada pela Dra. Rosália Meireles de Souza Rocha, para perpetuar a memória dessa pioneira da medicina veterinária brasileira.
Em função de tudo o que expus nesta sessão, que se reveste de profundo simbolismo para todos os que militam na área, quero aqui trazer também, claro, o meu entusiasmo e a minha satisfação, em um evento que revela todo o seu senso de oportunidade.
Esta Casa retrata um Brasil que prospera em virtude da competência e da predisposição para o trabalho daqueles que lidam no campo, em particular dos nossos médicos veterinários. Mas, claro, queremos saudar aqui também todos aqueles colaboradores da nossa produção, até o peão, que, às vezes, está lá na fazenda e que tem um trabalho fundamental para que possamos desenvolver a nossa profissão, os nossos auxiliares técnicos, enfim, todos aqueles que estão a nos ajudar no dia a dia.
Mesmo com a premência do tempo, este encontro também nos permite perceber que o sucesso do agronegócio está umbilicalmente ligado ao trabalho desses profissionais e que o êxito deles, por sua vez, decorre de uma combinação única de suor, conhecimento e também, claro, paixão.
No campo ou na cidade, tratando de pequenos animais domésticos ou supervisionando rebanhos monumentais, os médicos veterinários contribuem para o progresso material e para a coesão social do nosso País.
Há mais de um século, eles vêm aplicando - e aí eu quero me incluir -, nós estamos aplicando diariamente uma injeção de ânimo nas nossas veias.
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Senhoras e senhores, graças à veterinária, o Brasil caminha e caminha bem; porém, na nossa autocrítica, sabemos que precisamos avançar mais, ocupar os espaços e confirmar a realeza da ciência médica que se dedica à prevenção, ao controle, à erradicação, ao tratamento de doenças, aos traumas ou a qualquer outro agravo à saúde animal, além de atuarmos no controle da sanidade dos produtos e subprodutos de origem animal para o consumo humano. Porque, pelos nossos diagnósticos, de pareceres e de cuidados precisa a saúde pública de todo o povo brasileiro.
E quero ainda registrar - depois vamos registrar outros nomes que aqui se fazem presentes - que me ligou há pouco o Ministro Onyx Lorenzoni, que estava com uma programação agendada para estar aqui conosco, mas, infelizmente, dado ao cargo que ocupa hoje como Chefe da Casa Civil, o que honra a todos nós... Eu quero, então, em nome do Deputado e Ministro Onyx Lorenzoni fazer também uma homenagem a todos aqueles que estão na atividade política, representando a nossa classe e estimulando a todos aqueles que estão lá no campo, no contato com as pessoas, para que possam, além de promover a nossa profissão, claro, ter uma participação na vida política, principalmente nesse momento em que o Brasil vive, de novas oportunidades, momento de discussões afloradas, mas, claro, momento também que acreditamos ser de muitas oportunidades, principalmente para as nossas futuras gerações.
Portanto, quero aqui agradecer a todos e convidar o nosso primeiro orador inscrito, o Senador Acir Gurgacz, de Rondônia, Estado vizinho do Estado de Mato Grosso.
Quero registrar conosco a presença do Senador mais jovem do Brasil, Irajá Abreu, ele é Estado de Tocantins, Estado vizinho do nosso Mato Grosso.
O SR. ACIR GURGACZ (Bloco Parlamentar Senado Independente/PDT - RO. Para discursar.) - Senhoras e senhores aqui presentes, muito bom dia! Sejam todos bem-vindos ao Senado Federal. Minha saudação e minhas homenagens ao Presidente e requerente desta sessão comemorativa, Senador Wellington Fagundes. Minhas homenagens ao representante do Comandante do Exército Brasileiro, General-de-Brigada Pedro Paulo Levi Mateus Canazio, ao Presidente do Conselho Federal de Medicina Veterinária, Dr. Francisco Cavalcanti de Almeida; ao Presidente da Academia Brasileira de Medicina Veterinária, Dr. Milton Thiago de Mello, que, na juventude dos seus 103 anos, nos dá a honra da presença conosco neste dia tão especial; ao Presidente da Sociedade Brasileira de Medicina Veterinária, Dr. Luiz Carlos Rodrigues Cecílio, Vice-Presidente da Sociedade Brasileira de Medicina Veterinária, Sr. Josélio Moura; ao Vice-Presidente da Federação Nacional dos Médicos Veterinários, José Pinto da Rocha; ao Secretário em Exercício de Comércio e Relações Internacionais do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento, Sr. Flávio Bettarelo; em nome do Dr. Hélio Blume, saúdo a todos os médicos veterinários; em nome da Sra. Rosália Meireles de Souza Rocha, saúdo todas as senhoras aqui presentes.
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O médico veterinário tem a responsabilidade de aumentar a produtividade dos rebanhos e, consequentemente, a geração de alimentos, disponibilizando proteína animal em escala condizente com a necessidade mundial. Para oferecermos alimentos em qualidade e em quantidade, faz-se necessário um acompanhamento desse produto desde o início de sua cadeia produtiva até a sua industrialização, envolvendo a transformação da matéria-prima em alimento, seu armazenamento, comércio, até o consumo.
Para ilustrarmos a importância profissional do médico e da médica veterinária para o Brasil, temos em nosso País um rebanho de 215 milhões de cabeças, com uma produção de leite, em 2017, de 33,5 bilhões de litros. Na avicultura, o Brasil tem mais de 1,4 bilhões de cabeça, e o rebanho suíno está em cerca de 42 milhões de cabeças.
Hoje, merecidamente, estamos comemorando os 110 anos da criação da Diretoria de Indústria Animal, os 36 anos de Academia Brasileira de Medicina Veterinária (Abramvet), com destaque especial ao seu Presidente, Prof. Dr. Milton Thiago de Mello, os 99 anos da Sociedade Brasileira de Medicina Veterinária e homenageando a primeira médica veterinária diplomada no Brasil, a Dra. Alzira de Souza.
Esse processo de organização dos procedimentos técnicos e de pesquisa, fiscalização e industrialização dos produtos, difusão de conhecimento através da assistência técnica, coloca em nossas mesas todos os dias o alimento que comemos, coloca o nosso País como um dos maiores produtores e exportadores de proteína animal do mundo, gerando milhões de empregos aqui, no Brasil e divisas, através da exportação.
Nós, do Parlamento, e a população brasileira agradecemos sempre aos médicos e às médicas veterinárias. Esta homenagem é para lembrarmos aqueles que iniciaram esse brilhante trabalho de organização da ciência, da tecnologia e propiciaram avanços de produção, produtividade e qualidade, transformando o Brasil em excelência mundial no setor de proteína animal.
Obrigado, médicos e médicas veterinárias, em especial o Presidente Prof. Dr. Doutor Milton Thiago de Mello e a Dra. Alzira de Souza, que, na condição de primeira mulher médica veterinária diplomada no Brasil, demonstrou, em sua carreira, que a vocação e a vontade vencem sempre os desafios.
Muito obrigado. Saudação a todos. (Palmas.)
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O SR. PRESIDENTE (Wellington Fagundes. Bloco Parlamentar Vanguarda/PR - MT) - No exercício da Presidência, gostaria de convidar o Secretário em exercício de Comércio e Relações Internacionais do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento, Sr. Flávio Bettarello, para usar a palavra. Qualquer uma das tribunas está à disposição.
