2ª SESSÃO LEGISLATIVA ORDINÁRIA
56ª LEGISLATURA
Em 26 de outubro de 2020
(segunda-feira)
Às 16 horas
95ª SESSÃO
(Sessão Especial)

Oradores
Horário

Texto com revisão

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O SR. PRESIDENTE (Izalci Lucas. Bloco Parlamentar PSDB/PSL/PSDB - DF. Fala da Presidência.) - Sessão Especial Remota do Senado Federal destinada a homenagear os médicos brasileiros. Esta é a 1ª Sessão Especial do Senado brasileiro.
Declaro, então, aberta a sessão.
Sob a proteção de Deus, iniciamos nossos trabalhos.
A presente sessão especial remota foi convocada nos termos do Ato da Comissão Diretora nº 7, de 2020, que institui o Sistema de Deliberação Remota do Senado Federal, e em atendimento ao Requerimento nº 2.504, de 2020, do Senador Izalci Lucas e outros Senadores, aprovado pelo Plenário do Senado Federal.
A sessão é destinada a homenagear os médicos brasileiros.
A Presidência informa que esta sessão terá a participação remota dos seguintes convidados: Sr. Zacharias Calil, Deputado Federal pelo Estado de Goiás e membro da Frente Parlamentar de Medicina; Sr. Donizetti Dimer Giamberardino Filho, Vice-Presidente do Conselho Federal de Medicina; Sr. Petrus Leonardo Barron Sanchez, Secretário-Adjunto de Assistência à Saúde da Secretaria de Saúde do Distrito Federal; Sr. Farid Buitrago Sánchez, Presidente do Conselho Regional de Medicina; Sr. Paulo Ricardo Silva, Presidente Interino do Instituto de Gestão Estratégica de Saúde do Distrito Federal (Iges-DF); Sr. Gutemberg Fialho, Presidente do Sindicato dos Médicos do Distrito Federal; Sr. Marcus Vinícius Ramos, Presidente da Academia de Medicina de Brasília; Sr. Gustavo Fernandes, Diretor-Geral do Hospital Sírio Libanês do Complexo Brasília; Sr. Ulysses Rodrigues de Castro, Diretor do Hospital Regional da Asa Norte (Hran); Sr. Renato Carlos Siqueira, médico ortopedista e Diretor do Hospital Regional de Taguatinga (HRT); Sr. Sócrates Souza Ornelas, cirurgião geral e Coordenador da Unidade de Pronto Atendimento de Samambaia; Sr. Marcelo de Oliveira Maia, médico intensivista e Coordenador da Unidade de Terapia Intensiva da Rede D’Or São Luiz; Sra. Francielle Pulcinelli Martins, médica reumatologista e responsável pela Clínica Médica do Hospital Regional da Asa Norte (Hran); Sra. Jordanna Sant’Anna Diniz e Moura Osaki, médica ginecologista; Sr. Lucas Seixas Doca Junior, cirurgião geral e Gerente-Geral de Assistência do Instituto Hospital de Base do Distrito Federal; e Sr. Osorio Rangel, médico cardiologista e Assistente da Cardiologia do Instituto Hospital de Base do Distrito Federal.
Convido a todos para, em posição de respeito, ouvirmos o Hino Nacional brasileiro.
(Procede-se à execução do Hino Nacional.)
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O SR. PRESIDENTE (Izalci Lucas. Bloco Parlamentar PSDB/PSL/PSDB - DF) - Assistiremos, neste momento, a um vídeo institucional. (Pausa.)
Há um probleminha técnico.
Então, vamos dar continuidade, e, ao final, a gente passa esse vídeo em homenagem aos médicos.
Bem, quero aqui cumprimentar todos que já foram citados e agradecer a presença de cada um de vocês.
Nós estamos aqui hoje para celebrar o Dia do Médico, estamos aqui hoje para celebrar essa profissão nobre, mas estamos também aqui para cobrar e reivindicar respeito e valorização a esses homens e mulheres que, nos mais longínquos rincões de nosso País, enfrentam toda sorte de dificuldades para assistir a população mais necessitada do nosso Brasil, especialmente neste momento em que enfrentamos a pandemia do Covid-19.
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Nas capitais e médias cidades, luta-se contra os problemas crônicos de superlotação, falta de leitos e estrutura precária; nas pequenas cidades, os médicos sofrem com a falta de estrutura mínima para salvar, com a falta de simples medicamentos para dar. Se não fosse a vontade e a determinação dos próprios médicos, a população não contaria com a assistência à sua saúde. Muitos que atendem regiões mais carentes têm que atender não só o dobro de pacientes por dia, mas comprar ou conseguir doações de medicamentos e material básico de higiene.
São problemas e histórias de superação que se multiplicam por este Brasil afora. São homens e mulheres que se dedicam e querem fazer o melhor para o seu próximo - fazem verdadeiros milagres. Não é à toa que o dia escolhido para homenagear é o Dia do Santo Apóstolo Lucas. Dizem os teóricos que São Lucas, que escreveu também o livro bíblico chamado Ato dos Apóstolos, teria sido médico. Não se pode provar isso, mas o certo é que os escritos do Santo mencionam doenças e a similaridade na linguagem usada por ele e por Hipócrates, o estudioso grego considerado o pai da Medicina. Como se acredita que São Lucas tenha sido médico ou alguém muito próximo à área de saúde em seu tempo, o dia desse Santo foi escolhido para celebrarmos e homenagearmos os profissionais médicos.
Cuidar da saúde dos brasileiros é missão de médico. E médico, também, precisa ser bem formado, valorizado e, sobretudo, ter condições de atender condignamente em cada canto deste País. E, nesse sentido, jovens médicos brasileiros com menos de dez anos de formação estão atentos e vêm fazendo movimentos no sentido de exigir das autoridades medidas para garantir o bom exercício com qualidade no atendimento dos pacientes.
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Em 2017, ou seja, há três anos, antes da pandemia, eles divulgaram manifesto intitulado "Carta do Médico Jovem para o Brasil". Entre os principais pontos levantados pelos médicos, estão o aumento no número de leitos de internação, obrigatoriedade do Exame Nacional de Revalidação de Diplomas Médicos, o Revalida, para que aqueles formados no exterior possam atuar como médicos no Brasil, bem como a aprovação pelo Congresso Nacional da proposta de emenda à Constituição, a PEC 454/2009, que cria a carreira de Estado para o médico do SUS.
Senhoras e Senhores, na época, recebi e falei sobre esse manifesto e é por admirar sobremaneira esta profissão que fiz um juramento, que não é o de Hipócrates, o pai da Medicina, mas de um Parlamentar que foi eleito neste último pleito Senador da República para trabalhar pelos cidadãos e cidadãs deste País, lutar para garantir o seu bem-estar, sua liberdade e os seus direitos aos serviços públicos de qualidade, especialmente o direito de ser bem atendido nos serviços públicos de saúde.
É por isso que considero importante a proposta do médico de Estado, que, acho, deve ser colocada à análise do Parlamento o mais breve possível. Alguns dos países mais desenvolvidos do mundo têm essa carreira como estratégica, estratégica para a saúde de sua população. Um deles é a Inglaterra.
Todos os anos lutamos por mais recursos para a saúde, para que não faltem medicamentos, insumos e equipamentos, mas, acima de tudo, profissionais médicos para atender à nossa população. Sei que, apesar dos recursos destinados à saúde, ainda enfrentamos todos esses problemas, mas vamos continuar a luta e não podemos desistir.
É também por esse motivo que lutamos por mais recursos para a educação em todos os seus níveis porque sabemos que a formação de jovens profissionais, especialmente de jovens médicos, depende de instituições que ofereçam condições adequadas, tecnologia, inovação e, sobretudo, professores capacitados e avaliações rigorosas que garantam a boa formação do médico brasileiro.
É para isso que estamos aqui, nesta Casa de leis!
Meus senhores e minhas senhoras, o Brasil enfrenta um dos momentos mais difíceis da sua história e, embora já tenhamos alguns sinais positivos na economia e a média de mortes pela Covid-19 já esteja registrando queda na maioria dos Estados, precisamos estar com o botão de alerta ligado. É importante que lutemos para sair da situação de doença que se abateu sobre o nosso País, e isso só se faz com trabalho, dedicação e, sobretudo, reconhecimento dos nossos profissionais encarregados de oferecer serviços públicos de saúde de qualidade à população.
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Aos médicos brasileiros as minhas sinceras homenagens. Parabéns a todos e obrigado pela presença e pelo trabalho que vocês realizam!
Bem, tivemos um probleminha com os vídeos, mas daqui a pouco nós vamos passar.
Inclusive quero registrar aqui os meus queridos amigos, colegas, que também são médicos e que mandaram aqui homenagens, como o nosso querido Senador Nelsinho Trad, que mandou uma mensagem - estão adequando aqui a questão do equipamento -, também o nosso querido Senador Otto Alencar e o nosso querido Rogério Carvalho, todos médicos. Não sei se faltou algum, mas temos aqui alguns vídeos que serão passados na sequência.
E temos também a presença de alguns Senadores. Aqueles que quiserem se pronunciar podem levantar a mãozinha, já tradicional, e eu já vejo aqui.
Antes de passar a palavra aos nossos homenageados, já passo imediatamente a palavra ao nosso querido Senador e grande representante do Espírito Santo, meu querido Fabiano Contarato.
V. Exa. está com a palavra, meu grande Senador.
O SR. FABIANO CONTARATO (Bloco Parlamentar Senado Independente/REDE - ES. Para discursar.) - Obrigado, Sr. Presidente.
Quero parabenizá-lo pela condução, pela ideia de homenagear, em plena pandemia... Infelizmente, sobre o principal bem jurídico que nós temos que proteger, que é a vida humana, nós temos aí 157 mil brasileiros que já perderam a vida e mais de 5,4 milhões de brasileiros contaminados pelo Covid-19.
Eu quero parabenizar todos os médicos e médicas do Brasil, todos aqueles que estão nos acompanhando, e falar da minha gratidão como usuário do Sistema Único de Saúde, porque essa pandemia lançou luz sobre a importância do Sistema Único de Saúde. Então, como sempre fui usuário desse SUS, eu quero aqui render minhas homenagens a todos os médicos e a todas as médicas, que, diuturnamente, de Norte a Sul do País, estão efetuando um trabalho que dignifica e muito a honrada profissão. E, num momento muito conturbado, em que autoridades públicas negam a ciência, negam os dados, o saber, o conhecimento, quem tem a sobriedade emocional, o equilíbrio para conduzir a luta pela preservação da vida humana são os médicos e as médicas do Brasil.
Então, quero parabenizar, Senador Izalci, por esta iniciativa. Eu fiz questão de estar aqui participando, para deixar claro que todos vocês da área de saúde têm em mim um colega, um companheiro, um aliado; eu sempre vou estar defendendo o fortalecimento do SUS.
Aqui, Senador Izalci, eu sei que o senhor é sensível, e eu queria pedir o seu apoio. Neste momento em que nós estamos aqui coroando, enaltecendo a classe dos médicos, eu não poderia deixar de também render minhas homenagens a todos os profissionais da saúde e eu queria muito que V. Exa., Senador Izalci, também encampasse esta ideia. Eu apresentei o Projeto de Lei 2.564, que assegura o piso salarial a enfermeiros, técnicos de enfermagem, auxiliares de enfermagem e parteiros, que são verdadeiros heróis. Mas esses profissionais da saúde, os médicos, as médicas, os enfermeiros, os técnicos de enfermagem, os auxiliares de enfermagem, não querem só palavras bonitas, porque a dignidade profissional passa por uma dignidade salarial, passa por condições de trabalho adequadas e não da forma como nós presenciamos nos hospitais públicos sucateados, sem equipamento, sem medicação, sem o mínimo de condições adequadas para dar a prestação de um direito humano essencial que é o direito à saúde pública como direito social expresso na Constituição Federal.
