1ª SESSÃO LEGISLATIVA ORDINÁRIA
56ª LEGISLATURA
Em 15 de julho de 2019
(segunda-feira)
Às 10 horas
122ª SESSÃO
(Sessão Especial)

Oradores
Horário

Texto com revisão

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O SR. PRESIDENTE (Izalci Lucas. Bloco Parlamentar PSDB/PSL/PSDB - DF) - Declaro aberta a sessão.
Sob a proteção de Deus, iniciamos os nossos trabalhos.
A presente sessão especial é destinada a comemorar o Dia Nacional da Música e da Viola Caipira, nos termos do Requerimento nº 284, de 2019, Deputado Senador Izalci Lucas e outros Senadores.
Convido para compor a Mesa o Sr. José das Dores Fernandes, José Mulato. (Palmas.)
Convido também o Sr. João Monteiro da Costa Neto, Cassiano. (Palmas.)
Convido também o Sr. Volmi Batista da Silva, violeiro, produtor cultural, fundador do Clube do Violeiro Caipira e apresentador do programa Violas e Violeiros, na Rádio Cultura FM de Brasília. (Palmas.)
Convido também o Sr. Luiz Faria, da dupla Luiz Faria e Silva Neto, representante da Associação Nacional dos Violeiros e Violeiras do Brasil. (Palmas.)
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Convido também a senhora Elisabete Silva, violeira e professora de viola caipira. (Palmas.)
Convido também o Daniel Sabino Vaz, Prefeito de Cristalina, Goiás. (Palmas.)
Convido ainda o Sr. Wigberto Tartuce, meu querido Vigão. (Palmas.)
Convido a todos para, em posição de respeito, acompanharmos o Hino Nacional do Brasil, que será executado pelos alunos do Núcleo de Ensinamento de Viola do Caub I, com o Professor Pedro Anderes.
(Procede-se à execução do Hino Nacional.)
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O SR. PRESIDENTE (Izalci Lucas. Bloco Parlamentar PSDB/PSL/PSDB - DF) - Assistiremos agora a um vídeo institucional em homenagem ao Dia Nacional da Música e da Viola Caipira.
(Procede-se à exibição de vídeo.)
O SR. PRESIDENTE (Izalci Lucas. Bloco Parlamentar PSDB/PSL/PSDB - DF) - Convidamos a todos para acompanharmos a apresentação da dupla Zé Mulato e Cassiano. (Pausa.)
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Vamos acompanhar, então, a apresentação dos queridos Zé Mulato e Cassiano.
O SR. JOSÉ DAS DORES FERNANDES - A música é o cururu, ritmo nosso: Destino de Violeiro.
(Procede-se à execução musical.) (Palmas.)
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O SR. JOSÉ DAS DORES FERNANDES - Muito obrigado!
O SR. JOÃO MONTEIRO DA COSTA NETO - E, aí, a gente faz o que agora?
O SR. PRESIDENTE (Izalci Lucas. Bloco Parlamentar PSDB/PSL/PSDB - DF) - Tocar mais uma, não é?
O SR. JOSÉ DAS DORES FERNANDES - Não pode virar show, não. Dizem que apresentação aqui é mais curta que garupa de jumento.
O SR. JOÃO MONTEIRO DA COSTA NETO - CASSIANO - Então, tá.
O SR. JOSÉ DAS DORES FERNANDES - Até que lutar e peitar certas barreiras e coisa e tal da música caipira já virou praxe para nós. Nós somos a dupla mais teimosa do Brasil, mas em adivinhar eu sou meio fraco. Eu até adivinho, mas não é fácil. Já escolheu a moda?
No nosso disco novo, tem uma homenagem e lembrança boa que nós fizemos de um amigo que já foi embora para aquela festa lá de cima. A composição é do Xavantinho. Devido à nossa ligação com o Pena Branca e o Xavantinho, nós gravamos uma toada do Xavantinho que é Rancho Triste.
Toca aí.
O SR. JOÃO MONTEIRO DA COSTA NETO - Dos mais tristes.
(Procede-se à execução musical.) (Palmas.)
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O SR. JOÃO MONTEIRO DA COSTA NETO - Já ouviu a freada? (Risos.)
Gente, obrigado.
O SR. JOSÉ DAS DORES FERNANDES - Obrigado. Muito obrigado.
Esta oportunidade é muito rara, difícil, e acho que nós estamos contando mais um capítulo da ótima história da nossa música caipira.
Que Deus ilumine e abençoe o companheiro que começou com isso há 90 anos.
O SR. JOÃO MONTEIRO DA COSTA NETO - É verdade. Amém.
O SR. PRESIDENTE (Izalci Lucas. Bloco Parlamentar PSDB/PSL/PSDB - DF) - Obrigado.
Convido a Sra. Nyedja Gennari para contar a história da música e da viola caipira.
A SRA. NYEDJA GENNARI - (Interpretação narrativa.) - Bom dia.
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Começo esta homenagem com o mestre Catullo da Paixão Cearense, que disse assim:
Nosso senhor, quando andava pelo deserto a rezá,
gostava de ouvir São Pedro na viola a pontiá.
E Catullo fez uma Ode à Viola. Disse ele:
Eu amo tanto a viola,
que chego a ser extravagante.
Durmo com ela abraçado
para ter sonhos delirantes.
Inté fiz um juramento
invocando o bão Jesus
pra, quando eu morrer, a viola
seja feita a minha cruz.
Uma cruz leve e trançada
de corda branca e amarela
pra mode o vento batendo
repicá nas corda dela.
E, se eu tiver permissão
de escutar os seus gemido,
que eu possa cantá cum ela
num dueto comovido,
convidando os violeiro
pra cantar nossas mazela,
ponteando tudo junto,
numa orquestração singela,
pois, se uma viola é bonito,
quem dirá um montão delas.
De conforme o mestre Catullo, hoje aqui nesta Casa das Lei, vamos contar essa história, vamos tocar essa história com todos ocês. Desse Brasil grande, dos nossos, seus e meus, que escolheram a melhor melodia pra gente ficar mais pertinho de Deus:
Meus senhores e minhas senhoras,
neste dia de comemoração,
quero trazer procês um chamego
de emendá os bigode
pra contar essa história
que nasceu lá no começo
do interior e também de fora
e trouxe grande emoção.
Por isso, nesse riscado
que aqui vamo fazê,
vamo acertá na chincha
o toque do coração.
É docês essa festa,
é procês essa comemoração
com a Índia do Zé Fortuna,
o primeiro amor das Gerais
daqui e de acolá,
o Trenzinho Caipira do Villa e do Ferreira Gullar.
Essa é a nossa raiz, nossa música.
É o melhor que se há!
Não pode aqui é faltá
nossos mestres do passado
e aqueles que estão aqui
sempre a pontiá.
Por isso, neste nosso grande dia,
temos a grande honra
docês homenageá
e fazer uma grande loa
para a nossa Inezita Barroso
Viola, minha viola,
que foi Jesus encontrá.
Por fim, quero dizer que tive o maior prazer
desses verso recitar.
Peço perdão se não fiz tão bonito
à altura docês,
grandes mestres do tocar e poetar,
como os nossos queridos e grandes
Zé Mulato e Cassiano,
que estão aqui a nos emocioná.
Eu sou Nyedja Gennari, contadora de histórias e aprendiz nas artes dos versos, tentando poetar, em nome do Senador Izalci Lucas, que nunca vai deixar essa arte acabar. (Palmas.)
