1ª SESSÃO LEGISLATIVA ORDINÁRIA
56ª LEGISLATURA
Em 9 de setembro de 2019
(segunda-feira)
Às 10 horas
158ª SESSÃO
(Sessão Especial)

Oradores
Horário

Texto com revisão

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A SRA. PRESIDENTE (Leila Barros. Bloco Parlamentar Senado Independente/PSB - DF) - Bom dia a todos e a todas!
É um prazer estar nesta manhã aqui com todos vocês.
Declaro aberta a sessão.
Sob a proteção de Deus, iniciamos os nossos trabalhos.
A presente sessão especial é destinada a homenagear o Rotary International, nos termos do Requerimento nº 512, de 2019, da Senadora Leila, esta Senadora que vos fala, e de outros Senadores.
Convido para compor a Mesa o Sr. Presidente do Rotary International Mark Daniel Maloney. (Palmas.)
O Sr. Diretor do Rotary International, Mário César Martins de Camargo. (Palmas.)
A Sra. Curadora representante da Fundação Rotária, Brenda Cressey. (Palmas.)
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O Sr. Curador da Fundação Rotária, Hipólito Sérgio Ferreira. (Palmas.)
O Sr. Governador do Distrito 4530 do Rotary International, Alberto Sousa Brito. (Palmas.)
Convido a todos para, em posição de respeito, acompanharmos o Hino Nacional do Brasil.
(Procede-se à execução do Hino Nacional. )
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A SRA. PRESIDENTE (Leila Barros. Bloco Parlamentar Senado Independente/PSB - DF) - Inicio as minhas palavras, assim como os trabalhos desta sessão, saudando toda a família rotária que honra o Senado da República com sua presença, na pessoa do Presidente do Rotary International, Mark Maloney e de sua esposa, Gay.
Esta sessão, singela em sua forma, mas extremamente elevada em significação, tem como escopo prestar merecida homenagem ao Rotary International, instituição centenária que tem impactado positivamente a vida de milhares de pessoas ao redor do mundo.
Criada em fevereiro de 1905, em Chicago, nos Estados Unidos, e hoje presente em mais de 200 países e área geográfica, abriga mais de 1,2 milhão de associados, representantes de suas profissões e negócios, todos voluntários.
O Brasil é abençoado pela presença do Rotary e Brasília, sua capital e sua gente reconhecem a grandeza de espírito de seus colaboradores que se doam a cada dia para arrancar sorrisos, levar um abraço, dar a mão a quem precisa, com um alto investimento de calor humano.
É público e notório que o Estado, sozinho, não consegue dar resposta a todas as questões e atender às necessidades da população, em sua totalidade. Daí a importância das instituições, organizações da sociedade civil que prestam relevantes e imprescindíveis trabalhos de responsabilidade social.
Aqui no Distrito Federal, nossa casa, por onde ando e conheço bem, a atuação do Rotary Club e seus familiares é visível em vários cantos da cidade, pelos serviços humanitários que prestam e ações que realizam.
Em um dia, temos os rotarianos empenhados em realizar a caminhada da paz, na cidade do Gama; no outro, eu os vejo atuando na periferia de Taguatinga, equipando escolas, maternidades e criando bancos de leite, assim como doando materiais esportivos para projetos sociais. Eu os vejo no Setor de Indústria de Brasília fazendo exames de vista e doando óculos a operários, em Formosa, no Estado de Goiás, doando livros, cadeiras de rodas e fazendo horta comunitária com recursos da Fundação Rotária. Eu os vejo, em Brasília, subsidiando estudantes carentes, proporcionando bolsas de estudo e, em parceria com a Universidade Católica, ensinando aos iletrados a prática da leitura. Eu os vejo também em diversas cidades do distrito federal distribuindo cadeiras de rodas e andadores, proporcionando mobilidade a quem não tem. Eu os vejo, ainda, trabalhando em projetos que visam à valorização e à proteção da mulher, que são algumas das minhas prioridades de mandato nesta Casa.
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Finalmente, vejo-os buscando prevenir o envolvimento dos jovens com as drogas e a violência urbana, levando-os a terem contato com outras culturas, por meio dos programas de intercâmbio de jovens, e a entenderem e, mais que isso, a desenvolverem a compreensão para com a diversidade, oferecendo-lhes visão mais ampla sobre a vida e sobre a real possibilidade de um mundo de paz.