O SR. FLÁVIO BETTARELLO - S. Exa. Sr. Senador Wellington Fagundes, Presidente desta sessão, na pessoa de quem saúdo todas as Sras. Senadoras e os Srs. Senadores aqui presentes e também os demais Parlamentares; S. Exa. o General de Brigada Pedro Paulo Levi Mateus Canazio, representando aqui o Comandante do Exército, na pessoa de quem saúde todos os amigos das Forças Armadas - permita-me mandar um abraço especial aos amigos do 1º Regimento de Cavalaria de Guardas, Dragões da Independência, onde eu monto e onde há uma equipe de veterinários muito qualificada -; Sr. Presidente do Conselho Federal de Medicina Veterinária, Sr. Francisco Cavalcanti de Almeida, na pessoa de quem saúdo todas as médicas e médicos veterinários do Brasil; S. Exa. Samuel Sheefeni Nuuyoma, Embaixador da República da Namíbia no Brasil, na pessoa de quem eu gostaria de cumprimentar todos os membros do corpo diplomático que aqui nos honram com sua presença; Presidente da Academia Brasileira de Medicina Veterinária, Sr. Milton Thiago de Mello; Presidente da Sociedade Brasileira de Medicina Veterinária, Luiz Carlos Rodrigues Cecílio; Sr. Vice-Presidente da Sociedade Brasileira de Medicina Veterinária, Dr. Josélio Moura, na pessoa de quem saúdo todos os meus colegas do Ministério da Agricultura - Dr. Josélio foi nosso Secretário de Defesa Agropecuária; e também gostaria de saudar especialmente a nossa carreira dos auditores fiscais federais agropecuários, que contam, em seus quadros, com médicos e médicas veterinários de excelência -; Sr. Vice-Presidente da Federação Nacional dos Médicos Veterinários, José Pinto da Rocha; e senhoras e senhores presentes, como os senhores sabem, a Ministra Tereza Cristina se encontra hoje nos Estados Unidos, em Washington, acompanhando o Senhor Presidente da República, Jair Bolsonaro, e, obviamente, dentre os temas que ela tratará nessa visita, encontram-se temas sanitários. Então, aproveitarei essa deixa e, fazendo um pouco essa ligação com as minhas responsabilidades dentro do Ministério da Agricultura, eu gostaria aqui de cumprimentar as contribuições na Medicina Veterinária para as relações internacionais do Brasil.
Os nossos quadros de médicos e médicas veterinários certamente conferem tranquilidade ímpar para os nossos negociadores, pois as nossas ações, no plano internacional, são sempre baseadas nos maiores princípios científicos. Nesse contexto, nossos médicos e médicas veterinários nos permitem adotar uma postura de fortalecimento das organizações internacionais que regulam a matéria, como a OIE (Organização Internacional de Saúde Animal).
Sempre zelamos pela saúde animal e dos consumidores, mas combatemos, com força, com veemência, quando questões sanitárias são utilizadas como barreiras indevidas ao comércio.
Os nossos médicos e médicas veterinários contribuem, e muito, para que possamos ter uma postura assertiva de acesso a novos mercados, o que é fundamental para o nosso setor privado e produtivo.
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Nossos auditores fiscais dentro do ministério e nossos médicos veterinários espalhados por todo o Brasil asseguram os mais elevados padrões de inspeção e sanidade. Isso é fundamental para garantir que a nossa reputação e imagem internacional possam espelhar essa excelência. A tecnologia e a inovação veterinária, pautadas pelo tripé ensino/pesquisa/aplicação também são fundamentais para as incríveis produtividades e competitividades brasileiras que nos colocam entre os maiores do mundo.
Com tecnologia, conseguimos no Brasil o que poucos países conseguem: harmonizar os objetivos fundamentais de segurança alimentar e nutricional, cada vez mais importante num mundo que demanda mais alimentos, e, por outro lado, assegurar a sustentabilidade econômica, sustentabilidade social, renda para as pessoas do campo e sustentabilidade ambiental. Nisso, o Brasil é um exemplo que deve ser seguido, e muitas vezes outros países desconhecem essa nossa realidade. Então, aqui temos a obrigação de mostrar para os outros países, e, também nesse esforço, as médicas e médicos veterinários são atores indispensáveis.
E, por fim, gostaria de, na pessoa da Dra. Alzira Souza, somar minhas homenagens a todas as nossas médicas veterinárias e mulheres engajadas na agropecuária. As nossas mulheres do campo, as nossas mulheres na indústria, as nossas mulheres nas universidades são verdadeiras heroínas para o nosso progresso no Brasil.
Por fim, Sr. Presidente, gostaria de reiterar o compromisso da Secretaria de Comércio e Relações Internacionais e do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento como um todo em seguir trabalhando aqui com esta Casa, com o Senado Federal, com os conselhos de classe, com as Forças Armadas, com todas as senhoras e os senhores aqui presentes e as partes interessadas no Brasil, para seguir construindo um País melhor.
Muito obrigado. (Pausa.)
O SR. PRESIDENTE (Wellington Fagundes. Bloco Parlamentar Vanguarda/PR - MT) - Muito obrigado também ao Dr. Flávio, em nome da nossa Ministra Tereza Cristina, ela que teve o seu avô Governador do Mato Grosso único, Fernando Corrêa da Costa. Portanto, Mato Grosso e Mato Grosso do Sul dividiram para multiplicar. É o bom exemplo da divisão que deu certo.
Eu quero aqui registrar também a presença do Embaixador da República da Namíbia no Brasil, Sr. Samuel Sheefeni Nuuyoma; do Deputado Estadual por Minas Gerais, o nosso companheiro médico veterinário Cel. Henrique. Gostaria que se levantasse para que seja aqui registrado.
Também agradecemos ao Diretor de Planejamento e Avaliação da Superintendência de Desenvolvimento do Centro-Oeste, a Sudeco, o Sr. Roberto Postiglione de Assis Ferreira Júnior; também ao Presidente do Conselho Regional de Medicina Veterinária do Estado da Bahia - o senhor pode levantar-se, porque fica registrado aqui pela câmera -, Sr. Altair Santana de Oliveira; ao Presidente do Conselho Regional de Medicina Veterinária do Espírito Santo, Sr. Marcus Campos Braun; ao Presidente do Conselho Regional de Medicina Veterinária de Santa Catarina, Sr. Marcos Vinícius de Oliveira Neves; ao Presidente do Conselho Regional de Medicina Veterinária do Estado do Paraná, Sr. Rodrigo Távora Mira.
Agradecemos a todos e também ao Presidente da Associação dos Fiscais Agropecuários, Sr. João Bosco Siqueira da Silva. Está lá ao fundo. O Vice-Presidente do Conselho de Medicina Veterinária de Mato Grosso, Sr. Roberto Renato Pinheiro da Silva, e a Coordenadora de Produção Animal e Defesa Sanitária da Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil, Sra. Lilian Figueiredo, que está aqui, na primeira fila.
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Queremos registrar, também, a presença do Ministro da Aquicultura e da Pesca no período de 2006 a 2010, o nosso companheiro colega veterinário Altemir Gregolin, e de todos os senhores e senhoras membros do corpo diplomático, enfim, de todos que aqui se fizeram presentes.
Eu gostaria de dizer, como se trata de uma sessão solene, que aqui nós temos os oradores inscritos da Mesa, mas, se algum companheiro quiser fazer uso da palavra, pode fazer sua inscrição aqui.
Queremos convidar para fazer uso da tribuna, representando o Comandante do Exército Brasileiro, o General de brigada Pedro Paulo Levi Mateus Canazio.
O SR. PEDRO PAULO LEVI MATEUS CANAZIO - Sr. Presidente, Senador Wellington Fagundes, com quem inicio agradecendo a gentileza do convite, sentimo-nos muito honrados por estar aqui, e eu, pessoalmente, representando o Comandante do Exército, General Leal do Pujol; Sr. Presidente do Conselho Federal de Medicina Veterinária, Sr. Francisco Cavalcanti de Almeida; nosso decano, Prof. Milton Thiago de Mello; o Presidente da Sociedade Brasileira de Medicina Veterinária, Sr. Luiz Carlos Rodrigues Cecílio; o Vice-Presidente da Sociedade Brasileira de Medicina Veterinária, Sr. Josélio Moura; o Vice-Presidente da Federação Nacional dos Médicos Veterinários; Sr. José Pinto da Rocha; e o Secretário em exercício de Comércio e Relações Internacionais do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento, Sr. Flávio Bettarello, na pessoa dos quais eu cumprimento todas as demais autoridades presentes nesta sessão solene.
