1ª SESSÃO LEGISLATIVA ORDINÁRIA
56ª LEGISLATURA
Em 25 de novembro de 2019
(segunda-feira)
Às 10 horas
228ª SESSÃO
(Sessão Especial)

Oradores
Horário

Texto com revisão

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O SR. PRESIDENTE (Eduardo Gomes. Bloco Parlamentar Unidos pelo Brasil/MDB - TO) - Sob a proteção de Deus, iniciamos os nossos trabalhos.
A presente sessão especial é destinada a homenagear o Hospital de Amor, nos termos do Requerimento nº 908, de 2019, do Senador Eduardo Gomes e outros Senadores, dentre eles: Senador Confúcio, Senador Esperidião Amin, Senador Marcio Bittar.
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Convido para compor a Mesa o Sr. Senador Confúcio Moura, do MDB, de Rondônia, tocantinense de nascença da cidade de Dianopólis.
Convido para compor a Mesa o Presidente do Hospital de Amor, o S. Henrique Duarte Prata, que nesta solenidade representará a instituição e todos os seus colaboradores pelo País.
Convido a todos para, em posição de respeito, acompanharmos a execução do Hino Nacional.
(Procede-se à execução do Hino Nacional.)
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O SR. PRESIDENTE (Eduardo Gomes. Bloco Parlamentar Unidos pelo Brasil/MDB - TO) - Neste instante, passamos a Presidência dos trabalhos ao Senador Confúcio Moura para que possamos fazer uso da tribuna e a saudação a todos aqueles que acompanham esta sessão especial destinada a homenagear o Hospital de Amor.
(O Sr. Eduardo Gomes, 2º Secretário, deixa a cadeira da Presidência, que é ocupada pelo Sr. Confúcio Moura.)
O SR. PRESIDENTE (Confúcio Moura. Bloco Parlamentar Unidos pelo Brasil/MDB - RO) - Com a palavra o Exmo. Sr. Senador Eduardo Gomes, para fazer a saudação de homenagem ao Hospital do Amor, com vários pontos dele no Brasil. Não é só mais em Barretos. Ele já está descentralizado, pregando, fazendo um serviço fantástico. Mas quem vai falar com mais detalhe e mais proficiência será o ilustre Senador Eduardo Gomes, do Estado do Tocantins.
Com a palavra V. Exa.
O SR. EDUARDO GOMES (Bloco Parlamentar Unidos pelo Brasil/MDB - TO. Para discursar.) - Bom dia a todos e a todas, Senadores e Senadoras que já chegaram a esta sessão, aos que estão chegando ao gabinete e virão aqui fazer uma saudação ao Hospital de Amor, capitaneadas essas homenagens hoje pelo Dr. Henrique Prata, um brasileiro raro, conhecido pelo seu trabalho devotado ao Hospital de Barretos e que agora, diante de tantos anos de dedicação, de atendimento de maneira aberta, de maneira humana a milhões de brasileiros, tem a responsabilidade de consolidação da rede do Hospital de Amor.
Então, Henrique, estamos aqui hoje presididos neste momento pelo Senador Confúcio Moura, que foi Governador de Rondônia por dois mandatos, Deputado Federal de quem tive a honra de ser colega no Congresso Nacional. E hoje divido a honra aqui com os meus colegas de ter este médico dedicado e esse grande político brasileiro que é o Senador Confúcio.
Eu fiz questão, junto com a nossa assessoria, de marcar este momento, Dr. Henrique, como especial para o brasileiro que tem esperança numa política pública de saúde para o combate ao câncer, o seu tratamento, de marcar esse ponto aqui com alguns colaboradores de V. Sa., com aqueles que desenharam junto com o senhor esse novo modelo de gestão que leva a vários cantos do País o tratamento de câncer, com uma nova dinâmica, sempre respeitando a situação daquele mais humilde, daquele que não tem condições de manter um plano de saúde, daquele que, pela sorte, pela vida, é levado como única referência e a única esperança ter, através do Hospital de Amor, o seu tratamento.
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Anos atrás, isso ocorria com o auxílio das rodovias brasileiras na esperança que os ônibus e os aviões carregavam de gente de todo o País, principalmente do nosso Estado do Tocantins, que recorriam a Barretos para o seu tratamento. Aos poucos, a população brasileira foi reconhecendo o trabalho devotado de sua assessoria e, como um bom gestor que é, os seus colaboradores foram abrindo serviços e alguns lugares estratégicos desse País.
Recentemente, na minha querida cidade de Araguaína, abrindo um novo serviço para reabilitação motora e uma série de outras especialidades, o Hospital de Amor, junto com o Prefeito Ronaldo Dimas, com o auxílio importante da Senadora Kátia Abreu, que colocou recursos para construção de unidade de saúde, esteve lá, inaugurando esse serviço, um serviço que eu sei que complementará muito e com muita eficácia o serviço que será prestado agora de maneira mais direta no Hospital de Amor de Palmas.
A primeira meia hora, Senador Confúcio, desta sessão foi dedicada, através da TV Senado, à exibição dos vídeos institucionais do Hospital de amor, que foram transmitidos para todo o Brasil e para o sistema de comunicação do Senado. Agora, eu queria deixar registrado, no momento em que agradeço muito ao Dr. Henrique, pela agenda que tem, por estar presente hoje aqui, nos Anais desta Casa, na imprensa brasileira, para todos os 81 senadores, porque dificilmente nós teremos uma sessão solene com tantas pessoas, de verdade, entregues à causa, devotadas à causa, tão conectadas. Essa é uma característica do Hospital de Amor.