O SR. PRESIDENTE (Izalci Lucas. Bloco Parlamentar PSDB/PSL/PSDB - DF) - Convidamos a todos para acompanharmos a apresentação de Claudinho da Viola, tocando a música Garça do Cerrado.
(Procede-se à execução musical.) (Palmas.)
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O SR. PRESIDENTE (Izalci Lucas. Bloco Parlamentar PSDB/PSL/PSDB - DF) - Quero cumprimentar aqui o nosso querido Zé Mulato, o Cassiano, cumprimentar o Sr. Volmi Batista da Silva, o Luiz Faria, a Sra. Elisabete Silva, o Sr. Daniel Sabino Vaz, o meu amigo Wigberto Tartuce, o Vigão.
Estou vendo aqui também o Clayton Aguiar. Seja bem-vindo, Clayton! Obrigado pela presença.
Agradeço a presença de todos.
Começo este pronunciamento com a fala de Inezita Barroso, que disse: "Meu pai era muito musical. Todos os 18 filhos estudaram piano, alguns, harpa, mas me apaixonei pela viola [...]. O violão já estava na família meio mal aceito, mas estava [...]. A viola é encantada".
Inezita disse que conseguiu a sua liberdade quando se casou com um cearense e que foi por causa dele que começou a carreira na música caipira. Dizia que, "em casa, só ouvia ópera e música erudita. Não que eu não admire, mas a nossa cultura vale mais". Todos nós, caipiras do interior, temos, de fato, esse sentimento.
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Meu pai era seresteiro da cidade de Araújos, nas Minas Gerais. Não era violeiro, era seresteiro. Mas as músicas que ele tocava nas ruas e embaixo das janelas faziam parte do sentimento e da emoção daquela pequena cidade do interior. Ali as crianças estudavam nas escolas rurais, ajudavam suas famílias no trato da terra e dos animais. Nos divertíamos, mesmo quando trabalhávamos, e ainda participávamos das festas da igreja, das serestas e dos carnavais.
Como toda cidade do interior, a música era o nosso grande momento de congratulação. Em Araújos, minha terra, era assim. Quando cheguei aqui, ainda pré-adolescente, as reuniões em nossas cidades-satélites, aqui da capital, tinham como alento um violeiro e uma música da nossa terra natal. Ali nós nos encontrávamos com as nossas raízes; ali nós nos congratulávamos e nos divertíamos. A música era a nossa felicidade no meio do Cerrado e da terra vermelha.
Hoje, eu, menino de Araújos, tenho a honra de recepcioná-los e dizer-lhes da minha emoção aqui no Senado Federal da República. Eu, menino de Araújos, de Minas Gerais, cheguei aqui na Capital com 13 anos. Aqui lutei, trabalhei, me formei e hoje tenho a responsabilidade de representar a população do Distrito Federal, nossa Capital da República. Eu me tornei um homem de capital. Sempre trabalhei muito e quero ter junto gente que trabalha. No meu gabinete é assim. Só neste primeiro semestre, tivemos mais de 8 mil pessoas que foram recebidas, entre instituições da sociedade civil, públicas e cidadãos comuns. É por eles que trabalhamos, é por eles que lutamos.
A música e a cultura de nosso povo e de nossa gente tem que ter espaço, tem que ter investimento e, sobretudo, reconhecimento. Esta sessão solene traz esse reconhecimento, mas falta-nos o investimento para manter essa cultura de raiz, tão importante para o nosso País. Há investimentos e recursos culturais, mas eles nem sempre vão para a divulgação de nossos artistas que trabalham em prol da cultura de raiz do nosso País. A maioria dos recursos é direcionada àqueles que não precisam ou já têm patrocínio no setor privado.
Quero aqui propor que entreguemos ao nosso Ministro da Educação um projeto de incentivo à nossa cultura, por meio das escolas e instituições que trabalham localmente os nossos talentos.
Temos exemplos maravilhosos de como isso está sendo feito em cada canto deste País no ensino da música e no reconhecimento dos artistas locais, mesmo com todas as dificuldades. Por isso, sou e sempre serei um lutador pela escola em tempo integral. É por meio dela que teremos a nova geração de brasileiros em todas as áreas do conhecimento. É por meio da educação integral que teremos talentos em todas as áreas, sejam elas científicas, tecnológicas ou artísticas.
Minhas senhoras e meus senhores, essa homenagem que ora fazemos tem o propósito principal de trazer à discussão a nossa terra e a nossa gente; tem o propósito de sair do discurso para a vida real com projetos e investimentos.
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Estou aqui como Senador pelo voto. Estou aqui como Senador da República para representá-los. Por isso, sugiro mais integração e projetos. Vamos trabalhar e lutar. Podemos até perder, mas lutando temos a possibilidade de ganhar.
Para finalizar, sempre com a fala prudencial de Almir Sater, grande violeiro, que pensa o nosso povo. Disse ele: "Trate o mundo igual a gente trata a nossa casa, nosso quarto, o altar de nossa igreja, respeitar a terra como nosso santuário. Acho que é educação. A ecologia começa com a educação em casa".
Obrigado a todos vocês pela presença. (Palmas.)
Agora vamos chamar a esta tribuna membros das nossas lideranças da música caipira para receber as homenagens do Senado Federal. Por meio deles, homenagearemos a todos nossos músicos e poetas sertanejos.
Peço, então, que venha aqui à tribuna para receber este reconhecimento Daniel Sabino Vaz.
(Procede-se à entrega do certificado ao Sr. Daniel Sabino Vaz.) (Palmas.)
O SR. PRESIDENTE (Izalci Lucas. Bloco Parlamentar PSDB/PSL/PSDB - DF) - Quero entregar também para Luiz Faria da Silva.
(Procede-se à entrega do certificado ao Sr. Luiz Faria da Silva.) (Palmas.)
O SR. PRESIDENTE (Izalci Lucas. Bloco Parlamentar PSDB/PSL/PSDB - DF) - Também para Bete Silva, nossa grande professora.
(Procede-se à entrega do certificado à Sra. Elisabete Silva.) (Palmas.)
O SR. PRESIDENTE (Izalci Lucas. Bloco Parlamentar PSDB/PSL/PSDB - DF) - Volmi Batista da Silva.
(Procede-se à entrega do certificado ao Sr. Volmi Batista da Silva.) (Palmas.)
O SR. PRESIDENTE (Izalci Lucas. Bloco Parlamentar PSDB/PSL/PSDB - DF) - José das Dores Fernandes, o Zé Mulato.
(Procede-se à entrega do certificado ao Sr. José das Dores Fernandes.) (Palmas.)
O SR. PRESIDENTE (Izalci Lucas. Bloco Parlamentar PSDB/PSL/PSDB - DF) - João Monteiro da Costa Neto, o Cassiano.
(Procede-se à entrega do certificado ao Sr. João Monteiro da Costa Neto.) (Palmas.)
O SR. PRESIDENTE (Izalci Lucas. Bloco Parlamentar PSDB/PSL/PSDB - DF) - Em nome desses artistas fenomenais e daqueles que se propõem a escrever essa história, eu agradeço a todos pela presença e pela força.
Já convido também para fazer uso da palavra o Sr. Daniel Sabino Vaz, Prefeito de Cristalina, Goiás.
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O SR. DANIEL SABINO VAZ (Para discursar.) - Bom dia a todos os presentes.
Quero iniciar cumprimentando aqui a Mesa na pessoa do nosso Senador Izalci Lucas, que propôs hoje esta sessão solene para que a gente possa fazer uma lembrança da música caipira, ressaltar, fazer agradecimentos, homenagens.
