4ª SESSÃO LEGISLATIVA ORDINÁRIA
56ª LEGISLATURA
Em 11 de fevereiro de 2022
(sexta-feira)
Às 14 horas
6ª SESSÃO
(Sessão Especial)

Oradores
Horário

Texto com revisão

R
O SR. PRESIDENTE (Eduardo Girão. Bloco Parlamentar PODEMOS/PSDB/PSL/PODEMOS - CE. Fala da Presidência.) - Paz e bem a todos vocês que estão aqui no Plenário do Senado Federal e também em casa, nos rincões do nosso Brasil, coração do mundo, pátria do Evangelho, para esta sessão tão especial.
Esta é uma sessão que encerra uma trilogia: nós tivemos aqui, em 2019, uma sessão solene em homenagem a Allan Kardec; também em 2019, uma sessão solene em homenagem a Bezerra de Menezes; e, hoje, depois de quatro adiamentos por causa da pandemia que nós vivemos, agora sob controle, nós estamos tendo a bênção de poder fazer uma sessão em homenagem ao Chico Xavier. Inicialmente estava marcada no dia 2 de abril de 2020, no dia do aniversário do Chico, mas, devido à crise sanitária, a gente teve que adiar.
Então, eu não sou muito de formalidades, mas a gente tem que seguir aqui uma liturgia.
Sob a proteção de Deus, declaro aberta esta sessão, para que nós possamos iniciar os nossos trabalhos.
A presente sessão especial remota foi convocada nos termos do Ato da Comissão Diretora nº 8, de 2021, que regulamenta o funcionamento das sessões e reuniões remotas e semipresenciais no Senado Federal e a utilização do Sistema de Deliberação Remota, em que a gente faz as nossas votações aqui, na Casa, e é uma sessão que é executada hoje a partir do atendimento de um requerimento aprovado - e aqui vai o meu agradecimento a todos os colegas Senadores -, o Requerimento nº 105, de 2020, de minha autoria e de outros Senadores, aprovado por unanimidade aqui pelo Plenário do Senado Federal.
R
A sessão de hoje, como eu falei há pouco, é destinada a homenagear esse grande pacifista e humanista brasileiro, o médium Francisco Cândido Xavier.
A Presidência informa que esta sessão terá a participação dos seguintes convidados: a Sra. Deputada Caroline de Toni, Congressista pelo Estado de Santa Catarina; o Sr. Adilson Mariz de Moraes, Presidente da Comunhão Espírita de Brasília, já presente à mesa; o Sr. Marcel Souto Maior, jornalista e também biógrafo de Chico Xavier, que vai participar de forma remota; o Sr. Haroldo Dutra, que é palestrante espírita, está aqui ao meu lado e vai participar de forma presencial; o Sr. José Carlos De Lucca, que é escritor, palestrante e que também vai participar conosco de forma virtual; a Sra. Marta Antunes Moura, Vice-Presidente da Federação Espírita Brasileira (FEB), que está aqui também ao meu lado e vai participar de forma presencial nesta sessão; o Sr. Oceano Vieira de Melo, pesquisador, historiador, documentarista, que vai participar conosco desta sessão de forma remota; o Sr. Paulo Maia Costa, Presidente da Federação Espírita do Distrito Federal - o Sr. Paulo Maia já chegou, está aqui conosco e também vai participar de forma presencial nesta sessão -; o Sr. João Pinto Rabelo, Diretor da Federação Espírita Brasileira (FEB), também já presente aqui conosco, vai participar de forma presencial; o Sr. Geraldo Lemos Neto, Presidente da Casa de Chico Xavier de Pedro Leopoldo e também Presidente do Portal e da TV Saber Espiritismo de Belo Horizonte, que conviveu muitos anos com Chico Xavier e vai participar desta sessão de forma remota.
Muito obrigado a todos vocês por estarem, dentro das limitações - alguns presencialmente, outros de forma virtual -, participando desta sessão que, tenho certeza, vai levar muita luz, vai levar muita serenidade, muito alento, muita esperança, muito conforto, num momento em que a gente vive turbulências - desde que eu me entendo por gente - jamais vistas na história desta nação.
R
O Sr. Luiz Carlos Bassuma também vai participar desta sessão. Ele foi Deputado Federal duas vezes pelo Estado da Bahia e foi o Presidente da Frente Parlamentar em Defesa da Vida, durante a sua legislatura, defendendo a vida desde a concepção. Ele está aqui conosco e vai participar de forma presencial. A Sra. Andreia Salles, que é Coordenadora do Movimento Brasil sem Drogas, também já está aqui conosco e vai participar de forma presencial. O Sr. Nazareno Feitosa, palestrante, um grande amigo que eu conheci desde o Ceará, há mais de 20 anos, e é um estudioso da doutrina, um trabalhador, um ativista das causas do Cristo aqui neste Congresso Nacional, vai participar de forma presencial e já está aqui à mesa conosco. Para fechar os participantes que irão palestrar - mas há muitas pessoas aqui; depois eu queria até que a nossa Secretaria pegasse o nome de todas as pessoas que estão aqui para a gente poder registrar a presença delas -, eu queria anunciar mais um nome que vai participar e que vai fazer uma palestra aqui para nós, que é o Sr. Simão Pedro, Professor universitário e membro do Conselho Regional Espírita do Alto Paranaíba, que vai participar de Minas Gerais desta sessão remota.
Antes do Hino Nacional, eu queria também dizer aqui da minha gratidão, de coração, para o Presidente desta Casa, o Senador Rodrigo Pacheco, que é de Minas. Ele é conterrâneo lá do nosso querido homenageado de hoje, Chico Xavier. O Presidente teve muita sensibilidade de confirmar esta sessão para hoje, sexta-feira - e nada acontece por acaso, tinha que ser hoje mesmo -, e foi muito aberto para que a gente pudesse realizá-la de uma forma semipresencial. Então, eu lhe agradeço.
A energia é outra quando a gente consegue estar presente fisicamente, e eu acho que todos vão ganhar, o Brasil vai ganhar com essa homenagem à cultura da paz, que transcende a pessoa, a obra, mais de 400 livros traduzidos para diversas línguas do mundo, de um homem que só fez a caridade, que ajudou, que confortou mães, pais, irmãos que perderam entes queridos. Então, eu acho que vai ser uma tarde e noite muito emocionantes para todos nós.
O pai do Presidente Rodrigo Pacheco, que eu não tive a oportunidade de conhecer pessoalmente ainda, só virtualmente, é um estudioso da doutrina espírita lá em Belo Horizonte, o Sr. Helio - fica aqui o meu abraço -, e deve estar nos acompanhando neste momento histórico. E também o Sr. Claudinei Paulino, que é um grande amigo ali, próximo a Juiz de Fora, também tem uma admiração muito grande por Chico Xavier e está acompanhando esta sessão lá da cidade dele, que é São João Nepomuceno.
Então, nós vamos agora...
Eu convido todos vocês para que, em posição de respeito, a gente possa acompanhar o Hino Nacional brasileiro.
R
(Procede-se à execução do Hino Nacional.)
O SR. PRESIDENTE (Eduardo Girão. Bloco Parlamentar PODEMOS/PSDB/PSL/PODEMOS - CE. Para discursar - Presidente.) - Bem, pessoal, antes de começar aqui a programação, que vai ter de tudo um pouco - arte, algumas palestras de convidados que eu já anunciei aqui -, eu queria dizer a vocês da honra e da alegria de poder estar aqui, neste momento, presidindo uma sessão como esta. É uma benção muito grande da espiritualidade proporcionar isso e trazer para este plenário em que estamos, onde tantas decisões importantes são tomadas, praticamente todos os dias.
R
E, durante a pandemia, nós não tivemos um dia de descanso, deliberando, e a gente sabe que a guerra que a gente vive, no planeta, neste estágio da humanidade, absolutamente, não é uma guerra entre os homens; nós estamos diante de uma grande batalha, de uma grande guerra espiritual. E a gente está tendo a oportunidade de falar sobre valores e princípios edificantes hoje, aqui neste plenário. Relembrar a passagem desse grande brasileiro é algo que vai trazer muitas vibrações positivas para o que vem por aí, para iluminar cada um que trabalha aqui, sejam Senadores, sejam assessores, sejam os funcionários desta Casa, essa energia, e muitos chegam para comentar comigo depois, essa energia fica durante muito tempo.
E eu peço a vocês que estão em casa, vocês que estão aqui presentes no plenário que sempre orem não apenas agora, mas que a gente possa orar por nossa nação. Não temos dúvidas de que vamos superar tudo isso, todas essas angústias, todas essas incertezas, essa desesperança que vem batendo na porta. E a gente vai precisar ter muita união, muito trabalho, muita humildade e fé para colocar o Brasil onde ele merece, onde o nosso povo merece, porque esta nação é fabulosa, rica, poderosa. E tudo isso que se está passando, acontecendo, é um processo importante para que nós possamos renascer como nação com mais ética e com mais humanismo.
Eu queria dizer aqui da minha alegria em ter conosco conectado, outros Senadores também vão participar, mesmo que de forma remota, mas o Senador Izalci Lucas, aqui de Brasília, já está conectado conosco e, daqui a pouco, por uma das causas do Cristo, que nós abraçamos aqui no Senado Federal, vou precisar me ausentar um pouco, alguns minutos, para um debate nacional que vai haver, que já estava marcado há muitos meses também, mas eu vou e o Izalci vai comandar aqui a sessão até a minha volta, ele que é uma pessoa também muito sensível e que é muito respeitosa aqui dentro do Senado Federal.
R
Sras. Senadoras, Srs. Senadores, irmãos e irmãs de ideal, se ainda estivesse encarnado, Chico Xavier completaria, em 2 de abril próximo, 112 anos de idade. No momento em que o Brasil inteiro, ainda assolado pela pandemia, procura algumas alternativas de saída, o exemplo de vida de Chico Xavier é uma das nossas grandes inspirações.
Reencarnou em uma família com nove filhos de um vendedor de bilhete de loteria e de uma lavadeira, ambos analfabetos, na pequena cidade mineira de Pedro Leopoldo, em 1910. Órfão de mãe, aos cinco anos foi entregue à madrinha, que não o tratava bem, e, com muito sacrifício, conseguiu completar o curso primário. Aos 22 anos, caixeiro de um pequeno armazém em Pedro Leopoldo, que fica ali pertinho da capital Belo Horizonte, Chico Xavier publicou a primeira edição do Parnaso de Além-Túmulo, coletânea de poemas psicografados, que fez sensação nos círculos literários brasileiros e que o tornou conhecido nacionalmente. Começava aí sua história de vida pública. Ao Parnaso, seguiram-se mais de 400 livros, que venderam mais de 50 milhões de exemplares e que compunham o que há de mais importante na literatura mundial.
Mas Chico Xavier viveu no mundo sem ser do mundo. O médium era, sobretudo, um filantropo. Embora viesse a se tornar o escritor brasileiro de maior sucesso comercial da história, ele cedeu integralmente - repito, integralmente! - os direitos autorais de suas obras para instituições de caridade espalhadas por todo o nosso país.
Embora fosse reconhecido como um dos maiores líderes espirituais do Brasil e um dos mais importantes expoentes do espiritismo, jamais cobrou um centavo pelas mais de 10 mil cartas que psicografou, consolando milhares de famílias, que se deslocavam de todas as partes do Brasil na esperança de receberam notícias de seus entes queridos desencarnados.
Chico Xavier dizia que não era senão uma formiguinha das menores que anda pela terra cumprindo sua obrigação. Ele dizia que era um cisco, não é? Era Chico... "Eu sou um cisco". Uma formiguinha que teve seu nome aprovado pelo Congresso Nacional como Herói da Pátria, fruto de um projeto de lei que veio lá da Câmara Federal, o qual eu tive a honra de relatar aqui no Senado. Tive também a alegria que propor um PL oficializando o dia 18 de abril como o Dia Nacional do Espiritismo, já aprovado tanto na Câmara dos Deputados, como aqui no Senado; só está faltando, por uma questão burocrática, a sanção do Presidente da República. Dia 18 de abril, nós sabemos que foi o dia da publicação de O Livro dos Espíritos, a primeira obra de Allan Kardec, que marcou o grande início dessa doutrina, que é baseada na ciência, na filosofia e na religião.
R
É esse um exemplo de fé em Jesus e desprendimento de interesses materiais, o que precisa ser por nós sempre lembrado, para servir como referência permanente; de alguém que nos pede, como ele nos pediu, que doemos a paz e a alegria aos que vivem junto a nós; de alguém que nos move, como ele nos moveu, para o exercício espiritual da caridade, que coloca em movimento as forças nobres da alma; de alguém que nos mostra, como Chico Xavier nos mostrou, que, embora ninguém possa voltar atrás e fazer um novo começo, qualquer um pode começar agora a fazer um novo fim. Que possamos nos inspirar em Chico Xavier na busca pela paz de Jesus Cristo, que é uma paz corajosa e ativa no bem!
Muitíssimo obrigado a todos.
Neste momento, vou passar a palavra ao Presidente da sessão, a partir de agora, que é o Senador Izalci Lucas, que vai comandar esta sessão enquanto eu vou para um debate sobre jogo de azar, sobre jogatina, que está ameaçando, na próxima semana... E peço a oração e o engajamento de vocês, da forma como puderem, para que a gente possa evitar esse grande malefício para a nossa nação, que já tem problema demais e não precisa de jogo de azar para completar os nossos tormentos.
Izalci, muito obrigado pela sua disponibilidade, na primeira hora. O senhor vai comandar, a partir de agora, já chamando uma contação de história bem interessante, e, depois, iniciar com os palestrantes.
Daqui a pouco, estou de volta.
Muito obrigado.
Que Deus abençoe todos! (Palmas.)
(O Sr. Eduardo Girão deixa a cadeira da Presidência, que é ocupada pelo Sr. Izalci Lucas.)
O SR. PRESIDENTE (Izalci Lucas. Bloco Parlamentar PODEMOS/PSDB/PSL/PSDB - DF. Por videoconferência.) - Obrigado, Senador Girão. É uma honra muito grande poder presidir temporariamente esta sessão.
Quero, de forma muito especial, cumprimentar o meu amigo, por quem tenho grande admiração, Adilson Mariz de Moraes, o nosso Presidente da Comunhão Espírita de Brasília; o Paulo Maia Costa também, que é da Federação Espírita do Distrito Federal; a Andreia Salles, Coordenadora da Comunhão Espírita de Brasília; e os demais convidados, como a Deputada Caroline de Toni também, que é Deputada Federal de Santa Catarina, e os demais convidados.
R
Eu quero passar imediatamente a palavra à nossa querida contadora de história Nyedja Gennari.
Nyedja.
A SRA. NYEDJA GENNARI - (Interpretação narrativa.) - Senhoras e senhores, cumprimento todos os presentes que aqui estão, seja virtual ou presencialmente, e convido cada um de vocês a uma viagem, uma viagem para uma história real, emocionante e inspiradora. Então, apertem os cintos da imaginação ou os soltem, se preferirem, e viajem comigo pela história de Francisco Cândido Xavier, que nasceu em Pedro Leopoldo, Minas Gerais, no dia 2 de abril de 1910, filho de um operário e de uma lavadeira.
Com cinco anos, Chico e oito irmãos ficaram órfãos de mãe. O pai se viu obrigado a entregar os filhos ao cuidado de pessoas amigas, e o pequeno Chico ficou com a madrinha, que o maltratava. Chico ouvia, por vezes, a falecida mãe dizer que enviaria um anjo para a família. O pai teve uma nova esposa que reuniu todos os irmãos e ainda teve mais cinco filhos.
Começou a trabalhar cedo, pois precisava ajudar nas despesas de casa. E cedo também veio a doença: primeiro, os pulmões; depois, os olhos; e, depois, a angina, que provocava fortes dores no peito.
Com 17 anos, em 8 de julho de 1927, Chico Xavier fez a primeira reunião pública de serviço mediúnico e começou a psicografar. Dezessete folhas de papel foram preenchidas rapidamente, tratando dos deveres do cristão.
Até 1931, recebeu muitas poesias e mensagens, mas, nesse ano, viu pela primeira vez o Espírito Emmanuel, seu inseparável mentor espiritual. Em 1950, Chico Xavier já havia escrito pela psicografia mais de 50 livros.
