1ª SESSÃO LEGISLATIVA ORDINÁRIA
56ª LEGISLATURA
Em 11 de julho de 2019
(quinta-feira)
Às 9 horas
118ª SESSÃO
(Sessão Especial)

Oradores
Horário

Texto com revisão

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O SR. PRESIDENTE (Major Olimpio. Bloco Parlamentar PSDB/PSL/PSL - SP) - Senhoras e senhores, autoridades presentes, o Brasil acompanha, através da TV Senado, pela internet, esta histórica sessão solene. Digo que é histórica, porque o Senado, Casa representativa dos Estados, após 87 anos, promove esta sessão solene pelo Movimento Constitucionalista de 1932, a Revolução de 1932, com o espírito de demonstrar que não se tratou de um movimento separatista de São Paulo, mas sim de brasileiros de todos os Estados, encabeçados por paulistas, que se mobilizaram contra a ditadura e na defesa da liberdade e do direito do cidadão brasileiro.
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Com muita satisfação, sob a proteção de Deus e em nome do povo brasileiro, declaro aberta a presente sessão especial.
Convido para compor esta Mesa de trabalho o Exmo. Desembargador Carlos Eduardo Cauduro Padin, Presidente do Tribunal Regional Eleitoral de São Paulo. (Palmas.)
Com muita satisfação e orgulho pela minha origem como Policial Militar de São Paulo, convido o Exmo. Comandante-Geral da Polícia Militar do Estado de São Paulo, Cel. Marcelo Vieira Salles. (Palmas.)
Representando a todos que lutam - e como lutam - pela preservação da história e da verdadeira história do Movimento Constitucionalista de 1932, com muita satisfação, convido o Presidente da Sociedade de Veteranos de 1932, Cel. Mário Fonseca Ventura. (Palmas.)
Com muita satisfação e orgulho, convido os irmãos da Casa vizinha, da Câmara, que têm tido um trabalho extenuante pelo Brasil, como verdadeiros representantes do povo de São Paulo, e para nossa alegria, das Forças Militares estaduais, para comporem a Mesa os Deputados Federais Coronel Tadeu e Coronel Derrite, Capitão Derrite, pois já o promovi por conta. (Palmas.)
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Quero agradecer a todos os presentes, aos integrantes da Força Nacional. E já os encontrei e cumprimentei um a um na chegada, muitos irmãos paulistas, brasileiros de todos os Estados, o nosso eterno agradecimento.
À minha querida Polícia Militar do Distrito Federal, ao nosso Corpo de Bombeiros do Distrito Federal, que acolheram nosso pedido, Comandante. Estão aqui como irmãos do Distrito Federal, justamente num reconhecimento a São Paulo. E como o Exército paulista, em 1932, era capitaneado pela nossa Força Pública, hoje Polícia Militar, os nossos heroicos homens da segurança pública do Distrito Federal e da Força Nacional estão aqui para homenagear os nossos heróis de 1932 e a nossa Polícia Militar de São Paulo. Meu agradecimento. (Palmas.)
Agradeço, de forma muito especial, o Maestro da Polícia Militar, 2º Ten. Roberto Gilson Cardoso, pela cessão de banda, e o Maestro Bombeiro Capitão Aulus Carvalho de Oliveira, em plena integração dos irmãos do Distrito Federal aqui no Senado, em comunhão com São Paulo, em comunhão com o Brasil.
Convidamos todos os presentes para, em posição de respeito, ouvirmos o Hino Nacional brasileiro, executado pelas bandas do Corpo de Bombeiros do Distrito Federal e da nossa Polícia Militar do Distrito Federal.
(Procede-se à execução do Hino Nacional.)
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O SR. PRESIDENTE (Major Olimpio. Bloco Parlamentar PSDB/PSL/PSL - SP) - Quando, por uma graça de Deus e aspiração, ainda menino, cheguei à Academia do Barro Branco, em São Paulo, em 16 de fevereiro de 1978, encontrei lá uma turma de segundo ano, nossos veteranos à época, Cel. Salles, e entre eles havia um cadete brilhante, já com rara capacidade e dons musicais. Todas as musiquinhas, principalmente as mais perversas, feitas para os instrutores e os amigos da época eram feitas por esse cadete. E lá se vão quase 42 anos de convivência.
Com muito orgulho, para abrir a parte expositiva dessa sessão de hoje, nós temos esse hoje Coronel da Polícia Militar do Estado de São Paulo, historiador, Superintendente de Educação de Trânsito da Prefeitura de São Paulo, pesquisador e doutorando em História, Cel. Luiz Eduardo Pesce de Arruda, nosso grande amigo Cel. Arruda. (Palmas.)
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O SR. LUIZ EDUARDO PESCE DE ARRUDA (Para discursar.) - Meu querido Senador Major Olimpio, Presidente desta sessão, V. Exa. me fez viajar agora no tempo àquele gelado contraforte da Cantareira, onde nós fomos forjados, a Academia do Barro Branco, e, desde então, tenho tido o privilégio, a graça de termos sido irmãos e amigos ao longo de toda essa jornada. Muito obrigado. É um orgulho, uma honra estar nesta Casa, no Senado da República, numa sessão presidida por V. Exa. É um grande orgulho para todos nós, paulistas e brasileiros.
Sr. Comandante Geral, Coronel Salles, é muita satisfação e um orgulho poder vê-lo, que tem conduzido com tanta humanidade e competência nossa instituição.
Srs. Deputados Federais; Coronel Tadeu, meu amigo; Capitão Derrite; o Sr. Senador; o Sr. Presidente da Sociedade de Veteranos de 32, MMDC; o Sr. Presidente do TRF; o Sr. Coronel Ventura, nosso Presidente, que tem conduzido com tanta firmeza a nossa Sociedade de Veteranos de 32; meus queridos amigos; os Srs. Deputados Estaduais; meus amigos.
É um enorme orgulho fazer uso da palavra nesta sessão, falando um pouquinho sobre a Revolução de 1932 em nome de tanta gente que conhece o assunto, que domina o assunto.
E vamos, então, rapidamente, evocar a memória desse movimento cívico-militar, ocorrido entre 9 de julho e 2 de outubro de 1932.
Oitenta e sete anos são passados. Alguns mitos precisam ser desconstruídos ainda hoje. É incrível que ainda alguns mitos de 1932 permaneçam. Então, eu gostaria de afirmar a todos, com base em documentos, fatos que hoje são pacíficos. A Revolução de 1932 não visava a separar São Paulo do Brasil; não era fascista; não era um movimento comunista. A Revolução de 1932 não era uma contrarrevolução das elites. Foram argumentos muito empregados pela propaganda adversária, à época, e argumentos tão inteligentemente colocados, que muita gente acredita nisso até hoje. Isso não procede.
Mais de 70 mil homens e 110 mil mulheres compareceram voluntariamente aos postos de alistamento, espalhados pelo Estado de São Paulo, para lutar por essa causa, que era uma causa brasileira.
O Movimento de 1932, no dizer do publicitário Roberto Duailibi, foi o mais importante movimento de opinião pública da História do Brasil. Não foi uma revolução de São Paulo e muito menos feita exclusivamente por paulistas. Ela tem suas origens remotas nos meses que se seguiram à Revolução de 1930, que conduziram brasileiros de vários Estados, primeiro, a pedir e, depois, a exigir o retorno do Brasil à ordem constitucional e à ordem democrática.
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Quando a guerra eclodiu, no dia 9 de julho de 1932, São Paulo viu-se isolado rapidamente de seus elementos leais. O Exército Constitucionalista, composto por 3 mil homens do Exército, 9 mil da Força Pública - atual Polícia Militar - e 22 mil voluntários civis, teve de enfrentar forças dez vezes mais poderosas e muito melhor armadas, mobilizadas pela ditadura para jugular aquele movimento.
Os aliados de São Paulo, que estavam espalhados pelo Brasil, em Minas, no Rio Grande do Sul, foram rapidamente presos, impedindo a adesão de outros Estados à causa constitucionalista. Somente as guarnições do sul de Mato Grosso permaneceram leais até o fim ao compromisso constitucionalista. Nossa homenagem, portanto, muito particular, aos companheiros do Mato Grosso do Sul, que se aliaram naquela luta tão desigual.
Isso, entretanto, não impediu atos de extraordinária abnegação e bravura praticados por brasileiros de vários Estados, em apoio à causa da democracia e da legalidade. Vou citar apenas alguns.
No Pará, o martírio da guarnição da Fortaleza de Óbidos, que se levantou em favor da causa constitucionalista e foi metralhada dentro do Rio Amazonas; os estudantes secundaristas do ginásio do Estado de Belém do Pará, dentre os quais se destacou um menino, preso pela resistência armada que fez as forças de Vargas no Pará. Esse menino, mais tarde, emprestaria o seu brilho a esta Casa. Foi o Senador Jarbas Passarinho, que voltou para São Paulo em 1932, com 14 anos de idade; os estudantes de medicina da Bahia; as estudantes donas de casa cariocas, dentre as quais a viúva de Rui Barbosa, que doou seu par de alianças à Campanha do Ouro. E, quando questionada pelo seu genro, que falou: "A senhora vai dar a única lembrança material que a senhora tem do Rui?", ela falou: "Se ele estivesse vivo, ele já teria doado essas alianças em favor dessa causa"; os líderes mineiros que foram encarcerados pela ditadura; a mãe de Malcom Forest... Hoje ela tem cem anos, a Dona Lígia. O Malcom está conosco hoje aqui. A Dona Lígia tinha 13 anos e, a poucas centenas de metros do Palácio Presidencial, ela ousava, com toda a coragem, proclamar tão ardorosamente a causa paulista, que suas colegas de escola passaram a chamá-la de "paulistinha", embora ela fosse carioca. (Palmas.)
É possível que isso tenha conexão com uma música. O Ary Barroso frequentava a casa da Dona Lígia e, vendo aquela menina, a paulistinha, ele acabou compondo, em 1934, uma marcha para o Carnaval, chamada Paulistinha Querida, um grande sucesso do Carnaval de 1934, evocando a saga das mulheres paulistas, que foram verdadeiros pilares da luta de 1932.
Os oficiais do Exército e os aviadores, que deixaram a capital da República para unirem-se em combate às forças constitucionalistas, como Euclides Figueiredo, Ivo Borges, Elísias Rodrigues; os militares do Exército da guarnição de Castro, no Paraná, que aderiram em massa à revolução; as mulheres catarinenses, corajosamente, misericordiosamente, passando pelas guardas armadas para amparar os prisioneiros paulistas sedentos, presos em vagões de gado a caminho da prisão. As mulheres catarinenses não deixaram esses combatentes passarem sede. E elas tiveram que forçar a passagem, entre soldados armados, para poder levar água para os prisioneiros.