Então, eu quero, Senador, parabenizá-lo e dizer da importância que é a música, a cultura no nosso País, muitas das vezes esquecida, muita das vezes com falta de investimentos, com falta de apoio. Mas com esse evento que o senhor faz aqui hoje tenho certeza de que está levando às autoridades o conhecimento, o debate, a informação de que a nossa música, a nossa cultura é importante.
Também quero cumprimentar os nossos cantores Zé Mulato e Cassiano, os quais a gente sempre está acompanhando. Já tivemos a oportunidade de recebê-los na nossa querida Cristalina. Zé Mulato e Cassiano são um ícone da música caipira. Parabéns por vocês estarem à frente desse trabalho, parabéns por vocês estarem levando há tanto tempo a viola, o trabalho que vocês exercem através da música - é muito importante para nós.
Quero cumprimentar o Vigão, que faz um trabalho magnífico de divulgação da música, principalmente da música caipira. Cristalina sempre foi muito bem recebida no seu programa, Vigão. Quero aqui, em nome da nossa orquestra de violeiros, agradecê-lo pelo espaço que sempre nos deu no seu programa. Que você continue abrindo as portas para a viola, para os cantores de menor expressão para que possam sempre divulgar isso. Parabéns, Vigão!
Sra. Elizabete, Sr. Luiz Faria, Sr. Volmi Batista, cumprimento a todos.
Quero ressaltar a alegria de nós estarmos aqui hoje recebendo essa homenagem e, em nome da nossa Orquestra de Violeiros de Cristalina, quero mais uma vez agradecer ao Senador Izalci e a toda a equipe do seu gabinete, que nos homenageia, que nos prestigia para a gente estar aqui hoje participando deste belíssimo evento.
Aos violeiros que tocaram o Hino, parabéns! Foi uma belíssima apresentação.
Ao colega que se apresentou aqui com a viola, que fez um retrato, na apresentação, da história da viola, parabéns a vocês!
Como Prefeito, como administrador do Município, tenho tentado apoiar, tenho tentado incentivar a cultura, a viola no nosso Município. Está aqui a orquestra hoje, ela vai se apresentar. Nós lá em Cristalina temos muito orgulho da orquestra. São pessoas trabalhadoras que se apresentam semanalmente na cidade. Hoje, eles são convidados por toda a região para fazer apresentações. E nós estamos os apoiando naquilo que é possível, com equipamentos, com convênio, tentando divulgar e apoiar a música caipira.
Então, Senador Izalci, estamos muito felizes de estar aqui hoje.
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Cristalina agradece, a orquestra agradece...
(Soa a campainha.)
O SR. DANIEL SABINO VAZ - ... por esta belíssima homenagem.
Parabéns! (Palmas.)
O SR. PRESIDENTE (Izalci Lucas. Bloco Parlamentar PSDB/PSL/PSDB - DF) - Quero registrar aqui a presença também do Subsecretário de Fomento e Incentivo Cultural da Secretaria de Estado de Cultura e Economia Criativa do Governo do Distrito Federal, João Roberto de Oliveira Moro; do Secretário de Comunicação e Turismo de Cristalina, Sr. Eliézer Bispo; anunciar também a presença aqui do meu amigo Sr. Pedro Paulo, o Pepa, Subsecretário de Cultura, representando aqui a Secretaria de Cultura do Distrito Federal; e agradecer a Casa do Cantador de Ceilândia, DF, pelo apoio aos alunos do curso de viola.
Convido também para fazer uso da palavra a nossa querida professora de viola caipira Elisabete Silva.
A SRA. ELISABETE SILVA (Para discursar.) - Bom dia a todos.
É uma honra estar aqui nesta Casa hoje. Eu, como mulher, representando as violeiras de Brasília e do Brasil hoje, não me esqueço de Inezita Barroso, que abriu caminho para todas nós, violeiras. Eu quero parabenizar também as minhas alunas do núcleo de Planaltina, que estão aqui com a viola, para prestar homenagem aos 90 anos da Música Caipira. Agradeço a presença de Zé Mulato e Cassiano. Quero também falar do Volmi Batista, que é o nosso curador do projeto de ensino da viola nas escolas, que tem dado oportunidade de a gente levar a viola para os alunos do DF.
Um abraço para todos. (Palmas.)
O SR. PRESIDENTE (Izalci Lucas. Bloco Parlamentar PSDB/PSL/PSDB - DF) - Concedo a palavra também ao Sr. Arley da Cruz.
O SR. ARLEY DA CRUZ (Para discursar.) - Bom dia a todos.
Gostaria, primeiramente, de cumprimentar o Senador Izalci Lucas Ferreira, Senador do Distrito Federal, que propôs esta sessão especial para comemorar o Dia da Música Caipira, a música de viola. Certamente é um momento especial para todos vocês que são violeiros. Apesar de não o ser, como jornalista, fiz um artigo no ano passado e fui convidado para poder falar um pouco sobre esse assunto aqui. Fico muito feliz com este momento.
A viola faz aquele som que só com um acorde, às vezes, já nos faz até mesmo chorar. É um choro de saudade mesmo, é um choro que é uma saudável saudade. Quem não possui a sua música favorita? Sendo brasileiro, bem provavelmente você tem no seu repertório pessoal uma moda de viola bem sentida, uma moda bem doída - Sementinha, Menino da Porteira, Franguinho na Panela, Chico Mineiro, Saudade de Minha Terra, Rei do Gado e tantas outras modas de viola -, canções que, de tão simples em suas melodias, nos remetem a tempos imemoriais, às vezes tempos que nem mesmo vivemos, mas que sentimos profundamente.
São Paulo e Minas Gerais carregam um traço inigualável de ter a música tocada com a viola caipira. Também o Estado de Goiás carrega essa essência. Nesses Estados, a vida no campo se fazia com a viola, com a música aos fins dos dias para que pudéssemos, então, ter aquele momento de alegria.
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Violeiros se tornaram grandes artistas de renome nacional por conta de sua viola. Aqui podemos falar de Mazzaropi, Zé Côco do Riachão, Elpídio dos Santos, Renato Andrade, este sendo um dos mais destacados violeiros do Brasil que difundiu esse estilo. O estilo de viola de Renato Andrade influenciou muitos violeiros no passado e hoje também, no presente. A Myriam Taubkin, com seu documentário "Violeiros do Brasil", apresentou, para quem ainda não conhecia, a riqueza do mundo da viola, lá com Adel Marco Verde, Braz da Viola, Ivan Vilela - o Paçoca -, Paulo Freire, Chico Lobo, Pereira da Viola, Roberto Corrêa, aqui do Distrito Federal, Tavinho Moura, Marcus Biancardini, um virtuoso da viola do Estado de Goiás. Inezita Barroso foi e ainda é mulher símbolo da música brasileira. Com o seu programa Viola, Minha Viola, ela levou aos corações do Brasil inteiro a beleza do som da viola caipira. Nunca podemos também nos esquecer de Helena Meirelles, que mereceu internacionalmente destaque como instrumentista. As moças da viola nunca mais se aquietaram. Nós temos em nosso meio a oportunidade de ouvir ainda as Galvão, Adriana Farias, Juliana Andrade, Cláudia Morais, Carol Carneiro, Bruna Viola, Gabi Viola, aqui do Distrito Federal, e um sem-fim de violeiras de talento, competência e de merecido respeito.
Certamente nós não podemos nos esquecer jamais daqueles que sempre nos ajudaram com a viola, a conhecê-la cada vez mais de perto, esses que fizeram da viola a sua essência, a sua raiz e que certamente nos ajudam a ter cada vez mais respeito por ela.