Citei, aqui, apenas alguns exemplos do trabalho realizado pelo Rotary, mas tenho conhecimento dos extraordinários projetos de âmbito mundial, seja focando a preservação ambiental, com o Programa Preserve o Planeta Terra, assunto da maior atualidade, mas suscitado pelo Rotary desde os anos 80, sejam projetos tangenciando a área de saúde, como o Programa Pólio PIus, arquitetado há mais de 30 anos e que tem o propósito de pôr fim à poliomielite no mundo.
No momento em que nossa cidade sedia o 42º Instituto Rotary do Brasil, realizado anualmente em diferentes cidades brasileiras, damos a vocês os melhores votos de boas-vindas e, mais uma vez, reconhecemos, esta Casa, o País, a importância do Rotary International, pela grandeza de seus propósitos e pela nobreza com que transforma a história de tantas vidas ao redor do mundo, até mesmo pelo lema que adota - "dar de si antes de pensar em si" -, o que se coaduna com o altruísmo que tanto valorizamos.
Vida longa e profícua ao Rotary International! (Palmas.)
Eu gostaria de citar algumas autoridades que estão no plenário.
Embaixador do Grão-Ducado de Luxemburgo, Senhor Carlo Krieger.
Seja bem vindo, senhor!
Embaixador Real da Tailândia, Sr. Surasak Suparat.
Presidente do Rotary Club de Brasília Cruzeiro, o Sr. Brigadeiro José Roberto Durans Amorim.
Sejam bem-vindos!
Diretor do Rotary Internacional, Sr. José Antônio Figueiredo Antiório;
Seja bem-vindo!
Diretor do Rotary lnternational no período de 1995 a 1997, Sr. José Alfredo Pretoni.
Seja bem-vindo!
Presidente do Rotary Club de Montes Claros Leste, Sra. Ana Beatriz Lucas de Paula.
Presidente do Rotary Club de Caçapava, Sra. Arleyde Maria Baptista da Silva.
Presidente do Rotary Club de Santos Oeste, Senhor Graciliano Pinheiro Neto.
Presidente do Rotary Club de Manaus, Sr. João Augusto Vasconcelos Soares.
Presidente da União Nacional dos Conselhos Municipais de Educação, Sr. Manoel Humberto Gonzaga Lima.
Diretor-Presidente da Casa da Esperança de Santo André, Sr. Paulo Antônio.
Nesta presente sessão serão exibidos três vídeos institucionais em determinados momentos.
Agora assistiremos o primeiro deles, para passar a palavra para o primeiro orador.
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(Procede-se à exibição de vídeo.)
A SRA. PRESIDENTE (Leila Barros. Bloco Parlamentar Senado Independente/PSB - DF) - Aproveito para cumprimentar os alunos do curso de Direito da faculdade Unisul, de Santa Catarina, que estão visitando a nossa Casa, o Senado Federal. Sejam bem-vindos! (Palmas.)
Bom, concedo a palavra ao Sr. Mário César Martins de Camargo, Diretor do Rotary International.
O SR. MÁRIO CESAR MARTINS DE CAMARGO (Para discursar.) - Senadora Leila Barros; meu Presidente, Mark Daniel Maloney; Brenda Cressey, minha amiga e curadora da Fundação Rotária; meu amigo e também curador Hipólito Ferreira; e nosso anfitrião, Alberto Sousa Brito, que governa o Distrito 4530 durante este ano rotário e que me ajuda a enfrentar os desafios de fazer o Rotary crescer, eu começo invocando dois estadistas que se caracterizam pela profundidade e pela ousadia das suas ideias.
O primeiro chamava-se Juscelino Kubitschek, fundador desta cidade, um visionário mineiro que, 60 anos atrás, enfrentou o desafio de mudar uma capital de um país continental. Juscelino tinha um ditado que o caracterizava e que expressava a sua personalidade: "Costumo voltar atrás, sim. Não tenho compromisso com o erro".
O outro estadista, que foi o fundador da nossa organização, chamado Paul Harris, fez a seguinte declaração, entre tantas: "A amizade foi a pedra fundamental sobre a qual se fundou o Rotary, e a tolerância, o elemento que assegurou sua coesão. Em cada clube, há suficiente energia atômica para que o exploda em mil pedaços, mas o espírito de tolerância impede tal tragédia". Esse espírito de tolerância pregado por Paul Harris deveria governar todas as nossas instituições - instituições religiosas, instituições sociais, instituições políticas, instituições governamentais -, porque no fundo Paul Harris estava focado naquilo que é comum a todas elas, o ser humano.