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Nós nunca nos esqueceremos disso.
E o Rio Grande do Sul, com a dignidade do Comandante-Geral da Brigada Militar, Coronel Claudino Nunes Pereira, que abriu mão de uma longa carreira de serviço na Brigada Militar, foi transferido por inatividade, teve grandes perdas pessoais, por recusar-se a pegar em armas contra a causa constitucionalista.
O levante de Soledade, o velho Borges de Medeiros - velho -, que voltou a dormir ao relento, coberto por um pelego, para combater pela causa paulista.
Os cinco filhos da D. Rosa, mortos no Combate do Fão. Nenhuma mãe paulista perdeu cinco filhos na guerra, mas essa senhora, D. Rosa, negra, cozinheira, pobre, gaúcha, depositou os cinco filhos no altar da democracia. Lembrando D. Rosa, nós nos lembramos de todas as mães que perderam seus filhos na guerra.
Não há dados precisos sobre quantos soldados morreram combatendo a revolução. Há uma pesquisa do Major Sérgio Marques, da Polícia Militar de São Paulo, que aponta que, dos 634 mortos que lutaram por São Paulo, 108 não nasceram em território bandeirante: 30 nasceram no Nordeste; 29 eram mineiros; 24 eram cariocas; nove nasceram ou no Norte ou no Centro-Oeste; seis vieram dos Estados do Sul; 26 mortos paulistas eram imigrantes vindos da Rússia, vindos da Hungria, judeus, árabes, italianos, espanhóis, alemãs, que haviam lutado na Primeira Guerra Mundial. Muitos deles lutaram em trincheiras opostas na guerra, mas, em 1932, selaram seu amor pela sua pátria de adoção, dando a vida no campo de batalha, lutando por São Paulo e pelo Brasil.
Essa, portanto, foi uma guerra de brasileiros, de nascimento ou de adoção, lutando por uma causa que somente eclodiu geograficamente em São Paulo, mas não foi uma causa paulista; foi uma causa brasileira.
Em memória dessas mães que perderam seus filhos, nós vamos reproduzir, de Ary Kerner, uma música de 1934 chamada Na Serra da Mantiqueira.
(Procede-se à execução da música Na Serra da Mantiqueira.) (Palmas.)
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O SR. LUIZ EDUARDO PESCE DE ARRUDA - Na loucura da guerra civil, onde dois exércitos brasileiros se defrontavam, um só povo amava os mesmos artistas, falava o mesmo idioma, queria o bem do mesmo Brasil. Numa tarde, relatou-nos o Gen. Sebastião Dalycio Menna Barreto, ele, que esteve na guerra, um voluntário paulista, um garoto apenas, dedilhava o seu violão. Era noite fechada, e ele percebeu o movimento nas trincheiras de Minas, a 100m de distância, e parou de tocar. E, na trincheira oponente, a 100m, o pessoal começou a gritar: "Canta, paulista! Canta aquela do Chico Alves. Canta A Voz do Violão!" Naquele momento, dois exércitos cantaram juntos o maior sucesso da MPB da época, que nós vamos reproduzir agora, de Chico Alves, A Voz do Violão.
(Procede-se à execução da música A Voz do Violão, de Francisco Alves.) (Palmas.)
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O SR. LUIZ EDUARDO PESCE DE ARRUDA - Era 7 de Setembro. A guerra ia acesa no Vale do Paraíba. Ela se concentrava principalmente no túnel, o Túnel da Mantiqueira. Os soldados eram alvejados no túnel pelas forças de Vargas, que ocupavam posições elevadas na montanha.
Naquela manhã, entretanto, contrariando qualquer prudência, um sargento saiu do túnel, levando nos braços a Bandeira brasileira. E caminhou lentamente. O adversário ficou paralisado, como disse Hernani Nonato, como uma onça olhando para um foco de luz: "O que que esse louco está fazendo com essa bandeira, andando despreocupadamente sob a visada dos fuzis?" O sargento, calmamente, amarrou a bandeira do Brasil em um cordel e passou a hastear a bandeira nacional naquela árvore improvisada, que servia de mastro para a bandeira do Brasil.
Um corneteiro deixou a trincheira constitucionalista e passou a executar a marcha batida.
(Procede-se à marcha batida.)
O SR. LUIZ EDUARDO PESCE DE ARRUDA - Sem que houvesse um comando único, todos os soldados constitucionalistas saíram do túnel e se levantaram em continência à bandeira do Brasil. E o fato mais surpreendente de todos, naquele momento: todos os soldados que ocupavam a montanha também saíram da trincheira e se levantaram, em continência à bandeira do Brasil.
Por três minutos, parou a guerra no Vale do Paraíba. Dois exércitos em continência à mesma bandeira, a bandeira que eles amavam, a bandeira pela qual lutavam, a bandeira do Brasil.
Evocando esses jovens, que lutaram em 1932, hoje não mais importa o lado; importa que eles amaram profundamente o Brasil, a ponto de abdicar de tudo, da própria vida, para defender uma pátria, que eles queriam maior.
Foi para eles que o maior poeta paulista da nossa geração, Paulo Bomfim, que, infelizmente, não foi jamais chamado à Academia Brasileira de Letras - deveria ter sido -, falecido no último dia 6 de julho, nos revelou Os jovens de 32:
Onde estais com vossos ponchos,
Os fuzis sem munição,
Os capacetes de aço,
Os trilhos do trem blindado,
O lema de nossas vidas,
A saga de vossos passos,
Ó jovens de 32!
Em que ossário vossa audácia,
Fala aos que dormem por fuga,
Em que campo vossa morte
Clama aos que morrem em vida,
Em que luta vosso luto
Amortalha os tempos novos,
Ó jovens de 32!
Voltai daquelas trincheiras,
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Voltai de vosso martírio,
Voltai com vossos ideais,
Voltai com o sangue que destes,
Voltai com os brios de Julho,
Voltai ao chão ocupado,
Voltai à casa esquecida,
Voltai à terra traída,
Voltai, apenas voltai,
Ó, jovens de 32!
Muito obrigado. (Palmas.)
O SR. PRESIDENTE (Major Olimpio. Bloco Parlamentar PSDB/PSL/PSL - SP) - Emocionante o Coronel Arruda com a sua capacidade, transmitindo para o nosso Brasil o espírito do 1932, o espírito que nós temos no nosso Brasil hoje, de união pelos nossos propósitos.
Com muita satisfação, eu gostaria que fizesse uso da tribuna ele, que é policial militar, meu amigo de mais de 40 anos, também Deputado Estadual por São Paulo, e fez questão de estar até uniformizado com o traje de 1932, meu querido amigo Tenente Nascimento. (Palmas.)
O SR. WELLINGTON CORSINO NASCIMENTO (Para discursar.) - Um bom-dia a todos.
Quero cumprimentar aqui essa douta Mesa, meu amigo Desembargador Dr. Carlos Eduardo Padin, o qual eu admiro; Coronel Ventura, nosso sempre Comandante do MMDC.; Capitão Derrite, jovem, como os jovens de 1932, que já alcançou o Parlamento, por um trabalho sério feito lá em São Paulo. Parabéns, Capitão, pelo trabalho aqui realizado.
Coronel Tadeu, que eu pensei que sabia tudo, mas, quando estávamos em campanha, eu o vi na rua, falando com todas as pessoas, entregando material. Falou: "Vem aqui, Nascimento, estão pedindo, pedindo...". O seu exemplo me impulsionou, para que nós também alcançássemos a vitória.
Coronel Salles, Cavalaria, arma ligeira, que foi fundamental na Revolução de 1932, meu comandante, sempre comandante.
E meu querido amigo e sempre professor, que, na Escola de Polícia, nos orientou também com umas musiquinhas - ouviu, Major? Não foi só o Coronel Arruda não, que também foi um dos meus comandantes e nos apertava muito, mas sabia o que deveria nos ensinar e, por isso, aqui estamos, para juntos homenagear uma grande causa.
Eu quero aqui dizer a todos que as dificuldades políticas herdadas de 1930, e não tenho a oratória do Capitão Arruda, que era capitão na época e agora coronel, que aqui nos ensinou e nos deu uma lição de história...
(Soa a campainha.)
O SR. WELLINGTON CORSINO NASCIMENTO - A sociedade paulista decorrente inflamou-se, a fim de promover mudança almejada pela sociedade civil, qual seja, a promulgação de uma Constituição Federal, que ora veio a ocorrer em 1934. Não separatista, mas sim uma Constituição para que pudéssemos ter nossos direitos assegurados.
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Fez mobilizar homens e mulheres não só economicamente, mas, sobretudo, na fronte de combate, aumentando, consideravelmente, o seu poder logístico. Mulheres, até então, pouco participavam das tomadas de decisão na sociedade brasileira, evidenciando, naquele momento, o espírito inovador e encorajador do Estado de São Paulo.
A Revolução Constitucionalista de 1932 contou com a participação feminina no desempenho de funções-chaves...
(Soa a campainha.)
O SR. WELLINGTON CORSINO NASCIMENTO - ... como enfermeiras, costureiras e algumas que alçaram o posto de heroínas da revolução por assumirem a frente de batalha, como é o caso de Maria Stela - sim, Maria Stela -, que, ao encontrar o uniforme e a arma de um soldado desertor, vestiu-as e rumou à trincheira, incorporando-se à 4ª Companhia.
E não parou por aí. Outra grande heroína foi Carlota Pereira de Queirós, que, durante a revolução, organizou um grupo de mais de 700 mulheres, juntamente com a Cruz Vermelha, onde recebia nossos soldados feridos com a dor e com o carinho para que pudesse dar um alívio naquela grande luta. Esse incentivo a levou à vida pública e, em 1934, foi a primeira mulher eleita Deputada Federal...
(Soa a campainha.)
O SR. WELLINGTON CORSINO NASCIMENTO - ... quando, então, elas nem podiam votar.
Portanto, aos jovens que foram mortos, a saber: Martins, Miragaia, Dráusio e Camargo e, dias depois, Alvarenga - morreram jovens para viverem para sempre. Aquela batalha perdida nos deu a garantia de uma guerra vencida: em 1934 leis trabalhistas estabelecidas.
Então, diante desses fatos inesquecíveis, a sociedade paulista segue pujante rumo ao desenvolvimento, com muita luta e coragem, evidenciada em nossa Bandeira, como descreve o poema Nossa Bandeira:
Bandeira da minha terra,
Bandeira das treze listas:
São treze lanças...
(Interrupção do som.)
(Soa a campainha.)
O SR. WELLINGTON CORSINO NASCIMENTO -
Bandeira da minha terra,
Bandeira das treze listas:
São treze lanças de guerra
Cercando o chão dos paulistas!
Prece alternada, responso
Entre a cor branca e a cor preta:
Velas de Martim Afonso,
Sotaina do Padre Anchieta!
