Notas Taquigráficas
3ª SESSÃO LEGISLATIVA ORDINÁRIA
56ª LEGISLATURA
Em 22 de outubro de 2021
(sexta-feira)
Às 14 horas e 30 minutos
140ª SESSÃO
(Sessão Especial)
Horário | Texto com revisão |
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R | O SR. PRESIDENTE (Izalci Lucas. Bloco Parlamentar PODEMOS/PSDB/PSL/PSDB - DF. Fala da Presidência.) - Declaro aberta a sessão. Sob a proteção de Deus, iniciamos os nossos trabalhos. A presente sessão especial remota foi convocada nos termos do Ato da Comissão Diretora nº 8, de 2021, que regulamenta o funcionamento das sessões e reuniões remotas e semipresenciais no Senado Federal e a utilização do Sistema de Deliberação Remota, em atendimento ao Requerimento nº 177, de 2021, de minha autoria e de outros Senadores, aprovado pelo Plenário do Senado Federal. A sessão é destinada a comemorar o Dia do Professor. A Presidência informa que esta sessão terá a participação dos seguintes convidados: Sra. Angelita Amarante Garcia, Diretora da Escola Regular de Ensino (Caseb); Sra. Maria Eduarda Silva Reis, Estudante do 8º ano do Centro de Ensino Fundamental (Caseb); Sra. Gicileide Ferreira de Oliveira, Diretora do Centro de Ensino Especial nº 01 do Guará (escola pública especializada para atender alunos com deficiência); Sra. Valquiria Theodoro, mãe e ativista pela educação especial; Sra. Maria das Graças de Freitas de Abreu, mãe de aluno do Centro de Ensino Especial do Guará; Sr. Igor Diolindo, aluno do 2º ano do ensino médio; Sr. Luis Carlos Loyola, Professor de Português e Robótica; Sr. Rodrigo de Paula, Diretor do Sindicato dos Professores em Estabelecimentos Particulares de Ensino do Distrito Federal (Sinproep) e Diretor Financeiro da Confederação Nacional dos Trabalhadores em Estabelecimentos de Ensino (Contee); Sra. Ana Elisa Dumont de Oliveira Resende, Presidente do Sindicato dos Estabelecimentos Particulares de Ensino do Distrito Federal (Sinepe/DF); Sra. Priscila Cruz, Presidente da organização Todos pela Educação; e Sra. Amábile Pacios, Vice-Presidente da Federação Nacional das Escolas Particulares de Educação (Fenepe) e Conselheira do Conselho Nacional de Educação (CNE/MEC). |
R | Convido a todos para, em posição de respeito, acompanharmos o Hino Nacional. (Procede-se à execução do Hino Nacional.) |
R | O SR. PRESIDENTE (Izalci Lucas. Bloco Parlamentar PODEMOS/PSDB/PSL/PSDB - DF) - Assistiremos agora a um vídeo institucional. (Procede-se à exibição de vídeo.) O SR. PRESIDENTE (Izalci Lucas. Bloco Parlamentar PODEMOS/PSDB/PSL/PSDB - DF) - Quero cumprimentar a todos os professores e professoras, todos os educadores deste País, e agradecer a presença de cada um dos nossos convidados. O escritor, jornalista e Professor Affonso Romano de Sant'Anna disse, certa vez, que "o professor pensa ensinar o que sabe, o que recolheu nos livros e da vida, mas o aluno aprende do professor não necessariamente o que o outro quer ensinar, mas aquilo que quer aprender". Por isso, o grande professor ensina, mas é, sobretudo, o mestre que inspira. Senhoras e senhores, neste momento é a lembrança de minha infância e juventude nas escolas as quais frequentei, nas duas cidades em que morei, que me inspiraram e que me inspiram: no início, em Araújos, Minas Gerais, e, depois, em Brasília, a nova Capital. Em ambas, tive uma educação primorosa em todos os aspectos, mas gostaria de destacar que isso só foi possível porque os professores eram mestres respeitados pela comunidade, pelos Governos e, sobretudo, pelos alunos. A gente ouvia, aprendia, e dali pensávamos e nos inspirávamos. Por isso, comecei minha vida como professor, lutei e luto pela educação desde sempre. Senhoras e senhores, não acordo nenhum dia sem pensar nisso, porque sei que tudo que construí foi pela educação. |
R | Além de professor na educação básica, eu me graduei no ensino superior, pós-graduação e me tornei contador, auditor e sempre professor. Dei aulas em escolas básicas e no ensino superior, mas o exemplo do respeito e da valorização da educação tem que vir de cima, dos Governos, que não o fazem. Infelizmente, o que vemos são professores tratados com violência física e moral, além de escolas malcuidadas e, quase sempre, sem infraestrutura adequada para dar a educação que nossas crianças e jovens precisam. A inversão de valores, neste País, é algo assustador. Como podemos exigir de nossas crianças e adolescentes que respeitem seus mestres se o Estado os trata como se bandidos fossem? Como podemos exigir de nossas crianças que amem suas escolas se o Governo as faz, quando as fazem, com cuspe e desmoronam a cada chuva que chega? Nessa última quarta-feira, dia 20 de outubro, eu tive uma grande tristeza ao ver a escola da Vila Planalto, tão esperada pela comunidade, ser inaugurada com uma construção malfeita e mal-acabada. Foram três anos de luta para reconstruirmos essa escola. Destinei recursos para a reconstrução e lutei para não perder a verba enviada. Conseguimos segurar, para fazer a escola tão esperada, mas parece que a construção não aguentou a primeira chuva. Isso é inadmissível! Isso é algo que não podemos aceitar jamais. É uma escola nova que foi inaugurada em janeiro deste ano. Para onde terá ido o dinheiro para construir a escola da Vila Planalto? Isso sem falar das antigas, porque reforma nenhuma foi feita, embora tenhamos destinado R$35 milhões para cuidar de tetos, banheiros, quadras, parte elétrica e hidráulica. Meus senhores e minhas senhoras, os recursos foram liberados ao GDF e, em razão da pandemia, as escolas não funcionaram. Por que não fizeram as reformas? Por que não aproveitaram esse tempo para reformar as escolas, para receber os alunos que tanto almejavam o retorno às aulas? Fiquei sabendo que outras escolas cancelaram as aulas em razão dos problemas estruturais pela chuva de terça-feira, não sei quantas. Na Asa Norte, a Infantil da 107 Norte foi inundada, e as mães tiveram que levar seus filhos para os seus locais de trabalho. Isso é um absurdo! Não estamos falando de calamidade pública, estamos falando de uma chuva forte, nada excepcional, mas com o descaso do GDF, isso virou algo maior do que poderia ter sido. Senhoras e senhores, tenho trabalhado incessantemente para mudar essa situação nessa quadra em que houve enfrentamento e para colocar a educação como prioridade máxima em nosso País. Destinei emendas para a construção de 15 creches em várias cidades do DF. Destinei R$35 milhões para reformas e equipamento de escolas. Fui o Relator da reforma do Ensino Médio, com a inclusão do ensino profissional e técnico nas escolas em todo o País. Fui o Relator do Fundeb permanente e com mais recursos para a educação básica. Tenho lutado pelos recursos na ciência e tecnologia, como banda larga nas escolas, para que o Brasil saia da sua condição de lanterna no desenvolvimento das nações. |
R | Minhas senhoras e meus senhores, temos cientistas de ponta, as melhores cabeças, mas que estão indo para outros países, porque aqui não são valorizados. E o que acontece é que acabamos por comprar produtos de fora que foram criados pelos nossos brasileiros. Hoje, neste Dia do Professor, quero dizer que a luta é grande e diária, mas que é nossa e somente nossa, que amamos o nosso País e seus filhos, acima de tudo. Quero aproveitar esta sessão para homenagear todos os nossos professores de ontem, de hoje e sempre. Em nome de todos, quero, aqui, homenagear, em Araújos, as minhas Professoras Ângela, do Grupo Escolar Ribeiro Pena, e a minha querida Maria da Conceição Santos, a querida São, que me ajudava nas tarefas da escola e ficou com a responsabilidade de cuidar de mim enquanto meus pais moravam na roça. Vivi em sua casa e fui cuidado e educado por essa família que me acolheu. Estudava, brincava e ia ao cinema. Foi com eles que vi, pela primeira vez, o cinema, a aventura na tela. Depois, no seminário de Itaúnas, onde prossegui os estudos, também tive grandes mestres, como o Padre Luiz, que era professor de canto e dava aulas magistrais sobre cultura e arte. Aqui, na Capital, tive outros grandes mestres. Um deles é o Professor Martinho de Souza Maia, que foi professor e diretor do Ginásio do Guará e que muito me ensinou. Além dele, tive o privilégio de ter excelentes professores no colégio Pré-Universitário, onde trabalhava e estudava. Em Física, tinha o Professor Aloisio Otávio Pacheco de Brito; em Matemática, Romenos Simão; em Biologia, Roberio Sulz Gonsalves; em Química, Pimentel; em Português, Armando, e em História, Fábio, que foi Secretário de Educação, todos grandes mestres inspiradores. E é nas pessoas das Professoras Ângela e São, do Professor Martinho e do corpo docente do Pré-Universitário que homenageio todos os professores e professoras do DF e do Brasil. Obrigado. E nós assistiremos, agora, a uma contação de história em homenagem ao Dia do Professor apresentada por Nyedja Gennari. |
