3ª SESSÃO LEGISLATIVA ORDINÁRIA
56ª LEGISLATURA
Em 4 de outubro de 2021
(segunda-feira)
Às 15 horas
128ª SESSÃO
(Sessão Especial)

Oradores
Horário

Texto com revisão

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A SRA. PRESIDENTE (Leila Barros. PDT/CIDADANIA/REDE/CIDADANIA - DF. Fala da Presidência.) - Declaro aberta a sessão.
Sob a proteção de Deus, iniciamos os nossos trabalhos.
A presente sessão especial remota foi convocada nos termos do Ato da Comissão Diretora nº 8, de 2021, que regulamenta o funcionamento das sessões e reuniões remotas e semipresenciais no Senado Federal e a utilização do Sistema de Deliberação Remota, e em atendimento aos Requerimentos nºs 2.009 e 2.024, de 2021, das Senadoras Leila Barros e Mara Gabrilli, Senador Romário e outros Senadores, aprovados pelo Plenário do Senado Federal.
A sessão é destinada a homenagear os atletas paraolímpicos representantes do Brasil nos Jogos Paralímpicos de Tóquio 2020, na pessoa dos medalhistas e do Comitê Paralímpico Brasileiro.
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A Presidência informa que esta sessão terá a participação dos seguintes convidados: Sr. Deputado Felipe Carreras, Deputado Federal pelo Estado de Pernambuco e Presidente da Comissão do Esporte da Câmara dos Deputados; Sr. Deputado Julio Cesar Ribeiro, Deputado Federal pelo Distrito Federal e 1º Vice-Presidente da Comissão do Esporte da Câmara dos Deputados; Sr. Deputado Felício Laterça, Deputado Federal pelo Estado do Rio de Janeiro; Sr. Mizael Conrado, Presidente do Comitê Paralímpico Brasileiro; Sr. José Guedes, Secretário Nacional de Paradesporto, da Secretária Especial do Esporte do Ministério da Cidadania e treinador da equipe de vôlei feminino sentado; Sr. Andrew Parsons, Presidente do Comitê Paralímpico Internacional; Sra. Jady Malavazzi, atleta do paraciclismo; Sr. Sérgio Oliva, técnico judiciário e atleta do hipismo; Sra. Elizabeth Gomes, medalhista de ouro no atletismo; Sra. Maria Carolina Santiago, medalhista de três ouros na natação e uma prata e um bronze; Sr. Nathan Torquato, medalhista de ouro no parataekwondo; Sra. Mariana D’Andrea, medalhista de ouro no levantamento de peso; e Sr. Claudiney Santos, bicampeão no lançamento de disco.
Todos sabemos como é agitada a agenda legislativa do Congresso Nacional, com as atividades de Plenário e das Comissões temáticas das quais os Parlamentares são membros. Não menos corrida é a agenda dos atletas e paratletas de alto rendimento, principalmente após uma Paralímpiadas seguida de torneios nacionais e internacionais, assim como dos compromissos pessoais e familiares. Ante esse quadro, surgiu uma feliz coincidência: as Comissões de Educação, de Cultura e do Esporte da Câmara dos Deputados também propuseram a realização de uma sessão em homenagem aos atletas paraolímpicos na mesma data e horário! Assim, visando a otimizar o trabalho, com economia de recursos e tempo de todos, o Senado Federal, por meio dos Senadores proponentes desta sessão, decidiu recepcionar o evento da Câmara dos Deputados, pelo que esta Presidência dá as boas-vindas ao Deputado Julio Cesar, proponente da sessão naquela Casa, e o Presidente da Comissão do Esporte, o Deputado Felipe Carreras.
Convido a todos para, em posição de respeito, acompanharmos o Hino Nacional.
(Procede-se à execução do Hino Nacional.)
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A SRA. PRESIDENTE (Leila Barros. PDT/CIDADANIA/REDE/CIDADANIA - DF. Para discursar - Presidente.) - Saúdo as Sras. Senadoras, os Srs. Senadores, Deputadas e Deputados, em especial a querida Mara Gabrilli e o sempre amigo, parceiro e atleta, Senador Romário, que me acompanharam na iniciativa de realização desta sessão.
Cumprimento os atletas, paratletas, técnicos, profissionais da educação física, autoridades, convidados e todos que participam desta homenagem por meio das redes sociais e das plataformas de comunicação do Senado Federal.
Inicio estas breves palavras, no momento inaugural desta sessão, agradecendo a Deus pelo dom da vida e pelo privilégio de presidir este evento, que presta justa reverência aos paratletas que representaram o nosso País nos Jogos Paralímpicos de Tóquio.
Presentes aqui, neste Plenário virtual, dois ilustres representantes da delegação brasileira em Tóquio: Jady Martins Malavazzi, que é oito vezes campeã brasileira, seis vezes medalhista em copas do mundo, medalhista de bronze no Mundial de Paraciclismo 2018 e sétimo lugar nas Paralimpíadas de Tóquio 2020/2021, entre outros títulos; e o cavaleiro paraolímpico Sérgio Oliva, campeão mundial, duas vezes medalhista de bronze paraolímpico, oito vezes campeão brasileiro, dentre outros títulos de seu extenso currículo.
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Da mesma forma, faço a minha saudação aos dirigentes do Comitê Paralímpico Brasileiro e a todos os integrantes da equipe que representou o Brasil no Japão.
Todos vocês, paratletas, corpo técnico e demais membros da delegação, orgulharam e continuam orgulhando o nosso País e a nossa gente. Não por acaso que, na Paralimpíada de Tóquio, o Brasil fez a sua melhor campanha em jogos paralímpicos. A atuação do time Brasil deu orgulho e felicidade para nós, que acompanhamos a competição. Foi motivo de muita satisfação ver o nosso País conquistar a sétima colocação no quadro de medalhas, superando outras nações, como Austrália, Itália, Alemanha, França, Espanha e os próprios anfitriões japoneses. Para chegar a essa classificação histórica, conquistamos, ao todo, 72 medalhas, sendo 22 de ouro, 20 de prata e 30 de bronze. Por isso, graças ao esforço, ao talento e à dedicação de cada um de vocês que integraram o nosso time Brasil o nosso muito-obrigada! Independentemente do resultado final na competição, estão todos de parabéns! Estamos aqui, nesta tarde, representando a população brasileira para agradecer e demonstrar a nossa admiração e respeito.
Senhoras e senhores, Senadoras e Senadores, Deputadas e Deputados, e caros convidados, como atleta olímpica que fui entendo perfeitamente as dificuldades que enfrenta quem abraça o esporte de alto rendimento. Também sei que os sacrifícios pessoais e o esforço físico quase sobre-humano são parte da rotina de atletas e paratletas. É preciso muito amor e persistência para seguir em frente na busca de um sonho que pode ser o de representar o seu País em uma competição importante, se possível conquistando medalha.
Em tempos de pandemia, as dificuldades se tornaram ainda maiores, inclusive para cumprir a rotina de treinamentos previstos, mas nem esses desafios adicionais desestimularam ou diminuíram a garra e a vontade da nossa delegação. O resultado é que vocês nos emocionaram, fazendo ecoar em Tóquio o Hino Nacional ou quando se abraçaram com a nossa linda bandeira para celebrar, como se esse abraço fosse em cada um de nós.
Ao aprovar a realização desta sessão de homenagens, o Congresso Nacional demonstra a sua gratidão e reconhecimento - este Congresso, que, em 2015, aprovou o Estatuto da Pessoa com Deficiência, visando à inclusão e ao fortalecimento da cidadania. Sabemos da importância dessa lei, mas temos consciência também de que é fundamental que ela seja cumprida na sua plenitude. As instituições têm a obrigação de fiscalizar e exigir o cumprimento de toda a legislação que assegure os direitos e garanta o respeito e a dignidade da pessoa com deficiência. Não basta, por exemplo, o estatuto assegurar o direito ao transporte e à mobilidade da pessoa com deficiência se, na prática, continuam a existir os obstáculos e as barreiras que impedem ou dificultam o seu acesso.
Da mesma forma, sou favorável que o Plano Nacional do Desporto trate também da questão dos alunos com deficiência. Todos aqui sabemos a falta que faz o Brasil contar com as suas diretrizes para o esporte definidas e aprovadas, como previu a Lei Pelé, há 23 anos. Da nossa parte, não falta e nunca faltará disposição para, juntos, derrubarmos as barreiras que travam o desenvolvimento do esporte brasileiro.
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Por fim, minhas amigas e meus amigos, quero reforçar os agradecimentos e o reconhecimento do povo brasileiro, nesta sessão especial da Câmara Alta do Congresso Nacional, pela luta incansável de seus paratletas e atletas pela superação e resiliência, superando desafios e honrando nossa gente pelas nações do mundo.
Valeu, Yeltsin Jacques, por ter conquistado a centésima medalha brasileira em jogos paralímpicos!
Parabéns, Carol Santiago, que faturou, em Tóquio, nada mais nada menos do que três medalhas de ouro, uma de prata e uma de bronze!
Não menos incrível foi a querida Elizabeth Gomes, que, para nossa felicidade geral, está presente conosco nesta homenagem: além de ter quebrado duas vezes o próprio recorde mundial, ela garantiu para o Brasil uma medalha de ouro no lançamento de disco!
Muito obrigada, Nathan Torquato, você entrou para o paradesporto ao conquistar a primeira medalha de ouro da história do parataekwondo em jogos paralímpicos!
Outra também que marcou em tons dourados a sua história no esporte foi Mariana D'Andrea, vencedora da categoria até 73kg do levantamento de peso. Foi dela o primeiro ouro do halterofilismo brasileiro!
A Claudiney dos Santos também deixo o meu abraço carinhoso e a minha admiração! Ele, que tinha vencido a prova de lançamento de disco na Paralimpíada do Rio, repetiu a dose em Tóquio, e, além de assegurar o bicampeonato, estabeleceu o novo recorde da modalidade.
Nossa homenagem também vai para José Guedes, treinador da equipe que representou o vôlei feminino sentado, além de ser também Secretário Nacional do Paradesporto!
Obrigada, Daniel Dias, nosso maior paratleta de todos os tempos, que se despediu no Japão com 3 medalhas de bronze, encerrando a carreira, com incrível marca de 27 pódios em 4 jogos paralímpicos, sendo 14 ouros, 7 pratas e 6 bronzes!
Vocês, que honraram as cores da nossa bandeira em Tóquio, estando ou não no pódio, são mais do que vencedores e continuarão honrando a trajetória destes gigantes que são - e continuarão sendo gigantes, encorajando os mais jovens a seguirem os seus exemplos.