Vi e fui testemunha, e estou sendo no dia a dia, a partir da minha mãe, a Dona Gilda, que é uma colaboradora permanente com um grupo da Liga de Combate ao Câncer, em Palmas, por meio da qual homenageio a todas e a todos de maneira indiscriminada, porque uma causa que abraça a condição humana e da qual a política fica totalmente fora é essa causa que o senhor coordena.
Então, tenho certeza de que esses milhões - milhares no Tocantins, centenas de milhares - de colaboradores do Hospital de Amor estão hoje ligados nesta sessão, porque, de qualquer maneira - eu tenho certeza que é assim que V. Sa. se sente também -, esta sessão é dedicada a eles: a cada brasileiro, a cada brasileira que se movimenta, o que é uma coisa rara hoje, mesmo aqueles que não têm na família ainda alguém acometido pelo câncer, mas são pessoas que dedicam horas da sua vida do seu trabalho para as campanhas de mobilização... E aqui faço uma homenagem em referência estratégica não pela coincidência, mas pela pessoa que é, ao meu amigo leiloeiro Eduardo Gomes, meu xará, que há anos vem se dedicando à realização do Leilão Solidário em várias cidades do Tocantins, em vários lugares deste País, para ajudar agora o Hospital de Amor.
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Então, eu queria deixar registrado para todos vocês que esta sessão tem uma visão documental. O Senado da República e o Congresso Nacional precisavam deste momento para que outras sessões de homenagem venham e, a cada sessão, uma prestação de contas desses brasileiros que movimentam a esperança de milhares de famílias, primeiramente com o Hospital de Barretos e agora com o Hospital de Amor, que tem as suas unidades principalmente...
Eu queria agradecer, mais uma vez, ao Dr. Henrique Prata, porque, com a excelência de serviço que ele tem, com o trabalho que desenvolveu com a sua equipe e com as necessidades que o País tem, qualquer um que faça uma conta rápida sabe que o Hospital de Amor poderia prestar serviços nos grandes centros, nas grandes áreas metropolitanas, pois, até para o recebimento do serviço, o número seria maior, as condições seriam maiores, as condições de contratação de profissionais seriam melhores. Essa é uma realidade do nosso País, infelizmente, senão nós não precisaríamos de programas de incentivo do Ministério da Saúde para levar os médicos aos rincões mais distantes deste País. E essa é mais uma referência, essa é mais uma homenagem que eu presto ao Dr. Henrique e a sua equipe pelo fato de terem escolhido lugares distantes do País, lugares menos favorecidos, lugares que contam com uma dificuldade maior de acesso. Portanto, o Hospital de Amor - esse é um gesto de amor - leva serviço aonde as grandes redes hospitalares não levam nenhum tipo de serviço pela questão econômica.
Então, esta sessão ficará marcada na história por ser um passo inicial de prestação de contas, de reconhecimento, mas, principalmente... Eu tenho certeza absoluta de que o Presidente Jair Bolsonaro, de que o Ministro da Saúde Luiz Henrique Mandetta, de que toda sua equipe sabem o que é contar com a rede voluntária gigante de amor, que é interpretada por todos esses brasileiros, na sua grande maioria, anônimos, que juntam o seu nome, o seu trabalho, a sua dedicação, o seu bom-dia, a sua boa-tarde... São pessoas que visitam o Estado e que nunca saíram de casa para pedir um voto para fazer qualquer tipo de campanha.
Eu tenho visto no Tocantins, onde a gente tem uma obra importantíssima sendo erguida em Palmas, pessoas que são vistas com muita raridade em eventos públicos, até por timidez ou por decisão de vida ou pela forma como tocam as suas vidas, liderando uma corrente solidária para arrecadar recursos e construir um serviço, que... Eu repito: esse serviço que o Hospital de Amor espalha pelo País não é um serviço feito para aqueles que já estão em São Paulo, que já estão em Barretos há muitos anos, que já têm a sua excelência de serviço e já têm o seu trabalho. São serviços colocados para aqueles que, quando precisam mobilizar uma família em dificuldade, quando precisam mudar sua residência, transformar a realidade de uma família inteira, têm um conforto de ter um brasileiro que representa milhares de brasileiros que estão pensando numa vida melhor, num momento tão difícil por que as famílias passam.
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Portanto, essa nossa homenagem é uma homenagem, Dr. Henrique, de trabalho. Eu sei que o senhor é um homem trabalhador, discreto e que tem uma missão na vida há 58 anos. Ressalto aqui também a nossa origem sergipana, sei que o senhor tem parentes em Sergipe, eu sou sergipano de nascença, e sei que essa devoção ao voluntariado já é uma coisa de família que o senhor tem, de seus antepassados, os seus entes queridos.
Quando nós propusemos aqui essa homenagem, havia sempre a preocupação: "Ah, vamos levar os diretores e tudo", mas ele é tão focado no trabalho, que cada diretor, cada assessor, cada voluntário de destaque nos seus Estados, neste momento estão cumprindo agenda de responsabilidade do Hospital de Amor, e dando uma espiadela na televisão, porque sabem também que vão ver esta sessão não só na TV Senado, no Portal do Senado, mas também no programa de televisão que tem, já há algum tempo, o Dr. Henrique na Rede Vida, abordando as dificuldades da família brasileira e apresentando as suas soluções.
