3ª SESSÃO LEGISLATIVA ORDINÁRIA
56ª LEGISLATURA
Em 17 de maio de 2021
(segunda-feira)
Às 16 horas
46ª SESSÃO
(Sessão Especial)

Oradores
Horário

Texto com revisão

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O SR. PRESIDENTE (Izalci Lucas. Bloco Parlamentar PODEMOS/PSDB/PSL/PSDB - DF. Fala da Presidência.) - Declaro aberta a sessão.
Sob a proteção de Deus, iniciamos nossos trabalhos.
A presente sessão especial remota foi convocada nos termos do Ato da Comissão Diretora nº 7, de 2020, que institui o Sistema de Deliberação Remota do Senado Federal, e também em atendimento ao Requerimento 1.459, de 2021, do Senador Izalci Lucas e de outros Senadores, aprovado pelo Plenário do Senado Federal.
A sessão é destinada a comemorar o Dia Nacional do Líder Comunitário.
A Presidência informa que esta sessão terá a participação dos seguintes convidados: Sr. Wilson Ferreira Júnior, Presidente da Associação Nacional dos Líderes Comunitários; Sr. José Luiz Barbonaglia da Silva Amaral, Coordenador de Segurança Pública Rede de Vizinhos e Comércio Protegidos; Revmo. D. Marcony Vinícius, Bispo Auxiliar da Arquidiocese de Brasília; Sra. Edilamar de Souza Correia, que é Presidente da Federação Habitacional do Sol Nascente; Sra. Edna Maria Sampaio, Presidente do Instituto Eva no Recanto das Emas, aqui no Distrito Federal; Sra. Daise Lourenço Moiséis, Fundadora e Presidente da Casa Azul Felipe Augusto, sediada em Samambaia-DF; Sr. Vantuil Paulo de Santana, Presidente da Associação de Moradores da Vila Planalto; Sr. Francisco Ramalho Medeiros, Presidente do projeto Centro de Reintegração Deus Proverá; Sra. Hosana Nascimento, Presidente do projeto Horta Comunitária Girassol; Sra. Bárbara Roriz, representante da família Roriz; e também o Sr. Bruno Simão, fundador do Projeto Fala Jovem Word.
Eu convido a todos para, em posição de respeito, acompanharmos o Hino Nacional.
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(Procede-se à execução do Hino Nacional.)
O SR. PRESIDENTE (Izalci Lucas. Bloco Parlamentar PODEMOS/PSDB/PSL/PSDB - DF) - Assistiremos agora a um vídeo institucional.
(Procede-se à exibição de vídeo.)
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O SR. PRESIDENTE (Izalci Lucas. Bloco Parlamentar PODEMOS/PSDB/PSL/PSDB - DF) - Eu quero cumprimentar o nosso querido Wilson Ferreira Junior, Presidente da Associação Nacional dos Líderes Comunitários; José Luiz Barbonaglia da Silva Amaral, nosso coordenador de segurança pública do projeto Rede de Vizinhos Protegidos; Revmo. D. Marcony Vinícius, Bispo aqui da Arquidiocese de Brasília e meu amigo; Sra. Edilamar de Souza e Souza Correia, Presidente da Federação Habitacional do Sol Nascente; Sra. Edna Maria Sampaio, Presidente do Instituto Eva no Recanto das Emas; Sra. Daise Lourenço Moisés, fundadora e Presidente da Casa Azul Felipe Augusto, sediada em Samambaia, Distrito Federal; Sr. Vantuil Paulo de Santana, Presidente da Associação de Moradores da Vila Planalto; Sr. Francisco Ramalho Medeiros, Presidente do projeto Centro de Reintegração Deus Proverá; Sra. Hosana Nascimento, Presidente do Projeto Horta Comunitária Girassol; Srta. Bárbara Roriz, representante aqui da família Roriz; e Bruno Simão, fundador do Projeto Fala Jovem Word. Quero cumprimentar nossa querida amiga, Senadora Rose de Freitas, todos os Senadores e Senadoras, todos os líderes comunitários deste País e, de uma forma muito especial, todos aqueles que se dedicam ao bem do próximo.
Bem, nesta sessão em que comemoramos o Dia do Líder Comunitário, que foi celebrado em 5 de maio, devo dizer que a política é uma atividade fascinante, porque ela nos permite ter contato diretamente com a população. É nas ruas, nos condomínios, nas regiões mais afastadas ou nos centros urbanos que as pessoas tocam suas vidas, se relacionam e constroem as suas comunidades. Os líderes comunitários são a voz do povo, uma figura de grande importância, ajudando a representar as preocupações e vontades da população junto aos Poderes do Executivo, Legislativo e até Judiciário. São esses líderes que conhecem as reais necessidades da comunidade, ouvindo todos de modo igualitário e sem preconceitos.
A vocês, líderes das comunidades aqui presentes ou que estão nos acompanhando pela Rádio e TV Senado, agradecemos por compreender e ouvir o que o povo tem a dizer. São os líderes comunitários que ajudam a dar voz aos moradores, facilitando a apresentação de demandas ao Poder Público e resolvendo problemas de diversos tamanhos, do buraco na rua até grandes políticas públicas.
E, no momento delicado como este, de uma crise global provocada pelo Covid-19, o papel da liderança comunitária ganha ainda mais relevo. São essas pessoas que levam aos Parlamentares e governantes as angústias e os anseios de cada família - da necessidade de um hospital, de uma UPA, de um atendimento médico, até os grandes problemas na área de saúde, educação e vários outros. São exatamente esses representantes que levarão os pleitos às autoridades. O exercício da cidadania começa nas comunidades, e os líderes comunitários são essenciais para alavancar o desenvolvimento local.
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É preciso que o Parlamento volte, cada vez mais, seus olhos para os dramas de centenas de líderes comunitários, líderes de comunidades que enfrentam... Muitos têm sido, inclusive, assassinados nos últimos anos por defenderem os excluídos e os direitos da população, principalmente a parcela mais carente. Muitos Deputados e Senadores começaram sua vida política como líderes comunitários e chegaram ao Parlamento com a responsabilidade de representar essas pessoas que precisam de nossa atenção constante.