Eu gostaria, como já disse aqui, de destacar a honra de estar aqui representando o nosso Comandante do Exército, General Leal Pujol, que é oriundo da Arma de Cavalaria. Inclusive, ele, por ocasião da sua passagem de comando recente, no ano passado, lá no Comando Militar do Sul, estava montado, valorizando a tradição do Exército Brasileiro de manter seus equinos, tão tradicionais.
Eu gostaria de dizer aqui que me faço acompanhar de uma representante do sexo feminino, a Ten. Ludmila, que está presente, ali.
Eu pediria para que ela se levantasse, seguindo o exemplo do senhor, para que fosse registrado. Ela serve no Batalhão de Polícia do Exército.
E, como estou destacando também, vejo aqui, tive oportunidade de conversar, pelo menos duas outras representantes aqui, uma fardada, ali atrás da Ten. Ludmila, que é veterinária também - e peço perdão por não lembrar seu nome -, e temos a nossa representante aqui, já na reserva, lá do Ministério da Defesa também, que estava presente aqui, veterinária representando o segmento feminino. Então, nosso destaque a todas elas.
Também saliento que a apresentação que o senhor fez, Senador, já esgotou o assunto. O resumo histórico que o senhor fez foi absolutamente completo, ilustrativo e mostra a importância não apenas histórica, mas atual do agronegócio.
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Eu sirvo no Departamento de Ciência e Tecnologia do Exército, e, por lidar com este assunto, nós sabemos da importância da variável científica e tecnológica que nos proporcionou atingirmos o patamar que temos hoje de destaque no agronegócio - é tecnologia. E ouvimos referências claras sobre isso em todos os campos, entre elas, o aumento da produção agrícola sem considerável aumento na área de cultivo. A mesma coisa acontece na parte da pecuária, o aumento enorme de produtividade - isso tudo devido ao emprego da ciência e tecnologia. E os agentes do emprego dessa parte científica e tecnológica são os nossos médicos e médicas veterinárias em todas as áreas que nós temos.
Eu peço ao senhor que me permita, por gentileza, externar o nosso orgulho, a nossa satisfação aqui, por conta de o Prof. Milton de Mello ser oriundo do Exército brasileiro. Eu tive a satisfação de conversar com ele aqui rapidamente. Parece-me que já o conheço há muitos anos. Não vou falar muito, não, porque, senão, eu vou entregar a idade. É uma pessoa fantástica, que entrou no Exército, em 1933 - quase a idade da minha mãe, e ele já estava na atividade. E é uma satisfação enorme, uma honra ter o senhor aqui presente entre nós, com essa lucidez, com esse exemplo, com essa vivacidade e com a história viva na mente para nos brindar com toda a sua experiência. É uma satisfação, uma honra e um orgulho muito grandes para o nosso Exército brasileiro o senhor ter iniciado a sua vida lá e tê-la encerrado em 1968, como Coronel, indo para a reserva, não é? Então aqui o destaque, o nosso orgulho, a nossa satisfação do Exército brasileiro em tê-lo tido nas nossas fileiras - e continua nelas até hoje.
Para fechar, sem me alongar muito, quero rapidamente destacar aqui que a área veterinária do Exército brasileiro também tem a sua importância localizada. Ela não é tão abrangente quanto a parte do agronegócio, mas lá nós temos atividades muito importantes que são relacionadas ao trato de alguns animais de pequeno porte, como cães farejadores de explosivos, de drogas, que são muito utilizados em operações de garantia da lei e da ordem, cães de guerra, que são utilizados em situações de combate, que temos que manter também em condições de uso, como é do papel das Forças Armadas. E também temos a atuação da área veterinária do Exército brasileiro em campanhas de vacinação, na prevenção de zoonoses. Como o senhor muito bem destacou aqui, a saúde animal se reflete diretamente na saúde da população.
Então, mais uma vez, muito obrigado. Sentimo-nos muito honrados, o Exército brasileiro se sente muito honrado com o convite para participação nesta sessão. E os nossos cumprimentos a todas as médicas veterinárias, principalmente, uma vez que estamos no mês das mulheres, e aos médicos veterinários todos.
Muito obrigado, Sr. Presidente. (Palmas.)
O SR. PRESIDENTE (Wellington Fagundes. Bloco Parlamentar Vanguarda/PR - MT) - Convidamos, então, para fazer uso da tribuna o nosso Presidente do Conselho Federal de Medicina Veterinária, Dr. Francisco Cavalcanti de Almeida. Pode fazê-lo da tribuna, ou, se quiser também, pode usar... Pois não.
Dr. Francisco Cavalcanti de Almeida, que é o nosso Presidente do Conselho Federal de Medicina Veterinária.
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O SR. FRANCISCO CAVALCANTI DE ALMEIDA - Bom dia a todos!
Senhoritas; senhoras; meus senhores; Parlamentares aqui presentes; meu ilustre Senador Wellington Fagundes, Presidente desta sessão solene, da qual, pela segunda vez, nós estamos participando nesta Casa, representando o Conselho Federal; Exmo. Brigadeiro, General de Brigada Pedro Paulo Levi Mateus Canazio, representando, neste ato, o Comandante do Exército Brasileiro; Sr. Presidente da Academia Brasileira de Medicina Veterinária, cuja casa frequento, com muita honra, em longos papos profissionais e humanitários inclusive, Prof. Milton Thiago de Mello; Sr. Vice-Presidente da Sociedade Brasileira, meu colega também médico veterinário, Josélio Moura, aqui presente; Sr. Vice-Presidente da Federação Nacional dos Médicos Veterinários, que também é Auditor Fiscal Federal - como a gente o é - do Ministério da Agricultura, José Pinto da Rocha; Sr. Secretário Adjunto de Comércio e Relações Internacionais do Ministério da Agricultura, Flávio Bettarello; é uma alegria estar aqui!
Falar da Medicina Veterinária, neste momento, seria um desafio com o Senador Wellington Fagundes, que, em suas palavras, diz abertamente como começou e como está no mundo a nossa profissão.
O Conselho Federal hoje... São dados que nós devemos acrescentar: comemoramos em 2018 os nossos 50 anos da Lei 5.517. E essa comemoração, Senador, termina agora no dia 23 de outubro de 2019, quando se pretende concretizar alguns eventos.
Hoje, nós estamos aí com mais de 161 mil profissionais registrados na nossa entidade. Eu, com orgulho, destaco o sexo feminino, que hoje já representa 57% desse efetivo. É aquilo que a gente fala: a mulher comanda. E aí está a prova do comando da mulher sobre os homens, Senador.
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Falo assim porque em minha casa quem comanda é a mulher. Eu apenas obedeço. E, se não obedecer com dedicação, eu estou excluído. Deve ser assim a médica veterinária no seu dia a dia, certeza eu tenho.
Importante é para um profissional que ele se dedique com amor. Ser veterinário é amar, amar a todos, principalmente àqueles que nos olham com carinho, mas não têm o direito de falar. E esta é a nossa missão, falar por eles, conduzindo-os ao seu bem-estar, não importa a raça, não importa o gênero; todos iguais.
Há profissionais que se destacam no reino animal, no seu dia a dia, no seu trabalho, no seu planejamento, na sua dedicação, na sua sabedoria e, por que não dizer, até na sua garra em levar à sociedade a firmeza, a ética profissional.
Há aqueles que se dedicam mais ainda, na pesquisa, estudando algumas enfermidades que são caracterizadas como grandes zoonoses - entre elas a brucelose - e, mais ainda, algumas enfermidades que passaram, como a peste bubônica.