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Então, eu queria muito que tanto os médicos, as médicas, os enfermeiros, os técnicos de enfermagem, os auxiliares de enfermagem, os parteiros, as parteiras tivessem sua dignidade reposta com um piso salarial digno, porque é o mínimo que esses profissionais merecem.
O que eu tenho presenciado, Senador Izalci, é prefeituras abrindo editais contratando, por processos seletivos ou concursos públicos, enfermeiro para ganhar um salário mínimo. Isso nós não podemos admitir. Nós temos que valorizar os médicos, as médicas e todos os profissionais da saúde.
Então, eu faço um apelo a V. Exa. por sua sensibilidade: esses profissionais não querem só palavras; eles querem efetivamente que o Senado Federal dê uma resposta, e a resposta é pelo reconhecimento, é pela dignidade profissional, é pela dignidade salarial, na certeza de que assim nós vamos dar a prestação de um serviço público, de um serviço político que a população brasileira necessita, porque, valorizando os profissionais da saúde, nós estamos valorizando o povo brasileiro.
Muito obrigado. Parabéns a todos!
O SR. PRESIDENTE (Izalci Lucas. Bloco Parlamentar PSDB/PSL/PSDB - DF) - Obrigado, Senador.
Se dependesse de mim, eu botava na pauta agora para a gente votar, mas, infelizmente, não depende só de mim. Parabéns pela iniciativa! Com certeza lutaremos juntos aqui.
Está aqui também a minha querida amiga, companheira do Distrito Federal, nossa querida Leila, que também está conosco aqui.
Senadora Leila Barros.
A SRA. LEILA BARROS (Bloco Parlamentar Senado Independente/PSB - DF. Para discursar.) - Boa tarde, Senador Izalci, eu saúdo V. Exa., que é requerente e está conduzindo esta sessão, este ato tão especial de homenagear os nossos médicos. Cumprimento também todos os médicos, todos os profissionais da saúde que estão presentes nesta sessão.
Eu fiz um pequeno texto. Eu fui vítima da Covid, já tinha um respeito imenso pela categoria, pelos médicos, mas, quando a gente passa por tudo que eu passei - tive pulmão comprometido, tive vários sintomas -, a gente vê a força, a paixão, o comprometimento dos médicos, dos enfermeiros, dos profissionais da saúde na defesa da vida. Então, se me permitir, eu gostaria de falar sobre o momento que vivi.
Os heróis da minha infância usavam capa, espada ou alguma outra arma. Eram bons de briga ou tinham algum superpoder que os diferenciava dos cidadãos a quem protegiam. Os de hoje vestem branco, são pessoas comuns e trabalham arduamente em benefício da sociedade. Médicos e médicas, esses são os nossos heróis modernos. Talvez as únicas semelhanças entre os heróis do passado e os atuais sejam a coragem e as máscaras, só que, no século passado, as máscaras serviam apenas para preservar a identidade civil do super-herói; hoje, elas são um equipamento indispensável para garantir a saúde e a vida de si próprio e dos demais.
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A pandemia provocada pelo novo coronavírus tornou ainda mais explícita a importância dos profissionais da Medicina. Eles foram convocados para nos defender contra o ataque fulminante de um inimigo desconhecido, que chegou sorrateiramente e foi conquistando espaço e abatendo vidas humanas. Com o destemor próprio dos heróis que exercem a profissão, os médicos não se acovardaram. Mesmo muitas vezes sem dispor das condições ideais para o enfrentamento da doença, eles arriscaram a própria vida para salvar as nossas.
Médicos e médicas de todo o País e demais profissionais envolvidos nessa batalha das mais importantes que a humanidade já travou, vocês - vocês! - têm o respeito, a admiração e a gratidão de toda a sociedade.
Sr. Presidente, Sras. e Srs. Senadores, nós Congressistas, mais do que reconhecer e agradecer aos médicos por sua coragem e dedicação ao próximo, temos a obrigação de enfrentar o desafio de oferecer a eles melhores condições de trabalho. A forma de contribuir é defendendo o nosso Sistema Único de Saúde, o SUS. Nessa guerra contra a Covid-19, a rede do SUS foi o principal campo onde se travou a batalha da saúde contra a morte. Não fosse o nosso sistema público de saúde, os números dessa grande tragédia poderiam ter sido multiplicados. Quase 5,5 milhões de brasileiros foram diagnosticados com o novo coronavírus. Eu, inclusive, faço parte dessa estatística. Graças a Deus, uma equipe médica me ajudou a superar a enfermidade, porém pouco menos de 160 mil pessoas não tiveram a mesma sorte.
Aos familiares e amigos dessas pessoas que partiram eu manifesto aqui o meu pesar e toda a minha solidariedade.
Sr. Presidente, Sras. Senadoras e Srs. Senadores, eu falava sobre como a tragédia da pandemia reforçou a necessidade de fortalecermos o SUS. É a nossa obrigação corrigir a proposta orçamentária, Senador Izalci, Senador Fabiano Contarato e todos os Congressistas, enviada pelo Governo Federal ao Congresso Nacional. Nela, ao invés de ampliar os recursos da saúde, a equipe econômica, capitaneada pelo Ministro Paulo Guedes, está sugerindo o corte de R$40 bilhões em comparação aos gastos do ano em curso. É certo que agora, em 2020, as despesas cresceram em virtude do combate à pandemia, porém não podemos esquecer que há várias demandas reprimidas. Muitos atendimentos e cirurgias eletivas foram adiados e deverão provocar uma corrida ao SUS no próximo ano. Além do mais, a ciência já observa que o novo coronavírus, em muitos casos, deixa sequelas diversas, o que implica aumento da demanda por tratamento. Como se não bastasse, a crise econômica e o crescimento do desemprego obrigaram milhares de brasileiros a deixar de pagar um plano de saúde, podendo fazer crescer a clientela do sistema público. Com a nossa colaboração, nossos heróis modernos poderão fazer muito mais pela sociedade brasileira, sobretudo pelos que mais necessitam.
As escrituras sagradas citam pessoas que, sem saber, hospedaram anjos. No nosso Brasil, há anjos que dedicam suas vidas pelas nossas e de nossos familiares.
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Meu muito obrigada aos médicos de todo o País!
Parabéns de coração por tanto amor e dedicação ao trabalho!
Gratidão a todos vocês!
O SR. PRESIDENTE (Izalci Lucas. Bloco Parlamentar PSDB/PSL/PSDB - DF) - Muito bem, Senadora Leila. Obrigado.
Antes de passar para o próximo orador, vou passar um vídeo em homenagem aos médicos brasileiros.
(Procede-se à exibição de vídeo.)
O SR. PRESIDENTE (Izalci Lucas. Bloco Parlamentar PSDB/PSL/PSDB - DF) - Parabéns!
Vou chamar agora, para fazer uso da palavra, nosso querido Zacharias Calil, nosso Deputado Federal pelo Estado de Goiás, que é membro também da Frente Parlamentar da Medicina.
Como são vários inscritos, eu vou pedir que cada um cumpra os três minutos, se possível, para que a gente possa ouvir a todos.
Eu passo a palavra imediatamente ao nosso colega Parlamentar Deputado Federal Zacharias Calil.
O SR. ZACHARIAS CALIL (Para discursar.) - Boa tarde.
Boa tarde, Senador Izalci Lucas. É um prazer enorme estar aqui, principalmente sendo o senhor o autor do requerimento desta sessão solene.
Cumprimento todos os membros já nominados pelo senhor e também cumprimento os Parlamentares da Câmara dos Deputados e do Senado Federal, os membros do Conselho Federal e dos Conselhos Regionais de Medicina, a Associação Médica Brasileira, as federações, os sindicatos e demais entidades que representam a classe médica e todos os que nos assistem.
Aproveito para agradecer o convite para representar a Frente Parlamentar da Medicina - é uma grande honra representá-la -, a qual é presidida pelo nosso querido amigo Deputado Federal Dr. Hiran Gonçalves, que, graças a Deus, está em franca recuperação do Covid-19. Ele já saiu da UTI e está em pleno tratamento, indo muito bem.
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A escolha do dia 18 de outubro para homenagear os médicos no Brasil tem origem cristã, como já foi dito. Nessa data, a Igreja Católica comemora o Dia de São Lucas, um santo que, em vida, foi médico e que, por isso, é considerado o protetor dos médicos pelos católicos.
A comemoração do Dia do Médico é uma forma de a sociedade como um todo reconhecer e homenagear o trabalho desse profissional que dedica sua vida ao bem-estar e à minimização do sofrimento das pessoas. Essa justa homenagem é uma data simbólica que nos permite agradecer os sacrifícios e a dedicação de cada médico que já cuidou e cuida de nós, divide os nossos sentimentos. Vivemos dias de preocupação, cansaço, angústia, com muitas perdas e muita responsabilidade, e, ao mesmo tempo, momentos de esperança e fé, em que cada estudo nos remete a acreditar que tudo isso vai passar, com a certeza de que cada vida importa.
Quando convertemos os números desta pandemia em histórias de vida, faces e corações, que ainda insistem em bater, a nossa energia também se renova.
Há ainda que se falar dos que se foram, as vítimas do Covid-19, que não poderão mais contar suas histórias, medos, aprendizados e experiências. Tantos bons especialistas que se foram, pais, filhos, maridos, esposas, amigos.
Um dado muito triste, Senador: cerca de 265 médicos no Brasil foram vítimas do Covid e, infelizmente, foram a óbito até esta data em que pesquisamos, como publicado no site da Folha/UOL no dia 17 de outubro. No meu Estado, aqui, em Goiás, foram 20 profissionais que também estavam na linha de frente e que foram sucumbidos pelo Covid. E há outros que estão aí Brasil afora contaminados.
É importante dizer do interesse de profissionais da área de saúde entrando na política e se candidatando no intuito de dar melhores condições de saúde ao povo brasileiro. Segundo os dados do TSE publicados no último dia 22, existem hoje nas eleições municipais, Senador, cerca de 12.202 candidatos, um aumento de 20% em relação a 2016. Isso demonstra o quê? A proximidade dos profissionais da saúde com a população, o que faz crescer a vontade de se fazer justiça por meio das leis e dos debates políticos, formando uma bancada forte de Vereadores, Deputados Estaduais e Federais e Senadores.
Eu mesmo sou um exemplo disso. Eu fui eleito... Eu trabalho no serviço público de Goiás há mais de 30 anos, fazendo cirurgias complexas. E a população soube me responder nas urnas com uma votação expressiva com mais de 150 mil votos. Eu sou muito grato a isso.
É imperioso avançar tanto no serviço público quanto no privado para construção de políticas de incentivo e remuneração digna, com carreira de Estado, revisão dos parâmetros de formação, residência médica, valorização do título de especialista, entre outros pontos que estão por vir, como a telemedicina, uma coisa com a qual nós temos que nos preocupar bastante.