Portanto, é uma manhã muito feliz para todos nós aqui, que conseguimos parar um momento na agenda dele e deixar esse registro que talvez chegue, Dr. Henrique, aonde o senhor não pode chegar, aonde o senhor não consegue ainda chegar pelo tempo que o senhor dispõe; mas esta sessão, os 30 minutos, que eu quero destacar e agradecer à TV Senado, os 30 minutos de programação que foram transmitidos na Rede Senado para todo o Brasil são de muita importância para a divulgação do trabalho importante que o Hospital de Amor faz no País.
Portanto, fica aqui o meu agradecimento, a minha satisfação, a esperança que o Presidente Jair Bolsonaro, que a Primeira-Dama Michelle Bolsonaro, que vêm realizando um trabalho destacado a favor daqueles que mais necessitam, que eles possam também ampliar o seu campo de apoio ao trabalho que o Hospital de Amor realiza em todo o País. Portanto, fica aqui a minha gratidão.
Vamos daqui a pouco também ter a palavra do Confúcio e a palavra do Dr. Henrique nesta sessão que é muito singela; mas podem ter certeza de que ela é um ponto de partida para que mais brasileiros conheçam esse trabalho, que participem dele e que o Brasil não só através dessa instituição... Há poucos dias tivemos aqui o reconhecimento e o prêmio destacado ao Frei Hans Stapel, da Fazenda da Esperança, que é um projeto de recuperação de dependentes químicos reconhecido no mundo inteiro e um dos maiores do País. O Presidente Bolsonaro, através do Ministro Osmar Terra, passou de 2,2 mil, 2,3 mil atendimentos em comunidades terapêuticas do País para quase 12 mil, em menos de um ano - cinco vezes mais.
O Brasil precisa se abraçar nas redes de apoio, nas redes de consistência voluntária...
(Soa a campainha.)
O SR. EDUARDO GOMES (Bloco Parlamentar Unidos pelo Brasil/MDB - TO) - ... para que todos os brasileiros consigam - e já finalizando aqui -, quando do seu tempo e da sua consciência, dar um apoio àqueles que mais precisam.
Nós temos uma luta árdua. Eu brinquei agora há pouco com o Governador do meu Estado, Governador Mauro Carlesse, e dizia, fazendo um pedido para o Hospital de Amor, que o Dr. Henrique tem por função agradecer pedindo, porque é sempre uma necessidade conseguir os recursos e as condições, não para atendê-lo, mas atender aos milhares de brasileiros que aguardam por tratamento, por atenção e por carinho.
Muito obrigado a todos vocês. (Palmas.)
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O SR. PRESIDENTE (Confúcio Moura. Bloco Parlamentar Unidos pelo Brasil/MDB - RO) - Eu solicito ao Senador Eduardo Gomes que ocupe a Presidência aqui agora, em revezamento comigo, para que eu também possa falar algumas palavras em homenagem ao Hospital de Amor.
(O Sr. Confúcio Moura deixa a cadeira da Presidência, que é ocupada pelo Sr. Eduardo Gomes, 2º Secretário.)
O SR. PRESIDENTE (Eduardo Gomes. Bloco Parlamentar Unidos pelo Brasil/MDB - TO) - Queremos registrar aqui, com satisfação, a presença do representante da Assembleia Legislativa do Estado do Amapá, o Sr. Elpídio Amanajás, entusiasta desta causa; e da minha querida amiga, cantora e radialista, Márcia Ferreira, tocantinense e brasileira, a Amazônia gosta muito dela e o Brasil inteiro, essa grande artista e grande amiga - está ali junto com o Clayton Aguiar, nosso amigo.
Passo a palavra, neste momento, ao nosso Senador Confúcio Moura, tocantinense de nascença, Governador de Rondônia de dois mandatos, e um grande Senador aqui no Senado Federal.
V. Exa. tem a palavra.
O SR. CONFÚCIO MOURA (Bloco Parlamentar Unidos pelo Brasil/MDB - RO. Para discursar.) - Muito obrigado.
Eu cumprimento o Senador Eduardo Gomes, pelas suas palavras elogiosas; saúdo e exalto o nome de Henrique Prata, Presidente dessa organização do amor, Hospital de Amor e sua rede, espalhada pelo Brasil.
O meu discurso terá fragmentos de discursos, pedaços de discursos que seria assim, mais ou menos, como as pessoas, que são atendidas no Hospital de Amor, e seus familiares, em Barretos e outras regiões, gostariam de falar. Então, não são palavras minhas. Esse discurso...