E há aqueles que continuam a sua vida traçada com amor: quando jovem ainda, dedicou-se ao estudo de primatas, lá, no Amazonas, vivendo até em aldeias indígenas, mostrando para aqueles homens a importância da Medicina Veterinária. E continua tão jovem quanto hoje, nos seus ensinamentos continuados, demonstrando sempre a sua sabedoria, o seu valor e o seu amor à sua família e aos animais. Comentar sobre ele é elaborar um tratado que, tenho certeza, seria um best seller.
Hoje, ele, aqui presente, 103 anos, tão jovem quanto muitos de 20 ou muitos de 10. Refiro-me ao Prof. Dr. Milton Thiago de Mello. Parabéns! Você é um orgulho de nossa profissão. Você será eternamente um mestre, lembrado para sempre, Professor Milton de Mello. Meu respeito, minha admiração!
Hoje, estou completando meus 81 também e, se Deus quiser, eu vou chegar lá, porque você, Milton de Mello, me transmite essa alegria e esse vigor de viver cada vez mais em benefício de nossa profissão.
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A Medicina Veterinária avança galopantemente. Olhem, hoje, nós com 370 cursos presenciais. E agora o MEC inventou de autorizar o EAD. Já são 13 cursos autorizados no Ensino a Distância. E é a nossa briga hoje: eliminar isso. Estamos batalhando, tanto que baixamos a Resolução 1.256, proibitiva. E já me questionaram, Senador: "Tem amparo legal?". Não sei.
(Soa a campainha.)
O SR. FRANCISCO CAVALCANTI DE ALMEIDA - Não sei. É a Justiça que vai dizer. Avançamos tanto que, em 2018, estivemos aqui nesta Casa recebendo uma declaração da OIE: Brasil livre de febre aftosa com vacinação. Que alegria! Fomos todos nós. E o produtor rural tem o seu papel fundamental neste feito. E o segmento PET, no ano passado, com um avanço de 12% e um faturamento de US$19 bilhões. Olhem que beleza! Isso é a Medicina Veterinária.
E aqui eu agradeço aos meus colegas Presidentes de regionais presentes, sempre conosco nesta luta, nesta batalha de valorização de nossa profissão, como Santa Catarina, Espírito Santo, Paraná, Bahia, Distrito Federal, aqui conosco, elogiando e participando da nossa visão de que o médico veterinário é uma profissão sábia, muito sábia.
Senhoras e senhores, muito obrigado. Senador, muito obrigado pela oportunidade de aqui representar a nossa profissão e o nosso Conselho Regional.
Não poderia me esquecer de mencionar o nome do Gregolin, que, como Ministro da Pesca e Aquicultura, nos recebeu em seu gabinete. E nós discutimos muito sobre a inspeção e a defesa sanitária.
Muito obrigado a todos. (Palmas.)
O SR. PRESIDENTE (Wellington Fagundes. Bloco Parlamentar Vanguarda/PR - MT) - Convidamos para também fazer uso da palavra, podendo ser da tribuna ou aqui à mesa, o Dr. Josélio Moura, que é Vice-Presidente da Sociedade Brasileira de Medicina Veterinária.
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O SR. JOSÉLIO MOURA - Exmo. Sr. Senador Wellington Fagundes, Presidente desta sessão solene especial do Senado Federal, nós estamos comemorando não simplesmente datas importantes da Medicina Veterinária, nós estamos comemorando neste momento a estabilidade do País, a estabilidade política, em consequência, por haver a estabilidade econômica e social.
O Brasil foi, durante muitos anos, importador de alimentos, até os anos 70. Com o segundo PND, veio uma expressão interessante: "gerar excedentes exportáveis", mas hoje o Brasil está cumprindo a sua vocação natural de supridor mundial de alimentos, e a agricultura é o único setor da economia brasileira que tem balanço positivo em pagamentos com o exterior, o único setor. O turismo é negativo, a indústria é negativa e assim todos eles.
E a agricultura produz não somente para o consumo interno de 200 milhões de habitantes, mas para suprir o mundo, gerando o confortável saldo na balança de pagamentos. Essa é a realidade de hoje.
E havendo alimento suficiente, equilibrando as contas públicas, logicamente isso vai dar o conforto para a estabilidade política do País. Imaginem os senhores aquele quadro de anos pretéritos em que a Avenida Paulista tinha 2 milhões de brasileiros clamando por mudanças no País, não somente na Avenida Paulista, mas em todas as capitais, Vitória, Rio de Janeiro, Salvador etc. Imaginem esse povo com fome no que resultaria?! Então, nós somos responsáveis também pela estabilidade política deste País, Sr. Senador.
Ademais, dentro das datas comemorativas, no belíssimo discurso do Senador Wellington, houve a visita de D. Pedro II à França, que resultou na vinda da missão francesa já no advento da República. A missão francesa no Brasil foi importante, porque nos ensinou que não se deve conviver com coisa ruim - quer dizer, não se deve conviver com doenças, com enfermidades - e nos ensinou a erradicação.
O mundo passou 300 anos para erradicar a Rinderpest, considerando o marco de 1711, com documento científico do Dr. Lancisi, que era conselheiro do Papa Clemente VI. Ele fez o primeiro documento científico sobre a Rinderpest e levou 300 anos, até 2011, quando eu estava presente em Paris, onde foi anunciada a primeira erradicação de enfermidade animal no mundo.
E essa cultura da missão francesa nos propiciou a criação do ensino veterinário, tanto o ensino civil, através da Escola de Veterinária, que hoje é a Universidade Federal Rural do Rio de Janeiro, como a Escola de Veterinária do Exército, a cujos Comandante e representantes faço a homenagem.
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Sobre a presença da veterinária nas Forças Armadas, logicamente, o que está visível são os cavalos e os cães de guerra, mas, acima de tudo, há um outro aspecto importante que hoje preocupa o mundo: a questão do bioterrorismo.
Numa conversa que nós tivemos - o Prof. Milton é testemunha, assim como o Coronel Milton, que está ali, presente, e também é testemunha -, eu falei para o grande General Villas Bôas, o grande homem deste País: podemos destruir toda uma brigada sem dar um tiro sequer, somente com a contaminação do ar, da água ou dos alimentos.
E essa deve ser uma preocupação não somente das Forças Armadas, mas também da comunidade brasileira como um todo. Daí a importância da veterinária nas Forças Armadas.
Mas o Brasil teve um divisor de águas, que foi o final da década de 60, quando se implantou o Plano Nacional de Erradicação da Febre Aftosa. Em dois Estados, Bahia e Minas Gerais, já se falava em erradicação da doença, com a criação do Gefab. Aproveito para fazer homenagem ao Dr. José Conceição, que foi um dos primeiros dirigentes do Gefab, e ao Altair, que, já em sequência, foi Diretor-Geral da Adab, o companheiro do Ministério que hoje dirige...
A Bahia começou a falar em erradicação, seguida por Minas Gerais. Às vezes, a gente, como baiano, tranquilo, recebia até gozação: "Pô, o baiano agora já quer erradicar a aftosa", que, àquela época - e o número que eu vou dizer aqui não é verdadeiro, porque não havia um registro sistemático como há hoje -, tinha 30, 40 ou 50 mil focos.
A criação da Secretaria de Defesa foi um outro marco. Aí, sim, havia 12 mil focos identificados em 1977. Quando passei pela Secretaria - aliás, o primeiro Secretário foi o José Alberto da Silva Lira, também com a mesma mentalidade -, ao final dos anos 85, 86, antes do final da década, o Brasil já não tinha mais foco de febre aftosa ou então focos esporádicos.
Mas, nesse período, ainda sob a inspiração da missão francesa, nós erradicamos a peste suína africana do Brasil. Em três anos, já não havia mais focos, e passamos mais dois em vigilância permanente.