R | (Procede-se à exibição de vídeo.) |
R | O SR. PRESIDENTE (Izalci Lucas. Bloco Parlamentar PODEMOS/PSDB/PSL/PSDB - DF) - Muito bem, Nyedja! Parabéns! Concedo a palavra à Sra. Amábile Pacios, Vice-Presidente da Federação Nacional das Escolas Particulares e também Conselheira do Conselho Nacional de Educação (CNE-MEC). Amábile. (Pausa.) Está sem áudio, Amábile. Está aberto aí. É, está sem som. Vou conceder a palavra à Sra. Priscila Cruz, Presidente da organização Todos pela Educação, até a Amábile ver a questão do áudio. Priscila. A SRA. PRISCILA CRUZ (Para discursar.) - Bom, boa tarde a todos. Eu espero que me ouçam. Boa tarde, Senador Izalci. Obrigada pelo convite. Uma boa-tarde a todos que estão aqui nos assistindo, participando desta Mesa importante e solene, que, acima de tudo, é de agradecimento aos professores. Acho que é a melhor homenagem que a gente pode fazer aos professores, ainda mais neste período de pós-pandemia, precedido por um período muito difícil de pandemia, num patamar muito alto no Brasil, em que os professores tiveram que mudar sua forma de atuação de forma rápida, ágil e em que conseguiram se reinventar, garantir a aprendizagem dos alunos. Claro que agora é muito importante, nesta retomada das aulas presenciais, a gente saber cuidar do professor. E, Senador, acho que esta é a principal mensagem que eu queria trazer aqui para vocês todos. O professor não é nem coitado, nem herói. Ele é o principal profissional deste País. E, como principal profissional deste País, ele precisa ser cuidado. E como é que a gente cuida do professor? A gente cuida tendo uma carreira atraente, uma boa formação inicial, uma formação que realmente prepare os professores para uma atuação que é extremamente complexa. Muita gente acha que basta gostar de criança ou saber matemática que já dá para ser professor, e não é assim que funciona. A gente sabe. Todos nós que estamos aqui sabemos o quão difícil é garantir a aprendizagem de cada um dos alunos de uma sala de aula, garantir a aprendizagem de todos os alunos numa escola. Então, formação inicial é fundamental. E, quando a gente faz pesquisa na Todos pela Educação, esse é o item número um de apoio e de valorização que os professores sempre pedem, não é? Até antes do salário, mas salário também é importante, não é? E salário entendido dentro de uma carreira, uma carreira que progrida de forma a garantir o desenvolvimento profissional docente. Acho que eu entrei no mudo aqui. Uma vez que ele é o principal profissional deste País, ele precisa dessa formação e desse desenvolvimento. E condições de trabalho, não é? |
R | Cada vez mais, eu queria aqui também chamar a atenção para um tema que vem, felizmente, ganhando mais espaço no debate brasileiro, que é não só o tempo integral, da educação integral para o aluno, mas o professor também dedicado de forma integral, exclusiva, a uma escola. Cada vez mais, esse é um caminho, uma estratégia fundamental para que a gente consiga fazer com que o desenvolvimento profissional do docente aconteça na escola, com uma equipe gestora, com uma equipe pedagógica, com um conjunto de professores, com a troca de experiências dentro da própria escola para garantir condições de trabalho, portanto um trabalho que garanta essa aprendizagem, o desenvolvimento cognitivo, social e emocional e físico das crianças. Acho que aqui a mensagem, Senador Izalci e todos os colegas com que militamos e batalham muito pela educação, é para a gente cuidar do professor, e cuidar do professor com políticas públicas bem desenhadas, bem implementadas, continuamente aperfeiçoadas, porque é assim que a gente vai sair do discurso. Acho que a gente tem sempre discursos muito bonitos em relação à educação, ao professor, mas é preciso trazer isso para a prática. Não dá para a gente trazer de forma isolada; a gente precisa trazer com boas políticas públicas implementadas nos próximos anos. Isso é urgente, porque, se o professor foi importante, fundamental, durante a pandemia, agora neste pós-pandemia, para a reconstrução da educação brasileira, o professor, que já era o principal profissional do País, se torna ainda mais essencial. Então, quero agradecer pela oportunidade, agradecer por estar aqui com vocês, agradecer pelo convite do Senador Izalci, uma figura política, uma liderança pública que, na Frente Parlamentar Mista da Educação, no Senado e como influente debatedor dos rumos do País e da Educação no Brasil, vem contribuindo de forma significativa e muito importante para o nosso País. Muito obrigada. O SR. PRESIDENTE (Izalci Lucas. Bloco Parlamentar PODEMOS/PSDB/PSL/PSDB - DF) - Obrigado, Priscila. Passo a palavra agora, então, à Professora Amábile Pacios. A SRA. AMÁBILE APARECIDA PACIOS (Para discursar.) - Boa tarde, Senador Izalci. Agora você pode me ouvir? O SR. PRESIDENTE (Izalci Lucas. Bloco Parlamentar PODEMOS/PSDB/PSL/PSDB - DF) - Sim, perfeitamente. A SRA. AMÁBILE APARECIDA PACIOS - Ótimo. Obrigada, Senador Izalci, muito obrigada por mais esta oportunidade de, junto com você, mais este ano, podermos homenagear os professores. Quero agradecer a participação de todos. Meu grande abraço à Priscila, ao Rodrigo de Paula, que representa aqui os professores da rede particular de ensino, e à Ana, que é a Presidente do nosso sindicato. Em nome da Federação e também em nome do próprio Conselho Nacional de Educação, quero deixar o nosso registro de reconhecimento do esforço e do profissionalismo do professor neste período de pandemia. E lembrá-los de que nós ainda temos um desafio muito grande de retomar a educação no País inteiro, nas escolas públicas e nas escolas particulares. Então, o nosso reconhecimento (Falha no áudio.) ... novos rumos para a educação quando passar a pandemia. Izalci, se você me permite, eu gostaria de ler um poema que foi deixado por um aluno lá da minha escola - é de autoria dele -, no Dia do Professor. Ele e uma colega nos deram esse poema. O poema se chama Regadores do Conhecimento. O professor é moldador do futuro, conselheiro da sabedoria. Sem ele, o futuro é inseguro. Mas, se desejo continuar, ele precisa ensinar. |