O meu muito-obrigada e parabéns pela bela história que vocês escreveram em nossas mentes e corações!
Nós temos uma lista de oradores.
Primeiro, cumprimento todos.
Para cada orador, nós daremos cinco minutos.
Eu passo, primeiramente, a palavra para os outros dois Senadores que foram requerentes comigo. Na sequência, ao Deputado Julio Cesar.
Então, vou passar a palavra, agora, para a Senadora Mara Gabrilli.
Boa tarde, Senadora Mara. (Pausa.)
Senadora Mara.
A SRA. MARA GABRILLI (Bloco Parlamentar PODEMOS/PSDB/PSL/PSDB - SP. Para discursar.) - Boa tarde, Senadora Leila.
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Queria cumprimentar todos e dizer que, por um acaso do destino, o horário da sessão da nossa homenagem caiu bem no horário em que eu faço esteira e ando. Aí eu falei assim: "Ah, Senadora Leila, eu vou deixar acontecer dessa forma mesmo, porque a gente está falando de vida em movimento, estamos cumprimentando os nossos atletas que movimentaram o coração do Brasil". Então eu me achei no direito de poder fazer este discurso andando.
Eu estou aqui na AACD, em São Paulo, e estou com o coração transbordando de alegria. Primeiro, Senadora Leila, por poder estar com você neste momento, você presidindo esta sessão, você, uma medalhista olímpica que trouxe para o Senado e para o Brasil toda a sua competência, toda a sua disciplina e todo o seu olhar, que é um olhar feito com amor e que muito tem ajudado a engrandecer o Brasil neste momento.
Quero cumprimentar também o Senador Romário, outro campeão que também traz sua personalidade para o nosso trabalho no Senado.
Quero cumprimentar o Deputado Federal Julio Cesar, também proponente desta sessão, e o nosso Presidente do Comitê Paralímpico Internacional, o Sr. Andrew Parsons.
E quero cumprimentar o meu amigo querido, o meu parceiro de muito trabalho, o Mizael Conrado, Presidente do Comitê Paralímpico Brasileiro. Quero dizer ao Mizael que você, Mizael, é um orgulho nacional! Se a gente conseguiu chegar na performance que a gente chegou, se a gente conseguiu chegar no momento que a gente chegou do paradesporto no Brasil, a gente também deve isso à sua competência e à sua paixão pelo esporte - e a gente está falando de outro medalhista e de outro campeão inesquecível para este País e para o mundo.
Agora eu quero cumprimentar os nossos atletas. E quero começar cumprimentando a Jady Malavazzi, que está aí - e eu tive a honra de ter contato com a Jady, porque ela já foi atleta do Instituto Mara Gabrilli. Eu a cumprimento, Jady, do fundo do coração, e aproveito a Jady para lembrar da Jéssica, porque são atletas do ciclismo. E acho que, quando a Jady estava no instituto, mais ou menos quando ela estava saindo, a Jéssica estava entrando. E a Jéssica Messali tem uma história linda, Senadora Leila, porque ela já estava pronta. Ela começou no paraciclismo, virou triatleta, e, quando ela estava às vésperas das Paralimpíadas, ela queimou os pés numa sauna e foi obrigada a amputar vários dedos. E mesmo assim ela foi, ela lutou, ela foi para Tóquio, ela competiu, ela ainda foi para a final e ficou em quarto lugar. Então eu faço aqui a minha homenagem à Jéssica, que a Jéssica tem peso de ouro!
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Depois quero homenagear também a Maria Carolina Gomes, que quis levar quase todas as medalhas de ouro das Paralimpíadas, a quem parabenizo também.
Quero parabenizar a Mariana D'Andrea, que nos ensina com muita maestria o que é a força. Quero homenagear também o Nathan, do taekwondo; quero homenagear o Claudiney, de lançamento de disco, e fazer uma grande homenagem à nossa Beth Gomes, que é símbolo da resiliência. A Beth Gomes já nadava, a Beth Gomes jogava basquete há muitos anos e resolveu lançar disco, virou campeã mundial e ainda trouxe medalha. E assim como tem a Beth, com tantos anos de estrada, com tantos anos dando alegria para o Brasil, na pessoa da Beth eu quero cumprimentar, por exemplo, o Tenório, que é nosso medalhista, nosso judoca e foi competir com 50 homens. Tenório, você também é outro peso ouro que o Brasil e o mundo jamais vão esquecer tudo que você nos ensinou!
E aproveito para cumprimentar o Daniel Dias, para cumprimentar o Clodoaldo. Será que esqueci algum atleta? Eu não me perdoaria por isso. Eu falei de todos.
Bom, quero dizer a vocês que eu fico super emocionada, emocionada de pensar no esporte e na educação como ferramentas tão poderosas de inclusão. Eu espero que todos nós e que nossos atletas... Já cumprimento também técnicos, dirigentes, todos que trabalharam para conseguir levar nossa delegação para Tóquio.
Quero lembrar vocês da nossa Lei Brasileira de Inclusão, que fez algo muito, muito importante para o Brasil, porque a Lei Brasileira de Inclusão, da qual eu tive a honra de ser Relatora, levou mais recursos da Loteria para o paradesporto. E eu quero falar isso com muito orgulho, não porque eu fui a Relatora, porque a ideia não foi minha. A ideia foi do Mizael Conrado. E aí eu o parabenizo mais uma vez por ter conseguido fazer toda a qualificação de técnicos em educação física, ter conseguido qualificar tantos atletas pelo Brasil, para hoje a gente poder de boca cheia falar dos nossos 22 ouros, das nossas 72 medalhas e do esforço de todos os nossos atletas. Então, é muito gratificante estar aqui com pessoas que batalharam para ampliar o acesso ao esporte e para promover a inclusão social das pessoas com deficiência.
Deixo aqui o meu beijo, a minha gratidão por vocês existirem e quero lembrar que vocês são um exemplo para o Brasil inteiro, para qualquer cidadão. Para uma criança, para um jovem com deficiência, olhar um campeão como vocês é difícil dimensionar o tamanho da transformação que isso faz no coração de uma criança.
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Então, o meu muito obrigada, de coração.
Obrigada, Leila.
A SRA. PRESIDENTE (Leila Barros. PDT/CIDADANIA/REDE/CIDADANIA - DF) - Nós que agradecemos por tudo, Mara.
Agora, fiquei impressionada com o seu fôlego, viu? (Risos.)
Discursou ali, inteira, o tempo todo andando.
Parabéns, Mara. você... Enfim, eu não me canso de dizer o quanto é prazeroso, é estimulante caminhar aqui no Senado ao seu lado. Você é uma inspiração para todos nós, certamente, para os paratletas também e para todos que você citou aqui, porque eu sei que você tem uma relação muito próxima. Isso, enfim, me deixa muito motivada por saber que eu não estou sozinha aqui dentro, nem eu nem Romário, porque são pautas que geralmente o Romário e eu... Mas a gente também tem você ali defendendo não só o paradesporto, mas o esporte de um modo geral. É um prazer, viu?
E parabéns pelo fôlego. Realmente, estou com vergonha. (Risos.)
A SRA. MARA GABRILLI (Bloco Parlamentar PODEMOS/PSDB/PSL/PSDB - SP) - Obrigada, Leila.
Um beijo.
A SRA. PRESIDENTE (Leila Barros. PDT/CIDADANIA/REDE/CIDADANIA - DF) - Um beijo, amada!
Eu vou passar, agora, a palavra ao outro Senador requerente desta sessão, o Senador Romário.
Seja bem-vindo, Senador.
O SR. ROMÁRIO (Bloco Parlamentar Vanguarda/PL - RJ. Para discursar.) - Obrigado, Senadora Leila, que hoje preside esta sessão tão especial.
Quero dizer que para mim também é uma honra, um orgulho. E quero dizer para a Senadora Mara que, fisicamente, ela está melhor do que a gente, Leila! Isso é com certeza, porque passar esse tempão todo falando e andando, realmente, só poderia ser a grande Senadora Mara Gabrilli, essa guerreira, essa pessoa que realmente traz na alma essa defesa das pessoas com deficiência e a defesa das pessoas que realmente mais necessitam em nosso País.
Eu quero aqui mandar um abraço ao Deputado Federal Julio Cesar Ribeiro; ao Sr. José Agtônio Guedes Dantas, Secretário Nacional do Paradesporto; ao Sr. Andrew Parsons, Presidente do Comitê Paralímpico Internacional, meu amigo - tudo bem, Andrew? Mais uma vez é um prazer poder participar de um evento com a sua presença -; ao Presidente do Comitê Paralímpico Brasileiro, Sr. Mizael Conrado, meu amigo também, parabéns por tudo que vem fazendo em prol das pessoas com deficiência. Realmente, é um grande guerreiro em todos os sentidos.
Eu quero mandar um abraço aqui para o medalhista do atletismo, o Sr. Claudiney Batista dos Santos; à medalhista de ouro também do atletismo, Sra. Elisabeth Rodrigues Gomes; a oito vezes campeã brasileira, medalhista seis vezes em copa do mundo e medalhista de bronze no mundial de paraciclismo de 2018, Sra. Jady Malavazzi - obrigado pela presença e parabéns por tudo -; à medalhista de três ouros na natação, uma prata e um bronze, Sra. Maria Carolina Gomes Santiago; à medalhista em ouro no levantamento de peso, Sra. Mariana D’ Andréa; ao medalhista de ouro no parataekwondo, Sr. Nathan César Sodário Torquato; ao técnico judiciário, medalhista de ouro no mundial de 2007 e medalhista de bronze no Jogos Paralímpicos de 2016, Sr. Sérgio Oliva; e também mandar um abraço a todos aqueles que fazem parte desse segmento, a todos os atletas que participaram da última Paralimpíada. Independentemente de terem sido campeões, segundos lugares ou terceiro lugares, realmente são atletas que disputaram com muita força, determinação e que, realmente, representam com muito orgulho a nossa Nação, o nosso País e a nossa Bandeira.
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Nesta sessão mais do que especial, da qual fui um dos solicitantes, não poderia deixar de começar fazendo uma confissão: por mais que eu vibre bastante e me entusiasme com as Olimpíadas, torcendo muito pelos nossos atletas brasileiros, como todos os que nos ouvem e nos assistem, é com as Paralimpíadas que eu realmente me emociono, que toca profundamente o meu coração.
Nelas, Sra. Presidente, acompanhamos não apenas disputas empolgantes por uma medalha ou pela glória de subir ao pódio, o seu espetáculo, em verdade, é muito maior do que a mera competição esportiva. Elas representam a maior celebração da vida que conhecemos, vidas que não encontram obstáculos intransponíveis, que não se abatem na primeira queda, que superam as maiores e piores dificuldades possíveis, não só no campo, na quadra ou nas pistas, mas no cotidiano das nossas cidades e das nossas ruas ainda sem acessibilidade, infelizmente.