É por isso, Sr. Presidente, Sras. Senadoras, Srs. Senadores e convidados, que precisamos celebrar o Dia Nacional do Líder Comunitário, esse batalhador que, muitas vezes, sacrifica sua vida pessoal em prol das necessidades coletivas.
Eu quero, aqui, agradecer a cada líder comunitário do Distrito Federal. São vários, e não vou aqui citar nomes para não esquecer nenhum, porque temos milhares de líderes aqui na nossa cidade, mas cito aqui, talvez, a nossa Srta. Bárbara Roriz, que é essa garotinha, neta de Joaquim Roriz, que sempre foi um Governador que teve uma ligação muito distinta, muito próxima e dava muita atenção às lideranças comunitárias. Então, na pessoa da Bárbara, eu quero cumprimentar todos os líderes do Distrito Federal e também do Brasil, por sua atuação, pela luta em favor dos direitos dessas pessoas que moram e vivem aqui no Distrito Federal.
E quero dizer que estamos de portas abertas, inclusive fazendo reuniões em todas as cidades, virtualmente inclusive, repensando o DF, ouvindo cada líder de cada cidade, as angústias, as necessidades, as prioridades, para que a gente possa, de fato, criar políticas públicas de Estado. Quem sabe o que é melhor para a cidade ou para os problemas é exatamente quem mora na cidade ou quem convive com os problemas. Vou citar uma frase que Joaquim Roriz falava sempre. Ele dizia que governar é eleger prioridades depois de ouvir a população, o povo e, principalmente, os líderes comunitários.
Então, eu quero dizer que a gente está à disposição. Os governantes precisam ouvir mais, porque quem sabe, realmente, dos maiores problemas e daquilo que a comunidade precisa são exatamente esses líderes. Então, quero cumprimentar todos e agradecer o carinho, a atenção de todos vocês.
Nós vamos, agora, também, assistir a uma contação de história em homenagem ao Dia Nacional do Líder Comunitário.
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(Procede-se à exibição de vídeo.)
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O SR. PRESIDENTE (Izalci Lucas. Bloco Parlamentar PODEMOS/PSDB/PSL/PSDB - DF) - Obrigado, Nyedja.
Eu passo já, imediatamente, aos oradores. Vou passar primeiro a palavra ao nosso Revmo. Sr. Dom Marcony Vinícius, que é nosso Bispo aqui da Arquidiocese de Brasília.
O SR. MARCONY VINÍCIUS (Para discursar.) - Caríssimo Izalci, nosso Senador da República e representante do nosso Distrito Federal, do nosso povo no Senado da República, queridos Senadores e Senadoras que nos acompanham, muito amados líderes comunitários presentes, em primeiro lugar, quero agradecer esta iniciativa, querido Senador e amigo, porque hoje o mundo precisa também reconhecer aqueles que estão a serviço de grupos, a serviço do bem comum, a serviço do bem público.
O líder comunitário é aquele que se coloca representando a sua parcela, representando o seu grupo, não simplesmente com reivindicações, mas, sobretudo, com o espelho do que é esse grupo e o bem que esse grupo faz a toda a comunidade. Esse líder comunitário é sempre uma pessoa cheia de otimismo, de escuta, sobretudo de escuta.
Estamos num mundo em que se fala muito, e às vezes se escuta muito pouco. E escutar o outro quantas vezes resolve o problema? Às vezes eu não tenho o dinheiro ou a cesta básica para dar, mas só de escutar, eu já estou valorizando a pessoa.
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E, quando entramos no campo da fé e no campo da religião - como foi muito bem colocado pela Nyedja, que nos passou esse vídeo sobre contar histórias -, Jesus Cristo se torna para nós esse ponto referencial de liderança, porque ser líder é dar a vida, porque ser líder é amar. A gente só faz uma coisa com gosto quando a gente ama. E amar é dar a vida, amar não é só gostar, amar não tem um prazo de validade, é sempre. Por isso que essa dedicação intensa dos líderes comunitários faz com que o amor de Deus e o amor de Jesus Cristo seja renovado, cada dia, em cada atitude, esse fazer o bem, esse pensar no outro e, de um modo especial, pensar nos mais necessitados.
Quero parabenizar todos os líderes comunitários que fazem crescer a nossa cidade, que fazem crescer a nossa cidadania, indo atrás, como o nosso Senador colocou, de políticas públicas viáveis para todos no campo da segurança, da saúde, também da educação, do trabalho, do desenvolvimento da nossa capital, que já se torna quase madura em tantos aspectos. A liderança é esse testemunho de amor. E Cristo Jesus se fez servo.
Nós, como líderes religiosos, políticos, comunitários de um modo geral, devemos sempre nos fazer (Falha no áudio.) ... todos e pedir a vocês. Aquilo que ele falava era o que ele vivia; o que ele vivia era fruto do que ele falava. Acreditar sempre na capacidade do outro e de que nós podemos transformar este mundo num mundo melhor. Talvez não vamos dar conta de tudo - nem Jesus conseguiu convencer todos os corações -, mas na parcela que a gente faz ali se faz presente o reino de Deus.
Nesse sentido, parabenizando nossa cidade, nosso Distrito Federal, quero agradecer-lhe, caríssimo Izalci, pelo seu testemunho, pelo seu trabalho, por todos os que estão a serviço do nosso povo, também, no seu gabinete, no gabinete dos Senadores. Nós estamos na Capital da República, que deve ser modelo, que deve ser espelho de justiça, de honestidade, de probidade, de responsabilidade, ou melhor, modelo de líderes que pensam nos outros e, por isso, se doam tanto quanto a gente vê em cada um de vocês e em você também, meu caríssimo amigo.
Desde já deixo minha benção para todos, minhas orações. Que Nossa Senhora Aparecida, Padroeira do Brasil e Padroeira de nossa cidade, envolva o seu manto em todos os líderes comunitários. Como uma mãe, que cuidou do nosso Líder maior, ela cuide de cada um para que vocês cuidem do outro. Lembro aquele Evangelho que Jesus nos deixou: o samaritano vinha, desceu do seu cavalo, sentiu compaixão e cuidou daquele coitado que tinha sido assaltado no meio do caminho. Que a gente também desça dos nossos tronos. Que possamos servir os nossos irmãos tendo verdadeira compaixão, um amor que vem de Deus e um amor que é manifestado por palavras e atitudes.