Bandeira de Bandeirantes,
Branca e rota de tal sorte,
Que entre os rasgões tremulantes,
Mostrou as sombras da morte.
Riscos negros sobre a prata:
São como o rastro sombrio,
Que na água deixara a chata
Das Monções subido o rio.
Página branca-pautada
Por Deus numa hora suprema,
Para que, um dia, uma espada
Sobre ela escrevesse um poema:
Poema do nosso orgulho
(Eu vibro quando me lembro)
Que vai de nove de julho
A vinte e oito de setembro!
(Soa a campainha.)
O SR. WELLINGTON CORSINO NASCIMENTO - ...
Mapa da pátria guerreira
Traçado pela vitória:
Cada lista é uma trincheira;
Cada trincheira é uma glória!
Tiras retas, firmes: quando
O inimigo surge à frente,
São barras de aço guardando
Nossa terra e nossa gente.
São os dois rápidos brilhos
Do trem de ferro que passa:
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Faixa negra dos seus trilhos
Faixa branca da fumaça.
Fuligem das oficinas;
Cal que a cidade empoa;
Fumo negro das usinas
Estirado na garoa!
Linhas que avançam; há nelas,
Correndo num mesmo fito,
O impulso das paralelas
Que procuram o infinito.
Desfile de operários;
É o cafezal alinhado;
São filas de voluntários;
São sulcos do nosso arado!
Bandeira que é o nosso espelho!
Bandeira que é a nossa pista!
Que traz, no topo vermelho,
[Um mapa do Brasil e]
O Coração do Paulista! (Palmas.)
O SR. PRESIDENTE (Major Olimpio. Bloco Parlamentar PSDB/PSL/PSL - SP) - Parabéns, Tenente Nascimento, Deputado Estadual pelo PSL, de São Paulo!
Neste momento, anuncio a presença, no Plenário, do Senador e nosso amigo Paulo Rocha, a quem dirigimos nossos agradecimentos, e, compondo a mesa dos trabalhos, do Deputado Federal, de São Paulo, nosso amigo irmão, Presidente estadual do PSL, Deputado Eduardo Bolsonaro.
Muito obrigado pela presença. (Palmas.)
Concedo a palavra a esse dinâmico oficial da Polícia Militar, bastante jovem, idealista, que devotou sua carreira ao combate à criminalidade e, nos últimos tempos, antes do mandato de Deputado Federal, no Corpo de Bombeiros da Polícia Militar, Cap. Derrite, que está com a palavra. (Palmas.)
O SR. GUILHERME DERRITE (Para discursar.) - Senhoras e senhores, bom dia.
Sr. Presidente desta sessão solene, Senador Major Olimpio; Sr. Deputado Federal Eduardo Bolsonaro, amigo de longa data; meu grande amigo, também Deputado Federal, amigo de verdade, Coronel Tadeu; Dr. Padin, Presidente do TRE; nosso Comandante-Geral e meu Tenente instrutor na Academia do Barro Branco, Cel. Salles; Cel. Ventura, Presidente da Sociedade de Veteranos de 32.
Eu nominei mais alguns aqui que não poderia deixar de citar: o Tenente Nascimento, Deputado Estadual aqui presente; uma pessoa especial, o Cel. Miler, que deve estar aí no Plenário em algum canto, a quem devemos muito pelos anos de batalha no Congresso Nacional... (Palmas.)
..., um homem que lutava aqui numa época em que não tínhamos representantes das Polícias Militares, quando ele ombreava nas lutas e batalhas em defesa das polícias com o então Deputado Federal Jair Messias Bolsonaro, que sempre foi um defensor das polícias. Então, uma menção especial ao Cel. Miler.
Eu ainda não cumprimentei o Cel. Américo, mas já o vi aqui. Ele foi meu instrutor na Academia do Barro Branco, na época Cap. Américo. O Cap. Veiga também está presente; chegamos junto à Rota, em 2009. O Veiga também está aqui, na Sinasp. E, para finalizar esta longa nominata, Major, uma pessoa não tão menos importante do que todas essas citadas, o meu amigo, meu professor, com quem tive o prazer e a honra de estagiar lá na Rota, que ingressou na Rota em 1985 e hoje está aqui na nossa Força Nacional, o Sargento J. Roberto, mais conhecido como...
(Soa a campainha.)
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O SR. GUILHERME DERRITE - ... como Fiapo. Está aí o J. Roberto, meu professor de polícia, um deles, não é?
Senhores, falar aqui sobre a Revolução de 1932, sobre essa guerra, seria uma leviandade da minha parte depois do Cel. Arruda, que já aqui fez uma explanação, nosso professor de História. Mas eu quero dizer que o cenário é outro. A importância de São Paulo, desde 1932, Coronel, se faz presente na nossa força pública, Cel. Salles, como um expoente. Nós temos aqui coronéis, oficiais, policiais militares de outras PMs, mas sabemos que a locomotiva das PMs no Brasil é a Polícia Militar do Estado de São Paulo, é a nossa querida Força Pública, principalmente num momento nevrálgico como este que nós vivemos, quando, infelizmente, ouvimos algumas pessoas citarem, numa total falta de respeito, achando que o policial militar tem privilégios no Brasil... Eu queria saber qual é o privilégio para uma categoria que perde seus homens e mulheres, que chega a perder mais de 300, 400 homens e mulheres nas batalhas, nas guerras diárias em defesa da sociedade.
Então, quero dizer a todos os meus irmãos aqui presentes... Quero parabenizar o Major Olimpio por inúmeras coisas e não só pela sessão solene, Major. Se nós hoje, policiais militares, ocupamos as Assembleias Legislativas, o Parlamento federal, foi porque o senhor acreditou. Quando o senhor falou para mim que eu abdicara da minha carreira... Eu era aluno oficial, em 2006, quando o senhor foi lá...
(Interrupção do som.)
(Soa a campainha.)
O SR. GUILHERME DERRITE - ... escutando o então Cap. Olimpio, saí candidato, lancei-me candidato, sofrendo pressões internas por vezes. E hoje, graças a Deus, temos o apoio da instituição que sabe da importância de termos representantes. Então, se nós estamos aqui, muito se deve à luta do senhor e dos que iniciaram essa tão difícil e necessária inclusão dentro do Poder Legislativo, para que possamos ter voz. Esse é o objetivo.
E quero agradecer publicamente a algumas pessoas. Entre elas, temos que citar o nosso Presidente Jair Bolsonaro, que desde o princípio dessa batalha da reforma da previdência não só sinalizou, mas também se comprometeu a nos apoiar. Nós vencemos na Comissão Especial, garantindo uma lei federal que vai propiciar a competência da União para legislar sobre inatividade e pensões dos militares estaduais. Mas ele falou publicamente isso. Hoje nós temos um ministro de Estado policial militar: Major Jorge...
(Soa a campainha.)
O SR. GUILHERME DERRITE - ... que também vem nos apoiando.
E quero dizer aos meus irmãos aqui presentes que a gente sabe que a sessão solene é para comemorar, para reverenciar os heróis que jamais serão esquecidos, heróis e heroínas, como aqui foi citado, de 1932. Não poderia deixar de citar a nossa luta que ainda não acabou. E nós estamos aqui, sim, em defesa de vocês, de todos os heróis, não só paulistas, mas também de todo o Brasil: os policiais militares, os bombeiros militares. Para que a sociedade tenha proteção, esses heróis arriscam suas vidas. E nós aqui estamos dando voz a todos esses heróis.
Por esse motivo, Major, parabenizo o senhor não só pela sessão solene, mas também pela sua história, que tanto nos inspira e que nos serve como um grande exemplo a seguir.
Muito obrigado a todos. (Palmas.)
O SR. PRESIDENTE (Major Olimpio. Bloco Parlamentar PSDB/PSL/PSL - SP) - Agradeço ao irmão, sempre presente, em defesa de São Paulo. As pessoas percebem que, quando se faz a defesa do Brasil, não dá para ficar sem defender São Paulo. E, quando se fala na defesa de São Paulo, isso se confunde justamente com a defesa daqueles que garantem a segurança, a tranquilidade e a vida dos cidadãos no Estado de São Paulo, que são os policiais, e - por que não dizer? - em todo o Brasil. Eu imagino o orgulho que sente o comandante dessa legião de 100 mil homens, com a responsabilidade que tem. Mas tem a nossa torcida, a mobilização de todo o Brasil.
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Antes de prosseguir com as manifestações, quero dizer da satisfação com a presença do Comandante do Estado-Maior do Exército Constitucionalista de 1932, José Francisco Ferraz Luz, nosso eterno agradecimento; do Cônsul da Embaixada de Belarus, Sr. Anton Gorbach; do Diretor-presidente da Coopmil, meu amigo, colega de turma, sempre presente, Cel. Hudson Tabajara Camilli; Cel. Américo, que foi citado, diretor voluntário, Presidente da Associação Beneficente Pró-Saúde da Polícia Militar - que trabalho maravilhoso que fazem em prol da saúde dos nossos! Muita satisfação, muitos representantes. Cel. Marlon, da Federação Nacional das Entidades de Oficiais Militares Estaduais, o incansável Cel. Marlon.
Sou suspeito de falar aqui do Cel. Elias Miler. O Miler acaba sendo uma luz para a segurança pública durante muitos anos - o foi e continua sendo. Quando vim para ser Deputado Federal, a primeira coisa a fazer foi tomar o Miler de onde o Miler estava. E por consequência, hoje me sinto parte da família Miler, que me abriga aqui em Brasília, cuida do meu mandato, dos meus dias, da minha saúde e de tudo aqui em Brasília. Então nosso grande irmão Cel. Miler está sempre quietinho lá, mas em todas as articulações, há sempre o dedinho dele em prol da sociedade, em prol do Estado de São Paulo, em prol das Polícias Militares. Meu eterno agradecimento, meu amigo, meu irmão. (Palmas.)
Presente aqui a instituição de ensino Instituto Federal do Triângulo Mineiro, de Uberlândia. Muito obrigado por estarem aqui ocupando a Casa que é dos Estados, a Casa que é do povo, e, neste momento, prestigiando um momento que dignifica a história do nosso Brasil. Muito obrigado.
Concedo a palavra a um grande amigo, irmão de muitos anos também. Estávamos eu, Camilli e Miler no primeiro ano do Curso de Formação de Oficiais, aliás, no terceiro ano, em 1982, quando chegou à academia uma nova turma, e o mais novo da turma, que tem até o apelido de moleque - carinha de moleque que até hoje tem -, mas um oficial extremamente compromissado, competente, corajoso. A gente conhece, muitas vezes, as pessoas, meu irmão Eduardo Bolsonaro, não é na festa: é na dificuldade. E eu faço questão de que esteja sempre conosco. E tem feito um belíssimo trabalho por São Paulo, pelo Brasil, o meu irmão Coronel Tadeu.