Por isso, além de agradecer a todos os colegas médicos, incluindo meus filhos, genros e nora, que são médicos, agradeço também a todos os demais profissionais de saúde que nos auxiliam no dia a dia - porque o médico não trabalha sozinho: ele precisa de uma equipe que está sempre a seu lado, trabalhando em condições, às vezes, precárias e com muita dificuldade - e ao que trabalha, indiretamente, em prol dessa população.
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Nós aprendemos muito com essa pandemia, principalmente com relação à valorização e o fortalecimento do SUS, porque, se o Brasil não tivesse o SUS, nós estaríamos numa situação muito mais complicada.
Mas ainda assim pergunto a vocês: ainda temos o que comemorar? Eu, como médico, defensor da causa, lhes digo que sim. Somos marcados por superações. As nossas vidas e a vida dos outros é o que interessa, é o nosso trabalho do dia a dia, cheios de esperança, contando com a nossa especialidade e com a nossa humanidade.
Na oportunidade, eu vim falar sobre o Revalida. Agradeço também ao nosso Presidente Jair Bolsonaro e o parabenizo pelo veto ao Revalida Light, porque, no Brasil, nós precisamos de médicos com qualidade, que atenda à população com eficiência.
Então, o médico trabalha numa sociedade em geral, ele é um fator importante em todos os sentidos. Basta ver quando você está, por exemplo, numa aeronave, num voo nacional, internacional, se um passageiro passa mal, alguém grita: "Há algum médico a bordo?", para que a gente possa atuar. Houve uma senhora gestante, que deu à luz há pouco tempo em pleno voo; outros que trataram alguém que estava enfartando; quer dizer, o médico tem o poder, às vezes, de até paralisar aquele voo em função de quem? Do próprio paciente. Por isso, é importante a gente valorizá-los.
No Senado, nós temos também nossos profissionais. Parabenizo-os também, porque quando um Parlamentar se sente mal, a primeira pessoa que chega é, às vezes, algum colega médico que está ao lado, até a equipe médica chegar. Então, eles têm um papel importante em toda a sociedade e em todo nosso trabalho.
Eu agradeço mais uma vez a honraria de estar aqui representando a Frente Parlamentar da Medicina, parabenizo a todos e desejo que tenham um bom dia. Muito obrigado.
O SR. PRESIDENTE (Izalci Lucas. Bloco Parlamentar PSDB/PSL/PSDB - DF) - Quero registrar a presença também da nossa querida Senadora Rose de Freitas, também do meu querido amigo Senador Wellington Fagundes, da nossa querida Senadora Soraya Thronicke e também do Carlos Fávaro, que está conosco também.
Antes de passar para os nossos representantes, vou passar rapidamente para uma homenagem a vocês, uma história que foi feita com muito carinho para vocês.
(Procede-se à exibição de vídeo.)
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O SR. PRESIDENTE (Izalci Lucas. Bloco Parlamentar PSDB/PSL/PSDB - DF) - Obrigado à Nyedja.
E passo já, imediatamente, a palavra ao Sr. Donizetti Dimer Giamberardino Filho, Vice-Presidente do Conselho Federal de Medicina.
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O SR. DONIZETTI DIMER GIAMBERARDINO FILHO (Para discursar.) - Boa tarde a todos! Com muito orgulho, estou representando, neste momento, o Conselho Federal de Medicina, na presença do nosso Presidente Mauro Ribeiro. Neste momento, cumprimento o Senador Izalci Lucas e também o Deputado Zacharias. Cumprimentando-os, assim o faço para todas as autoridades presentes e cumprimento também os meus colegas presentes.
"Verás que um filho teu não foge à luta"! Vem do Hino Nacional brasileiro a frase que marca a atuação das médicas e médicos brasileiros neste ano desafiador e especial que foi e está sendo 2020. As médicas e os médicos brasileiros são, sobretudo, trabalhadores dedicados e incansáveis, são profissionais que dedicam grande energia de seu tempo para se exporem a riscos, cuidar das pessoas e travar esta que é a grande luta dos nossos tempos, a luta por preservar o valor de uma ética de cuidados.
Não apenas em uma emergência, como em meio a uma pandemia do coronavírus, decidir exercer uma profissão como Medicina é uma escolha de vida, é escolher cuidar do próximo, é uma vocação, uma vocação por valorizar a vida de todas as pessoas sem admitir exceção, por respeitar a ciência, porque respeitar a ciência é respeitar a vida, por se fundamentar nos princípios éticos da beneficência, não maleficência, altruísta, e defendendo que todos os métodos propedêuticos utilizados nos atos médicos praticados estejam envoltos no manto da responsabilidade e da segurança - tal qual os mais recentes recursos tecnológicos, como a telemedicina -, por considerar que o valor principal da medicina é a relação médico-paciente e sua confiança, por valorizar o Sistema Único de Saúde do Brasil, orgulho nosso, trabalhando todos os dias em cada um dos seus princípios: universalidade, integralidade e equidade.
Neste momento do tempo, somos 500 mil médicos, com perspectivas de 35 mil vagas anuais oferecidas, consequente de uma decisão política de governos anteriores, baseada na quantidade e não na qualidade dos graduandos. O Brasil já possui número suficiente de médicos para sua população; o que precisamos é de políticas públicas para diminuir as desigualdades na distribuição geográfica de médicos e de centros de especialidade.
O combate à desigualdade na distribuição de serviços e consequente melhoria do acesso à população deve ser (Falha no áudio.) ... responsabilidades nos mais diversos níveis federativos e do Governo.
Do ponto de vista político, nada é mais importante do que preservar o SUS. Precisamos também, mais do que nunca, investir na atenção primária, por ser o mais importante e também o mais exequível. O primeiro nível de atenção em saúde, o que pensa na prevenção, na promoção, com abordagem familiar e enfoque comunitário.
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Investir na atenção primária é levar a saúde para perto do povo, com grande impacto a curto, médio e longo prazo. Para tal, necessitamos investir em qualificação de recursos humanos, em condições de trabalho adequadas aos profissionais de saúde integrados à rede nos três níveis.
Gostaria de destacar também a importância de investir na carreira de profissionais de saúde, a melhor estratégia para interiorizar os médicos e garantir a saúde pública com efetividade em todas as regiões do País.
E aqui um ponto importante e delicado: precisamos tratar o tema de despesas de pessoal como um dogma, e não um pecado capital. É importante avançar nas políticas públicas com esse tipo de preocupação. Investir no SUS significa investir em pessoas, no sentido amplo da população.
Enfim, homenagear as médicas e os médicos brasileiros nesta data é homenagear uma atitude diante da vida, uma atitude marcada pelo profissionalismo e pelo cuidado com o outro. A população reconhece o médico como um profissional de sua confiança. E nunca precisa (Falha no áudio.) ... seja com o Planeta, com o meio ambiente, com os nossos irmãos e irmãs. Cuidemos uns dos outros.
E uma reverência a todos os médicos que estão enfrentando essa pandemia e àqueles que deram a vida pela vida da nossa população.
Muito obrigado, Senador.
O SR. PRESIDENTE (Izalci Lucas. Bloco Parlamentar PSDB/PSL/PSDB - DF) - Obrigado, presidente.
Vou passar rapidamente agora também à mensagem do nosso Senador Nelsinho Trad, que é médico também.
O SR. NELSINHO TRAD (PSD - MS. Para discursar.) - Amigos e amigas, colegas, que hoje comemoram um dia muito especial para todos nós, não é um dia só de comemoração, é um dia de agradecimento a todos os médicos e médicas do nosso País, pelo comportamento sério e ético que todo mundo teve, de se entregar, de se doar nessa guerra terrível que travamos contra esse inimigo oculto que é o coronavírus.
Eu quero aqui deixar registrado que o Senador Izalci sempre se lembra da classe da saúde, da classe médica. E nós, na qualidade de profissionais que somos, da área da saúde, médico, cirurgião geral e urologista, só temos que aplaudir pessoas com essa sensibilidade.
Quero dizer que o Senado está sempre atento às pautas importantes dos avanços na área da saúde do nosso País.
Parabéns a todos os médicos e médicas.
O SR. PRESIDENTE (Izalci Lucas. Bloco Parlamentar PSDB/PSL/PSDB - DF) - Obrigado, meu querido amigo e médico, Senador Nelsinho Trad, que bem representa todos os médicos e médicas do País, toda a área de saúde de um modo geral.
Convido agora o Sr. Farid Buitrago Sánchez, que é Presidente do Conselho Regional de Medicina e vai falar em nome de todos os conselhos regionais, representando-os aqui. Com a palavra o Sr. Farid.
O SR. FARID BUITRAGO SÁNCHEZ (Para discursar.) - Obrigado, Senador Izalci Lucas. Queria cumprimentar a todos os Parlamentares presentes aqui, na pessoa do Senador Izalci, os Senadores e Deputados presentes aqui nesta sessão plenária.
Cumprimento a todos os colegas médicos também presentes neste momento de homenagem aos colegas médicos.
Este ano, mais que nunca, de fato, nós precisamos homenagear os colegas médicos. E a palavra não é tanto homenagear, senão agradecer: agradecer o desdobramento que cada um dos colegas profissionais de saúde teve para cuidar da nossa população.
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Nós estamos enfrentando uma verdadeira guerra, uma guerra contra um vírus. E esse vírus foi enfrentado diretamente na linha de frente pelos médicos do Brasil. São médicos que deixaram suas famílias, deixaram muitas vezes o conforto de suas casas para cuidar de pessoas desconhecidas, cuidar do próximo, arriscando suas vidas, sabendo que muitos deles poderiam ser contaminados.
Efetivamente aconteceu. Muitos deles foram contaminados, muitos deles perderam a vida nessa batalha também. Os colegas que perderam a vida são os que merecem a maior homenagem nesse Dia do Médico - colegas que saíram para lutar, para ajudar o próximo e infelizmente não retornaram às suas casas.
Também uma homenagem especial a todos os colegas que nesse momento estão lutando por suas vidas, que foram contaminados e se encontram em cama de hospitais lutando por suas vidas tentando se recuperar. E aqueles que conseguiram se recuperar, que continuam ajudando o próximo, que continuam se desdobrando nos prontos-socorros, hospitais, UTIs, diferentes setores, exatamente para poder ajudar aqueles colegas, aquelas pessoas que foram contaminadas e poder salvar tantas vidas. Se não fosse assim, nós teríamos uma tragédia muito maior, como lembrou a Senadora Leila.
Os colegas médicos se desdobram exatamente porque nós temos uma série de problemas de financiamento e problemas estruturais nos diferentes serviços de saúde e, muitas vezes, a profissão médica enfrenta essa série de problemas, problemas para os quais não encontramos meios disponíveis para fazer nosso trabalho de forma adequada. Mas mesmo assim, com todas essas dificuldades que nós temos, conseguimos recuperar a saúde das pessoas. E quando conseguimos recuperar a saúde das pessoas, conseguimos ver que escolhemos a profissão certa. Uma profissão maravilhosa, uma profissão de muitas recompensas. Embora não sejam financeiras, muitas recompensas superam a parte financeira.
Agradeço a todos os colegas que se encontram aqui presentes. Vocês merecem nossa homenagem por se desdobrarem e por tratarem de nossos pacientes e da população do Brasil em geral.
Muito obrigado, Izalci Lucas. Merecida essa homenagem a todos os colegas médicos do Brasil. Boa tarde.
O SR. PRESIDENTE (Izalci Lucas. Bloco Parlamentar PSDB/PSL/PSDB - DF) - Obrigado e parabéns.