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Nós, no Brasil, somos aqui um pequeno microcosmo do que é o Rotary Brasileiro. Nós somos 2.382 Clubes de 31 de Agosto, com 53 mil rotarianos, 740 Clubes de Rotaract - aliás, a Faculdade de Direito de Santa Catarina poderia ser a casa de um novo Rotaract - e 8 mil rotaractianos no Brasil todo, ou seja, somos mais de 60 mil voluntários unidos pela filosofia da paz, da amizade e da tolerância.
Nós somos uma instituição com valores. Nós temos uma prova que nos guia, que é a prova quádrupla, que se expressa em princípios cristãos de verdade, de justiça, de benefício para todos, de criação de boa vontade e melhor amizade. Portanto, os nossos princípios são sólidos e afinados com o melhor que o ser humano pode propiciar.
Mas nós não somos só discurso. Como o próprio vídeo mostrou, o Rotary une líderes que entram em ação para mudar a vida das comunidades, dos países e do mundo. Nós não falamos só palavras bonitas e intenções positivas; nós agimos.
Eu vou dar aqui alguns exemplos das nossas ações concretas. Algumas iniciativas do Rotary são no nível do clube, porque o elemento que pertence ao Rotary é o clube, que se filia ao Rotary International. Eles têm ampla liberdade de encetar qualquer programa que lhes pareça atender aos interesses das suas localidades, das suas comunidades.
Isso faz com que talvez a nossa identidade seja um pouco difusa, porque, à exceção da poliomielite, Senadora, não há nenhum programa que é imposto de cima para baixo. O único programa corporativo do Rotary é a erradicação da pólio, porque é um compromisso assumido com as crianças do mundo. Mas de resto, cada clube tem a autonomia para definir o seu próprio projeto.
Por exemplo, na minha cidade, Santo André, nós estamos fechando uma parceria da Casa da Esperança, cujo presidente aqui se encontra, com a prefeitura do Prefeito Paulo Serra para a formação, para a assunção dos exames diagnósticos, ou seja, temos uma parceria firmada com o Poder Público sustentada na credibilidade do Rotary em fazer uma gestão correta, em fazer uma gestão transparente e escorreita.
O Rotary Club de Curitiba Alto da Glória faz algo de que esta Casa deveria se orgulhar. Em conjunto, em convênio com o Tribunal Regional Eleitoral do Paraná, faz o chamado jogo da eleição, em que crianças e jovens são instruídos a examinar o comportamento dos candidatos durante o processo eleitoral. É uma lição de civismo, é uma lição de conscientização desde a tenra idade, para formarmos cidadãos melhores para um País melhor.
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A nossa parceria também compreende o Ministério da Saúde, cujo Ministro, Luiz Henrique Mandetta, nos dirigiu a palavra, sexta-feira passada, aqui em Brasília. Nós estamos com uma parceria com o Ministério da Saúde para identificar e mobilizar cidades que tenham índice de cobertura inferior a 50% de vacinação. Nós sabemos que a vacinação hoje é uma prática em desuso em função da falta suposta de ocorrências nas recentes gerações e do descuido, até certo ponto, do nosso relaxamento com relação à progressão de doenças. Nós estamos pagando o preço por isso, porque as doenças estão voltando.
Então, nós, como faróis da sociedade, da comunidade, fizemos uma parceria com o Ministério da Saúde para auxiliá-los na mobilização dos nossos 53 mil voluntários, no chão de fábrica, em mais de 700 cidades no Brasil, para alertarmos da necessidade da vacinação das crianças, porque é a única forma de precavermos a reocorrência de doenças.
E há outros projetos, maiores, menores, que refletem as necessidades das suas comunidades. Por exemplo, o Rotaract Club, uma iniciativa de jovens entre 18 e 30 anos, empreendeu um programa de três anos chamado Setembro Amarelo, para prevenção do suicídio. Amanhã, dia 10 de setembro, é o Dia de Prevenção do Suicídio, por isso estou mencionando isso agora. Esse clube ganhou um prêmio mundial do Rotary International, porque, na cidade de Itápolis, com 40 mil habitantes, em três anos, eles instruíram 25 mil habitantes da cidade com relação aos indícios e ao combate ao suicídio. E aí vai.