Com a palavra nosso Deputado Federal Coronel Tadeu. (Palmas.)
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O SR. CORONEL TADEU (Para discursar.) - Quero saudar o Presidente desta solenidade, meu amigo, irmão, companheiro de muitas lutas, Major Olímpio, de quem vou repetir uma frase: "A gente conhece um amigo é na dificuldade". Se hoje estamos no Congresso Nacional - ele no Senado e eu na Câmara -, é fruto de uma luta de muitos anos, é uma parceria, uma irmandade e uma fraternidade que realmente duram 35 anos.
Uma saudação especial aos meus dois colegas de Parlamento: um, que eu conheci recentemente, o Deputado Federal Eduardo Bolsonaro, o qual admiro muito desde o dia em que o conheci, pela sua luta, pela sua perseverança; e o outro, mais jovem, mas não menos batalhador, o Cap. Derrite...
(Intervenção fora do microfone.)
O SR. CORONEL TADEU - Não? É mais velho? (Risos.)
Mas de uma fibra tão grande quanto a de Eduardo Bolsonaro.
Quero saudar o Desembargador Carlos Padin, que nos prestigia hoje nesta solenidade.
Quero saudar o Comandante Geral da Polícia Militar do Estado de São Paulo, meu amigo pessoal também, o Cel. Salles, que comanda a maior Polícia Militar do Brasil e, portanto, carrega uma grande responsabilidade, e tem feito um excelente trabalho. Espero que perdure. Eu sei que existe uma data limite para tudo isso, mas desejo todo sucesso até o seu último dia de mandato.
É uma pessoa especial, que marcou a minha vida também...
(Soa a campainha.)
O SR. CORONEL TADEU - ... porque foi o meu Comandante no 2º Batalhão de Choque. E lembro-me da chegada do Cel. Ventura, hoje Presidente da Sociedade Veteranos de 32, que lutava com a nossa impetuosidade, nós que gostávamos de aprontar e sabíamos que tudo ia para a conta do Comandante - não é, Coronel? Mas me ensinou muito o Cel. Ventura nos anos de 1986, 1987, quando eu estava no início da carreira; eu era realmente bastante jovem e agora posso dizer que nada como uma pessoa experiente e bem serena para entender o que é a juventude e nos ensinar o caminho certo.
Quero saudar o Deputado Estadual por São Paulo, Tenente Manoel Barbosa do Nascimento, e parabenizá-lo pela sua brilhante apresentação.
Quero saudar ainda os meus irmãos e amigos, Cel. Mendes, Cel. Miler, o...
(Soa a campainha.)
O SR. CORONEL TADEU - ... Cel. Camilli, da Coopmil, Cel. Ricardo Jacob, Cel. Arruda, Cel. Américo e tantos outros que, eventualmente, eu não cite neste momento.
Queria saudar a Força Nacional, que está presente, na pessoa de duas amigas que eu acabei de encontrar, a Soldado Rosilene e a Soldado Silva... Desculpem-me, Rosilene e Silva, as duas são Sargentos agora, São duas colegas, companheiras da Polícia Militar do Estado de São Paulo.
Saúdo ainda aqueles que nos assistem das galerias aqui do Plenário do Senado.
Sejam todos muito bem-vindos também.
Senhoras e senhores, hoje, nós tivemos uma aula com o Cel. Arruda sobre o que foi a Revolução de 1932. E uma das partes que o Cel. Arruda falava era sobre restabelecer uma verdade. Conte uma mentira mil vezes e essa mentira vira verdade. Então, eu fico imaginando o trabalho que o Cel. Arruda teve, ao longo de todos esses anos, de restabelecer uma história.
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(Soa a campainha.)
O SR. CORONEL TADEU - A Revolução de 1932 foi um ato legítimo, foi um ato importante da nossa história e que, muitas vezes, é contada de forma diversa daquilo que deveria ser.
Eu, particularmente, vivo a Revolução de 1932 todos os anos, quando, junto com alguns amigos, no Vale do Paraíba, nós vamos a cavalo até o túnel da Mantiqueira. E daqui a duas semanas, provavelmente no recesso parlamentar, estarei fazendo novamente essa caminhada, em que nós saímos da cidade de Cachoeira Paulista e vamos, a cavalo, até a cidade de Passa Quatro, e, no meio do caminho, atravessamos exatamente o túnel onde muitos dos nossos heróis faleceram.
Aqueles que tiverem a oportunidade de conhecer esse espaço é realmente algo... É um privilégio você poder estar no palco de uma das muitas batalhas que ocorreram no ano de 1932, uma batalha legítima, quando se lutava por democracia, e tão somente, por democracia.
(Interrupção do som.)
O SR. CORONEL TADEU - Um governo que se instalou de uma forma não legitima, à época, e insistiu em romper os laços democráticos que existiam, com uma promessa de colocar uma nova Constituição no Brasil; e, então, falhou, provocando realmente esse levante de muitos brasileiros que queriam realmente um Brasil.
Eu gostaria de fazer alusão à revolução de 2018, em especial, a uma pessoa que, sozinha, na outra Casa aqui ao lado, na Câmara dos Deputados, começou um levante para que um governo da linha de esquerda não se instalasse novamente. Essa pessoa, no início desacreditada, arrastou nada mais...
(Soa a campainha.)
O SR. CORONEL TADEU - ... nada menos do que 57 milhões de votos. Eu queria fazer uma saudação especial ao Presidente Jair Bolsonaro, que praticamente nos livrou de termos uma história completamente diversa da que estamos vivendo.
A luta desse brasileiro não foi diferente da Revolução de 1932. Nós realmente estávamos ameaçados por algo com que jamais poderíamos contar num futuro, mas que os nossos vizinhos não tão longe hoje contam essa história tão degradante, que macula a imagem do povo.
Ao Presidente Jair Bolsonaro eu faço essa consideração especial, porque, se hoje nós estamos no caminho certo, no caminho que acreditamos, no caminho que sabemos...
(Soa a campainha.)
O SR. CORONEL TADEU - ... que o Brasil agora vai para frente, é porque eu vivo exatamente dentro do Plenário da Câmara dos Deputados uma alegria e uma euforia de muitos colegas que ontem aprovaram, em primeiro turno, a reforma da previdência... (Palmas.)
... por nada mais nada menos do que 379 votos. Eu não posso contar a história de quantos projetos de emenda à Constituição foram votados com tamanha margem de votos, mas dou os parabéns para esse lutador que iniciou todo esse trabalho e hoje está conduzindo o País que nós queremos.
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Muito obrigado. (Palmas.)
O SR. PRESIDENTE (Major Olimpio. Bloco Parlamentar PSDB/PSL/PSL - SP) - Com muita satisfação e orgulho, anuncio a presença, neste recinto, do Major Vitor Hugo, que é Deputado Federal e Líder do Governo na Câmara dos Deputados - muito obrigado -; do General Peternelli, General do Exército Brasileiro, paulista, representante de São Paulo aqui - os nossos agradecimentos -; e do Gilberto Nascimento, Deputado Federal de São Paulo, nosso veterano maior aqui - os nossos agradecimentos sempre pela presença. (Palmas.)
Com muita satisfação, anuncio as palavras do Exmo. Desembargador Carlos Eduardo Cauduro Padin, Presidente do Tribunal Regional Eleitoral de São Paulo, que, com profundo respeito à história de São Paulo, foi uma das primeiras autoridades a confirmar a presença e que faz um trabalho inigualável à frente do TRE. Ontem, ele esteve pessoalmente em plenário defendendo a reestruturação mais do que necessária para a implementação e adequação da Justiça Eleitoral no Estado de São Paulo. Um orgulho para São Paulo, um orgulho para os nossos heróis de 1932, aqueles que preservam a história do Brasil e de São Paulo. É um orgulho para a nossa Polícia Militar ter V. Exa. aqui conosco.
Com a palavra V. Exa. (Palmas.)
O SR. CARLOS EDUARDO CAUDURO PADIN (Para discursar.) - Muito bom dia a todos.
Eu queria cumprimentar o Major Olimpio por esta sessão, por esta ideia de homenagear a Revolução Constitucionalista de 1932. Queria cumprimentar todos os integrantes da Mesa: o Deputado Federal Capitão Derrite; o Deputado Federal Coronel Tadeu; o Comandante da nossa Polícia Militar, Cel. Marcelo Vieira Salles; o Presidente da Sociedade Veteranos de 32, Cel. Mário Fonseca Ventura. E queria cumprimentar os Deputados Eduardo Bolsonaro, Gilberto Nascimento e General Peternelli.
Eu queria justificar e esclarecer a razão pela qual o Tribunal Regional Eleitoral de São Paulo, através da minha pessoa, está aqui presente numa data como esta. A ligação é bastante significativa, mas, antes de tudo, eu queria corrigir um engano na minha nominata. Quero cumprimentar todas as mulheres presentes.
Sintam-se todas cumprimentadas. (Palmas.)
Aliás, tão valorosamente representadas no nosso quadro, que está exibido aqui no Plenário, justificando a participação...
(Soa a campainha.)
O SR. CARLOS EDUARDO CAUDURO PADIN - ... da mulher na Revolução de 1932. Mas acho que deve haver uma razão mais especial. Isso se liga à finalidade da minha fala. Na década de 30 e na década de 40 nós tivemos muitas convulsões. Nós tivemos o Governo Provisório, tivemos a ditadura Vargas e tivemos, em 1932, nesses períodos convulsionados, o Código Eleitoral de 1932. E essa é a razão maior de eu achar que a presença do Tribunal Regional Eleitoral do Estado de São Paulo se justifica nesta homenagem. O Código de 1932, o Código Eleitoral, garantiu o direito ao voto das mulheres, garantiu o direito ao voto secreto e obrigatório, de forma que o Código Eleitoral surgiu justamente naquela aspiração de valores maiores de um Estado de direito.
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Nós queríamos com isso abandonar todos aqueles velhos hábitos da Velha República - assembleia de verificação de poderes, ausência de um cadastro eleitoral, ausência do sigilo do voto, a falta de uma cédula oficial, enfim, uma série de circunstâncias que comprometiam muito o exercício da cidadania, o exercício maior da atividade, da participação do cidadão na vida nacional.
Veio o Código Eleitoral de 1932, mas, de toda forma, o regime autoritário se instalou. E, depois, em 1945, a Justiça Eleitoral foi reinstalada, justamente lá em São Paulo, no prédio do Tribunal de Justiça, no salão nobre do Tribunal de Justiça.
(Interrupção do som.)
(Soa a campainha.)
O SR. CARLOS EDUARDO CAUDURO PADIN - Pois não.