Em 5 de janeiro de 1959, mudou-se para Uberaba, iniciando as atividades mediúnicas em reunião pública e a Comunhão Espírita Cristã, e começou também a famosa peregrinação aos sábados, em que visitava lares carentes acompanhado por um grande número de pessoas.
Chico psicografou 451 livros. Os direitos autorais das obras publicadas foram cedidos às editoras espíritas e a entidades ligadas à caridade. Os livros foram traduzidos para vários idiomas. A cidade de Uberaba transformou-se num polo de atração de inúmeros visitantes; muitos tinham perdido pessoas queridas e buscavam consolo, e ele psicografou milhares de cartas para essas famílias.
Considerado o maior médium psicógrafo de todos os tempos, Francisco Cândido Xavier morreu no dia 30 de junho de 2002, aos 92 anos, por parada cardíaca. Ele disse aos amigos íntimos que queria partir num dia feliz, e a data ficou marcada para todos os brasileiros que comemoravam naquele dia a conquista do título de pentacampeão mundial de futebol, na Copa realizada no Japão.
Em tempos difíceis de medo e insegurança, vale a todos nós recordarmos uma de suas inspiradoras mensagens:
R
Todas as coisas na terra passam.
Os dias de dificuldade passarão...
Passarão, também, os dias de amargura e solidão.
As dores e as lágrimas passarão.
As frustrações que nos fazem chorar... Um dia passarão.
A saudade do ser querido que está longe passará.
Os dias de tristeza...
Dias de felicidade...
São lições necessárias que, na Terra, passam, deixando no espírito imortal
as experiências acumuladas.
Se, hoje, para nós, é um desses dias,
repleto de amargura, paremos um instante.
Elevemos o pensamento ao alto
e busquemos a voz suave da mãe amorosa,
a nos dizer carinhosamente: 'isto também passará'
E guardemos a certeza pelas próprias dificuldades já superadas que não há mal que dure para sempre,
semelhante à enorme embarcação que, às vezes, parece que vai soçobrar diante das turbulências de gigantescas ondas.
Mas isso também passará porque Jesus está no leme dessa nau
e segue com o olhar sereno de quem guarda a certeza de que a
agitação faz parte do roteiro evolutivo da humanidade
e que um dia também passará.
Ele sabe que a Terra chegará a porto seguro
porque essa é a sua destinação.
Assim, façamos a nossa parte o melhor que pudermos,
sem esmorecimento e confiemos em Deus,
aproveitando cada segundo, cada minuto que, por certo, também passará.
Tudo passa...
exceto Deus.
Deus é o suficiente!
Eu sou Nyedja Gennari, contadora de histórias. (Palmas.)
O SR. PRESIDENTE (Izalci Lucas. Bloco Parlamentar PODEMOS/PSDB/PSL/PSDB - DF. Por videoconferência.) - Quero parabenizar e agradecer à contadora de histórias Nyedja Gennari, que ontem de manhã foi comunicada desta sessão solene e fez essa brilhante contação de história.
Nós ouviremos agora o Pai Nosso, interpretado pelo cantor Lânio Silvério Thomáz.
(Procede-se à execução musical.) (Palmas.)
R
O SR. PRESIDENTE (Izalci Lucas. Bloco Parlamentar PODEMOS/PSDB/PSL/PSDB - DF. Por videoconferência.) - Concedo a palavra agora à Deputada Caroline de Toni, Deputada Federal do Estado de Santa Catarina. (Pausa.)
Deputada Caroline? (Pausa.)
Está ausente a Deputada? (Pausa.)
Concedo a palavra, então, ao nosso Sr. Adilson Mariz de Moraes, que é o Presidente da Comunhão Espírita de Brasília.
R
O SR. ADILSON MARIZ DE MORAES - Caríssimo Presidente da sessão, Senador Izalci Lucas, vou passar a vez para a nossa Marta Antunes, Vice-Presidente da Federação Espírita Brasileira, e me reporto à minha palavra depois do Paulo Maia. Seria possível?
O SR. PRESIDENTE (Izalci Lucas. Bloco Parlamentar PODEMOS/PSDB/PSL/PSDB - DF. Por videoconferência.) - Sim, pois não.
O SR. ADILSON MARIZ DE MORAES - Muito obrigado.
O SR. PRESIDENTE (Izalci Lucas. Bloco Parlamentar PODEMOS/PSDB/PSL/PSDB - DF. Por videoconferência.) - Com a palavra, então, a Sra. Marta Antunes, Vice-Presidente da Federação Espírita Brasileira.
Um abraço.
A SRA. MARTA ANTUNES MOURA (Para discursar.) - Muito obrigada, prezado Senador Izalci Lucas.
Neste momento, como nós estamos em família, está instalada a reunião da família, vou quebrar um pouquinho o protocolo, e a forma de tratamento será aquela mais simples possível, de irmãos e irmãs.
Estamos aqui reunidos nesta justa homenagem que o Senador Eduardo Girão teve a inspiração de elaborar nesse projeto e trazer a todos nós.
Para falar do Chico Xavier, nós ficaríamos horas, dias, é muita coisa, mas nós queremos recordar que é um amigo querido, um amigo que, muitas vezes, eu pensei até que era um parente consanguíneo, amigo do meu pai, da minha mãe... Eu o conheci quando era uma criança, muito jovem, com cinco, seis, sete anos de idade. Depois, eu o conheci mais em Uberaba. Meu marido é de Uberaba e trabalhou com ele vários anos até que se formou e veio para Brasília.
O Chico Xavier, que está no meu coração, no coração da minha família e de muitos e muitos amigos, não é só aquele ser, aquele espírito que tinha um dom psíquico acima do comum, como inúmeras criaturas, inúmeros representantes do nosso planeta que trazem um dom na área da ciência, na área da tecnologia, na área da filosofia, na área das artes. Nós realmente admiramos o Chico profundamente sobretudo por ter sido um homem de bem - por ter sido, não, mas por ser um homem de bem, é o que fica -, aquela criatura amorosa, sincera, de um raciocínio muito lúcido, que nós jamais esqueceremos, sobretudo aquela grande capacidade de amar que ele tinha e tem.
Quando me lembro do Chico... Eu fiquei pensando quando me falaram que eu tinha um tempo para falar a respeito dele: o que eu vou falar? É tanta coisa. Tudo é importante, nada é secundário. Então, eu me lembrei de que, quando nós passamos por um processo evolutivo, sobretudo, digamos, na área da tecnologia, constroem-se protótipos, que são experimentados e mais tarde difundidos pelo planeta, transformando a paisagem planetária, facilitando a vida no planeta.
R
Então, Chico Xavier - ocorreu-me - é o protótipo do homem do futuro, da nossa humanidade futura, um homem de bem, sobretudo isto: um homem de bem.
Na verdade, com toda sinceridade, eu penso - posso estar enganada - que o Chico não precisa de homenagens. Nós é que precisamos homenageá-lo. Nós temos uma necessidade de falar para o mundo que um homem de bem, profundamente amoroso e bom, esteve entre nós.
E isso me fez lembrar - uma coisa vai levando a outra - uma história, um conto que o grande Humberto de Campos, Presidente da Academia Brasileira de Letras, colocou no livro Contos e Apólogos, um livro que foi publicado em 1958. Ele fala da história de um homem - vou fazer uma paráfrase, vou falar com minhas próprias palavras - que já tinha conseguido alcançar um nível razoável de evolução no campo da inteligência, do intelecto, e moral. E ele pediu ao Altíssimo que lhe concedesse essa oportunidade, porque ele queria alcançar o reino dos céus. Eu não vou contar toda a história, mas, em síntese, ele voltou pelos processos reencarnatórios várias vezes. Humberto de Campos fala que ele passou pela oportunidade de ser um alfaiate, de ser um escritor, de ser um poeta, de ser um músico, de ser um legislador, professor, administrador, condutor, e sempre retornou à realidade extrafísica, à realidade espiritual muito bem-sucedido, tanto no aspecto dos assuntos da inteligência, do intelecto que ele desenvolvia, quanto nos aspectos morais. Quando chegou a um determinado momento - ele já tinha passado muita experiência, ele realmente era um homem de bem, já estava com uma evolução, as duas asas da evolução estavam em equilíbrio, ele estava levantando voo na sabedoria e no amor -, ele perguntou: "Eu fui muito bem-sucedido em tudo, em todas as experiências por que passei eu fui muito bem-sucedido, tanto no aspecto moral quanto no aspecto intelectual. Por que eu não consegui ainda o reino dos céus? Por que eu ainda não cheguei ao reino de Deus?". Então, o orientador espiritual que representava o mensageiro celestial disse: "Você quer alcançar definitivamente, entrar portas adentro dos reinos dos céus?". "Quero." "Então você vai renascer e vai aprender a ser servidor, agora você vai aprender a servir." O servidor é aquele que conhece a lei do amor. Esse foi o exemplo do Chico Xavier.
Neste momento, para finalizar, eu peço licença para ler aquilo que o representa nas palavras do venerável e inesquecível Paulo de Tarso, que está na sua primeira epístola de Coríntios, no capítulo 13, versículos 1 a 3. Chico, receba as vibrações dessa manifestação de Paulo. Você é um espírito chamado amor, um homem que representa a nossa humanidade no futuro.
R
Paulo nos disse assim:
Ainda que eu falasse as línguas dos homens e dos anjos, se eu não tivesse a caridade [o amor é a caridade, a caridade é o amor sublimado], seria como o bronze que soa ou como o címbalo que tine.
Ainda que eu tivesse o dom da profecia, o conhecimento de todos os mistérios e toda a ciência, ainda que eu tivesse toda a fé, a ponto de transportar montanhas, e não tivesse caridade, nada seria.
Ainda que distribuísse todos os meus bens aos famintos, ainda que entregasse o meu corpo às chamas, se não tivesse caridade, de nada adiantaria.
A caridade é paciente, a caridade é prestativa. Não é invejosa. Não se ostenta e não se incha de orgulho.
Nada fala de inconveniente. Não procura o seu próprio interesse, não se irrita, não guarda rancor.
Não se alegra com a injustiça, mas se regozija com a verdade.
Tudo desculpa, tudo crê, tudo espera, tudo suporta.
A caridade jamais passará. Quanto às profecias, elas desaparecerão. Quanto às línguas, elas cessarão. Quanto à ciência, também desaparecerá.
Pois o nosso conhecimento é limitado. E limitada a nossa profecia.
Mas quando vier a perfeição, [entre parênteses, a humanidade regenerada, a humanidade do futuro] o que é limitado desaparecerá.
Quando eu era criança, falava como criança, pensava como criança, raciocinava como criança. Depois que me tornei homem, fiz desaparecer o que era próprio da criança.
Agora vemos em espelho e de maneira confusa; mas depois veremos face a face. Agora meu conhecimento é limitado; mas depois conhecerei como eu sou conhecido.
Agora, portanto, permanecem fé, esperança, caridade, essas três coisas. A maior delas, porém, é caridade.
Você, Chico, é o exemplo da caridade.
O SR. PRESIDENTE (Izalci Lucas. Bloco Parlamentar PODEMOS/PSDB/PSL/PSDB - DF. Por videoconferência.) - A Sra. Marta Antunes é Vice-Presidente da Federação Espírita Brasileira, é natural de Pedra Azul, Minas Gerais, mudou-se para Brasília em 1963, local em que se formou na área de Biologia e Biomedicina pela Universidade de Brasília. Trabalhou na área de saúde coletiva e diagnóstico laboratorial e atuou como professora de nível médio e superior. Participante ativa da doutrina, sempre se dedicou à atividade de formação doutrinária do trabalhador espírita. Integrante da Federação Espírita Brasileira desde 1980, atualmente é coordenadora das comissões regionais na área de mediunidade e uma das vice-presidentes da Federação.
Antes de passar para o Sr. Paulo Maia, eu vou passar um vídeo do Mestre Divaldo Franco. Assistiremos no vídeo, então, a um depoimento do fiel mensageiro da palavra de Cristo, Prof. Divaldo Franco.
R
(Procede-se à exibição de vídeo.)
R
R
O SR. PRESIDENTE (Izalci Lucas. Bloco Parlamentar PODEMOS/PSDB/PSL/PSDB - DF. Por videoconferência.) - Concedo a palavra ao Sr. Paulo Maia Costa, Presidente da Federação Espírita do Distrito Federal. Ele que é natural de Santo André (São Paulo), espírita desde criança, mais ativamente desde os 17 anos. É um dos fundadores da Fraternidade Espírita Cáritas, em Santo Antônio do Descoberto, aqui em Goiás. Em 2014, fez a coordenação do Movimento Você e a Paz, aqui no Distrito Federal; foi Diretor da Fraternidade Espírita Cáritas, aqui no Distrito Federal, de 1989; foi Diretor do Esde da Federação Espírita do Distrito Federal, Vice-Presidente e, atualmente, é Presidente da Federação Espírita do Distrito Federal.
Ele é bancário, formado em Processamento de Dados, com especialização em Gestão de Projetos e mestrado em Gestão do Conhecimento e Tecnologia da Informação e Comunicação.
Com a palavra o Sr. Paulo Maia Costa.
R
O SR. PAULO MAIA COSTA (Para discursar.) - Prezado Senador Izalci Lucas, Senador do Distrito Federal, que tem honrado o seu cargo conosco aqui, nos prestigiado, nos apoiado muito na defesa da honra, do valor do bem comum; nosso querido amigo Senador Eduardo Girão, que propôs esta sessão; nossa Vice-Presidente da Federação Espírita Brasileira, Marta, nas pessoas de quem cumprimento todos aqui presentes e os nossos amigos e irmãos que também estão remotamente, digo que, cada vez que a gente para para falar um pouco do Chico, homenagear o Chico, a gente percebe o quanto ele ainda é desconhecido, seja na sua vida íntima, seja nas referências das histórias em que ele demonstrava a real vivência, como nos citou a Marta aqui a Epístola de Paulo, vivendo a caridade em toda a sua plenitude, seja também pela sua obra, pelas revelações - até hoje, a ciência vem trazendo revelações feitas há 50 anos, 60 anos em sua obra - que hoje a ciência vem demonstrando que são a mais pura verdade, mas que à época pareciam loucura. Então, falar do Chico e procurar conhecê-lo cada vez mais é uma honra para nós, seja nas histórias, seja no convívio que as pessoas tiveram com ele, seja especialmente na obra, que, a cada dia, analisamos e em que descobrimos novidades.
Chico para nós espíritas é o decodificador da obra do codificador. Allan Kardec codificou a obra espírita, tem algumas obras de estudos, mas o Chico veio, trouxe detalhes da intimidade de como é essa vida no mundo espiritual, qual é o contexto das histórias dos grandes missionários e nos trouxe as revelações diversas da vida além da vida. Então, ele, de certa forma, decodificou, e, à medida que a gente vai estudando, compreendendo, a gente vai entendendo um pouco mais o que é o espiritismo.
Como missionário, ele extrapola, como disse o Divaldo, a esfera do espiritismo. Foi um homem de bem realmente, um missionário que, como todo grande missionário da humanidade, enfrentou a indiferença, o descrédito, a mentira, diversos desafios e nunca, na sua biografia, que tantos escreveram, tentou revidar ou revidou os ataques às feridas que abriram para ele. E a resposta sempre foi a da outra face, a do silêncio, a do amor, a da caridade.
Na sua passagem aqui em Brasília, a gente não esquece o ginásio inteiro lotado para falar com ele. E, quando terminou a sua preleção, todos queriam cumprimentá-lo. Ele foi cumprimentando um por um e falando ali uma palavra de amor, de carinho. Lembro que a Mayse, nossa amiga, que estava na caravana que o apoiava, já eram 3h da manhã, falou: "Chico, já está desde 8h, o senhor não se cansa?". E ele: "Minha filha, o amor não cansa nunca". E cumprimentou até o último que estava ali.
Como na sua obra a gente encontra diversos elementos para honrar a sua vida, eu trago aqui um recado da esperança, de uma pessoa que escrevia por ele, o espírito de Maria Dolores.
R
Ela nos diz:
Nas provações que te surjam,
Ergue a fronte e segue à frente,
Aceita, firme e contente,
O caminho tal qual é...