Parabéns, querido Izalci, parabéns, Senado Federal, parabéns líderes comunitários!
Que Deus abençoe a todos!
Muito obrigado pela deferência e pela oportunidade da palavra!
O SR. PRESIDENTE (Izalci Lucas. Bloco Parlamentar PODEMOS/PSDB/PSL/PSDB - DF) - Obrigado, D. Marcony.
Passo a palavra ao nosso Presidente da Associação Nacional dos Líderes Comunitários, Sr. Wilson Ferreira Júnior.
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O SR. WILSON FERREIRA JÚNIOR (Para discursar.) - Boa tarde, Senador Izalci Lucas, que muito tem feito. Pela terceira vez, acho que está completando a quarta, ele comemora o Dia do Líder Comunitário.
Peço a benção ao nosso Bispo, que nos abençoou, e quero dizer a ele que a nossa bandeira da Associação Nacional do Líder Comunitário foi abençoada na Catedral Metropolitana de Brasília pelo Padre João Firmino, que tem o meu sobrenome Firmino.
Quero cumprimentar esses líderes comunitários, Brasília, Brasil, entorno, todos os irmãos guerreiros, que lutam por dias melhores, que lutam pelo nosso reconhecimento.
Tudo nós faremos, e já fizemos, e tentaremos fazer mais para que o Senado, a Câmara Federal, o Congresso, o Buriti, o entorno, as prefeituras comunitárias, as prefeituras municipais, Prefeitos, Vereadores façam um dia do líder no entorno também. A Analc conseguiu colocar o Dia do Líder Comunitário junto às autoridades locais - Novo Gama, Valparaíso, Santa Maria, Luziânia. Brasília. Brasil, nosso Brasil.
Então, a gente tem esse trabalho e a gente quer mais aproximação, Senador, o Senado mais próximo de nós, como é na nossa Administração de Santa Maria, com a Marileide Romão, que, inclusive, está me dando espaço aqui para que eu possa falar com esse imenso Brasil sobre o nosso dia, o Dia do Líder Comunitário. Ela é incansável e faz tudo para nos ajudar, entendeu? Tudo que pode fazer ela faz, em outras administrações até do entorno. A gente tem apoio dos Prefeitos Municipais, Deputados Estaduais, e fui homenageado na Assembleia do Estado de Goiás. Vão colocar o Dia do Líder no Entorno, em todo o entorno.
Então, a gente tem uma felicidade muito grande e a gente tem muito o que reivindicar, Senador, porque o senhor faz. O senhor não fala, o senhor faz. Agora, me desculpe, um pouco afastado dos líderes comunitários no assunto de projeto de lei, como já foi falado nesta Casa, para a gente conseguir a doação dos carros que são leiloados para a verdadeira entidade registrada e nunca tivemos uma resposta.
Nós temos os nossos irmãos da Embaixada do México. Todas as Embaixadas querem patrocinar os projetos dos líderes comunitários. Isso já foi passado, várias vezes no Senado, na Câmara Federal, no Buriti e nunca foi tomada uma providência, entendeu?
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Então, a gente se sente um pouco afastado dos nossos Poderes Legislativo, Judiciário, entendeu? Nós precisamos estar mais próximos. Eu quero aproximar e abraçar todo mundo!
A gente já está aí com um projeto e já mandou uma carta ao Presidente da República para tomar um café com as lideranças. Disseram que é só esperar passar a pandemia.
Então, nós queremos todo mundo junto ajudando esses líderes que se sacrificam, que às vezes deixam a família para lutar pelo menos favorecido, e nós só temos a pedir. Oh, Senador, nós só sabemos pedir; nós não temos poder de realizar o projeto de lei, de aprovar, não é? A gente pede, leva as ideias, não é? Entendeu?
Precisamos de uma reunião com as embaixadas, não é? Entendeu? Eles têm o dinheiro do social, que está parado porque não se vai atrás do líder; o líder não vai atrás das embaixadas. Quem tem que ir são os senhores, autoridades.
Então, é lamentável falar isso no dia do líder, porque dizem que é festa, é festa, mas a gente tem que aproveitar a oportunidade, quando a gente pode falar com o grande amigo Izalci, e outros Senadores, que estão ouvindo a gente, no Entorno, o nosso Governador, que nunca se sentou com os líderes comunitários... Então, precisamos de mais aproximação, porque nós damos uma ajuda.
E quero dizer aos senhores que o nosso pagamento é o benefício que a gente faz para a comunidade. Quando a gente faz alguma coisa para a comunidade, é o pagamento que a gente recebe. Então, precisamos dos senhores, porque nós realizamos um projeto ou fazemos o pedido a nossos representantes legais, e eles executam a lei.
Então, precisamos de mais apoio, precisamos de mais aproximação, porque a gente só dá a ideia e precisa que a ideia seja executada.
Sr. Senador Izalci Lucas, a nossa frente parlamentar foi construída na Câmara Legislativa e está parada por falta de interesse dos Deputados de alavancar a nossa frente parlamentar. Vamos fazer a nossa frente parlamentar também no Senado para ajudar esses líderes de tudo quanto é lugar do Brasil. Nós representamos os líderes de Brasília, mas também do Entorno e desse imenso Brasil, Senador.
Então, a gente sabe que há muitos sofredores por esse quinhão, por esse mundão de terra que, às vezes, não sabem nem onde fica o Senado, como se chega ao Senado, se é a cavalo, se é no jegue, se é nadando, se é remando. E nós estamos aqui para poder enviar a nossa mensagem, o sofrimento deles até o Senado.
Encerro aqui minhas palavras, mais uma vez agradecendo ao nosso Senador e a todos os líderes comunitários que participaram e que participam do Dia do Líder Comunitário. A nossa luta não é em vão, Senador; a nossa luta é valorosa, só precisa de mais aproximação para a gente ter força para trabalhar e ter respaldo.
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Ideias nós temos, precisamos de quem execute a lei e faça com que ela fique sendo valorizada e tenha sido executada e será executada através de um projeto de lei.