Eu acho que eu estou como o Senador Rodrigo Pacheco, estou precisando de uma haste maior aqui para eu poder falar.
Quando eu aceitei o convite de aqui participar, justamente por esse envolvimento da Justiça Eleitoral com essa época da Revolução Constitucionalista, eu fiquei imaginando o que eu poderia dizer de mais significativo, já prevendo que outros me antecederiam e adiantariam muito daquilo eu poderia falar. Ocorreu-me, como já é comum em escritos a respeito desse evento, de se indagar por que se comemora uma derrota. É de se indagar por que sempre no panteão dos heróis arde uma chama. Como já foi explicado aqui, a Revolução de 1932, e eu digo isso porque ouvi muitas histórias... Meu pai foi mensageiro, era estudante de Direito, e foi mensageiro nesse período.
(Soa a campainha.)
O SR. CARLOS EDUARDO CAUDURO PADIN - E ele também, em São Paulo, nas décadas de 40 e 50, foi Vereador e Deputado por São Paulo. O nome dele é João Castelar Padin.
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Eu me lembro bem da época de 1954, era a época do nosso quarto centenário, mas a chama arde para fazer uma lembrança eterna. A chama arde para nos trazer sempre presente o calor do suor empregado por aqueles que nos antecederam e pelos valores que eles defenderam e pelas razões pelas quais eles se foram, mas deixaram, como legado, aquilo pelo qual eles lutavam, aquilo pelo qual eles foram à luta.
(Soa a campainha.)
O SR. CARLOS EDUARDO CAUDURO PADIN - Então, na verdade, como aqui já foi destacado, Major Olimpio, Cel. Salles, General Peternelli, a Revolução de 1932 visava se opor ao regime autoritário, visava tornar o Brasil à reconstitucionalização. Eu poderia dizer ao retorno do Estado de direito, ao retorno aos valores republicanos, ao retorno ao sufrágio universal, a que o poder fosse devolvido ao povo, onde nós estamos agora na Casa do povo, como bem lembrou o Presidente desta cerimônia, o Major Olimpio.
E a Justiça Eleitoral foi instituída com que finalidade? Justamente para ser a guardiã dos maiores...
(Interrupção do som.)
(Soa a campainha.)
O SR. CARLOS EDUARDO CAUDURO PADIN - ... valores da democracia, guardiã da alternância do Poder, do sufrágio universal, do direito ao voto, da lisura nas disputas, do direito de cada um a concorrer, a participar. Então, esta garantia do poder emanando do povo e do pleno exercício da cidadania estão entre os valores maiores que a Revolução de 1932 visava preservar e visa preservar.
E esta é a razão que eu acho e cumprimento o Major Olimpio por essa iniciativa de colocar mais calor e mais brilho nesta chama que arde lá em São Paulo, para que sempre estejamos com essa lembrança...
(Interrupção do som.)
(Soa a campainha.)
O SR. CARLOS EDUARDO CAUDURO PADIN - O Coronel está me cassando a palavra. (Risos.)
... de quanto é valiosa esta luta, de quanto é valioso nós lembrarmos essa luta e perseverarmos sempre por ela.
Muito obrigado. (Palmas.)
O SR. PRESIDENTE (Major Olimpio. Bloco Parlamentar PSDB/PSL/PSL - SP) - Agradeço ao nosso Presidente do TRE, Exmo. Desembargador Padin pela sua presença, pela sua manifestação e pela sua história de luta pela justiça, pelo Brasil, por São Paulo.
Eu perguntaria: o que foi 32, meu amigo irmão José Jantália, nas palavras do maior poeta paulista, Paulo Bomfim?
O SR. JOSÉ JANTÁLIA (Para discursar.) - Obrigado, se sair do texto, eu peço escusas, mas vamos lá.
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O que foi 32?
Foi a soma dos sonhos e do sacrifício de um povo, a confraternização de raças e condições sociais no batismo das trincheiras; o esforço das indústrias, o desprendimento do comércio, a grandeza de uma causa, a generosidade dos moços, a participação dos cabelos brancos, o entusiasmo das crianças, a força que vem da mulher-terra paulista, o verbo dos poetas e dos tribunos, dos jornalistas e dos sacerdotes; a sacralidade da lei, o fuzil ao lado do livro, a trincheira continuação da escola, a caserna dependência do lar, o campo de batalha, sementeira de Justiça!
O que foi 32?
Foi bandeira que voltou do passado, passado que se transformou em bandeira, bênção de Anchieta e de Frei Galvão, grito de guerra de Tibiriçá, vigília de João Ramalho, inspiração de Bartira, presença dos que partiram, convocação do amanhã, cocar-capacete de aço, gibão que virou farda cáqui, canoa monçoeira transformada em trem blindado, mortos e vivos marchando, igreja, escola, oficina em batalhões rezando a mesma oração, prece de amor e esperança, holocausto e clarinada, asa de glória gravando no sangue das gerações.
Enquanto houver injustiça,
enquanto houver sofrimento,
enquanto a terra chorar,
enquanto houver pensamento,
enquanto a história falar,
enquanto existir beleza,
enquanto florir paixão,
enquanto o sonho for sonho,
enquanto o sangue for sangue,
enquanto existir saudade,
enquanto houver esperança,
enquanto os mortos velarem,
é sempre nove de julho!
(Soa a campainha.)
O SR. JOSÉ JANTÁLIA -
Este torrão tem História,
Esta História tem seu brio,
Esse brio tem memória,
Essa memória é da terra,
Essa terra o agasalho,
Esse agasalho meu berço,
Esse berço tem passado.
Esse passado é futuro,
Esse futuro é janeiro,
Janeiro é nove de julho!
Porque esta terra tem dono.
Porque esta terra é São Paulo! (Palmas.)
O SR. PRESIDENTE (Major Olimpio. Bloco Parlamentar PSDB/PSL/PSL - SP) - Parabéns, meu amigo, irmão José Jantália, por expressar com tanta emoção as manifestações do nosso saudoso Paulo Bomfim.
Com a palavra o Deputado Federal, Presidente do PSL de São Paulo, Eduardo Bolsonaro. (Palmas.)
O SR. EDUARDO BOLSONARO (Para discursar.) - Sr. Presidente Major Olimpio, Senador Major Olimpio, não é? Atravessou a rua aqui, agora é o nosso primo rico. (Risos.)
Nós continuamos lá, servindo V. Exa. A gente faz a linha de frente, depois, V. Exa. vem aqui e sacramenta.
Não vou me alongar.
Cumprimento os colegas da Mesa aqui. Capitão Derrite, Tenente, virou Capitão durante a campanha, colega, já, de certa longa data, vamos assim dizer. Parabéns pela sua conquista, pela sua eleição.
Zero um, Major Vitor Hugo. Muita gente aqui fala da aprovação da previdência e cada um de nós colaborou com a sua cota de sacrifício. Certamente, V. Exa. também bota o seu nome na história, com a data de ontem, com essa aprovação gigantesca.
General Peternelli, enfim, aqui conosco também. Satisfação.
Cel. Salles, Comandante da nossa Polícia Militar. Eu precisei da Polícia Militar uma vez, fui atendido prontamente, depois eu conto a V. Exas. os detalhes, uma ocorrência que ficou tranquila depois, mas eu me lembro que, quando o couro comeu, a primeira que chegou foi a Polícia Militar. Certamente, os senhores têm um lugar guardado no meu coração.
R
Presidente Padin, o nosso TJ de São Paulo. Recordo-me ainda daquela diplomação onde alguns elementos de fora causaram um certo distúrbio ali, mas V. Exa. conseguiu conduzir de maneira magistral. Parabéns pelo trabalho que vem exercendo. Estou sempre atento às palavras de V. Exa. e a essa aula que o senhor deu aqui, com essa reflexão sobre a Revolução de 1932.
Cel. Ventura, sempre presente nos eventos de 1932. Eu agradeço à Sociedade Veteranos por sempre me convidar. Sinto-me lisonjeado sempre que participo - recentemente, fui ao Mausoléu - dos eventos da Sociedade Veteranos.
Colega Gilberto Nascimento, aqui também da Casa, que ontem também nos ajudou naquela batalha, sempre visto como uma tropa amiga. Muito obrigado pela presença de V. Exa. aqui também.
E peço licença para não nominar outros.
Poeta Jantália, sempre muito boas as poesias e os poemas, tem aqui um apreciador, pode ter certeza.
Alguns outros aqui: Comandante José Luz, também sempre presente nos eventos da Sociedade Veteranos. Muito obrigado pela presença de V. Exa. aqui. É sempre emblemático estar vestido a caráter, assim como o colega Tenente Nascimento, Deputado Estadual em São Paulo, e o Cel. Antônio Carlos Mendes também. Muito obrigado.
Sr. Presidente, depois desta longa fala, já encaminhando para o final, eu queria só dar o meu testemunho aqui de que, quando eu fui aprovado na Polícia Federal, primeiro, fui para a fronteira com a Bolívia, em Rondônia, na cidade de Guajará-Mirim e, depois, fui transferido para Guarulhos, ato contínuo, e acabei indo para a Superintendência de Polícia Federal, em São Paulo. E fui muito bem acolhido, este carioca, com este sotaque arrastado aqui, inegavelmente carioca. Testemunho aqui como o povo de São Paulo é acolhedor. Agora, vivo metade em São Paulo, metade em Brasília, mas vivo como os meus antepassados italianos e como alguns tios meus que continuam morando no Vale do Ribeira. Para mim é uma satisfação estar aqui presente com V. Exas.
E eu finalizo dizendo aqui como é importante a participação dos senhores aqui.
A atribuição típica de um Deputado Federal, todos sabem, é a legislativa, mas há uma coisa que os livros não contam, que é a nossa atribuição como exemplo, como figura de destaque na sociedade. Aí que eu me insiro aqui nesta solenidade. Se nós não viermos aqui a caráter, altas autoridades do Poder Judiciário, do Senado, das polícias, nós vamos acabar, Jantália, nos esquecendo do espírito dos nossos antepassados, de dizer que o povo paulista não abaixa a cabeça para a ditadura...
(Soa a campainha.)
O SR. EDUARDO BOLSONARO - ... e que leva isso às últimas consequências.
O momento mais marcante do meu mandato aqui, ano passado, no mandato passado, na Legislatura passada, foi o momento do impeachment. Não vou entrar no mérito, mas, naquele momento, quando nós tínhamos dez segundos para discursar, eu fiz questão de falar do espírito dos revolucionários de 1932 para passar aquele recado de que nós, em São Paulo - aí incluo este carioca aqui -, não abaixamos a cabeça para ditadores.
Então, viva o espírito de 1932! Viva MMDC (Martins, Miragaia, Dráusio e Camargo)!