Já passo imediatamente também, para fazer a sua manifestação, ao nosso Presidente da Academia de Medicina de Brasília, também representando aqui todas as academias do Brasil. Sr. Marcus Vinícius Ramos.
O SR. MARCUS VINÍCIUS RAMOS (Para discursar.) - Boa tarde. Em nome da Academia de Medicina de Brasília e das demais academias sob o manto da Federação Brasileira das Academias de Medicina, eu agradeço a homenagem que nos está sendo prestada pelo Senador Izalci, pelos demais Senadores, pelos demais Deputados.
Cumprimento meus colegas e agradeço de coração as palavras que ouvi aqui. Sem dúvida a classe médica merece, as merece e as merece com louvor.
Nós gostaríamos, porém, que essas palavras também se transformassem em ações porque nós ouvimos, convidamos, participamos, vamos a diversos fóruns. Os problemas são todos conhecidos.
Nós sabemos o que devemos fazer. Nós sabemos que o SUS é indispensável. Nós sabemos que o nosso Hospital de Base é fundamental. Nós sabemos que os postos de saúde, que os programas de Saúde da Família, que as UPAS... Nós sabemos o que fazer e não conseguimos fazer. E isso nos incomoda muito.
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Este ano, além de ser muito especial, negativamente, por conta da pandemia, teve também aspectos positivos. Um deles eu queria deixar claro aqui, especialmente para a bancada de Brasília: este ano a faculdade de Medicina da Universidade de Brasília comemora o cinquentenário da sua primeira turma de Medicina. Muitos desses médicos formados há cinquenta anos continuam na luta, continuam trabalhando e se dedicando à saúde do Distrito Federal.
Nós gostaríamos muito de nos dedicar mais à saúde do que à doença, mas infelizmente nós não fazemos outra coisa a não ser tratar a doença. É impressionante como nós, que estamos aqui há tantas décadas, percebemos a deterioração da qualidade da saúde no Distrito Federal. Isso tem que acabar. Temos que mudar, temos que melhorar, temos que transformar essas ações em resultados que beneficiam a população de todo o Distrito Federal.
Agradeço mais uma vez a gentileza. Espero contar... E tenho certeza de que a classe médica terá o apoio de toda a bancada do Distrito Federal nessa luta.
Um grande abraço. Mais uma vez, muito obrigado.
O SR. PRESIDENTE (Izalci Lucas. Bloco Parlamentar PSDB/PSL/PSDB - DF) - Obrigado, Dr. Marcus.
Temos, pelo menos, a oportunidade de desabafar um pouco sobre as necessidades e sobre a necessidade de trabalharmos em prol da saúde não só do Distrito Federal, mas de todo o Brasil.
Já passo, então, imediatamente, a um grande representante dos médicos, que é Presidente do Sindicato dos Médicos aqui do Distrito Federal, e vai falar em nome de todos os sindicatos do Brasil, Gutemberg Fialho.
O SR. GUTEMBERG FIALHO (Para discursar.) - Cumprimento a todos, cumprimento a Mesa virtual na pessoa do Senador Izalci Lucas, que é um amigo da classe médica e que tem nos ajudado bastante. Quero parabenizá-lo por organizar mais uma sessão solene. Cumprimento o Deputado Federal Zacharias Calil e cumprimento os colegas que estão no auditório virtual na pessoa do Vice-Presidente do Sindicato dos Médicos e Secretário Nacional da Fenam, Dr. Carlos Fernando, que nos assiste.
Quero aqui parabenizar os médicos brasileiros, neste mês do médico, nesta semana do médico, que estão à frente do atendimento às vítimas da Covid, trabalhando em péssimas condições, com falta de insumos etc, mas que não se omitem em dar assistência à população, salvando vidas e arriscando suas próprias vidas.
Senador Izalci, Deputado Zacharias Calil, meu amigo Marcus Vinícius, meu confrade, Dr. Farid Buitrago, Presidente do Conselho Regional de Medicina do DF, Dr. Donizetti, representando o Conselho Federal de Medicina, e demais colegas, a pandemia da Covid-19 trouxe algumas reflexões. A primeira delas é a importância do Sistema Único de Saúde para a assistência à população em nosso País. Espero que o exemplo da importância do SUS não caia no esquecimento após a pandemia. Que nós possamos, Deputado Zacharias Calil, Senador Izalci Lucas, continuar lutando para impedir as políticas públicas que tentam e insistem em precarizar o Sistema Único de Saúde.
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Outra reflexão que eu tenho repetido, tenho constatado e para a qual tenho chamado a atenção é a questão da globalização, da economia globalizada, do mercado globalizado, que mostrou a sua fragilidade e a sua face perversa no monopólio de áreas estratégicas, como nós vimos agora na questão dos insumos, fez com que o nosso parque industrial de insumos desaparecesse e permitiu a exploração de uma forma dramática feita pelos países que detêm o monopólio da produção desses insumos.
Portanto, a globalização, apesar de ser importante, ela tem também a sua face perversa. E aqui fica a reflexão: o Estado brasileiro não tem a necessidade de manter o monopólio de algumas áreas estratégicas? Eu acho que é uma questão em que temos que pensar.
Outra questão a que nós assistimos pacientes, conversamos com os colegas e acompanhamos o caos que se instalou, o colapso que se instalou no Sistema Público de Saúde Brasileira, e até privado, é a necessidade de políticas públicas - e aí se mostra a fragilidade de políticas públicas do Ministério da Saúde na formação de especialistas. Nós precisamos incentivar e ampliar a atenção primária, que é a base de qualquer sistema público de saúde. Mas não podemos nos esquecer de incentivar a formação de especialistas, principalmente na área terciária e de alta complexidade, que mostrou a sua importância e o quanto sofremos pela falta em quantidade suficiente desses profissionais.
Por fim, costumo repetir que ser médico, antes de uma escolha, é um destino. Portanto, eu conclamo os Colegas por mantermos o compromisso de assistir a saúde da população brasileira e o compromisso com a vida.
Um abraço a todos!
O SR. PRESIDENTE (Izalci Lucas. Bloco Parlamentar PSDB/PSL/PSDB - DF) - Obrigado, meu querido Gutemberg.
Passo imediatamente a palavra ao Sr. Petrus Leonardo Barron Sanchez, que é o Secretário Adjunto de Assistência à Saúde, da Secretaria de Saúde do DF, representando aqui o Secretário de Saúde.
O SR. PETRUS LEONARDO BARRON SANCHEZ (Para discursar.) - Boa tarde, senhores e senhoras! O meu muito respeito a todos aqui presentes. Cumprimento a Mesa, o Senador Izalci, que, com muito respeito sempre à figura dos médicos, proclamou então esta sessão solene e nos trouxe a figura do médico e a termos tamanho respeito pela profissão ímpar que, neste momento do Covid, mostrou-se extremamente nobre.
Ser médico é uma entrega de vida. Ser médico é deixar muitos dos afazeres pessoais, familiares e lazeres, para poder investir na saúde do nosso usuário, da nossa população. É uma entrega que, no meu entendimento, precisa ser extremamente valorosa, precisa ser reconhecida.
E aqui a nova gestão da Secretaria de Estado de Saúde tem se pautado muito nesse reconhecimento. Estamos aqui realmente encontrando o momento do Covid já na sua fase mais adiantada, com muitas tarefas árduas a serem executadas.
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Nós temos pensamento em elevar mais a atenção primária à saúde. Nós sabemos a importância que a atenção primária tem nesse contexto, para que em médio e longo prazo possamos, então, ter resultados e não impactar muito nas atenções especializadas e secundárias.
O que a gente tem aqui, em nome da SES, Secretaria de Estado de Saúde, é gratidão, é reconhecer o trabalho que esses guerreiros, na linha de frente, fizeram nesse momento de Covid, enaltecer esse trabalho com muito orgulho mesmo. Que doravante a gente possa traçar novos rumos de gestão e que isso venha a trazer bons resultados e com grande reconhecimento à figura do médico.
Minha reverência a todos os senhores e senhoras e ficamos às ordens sempre por aqui, na Secretaria de Estado de Saúde.
Meu muito obrigado.
O SR. PRESIDENTE (Izalci Lucas. Bloco Parlamentar PSDB/PSL/PSDB - DF) - Obrigado.
Já passo imediatamente ao nosso querido Gustavo Fernandes, que é nosso Diretor-Geral do Hospital Sírio-Libanês, do Complexo Brasília.
O SR. GUSTAVO FERNANDES (Para discursar.) - Boa tarde a todos! Cumprimento a todos, e, em nome do Senador Izalci, agradeço pela oportunidade de me pronunciar como médico.
Acho que este ano foi um ano muito especial para que nós comemoremos o Dia do Médico. É um ano de reencontro. Na minha opinião, neste ano, a população, as pessoas reaprenderam o significado dos médicos, para que um médico serve, qual é o significado dele na sociedade. E os médicos lembraram também o seu verdadeiro significado. A gente viu as pessoas se colocando de coração e tendo uma grande oportunidade de ajudar o Brasil. Na minha opinião, os médicos têm desempenhado um grande papel.
Acho que este é um ano que vai ser muito importante para nós. No futuro, nós vamos lembrar deste ano como um ano em que se reagrupam as funções do médico na sociedade e em que a população passa a olhar para os serviços de saúde e para os médicos de uma maneira diferente, tanto no sistema suplementar quanto no sistema público de saúde. É um ano que nós naturalmente não provocamos. Nós adoraríamos que este ano tivesse sido um ano normal. Mas são nas grandes adversidades que nós que nós encontramos a oportunidade de sermos muito úteis, muito úteis.
Então, eu me senti, durante este ano - e ainda me sinto - muito feliz de poder ser médico e de poder, num momento em que a sociedade está em convulsão, todos com medo, em que as pessoas estão acovardadas dentro das suas casas, em que vemos os nossos colegas de uma maneira absolutamente responsável e tentando reduzir ao máximo possível os riscos, colocando-se à disposição da sociedade e de cada paciente. Tem sido uma luta diária, uma luta com poucos recursos, uma luta na qual há um grande grau de incerteza, com muita dificuldade de acertar. Todos os dias há um desafio diferente. Mas os médicos têm feito um grande trabalho e têm tido uma grande oportunidade de se reconectar com a sua função e de gerar uma conexão ainda maior com a sociedade.
Então, parabéns aos meus colegas. Este foi um ano em que se reafirmou o nosso amor pela Medicina e a certeza de que nós fizemos as escolhas corretas ao longo da vida.
Obrigado a todos!
O SR. PRESIDENTE (Izalci Lucas. Bloco Parlamentar PSDB/PSL/PSDB - DF) - Quero registrar aqui a presença do nosso querido Senador, médico e também ex-Ministro, Humberto Costa. Bem, passo a palavra imediatamente ao Sr. Paulo Ricardo Silva, que é o Presidente do Instituto de Gestão Estratégica de Saúde aqui do Distrito Federal (IGESDF). (Pausa.)
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Tem que abrir o microfone, Paulo. (Pausa.)
Paulo, está com dificuldade de abrir o som, o áudio?
Enquanto isso, eu vou passar imediatamente aqui para...
Ah, abriu. O.k., Paulo.
Está com a palavra.
O SR. PAULO RICARDO SILVA (Para discursar.) - Desculpem a falha técnica.
Meu agradecimento, primeiramente, a Deus, cumprimentando a todos na pessoa do ilustre Senador Izalci Lucas, que preside esta Mesa.