Eu costumo lembrar, minhas senhoras, meus senhores, que, no fundo, todos os brasileiros e brasileiras com deficiência são grandes atletas paraolímpicos ao transpor barreiras e superar obstáculos em seu dia a dia: quebram recordes a todo momento, tendo de vencer a discriminação e o preconceito; sobem ao pódio todas as vezes que conseguem chegar e sair de casa, driblando os empecilhos impostos por uma comunidade que ainda os vê com desconfiança ou até mesmo com desprezo.
É por tudo isso, Sra. Presidente, em nome de toda esta Nação, formada de milhões de atletas paraolímpicos no dia a dia, que temos o dever de homenagear aquelas e aqueles que se destacaram ainda mais nos Jogos Paralímpicos de Tóquio, honrando não somente as cores do Brasil, mas a bandeira maior, que é a da inclusão.
A cada lançamento da Beth, a cada passo do Petrúcio, a cada braçada do Daniel e a cada chute de Raimundo Nonato, apenas para citar alguns, o Brasil ensinava ao mundo, em Tóquio, que aqui formamos campeões nos campos, nas quadras e principalmente na vida. E cada lágrima derramada em Tóquio, seja de alegria, emoção, seja de tristeza, simbolizava o suor de dezenas de milhões de brasileiros e brasileiras por eles representados e por nós reverenciados.
Precisamos, senhoras e senhores aqui presentes, aumentar substancialmente o apoio que damos a essas heroínas e a esses heróis. Aplausos, cumprimentos e tapinhas nas costas apenas não pagam as suas contas, seus treinamentos, sua alimentação e suas viagens para competir. Cobrar resultados sem oferecer estrutura necessária seria como nadar numa piscina vazia, jogar futebol de cinco sem a bola ou correr fora da pista. É claro que eles podem fazer tudo, mas milagre é uma outra coisa.
Para tanto, precisamos não apenas ampliar e melhorar o Bolsa-Atleta, responsável por 94% de todas as conquistas de medalha para os atletas brasileiros, mas sobretudo investir na base, na formação, nos clubes formadores.
Um passo fundamental para isso é a criação do comitê brasileiro de clubes paralímpicos, que, graças ao PL nº 1.953, de 2021, de autoria do Senador Carlos Viana, que terei a honra de relatar e aprovar em breve, se Deus quiser, possibilitará oferta direta de recursos das loterias para o fomento aos projetos relacionados ao esporte paraolímpico nas comunidades e para aqueles que ainda não estão no alto rendimento. Só assim manteremos e ampliaremos a nossa safra de campeões do esporte e da vida.
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Sra. Presidente, ao tempo em que saúdo aqui a presença dos meus amigos, Andrew Parsons, Presidente do Comitê Paralímpico Internacional; Mizael Conrado, Presidente do Comitê Paralímpico Brasileiro, lembro de Guimarães Rosa, quando dizia que: "O correr da vida embrulha tudo. A vida é assim: esquenta e esfria, aperta e daí afrouxa, sossega e depois desinquieta. O que ela quer da gente é coragem." Aos nossos campeões paratletas, paraolímpicos são esses exemplos inspiradores que nos ensinam e nos dão coragem para enfrentar a vida, seja a competição dentro da quadra, da pista, da piscina, seja na luta do dia a dia.
Quero, mais uma vez, parabenizar a todos que estão participando, direta e indiretamente, desta sessão especial e me colocar sempre à disposição de todos vocês. Eu estou na política há 12 anos e entrei na política, exatamente, com este fim, com este objetivo: ajudar e ser a voz dessas pessoas.
Eu me orgulho muito de ter, na minha família, uma filha que se chama Ivy, uma princesa de 16 anos, que me fez entrar na política. Apesar de eu ter uma situação muito diferenciada de muitos pais - eu consegui dar à minha filha tudo aquilo que ela precisou, precisa e, se Deus quiser, precisará, para que ela tenha sempre as melhores condições de vida -, eu sei exatamente o que é a dificuldade e a necessidade dessas pessoas que não têm essa condição.
Então, mais uma vez, eu quero aqui dizer que eu estou muito feliz, honrado e até emocionado em poder estar participando de uma sessão tão especial para essas pessoas que, realmente, valem a pena e que são campeãs em todos os significados, principalmente, na vida. Um abraço a todos.
A SRA. PRESIDENTE (Leila Barros. PDT/CIDADANIA/REDE/CIDADANIA - DF) - Excelente, Senador Romário. Belas palavras. Você é um incansável nessa questão da bandeira, da luta em defesa da pessoa com deficiência. Nós sabemos muito bem da sua história, que me inspira também, viu, Romário? Você me inspira, porque nós sabemos aqui da sua luta, como a da Mara, nesse trabalho.
Bom, vamos segurar o coração. Vou passar, agora, a palavra para os demais oradores. Eu quero passar, primeiramente, para o Deputado requerente na Câmara dos Deputados, o Senador Julio Cesar Ribeiro.
(Intervenção fora do microfone.)
A SRA. PRESIDENTE (Leila Barros. PDT/CIDADANIA/REDE/CIDADANIA - DF) - O Deputado, desculpa, Julio Cesar Ribeiro.
O SR. ROMÁRIO (Bloco Parlamentar Vanguarda/PL - RJ) - Presidente Leila.
A SRA. PRESIDENTE (Leila Barros. PDT/CIDADANIA/REDE/CIDADANIA - DF) - Pois não, Senador.
O SR. ROMÁRIO (Bloco Parlamentar Vanguarda/PL - RJ) - Eu vou sair da câmera, mas vou participar, diretamente, desta sessão. Qualquer coisa, é só dar um grito.
A SRA. PRESIDENTE (Leila Barros. PDT/CIDADANIA/REDE/CIDADANIA - DF) - Pode deixar. Convoco. Beijo. (Risos.)
O SR. ROMÁRIO (Bloco Parlamentar Vanguarda/PL - RJ) - Isso.
A SRA. PRESIDENTE (Leila Barros. PDT/CIDADANIA/REDE/CIDADANIA - DF) - Então, eu vou passar a palavra, agora, para o Deputado Felipe Carreras, que é o Deputado Federal, pelo Estado de Pernambuco, e Presidente da Comissão de Esportes na Câmara dos Deputados. (Pausa.)
Nós estamos com alguns problemas de conexão, pessoal.
Então, eu vou conceder a palavra ao Sr. Mizael Conrado, que é o Presidente do Comitê Paralímpico Brasileiro.
Seja bem-vindo, Mizael. Parabéns pela campanha dos nossos paratletas e pelo trabalho!
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O SR. MIZAEL CONRADO (Para discursar.) - Obrigado.
Exma. Senadora Leila, que preside esta sessão; Exma. Senadora Mara Gabrilli; Exmo. Senador Romário; Exmos. Deputados Julio Cesar e Felipe Carreras; Andrew Parsons; nossos grandes atletas Jady Malavazzi, Sérgio Oliva, Mariana D'Andréa, Beth Gomes, Claudiney e Carol Santiago.
Senadora Leila, é uma tarde muito especial para todos nós do movimento paraolímpico, uma tarde que nos reserva grandes emoções. Eu quero iniciar minha fala agradecendo.
Todo mundo sabe que o esporte amador, não só no Brasil, mas no mundo, salvo raríssimas exceções, é financiado por recursos de origem pública. No Brasil, isso talvez seja ainda mais acentuado que na maioria dos países, pelo menos daqueles que integram o top dez do mundo. E o Parlamento brasileiro tem uma grande responsabilidade na evolução que o esporte paraolímpico vem tendo ao longo dos últimos anos. Nós saímos da 37ª posição, em Atlanta, em 1996, e passamos, desde 2008, em Pequim, a integrar o seleto grupo das dez potências no esporte, considerando o quadro geral de medalhas dos Jogos Paralímpicos. Isso se repetiu em Londres, em 2012, no Rio de Janeiro, em 2016, e em Tóquio, em 2021.
Em especial, quero cumprimentar e agradecer, em nome das duas Casas, a duas pessoas que foram fundamentais nesse processo e que garantiram condições para que os nossos atletas tivessem condições adequadas de preparação e para que o Comitê Paralímpico Brasileiro pudesse, realmente, criar um projeto e um processo de desenvolvimento esportivo de modo, hoje, a integrar esse seleto grupo das dez principais potências. A primeira é a Mara.
Mara, não sei se você tem ideia, mas você tem uma responsabilidade muito grande em toda essa evolução do Brasil. Em 2015, como Relatora de Plenário, da Lei Brasileira de Inclusão, uma lei que passeava pelas gavetas do Parlamento desde 2003, originariamente apresentada pelo Senador Paulo Paim, quando você inseriu o dispositivo que aumentou os recursos do esporte paraolímpico, você deu condições para que hoje nós pudéssemos manter o Centro Paralímpico Brasileiro, que é um dos principais centros de treinamento do mundo, você deu condições para que pudéssemos criar os projetos hoje em desenvolvimento que atendem a crianças e jovens. No ano que vem, nós teremos 31 centros de referência pelo Brasil, e isso tudo graças à LBI. Não fosse pela LBI, certamente, nós não estaríamos... Obviamente, celebraríamos, porque a resiliência dos nossos atletas é algo indescritível, mas certamente não com essa magnitude. E também ao Senador Romário, que foi o Relator no Senado da LBI. E, quando a LBI chega ao Senado, o Senador Romário disse, em acordo com a Mara, que não permitiria qualquer alteração, sobretudo que pudesse retirar os direitos ali garantidos pela LBI, que, aliás, ressalto, é uma legislação das mais atuais e avançadas de todo o mundo, garantindo vários direitos, trazendo várias inovações para a melhoria da qualidade de vida das pessoas com deficiência.
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Então, eu quero, nas pessoas da Mara e do Romário, agradecer a todo o Parlamento brasileiro, que, ao longo desses anos, desde a promulgação da nossa Constituição de 1988, com o Sistema Nacional do Esporte da Lei Pelé, com a lei da Bolsa-Atleta e com a LBI, contribuiu demais para que a gente pudesse se desenvolver.
Quero agradecer também à Secretaria Especial do Esporte e à Secretaria de Paradesporto, aqui representada pelo seu Secretário, ilustríssimo José Agtônio Guedes. Você sabe, Guedes, que você não fez só parte dessa fase final como Secretário, mas você esteve lá dentro das quatro linhas, e você sabe como a Bolsa-Atleta foi e é relevante para o desenvolvimento dos nossos atletas. A Bolsa-Atleta hoje e a bolsa pódio constituem ferramentas fundamentais para que os nossos atletas tenham condições e tranquilidade para suas atividades esportivas. Então, Guedes, leve nosso abraço para o Secretário Marcelo Magalhães e a você também o nosso muito obrigado.