É isso que nós queremos fazer e realizamos a Associação Nacional do Líder Comunitário (Analc) do Brasil, através da Lei 11.287, de 27 de março de 2006.
Um abraço, Senador!
E tudo o que a gente tem a pedir ao bom Pai é a proteção dos senhores e muitos anos de vida para que vocês possam as nossas ideias transformar em projeto de lei.
O SR. PRESIDENTE (Izalci Lucas. Bloco Parlamentar PODEMOS/PSDB/PSL/PSDB - DF) - Obrigado, Sr. Wilson.
Já concedo a palavra imediatamente ao Sr. José Luiz Barbonaglia da Silva Amaral, que é o nosso coordenador de Segurança Pública na Rede de Vizinhos e Comércios Protegidos.
O SR. JOSÉ LUIZ BARBONAGLIA DA SILVA AMARAL (Para discursar.) - Boa tarde, Senador! Boa tarde a todos!
É uma satisfação participar deste seleto grupo. Acredito que o Senador tenha feito uma seleção de líderes que realmente têm importância, cada um na sua esfera.
Eu cito aqui o maior de todos: o líder espiritual e religioso Dom Marcony, que tem a maior responsabilidade, porque ele lidera almas, lidera pessoas, não no sentido político ou no sentido administrativo, mas no sentido da paz espiritual. E não há valor comparável à paz, ao vínculo das pessoas com Deus. Então, parabéns, Dom Marcony!
Também tenho que parabenizar o nosso Senador Izalci. E não é por estar na presença dele, mas porque é uma liderança política fortíssima no DF. Eu o considero o maior líder político, porque é um cara motivado, é um cara responsável em suas pautas, é um cara que não sai articulando e prometendo simplesmente para ter algum benefício. E essa é a responsabilidade de um político, a responsabilidade de um líder político, porque nós estamos cheios de políticos, mas líderes são poucos, talvez muito poucos. Então, quero parabenizar o Senador.
Também quero fazer referência à Srta. Bárbara, que está aí representando a família Roriz. Realmente, o seu avô Roriz... Eu não estava aqui, eu não era daqui, mas tudo o que eu escuto desse fenomenal político é que ele foi a demonstração de uma liderança, a demonstração daquele que consegue arrebatar o coração das pessoas no sentido positivo, no sentido de levar para elas o que se espera realmente de um líder.
A liderança tem que ser exercida com muita responsabilidade. A liderança tem que estar dividida. Você pode ter todos os interesses na vida, e é bom que tenha, o homem é eivado de interesses. Acontece que você tem que saber separar interesses de liderança. Quando você confunde as coisas, você talvez não seja um líder nato, porque o líder nato tem essa responsabilidade em primeira mão.
Eu represento um grupo, um grupo que talvez tenha perdido isso com o passar do tempo. É um grupo que tem por necessidade e por ofício ser líder, que é o servidor público. O servidor público precisa ser líder em qualquer local que ele esteja, porque ele está imbuído de um cargo do Estado, e o Estado é representado pelas pessoas. Então, quando você é um professor, você é um médico, você é um policial, você é um auditor fiscal e representa o Estado, você tem que ser líder. Você está tratando com as pessoas e tem que entender que aquelas pessoas representam o Estado e pagam seu salário.
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O que vem acontecendo é que o servidor público vem perdendo isso e vem criando uma dificuldade nesse entendimento, que é muito claro para todos aqui, acredito. O serviço público é pago pelas pessoas. Logo, as pessoas querem líderes que as tratem de forma adequada.
Então, eu represento essa classe. Sou policial militar e trabalho no 24º Batalhão do Lago Norte. A gente promove aqui a Rede de Vizinhos Protegidos, porque a gente entende que o Estado não é somente o servidor público; o Estado são todas as pessoas, e as pessoas têm que se envolver com o Estado. O que acontece é que o Estado está separado das pessoas. O Estado tenta fazer as coisas, as pessoas (Falha no áudio.) ... fazer coisas lá, e acaba que a gente gera uma crise. No momento em que a gente atrai as pessoas para dentro do Estado, que é o que acontece no Lago Norte, as pessoas participam da vida da Polícia Militar. As pessoas criam grupos e nos ajudam a enxergar os becos e vielas, as ruas, as necessidades. Isso facilita muito, e a gente teve uma diminuição criminal de mais de 75% na região do Lago Norte. Esse é um exemplo claro da necessidade de haver lideranças, e lideranças, como eu disse, que não tenham exclusivamente interesses políticos ou administrativos, lideranças puras, lideranças que querem o bem das pessoas. Eu acredito que todos que estão aqui são pessoas que pensam no bem coletivo.
Então, eu quero dizer que fico feliz de estar aqui. Agradeço, mais uma vez, ao Senador Izalci Lucas por ter me colocado no meio desse grupo seleto.
Acredito muito no líder comunitário, no líder religioso, no líder político, no líder administrativo, porque é uma figura essencial no movimento estatal e na reformulação de um Estado verdadeiro.
Muito obrigado a todos.
O SR. PRESIDENTE (Izalci Lucas. Bloco Parlamentar PODEMOS/PSDB/PSL/PSDB - DF) - Obrigado, José Luiz Barbonaglia.
Eu passo a palavra, imediatamente, à Sra. Edna Maria Sampaio, que é Presidente do Instituto EVA, no Recanto das Emas.
A SRA. EDNA MARIA SAMPAIO (Para discursar.) - Boa tarde, Senador! Agradeço a honrosa participação.
Peço sua bênção, Dom Marcony.
Fico muito feliz com esse convite. O momento por que o nosso País está passando é muito difícil, e o senhor teve a sensibilidade de fazer uma homenagem a nós.
Em nome do Instituto EVA, o que eu tenho a dizer é que nós precisamos, sim, de mais incentivo do órgão público. Têm sido feitas muitas leis no nosso País, mas elas não estão sendo executadas como deveriam ser.
Eu gostaria de levantar uma pauta sobre a violência doméstica contra a mulher. A gente tem encarado muitas situações complicadas, e eu gostaria de que o senhor desse um olhar melhor para - desculpe-me, estou nervosa - as políticas públicas do nosso País. Há muitas mulheres morrendo com Covid. Então, a gente está se sentindo muito sensibilizada com essa situação.
