3ª SESSÃO LEGISLATIVA ORDINÁRIA
56ª LEGISLATURA
Em 5 de fevereiro de 2021
(sexta-feira)
Às 10 horas
2ª SESSÃO
(Sessão Especial)

Oradores
Horário

Texto com revisão

R
O SR. PRESIDENTE (Izalci Lucas. Bloco Parlamentar PSDB/PSL/PSDB - DF. Fala da Presidência.) - Sob a proteção de Deus, iniciamos os nossos trabalhos.
A presente sessão especial remota foi convocada nos termos do Ato da Comissão Diretora nº 7, de 2020, que instituiu o Sistema de Deliberação Remota do Senado Federal, e em atendimento ao Requerimento 2.994, de 2020, do Senador Eduardo Gomes e outros Senadores, aprovado pelo Plenário do Senado Federal.
A sessão é destinada a comemorar o 25º aniversário da TV Senado.
A Presidência informa que esta sessão terá a participação remota dos seguintes convidados: Presidente José Sarney, Presidente do Senado Federal à época da criação da TV Senado; Sr. Maximiliano Salvadori Martinhão, Secretário Nacional de Radiodifusão, representando aqui o Ministro das Comunicações; Sra. Ilana Trombka, Diretora-Geral do Senado Federal; Sr. Érico Gonçalves da Silveira, Diretor da Secretaria da TV Senado; Sr. Fernando César de Moreira Mesquita, Diretor da Secretaria de Comunicação Social do Senado Federal nos períodos de março de 1995 a fevereiro de 2001 e de agosto de 2009 a fevereiro de 2013; Sra. Marilena Chiarelli, Diretora da TV Senado nos períodos de fevereiro de 1997 a abril de 2001 e de outubro de 2001 a maio de 2005; e também Sr. Murilo César Ramos, Professor Emérito da Faculdade de Comunicação da Universidade de Brasília.
Essa sessão também terá a participação no nosso Plenário da Sra. Érica Ceolin, que é Diretora da Secretaria de Comunicação Social do Senado Federal.
Convido a todos para, em posição de respeito, acompanharmos o Hino Nacional.
(Procede-se à execução do Hino Nacional.)
R
O SR. PRESIDENTE (Izalci Lucas. Bloco Parlamentar PSDB/PSL/PSDB - DF) - Quero, de uma forma muito especial, cumprimentar o nosso Presidente José Sarney, Presidente do Senado à época da criação da TV Senado, cumprimentar também o Sr. Maximiliano Salvadori Martinhão, Secretário Nacional de Radiodifusão, representando aqui o Ministro das Comunicações, a nossa Diretora-Geral também, aqui do Senado Federal, a Sra. Ilana, o Sr. Érico Gonçalves da Silveira, nosso Diretor da TV Senado, o Sr. Fernando César Mesquita, que foi o nosso Diretor da Secretaria de Comunicação durante muito tempo, a nossa querida Sra. Marilena Chiarelli, que também foi Diretora aqui da TV Senado e o Sr. Murilo César Ramos, Professor emérito da Faculdade de Comunicação da Universidade de Brasília. Quero cumprimentar também aqui a nossa Diretora da Secretaria de Comunicação Social do Senado, a Sra. Érica Ceolin e cumprimentar os meus queridos colegas Senadores e Senadoras. Senhoras e senhores, o escritor americano Tom Clancy, morto em 2013, dizia que as pessoas vivem mais hoje do que elas viviam no passado; elas vivem vidas mais felizes porque possuem mais conhecimento, mais informação. Tudo isso é o resultado da tecnologia da comunicação.
R
Estamos aqui hoje para celebrar os 25 anos da TV Senado, uma TV que, ao longo desse tempo, se desenvolveu, evoluiu e atuou sempre pensando no futuro. Para que isso acontecesse, foi preciso contar com pessoas e tecnologia, foi preciso pensar na comunicação, foi preciso trabalhar pela excelência, foi preciso ter o olhar para o futuro.
Minhas senhoras e meus senhores, a comunicação sempre foi, desde os primórdios da civilização humana, a principal forma de desenvolvimento e evolução. Era por meio das fases da lua, do fogo, representados por desenhos rupestres, que os pré-históricos se comunicavam para dizer de onde vinham aquilo que faziam, como viviam e seus desejos. Mostravam em suas regiões o que existia e como faziam para viver. Também demarcavam seus espaços e seus grupos.
Aqui, em nosso País, temos preservados desenhos feitos em rochas e pedras, em diversos lugares, como no Piauí, no Parque Nacional de Sete Cidades, na Serra da Capivara, e no Ceará, na Chapada do Araripe, dentre outros. Ainda existem muitos outros e em várias regiões e Estados desse nosso grande País.
Esses desenhos mostram a nossa evolução e registram a história de nossos ancestrais. É unanimidade entre os arqueólogos que essas gravuras rupestres eram, de fato, um meio de comunicação e, para nós, a história desses tempos.
No Brasil, a história da comunicação mais evoluída por meio da tecnologia surgiu com o rádio, que foi a forma mais dinâmica e rápida para nos comunicarmos em um país continental; mas isso só foi possível mais de 300 anos depois do descobrimento, embora tivéssemos já experimentos nesse sentido, e com sucesso, por meio do invento do padre gaúcho Roberto Landell de Moura, na transmissão de sons, sinais telegráficos sem fio e ondas eletromagnéticas, o que daria origem ao telefone e ao rádio. Infelizmente, esse inventor não foi ouvido à época e só conseguimos fazer essa tecnologia funcionar e ser acreditada depois que a Europa ouviu seus inventores e pesquisadores.
Estou falando de séculos e parece que até hoje o Brasil não aprendeu a investir e, sobretudo, a ouvir seus pesquisadores e inventores e neles acreditar, salvo algumas exceções. Uma dessas exceções é a nossa TV Senado, que trouxe seus pesquisadores profissionais e políticos mais antenados para o futuro a essa incrível experiência de criar uma TV que falasse daqui do Parlamento, de dentro do Senado Federal, para todo o País. Para isso foi necessário acreditar, investir, e, acima de tudo, dar a esses profissionais a oportunidade de fazer. Hoje, comemoramos 25 anos da TV Senado com louros e glórias, mas sei que exigiu de todos muito trabalho, dedicação e zelo. Hoje somos reconhecidos por termos mostrado ao mundo que as decisões do Parlamento não iriam parar e esperar o fim da pandemia. Com as sessões remotas, o Senado Federal colocou seus Parlamentares a tempo e a hora para votar e decidir projetos e ações que trouxeram paz e confiança ao povo brasileiro.
R
Foi com os nossos arquitetos da tecnologia e com os nossos profissionais de imprensa que conseguimos trazer aos nossos Parlamentares a possibilidade, remotamente, de decidir e aprovar ações imediatas para o combate à pandemia.
O Brasil fez algo inédito no mundo e isso vai ficar para a história. Mas, por falar em história, quero aqui agradecer a presença daqueles que há 25 anos foram eleitos, acreditaram nesse modelo de comunicação e deram sua contribuição para a comunicação com a população. Quero aqui agradecer aos profissionais que começaram essa história que hoje completa 25 anos.
Senhoras e senhores, há um tempo de fazer. Precisamos acreditar e, sobretudo, de força para mudar. O Senado Federal mudou a partir do momento em que acreditou na comunicação, ao investir e fazer funcionar, com excelência, a TV Senado. Não foi fácil e exigiu muita dedicação. Por isso, precisamos neste momento dizer de nossa admiração e de nosso reconhecimento a todos que, em suas funções, eletivas ou profissionais, fizeram a nossa TV Senado chegar até aqui com a excelência de serviços e o reconhecimento da população.
Aqui faço uma menção especial ao ex-Presidente da República à época, Presidente do Senado Federal, José Sarney. Essa minha fala é de agradecimento ao ex-Presidente e a todos que fizeram, fazem e farão pela comunicação institucional, mas principalmente pela comunicação honesta e verdadeira do Parlamento brasileiro. Aos que começaram, aos que estão aqui e àqueles que virão as minhas homenagens e os meus mais sinceros agradecimentos.
Parabéns, TV Senado!
Assistiremos, agora, a um vídeo institucional.
(Procede-se à exibição de vídeo.)
R
O SR. PRESIDENTE (Izalci Lucas. Bloco Parlamentar PSDB/PSL/PSDB - DF) - Quero, em primeiro lugar, agradecer ao meu colega e grande Senador Eduardo Gomes, que foi o autor do requerimento desta belíssima sessão solene em homenagem aos 25 anos da TV Senado. Não poderia deixar de ler aqui algumas poucas palavras do nosso querido Senador Eduardo Gomes.
A primeira atitude de todos nós ao nascer é o choro, comunicando a nossa chegada a este mundo e avisando a mãe para preparar a nossa primeira refeição. A partir daí, a comunicação transformou-se na atitude indispensável e rotineira de toda a nossa existência.
Desde os primórdios, a humanidade vem evoluindo nas formas de comunicação: as inscrições rupestres, os papiros egípcios, o sinal de fumaça, a palavra escrita e a utilização da linguagem falada para transmitir conhecimento e perpetuar ideias.
No século XIX, com o advento do rádio, foi dado um salto monumental na forma de se comunicar. Diz a história que seu inventor foi o italiano Guglielmo Marconi, mas o que pouca gente sabe é que seu verdadeiro criador foi o padre gaúcho Roberto Landell de Moura, em 1893, cinco anos antes do físico italiano. No entanto, já naquela época, a burocracia era um entrave ao desenvolvimento do Brasil. Com a demora dos órgãos que registravam as patentes, só concederam os registros depois que Marconi recebeu na Itália o documento que o credenciava a ostentar o título de criador do maior veículo de comunicação já inventado pelo homem.
R
A radiodifusão no Brasil surgiu em 7 de setembro de 1922, com a transmissão de um discurso do então Presidente Epitácio Pessoa. No ano seguinte, foi criada a primeira emissora em Território nacional, a Rádio Sociedade do Rio de Janeiro.
O rádio rapidamente caiu no gosto popular. Nos anos 30, a chamada Era de Ouro revelou os grandes cantores e compositores - nomes como Chico Alves, Noel Rosa, Sílvio Caldas, Gilvan Chaves, Ary Barroso - contratados pelas emissoras do Rio de Janeiro, São Paulo e Recife.
O número de aparelhos de rádio explodiu no Brasil e chegou às localidades mais distantes. Em 18 de setembro de 1950, Assis Chateaubriand fundou a TV Tupi de São Paulo, que, em seguida, instalou-se também no Rio de Janeiro. Hoje o Brasil tem um padrão técnico e artístico reconhecido em todo o mundo e produziu uma enorme quantidade de astros e estrelas que ostentam alta popularidade. Ao contrário do que se pensava, a televisão não matou o rádio e, sim, associados passaram a prestar relevantes serviços levando informação e entretenimento a todo o País.
O Poder Público ressentiu-se de um maior espaço das emissoras privadas e cuidou de ter seus próprios veículos. Foi assim que, em 5 de fevereiro de 1996, com base na Lei 8.977, de 1995, foi criada a TV Senado. Essa lei determinava às operadoras de TV a cabo a destinação de um canal para o Senado Federal entre os chamados Canais Básicos de Utilização Gratuita, que devem constar no cardápio de canais oferecidos aos assinantes. A partir daí, o telespectador brasileiro passou a receber informações sobre o Legislativo e suas atribuições.
Antes de completar um ano, a TV Senado já transmitia sua programação durante as 24 horas, inclusive nos fins de semana. À cobertura institucional, somaram-se programas de entrevistas e documentários abrangendo cultura nas suas diferentes vertentes e foi aos poucos conquistando audiência qualificada em todas as faixas de público. Com um corpo técnico de excelência e profissionais da comunicação de altíssimo nível, a TV Senado celebra suas bodas de prata como um dos mais importantes veículos de comunicação do Brasil, fazendo despertar cada vez mais o interesse popular para o Parlamento brasileiro, ferramenta indispensável para a cidadania plena de um povo.
Cumprimento efusivamente todos os profissionais que ajudaram a construir essa história de sucesso e a manter e projetar para o futuro um caminho ainda mais glorioso para a TV Senado.
Essas foram as palavras do nosso querido Senador Eduardo Gomes, autor do requerimento desta sessão solene.
Neste momento, será concedida a palavra aos convidados por até 10 minutos.
Os Senadores e Senadoras poderão se inscrever pelo sistema remoto para fazer uso da palavra, após os convidados, por até 5 minutos.
Eu já concedo a palavra ao nosso querido Presidente José Sarney.