Almir Sater trouxe, lá de Mato Grosso do Sul, a sua oportunidade de ter, do Pantanal e também das terras indígenas, letras comoventes. As suas poesias servem de reflexão. Quando a gente fala de Tocando em Frente, Um Violeiro Toca, Terra de Sonhos, na primeira fase como compositor com Paulo Simões.
Agora nós temos oportunidade de ouvir AR, de Almir e Renato, e +AR, com a viola na sua essência, discos premiados internacionalmente e que merecem respeito e ser reconhecidos, certamente música de qualidade com a eterna viola caipira na base daqueles discos.
Isso sem que falar de talentos, de artistas, que já tocaram muita viola caipira, que você já ouviu: Liu & Léu, Vieira & Vieirinha, Pardinho, Cacique & Pajé, Pena Branca & Xavantinho, Carreiro & Carreirinho, Belmonte e Amaraí, Paraíso, Rolando Boldrin, André & Andrade, de Goiás, Sérgio Reis, Chitãozinho & Xororó, mais para cá, João Paulo e Daniel. E temos a oportunidade, vejam só, de ter, ao nosso lado aqui, neste momento, Zé Mulato e Cassiano. Já pensaram que oportunidade que temos? Certamente isso é mesmo inesquecível!
Esses grandes nomes da música tocaram a viola pertinho do peito, e a viola precisa ser tocada perto do coração. Nunca nos esquecemos também de destacar os que fizeram letras memoráveis, como Raul Torres, Gerson Coutinho da Silva - o Goiá -, mineiro de Coromandel, que compôs uma das músicas mais bonitas da música de viola: Saudade da Minha Terra, que todos nós amamos muito, e também seu amigo do Bazar do Waldomiro. Sabe aquele pagode em Brasília? Bazar do Waldomiro, que ficava aqui na W3. Ele é conhecido como Bariani Ortêncio, certamente um homem de respeito, um folclorista que merece também a nossa homenagem.
Quem nunca ouviu ou não quer ouvir de novo o seu pai ou a sua mãe, um tio, um primo, um irmão, um amigo cantar novamente aquela moda de viola, aquele modão caipira, que só de lembrar nos dá aquela saudade forte dentro da gente.
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Hoje temos tantos estilos diferentes de música, que nos faz ficar felizes, mas eu tenho certeza de que lá no seu pendrive ou no seu smartphone, no DVD, no CD, ou na sua rádio favorita, você certamente tem aquela música que você sempre se lembra da viola.
Finalizando, o mais importante é... Podem cantar comigo? Vamos ensaiar: "Tudo é sertão, tudo é paixão, se um violeiro toca". Então, vamos cantar juntos só esse trechinho?
"Tudo é sertão, tudo é paixão, se o violeiro toca. A viola, o violeiro e o amor se tocam."
Muito obrigado. (Palmas.)
O SR. PRESIDENTE (Izalci Lucas. Bloco Parlamentar PSDB/PSL/PSDB - DF) - Concedo a palavra ao Sr. Luiz Faria, da dupla Luiz Faria e Silva Neto, representante da Associação Nacional dos Violeiros e Violeiras do Brasil. (Pausa.)
O SR. LUIZ FARIA (Para discursar.) - Bom dia a todos, senhores e senhoras, jovens presentes. Obrigado pela presença.
Eu escrevi aqui algumas palavras. Vou ser breve. Prometo não cansar ninguém, porque eu para orador sou um excelente servente de pedreiro. Então, eu escrevo para poder falar melhor com vocês. Esqueci meus óculos para perto, esses óculos são para longe, então, vou tirar e vou tentar ler aqui o que eu escrevi para vocês nesta sessão especial.
Os nossos agradecimentos a S. Exa. Davi Alcolumbre, Presidente do Congresso Nacional, e ao Senador Izalci Lucas pela oportunidade a nós oferecida.
Ao comemorarmos os 90 anos da música caipira é obrigatório a todos nós enaltecer a figura de Cornélio Pires, o patrono desta maravilhosa música. Voltemos um pouco no tempo, estamos em 1910. Cornélio Pires lança seu primeiro livro Musa Caipira. Nesse mesmo ano se apresenta no palco do Colégio Mackenzie, em São Paulo capital, juntamente com uma dupla de violeiros e exibição de danças, mutirão e outros motivos folclóricos. Foi a primeira apresentação de Cornélio e de caipiras em palcos brasileiros, segundo Joffre Martins Veiga e Alceu Maynard Araújo.
Chegamos a 1929, depois da publicação de mais doze livros e dois filmes, Cornélio Pires lança, em disco, a primeira gravação caipira, em maio desse mesmo ano. Em outubro grava a primeira moda de viola, ritmo principal da musicalidade caipira, intitulada Jorginho do Sertão, de sua autoria, com interpretação da dupla Mariano e Caçula. Estava iniciada a fase profissional da música caipira com a gravação entre outros ritmos de no mínimo mais de 17 modas de viola.
No ano de 1929 a outubro de 1930, a produção discográfica de Cornélio Pires chegou a 108 discos. Hoje, infelizmente, nem todos encontráveis. Daquela época aos dias atuais, porém nos cumpre acusar o ininterrupto preconceito criminoso contra o caipira, tornado regra acadêmica pelos integrantes da ignorância ilustrada de todos os tempos. O Brasil deve um pedido de desculpa aos caipiras.
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Esse execrável preconceito levou Cornélio Pires a escrever - aspas: "Da cidade ou do sítio, o caipira é sempre prejudicado pelo seu excesso de modéstia. É que, em nossa terra, cheia de magníficas inteligências, parece que toda a gente é obrigada a ter talento. Daí o pouco caso a que são votados homens que brilhariam em outras terras" - fechando aspas. Cornélio Pires abriu as portas para o surgimento de grandes intérpretes, talentos que foram se sucedendo ao longo dos anos.
Do preconceito geral, disse Voltaire - aspas: "Os preconceitos, meu amigo, são os reis do vulgo" - fecho aspas. Einstein vai mais além quando diz ser mais fácil quebrar um átomo do que um preconceito.
Com o Dia Nacional da Música e da Viola Caipira, reempregamos o adjetivo original "caipira" e deixamos por empréstimo aos que não têm nenhum compromisso cultural o sinônimo "sertanejo", bem ao gosto da exploração comercial da atualidade.
Talento e mediocridade sempre se opõem em todos os tempos da humanidade, mas a história dos verdadeiros historiadores é a que prevalecerá sobre a falsa história de vantagens pessoais geralmente escrita por caipirólogos de última hora, sem o conhecimento de causa, com o que levam muita gente ao engano, ao modismo e à mentira, respaldados e patrocinados pelos interesses monetários próprios e dos que os divulgam.
O Dia Nacional da Música e da Viola Caipira é também reconhecimento e homenagem aos grandes intérpretes, infelizmente, quase todos saudosos, mas imortalizados em suas obras que formam uma das maiores discografias mundiais.
A criação do Dia Nacional da Música e da Viola Caipira, ao ser comemorado em todos os dias 13 de julho, data de nascimento de Cornélio Pires, é uma justa homenagem ao imenso folclorista brasileiro, bem como uma justiça a todos os artistas, seus seguidores. Lembremos que esses valorosos artistas enfrentaram enormes dificuldades, alguns por mais de meio século de trabalho, com apresentações em circos pelo interior brasileiro, percorrendo grandes distâncias por estradas de chão, poeirentas quando sol, barrentas quando chuva. Seu legado musical e cultural já está gravado na história para conhecimento e admiração das futuras gerações.