O SR. PRESIDENTE (Major Olimpio. Bloco Parlamentar PSDB/PSL/PSL - SP) - Obrigado, Edu.
Nós estamos hoje, realmente, com uma sessão histórica, a primeira, reverenciando 1932 na história do Senado, com a presença de tantos Parlamentares irmãos aqui da Casa vizinha, da Câmara dos Deputados. E, com o maior orgulho do mundo, nós queremos dar a palavra para que eles possam dizer o quanto são agradecidos ao Brasil, a São Paulo e aos nossos heróis de 1932.
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Eu passo a palavra ao Líder do Governo na Câmara dos Deputados, nosso amigo, nosso irmão de luta, Major Vitor Hugo. (Palmas.)
O SR. MAJOR VITOR HUGO (Para discursar.) - Sr. Presidente, Senador Major Olimpio, a quem rendo grandes homenagens, e também tenho admiração pelos combates que V. Exa. tem travado não só aqui, no Senado, mas também toda a admiração que eu nutri na Legislatura passada ao vê-lo, na Câmara dos Deputados, defendendo os valores da família, os valores conservadores, e vê-lo agora presidindo esta sessão solene tão importante no Senado da República é, para mim, uma grande honra e uma grande satisfação. De modo muito especial, porque é a primeira vez, como Deputado Federal, que eu uso a tribuna do Senado, e fico realmente muito emocionado de ser na sessão solene que homenageia um Estado tão importante, quanto o Estado de São Paulo, e este evento histórico importantíssimo para o Brasil, que foi a Revolução Constitucionalista de 1932.
Eu queria, também, cumprimentar, com muito apreço, o meu amigo Capitão Derrite, Vice-Líder do Governo Bolsonaro na Câmara dos Deputados. O Derrite é um oficial da Polícia Militar de São Paulo e também um Deputado Federal combativo que tem travado grandes lutas conosco lá na Câmara dos Deputados.
Muito obrigado pelo apoio e por nos receber aqui, nesta manhã.
Também cumprimento o Coronel Tadeu, nosso amigo, do mesmo partido que eu, o PSL; o Presidente do Tribunal Regional Eleitoral de São Paulo, Desembargador Padin; o Comandante-Geral da Polícia Militar, Cel. Marcelo Vieira Salles; o nosso grande amigo Deputado Federal Eduardo Bolsonaro, que fez aniversário ontem - e aproveito para, mais uma vez, cumprimentá-lo por isso -; e o nosso eterno General Peternelli, que também é uma pessoa a quem dedico grande admiração, que foi, durante muito tempo...
(Soa a campainha.)
O SR. MAJOR VITOR HUGO - Eu fiquei 21 anos no Exército Brasileiro, e, sempre que olhava o General Peternelli, piloto de combate, via a expressão de um soldado efetivamente.
Eu queria falar também do Gilberto Nascimento. Estávamos agora tomando café da manhã com a Bancada Evangélica e com o Presidente da República, e ele fez uma manifestação muito bonita de apoio ao Presidente e de apoio ao nosso País.
Bom, quero dizer também para o Cel. Ventura, Presidente da Sociedade de Veteranos de 32, que, no ano passado, o então Deputado Jair Bolsonaro, representado, se não me engano, pelo seu filho, Eduardo, recebeu do Presidente o Colar da Vitória lá em São Paulo.
Eu também fui, honrosamente, agraciado com essa medalha. Não pude estar presente na cerimônia. Depois, o então Deputado Bolsonaro me condecorou aqui, no seu gabinete. Para mim, foi uma honra. Eu tenho esse colar guardado na minha casa, com grande orgulho, principalmente porque representa a luta dos paulistas por um valor que é, para nós, brasileiros, excepcional, o valor da nossa democracia.
(Soa a campainha.)
O SR. MAJOR VITOR HUGO - São Paulo é um Estado importantíssimo para o Brasil não só pelo aspecto econômico, mas também pela capacidade de acolher brasileiros de todas as regiões.
Eu estava conversando com o General Peternelli ali, me desculpando por não ser um Deputado eleito por São Paulo e estar ocupando a tribuna. Ele falou: "Não se sinta melindrado, porque São Paulo acolhe as pessoas de todo o Brasil". E de todo o mundo, na verdade, a comunidade japonesa, a libanesa e tantos outros países que são recepcionados por São Paulo.
Nós estamos vivendo lutas e embates graves no País, de modo especial para construir uma nova previdência. O Eduardo fez referência a isso. Eu já estou caminhando para o final da minha fala. A vitória que o Brasil conseguiu não foi uma vitória só do Governo ou só do Parlamento, mas foi uma vitória do País.
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Ontem: 379 Deputados Federais votaram a favor de uma previdência que vai ser mais justa, mais equilibrada e certamente mais sustentável para nossos filhos e netos. E tudo isso iniciado por um capitão do Exército...
(Soa a campainha.)
O SR. MAJOR VITOR HUGO - ... brasileiro, que teve a coragem de se contrapor a todos que lutavam contra os ideais conservadores, os ideais da família. A esquerda dominou o Brasil durante tanto tempo. E um capitão se levantou, e 57 milhões de brasileiros seguiram a coragem do Capitão Bolsonaro, que é o nosso Presidente, e a quem eu também desejo render nesta manhã uma homenagem explícita e clara a alguém que teve a coragem de trazer a reforma da previdência para cá e que, eu tenho certeza, está muito orgulhoso do que o Parlamento, através da Câmara dos Deputados, fez no dia de ontem.
Então, parabéns ao Brasil! Parabéns a São Paulo!
Contem conosco sempre. (Palmas.)
O SR. PRESIDENTE (Major Olimpio. Bloco Parlamentar PSDB/PSL/PSL - SP) - Agradeço ao sempre amigo, atuante Líder do Governo na Câmara, Major Vitor Hugo. Ele aproveitou até para comemorar conosco. Já fez o aniversário dele, faz aniversário em 9 de julho.
Então, Gilberto Nascimento, sempre presente conosco, digno representante de São Paulo, a palavra é sua. (Palmas.)
Não vai competir com o Arruda.
O SR. GILBERTO NASCIMENTO (Para discursar.) - O Presidente já olhou para mim ali e falou: "Acho que não é o seu caminho".
Exmo. Sr. Presidente desta sessão, nosso grande Senador Major Olimpio, com quem tivemos a oportunidade de caminhar nas ruas de São Paulo...
Quero cumprimentar os demais membros da Mesa, perdoem-me. Em nome do Judiciário, quero cumprimentar o nobre Deputado Padin, nosso, quem sabe, Deputado, mas, não, para ele Senador por São Paulo, não é? Nossos colegas, General Peternelli, nosso Eduardo, nosso Derrite, nosso Comandante-Geral, senhoras e senhores...
Quero cumprimentar também à Sargento Inez. Quando eu entrei ali vi a Sargento Inez com um sorriso tão bonito, um sorriso tão feliz. Parabéns, Sargento. A senhora honra muito a ala feminina da nossa Polícia Militar de São Paulo e agora está na Força Nacional. (Palmas.)
Senhoras e senhores, estar nesse momento aqui é uma grande alegria. O meu querido amigo, Sargento Nascimento hoje está hospedado lá em casa e, quando ele levantou pela manhã, eu achei que era a polícia na porta, para me prender. Mas, não, era o Sargento Nascimento. E logo eu vi, é meio a farda de 32, não é?
Falar da Revolução de 9 de julho é sempre uma alegria, é sempre um momento de emoção, é sempre um momento para nós enaltecermos a força, a dedicação do nosso povo paulista. Nosso querido Eduardo, nosso grande Deputado Eduardo, disse aqui que é meio paulista e meio carioca. E eu sou daqueles que tenho dito que, se o Rio de Janeiro, com a sua beleza natural, é um presente de Deus para os olhos dos homens, a nossa São Paulo é um presente dos homens para os olhos de Deus. (Palmas.)
Porque aquela São Paulo, construída por todos aqueles que vieram de todos os Estados brasileiros e não só dos Estados brasileiros, mas por São Paulo ser o maior centro gastronômico do mundo, com todos os tipos de comida, é exatamente porque ali...
(Soa a campainha.)
O SR. GILBERTO NASCIMENTO - Essa campainha me incomoda.
Quem quer me dar mais dois minutos, levante a mão aí, por favor, dois minutos?
Dois, quatro, seis, oito, dez.
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Atenção, pessoal do som, resolve isso aí, por favor, o povo está pedindo! Brincadeira!
Porém, aquela nossa São Paulo, a nossa Pauliceia Desvairada, que está no centro dessa cidade, desse Estado, Estado com 247 mil quilômetros quadrados, Estado sendo o segundo maior orçamento do País, perdendo para a União, sendo o primeiro na lista dos Estados. Uma São Paulo que tem os seus 45 milhões de habitantes, mas guerreiros. A música que dizia, na nossa querida Rádio Bandeirantes da época, já aqueles que mais conhecem, "São Paulo que amanhece trabalhando."
Eu concordo que todos os Estados são importantes neste País, mas o nosso Estado de São Paulo, com todo o respeito aos demais, e por favor, não me julgue e não ache que eu estou querendo me engrandecer por isso, mas São Paulo é São Paulo. E foi São Paulo que, em 9 de julho, disse: "Vamos levantar a cabeça. Vamos levantar a cabeça, convidar todos os brasileiros e vamos dizer: nós temos o nosso espaço. Nós não vamos cair de joelhos, nós não vamos ser vencidos por uma força qualquer". E foi exatamente isso que São Paulo sempre disse.
E essa São Paulo, essa São Paulo que, como disse aqui o nosso poeta, é a soma de um sonho. É a soma de um sonho, do sacrifício de um povo. E enquanto o sonho for sonho, eu vou continuar acreditando no Brasil. Eu vou continuar acreditando nesse novo Governo. E ainda hoje pela manhã, falávamos ali no café, com o Presidente Bolsonaro, eu acredito no País.
Um País com 8,547km², mas com uma população de 210 milhões de brasileiros, e é o grande, com 9% somente de agricultura plantada, com 13% de terras indígenas, e com 9%, nós alimentamos 210 milhões...
(Soa a campainha.)
O SR. GILBERTO NASCIMENTO - ... de brasileiros.
A campainha não me obedece, o pessoal do cerimonial não entendeu, porque vocês pediram, mas eu vou continuar. Agora termino. Me dê só mais um minuto, que eu termino.
E este País que, portanto, alimenta 210 milhões de brasileiros, o terceiro maior produtor de grãos do mundo; o terceiro maior produtor de aviões do mundo, perdendo para o Boeing e para a Airbus - depois vem a Embraer; o quarto colocado em navios submarinos, produzidos em Itaguaí, no Rio de Janeiro; e a energia nuclear tinha que ser produzida no Estado de São Paulo, e lá em Niterói está sendo produzida.