Nós temos a despoluição do lago da cidade de Campo Grande, empreendida pelo Rotary local. Nós temos o Rotary Club de Marília lutando contra a hepatite C e o Rotary Club da vizinha Anápolis, ontem visitada pelo Presidente Mark Maloney, com o plantio de 10,5 mil mudas para reflorestar, rejuvenescer e refrescar a cidade. O Rotary Club de Dom Pedrito, lá no Rio Grande do Sul, na fronteira, promove anualmente um festival de arrecadação para as suas comunidades e para os seus projetos sociais.
Falando em projeto social, não há como esquecer a Fundação Rotária, aqui representada pelos dois curadores. Eu saí da curadoria agora, em 30 de junho, então é uma paixão muito próxima que eu tenho que mencionar. A Fundação Rotária no Brasil arrecadou, no ano passado, US$4 milhões, que, acrescidos de US$4 milhões dos nossos parceiros internacionais, são empatados pela Fundação Rotária, ou seja, os valores são quadruplicados. Ao arrecadarmos US$4 milhões, revertemos e investimos na comunidade US$16 milhões. É um excelente investimento. Não há investimento igual em benevolência no mundo.
A nossa fundação, desde 2004, arrecadou mais de US$65 milhões, o que, seguindo o mesmo raciocínio de quadruplicar o valor, significa um impacto de US$260 milhões nas nossas comunidades em projetos.
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Eu vou citar só três aqui, que são os três maiores: a Santa Casa de Montes Claros precisava desesperadamente de um equipamento novo de ressonância magnética. Todos nós brasileiros conhecemos a situação de dificuldade que atravessam as Santas Casas no Brasil. Através de um projeto de US$270 mil da Fundação Rotária, eles conseguiram esse equipamento, que melhorou o diagnóstico e a vida dos habitantes da cidade.
Em Macapá, 4720, a Fundação investiu US$232 mil num único projeto destinado a algo fundamental, que é a melhoria da qualidade do ensino público. Algo tão vital para este País.
E, na Bahia, com o projeto da Irmã Dulce, famosa, a Fundação Rotária fez um projeto e apoiou, numa parceria com a Irmã Dulce, um projeto de US$196 mil na renovação de seus equipamentos.
Então, nós não somos somente boa intenção. Nós somos muita ação e resultado, e nós mantemos constantemente os resultados sob o nosso radar.
Senadora, eu fico muito feliz de ter a sessão presidida por uma Senadora que eleva o nome da mulher na política. Eu auguro que a sua atuação aqui seja tão eficaz e cortante como foi, quando você foi a estrela da Seleção Brasileira de Voleibol. (Palmas.)
Para terminar, eu quero contar uma história do Rotary Club da Índia, que é o Rotary Club de Chandigarh, do ex-Presidente Rajendra Saboo, que tem um projeto de transplante de coração para crianças que nascem com problemas cardíacos congênitos. O Presidente, apesar de não ser médico - ele é um empresário extremamente bem-sucedido -, vai a algumas operações e as acompanha. Há um caso narrado de um garoto paquistanês. O detalhe e a ironia do paquistanês é que a Índia está em constante conflito com o Paquistão. Este garoto paquistanês sofreu um problema cardíaco e foi operado e lhe foi colocado um coração de um indiano. Ele perguntou: "Será que eu sou paquistanês ou indiano de agora em diante?" Não interessa, indiano, paquistanês, brasileiro, argentino, português, todos temos o mesmo coração. (Palmas.)
Esse é o coração do Rotary, sem distinção de raça, de credo, de religião, de cor, de sexo. Nós somos gente de ação e nós somos gente de coração.
Muito obrigado pela oportunidade. (Palmas.)
A SRA. PRESIDENTE (Leila Barros. Bloco Parlamentar Senado Independente/PSB - DF) - É este tipo de trabalho que faz a gente chegar nesta Casa com esperança. Nós não podemos desistir nem do País e nem do mundo. Nós estamos precisando mais de tolerância. Como o senhor falou, paz, amizade e tolerância.