Eu sou um ex-médico, há mais de 27 anos que eu não exerço a profissão, mas quando eu fui Prefeito de uma cidade de Rondônia, o pessoal falava muito: "Olha, fulano de tal pegou câncer e foi para Barretos". Era Barretos, Barretos, Barretos, Barretos... Eu falei: "Tenho que lá olhar esse tanto de gente saindo daqui para ir para Barretos". E eu fui lá, como Prefeito na época, e andei - o Presidente Henrique Prata me recebeu muito bem -, fui olhar as casas de apoio; havia casa de apoio de um Município, casa de apoio para atender aos doentes de outra região. Eu falei: "Rapaz, isso aqui é uma coisa de louco mesmo. É gente demais de Rondônia, do Estado, da minha cidade, Ariquemes". Lá eu encontrava com ele lá doente e seus familiares, e eu perguntava: "Como é que é esse hospital?". Eles falavam: "Olha, doutor, eu não conheço igual, nunca vi um atendimento dessa maneira. Até para nós acompanhantes, que chegamos aqui e ficamos lá debaixo das árvores ou aqui no corredor, do lado de fora, chega um carrinho com comida para a gente, oferecendo o alimento. Eu não pago nada. Além de atender bem ao meu parente que está internado, ainda atende bem a mim e aos outros que estão aqui fora". Aí, depois, eu cheguei ao Hospital São Judas, que é um hospital para doentes terminais, que não têm mais jeito mesmo - medicação, rádio e quimioterapia -, encontrei gente de lá da minha cidade, de Ji-Paraná e de outras cidades de lá. Até o apartamento é diferente: há uma varanda aberta, humanizada, onde as pessoas podem entrar e sair, os parentes podem ficar ali com o doente deles, dando o conforto necessário. Ali, na parte terminal, eu perguntava: "E aí, gente?". E a família falava: "Foi feito tudo, foi feito tudo, e agora nós estamos aqui nesta fase de expectativa e muito bem atendidos - e muito bem atendidos".
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O tempo foi passando, e eu cheguei ao Governo de Rondônia, e lá o pessoal do interior me procurava: "Você não vai trazer um Hospital de Barretos para cá, não? Muita gente nossa... Em Rondônia há câncer demais!". Eles falavam assim, os leigos: "Rondônia tem alguma coisa: aqui neste Estado, não sei se são os minérios, não sei se é alguma radiação que sai do solo, dessas pedras ou desse ar, desse calorão, ou é desse mosquito, alguma coisa está fazendo o pessoal de Rondônia pegar câncer demais! E você, agora Governador, tem que dar um jeito!".
Eu estava lá um dia, despachando num cubículo de um instituto nosso lá, daí a pouco chegam dois ou três do interior carregando Henrique Prata para a gente conversar mais uma vez. E Henrique tem uma disposição, uma energia desumana - não é igual à gente que tem só um pedaço de humanidade; ele tem algo sobrenatural. E eu fui falando com ele, fui conversando, e ele falou: "Sabe de uma coisa? Vamos criar um hospital aqui na Rondônia?" - ele fala "na Rondônia". E eu falei: "Como? A gente não tem recurso para fazer o hospital." E ele: "Deixe comigo que eu vou construir rapidamente. Me mostre o local aí que eu vou construir". Eu pensei que ele fosse introjetar, de um ano para o outro, tal e tal. Quando eu penso que não, está o hospital pronto, dentro da área pública nossa lá. Eu falei: "E agora? Como é que eu vou pagar esse homem, meu Deus do Céu? Não existe processo, não existe registro, não existe licitação, agora é força para mim, pois, como Governador, vou ser enforcado, vou sair daqui daquele jeito" - ainda bem que não havia Lava Jato naquela época, graças a Deus! (Risos.)
E ele fez com um dinheiro - não sei onde ele arrumou esse dinheiro.
Aí o povo começou a ser atendido tão bem, tão bem, tão bem, com poucos médicos. Aí deram um apelido para o hospitalzinho feito: chamaram de Barretinho. "Onde você vai? Onde seu parente está?". "No Barretinho."
E nesse Barretinho encontravam-se lá gente rica, gente pobre, gente remediada, gente da roça, gente urbana. E eu ia lá sempre, estava lá sempre como Governador, e eles ali apertadinhos mesmo - alguma área administrativa ele fez de contêiner de lata, assim no "estouro da boiada". E foi feito.
Muito bem, aí, não contente, passado mais algum tempo, o Henrique é muito chamado por governadores. O de Mato Grosso do Sul: "Venha para cá". O do Ceará: "Venha para cá". Em Salvador: "Traga para cá". Ele é igual a se puxar de um lado para o outro, cada um querendo arrancar um pedaço dele, e ele dizendo: "Rapaz, não é assim. Eu tenho limites, eu tenho limites".
Mas certo é que ele lá, hoje, em Rondônia, tem o Hospital do Amor construído, bem ampliado, luxuoso, uma construção pré-moldada. E a participação mais importante é a participação voluntária das pessoas, que vão chegando. É um cantor renomado que faz um show e dá o dinheiro para o hospital, é isso, é aquilo outro, é doação internacional que vem! É doação dos empresários brasileiros! Mas ele tem um grande inimigo. O Hospital do Amor tem um grande inimigo, que é a burocracia. A burocracia conspira contra um hospital do câncer generoso, bondoso, humanitário - conspira a burocracia. A burocracia judia dele.
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Então, se ele não fosse tão corajoso e ousado, atrevido, como ele é, de chegar lá e fazer a obra e depois deixar a encrenca para o Governador resolver de qualquer jeito... Graças a Deus eu me apeguei lá com São Judas, que é o devoto dele, que é o santo da devoção. Falei: "Me proteja também". E terminou que me protegeu, porque surgiu lá um maravilhoso promotor de justiça, o Dr. Charles, que deu uma arrumada na legalidade. Aquilo que parecia impossível o Dr. Charles legalizou. Eu respirei fundo, agradecido, até comi naquele dia mais que nos outros dias.