Senadora Leila, esse ciclo foi muito desafiador, enfrentamos talvez o maior desafio da era moderna. Os nossos atletas se prepararam, desde 2017, num ciclo desafiador, num ciclo difícil, mas chegamos a 2019 com expectativa de uma grande participação nos jogos que aconteceriam em 2020.
Os campeonatos mundiais que antecedem os jogos são o grande termômetro que nós temos para os Jogos Paralímpicos. O Brasil realizou grandes campanhas: no atletismo, em 2019, vice-campeão, com 14 medalhas de ouro, a melhor participação da história; a natação também com uma grande participação, já mostrando que nós teríamos uma quantidade expressiva, aliás, quanto a atletas e medalhistas, esses foram os jogos em que o Brasil contou com maior número deles.
E aí, no mês de março do ano passado, vem a pandemia que assolou o mundo e que trouxe para nós uma completa falta de horizonte, fazendo com que os jogos fossem adiados. Muitos, inclusive eu, não acreditavam sequer na realização dos jogos agora em 2021. Nós reabrimos o CT verdadeiramente apenas em fevereiro de 2021. Os esportes coletivos principalmente, pouquíssimo treino, pouquíssimo tempo de treinamento. Mas nossos atletas, mais uma vez, mostraram do que eles são capazes. Uma resiliência inimaginável. Falta de treinamento, treinando em casa, com equipe multidisciplinar acompanhando a distância e um ciclo extremamente, não só pela pandemia, que já antes da pandemia, nos apresentou grandes desafios. Atletas que sofreram com o processo de classificação. O Daniel Dias, que acaba de encerrar sua carreira, com suas melhores marcas e com resultados bastante diferentes, se esse processo não tivesse sido mudado no meio do ciclo. Enfim, diversos desafios. Mas eles mostraram que são grandes e mostraram que a gente pode acreditar sempre nesses atletas. Então, por fim, eu quero fazer um agradecimento muito especial a todos os que representaram o Brasil, a todos os atletas que se dedicaram, que se entregaram e que superaram todas essas adversidades ao longo desses cinco anos. Vocês fizeram com que as crianças que hoje começaram a integrar os nossos programas e aquelas que ainda vão começar tenham condições de fazer isso com tranquilidade.
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Lá no início do ciclo, em 2017, a gente fez algumas escolhas. Por exemplo, de iniciarmos uma atuação, por todo o Brasil, para formar professores. Hoje já são 30 mil professores capacitados. A nossa meta é de capacitar pelo menos 100 mil até 2025. A criação das escolinhas de esportes, dos centros de formação. Só no Centro Paralímpico, são 700 crianças atendidas. No ano que vem, com os 31 centros de referência, nosso desejo é atender pelo menos 6 mil crianças em todo o Território nacional. O Camping Escolar Paralímpico, o Festival Paralímpico, por meio do qual a gente conseguiu atender 10.226 crianças lá na última edição, em 2019. E, em 2025, espero que a gente possa dobrar esse número. Agora, certamente o resultado é fundamental para o êxito de todos esses projetos. É o resultado que, em última análise, garante o atingimento das metas e naturalmente é a métrica mais imediata que a gente tem para prestar conta para toda a sociedade daquilo que a gente vem fazendo.
Então, em nome daqueles que estão começando, eu quero agradecer a todos vocês atletas aqui presentes, àqueles que por alguma razão, hoje houve uma instabilidade grande aí do WhatsApp, então, imagino que muitos outros estariam aqui, e também àqueles que não estão, o meu muito obrigado. Vocês, além de fazerem a diferença para a nossa sociedade, estão garantindo o futuro de muitas crianças, para que elas não tenham que superar algumas barreiras que vocês tiveram que superar, para que elas tenham uma trajetória um pouco mais facilitada com a estrutura que pode ser oferecida a elas.
Muito obrigado.
A SRA. PRESIDENTE (Leila Barros. PDT/CIDADANIA/REDE/CIDADANIA - DF) - Grata pela participação e pelas palavras, Presidente do Comitê Paralímpico, Mizael Conrado. E, na sua palavra, eu achei muito interessante quando você fala do trabalho do Senador Romário e da Senadora Mara. É claro que o Parlamento faz o seu trabalho, mas a grande virada do Parlamento, além dessas leis, foi a questão também da gestão. Não podemos negar que, tendo um Parlamento comprometido e gestores também fazendo o seu trabalho, no caso, você hoje, que é o atual, e o Andrew Parsons, que foi o anterior, isso aí, realmente, foi, acredito eu, acompanhando, porque eu só estou há três anos aqui no Senado, foi uma grande virada do paradesporto.
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Eu parabenizo a sua gestão pela eficiência, e os resultados estão aí, assim como o seu antecessor, o Andrew Parsons. E todo o trabalho também do Governo Federal, porque a gente não pode esquecer a questão da bolsa, enfim do trabalho também das secretarias que envolvem a gestão da pessoa com deficiência.
Eu passo, agora, a palavra ao Sr. Andrew Parsons, Presidente do Comitê Paralímpico Internacional. Seja bem-vindo, Andrew!
O SR. ANDREW PARSONS (Para discursar.) - Obrigado, Senadora Leila.
Primeiro, quero cumprimentá-la aí pelo recente aniversário, 50 anos, uma data marcante na vida de qualquer...
A SRA. PRESIDENTE (Leila Barros. PDT/CIDADANIA/REDE/CIDADANIA - DF) - Cinquentei!
O SR. ANDREW PARSONS - Cinquentou - cinquentou -, mas, como fez muito esporte pela vida, tem excelente nível de atividade ainda e foi uma das Parlamentares que teve a ideia de fazer essa homenagem hoje, junto com o Senador Romário, a Senadora Mara, o Deputado Júlio Cesar, grandes amigos. Quer dizer, que privilégio que a gente tem hoje de estar numa sessão em que a gente tem amigos por todos os lados, os atletas, os dirigentes e os Parlamentares, e que fazem o trabalho. Eu não vou repetir o que o Presidente Mizael disse, mas, enfim, os Parlamentares aqui presentes nesta sessão têm uma responsabilidade e uma influência enorme nesse resultado que foi conseguido.
É muito estranho, às vezes, para mim, numa sessão no Brasil... Normalmente, eu estou do outro lado. Hoje, como Presidente do Comitê Paralímpico Internacional, eu quero expressar o meu reconhecimento e admiração ao esporte paraolímpico do Brasil, primeiro, por essa relação com o Parlamento. Eu acho que o Comitê Paralímpico Brasileiro entendeu, desde muito cedo, e isso antecede a minha gestão, inclusive, gestões anteriores, a necessidade de você ter um diálogo permanente com o Parlamento e como isso seria benéfico. Concordando com o que disse o Presidente Mizael, eu acho que o movimento paraolímpico brasileiro deve muito ao Parlamento e é sempre importante reconhecer isso através das gerações. Queria reconhecer o trabalho do Comitê Paralímpico Brasileiro.
Gostei muito, Senadora Leila, do seu comentário à fala do Presidente Mizael quanto à questão da gestão. A gente vê o esporte brasileiro hoje, num momento positivo, mas a gente viu, ao longo dos últimos tempos, alguns exemplos muito negativos e como algumas entidades acabaram se destacando exatamente por terem uma gestão positiva. Não foi só o Comitê Paralímpico Brasileiro, mas, ao longo dos anos, o Comitê Paralímpico Brasileiro eu acho que foi um dos principais expoentes de uma gestão esportiva eficiente no Brasil e, mais do que isso, focado nos atletas, focado nas necessidades dos atletas, no que era possível fazer para que os atletas pudessem render mais, render melhor, terem mais tranquilidade para treinarem, em como criar um caminho, que vai desde o iniciozinho ali da identificação do talento no esporte na escola até a aposentadoria do atleta.
Então, eu acho que o CPB faz um bom trabalho já há bastante tempo, mas eu quero ressaltar e reconhecer a atual gestão. Eu acho que o Presidente Mizael e o time dele fazem uma gestão brilhante à frente do CPB. Ampliaram a área de atuação do CPB não só para o esporte de alto rendimento, e a gente tem resultados incríveis, como a melhor campanha da história agora nos Jogos de Tóquio. Como brasileiro, para mim é um orgulho dizer isso. É um orgulho presidir o Comitê Paralímpico Internacional e saber que o Brasil está muito bem representado ali, ganhando muitas medalhas, sendo um dos protagonistas dos jogos. O Brasil não vai mais ali participar; o Brasil é protagonista dos Jogos Paralímpicos - nas diversas modalidades, na organização da sua delegação.
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Mas, além disso, há toda essa questão que envolve a inclusão das pessoas com deficiência. E isso é uma coincidência muito feliz, porque no Comitê Paralímpico Internacional é dessa forma que a gente enxerga, Senadora Leila. Os Jogos Paralímpicos, claro são, acima de tudo, uma competição de elite para os atletas mais bem preparados do mundo, mas é uma plataforma também, uma plataforma para inclusão, uma plataforma para mudar a percepção de pessoas com e sem deficiência ao redor do mundo, é uma plataforma que é para mudar a realidade das pessoas com deficiência, desse 1,2 bilhão de pessoas com deficiência que existe no mundo.
Se a gente pensar: qual é o único exemplo global em que as pessoas com deficiência são os atores principais? E a gente pode falar de esporte, de arte, de economia, de política, de cultura. Só existe um exemplo: são os Jogos Paralímpicos. Esse é o evento na humanidade em que as pessoas com deficiência são os atores principais, e lhes é dada a oportunidade de mudar a forma como são enxergados pela sociedade ao redor do mundo. É um evento que atinge mais de 4 bilhões de pessoas através da televisão, da internet e das mídias sociais, hoje em dia. Então, é um veículo, é uma plataforma. E é assim que ele tem que ser visto também: como a gente pode mudar o mundo, fazer o mundo mais inclusivo a partir dos Jogos Paraolímpicos.
Então, essa é uma das missões do Comitê Paralímpico Internacional, e eu fico muito feliz quando a gente vê essa sintonia com o Comitê Paralímpico Brasileiro, que, na gestão do Mizael, ampliou essa atuação. Quando se fala de capacitação de profissionais de Educação Física, quando se fala de projetos, escolinhas - ele está ampliando o Projeto Atleta Cidadão -, o que uma entidade esportiva deveria fazer, mas uma entidade esportiva paraolímpica deve fazer isso. Então, quero reconhecer o trabalho brilhante feito pelo CPB nesses últimos quatro anos, que levou a esta campanha histórica, a melhor de todos os tempos.