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Acho que é bem emblemática essa colocação do senhor, porque o mundo está precisando muito disso, em especial o nosso País. Vivemos um momento, uma fase de tanta polarização, de tanta intolerância, da vida banalizada que, quando a gente vê essas inciativas, essas instituições fortes, centenárias dando a sua contribuição, promovendo, estando ali nessa frente, porque a área social do País, a sociedade, está doente e precisa de pessoas como nós aqui, como o senhor falou.
Eu venho todos os dias para o Senado Federal e eu encaro isso como uma missão, Sr. Mark, porque eu sou uma mulher realizada. Eu nasci atleta. Não existe ex-advogado, nem ex-médico. Eu não sou ex-atleta. Eu continuo e trago para esta Casa os valores que eu aprendi como atleta. Eu só acredito no coletivo. Eu não acredito numa força individual. (Palmas.)
Obrigada.
Eu só acredito que, se nós nos unirmos, de fato, de coração, para tentar ajudar a juventude, os jovens... É um mês muito emblemático pela questão da prevenção ao suicídio. E a gente sabe que é um problema de saúde pública no nosso País, jovens se mutilando, crianças se mutilando, se matando sem sentido. Precisamos realmente ter um olhar mais atento para os nossos idosos, que também estão sendo abandonados pelas famílias.
E eu vim para esta Casa para isso. Eu vim para cuidar de gente, porque eu acredito que a gente tem de cuidar principalmente do nosso futuro e daqueles que já deram a sua contribuição. (Palmas.)
Nós precisamos cuidar, de fato, dessas pessoas.
Então, é isso.
Sou realizada e, hoje, vivo a minha missão. E sou grata muito ao povo do Distrito Federal por ter me dado esta missão. Venho todos os dias aqui com sangue nos olhos, com aquela faca nos dentes, para poder fazer de fato a diferença.
Então, nós vamos agora para o segundo vídeo.
Pessoal, pode passar o segundo vídeo.
Grata pelas palavras, Sr. Mário.
(Procede-se à exibição de vídeo.)
A SRA. PRESIDENTE (Leila Barros. Bloco Parlamentar Senado Independente/PSB - DF) - Concedo a palavra ao Sr. Mark Daniel Maloney, Presidente do Rotary International.
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O SR. MARK DANIEL MALONEY (Para discursar. Tradução simultânea.) - Bom dia a V. Exa., Senadora Leila Barros, a V. Exas. Embaixadores de Luxemburgo e Tailândia, colegas rotarianos, membros da família Rotary, um bom dia.
É um grande prazer estar aqui com vocês em nome do Rotary International. Meu nome é Mark Maloney, Presidente do Rotary International. Eu gostaria de agradecer à Senadora Leila Barros por propor esta sessão. É minha honra falar em nome dessa organização sobre o nosso longo relacionamento com o Brasil.
O Rotary fundou o seu primeiro clube em 1923. Na verdade, nós recebemos um pedido de associação do Brasil dois anos antes, mas nós recusamos porque muitos membros eram americanos que moravam no Brasil. Nós queríamos ter certeza de que quando o Rotary chegasse ao Brasil, os brasileiros tomariam a frente e nos ajudariam a crescer. E já faz 96 anos que os brasileiros estão fazendo isso. Os brasileiros se tornaram chave para a nossa organização.
Nós tivemos três presidentes internacionais que são brasileiros: Armando de Arruda Pereira, de São Paulo, que foi presidente entre 1940 e 1941; Ernesto Imbassahy de Mello, que foi presidente entre 1975 e 1976, e o Paulo Costa, de Santos, que foi presidente durante os anos de 1990 e 1991.
Atualmente, no Brasil, ele é representado no Conselho Diretor Internacional pelo Mário César e, no Conselho de Curadores da Fundação Rotária, por Hipólito Ferreira, de Belo Horizonte.
Hoje, existem cerca de 53 mil rotarianos no Brasil, e o Brasil é a casa dos jovens mais apaixonados e centrados em serviços rotarianos. (Pausa.)
Nós temos 8 mil rotarianos no Brasil. Esses rotarianos e rotaractianos realizaram projetos valiosos no Brasil todos os dias. Nós temos centenas de projetos bem sucedidos aqui no Brasil e aqui nós temos dois que foram especialmente importantes. Os rotarianos ajudaram a criar uma clínica itinerante para cirurgia.