Neste dia especial, prezados senhores, senhoras e demais autoridades presentes, gostaria de iniciar a minha fala trazendo o conceito do que é cuidar, que é o que fazemos. Cuidar é verbo transitivo que indica a ação de tratar de algo ou alguém, zelar ou tomar conta de algo ou alguém, preocupar-se, assumir a responsabilidade, dar atenção. Cuidar sempre indica uma ação intencional. Ninguém cuida por acaso, sempre é um ato refletido e dedicado.
No dia 18 de outubro, celebramos uma profissão que tem no cuidado e no zelo pelo próximo sua função fundamental, o médico. No entendimento do juramento de Hipócrates, considerado o pai da Medicina, em pelo menos 370 a.C., essa concepção do cuidado já está implícita. De cuidar vem o cuidado. Oriunda do latim, significa, entre outras coisas, atenção e cautela, precaução, cuidado na hora da dor, do sofrimento de alguém. Quando o olhar incisivo daquele que padece ou dos seus clama uma ação de socorro, eis o momento da materialização do cuidado nas mãos dos médicos dedicados e atentos, materialização essa que transcende a própria matéria, mas alcança a alma, os sentimentos dos cuidados, dos que necessitam do alívio e esperança. Nada mais justo do que reservarmos pelo menos um dia do ano para dedicarmos àqueles que atuam diariamente, semeando em atos e desempenhando o acúmulo de saberes e práticas dos últimos séculos no cuidado de pessoas enfermas e no incentivo às práticas que evitam as doenças e estimulam a qualidade de vida das pessoas. Das primeiras impressões sobre os cuidados e tratamento das pessoas acometidas por uma moléstia aos incríveis avanços técnicos e tecnológicos, sejam equipamentos, drogas, práticas médicas, a presença do médico continua sendo central no cuidado à pessoa humana.
O Instituto de Gestão Estratégica em Saúde do Distrito Federal (IGESDF) prestigia esse profissional que trabalha com foco em proporcionar as melhores condições possíveis para que ele possa exercer o seu ofício com presteza, eficiência, dignidade, postura ética definida, reiterada ao longo da história.
Viva a saúde! Viva o cuidado! Viva o médico em todos os dias do ano!
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Meu muito obrigado pela oportunidade de homenagear esses profissionais que cuidam de vidas.
O SR. PRESIDENTE (Izalci Lucas. Bloco Parlamentar PSDB/PSL/PSDB - DF) - Obrigado.
Passo a palavra imediatamente ao Sr. Marcelo de Oliveira Maia, médico intensivista e também Coordenador na Unidade de Terapia Intensiva aqui da Rede D'Or São Luiz.
O SR. MARCELO DE OLIVEIRA MAIA (Para discursar.) - Prezado Senador Izalci Lucas, Parlamentares, amigos, agradeço o gentil convite para a presença nesta homenagem ao Dia do Médico.
Hoje eu atuo como Presidente e futuro eleito da Sociedade de Medicina Intensiva Brasileira - AMIB e Coordenador da Unidade de Terapia Intensiva da Rede D'Or aqui, no Distrito Federal.
Vivemos momentos muito difíceis, como todos vocês acabaram de dizer. Estamos internados, com nosso querido amigo Deputado Hiran Gonçalves, da Frente Parlamentar da Medicina, já vencendo a Covid-19, e nós tivemos muitas dificuldades no País. Nossa ideia inicial era de que existiria, no País, a ausência de ventiladores mecânicos nas unidades de terapia intensiva do Brasil, e nós finalizamos aí sem insumos em várias unidades do País, o que nos levou a reuniões junto à Frente Parlamentar da Medicina na Casa, na Câmara dos Deputados, tentando identificar as possíveis origens dessa ausência de insumos.
Nós, médicos intensivistas, temos hoje, em conjunto com equipes multiprofissionais que atuam na terapia intensiva, uma luta entre a vida e a morte. Entendemos que a perda de pacientes de uma maneira muito maior do que nós estávamos acostumados a encontrar nas unidades de terapia intensiva no País nos trouxe uma reflexão muito grande: a que ponto a terapêutica da Covid-19 nos auxiliaria na intervenção desses pacientes críticos e graves. Os pacientes que chegam nas unidades de terapia intensiva são pacientes portadores de síndromes respiratórias agudas, moderadas e graves, casos em que a sobrevida é muito baixa, e nós entendemos isso, a atuação exaustiva desses profissionais médicos intensivistas e todos os profissionais que atuam dentro de unidades de terapia intensiva. Nós não atuamos nunca sozinhos; nós fazemos parte de um time, e esse time precisa jogar de uma maneira aqui muito afinada para que esses nossos pacientes não venham a óbito.
Não vou me delongar. Então, a Associação de Medicina Intensiva Brasileira vem, desde o início da pandemia, liderando vários documentos, fazendo parcerias com outras associações, associações de medicina de emergência, a Associação de Anestesiologia do País, na tentativa de reverter quadros inexoráveis de óbitos dos pacientes críticos e graves internados entre nós.
Mais uma vez, então, quero agradecer, agradecer o gentil convite, agradecer aos Parlamentares, em especial à Deputada Celina Leão, ao Deputado Hiran Gonçalves, ao Deputado Luizinho e à Deputada Carmen Zanotto, que tanto nos apoiaram nas ações nossas, na Associação de Medicina Intensiva Brasileira, no enfrentamento da pandemia da Covid-19 no País.
Quero agradecer a esses milhares de médicos que perderam as vidas dentro do País e nunca, nunca, deixaram de assistir aos pacientes críticos e graves internados sob seus cuidados e agradecer também aos profissionais da área de saúde, todos eles, especialmente aos profissionais que atuam nas unidades de terapia intensiva.
Senador Izalci, parabéns pelo seu projeto. Eu acredito que modifica um conceito que nós, profissionais médicos da área, principalmente de saúde, que lidam na linha de frente de combate à da Covid-19, vimos enfrentando.
Obrigado pelo convite e quero parabenizar todos os profissionais que atuam na linha de frente contra a Covid-19.
Obrigado.
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O SR. PRESIDENTE (Izalci Lucas. Bloco Parlamentar PSDB/PSL/PSDB - DF) - Obrigado.
Passo imediatamente à nossa querida Francielle Pulcinelli Martins, que é médica reumatologista e também é responsável pela Clínica Médica do Hospital Regional da Asa Norte, o Hran.
A SRA. FRANCIELLE PULCINELLI MARTINS (Para discursar.) - Boa tarde a todos!
Vocês me ouvem?
O SR. PRESIDENTE (Izalci Lucas. Bloco Parlamentar PSDB/PSL/PSDB - DF) - Boa tarde.
Estamos ouvindo sim.
A SRA. FRANCIELLE PULCINELLI MARTINS - Eu sou a Francielle, sou médica reumatologista, sou casada, mãe de dois filhos. Sou formada pela Universidade Federal de Goiás e atualmente eu sou Gerente da Assistência Clínica do Hospital Regional da Asa Norte e também participei, como membro, no Gabinete de Crise que foi instituído no Hospital Regional da Asa Norte para o enfrentamento do Covid.
Eu vou fazer um breve relato da nossa experiência lá no Hran.
A minha história na Secretaria de Saúde começa em 2009, quando eu vim para Brasília fazer residência em clínica médica no Hospital Regional da Asa Norte e, em 2013, eu tive a grata oportunidade de iniciar na carreira pública como médica concursada na Secretaria Estadual de Saúde e estou desde então me dedicando a isso.
Eu tenho a honra hoje de estar nesta cerimônia. Agradeço a toda a equipe de saúde do DF, agradeço ao Senado Federal por esta oportunidade e à Mesa e, principalmente, à pessoa do Senador Izalci Lucas por esse honroso convite.
No mês de março deste ano, o Hran recebeu o enorme desafio e a responsabilidade de se tornar hospital referência no tratamento do Covid-19, que era uma doença ainda muito desconhecida para todo mundo, inclusive para a comunidade científica também.
Todos nós do corpo clínico tivemos muito medo e receio do desconhecido, mas isso não nos paralisou. Pelo contrário, esse cenário motivou cada vez mais a equipe e nós vivemos um cenário de muita cooperação multiprofissional, o que nos deu condições de crescermos rapidamente em conhecimento e em preparação técnica e logística para que estivéssemos prontos para receber os pacientes que chegariam em grande volume e em curto prazo.
E essa situação não demorou a acontecer. Mesmo com todas as medidas de controle social do Governo do Distrito Federal, os números cresceram de forma importante, e nós estávamos lá, prontos para atender toda a população que nos procurava diretamente ou que era referenciada dos outros hospitais do Distrito Federal e do Entorno.
Foi montada uma rede de apoio para acolher não só os pacientes, mas também os familiares, que, devido à característica da doença, se viam obrigados a deixarem seus entes queridos conosco e irem embora. Vários médicos, psicólogos e enfermeiros que tinham qualquer restrição à assistência direta do paciente se revezam até hoje numa central telefônica para fornecerem o boletim médico diariamente.
Infelizmente, mesmo com todos os cuidados que a equipe teve e todo o empenho, nós testemunhamos várias perdas e o sofrimento de muitas famílias e, inclusive, sofremos também na pele quando perdemos um colega, técnico de enfermagem do Hran, no próprio hospital, vítima de Covid.
Eu aproveito este momento para me solidarizar com todas as famílias que perderam algum ente querido durante a pandemia.
Muitos foram os nossos momentos de renúncia nesses meses, e eu agradeço e homenageio, em especial, as famílias de todos os profissionais de saúde, que entenderam esse momento difícil e que deram suporte aos trabalhadores de saúde.
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Eu registro a minha admiração por todos os meus colegas médicos, por toda a bravura e determinação demonstradas em todos esses meses.
Agradeço em especial a Deus, pela oportunidade de ser médica e pela oportunidade de poder ter participado ativamente desse momento; ao meu marido e aos meus filhos, por toda a paciência e suporte nesses meses. Esperamos que desses tempos tão difíceis restem apenas o aprendizado e a alegria de poder ter auxiliado na recuperação de muitos.
Parabéns a todos os meus colegas médicos e a todos os profissionais de saúde que fizeram a diferença.
O SR. PRESIDENTE (Izalci Lucas. Bloco Parlamentar PSDB/PSL/PSDB - DF) - Obrigado, Francielle, é emocionante mesmo.
Bem, passo a palavra imediatamente ao nosso querido Renato Carlos Siqueira, que é médico ortopedista e também é Diretor do Hospital Regional de Taguatinga.
O SR. RENATO CARLOS SIQUEIRA (Para discursar.) - Boa tarde a todos!
Meu nome é Renato. Eu queria parabenizar a iniciativa do Senador Izalci, que sempre tem escutado os apelos do Hospital Regional de Taguatinga, sempre procurando ajudar, dentro do possível, e isso é muito importante.
As palavras, por mais que a gente critique, são muito importantes para a equipe. Elas animam a alma, elas dão empolgação para a equipe. São importantes essas palavras, são importantes essas ações, porque elas mostram que o trabalho precisa continuar e que não é um trabalho feito sozinho: a gente está sendo visto, está sendo apoiado e, muitas vezes, reconhecido por aqueles que podem fazer algo pela gente. Então, as palavras são importantes, sim, e elas animam a alma, elas dão ânimo para a equipe, e isso traz diferença.
