3ª SESSÃO LEGISLATIVA ORDINÁRIA
56ª LEGISLATURA
Em 13 de setembro de 2021
(segunda-feira)
Às 15 horas
110ª SESSÃO
(Sessão Especial)

Oradores
Horário

Texto com revisão

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A SRA. PRESIDENTE (Leila Barros. PDT/CIDADANIA/REDE/CIDADANIA - DF. Fala da Presidência.) - Declaro aberta a sessão.
Sob a proteção de Deus, iniciamos os nossos trabalhos.
A presente sessão especial remota foi convocada nos termos do Ato da Comissão Diretora nº 8, de 2021, que regulamenta o funcionamento das sessões e reuniões remotas e semipresenciais no Senado Federal e a utilização do Sistema de Deliberação Remota, em atendimento ao Requerimento nº 2.008, de 2021, da Senadora Leila Barros e outros Senadores, aprovado pelo Plenário do Senado Federal.
A sessão é destinada a celebrar o Dia do Profissional de Educação Física.
A Presidência informa que esta sessão terá a participação dos seguintes convidados: Sr. Claudio Boschi, Presidente do Conselho Federal de Educação Física (Confef); Sr. Patrick Novaes Aguiar, Presidente do Conselho Regional de Educação Física da 7ª Região, do Distrito Federal; Sr. Andrew Parsons, Presidente do Comitê Paralímpico Internacional; Sra. Thaís Ferreira, Presidente do Sindicato das Academias do Distrito Federal (Sindac/DF); Sr. Marcelo Ottoline, Diretor de Educação Física e Desporto Escolar da Secretaria de Educação do Distrito Federal; e Sra. Elisabete de Souza, Vereadora no Município de Itajaí, Santa Catarina, e professora de educação física.
Convido, neste momento, a todos para, em posição de respeito, acompanharmos o Hino Nacional.
(Procede-se à execução do Hino Nacional.)
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A SRA. PRESIDENTE (Leila Barros. PDT/CIDADANIA/REDE/CIDADANIA - DF) - Sras. Senadoras, Srs. Senadores, ilustres convidados, inicio estas breves palavras agradecendo a Deus pelo dom da vida, ao tempo em que saúdo com alegria cada pessoa que nos acompanha pelas redes sociais e pelo sistema de comunicação do Senado Federal.
Estamos reunidos hoje neste Plenário virtual para a realização da sessão especial destinada a comemorar o Dia do Profissional de Educação Física. Desde já, agradeço imensamente a presença de todos que participarão desta sessão, como também a todos os Senadores e Senadoras que subscreveram e apoiaram o requerimento, de minha autoria, cuja aprovação nos permite prestar esta devida homenagem a esses profissionais que fazem a diferença para a melhoria da qualidade de vida das pessoas.
Nos moldes em que conhecemos a Educação Física, ela surgiu na Grécia antiga, por volta de 386 a.C. Na época, a disciplina estava incluída na Academia de Platão, considerada a primeira escola de Filosofia do mundo ocidental. Tinha dentre seus objetivos realizar atividades e exercícios e fazer dietas que harmonizassem o funcionamento do corpo humano e também o caráter do cidadão. Os ideais gregos passaram pela civilização ocidental, inspiraram filósofos do Iluminismo, que defendiam a prática da Educação Física como uma das fontes para a vida saudável.
No Brasil, a prática de atividades físicas remonta ao período da colonização. Os índios corriam atrás de suas caças, nadavam, atiravam arco e flecha, dançavam, jogavam peteca, lutavam entre si e brincavam de corrida dos troncos. Os negros africanos que vieram como escravos para o Brasil dançavam capoeira e faziam as lutas corporais, aprendidas através da observação dos animais em seus países de origem.
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A partir de 1851, através da Lei 630, a ginástica foi efetivamente incluída nos currículos das escolas primárias e secundárias, onde era praticada quatro vezes por semana. No entanto, apenas após a passagem de duas guerras mundiais, a prática de exercícios físicos se tornou popular e obrigatória em instituições de ensino do Brasil e do mundo.
No final da década de 90, mais precisamente no dia 1º de setembro de 1998, foi publicada a Lei 9.696, que dispõe sobre a regulamentação da profissão de educação física e cria os respectivos conselhos federal e regionais de educação física, cuja data de sanção acaba por inspirar a comemoração do Dia do Profissional da Educação Física, que hoje celebramos.
Sra. Senadora, Srs. Senadores e todos que nos acompanham, a atividade física regular promove a saúde, melhora a postura corporal, combate o excesso de peso e acúmulo de gordura, reduz a proteção às doenças cardíacas, melhora o tônus muscular, reduz o estresse e a indisposição, melhora a elasticidade e flexibilidade do corpo, melhora a autoestima, aumenta a qualidade de vida e a sua expectativa e ainda fortalece o sistema imunológico.
Aliás, em tempos de pandemia da covid-19, tivemos todos a exata noção da importância de termos o sistema imunológico fortalecido, um organismo saudável para o enfrentamento dessa e de qualquer outra doença. E são justamente os profissionais da Educação Física os maiores promotores desta concepção de vida que agrega a saúde física e emocional a toda a população.
Historicamente voltada para o ambiente escolar, felizmente, cada vez mais a Educação Física tem ampliado suas fronteiras e se transformado em importante ferramenta para a valorização de políticas públicas. É o caso da promoção da saúde de trabalhadores e da saúde pública em geral, das práticas especiais para as pessoas com deficiência, da promoção do esporte em todas as idades e modalidades, da integração do desenvolvimento de nossos jovens, enfim, uma gama enorme de possibilidades que têm os profissionais da Educação Física como protagonistas.
Ao falar de Educação Física em ambiente escolar, lembro aqui, com imenso carinho e gratidão, do meu primeiro professor de Educação Física do Centro Educacional 02 - o Centrão, de Taguatinga -, o Professor Celso Ávila, que me incentivou e encorajou no caminho do esporte, mais precisamente - todos sabem - o voleibol, do qual extraí os valores e princípios que norteiam a minha vida, minha família e a missão que cumpro na vida pública.
Por tudo isso e por tantas outras virtudes que aqui poderia falar dessa essencial atividade profissional, rendo minha homenagem a todos vocês pelo dia 1º de setembro e por todos os trabalhos que têm desempenhado em defesa da saúde e do bem-estar do nosso povo brasileiro.
Muito obrigada.
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Antes de passar para a lista dos nossos convidados, queridos convidados, todos muito queridos, eu agradeço demais a participação e a presença a todos vocês.
Eu gostaria de passar a palavra para o Senador Esperidião Amin. Ele está presente?
(Intervenção fora do microfone.)
A SRA. PRESIDENTE (Leila Barros. PDT/CIDADANIA/REDE/CIDADANIA - DF) - Senador Esperidião?
Eu acho que o Senador está em alguma ligação.
Eu vou passar, então, para a lista de oradores.
Vou conceder a palavra, agora, ao nosso primeiro orador, o Sr. Patrick Aguiar, Presidente do Conselho Regional de Educação Física da 7ª Região, aqui do Distrito Federal.