R
O SR. JOSÉ SARNEY (Para discursar. Por videoconferência.) - Sr. Presidente, Sras. Senadoras, Srs. Senadores, senhoras e senhores que nos acompanham pela TV e Rádio Senado e pelas redes sociais, eu sou o Senador que mais tempo, durante a República, esteve no Senado Federal. Por 40 anos, durante cinco mandatos, exerci o cargo de Senador e, por oito vezes, tive a oportunidade e a delegação dos meus colegas para presidir a Casa.
O Senado sempre foi a cúpula do sistema parlamentar brasileiro. A criação da TV Senado fazia parte de um programa concebido para, de uma maneira geral, enfrentar a crise do Parlamento no mundo inteiro.
Nós tínhamos duas crises àquele tempo: a crise mundial e tínhamos a crise nossa, particular. A crise mundial era a crise da decadência da representação do Poder Legislativo, do sistema de representação legislativa, e o nosso problema interno era, sem dúvida, a situação de defasagem em que estava o Senado Federal em relação à administração pública e à própria sociedade.
Nós estávamos de tal maneira atrasados que a ata do Senado, quando eu assumi a primeira vez, havia seis meses não era publicada, estava atrasada, e tudo que se publicava no Diário do Congresso do dia seguinte não representava quase nada, porque não tínhamos condições de abastecer aquele sistema.
Então, compreendendo que a nova situação mundial necessitava que os Parlamentos tivessem comunicação, nós, dentro desse programa geral, concebemos um novo sistema de comunicação no Senado, que depois veio a se institucionalizar, através da reforma da Fundação Getúlio Vargas, que eu contratei para executar esse trabalho. Assim nasceu a TV, nasceu o Jornal do Senado, nasceram as rádios do Senado, nasceu o Instituto Legislativo e, depois, o que hoje é a Universidade do Senado. Enfim, tínhamos a ideia e sabíamos o que devíamos fazer.
R
Foi uma comissão constituída para ir aos Estados Unidos verificar como eles enfrentavam o problema no Congresso americano, mas a ideia não se realiza sem ter executores. E aí entra a figura de Fernando César Mesquita. Eu tinha Fernando César, durante toda a minha vida e com muito orgulho, como meu braço direito. Na Presidência, ele ocupou em primeiro lugar a Secretaria de Comunicação. Depois, ele criou e ocupou a Ouvidoria-Geral, que eram todos esses instrumentos inovadores. Depois, ele foi Governador de Fernando de Noronha; e, depois, quando tivemos um problema ambiental, nós o convocamos para que ele fosse o presidente do Ibama, reunindo todas as repartições que no Brasil tratavam do meio ambiente.
Precisávamos, então, criada a TV Senado, de quem também executasse a parte relativa à TV. E aí nós encontramos outro braço também importante, que era o braço executivo que começou a trabalhar em conjunto com Fernando César para criar a TV Senado. Essa criatura foi a Marilena Chiarelli. Ela teve uma importância extraordinária, porque foi ela quem deu o passo inicial, foi ela quem organizou, foi ela quem sofreu o desgaste que naquele tempo havia. Essa foi a decisão de criar a TV Senado.
Depois, eu tive a oportunidade, como Presidente da República, de criar o sistema naquele tempo chamado TV a cabo, que hoje é a TV por assinatura e que é tão importante, tão grande quanto a TV aberta. E nós temos hoje mais de 600 canais em funcionamento no Brasil inteiro.
Com a criação da TV Senado, nós tínhamos por objetivo mostrar o trabalho do Senado, mostrar como o Senado trabalhava e como nós tínhamos um corpo de funcionários que se esforçava numa grande maneira para levar esta Casa à realização dos nossos objetivos e para divulgar o próprio Senado.
Não pensem que foi fácil. Primeiro, houve uma reação muito grande de Senadores. Nós tivemos mesmo uma sessão... Pediram uma sessão administrativa secreta para que nós explicássemos o que era a criação da TV Senado. Eu me lembro de que meu grande amigo Antônio Carlos Magalhães era um dos que resistia violentamente à criação da TV Senado. Ele teve a oportunidade até de usar uma frase e, como amigo, eu a recebi com muita compreensão: ele disse que o que o Sarney estava fazendo era implantar um DIP para fazer propaganda dele. Fernando César teve a oportunidade, então, de explicar os objetivos que nós tínhamos com a TV Senado. E o resultado é que nós hoje temos essa grande emissora, que serviu, que serve ao povo brasileiro, fiscalizando o que se faz, o que se realiza dentro desta Casa. Em 1955, eu tive a minha estreia no Parlamento. Eu fui, durante 12 anos, Deputado Federal. Em 1955, com 25 anos, fiz a minha estreia na tribuna parlamentar. E o mundo era outro. Naquele tempo, eu era um jovem bacharel em Direito que alcançava a função de Deputado Federal. Desembarquei no Rio para representar o Estado do Maranhão ainda como suplente. E, no Palácio Tiradentes, eu fiz o meu primeiro discurso. Pouca gente fora daquele Plenário ficou sabendo o que falei. E os registros dessa fala já devem ter sido apagados pela história.
R
No Rio de Janeiro, já estava no ar a TV Tupi e a TV Rio, do grupo Paulo Machado de Carvalho. A programação delas era bem diferente da que conhecemos nos dias de hoje. Tudo era feito ao vivo e as emissoras tinham hora para entrar e sair do ar. De lá para cá, evidentemente muita coisa mudou. A TV Tupi não existe mais - era a grande pioneira televisão brasileira - e as demais se modernizaram e se diversificaram.
Em 1984, nós tivemos eleição para Presidente da República; e nós já sabemos que, com a morte do Tancredo Neves, eu assumi a Presidência da República. Já tínhamos, naquele tempo, televisão de alcance nacional que transmitia ao vivo eventos para qualquer lugar do mundo; a chamada aldeia global já era uma realidade. Mas a gente não tinha nenhuma noção, nem ideia de que viriam ainda muitas outras transformações, que nós nem idealizávamos, nessa área e que iriam impactar bilhões de pessoas no mundo inteiro.
Dando um salto no tempo, chegamos em 1996. Exerci, como eu disse, cinco mandatos como Senador e tive a honra de ocupar, naquele tempo, pela primeira vez, a cadeira de Presidente do Senado Federal. E, como eu disse, com a ajuda de Fernando César e de Marilena Chiarelli, criamos a TV Senado. A ideia era que discursos, debates e votos, como os daquele jovem maranhense que desembarcou no Rio em 1955, pudessem ser acompanhados e fiscalizados pelos eleitores.
Eu tenho que contar que a TV Senado não foi bem recebida por todos, como eu disse. Para mim, naquele tempo, eu explicava muito claramente: a TV é um serviço para o povo brasileiro. E, com estas palavras, no dia 5 de fevereiro de 1996, eu inaugurei esta emissora, que é hoje, tenho certeza, orgulho para todas as Senadoras e Senadores.
R
A TV, quando começou, era, na verdade, sem prejuízo para ela, um arremedo. Funcionava nas salinhas aqui do Senado, com meia dúzia de funcionários que se revezavam num trabalho hercúleo, para transmitir - era o que podíamos fazer naquele tempo - a sessão plenária e colocar no ar, com a dedicação de alguns dos nossos funcionários, com alguns problemas. Primeiro, no sistema a cabo; depois, como canal aberto; e, por fim, pela internet e redes sociais, a TV Senado foi conquistando a simpatia do público. As pessoas podiam, enfim, saber o que os políticos que haviam sido eleitos estavam fazendo em Brasília. A fiscalização sobre nós passou a ser em tempo real, e a TV Senado é que permitia isso. Ela deu transparência ao que acontecia aqui no Senado, deu votos a quem merecia, e tirou de quem não correspondia aos desejos do eleitor.
Alguns colegas nossos Senadores compreenderam logo as potencialidades, inclusive, eleitorais que tinha a televisão. Eu me lembro de que havia muitos outros, mas eu me lembro de que o primeiro a descobrir isto foi o nosso Paim, que se transformou e utilizava muito bem o instrumento da televisão, e, no Rio Grande do Sul, todos viam o que fazia o Paim; o Alvaro Dias, que tinha uma tradição já antiga de conhecer o rádio onde ele tinha começado a vida, e muitos outros Senadores, então, começaram a descobrir essa potencialidade.
Com resultados correlatos ao da televisão, os Senadores começaram a aparecer muito desejosos de serem elegantes para que o público os visse dessa maneira, os seus eleitores. Começaram também, nós, a determinar a melhoria, a qualidade dos discursos, porque sabiam que iria ser ouvido e visto em todos os países. A TV passou a ser tão importante que as redações dos jornais colocavam cada uma delas na nossa TV, para colher as informações de tudo o que se realizava na política, e ela caiu no gosto dos brasileiros.
Foi a primeira e pioneira televisão pública que foi montada para servir a determinados objetivos de determinadas repartições. Ela, hoje, cumpriu e superou o vaticínio que fiz na inauguração: passou a ser uma TV para todos. Eu me lembro de que o nosso Nizan Guanaes veio para escolher conosco - ele de boa vontade se ofereceu - um slogan que deveríamos ter. O primeiro que nós pensamos era muito objetivo por sua finalidade, era "Fiscalize o Senado", mas não tinha um apelo popular e era um slogan velho. Eu sugeri, então, quando vi esses dois prédios grandes que têm uma ponte no meio que junta um ao outro, parece um grande "h", com as cúpulas do Senado e da Câmara embaixo... Então, eu disse a ele: "Nizan, vamos dar o título 'A história passa por aqui'". Realmente a história passa dentro do Parlamento nacional. Foi ali no Parlamento nacional, podemos dizer, que se formou o Brasil, foi ali que o Brasil foi formado pelo poder civil. Nós não fomos criados por batalhas como os outros países espanhóis da América do Sul. Ao contrário, aqui nós fomos criados como uma representação do poder civil. A primeira preocupação era constitucionalizar, era fazer uma Constituição. O José Bonifácio, que foi o grande homem que formulou e que idealizou o Brasil, deu essa condição. Terminou sem nós encontrarmos um slogan que pudesse expressar como seria o slogan da nossa TV Senado. O resultado é que ela ficou sendo a TV Senado, e com essa marca ela ganhou o prestígio que tem hoje no Brasil.
R
Minha afirmação é de que essa emissora, não do Senado, mas do povo brasileiro, vem se confirmando ao longo desses 25 anos desde as suas primeiras transmissões. O Congresso, com suas Casas, a Câmara e o Senado, representação maior da democracia - eu chamo sempre de o coração da democracia -, é uma instituição de que muito se fala bem ou mal, mas, na verdade, tem um trabalho sério e relevante que aqui se realiza diariamente, que ainda eu considero pouco conhecido.
Tornar transparente, portanto, a atuação do Senado, divulgar e discutir projetos e outras matérias legislativas e políticas relevantes que interessam e afetam a vida dos nossos cidadãos, do nosso povo foi o nosso objetivo e continua sendo. O Senado é hoje a instituição pública mais aberta que nós temos na sociedade, num processo de interação iniciado pela TV Senado, que foi se expandindo por suas áreas legislativas, administrativas e contou com o suporte técnico de aplicativos e facilidades que foram trazidas pela internet.
Evoluímos do tempo em que o Diário do Congresso publicava, como eu disse, sessões com atraso de dias e até de semanas para o presente, no qual o texto do discurso é divulgado na íntegra, na página do Senado, na internet, quase simultaneamente à presença do orador na tribuna, além, é claro, da transmissão ao vivo das sessões, sem qualquer censura ou edição. E até hoje mantém aquela orientação primeira que é de ser isenta, de compreender as diversas agremiações partidárias que existem, os diversos grupos de interesses e equilibrar de modo a que ninguém pudesse dizer aquilo que nós ouvimos na criação: que era feita para ser um DIP - o DIP era do tempo do Getúlio e era um setor de propaganda - que nós estávamos implantando. Eu mesmo fiquei com um complexo de não aparecer na televisão e usava muito pouco a televisão durante todo o tempo em que estive no Senado. E eu reconheço o mérito dos outros Presidentes que me sucederam, das Mesas Diretoras que também me sucederam na Presidência; os critérios de isenção, de imparcialidade, comprovados pelos telespectadores, pelos Parlamentares na cobertura da TV. Nós nunca ouvimos queixas dentro da Casa de que a televisão estivesse a serviço de um grupo ou de outro, de uma ideia, de uma divulgação da propaganda de quem quer que fosse ou de qualquer objetivo. Nós ficamos com uma televisão isenta e ganhamos o prestígio que temos até hoje.