Hoje a gente teve a felicidade de poder dar início ao Outubro Rosa aqui no HRT. Vai ser uma semana em que a gente vai fazer no mínimo 40 cirurgias de reconstrução mamária, que era algo que a gente tinha muita dúvida se ia conseguir fazer ou não devido à pandemia, ao atual cenário, e, com o empenho de toda a equipe, com voluntários, com tatuadores, a gente vai fazer essa ação. Vamos reconstruir a mama de várias pacientes, vamos ter tatuador para refazer as aréolas. Então, isso traz esperança, que é a função do médico em grande parte das vezes: trazer esperança aos seus pacientes. Então, a gente se sente muito feliz podendo dar essa resposta para a sociedade, para os nossos pacientes.
E vamos coroar a equipe, que foi o que a gente fez hoje, não é? Quero agradecer a todos eles. Muitos saíram, e saem, das suas casas, com medo da doença, mas não fogem da missão a que foram chamados. Quem é da área de saúde, seja da área de enfermagem, seja da área médica, por incrível que pareça ou que possa parecer, já sabia dessa missão, de que teria que atuar nessa situação de atender doentes. Então, por mais que a gente tenha tido as evasões por teletrabalho, a gente também teve muitos colegas que poderiam ter se afastado e, mesmo assim, preferiram continuar atuando na linha de frente. Então, isso traz esperança para a gente, isso anima quem está na ponta da lança a continuar trabalhando e a continuar se dedicando.
As esperanças são depositadas na gente: no diretor, no responsável técnico, no médico. As esperanças são depositadas naqueles que agora estão à frente da Secretaria: Dr. Petrus, Dr. Paulo, no Iges. A gente tem uma grande esperança nessa nova gestão. Converso com os colegas e todos estão muito empenhados em caminhar juntos - o Dr. Petrus, o Dr. Paulo -, na tentativa do melhor para a saúde do Distrito Federal.
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Então, é essa a esperança que a gente tem também, é essa a esperança que a gente quer passar para a equipe e são essas as coisas que a gente quer dar para os pacientes.
Então, realmente, são muito prazerosas essas homenagens. Agradeço ao Senador Izalci e a toda a Mesa.
Muito obrigado.
O SR. PRESIDENTE (Izalci Lucas. Bloco Parlamentar PSDB/PSL/PSDB - DF) - Nós que agradecemos, Renato.
E já quero te dar uma boa notícia também: o nosso Senador Reguffe, na reunião da bancada de hoje, concordou em colocar a emenda da ressonância, que você vem pedindo há anos, para o HRT. Então, parabéns para vocês.
Bem, passo a palavra agora para a nossa querida Jordanna Diniz, que é cirurgiã ginecológica robótica e também Coordenadora do Serviço de Ginecologia do Hospital Santa Luzia e do DF Star, de Brasília.
A SRA. JORDANNA SANT’ANNA DINIZ E MOURA OSAKI (Para discursar.) - Muito obrigada a todos.
Vocês me escutam bem?
O SR. PRESIDENTE (Izalci Lucas. Bloco Parlamentar PSDB/PSL/PSDB - DF) - Está tudo ótimo.
A SRA. JORDANNA SANT’ANNA DINIZ E MOURA OSAKI - Quero agradecer primeiramente a Deus, à minha família e ao Senador Izalci, representando todos, bem como ao público que nos assiste.
Eu venho, como parte de uma geração jovem, dizendo que vivemos um momento ímpar na Medicina, como parte de uma geração que enfrentou a pandemia, como linha de frente, sem pestanejar frente à dificuldade, frente ao desconhecido, mesmo com a perda de colegas e de entes queridos.
Eu falo sobre a minha especialidade: eu vivenciei mães inseguras com relação à gestação, ao que seria da gestação nesse momento de pandemia, bem como mulheres com doenças ginecológicas, com dor, sem tratamento estabelecido; mulheres esperando esperando por um tratamento de reprodução humana que foi estacionado pelo momento da pandemia.
Eu venho dizer a vocês - sou também docente da faculdade de Medicina - que ser médico, eu sempre digo isso aos alunos, é a arte de lidar com as incertezas demonstrando segurança.
Então, sempre é dedicação e esforço contínuo, primando em todos os momentos por se colocar no lugar do outro; é saber que nós podemos cuidar, podemos esclarecer, bem como acalmar uma família, um paciente que está em um momento de angústia, e sempre dando suporte, o que está no juramento que fizemos.
Então, em especial, para as mulheres que são acometias pela endometriose, que é o meu foco profissional, eu vejo hoje a devolução da qualidade de vida, do sonho de ser mãe dessas mulheres, que tanto são ignoradas em muitos momentos pela sociedade. Neste momento de pandemia, nós esquecemos de outras doenças: eu vi a Dr. Francielle falando e pensei nos pacientes transplantados, pacientes oncológicos, que, de repente, viram seus tratamentos paralisados.
Então, através da docência, eu me comprometo sempre a buscar inspirar novos médicos para serem humanos e éticos no cuidado com a saúde, que esses médicos futuros, meus alunos - e há muitos aqui nos assistindo -, vejam a nossa missão neste momento e que nós possamos dessa forma valorizar a nossa carreira.
Agradeço ao Senador Izalci por esse reconhecimento, que é tão válido, porque nós médicos também tivemos o medo do desconhecido, e que essa dedicação permaneça no cuidado ao nosso maior patrimônio, que é saúde.
Então, eu sempre falo que nós seremos os primeiros a serem chamados e estaremos lá por todos. A vigília é constante e a luta pela vida também, enquanto Deus nos permitir.
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E o Dr. Calil citou mais cedo esse chamado em momentos diversos. Eu já fui chamada duas vezes - numa situação de infarto e numa situação de queimadura num voo - e não hesitei quando realmente o comissário perguntou: "Tem um médico a bordo?". Então, a nossa função é eterna.
E eu me solidarizo aqui e agradeço a todos os meus colegas que perderam familiares, também técnicos de enfermagem e enfermeiros. A todos que se disponibilizaram em função do outro, meu muito obrigada. Agradeço a oportunidade e espero que estejamos juntos em outros momentos.
Obrigada.
O SR. PRESIDENTE (Izalci Lucas. Bloco Parlamentar PSDB/PSL/PSDB - DF) - Bem, antes de passar agora para o Lucas, só quero também aproveitar a presença ainda da Senadora Leila para agradecer à Bancada do DF, que já tinha o ano passado destinado suas emendas para outras áreas e transferiu quase R$100 milhões das emendas para o Covid-19. Então, parabéns, Senadora Leila, na pessoa de quem parabenizo todos os demais membros da Bancada.
Passo a palavra para o Sr. Lucas Seixas Doca Júnior, que é cirurgião geral e também Gerente-Geral de Assistência do Instituto Hospital de Base do Distrito Federal.
O SR. LUCAS SEIXAS DOCA JÚNIOR - O senhor está me ouvindo?
O SR. PRESIDENTE (Izalci Lucas. Bloco Parlamentar PSDB/PSL/PSDB - DF) - Estou, sim. Ótimo.
O SR. LUCAS SEIXAS DOCA JÚNIOR (Para discursar.) - Perfeito.
Meus agradecimentos, em nome de todos os médicos, por essa homenagem; ao Senado Federal, essa Casa de respeito quase bicentenária; aos Srs. Senadores, Srs. Deputados e colegas médicos; e ao Senador Izalci Lucas, que teve a sensibilidade de reconhecer a importância do médico na promoção da saúde através desse gesto.
O papel do médico, como profissional responsável pela promoção da saúde da população e incentivador de uma vida saudável na prevenção, diagnóstico e tratamento de doenças, é fundamental.
O Brasil comemora o Dia do Médico no dia 18 de outubro, data em que também é celebrado o Dia de São Lucas, o santo protetor dos médicos. Essa data pode variar ao redor do mundo, como veremos.
Dr. Lucas ou São Lucas, o padroeiro dos médicos, foi um dos quatro evangelistas do Novo Testamento. Em ordem cronológica, seu Evangelho é o terceiro, após os Evangelhos de Mateus e Marcos. Ele também escreveu o Ato dos Apóstolos, que narra os atos apostólicos da igreja primitiva cristã no primeiro século. Embora Lucas não tenha convivido pessoalmente com Jesus, seus textos são baseados nos depoimentos de pessoas que foram testemunhas da vida e da morte de Jesus Cristo.
Além de médico, acreditava-se que Lucas também era pintor, historiador e músico. Considerado o patrono dos médicos desde o século XV, ele teria estudado Medicina na Antioquia, cidade onde também teria nascido. A Antioquia era uma cidade que hoje está localizada em um território sírio. Na época de Lucas, a cidade foi um dos centros mais importantes da civilização helênica na Ásia Menor. O médico não era hebreu, era grego e denominado gentil, pois era dado esse nome a todo aquele que não seguia a fé judaica. Lucas, posteriormente, se converteu ao cristianismo, viveu no século I, mas não se sabe com exatidão a data do seu nascimento e nem a data da sua morte.
Os relatos bíblicos são claros, na epístola paulina aos colossenses, quando Paulo se refere a ele como "Lucas, o médico amado". Lucas e Paulo teriam sido grandes amigos e há referências históricas que dizem que Lucas foi um médico bondoso, abnegado e que se dedicava aos seus pacientes.
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A escolha do dia 18 de outubro como o Dia do Médico e de São Lucas, como patrono desses profissionais, é comum em vários países com base cristã - entre eles, Itália, Portugal, França, Espanha, Bélgica, Polônia, além do próprio Brasil.
Há relatos de que a Inglaterra também comemore essa data também no dia 18 de outubro. Ela ainda não foi reconhecida oficialmente no Reino Unido, embora exista uma petição no site do parlamento britânico pedindo a instituição de uma data para celebrar esses profissionais e o trabalho que desenvolvem junto à comunidade.
Diversas outras nações ao redor do mundo - peço um pouco mais de tempo - homenageiam os seus médicos. Nos Estados Unidos, o Doctors' Day é 30 de março; no Canadá, o Doctors' Day é 1º de março; no Irã, o Dia do Médico Nacional é comemorado no aniversário de Avicena, que escreveu 450 tratados de vários assuntos, 40 sobre Medicina, sendo The Book of Healing (O Livro da Cura) e The Canon of Medicine os mais conhecidos.
Diversos países da América Latina, como Argentina, Uruguai, Cuba, Paraguai, também celebram o Día del Médico em 3 de dezembro. Já no México, comemora-se em 23 de outubro el Día del Médico por ser a data de fundação do Establecimiento de Ciencias Médicas, em 1833.
Muitos outros países têm o dia do médico como homenagem a esses profissionais fundamentais na promoção da saúde. Mas os nossos médicos passam boa parte de suas vidas nos locais de trabalho. E o local de trabalho da maioria dos nossos médicos é o sistema público de saúde, as unidades do SUS. Por esse mesmo motivo, relembraremos o breve histórico de 32 anos do SUS.
O SUS foi criado em 1988 pela Constituição Federal brasileira, que determina que é dever do Estado garantir a saúde de toda a população brasileira. Em 1990, o Congresso Nacional aprovou a Lei Orgânica de Saúde, que detalhou o funcionamento do sistema e instituiu os preceitos, que são seguidos até hoje.
A partir desse momento, senhores, a população brasileira passou a ter direito à saúde universal e gratuita.
Em setembro de 2000, foi aprovada a Emenda à Constituição 29, que definiu que o SUS seria administrado de forma tripartite, que contaria com os recursos provenientes dos orçamentos da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios e que os gestores seriam os responsáveis pela administração dos recursos, sua implantação e qualidade.