Essa enfermidade, agora, está espantando o mundo, porque a Rússia tem foco de febre aftosa e todos os países limítrofes da Rússia, inclusive a China. E, agora, há questão de três semanas, chegou à Bélgica, o coração da Europa econômica, a dez quilômetros da fronteira com a França.
Quer dizer, o Brasil tem na sua veterinária a grande responsabilidade. E, agora, no ano passado, a gente recebeu a certificação País Livre da Febre Aftosa. Esse é um grande passo, porque vai consolidar ainda mais o Brasil como o grande exportador mundial de alimentos.
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É preciso que o Ministério da Agricultura tenha uma nova visão, uma nova mentalidade, inclusive nos seus serviços veterinários, prestigiando e dando os recursos necessários, para que, de uma forma direta, e não através de intermediários, possa garantir ao povo brasileiro que os produtos que serão consumidos e que chegarão à mesa do brasileiro tenham as condições higiênicas, sanitárias e tecnológicas adequadas. E também para que a gente possa garantir ao exterior que os produtos que são exportados são hígidos e de qualidade superior.
Nós estamos numa fase muito interessante no Ministério da Agricultura.
E eu queria, Sr. Senador,...
(Soa a campainha.)
O SR. JOSÉLIO MOURA - ... para concluir, aproveitar esta oportunidade: aqui é a Câmara Alta do Parlamento brasileiro, é a Casa do Parlamento, e o Parlamento é onde se usa o verbo. É preciso que aqui se use bastante o verbo, para que vá ressonar do outro lado da rua, no Planalto ou no Ministério da Economia, para que o verbo, daqui, gere as verbas necessárias que a agricultura precisa, para continuar com a sua vocação de supridor mundial de alimentos.
Esta é a nossa missão: trabalhar com seriedade, garantir ao povo alimentos de qualidade, e, assim, com certeza, o Brasil dará um segundo salto nas exportações mundiais.
Muito obrigado, Sr. Presidente.
E peço ao companheiro, o Secretário de Relações Internacionais e Comércio do Ministério da Agricultura, que leve à Ministra o nosso apreço, a nossa admiração e a certeza de que o Ministério está em boas mãos e irá para frente.
Muito obrigado, senhores. (Palmas.)
O SR. PRESIDENTE (Wellington Fagundes. Bloco Parlamentar Vanguarda/PR - MT) - Queremos também registrar a presença do Dr. Cristovam Zepeda, médico veterinário, Conselheiro Agrícola da Embaixada dos Estados Unidos da América. Quero também registrar também que um grupo do Instituto Legislativo Brasileiro, do ILB, um grupo do programa Formação Gerencial, esteve conosco aqui e é conduzido pela Mariana Tavares, ex-Coordenadora de Visitação, que também estava aqui conosco. Quero também registrar aqui a presença do Dr. Castilho, que foi membro titular - se quiser, pode se levantar - da Comissão Permanente do Bem-Estar Animal do Ministério da Agricultura e hoje é Chefe de Gabinete da Liderança do PROS, com quem sempre tivemos um trabalho conjunto, ali no Ministério, e sempre também com o Ministro Blairo Maggi, fazendo um grande trabalho para o engrandecimento da nossa profissão.
Eu quero aqui também cumprimentar o Dr. Alexandre Magalhães Ornelles, que é médico veterinário e auditor fiscal do Ministério da Agricultura, que também tem atuado em docências no agronegócio. Então, ficam aqui também os nossos cumprimentos.
Eu gostaria de convidar o Deputado Estadual de Minas Gerais, que veio aqui nos prestigiar, ele que também é colega, o Coronel Henrique, do PSL.
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O SR. CORONEL HENRIQUE - Exmo. Sr. Senador da República Wellington Fagundes, que preside esta sessão, em nome de quem eu cumprimento os demais Senadores, Parlamentares e autoridades presentes; Exmo. Sr. General de Brigada Pedro Paulo Levi Mateus Canazio, nesta ocasião representando o nosso Comandante General de Exército Edson Leal Pujol, meu comandante na Academia Militar das Agulhas Negras, escola em que eu tive a honra de servir durante 23 anos da minha vida, formando os jovens cadetes de Caxias; prezado Cel. Veterinário Milton Thiago de Mello, da turma de 1937 da nossa escola pioneira de medicina veterinária no Brasil, em nome de quem eu cumprimento das demais autoridades e médicos veterinários presentes nesta sessão solene; minhas senhoras e meus senhores, eu não poderia me furtar, neste momento, como o único médico veterinário Deputado Estadual na Assembleia Legislativa de Minas e como primeiro Coronel do Exército Deputado Estadual na história de Minas Gerais, em fazer uso da palavra em sessão solene tão importante, tão singela como singelas são as coisas dos militares.
Digo que, neste momento, prezado Cel. Milton Thiago de Mello, gostaria aqui também de citar o Ten. Cel. Médico João Muniz Barreto de Aragão, patrono da medicina veterinária brasileira - apesar de médico humano -, responsável pela criação da primeira escola de medicina veterinária do Brasil, a nossa Escola de Veterinária do Exército, homem que carregou na sua história o heroísmo e o protagonismo de ter introduzido no Brasil essa profissão tão bela e tão cara para todos nós. Neste momento de mudanças no nosso Brasil, de mudanças institucionais, como bem disse o Dr. Josélio nesta tribuna, em que, com estabilidade social, nós, médicos veterinários, cooperamos através da produção de alimentos que mantém ainda a nossa sociedade mais equilibrada. Cito aqui também as palavras que vi no vídeo do nosso Ministro Onyx Lorenzoni, médico veterinário, tão bem citado pelo nosso Senador, o nosso papel importante como profissionais da saúde única, preservando a relação indissociável entre a saúde humana, entre a saúde animal e entre a saúde ambiental.
Eu, hoje, sou Presidente da Comissão de Agropecuária e Agroindústria na Assembleia Legislativa de Minas, fruto do meu currículo como médico veterinário. Em negociações, em conversas naquela Casa, eu, como único técnico da área, me coloquei à disposição daquela assembleia e fui eleito Presidente. Certamente, eu a considero a mais importante comissão temática de Minas Gerais, um Estado com 853 Municípios. E eu já tive a oportunidade de comentar aqui que as nossas Minas Gerais são muitas minas diferentes - o norte é diferente do sul -, com um potencial enorme do nosso agronegócio. E, como médico veterinário, naquela Casa, tenho certeza de que conseguirei contribuir, General Canazio, não só com o meu papel de médico veterinário, mas também levando a minha experiência e a minha formação como militar, como coronel do Exército brasileiro. Certamente, a minha formação profissional, o meu amor ao Brasil e o amor ao meu Exército permitirão que eu leve um pouco dos nossos exemplos de ética, de respeito com a coisa pública e, principalmente, a pronta resposta de que o Brasil tanto precisa.
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Eu tenho comentado que o Brasil tem pressa, Minas Gerais tem pressa. Nós precisamos resgatar todos os valores que, durante tanto tempo, ficaram um pouco esquecidos ou relegados a segundo plano na nossa sociedade.
Certamente é um momento de festa, é um momento de alegria encontrar aqui também antigos amigos, e, em nome da Coronel Veterinária Beatriz, minha colega de turma no meu curso de formação de oficiais no Exército - com quem, durante tantos anos, militamos na Academia Militar das Agulhas Negras -, presto minha homenagem, neste mês de março - dia 8 de março foi o Dia Internacional da Mulher -, às mulheres, ressaltando também sua presença tão importante, como homenagem, nesta sessão solene.
Encerro as minhas palavras agradecendo ao Senador Wellington Fagundes por essa lembrança tão importante para a nossa classe. E quero dizer que os médicos veterinários estão preparados para enfrentar os desafios que o novo Presidente da República nos apresentou, como o de projetar o nosso Brasil não como um país do futuro, mas como um país do presente, para que possamos projetar a nossa imagem no cenário internacional.