R
Esse fato foi muito importante para assegurar a credibilidade e o prestígio que a TV Senado tem entre todos os brasileiros. Com os recursos disponíveis pela tecnologia, os eleitores reconhecem os desempenhos dos seus representantes. Com eles, eles se comunicam em tempo real, obtêm a resposta a respeito dos seus questionamentos, das críticas e das reivindicações que eles falam. Na TV Senado não existe fake news! Essa palavra, para nós, podia não existir hoje, porque lá nós nunca fizemos isso. Ninguém ouviu falar disso.
Quero registrar também, aqui, para não ser longe a vez a seguir, o trabalho dedicado e competente dos funcionários desta Casa. Eu sempre digo que o Senado tem o melhor quadro de funcionários do Brasil. E até hoje eu mantenho esse ponto de vista. Ele realmente é uma casa de formação de recursos humanos. Pelo ILB, já passaram mais de 50 mil funcionários sendo treinados, e eles hoje executam todo esse trabalho da Casa.
Quero justamente - eu estava dizendo sobre o funcionalismo da Casa - dizer sobre a montagem da TV Senado, desde o início. Eu quero destacar - e não posso esquecer isto - a importância que tiveram o Diretor-Geral Agaciel Maia; o Helival Rios, que foi um grande colaborador que nós tivemos durante muito tempo; o Narciso Mori; o Agnaldo Scardua; o Zaranza; a Célia Ladeira; a Leila Daher; o James Gama; o Aluízio Oliveira; e tantos outros - e me desculpem se a minha memória, já aos 90 anos, começa a não ser tão boa.
R
Para finalizar, eu quero dizer que hoje é uma data festiva, uma data festiva para o Senado, uma data grandiosa e marcante para o Parlamento brasileiro e para mim, pessoalmente, assim como acredito que para Fernando César e acredito que para Marilena Chiarelli. E destaco Fernando César, que sempre foi o meu braço direito em várias funções e oportunidades que eu tinha de colocá-lo a serviço do Brasil.
Os chineses têm um provérbio que eu acho importante e que, muitas vezes, eu tenho repetido. Eles dizem, na sua sabedoria milenar, que, quando você vai beber água num poço, você deve se lembrar de quem abriu o poço. Pois quem abriu o poço da TV Senado, que hoje serve grandemente ao povo brasileiro, foram esses homens, que, ao meu lado, tiveram essa ideia e que a criaram. Depois, ela serviu de exemplo, porque a muitas outras repartições nossa equipe deu assessoria, possibilitando que elas fizessem o mesmo.
Eu quero justamente não só agradecer como registrar esse fato, dizendo que a TV Senado é um orgulho não somente para o Senado, mas para o povo brasileiro e que é uma forma democrática que nós temos para abrir caminhos num mundo melhor para as brasileiras e os brasileiros, o que eu repito aqui para matar saudade.
Obrigado!
O SR. PRESIDENTE (Izalci Lucas. Bloco Parlamentar PSDB/PSL/PSDB - DF) - Muito bom! Agradeço muito a esse homem que deu instrumento para abrir esse poço. Então, parabéns ao nosso eterno Presidente José Sarney.
Concedo a palavra à nossa Diretora Sra. Ilana Trombka.
A SRA. ILANA TROMBKA (Para discursar. Por videoconferência.) - Bom dia a todos e a todas.
Cumprimento o Senador Izalci Lucas, Presidente desta sessão; o Senador Eduardo Gomes, que a requereu; muito especialmente, o Presidente Sarney, aquele que trouxe os instrumentos para que esse poço fosse aberto; o Senador Paulo Paim; o Senador Eduardo Girão; o Senador Humberto Costa; o Senador Wellington Fagundes; o Senador Esperidião Amin; a nossa querida Senadora Rose de Freitas; e todos aqui presentes, todos e todas presentes nesta sessão.
Eu vou ser muito breve, porque tenho certeza de que os nossos Senadores têm muito a colocar neste dia festivo.
E muito me regozija que tenhamos todo esse nível de participação para comemorar esta data especial: bodas de prata da nossa TV Senado.
O Presidente Sarney, há pouco, falava da questão daquele que abre o poço. Eu diria que a minha geração, a do concurso de 1997, é aquela geração da água que começa a encher o poço. De alguma forma, a criação da TV Senado, da rádio e de toda a estrutura de comunicação social do Senado, da qual sou oriunda, porque sou exatamente deste concurso de 1997, deu oportunidade para que uma geração, naquele tempo, de jovens comunicadores pudesse ter acesso ao Senado Federal, fazendo parte desse corpo funcional tão altruísta, tão competente, tão dedicado, de que hoje eu tenho a alegria e o prazer de poder fazer parte como Diretora-Geral da Casa.
R
Quero dizer que durante esses 25 anos vimos uma modificação enorme das tecnologias e pudemos acompanhá-la. Podemos dizer, com orgulho, que hoje a TV Senado não deve nada a nenhuma outra emissora brasileira. Não deve nada, nem pela qualidade do seu corpo técnico, nem pelo investimento em tecnologia, que foi feito para que ela pudesse atender a todos os brasileiros e brasileiras.
No Senado Federal nós temos como objetivo atender, da melhor forma possível, a cada um dos 81 Senadores que aqui estão, não apenas porque eles são Senadores, mas porque eles são os representantes eleitos de seus Estados e estão conosco. Por isso, eles têm a maior legitimidade e exigem de nós a maior dedicação. Mas, junto com isso, é nossa função atender a toda população brasileira, porque é a ela que o trabalho do Senado se dedica e, por isso, a TV Senado segue firme e forte, mesmo neste tempo de mídia social.
Antes de encerrar a minha fala, eu quero fazer aqui uma especial homenagem ao Fernando César Mesquita. Eu tive a oportunidade - e agora vai um pouco da minha história pessoal - de ser a primeira diretora do meu concurso. Entramos em fevereiro de 1998, e, de todo grupo com quem entramos na TV, na Rádio, na Agência, no Jornal e na Relações Públicas, eu fui a primeira alçada ao posto de diretora daquela que então era a Secretaria de Relações Públicas. E posso dizer, com certeza, que foi a maior faculdade que eu tive na minha vida. Conviver com o Fernando César, com Marilena Chiarelli, com Erival Rios, com Antônio Flávio Testa, com Narciso Mori, com o Flávio e com o Duque, que faziam parte daquele grupo de diretores, fez com que eu amadurecesse - naquele momento uma jovem de 24 anos - enormemente. Aí vai o meu agradecimento àquele que acreditou em um grupo de servidores jovens, que eu representava e em que estava, e que fez com que esse grupo de servidores fosse acolhido por esta grande Casa que é o Senado Federal.
Graças à atuação de gestores visionários como Fernando César, hoje eu estou aqui, a Érica está aqui e um grupo enorme de servidores que entraram naquele concurso servem enormemente a esta Casa Legislativa. É um orgulho para mim, é um orgulho para a Érica e é um orgulho para todos nós servidores do Senado termos a missão que nós temos.
A nossa missão é servir ao Brasil e servir aos Senadores. E é isso que nós fazemos por meio da TV Senado, de toda a estrutura de comunicação e de toda estrutura do Senado Federal todos os dias do ano, todos os anos em que estamos aqui.
Muito obrigada. Parabéns ao Senado Federal!
Muito obrigada, Presidente Sarney. Muito obrigada, Dr. Fernando César Mesquita. E muito obrigada a todos aqueles Senadores que nos permitem fazer esse tão importante trabalho.
O SR. PRESIDENTE (Izalci Lucas. Bloco Parlamentar PSDB/PSL/PSDB - DF) - Passo a palavra, imediatamente, ao Sr. Maximiliano Salvadori Martinhão, que representa aqui o nosso Ministro das Comunicações.
R
O SR. MAXIMILIANO SALVADORI MARTINHÃO (Para discursar. Por videoconferência.) - Bom dia a todos.
Exmo. Sr. Senador Izalci Lucas, Presidente desta sessão solene; Senadores presentes: Senador Wellington Fagundes, Senadora Rose de Freitas, Senador Paulo Paim, Senador Eduardo Girão, Senador Humberto Costa, Senador Esperidião Amin; Exmo. Sr. Presidente José Sarney; Dr. Fernando Mesquita; pioneiros e visionários da criação da TV Senado; Dra. Ilana; Diretor da TV Senado; Professor Murilo Ramos; demais autoridades, meu caloroso bom dia neste dia festivo.
Quero, desde logo, elogiar a iniciativa do Senador Eduardo Gomes de propor esta sessão solene e também trazer as saudações do nosso Ministro Fábio Faria, que se encontra em missão no exterior e pediu para a gente fazer esta saudação, e também do nosso Presidente Jair Bolsonaro.
Quero saudar a todos que fazem a TV Senado, que foi a primeira Rede Legislativa do País. Quero saudar seus pioneiros, quero saudar seus atuais gestores.
Nesses 25 anos, a rede da TV Senado se ampliou por meio da TV convencional, por meio da televisão por assinatura, do satélite e da internet, chegando a todo o País e aos brasileiros, apresentando em tempo real as atividades do Senado Federal.
Quero dizer da nossa alegria, enquanto Ministério das Comunicações e órgão responsável pela expansão da TV no Brasil, de ter contribuído para essa história e para a criação da TV Senado.
Quero enaltecer a importância dessa emissora em cobrir, em divulgar nacionalmente os mais importantes fatos da nossa democracia, que em sua maioria passam pelo Congresso Nacional e, em particular, pelo nosso Senado Federal. Isso fortalece nossos poderes constituídos.
A transparência das ações do Senado, da vida legislativa, a divulgação de informação a respeito das atividades parlamentares e a formação e capacitação tornada possível com a TV Senado prestam papel relevante à democracia no Brasil, que se fortalece na luz. É assim que a TV Senado, com suas atividades, cumpre com o previsto na Constituição de 1988, em particular no art. 21, inciso XII, alínea "a", da Constituição Federal, fazendo parte do sistema de comunicação do País. Isso é de fundamental importância. Nosso País tem dimensões continentais, e a TV Senado contribui sobremaneira à integração nacional e à informação a nossas populações remotas com qualidade e em língua portuguesa.
Além de tudo isso, a TV Senado compõe a Rede Legislativa de Rádio e TV de forma que, num arranjo federativo, apoie as iniciativas da Câmara dos Deputados, das assembleias legislativas e das câmaras municipais. Tudo isso em prol da transparência e da informação à população brasileira sobre a atividade legislativa em qualquer de suas esferas de poder.
Sr. Presidente, quero, por fim e nestas breves palavras, dizer que o Ministério das Comunicações iniciou o processo de desligamento do que resta de televisão analógica em nosso País, o que temos até 2023 para cumprir, e que, nesse processo, a TV Senado, em conjunto com a Rede Legislativa, terá o mesmo protagonismo da primeira fase de desligamento da televisão analógica. Contaremos com a expertise da TV Senado, com seus profissionais de comunicação e engenharia para ampliar a Rede Legislativa de TV, levando o sinal da TV Senado para mais 1,6 mil Municípios, o que atinge um total de 24 milhões de pessoas.
R
Parabéns, Sr. Presidente desta sessão.
A todos os que compõem a TV Senado, feliz 25 anos da TV!
Esse é o nosso desejo e é o desejo do nosso Ministro Fábio Faria e de todos nós da Secretaria de Radiodifusão do Ministério das Comunicações.
Muito obrigado.
Parabéns!
O SR. PRESIDENTE (Izalci Lucas. Bloco Parlamentar PSDB/PSL/PSDB - DF) - Na sequência, passo a palavra ao Sr. Fernando César de Moreira Mesquita.
O SR. FERNANDO CÉSAR DE MOREIRA MESQUITA (Para discursar. Por videoconferência.) - Sr. Presidente da sessão, Izalci Lucas; Senador Sarney; demais Senadores que participam desta sessão; Ilana; integrantes da TV Senado; Diretor Érico da Silveira; Érica Ceolin e todas as pessoas com quem convivi durante muito tempo, eu não teria muito mais a dizer depois do que ouvi aqui do Presidente Sarney e da Ilana.
A TV Senado surgiu porque havia uma necessidade imperiosa de participação da sociedade no que acontecia dentro deste palácio do Congresso, dentro das instalações da Câmara e do Senado.
Eu fui repórter durante muitos anos. Desde 1963, eu cobri a Câmara dos Deputados, como repórter, cobri Comissões e Plenário, e aprendi a ver a realidade. Na Câmara e no Senado, como em todo o Legislativo e em toda instituição, há aqueles que são muito competentes, ativamente dedicados à causa pública. São pessoas pouco conhecidas, principalmente aqueles que trabalham nas Comissões técnicas, que foi a primeira área de que fiz cobertura, juntamente com os jornalistas Flamarion Mossri, Rubem Azevedo Lima, Esaú de Carvalho, um grupo que gostava de trabalhar na cobertura das Comissões porque ali você descobria os grandes talentos que estavam não diria escondidos, porque a polarização política, que já existia naquela época, dava muito destaque àquelas estrelas, àquelas pessoas que realmente tinham um nome tradicional na política; e o Congresso, em 1963, era realmente composto de figuras históricas, pessoas que tinham um histórico, um passado de lutas.