De pensamento tranquilo,
Não pares. Segue e não temas,
Sem crises e sem problemas
Ninguém sabe se tem fé.
Contratempo, desencanto,
Infortúnio, prejuízo,
Tribulações de improviso,
Dificuldades no lar...
Tudo isso se resume
Na escola que nos ensina
A entender a Lei Divina
Que nos impele a marchar.
Esquece os males do mundo,
Mesmo os mais rudes e amargos,
Abraça os próprios encargos
Por íntimos cireneus;
Onde estiveres, relembra
Que o mérito vem da prova,
Que o sofrimento renova
E a dor é bênção de Deus.
Que possamos seguir este grande apóstolo.
Muito obrigado a todos. (Palmas.)
O SR. PRESIDENTE (Izalci Lucas. Bloco Parlamentar PODEMOS/PSDB/PSL/PSDB - DF. Por videoconferência.) - Indago ao nosso querido Adilson Mariz de Moraes se ele quer se pronunciar agora ou passo para o Sr. Marcel?
O SR. ADILSON MARIZ DE MORAES - Eu posso me pronunciar.
O SR. PRESIDENTE (Izalci Lucas. Bloco Parlamentar PODEMOS/PSDB/PSL/PSDB - DF. Por videoconferência.) - Então, com a palavra o nosso querido Presidente da Comunhão Espírita de Brasília.
O SR. ADILSON MARIZ DE MORAES (Para discursar.) - Exmo. Sr. Senador da República Izalci Lucas, nossa alegria de estarmos aqui representando a Comunhão Espírita de Brasília. Nossa querida irmã Marta Antunes, Haroldo Dutra, João Rabelo, Paulo Maia, meu amigo e companheiro de muito trabalho e todos os que estão unidos neste propósito de homenagearmos o Chico, queridos, falar de Chico é falar do amor.
Eu não vou me prolongar muito, uma vez que o próprio Divaldo teve a capacidade de falar do Chico muito bem, mas, quando eu penso no Chico Xavier, eu sempre lembro que, ao estudar a doutrina espírita, apesar de que para muitos ela é muito clara, há muita dificuldade de compreensão. E o Chico surge como uma brisa suave a soprar sobre as letras que o nosso querido codificador trouxe, levando com mais claridade o entendimento da doutrina dos espíritos a todos nós. Então, a palavra do Chico, o trabalho que ele teve foi de fazer com que essa doutrina, que é muito clara para muitos, mas ainda tem muita dificuldade de compreensão no coração das pessoas... Então, ele vem e faz um trabalho suave, tranquilo e espalha o amor que essa doutrina possui, e isso se solidifica dentro de cada um de nós. É importante entendermos a doutrina, mas mais ainda vivenciá-la.
Conhecemos muitas pessoas que compreendem e entendem a doutrina, mas vivenciar o espiritismo é muito mais do que isso. E o Chico foi este exemplo que ficou para todos nós: abrir mão de si, aquilo que o Cristo nos ensinou, primeiro amar a Deus, acima de todas as coisas, e ao próximo como a si mesmo. Então, se nós trabalharmos em nós, esse exemplo que o Chico nos deixou, estaremos colaborando com o Cristo na renovação deste planeta e na instalação definitiva da regeneração.
Eu gostaria de contar um caso que poucas pessoas sabem, porque está vinculado à Comunhão Espírita de Brasília.
R
Chico, então trabalhando na Comunhão Espírita Cristã em Uberaba, dois dos fundadores da nossa casa que, sentindo falta ainda da representatividade do movimento espírita então nascente na capital, vão visitar Chico e lá vão conversar com ele sobre a possibilidade da criação de uma casa espírita aqui. E o Chico fala: "Criem essa casa, ela vai crescer muito." Eles voltaram, e Roberto Beck, Dálio Mendonça fundaram, junto com Mário Carvalho, Irene e tantos outros, a Comunhão Espírita de Brasília, que recebe o nome de Comunhão Espírita de Brasília em homenagem ao Chico, por comunhão espírita cristã. Então, a nossa casa, a Comunhão Espírita de Brasília, tem o nome em homenagem a Chico Xavier.
Em outras oportunidades, Sr. Mário e Dona Irene vão visitá-lo. Com todas as dificuldades do início da nascente capital, Sr. Mário, coloca as suas dificuldades para o Chico e ele, sempre com aquele ar gracioso, dizia assim: "Mário, continue o seu trabalho. Aquela casa vai crescer muito e irá levar para o mundo o conhecimento libertador". Por duas vezes, Sr. Mário procurou, com Dona Irene, o Chico. Numa fase em que ele tinha terminado as obras, falou assim: "Agora eu concluí." Ele: "Não. A Comunhão não vai parar de crescer. A Comunhão será uma universidade e um hospital espírita". Hoje, eu digo a vocês que a Comunhão tem mais de 4 mil alunos no estudo sistematizado, mais de mil jovens estudando na sua evangelização.
No ano passado, fundamos, criamos o hospital espírita da Comunhão. Já está sendo elaborado, já está funcionando, e nós vamos começar a abrir esse trabalho todo. Tudo isso por orientação desse mineiro que nos toca profundamente. Lembro-me de que, quando assumi a comunhão, me entregaram uma escrita do Sr. Mário, já em seu leito, já para partir e retornar para plano espiritual: "Não se esqueçam de criar o hospital da Comunhão Espírita". Entregaram-me aquilo e eu falei assim: "Nunca, não tem a menor condição, Paulo. Falei já isso com você". Mas a espiritualidade vem trabalhando de forma a fazer com que aquela casa cumpra o seu papel, que não foi escrito por mim nem pelo Sr. Mário, mas por Bezerra de Menezes, que é o mentor espiritual da casa, e que sempre, desde a sua criação, teve Francisco Cândido Xavier como um dos seus mentores e orientadores.
Então, cabe a cada um de nós, num momento solene como este, aproveitar para fazer as nossas reflexões de como nós estamos no nosso dia a dia, porque nós temos que pegar eventos que nos envolvam diariamente, para os aplicarmos na transformação do ser humano que nós somos, na construção de um dia melhor. A homenagem que o Chico quer não é para ele, é para nós.
R
E nós temos que honrar essa homenagem, fazendo com que a nossa existência valha a pena, para que, quando retornemos ao plano espiritual, estejamos conscientes de que fizemos o melhor na nossa vida, que valeu a pena termos reencarnado e que tivemos a satisfação, a alegria de termos pessoas que nos antecederam e abriram as leis de Deus, como o nosso nobre Chico Xavier.
Queridos, muitíssimo obrigado e que possamos aproveitar a nossa vida na construção do bem e nos tornemos, como Chico, homens de bem!
Muito obrigado. (Palmas.)
O SR. PRESIDENTE (Izalci Lucas. Bloco Parlamentar PODEMOS/PSDB/PSL/PSDB - DF. Por videoconferência.) - Eu passo a palavra agora à nossa Deputada Caroline de Toni, de Santa Catarina.
A SRA. CAROLINE DE TONI (Para discursar. Por videoconferência.) - Olá, meus amigos, minhas amigas, irmãos e irmãs que estão todos reunidos. Peço desculpas por eu não estar presencialmente em Brasília, estou em Santa Catarina.
Também quebrando um pouco da formalidade, porque o espiritismo é sobretudo simplicidade, gostaria de começar cumprimentando a iniciativa do Senador Girão de fazer esta homenagem ao grande apóstolo da mediunidade Francisco Cândido Xavier, que foi, sem sombra de dúvidas, um espírito, uma alma designada por Deus para vir nos deixar muitas lições.
Eu estou em roteiro por várias cidades pequenas aqui de Santa Catarina e acabei não conseguindo participar, mas eu pensei: "Nossa, não deu tempo nem de preparar nada de homenagem ao Chico", porque são tantas coisas... Desde jovem, desde a juventude espírita, a gente teve contato com as obras dele, que vieram dissecar, esmiuçar as obras básicas espíritas, sobretudo a série André Luiz, que veio trazer a visão do mundo espiritual de uma forma muito real para todos nós, sem falar em tantas outras obras, mais de 450 obras, mais de 50 milhões de obras vendidas, uma mensagem e, sobretudo, um exemplo.
Chico Xavier é esse exemplo de espírito abnegado que se entregou totalmente à exemplificação, que foi absolutamente humilde e dedicado, integralmente. Não tinha horário para o trabalho no bem, para a renúncia de si mesmo, para a entrega total de suas energias psíquicas, espirituais e físicas à concretização do ideal espírita. Ele sofreu todo tipo de coisa que um cristão pode sofrer, e a gente tem as passagens bíblicas. Ele sofreu a perseguição, a zombaria, as provações, até de violência física a gente tem relatos, mas sempre - sempre - dedicado ao ideal. Então, esse exemplo de amor ao próximo, de abnegação, de humildade, de interesse pessoal são exemplos que nos tocam profundamente.
E é uma grande honra para mim que sou aqui do interior de Santa Catarina ver tantas pessoas que eu admiro, tantas lideranças espíritas reunidas hoje nesta homenagem, sobretudo Divaldo Pereira Franco, por quem temos um carinho todo especial. E eu não tenho nem muito bem a lista aqui para falar o nome de cada um, mas se sintam todos abraçados.
Finalizo aqui, deixando um abraço a todos. Que Deus nos abençoe, cada um no seu papel, cada um na sua tarefa e tendo Chico Xavier como um desses grandes exemplos de espíritos espíritas que vieram aqui nos brindar com tanto amor, tanta dedicação! Que o exemplo dele nos ilumine e ilumine os nossos caminhos também!
Que Deus e Jesus nos abençoem!
Muito obrigada a todos.
Um grande abraço.
R
O SR. PRESIDENTE (Izalci Lucas. Bloco Parlamentar PODEMOS/PSDB/PSL/PSDB - DF. Por videoconferência.) - Concedo a palavra, agora, ao Sr. Marcel Souto Maior, jornalista, diretor de cinema nacional, roteirista, escritor, autor de best-sellers adaptados para o cinema, como As Vidas de Chico Xavier, e cocriador de programa de sucesso na TV, como o Profissão Repórter. Há quase três décadas, desembarcou em Uberaba como repórter, para escrever a biografia jornalística de Chico Xavier e voltou de lá com um dos retratos mais completos e reveladores de uma das figuras mais queridas e também impressionantes da nossa história.
Com a palavra o Sr. Marcel Souto Maior.
O SR. MARCEL SOUTO MAIOR (Para discursar. Por videoconferência.) - Boa tarde a todos! É um prazer, uma alegria, uma responsabilidade participar desta homenagem ao nosso Chico. E como é bom falar de Chico, como é bom lembrar Chico, esse homem de bem, como vocês definiram tão bem também. Eu anotei - viu, Paulo Maia? - essa frase do Chico que você citou, que eu não conhecia e que é tão bonita: "O amor não cansa nunca". Eu não tinha ouvido essa frase dele.
Mas, antes de falar um pouquinho mais, eu queria agradecer ao querido amigo Senador Eduardo Girão pelo convite, pela confiança. Quero cumprimentar cada integrante desta sessão, que é uma sessão tão importante e que é uma sessão que chega num ano que é o ano em que se completam os 20 anos da "morte", entre aspas, de Chico Xavier. Eu começo por aí, dizendo que "morte" é uma palavra que combina muito pouco com o nosso homenageado. Por exemplo, para os espiritas, há 20 anos o que aconteceu com o Chico? Ele deixou o corpo físico para trás, ali em Uberaba, para dar início a um novo ciclo na sua trajetória, em outro plano, em outra dimensão. E para quem não acredita, por exemplo, quem põe em dúvida a sobrevivência dos espíritos, como alguns dos muitos amigos céticos, jornalistas que eu tenho? Dá para a gente falar em morte? E aí eu posso dizer a vocês - ontem eu fiquei refletindo muito sobre isso - que, com toda, com absoluta convicção, não, não dá para falar em morte. O Chico vive a cada ano, cada vez mais, e quanto mais se promove, como hoje, a sua lembrança e de todas as lições que ele nos deixou.
Então, o Chico está vivo em encontros como este, que o Girão definiu lindamente como uma homenagem à cultura da paz; quando a gente se reúne aqui para lembrar das lições do Chico e para falar da importância de pôr essas lições em prática, que é, basicamente, a prática do trabalho em favor do outro. O Chico está vivo também nos livros que ele publicou. A gente já falou aqui: foram mais de 450 livros, que são livros que continuam salvando e transformando vidas geração à geração. Quantas vidas foram salvas, quantas vidas foram transformadas e continuam a ser salvas e transformadas? E o Chico está vivo em vocês que são dirigentes dessa rede imensa de solidariedade, de estudo, que é mantida pela Comunhão, pela Federação Espírita de Brasília, pela Federação Espírita do Distrito Federal, enfim, por todas as federativas. Por cada pequeno centro espírita do Brasil, o Chico está vivo nessa imensa rede de solidariedade que ele ajudou a montar, a sustentar e a ampliar em todo o país, com o exemplo dele e com a doação dos direitos autorais de cada uma de suas obras. Então, obras - e a gente sabe disso - cuja autoria ele sempre rejeitou.
R
Eu, como repórter, que sempre me defini como repórter cético lá atrás, quando há 30 anos fui para Uberaba e disse: "Eu sou um jornalista sem nenhuma identificação com qualquer corrente religiosa". E o que mais me impressionava no Chico, o que mais me impressionou no início, quando eu comecei a pesquisar a trajetória dele, foi esta frase dele: "Os livros não me pertencem. Eu não escrevi nada. Eles, os espíritos, escreveram". E ele passou a vida inteira repetindo, para admiração de milhões de brasileiros, para espanto de outros tantos. E aos que diziam que, mais cedo ou mais tarde, ele cairia, por exemplo, desmascarado, como uma possível fraude, o Chico dizia com aquela voz suave dele, suave e firme, com aquela convicção dele: "Eu não vou cair, porque nunca me levantei". Morreu, como a gente também disse aqui, na casa simples, humilde dele, em Uberaba, aos 92 anos. Então, marcas do Chico para mim: coragem, generosidade, paciência, doação, persistência, foco.
Hoje, na maturidade aqui, já com essa barba branca, 30 anos depois, eu vejo o Chico assim como uma mistura de um monge budista quase com um filósofo estoico; um mestre na arte da disciplina e da serenidade. É assim que eu vejo o Chico. E eu gostaria de destacar, com esses olhos que veem o Chico como esse mestre budista estoico, duas frases que me marcaram muito, que me ajudaram a me transformar e que eu aplico e tento aplicar na vida. Uma delas é esta aqui... E ele só disse essas frases depois de colocar essas frases em prática. Antes ele agiu para depois, então, traduzir a ação em palavras; sempre um homem de ação. Primeira frase: "Graças a Deus, aprendi a viver apenas com o necessário". Eu acho essa frase muito poderosa. É uma frase muito importante para a gente pensar nela sempre, porque quanto tempo, quanta energia nós desperdiçamos correndo atrás de falsas necessidades, de falsas urgências? Então, essa frase do Chico e o exemplo do Chico, missionário no sentido de missão que ele tinha, com essa energia que ele colocava no trabalho em favor do outro, nos levam a pensar em questões-chaves para a nossa vida, que são: o que faz sentido realmente para a gente? O que dá alegria para a gente? O que nos liga na tomada e nos faz levantar da cama de manhã, com aquela energia de ir à luta e de transformar aquele dia no melhor dia possível para a gente e para aqueles que estão em contato com a gente? Então, essa frase me marcou, e me marca, e me move. A segunda frase é também muito poderosa, e eu sei que vocês que estão aí a conhecem e praticam muito também, todos os dias, que é: "O trabalho engrossa o fio da vida". O Chico repetiu essa frase várias e várias vezes enquanto lutava na escrita, lutava na exposição diante das câmaras, o que era um incômodo para ele, mas ele precisava fazer para divulgar a doutrina espírita, enquanto ele se doava incansavelmente ao outro no apoio às famílias enlutadas, por exemplo, como também foi lembrado aqui.