R | Regadores do conhecimento, amantes da criatividade, dispersando diversos talentos, sempre com responsabilidade. Sem professor, não há médicos, não há engenheiros, nem empresários. Então, com a poesia desse aluno, eu deixo aqui a nossa homenagem ao Dia do Professor. E muito obrigada, Izalci, por esta oportunidade. Aproveito, também, para agradecer, em nome da educação brasileira, toda a sua atuação no Senado, no cenário nacional, defendendo a educação. Eu sou testemunha disso. Eu posso ver que, para você, educação não é um discurso político, ela é real. Eu quero aproveitar este momento e agradecer a você todo o seu empenho e apoio para que a gente possa desenvolver uma educação de qualidade, mais justa e de igualdade no nosso País. Muito obrigada, Senador. O SR. PRESIDENTE (Izalci Lucas. Bloco Parlamentar PODEMOS/PSDB/PSL/PSDB - DF) - Obrigado, Professora Amábile. Passo a palavra agora ao Sr. Rodrigo de Paula, do nosso Sinproep e também Diretor da Confederação Nacional dos Trabalhadores em Estabelecimentos de Ensino. O SR. RODRIGO DE PAULA (Para discursar.) - Então, primeiro, boa tarde ao Senador Izalci. Quero saudar também a todos os servidores aí do Senado; saudar, primeiro e agradecer, Izalci, a iniciativa aqui de homenagear a nossa categoria. Quero saudar aqui a Professora Amábile, que está agora como Conselheira do Conselho Nacional de Educação; saudar aqui a Angelita, a Maria, a Gicileide, a Valquiria, o Igor, o Luiz Carlos, a Priscila Cruz. Quero saudar aqui, também, a Nyedja Gennari, que é a nossa grande Professora aqui do Distrito Federal, nosso patrimônio cultural aí nas escolas. Quero agradecer e saudar a todos os presentes, Izalci. Quero, primeiro, agradecer por esta iniciativa do Senado - e você, na condição de Senador, sempre foi um educador; eu sou testemunha aqui do seu papel na educação do Distrito Federal - e dizer que esta homenagem aos professores e aos educadores, Izalci, chega em um momento de reconhecimento da nossa categoria - a nossa categoria, que nunca teve um papel tão importante e, principalmente, de visibilidade e de reconhecimento como nós tivemos agora, durante a pandemia. Imagine você, Izalci, que é uma pessoa que conhece de educação, e todos que estão nos assistindo, como disse a Priscila, imaginem que, aqui, na nossa realidade do Distrito Federal, estávamos todos em casa numa quinta-feira e aí, assistindo - todos os professores assistindo - aos noticiários daquela questão da pandemia lá na China, e, numa sexta-feira, sai um decreto do Governador suspendendo, em função da pandemia, todas as aulas no setor privado e no setor público de forma presencial. Da noite para o dia, Izalci, todos os professores e professoras e educadores tivemos que reinventar o nosso fazer. Praticamente, Izalci - disso eu sou testemunha, porque eu acompanho aqui no sindicato -, os professores e as professoras tiveram que montar miniestúdios de salas de aula dentro das suas residências, muitas vezes, sem condições nenhuma de pacotes de internet, sem condições nenhuma de nenhum apoio por parte do Governo! E, aqui, o Distrito Federal poderia ter dado esse exemplo, Izalci! Você sabe como foi difícil e como está sendo difícil para os professores conduzirem a educação. Eles tiveram que se reinventar da noite para o dia e mudar todos os seus conceitos, para que a gente pudesse entregar uma educação e dar continuidade a ela. |
R | É nesse sentido, nesse contexto, Izalci, que essa homenagem chega agora aqui no Dia do Professor. E aí, nesse processo da homenagem, Izalci, nunca afloraram tanto como agora as desigualdades da educação. Aqui, no Distrito Federal, na Capital da República, onde nós temos a maior renda per capita do Brasil, nós temos, até o presente momento, alunos da rede pública que estão há quase dois anos sem assistir aulas, porque o Governo não teve competência de se reestruturar, de dar as condições para que os nossos educandos e os professores dessem continuidade. Então, nós perdemos aí, Priscila, muito tempo na educação. E, quando a gente fala, Izalci, de perder tempo na educação, nós estamos falando de décadas, de gerações que, infelizmente, em função dessa ausência completa de investimentos na educação, de prioridade, o Brasil regrediu, se comparado com outras nações, em função da pandemia e dessa desigualdade na educação. É nesse sentido que nós chegamos no dia de hoje, Izalci, com a necessidade da a gente não só ter essa retórica da importância de homenagear os professores, mas, principalmente, de a gente dizer que os professores são a categoria mais desvalorizada... Mais importante do ponto de vista... Como o vídeo disse lá, para que a gente tenha engenheiros, a gente precisa de professores; para que a gente tenha advogados, para que a gente tenha todas as outras categorias, é necessário um professor; e, no entanto, é a categoria mais massacrada pelos governos, por todos os governos, e, ao mesmo tempo, é a categoria mais desvalorizada. Você estava se lembrando aí, Izalci - e você é uma pessoa que conhece a educação como ninguém -, da sua trajetória como estudante lá no Pré-Universitário, que foi um importante curso aqui do Distrito Federal. Eu, nesse processo do sindicato, Izalci, tenho estudado o histórico da educação, e, só para você ter uma ideia, naquele momento do Pré-Universitário, a média salarial dos professores, seja do setor público, seja do setor privado, era de dez salários mínimos. Hoje, a média salarial chega a menos de dois salários mínimos. Então, você vê, ao longo desses anos, a desvalorização, por parte de diversos governos, da nossa categoria. E, aí, nesse sentido, a gente precisa de jamais perder a esperança de dias melhores. É isso que motiva os professores a darem continuidade à nossa missão, que, na verdade, passou a ser um sacerdócio. Hoje, ser professor no Brasil é muito difícil. Praticamente, as famílias desincentivam os filhos a serem professores por toda essa desvalorização da nossa categoria. Então, essa homenagem do Senado, Izalci, serve como reflexão para que a gente possa dar continuidade no seu trabalho, no de todos os Senadores que estão atuando em prol da educação e de toda a sociedade, na importância da valorização dos nossos professores. E, como disse a Priscila, e eu endosso, Izalci, porque eu acompanho aqui diariamente - e você conhece a nossa luta no Sindicato dos Professores - o setor privado e acompanho também a rede pública, a categoria nunca esteve tão adoecida e com problemas, em função da pandemia. A gente tem aqui uma série de problemas na área psicológica. Professores chegando até ao absurdo de cometer suicídio. Nós precisamos cuidar da educação, com um olhar também de cuidar dos professores. E a maior homenagem neste momento de negação da ciência, da falta, da ausência de financiamento da educação, a maior homenagem aos professores é justamente ter uma política de valorização dos professores. |
R | E aí, Izalci, eu rendo aqui todas as minhas homenagens ao seu trabalho, frente ao Senado. E eu tenho certeza de que, no futuro, a gente poderá reconhecer o que significa hoje um Senador, um Parlamentar, que visa à ajuda no processo de construção da educação. Eu finalizo, Izalci, aqui, a minha fala e não poderia deixar passar despercebido, que, neste ano, e neste processo agora, nós também estamos comemorando o centenário de um grande educador, o nosso Patrono da Educação, o Professor Paulo Freire. Muitos tentam desconstruir o papel do Professor Paulo Freire, mas nós que viemos de filhos de trabalhadores e sabemos o que significa a educação, do ponto de vista do reconhecimento do ser humano, sabemos da importância que o Professor Paulo Freire teve e continua tendo para a educação, não só do Brasil, mas para uma educação mundial. Então, eu finalizo dizendo aqui duas pequenas frases do Professor Paulo Freire. A primeira: "Educação não transforma o mundo; educação muda pessoas, e pessoas transformam o mundo". Isso é muito importante para este momento que a gente está vivendo. A gente não vai conseguir superar as dificuldades do nosso Brasil, as dificuldades de ser humano, enquanto a gente não tiver a educação como pauta. Não adianta a gente sobrepor toda a política, todo o processo, sem passar pela valorização do professor. E há outro pensamento, Izalci, uma frase também do Professor Paulo Freire, que fala o seguinte: "Onde quer que haja mulheres e homens, há sempre o que fazer, há sempre o que ensinar e há sempre o que aprender!. Viva o professor! Vivam as professoras! E que a gente possa ter dias melhores, não só para a educação, mas, principalmente, que a gente possa comemorar a valorização dos professores. E aí eu rendo mais uma vez, Izalci, e agradeço, em nome de todos os educadores, a sua homenagem ao Senado. E fazemos votos para que você continue a nos defender e ter políticas voltadas, de fato, para a educação. Muito obrigado! Quero saudar a todos os colegas, à Ana Elisa também, de que eu não falei aqui, que é a Presidente do Sinepe. Quero saudar e parabenizar a todos os educadores deste Brasil e dizer que nós seremos reconhecidos um dia, principalmente por aqueles que nós ensinamos e ajudamos a construir e mudar esta sociedade. Então, muito obrigado e vida longa a todos os educadores, a todas as professoras e a todos os professores. Muito obrigado, Izalci! O SR. PRESIDENTE (Izalci Lucas. Bloco Parlamentar PODEMOS/PSDB/PSL/PSDB - DF) - Obrigado, Professor Rodrigo. Passo a palavra à Professora, também, Ana Elisa de Oliveira Resende, nossa Presidente do Sindicato das Escolas Particulares. A SRA. ANA ELISA DUMONT DE OLIVEIRA RESENDE (Para discursar.) - Boa tarde a todos e todas. Cumprimento a Mesa na pessoa do Senador Izalci, o Rodrigo de Paula e a Amábile, minha colega de Finep, de Sinepe, e que continua na luta sempre por uma educação de qualidade no nosso Brasil. |