Seja bem-vindo, Patrick. Obrigada por ter aceito o nosso convite.
O SR. PATRICK NOVAES AGUIAR (Para discursar.) - Boa tarde, Senadora.
Gostaria de cumprimentar a senhora, cumprimentando, assim, todos os nossos Senadores desta Casa, que têm tido tanto trabalho ultimamente. Não é mesmo?
Cumprimento também o meu querido nobre mestre Claudio Boschi, por meio de quem cumprimento todos os conselheiros regionais e federais de Educação Física, e o meu nobre amigo Marcelo Ottoline.
Assim o fazendo, reverencio também todos os profissionais e os 16 mil profissionais de Educação Física aqui do nosso amado Distrito Federal.
O fato de a Senadora Leila fazer esta homenagem hoje é mais do que justo porque foi uma lutadora pela Educação Física aqui do Distrito Federal. Desde que assumiu a Secretaria de Esportes, fez um belíssimo trabalho, trazendo importantes avanços para a sociedade e também para os profissionais de Educação Física.
Então, Senadora, muito obrigado.
A SRA. PRESIDENTE (Leila Barros. PDT/CIDADANIA/REDE/CIDADANIA - DF) - Contei muito com o seu trabalho, com a sua ajuda. Não é, Patrick?
O SR. PATRICK NOVAES AGUIAR - É, Senadora. É assim que a gente vai seguindo.
A gente precisa agradecer por esta singela homenagem, que, para a gente, é tão grande. Nós, profissionais de Educação Física, por muitos anos, não tivemos o devido reconhecimento. Chega, agora, esta pandemia, e fica escancarado o quanto é importante a nossa profissão, o quão nós somos importantes dentro de uma visão integrativa de uma Medicina preventiva, que trata vidas e que, verdadeiramente, salva vidas, sem que se precise de hospitais públicos.
Então, é mais do que justa esta homenagem, hoje, aos nossos profissionais de Educação Física, que estão aí atuando dentro dos mais diversos campos da atividade física, como na educação física dos anos iniciais, em que a gente precisa avançar em nível nacional.
Aqui no Distrito Federal, conseguimos essa vitória. Precisamos colocá-la em prática, em dia. Não é, Marcelo? Estamos com alguns riscos, mas estamos monitorando.
Temos que avançar na assistência social e temos que fortalecer os núcleos de apoio à família, junto com outros profissionais, para que, juntos, consigamos trazer uma sociedade mais saudável.
Então, Senadora, esse profissional que é multifacetado, que trabalha em tantas vertentes merece sempre a nossa palavra de carinho e todas as homenagens.
Muito obrigado por esta oportunidade. Conte sempre conosco do Cref do Distrito Federal. E nós estamos juntos! Obrigado.
A SRA. PRESIDENTE (Leila Barros. PDT/CIDADANIA/REDE/CIDADANIA - DF) - Obrigada, Professor Patrick.
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Quando eu lembro da missão, como Secretária de Esportes aqui do DF, sei o quanto o senhor me ajudou ali nos projetos do nosso fundo de apoio ao esporte. O senhor foi fundamental e eu agradeço muito a sua colaboração naquele período da nossa gestão. Obrigada.
Muito muito bacana tê-lo aqui conosco.
Eu passo a palavra agora para o Andrew Parsons, que é o nosso presidente do Comitê Paralímpico Internacional.
Obrigada por ter aceito o nosso convite, Andrew.
Seja bem-vindo. E parabéns pelos resultados. A Paralimpíada foi um sucesso, aliás.
O SR. ANDREW PARSONS (Para discursar.) - Obrigado Senadora! Obrigado a todos. Obrigado pelo convite e parabéns pela iniciativa de termos esta sessão celebrando o Dia do Profissional da Educação Física. Realmente a Paralimpíada de Tóquio foi um sucesso e a campanha do Brasil foi um sucesso.
Já há alguns anos não estou mais no CPB, mas bato palmas pela gestão brilhante que lá é feita pelo Presidente Mizael, e os resultados estão aí. Uma campanha absolutamente incrível do Brasil.
Queria saudar a todos os Senadores, Senadora Leila, lembrando do nosso querido Senador Romário, que está enfrentando um probleminha de saúde, que é um grande amigo e um grande defensor das pessoas com deficiência, a área que eu milito. Se Deus quiser, já vai estar de volta ao convívio nosso, dentro das restrições da Covid, é claro, nos próximos dias, nas próximas semanas.
Acho que o professor Patrick foi muito feliz quando falou da questão da saúde. Eu não vou repetir o que ele disse. Obviamente, a questão da prevenção da saúde, de uma qualidade de vida melhor no futuro, uma sociedade ativa é uma sociedade mais saudável, e a gente sabe todos os (Falha no áudio.) ... até do ponto de vista do recurso público que ele economiza depois, no que diz respeito à saúde, à própria educação e até na questão previdenciária.
Mas eu queria focar na questão dos valores. A gente sempre lembra aqui dos nossos primeiros professores de Educação Física. A Senadora Leila lembrou os dela, eu lembro do tio Wilson, eu lembro do tio Márcio, eu lembro do João Bapoli, que provavelmente vocês não têm ideia de quem seja, mas na minha vida marcaram demais.
Eles me ensinaram, através do esporte, valores como disciplina, sacrifício, foco, saber ganhar e saber perder. A gente vive, hoje em dia, a nossa juventude - eu já não posso dizer que sou da juventude, já não sou tão jovem - a juventude atual, pessoas com a idade da minha filha, adolescentes eles têm uma dificuldade enorme no saber perder, ou não reconhecer o mérito do outro. Eu acho que o esporte traz isso muito forte. É importante você saber que nem sempre você perdeu, que o outro ganhou, enfim, e que isso amanhã pode mudar. E, se eu perdi hoje, o que eu posso fazer para ganhar amanhã? Então o esporte e os profissionais de educação física me ensinaram demais ao longo da minha vida.
Eu brinco muito, Senadora, eu não fui um craque igual a senhora, e disputei um monte de modalidades. Eu nunca fui o craque do time, mas eu sempre fui o capitão. O esporte me fez a pessoa que eu sou e me despertou essa característica da liderança. E, hoje, se eu lidero um movimento esportivo internacional é exatamente por influência positiva de profissionais de educação física que foram, através do esporte, lapidando essa característica que eu tenho, como outras pessoas têm outras características.
Então essa questão dos valores para mim é muito importante. E aí eu lamento um pouco que a Educação Física no nosso País ainda seja subestimada. Principalmente na escola, muitas vezes a educação física é considerada o segundo recreio: "Vamos lá jogar uma bola", e não podia ser mais distante da realidade.
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É lógico que é lúdico, é lógico que há o aspecto de que você sai da sua sala de aula, da carteira, mas esses valores que você aprende, além de aprender modalidades, aprender um basquete, aprender um atletismo - lembro que eu adorava salto em distância; para fora do futebol, basquete, handebol e voleibol, o quarteto mágico como os chamam, às vezes, eu adorava saltar -, mas, mais do que isso, esses valores me fizeram o homem que eu sou, e eu vejo isso muito pouco valorizado.