Eu via, desde então, como repórter do Diário Carioca, o DC-Brasília, e os outros também, que trabalhavam para a Folha de S.Paulo, para O Globo, nós víamos que os assuntos realmente mais importantes, aqueles que diziam respeito à vida de cada um dos brasileiros, eram ignorados, porque só se apresentavam nos jornais fatos políticos que não eram tão importantes e que eram acompanhados apenas por uma elite, mas aquilo que dizia respeito à vida cotidiana, aos interesses, às diversas dificuldades que as pessoas têm e aos interesses nacionais, isso realmente não era muito conhecido. Havia uma certa má vontade dos telejornais do Rio, São Paulo e Belo Horizonte. Eles aproveitavam só aquilo que era fato político considerado muito importante, mas o dia a dia, a rotina de trabalho que fazia com que as pessoas vivessem melhor ou pior, aquilo era ignorado.
R
Então, eu vivi aquilo. Depois fiz cobertura de plenário, fui ser chefe de redação do Estado de S. Paulo, passei por vários jornais, pelo Estado de S. Paulo, Jornal do Brasil, TV Globo. Então, eu via e sempre achei que era preciso mostrar ao Brasil que o Congresso Nacional, os Deputados e Senadores tinham realmente uma responsabilidade muito grande, que era a responsabilidade de melhorar a vida do cidadão brasileiro, e tinham que dar satisfação àqueles que o elegeram.
Então quando eu tive a oportunidade de ir à Angola fazer marketing para o Primeiro Ministro de Angola, eu comecei a mexer num projeto como esse lá em Angola, mas não deu muito certo. E, quando o Presidente Sarney me chamou para voltar de Angola e fazer esse projeto, nós fizemos realmente um projeto que envolvia toda a comunicação - rádio, televisão, jornal - e o fortalecimento das relações públicas. Esse projeto foi desenvolvido por um grupo de pessoas que trabalhavam no Senado, pessoas altamente competentes, como são os funcionários do Senado e como o Senador Sarney qualificou, e chamamos publicitários, jornalistas - Nizan Guanaes, Mauro Salles, Duailibi, todas aquelas grandes figuras da publicidade, da propaganda - para participar de um grande seminário que nós fizemos, que foi muito importante.
E esse projeto foi apresentado numa sessão reservada. Não era, como o Senador falou, só para a TV Senado, era porque naquela época havia uma discussão sobre a pauta - o Senador Simon queria que a pauta fosse divulgada com antecedência, e tal, e foi tudo discutido. E durante essa reunião eu fiz a exposição do que seria esse grande projeto. Todos ouviram com muita atenção. O Senador Antonio Carlos Magalhães, amigo do Presidente Sarney, meu amigo, com aquele estilo dele, muito sincero, muito cáustico, disse: "Ah, esse é o DIP do Sarney". E outro Senador muito simpático estava presente, que era Esperidião Amim, disse: "Não, eu quero apenas o clipping da Radiobrás", porque o clipping da Radiobrás, que trazia um resumo de todas as matérias dos jornais, estava suspenso.
Então, começamos essa grande batalha, com o apoio do Presidente José Sarney, com o apoio do Diretor-Geral do Senado. Agora, eu tenho que reconhecer que foi um trabalho eu não diria difícil, foi um trabalho quase impossível de se fazer, porque a montagem de uma estrutura como a que nós queríamos implicava conhecimentos técnicos específicos e detalhes que a estrutura operacional e funcional do Senado não estava acostumada a lidar: compra de equipamentos sofisticados, mesas, tudo isso que quem lida com TV sabe o que é. Mas nós fomos andando, caminhando e conseguimos fazer.
Quanto ao sucesso da TV Senado, eu não vou falar dele, porque hoje ele é entendido, é compreendido. O Senador Pedro Simon uma vez falou para mim que a última eleição que ele no Rio Grande do Sul foi por causa da TV Senado, porque a mídia local o ignorava. O Senador Requião usava muito, e muitos Senadores perceberam, como o Senador Sarney, a importância da TV Senado.
R
A TV Senado chega hoje ao Brasil inteiro, por meio das antenas parabólicas, tudo, e foi a primeira emissora de televisão a entrar na internet. E nisso eu quero salientar o papel do Prodasen. O Prodasen é um órgão técnico, completo de gente competente e capaz e que sabe utilizar todos os recursos da tecnologia de dados, do uso de dados, tanto é que o Senado hoje é a Casa pública mais transparente. O Senado hoje tem informações instantâneas para qualquer coisa e para qualquer pessoa que queira saber a respeito do Senado, do projeto, do requerimento, da fala do Senador. Como o Senador Sarney salientou, o Diário do Congresso só dava atrasado. Hoje, o Senador está falando, e instantaneamente, simultaneamente, o texto do discurso já está saindo na página, e isso aí é amplificado. A nossa... Bom, eu não vou falar mais da rede de rádio, mas tudo isso hoje existe por causa do conhecimento técnico, da boa vontade dos nossos funcionários e do pessoal do Prodasen. O Prodasen é uma instituição muito importante.
Eu não quero me estender muito, porque são muitos oradores, mas eu quero dizer que a TV Senado continua crescendo, tendo credibilidade, exatamente porque, como o Senador falou, é imparcial, é apartidária e é completamente aberta. Qualquer coisa que se passa no Senado é coberta pela TV, sem restrições. E teve também o condão de dar o passo inicial para que todo o Brasil, hoje, tivesse conhecimento do trabalho legislativo.
O Parlamentar é muito criticado: o Parlamentar vira o judas da Nação, porque só aparece o que é feito de ruim; o que o Senado faz de bom, eles não dizem. Então, hoje, depois da TV Senado... O Luís Eduardo relutou um pouco em fazer a TV Câmara, acabou fazendo; depois, o Ministro Marco Aurélio fez, me chamou para dar uma ajuda. Hoje, no Brasil inteiro, todas as Assembleias Legislativas e Câmaras Municipais têm TV e trabalham em conjunto com a TV Senado. Então, o Brasil hoje sabe o que é democracia, o que é representação popular.
Eu faço sempre uma referência a esses recentes episódios nos Estados Unidos, quando os bárbaros invadiram o Capitólio. O povo americano ficou sabendo da importância do Congresso, que ali estava simbolizando o povo, e a imprensa americana, as televisões sempre salientavam: "Isso aqui é uma agressão ao povo, ao símbolo da representação popular da democracia".
Eu não vou me estender muito. Eu quero aqui deixar a palavra aos outros, que têm muito a acrescentar, e eu também já falei muito. Obrigado.
O SR. PRESIDENTE (Izalci Lucas. Bloco Parlamentar PSDB/PSL/PSDB - DF) - Obrigado, Fernando.
Passo imediatamente a palavra à Sra. Marilena Chiarelli.
A SRA. MARILENA CHIARELLI (Para discursar. Por videoconferência.) - Olá, bom dia a todos: Srs. Senadores, Sr. Presidente desta reunião. Eu me sinto muito honrada por esse convite. Eu agradeço bastante o convite, principalmente aos que me mencionaram, e eu sou muito agradecida ao Presidente Sarney em especial. Eu vou começar falando dele - a história foi mais ou menos contada, eu vou resumir muito rapidamente -, porque, quando levamos a ele o projeto para a TV Senado, eu e Fernando César, o Presidente Sarney adorou a ideia, apesar de muitos Senadores serem contra, como o Fernando César acabou de contar, mas ele deu carta branca ao Fernando e a mim para que fizéssemos o melhor possível. Tínhamos carta branca, tínhamos a participação dele quando necessário, para entrar na frente com a diplomacia, com toda a importância do cargo de Presidente do Senado e ex-Presidente da República - que abriam as portas -, mas ele nos deixou muito à vontade, e isso é muito importante dizer aqui.
R
E uma outra coisa que é importante, que talvez ninguém saiba: ele nunca me pediu nada, nunca me pressionou com nada, como poderia ter sido feito porque os Senadores são chefes do Senado e nós somos os funcionários. Embora eu, concursada, nós temos que cumprir. O Senador Sarney nunca me pediu nada, nem uma entrevista, nem para colocar ninguém no ar, nem para empregar ninguém. Foi uma pessoa completamente correta conosco todo o tempo que eu estive à frente da direção e nas três vezes - talvez em uma eu não estava - em que ele foi Presidente do Senado.
Deixando isso claro, eu queria dizer que nós começamos pequenininhos. Éramos uma central de vídeo, ainda em 1995, que já havia sido montada, e aí começamos pequenininhos. E quando a tevê foi inaugurada, nós ficávamos em duas salinhas pequenininhas, um estúdio mínimo, lá embaixo, no subsolo. Éramos oito jornalistas apenas e ela nem era tevê ainda, não tinha sido nomeada, mas já funcionávamos assim. Aí o Fernando César, que era o meu chefe, disse na época: "Olha, eu quero logo 12 horas no ar, 14 horas no ar". Então, já abrimos com 14 horas no ar, com alguns funcionários terceirizados. Da parte técnica, tínhamos só quatro equipes de filmagem de externa. Não podíamos cabear as Comissões todas porque os equipamentos não tinham sido comprados todos. Então, foi muito difícil. Isso que o Fernando César disse, não só foi difícil, foi quase impossível, porque o Senado sempre foi uma Casa mais austera - digamos assim. Os Senadores sempre foram mais velhos - agora mudou, não é? -, isso há 25 anos e antes mesmo. Então, as coisas iam mais lentamente. Os funcionários do Senado, meus colegas de outras áreas, eram acostumados a não terem tanta pressa nas coisas, e televisão é uma coisa que é para ontem, é tudo na hora, é urgente, é ao vivo. E a gente tinha que correr com as compras, correr com as licitações e nem sempre as pessoas estavam a favor disso. Então, foi bastante difícil mesmo. Encontramos resistência no começo não só em alguns Senadores, mas também em colegas da Casa, mas, graças a Deus, depois isso foi ultrapassado.
No começo, nós não tínhamos uma grade fixa porque não tínhamos como cabear, filmávamos apenas três ou quatro Comissões, e aí todo mundo reclamava: "Por que a minha Comissão não entrou ao vivo?". Aí a gente falava: "Não, mas vai entrar depois". Aí fazíamos uma grade de acordo com o dia. O Plenário sempre foi soberano, por regras que fizemos depois junto com a Mesa Diretora da Casa. O Plenário é soberano em qualquer circunstância, e depois as Comissões entram, mas levou muitos anos para chegar ao que foi depois e ainda é hoje, com mais modernidade ainda, com internet, YouTube e tudo isso.
Naquela época da inauguração, nós tínhamos basicamente só a TV. E o que foi muito importante: a TV, quando começou a se firmar, virou uma agência de notícia para as TVs comerciais. As TVs comerciais não poderiam estar toda hora em todas as Comissões e havia Comissões importantíssimas discutindo assuntos importantíssimos para o País. Então, nós filmávamos tudo, copiávamos e elas viam buscar todas as imagens. Então, trabalhamos muito tempo assim. Creio que ainda é hoje, não sei se hoje, acho que elas captam diretamente do ar, mas naquele tempo não acontecia isso. Nós gravávamos tudo e elas vinham depois buscar.
Então, fomos uma agência de notícias televisiva muito importante para divulgar o trabalho dos Senadores e todo o trabalho do Senado para a TV Globo, Bandeirantes, SBT, TV Record, todas elas. Enfim, desde o início, o jornalismo sempre foi prioridade. Mesmo com pouquíssimas pessoas, fazíamos as coberturas jornalísticas, tínhamos um telejornal pela manhã e à noite.