R | Num primeiro momento, não resta dúvida de que a educação é, sim, um direito essencial e social, reconhecido constitucionalmente e ele precisa ser levado ao que a Constituição elencou. Em tempos de pandemia, a importância do professor, em sintonia com a escola, ficou muito clara: ambos são importantes na formação e no desenvolvimento integral de um cidadão, tanto na parte do desenvolvimento cognitivo, não só do cognitivo, mas social, como cidadão, emocional e motor. Os professores foram resilientes: eles dormiram analógicos e tiveram que acordar digitais com a pandemia. Foi muito esforço que eles tiveram que ter; uma capacidade incrível de evoluir; uma capacidade grande das escolas também de se adaptarem a esse momento, e acredito que isso só foi possível pela sintonia entre professores e escola, pela sintonia em querer um bem maior, que é a educação do nosso País. Educar é um ato de amor, é, sim, um propósito, porque professores transformam e desenvolvem vidas diariamente e fazem a diferença, diariamente, na vida de crianças, de jovens e de adolescentes. O desafio de garantir a aprendizagem de cada aluno, respeitando a sua particularidade, é muito complicado. Somente professores conseguem ter a capacidade para isso, e creio que as famílias puderam perceber isso durante a pandemia, a importância de um professor que tem uma expertise e que tenha preparo para ensinar. Então, a educação, o professor, a educação como um todo tem que ser valorizada no Brasil, e momentos como este, Senador Izalci, fazem a sociedade perceber a importância da educação e do professor como gerador dela. Muito obrigada pelo convite. Saúdo a todos novamente da Mesa e espero, realmente, que cada vez os professores estejam mais valorizados dentro das escolas. Escolas são espaço de construção, de formação. Que a educação, realmente, seja um direito essencial de todos no nosso País. Obrigada. O SR. PRESIDENTE (Izalci Lucas. Bloco Parlamentar PODEMOS/PSDB/PSL/PSDB - DF) - Obrigado, professora. Passo a palavra agora à professora Angelita Amarante Garcia, que é diretora da escola regular de ensino Caseb. A SRA. ANGELITA AMARANTE GARCIA (Para discursar.) - Boa tarde a todos, boa tarde, Senador Izalci Lucas. Agradeço muito pelo convite para um momento tão importante de homenagem a uma profissão que eu acho tão nobre. Estou aqui muito agradecida de estar representando a primeira escola de Brasília, uma escola tradicional, que tem uma função muito importante na história da educação de Brasília, juntamente com a aluna Maria Eduarda, que, logo após, deverá fazer a sua fala. Mas eu queria deixar aqui registrada a importância desse profissional. Eu exerço a profissão há 27 anos, uma profissão escolhida com muito carinho, que todos os dias eu agradeço por estar exercendo, com muita dedicação, muito amor, com os meus colegas também que estão nessa profissão, de que eu falo que nem é uma profissão, é uma missão, um discipulado. Ser professor, hoje em dia, no nosso País é uma missão muito grande e árdua, em que o professor tem que se dedicar por horas a fio, passando além do horário de trabalho, em cenários adversos e, a cada dia, com menos incentivo dos governantes. |
R | Então, eu vejo que a profissão de professor hoje tem um papel fundamental na sociedade, um papel muito importante e necessário, porque nós estamos ali, dia a dia, não só ensinando, mas também somos responsáveis pela formação, pela educação, pela construção de valores e caráter das nossas crianças e adolescentes, incentivando as múltiplas inteligências que eles possuem para serem adultos de bem, pessoas de bem. Então, isso é muito importante. Eu me orgulho de estar nesse caminhar há 27 anos. E, nesse caminhar, eu conheci professores entusiastas, professores maravilhosos, professores que deixaram um legado na minha vida muito importante e sei que também têm deixado aí na vida de todos nós. Quem aqui nunca se lembra de alguma história muito feliz com um professor seu? Eu tenho certeza de que, se agora cada um de nós for olhar para o nosso passado, nós vamos nos lembrar de um ou de vários professores com muito carinho. Então é isso. O professor tem um papel muito importante na vida de cada um de nós, na formação da vida, na formação profissional, na formação pessoal de cada um de nós. E os professores salvam também. Eu, como direção, há nove anos ali, no CEF Caseb, quantas vidas nós salvamos desses adolescentes, que, cada vez mais, principalmente pós-cenário pandêmico, estão aí se automutilando, com crise de pânico, com ansiedade. Tivemos casos de suicídio, infelizmente, dentro da escola. Então, é um cenário que muito nos preocupa. A gente precisa pensar e acreditar em políticas públicas melhores para a educação. Nós precisamos de ações e de planejamentos mais eficientes que motivem professores, que motivem alunos. O CEF Caseb, por exemplo, é uma escola de ensino integral Proeti, dez horas, são 20 turmas, atendemos a 650 alunos, de 7h15 da manhã até 17h15 da tarde. Esses alunos fazem quatro refeições. Então, de muitos deles a formação é realizada ali dentro da escola. Quanto mais professores motivados, quanto mais adolescentes felizes tivermos ali, melhores cidadãos nós teremos para o futuro. A educação é a esperança de um país mais humano, de um país melhor. Então, a gente tem que pensar nisso. E eu peço que vocês, governantes, que vocês, políticos, tenham um olhar mais sensível de valorização da educação e do professor. Que o professor não seja só respeitado, mas, sim, valorizado, com melhores condições de trabalho, com melhores recursos e também com melhores salários. Nós precisamos ter também uma paz, uma tranquilidade para poder nos dedicar, dia a dia, à nossa comunidade escolar, à nossa missão. E, para isso, precisamos ser reconhecidos, precisamos que os governantes entendam que nós somos uma carreira de nível superior, à qual nós nos dedicamos muito. Nós nos esforçamos muito, nós nos preparamos muito, dia após dia, porque o professor não para de aprender, não para de estudar. E a gente precisa ser valorizado também com bons salários. O que eu deixo aqui é esse amor, esse entusiasmo que temos dia após dia. Eu falo que esse entusiasmo não é só meu, da Angelita, mas eu vejo muito isso nos 78 professores que hoje compõem o Caseb e em mais tantos outros que eu vejo nas escolas com as quais eu tenho parceria e que acompanho. |