Agradeço. Muito obrigado.
Brasil acima de tudo! (Palmas.)
O SR. PRESIDENTE (Wellington Fagundes. Bloco Parlamentar Vanguarda/PR - MT) - Com a palavra nosso Presidente da Academia Brasileira de Medicina Veterinária, Dr. Milton Thiago de Mello.
O SR. MILTON THIAGO DE MELLO - Meus senhores; Exmo. Senador Wellington Fagundes, meu prezado colega da Academia Brasileira de Medicina Veterinária; prezados componentes da Mesa; General, representando o Comando do Exército; prezado amigo de vários anos, Josélio de Andrade Moura; prezado Presidente do Conselho Federal de Medicina Veterinária; Presidente também da Sociedade Brasileira de Medicina Veterinária.
A grande vantagem de falar por último, como eu pedi, é diminuir o tempo da minha fala. A maioria das coisas, dos assuntos que eu pretendia abordar, já foi abordada aqui.
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Eu queria apenas ressaltar que, no próximo ano, a Sociedade Brasileira de Medicina Veterinária vai completar um século de vida, e, deste século de vida, eu participei 85 anos. Desses 85 anos, eu vi a roda rodar várias vezes. O meu sonho agora é fazer um grande documento da polarização da civilização: esquerda/direita, Polo Norte/Polo Sul, amor e ódio, coisas desse tipo.
Nessa retrospectiva brilhante que o nosso colega Wellington fez da Veterinária brasileira, não cabe praticamente mais nada, mas vamos ver algumas coisinhas que devem ser ressaltadas. Por exemplo, a homenagem à Dra. Alzira.
Onde se formou a Dra. Alzira? Numa escola que quase ninguém menciona, que foi uma das primeiras escolas de Veterinária do Brasil, a escola de Pouso Alegre. Um veterinário, um indivíduo que já era dentista, resolveu fazer uma escola de Veterinária lá, ampliando sua clínica dentária. E, depois, essa pessoa foi o líder absoluto da inspeção de carnes no Rio de Janeiro.
Nessa escolinha, que depois desapareceu, formaram-se dois grandes vultos da Veterinária brasileira, que foram Adolpho Martins Penha, um dos maiores veterinários que o Brasil já teve, fundador da SPBC (Sociedade Brasileira para o Progresso da Ciência), e José Reis, que foi coautor de um tratado, de várias décadas, que ainda hoje é de consulta obrigatória, o Tratado das Doenças das Aves.
Bom, outro ponto que eu queria ressaltar está relacionado com o fato de que, antes de os primeiros veterinários se formarem, logo depois da Proclamação da República, um pioneiro, criador, resolveu fazer a Sociedade Nacional de Agricultura, que existe até hoje e com a qual a Academia Brasileira de Medicina Veterinária tem um convênio extremamente eficiente. E graças a esse convênio é que estou aqui presente e que nós todos podemos ter, na Academia Brasileira de Medicina Veterinária atual, essas atividades que foram mencionadas não só pelo Senador Wellington, como pelo nosso colega Josélio e pelo nosso colega, o Veterinário militar Henrique, que eu tive a satisfação e o prazer de saber que é um ilustre Deputado Estadual de Minas Gerais - meus parabéns, Henrique! E 23 anos na Academia Militar das Agulhas Negras são praticamente constituir um patrimônio. Eu gostaria de ver sua plaquinha de patrimônio da Aman.
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Bom, ainda assim, eu gostaria de mencionar que, antes da primeira formatura dos veterinários brasileiros, o Ministério da Agricultura já havia instituído o que é o símbolo da excelência dos produtos de origem animal do Brasil, o SIF (Serviço de Inspeção Federal), fundado entre 1915 e 1916, quando os primeiros veterinários foram formados, em 1917. Ou seja, nós temos, nesse retrospecto, um passado glorioso.
Há três dias, eu estava numa tribuna mais ou menos como esta, não tão elevada, Senador Wellington, como a que estamos aqui, na presença do máximo da Legislatura brasileira, que é o Senado Federal. Eu não esperava, no fim da minha vida... Aliás, no fim, não; no meio da minha vida... (Risos.) (Palmas.)
E este meio da minha vida deve-se a essas palmas.
Quando me perguntam qual o segredo da minha longevidade, além das trivialidades médicas, que nunca sigo, para desespero da minha esposa, além do uisquinho da varanda, está a amizade, essa atitude simpática e carinhosa que todos têm para mim.
Mas eu estava - voltando atrás -, há exatamente três dias, numa tribuna como esta, depois de todas aquelas homenagens, de todas as referências, e estava lá uma testemunha ocular da história o nosso prezado acadêmico José Carlos de Andrade Moura, que foi especialmente, segundo ele... Eu tenho a impressão de que ele foi como espião, para ver o que iria acontecer. Mas como é que o Brasil de hoje tem um grupo de cientistas de biotecnologia... Onde? Não é no "Sul maravilha", não é no Rio de Janeiro, não é em São Paulo nem no Rio Grande do Sul; é no Nordeste, com trabalhos de altíssimo nível, tudo liderado por outro acadêmico, o Dr. Nunes.
Bom, nessa ocasião eu fiz - e, com isso, quero diminuir o tempo... Eu poderia, nos meus 85 anos, falar indefinidamente aqui; mas, antes de agradecer a presença dos componentes da Mesa, o Presidente da Sociedade, o Vice-Presidente da Sociedade, o Presidente do Conselho... E quero mencionar que este Conselho Federal de Medicina Veterinária foi que deu origem a todas as atividades atuais, congregando, principalmente, a Academia Brasileira, quando era presidente do Conselho outro acadêmico que está lá, o Dr. René Dubois, que foi quem fez a papelada inicial para a criação da Academia Brasileira de Medicina Veterinária, da qual estou presidente. E não sou presidente; estou presidente, porque, como vice - e todos os senhores sabem que o vice é vice... A função do vice, dizia um iconoclasta pior do que eu, que "a ociosidade é a mãe de todos os vices, e não de todos os vícios".
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Bom, nessa ocasião, ficou reunida uma plêiade de cientistas do Nordeste. Um foi inaugurar, para que eu falasse, durante uma hora, sobre os cem anos da Veterinária brasileira. Sobre alguns desses anos, nosso prezado colega falou aqui; sobre outros, falou o colega Francisco; sobre outros, falou o colega Josélio; e, sobre outros, falou o representante da Ministra da Agricultura.
Como é que pode ser resumida a vida de cem anos de uma profissão nobre, como é a profissão veterinária, em uma hora? Essa foi a missão que me deram. E eu resolvi cumprir a missão. Segundo os 40 anos que passei no Exército, missão dada, missão cumprida.
E nisso projetei algumas coisas. E, claro, não vou dizer aqui, porém, uma...
(Soa a campainha.)
O SR. MILTON THIAGO DE MELLO - Já posso continuar a falar, Presidente? (Risos.)
Bom, uma delas é a seguinte: todos aqui que me precederam falaram sobre a importância da Veterinária no Brasil, a importância, inclusive, no PIB brasileiro. Um terço do PIB brasileiro é derivado da agropecuária, na qual, evidentemente, a Veterinária tem um destaque. Porém, a responsabilidade da Veterinária brasileira é muito maior.
Na primeira plenária do Conselho Federal de Medicina Veterinária, sob a presidência do Dr. Francisco, eu lancei esse mesmo repto para a Veterinária brasileira. Além da única saúde mencionada pelo Josélio, com o combate às doenças humanas, animais e ambientais, existe ainda o alimento. Porém, onde está esse aumento da responsabilidade da Veterinária brasileira? No alimentar um mundo faminto.