E é claro que eu tenho que reconhecer os atletas paraolímpicos do Brasil que estão aqui na sessão. Está a Jady, está o Nathan, está o Sérgio, a Mariana, o Claudiney, a Carol. E é tão bacana ver, Senadora Leila, os diferentes momentos. A gente vê ali o Serginho do hipismo - eu o conheço há 20 anos -, ele tem só essa carinha de garoto, mas está quase "cinquentando" também, falta pouco. A Jady também, aqui de Brasília, também conheço, e ela vem, pouco a pouco, conquistando mais e melhores resultados internacionais, tem uma carreira já grande consolidada. A Mariana já vinha anteriormente com bons resultados, mas explodiu nesses últimos quatro anos, a ponto de ganhar uma primeira medalha de ouro do Brasil no alterofilismo. O Nathan... A Carol Santiago, que é um atleta que, enfim, acho que ela nem existia no paradesporto ainda quando eu era Presidente do CPB. Ou seja, há uma mistura nessa campanha brasileira de uma gestão extremamente eficiente, atletas de várias, eu vou chamar de gerações, apesar que a diferença de idade não é muito grande, mas de vários momentos do esporte paraolímpico do Brasil.
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E chega a esse sétimo lugar com esse número absoluto de medalhas de ouro que é o maior número da história, com o maior número também em medalhas e com um número que eu não sabia e que o Presidente Mizael nos atualizou: o maior número de medalhistas, de pessoas, de atletas com deficiência que ganharam medalhas.
Eu fico extremamente feliz de ver que o Brasil paraolímpico funciona, funciona bem, dá orgulho, conta com o apoio do Parlamento, conta com o apoio da Câmara e do Senado, e faz uma gestão eficiente.
E eu, do ponto de vista do Comitê Paralímpico Internacional, Senadora Leila, posso dizer que foi muito difícil colocar essas Paralimpíadas de pé. Quando os jogos foram adiados, realmente não havia uma fórmula, não havia uma receita de bolo ou uma experiência anterior. Os jogos nunca tinham sido adiados na história; eles já tinham sido cancelados, como na época da Segunda Grande Guerra, mas nunca haviam sido adiados. E é muito difícil adiar. Não é só fazer o que você ia fazer este ano daqui a 365 dias. São milhares de contratos para serem renegociados, são milhares de operações que têm de ser revistas, com muito mais dinheiro envolvido. Só para a gente ter uma ideia, apenas os recursos para as medidas de enfrentamento direto à covid nos jogos somaram US$800 milhões ao Governo japonês, ao comitê organizador e ao Comitê Olímpico Internacional. Então, foi muito difícil.
Agora, se foi difícil para nós, eu fico sempre calculando o que não foi difícil para os atletas: 18 meses treinando sem ter a certeza dos jogos. A gente ouvia rumores - claro que, estando por dentro, a gente tem as informações - até semanas antes dos jogos, até mesmo depois dos Jogos Olímpicos, rumores de que os Jogos Paralímpicos poderiam ser cancelados a qualquer momento. A gente sempre tentava tranquilizar os atletas, mas é difícil chegar a todos os atletas do mundo. Então, um reconhecimento enorme a esses atletas que treinaram, que usaram criatividade, que não desistiram em nenhum momento e que mostraram que, como já falei antes, o Brasil paraolímpico é um Brasil vitorioso.
Queria eu, Senadora Leila, para finalizar, expressar só o meu desejo. Nós temos 185 comitês paralímpicos nacionais filiados aos Comitê Paralímpico Internacional. Eu queria ter 185 brasis, mas, enquanto isso não acontece, a gente vai lutando para que os outros 184 países tenham o mesmo cenário de atletas talentosos, resilientes, vencedores, um Parlamento atuante e forte que apoia e um comitê paralímpico nacional que, como o CPB, faça um trabalho brilhante, colocando sempre, sempre, sempre os atletas à frente de qualquer coisa.
Parabéns ao Brasil! Parabéns ao CPB! Parabéns a cada um desses atletas que ganharam medalhas, que fizeram parte da delegação e àqueles que se inspiraram, nas suas casas, assistindo pela televisão, e que certamente vão fazer uma campanha ainda mais brilhante em Paris em 2024.
Um grande abraço.
E obrigado pela oportunidade.
A SRA. PRESIDENTE (Leila Barros. PDT/CIDADANIA/REDE/CIDADANIA - DF) - Andrew, eu não canso de elogiar o seu trabalho, pensando no desafio realmente de manter as Paralimpíadas em Tóquio. O trabalho da sua gestão à frente do Comitê Paralímpico Internacional realmente merece o nosso aplauso e o nosso orgulho: um Presidente brasileiro comandando uma instituição internacional de tamanha relevância como é o Comitê Paralímpico Internacional. Parabéns! E os meus parabéns, não são só como cidadã, mas em nome também do Senado Federal, tanto a você como ao Mizael. Enfim, vocês realmente fazem a diferença. O paradesporto está aí por causa disso. E vamos trabalhar juntos! Vamos continuar, já lhe desejando sucesso nesse trabalho aí de romper barreiras e paradigmas com relação às gestões dos outros comitês dos outros países. Parabéns, amigo!
Vou passar a palavra agora para o Sr. José Agtônio Guedes, que é o Secretário Nacional de Paradesporto da Secretaria Especial do Esporte do Ministério da Cidadania e treinador da equipe de vôlei feminino sentado.
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Seja bem-vindo, Guedes! E parabéns pelo trabalho desenvolvido aí pelo Ministério da Cidadania e também pelo vôlei sentado, o nosso vôlei sentado brasileiro!
O SR. JOSÉ AGTÔNIO GUEDES DANTAS (Para discursar.) - Boa tarde a todos e a todas!
Senadora Leila, Presidente desta sessão especial, é um prazer estar falando com vocês aqui, nossos amigos, Andrew Parsons, Presidente do IPC; Mizael Conrado, Presidente do CPB; os Deputados Julio Cesar e Felipe Carreras.
Eu gostaria de cumprimentar todos os atletas presentes na sessão e aqueles que estão nos acompanhando em casa nas pessoas da Jady, da Mariana e da Carol Santiago, as mulheres da delegação brasileira que conquistaram aí uma chuva de medalhas para o Brasil. Estou muito contente com essa participação.
Primeiramente, é agradecer o convite, mais uma vez, Senadora Leila e demais proponentes desta sessão. Estar aqui falando em nome da Secretaria Especial do Esporte, da recém-criada Secretaria Nacional de Paradesporto é falar em nome do nosso Secretário Marcelo Magalhães, do adjunto André e do nosso Ministro João Roma.
A participação do Governo brasileiro foi fundamental no desempenho dos atletas brasileiros nesta edição dos Jogos Paralímpicos. E aqui nós poderíamos destacar, Senadora Leila, alguns pontos importantes.
Por exemplo, após a Rio 2016, foram investidos aproximadamente 70 milhões diretamente através do Bolsa-Atleta - 75 milhões. Esse valor é bastante significativo, principalmente quando a gente olha para o topo da pirâmide, em que os nossos atletas conquistaram 68 das 72 medalhas. Esse é um número que impacta positivamente no desenvolvimento e na performance dos atletas de alto nível. Enquanto treinador de uma seleção nacional nestes últimos oito anos, eu pude perceber o quanto esse programa é importante na manutenção desses atletas, principalmente os atletas que ainda não conseguiram uma trajetória de serem atletas profissionais e conseguirem se manter exclusivamente enquanto atletas paraolímpicos. Então, o Bolsa-Atleta tem tido uma participação significativa na manutenção, para que esses atletas se mantenham em alto nível e mantenham o Brasil no top 10 do mundo no quadro geral de medalhas.
E o Bolsa-Atleta vai muito além. Eu gostaria de relembrar aqui a categoria bolsa estudantil. Então, lá no início dos anos 2000, quando nós já tínhamos atletas que eram promessas, o Bolsa-Atleta já estava lá e hoje continua apoiando os jovens atletas que participam das Paralimpíadas Escolares, acreditando que o futuro do Brasil, que os futuros medalhistas merecem todo apoio e toda a atenção por parte do Governo Federal.
A Bolsa-Atleta é apenas uma das pontas desses três pilares que sustentam o patrocínio do paradesporto brasileiro. Nós temos a Lei de Incentivo ao Esporte, que é importante fonte de financiamento. Contamos com o apoio sempre da iniciativa privada para que, através de uma renúncia fiscal, apoie projetos esportivos e projetos paradesportivos bem-sucedidos em todo o Brasil. E há o patrocínio, claro, da Caixa Econômica Federal, que é bastante significativo para a manutenção do Comitê Paralímpico Brasileiro e para o patrocínio direto a diversas confederações nacionais, para que possam manter os seus atletas em altíssimo rendimento durante o ciclo olímpico.
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Esses investimentos são importantes, mas só isso não vai nos manter, Senadora Leila, no topo. Nós precisamos criar estratégias para descentralizar as ações, para que os Municípios e os Estados também possam ter a sua parcela de contribuição na formação dos jovens atletas. E o maior exemplo que nós poderemos dar, que esta gestão poderia dar, inclusive, foi a criação, dentro da estrutura da Secretaria Especial do Esporte, da Secretaria Nacional de Paradesporto. A criação dessa secretaria demonstra o quanto o Governo está sensível à causa da pessoa com deficiência, especificamente ao paradesporto e não apenas ao movimento paraolímpico. Nós devemos entender que a Secretaria Nacional foi criada há pouco mais de um ano e nós temos como missão transferir isso - e o Parlamento brasileiro tem a importante missão de dialogar com os seus entes, tanto Estados quanto Municípios - para estimular, além da criação de estruturas esportivas, um departamento, uma direção ou uma superintendência que seja responsável pelo paradesporto no seu Município. Esse talvez seja o maior legado que um gestor público possa deixar neste ciclo que nós estamos encerrando do ponto de vista olímpico, mas ainda no meio do ciclo da gestão administrativa, ainda no primeiro ano das gestões municipais, já encerrando o terceiro ano da gestão estadual. Então, é importante que os Estados e os Municípios também comprem para si essa responsabilidade.