R | Acho que a educação pública gratuita, de qualidade, humanizada ainda é o caminho. Nesse momento pandêmico, nós vimos o tanto que o professor teve que se reinventar. Isso foi muito rápido, e nós aprendemos muito na pandemia. Ficamos quase que pessoas extremamente tecnológicas, aprendemos muito de TI. Esse foi um bom legado da pandemia. E nós nos habilitamos e nos reinventamos de uma forma que nunca esperávamos. Quando, há um ano, há dois anos, esperávamos fazer uma sessão solene dessas nesse formato, por uma plataforma chamada Zoom, com todo mundo em segurança, à distância e alcançando tantas pessoas, igual estamos alcançando neste momento? Então, o professor trabalhou muito nessa pandemia, e eu queria que esse reconhecimento viesse. Às vezes, a gente escuta dizerem que o professor não trabalhou na pandemia. Não! Como diretora de uma escola que atende uma comunidade tão ampla, nós trabalhamos muito. O professor se reinventou muito, o professor se dedicou muito e, muitas das vezes, com seus recursos, com seus aparelhos tecnológicos, com seu tempo, com sua internet, com sua dedicação, passando horas de trabalho ali, porque fazer uma aula, uma videoaula não é tão fácil como aparenta. São horas e horas de dedicação, de montagem, de edição. Então, que seja reconhecido esse esforço do professor, e não só o lado humano do professor. Quantos alunos acolhemos nessa pandemia? Foi um momento em que houve um isolamento social muito grande, e o jovem sentiu isso. O professor, com seu celular, com um telefonema, com mensagens de WhatsApp, acolheu muitos desses alunos, evitando até situações de depressão, de isolamento que causassem muita dor e dano social a esses alunos. Então, fica aqui meu carinho, fica aqui meu respeito, minha gratidão por essa profissão que eu exerço e que eu acho linda. Que, cada vez mais, igual ao que os colegas aí falaram, eu sonho com que a figura do professor seja reconhecida, seja valorada e que a gente possa, cada dia mais, levantar a cabeça, bater no peito com muito orgulho e dizer: "Eu sou professora, eu me orgulho de ser professora". E quero levantar, dentro das escolas nas quais eu trabalho, mais professores para o futuro da nossa Nação, formando cidadãos de bem, formando pessoas de bem, está bom? |
R | E queria deixar meu carinho ao Senador pelo seu trabalho. Uma curiosidade: eu conheço o senhor há anos. Eu fui uma das mães que utilizava o Cheque Educação para o meu filho, Luís Otávio, hoje já um rapaz de 22 anos, que está formando em Medicina. Então, tem o meu respeito, a minha admiração e o meu reconhecimento o seu trabalho realizado na educação há muitos anos, dentro do DF. Obrigada e gratidão. O SR. PRESIDENTE (Izalci Lucas. Bloco Parlamentar PODEMOS/PSDB/PSL/PSDB - DF) - Obrigada, Professora Angelita. Parabéns pelo seu trabalho. Bem, convido, agora, a jovem Maria Eduarda Silva, estudante do 8º ano do Centro de Ensino Fundamental Caseb. A SRA. MARIA EDUARDA SILVA REIS - Está ligado? O SR. PRESIDENTE (Izalci Lucas. Bloco Parlamentar PODEMOS/PSDB/PSL/PSDB - DF) - Está ótimo. Pode falar. A SRA. MARIA EDUARDA SILVA REIS (Para discursar.) - Boa tarde, Senador. Muito obrigada pela oportunidade de apresentar a minha homenagem aos professores através deste texto: Ser Professor: Para ser professor é preciso ter responsabilidade, muita paciência e ser atencioso com os alunos. Responsabilidade, porque eles lidam com crianças e adolescentes e os ajudam a aprender sobre o mundo. Paciência, porque muitas crianças e adolescentes juntos pode ser complicado. E atenciosos, porque, nessa profissão, precisam observar muitos detalhes: quem está fazendo tarefa, quem não está; quem está prestando atenção, quem não está; quem tem alguma dificuldade, quem tem algum problema e outras coisas. Sabemos que ser professor não é nada fácil e que os professores se esforçam ao máximo para dar aula. Descansam um pouco, sempre pesquisando ou criando atividades para os alunos. Todos sabemos que podemos contar em tudo com eles. E isso é o que os torna muito especiais! Há professor que a gente pede até para continuar dando aula, porque são muito gente boa. Há professor cuja aula a gente acha muito divertida. Mesmo com a pandemia e com todas as dificuldades, não importa o que venha pela frente, sabemos que eles vão dar conta, pois ser professor parece que é isto: vencer todos os desafios para ensinar! Obrigada. O SR. PRESIDENTE (Izalci Lucas. Bloco Parlamentar PODEMOS/PSDB/PSL/PSDB - DF) - Obrigado, Maria Eduarda. Passo, agora, a palavra à nossa também Professora Gicileide Ferreira de Oliveira, que é a nossa Diretora do Centro de Ensino Especial Número 1, do Guará, escola pública especializada em alunos com deficiência. Foi a minha primeira escola, quando cheguei em Brasília, em 1970. Até a inauguração do GG, estudei nessa escola e tenho uma admiração muito grande pela minha querida Leide, muito guerreira. Leide. A SRA. GICILEIDE FERREIRA DE OLIVEIRA (Para discursar.) - Olá, gente. Boa tarde. Muita luta, viu, Izalci, para ficar aqui neste Zoom. Eu estava saindo de uma reunião agora há pouco, passei a manhã inteira numa reunião, e a tecnologia, às vezes, deixa a gente na mão. Quero agradecer a participação neste evento de hoje. Agradeço o convite. Estou muito feliz. Conheço Izalci há muito tempo, nós somos colegas de trabalho, conheço a caminhada dele, a luta pela educação, quando ele começou também com o Cheque Educação, sempre foi um professor e contador, à época que eu o conheci, sempre na luta. O caminhar do Izalci já é um legado de Brasília. Já faz parte. Amigo, companheiro. Nem preciso fazer tanto elogio. Gosto muito dele pela atenção que ele dá a cada um de nós. |
R | Mas, assim, falando em professor, eu sou uma pessoa apaixonada pela educação. Eu vivo a educação. Isso é notório. Já era para eu ter me aposentado uns seis anos atrás, mas eu não consigo, porque eu acho que essa profissão é tão linda, tão linda que, quando você a exerce com carinho e com amor, você não pensa em se aposentar, porque isso é uma terapia, termina que é uma terapia. Eu queria, de fato, aproveitar este espaço e agradecer a todos os professores pela dedicação diária, pelo empenho, pelo esforço, por serem guerreiros, por se doarem diuturnamente a seus planejamentos, sempre em prol do educando, do estudante. Então, o professor tem uma arte de ensinar. Ele entende a criança. Ele conversa no seu interior com a criança. O professor vai além do muro da escola. Ele vai buscar essa criança, esse estudante na família, como vive no contexto familiar, principalmente na questão biopsicossocial e, a partir daí, traça metas para esse estudante. Esta é a parte mais linda do professor: ele se envolve com a família. Ele não só vai ali dar os seus 50 minutos de aula, não; ele vai buscar mais e, se encontra uma família em que o seu aluno está passando necessidade, vai levar alimento também. Então, cria-se um laço afetivo, um vínculo, que é imensurável. Por isso, eu reverencio cada professor do Brasil, cada professor do Distrito Federal e, em especial, os meus professores do centro, porque eu vejo o carinho. Eu me emociono quando eu falo neles, porque o carinho é muito grande, e são pessoas, às vezes, que não são valorizadas. A Angelita e os colegas que falaram pedem essa valorização. O reconhecimento é um fator motivacional para que todos possam caminhar, e a gente não vê. Então, a minha gratidão a todos esses profissionais, todos, mas com muito amor, porque a Angelita falou que é uma missão, é uma devoção, é o gostar de estar ali. Izalci, eu queria aproveitar também este espaço porque o professor se dedica 24 horas, como eu falei. Quando você prepara esse aluno - e agora eu vou falar um pouquinho da minha realidade - que tem uma deficiência para uma inclusão, quando você percebe que ele precisa sair para uma inclusão, você se depara com uma triste realidade: você não tem espaço para colocar essa criança. Eu saí agora de um caso em que nós queríamos inserir uma criança, mas nós não temos espaço, nós não temos salas de aula. |