R
Eu quero só contar uma curiosidade rápida. O mais difícil na época... Tudo foi muito difícil, mas, quando nós resolvemos ser uma televisão, nós não sabíamos, nem eu, nem os colegas, nem o Fernando César... Bom, ela vai ao ar no Brasil inteiro - não é como uma TV legislativa estadual, que só vai no seu Estado -, como nós vamos colocar esse sinal no Brasil inteiro? Isso foi uma dificuldade, porque só quem tinha sinal, quem tinha espaço em satélite era a Radiobrás - a Radiobrás tinha espaço em satélite - ou outras emissoras comerciais que pagavam muito caro, evidentemente, as outras também tinham. E nós, pela Lei da Cabodifusão, não deveríamos pagar, esse canal não era para ser pago, nós não deveríamos pagar a nenhum órgão do Governo para ter esse canal. Aí fomos ao Ministério das Comunicações - era o Sérgio Motta, na época -, e nem eles sabiam como se faria. E foi uma grande discussão para conseguir um espaço num satélite, que naquele tempo não era digital, era analógico. Havia pouquíssimos espaços para conseguir colocar o sinal da TV Senado. Foram meses e meses de discussão para que nós... Já estávamos em Brasília 24 horas, mas não estávamos no Brasil inteiro. Isso foi conseguido também graças à negociação, evidentemente, do Presidente Sarney, Fernando César, eu, presencialmente, com os técnicos, com os assessores dos Ministros, mas essa foi uma grande dificuldade. Então, quem está na TV Senado hoje ou que já entrou em 2010, que foi o último concurso, não tem ideia da dificuldade que foi começar isso do zero, de um papel levado ao Fernando César, que levamos ao Presidente do Senado: "Olha, queremos fazer... Temos o direito a uma televisão a cabo."
Houve momentos gloriosos também. Nós criamos um serviço de 0800 e também havia os e-mails. Nós recebemos milhares de e-mails toda semana, muitos e-mails, e pelo 0800, que é por telefone, elogios, críticas, sugestões. O público participava muito. A gente começou a ver que realmente a TV Senado tinha muita audiência no Brasil todo. Então, isso foi o mais importante, né? Ela é pública, foi importantíssima e continua sendo para o acompanhamento dos trabalhos do Senado, para que o público se informe do que os seus representantes estão fazendo lá e também sempre foi muito transparente, sempre. Ela foi inaugurada com esse propósito. Se déssemos espaço para um político de partido "x", o outro também teria que ter o mesmo espaço. Tudo era muito democrático dentro da TV. Em todas as entrevistas, em todos os programas que fazíamos, nós tínhamos esta preocupação de ser transparente, de ser democrático e dar espaço para todo mundo, porque eu acho que esse é um papel natural da TV.
Eu vou só contar uma curiosidade. Eu sei que tenho cinco minutos, mas não vou usar tudo não. Em 2003, no primeiro mandato do ex-Presidente Lula, em 2003, em janeiro... A TV Senado ainda era, apesar de ter cinco anos, uma TV que não tinha grandes equipamentos ainda. As licitações demoram muito, as coisas vão se modernizando, vai havendo mais necessidade, mais Comissões - dez Comissões para botar duas câmeras em cada Comissão -, isso foi crescendo. Então, nós éramos um pouco pequenos para o que nos propusemos.
R
Chamaram-nos para uma reunião na Radiobrás, todas as emissoras comerciais da Radiobrás e da TV Senado, para saberem se podíamos participar do pool de emissoras que iriam cobrir a posse do ex-Presidente Lula. E, como vocês sabem, já viram, é um pool, porque cada emissora coloca suas câmeras: uma a coloca no Palácio e, quando eles saem, acompanha o Rolls-Royce; outra fica em cima do telhado, acompanha a Esplanada, vai ao Congresso, onde há aquela solenidade; depois, a outra faz o Parlatório, onde é transmitida a faixa, enfim. Aí me perguntaram: "Você acha que a TV Senado tem condições de fazer isso?". Nós nunca tínhamos feito uma coisa desse tipo, mas eu disse: "Sim, nós temos condições, nós vamos participar do pool. Tudo que acontecer dentro do Congresso, no Senado e na Câmara, somos nós que vamos cobrir". E isso foi uma ousadia tremenda, foi um desafio enorme, mas deu tudo certo. Foi maravilhoso para os nossos colegas todos, jornalistas, técnicos, na época. Fomos muito elogiados.
Então, eu quis ressaltar isso porque isso foi um passo para a TV Senado também, na época, se tornar muito mais respeitada por todas as emissoras.
É isso que eu tenho a dizer. Seriam muitas histórias, mas não cabem aqui.
Agradeço todo o apoio que eu tive de colegas, dos Presidentes do Senado, especialmente do Presidente Sarney, do Fernando César Mesquita, de todos os colegas, que eu não vou nomear aqui para não me estender mais.
Muito obrigada por este convite.
Que a TV continue sendo essa tevê plural que sempre foi!
O SR. PRESIDENTE (Izalci Lucas. Bloco Parlamentar PSDB/PSL/PSDB - DF) - Obrigado, Marilena.
Passo a palavra ao Sr. Murilo César Ramos. (Pausa.)
Murilo César Ramos...
O SR. MURILO CÉSAR RAMOS (Para discursar. Por videoconferência.) - Estou aqui, Senador.
Bom dia!
Quero agradecer, em meu nome pessoal e em nome da Universidade de Brasília, o honroso convite para participar desta sessão alusiva aos 25 anos da TV Senado. Faço isto em meu nome e na pessoa do Senador Izalci Lucas, que preside esta sessão.
É uma honra adicional dividir esta Mesa com o Presidente José Sarney, com amigos, com amigas, com colegas como Fernando César Mesquita, Marilena Chiarelli, o Secretário Maximiliano Martinhão, Ilana Trombka, que nos antecedeu, Érica Ceolin, e, por último, mas não menos importante, o ex-aluno e orientando, o amigo pessoal querido Érico da Silveira.
Na minha vida, longa vida acadêmica, profissional e acadêmica, um dos maiores privilégios que eu tive foi o de ter participado, durante quatro anos, dos debates até a elaboração e posterior sanção da Lei de TV a Cabo no Congresso Nacional, com a participação de Parlamentares, do Ministério das Comunicações, da sociedade civil, de sindicatos, da academia, de empresas, de representações empresariais. Enfim, foi um processo riquíssimo, o primeiro da história da comunicação social brasileira que teve esse nível de intensidade, de debate, debate longo e complexo.
R
Eu preciso fazer menção agora a uma pessoa que foi pioneira nessa discussão da TV por assinatura no Brasil, da TV a cabo, infelizmente precocemente falecido, Daniel Herz, jornalista, acadêmico, professor, meu primeiro orientando de mestrado. Foi uma amizade fraterna. Foi uma perda muita grande para a sociedade brasileira pela visão que ele teve, desde muito jovem, das potencialidades das novas tecnologias da televisão a cabo. E também há algo que me emociona sempre que eu lembro: meu outro companheiro de representação acadêmica nesse processo de TV a cabo, Carlos Eduardo Zanatta, jornalista, professor, também faleceu. Os dois morreram precocemente - acho que o Daniel morreu em 2006, e o Zanatta, em 2007. Eu não poderia começar esta minha fala sem mencionar essas duas pessoas.
A TV a cabo prometia algo que nós sabíamos, prometia a possibilidade, até então inédita no mundo do audiovisual brasileiro, de ampliação de canais. Com limitações técnicas de uma rede para assinantes, mesmo assim, ela trazia essa possibilidade de haver uma diversidade maior no panorama do audiovisual brasileiro. E trazia também uma experiência, que começou nos Estados Unidos, dos chamados canais de acesso público, ou seja, abria a possibilidade de, naquele modelo de exploração de televisão por assinatura, no caso, de distribuição por cabo, haver canais que não existiam. Essa potencialidade não era explorada na TV comercial, principalmente.
Então, essa foi uma discussão relativamente tranquila com os Parlamentares, com o empresariado principalmente. Por quê? Porque se sabia que a rede ia prover 100, 200, 300, mesmo com a rede ainda analógica, cabos coaxiais de cobre. Já se falava isso. Essa é outra história. Mas se falava de fibra ótica, falava-se de multimídia, de banda larga, mas essa é outra história. Enfim, havia essa potencialidade.
Então, surgiram os canais de acesso público, os canais legislativos da Câmara e do Senado, os canais comunitários, os canais universitários e os canais educativos e culturais. Sabia-se das limitações, mas era uma oportunidade que jamais tinha havido nesse universo do audiovisual brasileiro, como eu já disse.
A TV Senado, pela própria potencialidade do Senado, foi a primeira... O Senado foi o primeiro que se lançou a essa empreitada de colocar na rede a sua televisão. O Presidente Sarney, com muita clareza... Fernando e Marilena me antecederam e já contaram a história por dentro da TV Senado. É uma história interessante. Eu quero chamar a atenção para alguns aspectos. Um deles é que eu sempre aproveitei, em discussões, debates, seminários e aulas, uma característica que a TV Senado fez - e eu nunca sentei e conversei com o Fernando, com a própria Marilena, com pessoas e outros colegas profissionais que militaram e trabalharam na TV Senado -, que foi a decisão de fazer algo que era inédito nesse mundo dos canais legislativos. Havia algumas experiências. Então, eu vou contar uma historinha muito rapidamente.
R
Dez ou doze anos atrás, fizemos um seminário, um colóquio internacional na UnB. E, com o Professor Jean-Francois Tétu, da Universidade de Rennes, na França, depois do colóquio, nós fomos jantar. E ele, conversando comigo, queria entender o que ele tinha visto no hotel na noite anterior. Ele estava assistindo, na televisão, a um debate parlamentar. Ele conhecia isso, porque a TV francesa pública oferece isso. E, de repente, ele estava assistindo a um documentário, e, em seguida, a uma mesa-redonda sobre MPB. Mas o que ele tinha visto? Então expliquei para ele, naquele momento, algo que... Eu não sei o dia...
Fernando, Marilena, outros colegas, Ilana, enfim, que contaram a história da TV Senado, que ideia foi essa de transformar a TV Senado, para além da sua missão legal e constitucional de ser, como o Daniel dizia, uma janela para a cidadania, em uma TV generalista, com características de TV pública? Isso, para mim, foi o grande milagre que vocês fizeram, talvez sem perceber muito o que estavam fazendo. Isso é inédito. O modelo, naquela época - eu sei que vocês foram aos Estados Unidos -, era a C-SPAN americana, que é aquele canal chato. Nós colocamos na lei: "preferencialmente Plenário ao vivo". A única referência que havia sobre indicação de programação era esta: "preferencialmente". Nem havia obrigatoriedade. Isso foi discutido, mas era preferencialmente Plenário ao vivo. Então se criou essa televisão de face nova, que era inédita.
Na minha carreira acadêmica, eu orientei muita dissertação e tese sobre TV a cabo. Acho que não me lembro de ter orientado uma dissertação que tivesse abordado esse aspecto de como surgiu essa ideia de uma programação generalista, que foi uma chave fantástica para que a TV Senado se afirmasse, e a TV Câmara depois, em toda a sua potencialidade.
Outro aspecto que eu quero salientar, que tem relação com a ideia de sistema público... Aí eu vou voltar no tempo e contar também essa história, que é bem rápida. Outro privilégio que eu tive na minha vida se deu em 1987: fui convidado pelo amigo e colega Hélio Doyle, Presidente do Sindicato dos Jornalistas do Distrito Federal, para participar do Encontro Nacional de Jornalistas preparatório para a Constituinte. Era uma mesa que ia falar de sistema público. Eu tinha recém completado meu doutorado nos Estados Unidos naquela época, não mais tão recentemente, pois fazia uns cinco anos, e eu tinha uma experiência de telespectador, de estudioso do sistema público de televisão, do sistema PBS dos Estados Unidos.
A ideia de um sistema público é uma ideia fundamental, principalmente no que diz respeito à autonomia. Então o que vocês conseguiram na TV Senado é algo também - e fizeram também na TV Câmara, eu reconheço... Isso já foi mencionado aqui há pouco, nas falas do Fernando, da Marilena, da própria Érica, principalmente. Nunca me ocorreu, nunca ninguém chegou para mim, nunca ninguém propôs estudar isto, que é uma interferência da Mesa Diretora, uma interferência... A pluralidade, a diversidade sempre foi uma marca de autonomia em um canal que é um canal de que, como a Marilena observou há pouco, o Senador é o chefe, a Senadora é a chefe. Isso é uma conquista que, como entendo, se deveu à compreensão de quem esteve à frente da Mesa Diretora - eu entendo isso -, principalmente pelo talento, perseverança e competência profissional da equipe de profissionais, jornalistas das TVs legislativas, da TV Senado, em particular. Isso é inédito.
R
E afirmo, já encerrando, algo que é essencial sempre observar: é uma experiência de sucesso, com todas as qualidades que nós vimos aqui há pouco, que, principalmente, oferece um serviço de televisão e de radiodifusão - a rádio também faz parte desse processo - com as potencialidades, hoje, de internet, enfim, isso tudo. Acima de tudo, oferece aquilo que o italiano dizia lá atrás: que a gente precisava abrir novas janelas para a cidadania. E a experiência da Câmara e do Senado, pioneiramente, foi esta: a de abrir uma janela que continua aberta até hoje.