É claro que você aprender português, inglês, ciências, matemática é muito importante, mas a escola não serve só para você aprender matérias que vão te levar a passar no vestibular ou a fazer um PAS. Enfim, não é só dar sequência a um caminho, digamos assim, nem acadêmico, na sua escola até onde você queira para terminar os seus estudos, mas eu vejo a formação dos seres humanos, a formação de caráter. E aí eu vejo que a educação física tem que ser mais valorizada, porque ali, na competição, no esporte, na atividade física - nem sempre é no esporte, mas é na atividade física -, você desenvolve muitos desses valores, você ensina de maneira muito empírica, muito lúdica e muito prática esses valores que são tão importantes e que, às vezes, fazem falta na nossa vida adulta.
Então, parabenizo-a, mais uma vez, Senadora. Eu acho que a senhora é um exemplo de uma liderança positiva, que influencia meninas em todo o Brasil, e a senhora tem uma característica muito bacana porque a senhora influenciou muitas meninas no sudoeste asiático, por exemplo, com o sucesso nas competições do Grand Prix.
Então, o esporte transcende idiomas, transcende culturas, transcende essas barreiras, é uma língua universal, e os grandes tradutores ou os grandes professores dessa linguagem são os profissionais de educação física.
Por isso, parabéns pela iniciativa! Parabéns a todos os profissionais de educação física do Brasil!
Eu sou, muitas vezes, confundido com o profissional de educação física, por militar no esporte, e eu não sou. Eu sempre digo: "Olha, eu não sou, mas eu aprendo com eles ou com vocês, dependendo de quem for o meu interlocutor, de forma diária". Eu admiro muito os profissionais da educação física, porque não é uma tarefa fácil, não só na escola, mas principalmente na escola - a gente tem aqui o pessoal das academias, a gente tem pessoas representando Secretarias de Estado e de Municípios -, eu acho que a educação física tem um papel muito importante, fundamental, pouco valorizado no Brasil, e isso tem reflexos lá na frente. Mas atitudes como esta de celebrar os profissionais de educação física lembram a gente da importância desses profissionais e desse segmento.
Um grande abraço a todos!
Feliz de colaborar aqui. Senadora Leila, sempre que chamado, estarei presente. Hoje eu estou em Brasília, estou aqui pertinho, mas, mesmo pelo mundo todo, contribuir com discussões como esta é sempre uma honra e um prazer muito grande. O esporte tem uma parte grande da minha vida, e os profissionais de educação física, também.
Muito obrigado.
A SRA. PRESIDENTE (Leila Barros. PDT/CIDADANIA/REDE/CIDADANIA - DF) - Grata pela sua participação, Presidente Andrew, que é Presidente do Comitê Paralímpico Internacional.
Como você falou, o esporte é uma língua universal. A gente sempre rompe barreiras, e eu tive várias oportunidades, realmente, jogando no Brasil e em outros países. Então, a gente sabe dessa força do esporte.
Agora, essa questão que você levantou na nossa conversa sobre o esporte, sobre a educação física na escola, a gente já está abrindo um debate aqui dentro do Senado Federal com relação ao PL nº 68, que é a Lei Geral do Esporte, entre outros, dando essa garantia da educação física, principalmente nos anos iniciais. É ali que ela é fundamental nessa cultura da promoção do bem-estar e dos valores. A maior lição que eu aprendi com o esporte, nos meus 25 anos como atleta, Andrew, é justamente saber lidar com frustrações, reconhecer o mérito do outro, mas saber que eu tenho um outro dia para fazer diferente - e dá para fazer, dá para não desistir e buscar um caminho.
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Então, obrigada pela sua participação e vou te convocar com certeza para a gente discutir muito aqui sobre o movimento paralímpico.
Aproveito este momento aqui, com a presença do nosso Presidente do Comitê Paralímpico Internacional, para parabenizar a Delegação Paralímpica do Brasil. Como ele falou, o Andrew foi Presidente do Comitê Paralímpico e, pela ótima gestão, hoje é Presidente do Comitê Paralímpico Internacional. Parabéns! Está fazendo um excelente trabalho.
Deixo aqui o meu abraço ao Presidente Mizael, que de fato fez um excelente trabalho com a delegação. Nossa, vocês nos encheram de orgulho!
Vou passar agora a palavra...
O Senador Esperidião está presente?
Senador Esperidião? (Pausa.)
Opa! Amigo, seja bem-vindo!
O SR. ESPERIDIÃO AMIN (Bloco Parlamentar Unidos pelo Brasil/PP - SC) - Muito obrigado, Senadora.
A SRA. PRESIDENTE (Leila Barros. PDT/CIDADANIA/REDE/CIDADANIA - DF) - Imagina!
O SR. ESPERIDIÃO AMIN (Bloco Parlamentar Unidos pelo Brasil/PP - SC. Para discursar.) - Eu estou participando aqui ao lado de uma audiência do Fórum Parlamentar de Santa Catarina, com a Ministra da Agricultura, sobre um assunto crucial para nós, que é a defesa sanitária animal, mas não poderia deixar de prestigiar este evento.
Eu sou um devedor desta categoria, Senadora Leila, muito mais até do que a senhora, porque a senhora só foi beneficiada pelos profissionais da educação física para ser exaltada e para subir ao nível de competidora de alta performance, como se diz, de alto desempenho e, portanto, é um exemplo para todos nós. Eu não, eu consigo me carregar, carregar o fardo dos anos, felizmente sem cabelo branco... (Risos.)
... graças aos profissionais da educação física e seus congêneres, vamos chamar assim, porque, quando eu digo congêneres, eu me refiro àquelas várias especialidades que a educação física contempla hoje.
Então, eu sou absolutamente solidário com esta iniciativa que V. Exa. lidera e quero estender a todos os profissionais a nossa gratidão por permitirem tanto que uma brasileira como Leila Barros ascenda à performance que é um exemplo para todos nós, quanto que todos nós cidadãos comuns nos beneficiemos da busca do corpore sano. Mens sana é uma coisa que exige outras habilitações, mas sem o fundamento do corpo em razoável estado de conservação, em condições de ser devolvido ao criador com menor volume de estragos possível... Nós devemos muito ao profissional da educação física, seja ele professor, seja ele um exemplo de terapeuta de qualquer natureza.
Concluo sendo testemunha do esforço feito por V. Exa., Senadora Leila, quando, no auge da pandemia, lutou ardorosamente para incluir o profissional da educação física, em todos os seus níveis, no projeto de lei e, posteriormente, na lei do auxílio emergencial, lutando por justiça, talvez no momento mais difícil.
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Nós agora sentimos que esse momento já está sendo ultrapassado, mas com muita dor, com muito prejuízo, inclusive profissional. Certamente, essa solidariedade intensa que V. Exa. liderou, aqui, no Senado, deve ser resgatada também, neste momento, quando a gente já vai respirando, com o afrouxamento, digamos, daquelas medidas mais restritivas que todos nós, com tristeza, tivemos que aprovar.