Então, é assim o rito do Hospital do Amor, é igual: em Rondônia, em Tocantins, que está saindo, lá em Rondônia em que já está pronto. Ele tem protocolos. O doente chega. Hoje, você vai numa consulta, o camarada, o médico já tem que falar assim: "Vou te encaminhar para fulano de tal, o neurologista". Agora, o neurologista: "Vou te mandar para o gastro". Vai mais 15 dias, 20 dias. "Agora, vou te mandar para o reumato." "Agora, vou te mandar não sei para quem." Você fica nesse pingue-pongue, para lá e para cá, o tempo vai passando e pede exame, pede exame.
Lá, não. Lá, o paciente chega, é rodeado dos especialistas. Numa sessão só, discute-se, um fala, o outro fala, o outro fala, o outro fala... O paciente sai já com todos os rumos tomados, exames pedidos de maneira colegiada. Isso economiza um tempo terrível. Nós todos, familiares, quem teve, quem tem, quem terá essa doença ficamos muito felizes por causa da velocidade do atendimento. E já, de imediato, o procedimento.
O Hospital de Rondônia surgiu assim. Hoje, atende o Acre inteiro, atende Bolívia, atende índio, tem até uma ala lá do fundo que é feita para os índios. Os índios são internados em rede, do jeitão que eles moram nas aldeias, lá também é assim, ele é customizado. Ele é customizado. Então, tem lá os índios, e ficam lá no fundo. Há uma ponta de floresta, e eles ficam lá na beira do mato. O hospital entra no mato para atender o índio. Ele não fica no meio do povão aqui na frente, não. Atendem lá no fundo, lá onde os bichos, as aves cantam, os calangos calangueiam. Nessas coisas todas realmente ele pensou.
E lá, os leilões, o dinheiro... Tem gente que nunca teve um parente com câncer que faz leilão no interior, e os leilões da minha cidade de Ariquemes, que rodam um bom dinheiro, que a gente vai mandando, os empresários ajudando. Então, esse é o assunto.
O diferencial maior do Dr. Henrique Prata é o seguinte... Eu comparo assim: o Sarah Kubitschek também é um grande hospital. Todo mundo... Também já foi operado de coluna aqui no Sarah. Não é? Eu tive um vaqueiro meu que também foi operado no Sarah. Do mesmo jeito, fez uma prótese de coxa femural.
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Ali eles atendem o Ministro do STF, atendem o Seu Antônio, meu vaqueiro que já está bem idoso, do mesmo jeito. Então, a diferença do Hospital de Amor é que o Sarah recebe o orçamento cheio daqui do Congresso. Não sei qual o Presidente que falou: "Sabe de uma coisa? O Sarah vai receber um elemento orçamentário especial". Já vai aquele dinheiro para o Sarah sem passar pelo Ministério da Saúde. Cai lá e ele executa. O Sarah paga bem, os médicos são de dedicação exclusiva, como o do Henrique, só que Henrique tem que ralar. O Henrique não tem essa generosidade de um orçamento cheio. Ora o Governador paga a cota dele, ora deixa de pagar. Tem que tirar dinheiro de um lugar para outro e vai nesse jogo todo.
O certo é o seguinte: há muitas fundações, há muitas santas-casas, há muitas coisas, mas esse hospital tem que ter uma canetada, ele tem que ter uma canetada! Uma canetada do Presidente da República. Ele tem que ter uma canetada: "Eu quero que seja assim!" Pelo menos 70% das despesas serão orçamentárias, diretas; para o resto, ele faz leilões, as festas, os festivais, enfim tudo. Tem que haver uma canetada! Porque todo mundo quer... O Senador Eduardo já conseguiu levar para lá, juntamente com o Governador do Tocantins, e não dá conta de levar para todo mundo.
Então, o que posso dizer a todos os senhores presentes e a todos os brasileiros que estão nos ouvindo é que realmente o Henrique vai bater na porta de todo mundo mesmo e quem não quiser ser aborrecido por ele que faça a doação logo. Tem que doar logo, senão ele chega. Então, doe logo até para ficar livre dele, porque, se não, ele vai lá mesmo, não tem essa de fazer cara fechada para ele, não, que ele vai. E só assim funciona.
O Henrique é o tipo de homem de quem o Brasil precisa, é o tipo de homem de quem o Brasil precisa. Ele é um político sem ser candidato, ele é um político sem ser eleito, ele é um político generoso, ele faz, ele põe a ideia na cabeça e executa de qualquer jeito; ele vai lá, dá um jeito e executa. É um "cara" - entre aspas -, desculpe-me pela palavra, que resolve. Não fica xeretando, conversando aqui e acolá, ele pega e vai. Esse é um homem, gente, é o que a gente precisa. Imaginem vocês 27 governadores - o ideal é que fossem nomeados, não é, Henrique? - e cinco mil e tantos prefeitos como o Henrique Prata. Se eles tivessem um décimo desses neurônios que ele tem, poderiam dar uma arrebentada neste País para melhor.
O Brasil fez 130 anos de República agora dia 15, são 130 anos de República que o Brasil comemorou agora dia 15 de novembro passado. E aí, resolveu o problema brasileiro? São 130 anos de República! Está faltando realmente gente com essa força, essa garra, essa gana, essa vontade de levantar o nosso País, de resolver essas imensas desigualdades, essas diferenças.