Em seus 32 anos de existência, o SUS conquistou uma série de avanços para a saúde do brasileiro: reconhecido internacionalmente pelo Programa Nacional de Imunização, responsável por 98% do mercado de vacinas do País, também reconhecido como o maior sistema público de transplante de órgãos do mundo e ainda como assistência integral e totalmente gratuita para a população de portadores de HIV e doentes de Aids, renais crônicos, pacientes com câncer, tuberculose e hanseníase.
Mas a saúde do País não pode depender apenas do SUS. As saúdes mental e física dependem também da boa alimentação, do saneamento básico e da educação.
O sistema aqui do DF tem uma organização complexa, com entidades e diferentes personalidades jurídicas, finalidades e entregas à população, incluindo desde aquelas que desenvolvem atividades assistenciais de diferentes complexidades até as que ocupam a educação, a pesquisa e o desenvolvimento científico, o que constitui sua fortaleza.
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Nesse contexto, o Hospital de Base e várias instituições de Brasília tiveram como projeto inicial um hospital da cidade, para que fosse uma unidade de saúde diferente, um modelo que seria o centro de um sistema hospitalar com unidades menores ao seu redor. Seu nome inicial foi Hospital Distrital. A unidade hospitalar foi inaugurada em 12 de setembro de 1960, poucos meses após a inauguração de Brasília pelo Presidente, que era médico urologista, o Dr. Juscelino Kubitschek, na data do seu aniversário.
O Hospital de Base completou seus 60 anos neste ano, mais experiente, vanguardista, e com maior vigor, com estratégias extraordinárias para começar um novo ciclo de retorno às suas origens, ou seja, o de ser uma unidade hospitalar que resolverá os problemas de alta complexidade no Distrito Federal, fixando-se definitivamente como unidade terciária e quaternária da saúde.
Nesses 60 anos, passaram por esse hospital excelentes e ilustres médicos professores, que formaram milhares de profissionais médicos ultraespecializados, que levaram e levam até hoje luz à Medicina nacional e mundial. Participamos dessa história nos últimos 22 anos, desde 1998, e atuaremos até que o cérebro ou o nosso corpo nos convençam do contrário. No Hospital de Base, aprendemos com muitos professores e principalmente com os pacientes a técnica para a boa Medicina, a humildade e o respeito a todos.
Senhores, a Medicina é uma ciência, mas também é uma arte milenar em que o médico é o pintor, o executor das ações que poderão gerar a cura e amenizar o sofrimento das pessoas.
Sempre nos orgulhamos do RH do Hospital de Base como um dos mais completos e melhores corpos técnicos do Brasil.
O Hospital de Base de hoje conta aproximadamente com 800 leitos; realiza mais de 500 mil consultas, 40% dessas de emergência; tem, em média, 17 mil internações e 12 mil cirurgias anuais. É referência do SUS em politrauma, em atendimento cardiológico, em ecodinâmica, em cirurgia cardiovascular, em neurocirurgia, em cirurgia de alta complexidade, em atendimento oncológico e onco-hematológico. Também é referência na área de transplante de órgãos e ainda no diagnóstico, apoio terapêutico e Psiquiatria. No ensino, forma cerca de 400 residentes em 53 programas de residência médica, além de outros cinco em outras áreas, como Enfermagem, Fisioterapia, Nutrição, Odontologia e Psicologia.
Esse hospital, além de ser referência em todas as áreas e em muitas outras especialidades, foi capaz de entregar ao Distrito Federal a maior contribuição hospitalar contra a Covid-19. Foram 66 leitos de UTI Covid-19, 24 leitos de UCI Covid-19 e 70 leitos de Enfermaria Covid-19. E, mesmo assim, continuamos atendendo todas as outras patologias, que não deixaram de existir. E, dos outros hospitais que se dedicaram ao atendimento da Covid-19, de todos, somos referência. Tudo isso ocorreu sem cruzamento de fluxo, com menor índice de contaminação entre os colaboradores assintomáticos, testados em massa, entre todos os hospitais públicos mistos, ou seja, menos de 5%.
A pandemia da doença Covid, que nos assola, gerada pelo SARS-CoV-2, fez sumir ainda mais uma população de abnegados que, em vez de ficarem sob a proteção de medidas de isolamento e distanciamento, fizeram o seu dever de salvar ou de amenizar o sofrimento de uma vasta população de infectados. São médicos, enfermeiros, técnicos de enfermagem, fisioterapeutas, nutricionistas, fonoaudiólogos, uma vasta quantidade de colaboradores operacionais que mantiveram e mantêm assistida toda uma população ainda volumosa de doentes da Covid.
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Essa doença trouxe à tona a necessidade de investir muito mais em saúde pública. Observamos claramente que é impossível ter saúde isoladamente, a menos que entrássemos numa bolha e vivêssemos excluídos da sociedade, mas teríamos a doença mental que toda clausura traz.
É imprescindível reformularmos todos os conceitos de acesso à saúde, para uma assistência de qualidade e com segurança para todos os níveis - primário, secundário e terciário -, dividindo os recursos com um percentual maior para as unidades da Federação e cidades que recebem um fluxo maior de pacientes ou estimulando a criação de centros regionais de alta resolutividade pelo Brasil que resolvessem o dilema da saúde de sua população local, evitando dessa forma gastos desnecessários com a migração para outros Estados.
Senadores, o maior plano de saúde do Brasil é o SUS, respondendo a cerca de 85% a 90% da população, sendo a quase 100% quando se trata de medicações de médio e alto custo, porque muitas vezes os prestadores privados...
O SR. PRESIDENTE (Izalci Lucas. Bloco Parlamentar PSDB/PSL/PSDB - DF) - Obrigado, Dr. Lucas.
O SR. LUCAS SEIXAS DOCA JÚNIOR - Tudo bem. Estou concluindo, Senador.
A pandemia deixará vários aprendizados: a valorização da saúde pública como um todo, o reconhecimento de que necessitamos de mais investimentos e a valorização dos profissionais de saúde como heróis de uma guerra que ainda não acabou. Concluindo, finalmente o grande aprendizado que nos trouxe foi que é impossível se ter saúde isoladamente.
Dessa forma, concluo pedindo a essa grande Casa de servidores da Nação, que é o Senado Federal, que olhe mais pela saúde da nossa população, pois ela é a saúde de todos nós brasileiros, e zelem pelos médicos, pelos profissionais que dão a sua vida no exercício dessa profissão fundamental que é o exercício da boa medicina.
Muito obrigado por essa homenagem. Compartilho-a com todos que, como um exército, se unem e se entregam diariamente para salvar tantas vidas.
O SR. PRESIDENTE (Izalci Lucas. Bloco Parlamentar PSDB/PSL/PSDB - DF) - Obrigado, Dr. Lucas.
Vou passar a palavra agora, na sequência, para o meu cardiologista durante muitos anos, o Dr. Osório Rangel, que está há anos e anos no Hospital de Base do Distrito Federal, médico cardiologista e assistente da Cardiologia do Instituto de Base.
Dr. Osório. (Pausa.)
Seu microfone está fechado, Dr. Osório.
O SR. OSÓRIO RANGEL (Para discursar.) - Exmo. Senador Izalci Lucas, cumprimentando V. Exa., cumprimento S. Exas. Senadores e Senadoras, os colegas médicos representantes de nossas entidades e todos que nos ouvem e veem.
Aproveito a oportunidade para cumprimentar o Dr. Zacharias Calil Hamu, pela excelência como Deputado Federal, principalmente quando do seu trabalho médico, que teve a indicação por essa Casa do Prêmio Nobel de Medicina, por conta daquela cirurgia...
Está bom o microfone, Izalci?
O SR. PRESIDENTE (Izalci Lucas. Bloco Parlamentar PSDB/PSL/PSDB - DF) - Estamos ouvindo. Está bem.
O SR. OSÓRIO RANGEL - O.k.
Então, eu louvo a medicina, que cuida de nosso único bem intransferível e que não é tangível em qualquer moeda, que é a nossa vida. Para que ela seja mantida, a nossa saúde deverá ser muito bem cuidada. E para tal há as equipes de saúde e, especificamente hoje, os médicos, que são os guardiões desse nosso bem maior, que é a vida de todos nós. Hoje, como médico, pesquisador e professor de Medicina, afirmo que o exercício da Medicina se baseia na ciência e na pesquisa, que buscam sempre a verdade, condição suprapartidária e laica. Só assim os resultados serão efetivos em prol do grande objetivo de nosso trabalho, que são os nossos pacientes.
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A nossa história na Secretaria de Saúde começa lá em 1976, no Hospital de Base, em que, atuando como médico da UTI até 2006, por 30 anos, passei para a Cardiologia, onde atuo até a presente data. Eu sou a presença viva, testemunha de todas as intempéries pelas quais a nossa Saúde passou e dos "n" tipos de dificuldades, Senador. E posso dizer a V. Exa., corroborando tudo o que foi dito aqui pelos nossos pares, que existe o responsável pela atividade-fim de todas essas ações, que são os médicos. Eles estão de parabéns. Já fui cuidado por colegas, já estive internado em UTI e sei o que é ser médico; e, mais ainda, como professor, eu tenho uma fotografia na minha memória de quando um aluno da nossa excelente Faculdade de Medicina, de que V. Exa. gosta tanto e que apoia tanto, e a gente é testemunha disso, ajoelhado, no Pronto-Socorro, examinou um pé do paciente, naquela posição que nutre a nossa profissão, um sacerdócio, mostrando a qualidade, a humildade, a persistência, a perseverança e a competência.
Brinco que há 44 anos eu gasto a sola do meu sapato no Hospital de Base, com muito orgulho, porque tenho esse time todo da equipe de Saúde a trabalhar juntamente conosco. Parabéns a todos: a nós médicos, a vocês médicos, aos colegas médicos, e a todos vocês da área política, de que nós precisamos tanto, porque entendemos que o exercício da Medicina se baseia na ciência e na pesquisa, que buscam sempre a verdade. E essa verdade é uma condição suprapartidária e laica. Só assim a gente poderá atingir os nossos resultados.
Parabéns, ilustre Senador, por essa brilhante homenagem, por essa brilhante iniciativa! E eu, como médico assistente, agradeço imensamente o olho clínico desse nosso Senador que tão bem está juntamente conosco nessa corrida e nesse trabalho por essa nossa cidade, a Capital do nosso País, que a gente sempre ama, e muito ama.
Senador, muito obrigado. Cumprimento todos. Agradeço em meu nome e posso estender aos meus colegas. Cumprimento todos os colegas que aqui estiveram e fizeram brilhantes exposições.
Muito obrigado. Foi um prazer estar com V. Exa. nessa respeitável Casa que nos acolhe com tanta maestria e com tanta frequência.
Muito obrigado.
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O SR. PRESIDENTE (Izalci Lucas. Bloco Parlamentar PSDB/PSL/PSDB - DF) - Obrigado, Dr. Osório.
Passo já, imediatamente, ao Dr. Sócrates Souza Ornelas, que é médico emergencista da UPA de Samambaia.
Passo a palavra ao Dr. Sócrates. (Pausa.)
Está com o microfone fechado.
O SR. SÓCRATES SOUZA ORNELAS - Consegue me escutar agora?
O SR. PRESIDENTE (Izalci Lucas. Bloco Parlamentar PSDB/PSL/PSDB - DF) - Perfeito.
O SR. SÓCRATES SOUZA ORNELAS (Para discursar.) - O.k.