R | Nós colocamos muitas crianças para a inclusão. No entanto, Izalci, aqui no Guará, desde quando eu me entendi por gente aqui no Guará, e você também, que morou aqui e conhece a realidade do Guará, não há uma escola nova há quantos anos! E aí você sai de um caso omisso, triste. Passa ano, sai ano, a gente recebe aluno de todo o Brasil, insere essa criança no contexto escolar e, quando você vai dizer assim "agora é hora de você voar, vai, é a tua vez", quando você vai fazer a inclusão, você vê salas superlotadas e não há como você colocar uma criança, com os cuidados necessários, numa inclusão. E aí eu venho me questionando pela briga que está aí o tempo todo: vamos fazer a inclusão. Mas que inclusão? Eu trabalho no centro há muito tempo, conheço a realidade, conheço a dedicação dos meus professores para essa criança ter autonomia, ter um pouco de independência. E, de repente, eu passo a manhã inteira e, quando chegam, não tem condição. Nós não temos condição por quê? Porque não tem sala. Mas a Secretaria quer, tem que fazer a inclusão, tem que fazer inclusão. Não vamos fazer inclusão de qualquer jeito. Então, eu gostaria de fazer um apelo aqui, Senador Izalci: veja o que pode fazer para construir pelo menos duas ou três escolas de educação infantil aqui no Guará. Nós não temos! Os espaços de educação infantil daqui são dentro das escolas classes, é tudo misturado. São modalidades diferenciadas. E aí a gente, que sonha tanto, se decepciona, vai ao fundo do poço, como eu fui agora. Mas nós levantamos e vamos agir. Então, eu queria só deixar a minha gratidão, agradecer muito, muito esta participação e deixar este apelo: que nós, como sociedade civil, como professores, como políticos, porque também sabemos ser políticos - nós exercemos essa função dentro da nossa casa, em qualquer lugar -, e vocês, que estão exercendo de fato a função de representação da sociedade, olhemos para a construção de mais escolas. Não adianta ficar reformando escolas, e todos os anos entrarem muitas crianças, porque vêm crianças, mas elas não saem. E a gente está aí com um problema, está um gargalo. Nós não temos onde colocar crianças aqui no Guará, Senador Izalci. E eu acredito que não só aqui no Guará. Eu falo do Guará porque eu acompanho o Guará, mas hoje eu estou como Presidente da Adeep (Associação de Diretores e ex-Diretores das Escolas Públicas do Distrito Federal) e acompanho a realidade de cada gestor. Então, assim, nós estamos muito próximos uns dos outros e compartilhamos as coisas. Então, a educação, de fato, é deixada em terceiro plano, não é nem em segundo, é em terceiro plano. Sabe quem é que leva a educação no Distrito Federal, Senador Izalci? São os diretores e os professores, porque sabem fazer, mas a gente precisa de fato ver a Secretaria de Educação aqui do Distrito Federal com outro olhar. |
R | Nós tivemos, neste ano, quatro trocas de Secretário. Você imagina, se você não tem um grupo de gestores coeso que sabe, realmente, trabalhar, que tem amor com seus professores, que trata seus professores como pessoas, a gente não conseguiria levar, sabe? E aí, como nossa querida Angelita, que também sabe da nossa luta, nossos professores se reinventaram de um dia para o outro - de uma tarde, aliás, para o outro dia. Nós tivemos que nos reinventar. Nós tínhamos professores que não sabiam o que era pegar em um celular e, de repente, tiveram que se virar. E professor é isso mesmo: é saber recriar, reinventar e atingir o objetivo, que é o aprendizado. Nossa meta está lá, é o aprendizado, é fazer com que essa criança aprenda, então, esse é o verdadeiro motivo. Eu vejo o professor como uma arte. É uma coisa, assim, que eu fico pensando, se você não tem esse dom, essa vocação, não tem como ser professor, porque ser professor é se doar, é dar. Então, deixo aí o meu apelo, porque hoje eu saio muito frustrada. Eu espero que, em 2023, quando a gente estiver fazendo e trabalhando as estratégias de matrícula - aliás 2022, para que, em 2023, a nossa realidade seja outra, que nossos alunos sejam bem recebidos em espaços com condições de aprendizagem. E falo isso tendo um olhar muito particular para os nossos alunos que estão saindo do Centro de Ensino Especial. Para você ter uma ideia, os colegas que estão ouvindo, nós estamos saindo com 56 crianças para a educação infantil do Centro de Ensino Especial, e para uns nós não conseguimos espaços, porque eles precisam de um atendimento diferenciado. Não é falta de vontade dos gestores e dos profissionais que estão ali lutando para que isso aconteça, mas é falta de construção de escolas para receber essas crianças. Então, deixo aí o meu apelo. Sei que você tem lutado muito com a verba, nós contaríamos com esse dinheiro. Realmente, foram R$35 milhões que você reuniu para o nosso grupo, para as melhorias e, infelizmente, esse dinheiro não chegou. Mas a gente sabe se reinventar, como eu sempre falo, e a gente vai levando e construindo da melhor maneira que a gente pode, junto com os nossos professores. Deixo aqui o meu obrigada a todos e digo que eu sou professora com muito orgulho, sou uma apaixonada. Eu me emociono com facilidade, luto pelos meus alunos, porque o objetivo meu só é o aluno. Vejo os colegas e tudo, mas eu foco muito no aluno, choro por eles, mas eu levanto. Um abraço para vocês! O SR. PRESIDENTE (Izalci Lucas. Bloco Parlamentar PODEMOS/PSDB/PSL/PSDB - DF) - Obrigado, Leide. Queria deixar para falar nas considerações finais, mas, de fato, primeiro que não é o quarto, é o quinto, já é o quinto Secretário, houve uma Secretária que passou uma semana. Nós temos dificuldade, carência, no Brasil e em Brasília, de políticas de Estado. A pessoa tem política de Governo e, mesmo assim, agora, o quinto Secretário no próprio Governo. Então, é muito difícil. Como eu disse, destinei verba para construir 15 creches, sem um centavo do Governo local, e não se faz, como também os 35. |
R | A Professora Leide transmitiu para nós realmente o que é, como está a situação da educação no Brasil, em especial dos professores. Se ainda temos alguma coisa funcionando, é graças aos diretores e professores, que, muitas vezes, gastam do próprio bolso para que a escola funcione. Então, Leide, parabéns! É isso mesmo. Os professores brasileiros têm isso que você, de uma forma espontânea, colocou aqui, desabafou o que é a vontade acho que da maioria dos professores do Brasil. Obrigado pela participação. Convido a Professora Valquíria Theodoro, mãe e ativista da educação especial. Professora Valquíria. A SRA. VALQUÍRIA ELENA GONÇALVES THEODORO (Para discursar.) - Boa tarde! Na pessoa do Senador Izalci Lucas, cumprimento todos os presentes à Mesa e os ouvintes. A pandemia da covid-19 trouxe um enorme desafio à educação: como absorver a tecnologia para dar continuidade aos estudos de milhões de alunos sem conhecer suas possibilidades e limites? Isso provocou um impacto sobre a identidade profissional do professor. Exigiu o emprego de estratégias pedagógicas alternativas. Expandiu o limite espacial da sala de aula, invadiu os lares, rompeu com o nivelamento social criado pelo ambiente escolar. Desequilibrou a rede de apoio que orbita em torno da escola. Os professores, espinha dorsal da educação, envergaram, mas não caíram. Não obstante as ferramentas que deram certo tenham sido o gerenciamento da aprendizagem por meio de plataformas já existentes e acessíveis, não houve um milagre tecnológico. Mas por trás dessas ferramentas e redes sociais, estiveram profissionais que venceram o medo, a vergonha, a falta de infraestrutura, o corte salarial, a cobrança, a pressão, o aumento da carga de trabalho, a insegurança, o susto. O impacto dessa experiência fez com que muitos adoecessem, mas também demonstrou um grau de resiliência. Em todo esse processo vivenciado nos últimos 18 meses, ficou evidente a importância e a necessidade de integração da tecnologia nas escolas, porém, apoiada por uma adequação na formação inicial dos professores, por garantia de investimento na formação continuada e pela adoção de um modelo de governança de tecnologia de informação para a área educacional que atenda, acima de tudo, às especificidades locais. É preciso preparar a educação para orientar a tecnologia em seu espaço, e não o contrário. Mas, de todo esse trauma, resultou a percepção imprescindível de uma real valorização da importância do professor em nossa sociedade, em nossas vidas, porque todos fomos afetados quando a roda da engrenagem parou. Isso não foi um fato isolado, atingiu o Brasil e o mundo, e as dificuldades se fizeram presentes em países desenvolvidos ou não. Afetou os professores de escolas públicas, privadas e de natureza especial, em todos os níveis de escolaridade. A lição que fica é a necessidade de um maior engajamento, foco e comprometimento do poder público, da comunidade, dos responsáveis e dos alunos para o aproveitamento adequado dos recursos tecnológicos inseridos na educação, novas abordagens e flexibilização, mas, acima de tudo, reconhecimento. |