Muito obrigado. Mais uma vez, expresso meu agradecimento pessoal, em nome da minha instituição, por esta honra de participar desta cerimônia alusiva aos 25 anos da TV Senado.
O SR. PRESIDENTE (Izalci Lucas. Bloco Parlamentar PSDB/PSL/PSDB - DF) - Obrigado.
Já passo, imediatamente, a palavra à Sra. Érica Ceolin.
A SRA. ÉRICA JANDIRA CEOLIN SILVA (Para discursar.) - Bom dia a todos e todas que assistem a esta sessão!
Meu agradecimento ao Senador Eduardo Gomes e aos demais autores do pedido para esta homenagem. Entre eles, destaco também o Presidente desta sessão, Senador Izalci Lucas, incentivador da nossa comunicação em diversas ações; o Exmo. Presidente José Sarney, criador da TV Senado; o Secretário Maximiliano Martinhão, representante do Ministério das Comunicações; Ilana Trombka, Diretora-Geral do Senado e aliada na busca de soluções diárias; Fernando César Mesquita, pioneiro da comunicação legislativa; Marilena Chiarelli, com quem tive o privilégio de aprender muito sobre jornalismo e comunicação pública; o Professor Murilo Ramos, da Universidade de Brasília; e Érico da Silveira, meu colega de desafios e alegrias, Diretor da TV Senado.
Comemorar os 25 anos da TV Senado como Diretora da Secretaria de Comunicação do Senado Federal renova meu apreço e responsabilidade como servidora pública.
A TV Senado nasceu graças à Lei do Cabo, refletindo a vontade popular. Desde a discussão da Constituição de 1988, a sociedade civil começou a se organizar e articulou, a partir de 1991, o Fórum Nacional pela Democratização da Comunicação. A inspiração da TV Senado está no fomento ao direito à liberdade de expressão e comunicação, onde toda informação deve ser transparente e levada ao conhecimento da população.
Frank La Rue, então Relator das Nações Unidas pela Liberdade de Expressão, defendeu que o direito à comunicação é um facilitador de outros direitos, pois implica em duas dimensões, a de ter acesso à informação e o poder de difundir ideias e opiniões. Sem isso, não há democracia.
A TV Senado tem sido um importante instrumento do processo democrático, pois deu voz a todos os Estados brasileiros. Antes do advento da emissora, somente os políticos com ação nacional tinham espaço nos veículos de comunicação e, ainda assim, sujeitos à vontade e interpretação dos poucos representantes da mídia na época.
Além de divulgar com pluralidade a atuação dos 81 Senadores, a TV Senado é o VAR do jogo político. Não há uma frase mal cortada, um post maldoso ou uma mensagem de WhatsApp com suspeita de fake news que não possam ser conferidos pelas lentes da primeira TV legislativa nacional do País, uma TV que, sim, enfrenta os desafios incessantes de ampliar o alcance a todo cidadão, seja aumentando o espaço para a acessibilidade, seja se modernizando e se preparando para participar das novas tecnologias.
R
Nesse caminho, incluímos a janela de Libras em todas as sessões do Plenário e, num primeiro momento, nas reuniões da Comissão de Assuntos Sociais. Também desenvolvemos o aplicativo de notícias para celulares e a TV Agência.
Nesses 25 anos, aprendemos com a história e miramos nosso olhar para o futuro. Novamente entendemos a importância de ouvir a sociedade, cada vez mais conectada e exigente da linguagem digital, uma sociedade vigilante que cobra eficiente e democrática aplicação dos recursos públicos, ao mesmo tempo em que acompanha a atividade parlamentar.
A todos que construíram e constroem a jornada da TV Senado, muito obrigada.
Cheguei nesta Casa também há 25 anos como estagiária da emissora. Desde então, alimento a vontade de fazer comunicação pública de qualidade. O ideal do jornalismo pela verdade ganhou a forma do serviço público. O mesmo ideal enxergo hoje na equipe que trabalha comigo na Comunicação do Senado Federal.
Por fim, obrigada aos eleitores deste País. Sem vocês, a TV Senado não tem sentido.
Obrigada.
O SR. PRESIDENTE (Izalci Lucas. Bloco Parlamentar PSDB/PSL/PSDB - DF) - Obrigado, Érica.
Passo a palavra agora ao Sr. Érico Gonçalves da Silveira.
O SR. ÉRICO GONÇALVES DA SILVEIRA (Para discursar. Por videoconferência.) - Bom dia a todos.
Eu, por conta da pandemia, não estou no Plenário remoto do Senado Federal, mas achei melhor vir aqui para o recém-inaugurado estúdio da TV Senado. Olha como ficou bonito!
Primeiro, vamos cumprimentar todos os Senadores e Senadoras na pessoa do Senador Izalci Lucas. Obrigado, Senador Izalci, pela sessão.
Quero agradecer também ao Senador Eduardo Gomes, pelo imenso esforço, próprio e também do seu gabinete, para homenagear a TV Senado neste aniversário.
Eu quero agradecer à Secretaria de Comunicação do Senado e às Relações Públicas do Senado Federal pela organização e empenho para realizar este evento mesmo em tempo de pandemia.
Muito obrigado, Érica, minha querida companheira, e também Cris, Maria Cristina, Diretora da RP. Agradeço também ao Romolo Mazzoccante e à Juliana. Sei que vou me lembrar de todos, mas não vou conseguir falar. Então, eu agradeço a vocês representando aqueles que garantiram a cerimônia.
Eu quero cumprimentar especialmente o Presidente José Sarney pela visão e semente dessa união entre comunicação e democracia.
Quero cumprimentar também o Secretário de Radiodifusão Maximiliano pelas suas palavras.
Quero cumprimentar também o Fernando César Mesquita e a Marilena Chiarelli, porque eles subiram os primeiros pilares dessa empreitada inédita no Brasil, como todos disseram, porque, na esteira da abertura democrática de 1988, com a Constituição, a nova democracia necessitava de um modelo de comunicação que contemplasse maior transparência ao Poder Público, e é por isso que estamos aqui.
Quero cumprimentar também o Professor Murilo César Ramos, que, pelo lado da universidade e da sociedade civil, ajudou a formatar, na teoria e na prática, a legislação dessa virada. Um grande abraço, Professor!
R
Na mesa estão representados diretores e secretários, mas são muito mais nomes que fazem parte dessa história. Como não é possível colocar todos na mesa, os diretores serão citados e homenageados nesta sessão virtual e têm toda a nossa admiração e gratidão. Muito obrigado a cada um de vocês! Sintam-se hoje na tribuna de honra do Plenário do Senado Federal, é assim que eu os vejo. Sintam-se também homenageados todos os servidores e colaboradores da TV Senado, de hoje e de ontem, que igualmente acompanham esta sessão.
Meu papel aqui hoje é representar todo mundo que trabalhou e ainda trabalha na TV Senado. Não represento aqui somente o Diretor da TV, mas cada jornalista, produtor, programador, designer, diretor de TV, editor de imagem, operador de câmera, cinegrafista, auxiliar, operador de mídia, enfim, técnicos e supervisores que garantem há 25 anos a TV Senado a serviço da democracia. Eu sou aqui um de vocês, oferecendo a minha contribuição à TV Senado nesse período, como cada um de vocês já fez ou faz ainda, a seu modo e a seu tempo.
Quando a TV Senado foi criada, como contou a Marilena há pouco, foi também o início da TV legislativa no Brasil. Foi preciso conceber formato, programação, linguagem, identidade do canal, que hoje é a referência para outros canais legislativos, tanto do Brasil como do mundo. Uma mostra disso são os prêmios colecionados ao longo dessa história, praticamente um por ano, dos quais 15 que o Programa Inclusão, o programa mais premiado da TV Senado, recebeu. Parabéns à Solange Calmon e equipe! Por ela, eu cumprimento todos da TV Senado que já fizeram programas aqui.
Eu também quero falar do EcoSenado, que faz aniversário juntamente com a TV Senado, completando 15 anos este ano. Então, nesse aniversário de 15 anos, o programa merece também os nossos parabéns.
Todo mundo sabe que, na comunicação, a nossa natureza não é ficar parado. A gente busca sempre mudar para melhor, é claro. Nos últimos três anos, eu posso dizer que conseguimos fazer algumas coisas: criamos um plano anual de produção, programação e publicação, para organizar a mossa produção editorial; modernizamos a identidade visual do canal; agregamos conteúdo à atividade legislativa, para tornar as transmissões mais claras para o cidadão; reformatamos e lançamos novos programas; estamos renovando os cenários da emissora, como vocês puderam ver aqui; produzimos também documentários que registraram o processo da reforma da previdência e a implantação do Sistema de Deliberação Remota, o SDR, sistema pioneiro no mundo. Nós nos orgulhamos muito de termos feito parte dessa solução que permitiu a resposta rápida dos Senadores às necessidades do País nestes tempos de pandemia e garantiu também que todas as decisões fossem acompanhadas de forma transparente por toda a sociedade brasileira. "Porque o Parlamento não pode parar!" Não é mesmo, Bandeira? Estou aqui parafraseando o nosso Secretário-Geral da Mesa, que sempre usou essa frase no nosso projeto. Licenciamos também documentários, que se somam à nossa capacidade de produção, em busca de um canal que reflita a diversidade e a pluralidade dos Estados que são representados por esta Casa.
Na distribuição digital, inauguramos o site da TV, que se aproxima do design das plataformas de vídeo on demand; e intensificamos a presença digital da emissora, da atividade legislativa e dos Senadores, com streamings, com vídeos publicados no YouTube, no Facebook, no Twitter, no Instagram. O nosso YouTube conta com mais de 650 mil inscritos e, numa semana como esta, na qual tivemos a eleição do Presidente do Senado, nossas redes e perfis somados tiveram 900 mil visualizações. Agora com Libras, graças aos esforços do Senador Romário, da Senadora Mara Gabrilli e do Senador Flávio Arns, vamos ter um acesso mais inclusivo.
R
Quero ainda aproveitar essa exaltação do passado e do presente para provocar uma reflexão sobre o nosso futuro: como serão os próximos 25 anos da TV Senado? Está claro que a sua missão ficou ainda mais importante como ferramenta a serviço da democracia. Dá para pensar no Parlamento sem essa ferramenta?
Bom, a TV Senado provou que a democracia se faz todo dia e não apenas no dia do voto. Ela continua nas ações dos Senadores e Senadoras, no relacionamento entre eleitor e eleito, no cotidiano, na história que aqui se registra diariamente, nas votações e em tudo o que acontece no Parlamento. Mas os próximos 25 anos enfrentam desafios.
Primeiro, o desafio tecnológico. Como vamos cumprir essa missão em um ambiente digital, das redes sociais, das plataformas Flix e Play? Como garantir a visibilidade da TV Senado, a visibilidade da democracia, a visibilidade do Parlamento, a visibilidade dos Senadores nesse mar digital? Um projeto robusto de distribuição digital está em curso neste momento.
Também há o desafio regulatório. Até hoje a TV Senado existiu também por força de lei. Como continuar garantindo a toda a população uma comunicação institucional, oficial, responsável, do Estado para o cidadão, num novo cenário regulatório que a televisão vai enfrentar? O Congresso já discute o tema e confiamos em V. Exas. Senadores para escolher a melhor forma de conduzir esse processo.
Esses dois desafios precisam ser vencidos. O Brasil vai ter pelo menos mais 25 anos da TV Senado defendendo a democracia, eu garanto, todo dia, não é só no dia do aniversário.
Parabéns, TV Senado, pelos seus 25 anos!
Como falamos de interatividade, eu quero ler um pequeno trecho de um post que a Professora Célia Ladeira nos mandou durante esta transmissão. Disse a professora Célia Ladeira, também da UNB: "Gostaria de lembrar o apoio que recebemos no início da TV UNB. Contamos com apoio técnico e profissional da TV UNB no início dos trabalhos da TV Senado. Ao todo, foram 28 anos até a inauguração oficial". A UNB fez esse trabalho junto à central de vídeo aqui do Senado. Foi um período de compra de equipamentos e montagem da grade. Então, um abraço à professora Célia Ladeira, que também está nos acompanhando.
Uma última menção ao aniversário do Diretor Sylvio Guedes, que foi diretor em 2017. Ele é nascido no mesmo dia da TV Senado. Então, ele sempre comemora em grande estilo o seu próprio aniversário. Parabéns, Sylvio!
Mas, principalmente, parabéns à TV Senado.
Obrigado a todos que estão nesta sessão.
O SR. PRESIDENTE (Izalci Lucas. Bloco Parlamentar PSDB/PSL/PSDB - DF) - Obrigado.
Assistiremos agora a um vídeo com o discurso do Exmo. Senador Ciro Nogueira.