Encerramos bradando: viva a cultura caipira! Viva a música caipira! Viva a viola caipira! E viva o Brasil!
Pela atenção de todos, muito obrigado. (Palmas.)
O SR. PRESIDENTE (Izalci Lucas. Bloco Parlamentar PSDB/PSL/PSDB - DF) - Antes de passar a palavra aos próximos oradores, convido a todos para acompanharmos a apresentação da Orquestra de Violeiros de Cristalina, Goiás, composta pelos seguintes integrantes: Waldomiro Pereira dos Santos, Mauro de Sousa, Agostinho de Araújo Pereira Sobrinho, Algredo Lopes da Silva, Nival Luiz Ferreira, Wilson Ribeiro de Carvalho, Geraldo José Pires, Valdir Vieira da Silva, Leonardo Carlos de Sousa e Josemar Pereira da Silva. A música é Coração da Pátria.
(Procede-se à execução musical.) (Palmas.)
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O SR. PRESIDENTE (Izalci Lucas. Bloco Parlamentar PSDB/PSL/PSDB - DF) - Quero registrar aqui a presença, já convidando-o para fazer uso da palavra, do nosso querido amigo, Senador do Mato Grosso, Wellington Fagundes.
O SR. WELLINGTON FAGUNDES (Bloco Parlamentar Vanguarda/PL - MT. Para discursar.) - Bom dia a todos, a todo o nosso Brasil.
Eu cumprimento aqui o nosso Presidente, o Senador Izalci Lucas, o proponente desta nossa sessão.
Eu quero cumprimentar também o companheiro Vigão. Já estive com ele várias vezes, como Deputado Federal, na Casa, comendo churrasco e ouvindo também as modas de viola, não é, Vigão? Parabéns a você, que sempre incentivou a cultura de raiz.
Eu quero cumprimentar também o Prefeito do Município de Cristalina, aqui tão perto, Daniel Sabino Vaz; ainda o fundador do Clube do Violeiro Caipira e apresentador do programa Violas e Violeiros na Rádio Cultura FM de Brasília, o Sr. Volmi Batista da Silva; também o Sr. Luiz Faria, representando a Associação Nacional dos Violeiros e Violeiras do Brasil; a professora de viola caipira Sra. Elisabete Silva; e também o Sr. José das Dores Fernandes, o Zé Mulato, com seu irmão, companheiro Sr. João Monteiro da Costa Neto, o Cassiano, que são mineiros que eu quero aqui reverenciar, porque, em todas as festas na cidade de Poxoréu, todos os anos, Senador Izalci, eles lá estão.
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O meu pai saiu da Bahia e foi para Poxoréu a pé. Poxoréu é a cidade mãe de muitas cidades ali, como Rondonópolis, a minha cidade natal, e é uma cidade que tem muita tradição, uma cultura muito rica. E eu vou falar aqui um pouco a respeito disso dentro do meu pronunciamento.
Sras. Senadoras, Srs. Senadores, todos que nos assistem e os que estão aqui neste Plenário repleto, eu gostaria de, ao dar um bom dia a todo o povo brasileiro e, em especial, ao deixar os meus cumprimentos aos mato-grossenses que nos acompanham pela TV e Rádio Senado, pelas agências de notícias e redes sociais da Casa, me congratular muito com o Senador Izalci Lucas, que também já foi meu companheiro de Câmara dos Deputados, pelo requerimento desta sessão especial para comemorar o Dia Nacional da Música e da Viola Caipira, que traz a importância de se conservarem a memória e a cultura brasileiras, a sua riqueza e também sua grande diversidade.
Albert Camus, escritor, filósofo, romancista, dramaturgo, jornalista e ensaísta franco-argelino, acentua em um de seus fantásticos ensaios a seguinte afirmação: "Sem a cultura, e a liberdade relativa que ela pressupõe, a sociedade, por mais perfeita que seja, não passa de uma selva. É por isso que toda a criação autêntica é um dom para o futuro". É com essa premissa que venho a esta especial homenagem.
A memória é dinâmica. A ela, porém, se conectam as três dimensões temporais: ao ser evocada no presente, remete ao passado, mas sempre tendo em vista o futuro. Conservar a memória e a cultura brasileiras, sua riqueza e diversidade, é um conjunto de atitudes que todos nós temos que tomar como responsabilidade. E aqui estamos para mais um passo nessa direção. A cultura caipira está na nossa formação e é parte fundamental da nossa história - com ela, os ritmos e representações, as tradicionais modas de viola.
E, quando falamos em modas de viola, alvo desta ilustre homenagem, que busca fortalecer a perpetuação de um movimento cultural, não posso deixar de falar de dois ritmos muito peculiares e autenticamente conservados em meu Estado de Mato Grosso. Trata-se do cururu e do siriri, que se alinham à catira ou cateretê, como dito em outras regiões, folias de reis, danças de São Gonçalo, congadas e calangos, entre tantos outros.
Junto ao cururu e o siriri, existe um instrumento tipicamente mato-grossense que é utilizado nas tradicionais festas, tanto na capital como nas regiões ribeirinhas e pantaneiras: a viola de cocho, confeccionada artesanalmente, a partir de um tronco de madeira inteiriça. Pronta, ela produz uma ressonância que varia entre maior ou menor, de acordo com a música a ser tocada - depende da espessura das paredes do tampo.
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Mato Grosso, um dos Estados de maior profundidade do movimento de entradas e bandeiras, que deu origem a esse grande movimento cultural, na verdade, respira a nossa cultura. A cidade de Poxoréu, no sudeste do Estado, outrora uma das maiores regiões de exploração de diamantes, abriga há 17 anos o Encontro Nacional de Violeiros. Esse evento, Sr. Presidente, é considerado um dos maiores festivais da viola caipira do Brasil. Para tanto, na cidade, foi erguido o que se chama o Templo da Viola, uma das construções mais simples, porém mais belas que eu conheço. É um templo da viola construído por um arquiteto belga, em que ele fez questão de mostrar o que é a simplicidade ao se construir um templo. Para lá, todos os anos, milhares de pessoas vão.
Quero aqui também aproveitar esta sessão especial para cumprimentar os bravos homens, mulheres e crianças que eternizam a cultura e enraízam essas manifestações como referencial fundamental na formação de um povo.
Um cumprimento muito especial aos integrantes do grupo cuiabano Flor Ribeirinha, que, em 2017, foi o vencedor do Festival Internacional de Arte e Cultura realizado em Istambul, na Turquia, com o espetáculo "Mato Grosso Dançando o Brasil", em que faz uma passagem pelas danças típicas do nosso País.
Não posso também deixar de falar e homenagear a nossa querida TV Senado, que, através dos programas Estúdio A e Espaço Cultural, reverencia a música popular brasileira, com ênfase nas nossas tradições musicais; e também a Rádio Senado, que nos brinda semanalmente com o programa Brasil Regional, produzido e apresentado por Deraldo Goulart, que nos leva a descobrir os sons do Brasil todas as terças-feiras.
Finalizando, Sr. Presidente Izalci, quero anunciar que me associo à aprovação do projeto de lei que institui o dia 13 de julho como o Dia Nacional da Música e da Viola Caipira, que está em tramitação na Comissão de Educação, Cultura e Esporte. Cumprimento o Deputado João Daniel, de Sergipe, pelo projeto, que já recebeu parecer favorável do Relator, o Senador Luiz do Carmo, que é de Goiás. Ele está pronto para a pauta no nosso Colegiado. Referendo, dessa forma, a homenagem a Cornélio Pires, jornalista, escritor, folclorista e importante etnógrafo da cultura e do dialeto caipiras, que foi organizador e divulgador da música caipira ao adaptá-la ao formato fonográfico e registrar os cantos que ouvia dos artistas populares caipiras e que empresta a data do seu nascimento para que possamos anualmente comemorar com entusiasmo essa importante data.