É este País em que nós vivemos, o País com maior solidariedade do mundo, meu querido Eduardo. Um País que esses dias, o Tenente Nascimento havia marcado com um amigo dele - ele não é de se atrasar, mas nesse dia se atrasou - ali na Avenida Ipiranga com a Avenida São João. E num determinado momento, era um deficiente visual. Isso, eu estou dizendo para dizer da solidariedade do povo. E o Nascimento me contava que ele se atrasou uns dez minutos, por causa do trânsito em São Paulo, e quando ele chegou, o deficiente visual falou: "Que bom que você chegou." E ele perguntou por quê. "Porque já haviam me atravessado...
(Soa a campainha.)
O SR. GILBERTO NASCIMENTO - ... mais de 20 vezes de um lado para o outro." Solidariedade do povo. Basta você ver um deficiente visual no farol, você espera o farol abrir, você pega no braço dele, leva para o outro lado. E se ele virar ao contrário, você traz para o lado de cá. Essa é a solidariedade do nosso povo. E São Paulo está nessa solidariedade.
Que Deus abençoe este Brasil. Acredito muito neste Brasil, no Governo Bolsonaro. Vivemos um novo momento, uma nova República. O Brasil acima de tudo, e Deus acima de todos. Eu tenho que falar isso e render essa homenagem neste momento. Muito obrigado, e que Deus ilumine a todos vocês. (Palmas.)
Nascimento, essa é uma outra conversa para depois.
Muito obrigado. Bom dia, Presidente. Bom dia a todos vocês.
O SR. PRESIDENTE (Major Olimpio. Bloco Parlamentar PSDB/PSL/PSL - SP) - Agradeço ao querido amigo Gilberto Nascimento.
A campainha vai pegando porque 11h da manhã começa a sessão. O Presidente Davi encarece que a gente possa ir concluindo os nossos trabalhos.
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Gostaria de passar a palavra a esse grande brasileiro, General do nosso Exército brasileiro, que foi às urnas para ajudar o Brasil - tivemos oportunidade de trilhar juntos e levarmos juntos o nome do Presidente Jair Bolsonaro - e, agora, ele está na Câmara Federal, realizando um trabalho maravilhoso pelo Brasil, ao lado do nosso Presidente da República.
General Peternelli, a palavra é do senhor.
O SR. GENERAL PETERNELLI (Para discursar.) - Presidente, Senador Olímpio, Desembargador Padin, Cel. Ventura, Cel. Salles, meus amigos Gilberto Nascimento, Eduardo, Derrite, Coronel Tadeu, que gentilmente cedeu ali um espaço para que eu tivesse a oportunidade de também compor essa mesa, fico muito honrado de estar aqui presente e de observar tantos amigos nessa plateia.
Eu comungo exatamente - e vou pegar as falas para poder me reportar - do orgulho, Gilberto, que nós temos de sermos paulistas. O Gilberto já disse muitos aspectos desse orgulho, mas, só para que se tenha uma ideia: o PIB de São Paulo é maior do que o PIB da Argentina, do Uruguai, do Paraguai e do Chile juntos. Então, esse é São Paulo; é um São Paulo para nos orgulharmos.
Como eu comentei com o Vítor Hugo, um dos orgulhos paulistas é exatamente este: o de ser uma terra do Brasil e uma terra do mundo. É de receber a todos, de todos os Estados brasileiros. É capaz de nós dizermos que pode ser que São Paulo seja a maior cidade do Nordeste. É capaz de nós dizermos que, depois de Tóquio, é a maior cidade de japoneses, de imigrantes, de italianos... Quantos gaúchos! Quantos CTGs! E por aí afora. Eu me orgulho muito disso, de receber tanto os nossos quanto também aqueles que vieram de outros países.
(Soa a campainha.)
O SR. GENERAL PETERNELLI - Mas o que mais me orgulha de São Paulo é esse aspecto de absorver bem as grandes causas brasileiras. São Paulo sempre está envolvido em grandes causas, desde os Bandeirantes, que são motivo de orgulho para todos nós paulistas, como essa causa de 32, que é uma referência para todos nós.
E, nessa absorção do que é importante para o nosso País, eu gostaria de me reportar aqui ao Senador Olimpio como estando exatamente no mesmo foco, tanto o Major Olimpio como os Deputados, também absorvem, aqui, neste Congresso, as grandes causas brasileiras, e, dentro desse foco, também os paulistas estão sempre tentando compor e buscar o objetivo de termos um Brasil melhor, o objetivo do bem comum do cidadão brasileiro, e, dentro desse foco, nós estamos aí liderados...
(Soa a campainha.)
O SR. GENERAL PETERNELLI - ... pelo Senado Olimpio e, com certeza, vamos lograr êxito, capitaneados por São Paulo, pela locomotiva que sempre foi do nosso Brasil, pelo que representa no contexto econômico, cultural e pela multiplicidade de segmentos da nossa nacionalidade, buscando aquilo de que tanto o nosso Brasil precisa.
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Muito obrigado, Senador Olimpio, por esta oportunidade de estar aqui falando de um assunto que é muito caro a mim, que é o Estado de São Paulo. É um orgulho ver a nossa bandeira e estarmos aqui representando. Cresce a importância nesse sentido.
Muito obrigado!
Viva São Paulo! Viva o Brasil! (Palmas.)
O SR. PRESIDENTE (Major Olimpio. Bloco Parlamentar PSDB/PSL/PSL - SP) - Agradeço ao General Peternelli.
Agradeço ao Diretor da Força Nacional de Segurança, Cel. Antonio Agnaldo de Oliveira, e todos os irmãos da Força Nacional. Há muitos componentes aqui de São Paulo, irmãos que estou reencontrando no dia de hoje. Muito obrigado.
Eu gostaria de passar ao Comandante Geral da Polícia Militar, para que entregasse uma placa ao Cel. Ventura, Presidente da Sociedade Veteranos de 32.
Logo após, já passo a palavra ao Cel. Ventura.
A Sociedade Veteranos de 32 vem fazendo um trabalho incansável ao longo dos anos. Sempre sofrida, sempre na mobilização de muitos cidadãos, a Sociedade Veteranos de 32 precisa que a população brasileira, a população do Estado de São Paulo, a indústria, o comércio, serviços, todos, atentem para a grandeza do que faz a Sociedade Veteranos de 32, capitaneada pelo nosso Cel. Mário Fonseca Ventura.
Eu peço ao Comandante do Exército Paulista, Cel. Salles, que faça a entrega da lembrança do dia de hoje ao nosso Cel. Ventura. (Palmas.)
(Procede-se à entrega da placa ao Sr. Mário Fonseca Ventura.)
O SR. PRESIDENTE (Major Olimpio. Bloco Parlamentar PSDB/PSL/PSL - SP) - Com a palavra o nosso Cel. Ventura.
Quero dizer do carinho de termos aqui a Academia Paulista de Letras. Meu amigo, que foi Presidente da Associação Paulista de Imprensa e tive a oportunidade de ser o seu Vice-Presidente lá, que aqui comparece hoje.
Sérgio Redó, muito obrigado pelo exemplo que você dá de cidadania, pelo brasileiro que você é!
Com a palavra o nosso Presidente da Sociedade Veteranos de 32, Cel. Ventura.
O SR. MÁRIO FONSECA VENTURA (Para discursar.) - Meu amigo de longos anos, Major Olímpio.
Eu me recordo quando, na primeira vez lá, na Assembleia Legislativa, o senhor me deu a honra de poder falar sobre a Revolução de 32, M.M.D.C., e daquelas lutas que tivemos pelo monumento, o Mausoléu aos Heróis, as pensões das viúvas e uma série de lutas em que o senhor sempre nos ajudou. Muito obrigado.
E por esse fato histórico, inédito, desta sessão especial aqui, no Senado, que é a primeira vez. Estou há 23 anos na sociedade, conheço a sociedade há mais tempo, mas nunca vi um fato tão importante como esta sessão especial aqui no senado.
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Meu caro Deputado Federal Capitão Derrite; meu amigo Tadeu, que foi meu tenente lá no 2º Batalhão - realizamos tanta coisa, os brainstormings que nós fizemos lá -; o Eduardo Bolsonaro, nem preciso falar, amigo nosso há muito tempo - eu me lembro das suas várias presenças nas nossas solenidades; meu muito obrigado -; o Presidente do Tribunal Regional Eleitoral, de quem o nosso amigo José Damico tanto fala bem - ele me impressiona...
(Soa a campainha.)
O SR. MÁRIO FONSECA VENTURA - ... o recruta Zezinho admira o senhor -; o Nascimento, hoje herói da Revolução de 1932, com essa farda; o nosso querido Comandante-Geral, Cel. Marcelo Vieira Salles; o Gilberto Nascimento, que eu admiro - ele só não cantou no violão como o Arruda, mas fica para próxima; eu vou convidá-lo para uma solenidade nossa -; o meu Chefe do Estado-Maior, José Francisco Ferraz Luz - meus parabéns pelo seu brilhantismo; Chico Luz é nosso amigo de longa data -; meu colega de turma, o Cel. Antônio Carlos Mendes...
(Soa a campainha.)
O SR. MÁRIO FONSECA VENTURA - ... que me atura há 60 anos - em 1959, na Escola de Oficiais, com 16 anos; eu admiro você, Mendes, por me aturar há tanto tempo -; José Jantália; Guilherme de Almeida, Príncipe dos Poetas, depois do nosso querido Paulo Bomfim - eu gostaria que você fosse o Príncipe dos Poetas depois da morte de Paulo Bomfim. (Palmas.)
Maria Lúcia Camargo; Janaina Exposito Pinto; minha incansável, eficiente e dedicada...
(Soa a campainha.)
O SR. MÁRIO FONSECA VENTURA - ... Marinei Chalub; Cel. Miler; Cel. Américo; Cel. Marlon; o nosso querido Presidente da Associação Paulista de Imprensa; o Tony Ballad, que é o Presidente da Academia William Shakespeare; o Cel. Ricardo Jacob, numa campanha muito importante - eu o apoio, Ricardo -; Cel. Hudson Tabajara Camilli - eu me lembro com saudade do seu pai -; enfim, tantos amigos, tantas pessoas; o Ernesto Camarsano, que fez esse folhetim, esse folder - 20 mil folders, Camarsano, muito obrigado -; tanta gente...
(Soa a campainha.)
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O SR. MÁRIO FONSECA VENTURA - ... o meu Vice-Presidente, Carlos Alberto; o Luis Fernando, que está ajudando muito a sociedade. E, para fechar essa lista de nomes - e eu esqueci vários, vocês me perdoem -, o nosso querido Cel. Arruda, que hoje é o que conhece mais a história de 32. Viu, Arruda? Desde cadete você estuda a história de 32. Meus parabéns pela brilhante... A sua aula de 32 aqui foi excepcional.