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Este momento é de comemoração, sim, mas o Covid não veio só para atingir a saúde das pessoas. Tem havido muita gente com dificuldade, e a gente precisa, sim, como líder comunitário, ter uma atenção maior.
Agradeço e parabenizo o senhor por tudo o que tem feito pelo Distrito Federal, pelo Recanto das Emas. A sua presença tem sido fundamental para nós. A representatividade do senhor é excelente.
Hoje estou bem sensibilizada mesmo. Estou trabalhando aqui no Instituto Eva, uma ONG cujo eixo são mulheres vítimas de violência doméstica, aqui no Recanto das Emas. Eu gostaria de receber a presença do senhor e agradecer, mais uma vez, a riquíssima oportunidade.
Obrigada.
O SR. PRESIDENTE (Izalci Lucas. Bloco Parlamentar PODEMOS/PSDB/PSL/PSDB - DF) - Obrigado, Edna.
Somos nós que parabenizamos o trabalho de vocês. Você tem feito um excelente trabalho aí no Recanto. De fato, com esta pandemia, aumentou muito a violência doméstica aqui em Brasília e no Brasil. Há muita depressão, muita tristeza, muitas pessoas passando muitas dificuldades.
E parabéns pelo trabalho que vocês desenvolvem.
Passo a palavra, agora, à Sra. Daise Lourenço Moisés, fundadora e Presidente da Casa Azul Felipe Augusto, sediada em Samambaia.
A SRA. DAISE LOURENÇO MOISÉS (Para discursar.) - Boa tarde a todos!
Antes de mais nada, eu queria agradecer ao senhor, Senador, por esta oportunidade, esta homenagem a todos nós que estamos tentando construir um mundo melhor, com menos desigualdade, mais digno.
Eu vou pegar um pouco a palavra da Nyedja sobre as qualidades de um líder comunitário: a persistência, realmente; a paciência; o acreditar nas pessoas, que, sabemos, têm uma potencialidade, muitas das vezes, escondida ou adormecida. E cabe a nós, como líderes, realmente fazer desabrocharem essas habilidades. E, além de fazer com que desabrochem, dar coragem a elas, encorajar essas pessoas para que possam reescrever suas histórias, porque, muitas das vezes, as histórias que elas têm são frutos de ascendentes, que se repetem.
Eu acredito muito, Senador, que a miséria é como uma engrenagem: ela se repete. Se nós não quebrarmos um dente daquela engrenagem, nós vamos continuar permitindo que isso aconteça. Cabe a nós, seres humanos, fazer com que esse cenário mude. Essa é a nossa responsabilidade.
Nós temos uma responsabilidade muito grande: fazer com que essas pessoas possam desabrochar suas habilidades, possam acreditar nelas mesmas, para que possamos, juntos, fazer com que elas possam mudar a história delas, reescrever suas histórias.
A Casa Azul é uma instituição sem fins lucrativos que atende há mais de 30 anos na comunidade de Samambaia. Durante estes anos que se passaram, nós vimos verdadeiras transformações de vida, famílias inteiras em que, às vezes, uma pessoa apenas participou dos trabalhos da casa e reformulou, transformou uma família inteira.
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Olha o poder que nós temos! Uma pessoa é trabalhada, e ela transforma um grupo enorme! Transforma inicialmente a sua família, consegue transformar a sua comunidade, os vizinhos e os parentes, porque eles pensam: se ela conseguiu, eu também posso. E isso é o acreditar que a Niedja falou. É porque nós acreditamos no potencial daquela pessoa, do próximo. Amamos e fazemos com que ela cresça.
Acho que foi isso que Jesus nos ensinou: fazer com que a gente ame o próximo, acredite nele e o faça crescer. Foi isso que Gandhi fez. A mesma coisa temos que fazer.
E se é a construção de um mundo melhor que queremos, depende de cada um de nós. Cada um de nós vai ter que fazer a sua parte, mesmo pequenininha, mas nós temos que começar.
Na pandemia a situação piorou demais. As famílias ficaram muito mais pobres, as crianças estão nas ruas, elas estão sendo violentadas, violentadas em casa. A população vai depender mais dos recursos públicos, e vamos precisar dar as mãos, a sociedade civil, o Governo, o Executivo e o Legislativo, porque, se nós não juntarmos as nossas forças, nós vamos ficar numa situação muito pior do que já estamos.
Mais uma vez, meu agradecimento por esta oportunidade, e quero cumprimentar a todos que estão aqui sendo homenageados e também aqueles que não estão, mas que também têm o seu papel dentro de uma comunidade. Que juntos possamos construir o mundo melhor que todos nós queremos, mas isso só virá com a nossa participação e com a conscientização da sociedade de que todos nós temos um papel importantíssimo nessa transformação.
Muito obrigada a todos.
O SR. PRESIDENTE (Izalci Lucas. Bloco Parlamentar PODEMOS/PSDB/PSL/PSDB - DF) - Obrigado, Daise.
Passo imediatamente a palavra ao Sr. Vantuil Paulo de Santana, que é o Presidente da Associação dos Moradores da Vila Planalto.
O SR. VANTUIL PAULO DE SANTANA (Para discursar.) - Olá! Boa tarde!
O SR. PRESIDENTE (Izalci Lucas. Bloco Parlamentar PODEMOS/PSDB/PSL/PSDB - DF) - Boa tarde!
O SR. VANTUIL PAULO DE SANTANA - Inicialmente eu gostaria de saudar o nosso Senador Izalci Lucas.
Quero saudar também o nosso Dom Marcony, do qual eu tenho o orgulho de dizer que é filho da Vila Planalto. Então, boa tarde, Dom Marcony!
Também cumprimento a nossa colega, neta do saudoso Joaquim Domingos Roriz, Bárbara Roriz - Governador igual ao Roriz até hoje não apareceu, não é, Senador?
Mas quero agradecê-lo, Senador, por esta oportunidade que o senhor está nos concedendo, a todos os líderes comunitários do Distrito Federal.