Então, meus cumprimentos ao profissional e a V. Exa., querida amiga, pelo cumprimento desse dever, no Senado Federal, ao prestar esta justa homenagem aos profissionais de Educação Física como um todo.
Muito obrigado.
A SRA. PRESIDENTE (Leila Barros. PDT/CIDADANIA/REDE/CIDADANIA - DF) - Sempre gosto de ouvi-lo, Senador. Obrigada! O senhor está sempre presente, sendo um Senador atuante. É impressionante, pois, em todas as audiências, em todas as iniciativas, ele sempre está presente. Eu quero dizer a vocês sobre a minha admiração pelo Senador Esperidião. Ele é um grande defensor, sim, do esporte e da educação física, tem muita compreensão nesse sentido e é muito sensível à causa.
Obrigada, amigo, obrigada de coração.
Passarei a palavra para o próximo orador, mas estou vendo aqui o Senador Giordano. Senador Giordano, o senhor antes quer a palavra? (Pausa.)
Será um prazer.
O SR. GIORDANO (Bloco Parlamentar Unidos pelo Brasil/MDB - SP) - Está ouvindo?
A SRA. PRESIDENTE (Leila Barros. PDT/CIDADANIA/REDE/CIDADANIA - DF) - Estou sim, muito bem.
O SR. GIORDANO (Bloco Parlamentar Unidos pelo Brasil/MDB - SP. Para discursar.) - Queria parabenizar, mais uma vez, a Senadora, uma grande líder nos esportes. Não há o que se discutir sobre sua liderança nesta sessão. Eu queria parabenizá-la.
Eu sou um grande apoiador do esporte: menos hospital, menos doença e mais esporte. Eu acho que isso é fundamental.
Então, eu só queria parabenizar você e todos os amigos presentes. Podem sempre contar com a gente. Um grande prazer em falar.
A SRA. PRESIDENTE (Leila Barros. PDT/CIDADANIA/REDE/CIDADANIA - DF) - Obrigada pela presença, Senador, e pelas palavras de apoio à categoria. Grata pela presença.
Vou passar a palavra, mas gostaria de lembrar a todos que nós estamos ao vivo na TV Senado. Eu agradeço a audiência e a participação dos ouvintes e internautas que estão nos acompanhando. Está bem legal a participação dos nossos ouvintes.
Vou passar a palavra agora para a Sra. Thaís Ferreira, Presidente do Sindicato das Academias do DF. Seja bem-vinda, Professora Thaís.
A SRA. THAÍS YELENI FERREIRA (Para discursar.) - Olá, boa tarde a todos! Boa tarde, Senadora Leila. Obrigada por esta homenagem e oportunidade de valorizar os profissionais que realmente transformam a vida das pessoas.
Cumprimento os demais e meu amigo Patrick, que tem feito, nesta gestão, uma mudança pela valorização do profissional de educação física.
Eu sou uma pessoa que teve a vida transformada pela atividade física, pelo exercício físico. Precisamos olhar para essa base da relação da atividade física desde a nossa fase inicial. O profissional de educação física é aquele que ajuda a pessoa a se relacionar, de uma forma efetiva, com a atividade física e com o seu corpo.
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E, independentemente de qual o âmbito e de quais sejam os almejos do ser humano, ele só consegue concretizá-los através do corpo, e um corpo saudável transforma todas as outras atividades saudáveis também, porque é a base. Sem saúde, não conseguimos ser felizes, viver bem, expressar aquilo que está dentro da gente, que é cuidar de nós e do próximo.
Então, que, cada vez mais, nossa profissão seja reconhecida como essencial e que também as empresas que fornecem esses serviços sejam reconhecidas como essenciais. Esse é um caminho que a gente já vem construindo há alguns anos. Eu posso falar que eu estou na frente das políticas públicas do segmento há, mais ou menos, 15 anos. E ver esse reconhecimento hoje, como a Senadora Leila tem trazido, e outros governantes também têm mostrado a importância dessa valorização... Como bem colocou o Senador, mais atividade, menos hospitais, e dados da Organização Mundial da Saúde - não é meu esse dado, mas da Organização Mundial da Saúde - mostram que, a cada dólar investido em atividade física, em cuidados com a saúde mesmo - quem previne somos nós, os profissionais de educação física -, economizam-se três dólares em hospitais, médicos e remédios. Então, façam as contas. É um número muito significativo.
E vou além: não se trata só de não ter doença, a pessoa produz mais, a pessoa é mais ativa, tem relacionamentos mais saudáveis, tem menos problemas psicológicos. Hoje, a gente está com uma sociedade com um índice de 60% de pessoas com depressão. Isto é assustador! Um índice de 60% de pessoas com depressão! Qual é o remédio? Atividade física, que produz serotonina, dopamina, um monte de hormônios que não precisam ser comercializados na farmácia. E, quanto mais as políticas públicas incentivarem os profissionais e as empresas que lidam com esses profissionais, mais nós vamos conseguir ter pessoas mais saudáveis e mais felizes.
Eu agradeço a oportunidade, Senadora. Você teve sua vida transformada pelo esporte. Se não fosse o esporte... (Risos.)
Então, a gente comunga dessa magnífica experiência. E eu tive vários momentos da minha vida...
E, realmente, que possamos, não só quando eles estiverem adultos, mas nas séries iniciais, a gente comentar isso cada vez mais, porque tem gente que... Não quero "puxar a sardinha para o nosso lado", mas eu falo que o profissional de educação física é o que tem o papel mais importante na formação do cidadão. Aí tem gente que pergunta "como assim, Thaís?" A partir do momento em que eu ajudo essa criança, desde cedo, a se relacionar consigo, com seu corpo, com o esporte de uma forma efetiva, essa criança vai crescer com o hábito da atividade física. E isso é inegável. Então, quanto mais a gente puder comentar ali, desde as bases até a idade adulta, o incentivo mesmo da prática da atividade física regular, através de políticas públicas, através de propagandas... Eu ainda acho que o Governo poderia enfatizar mais propagandas falando da importância da atividade física, porque a gente viu muito na mídia hoje, através da ciência, com a covid, o quanto a atividade física... A única unanimidade é que a atividade física era a que minimizava os impactos dos desdobramentos do coronavírus, não é? Então a atividade física foi a única que ficou em evidência cientificamente sobre os impactos, inclusive falando da imunização. Já há estudos que mostram que as pessoas que fazem atividade física têm 50% a mais de imunização em relação às vacinas. Então, nas nossas mãos está a solução para muitos desdobramentos que a gente tem vivido aí no dia a dia.
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E agradeço a oportunidade mais uma vez. Obrigada, Senadora. Obrigada a todos os presentes. E obrigada, Patrick, por toda a sua dedicação à nossa profissão e por todo o empenho que você tem também trazido aí para nossa valorização. Gratidão.
A SRA. PRESIDENTE (Leila Barros. PDT/CIDADANIA/REDE/CIDADANIA - DF) - Sensacional. Obrigada pelas palavras, Professora Thaís. Concordo totalmente com as palavras. É isso aí.