Sr. Presidente, encerrando, poderíamos citar tantos artistas, tantas pessoas que fizeram belas canções, que, às vezes, não são nem conhecidas, são anônimas. Então, acho que é importante também citar aqui os anônimos, aqueles que, às vezes, com vozes tão lindas e com sapiência de saber tocar os instrumentos, não têm a oportunidade do sucesso, mas que também estão lá no interior, nas pequenas comunidades, promovendo a nossa cultura.
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Um país, para ser digno, tem que realmente reverenciar a cultura e, principalmente, homenagear todos aqueles que fazem com que a vida seja um pouco mais serena, mesmo com todas as crises que aqui vivemos, não é, Senador Izalci?
Com certeza, esta sessão é uma oportunidade que a gente tem também para valorizar as pessoas do campo. O Brasil é um país de característica rural. Nós nos orgulhamos de ser o maior exportador das commodities agrícolas e minerais, mas nós precisamos, sem dúvida nenhuma, reverenciar a todos aqueles que fazem com que este Brasil não seja um país de crises maiores, principalmente um país integrado, com a mesma língua, onde não temos guerra. E, com certeza, as músicas caipiras fazem com que muitos que gostariam de estar na marginalidade ou promovendo guerra estejam promovendo, acima de tudo, a felicidade.
Parabéns a todos vocês cantores, compositores, artistas, que ajudam tanto este Brasil, que precisa, cada dia mais, de espírito conciliador para que possamos vencer as nossas crises. Parabéns a vocês! Felicidades!
Que Deus nos abençoe a todos! (Palmas.)
O SR. PRESIDENTE (Izalci Lucas. Bloco Parlamentar PSDB/PSL/PSDB - DF) - Convido também, para fazer uso da palavra, Volmi Batista da Silva, que é o nosso violeiro, produtor cultural, fundador do Clube do Violeiro Caipira e também apresentador do programa Violas e Violeiros da Rádio Cultura FM de Brasília.
O SR. VOLMI BATISTA DA SILVA (Para discursar.) - Bom dia a todos e todas, violeiros e violeiras aqui presentes.
Eu quero começar dizendo que para nós representantes dessa classe artística e cultural do Brasil estar aqui nesta Casa é uma realização, porque, infelizmente, nesses 90 anos de história, ainda não havia tido a oportunidade. Quero agradecer ao Presidente desta Casa e, principalmente, ao Senador Izalci Lucas, que, na sua primeira gestão aqui no Senado, já sai à frente na defesa da nossa cultura popular, de maneira geral. Sabemos que, na semana passada, ele recebeu aqui os quadrilheiros juninos também. Então, é uma demonstração de que nós vamos poder ter esse apoio aqui no Senado, no Congresso Nacional, de maneira geral, porque a cultura popular brasileira está precisando. Frente a um sistema hoje muito complicado, que é a questão mercadológica da cultura, esse gesto é muito importante, porque nós não podemos, como representantes da cultura popular brasileira e, principalmente, da música caipira, ser colocados em competição com os produtos comerciais hoje massificados pela grande mídia. Então, os Senadores e todas as autoridades precisam abrir o olho para salvar, realmente - eu acho que se trata, principalmente, de uma questão de salvaguarda mesmo -, o nosso patrimônio cultural e imaterial.
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O Luiz Faria é um estudioso e um conhecedor dessa matéria, ele já falou aqui da história. Eu quero falar rapidamente um pouco da realidade, hoje.
Com a gente propondo o rótulo "Música Caipira, 90 anos - Rumo aos 100", a gente espera que, nos próximos dez anos, com ajuda aqui do Senado, agora, principalmente com a figura do Senador Izalci, que tem quatro ou oito anos - quem dera oito anos ou mais aqui no Senado -, possam continuar nos dando esse apoio, porque nós queremos chegar, daqui a dez anos, a 2029 com um maior reconhecimento, com um reconhecimento amplo dessa nossa cultura, da cultura caipira, embandeirada pela nossa viola, esse instrumento, como já foi dito aqui em várias falas, fabuloso. Esse instrumento é genuinamente brasileiro, porque, sobre aquela história de que veio de Portugal, eu acho que já passou essa história. Eu acho que hoje nós temos, como o Senador de Mato Grosso falou também, uma viola caipira genuinamente brasileira - aliás, uma não, mas várias, inclusive a viola de cocho, um instrumento fabuloso também no Mato Grosso.
Aqui, no Distrito Federal, em meados dos anos 90, eu e mais alguns parceiros - quero citar aqui o Aparício Ribeiro, não sei se ele está aqui - percebemos, após constatar...
(Soa a campainha.)
O SR. VOLMI BATISTA DA SILVA - ... que Zé Mulato e Cassiano estavam há mais de dez anos sem gravar, a necessidade de criar uma referência que foi o Clube do Violeiro Caipira. Hoje, nós estamos aqui presentes com esses meninos e meninas que abraçaram a causa de estudar e aprender a viola caipira.
E eu quero ressaltar aqui, em nome das mulheres violeiras, a presença de Gabi Viola que está ali, uma menina de 14 anos. (Palmas.)
A Gabi abraçou a viola desde criança e hoje é uma das nossas representantes da viola feminina.
Em nome dos violeiros, eu quero ressaltar a presença do Claudinho da Viola, o Cláudio da Viola, que está lançando seu primeiro disco. Ele é o primeiro violeiro deficiente visual a lançar um CD de viola instrumental. (Palmas.)
Inclusive, o CD do Claudinho da Viola, Viola em Serenata, está aqui.
Quero dizer que nós realizaremos, dando continuidade à programação de comemoração dos 90 anos da música caipira e do Dia Nacional da Música Caipira, nesta semana, de sexta a domingo, dias 19, 20 e 21, o 19º Encontro de Violeiros e Violeiras do Distrito Federal, um encontro nacional que vai ser realizado lá em Planaltina.
Inclusive, quero registrar e agradecer a presença aqui do nosso Pedro Paulo, o Pepa, Subsecretário de Cultura. (Palmas.)
Ele é um caipira também que está abraçando essa causa lá em Planaltina.
Esse vai ser, sem dúvida, um dos maiores encontros de violeiros de toda a história. Quero agradecer ao Governo do Distrito Federal pelo apoio, principalmente à Secretaria de Cultura.
Era isso. O meu tempo já acabou.
Contamos com a presença de todos vocês nesta semana da música da viola caipira no Distrito Federal, principalmente em Planaltina, sexta, sábado e domingo.
Obrigado a todos e a todas.
Bom dia. (Palmas.)
O SR. PRESIDENTE (Izalci Lucas. Bloco Parlamentar PSDB/PSL/PSDB - DF) - Concedo a palavra, agora, ao Sr. João Monteiro da Costa Neto, o Cassiano.
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O SR. JOÃO MONTEIRO DA COSTA NETO (Para discursar.) - Bom, se tem um trem para que eu nunca prestei é ficar falando. Disseram para mim que, quando eu consegui falar algum trem, eu tinha seis anos de idade. Então, eu não sou um bom falador, mas já falaram tanta coisa boa e importante para a música caipira...
Eu já vi alguns livros, algumas pessoas falando sobre a música caipira. O Luiz citou aqui Cornélio Pires, que é como se fosse o Papa do trem, ele é o cara mais responsável pela música caipira e pela divulgação dela. O trabalho que ele fez é da maior importância.