Nós temos hoje uma grande visibilidade dos atletas paraolímpicos, e eu costumo dizer, atletas que estão presentes no Congresso Nacional e que nos acompanhando em casa, que o esporte paraolímpico é uma grande locomotiva. E essa locomotiva está a todo vapor, Senadora Leila, mas ela vem puxando a reboque todo o movimento paradesportivo brasileiro, vem puxando uma série de pessoas com deficiência que não tiveram a mesma oportunidade que estes atletas que estão aí hoje tiveram. Então, hoje, é muito importante que eles estejam aqui, que tenham voz, que sejam pessoas empoderadas, que tenham espaço dentro do Senado Federal, numa sessão solene em homenagem a esse grupo, mas não devemos esquecer aqueles que não tiveram a mesma oportunidade. E eu poderia citar aqui como exemplo os atletas com deficiência intelectual, os atletas com transtorno do espectro autista e a comunidade surda, que não fazem parte do movimento paraolímpico. A deficiência intelectual está em três modalidades, mas é, proporcionalmente, no Brasil, o maior quantitativo com pessoas com deficiência, com ainda uma inserção muito pequena no paralimpismo. Então, é necessário que se estimulem o movimento paraolímpico e essa visibilidade que a gente ganha a cada quatro anos para que outras estratégias de polícias públicas sejam criadas para atender aos demais grupos, porque, hoje, nós não podemos pensar apenas num atleta de alto rendimento, nós precisamos pensar na inclusão da pessoa com deficiência. E o esporte é uma excelente estratégia. Para isso, a gente precisa da visibilidade e da sensibilidade dos gestores públicos.
Atos como este de hoje no Congresso Nacional demonstram uma sensibilidade do nosso Congresso Nacional, uma sensibilidade que já vem sendo demonstrada ao longo destes últimos anos, como muito bem relatou Mizael e como muito bem relatou o nosso Presidente do Comitê Paralímpico Internacional, Andrew Parsons, mas é preciso ir muito além. Nós precisamos que todos os gestores, todos os legisladores sejam muito mais sensíveis à nossa causa, porque a política da pessoa com deficiência, a política de inclusão, permeia outras esferas que não apenas a esfera esportiva.
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A pessoa com deficiência necessita também do acesso à educação, necessita do acesso à saúde, necessita do acesso à mobilidade urbana, ao transporte público, para que possa ser um atleta de verdade. O atleta não está desconectado dessas ações. Ele precisa muito de toda essa estrutura funcionando de forma plena para que ele possa de fato se tornar um atleta de alto nível.
Pensando nisso, o Governo Federal, através da Secretaria Nacional de Paradesporto, está desenvolvendo algumas estratégias para que possamos otimizar e possibilitar que as pessoas com deficiência em diferentes Municípios possam ter acesso a essa prática.
Alguns dados iniciais da Inteligência Esportiva, contratada pela própria Secretaria Especial do Esporte, Senadora Leila, demonstra que aproximadamente 75% dos Municípios brasileiros não têm na sua estrutura esportiva nenhum projeto de atendimento à política esportiva para pessoas com deficiência, ao paradesporto, ao paralimpismo, ou seja, se com apenas 25% dos Municípios - da pesquisa que ainda está incompleta - fazendo alguma coisa, nós somos top 10 do mundo, imaginem se nós tivéssemos 50% dos Municípios fazendo a sua parte?! Hoje nós estaríamos comemorando, com certeza, o top 4, o top 3 do mundo. Então, nós precisamos transferir essas responsabilidades, sensibilizar o gestor público, através de cursos de capacitação, para que eles possam estimular, dentro da sua estrutura, a criação de projetos para as pessoas com deficiência.
Hoje nós precisamos trabalhar com o conceito de equidade de oportunidades. E a pessoa com deficiência necessita apenas de oportunidade. Não é de dó, não é de tapinha nas costas, a gente precisa é de oportunidade, é criar oportunidade para esse segmento que historicamente foi excluído. Há uma frase, que, particularmente, eu gosto muito de usar, que fala que inclusão não é ir para o baile, inclusão é ser tirado para dançar. E nós, enquanto gestores públicos, e a Secretaria Especial do Esporte tem feito isso, temos tirado a pessoa com deficiência para dançar, quando a gente a torna protagonista do processo, possibilitando que ela seja uma pessoa que tenha voz e tenha vez através das oportunidades criadas por essa secretaria.
Temos muito que evoluir ainda e melhorar aquilo que já está colocado, como, por exemplo, os nossos programas de Bolsa-Atleta, de bolsa pódio. Temos que destinar uma quantidade maior de recursos para a base do paradesporto, precisamos pensar nisso. Hoje, boa parte do recurso é canalizado para o topo da pirâmide. Precisamos pensar essas estratégias, inclusive através de todas as ações que destinam recursos ao paradesporto, como, por exemplo, as emendas parlamentares. Então, nós precisamos ter um olhar diferenciado para toda forma de destinação de recursos a partir de agora. Não podemos mais pensar apenas em 2024.
Acredito que do time de 2024 o Mizael junto com a equipe técnica do Comitê Paralímpico tem cuidado muito bem. Nós precisamos pensar em 2028, em 2032, porque, se nós temos hoje das 72 medalhas 68 sendo de Bolsa-Atleta, nós precisamos chegar a 100%. Então, precisamos ser mais assertivos na distribuição dos nossos recursos. E é aí que o Governo Federal tem que trabalhar de forma séria e de forma precisa. Não dá para criar novas fontes, não dá para minimizar, mas nós precisamos ser mais assertivos para que o conceito de equidade no esporte seja trabalhado melhor no nosso Brasil.
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Fica aqui o meu agradecimento a todos os Parlamentares neste momento de bastante visibilidade e o meu pedido, Senadora Leila e demais Parlamentares, de que isso não fique apenas de quatro em quatro anos. Que nós possamos ter diferentes espaços para que possamos dar visibilidade e voz ao segmento da pessoa com deficiência, em especial a essa locomotiva que muito nos orgulha que é a locomotiva do esporte do movimento paraolímpico no Brasil.
Muito obrigado.
A SRA. PRESIDENTE (Leila Barros. PDT/CIDADANIA/REDE/CIDADANIA - DF) - Excelente, Professor Guedes. Inclusive, com relação a essa questão da equidade e oportunidade, pode contar aqui com a Casa. Acho que o senhor hoje, como Secretário Nacional do Paradesporto e como técnico também, sabe melhor do que ninguém, como poucos, a realidade dos nossos atletas, inclusive da base. Nós estaremos aqui sempre à disposição. A luta é esta: que não fique só no discurso. Vamos trabalhar juntos. Estamos à disposição.
Quero aproveitar e mandar um abraço para o nosso Secretário Especial, Marcelo Magalhães, assim como para o Ministro da Cidadania, o Deputado João Roma.
Obrigada pela sua participação.
Vou passar a palavra agora para o Deputado Julio Cesar Ribeiro, que foi o requerente da Câmara dos Deputados, e mandar um abraço para ele, que é um defensor do esporte nacional, do paradesporto também. Seja bem-vindo, Julio.
O SR. JULIO CESAR RIBEIRO (Para discursar.) - Obrigado, Senadora Leila. Uma boa tarde para a senhora, boa tarde a todos que estão participando desta sessão solene em homenagem aos nossos atletas paraolímpicos. Para mim é uma honra poder estar participando desta sessão juntamente com a senhora, que é uma defensora nata do esporte no Brasil.
Quero cumprimentar a todos os que estou vendo aqui: a Jady, nossa atleta; cumprimento também o Sérgio; o Agtônio, que falou muito bem agora, eu acompanhei; e, na pessoa dele, quero agradecer ao Marcelo Magalhães por tudo que ele vem fazendo na Secretaria Nacional de Esporte; meu amigo Andrew Parsons, que está aí também; meu amigo Mizael; enfim, todos os que se fazem presentes e, em nome da Comissão do Esporte, através do nosso Presidente Felipe Carreras, nós estamos aqui participando.
Como a senhora está vendo, estou aqui num carro, estou retornando de Cristalina. Estava num evento, mas não poderia deixar de entrar aqui e parabenizar a todos aqueles atores, aqueles esportistas que realmente nos representaram de forma brilhante nessa Paralimpíada de 2020, que foi realizada agora em 2021, com todos os obstáculos e problemas que nós tivemos. Mas o nosso País estava lá muito bem representado. A minha participação hoje é só para agradecer a todos esses atletas, à comissão técnica, às confederações que brilhantemente têm carregado... A prova disso é o nosso querido Mizael, um trabalho belíssimo...
Queremos nos colocar à disposição na Câmara dos Deputados, sempre com essa pauta que é importantíssima para o nosso País. Nós que vivemos o esporte sabemos o quanto é necessário... Sabemos que, em meio às crises, aos problemas, sempre quem é atingido é o esporte. Mas, no Governo Bolsonaro, foi provado que é diferente. Em meio a todas essas dificuldades, o nosso Governo realmente continuou incentivando, dando os recursos para que os nossos atletas pudessem estar disputando e trazendo medalhas belíssimas para o nosso País.
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Essa é a minha participação.
Muito obrigado, Senadora, e, mais uma vez, parabéns a todos os atletas, àqueles que realmente têm feito a diferença no nosso País!
Que Deus abençoe a todos.
A SRA. PRESIDENTE (Leila Barros. PDT/CIDADANIA/REDE/CIDADANIA - DF) - Nós é que agradecemos pela sua participação, Deputado Julio Cesar - incansável, incansável! Está em Cristalina, gente! Ele realmente é um Deputado muito ativo no segmento esportivo. Eu quero parabenizá-lo pela iniciativa junto à Câmara dos Deputados. E, como sempre, somos parceiros! Parabéns, Deputado!
Vou passar a palavra agora para a nossa paraclitista, a Jady Malavazzi.
Seja bem-vinda, Jady! É um prazer ter você aqui no bunker do Senado Federal.
A SRA. JADY MALAVAZZI (Para discursar.) - Obrigada.
Boa tarde a todos, boa tarde, Senadores, Deputados, dirigentes, atletas.
É um momento muito importante mesmo, de homenagem aos atletas e de incentivo também, de reconhecimento por todo o trabalho, por todo o esforço. E, coincidentemente, aqui nesta sessão, tenho a Leila e a Senadora Mara Gabrilli: acho que as duas foram importantes na minha carreira, em momentos diferentes.
A Mara, lá no início, como ela mesmo citou, lá no início mesmo, no meu primeiro ano de paraciclismo, através do Instituto Mara Gabrilli, me apoiou, foi a primeira apoiadora.
E, depois de alguns anos de paraciclismo, me mudei para Brasília e me encontrei com a Leila na Secretaria de Esportes do DF, que também participou de grandes conquistas da minha carreira. Eu falo que foi a consolidação e a minha profissionalização no esporte quando eu me mudei para Brasília e comecei a receber a Bolsa-Atleta. Foi um marco muito grande na minha vida quando eu comecei a receber a Bolsa-Atleta, quando realmente eu pude focar na minha carreira.