Se entendêssemos a importância, não é só fazer do Brasil uma potência esportiva, mas, acima de tudo, a cultura esportiva, não é? Que a criança, ali nas séries iniciais, principalmente na escola, com esses altos índices de violência, os espaços públicos cada vez mais reduzidos para que elas possam brincar, se divertir. É na escola mesmo, é ali o começo de tudo.
Então parabéns pelas suas palavras, grata pela presença. Será convocada mais algumas vezes, viu? Obrigada.
Vou passar a palavra agora para o meu querido professor, companheiro também de jornada pelo DF, Professor Marcelo Ottoline, que é o Diretor de Educação Física e Desporto Escolar da Secretaria de Educação do DF, que faz um trabalho maravilhoso também. Aqui só há profissionais top. Prazer, professor, prazer demais ter o senhor aqui conosco. E parabéns também pelo trabalho desenvolvido pelo desporto escolar. Enfim, excelente trabalho.
O SR. MARCELO OTTOLINE (Para discursar.) - Senadora Leila, agradeço-lhe muito. Seu convite não é um convite, é sempre uma convocação, não é? E agradeço muito pelo caminhar juntos, pelas palavras a mim dedicadas.
Não é fácil fazer o que nós fazemos. Concordo em gênero, número e grau com o Andrew, com relação a sua influência em relação ao esporte. Saúdo aí os meus amigos Patrick, gestão brilhante que você tem feito à frente do nosso Cref local. Conseguiu conciliar as divergências, trazer para perto de si pessoas com pensamentos diferentes, fez um questionamento de que nós conseguimos caminhar juntos como instituição de Governo e conselho, no entendimento da Lei Orgânica do DF, no seu art. 233, no qual há a educação física como componente curricular obrigatório, e em todos os níveis de aprendizado, da educação infantil até o término do ensino médio, ou seja, a educação básica como um todo. Uma conquista que vem desde que o DF é DF, até hoje não contemplada, contemplada parcialmente como programa de educação com movimento, com vários profissionais extremamente talentosos, abdicados, comprometidos com o bem fazer pela Educação Física.
E nós estamos passando por um momento delicado, quando nós temos, em esfera de Governo, o questionamento de qual o papel da Educação Física dentro da construção do ser humano. Isso é bastante complicado, não é? Essas mudanças de gestões que nos são colocadas como cotidiano, uma hora sermos diretoria, outra hora não mais, a Educação Física sendo comparada com qualquer outra disciplina. Isso é bastante questionável no sentido do que nós esperamos da nossa geração futura.
Eu não quero fazer deste momento um momento de lamentações, mas de enaltecimento daqueles profissionais que fazem a Educação Física acontecer, ainda mais falando de uma estrutura da Capital País. Se na capital do País se desenha de uma maneira que nós questionamos, imaginem no interior como é que deve ser.
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Cumprimento o Andrew, uma pessoa que eu tenho como ídolo. Ouviu, Andrew? Muito obrigado por sua companhia neste momento. Aprendo o tempo todo o escutando, saúdo as conquistas. Quero lhe dizer que hoje nós estamos colhendo aquilo que nós plantamos lá em 2009, quando iniciamos as primeiras paralimpíadas escolares aqui no Distrito Federal. Nós torcemos muito. Vibramos pelo Leomon, em quadra, no goalball, e pela Jéssica Gomes Vitorino, dois estudantes daqui do Centro de Ensino Médio Setor Leste. Naquele momento, eu tinha um estudante, da idade do meu filho, que participou agora dessas paralimpíadas como técnico da seleção brasileira de tênis em cadeira de rodas. Fico até emocionado de falar, porque nós sabemos o trabalho cotidiano.
O professor de Educação Física, no Brasil, deve ser reverenciado por sua criatividade. Na falta de tudo, de espaço, de equipamentos esportivos, de como lidar para poder chegar a uma competição, ele se desdobra. E não são poucos. No paralímpico, isso se reflete de uma maneira mais intensa devido à importância que tem o esporte para esse público de pessoas com deficiência. Se você tira o esporte... Isso é o discurso muito forte que eu tenho de um atleta. Hoje eu ainda continuo atuando. Completo 33 anos no ministério da Educação Física e ainda continuo atuando, de maneira voluntária, com o futebol de 5, que trata especificamente da deficiência visual. Para esse público é de uma relevância tal que nós damos a cidadania. O cego que chega com a mãozinha no ombro da mãe, tímido, sem saber andar, ele adquire conosco confiança, ele passa a ter de volta a sua cidadania, porque ele adquire autonomia para andar pela cidade sozinho, só batendo a sua bengala. Ele consegue não sofrer tantos acidentes assim, porque o esporte também proporciona isso.
Gosto de enfatizar o paralímpico porque o paralímpico é uma minoria, mas uma minoria que nos faz potência esportiva. Deve-se muito ao trabalho do Andrew. Tive o privilégio, Andrew, de também conhecer o Mizael, de trabalhar com o Mizael, de tê-lo na minha equipe de futebol de 5 local, de ser vice-campeão brasileiro com ele. É uma pessoa fantástica - que você também conhece, Leila - que, enfim, representa tudo o que há de melhor no esporte no mundo. Não há quem não se encante com esses dois.
Thaís, prazer em conhecê-la. Estou muito honrado e agradecido por suas palavras.
Claudio Boschi, acho que já nos conhecemos num seminário de desporto escolar realizado em Santa Catarina, onde nós temos um amigo em comum - inclusive a Leila - que é o Clésio. Então, através de você, estendo um abraço ao colega, ao Clésio. E também, por fim, à Elisabete, a quem irei conhecer.
A manifestação esportiva educacional prevista em lei, na Lei 9.615, que é a Lei Pelé, hoje o nosso marco regulatório do esporte no País, a lei que é regulamentada pelo Decreto 7.984, de 8 de abril de 2013, traz todas as definições. Ela é um pouquinho do que a gente tem que fazer com a Educação Física na escola. O professor de Educação Física, quando tem em mãos o seu estudante, ele tem o filho de alguém. Para o professor que é pai, isso tem uma relevância ainda maior. Como é que eu gostaria de ter aquele estudante quando ele concluísse a educação básica, a que ponto ele deveria chegar?
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Então, começa a se apresentar a construção do repertório motor. A partir daí, ele se identifica com alguma modalidade esportiva, é dada a oportunidade de ele ter um aperfeiçoamento esportivo e, a partir daí, começar as suas disputas. É onde a gente também tem um pouquinho de atuação.
Então, dentro do escolar, nós temos desde aquele que nós chamamos de esporte educacional, que não tem nenhum interesse de competir, está ali pelo lúdico, como o esporte escolar, que está ali, sim, pela competição, que quer ser desafiado, que quer ter o seu melhor contra o melhor do seu colega adversário, e existe espaço para todo mundo. O que não pode é o nosso Governo fechar os olhos para a potencialidade que existe, por tudo que já foi falado aqui, muito, pela Thaís, pelo Patrick, pelo Andrew, com relação à construção do cidadão. Nós somos seres humanos e seres humanos são antes de tudo movimento.