R | Em nome de todos os pais, mães, avós, tios, irmãos mais velhos que tiveram, em alguns meses, que partilhar o ofício de ensinar e sentiram suas dores, nosso muito obrigada aos professores. O SR. PRESIDENTE (Izalci Lucas. Bloco Parlamentar PODEMOS/PSDB/PSL/PSDB - DF) - Obrigado, Valquíria. Acho que falou em nome de todos nós. Concedo a palavra à Sra. Maria das Graças de Freitas de Abreu, que é mãe de aluno do Centro de Ensino Especial do Guará. A SRA. MARIA DAS GRAÇAS DE FREITAS DE ABREU - Estão me ouvindo? O SR. PRESIDENTE (Izalci Lucas. Bloco Parlamentar PODEMOS/PSDB/PSL/PSDB - DF) - Sim, está ótimo. A SRA. MARIA DAS GRAÇAS DE FREITAS DE ABREU (Para discursar.) - Sim. Boa tarde a todos. Agradeço ao Sr. Senador Izalci Lucas pela oportunidade de participar desta solenidade especial em homenagem aos professores. Agradeço à diretora Gilcileide por me indicar para esta apresentação, eu que represento os pais de todos os alunos do Conselho Escolar do Centro de Ensino Especial. Sinto-me muito honrada por estar aqui nesta tribuna. E me sinto também uma formiguinha, porque diante de tanto conhecimento, tanta experiência, me sinto gratificada por este momento. Quero dizer que não sou professora, apesar de esse sonho de ser professora ter permeado meus desejos durante toda a minha juventude e agora também. Inclusive, agora, do alto dos meus 57 anos, eu voltei a estudar e estou fazendo Pedagogia, por entender a necessidade e a grande importância que o professor tem diante da sociedade. Eu me sinto privilegiada neste momento, por homenagear a profissão matriarca de todas as outras, não é? Poderia aqui declamar um grande poema, dizer frases do grande pensador, do grande educador Paulo Freire, assim como já foram faladas aí agora há pouco, e de outros grandes educadores. Porém, eu quero enaltecer a classe quase heroica. Eu escutei aí que os professores não são heróis, mas eles são quase heróis do nosso País. Porém, enalteço a importância deles com minha gratidão, em nome de todos os pais que têm vivenciado ultimamente a escola, porque nós somos pais, confiamos os nossos filhos ao professor, à escola, porém, não tivemos uma aproximação tão grande com a educação e com os professores quanto nesses 20 meses de pandemia. Nesse tempo, pude ver e confirmar o que eu já sei de muito tempo, porque tive os melhores professores na escola pública: a grande importância desses profissionais nas nossas vidas. O professor é o maior responsável pela formação, pela construção do cidadão e do profissional de todas as áreas do nosso País. Eu reverencio todos, todos os professores do nosso País, em especial os do Distrito Federal, e mais especialmente, os do Centro de Ensino Especial do Guará, que se reinventaram, se tornaram os blogueiros da educação, fizeram laboratórios EaD conosco, com os pais, com os nossos filhos, os alunos. Foi um grande aprendizado para todos. E graças a eles, isso foi possível. Eles, como disseram há pouco, tiveram, de uma tarde para um dia, que se tornarem digitais, youtubers, influencers, professores a distância. |
R | Foi e tem sido um grande aprendizado. Eu sempre disse, em várias reuniões escolares, e digo agora, que esse aprendizado da pandemia deve entrar para os seus currículos como uma graduação, como uma especialização, como um título a mais, porque realmente eles fizeram toda a diferença nesses 20 meses de pandemia. Eu quero agradecer ao Senador, que conheço através do trabalho, através da escola, porque já estou na escola há muito tempo e vejo o seu empenho, o seu trabalho. Nós, realmente, temos um representante para a educação, no Distrito Federal. Isso nos orgulha muito. Quero agradecer ao senhor, agradecer a todos, agradecer pela oportunidade e dizer que estou muito honrada com esta participação neste evento em relação e em homenagem aos professores. Viva o professor, justiça ao professor! Vida, dignidade, salário, ambiente de trabalho e tudo o mais que o professor merece. Boa tarde. O SR. PRESIDENTE (Izalci Lucas. Bloco Parlamentar PODEMOS/PSDB/PSL/PSDB - DF) - Obrigado, Maria das Graças. Passo imediatamente a palavra ao Sr. Luiz Carlos Loiola, Professor de Português e também de Robótica. O SR. LUIZ CARLOS LOIOLA - Boa tarde! Consegue me ouvir bem? O SR. PRESIDENTE (Izalci Lucas. Bloco Parlamentar PODEMOS/PSDB/PSL/PSDB - DF) - Sim. Está ótimo. O SR. LUIZ CARLOS LOIOLA (Para discursar.) - Senador Izalci, primeiramente muito obrigado pelo convite. É uma grande honra e um grande prazer estar aqui com todos vocês participando de mais este momento. Confesso que fiquei muito emocionado com as falas anteriores. Vemos pessoas envolvidas, determinadas, pessoas que estão dedicadas diuturnamente, integralmente, à educação e a todo esse movimento de melhoria. Sou o Professor Loiola. Estou na área de tecnologia há mais de 30 anos. Falo isso porque compreendo as dificuldades de todo mundo. Sou professor de Língua Portuguesa e, nos últimos anos, estamos fazendo um grande movimento de robótica, associando todas as áreas do conhecimento dentro do ensino médio, em tempo integral. Faço um trabalho na escola-piloto do CEM 3 do Gama, com um novo ensino médio, acolhendo os nossos jovens neste período pós-pandemia, no qual a gente ainda tem muita ferida para sarar, muitos problemas a serem resolvidos. Estamos acolhendo os nossos jovens. Vemos, percebemos e sentimos, de todas as formas, como é importante acolher os nossos adolescentes, todos de uma forma geral, as famílias, como é importante eles estarem na escola, como é importante que eles tenham um professor dedicado, de uma forma praticamente integral, estudando também, se preparando, tanto no campo intelectual quanto no campo socioemocional, porque isso é parte de todo esse desenvolvimento que a gente deve considerar. Além desse campo socioemocional de que tanto falamos aqui, estamos associando o campo do empreendedorismo. Eu quero fazer uma fala que eu julgo uma honra muito grande, porque a gente faz uma associação com esse processo todo de tecnologia, com tudo o que vivemos como professores na pandemia, com tudo o que vimos as equipes gestoras das escolas viverem. Eu quero fazer uma associação da informática, da robótica, da língua portuguesa, de forma geral, com a inclusão. Nós temos um aluno de um grupo sensacional que, em 2019, fez uma grande diferença. Está aqui conosco, mas não está podendo participar porque a internet dele caiu, como cai a internet de todos nós, por mais que nos preparemos. É o Igor Diolindo. Ele estava aqui junto conosco, agora há pouco. Liguei para ele, e a internet realmente não está funcionando. |