Eu tenho o grande privilégio de estar à frente do trabalho aqui da Vila Planalto nos últimos cinco anos. A comunidade me cedeu essa confiança e, nos últimos 25 anos eu estou à frente desse trabalho, trabalho este que eu faço de coração. É um trabalho que eu gosto de fazer.
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Às vezes, as pessoas falam: "Vantuil, porque você não para um pouco?" Isso porque, às vezes, a gente tem aborrecimentos também. A oposição gosta muito de bater, não é? É a oposição que mais faz barulho, não é? "Por que você não para com esse trabalho comunitário?" Eu não paro porque Deus capacita o homem, e Ele me capacitou para que eu possa fazer um trabalho para a nossa comunidade aqui da Vila Planalto, trabalho do qual me orgulho muito, porque uma das bandeiras principais que eu fiz pela minha cidade tem o dedo do senhor: é a nossa escola, Senador.
Graças a Deus, neste ano, nós tivemos a oportunidade de inaugurar a escola mais bonita do Distrito Federal, para a qual eu faço questão de convidar qualquer um dos senhores a vir conhecer a nossa escola da Vila Planalto. E o senhor foi a pessoa que liberou os recursos para que, hoje, a nossa comunidade fosse contemplada com essa escola.
Como a nossa escola foi demolida na época, uma vez que ela fora condenada pela Defesa Civil, eu me lembro muito bem de que fomos até ao Congresso, porque, naquela época, o Governo do Distrito Federal falou que Brasília não tinha recursos para construir a nossa escola. Então, fomos até ao Congresso, procuramos o senhor, e o senhor não mediu esforço algum para liberar a emenda parlamentar que, hoje, graças a Deus, há uns dois meses, fez com que nós inaugurássemos essa escola. E, também por isso, quero saudar, de uma forma muito especial, toda a diretoria da Associação de Moradores da Vila Planalto, porque ninguém trabalha sozinho.
E por que eu falei da Bárbara Roriz? Foi porque Roriz foi um Governador que, realmente, valorizou as lideranças comunitárias. Naquela época, não tinha perseguição. Era um Governador que convidava todos os líderes comunitários para irem almoçar com ele, seja em Águas Claras, seja nas festas de folia de que eu tive oportunidade de participar em sua fazenda, onde o nosso saudoso Joaquim Roriz gostava muito de comer pequi junto com as lideranças. Lembro-me de que participei de diversos almoços na casa de Roriz, inclusive junto com a equipe de Samambaia.
E, assim sendo, Senador, hoje eu vejo uma discriminação muito grande em cima do líder, porque eu acho que o líder comunitário faz é pagar para trabalhar, porque, se eu for a uma reunião, a gasolina é minha, o carro é meu. Então, a gente faz é pagar para trabalhar para a comunidade. Mas, infelizmente, às vezes, a gente se depara com as perseguições, porque, às vezes, existem - não vou dizer todos - muitos administradores que deixam de atender um pedido do líder comunitário, porque o líder comunitário não é do partido dele, porque o líder comunitário não apoia o Deputado que o indicou para assumir aquela cadeira, porque o líder comunitário não vai apoiá-lo futuramente. Então, infelizmente, existem alguns administradores que trabalham dessa forma, e quem fica prejudicada é a comunidade.
Portanto, eu não vou falar muito, mas eu só gostaria de agradecer publicamente, mais uma vez, o carinho que o senhor tem tido com a nossa comunidade aqui da Vila Planalto. E quero encerrar as minhas palavras dizendo a seguinte frase: quem trabalha com Deus, quem trabalha com amor só recebe vitória, e quem ganha é a comunidade.
Assim sendo, encero as minhas palavras pedindo que Deus ilumine o nosso caminho.
O SR. PRESIDENTE (Izalci Lucas. Bloco Parlamentar PODEMOS/PSDB/PSL/PSDB - DF) - Obrigado, Vantuil. Parabéns pelo trabalho!
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Concedo a palavra ao Sr. Francisco Ramalho Medeiros, Presidente do projeto Centro de Reintegração Deus Proverá. (Pausa.)
Acho que está com problema de conexo.
Com a palavra, então, a nossa querida Srta. Bárbara Roriz, representando aqui o seu avô e também toda a família Roriz, que sempre apoiou e prestigiou os líderes comunitários.
Com a palavra, Bárbara.
A SRA. BÁRBARA RORIZ (Para discursar.) - Gente, boa tarde a todos. Eu queria agradecer ao Senador Izalci por este convite. Estou me sentindo lisonjeada em poder estar aqui falando um pouquinho do meu avô, o meu amor, o meu exemplo. Eu fico emocionada só de pensar, só de escrever aqui algumas lembranças dele. São tantas lembranças. E ver vocês aqui falando com tanto amor, com tanto respeito, enche meu coração de mais amor ainda, mais saudade.
Sua benção, D. Marcony! Muitas saudades do senhor. É bom vê-lo por aqui também.
Vantuil, adorei as suas palavras. Inclusive eu sempre estou aí pela Vila e vou te procurar na próxima vez em que eu estiver. Adoro a Vila Planalto.
Bom, gente, o que eu posso trazer para vocês hoje sobre o meu avô é um contexto da visão que eu tinha dele. Quem era Joaquim antes de ser um líder comunitário? Existia o Joaquim Roriz num contexto familiar, existia uma vida que antecede toda a sua liderança. A presença dele como avô, como amigo, como pai foi tão forte quanto a liderança em si. Meu avô era um homem que se importava com a sua família, com a sua comunidade e tratava a comunidade como família. Isso era uma coisa que senti desde pequena e vivo até hoje. As pessoas com quem trabalhávamos eram muito próximas de nós. Assim, sentava todo mundo na mesma mesa, não havia diferença entre quem era neto, quem era filho, quem trabalhava, era todo mundo unido. Isso era uma sensação pela qual acho que o líder comunitário começa: não vê essa distinção. Todo mundo é igual. Meu avô era um cara que não tratava as pessoas de forma diferente dependendo de onde elas vieram. E isso é uma coisa que eu carrego como maior exemplo até hoje.