R
Aí vocês penem o seguinte, há: "O trabalho engrossa o fio da vida". E, quando a gente combina essa frase com outro complemento, olhem a força que frase ganha: o trabalho em favor do outro engrossa o fio da vida. Foi isso que o Chico nos ensinou, com esse trabalho impulsionado pela solidariedade, na verdade. E ele nos ensinou não através de frases, mas através do exemplo vivo dele. Então, esse trabalho em favor do outro engrossa e muito o fio da vida.
Eu gostaria de, encerrando, contar uma história que eu gosto muito de lembrar, porque eu testemunhei, que é de uma senhora que era muito, muito entusiasmada, que chegou ao Grupo Espírita da Prece, que era o centro que o Chico liderava, com um marido muito tímido. O que ela tinha de entusiasmada, o marido tinha de tímido. Ela estava do lado dele, e ela falou assim: "Chico, esse homem é uma maravilha, ele é bom pai, é bom filho, é bom avô, é amigo dos amigos, é tudo de bom, mas tem um defeito grave". E o Chico: "Mas qual, minha filha?". E ela falou: "Ele não é espírita". Aí, o Chico falou: "Mas, se ele é tudo isso, não precisa ser espírita de jeito nenhum, deixa quieto". E eu me lembrei dessa história agora, quando vocês definiram tão bem o Chico como o homem de bem. Basicamente, essa é a definição para o Chico. Então, quando nós nos encontramos para falar de Chico, para celebrar Chico, nós estamos aqui celebrando a vida, na verdade. Nós estamos colocando o Chico vivo de novo.
Então, eu quero, de novo, agradecer pelo convite e dar os parabéns a Chico Xavier, que continua vivo, cada vez mais vivo aqui entre nós!
Prazer participar da sessão.
O SR. PRESIDENTE (Izalci Lucas. Bloco Parlamentar PODEMOS/PSDB/PSL/PSDB - DF. Por videoconferência.) - Bem, nós assistiremos, agora, aos trechos dos filmes Chico Xavier e As Mães de Chico Xavier.
R
(Procede-se à exibição de vídeos.)
R
O SR. PRESIDENTE (Izalci Lucas. Bloco Parlamentar PODEMOS/PSDB/PSL/PSDB - DF. Por videoconferência.) - Passo a palavra agora ao Sr. João Pinto Rabelo, Diretor da Federação Espírita Brasileira, também economista e membro do Conselho Diretor da Mansão do Caminho.
O SR. JOÃO PINTO RABELO (Para discursar.) - Boa tarde a todos!
Sr. Senador izalci Lucas, embora ausente, o nosso Senador Eduardo Girão, a quem cumprimentamos pela capacidade de ter ouvidos de ouvir e ouvir o convite do mundo dos espíritos para, nesta Casa, com tantas responsabilidades, cumprir o seu papel de fazer com que os ventos do futuro aqui encontrem meios de semear as expectativas do homem novo no Brasil novo que está surgindo...
Recordo-me da primeira vez em que estive pessoalmente com Chico Xavier, já em Uberaba. Eu pensava de mim para comigo, depois de 13 horas esperando para falar com ele, pensava comigo, na cabeça: o que eu vou dizer para o Chico? E, quando cheguei perto, já era o último da fila, ele pegou na minha mão e falou: "Rabelo, você acha que eu não te conheço?". Aí eu sentei. Foi tão assim "agressivo" - entre aspas -, que eu fiquei... Deu caruara nas pernas, como dizem em Minas Gerais. Então, Chico é essa criatura incomum que nós conhecemos, que aprendemos a amar e respeitamos.
Mas como temos um tempo limitado, queria apenas registrar, já que falamos tanto desse homem incomum, que, no momento em que a TV Globo, em certa hora, disse "o médium Chico Xavier morreu", o Brasil estava alegre, buzinaço, aquelas coisas próprias das conquistas. E o então Presidente da FEB, Nestor João Masotti, disse-me: "Rabelo, você topa ir a Uberaba?". Eu disse: "Claro! Vamos procurar um avião". E não havia avião. Tinha que ser no dia seguinte: ir para São Paulo; de São Paulo pegar até Uberlândia; em Uberlândia, alugamos um carro para Uberaba e decidimos ir de automóvel. Chegamos a Uberaba.
Lá no Centro Espírita da Prece havia tanta gente, tantas pessoas que a gente não sabia o que fazer. Os bombeiros procuravam se organizar para, minimamente, fazer com que a fila andasse. E eu observei uma coisa curiosa: os jornais, na primeira página do Jornal de Uberaba, o Sr. Cardeal homenageava Chico Xavier. Esses espíritos iluminados e nobres transcendem as fronteiras religiosas. Ali eu observei que os evangélicos chegavam, levantavam as mãos para os céus, como fazem, para homenagear aquele homem. Os católicos faziam o sinal da cruz, como é hábito, homenageando Chico Xavier. Os espiritas beijavam as mãos do Chico. Eu fiquei ali observando, a título de apreciar, como acontece, e nós podíamos observar a presença dos espíritos, inúmeros, que chegavam para receber o grandioso companheiro e amigo de todos nós. Então, ali estava o Brasil inteiro, sobretudo o Brasil espírita, ansioso naquele momento. A despeito dos seus 92 anos, todos queríamos mais tempo, muito mais tempo.
R
Combinou-se que, na terça-feira, já no terceiro dia, o Corpo de Bombeiros, às 3h da tarde, estaria no Centro Espirita da Prece para conduzir o corpo de Chico ao Cemitério São João Batista. As pessoas não permitiram que apenas o Corpo de Bombeiros o levasse. Cada um queria pegar um pouco, homenagear aquele homem e manifestar a sua gratidão e o seu amor.
Então, eu observei uma senhora, que mexeu muito comigo emocionalmente, uma senhora humilde, de chinelo no pé, cabelo desgrenhado, gente muito pobre, que disse: "Será que eu poderia carregar o Chico pelo menos dois minutos?". Eu confesso que chorei de emoção. Ela pegou um pouquinho, não tinha forças, mas segurou dois minutos e disse apenas: "Deus lhe abençoe, Chico Xavier". Eu vi uma mensagem de amor saindo daquele coração simples, com tanto respeito, que, mais do que ela, eu me emocionei.
Observei que, das ruas de Uberaba, de um lado e de outro das ruas, as pessoas pegavam lenços, alguma coisa branca, e balançavam no ar: "Adeus, Chico Xavier. Deus lhe abençoe, Chico!", nessa manifestação de beleza espontânea saída do coração.
Chegamos ao Cemitério São João Batista por volta das 9h. A prefeitura teve o cuidado de colocar uma gambiarra para iluminar, porque não se esperava que demorasse tanto. E um helicóptero, com pétalas de rosas, foi jogando-as sobre os túmulos do Cemitério São João Batista.
Segundo Joanna de Ângelis, em uma mensagem lida por Divaldo Pereira Franco, na hora em que aquelas pétalas caíam sobre os túmulos, era como que alguns espíritos iluminados abençoassem aquelas pétalas, que, caindo sobre os túmulos, libertavam centenas de espíritos, alguns deles presos aos ossos há mais de cem anos! Imaginemos a grandeza desses momentos.
Ali, então, naquele ambiente de emoção, apareceu Chico Xavier - espírito -, ajoelhou na terra poeirenta do Cemitério São João Batista para agradecer a Deus a oportunidade da missão e para agradecer ao corpo pela oportunidade do trabalho. Aí, então, Maria João de Deus, sua mãe; aparecia Cidália Batista, sua segunda mãe; o nosso Emmanuel, seu mentor; André Luiz; Scheilla; Maria Dolores; esses espíritos de luz que chegaram e trabalharam, pelas suas mãos, durante tantos anos. E um perfume no ar parecia trazer aquela coisa linda que esse homem conseguiu manifestar com a sua humildade e, por isso, grandiosamente belo.
Naqueles momentos de emoção, eu estava ali com o Presidente da FEB, ele cuidadosamente cumprindo o seu papel, e eu, em um canto, observando, para me compreender e fazer compreender naquele contexto. De repente, ouviu-se uma música, alguma coisa suave, que as pessoas, na sua maioria, não apenas os médiuns, percebiam. Parecia um coral de vozes que vinham das estrelas, que criava aquela ambiência de saudade, de beleza e de gratidão, no Cemitério São João Batista.
Segundo Joanna de Ângelis, naquela hora, ali então, na mensagem de Divaldo, que foi publicada em Reformador, a revista da FEB, naquela hora, apareciam os seres que escreveram pelas suas mãos, alguns milhares deles, e formaram uma escada de luz do cemitério até às estrelas. E, ainda segundo a nossa benfeitora, lá no final, o Colégio Apostólico: Pedro, o Pescador; João, o Evangelista; Tiago Maior; Tiago Menor; Barnabé - seres que estiveram tão próximos dele. E, lá no final, uma voz que parecia vir de todos os ambientes e de todos os lugares dizia - segundo Joanna, era Jesus-: "Vem, meu filho, para descansar um pouco e depois voltar".
R
Se vai voltar Chico, quando é que ele vai voltar? Eu olhei - não sei por que pude ver - e dei um grito de mim para comigo dentro de mim: "Quem é você, Chico Xavier, que nós não reconhecemos? Quem foi você que foi tão grande, que fez questão de desaparecer para não ser visto, para não ser gratificado, para não ser reconhecido, para não ser homenageado? Quem é você? Um homem de Deus, que desceu à Terra num momento de profunda dificuldade para abrir as portas do entendimento das luzes que o Cristo de Deus fez questão de deixar para todos nós."
É essa homenagem que nós fazemos a este homem incomum, Francisco Cândido Xavier, ou Chico Xavier, como todos aprendemos a respeitar e amar. O nosso abraço, Chico, onde esteja.
Permita-me ainda um pouco mais: no congresso de cem anos que a Federação Espírita Brasileira homenageou Chico no Centro de Convenções, houve um momento de tanta beleza em que eu olhei para o Divaldo, que estava na mesa, e vi que uma lágrima saía suavemente de seus olhos. E eu lhe perguntei: "Divaldo, o que está acontecendo?". Ele disse: "Está aqui; na hora em que os Dragões da Independência tocavam o Hino Nacional Brasileiro, aparecia Tiradentes". Eu disse: "Meu Deus, Tiradentes!!!". Cláudio Manoel da Costa, Tomás Antônio Gonzaga, Padre Rolim e o traidor Joaquim Silvério dos Reis. Então, eu perguntei: "Por que o traidor, Divaldo?". "Para mostrar a importância do perdão." E, logo depois, ainda segundo Divaldo, sobre a cabeça das pessoas Dom Bosco parecia pairar, o sonhador de Brasília; depois, Juscelino Kubitschek de Oliveira, que construiu Brasília; e, depois, Francisco de Assis...
(Soa a campainha.)
O SR. JOÃO PINTO RABELO - ... que, segundo alguns, serão aqueles que conduzirão aqueles que serão exilados da Terra.
Desse modo, eu saí por ali emocionado, com o peito preso. Eu queria chorar um pouco. E, naqueles corredores do Centro de Convenções, naquela multidão de pessoas, eu vi Chico espírito. Ele viu que eu o vi. Chegou perto de mim, e eu falei: "Ô, Chico, meu irmão!". "Rabelo, eu lhe pedi que não me homenageasse, mas homenageasse Jesus." Eu estava ajudando no congresso. Ele disse: "Então, eu vou beijar aqui na sua careca". Estava mais ou menos parecido com o que está agora. "E você, por favor, distribui a todos como a minha manifestação de gratidão."
Transmito aos senhores o beijo do Chico, o carinho dele para toda a nossa caminhada na Terra.
Paz com todos! (Palmas.)
O SR. PRESIDENTE (Izalci Lucas. Bloco Parlamentar PODEMOS/PSDB/PSL/PSDB - DF) - O nosso querido Senador Girão acaba de chegar.
Devolvo a Presidência, Senador Girão, e agradeço a oportunidade de presidir a sessão por este tempo.
Obrigado. Um abraço.
(O Sr. Izalci Lucas deixa a cadeira da Presidência, que é ocupada pelo Sr. Eduardo Girão.)
O SR. PRESIDENTE (Eduardo Girão. Bloco Parlamentar PODEMOS/PSDB/PSL/PODEMOS - CE) - Meu querido Izalci, você não tem noção da nossa gratidão aqui, de todos os presentes, pela sua condução aqui, sempre muito harmônica, sempre muito respeitoso, educado. O senhor nos deu essa bênção de presidir esta sessão. Eu lhe agradeço muito.
Eu vou aqui já passar a palavra para o próximo palestrante, o Sr. José Carlos De Lucca, que é escritor, Juiz de Direito do Tribunal de Justiça do Estado de São Paulo, orador e escritor espírita.
Por dez minutos, José Carlos De Lucca vai nos brindar com sua participação aqui, diretamente...
R
Ele esteve conosco em uma sessão passada sobre, se eu não me engano, o Dr. Bezerra de Menezes. Ele participou aqui diretamente, no Plenário, na sessão solene anterior que nós realizamos.
José Carlos De Lucca, muito obrigado.
O SR. IZALCI LUCAS (Bloco Parlamentar PODEMOS/PSDB/PSL/PSDB - DF. Por videoconferência.) - Senador Girão, só para dizer que o Sr. Haroldo Dutra não falou ainda, só para comunicar-lhe.
O SR. PRESIDENTE (Eduardo Girão. Bloco Parlamentar PODEMOS/PSDB/PSL/PODEMOS - CE) - A gente fez uma inversão para que ele - bem lembrado, Senador Izalci - fechasse esta sessão solene que a gente vai ter aqui.
Agora com a palavra o Sr. José Carlos De Lucca.
O SR. JOSÉ CARLOS DE LUCCA (Para discursar. Por videoconferência.) - Prezado Senador Eduardo Girão, Senador Izalci Lucas, cumprimento V. Exas. como representantes do nosso Senado Federal, presidindo esta sessão. Cumprimento-os também pela iniciativa tão nobre, tão oportuna de homenagear a figura de Francisco Cândido Xavier, não porque talvez ele precisasse desta homenagem, mas, como aqui já foi dito, nós é que precisamos recordar incessantemente a figura desse homem do bem, desse homem que é o protótipo do homem futuro, desse homem que nos convida ao exercício, ao desabrochar do amor fraternal. Então, cumprimento essa iniciativa tão nobre de V. Exa. e peço escusas por não estar aí pessoalmente ao seu lado e ao lado de todos os demais presentes em razão de compromissos aqui na magistratura do meu Estado de São Paulo, mas estamos aqui com o coração presente e, vamos dizer assim, emocionado por tudo aquilo que Chico Xavier representa para todos nós e particularmente para mim.
Certamente, quando eu vim reencarnar, com o objetivo de resgatar, provavelmente, muitos débitos da minha pobre existência, eu pedi a Deus que me enviasse um anjo que pudesse me socorrer nas minhas dificuldades que surgiriam no cumprimento da minha tarefa. E certamente hoje, já com os meus 60 anos, eu posso dizer que Deus me atendeu as preces e enviou muitas pessoas que me ajudam, mas não posso deixar de reconhecer que, dentre esses anjos, um anjo maior surgiu na pessoa de Francisco Cândido Xavier. Embora não tenha tido com ele um contato íntimo, nunca tenha dialogado com ele, é ele quem me socorre em muitos momentos através das suas obras mediúnicas, mas sobretudo através dos seus exemplos.
Nós aqui muitas vezes destacamos a figura mediúnica de Chico, e talvez para nós espíritas isso talvez seja um fato notório que dispensaria qualquer endosso ou qualquer aprovação. Mas eu creio e penso que isso que esteve em sua mente, em seu coração, Senador, ao propor esta sessão, que Chico Xavier é muito mais do que o médium, porque a mediunidade está inserida no coração de muitas pessoas, na vida de muitos mensageiros. A mediunidade é uma característica que está em todas as religiões.
R
Mas não foi isso que fez de Chico Xavier essa figura tão adorada por todos nós, por todos os brasileiros. Não foram os seus dotes mediúnicos, embora sempre respeitados. Creio eu que a figura dele, que conquistou o Brasil, e, por que não dizer, irmãos de outras terras, não está no campo tanto da mediunidade como está no campo do seu coração.
Numa música belíssima do nosso cantor Fábio Júnior, a respeito de Chico Xavier, há um trecho da letra em que ele diz: "Chico Xavier não tem tamanho." E eu diria que esse tamanho é o tamanho do seu coração.