Da minha parte, eu agradeço muito a oportunidade de estar falando isso aqui. E quero dar parabéns para nós mesmos - nós, que eu falo, somos nós todos caipiras - pelo Dia da Viola e da Música Caipira.
Eu estou aqui, como vocês todos que gostam de viola, torcendo para o trem dar certo, porque nós sempre sonhamos que aquele Brasil... Cada um sonha com o Brasil dele, pessoal, e nós sonhamos com um Brasil que dê mais valor à cultura, não só à música caipira, à cultura em geral. Hoje, a música caipira é a parte que nos toca mais, mas eu sempre digo uma coisa, sempre bato numa tecla, sempre que eu posso falar: a cultura é a coisa mais importante que um país ou uma pessoa tem. Um sujeito que não tem cultura, que não conhece a história do seu país, desculturado, é cidadão de lugar nenhum.
Eu sou mineiro do pé rachado, brasileiro, caipira, sei o que sou e o que quero. Então, eu tenho identidade. Tem gente que não sabe de que lado está. Eu sei qual é o lado, e o nosso lado é a música caipira.
Eu agradeço, e vou parar com o falatório, porque tem um trem que faz "nhé" aqui, não tem? Mas é porque esse cara é falador, o cara não para de falar, e o negócio faz assim, não é? Mas o Senador é quem cutuca o trem lá. Sabe? (Risos.)
Então, gente, obrigado pela presença de vocês. Quero homenagear todo mundo que mexe com música neste País e no mundo, o pessoal que gosta de música caipira, os cantadores, os escutadores, os defensores, de Cornélio Pires para cá, tantas pessoas importantes na história da música caipira.
Então, eu fico bravo quando alguém fala que vai escrever um livro sobre a música caipira e esquece de gente importante como ele e outras pessoas. De lá, veio Inezita, vieram tantos que eu não vou citar, porque são tantos! Então, todos estão de parabéns, de lá para cá. E, como diria o Aparício, que eu acho que não está aqui, viva o Brasil! (Palmas.)
Obrigado, gente!
O SR. PRESIDENTE (Izalci Lucas. Bloco Parlamentar PSDB/PSL/PSDB - DF) - Convido também para fazer uso da palavra o José das Dores Fernandes, o Zé Mulato.
O SR. JOSÉ DAS DORES FERNANDES (Para discursar.) - Bom, minha gente, eu fico feliz. Quero cumprimentar todos, autoridades desta Casa, Presidente, Senador Izalci, que está dando esta demão, como dizem lá na minha terra, e todos vocês, cantadores, como disse o Cassiano, os ouvintes, que são os mais importantes também.
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Eu falo em nome da dupla e em meu nome, José das Dores Fernandes. Aliás, eu vou avisar para vocês não esquecerem: "Dores" é culpa da parteira. O povo diz assim: "Mas que cara com nome esquisito!" Não, isso é culpa da parteira. Eu fui reclamar para a minha avó, e ela disse: "Não, isso é culpa da parteira". Fui lá para xingar a parteira, mas ela já tinha morrido, e larguei para lá. (Risos.)
Então, gente, eu estou feliz por estar aqui. A minha base de sentimento é um alicerce pesado. A gente continua cantando música caipira, principalmente moda de viola, porque essa é uma música que a gente respeita, gosta e que, modéstia à parte, eu faço com uma pequena desenvoltura. Mas podemos contribuir.
Eu devo dizer que, hoje, este assunto principal - viola, música caipira -, aqui no topo do Brasil, no Congresso, no Senado, é uma vitória moral para nós acima de qualquer pensamento que tivemos até hoje, porque temos sido empurrados para lá, varridos igual a uma coisa que não... Eu nunca adotei nem admito modismo. Modismo, para mim, é uma pequena demonstração de falta de caráter, para começar. Você tem que ser o que é, o que gosta e o que respeita, se possível.
No nosso caso, a música brasileira é muito forte em qualquer dos seus segmentos. Agora, a moda caipira, a música caipira, é uma raiz profunda, um alicerce. Em tudo que se faz neste mundo, há uma dosezinha de Sertão pelo meio. Até no samba mais tradicional, você vê um toquinho aqui e acolá de coisa do Sertão.
A gente pegou essa empreitada - eu e meu irmão, Cassiano - porque viu um perigo, uns anos atrás, de extinção de uma música que conta a nossa história com mais veracidade do que os livros. A história do Brasil está muito mais arraigada na questão da poesia, caipira ou não, do que, às vezes, no livro. E nós começamos a ver o perigo de isso ser deixado para lá, jogado para lá, porque, hoje em dia... O Cassiano costuma dizer que nós não somos de hoje em dia. Hoje em dia é para quem não sabe parar em lugar nenhum e tem que estar mudando. Por exemplo, nós ficamos diferentes só por ter continuado fazendo o que fazíamos. Mudaram tanto, que Zé Mulato e Cassiano ficaram diferentes agora.
Então, eu agradeço esta oportunidade de estarmos aqui falando de viola, de música caipira, dos 90 anos de uma música totalmente muito forte, porque ela já foi combatida, varrida de toda maneira que puderam tentar. É tão forte que nem com muita força conseguiram arranhar. Os que não sentem nem veem isso na nossa cultura, na nossa história e na beleza que isso tem é porque, infelizmente, não estão em condição ainda de receber uma coisa dessas. Então, a gente tem que compreender e continuar fazendo a nossa parte.
Cumprimento cada um de vocês que está ligado na música, todos, do mais novinho até o mais velho, porque nós estamos defendendo uma coisa em que acreditamos.
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Hoje, nós aqui, no Senado, estamos falando sobre música caipira. Isso, para mim, é uma vitória moral, como eu disse, das maiores, porque houve época em Brasília que eu e o Cassiano entrávamos num ônibus com a violinha - porque ninguém pensava em ter um carro, mas nunca - e o caboclo levantava de perto da gente, porque podia até pegar em alguém esse negócio de ser violeiro. Brasília era uma elite fictícia, porque caipira - Deus me livre, você está doido. Então, começando essa luta nossa que vem até hoje.
Hoje eu estou feliz, agradecido por ver todos vocês aqui e o Brasil sabendo disso. Antigamente contar história da música caipira era quase que uma tradição de boca em boca, que levava anos para ser conhecida. Então, nós estamos felizes com essa força grande que surgiu hoje e essa oportunidade de que o Brasil todo esteja sabendo da gente, sabendo que a nossa questão é muito mais brasileira do qualquer segmento musical. Se achar que eu estou errado, pode anotar.
Vou ver se eu lembro aqui um versinho para vocês não falarem que eu não passei por aqui. Reflexões, uma coisa eu disse assim:
Sem ter que ostentar grandeza, eu vou indo muito bem.
Eu não tenho regalias,
mas eu posso viver sem.
Minha vidinha pacata
agradeço ao Criador,
que a minha simplicidade
de verdadeiro teor
aos poucos vou lapidando
e devagar conquistando
a minha paz interior.
A pouca experiência
que eu pude adquirir,
coloca luz no caminho
pelo qual devo seguir,
palpando as pedras na estrada
para amenizar tropeções,
Embora a vida de luta
me deixa alguns arranhões,
são marcas da minha história,
troféu de poucas vitórias
para me lembrar as lições.
Não me orgulho de nada,
mas sou muito agradecido.
Cantando eu agradeço,
pelo o que eu tenho vivido.