Então, agradeço por todo apoio.
Essa foi a minha segunda participação nos Jogos Paralímpicos. Com certeza, essa preparação foi desafiadora para todos, para os dirigentes e para os atletas também.
E não podemos deixar de falar das conquistas de todos os atletas, recordes e da história que foi feita. Não posso deixar de falar da maior medalhista do Brasil, que foi uma mulher. Eu aqui, como mulher, não posso deixar de me lembrar disso, não é? A Carol Santiago, nadadora. É muito, muito legal mostrar a força do esporte feminino, como isso tem crescido. Que, cada vez mais, as mulheres tenham espaço no esporte.
Com certeza, eu não fui medalhista. Com certeza, queria estar... Mas há muitas coisas na vida sobre as quais a gente não tem controle. Eu dei o meu melhor como muitos outros atletas que não conseguiram a medalha, mas que fizeram o melhor que tinham para fazer e que nos orgulham muito pelo resultado conquistado.
Muito obrigada a todos.
Já pensando no planejamento de 2024, espero continuar contando com o apoio do Parlamento e das ações do Governo.
Obrigada e boa tarde a todos.
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A SRA. PRESIDENTE (Leila Barros. PDT/CIDADANIA/REDE/CIDADANIA - DF) - Nós é que agradecemos a sua luta, Jady, quem conhece bem toda a sua luta, não só saindo de São Paulo, vindo para Brasília... Acho que a palavra que mais foi usada na tarde de hoje foi a questão da resiliência, da persistência, e a gente sabe que isso é uma característica de todos os atletas, enfim, paratletas, é justamente essa entrega. E nós sabemos muito bem, com relação ao resultado, as dificuldades que você enfrentou antes das Paralimpíadas de Tóquio, as questões de saúde, e, graças a Deus, você está aqui firme e forte e já se preparando para Paris, se Deus quiser, com todo o apoio do CPB, do Governo Federal, enfim, de todas as instituições. E conte sempre conosco aqui no Senado.
Quero passar a palavra agora para o nosso querido atleta, técnico judiciário e atleta do hipismo, Sérgio Oliva.
Sérgio, é um prazer enorme tê-lo aqui conosco no bunker também. Seja bem-vindo!
O SR. SÉRGIO OLIVA (Para discursar.) - Muito obrigado, Senadora Leila Barros.
Cumprimentos a você, ao Senador Romário, à Mara Gabrilli, à Jady, que está aqui comigo, como atleta, ao Julio Cesar, ao Andrew Parsons, que é o nosso grande amigo e companheiro de guerra no hipismo, a todas as pessoas que nos permitem dar a nossa palavra como atleta; quero agradecer a todo mundo neste momento.
Primeiramente, eu poder estar aqui no Senado Federal, na sessão virtual...
Ao Mizael Conrado também os parabéns por toda a companha no Brasil!
É um privilégio poder ser representante dos atletas, estar aqui no Senado Federal e poder dar um depoimento, porque foi emocionante. Esses Jogos Paralímpicos foram diferentes para todo mundo, mas para mim, que mexo com cavalo, com hipismo, foi muito desafiador. O Andrew Parsons sabe disso. Ele também gosta muito de mim. Ele conhece a minha história.
E tenho que agradecer o Bolsa-Atleta porque ele é um dos maiores programas que, de fato, mudaram a minha vida. Eu posso dizer que a questão é atípica, porque estou desde 2005 no programa Bolsa-Atleta, desde o primeiro ano de criação desse programa, e nunca saí desse programa porque fui muito persistente e resiliente de fato. Todas as ações e políticas públicas de Estado, como a Lei de Inclusão, a Lei de Incentivo ao Esporte e o Bolsa-Atleta, são essenciais para o esporte nacional. Têm que ser feitos alguns ajustes nas leis porque elas são muito complexas para quem quer ajudar. É muito complexo para as empresas, sempre tenho dito isso. Eu sou advogado, servidor público do Tribunal de Justiça e tenho conhecimento de causa.
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Tenho só que agradecer a todo mundo. De fato, a criação de um fundo específico em paralelo à Lei de Incentivo, ao Bolsa-Atleta e a outras iniciativas que o Congresso Nacional e o Senado queiram fazer é muito importante.
Eu acho que o Comitê Paralímpico Brasileiro está de parabéns em poder ter feito a maior campanha da história! Eu vi que é uma questão em que o esporte paraolímpico está de parabéns, todos os atletas.
Agora, a gente está no Outubro Rosa, então, eu tenho que dar os parabéns para as mulheres, para vocês todas que estão em casa e nesta sessão. Todo mundo está de parabéns, o Brasil inteiro!
Eu agradeço à Senadora Leila e a todos aqui presentes. Podem contar comigo como um incentivador do esporte. Eu amo o que eu faço, amo o hipismo, amo o meu Brasil. Fui medalhista em 2016 e, desta vez, fiquei em 10º. Em função de toda a minha trajetória, tive que treinar só 40 dias para os Jogos Paralímpicos do Japão e não consegui reaver o meu cavalo, que está na França. Então, todos os atletas estão de parabéns, independentemente do resultado!
Eu espero que o Brasil continue no topo da pirâmide, como atleta, como cidadão, e eu acredito que nós fizemos a nossa parte. Todos nós conseguimos seguir em frente. Como se diz, eu ouvi muito "Paris é logo ali". (Risos.)
Então, uma sugestão que eu faço para o Congresso Nacional é criar uma bolsa voltada para os técnicos. Uma coisa de que eles reclamam, muitos técnicos reclamam, é por que a Bolsa-Atleta vem para o atleta, porém, quem treina a base, honra o atendimento é pouco respeitado. É neste sentido de haver, talvez, um fundo ou uma bolsa paralela que o Congresso deveria discutir.
Primeiro, quero agradecer a todos vocês. Muito obrigado pela iniciativa, pelo convite. Fico de portas abertas para participar de outros eventos.
A todos, Leila Barros, Jady, parabéns pelo Outubro Rosa! A todos os nossos amigos presentes, Andrew Parsons, Mizael Conrado, Senador Romário, Mara Gabrilli, fiquem com Deus e até a próxima.
Abraço.
A SRA. PRESIDENTE (Leila Barros. PDT/CIDADANIA/REDE/CIDADANIA - DF) - Sérgio, nós é que agradecemos o privilégio de termos você aqui conosco no bunker, tanto você quanto Jady.
Bom, eu não comentei, mas, por trás de todo grande paratleta, além dos técnicos, das comissões, dos dirigentes, existe a família. Nós temos aqui a presença da mãe do Sérgio, que é a D. Maria José Rodrigues Froes, e, na pessoa da D. Maria José, nós cumprimentamos todos os familiares desses nossos heróis, que, certamente, compartilham aquele dia a dia maçante, de dores, de muito treinamento. Muitas vezes, há ausência, perdem aniversário, perdem casamento, enfim, e a família sempre do lado. Então, na pessoa da D. Maria José, eu cumprimento e agradeço em nome do Senado Federal e do País a todas as famílias dos nossos paratletas.
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Gente, olha que honra que nós temos! Quem veio prestigiar agora a nossa sessão em homenagem aos paratletas é o Senador Nelsinho Trad, Senador pelo Mato Grosso do Sul.
Vou passar aqui a palavra para ele.
Obrigada, Senador.
O SR. NELSINHO TRAD (PSD - MS. Para discursar.) - Leila, eu não poderia deixar de aqui comparecer. Mesmo com esse problema na comunicação que está havendo hoje no Brasil - e eu ouvi dizer que é no mundo todo -, eu resolvi sair do local onde eu estava para poder, aqui, presencialmente, dar um testemunho a todos que estão acompanhando esta sua sessão.
Feliz é a categoria que tem você como representante. Você é uma pessoa que dá sua alma à causa em que você acredita. Eu fico realmente muito feliz de ter o privilégio de ser seu colega no Senado. E digo aqui para todos que estão acompanhando a gente que vocês têm aqui uma defensora que, em todos os momentos, sempre coloca a causa de vocês à frente de qualquer questão.
E eu também não poderia deixar de citar a Senadora Mara Gabrilli e o Senador Romário, que também sempre defendem essa causa.
Eu quero dar outro testemunho, porque eu tenho um colega, que é colega de vocês, que é da minha cidade, que é o Yeltsin Jacques. Ele é de Campo Grande, Mato Grosso do Sul, recordista mundial dos 5 mil metros e também ganhou os 1,5 mil metros, duas medalhas de ouro. Quis o destino que ele conquistasse a centésima medalha de ouro do Brasil. Eu vi esse menino nascer. Eu sou médico e atendia no ambulatório. O pai dele veio relatar para mim o problema com que ele nasceu. A gente ajudou a encaminhá-lo para um centro especializado para poder ver realmente a situação, mas ele se superou. Cansei de vê-lo correndo pelas ruas de Campo Grande. O pai dele era o guia. E eu queria homenagear os guias também, porque são pessoas que também se doam. Lá nós temos o Bira e o Gilmar, que são lá do Mato Grosso do Sul.
Eu estou muito feliz de poder dar este testemunho aqui para vocês.
Pode contar sempre comigo na defesa da causa que você faz, porque é uma causa justa, é uma causa que nos enche de orgulho, e eu não poderia deixar de passar por aqui. Graças a Deus, cheguei a tempo.
E quero dizer a vocês que vocês são orgulho para nós. Vale a pena a gente sentir esse gosto de ser brasileiro olhando para vocês. Parabéns a vocês!
A SRA. PRESIDENTE (Leila Barros. PDT/CIDADANIA/REDE/CIDADANIA - DF) - Obrigada, Senador.
O Senador Nelsinho faz um excelente trabalho aqui, no Senado, e, sempre que precisamos, convocamos o Senador Nelsinho, que está sempre nos ajudando com as questões do paradesporto e do esporte nacional.
Obrigada, Senador.
Eu vou passar a palavra agora para a nossa medalhista de três ouros da natação, uma prata e um bronze, Maria Carolina Santiago.
Seja bem-vinda, Carol! Parabéns! Parabéns pelo resultado!
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A SRA. MARIA CAROLINA SANTIAGO (Para discursar.) - Muito obrigada. Muito obrigada, Senadora Leila, Senadores presentes, Deputados; Presidente do Comitê Paralímpico Internacional; Sr. Mizael, Presidente do Comitê Paralímpico Brasileiro; atletas aqui presentes, medalhistas, representando todos os atletas paralímpicos que estiveram em Tóquio.