Muitos se referem a Chico como um grande sensitivo, como de fato ele o foi. Mas o que me chama mais a atenção e o que me faz sentir, o que toca certamente no coração de todos é que a sensibilidade do Chico não era tanto apenas a sensibilidade para o mundo espiritual; não era tanto a possibilidade que ele tinha de captar os espíritos que atravessaram o portal da morte, da desencarnação. Chico era sensitivo para as dores humanas. E isso, para mim, Senador e demais ouvintes, presentes e remotos, isso, para mim, é a maior característica, o maior sinal desse homem que veio do céu.
Disfarçado, um anjo disfarçado, em trajes sempre muito simples, nascido numa cidade muito simples, nascido numa família muito simples, de pouco estudo, Chico disfarçado, mas com um coração abundante e um coração sensível às dores humanas.
Creio, na minha modesta visão, que hoje nós padecemos, em nossa sociedade, uma crise de insensibilidade em relação às dores humanas, aos problemas humanos, à humanidade, à fragilidade da condição humana.
E Chico Xavier nunca se valeu da sua condição religiosa para aplicar sermões, fazer proselitismo religioso. Ele acolhia a todos, espíritas, não espíritas, sequer indagava as pessoas, quando as atendia, se eram espíritas ou se tornariam espíritas. Isso era absolutamente desnecessário e secundário para ele, porque ele socorria aquele coração sangrando, ele socorria as lágrimas das mães que perderam os filhos. E quantas vezes o ouvimos chorando com elas, abraçado com elas, mesmo que nenhuma mensagem ele pudesse receber, mas a solidariedade, o afeto, a ternura e a compreensão que ele estendeu a todos no campo da caridade material, mas, sobretudo, na caridade moral. Eu quero apenas registrar um episódio da vida dele, com o qual eu vou encerrar a minha fala. Um episódio que me parece retratar muito bem a figura, esse tamanho enorme do que é Chico Xavier. Um repórter perguntou a ele: "Chico, você poderia nos contar qual foi o fato mais importante da sua vida?". E todos, talvez, esperávamos que ele pudesse narrar a vidência de algum espírito de alta esfera, o contato com alguma personalidade importante, muitas que passaram em sua vida, mas ele narra o seguinte episódio. Certo dia, ele estava a caminho de uma obrigação que tinha em um cartório para passar uma escritura de doação dos seus livros, doação dos direitos autorais. Ele estava ali no ponto de ônibus, aguardando a chegada do coletivo para que ele pudesse se dirigir ao cartório. Ele estava já um tanto atrasado. Ao se aproximar um ônibus, que parou no ponto, Chico ouviu a voz de uma criança gritando por seu nome: "Chico, Chico". Chico olhou para aquele menino que vinha correndo, não o identificou, não o reconheceu. O ônibus parou, o motorista abriu a porta, olhava para Chico, como a perguntar: "O senhor vai entrar ou não vai entrar?". E Chico olhava para o motorista, Chico olhava para o menino que vinha correndo e aquela dúvida: "Subo no ônibus para a minha obrigação ou espero esse menino?" Até que, então, Chico toma a decisão e fala para o motorista: "O senhor pode ir embora, eu vou tomar o próximo ônibus". E ele espera, então, a criança chegar. A criança se aproxima e, bem próximo, Chico ainda não a identifica e a criança vem. Chico pergunta: "O que foi menino, o que você deseja? Está precisando de alguma coisa?". E o menino simplesmente diz: "Sim, Seu Chico, eu preciso apenas de um abraço seu". Então, Chico abraça aquele menino com ternura, com amor e conta-nos esse fato como sendo o fato mais importante de sua vida. O momento de um abraço, de um contato humano.
R
Chico Xavier, todos nós estamos correndo para você nesse instante, espere-nos, não tome o ônibus, o trem da vida e nos abrace neste dia, com a sua ternura, com a sua paz e nos ajude a seguir adiante tomando os seus exemplos como um caminho para a nossa vida.
Muito obrigado.
R
O SR. PRESIDENTE (Eduardo Girão. Bloco Parlamentar PODEMOS/PSDB/PSL/PODEMOS - CE) - Coisa linda, hein? Coisa linda!
Muito obrigado, mais uma vez, José Carlos De Lucca, por nos presentear com essa fala tão emocionante.
Eu queria, antes de passar a palavra para o próximo orador, que vai ser o meu amigo Geraldo Lemos, eu queria só retificar, pedir desculpas à Sra. Isa Teles, que é representante do espaço de desenvolvimento Monte Alverne, uma instituição aqui próxima de Brasília, que eu tive o prazer de visitar quando ainda estava encarnado aqui conosco o nosso grande Ariston Santana Teles
E lá há um Instituto Chico Xavier, que eu recomendo a quem está aqui no Plenário, a quem é aqui de Brasília ou a quem vem a Brasília de vez em quando para visitar, porque é realmente algo... Você não entra como você sai dali, você respira espiritualidade.
Então, a senhora também vai falar, eu tinha cometido um erro aqui, mas a senhora está na programação, e eu agradeço.
Com a palavra Geraldo Lemos Neto. Ele é mineiro de Belo Horizonte, de família espírita, nascido em 1962. Conheceu a doutrina espírita desde muito jovem, ingressando no movimento pela influência de sua família materna, a família Machado, de Pedro Leopoldo, contemporâneo de Chico Xavier, a cidade onde Chico nasceu.
Em 1981, o Geraldinho, como ele é conhecido carinhosamente pelos amigos, um deles a nossa querida Célia Diniz, que é a Presidente do Centro Espírita Luiz Gonzaga, o Centro Espírita que o Chico Xavier fundou, lá no centro de Pedro Leopoldo.
O Geraldinho conheceu o Chico em 1981, de forma pessoal, e eles desenvolveram uma grande amizade. Geraldo Lemos Neto também é o idealizador e fundador da Casa de Chico Xavier, em Pedro Leopoldo. Também estive lá, um lugar elaborado com muito carinho. Está lá a cama onde o Chico dormia, o quartinho, os livros. É muito bacana o que a gente encontra lá, o resgate da história do Chico. Então, era a residência do médium em sua cidade natal que foi transformada em um centro de referência da sua vida e da sua obra.
Concedo a palavra Geraldo Lemos Neto por dez minutos.
Muito obrigado, Geraldo.
O SR. GERALDO LEMOS NETO (Para discursar. Por videoconferência.) - Muito obrigado... (Pausa.)
Desculpe-me.
Muito obrigado, caro amigo. É com emoção que a gente participa desta oportunidade. Agradeço a V. Exa., Senador Eduardo Girão, amigo pessoal, por nos proporcionar essa emoção de homenagem justa a esse homem ímpar, que tão bem fez ao Brasil e ao mundo, trazendo da espiritualidade maior tantas benesses e informações, bênçãos e luzes de que tanto necessitávamos.
R
O espiritismo cristão abriu horizontes novos (Falha no áudio.) ... de Deus chegam ao plano terrestre ao passo de nossa própria evolução.
Assim é que os fundamentos estabelecidos por Allan Kardec, na França do século XIX, encontraram incomparável continuidade por meio da vida de constantes renúncias e sacrifícios do médium Chico Xavier, cuja obra de amor e fraternidade se impôs, convidando a todos os reais interessados no processo de espiritualização do planeta a partilhar de seus ensinamentos gloriosos.
"Cada árvore é conhecida pelo seu próprio fruto", escreveu Lucas, no seu capítulo 6, versículo 43, na fala de Jesus.
Por essa razão, Chico Xavier foi um dos indicados ao Prêmio Nobel da Paz, em 1981. Em 1991, recebeu a mais alta comenda do Estado de Minas Gerais, a Medalha da Inconfidência. Também o Estado de Minas Gerais, ao instituir a sua mais alta comenda aos promotores da fraternidade, em 1999, consignou o seu nome na Comenda da Paz Chico Xavier. O jornal Estado de Minas o elegeu, por enquete de votação popular, em novembro de 2000, o maior mineiro da história. Mais de 120 cidades e alguns estados da Federação brasileira deram a ele, no decorrer de sua vida meritória, o título de cidadania honorária. A revista Época, em votação também popular, o elegeu o maior brasileiro da história, em 11 de setembro de 2009. O Sistema Brasileiro de Televisão, num amplo processo de seleção e votação ao vivo, durante nove meses, o sagrou eleito, na noite de 2 para 3 de outubro de 2012, o maior brasileiro da história. E este Congresso Nacional não se fez de rogado e, ano passado, votou para a inclusão do nome de Francisco Cândido Xavier para ser inscrito no Livro dos Heróis da Pátria, razão pela qual esta mui digna Casa Parlamentar se reúne hoje para lhe prestar as mais justas e merecidas homenagens.
Chico Xavier frutificou abundantemente a fé em exemplificação e obras. Concretizou o mais notável mandato mediúnico, após a vinda de nosso Mestre Senhor Jesus à face da Terra.
Em termos de produção literária, por via de seus incontáveis dotes mediúnicos, nos deixou nada mais que 535 livros publicados até hoje, catalogados pela Casa de Chico Xavier de Pedro Leopoldo, todos eles com invariável conteúdo de inspiração superior. Com mais de 60 milhões de exemplares vendidos no mundo todo, sendo mais de 200 títulos vertidos em mais de 40 outros idiomas, ultrapassou o recorde de produção bibliográfica de todos os escritores da língua portuguesa, como o exemplo do jurista brasileiro Pontes de Miranda. E só por esse motivo já se apresenta como um fenômeno mundial, digno de nota, atenção e estudo. Na coleção Caminho, Verdade e Vida, de Emmanuel, trouxe-nos expressivos ensaios sobre o Evangelho, úteis para o cotidiano de qualquer pessoa do bem.
R
Na série comemorativa ao centenário das obras compiladas por Allan Kardec, aprofundou os ensinamentos dos espíritos com a soma de muitas revelações, acrescentando-se nelas obras de ensaios doutrinários muito relevantes tais como A Caminho da Luz, Roteiro, Pensamento e Vida, entre outras. Na série de romances épicos, históricos, desdobrou, por ação do espírito Emmanuel, preciosas informações acerca do cristianismo primitivo e de sua história ao longo dos últimos séculos. E assim vieram Há Dois Mil Anos, Cinquenta Anos Depois, Paulo e Estevão, Ave, Cristo! e Renúncia.
Na série Há Vida no Mundo Espiritual, do espírito André Luiz, Carlos Chagas, emérito cientista brasileiro desencarnado, revelou um verdadeiro tratado científico sobre a vida além túmulo, sobre a mediunidade e a influência dos espíritos em nossa vida, sobre a lei de causa e efeito, ação e reação, sobre o mundo mental e suas conexões com as doenças no corpo físico, com pormenores do cotidiano da vida dos desencarnados, aduzindo informações que antecipariam em muitos anos e décadas conhecimentos médicos e científicos que se confirmariam depois. Tudo isso com muito proveito para a nossa reflexão moral, ética e existencial.
Pelo espírito de Humberto de Campos, literato maranhense na Academia Brasileira de Letras, já desencarnado, produziu, a partir da década de 30, livros diversos, com notáveis entrevistas e notícias da vida espiritual, bem como inúmeras lições pelo prisma da verdadeira história, acessível apenas do outro lado da vida.
Poetas consagrados da Língua Portuguesa, do Brasil e de Portugal, retornaram por ele para cantar sua musa inspiradora, testemunhando que a vida continua, guardando estritos padrões formais e de estilo de quando viviam na fase da terra e por ele sendo reconhecidos por literatos ilustres, como Menotti Del Picchia e Monteiro Lobato. Sobre esse ponto digno de nota, é a palavra de Monteiro Lobato quando teve contato com tais produções: "Se esse bugre de Pedro Leopoldo produziu tudo isso de si mesmo, ele não é digno de ocupar uma cadeira na Academia Brasileira de Letras, mas sim todas elas". Em outros tantos livros recebidos por Chico Xavier, encontram-se cartas e relatos de pessoas comuns sobre suas experiências ao cruzarem as fronteiras da morte, do corpo físico e acordarem na vida espiritual. A mediunidade e seus mecanismos de forma alguma poderiam ser estudados com a mesma qualidade e isenção sem que se conheça e estude profundamente os livros provenientes da lavra mediúnica de Francisco Cândido Xavier.
R
Foram tantas as evidências da vida após a morte em torno da existência de Chico Xavier que, para delas tratar, precisaríamos de muitas horas. Tal como Cristo, a vida de Chico Xavier não ficou restrita ao ensinamento intelectual, pois aplicou tudo quanto professou. Além de se destacar como fenômeno mediúnico da atualidade, Chico Xavier também se firmou como um dos maiores fenômenos humanistas de todos os tempos, tal sua dedicação à fraternidade legítima e à caridade pura para com os mais aflitos e sobrecarregados deste mundo. Auxiliou, como poucos, tanto o indivíduo quanto a coletividade. Em atendimentos pessoais, amparou, consolou, esclareceu e orientou milhares de pessoas do Brasil e do exterior que o buscavam aflitas. Eu mesmo sou exemplo de alguém auxiliado pela mão fraterna de Chico Xavier, a quem devo gratidão eterna desde quando tive a benção de conhecê-lo há 41 anos, em 1981, e, a partir daí, desenvolver com ele ampla e fecunda amizade.
As tarefas públicas de Chico Xavier por mim testemunhadas frequentemente se realizavam horas a fio, restando ao médium, por vezes, apenas o intervalo de uma hora de descanso entre um dia e outro. Nessas reuniões públicas memoráveis, muitas cartas consoladoras foram psicografadas, pelas quais encarnados tiveram a abençoada oportunidade do reencontro e contato com os entes queridos que já haviam falecido. Em individualidade sem conta, receberam do médium orientações e incentivos ao trabalho e, por meio deste apoio, segundo apurou o saudoso e digno Deputado Federal Freitas Nobre, de São Paulo, em 1980, mais de 3 mil instituições de caridade, creches, orfanatos, asilos, hospitais psiquiátricos, casas de repouso, institutos profissionalizantes e obras de amparo às minorias esquecidas se erigiram no Brasil.
Não se incluem aqui os milhares de casas e grupos espíritas cristãos que se levantaram com o apoio e a inspiração direta de Chico Xavier para prosseguimento da missão espírita cristã, que é a missão do Cristo Redivivo para o planeta em transição, amparando e consolando, instruindo e esclarecendo a quem tem fome de luz e sede de paz. Graças a esse empenho de Chico Xavier, criou-se notável infraestrutura de auxílio ao próximo em nome do Cristo. Até mesmo escolas e hospitais foram estabelecidos por sua direta orientação, nesse último caso, merecendo destaque, o hospital psiquiatra espírita André Luiz, de Belo Horizonte, Minas Gerais, o Hospital do Fogo Selvagem, do Pênfigo, de Uberaba, em Minas Gerais, e o Hospital do Câncer, em Goiatuba, no Estado de Goiás.
R
Entre conversas aos sábados, à sombra do abacateiro ou na Vila do Pássaro Preto, em Uberaba, visitas aos detentos nas prisões nos Dias das Mães, visitas às periferias de Uberaba e Pedro Leopoldo durante as tardes, distribuições semanais de alimentos e recursos, celebração de Natais junto aos hansenianos da Colônia, em Goiânia, Chico Xavier, em pessoa, sempre manteve o exemplo de dedicação individual à causa da fraternidade cristã. Assim, o médium vivenciou o perfil a que deve se amoldar todo verdadeiro cristão, não importando a ênfase da tarefa ou a escola cristã a que se afeiçoa e dedica. Por esse caminho, Chico gravou, de maneira perene, a lição da conduta cristã, que deve se pautar pelo despojamento material e pelo combate ao elitismo religioso.
Todos os direitos autorais de todas as suas obras foram cedidas, em cartório, para as entidades espíritas de divulgação e caridade. E, graças a essas doações, muitos trabalhos de amparo ao próximo são até hoje desempenhados com a potencialidade de atravessar as próximas gerações.
Como grande herói da pátria brasileira, como ele conseguiu tamanho aproveitamento de tempo em 92 anos de profícua e exemplar existência? Eis a questão que nos assombra e a todos aqueles que se prestam a estudar a sua marcante existência na Terra. Por qualquer ângulo que possa ser enfocada, a sua vida é um fenômeno à parte.