R | O Igor é parte de um projeto que o Senador Izalci, que esteve com a gente ali, no começo de 2019, viu ser idealizado pela Sra. Ana Beatriz Goldstein e, de imediato, houve uma união de uma equipe muito forte para tornar isso uma realidade. O projeto Rompendo Barreiras, que foi, como eu falei, idealizado em 2019, que pensava a educação, que pensava a robótica, que pensava a inclusão, e tudo isso de uma forma muito humanizada, foi tornado realidade. Fizemos um grande trabalho dentro de uma escola do Guará. Fizemos um trabalho, buscando o apoio de forma geral. Estivemos na escola da Professora Gicileide, que falou aqui, andamos, de uma forma geral. Está aqui a Professora Valquíria, que também acompanhou todo esse desenvolvimento que a gente veio fazendo do Rompendo Barreiras, do outro projeto de robótica um pouco mais nacional. Mas, enfim, eu quero falar de como é importante esse papel que nós, como professores, temos para mudar o mundo que nós temos e de quanto é importante, como o Senador Izalci sempre fala, porque não basta só você ter vontade. Não basta só um bom coração. Tem que haver investimento, e o investimento tem que ser direcionado. No Centro de Ensino Médio onde trabalho, onde temos centenas de alunos todos os dias e onde estamos voltando a acolher esses alunos, temos um trabalho muito forte da equipe gestora e dos professores, sempre muito preocupados, fazendo esse trabalho, também, diuturno, em casa, em home office, preparando suas aulas, indo para a escola, acolhendo a todos e fazendo um trabalho de forma integral. Se o Igor pudesse estar com a gente, ele iria falar dessa emoção que sentimos e que vivemos quando pensamos educação, como a que vivemos, em 2019, nesse projeto Rompendo Barreiras, que agora está dentro do IFB, que é um projeto piloto para o IFB e que também se transformou em um projeto para o IF do Rio Grande do Sul, através de todo esse trabalho que está sendo desenvolvido, que o Senador Izalci capitaneou, com a sua presença, com a sua imagem, com o seu nome e com investimento, é claro, um investimento sólido, bem determinado, que, infelizmente, muitas das vezes, não chega aonde deveria chegar. Eu sou um professor que, assim como vocês que falaram anteriormente, gosto de andar em todos os níveis da sociedade. Eu converso com todas as pessoas e vou a todos os lugares que eu posso de alguma forma, porque, assim, nós conseguimos compreender o que está acontecendo. A educação é mais do que tudo isso que vivemos. E eu ouvi isso de uma professora lá na minha infância, numa infância que já era difícil para quem estava numa sala de aula com tantas crianças, lá no interior do Ceará. No meio de tantos professores que já não acreditavam mais em tanta coisa, essa professora pegou na minha mão e me acolheu. Ela fez um trabalho de alguns anos comigo, me deu uma condição socioemocional, que, naquela época, não se sabia o que era, me acolheu de coração, me acolheu intelectualmente. Depois, eu vim para o ensino fundamental e tive professores que foram determinantes e, aqui, neste movimento que estamos fazendo, pensando no Dia do Professor, nada mais justo do que olharmos para todas as categorias de profissionais da área de educação, que estão ali no ensino e na outra ponta, no final, que estão na rede pública ou na rede privada, que estão na área de inclusão, que estão, como a Professora Gicileide falou, como a professora Valquíria falou, todo mundo envolvido, de coração e de alma, para fazer acontecer. |
R | Então, eu quero que vocês lembrem dessa palavra, desse nome desse projeto maravilhoso Rompendo Barreiras, de tudo que a gente está fazendo de tudo que a gente pode fazer como professor no ensino fundamental, no ensino médio, de tudo que a gente pode fazer no jardim de infância, de tudo que a gente pode trazer de apoio e receber de apoio das escolas privadas nessa parceria e que tenhamos aí uma forma, Senador, para que esses investimentos, que são pensados, que são trabalhados, cheguem à ponta, porque o professor quer qualidade de vida, ele quer a mesma qualidade de vida que ele sonha para o aluno dele. Realmente, não é como todo mundo pensa ou como as pessoas falam: "Professor quer ganhar mais". Não; o professor quer qualidade de vida. Isso envolve ele saber que a escola dele tem estrutura, que ele pode acolher os seus alunos, que ele, como professor, tem uma internet que vai funcionar, que ele pode fazer um trabalho mais sério ainda, mais sólido ainda e mais dedicado ainda para que isso dê certo. E tempo: tempo para se preparar, tempo para estudar, para fazer cursos, buscando mais desenvolvimento e levando isso para as nossas crianças. É uma grande honra estar aqui com vocês. Senador Izalci, é uma grande honra, um grande prazer. É uma honra muito grande estar com vocês, ouvir cada um dos que falou até agora. Eu sou muito emocional, eu sou um professor que se apaixona pela educação, estou aí há mais de 30 anos nessa batalha de tecnologia, de língua portuguesa. Agora a gente está envolvido muito com robótica, com o novo ensino médio. É um grande prazer estar aqui. Reforçando: juntos podemos lutar por uma educação melhor, com a valorização dos nossos profissionais da educação, com a consequente valorização das nossas crianças, dos nossos jovens. de todos que estão envolvidos na educação e com esses investimentos, Senador, por que o senhor está sempre lutando para trazer para dentro da nossa área, de todas as áreas do conhecimento, de todas as formas, quer seja na estrutura ou na qualidade de vida dos nossos profissionais. É um prazer e uma honra estar aqui com vocês, sempre! Muito obrigado. O SR. PRESIDENTE (Izalci Lucas. Bloco Parlamentar PODEMOS/PSDB/PSL/PSDB - DF) - Obrigado. Eu que agradeço. Quero lamentar, mas é uma coisa cotidiana neste País, a questão da internet. Uma pena o nosso aluno do 2º ano do ensino médio, o Igor Diolindo, não poder dar aqui o seu testemunho sobre esse projeto maravilhoso, o Rompendo Barreiras. A mãe dele, inclusive, a Rosângela também. Então, eu quero anunciar isso e lamentar, porque, de fato, ele poderia fazer uma grande homenagem aos professores pela forma carinhosa e dedicada que todos têm. Ainda a gente lamenta muito, em nível de Brasil. Quantas escolas neste País ainda não têm energia, não têm água potável, internet! Quanto à internet de banda larga, eu lamento. Nós aprovamos o projeto no Senado, por unanimidade, aprovamos na Câmara, e o Presidente vetou a banda larga nas escolas. Nós derrubamos o veto, e, aí, veio uma medida provisória prorrogando tudo isso. É triste quando você não vê, realmente, priorizarem a educação de fato. Discurso aqui é uma beleza. Todos... Nunca vi alguém fazendo um discurso que não fosse de elogio à educação; mas, quando se fala em recurso, quando se fala em investimentos, são poucos realmente que se dedicam a isso. Mas eu não poderia deixar de dizer aqui da minha alegria, da honra de presidir esta sessão tão importante em homenagem ao professor. E a gente pôde ver aqui, em todos os professores que falaram, professoras, do carinho, da luta, do empenho em ver as crianças, os jovens progredirem. |
R | Eu fico triste porque vai ser uma luta você trazer esses alunos de volta, principalmente os alunos do ensino médio, com tantos problemas que a gente enfrenta, muita gente passando dificuldade, milhões de jovens sem perspectiva, exatamente por não terem ainda uma educação que dê a ele condições de entrar no mercado de trabalho, empreender. A gente precisa modernizar tudo isso, entrar na era digital. Mas, se ainda temos essa educação, a gente deve muito aos professores. Então, aqui a minha homenagem, o meu agradecimento por presidir e homenagear essa classe tão importante e desvalorizada no Brasil. Agradeço a participação de cada um de vocês, cumprindo a nossa finalidade aqui de realmente fazer essa grande homenagem. Como eu digo sempre, não se faz educação com discurso, se faz educação com investimento, com recurso, priorizando, de fato, as ações, o planejamento, e não com a política do improviso, sem você saber exatamente aonde queremos chegar, em uma escola que não tem estrutura, que não tem a valorização que todos merecem. Então, agradeço a todos pela presença e declaro encerrada esta sessão solene. Obrigado a todos. (Levanta-se a sessão às 16 horas e 03 minutos.) |