Eu não alcancei fortuna
Deus do céu seja louvado
por me livrar dessa prova
que a tantos tem derrotado.
Envolvido no dinheiro,
eu vejo o tempo inteiro
rico pagando pecado.
Não pretendo ser profundo,
nem formar opiniões.
O que escrevo são somente
íntimas reflexões,
mas dentro dos meus limites
tenho sido um pensador.
Caipira na cidade,
forjado no interior.
Eu sou um elo de ligação
da cidade ao sertão;
da cultura, um pregador.
Muito obrigado! (Palmas.)
O SR. WELLINGTON FAGUNDES (Bloco Parlamentar Vanguarda/PL - MT. Pela ordem.) - Sr. Presidente Izalci, antes ainda do José das Dores terminar sua fala, eu gostaria de registrar que essa dupla, Zé Mulato e Cassiano estive em todos os festivais de Poxoréu. Nos 17 anos, eles sempre lá estiveram. Então, é mais uma homenagem e um agradecimento, em nome de todo o Mato Grosso, por essa dupla tão querida do meu Estado.
O SR. PRESIDENTE (Izalci Lucas. Bloco Parlamentar PSDB/PSL/PSDB - DF) - Eu convido agora também, para fazer uso da palavra e, ao mesmo tempo, quero também prestar homenagem pelo trabalho, pelo apoio que sempre deu à música caipira, o nosso querido Deputado, foi Deputado comigo, Deputado Distrital, depois Deputado Federal, Wigberto Tartuce.
Vou te entregar aqui, Vigão. Passe por aqui. (Palmas.)
Com a palavra o Wigberto Tartuce.
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O SR. WIGBERTO TARTUCE (Para discursar.) - Muito obrigado. Na verdade não estava previsto, eu não gostaria de falar, não foi acertado, mas eu fiquei emocionado de hoje, neste Plenário aqui, ver V. Exa. resgatar um dos valores culturais de maior importância do País. Esses rapazes que aí estão, Zé Mulato e Cassiano, representam, sem sombra de dúvida, o conceito histórico da nossa música sertaneja e verdadeira.
Como proprietário de uma emissora de rádio, no ano de 1997, eu tive a coragem e a ousadia de colocar na programação principal da rádio a inserção da música sertaneja. Naquela ocasião, foi uma atitude que não teve o apoio da totalidade das pessoas. Embora a música sertaneja estivesse difundida em muitos lugares da história brasileira, o preconceito insistia em tornar isso como uma coisa de não muito valor cultural, mas aos poucos nós fomos inserindo essas músicas, e hoje o preconceito praticamente, Presidente, já não existe mais. É por essa razão que estou usando a palavra, para parabenizá-lo pela excelência desta reunião que aqui está, porque V. Exa. hoje está resgatando esses valores que às vezes não se sobressaem em função da história da música sertaneja.
Quero agradecer a fala também do nosso Volmi Batista e do nosso Prefeito de Cristalina que tem lá, patrocinada por ele, uma orquestra extraordinária que, vez por outra, está lá nos estúdios da Rádio Atividade fazendo as apresentações, e eu tenho muito prazer em ter esse pessoal lá.
Quero dizer ao Senador Izalci que eu não me lembro de ter feito aqui nesta Casa, Senador, esta homenagem que o senhor teve a oportunidade de fazer. Meus parabéns! Meus parabéns e o meu carinho pela consideração. (Palmas.)
Acho que já estamos um pouco cansados. Eu ouvi aquela orquestra há pouco tempo e me lembrei de uma dupla... Eu assisti o casamento deles quando eu tinha ainda doze para quatorze anos de idade, quando essa música, que foi interpretada aí, lá de Goiás, do Silveira e Barrinha, que foram autores e compositores dessa música, se não me engano.
Eu queria, ao par disso, Senador Izalci, encerrar aqui as minhas palavras, mas reafirmar o carinho que o senhor está tendo com esse pessoal da música sertaneja. Verdadeiramente o Zé Mulato e Cassiano eles são representantes da história do segmento da música sertaneja, principalmente a música de raiz.
Eu quero fechar com um versinho de uma música, cujo compositor eu não me lembro quem é.
(Soa a campainha.)
O SR. WIGBERTO TARTUCE - Também não me lembro nem quem interpreta ainda essa música, mas ela diz o seguinte:
Tomara que seja verdade
que exista mesmo disco voador,
que seja um povo inteligente
para trazer para a gente a paz e o amor.
Se for para bem da humanidade
que felicidade essa intervenção
Aqui na Terra, só se pensa em guerra
Matar o vizinho é a nossa intenção.
Muito obrigado! (Palmas.)
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O SR. PRESIDENTE (Izalci Lucas. Bloco Parlamentar PSDB/PSL/PSDB - DF) - Convido aqui o Wigberto Tartuce, Vigão, para receber também sua homenagem, em função do apoio que sempre deu à música caipira, à viola caipira.
(Procede-se à entrega do Diploma ao Sr. Wigberto Tartuce.)
O SR. WIGBERTO TARTUCE - Obrigado, Senador.
O SR. PRESIDENTE (Izalci Lucas. Bloco Parlamentar PSDB/PSL/PSDB - DF) - Quero registrar ainda a presença aqui do presidente da Fundação Rio Parnaíba, Sr. Victor de Aguiar Filho, membro da Roda de Viola de Brasília; o líder da Orquestra de Violeiros de Cristalina, Sr. Waldomiro Pereira dos Santos, o Neguinho, e músicos da orquestra; os professores do Núcleo de Ensinamento da Viola do Caub I, Sr. Pedro Paulo Marques de Oliveira Martins, e alunos.
E eu vou convidar agora todos os violeiros presentes para cantarem juntos a música Pagode em Brasília.
O SR. VOLMI BATISTA DA SILVA (Para discursar.) - Todos vocês que vieram e trouxeram suas violas, aí do clube, o pessoal que acompanha nosso trabalho, do Clube do Violeiro, vamos fazer uma homenagem a Brasília, fazer uma homenagem ao Senado, tocando aqui o Pagode em Brasília. Vamos fazer uma apresentação bonita aqui na frente. Os alunos também podem vir. (Pausa.)
Os alunos do Núcleo de Ensinamento da Viola, um projeto apoiado pelo Governo de Brasília, o Governo do Distrito Federal, do Caub; também os alunos da escola Nossa Senhora de Fátima, lá de Planaltina, que estudam a viola através do núcleo lá, inclusive o Prof. Nilvan, que está aí presente, coordenador daquela escola; o pessoal da Ceilândia, os alunos do Núcleo de Ensinamento da Ceilândia, que ocupam a Casa do Cantador, e também os alunos da Candangolândia, que ocupam lá o Clube do Violeiro, lá no curso do Núcleo de Ensinamento da Viola. (Pausa.)
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(Procede-se à apresentação artística.) (Palmas.)
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O SR. PRESIDENTE (Izalci Lucas. Bloco Parlamentar PSDB/PSL/PSDB - DF) - A vontade é ficar aqui, Cassiano e Zé Mulato, a tarde toda.
Eu quero dizer da minha alegria de presidir esta sessão.
Aproveito a presença do nosso querido Senador Wellington para, juntos, aqui, assumirmos o compromisso de conversar com o nosso Presidente Davi Alcolumbre para que ele coloque na pauta imediatamente a votação do projeto, estabelecendo a data do dia 13 como o Dia da Viola Caipira.
Então, agradeço muito a presença de cada um de vocês e declaro encerrada a esta sessão solene.
Muito obrigado. (Palmas.)
(Levanta-se a sessão às 12 horas.)