Por tudo isso e muito mais, Francisco Cândido Xavier figura entre os grandes cristãos do milênio que se findou e se projeta para o futuro do atual terceiro milênio como grande exemplo a ser seguido, sendo inspirador da juventude para o futuro. Não foi sem propósito que o Brasil recebeu-lhe a presença física, de 1910 a 2002, como apóstolo consolador, inspirado por Jesus Cristo. Chico Xavier destacou, por muitas manifestações, a importância de nossa pátria para a atual e as próximas fases planetárias. São profundas e merecem reflexão as palavras do próprio Jesus contidas no livro Brasil, Coração do Mundo, Pátria do Evangelho, da lavra de Humberto de Campos: "A região do Cruzeiro, onde se realizará a epopeia do meu Evangelho, estará, antes de tudo, ligada [...] ao meu coração".
É verdade que a missão espiritual do Brasil há muito já se encontra em curso, mas o fato é que Chico Xavier, em outra manifestação, no Grupo Espírita Perseverança, de São Paulo, referindo-se ainda a uma fase futura, quando soará um chamado especial para a grande renovação, disse:
R
Preparemo-nos para um mundo de fraternidade, de fraternidade verdadeira, em nos referindo à comunidade das nações. Preparemo-nos, talvez, para abraçar os filhos de outras terras, que virão até o coração do nosso país, buscando a paz desejada, que para eles tem sido tão difícil de ser encontrada. Somos, em verdade, geograficamente falando, o coração do mundo. E, como filhos da Pátria do Evangelho, somos chamados todos a exemplificar o que aprendemos, o que ensinamos, o que constitui a razão de nossas vidas. Que Deus nos abençoe, para sermos dignos da proteção que tem sido espalhada por todos os recantos de nosso país.
[Assim] somos, sim, uma grandeza da Terra em que nós renascemos. Somos filhos do coração do mundo. E o Senhor nos fortalecerá para sermos filhos também da Pátria do Evangelho, quando soar a hora em que fomos chamados para a grande renovação.
Por tudo isso, Francisco Cândido Xavier, nosso amado Chico Xavier, o cisco de Deus, é sim merecedor da presente homenagem e do nosso eterno reconhecimento. Bem-aventurado és, Chico Xavier, porque abrigaste a humildade de espírito e hoje é teu também o reino dos céus! Bem-aventurado és, Chico Xavier, porque choraste resignado e agora foste consolado! Bem-aventurado és porque guardaste a mansuetude e, por isso, herdaste a terra de nossos corações reconhecidos! Bem-aventurado és porque tiveste fome e sede de justiça e foste saciado pelo eterno Juiz! Bem-aventurado és porque usaste de misericórdia para com as nossas faltas e a misericórdia divina te alcançou! Bem-aventurado és porque mantiveste limpo o vaso de teu coração e, por isso mesmo, ouviste a Deus! Bem-aventurado és porque foste pacificador e, em razão disso, é chamado sim filho de Deus! Bem-aventurados, Francisco Cândido Xavier, foram os teus olhos porque viram a luz, foram os teus ouvidos porque ouviram a palavra de Deus, foram os teus pés porque andaram no caminho da verdade e da vida, foram os teus braços porque trabalharam sem cessar na (Falha no áudio.) ... do Cristo, foram as tuas mãos porque multiplicaram a mãos cheias as bênçãos dos livros da regeneração humana, quais filhos das estrelas do firmamento! E bem-aventurado és, Chico Xavier, porque foste o servo fiel, prudente e vigilante, e a causa de Jesus não foi motivo de tropeço à tua alma, porque antes foste perseguido, injuriado e, mentindo, disseram toda sorte de males contra ti por causa de nosso Senhor, e, no entanto, não te abalaste na fé.
Regozija-te agora e exulta porque grande é o teu galardão no reino dos céus. E assim é porque soubeste ser o menor dos discípulos de Jesus, porque aprendeste a ser o servo de todos os corações aflitos e sobrecarregados que te buscaram em nome de Deus. Por tudo isso, querido amigo, bem-aventurado sejas por todo o sempre!
R
Nós, que damos testemunho de tuas obras perante Deus, nosso Pai, diante de Jesus, nosso Senador, e aos homens de boa vontade na face da Terra e, além dela, repetimos ainda, agora e sempre: bem-aventurado és, Chico Xavier, alma querida e boa! Deus te guarde e, para sempre, te abençoe!
Muito obrigado.
O SR. PRESIDENTE (Eduardo Girão. Bloco Parlamentar PODEMOS/PSDB/PSL/PODEMOS - CE) - Muitíssimo obrigado, meu irmão Sr. Geraldo Lemos, que eu tive o prazer de conhecer nesta existência, lá em Pedro Leopoldo. Recomendo a todos conhecerem lá a casa de Chico Xavier, não apenas esse trabalho bonito que o nosso Geraldo Lemos lidera, mas também o Centro Espírita Luiz Gonzaga, que hoje é presidido pela Célia Diniz. Lá, também estão os porões onde Chico psicografou Paulo e Estevão, que ficam lá na Fazenda Modelo. Está lá intacto, até hoje, o local. E foi feito lá, pela Federação Espírita Brasileira, um espaço de reflexão. Aqueles caminhos de luz são imperdíveis. Aquela cidade é algo de arrepiar mesmo a energia, a cidade que Chico Xavier escolheu para nascer. Geraldo, muito obrigado.
Imediatamente, passo a palavra ao Sr. Oceano Vieira de Melo, um produtor cinematográfico, um historiador, um pesquisador da vida do Chico. Ali, atrás dele, eu estou vendo, vocês estão observando, daqui a pouco vocês vão ver, livros, filmes. Eu já tive oportunidade de estar lá. Um abraço na Sônia, sua esposa. Que, de alguma forma, o senhor possa nos brindar com a participação nesta sessão!
Muito obrigado, Sr. Oceano. O senhor tem dez minutos para a sua palestra.
O SR. OCEANO VIEIRA DE MELO (Para discursar. Por videoconferência.) - Senador Girão, nós agradecemos pelo convite. Eu estou muito honrado e emocionado realmente. Falar de Chico Xavier é gratidão a Deus.
Eu estou inserido em dois segmentos, que eu percebi, com a vida do Chico Xavier, que é a questão do jornalismo e a questão da arte, do cinema. No jornalismo, a gente percebe muito bem o início da percepção dos departamentos de jornalismo no Brasil, nos anos 30 ainda, com jornalistas de O Globo, que foram até Pedro Leopoldo. Era para ficarem poucos dias e acabaram ficando algumas semanas, registrando e passando para o jornal O Globo, em 1935, as informações verdadeiras, autênticas da mediunidade e da humildade de Chico Xavier. Isso é um registro muito importante para nós, jornalistas pesquisadores.
Na década seguinte, na década de 40, quando se inicia o processo Humberto de Campos, inicia-se também uma quantidade enorme não só de jornalistas, mas também do cinema, através de César Burnier, um pesquisador da cidade de Belo Horizonte. Depois, ele se muda para o Rio de Janeiro e registra, através da teleobjetiva do cinema, a vida de Chico Xavier em Pedro Leopoldo, onde ele registra seus familiares, seus irmãos, seu pai João Cândido, e ali você nota os primeiros brasileiros registrados pela sétima arte, pelo documento, que procuravam Chico Xavier atrás de uma receita. Naquela época, não existia ainda com intensidade a psicografia consoladora, mas, sim, o receituário do Dr. Bezerra de Menezes, do Dr. Dias da Cruz, e os nossos irmãos brasileiros o procuravam para poder obter um receituário do mundo espiritual. Isso, na década de 40, quando se inicia também o recebimento por parte do Chico dos livros de André Luiz, do espírito Carlos Chagas, em que esse nobre espírito, cientista brasileiro, faz revelações do mundo espiritual, tem autorização de Deus e de Jesus para nos revelar 30, 40 anos antes o que a ciência acadêmica descobre logo depois para poder termos essas informações preciosas através da mediunidade de Chico Xavier.
R
Ainda nos anos 50, um médico da cidade de Araras, o Dr. Lauro Michelin e sua esposa, D. Maria Aparecida, vão até Pedro Leopoldo e registram também para o cinema. Naquela época, antes de começarem os filmes nas salas de cinema, passavam-se - quem não se lembra - os jornais antes da exibição do filme. Então, o jornalismo sempre esteve presente na vida de Chico Xavier. Alguns deles maliciosos, mas depois descobriam a excelência de Chico Xavier como ser humano e como médium espírita cristão e, depois, se rendiam. Nós temos declarações de alguns jornalistas em que afirmam que, depois que eles entrevistaram Chico Xavier, a vida deles mudou para sempre. Então, ainda nos anos 50, nós temos esses registros importantes do cinema e do departamento de jornalismo de algumas companhias cinematográficas.
Nos anos 60, o jornalista Jorge Rizzine acompanha Chico Xavier e o médium Waldo Vieira até Nova York e registra para a história Chico Xavier abrindo um centro espírita em Nova York, visitando o Museu Metropolitan e a Library de Nova York. Enfim, ele foi até os Estados Unidos abrir um centro espírita, e lá o mundo espiritual na língua inglesa desce, e Chico Xavier psicografa livros no idioma inglês.
Então, nós temos todos esses registros no jornalismo, mas foi a partir de 1971, quando ele foi convidado pelo departamento de jornalismo da então TV Tupi, canal 4, de São Paulo, para participar do programa Pinga-Fogo, em que jornalistas, inicialmente, no primeiro Pinga-Fogo, o desfiavam querendo saber ou talvez até maliciosamente, mas ali eles se renderam a um homem ímpar na história humana.
R
Eu digo isso como um pesquisador, e não como um fanático religioso. Chico Xavier captou do mundo espiritual para todos nós a essência do Evangelho de Jesus, trazendo a boa-nova para mais perto do povo, do nosso povo, das pessoas que querem estudar o Evangelho de Nosso Senhor Jesus Cristo.
Na década de 1970, os departamentos de jornalismo de todas as redes de televisão do país destacam, fazem programas especiais, sobretudo a Rede Globo de Televisão, em que dedica vários programas - Globo Repórter, Sexta Super, sextas especiais, no programa Fantástico, destacando a figura de Chico Xavier como médium, como ser humano e como um grande sábio e filósofo que ele era e é, porque as pessoas veem Chico Xavier apenas como um médium. Como médium, é o maior de todos. Ele, inclusive, se ofendia quando falavam na frente dele essa expressão, mas a gente não pode esquecer de homenagear esse homem extraordinário que reencarnou no Brasil, para trazer para nós o conforto da vida espiritual.
Por último, eu gostaria de destacar que Chico Xavier, sua obra, sua vida já chegaram a ser relatadas, filmadas, deixadas para a posteridade em nove filmes, ou sobre a vida dele, ou sobre a obra dele. Não existe ninguém no mundo, a não ser Jesus, que tem essa quantidade enorme de obra cinematográfica. E o impressionante é que isso já estava previsto pelo seu benfeitor espiritual, Emmanuel, quando, de 1937 para 1938, no livro Emmanuel, ele relata que o cinema, o documentário iria ser usado para divulgar a beleza do espiritismo, a beleza do cristianismo religioso.
Então, o Chico foi foco de programas jornalísticos. Nós temos imagens extraordinárias dos grandes jornalistas brasileiros emocionados ao entrevistarem o Chico. Eu me emociono até hoje quando lembro a Glória Maria, a grande jornalista da Rede Globo de Televisão, ao entrevistar Chico Xavier, no Grupo Espírita da Prece, ela larga o microfone e vai beijar a mão de Chico Xavier. Um repórter do SBT, um repórter da TV Bandeirantes, um repórter da antiga TV Manchete, todos emocionados. São pessoas que não têm uma religião definida, mas que, ao chegarem perto de Chico Xavier, sabiam quem era a pessoa de quem estavam chegando perto. Ele sentia essa atmosfera que todos nós, o povo brasileiro, sentíamos quando chegávamos perto dele.
Para terminar, eu queria dizer que, no dia da sua desencarnação, nós estávamos na sala, meus filhos, minha esposa, quando o Jornal Nacional entrou em edição extra e anunciou a partida de Chico Xavier deste mundo. Num gesto humilde, num gesto simples, sem preparação, sem nenhum tipo de fanatismo, eu chamei meus filhos, minha esposa, e agradecemos a Deus por sermos contemporâneos de Chico Xavier.
R
Obrigado, Chico.
O SR. PRESIDENTE (Eduardo Girão. Bloco Parlamentar PODEMOS/PSDB/PSL/PODEMOS - CE) - Muito obrigado. Muito obrigado a você, meu querido amigo, meu irmão, Oceano Vieira de Melo, que é do Estado de Alagoas e que já está em São Paulo há muito tempo, com uma missão, com o ideal de propagar, através da cultura, da arte, os ensinamentos que esse grande pacifista, esse grande humanista brasileiro, Chico Xavier, trouxe-nos, nessa existência.
Ele lembrou agora o dia 30 de junho de 2002, que foi aquele momento da desencarnação do Chico. Todos nós estávamos, de alguma forma, conectados àquilo. O Brasil tinha acabado de ser pentacampeão? (Pausa.)
Pentacampeão mundial. Foi o último título nosso, o país do futebol, e o Chico saiu à francesa, como tinha prometido, em entrevistas anteriores, ele tinha sinalizado que iria em um dia em que o Brasil estivesse muito feliz, saindo ali à francesa, como a gente fala.
E esse dia, para mim, foi muito especial, eu quero compartilhar com vocês também, porque foi o dia em que nasceu a minha filha. Foi exatamente no dia 30 de junho de 2002, e foi interessante, porque não estava previsto. A minha primeira esposa começou a ter contrações ali, rompeu a bolsa durante o jogo, e, quando a gente correu para o hospital, o Brasil tinha acabado de sagrar-se pentacampeão, chegamos ao hospital, e a gente viu a notícia da passagem de Chico Xavier para a nossa verdadeira pátria. E, naquele momento, eu até tentei convencer a minha esposa, tinha um nome mais ou menos definido e disse: "Não, vamos colocar Cândida?". (Risos.)
"Vamos colocar?". Mas já estava uma coisa bem delineada e não foi possível, mas para mim será eternamente Cândida. O nome dela é Ana Cecília, é uma benção e a vida dela é uma prova de proteção espiritual, e eu, particularmente, tenho uma relação muito forte com o Chico, eu sou muito grato, porque é uma filha muito amada, muito querida, e que passou por momentos muito delicados na sua existência. Eu tenho certeza de que Chico, de onde estava, estava protegendo.
Vamos passar, agora, a palavra para a Andreia Salles. A Andreia é Coordenadora do movimento Brasil sem Drogas, ela faz um trabalho assistencial lindíssimo, aqui em Brasília, com pessoas que têm problemas de vício. Ela é uma ativista desta Casa. Sinta-se muito bem-vinda, Andreia, sempre, aqui no Senado Federal, porque você é uma pessoa de bem que levanta as pautas importantes do Cristo, conversa com os Parlamentares, articula a sociedade para que não se legalize aborto; para que não se legalize a droga da maconha; para que não se legalize a jogatina, que é a grande ameaça da próxima semana; e tantas outras situações que a gente tem aqui.
R
Muitas vezes, o dinheiro, o poder do lobby querendo preponderar sobre o bem das famílias, da vida saudável que a gente precisa resguardar no coração do mundo e pátria do Evangelho. Então, uma das grandes ativistas, mulher de coragem, que faz esse trabalho aqui nos bastidores, é a Andreia Salles, uma admiradora especial também do nosso querido Chico, que vai ter dez minutos para sua palestra.
Muito obrigado, Andreia.
A SRA. ANDREIA SALLES (Para discursar.) - Para quem não conhece o Senador Girão, ele é exagerado.
Eu agradeço a todos na pessoa do Senador Eduardo Girão e agradeço mais ainda aos palestrantes que vieram antes de mim, porque eles me deram a tranquilidade para falar o que eu preciso falar aqui, porque eu vim convocar os espiritas para o campo de batalha.