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Quando, por infortúnio da vida, chega um parente nosso à Rede Hospital do Amor, você fala assim: "Só se não tiver jeito mesmo, se for uma coisa divina. Mas se estiver dentro dos padrões da medicina, será curado". Então, essa homenagem que eu faço ao Hospital do Amor, dirigido pelo Dr. Henrique Prata, é verdadeira.
Eu falei de improviso, falei pedaços de discurso que chegaram à minha mente para retratar a verdade de tudo o que eu estou falando aqui, agora. Todos os brasileiros, os paulistas principalmente, os rondonienses, acrianos, tocantinenses e todos os demais são beneficiados por essa rede. Que a gente a louve sempre para que ela prospere e que a burocracia atrapalhe pouco.
São essas as minhas palavras. Boa sorte!
O SR. PRESIDENTE (Eduardo Gomes. Bloco Parlamentar Unidos pelo Brasil/MDB - TO) - Agradecemos as palavras do Senador Confúcio.
Para registro e nossa honra aqui, contamos no Plenário com a presença da nossa amiga, colega - fomos Deputados juntos -, ex-Governadora do Distrito Federal, Maria de Lourdes Abadia, uma personalidade ligada à área social, com muito reconhecimento não só no Distrito Federal, mas no Brasil inteiro.
Neste momento nós vamos passar a palavra ao Dr. Henrique Prata, que falará em nome de todos os homenageados da Rede do Hospital de Amor, espalhada em todo o País. Nas palavras do Dr. Henrique, estão representados os voluntários e os amigos dessa maravilhosa obra.
V. Sa. tem a palavra.
O SR. HENRIQUE DUARTE PRATA (Para discursar.) - Primeiramente, quero agradecer imensamente ao Senador Eduardo Gomes por essa homenagem ao Hospital de Amor. Todos sabem que eu sou avesso a homenagem à minha pessoa e não recebo uma homenagem há mais de dez anos. Nem por isso deixo de saber o valor de ser homenageado.
A instituição que eu administro, há 58 anos, presta um serviço 100% ao SUS. Sem dúvida também quero estender essa minha extrema emoção de estar aqui ouvindo as palavras do meu querido amigo Senador Confúcio Moura, que por oito anos foi Governador do Estado para o qual eu resolvi ir, Senador Eduardo Gomes. De cada dez pacientes, os médicos me mostravam que 6,5 tinham sido operados de forma errada.
Havia um oncologista no Estado, um cirurgião oncologista e um clínico oncologista, mas o volume que se praticava lá... Chegavam em Barretos pessoas já tendo que ser mutiladas pela segunda vez.
Eu falei: "Vou lá entender esse processo para poder ver de que maneira - o Governador tinha assumido o Governo recentemente - podemos ajudar". E aí nasceu na mesma hora uma força maior do que a minha vontade, do que o meu próprio bom senso em termos de capacidade, de tempo para organizar, para fazer as coisas; nasceu no meu coração uma força grande. Eu sou impulsivo quando eu vejo que eu posso ajudar as pessoas a não cometer erros. E assim nós estamos há 9 anos no Estado de Rondônia. Foi um processo traumático.
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Como nós vamos entrando em todos os Estados pobres, onde há um serviço muito grande de câncer designado para Barretos, e estamos vendo uma dificuldade que este País vem sofrendo. E dos últimos anos que eu organizei bem a base, que é estrutura de Barretos, nos meus 31 anos de gestão, resolvi que eu tinha de enxergar com outros olhos o que estava por este País, e aí comecei a andar. Rondônia foi esse exemplo: nunca encontrei tamanhas barreiras e tantas dificuldades como eu vi. Nós não agradamos a todos onde chegamos porque nós chegamos oferecendo uma qualidade de diagnóstico, de serviço que nem a Medicina privada dos Estados tem, e, aí, a Medicina privada se sente um pouco acuada no sentido de diminuir a concorrência para eles, e fazem uma série também de restrições, dificuldades para que a gente se estabeleça. Por exemplo, em Rondônia, em Porto Velho, eu demorei 11 meses para tirar o CNPJ para entrar em Porto Velho - para o senhor ver as dificuldades que de um lado tem a parte humana.
Em primeiro lugar, quero ressaltar aqui que a minha força de tudo, que o Governador Confúcio colocou tão bem, não vem da força unicamente da minha inteligência; a minha força vem dos meus compromissos e da minha intimidade com Deus. Minha família tem esse desígnio há mais de 150 anos, família sergipana; nós somos conterrâneos. Minha tataravó e minha bisavó colocavam os pacientes na casa delas, tratavam todos. Não havia instalações de hospitais e minha bisavó fez a primeira casa, a Santa Casa do interior de Sergipe, em 1919 - agora em novembro estão fazendo 100 anos. E ela fez do dinheiro dela.
E assim é história de uma família, que é humanista, coloco nesse cunho, e uma família que meus pais, formados na USP, conseguiram fazer uma prova única, que seria o eixo de todo o êxito que nós temos. Meu pai designou que todas as pessoas com câncer, com essa doença teriam que ser tratadas iguais e com honestidade igual, que o dinheiro não podia fazer a regra de prevalecer como prevalece até hoje, fazendo uma meia boca para quem trata pelo SUS, quando o certo é fazer o que é certo, independentemente de qualquer dinheiro que essa pessoa tenha. O câncer não pode ser designado por atitude do primeiro que atende, que seja o cirurgião, e falar todo o processo, porque ele não tem competência de fazer todo o processo. Essa pessoa vai passar pela radioterapia, vai passar pela quimioterapia, e ele não é especialista nessas áreas.