O SR. CIRO NOGUEIRA (Bloco Parlamentar Unidos pelo Brasil/PP - PI. Para discursar. Por videoconferência.) - Meus amigos e minhas amigas, eu venho aqui hoje parabenizar a nossa TV Senado, que completa 25 anos de sua criação. São duas décadas e meia de muita história, cumprindo com muita competência a missão de levar as ações do Parlamento ao conhecimento de todos os brasileiros.
Saúdo todos os servidores e colaboradores que diariamente se empenham muito na execução de programas e na transmissão de uma emissora que trabalha com muita qualidade e precisão, informando a população sobre tudo aquilo que votamos e discutimos no nosso Senado Federal, com transparência e responsabilidade.
R
Que esse grande trabalho possa seguir cada vez melhor para o bem do Senado e do Brasil.
Parabéns a toda a equipe da nossa TV Senado.
O SR. PRESIDENTE (Izalci Lucas. Bloco Parlamentar PSDB/PSL/PSDB - DF) - Muito bem.
Assistiremos agora a um vídeo do Exmo. Sr. Presidente desta Casa, Senador Rodrigo Pacheco.
O SR. RODRIGO PACHECO (Bloco Parlamentar Vanguarda/DEM - MG. Para discursar. Por videoconferência.) - Nesta oportunidade, eu gostaria de saudar, cumprimentar e elogiar a iniciativa do Senador Izalci Lucas de promover esta sessão especial em homenagem aos 25 anos da TV Senado.
Um dos fundamentos da República é a cidadania e um dos princípios importantes do Estado democrático de direito é a livre manifestação do pensamento e a liberdade de imprensa. E a TV Senado, ao longo dos seus 25 anos, proporciona exatamente isto: cidadania, a partir de informação de qualidade, e a possibilidade de as pessoas terem conhecimento do trabalho desta Casa Legislativa, a partir de um critério de liberdade de imprensa.
Portanto, eu gostaria de cumprimentar todos os profissionais e colaboradores da TV Senado pelos seus 25 anos de existência e, mais uma vez, saudar a iniciativa muito feliz do Senador Izalci Lucas.
O SR. PRESIDENTE (Izalci Lucas. Bloco Parlamentar PSDB/PSL/PSDB - DF) - O autor do requerimento é o nosso querido Senador Eduardo Gomes.
Passo agora aos nossos queridos Senadores, e o primeiro inscrito, meu querido amigo, é o Senador Wellington Fagundes.
O SR. WELLINGTON FAGUNDES (Bloco Parlamentar Vanguarda/PL - MT) - Presidente, nós estamos com som aí?
O SR. PRESIDENTE (Izalci Lucas. Bloco Parlamentar PSDB/PSL/PSDB - DF) - Sim.
O SR. WELLINGTON FAGUNDES (Bloco Parlamentar Vanguarda/PL - MT. Para discursar. Por videoconferência.) - Eu quero saudar, Sr. Presidente, todos que nos assistem através da TV Senado, TV democrática, TV que consegue colocar o sinal de forma muito clara e direta a todos os telespectadores. Por isso, neste momento em que completamos 25 anos na TV Senado, teríamos que homenagear muitos. E eu quero começar a cumprimentar V. Exa., Senador Izalci, que preside esta sessão, juntamente com o Senador Eduardo Gomes, que propôs esta sessão e que tem também um trabalho brilhante. Quero cumprimentar todas as Senadoras na pessoa da Senadora Rose de Freitas, todos os Senadores que estão aí inscritos na pessoa do Senador Esperidião Amin, todos os nossos companheiros Senadores e o Presidente Rodrigo Pacheco.
Sr. Presidente, é claro que temos que cumprimentar todos os servidores da Casa, e eu gostaria de fazê-lo na pessoa da Dra. Ilana Trombka - cumprimento a todos os servidores da Casa. Cumprimento o Executivo, o ministério na pessoa do Maximiliano Salvadori, que é o Secretário de Radiodifusão do Ministério das Comunicações. Eu quero também cumprimentar todos os servidores da TV Senado na pessoa da Marilena Chiarelli, que foi a primeira diretora. Quero cumprimentar todos os trabalhadores da TV Senado na pessoa do Érico da Silveira, que é o atual Diretor, e na da Érica Ceolin, e aí eu quero cumprimentar os cameramen, quero cumprimentar os técnicos, que às vezes não são vistos, cumprimentar os cinegrafistas, os editores, enfim, todos os profissionais que levam a imagem e que fazem junto com o Érico e também com todos os diretores essa TV com que a gente acaba de ter aqui a felicidade de poder comemorar os 25 anos.
Eu sou um entusiasta da comunicação. Sem dúvida nenhuma, a comunicação é a forma que a gente tem para prestar contas do nosso serviço.
R
E nada melhor do que também falar um pouco da história. Por isso, quero cumprimentar aqui o Presidente Sarney pelos seus 90 anos de idade! Ele que teve aqui, nesta Casa, uma história como poucos: um homem de fibra, um historiador, membro da Academia Brasileira de Letras, Presidente da República; tudo o que era possível num País o Presidente Sarney teve. E ele teve ainda a iniciativa de criar a TV Senado, que hoje completa 25 anos.
É importante dizer que, logo após, na esteira da TV Senado, veio a TV Câmara, dois ou três anos depois. A TV Senado foi fundada em 1996 e a TV Câmara em 1998.
Então, eu quero cumprimentar aqui também, Senador Izalci, o Senador José Sarney pelos 90 anos de idade, mas dizer que ele é bastante jovem, porque hoje, também, eu quero dizer para toda a população brasileira que tenho a satisfação de cumprimentar o meu companheiro, e o seu companheiro também, Senador Izalci, Dr. Milton Thiago de Mello, que hoje completa 105 anos de idade. É um estímulo para todos nós! Ele é um cientista, foi o Presidente da Academia Brasileira de Medicina Veterinária quando eu entrei na academia, foi um dos primeiros pesquisadores do mundo na área da penicilina e foi o primeiro cientista a trazer a penicilina ao Brasil. Portanto, quero aqui homenageá-lo, em nome da Medicina Veterinária, em nome de todos os homens e todas as mulheres de bem deste País, dos cientistas, principalmente porque vivemos hoje uma pandemia, e é graças exatamente à ciência que estamos conseguindo ter a vacina para trazer alento e novas oportunidades a todos os brasileiros e a toda a população mundial. Então, ao Dr. Thiago de Mello fica aqui a nossa homenagem. Hoje à tarde faremos uma live em homenagem ao Dr. Thiago, que é um brasiliense e é também o seu fã, Senador Izalci. Fica aqui o nosso reconhecimento ao Dr. Milton e a todos que lutam por este País!
Da mesma forma, eu quero aqui, Senador Izalci, trazer o papel da TV Senado. A Érica Ceolin falou e todos falaram da história, do que é construir uma TV, construir algo que pudesse trazer a solidificação da democracia brasileira. Nós Senadores... Eu quero aqui dizer também que hoje fico muito feliz, porque esta semana estou completando 30 anos de mandato, ou seja, seis mandatos como Deputado Federal e, agora, como Senador. Pude também participar e ver o crescimento da TV Senado, bem como da TV Câmara. A TV Senado a cada dia procura inovar, procurar crescer e procura criar oportunidades, principalmente para mostrar ao brasileiro o que acontece na realidade. Como mato-grossense, eu agradeço também, porque a TV Senado vai para fora do Senado, nas audiências públicas está lá presente, mostrando também a realidade do nosso País, do interior do País. Agradeço também à TV Senado por estar no interior do Brasil mostrando todo o nosso potencial.
Com isso, Sr. Presidente, eu concluo, porque, claro, muitos aqui têm que falar, mas falar da TV Senado também é lembrar de momentos gloriosos, momentos em que a TV Senado bateu recordes de audiências. E isso vem fidelizando cada vez mais o telespectador brasileiro, porque sabe que a TV Senado mostra a realidade. Como disse o Presidente Sarney, não há fake news aqui; é o dia a dia puro e cristalino. Eu quero cumprimentar também o jornalista Fernando Mesquita porque foi o pioneiro, tem todo um histórico, e, na pessoa dele, todos os jornalistas, todos aqueles que fazem a comunicação brasileira. Um grande abraço, e felicidades!
R
Que Deus nos abençoe e que vocês continuem fazendo isso com muita criatividade e que com muita transparência!
O SR. PRESIDENTE (Izalci Lucas. Bloco Parlamentar PSDB/PSL/PSDB - DF) - Obrigado, meu querido Senador Wellington.
Parabéns pelos 30 anos! E o nosso querido Senador Sarney, Presidente Sarney, 40 anos de Senado. Já, já você está chegando lá também. Parabéns para você, parabéns ao querido Milton, 105 anos, que é um exemplo para todos nós. Parabéns a todos!
E passo a palavra, imediatamente, também ao meu querido amigo, que usou muito a TV Senado, como foi dito, o nosso querido Senador Paulo Paim.
O SR. PAULO PAIM (Bloco Parlamentar da Resistência Democrática/PT - RS. Para discursar. Por videoconferência.) - Bom dia, querido amigo, Presidente Izalci Lucas.
Presidente Izalci, é uma alegria enorme estar neste momento na sessão presidida por você, com a presença de todos esses construtores dessa história; Presidente José Sarney, com o qual tive a satisfação de ser Vice-Presidente do Senado - um orgulho estar com S. Exa. naquela Mesa -; Senador Eduardo Gomes, proponente desta belíssima sessão; e aqui eu cito agora todos os convidados: Sr. Maximiliano Salvadori Martinhão, Sra. Ilana Trombka, Sr. Érico Gonçalves da Silveira, Sr. Fernando César de Moreira Mesquita, Sra. Marilena Chiarelli, Sr. Murilo César Ramos, Sra. Érica Ceolin, enfim, amigos e amigas.
Quando existem sonhos e desejos dos mais ousados, o verbo e a palavra se tornam realidade. É o caso desta sessão. Sinal que a vida se eterniza na esperança e no esperançar. Assim, nesta bela sessão especial remota eu presto minhas homenagens à TV Senado, aos seus 25 anos de fundação. A todos e a todas entrego o meu carinho, meu beijo no coração, o meu abraço. Podem crer que eles trazem os sentimentos da minha juventude e o meu andar rotineiro de quem acredita em um País mais justo.
E a TV Senado é o símbolo da democracia. A TV Senado foi a primeira emissora legislativa nacional, um enorme orgulho para todos nós. Aqui o que se fala vai ao ar. Sua estreia, eu lembro - eu estava no Congresso, entrei na Constituinte -, foi em 5 de fevereiro de 1986, idealizada pelo Presidente Sarney, que, aliás, idealizou o sistema de comunicação no Parlamento. Como sabemos, no início eram 15 horas de programação; hoje são 24 horas no ar sobre todo o Território nacional. O seu objetivo é o de levar informação direto aos brasileiros da cidade e do campo. Assim ela veio a lume. Mostra as atividades do Senado, dos Senadores e das Senadoras, nas Comissões, nos projetos, votações. A TV Senado é um canal que debate a realidade do Brasil, as características regionais; lembra o passado, vive o presente e projeta o futuro; o nosso povo e as suas mãos calejadas, que são os brasileiros, e onde eles estão. Tudo isso nada mais é do que a aquarela pintada com cores vibrantes pelos profissionais da nossa querida TV Senado.
R
Eu sempre digo que as transmissões de audiências públicas - eu realizei centenas e centenas - são sucesso garantido. O povo sabe que ali cada um está expressando o seu pensamento, a sua verdade. Não há corte. As pessoas assistem, percebem que os assuntos são do seu interesse e me dizem: "Assim mesmo; isso é importante". São temas como racismo, discriminação, desemprego, pobreza, previdência social, direito trabalhista, direito do empregador, do empregado, aposentadoria, direito das mulheres, combate ao feminicídio, direito das crianças, assuntos da economia, saúde, educação, segurança, meio ambiente e outros tantos temas; a TV Senado está ali para mostrar que o Senado Federal é uma Casa que trabalha para o benefício dos Estados, do País, enfim, de todo o povo brasileiro.
São profissionais do mais alto gabarito, todos, todos, sem exceção: jornalistas, repórteres, apresentadores, editores, pauteiros, produtores, técnicos, pessoal da imagem, do som, do cafezinho, da recepção, terceirizados ou não. Parabenizo todos na pessoa do atual Diretor, o Érico Silveira. Meu respeito a todos os profissionais, a todos que passaram por esse posto.