Existe, hoje, no Congresso Nacional, um projeto de lei para legalização da maconha. O projeto é o 399. Eu luto contra ele desde 2017. Eu não achava que ele fosse tomar o tamanho que tomou, e hoje a gente está correndo esse risco. E aí o que em muitos momentos doeu em meu coração foi que, no meu trabalho de formiguinha de convencimento, eu encontrei espíritas no meio do caminho a favor da legalização. E, todas as vezes que eu encontrei com esses espíritas, eu trouxe uma psicografia de Chico Xavier para reverter essa pessoa.
E eu trouxe aqui essa psicografia de Chico Xavier. São palavras de Emmanuel. O livro é Caminhos de Volta e o nome do capítulo é "Apoio no Lar". Eu vou ler aqui porque sobre essa batalha que a gente está travando eu já ouvi da espiritualidade que lá em cima está bem mais difícil que aqui. E, olha, aqui embaixo está bem difícil! Então, eu vou ler para vocês essa psicografia do Chico, que é meu mantra quando eu preciso chamar os espíritas à responsabilidade. Vamos lá! É sobre dependência química e uso de drogas.
Este é o quadro que se nos oferece hoje na Terra quase como sendo catástrofe mundial nos dois lados da vida humana.
Todos sabemos disso e todos estamos procurando os melhores meios de erradicar a calamidade: preceitos de justiça que controlem com segurança o fornecimento de psicotrópicos [é a primeira lição]; [a segunda] apelos à medicina para que se lhes dificulte a indicação; [a terceira lição e a mais importante de todas, porque o PL 399 legaliza o plantio de Cannabis sativa em larga escala - em larga escala - em todo o Brasil.] [...]
R
E aí eu vou fazer um parêntese: hoje existem 14 mil famílias usando canabidiol. Para abastecer 14 mil famílias é necessário 1,1 mil metros quadrados de plantio da Cannabis. Para que legalizar plantio em larga escala em todo o Brasil se não for para comercializar e vender isso e ganhar dinheiro com isso, ganhar dinheiro na dor do dependente químico?
E aí eu vou ler a parte que é a que eu mais me agarro quando estou conversando com os espíritas: "[...] combate às plantações de vegetais determinados, quando estas plantações lhes facultam a origem [...]".
Infelizmente, a Cannabis é uma planta que faculta a origem de uma droga, que é o THC. Eu não estou falando de canabidiol, gente! Vamos separar o discurso aqui. Eu estou falando de THC, estou falando de maconha. Remédio é remédio.
A outra lição: "[...] ou restrições legais ao fabrico de semelhantes agentes para que se lhes reduzam as facilidades de acesso."
Então, o que o Emmanuel diz aqui é que nós espíritas precisamos lutar para diminuir a facilidade de acesso. Diminuir a facilidade de acesso não é restringir medicamento para quem precisa de medicamento. E às vezes me entristece precisar falar isso para os espíritas.
Então, eu vou aproveitar este momento aqui para convocar os espíritas para esse campo de batalha, e esse campo de batalha é o campo de batalha do amor, porque é preciso ter amor a quem precisa do remédio, e, para isso, há outros projetos de lei nesta Casa. Há o PL 5.158, do Senador Eduardo Girão, que garante canabidiol para as famílias que precisam, de graça, no SUS. Por que esse projeto de lei não anda? Porque esse projeto de lei não gera lucro exorbitante. O 399, plantio em larga escala, é perigoso. Quem precisa de remédio precisa tê-lo no SUS gratuitamente, mas não precisa plantar no Brasil em larga escala.
E aí eu quero terminar com a frase final, que é uma frase de amor a quem precisa de ajuda por causa da dependência química, que Emmanuel fala aqui: "o apoio no lar aos corações fatigados ante as provas e desafios do cotidiano." O dependente químico é nada menos que um coração fatigado pelas lutas do cotidiano".
Obrigada. (Palmas.)
O SR. PRESIDENTE (Eduardo Girão. Bloco Parlamentar PODEMOS/PSDB/PSL/PODEMOS - CE) - Muitíssimo obrigado, Andreia.
Eu tenho que agradecer aqui publicamente à Federação Espírita Brasileira, que está aqui representada pela nossa querida Marta, porque, nessas causas, que são causas extremamente humanas - aborto, jogos de azar, que é essa grande ameaça agora -, vocês fizeram uma nota técnica de muita coragem, com embasamento, mostrando um posicionamento. A gente precisa muito hoje na sociedade de posicionamento.
R
Eu não tenho dúvida, Andreia, de que a gente deve levar à Federação Espírita também essa questão do plantio da maconha no Brasil, porque o lobby está atuando de forma sorrateira - realmente isso é verdade, e a qualquer momento pode entrar em votação -, para que a Federação Espírita também se posicione.
Há uma frase que muito me estimulou a entrar na política. Na verdade, não é uma frase, é uma pergunta de O Livro dos Espíritos, se eu não me engano, a 942, que diz mais ou menos assim - perdoem-me -: Para agradar a Deus, basta não fazer o mal? A resposta é, de forma objetiva, dos espíritos: Não. Nós devemos fazer o bem no limite de nossas forças para que não sejamos responsáveis pelo mal decorrente do bem que a gente poderia ter feito, e a gente não fez.
Então, isso é uma filosofia muito forte, que a gente está aqui para evoluir, para perdoar, para amar e para ajudar a construir uma sociedade mais fraterna, mais solidária, mais amorosa e mais saudável para os nossos filhos, para os nossos netos.
Então a união, eu vou deixar isso muito claro aqui... Esta sessão não tem objetivo nenhum, absolutamente, de querer doutrinar ninguém. Esta sessão tem o objetivo de levar um conhecimento que conforta corações, que leva alento para as pessoas, esperança, na referência, a partir de um grande homem, de um grande brasileiro, com uma folha de serviços prestados para a nação fantástica, para a caridade, para o amor, que é Francisco Cândido Xavier.
E é graças hoje aos católicos, aos evangélicos, aos espíritas e outras denominações religiosas que se juntam, se unem para enfrentar, aqui nesta Casa Legislativa, o avanço de projetos que vão atrasar a evolução do nosso país, que vão fazer famílias sofrerem, pessoas se perderem, é graças a essa união que hoje o aborto não é legalizado no Brasil, que a maconha não é legalizada no Brasil, que o jogo de azar não é legalizado no Brasil, enquanto em muitos países essa cultura da morte já chegou.
Então vamos continuar vigilantes, atuando, como diz a questão 942, no limite de nossas forças, fazendo a nossa parte, que Deus faz a dele. Nós somos instrumentos - não é, Haroldo? -, imperfeitos, limitadíssimos, mas podemos fazer a diferença neste país maravilhoso que é o Brasil.
R
Eu chamo agora, imediatamente, para dar sequência aqui, um homem que é ex-Deputado Federal desta Casa, pelo Estado da Bahia, que colocou em prática exatamente, na maior ameaça que nós tivemos aqui, em 2005, quando a conjuntura era toda favorável para se liberar o aborto, com muita coragem, junto com os evangélicos, junto com os católicos - ninguém faz nada sozinho -, e foi um momento importante, em que pude conhecer essa causa melhor... Esse homem tomou a frente, em âmbito nacional, chegou a ser perseguido por essa posição dentro da sua própria agremiação partidária, mas conseguimos ali barrar o Brasil da legalização do aborto.
Eu tive, Luiz Carlos Bassuma - já o chamando para ocupar a tribuna para fazer o seu pronunciamento de dez minutos -, a benção de estar agora nos Estados Unidos, um mês atrás, com Congressistas americanos, Deputados e Senadores, para participar de uma reunião e recebi muita gratidão deles, um reconhecimento deles porque o Brasil - olha só o que eu vou dizer aqui hoje - é símbolo internacional pró-vida, de defesa da vida das crianças e das mulheres, porque são essas duas vidas que são devastadas com o aborto: a criança, porque não pode se defender, não tem como se defender, está no ventre materno; e a mulher, que fica com consequências psicológicas, emocionais, mentais e até físicas. É a ciência que diz isso. As estatísticas mostram que a mulher que faz aborto em relação à mulher que não faz aborto tem maiores problemas com crise de ansiedade, tem maiores problemas com síndrome do pânico, com envolvimento com álcool, drogas e suicídio. Então, é muito importante que a gente leve essa mensagem por onde a gente puder, mostrando que ali são duas vidas que estão em jogo.
Bassuma, de pronto, como Presidente de uma sessão não deliberativa do Senado Federal, eu lhe agradeço, porque o seu exemplo no Congresso Nacional me inspirou também a entrar na política, a estar aqui hoje, tentando cumprir o meu dever como um cidadão brasileiro que quer justiça, que quer o bem de nossa nação. Então, muito obrigado pela sua coragem.
O senhor tem dez minutos nesta sessão em homenagem a alguém que o senhor admira muito, porque o senhor sempre falou muito para mim, antes mesmo de eu me tornar espírita, porque foi uma benção na minha vida conhecer o espiritismo. Tudo mudou, tudo mudou na minha vida, ampliou a minha percepção do mundo, eu que era muito materialista, muito egoísta. A partir da dor, porque a dor é uma benção que Deus envia aos seus eleitos, a partir da síndrome do pânico, eu fui conhecer a obra do Chico Xavier, e ali a minha vida se transformou. Eu sou muito grato ao espiritismo por tudo isso.
Dez minutos, com a palavra, Luiz Carlos Bassuma.
O SR. LUIZ CARLOS BASSUMA (Para discursar.) - Eu quero saudar todos que estão aqui nesta tarde fisicamente presentes, a mesa - para economizar tempo -, na pessoa do Senador Eduardo Girão, e os que participaram também de maneira remota, mas, principalmente, os espíritos que estão presentes e que estão aproveitando essa experiência, que não é comum nesta Casa, para trazer um pouco mais de luz para este espaço onde ainda as trevas predominam. Então, vocês estão fazendo uma caridade hoje, quem veio aqui, todo mundo.
R
Quando o Eduardo me falou que ia fazer a sessão, em 2020, ele queria fazer no aniversário de Chico Xavier, em abril, mas pandemia, covid... Ele falou comigo e eu disse: Luís - aqui todo mundo o chama de Eduardo Girão, mas eu o chamo de Luís -, você já falou com o Chico se ele gostaria de ser homenageado, já pensou nisso? Porque eu acho que ele não ia gostar, não. Do jeito que eu conheço a vida dele...
Eu tentei ali... Peguei um papelzinho e tentei lembrar, eu consegui me lembrar só de sete - sete é um número bacana -, mas ele começou a fazer - ele não está lembrado disso, foi em 2020 -, ele falou assim: "Bassuma, essa homenagem para o Chico é fundamental".
Eu disse: Por quê? "Porque quando a gente fala em Chico, a gente não está falando de pessoa, a gente está falando de celebrar". Aí eu coloquei algumas que eu lembrei: celebrar a caridade, quando a gente fala em Chico, a gente fala em humildade; quando a gente fala em Chico, a gente fala em celebrar a mediunidade; quando a gente fala em Chico, a gente fala em celebrar a coragem de se declarar espírita; quando a gente fala em Chico, a gente tem que falar em celebrar a disciplina, que Emmanuel repetiu para ele tantas vezes; quando a gente fala em Chico, a gente celebra a paz e celebra a vida.
Ele disse: "Eu vou querer que você vá lá, mas não fale de Chico, não". Então eu vou fazer o quê? "Fale da vida", por isso eu me lembrei da vida, que foi o último que ele me lembrou.
Então, eu trouxe aqui o nosso protagonistazinho, quem é militante dessa causa conhece bem esse protagonista aqui na minha mão. Na minha mão - e a minha mão é grande - caberiam uns cinco ou seis bebes desse. Ele é o protagonista disso em que eu vou gastar os meus minutos aqui, e prometo não passar da disciplina dos dez minutos.
Eu fui eleito na década de 90, eu fui atraído na época ao Partido dos Trabalhadores para ingressar na política - eu tinha que entrar num partido, a lei obriga - atraído pela ética, estou falando da década de 80. Atraiu-me muito a bandeira da ética na política e eu fui para o PT.
E aí eu fui eleito já na minha primeira campanha de maneira inusitada, foi uma campanha surpreendente, como o que se costuma falar na linguagem do futebol lá na Bahia, eu fui a zebra da zebra da zebra, porque era o último da colocado no PT para me eleger, mas fui eleito Vereador, logo em seguida, Deputado Estadual; logo em seguida, Federal, uma atrás da outra, duas eleições, e eu disse... E sem dinheiro, sem estrutura. O Luís Eduardo me conhece há muito tempo: até hoje eu não tenho plano de saúde, eu não tenho automóvel. Eu habito dentro da minha casa com a minha família, e eu sofro com isso, porque de quem passa pela política as pessoas criam uma imagem de que a pessoa é rica. E quando eu falo o meu nome na Bahia, que é conhecido, piora mais, porque tudo fica mais caro. Eu disse...
Esses dias, fui fazer uma cirurgia num hospital público lá - o Irmã Dulce, Irmã Dulce -, aí estou lá na enfermaria, fazendo uma pequena cirurgia na vesícula, aí uma pessoa me reconheceu e disse: "Mas não é o Deputado que está ali?! Não é possível! Mas isso é um escândalo: um Deputado aqui..."
Eu estou aqui... Graças a Deus eu consegui o espaço aqui porque eu estou sendo muito bem cuidado por esses médicos maravilhosos. Aqui tenho aqui há uma espiritualidade que vocês não têm ideia nesse hospital.
Mas voltando ao nosso tema, eu me perguntava porque eu fui arrastado para a política humana, porque foi um arrastamento. As minhas campanhas - o Luís conhece a história toda -, foram fenômenos espirituais. E eu não entendia porque nada acontecia de extraordinário na minha vida até que - é nesse momento que eu conheci Eduardo, nós nos conhecemos nesse calor... Nesse que era o momento ideal para legalizar o aborto - está aqui o Paulo Fernando, que participou ativamente -, no Brasil, tudo pronto, tudo pronto!
R
O Ministro da Saúde... O Presidente da República era o Lula, o PT fechado, porque cláusula pétrea no PT é legalizar o aborto, o Presidente da Câmara, o Presidente do Senado, todos, todos... Se passa... Estava na Comissão de Seguridade, esse projeto era de 1991. Todos os Deputados do PT - mais de dez -, desde 1991... É como está hoje a questão do jogo, mesma coisa: 30 anos tramitando na Casa, e querem provar agora. Mas, se passasse naquela Comissão, era CCJ, Plenário, pá, virava lei. Quando o povo acordasse, o Brasil legalizou o aborto. Até quando? Por isso, trouxe o protagonista: até doze semanas. Aqui há um bebê de onze a doze semanas; ele tem tudo: ele tem rim, tem fígado, tem pulmão, tem coração, tem unha - ele tem tudo, tudo -, sistema nervoso, cérebro. A partir daqui, como alguns tendem a falar - porque essa palavra eu eliminei da vida -, chamar isso aqui de feto, isso aqui é uma criança. Não existe feto. Feto é uma linguagem biológica. Politicamente é uma criança, não há como não ser. Aqui só faz crescer. Hoje, com a ciência desenvolvida, se faz parto prematuro com quatro meses de gestação, é possível sobreviver. Quatro meses é o quê? Minha mão, quatro meses é um pouquinho maior. Olha que maravilha é a vida.
Mas estava tudo pronto. Aí parei tudo, parei meu gabinete, reuni meu gabinete e disse: "Vamos parar tudo, tudo; vira emergência. Eu vou cuidar só disso agora". Nunca tinha lidado com essa questão. Sou engenheiro de formação, nunca tinha militado em nada dessa área, mas isso aqui é grave. Por que eu parei tudo? Pelo conhecimento espírita. Eu disse: "Agora eu estou começando a entender, eu tenho que fazer a minha parte".
Resumindo a história, isso durou alguns meses, e nós mapeamos, como o Eduardo faz direto aqui também no Congresso. Estava perdido na Comissão, nós íamos perder. A maioria era a favor da legalização, mas apertada - três, quatro, cinco. A gente mapeou, não havia jeito. Aí eu disse: "Eu vou ter que enfrentar todos os Deputados do meu partido, mas não depois que votarem, tem que ser antes. Eu tenho que denunciar o voto deles antes de acontecer a tragédia". Aí eu fui até à Bahia e fui na base eleitoral de cada um dos que eram do meu estado e de outros estados também, e do meu partido, que era o autor da questão.