Eu tinha muito mais coisa para falar, mas eu vou acabar me estendendo.
Quero só lembrar, Leila, que nós estamos, neste momento, na Sérvia, realizando a nossa participação na competição da ISF, International School Sport Federation, a Federação Internacional de Esportes Escolares. É o U15, que é o sub-15, World School Sport Games. Nós estamos com uma delegação lá, pleiteando, através do Secretário Especial do Esporte Marcelo Magalhães, a realização, em 2023, dessa competição aqui no Brasil, quem sabe, em Salvador - poderia ser Brasília, não é? -, mas, quem sabe, em Salvador.
Então, existem muitas coisas mais a falar e, assim que me for dada a oportunidade, eu concluo o raciocínio.
Muito prazer.
Honrado pelo convite e obrigado a todos aqui presentes pelo momento.
A SRA. PRESIDENTE (Leila Barros. PDT/CIDADANIA/REDE/CIDADANIA - DF) - Nós que estamos honrados com as suas palavras, Professor.
Gosto muito de ouvi-lo, ouviu? É sempre uma inspiração!
Com relação a esse evento aí de 2023, vamos conversar, porque eu acho que é muito interessante, para incentivar nossos alunos, alunos atletas, enfim, mobilizar, de alguma forma, esses jovens.
Eu acho que é superválida a iniciativa de trazer um evento como esse, do desporto escolar mundial, para o nosso País.
Parabéns, Professor, pela iniciativa!
Eu vou passar a palavra agora para a nossa Vereadora, a Vereadora Municipal de lá da cidade de Itajaí, Santa Catarina, e Professora de Educação Física, a Sra. Elisabete de Souza.
Seja bem-vinda! (Pausa.)
Não está saindo.
Não estamos ouvindo.
A SRA. ELISABETE LAURINDO DE SOUZA - E agora?
A SRA. PRESIDENTE (Leila Barros. PDT/CIDADANIA/REDE/CIDADANIA - DF) - Sim, sim.
Seja bem-vinda!
A SRA. ELISABETE LAURINDO DE SOUZA - Tem que tirar o microfone para, daí, poder falar.
Estão ouvindo bem, então?
A SRA. PRESIDENTE (Leila Barros. PDT/CIDADANIA/REDE/CIDADANIA - DF) - Sim.
A SRA. ELISABETE LAURINDO DE SOUZA (Para discursar.) - O.k.
Então, quero dar boa tarde a todos.
Primeiro, quero agradecer à Senadora Leila pelo convite, pela iniciativa tão carinhosa, tão meiga com os professores de Educação Física. Em nome dos profissionais de Educação Física, quero agradecer essa gentileza tamanha.
Quero agradecer também ao Senador Esperidião Amin, que é do meu Município, do meu Estado, na verdade, que veio ao meu Município para minha posse. Então, foi um momento muito especial para nós aqui do Progressistas.
Quero cumprimentar todas as autoridades nominadas, cumprimentando o nosso Presidente Claudio Augusto Boschi, Presidente do Confef, o Conselho Federal de Educação Física, e, assim, cumprimentar todos vocês, tão queridos, de quem eu já ouvi falar, e dizer que estou muito feliz por participar deste momento.
Eu queria falar um pouquinho das mulheres das professoras de Educação Física que podem se aventurar, como eu, no caminho das políticas públicas, porque nós sabemos que as mulheres são 51% dos eleitores no Brasil, e, no entanto, nós temos pouca participação feminina ainda. O Brasil ocupa o terceiro lugar na América Latina, tem a menor representação parlamentar de mulheres.
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Então, eu estou aqui, junto com a Leila - não é, Leila? -, para dizer a vocês que é possível, que a gente pode, sim, participar, que é importante a participação das mulheres na política, porque ela pode mudar um pouquinho o debate, a pauta, com pautas voltadas para as mulheres, para as questões femininas, mas também para as crianças, para os idosos, para a educação física na escola. Eu tenho defendido muito isso aqui, na nossa região toda.
Quero dizer que esse déficit democrático existente no nosso País faz parte da história, de um processo que é grande, mas, em certa medida, a gente vem ocupando um lugar de destaque. E digo para as mulheres não desistirem. Sejamos fortes na nossa luta, que é legítima!
Quero falar da importância da educação física na escola, área em que eu atuei por 37 anos - aposentei-me muito recentemente, sou também professora universitária. A educação física na escola, de fato, é a minha grande paixão. Eu sou apaixonada pelas crianças, pela escola. Nós precisamos contar para todo mundo que isso é muito importante para a saúde das nossas crianças, que hoje apresentam percentuais enormes, altíssimos de sobrepeso, de obesidade, de doença já na infância. A gente pode livrar as crianças de todas essas coisas havendo aulas de educação física, deixando a escola com um ambiente mais propício para que elas possam fazer atividade física mesmo fora da aula de educação física. Que a escola seja um ambiente aconchegante, acolhedor e disposto ao movimento, que é uma coisa tão importante para as nossas crianças!
Quero dizer que, para o desenvolvimento das habilidades motoras, fundamentais para as crianças, é importante que elas tenham acesso a isso até os nove anos de idade. Então, as crianças pequenas precisam de nós. Para aprenderem tudo que elas podem aprender depois, é fundamental que as crianças sejam bem trabalhadas na pequena infância.
Para o desenvolvimento do esporte, a escola é a base de tudo, é onde nós vamos despertar o gosto das crianças pelas várias modalidades esportivas; onde nós vamos incentivar quem não gosta muito, quem não tem muita aptidão, mas vai gostar de um esporte ou de outros. E nós vamos dar encaminhamento a essas crianças, que vão aprender os fundamentos, que vão aprender as técnicas, vão aprender, então, a tomar gosto por isso.
Quero ressaltar a importância do movimento na escola, dizer como o movimento é necessário para a saúde das nossas crianças, adolescentes e jovens. Nós, agora, quando retornamos, depois da pandemia, percebemos o quanto as crianças, os jovens e os adolescentes estão mais gordinhos, mais obesos. A atividade física foi, em certa medida, cerceada em muitos espaços: era proibido caminhar na praia, era proibido caminhar no parque - era proibido! -, as crianças ficavam à mercê somente das nossas aulas online, e nós fazíamos uma luta tremenda para que as crianças pudessem se movimentar com as suas famílias em casa.
Então, nós temos que ficar atentos, porque a escola está voltando com sua atividade normal - as escolas, de um modo geral -, mas a educação física está ficando fora em alguns Municípios e em algumas escolas. A educação física não pode ficar fora do nosso currículo, porque a educação física é de suma importância, sobretudo nesse retorno, no retorno pós-pandemia. Então, quero dizer dessa importância e falar um pouquinho mais. Nós temos que perceber e defender isso, porque 85% das nossas crianças, dos nossos adolescentes e dos nossos jovens estão nas escolas públicas - 85% é muita criança, é quase o Brasil inteiro! E depende de nós, da nossa defesa, da nossa vigília, da nossa luta para que a educação física siga no ensino médio. Com a reformulação da nova lei da educação, do ensino médio, nós estamos assistindo à educação física ficar fora do currículo. Então, nós temos que ficar muito atentos, olhar com muito cuidado para todas as propostas pedagógicas das nossas escolas para que a educação física permaneça no currículo, como já prevê a lei.