Há algumas outras características que o meu avô possuía que transpassavam isso de ser um líder comunitário e ser um avô incrível, ser uma pessoa incrível. Ele era uma pessoa muito carinhosa. O meu avô gostava de ouvir. Antes de falar qualquer tipo de coisa, ele lhe ouvia e pedia para você explicar e entrar em detalhes em tudo que você pudesse, assim, para você transpassar a ele os seus sentimentos ou os seus problemas que você estava vivendo. Ele queria entender por completo. Então, isso é uma característica que eu vejo que um líder comunitário precisa ter. Antes de ser um líder, a gente precisa entender que a base disso é ter o amor dentro do nosso coração, dentro da nossa família, da nossa comunidade, e o amor é a base de tudo. Então, saber ouvir quem a gente ama torna muito mais fácil ouvir quem a gente não gosta - não é?
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Então, às vezes, é um desafio de amar mesmo, de buscar esse amor, às vezes, em momentos em que a gente pode estar nervoso, pode estar sem paciência. Essa era uma coisa que eu via muito nele. Ele podia estar nervoso muitas horas, mas ele tentava se acalmar, buscava tentar atingir um equilíbrio dentro de si para poder ouvir o próximo e entender o que a pessoa estava passando. Meu avô era uma pessoa que sabia quais eram suas forças e quais eram suas fraquezas. Essa era uma coisa que ele deixava muito clara para todo mundo. Ele era um cara muito coração, que unia. Ele gostava de ver todo mundo unido, com a família junto, os amigos unidos, e as pessoas próximas a ele, cada vez mais, conseguiam ver quem realmente ele era e que não havia diferença nenhuma entre o Joaquim da vida pública e o Joaquim da vida familiar.
Bom, é engraçado que meu avô, muitas vezes, quando a gente estava na fazenda - a gente caminhava junto, a gente saía para andar a cavalo ou de carroça, seja lá o que fosse -, ele tinha essa forma de olhar as pessoas com quem ele encontrava e com quem ele conversava, e ele sabia o nome de todo mundo, sabia o que se passava na vida de todo mundo, e, muitas vezes, as pessoas cobravam muito dele. E eu sinto que meu avô carregava essa cobrança no coração de uma forma a tentar resolver, muitas vezes, o que pediam a ele, mas, antes de tentar resolver o problema das pessoas, ele tentava dar as condições para que elas pudessem resolver. Meu avô não queria ser o cara a quem as pessoas fossem para resolver seus problemas. Não, ele queria dar a faca e o queijo na mão para que ela fosse lá e resolvesse a situação. Assim, eu vejo que, para ser um líder comunitário, a pessoa precisa disso, não só de dar aquilo que a pessoa quer naquele momento, mas dar as ferramentas para que ela busque e corra atrás daquilo que ela necessite. Isso é uma coisa que eu carrego no meu coração, a admiração que eu tenho por ele, a fé que ele tinha, inabalável, porque, muitas vezes, quando ele não via saída no fim do túnel, quando todos os caminhos pareciam sem uma luz, ele tinha a fé dele, graças a Deus, e essa chama nunca se extinguiu. É isso o que eu tenho a agradecer.
Muito obrigada, Senador, por me conceder a palavra para poder estar aqui falando um pouquinho desse grande homem, desse avô incrível.
O SR. PRESIDENTE (Izalci Lucas. Bloco Parlamentar PODEMOS/PSDB/PSL/PSDB - DF) - Bacana, Bárbara! Obrigado a você pela presença. E mande um abraço para sua avó, Dona Weslian, que também é muito líder, que ouvia muito e ajudava muito a comunidade.
E está com a gente, ainda, não sei se está conectado, mas pergunto ao Sr. Francisco Ramalho Medeiros... Ele está conectado, mas está sem áudio e sem vídeo.
Está ouvindo aí, Francisco? (Pausa.)
Consegue ouvir? (Pausa.)
Vou passar a palavra, então, ao Bruno Simão, que é autor do projeto Fala Jovem.
O.k., Bruno, só... Seu som...
O SR. BRUNO SIMÃO (Para discursar.) - Boa tarde!
O SR. PRESIDENTE (Izalci Lucas. Bloco Parlamentar PODEMOS/PSDB/PSL/PSDB - DF) - Boa tarde!
O SR. BRUNO SIMÃO - Quero começar, primeiramente, cumprimentando o Senador Izalci Lucas.
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Quero parabenizá-lo, Senador, por mais uma iniciativa do senhor de reunir aqui todos os líderes comunitários do DF e fazer acontecer (Falha no áudio.)
O SR. PRESIDENTE (Izalci Lucas. Bloco Parlamentar PODEMOS/PSDB/PSL/PSDB - DF) - Bruno, desliga o vídeo. Talvez melhore o áudio, para a gente poder te ouvir. Está falhando muito.
O SR. BRUNO SIMÃO - ... estar aqui no Senado Federal na sessão solene em homenagem ao Dia do Líder Comunitário do ano de 2018, no qual eu fiz um clamor aqui nesta Casa, que representa todo o Brasil, cada Estado do nosso País; o apelo para no convênio entre o MEC e a Secretaria de Educação do DF fosse executado o recurso para a construção da escola técnica de Brazlândia.
Hoje Brazlândia pode dizer, Senador Izalci Lucas, ao senhor, que é um homem visionário, que visa muito à capacitação da juventude, Brazlândia pode dizer que tem uma das melhores escolas técnicas do País, uma escola técnica que foi inaugurada recentemente, que não beneficia somente os alunos do Distrito Federal, mas também aqui do entorno. Ao lado nós temos a grande Águas Lindas, Padre Bernardo, Mimoso de Goiás, entorno onde a nossa juventude pode ter oportunidade de se qualificar.
Como foi dito aqui inicialmente pela Nyedja, ela disse sobre incentivar pessoas. E é isso que o senhor faz aqui hoje em mais uma sessão comemorando, me desculpe, quebrando aqui o protocolo, não o Dia do Líder Comunitário, mas o dia do sonhador e da sonhadora, que luta e que investe, acreditando que os nossos sonhos, os nossos projetos podem, sim, de fato, chegar a esta Casa de leis e se tornarem benefícios para cada Estado, para cada Município do nosso Brasil.