Mas eu fico muito chateado com certas coisas, Presidente. Nós criamos as crianças...
(Interrupção do som.)
(Soa a campainha.)
O SR. MÁRIO FONSECA VENTURA - ... 9 de julho, e vêm algumas pessoas, alguns imbecis - desculpem a palavra, mas é isso mesmo que eu sinto - criticar as crianças por estarem armadas. É horrível uma coisa dessas, mas o Brasil está mudando. Graças a Deus, nós teremos um Brasil de antes de 2018 e de depois de 2018. (Palmas.)
E os ideais e 32 são mais latentes do que nunca em 2019, porque trazem o civismo, trazem a ética, trazem uma palavra esquecida de muita gente, que é honestidade. Nós precisamos mudar esse Brasil. E a Sociedade de Veteranos de 32 tinha homens honestos.
(Interrupção do som.)
(Soa a campainha.)
O SR. MÁRIO FONSECA VENTURA - O Pedro de Toledo, quando deixa o Governo, relata tudo aquilo que recebeu no Ouro para o Bem de São Paulo. Eu não imagino hoje o que seria do Ouro para o Bem de São Paulo. Bom, não agora, mas, sim, antes de 2018. Mas o Brasil está mudando e graças a vocês. Então, parabéns! (Palmas.)
O SR. PRESIDENTE (Major Olimpio. Bloco Parlamentar PSDB/PSL/PSL - SP) - Agradeço ao Cel. Ventura, nosso símbolo de luta, Presidente da Sociedade de Veteranos. E eu peço ao Cel. Ventura que entregue uma lembrança deste momento para o nosso Comandante do Exército de São Paulo, da Força Pública de São Paulo, da Polícia Militar de São Paulo, nosso Comandante-Geral, Cel. Salles. Por gentileza, Cel. Ventura, uma lembrança do Senado, de todos os nossos Senadores, o nosso agradecimento à Polícia Militar de São Paulo.
(Procede-se à entrega da placa ao Sr. Marcelo Vieira Salles.)
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O SR. PRESIDENTE (Major Olimpio. Bloco Parlamentar PSDB/PSL/PSL - SP) - Neste momento, anuncio a presença do Senador Izalci, do Distrito Federal. Muito obrigado, Izalci, um grande companheiro nesta Casa, nosso companheiro na Câmara Federal, um dos mais brilhantes Senadores que nós temos aqui neste Parlamento.
Eu passo a palavra, com muito orgulho, com muita emoção, ao Cel. Salles, Comandante Geral da Polícia Militar, que representa, neste momento, cada um dos quase 100 mil homens e mulheres que estão nas ruas, nos 645 Municípios do Estado de São Paulo, todos os veteranos, todos aqueles que já partiram e envergaram o uniforme da Polícia Militar. E quero dizer, Cel. Salles, que o mesmo espírito dos jovens de 1932, daqueles soldados da Força Pública de 1932, é o espírito que está no coração e nas ações de V. Exa. e de cada um dos bravos homens e mulheres que o senhor comanda.
A palavra para o Brasil, no Senado, é sua.
O SR. MARCELO VIEIRA SALLES (Para discursar.) - Permissão, Senador Major Olimpio.
Comentava, com o Major Olimpio, que Deus quis que eu vivesse para ver este momento. Por muitas vezes, nós policiais militares fomos tratados como pessoas de segunda categoria, ficávamos na soleira da porta.
Hoje a Polícia Militar, as polícias militares, os bombeiros militares, os policiais civis, os policiais federais, os integrantes das Forças Armadas traduzem os anseios de uma nação na figura de Senadores como Major Olimpio, Presidente desta sessão, na figura de um capitão de artilharia do nosso Exército Brasileiro, o nosso Presidente Bolsonaro. Que mudança! (Palmas.)
Anuncio a presença da nossa Deputada Federal Cabo Sastre, amiga estimada.
Quis Deus que nós estivéssemos vivos para ver isto, ver irmãos de armas aqui perfilados, ver amigos civis, que dão o suporte para que nós trabalhemos, ver coronéis, oficiais militares da reserva, como o Sargento Vendramini, que serviu comigo no Centenário do Regimento de Cavalaria. Na sua pessoa, Vendramini, eu queria cumprimentar todos os nossos veteranos que estão aí combatendo o bom combate. Quero cumprimentar o Cel. Marlon, da Feneme...
(Soa a campainha.)
O SR. MARCELO VIEIRA SALLES - ... o Cel. Miler, cumprimentar toda a Mesa, o nosso Cel. Ventura, que é um exemplo. Na semana passada, ficamos conversando por quase uma hora, no Quartel General, ele falando, Deputado Eduardo Bolsonaro, das agruras, das dificuldades da nossa sociedade.
E aí eu faço uma convocação a todos estes que estão aqui: nós precisamos cerrar fileiras com a sociedade de veteranos de 1932, fazer um desfile majestoso, fazer um trabalho maravilhoso, um aceno histórico para São Paulo e para o Brasil desse movimento que marcou a nossa história e hoje precisa de apoio. E nós vamos apoiar, Coronel, e não é retórica. Nós vamos cerrar fileiras com a sociedade da forma que ela merece. (Palmas.)
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Quero cumprimentar todos, o meu amigo, Deputado Derrite, amigo estimado...
(Soa a campainha.)
O SR. MARCELO VIEIRA SALLES - ... Comandante Tadeu, Gen. Peternelli, Cabo Sastre, Desembargador Padin, Cel. Ventura, Eduardo Bolsonaro - leve nosso abraço fraterno a seu pai. O seu pai tem uma legião de soldados à disposição do Brasil. Leve esse abraço para ele -, Deputado Nascimento. (Palmas.)
Duas palavras telegráficas. São Paulo, como foi dito pelo Cel. Arruda, pelo Desembargador Padin, é um Estado vocacionado a receber. Eu, filho de um subtenente do Corpo de Bombeiros, meu pai, 85 anos, Subtenente Salles, baiano, de Boninal, eu, paulista.
Meu pai, Gen. Peternelli, que aprendeu a ler e escrever na Escola Regimental do Exército no Gecam 90, e aí a vocação do nosso Exército Brasileiro também em receber...
(Soa a campainha.)
O SR. MARCELO VIEIRA SALLES - É com esse espírito que nós hoje atuamos no Estado de São Paulo, não à frente de 90 mil homens e mulheres, mas ao lado. E tudo que nós fazemos, Senador Izalci - V. Exa. que é um defensor do Distrito Federal, sempre o acompanhava na TV Câmara e hoje fico feliz de vê-lo aqui no Senado -, eu falo, sem pretensão, sem ufanismo, sem vaidade, em nome desses 90 mil homens e mulheres policiais e bombeiros.
Se hoje nós estamos aqui, trajando este uniforme, utilizando esses belos galões, transitórios, efêmeros, passageiros, é com um espírito: prestação de serviço público. Onde houver prestação de serviço público, mergulhamos de cabeça. Onde não houver...
(Interrupção do som.)
(Soa a campainha.)
O SR. MARCELO VIEIRA SALLES - ... houver coisa escusa, houver coisa que não é legal, corremos como o diabo da cruz.
E sintetizo, para encerrar, meu comandante, Ten. Olimpio na Academia do Barro Branco - continua o mesmo Tenente, viu? O mesmo, a mesma alegria, o mesmo amor.
Deixo como última mensagem, Comandante Arruda: as duas figuras mais importantes da Polícia Militar do Estado de São Paulo, não são o Comandante Geral e nem o Subcomandante Geral, o Cel. Alencar. As duas figuras mais importantes da Polícia Militar do Brasil são aqueles dois soldados da radiopatrulha, aqueles que sangram, aqueles que morrem e aqueles que prestam serviço público.
É na figura deles, Senador, que venho aqui.
(Soa a campainha.) (Palmas.)
O SR. MARCELO VIEIRA SALLES - Então, quero agradecer de coração.
O Movimento de 1932... Para entender 1932, temos que entender o Movimento de 1922, a Revolução Paulista de 1924, a Revolução de 1930. Getúlio Vargas, em 1930, com a coluna revolucionária, foi recebido com ufanismo ao lado de Góis Monteiro, ao lado de Miguel Costa, e prometia uma Constituição, prometia uma legislação que retirasse o Brasil daquela situação, que advinha muito da quebra da Bolsa de Valores, pelo crack da Bolsa, em 1929, em que faltava tudo. E fecharam as Casas Legislativas.
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Em São Paulo, ao lado, como bem disse o Cel. Arruda, de Mato Grosso, companheiros do Brasil todo, aqueles que, na fortaleza...
(Interrupção do som.)
(Soa a campainha.)
O SR. MARCELO VIEIRA SALLES - ... disseram: "Não à ditadura!", e morreram por isso.
Então, eu quero aqui agradecer ao Senado Federal, agradecer ao Major Olimpio, agradecer ao Brasil por vir falar aqui em nome dos 46 milhões de paulistas, que amam São Paulo e, principalmente, amam o Brasil.
Fiquem com Deus e contem com a Polícia Militar do Estado de São Paulo! (Palmas.)
O SR. PRESIDENTE (Major Olimpio. Bloco Parlamentar PSDB/PSL/PSL - SP) - Com as palavras do nosso Comandante Geral, antes da finalização da cerimônia, quero anunciar a presença da Deputada Federal, nossa amiga, uma policial militar heroína, Cabo da Polícia Militar, eleita com grande votação pelo povo de São Paulo, porque, mesmo no momento de folga, como mãe, com as suas crianças na escola, colocou a vida das crianças, a vida dos pais e a defesa da sociedade em primeiro lugar. E a população disse: "Você vai parar com a sua escala aqui nas ruas e vai para o Parlamento representar São Paulo". Então, Katia, seja muito bem-vinda. É uma alegria estar aqui a Cabo da Polícia Militar e o nosso Comandante dizendo: "Estamos para servir o Brasil". (Palmas.)
Dando por encerrada esta cerimônia, eu gostaria de fazer um convite cívico a todos. Nós sairemos aqui pelo meio e vamos percorrer os corredores do Senado, com a Bandeira do Brasil, a Bandeira de São Paulo, com velas, com a Banda da Polícia Militar do Corpo de Bombeiros tocando Paris Belfort. E eu os convidaria para um deslocamento de 300 metros até o Panteão, onde nós vamos visitar o Livro de Aço dos heróis brasileiros, e vamos poder lá dizer: "Martins. Presente. Dráusio. Presente. Miragaia. Presente. Camargo. Presente". E todos os heróis que lutaram pela democracia.
Que Deus abençoe! Está encerrada esta sessão solene.
Muito obrigado.
(Levanta-se a sessão às 11 horas e 10 minutos.)