Espero que esta mensagem vá repercutir não apenas no Parlamento, meu colega Wellington, não apenas no Ministério da Agricultura, não apenas na Veterinária do Exército, no Conselho e na sociedade, mas para os 160 mil veterinários brasileiros, a responsabilidade que têm os veterinários brasileiros de assegurar a produção de alimentos de origem animal em quantidade e qualidade para o mundo. E ainda mais: o Brasil tem esperança... Claro, da mesma maneira que juraram que eu vou até os 120 anos - aos 120 anos provavelmente eu estarei com uma dupla bengala, que será um andador -, a população do mundo está aumentando e vai continuar a aumentar. E ela precisa de comida. E só quem tem capacidade de produzir comida nesta escala planetária, praticamente, para os 10 bilhões de habitantes para o fim do século - no momento, estamos com 7,5 bilhões -, é o Brasil. Embora outros países, como os Estados Unidos; como a União Europeia, como um bloco único, que está de fragmentando agora; como a África, que está sendo comprada pela China para que a China consiga ter seus alimentos também... Queria comprar o Brasil, mas, felizmente, nós não permitimos que a China comprasse o Brasil. No dizer do nosso Presidente atual: "Pode comprar nossos produtos, mas não comprar o Brasil".
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Então, essa produção de alimentos é indispensável. A atual produção é um rolo compressor, que desce quase que por inércia de movimento, sem a grande intervenção da maioria da profissão veterinária brasileira. Essa profissão veterinária brasileira tem que se orientar também, principalmente, para a produção de alimentos para o mundo faminto e prever a modificação de hábitos alimentares da proteína nobre de origem animal: do boi para o porco, para o frango - como está no momento - e para o pescado. E peço testemunho do nosso ex-Ministro da Pesca, veterinário, Gregolin para que me apoie neste aspecto de que a próxima proteína é o peixe.
E quero - chovendo no molhado - dizer ao nosso prezado Presidente da Mesa, prezado Senador Wellington, que, lá na terra dele, lá em Mato Grosso, muitos cultivadores de soja já estão transformando a soja em peixe. Por quê? Qual peixe? Tilápia, que é o frango da água. E dizem: "Tilápia é um peixe estrangeiro". Ora, a galinha é um animal estrangeiro. Alguém falou aqui que, em 1500, quando foi descoberto o Brasil, não havia galinha, não havia porco, não havia cavalo, não havia boi; e hoje todo mundo acha que são nativos. Então, essa tilápia, que é frango da água, pode ser cultivada.
Ao sobrevoar agora Fortaleza, ao redor de Fortaleza, há os tanques; mas, lá no Estado de Mato Grosso, alguns cultivadores de soja verificaram que um hectare de soja, se for cultivado com peixe, dá cem vezes mais em dinheiro. De modo, meu prezado colega Wellington, que, se o senhor tem propriedade lá de terra, mude para peixe, saia da soja.
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Porém - porém -, o peixe é igual ao cachorro, igual ao gato. Ele precisa, para viver, de proteína - e de preferência proteína animal.
Então, é esse círculo vicioso que eu projetei lá - e espero que o nosso prezado amigo da Champion não me mate quando eu sair daqui. É um círculo vicioso: nós temos o veterinário, temos os proprietários de pequenos animais, simbolizados pelo cachorro e pelo gato, temos a indústria de medicamentos e temos a indústria de rações. E temos a indústria do ensino. Então, isso fica rodando, fica rodando...
Então, eu espero que essa rotação seja ampliada, no caso da proteína animal, para o peixe. Eu não sei quais dos senhores que estão aqui estavam na OIE agora, em maio passado, quando foi dito lá que a próxima comida é o peixe - isso já vínhamos dizendo aqui há muito tempo -, e não o peixe extrativo que acabará com a peixaria do mundo, o peixe extrativo do rio, o peixe extrativo do mar, e, sim, o peixe cultivado. E, para isso, 70% desse peixe cultivado é cultivado na China. E a China, perto de Xangai, tem um grande centro de preparação de gente para o mundo inteiro. Alguns países esnobam a China, o Brasil está pretendendo esnobar a China, mas não é a China... Esse centro é um centro da FAO, é um centro internacional. Visitei várias vezes lá, já mandei algumas pessoas para lá.
Bom, então, eu quero encerrar, meu prezado amigo...
O SR. PRESIDENTE (Wellington Fagundes. Bloco Parlamentar Vanguarda/PR - MT) - Dr. Milton, como Presidente, eu tenho direito de fazer um aparte a V. Exa.
Antes de encerrar, eu queria aqui registrar a presença do Senador Petecão, lá do nosso Estado do Acre, e também do nosso companheiro Senador Lucas Barreto, do Amapá.
Eu não sei se os dois gostariam de falar, mas, principalmente, eu vejo muito os dois aqui, que são de Estados de longe do centro do Brasil, mas próximos do mar. O Senador Petecão está um pouco mais longe ainda, mas a discussão é exatamente na questão da produção de alimentos. Eu vejo muito o Senador Lucas aqui questionar: um Estado que estava ali numa produção de arroz tão imensa, gerando empregos, gerando riqueza para os próprios índios, e hoje, depois de uma intervenção do Estado, decidiu-se por impedir uma produção naquele Estado.
Se V. Exas. depois quiserem usar a palavra...
Mas, antes de o nosso companheiro, esse jovem de 103 anos, Dr. Milton concluir, eu queria aqui também relatar que, nesse evento em que estivemos na casa dele, do aniversário de 103 anos, depois de algumas doses de uísque - porque ele não toma só uma, é importante dizer; ele toma uma todo dia, na festa toma mais do que uma, não é? -, estávamos lá todos nós, fazendo a comemoração...
E eu quero saudar o René Dubois, que aqui está presente, companheiro médico veterinário, exemplo do Brasil. Foi o Prefeito lá na Bahia e Presidente do Conselho Federal de Medicina Veterinária por muitos anos.
Mas, voltando ao aniversário do Dr. Milton, eu quis fazer lá uma gravação, uma homenagem. E, ao falar, eu perguntei ao Dr. Milton qual o conselho que ele nos daria...
(Soa a campainha.)
O SR. PRESIDENTE (Wellington Fagundes. Bloco Parlamentar Vanguarda/PR - MT) - ... dada a sua longevidade. No aniversário de 103 anos, qual o conselho que ele nos daria.
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Como foi algo muito marcante, eu vou pedir a ele também: qual conselho ele daria - repetindo o que ele falou lá - para todos aqueles que estão nos assistindo neste momento, em acreditar no Brasil, principalmente na nossa profissão? Somos um País rural, um País que tem realmente capacidade de ajudar e contribuir para que a fome não exista no mundo e, claro, também a fome brasileira, porque existe - e foi falada a questão da proteína animal. Mas, primeiramente, eu gostaria de saber: na longevidade, qual conselho o senhor daria a todos nós?
O SR. MILTON THIAGO DE MELLO - É exatamente o que me perguntam sempre.
Em primeiro lugar, é ter amigos. Aí dizem: "Não, não é possível. Isso é contra a medicina. Ter amigos? E o remédio? E a doença?". Bom, quando houver uma doença séria... Mas ter amigos porque era isso em que não se acreditava antes e que agora a ciência está em cima com relação à longevidade. E, como eu sou longevo - nunca sei a pronúncia certa -, como eu sou idoso, eu sou interessado cientificamente no que está acontecendo nesse campo. Verificou-se o que já era sabido há muito tempo: que, se a pessoa tem amigos, ela está num estado de bem-estar. Esse bem-estar é suficiente - tecnicamente, chama-se homeostasia - para que as pequenas agressões físicas não se transformem em grandes agressões. Por exemplo, o ar que estamos respirando não é oxigênio e nitrogênio; é um mundo de micróbios. Esse mundo de micróbios foi um dos objetivos de minhas pesquisas durante muito tempo, foi o meu ganha-pão no estrangeiro. E temos dentro do pulmão uma célula que absorve tudo isso e mata. Se a pessoa está no bem-estar, essas células matam os micróbios. Se não está, as células não aguentam, e o micróbio se multiplica: pneumonia, gripe, pá-pá-pá, pá-pá-pá...