Eu quero também aqui, Senador, falar um pouco sobre o trabalho que o Fala Jovem tem realizado nesse momento de pandemia. A gente entende bem a necessidade de cada um e de cada uma, pai e mãe de família que perderam seus empregos, que passam por momentos de dificuldade. Infelizmente, ainda nossa vida não voltou ao normal e nós temos distribuído cestas básicas para ajudar essas pessoas.
Mas nós não precisamos falar aqui de números nem de nomes das pessoas que receberam as nossas doações e que por nós foram visitadas porque eles têm o conhecimento e sabem da seriedade e do compromisso do nosso trabalho. É em vão nós estarmos ouvindo jovens falarem, expor sonhos e projetos, sem antes nós termos o entendimento necessário de que esses mesmos jovens, Senador, que estão aqui hoje expondo sonhos e projetos representam uma grande parcela da população que não tem oportunidade nem o investimento necessário para poder alavancar projetos pessoais e projetos comunitários.
Eu quero mais uma vez agradecer e finalizar, Senador, fazendo a menção da palavra de 1 João 2:14, que diz: e vos escrevo, jovens, porque vós sois fortes. Independentemente da sua faixa etária, se você está aqui hoje, meu amigo e minha amiga, nesta sessão transmitida para todo o Brasil em comemoração ao Dia do Líder Comunitário, você é um jovem. Você é um jovem visionário, você é um jovem batalhador, que corre atrás e que faz parte do quarto poder, que infelizmente ainda, Senador Izalci Lucas, não é reconhecido nem em Brasília, nem em Goiás, nem em Estado nenhum do nosso País.
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Nós esperamos que, junto com esta pandemia, possa chegar para cada um de nós o reconhecimento necessário. Não estou falando aqui, Senador, de benefícios próprios, mas de benefícios coletivos, que ajudam cada um, cada uma a seguir em frente.
Mais uma vez, o meu muito obrigado.
Parabenizo o senhor.
E um forte abraço a cada líder aqui representado. Que Deus nos dê força para que nós possamos continuar lutando em prol de dias melhores para a nossa comunidade e para aqueles que esperam ver em nós um referencial para esta Nação.
Boa tarde a todos.
Obrigado.
O SR. PRESIDENTE (Izalci Lucas. Bloco Parlamentar PODEMOS/PSDB/PSL/PSDB - DF) - Obrigado, Bruno.
Quero fazer agora também uma homenagem aos nossos líderes comunitários aqui do DF que faleceram durante a pandemia. Nossa homenagem aqui ao Sr. Wilson, conhecido lá de Itapoã, nosso grande líder comunitário de Itapoã, Wilson Rabelo; ao Professor Aníbal, grande líder comunitário do Setor Rural Casa Grande lá do Gama, pessoa que lutou sempre pela comunidade, pela educação, pessoa bacana, sensacional; ao José Queiroz de Miranda Júnior, também líder comunitário do Paranoá, nosso grande amigo; ao César Augusto, líder comunitário de Águas Claras, grande César, que trabalhou conosco; ao Pastor Vilmar também, líder comunitário de Vicente Pires, que também trabalhava conosco e faleceu agora na pandemia; ao Pedro Lacerda, o Tio Pedro, líder do movimento junino, quadrilha junina Os Banguela, de Valparaíso de Goiás; ao José Pereira, Tio Zé Preto do esporte, líder comunitário do esporte amador do Paranoá; ao João do Violão, também líder comunitário e Conselheiro de Saúde do Paranoá; à Maria de Lourdes Teixeira, D. Lourdes da quadrilha junina Arrocha o Nó, líder comunitária também lá do Paranoá; ao Palhaço Pirulito, grande líder comunitário do Gama; à Maria José Sales, eterna Roxa, líder comunitária também lá do Paranoá; à Zuíla, líder comunitária de Samambaia; ao Pedro Poeta, líder comunitário também lá de Samambaia; e a muitos outros amigos e conhecidos. Então, a nossa homenagem a todos eles.
Mais um ano de sessão solene virtual. Em 2019, na sessão presencial, nós tivemos aqui mais de 1,2 mil líderes na sessão; foi uma sessão conjunta do Congresso Nacional, onde tivemos a presença aqui de mais de 1,2 mil pessoas, representando cada cidade, algumas da Região Metropolitana também. Eu espero que, no ano que vem, a gente possa fazer esta mesma sessão presencial - todo mundo aqui doido para abraçar, conversar e tocar.
E eu espero que essa vacina chegue logo, porque o único instrumento realmente que vai nos livrar desta pandemia é a vacina. Então, a gente ainda reforça aqui, principalmente para aqueles que ainda não tomaram, que têm alguma desconfiança: não tenham dúvida, vamos vacinar, para quem pode; para quem não pode, vamos aguardar aí a hora. Há todo um cronograma, e a gente está lutando muito aqui para que a gente possa fazer com que todos sejam imunizados o mais rápido possível.
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Aqui a minha gratidão e o meu reconhecimento a todos os líderes comunitários, pessoas que, muitas vezes, dão a vida pelo próximo. Muitos aqui têm feito, inclusive, o papel do Estado, neste período de pandemia, pedindo doações, dando um conforto, uma palavra, conversando com as pessoas, dando muita força. Há muita gente com depressão, muita gente ainda com dificuldades. Acho que, como neste momento, nunca se precisou tanto dos líderes comunitários para que as pessoas possam ter mais apoio. E a gente precisa compartilhar mais isso.
Quero aqui agradecer a presença de cada um de vocês. Nós temos centenas de pessoas acompanhando esta sessão solene. Nós fizemos questão também de fazer um certificado de reconhecimento de vários líderes que não puderam, evidente, estar aqui. A gente não tinha tempo para ouvir todos, mas gostaríamos, realmente, de saudar cada um daqueles que acompanham a gente pela Rádio Senado, pela TV Senado, pelo YouTube. Há muita gente participando. E vão receber também, virtualmente, pelas redes sociais, pelo zap, pelo e-mail, o nosso reconhecimento, o nosso certificado de líder comunitário. Agradeço de coração a todos.
Cumprida a finalidade desta sessão especial remota aqui do Senado Federal, agradeço a todos que nos honraram com a sua participação e declaro encerrada esta sessão solene.
Obrigado a todos.
(Levanta-se a sessão às 17 horas e 25 minutos.)