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Então, queria só alertar para esses dois pontos importantes.
Quero agradecer e parabenizar, mais uma vez, pelo evento.
A SRA. PRESIDENTE (Leila Barros. PDT/CIDADANIA/REDE/CIDADANIA - DF) - Nós que agradecemos a sua participação e fala aqui, Vereadora Elisabete, desejando boa sorte nesse desafio de estar na política e defender...
Pois não, Senador Esperidião. Por favor, pode falar.
O SR. ESPERIDIÃO AMIN (Bloco Parlamentar Unidos pelo Brasil/PP - SC. Para discursar.) - Eu só queria...
A SRA. PRESIDENTE (Leila Barros. PDT/CIDADANIA/REDE/CIDADANIA - DF) - Pois não.
O SR. ESPERIDIÃO AMIN (Bloco Parlamentar Unidos pelo Brasil/PP - SC) - ... pedir a sua licença para cumprimentar a minha conterrânea.
A SRA. PRESIDENTE (Leila Barros. PDT/CIDADANIA/REDE/CIDADANIA - DF) - Por favor.
O SR. ESPERIDIÃO AMIN (Bloco Parlamentar Unidos pelo Brasil/PP - SC) - Só isso, e agradecer pela participação dela. Ela mostrou interesse em participar desta reunião, num encontro que nós tivemos em Itajaí no dia 1º de setembro - não é isso, Bete? Então, eu queria cumprimentar pela perseverança, pela coerência dessa nossa querida Vereadora pela cidade de Itajaí, que é vizinha de Itapema.
A SRA. PRESIDENTE (Leila Barros. PDT/CIDADANIA/REDE/CIDADANIA - DF) - Conheço bem, conheço bem.
O SR. ESPERIDIÃO AMIN (Bloco Parlamentar Unidos pelo Brasil/PP - SC) - E vai voltar a visitar, se Deus quiser.
Muito obrigado pela deferência, pela interrupção.
A SRA. PRESIDENTE (Leila Barros. PDT/CIDADANIA/REDE/CIDADANIA - DF) - Se Deus quiser! Imagina, Senador!
Agradeço aos dois pela participação e presença.
Será sempre bem-vinda, Elisabete. Obrigada pelas suas palavras de incentivo.
Eu vou passar, agora, a palavra para o Sr. Claudio Augusto Boschi, Presidente do Conselho Federal de Educação Física (Confef).
Seja bem-vindo, Professor! Obrigada pela presença. (Pausa.)
Seu áudio.
O SR. CLAUDIO AUGUSTO BOSCHI - Pronto.
A SRA. PRESIDENTE (Leila Barros. PDT/CIDADANIA/REDE/CIDADANIA - DF) - O.k.
O SR. CLAUDIO AUGUSTO BOSCHI (Para discursar.) - Boa tarde.
Primeiro, quero fazer um agradecimento penhorado por este convite ao profissional de educação física para que possa estar presente na Casa mãe da democracia brasileira, que é o Senado da República Federativa do Brasil.
Permita-me, Senadora Leila Barros, também poder chamá-la de Leila do vôlei, já que eu já bati muita palma para você. Tive a possibilidade de ter sido atleta do Minas Tênis Clube com o Professor Adolfo Guilherme, ter sido aluno dele na Escola de Educação Física e ser um discípulo do guru Hélcio Nunam Macedo. Eu sei do carinho que você tem por ele, por isso a citação de Leila do vôlei.
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Gostaria de cumprimentar o Presidente do Cref7 do Distrito Federal, o valoroso amigo Patrick Novaes, e, na pessoa dele, cumprimentar todos os Presidentes de Cref e profissionais, os mais de 550 mil profissionais de educação física registrados no sistema Confef/Cref; agradecer as palavras muito carinhosas que foram aqui proferidas; cumprimentar a Elisabete Laurindo, nossa colega da diretoria do Confef, que agora assume uma função bastante necessária à profissão de educação física, que é a presença do profissional de educação física junto ao Parlamento; cumprimentar o Senador Giordano e dizer que as palavras dele me relembraram o início do Governo do então Presidente Fernando Henrique Cardoso, quando, numa solenidade, o então Ministro do Esporte Edson Arantes do Nascimento, o Pelé, que é nosso colega de profissão, formado na Escola de Educação Física de Santos, usou de uma brincadeira com o então Ministro da Saúde, Dr. Adib Jatene, dizendo que ele, Pelé, era o Ministro da Saúde e o Dr. Adib Jatene era o "ministro da doença". Aquilo foi uma brincadeira entre eles, mas mostra muito a presença e a importância do esporte nesse procedimento todo.
Quero agradecer as palavras do Marcelo e parabenizar pelo trabalho feito no GDF. Eu conheci muito o trabalho daí na época dos Jogos Escolares Brasileiros, quando participei da coordenação de logística dos JEBs, mas isso nos anos 80, ou seja, já vão quase sete tempos.
Agradeço ao Senador Esperidião Amin o carinho que sempre teve conosco. Eu particularmente tenho dele uma lembrança muito grande do período em que ocupei cargo no Governo do Estado do Dr. Tancredo, com o Hélio Garcia, pela maneira muito vibrante e muito pujante com que ele sempre se colocou, sem meias palavras, dizendo aquilo que sentia e não aquilo que o momento queria que fizesse.
E não poderia deixar de cumprimentar a Thaís Ferreira, do Sindicato das Academias do Distrito Federal.
E, aí sim, Senadora Leila Barros, gratidão eterna por esta realização não só desta solenidade, não só da homenagem ao Dia do Profissional de Educação Física, mas, dentre outras, por dizer que nós somos os profissionais que fazem a diferença em prol da qualidade de vida, de citar um colega nosso que te influenciou - e me permita falar dessa forma, até pela idade -, que te influenciou nos caminhos da educação física e, obviamente, em seguida, nos caminhos do esporte, e que a educação física, nas séries iniciais, de fato, é o fundamental. Aliás, o Brasil sempre se destacou por ter uma atuação bastante valorosa nisso. Os Jogos Escolares Brasileiros, nos anos 80, vieram a propiciar que inúmeras seleções pudessem ter maior volume de participação. O voleibol brasileiro é a comprovação fática dessa situação.
E um cumprimento muito especial ao amigo Andrew Parsons pelo trabalho que sempre fez no desporto paralímpico, pelo apoio que sempre deu à profissão, não só no CPB quanto agora também no Comitê Paralímpico Internacional. É interessante que o Brasil, nas últimas sete ou oito edições dos Jogos Paralímpicos mundiais, teve na chefia da delegação um profissional de educação física, o Professor Alberto Martins da Costa, o Professor Tobias, entre outros.