Então, meu pai cria, 58 anos atrás, a disciplina do êxito que nós somos como hoje, em que todos os pacientes nossos passam por uma atitude de recepção multidisciplinar: na hora que o paciente chega ao ambulatório, se é mama, vai estar o mastologista naquele ambiente, vai estar o radioterapeuta de mama, vai ter o oncologista de mama, a fisioterapeuta, a nutricionista de mama - toda a equipe multidisciplinar para decidir aquela pessoa, porque ali já nasce o começo de acertar muito mais e errar muito menos. Quando se começa individualmente por uma única pessoa, já erra 25% - atitude se é certo ter feito a quimio ou ter feito a radio antes da cirurgia. E assim, eu, como leigo, fui convertido, também sabendo que eu também não era como meus pais. Meu pai e minha mãe são médicos. Meu pai é doutor em Medicina pela USP.
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Eu não, fui criado como meu avô, sou fazendeiro, sou um homem do campo, mas no momento que eu acreditei, no momento que eu senti que eu também, como leigo, poderia salvar vidas, tanto quanto como se eu fosse médico, eu acho que não só fez isso ser o meu sentido de vida maior, como também contaminei milhares de pessoas que fazem o que eu faço. Eu sou capaz de chegar em qualquer lugar e ter certeza de que muitas pessoas têm o sentimento que eu tenho, de amor ao próximo, e que essas pessoas querem ajudar o próximo. Nesse sentido eu caminhei e estou caminhando até agora.
Estou impressionado e muito motivado por ter conhecido, há pouco tempo, o Senador Eduardo Gomes, que está sensibilizado, como o Governador Confúcio, pela causa do Hospital de Amor e por Tocantins. Realmente, eu estou muito feliz em ter encontrado a sua parceria, Senador, pelo fato de que vi uma honestidade no senhor, que o senhor quer que isso chegue rápido até o seu Estado, para essa população deixar de sofrer como vinha sofrendo a população da Amazônia.
Para o senhor ter uma ideia do êxito daquela obra quando ficar pronta, Senador, no ano passado, 2018 para 2019, nós levamos 20 mil pacientes que estavam tratando em Barretos por ano, de todos os Estados da Amazônia, de volta para a Amazônia, para o centro que ficou pronto, um grande complexo que tem começo, meio e fim no processo. O maior erro que houve até hoje, nesses anos todos que estão aí na Oncologia, é que fragmentaram, por interesse da Medicina privada, fazer meio serviço ou um terço do serviço em qualquer boteco, em qualquer lugar, quando o começo, meio e o fim deveriam ser responsabilidade de um centro de referência; poderia até fazer a rádio num lugar, a quimio no outro, desde que fosse referenciada ao centro com o mesmo protocolo, mas não, isso não existe. Estou com muita esperança, com muita fé de que o nosso Ministro Mandetta vai fazer um estudo para isso agora e cancelar essa pouca vergonha que existe no País de abrirem serviços isolados que só fazem a fatia que dá o dinheiro, e o que é um osso ninguém faz. Por isso, 80% dos pacientes que se dirigem para Barretos já foram mutilados ou estão com câncer avançado.
O grande mérito de nós estarmos indo para toda a Amazônia, para todo o Centro-Oeste, para todos os Estados mais pobres é para levar o diagnóstico de precisão de qualidade, que nem a Medicina privada possui nos Estados, para oferecer para o paciente do SUS. E aí a diferença é como mudar da água para o vinho, porque nós estamos hoje... Cheguei sexta-feira de Roraima, cheguei de Manaus, a iniciativa privada em Manaus conseguiu um dinheiro para montar um centro de prevenção e diagnóstico, e em Roraima o Deputado Hiran e a ex-Senadora conseguiram uma verba para a gente implantar o centro de prevenção e diagnóstico, para que a gente possa mudar a história desses Estados pobres, em que as pessoas esperam seis meses para fazer um exame e, depois, mais seis meses para acharem onde vai resolver aquele diagnóstico.
O País tem uma desigualdade absurda, porque o câncer requer uma Medicina muito cara. Hoje, dos serviços nossos, a tabela SUS só cobre 31% dos nossos protocolos. Os nossos protocolos não são do SUS, nossos protocolos são o que é certo fazer, e o certo para fazer, falta muito dinheiro. Mas eu tenho encontrado uma parceria imensa em vários Estados. Quero ressaltar o tanto que está me impressionando a consciência dos Parlamentares hoje, de Senadores, de Deputados Federais, de Deputados Estaduais, como é o caso de Tocantins, que estão direcionando verbas para ajudar a implantar esse projeto no Estado.
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Essa diretriz não saiu no ministério nesses últimos 30 anos, e estou extremamente esperançoso, agora com o Governo Bolsonaro, com o nosso Ministro Mandetta, de que achem uma solução para que a gente possa tratar as pessoas, no câncer, com os mesmos direitos, com os mesmos valores. Quem tem dinheiro tem uma medicina de muito mais chance de cura do que quem não tem dinheiro. Por isso é que as minhas campanhas são variadas em todo sentido, porque não temos condições de oferecer a não ser o que é certo para o paciente. Eu sou problema para alguns Estados porque nós não aceitamos fazer o tratamento que seja simplesmente o que o SUS determina. Então, por isso, nós não somos, de forma nenhuma, guiados por esses valores. Nossos protocolos, sobre adulto, vêm do MD Anderson, dos Estados Unidos, de Houston, e sobre criança vêm do St. Jude, em Memphis, de quem somos hospitais-irmãos e estamos nos tornando a primeira instituição filial dos Estados Unidos em câncer infantil.