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Em 1999, vários rotarianos se reuniram para comemorar o 70º aniversário do Rotary Club. E foi criada ali uma parceria para a criação de uma unidade para realizar cirurgias de vista em lugares remotos de Pernambuco. Foi patrocinada pela Fundação Rotária em 2002 e 2003, totalizando aproximadamente US$0,5 milhão na época. O projeto realizou 33.800 cirurgias desde que começou a operar, em 2003. Considerando cada cirurgia, que tem um custo de US$165, o impacto na comunidade excedeu US$5,6 milhões em serviços, sem falar na importância social e na importância pessoal para cidadãos de zonas rurais, que agora tiveram a sua visão melhorada, que tiveram a sua vida mudada com isso.
Um outro serviço de longo prazo está funcionando aqui desde 1953. Nesse ano tivemos estudos do Dr. Adams Fischer, nos Estados Unidos, que revelaram métodos para recuperar crianças afetadas pela poliomielite. Os rotarianos de Santo André decidiram criar um centro para as crianças com deficiência, com base nessa pesquisa. A Casa da Esperança foi fundada em 1954. De janeiro a julho daquele ano, o centro realizou mais de 126 mil procedimentos, dos quais 22,5 mil foram oferecidos gratuitamente à comunidade. Isso significa que mais de 170 mil pessoas receberão tratamento no ano de 2019, com receitas anuais de US$6,2 milhões. O centro conta com equipamentos médicos de última geração, como tomografia, ressonância magnética, ultrassom digital e eletroencefalograma. O centro é administrado por uma equipe profissional, e seu conselho de curadores é formado inteiramente por rotarianos da cidade.
É justo que esse centro tenha começado como um centro de tratamento da pólio, já que o Rotary se dedica à erradicação da pólio. O Rotary assume uma posição central na luta global pelo fim da pólio desde o lançamento da nossa campanha de arrecadação de fundos Pólio Plus em 1985. A campanha culminou na Convenção do Rotary International de 1988, na Filadélfia, nos Estados Unidos, onde comemoramos a superação de nossa meta de arrecadação de 120 milhões para a erradicação da pólio. Na verdade nossa campanha plurianual levantou quase US$247 milhões.
Mais tarde naquele ano, graças ao sucesso de arrecadação de fundos e à capacidade comprovada de mobilização de uma legião de voluntários, o Rotary foi o catalisador da adoção da resolução para erradicar a pólio pela Assembleia Mundial da Saúde. Naquela época, nós tínhamos 350 mil casos de pólio todo ano e 125 países que nunca tinham parado a transmissão do vírus da pólio.
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Nos últimos 32 anos, nós tivemos conquistas e desafios tentando de erradicar a pólio. E, agora, nós estamos nos aproximando de um mundo livre da pólio. Hoje, a gente tem apenas três países endêmicos: Afeganistão. Nigéria e Paquistão. Durante o ano de 2018, houve apenas 33 casos de pólio.
O nosso esforço para acabar com a pólio é como correr uma maratona. Neste momento - na maratona, a etapa final é a mais difícil -, a linha de chegada está tão próxima que nós quase conseguimos vê-la, mas os casos de pólio no Afeganistão e no Paquistão aumentaram nos últimos dois anos.
A pólio afeta a humanidade desde 1600 a.C. O vírus não diminui com facilidade sem que haja uma luta. Por isso, é tão importante que o Brasil mantenha o compromisso com a erradicação da pólio.
Nossa parceria foi fundada em 2013, quando o Ministério da Saúde firmou um compromisso de parceria com o Rotary. Como resultado desse acordo, o Rotary foi convidado a se tornar um membro do Comitê Nacional de Erradicação da Pólio. Nos anos seguintes, nós participamos regularmente de reuniões sobre a pólio em Brasília.
O Brasil tem sido um participante importante e ativo na conquista de compromissos globais para a erradicação da pólio entre as nações mais poderosas do mundo. Com sua ajuda, as nações do G20 se comprometeram, após as reuniões de Berlim, em 2018, e de Osaka, em 2019, com o esforço para concluirmos o nosso trabalho para erradicar essa doença.
Embora a pólio tenha sido erradicada aqui no Brasil, é indispensável que as taxas de vacinação permaneçam acima de 95% para prevenir uma recorrência do vírus. O Rotary ajudou a patrocinar a campanha nacional de vacinação contra a pólio e o sarampo, em 2018, e houve uma mobilização incrível em todas as regiões do Brasil. Houve uma intensa participação, e a ajuda do Brasil foi essencial para divulgar o evento e ganhar o compromisso das autoridades locais de saúde.