Gostaria de cumprimentar a Mesa, em especial, o Senador Izalci, que carrega o nome do padroeiro, que é o Lucas. A gente vê um lado especial no senhor.
É uma honra participar deste momento especial da carreira médica brasileira e é vital para que possamos garantir os direitos constitucionais do País, por tanto tempo pleiteados e lavrados em nossa história, além de manter a chama da profissão médica acessa, que muitas vezes é tão colocada em descrédito, como ultimamente.
Gostaria de aqui agradecer também aos mestres e professores, alguns aqui presentes. É muito feliz estar neste momento com o Dr. Farid, o Dr. Ulysses e o Dr. Osório, que estiveram na minha formação, além de estar com outros que passaram durante (Falha no áudio.) ... esse período de formação médica da Medicina. É não apenas uma profissão, mas uma arte também de cuidar do próximo.
Que essa luta seja sempre por um Sistema Único de Saúde cada vez mais forte e mais justo, pois, mais uma vez, em meio a uma pandemia que estamos passando - é importante frisar aqui que ainda estamos passando por ela e, ultimamente, está aumentando basicamente essa demanda pelo pronto atendimento de saúde pública -, o SUS demonstrou que é um bem altamente valioso para a população brasileira.
Então, queria deixar registrado que nessa luta, sem SUS, nós não vamos conseguir avançar.
E, por fim, eu queria dar um obrigado a todos vocês e parabéns a todos os médicos do Brasil. Obrigado, Senador, obrigado à banca. Ficam meus parabéns para todos os médicos do Brasil.
O SR. PRESIDENTE (Izalci Lucas. Bloco Parlamentar PSDB/PSL/PSDB - DF) - Eu quero evidentemente citar aqui alguns... Nós vamos depois distribuir, porque não dá para fazer presencialmente - mas quero fazer aqui algumas homenagens -, e também mandar o certificado de homenagem ao Presidente da Associação Médica Brasileira, o Sr. Lincoln Lopes Ferreira; ao Presidente da Sociedade Brasileira de Medicina Hiperbárica, Sr. José da Mota Neto; à Superintendente da Região de Saúde Leste da Secretaria de Saúde do DF, a querida Dra. Raquel Matias da Paz; ao Superintendente da Região de Saúde Sudoeste da Secretaria de Saúde do DF, Dr. Wendel Antônio Alves Moreira, que está conosco. Vou passar para ele por dois minutinhos para também poder mandar um abraço.
Dr. Wendel.
O SR. WENDEL ANTÔNIO ALVES MOREIRA (Para discursar.) - Boa tarde a todos! Cumprimento nosso querido Senador Izalci e os demais Senadores, a nossa bancada no Senado que nos ajuda muito nas emendas.
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Agradeço demais - o Senador Reguffe confirmou - a emenda para aquisição de um aparelho de ressonância para o CRT, o que é um marco. O SUS é importantíssimo! O SUS é um bem infungível, não tem como medir. E, nessa pandemia, ele mostrou várias coisas, algumas obviedades: o protagonismo da classe médica em enfrentar o dia a dia, o cotidiano, com dificuldade, com escassez de recurso; mostrou o sistema suplementar aguerrido; mostrou o valor do profissional de saúde. E nessa pandemia...
Eu fico emocionado ao ouvir a voz deste professor de quem tenho muita saudade, o Dr. Osório Rangel. Passaram muitas turmas por ele da ESCS, da Fepecs. Meu amigo, saudades! Aprendi muito de Cardiologia com o senhor.
Cumprimento também os órgãos que estavam presentes, os sindicatos, o Dr. Gutemberg Fialho, sempre presente, fiscalizando. Sou da gestão, mas nem por isso eu me furto ao papel de caminhar junto com o controle externo, com o controle social.
O SUS, para andar melhor, precisa de que o recurso chegue, precisa do controle social e precisa de que os órgãos fiscalizadores estejam de mãos dadas.
Então, eu agradeço demais a todos e parabenizo todos os médicos do Brasil e de Brasília.
Obrigado, Senador, por esta oportunidade. Conte conosco na gestão da Superintendência Sudoeste, com os seus dois hospitais, trinta e três UBS, Capes. A gente tem esta missão de levar para o usuário a melhor saúde que pudermos com esse lema da Medicina tão importante para praticar uma medicina condigna, que é o de se preocupar com o paciente e aliviar sempre o seu sofrimento.
Muito obrigado e boa tarde!
O SR. PRESIDENTE (Izalci Lucas. Bloco Parlamentar PSDB/PSL/PSDB - DF) - Boa tarde!
Estamos também homenageando o Presidente da Associação Médica de Brasília, Dr. Ognev Meireles Cosac; a responsável pela Clínica Médica do Hospital Regional da Asa Norte (HRAN), a médica reumatologista que nos falou, Dra. Francielle Pulcinelli Martins; a chefe da UTI de Trauma também do Hospital de Base, Dra. Jordana Rey Laureto; o Diretor do Hospital Regional de Taguatinga, Dr. Renato Carlos Siqueira; o gerente-geral de Assistência do Instituto Hospital de Base do DF, cirurgião-geral Lucas Seixas; a chefe da Endocrinologia do Hospital Militar de Área de Brasília (HMAB) e também professora na Coordenação de Pós-graduação, Dra. Luciana Corrêa de Souza Rodrigues; o nosso Coordenador da Unidade de Pronto Atendimento de Samambaia (UPA), Sr. Sócrates Ornelas; a médica da UTI-Covid do Hospital de Base, Dra. Thaís Pedreti dos Santos; o médico do Departamento Médico da Câmara dos Deputados, Dr. Paulo Eduardo Silva Belluco; o médico urologista, também da Secretaria de Saúde, Dr. Ricardo de Souza Monteiro; o médico oftalmologista Rodolfo Alves Paulo de Souza; o Diretor-Geral do complexo em Brasília do Hospital Sírio-Libanês, que também nos falou, Dr. Gustavo; o Coordenador de Cardiologia do Pronto Atendimento hospitalar do Sírio Libanês, que é também o meu cardiologista - estou precisando de dois corações - Dr. Carlos Rassi, a quem agradeço muito também pela atenção que sempre dispensou a nós todos; a Coordenadora de Serviço de Ginecologia do Hospital Santa Luzia, da Rede D'Or, Dra. Jordana Sant'anna, que também teve a oportunidade de falar para nós; o Coordenador médico da UTI do Santa Luzia, do DF Star e da Rede D’Or São Luiz e futuro Presidente da Associação Médica Intensiva (AMIB), Marcelo de Oliveira Maia; o Chefe de Infectologia do Santa Lúcia, Werciley Saraiva Vieira Junior; também o médico endocrinologista e Presidente do Instituto Pedro Leão, o Pedro Henrique Martins Leão; o médico responsável técnico pelo Centro Hiperbárico, Sr. Thales da Rocha Caetano; a professora também do Instituto de Pesquisa do Ensino Médico (Ipemed), Luciana Alves Ribeiro; também a Profa. Sra. Daniela Antenuzi da Silva Seixas; o Prof. Dr. Bruno Aires Vieira; e o sócio-diretor do Instituto Prado Medicina Estética, Sr. Hélio Prado;
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Eu não poderia deixar, também, de homenagear aqui todos os profissionais da saúde. Nós estamos fazendo aqui homenagem aos médicos, mas evidentemente que eu não poderia deixar de agradecer, imensa e publicamente, com todo o nosso carinho, com todo o nosso respeito, a todos os profissionais da saúde, que se dedicaram.
Eu quero aqui, de uma forma muito especial, também prestar homenagem ao médico João Pedro Rodrigues Feitosa, de 28 anos, que foi voluntário da vacina de Oxford e morreu vítima do Covid-19 no dia 15/10. Então, na pessoa dele, eu também cumprimento - e me solidarizo com todos - os familiares de todas as vítimas desta pandemia, deste Covid.
Quero, então, também mencionar aqui a nossa querida Dra. Raquel Matias da Paz Medeiros, que também é Superintendente da Região de Saúde Leste aqui do Distrito Federal.
Aos nossos profissionais enfermeiros, técnicos e profissionais de saúde em geral, todos que estão à frente contra o Covid aqui, como os da segurança pública, o pessoal da limpeza, do serviço de limpeza urbana: temos que agradecer muito a vocês, que colocam a vida de vocês em risco em defesa da nossa vida.
Antes de encerrar, eu tenho aqui uma homenagem também... (Pausa.)
Deputado Zacharias, um minutinho para V. Exa., enquanto preparo aqui o vídeo de homenagem aos médicos do Brasil.
O SR. DR. ZACHARIAS CALIL (Para discursar.) - Quando eu ouço falar do Hospital de Base, passa um filme na minha cabeça, Senador. Eu não sei se vocês sabem, mas eu fiz residência médica no Hospital de Base em 1981, 1982, 1983 e 1984. Eu fui residente de Cirurgia Geral com o Dr. Pinheiro da Rocha, o famoso Dr. Pinheiro. Posteriormente, eu fiz Cirurgia Pediátrica com o Dr. Celio Pereira.
Então, o Hospital de Base, para mim, foi tudo na minha vida. Eu cheguei aonde cheguei como médico, com as técnicas cirúrgicas de separação de gêmeos siameses, e me tornei uma referência mundial graças a quê? Ao trabalho da residência médica, viu, Dr. Oswaldo? Eu me lembro do senhor aí. Eu era residente e morava lá no 12º andar do hospital. Então, nós temos muita história. Depois, tornei-me staff do hospital e me aposentei - trabalhei 30 anos, mas na maioria das vezes eu fiquei à disposição do Governo de Goiás devido ao meu trabalho em relação a essas cirurgias complexas.
Minha formação toda: formei-me em Goiás e fiz residência no Hospital de Base. Então, eu devo muito a esse hospital. E, graças a Deus, nós estamos aí com profissionais excelentes.
Então, o meu muito obrigado!
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O SR. PRESIDENTE (Izalci Lucas. Bloco Parlamentar PSDB/PSL/PSDB - DF) - Obrigado.
Peço, então, para colocar o vídeo em homenagem ao encerramento desta sessão - um vídeo em homenagem aos médicos.
(Procede-se à exibição de vídeo.)
O SR. PRESIDENTE (Izalci Lucas. Bloco Parlamentar PSDB/PSL/PSDB - DF) - Esse Covid não é fácil, não!
Mas eu quero aqui, primeiro, dizer da minha alegria, da minha satisfação com a primeira sessão solene realizada pelo Senado Federal, que está sendo realizada exatamente para esses profissionais da saúde, que merecem todo o nosso carinho, todo o nosso respeito.
Então, em nome do Senado Federal, a gente cumprimenta e agradece a cada um de vocês, a cada um dos profissionais e a cada um que compareceu aqui conosco dando o seu testemunho, falando um pouco da importância dessa profissão magnífica para todos nós.
Eu quero...
Ah, sim! Pediram-me também para mandar um abraço para todos os alunos, professores e servidores da ESCS, que é uma escola de Medicina aqui do DF, a que nós destinamos também emendas. Espero que cheguem lá o mais rápido possível.
No mais, um abraço a todos e obrigado pelo carinho.
Cumprida, então, a finalidade desta sessão especial remota do Senado Federal, agradeço às personalidades que nos honraram com a sua participação e a presença, também, de vários Senadores aqui conosco.
Declaro, então, encerrada esta sessão.
(Levanta-se a sessão às 18 horas e 15 minutos.)