Primeiramente, eu gostaria muito de agradecer esta homenagem belíssima que está acontecendo agora, agradecer essas palavras lindas que a gente tem ouvido aqui. Quero dizer o quanto foi maravilhoso poder representar o Brasil em Tóquio.
Quero agradecer também as palavras da Jady, dizer que realmente foi um privilégio para mim ser a atleta mulher maior medalhista da seleção brasileira.
Todo esse reconhecimento não é apenas dos nossos resultados lá mas de todo um trabalho realizado por toda a comissão técnica, todos os dirigentes que estiveram envolvidos nesse processo até agora, até que a gente pudesse representar tão bem o Brasil lá em Tóquio.
Eu não posso deixar também de agradecer porque tudo isso veio muito do que o Comitê Paralímpico Brasileiro fez por mim, acreditando desde o início nesse possível resultado. Desde o início, eu estou sendo acompanhada pelo Comitê Paralímpico Brasileiro, inclusive treino no Centro de Treinamento Paralímpico Brasileiro. Fica meu grande agradecimento ao Sr. Mizael.
Também não posso deixar de agradecer todo o investimento feito nos atletas. Agradeço às duas Casas, porque todo esse investimento permite que a gente possa treinar com exclusividade, voltado unicamente para os nossos resultados, e por isso os resultados vêm como vieram. Fica aqui o meu agradecimento.
A SRA. PRESIDENTE (Leila Barros. PDT/CIDADANIA/REDE/CIDADANIA - DF) - Que sorriso lindo você tem, Maria! Parabéns pelo resultado. Representou não só os atletas, mas todas as mulheres. Fez um trabalho belíssimo. Linda a sua explanação porque você falou justamente do seu sentimento hoje, que é de gratidão. Isso é muito legal, ver um campeão com essa simplicidade, com essa humildade, reconhecendo que não foi só um trabalho da Ana da Comissão, mas de toda uma infraestrutura que lhe foi oferecida, à qual você correspondeu com excelência.
Parabéns e boa sorte em Paris, minha amiga.
A SRA. MARIA CAROLINA SANTIAGO - Muito obrigada.
A SRA. PRESIDENTE (Leila Barros. PDT/CIDADANIA/REDE/CIDADANIA - DF) - Vou passar a palavra agora para o Nathan Torquato, que é o medalhista de ouro do parataekwondo.
Parabéns, Nathan, e seja bem-vindo!
O SR. NATHAN TORQUATO (Para discursar.) - Olá a todos. Muito obrigado a todos os presentes. Fico muito feliz de estar aqui participando desta belíssima sessão. Realmente as palavras de todos emocionam. Querendo ou não é um reconhecimento não só para nós que fomos medalhistas, mas como um todo, a todo o esforço dos atletas e paratletas do Brasil. Realmente é uma felicidade muito grande.
Eu vou ser bem breve. Gostaria de agradecer a todos que estiveram aqui presentes, aos Senadores, às figuras presentes, o Presidente Mizael, o Presidente do Comitê Paralímpico Internacional, Andrew Parsons, a todos os meus companheiros medalhistas que estiveram em Tóquio e fizeram uma belíssima campanha. Então, eu gostaria de agradecer a todos e lhes mandar um abraço. Espero que o esporte brasileiro em si continue tomando esses rumos, expandindo-se cada vez mais, sendo cada vez mais e mais profissionalizado, tendo sempre a devida importância na figura cultural do Brasil.
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O esporte é um ambiente de resgate, não é? muitas pessoas que por vezes poderiam se perder na vida acabam se encontrando no esporte.
E o esporte paraolímpico especificamente é um objeto de inclusão, é algo que coloca a gente num mundo competitivo, um mundo muito gostoso, muito bonito de se viver. Traz coisas maravilhosas para a gente, a disciplina. Então é incrível, o mundo do esporte é incrível.
E eu gostaria de agradecer a todos aqui que continuam desenvolvendo o esporte no Brasil, incentivando o esporte no Brasil. Gostaria de agradecer a todos os presentes, aos Senadores, ao presidente Mizael Conrado, mais uma vez, pela excelente gestão, que nos faz vitoriosos. As gestões anteriores também. Então, é isso. Gostaria de mandar um grande abraço. E que o esporte continue nessa evolução constante. Muito obrigado.
A SRA. PRESIDENTE (Leila Barros. PDT/CIDADANIA/REDE/CIDADANIA - DF) - Nós que agradecemos, Nathan. Parabéns pela sua medalha de ouro no parataekwondo. E que venha Paris. Sucesso para você e bons treinos, viu?
O SR. NATHAN TORQUATO - Muito obrigado. Vamos lá, vamos lá. Busca de evolução constante.
A SRA. PRESIDENTE (Leila Barros. PDT/CIDADANIA/REDE/CIDADANIA - DF) - Isso aí.
Vou passar a palavra agora para a Mariana D'Andrea, que é medalhista de ouro no levantamento de peso. Seja bem-vinda, Mariana, e parabéns pelo resultado. (Pausa.)
Mariana? (Pausa.)
A conexão da Mariana caiu. Então, vou conceder a palavra agora para o Claudiney Santos, que é bicampeão no levantamento de disco. (Pausa.)
Lançamento de disco, gente, perdão, tá? (Risos.)
Claudiney, seja bem-vindo. Parabéns pelo resultado.
O SR. CLAUDINEY SANTOS (Para discursar.) - Boa tarde a todos.
A SRA. PRESIDENTE (Leila Barros. PDT/CIDADANIA/REDE/CIDADANIA - DF) - Boa tarde.
O SR. CLAUDINEY SANTOS - Boa tarde ao Mizael, ao presidente Andrew. Sheila, é um prazer... Leila, não é? É um prazer conhecê-la assim. Só via pelo programa, agora...
A SRA. PRESIDENTE (Leila Barros. PDT/CIDADANIA/REDE/CIDADANIA - DF) - Não há problema em confundir, não. O povo confunde Sheila com Leila. Está valendo. (Risos.)
O SR. CLAUDINEY SANTOS - Senadora, a todos os Senadores aí presentes, muito obrigado pelo convite. Para mim é uma honra estar nesta sessão tão especial. Agradeço a todos, primeiramente ao Comitê Paralímpico, pelo convite.
Atualmente eu treino em São Paulo, no Centro Paralímpico. É uma grande realização para nós atletas, não é? Com certeza, foi o que nos deu possibilidade de chegar a conquistas. Estou aqui com a minha medalha conquistada.
Agradeço também aqui à minha cidade. Eu sou de São José do Rio Preto. Atualmente em São Paulo, mas resido aqui em São José do Rio Preto. E à Secretaria de Esportes, ao clube que me acolheu desde 2007, ao CAD, em São José do Rio Preto.
E agradeço aos patrocinadores, ao Bolsa-Atleta, à Caixa, Loterias Caixa, ao time São Paulo. Essas parcerias que nos fazem evoluir, não é? Não basta só a gente querer, batalhar; a gente tem que ter um incentivo também, financeiro. Afinal, a gente tem família e tem que representar também o nosso País.
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Quero agradecer aos brasileiros que torceram muito, mandaram muita energia positiva para todos lá em Tóquio.
E é isso.
Quero parabenizar a todos pelo incentivo, por essa homenagem e pela parceria do Congresso com o Comitê Paralímpico, com a causa paraolímpica.
E é isso, só quero agradecer mesmo.
Estou muito feliz pelo convite!
Abraço a todos.
E é isso, vamos para o próximo ciclo.
Força total!
A SRA. PRESIDENTE (Leila Barros. PDT/CIDADANIA/REDE/CIDADANIA - DF) - É isso aí, força total!
Desejamos a você aí sucesso!
Que venha o tri, não é? Que venha o tri!
Sucesso para você!
O SR. CLAUDINEY SANTOS - Se Deus quiser!
Rumo ao tri!
A SRA. PRESIDENTE (Leila Barros. PDT/CIDADANIA/REDE/CIDADANIA - DF) - Bons treinos!
É isso aí, é isso aí, amigo!
O SR. CLAUDINEY SANTOS - Obrigado.
A SRA. PRESIDENTE (Leila Barros. PDT/CIDADANIA/REDE/CIDADANIA - DF) - De nada.
Vou passar agora a palavra para a Mariana. Ela conseguiu retornar.
Então, estou passando para ela, a nossa medalhista de ouro no levantamento de peso.
Seja muito bem-vinda, Mariana!
Obrigada por estar conosco nesta sessão. (Pausa.)
Mariana. (Pausa.)
Só um minuto, pessoal.
Ela está online. O pessoal está entrando aqui em contato com ela. (Pausa.)
O.k. Parece que ela não vai conseguir.
Não conseguem liberar o vídeo? Não?
Então, deixo aqui, em nome do Senado Federal, o nosso carinhoso abraço à Mariana.
Parabéns pela conquista!
Bons treinos até Paris, agora, em 2024!
Bom, amigos, antes do encerramento desta sessão para lá de especial, eu quero informar que foi confeccionado um bonito diploma, com a excelência de sempre da Secretaria de Editoração e Publicações do Senado Federal, a Segraf, para simbolizar e eternizar esta homenagem, que será encaminhado a cada atleta paraolímpico desta delegação.
Representando todos os paratletas, faremos agora a entrega dos diplomas à campeã Jady Malavazzi e ao campeão Sérgio Oliva, de Brasília, que honram o Senado Federal com suas presenças. E, assim que nós obtivermos as assinaturas dos Senadores requerentes e do Presidente da Casa, assim como do Deputado Julio Cesar, nós encaminharemos esses diplomas a toda a delegação.
Obrigada.
Vamos fazer o ato aqui, rapidamente.
(Procede-se à entrega de diploma à Sra. Jady Malavazzi.)
(Procede-se à entrega de diploma ao Sr. Sérgio Oliva.) (Palmas.)
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A SRA. PRESIDENTE (Leila Barros. PDT/CIDADANIA/REDE/CIDADANIA - DF) - Amigos, estamos encerrando esta sessão, agradecendo a presença de todos os apaixonados por esse segmento, que é o paradesporto, e também da sua representatividade com toda a nata aqui, com o Andrew Parsons, o Presidente Mizael, do CPB, enfim, a todos os paratletas que nos prestigiaram, Senadores e Senadoras, Deputados e Deputadas, e os que nos acompanharam também por todos os canais de comunicação do Senado Federal, eu agradeço demais a presença. E contem sempre com o Congresso Nacional para as pautas que são importantes para o paradesporto.
Cumprida a finalidade desta sessão especial remota do Senado Federal, eu agradeço às personalidades que nos honraram com a participação. Está encerrada a sessão.
Boa tarde! Obrigada.
(Levanta-se a sessão às 17 horas e 08 minutos.)