A comunicação legislativa brasileira eu diria que era uma antes e é outra depois da TV Senado. A TV Senado tem liga com a população e com a nossa gente - eu sou prova disso -, além de ser um veículo de comunicação e, sobretudo, um instrumento de cidadania. Se o nosso trabalho chegou lá embaixo, lá na base, foi porque a TV Senado fez com que chegasse. Recebo mensagem de todo o País dizendo: "Olha, Paim, te vi na TV Senado"; "Olha, Paim, o projeto do décimo quarto eu estou acompanhando pela TV Senado"; "Olha que leis importantes!". Tudo o que este Congresso debateu a TV Senado mostrou do início ao fim: Estatuto do Idoso, Estatuto de Igualdade Racial, podia citar o da pessoa com deficiência, Lei do Autista, política de valorização dos direitos humanos, pela importância que é valorizar os direitos humanos, ou podia falar do salário mínimo.
No ano passado, a TV Senado levou as nossas preocupações com a pandemia para o Brasil e para o mundo: projetos em benefício dos profissionais da saúde e outros chegaram à população, bem como a política, o debate das vacinas; tudo a TV Senado levou ao Brasil. Enfim, recebemos uma infinidade de mensagens só de elogios à TV Senado; gente do Acre, do Piauí, do Espírito Santo, Minas, Mato Grosso, Rio Grande do Sul, enfim, de todos os Estados.
A TV Senado é fundamental para as nossas atividades e para a democracia. O que seria do trabalho dos Parlamentares, no caso Senadores, da ação legislativa da nossa gente, dos nossos colegas de trabalho, se não fosse a TV Senado? Isso é democracia da comunicação.
A minha relação com a TV e com os seus funcionários é de respeito e de carinho. Posso dizer: obrigado pelo profissionalismo!
Fiz, para encerrar, um poeminha a vocês, meus amigos da TV Senado. É bem curtinho.
R
Acordei com o canto dos pássaros, e vocês, sempre ali. Pelas tardes sombrias, no rigor das horas, no galopar dos minutos, e vocês, sempre ali. Meus olhos findaram o sol, já é noite, e vocês, ali. Juntei minhas alegrias e tristezas, meus caminhos e desencontros, e vocês, da TV Senado, sempre ali. Meus sonhos, muitos esparramados nos escaninhos da alma, nos labirintos do meu eu, loucos para se transformarem em palavras e som de risada, na voz rouca dos dias, e vocês, sempre ali.
Por isso, obrigado. Muito obrigado a vocês profissionais da comunicação. Vocês são os pilares da democracia.
Abraço, abraço. Desculpe se fui longe.
O SR. PRESIDENTE (Izalci Lucas. Bloco Parlamentar PSDB/PSL/PSDB - DF) - Parabéns, Senador Paulo Paim.
Passo a palavra ao nosso querido amigo também, Senador Eduardo Girão.
O SR. EDUARDO GIRÃO (PODEMOS - CE) - Está me ouvindo bem, Presidente Izalci? O som está chegando bem?
O SR. PRESIDENTE (Izalci Lucas. Bloco Parlamentar PSDB/PSL/PSDB - DF) - Está bem. Muito bem.
O SR. EDUARDO GIRÃO (PODEMOS - CE. Para discursar. Por videoconferência.) - Muito bom.
Está explicado o sucesso da TV Senado, esses 25 anos, nesta sessão solene, em tempos de pandemia - histórica! -, esta sessão solene que nos emociona. Eu tenho muita gratidão por estar presente aqui hoje, por estar participando, com muita honra e alegria, porque aprendi um pouco mais sobre a origem da TV Senado. A vida é um aprendizado.
Eu sou um entusiasta, sou um apaixonado pela TV Senado, Presidente Izalci. E não é por acaso que o senhor está presidindo esta sessão. Por quantas e quantas segundas-feiras e sextas-feiras nós estávamos no Plenário, o senhor comandando, a gente dialogando e o Brasil repercutindo aquilo, porque realmente a TV Senado entra nos rincões de todo o País?
O meu Ceará, que é a terra do Fernando César Mesquita, conterrâneo meu de Fortaleza, um amigo da família... Tinha de haver um cearense! Eu sei que há vários outros, mas tinha de haver um cearense desbravador nesse projeto fantástico da TV Senado, hoje comandado pelo Érico, pela Érica - vamos sintetizar assim -, em nome de todos os bravos, nobres, competentes, dedicados funcionários da TV Senado, desde os técnicos, os jornalistas, os câmeras. São pessoas muito carinhosas, muito determinadas a fazer um bom trabalho. Érico e Érica, a origem do nome é águia, e vocês estão fazendo um trabalho realmente fabuloso comandando essa equipe multidisciplinar.
Eu ouvi o Presidente Sarney falando da sua coragem de abrir. Parabéns! Acho que a palavra que sintetiza bem a criação, a coragem de fazer diferente naquela época, 25 anos atrás, é gratidão. É gratidão ao povo. Eu estive do outro lado - quero revelar aqui um bastidor para vocês também -, eu estive como ativista de algumas causas que hoje estou tendo a oportunidade, graças a Deus, de defender no Senado. Então, antes, eu estava lá do outro lado, indo para as sessões, para as Comissões, para debater, em audiências públicas, causas que são muito caras para mim. E não saía em alguns veículos. Aliás, na maioria dos veículos não saía. E a fonte de referência para a gente ver a síntese daquela reunião era a TV Senado. Então, a gente ficava esperando sair a matéria. Isso foi há dez anos, mais ou menos. A gente ficava esperando sair a matéria e, naqueles arroubos da juventude, questionava: "Mas aqui houve uma situação que poderia ter sido diferente".
R
E hoje aqui eu vejo uma evolução constante na TV Senado, uma preocupação com a imparcialidade. Isso é um fato hoje. Eu fico muito feliz porque, em causas polêmicas, eu vejo que a TV Senado procura ouvir um lado, procura ouvir o outro, sem julgamentos, sem tomar partido. Isso é uma conquista. É algo precioso, é preciosa essa conquista da TV Senado.
No último dia legislativo do ano passado, desse ano estranho, mas que eu acredito que traz muito aprendizado, muito ensinamento para a humanidade... Deus não deixaria ocorrer o que aconteceu, uma pandemia dessa, se não fosse para uma evolução de todos nós, para refletirmos sobre o valor da vida, sobre ajudar o próximo, sobre a importância de estar junto com a família, de fazer o bem. No último dia, eu tive a prova - mais uma - muito clara da competência dessa equipe da TV Senado. Foi formado, numa eleição, o GP - Grupo Parlamentar - Brasil-ONU, do qual eu fui eleito Vice-Presidente, e o Deputado Roberto de Lucena eleito Presidente. E olha, a mobilização que a equipe da TV Senado fez, com todo o critério, lá, no nosso gabinete 21 da Ala Teotônio Vilela, para montar toda a estrutura para fazer ao vivo - como a gente está fazendo aqui - a transmissão para todo o Brasil, naquele momento tão importante. Foi algo muito marcante. No final a gente conversou com a equipe e viu a emoção de cada um de ter participado daquele trabalho, a gratidão. Essa é a força.
É um dia para celebrar. É um dia para celebrar, Presidente Izalci, cumprimentando o Senador Eduardo Gomes pela iniciativa desta sessão: 25 anos, bodas de prata, com transparência, levando cidadania. Essa é a palavra-chave, que foi falada inclusive pelo nosso novo Presidente do Senado, Rodrigo Pacheco. Olha só a importância da TV Senado. Presidente Sarney, Marilena Chiarelli - me emocionei com a fala dela também -, Fernando César Mesquita, e tantas outras pessoas que não vou poder citar aqui, vocês criaram algo grandioso. Não sei se vocês tinham essa dimensão do que se tornou a TV Senado hoje. Você está tendo a oportunidade, é um instrumento poderoso para não apenas levar a informação de forma fidedigna, mas também aproximar a população brasileira desta Casa da República, da Casa Revisora da República. Isso é fantástico, porque a gente sabe que uma das formas de se aproximar a população tanto é com pautas e demandas da sociedade como também através da comunicação, as pessoas saberem o que nós estamos fazendo dentro do Senado Federal, as pessoas que nos elegeram saberem exatamente os nossos passos dentro do Senado Federal.
Então, eu só tenho que agradecer esta oportunidade, esta sessão histórica. Que Deus continue inspirando a todos vocês que fazem parte da TV Senado. Muita gente já passou por aqui, muita gente já partiu para o plano espiritual, mas gratidão a essas pessoas também. Contem sempre comigo no que puder, sou um apaixonado pelo trabalho que vocês fazem pelo Brasil, pelos brasileiros.
Muita paz! Parabéns!
Muito obrigado.
R
O SR. PRESIDENTE (Izalci Lucas. Bloco Parlamentar PSDB/PSL/PSDB - DF) - Obrigado, Senador Girão.
Assistiremos agora ao vídeo produzido pela TV Senado em homenagem a todos os ex-Diretores que contribuíram com a história da TV Senado ao longo desses 25 anos.
(Procede-se à exibição de vídeo.)
O SR. PRESIDENTE (Izalci Lucas. Bloco Parlamentar PSDB/PSL/PSDB - DF) - ... de novembro de 2007 a março de 2009; James Borralho Gama, Diretor da TV Senado de maio de 2005 a outubro de 2007; Leila Daher, Diretora da TV Senado de março de 2009 a março de 2013; Aluizio Tadeu de Oliveira, Diretor da TV Senado de abril a outubro de 2001 e de março de 2013 a fevereiro de 2015; Júnia Cláudia Gondim Melo, Diretora da TV Senado de fevereiro a dezembro de 2015; Sylvio Augusto de Oliveira Guedes, Diretor de dezembro de 2015 a maio de 2017; Renata Teles de Paula, Diretora de 2017 a janeiro de 2019; Helival Rios Moreira, Secretário de Comunicação Social de novembro de 2007 a fevereiro de 2009; Armando Sobral Rollemberg, Secretário de Comunicação Social de março de 2003 a fevereiro de 2007; Ana Lúcia Coelho Romero Novelli, Secretária de Comunicação Social do Senado de maio a agosto de 2009; Elga Mara Teixeira Lopes, Secretária de Comunicação de fevereiro a setembro de 2009 e atual Diretora da Secretaria de Transparência; Davi Emerich, Secretário de Comunicação Social do Senado de março de 2013 a fevereiro de 2015; Angela Silva Brandão, Secretária de Comunicação de abril de 2017 a julho de 2019.
Assistiremos agora ao vídeo com os demais homenageados.
(Procede-se à exibição de vídeo.)
O SR. PRESIDENTE (Izalci Lucas. Bloco Parlamentar PSDB/PSL/PSDB - DF) - Raimundo Carreiro Silva, Secretário-Geral da Mesa de fevereiro 1995 a março de 2007, atual Ministro do TCU; Claudia Lyra Nascimento, Secretária-Geral de março de 2007 a abril de 2014; Luiz Fernando Bandeira de Mello, Diretor-Geral de maio de 2014 a fevereiro de 2015, Secretário-Geral da Mesa desde abril de 2014; Deputado Distrital Agaciel da Silva Maia, Diretor-Geral de junho de 1995 a março de 2009 e hoje Deputado Distrital; José Alexandre Lima Gazineo, Diretor-Geral de março de 2009 a junho de 2009; Haroldo Feitosa Tajra, Diretor-Geral de junho de 2009 a fevereiro de 2011; Doris Marize Romariz Peixoto, Diretora-Geral do Senado de 2011 a setembro de 2013;
R
Antônio Helder Medeiros Rebouças, Diretor-Geral do Senado de 2013 a maio de 2014; Marcelo Malacrida de Morais, Presidente da Associação Brasileira de Televisões e Rádios Legislativas; Alexandre Carrijo, Primeiro Vice-Presidente da Astral; Osvaldo Lyra, Segundo Vice-Presidente da Astral; Luís Carlos Fonteles, Terceiro Vice-Presidente da Astral e assessor de imprensa do Senado; Evelin Maciel, Presidente da Astral de 2008 a 2009 e servidora da Câmara dos Deputados.
Bem, quero dizer da minha alegria, agradecer ao nosso querido Senador Eduardo Gomes, autor do requerimento desta sessão solene, agradecê-lo... Foi uma honra presidir esta sessão brilhante.
Quero agradecer imensamente a todos os profissionais, tanto aqueles que iniciaram, de forma especial o Presidente Sarney, nosso querido Fernando Mesquita, a Chiarelli também, e todos os servidores desta Casa, de forma especial os comunicadores.
E, cumprida a finalidade desta sessão especial remota do Senado Federal, eu agradeço muito às personalidades que nos honraram com a sua participação, os nossos queridos amigos Senadores, e declaro, então, encerrada esta sessão solene.
Parabéns, TV Senado!
(Levanta-se a sessão às 12 horas e 17 minutos.)