Bom, eu quero terminar, meu prezado amigo, dizendo que o Brasil é a bola da vez mundial, internacional, sob o ponto de vista econômico e total, com a sua mercadoria, que é o alimento. No século XX, a mercadoria foi a energia, representada pelo petróleo. No século XIX, foi a Revolução Industrial, foram as máquinas, cujos estertores estão hoje nos jornais, na saída da Inglaterra da Europa. E os estertores do petróleo estão nas guerras de conquista, etc. É possível que os estertores do alimento lá, daqui a um ou dois séculos... Mas neste ponto até lá o Brasil será a bola da vez com os alimentos.
Meus amigos, eu quero agradecer, aos 103 anos de idade, o carinho com que todos me tratam. Uns seguram por aqui, outros seguram por ali. Eu estava na China, numa ladeira com milhares de degraus, como a Igreja da Penha, e uns chineses vieram de um lado e de outro para eu descer a escada. Eu disse: "Nós vamos rolar até lá embaixo", porque quem já desceu uma escada apoiado nos dois lados não consegue descer...
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Quero agradecer a todos esse carinho e, principalmente, ao colega Wellington.
E peço ao General que transmita ao Comandante do Exército os meus agradecimentos e da Academia Brasileira de Medicina Veterinária. Peço que transmita a ele também essa mensagem de otimismo para o Brasil de hoje, não o Brasil de ontem, para o Brasil de hoje e para o Brasil de amanhã.
Muito obrigado, Wellington. (Palmas.)
O SR. PRESIDENTE (Wellington Fagundes. Bloco Parlamentar Vanguarda/PR - MT) - Mas eu quero fazer o testemunho aqui ainda: eu pedi a ele o conselho, na nossa relação de vida...
(Soa a campainha.)
O SR. PRESIDENTE (Wellington Fagundes. Bloco Parlamentar Vanguarda/PR - MT) - Perguntei: "Dr. Milton, qual é o conselho?". Ele falou: "Olha, eu quero deixar bem claro: eu não dou conselhos, eu dou exemplo, exemplo de vida". Então, está aqui um exemplo de vida para todos nós. Com certeza, na sua vida profissional, na sua vida familiar, na sua vida de ser humano, é um exemplo para todos nós.
Portanto, Dr. Milton, espero que seja esse exemplo do que todos nós aqui temos que fazer no dia a dia, nas transformações do Brasil, principalmente na vida política. Eu já estou aqui há 28 anos, em seis mandatos como Deputado Federal e agora como Senador. Temos vivido muitas crises, crise política em um momento, crise econômica em outro; mas crise política e econômica ao mesmo tempo é recente no Brasil. Então, é exatamente na expectativa, na esperança de que essas transformações... A fé do povo brasileiro, o momento eleitoral, a democracia, que foi exercida na sua plenitude, mas principalmente esta Casa, o Senado, que tem a responsabilidade de ser a Casa do equilíbrio.
E aí eu quero agradecer em nome de todos os Senadores, do Senador Petecão, que é o Primeiro Secretário desta Casa, do Senador Lucas Barreto; em nome do Senador Davi. E muitos não acreditavam que um jovem pudesse ter a capacidade e o equilíbrio necessário e suficiente para conduzir esta Casa, e o exemplo do Senador Davi começou exatamente no momento da campanha eleitoral e, principalmente, da sessão tão tumultuada que este País presenciou, ouviu e viu. Mas isso é a democracia. A democracia é feita de embates, e o resultado é exatamente a capacidade de quem aqui está a conduzir o processo. E por isso eu quero aqui agradecer ao Presidente Davi a oportunidade de estarmos nesta sessão solene, homenageando a Medicina Veterinária do Brasil, todos os profissionais envolvidos nesta área, os médicos veterinários.
E aqui também eu quero, mais uma vez, fazer uma homenagem a todas as médicas veterinárias, em nome das minhas companheiras de formatura. Faço aqui questão de falar em nome da Cleusa Alves Theodoro, Professora da Universidade Federal de Mato Grosso do Sul - ela foi a tesoureira da minha turma de formatura; fizemos uma bela festa, conseguimos fazer um grande trabalho, juntando a sociedade àquela época, as doações, buscando fazer um grande evento; a Cleusa sempre foi uma líder. É uma professora exemplar na Universidade Federal -; da Cristina Helena Alves Monteiro, também minha companheira de Mato Grosso, professora da Universidade Federal em Cuiabá; da Letícia Almeida Monteiro, professora também; Maria Lúcia Ferreira, Osmarina Paes Mauricini, Zélia Assumpção de Rezende, todas elas professoras da universidade; Maria Cristina; e a Eriko. A todas elas aqui eu a faço uma homenagem em nome da mulher trabalhadora brasileira, já que aqui comemoramos também o Dia Internacional da Mulher, a força da mulher, a fibra da mulher brasileira, com todas as dificuldades.
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Eu sempre ouço uma palestra da minha esposa, Mariene de Abreu Fagundes, que é mineira também. Ela sempre diz na palestra: "Se as mulheres não buscarem o espaço no Brasil, nós ainda vamos demorar mais 200 anos para que as mulheres tenham condições de igualdade no Brasil", ou seja, a mesma profissão, a mesma jornada de trabalho, para poder ter o mesmo salário. Hoje, infelizmente, não é essa a realidade. E, na verdade, a mulher não faz a mesma jornada de trabalho, porque a mulher tem uma segunda jornada de trabalho, a grande maioria delas, que é cuidar de nós, os homens, os filhos, os afazeres da casa.
Então, em nome da homenagem que vamos fazer, ao encerrar, à Dra. Alzira de Souza, a nossa primeira médica veterinária, eu quero aqui entregar uma placa. Eu o farei já neste momento, convidando para estar conosco, representando a primeira mulher médica veterinária diplomada do Brasil, Dra. Alzira de Souza, a Sra. Rosália Meireles de Souza Rocha. (Palmas.)
Alguém, por favor, poderia acompanhá-la?
(Procede-se à entrega da placa à Sra. Rosália Meireles de Souza, representante da Dra. Alzira de Souza.)
O SR. PRESIDENTE (Wellington Fagundes. Bloco Parlamentar Vanguarda/PR - MT) - Sociedade Brasileira de Medicina Veterinária - placa comemorativa.
Dra. Alzira de Souza, primeira médica veterinária diplomada no Brasil, em 1924, na Escola de Veterinária de Pouso Alegre, Minas Gerais.
Homenagem à Dra. Rosália Meireles de Souza Rocha pelo seu desempenho em prol do desenvolvimento da indústria de produtos veterinários, por ocasião da sessão especial realizada no Senado Federal em honra dos 110 anos de criação da Diretoria Geral de Indústria Animal, embrião da Secretaria de Defesa Agropecuária, e das entidades da medicina veterinária brasileira.
Senado Federal, 18 de março de 2019.
Luiz Carlos Rodrigues Cecílio, Presidente. (Palmas.) (Pausa.)
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Cumprida a sessão de homenagem à Medicina Veterinária, eu quero agradecer a presença de todos e dizer que com certeza esta foi uma sessão para todos nós, médicos veterinários, em que recebemos muitos comunicados do Brasil inteiro, em que muitas pessoas acompanharam nossos trabalhos.
Em nome do Conselho Federal de Medicina Veterinária, nós agradecemos a todos e mais uma vez agradecemos ao Presidente Davi por esta oportunidade.
Muito obrigado, felicidades e que Deus nos abençoe a todos. (Palmas.)
Está encerrada a sessão.
(Levanta-se a sessão às 12 horas e 46 minutos.)