Todas essas são ótimas notícias. E, para completar, o Brasil é o número um no mundo em registros de eventos para um Dia Mundial de Combate à Pólio desde 2016. Os rotarianos, no Brasil, estão totalmente empenhados com a campanha Elimine a Pólio Agora. Nós esperamos dar continuidade a essa parceria formal com o Ministério da Saúde, para aproveitar essa energia e para continuar o nosso avanço.
Muito obrigado pela continuidade dessa parceria nessa questão fundamental de saúde. Nós esperamos ansiosamente pela continuidade dessa parceria com a grande nação do Brasil e esperamos celebrar, muito em breve, um mundo finalmente livre da pólio.
Neste ano, o lema da equipe do Rotary Intenational é "O Rotary Conecta o Mundo". Assim, esta oportunidade de o Rotary ocupar esta Câmara e compartilhar isso com vocês, estando aqui o Presidente, os nossos colegas de Portugal, os nossos amigos diplomatas de Luxemburgo, da Tailândia, é uma nova representação de como o Rotary conecta o mundo.
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Nós lhe agradecemos esta oportunidade e lhe agradecemos o seu suporte. (Palmas.) (Falha na gravação.)
(Procede-se à entrega de presente protocolar à Senadora Leila Barros.)
O SR. MARK DANIEL MALONEY - É uma lembrança deste evento. O Diretor Mário e eu oferecemos isso a você e nós lhe agradecemos o seu suporte.
Muito obrigado.
A SRA. PRESIDENTE (Leila Barros. Bloco Parlamentar Senado Independente/PSB - DF) - Muito obrigada.
Este vai lá para a galeria ali do gabinete. Lindo! Lindo!
Eu só gostaria de registrar a presença da Governadora do Distrito Federal no ano de 2006, a Sra. Maria de Lourdes Abadia. Seja bem-vinda, Abadia. (Palmas.)
Registro também a presença do Presidente do Rotary Club do Rio de Janeiro Ipanema, Arllyn Mello, e da Presidente do Rotary Club de João Pessoa Manaíra, a Sra. Rejane Maria de Araújo.
Sejam bem-vindos. (Palmas.)
Vamos assistir agora ao terceiro vídeo e aí nós vamos para as considerações finais.
Que manhã agradável ao lado de vocês! Nossa!
Thank you, Mr. Maloney.
Por favor, o terceiro vídeo, pessoal.
(Procede-se à exibição de vídeo.)
A SRA. PRESIDENTE (Leila Barros. Bloco Parlamentar Senado Independente/PSB - DF) - Bom, esta sessão está sendo curta, mas ela está sendo muito simbólica para esta Casa, para o Senado Federal.
Quero agradecer a presença de todos vocês, em especial ao Mr. Maloney.
Grata.
Quero dizer que essa organização tem aqui o apoio desta Casa, vocês podem contar não só - eu sei que existem Senadores rotarianos aqui dentro - com eles, mas com esta Casa. Esta Casa - vocês podem ter certeza - é a extensão dessa parceria em nível de Governo Federal, em nível dos Poderes. Vocês podem sempre contar não só com a minha pessoa, na minha função como Senadora, mas com esta Casa.
Saindo desta sessão, eu saio mais aliviada, porque eu sei que existem pessoas, homens e mulheres, que querem o bem do Planeta, do País, do mundo. E nós precisamos cuidar.
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Então, grata por o Rotary existir e por saber que essas políticas e todo esse trabalho social, humano que vocês estão fazendo, certamente, não impactam só a vida das pessoas, mas é uma lição, é um legado que vocês deixam de que o mundo precisa, realmente, ter pessoas como vocês, que cuidam, que acreditam, que podem dar a sua contribuição. Além de muito amor e de muita amizade, são pessoas de muita ação. Grata ao Rotary. E vida longa ao Rotary!
Declaro cumprida a finalidade da sessão. Agradeço às personalidades que nos honraram com seu comparecimento.
Está encerrada a nossa sessão.
Palmas ao Rotary International!
Grata a esses homens e mulheres. Obrigada. (Palmas.)
(Levanta-se a sessão às 10 horas e 57 minutos.)