Estamos fazendo uma revolução em termos de oferta de protocolos e medicina que vêm pelo futuro. Está chegando uma nova medicina agora que se chama imunoterapia para o câncer de pulmão, de melanoma, e é impressionante não achar solução para isso enquanto todos nós, todos os brasileiros têm direito de ter vida plena. A doença é simplesmente uma coisa que, se tratar no começo, tem um custo muito mais barato. Por isso a nossa grande avalanche de crescimento em toda Amazônia - hoje nós encontramos - é na área de diagnóstico, na área da prevenção.
Mas eu também não podia esperar, Senador, esta oportunidade e ressaltar uma coisa que me dói muito, já que estão gravando este momento: é que a situação que atingiu o congelamento da Tabela SUS nesses últimos 18 anos foi de interesse e de conveniência da medicina privada, para buscar esse público-alvo que era o público do SUS, que é a população mais pobre, para fazer parte dessas clínicas populares hoje que cobram consultas de R$50, R$70 - porque o SUS está falido: na alta complexidade e na média complexidade falta dinheiro demais; na saúde básica, ainda existe condições de recursos normais. E aí eu acho que existe uma história para a qual nós precisamos alertar. Não é suportável mais a uma sociedade imaginar que, se em 18 anos não se reajusta a Tabela SUS, vamos achar que isso é normal. Esse público... Se o SUS tivesse corrigido pela inflação dos últimos dez anos, não haveria uma clínica popular para ser aberta, não haveria os serviços de seguro-saúde, de plano de saúde, haveria só o público da classe A e da classe B, no máximo. Não, hoje os convênios populares... A situação é que ninguém hoje se trata pelo SUS, é uma tapeação achar... Eu assumi uma santa-casa em que 96% dos pacientes pagavam diferença para os médicos, no Estado de São Paulo. Até onde vamos tapar o sol com a peneira? As pessoas acham que alguém ser atendido pelo SUS, pobre, tem que pagar a diferença para o médico para entrar no prazo certo, para chegar nas condições mínimas?
Por essas dificuldades todas é que estou hoje muito feliz de ver uma consciência nova na política brasileira.
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E quero agradecer imensamente por esta oportunidade de fazer esta homenagem ao Hospital de Amor, porque ele merece, pela honestidade com que eles praticam a Medicina, que tem começo, tem meio e tem fim, e todas as pessoas são iguais durante o tratamento, na dor, no sofrimento, como é o câncer.
Então, Senador, em nome de todos os pacientes, em nome de todas as famílias do Hospital de Amor, quero agradecer por esta homenagem que nos deu o direito de estar aqui nesta Casa, estabelecer que nós queremos que todas as pessoas tenham o mesmo direito de serem tratadas como nós tratamos. E aí, nós poderemos fazer essa aliança cada vez maior, com a área mais importante do País, que é a área dos nossos representantes, nossas políticas, na consciência de melhorar a tabela SUS, para que nós possamos ter justiça social neste País. Só para você ver a diferença que é quanto custa e quanto nós recebemos.
Mas estou com muita esperança. Quero fazer parte, ajudar este Governo a mudar a história da saúde. E, mais uma vez, Senador, quero dizer para o senhor que estou seguro de que, com a sua parceria, nós vamos resolver em prazo muito rápido essa demanda do centro do País, com a sua ajuda.
Muito obrigado. Que Deus o abençoe. (Palmas.)
O SR. PRESIDENTE (Eduardo Gomes. Bloco Parlamentar Unidos pelo Brasil/MDB - TO) - Queremos agradecer as palavras do Dr. Henrique Prata, agradecer a todos aqueles que participaram desta sessão. Volto a dizer que os meios de comunicação da Casa, o serviço do e-Cidadania, que interage com as atividades do Senado Federal, que produzem questionamentos, interatividade, tudo isso será repassado ao Dr. Henrique. Quero agradecer a disposição de todos e dizer que esta sessão é a primeira de uma série que nós, se Deus quiser, teremos, comemorando os serviços coordenados por esse grande brasileiro que é o Dr. Henrique, mas principalmente pela motivação que ele desperta em cada cidadão, em cada cidadã, independente da sua idade, da sua condição social, que percorre as ruas do País inteiro levando essa mensagem de solidariedade e de participação.
Tenho certeza de que milhares daqueles que estão em Palmas e nos 139 Municípios do nosso Estado comemoram hoje esse ponto de reflexão através desta homenagem que foi feita aqui ao Hospital de Amor. E vamos disponibilizar depois o material desta sessão para aqueles que quiserem fazer a divulgação, já que é importante dizer o porquê desse destaque a essa instituição que ajuda a tantos brasileiros que não têm as condições que aqueles que são mais abastados, de planos de saúde, de hospital particular, podem ter.
Então, viva o Hospital de Amor!
Muito obrigado a todos. Cumprimos a finalidade da sessão. Agradeço às personalidades que nos honraram com o seu comparecimento.
Está encerrada a presente sessão.
(Levanta-se a sessão às 11 horas e 31 minutos.)