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Bom, falar do profissional de educação física, desculpe, da profissão de educação física, como foi muito bem lembrado pela Senadora Leila Barros, é lembrar Aristóteles, Platão, é lembrar Ruy Barbosa no famoso parecer, aí na Casa, no Senado Federal - ainda aqui na cidade do Rio de Janeiro -, sobre a instrução pública, hoje, educação básica, em que ele dizia que um país que não tivesse cuidado com a música, com a arte e com a, na época, chamada ginástica - hoje, educação física -, é uma nação que não tem razão de ser.
Isso, por um lado, é muito interessante, muito gostoso de assistir, de ouvir, mas, por outro lado, nos dá uma responsabilidade muito grande de todo dia ser aquele tio que é o do dia a dia nas 12 séries da educação básica. Tomara que essa luta, capitaneada por você, seja vitoriosa no Plano Nacional do Desporto ou na nova legislação sobre desporto, que as aulas de educação física estejam ali contempladas não pela obrigatoriedade, mas pela necessidade, não só pelo aspecto educacional, pelo aspecto de saúde, pelo aspecto dos valores aí colocados. E são procedimentos que não podem ficar à solta, não podem ficar dispersos.
Todas as manifestações aqui colocadas exaltam e engradecem o profissional de educação física. E me atrevo, já com 47 anos de exercício profissional, a dizer que nós temos procurado fazer, ao longo da vida, essa parte.
O Brasil tem uma estrutura muito acentuada e muito bela para a prática de atividades físicas e desportivas. Não é por outro motivo que recentemente a ONU, dentro do Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento, abriu no Brasil uma estrutura, uma gerência para o chamado Pnud de atividades físicas e desportivas, vendo exatamente esse trabalho que sempre foi feito, trabalho esse que, de forma inédita - e a senhora citou com muita tranquilidade, com muita perspicácia do ponto de vista histórico -, o Brasil regulamentou: a profissão de educação física. É uma profissão que tem pouco mais de 20 anos e que se torna hoje uma entre as 10 profissões não só com o maior quantitativo de profissionais registrados, mas uma das 10 profissões com a maior aceitabilidade e penetração junto à sociedade. Das 14 profissões da área de saúde, é aquela que, prioritariamente, atua na prevenção.
A Thaís foi muito feliz ao colocar a questão do investimento: para cada US$1 investido na prática de atividade física, são US$3 que se economizam. E os países que a trabalham e a desenvolvem têm entre 2% e 3% do seu Produto Interno Bruto voltado exatamente à prática de atividades físicas e esportivas. A Alemanha, logo que terminou a Segunda Guerra Mundial, implementou um programa muito famoso na época, Trimm Dich - que veio ao Brasil com o nome de Esporte para Todos -, e que fez com que pudesse haver o ressurgimento de uma nação destruída pela Segunda Guerra Mundial. E o Brasil, volto a repetir, tem toda a condição de fazê-lo.
Precisamos, sim, necessitamos, sim, que Parlamentares, quer seja no Senado Federal, quer seja na Câmara dos Deputados, nas Assembleias Legislativas, nas Câmaras Municipais, possam estar ombreados a nós.
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Neste momento, eu quero colocar com muita clareza, na condição de Presidente do Conselho Federal de Educação Física, a inteira disponibilidade não só do Confef, quanto dos 21 Conselhos Regionais de Educação Física consolidados no Brasil e dos quase 600 mil profissionais e quase 30 mil estabelecimentos de prática de atividade física e esportiva, o agradecimento e a gratidão.
Nós temos sempre repetido que o profissional de Educação Física é grato a quem lhe dá a mão. Ele sabe pedir, ele sabe agradecer e ele sabe, principalmente, reconhecer que precisa estar ombreado a esses Parlamentares, a essas pessoas para que esse trabalho possa ser feito.
Quiçá, tomara que nós possamos, a partir de uma série de atividades, estar mais próximos.
Mais uma vez, coloco o sistema Confef/Cref literalmente à disposição para o atendimento aos anseios da sociedade civil da forma como for possível, para que a gente possa concatenar e conseguir chegar a esse objetivo que a senhora colocou com muita clareza.
Eu prefiro encerrar a minha fala com estas palavras: o profissional de Educação Física é aquele que faz a diferença em prol da qualidade de vida.
De mãos dadas, nós poderemos fazer essa diferença e esse algo mais à qualidade de vida.
Muito obrigado.
A SRA. PRESIDENTE (Leila Barros. PDT/CIDADANIA/REDE/CIDADANIA - DF) - Sou eu quem agradeço a sua participação, Professor Claudio.
Quero dizer a todos que serão convocados. Nós vamos começar a discussão do PND aqui no Senado Federal - desculpa, a lei geral. O PND é no Ministério da Cidadania. Estou tão envolvida em PND, em lei geral que eu peço desculpas a vocês, mas nós vamos começar uma discussão. Aliás, ela já avançou. Está há três anos, desde 2017, aqui no Senado Federal, mas, depois das Olimpíadas e de várias reuniões aqui internas, consegui provocar um número expressivo de Senadores que entendem a importância de nós avançarmos na aprovação deste projeto para o desporto, para o esporte nacional. Certamente, em algum momento, saindo da CCJ, ele irá para uma outra Comissão, que acredito que seja a CAS ou a CAE ainda. Dali, nós vamos para o Plenário.
Então, com certeza eu vou convocá-los para conversarmos um pouco. Cada área ou sistema Confef/Cref, Professor Ottoline, enfim, até a própria Thaís, a Professora Elizabete.
Com certeza, nós aqui da Casa vamos precisar muito do apoio, desse suporte técnico e da vivência, porque são vocês que estão ali na ponta, para nos ajudar com subsídios aqui para avançarmos e para melhorarmos mais ainda o processo legislativo e o aprimoramento do texto, do projeto.
Quero agradecer imensamente a todos a participação nesta audiência.
Parabenizo os mais de 550 mil profissionais de Educação Física.
Agradeço a todos vocês, nossos convidados, a participação. E vamos continuar nesta luta. Contem sempre comigo, com o Senado Federal! Nós estaremos aqui, Professor Claudio, Patrick, Ottoline, enfim, Elisabete, Thaís, Andrew. Já falei também com o Paulo Wanderley, que é do COB. Estaremos todos aqui. Contem sempre não só com a Leila Senadora, mas com o Senador Romário, que também é do esporte, e com tantos outros aqui que, de alguma forma, não estiveram presentes porque a agenda é intensa, mas que subscreveram e que entendem a importância da promoção da Educação Física, do esporte para as nossas crianças e jovens e na prevenção da saúde de todos os brasileiros.
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Eu quero agradecer imensamente a todos vocês.
Eu vou encerrar, infelizmente. Infelizmente, nós temos que encerrar esta audiência, mas nossa gratidão.
Cumprida a finalidade desta sessão especial remota do Senado Federal, agradeço às personalidades que nos honraram com a sua participação.
Está encerrada a nossa sessão.
Gratidão. Até a próxima.
(Levanta-se a sessão às 16 horas e 08 minutos.)