Aí a sessão - o Eduardo estava presente, o Paulo também estava, eu não lembro se mais algumas pessoas que estavam daqui presentes, me desculpem - histórica: em 7 de dezembro de 2005, a sessão levou cinco horas, cheia de gente, entupida, o corredor ficou entupido, a sala, tudo, pró-vida e pró-aborto, os dois lados. O povo participando, isso é muito bom.
E aquele dia foi um dos dias inesquecíveis da minha vida. Nós vencemos ali pela diferença de um voto - um voto -, faltou um voto para passar naquela Comissão. E de quem foi esse voto ausente? De um dos Deputados que até hoje não me cumprimenta. Eu tento cumprimentá-lo. Era médico e católico, do meu partido da Bahia, político influente. E ele é totalmente pró-aborto. Nesse dia, ele desapareceu. Ninguém o achou, nem pelo celular. Só apareceu no dia seguinte. Não foi votar. E nós ganhamos por um voto.
Então, naquele dia eu fui orar e disse: "Eu entendi agora o que a espiritualidade planejou. Tudo isso aconteceu antes, só para que eu estivesse aqui neste momento e fizesse a minha parte".
Qual o preço que eu paguei? Com muita honra e alegria, fui praticamente expulso no processo, que levou alguns anos. E algum amigo meu até hoje do PT, até hoje é Deputado, gosta muito de mim, sofreu quando eu saí do partido, disse: "Bassuma, você está parecendo um suicida, um cara que enlouqueceu. Você está fazendo tudo isso contra o PT, bem no momento em que nós estamos aqui governando a Bahia [até hoje o PT governa a Bahia], governando o Brasil. Nós estamos no auge do poder, e você vai agora contra o seu partido por causa disso, por causa dessa questão do aborto?" Aí eu disse a ele... Mas ele não entende, porque não tem essa mesma visão que eu tenho, ele achava até que eu estava brincando. Ele pensou que eu estava meio enlouquecido. Disse-lhe: meu amigo, para mim, isso é a maior honra da minha vida. Vou lhe explicar o porquê. Olha que oportunidade eu estou tendo... Agora vou caminhar para o encerramento já, três minutos. Dá para caminhar. Olha que oportunidade que estou tendo! É tão pouco o que Jesus está me pedindo. Imagine se eu jogasse fora essa oportunidade de testemunhar os mesmos valores, os meus princípios, por causa de um mandato, seja que mandato fosse. Eu estaria jogando no lixo algo que é eterno por algo que vai durar alguns anos. Seria uma estupidez.
R
Então, quero encerrar lembrando uma das palestras brilhantes do Haroldo, que está ali do lado do Eduardo, Haroldo Dutra Dias. Eu despertei para essa visão quando eu assisti a essa palestra dele, dentre tantas que ele faz, quando ele fala de o Evangelho ser o Cristo, o Evangelho é o Cristo, não é o Evangelho do Cristo, é o Cristo. Quando ele fala, baseado numa lição de Emmanuel - nunca me esqueço - sobre a carta viva. Por que Jesus não escreveu nada? Por que não deixou uma página? Por que não tirou uma tarde e foi lá escrever e deixar o Evangelho para os apóstolos? Por que não escreveu nada? Por quê? Claro que não é acidental. Jesus está longe de ser um analfabeto. É porque Jesus quer isso que o Chico representa de maneira intensa e viva. Jesus não está atrás de rótulos e de religiões, nunca esteve e nunca estará, está atrás de cartas vivas, da vivência daquilo que ele veio exemplificar, para que não houvesse nenhuma distorção entre o que ele viveu e os cristãos. Aquele que se declara cristão tem uma tremenda responsabilidade, não é pequena. Tem muita coragem quem, hoje, diz: "Sou cristão". Por que qual é o testemunho, hoje, do cristão? Qual é o testemunho? Nenhum cristão mais vai preso, é torturado, vai ser crucificado, vai ser queimado vivo, como foram os primeiros batalhadores pelo cristianismo. Não. Então, qual é o testemunho do cristão nos dias de hoje? Qual é? Tem que ter algum, senão Deus seria injusto. Deus botou os primeiros cristãos para irem para a fogueira e nós para sermos aplaudidos, reconhecidos, valorizados? É esse o testemunho? Não, o testemunho cada um, cada um, vai receber na hora certa para onde foi chamado. Alguns na sua família, alguns no seu trabalho profissional e outros na política.
Eduardo, parabéns! Eu agradeço. Até hoje eu sou muito agradecido a Deus por esse reencontro. Nesta vida nós temos muitos encontros, muitos, mas temos alguns reencontros de outras épocas. E um desses é este. Tenho muita honra de o ter encontrado. Quero agradecer-lhe muito a oportunidade que está me dando neste momento da minha vida, de amadurecer mais para que quando Jesus precisar de mim de novo eu esteja muito mais pronto do que estive em 2005.
Muito obrigado. (Palmas.)
O SR. PRESIDENTE (Eduardo Girão. Bloco Parlamentar PODEMOS/PSDB/PSL/PODEMOS - CE) - Muito bem, meu irmão Luiz Bassuma. Eu que agradeço a Deus por tê-lo reencontrado nessa missão, que é a mais desafiadora da minha vida, neste momento, neste mandato aqui no Senado Federal. Você está me ajudando com a sua experiência, com os seus conselhos. Eu lhe agradeço demais por isso.
R
Só para passar para vocês também uma frase do Chico Xavier sobre aborto - já que a gente tocou nesse tema -, bem curtinha. Ele diz o seguinte aqui... Há várias entrevistas em que ele fala sobre esse tema, várias entrevistas em que ele fala, mas há uma aqui que é o seguinte: "A criança embrião é um ser vivo e um ser vivo indefeso. O aborto é um delito difícil de ser qualificado, pois a vítima está absolutamente incapaz de operar na própria defesa". Isso é uma frase do Chico sobre esse tema que também muito me inspira nessa causa.
Divaldo Pereira Franco, que é outro grande pacifista e humanista, por quem eu tenho uma... Divaldo... Eu não conheci Chico nesta vida, não tive essa benção e eu sei que muitos aqui conheceram o Chico pessoalmente. Eu conheci a obra do Chico, que, como eu disse, já me transformou, mas com o Divaldo eu tive oportunidade de me encontrar algumas vezes com ele, em momentos chaves da minha vida e eu quero expressar aqui a minha gratidão por esse grande - grande - pai para todos nós que é o Divaldo Pereira Franco.
Para quem quiser conhecer um pouco mais da vida do Divaldo, há dezenas de biografias dele, há livros também. Do Divaldo já foram o quê, 200 livros? Duzentos e cinquenta livros, traduzidos também. Hoje ele é o grande nome da psicografia nacional. Sobre Divaldo Pereira Franco, há até um filme, também como há filmes sobre o Chico, na Cinemateca do nosso país. Sobre o Divaldo, também há um filme que foi lançado recentemente, que conta um pouco da história dele. É um filme muito bem produzido.
Vou passar, agora, imediatamente, a palavra para a nossa querida irmã Sra. Isa Teles, que é representante do espaço de desenvolvimento Monte Alverne. Ela é Presidente da instituição, desse centro que foi fundado em 21 de abril, a data da fundação de Brasília. Vinte e um de abril, só que mais recentemente, de 1985. O centro foi fundado por Ariston Santana Teles, onde funciona, no mesmo local, o Instituto Chico Xavier.
Enquanto ela chega aqui na tribuna para fazer a sua palestra, eu quero dar uma boa notícia, Bassuma, aos pró-vidas no Brasil, uma boa notícia que mostra, realmente, que o nosso planeta está chegando numa regeneração, caminhando fortemente para esse caminho. Nos Estados Unidos, a lei do aborto, há 49 anos, foi deliberada pela Suprema Corte. Nós estamos aí a poucos meses... Em junho, a nova Suprema Corte, agora, mais conservadora, mais consciente da importância da vida desde a concepção, deve tornar, com a graça de Deus - vamos continuar as orações, porque, acontecendo nos Estados Unidos, tem o efeito multiplicador para o mundo... essa grande tragédia humana aí de mais de 50 milhões de abortos é o que se tem das estatísticas oficiais no mundo inteiro onde é legalizado o aborto, a gente pode virar essa página terrível desse massacre, porque os Estados Unidos devem tornar o aborto ilegal num novo julgamento da Suprema Corte no mês de junho. Então, vamos enviar vibrações positivas, orar pelos membros da Suprema Corte para que os Estados Unidos possam reverter isso.
R
E um detalhe: foi graças aos pró-vida americanos, que foram para as ruas, que fazem, há 49 anos, marchas pela vida, enchendo a capital com quase 1 milhão de pessoas, debaixo de neve, a maioria jovens, que saem de todo os Estados Unidos para se manifestarem - repito: há 49 anos consecutivos! A 50ª marcha deve ser já a celebração do fim do aborto, em nome de Jesus.
Então, querida Isa, você tem dez minutos para fazer a sua palestra.
Muito obrigado.
A SRA. ISA TELES (Para discursar.) - Exmo. Sr. Presidente, Exmos. Senadores e Senadoras, senhoras e senhores presentes, que Jesus abençoe todos nós neste momento, esta Casa e todos que se dedicam à arte da política!
Em nome do Instituto Chico Xavier do Monte Alverne, agradecemos o convite.
Hoje homenageamos o grande homem e o maior brasileiro de todos os tempos: Francisco Cândido Xavier ou, simplesmente, Chico, como ele gostava de ser tratado por todos.
Chico nasceu em Pedro Leopoldo a 2 de abril de 1910 e retornou à pátria espiritual a 30 de junho de 2002, num dia de grandes alegrias para os brasileiros, dia em que o Brasil foi campeão do mundo, exatamente como ela havia pedido.
Dedicou seus 92 anos para servir ao próximo, um exemplo para cada um de nós de caridade e amor com cada indivíduo. A felicidade de Chico era amparar a todos. Através de suas campanhas, alimentou bocas e almas. Através de sua psicografia, consolou muitas mães que perderam os seus filhos. Muitos o procuraram para receber notícias de seus entes queridos no plano espiritual.
Estar junto de Chico era pura emoção, e ainda é. Sentíamos a sua aura de luz e amor, seu abraço consolador, que nos fazia felizes, e ainda nos faz. Um dia perguntaram a ele: "Chico, você pensa em reencarnar?". E ele respondeu como uma criança pura: "Se Jesus quiser.". Um homem que vivia 24 horas em sintonia com o Evangelho do Mestre, amava a todos, começando pelos irmãos mais novos, como ele assim tratava os animais de nosso convívio. Hoje, no plano espiritual, continua trabalhando por todos nós.
Agradecemos os livros que, através das suas mãos, inúmeros espíritos escreveram. Ressaltamos os romances de Emmanuel, pérolas de puro Evangelho do nosso Mestre Jesus. Seu exemplo de simplicidade e espiritualidade marcou nossas vidas.
Uma vez, Chico, você nos disse a todos que estavam presentes: "Espíritas, espiritualizai-vos!" Pura sabedoria de uma alma nobre.
R
Neste momento de grandes desafios te pedimos, Chico: sustenta a nossa fé, para que continuemos sendo instrumentos de paz e de amor. Abençoa o Brasil e todo o povo brasileiro, principalmente aqueles mais desfavorecidos não só de pão, mas principalmente de amor. Pedimos, neste momento, a Deus e a todos os presentes para, unidos, fazermos perpetuar seu nome através de um espaço na capital da República.
Lembramos também neste momento, pois não poderíamos esquecer do seu filho amado do coração, o querido Dr. Eurípedes Higino, amado pelo próprio Chico e que continua o trabalho no Grupo Espírita da Prece, de forma discreta e longe da mídia, mas sempre à luz do amor. Que essa paz que se faz sentir permaneça em nossos corações!
Chico, um dia, novamente estaremos juntos. Continuamos tentando aprender a amar e a servir. Muito obrigada, Chico! Receba nosso abraço de amor e gratidão.
Obrigada a todos.
Boa tarde. (Palmas.)
O SR. PRESIDENTE (Eduardo Girão. Bloco Parlamentar PODEMOS/PSDB/PSL/PODEMOS - CE) - Assim seja!
Muitíssimo obrigado, Isa.
O Eurípedes, que foi muito bem lembrado na sua fala, foi convidado para estar aqui conosco hoje. Infelizmente não pôde participar. Mas eu conheço pessoalmente o Eurípedes. É uma pessoa muito bacana, muito atenciosa. Estive pessoalmente lá em Uberaba conhecendo o centro espírita que o Chico desenvolveu, a Casa da Prece, o Grupo Espírita da Prece. Ele me recebeu muito bem lá.
Então, deu para notar que a Isa nasceu em Portugal. Isso tem uma simbologia muito forte para a gente também, Isa. Além de a gente ter sido... Os portugueses nos colonizaram, descobriram o Brasil e nos colonizaram. Também existe um movimento espírita muito forte lá em Portugal. É muito interessante a sua presença aqui. Um abraço aos nossos irmãos lá daquele país também abençoado e muito querido.
Eu quero, antes de passar a palavra para o Simão Pedro, que vai agora falar - ele que é professor universitário, membro do Conselho Regional Espírita do Alto Paranaíba, em Minas Gerais -, eu queria registrar a presença de algumas pessoas que estão conosco presencialmente. Inclusive, estou recebendo muitas mensagens aqui de pessoas que estão assistindo pela internet. Se eu for falar, a gente vai sair daqui à meia-noite. Mas um que mandou aqui no meu zap foi o Paulo Maurício, lá do Rio de Janeiro. Ele está acompanhando a sessão, feliz com a sessão. Aqui nós temos a Maria Isabel, que está aqui conosco também, a Raimunda Santos, Norma da Costa Gomes, Henrique França, Juliene Siara, Verina Miranda, Araci Alves de Carvalho, Mauro Alves de Carvalho, Maria Aparecida Bezerra de Carvalho, Diego Silva de Oliveira, Andréa da Silva Siqueira Pinto.
R
Os outros nomes, eu falo daqui a pouco, agradecendo, desde já, a presença de vocês.
Com a palavra, por dez minutos, o Sr. Simão Pedro, que, atualmente, também está na coordenação dos Departamentos de Educação Doutrinária e de Orientação para Assuntos de Mediunidade, na Casa Espírita Sociedade Casa do Caminho, na cidade de Patrocínio, em Minas Gerais, onde ainda exerce atividades administrativas e doutrinárias da Casa.
Muito obrigado pela presença.
O senhor tem dez minutos, Simão Pedro, para fazer a sua palestra para nós.
Muito obrigado.
O SR. SIMÃO PEDRO DE LIMA (Para discursar. Por videoconferência.) - Senador Eduardo Girão, para mim, é uma alegria poder participar aqui, com vocês, desta homenagem ao Chico. Cumprimento, em seu nome, todas as pessoas da mesa.
Cumprimento a nossa Vice-Presidente da Federação Espírita Brasileira, Marta Antunes; o nosso amigo João Rabelo, da diretoria; o Paulo Maia, da Federação Espírita do Distrito Federal; o Adilson, da Comunhão Espírita de Brasília; e o amigo querido Haroldo.
Muito me honra estar aqui dividindo com vocês este espaço.
O João Rabelo fez uma pergunta para ele mesmo quando ele disse, na fala dele: "Quem é você, Chico?". Essa resposta, ele mesmo disse, seria difícil, porque a envergadura de Chico seria incomensurável. Mas eu posso fazer uma outra pergunta: quem sou eu para falar de Chico? Quem sou eu para falar desse espírito cuja evolução tem uma envergadura que nós não conseguimos divisar?
Chico e o Evangelho são figuras inseparáveis. Chico simboliza o Evangelho vivo. Chico simboliza a materialidade de tudo aquilo que Jesus ensinou.
Então, como falar de um ser com essa evolução?
Ele dizia: "Creio que a importância do Evangelho de Jesus em nossa evolução espiritual é semelhante à importância do sol na sustentação da nossa vida física". Vejamos que, por essa frase, Chico se identifica com o Evangelho. Ele faz do Evangelho, fez do Evangelho o seu mote de vida, a sua maneira de viver, o seu jeito de ser. Então, para falar de Chico, nós vamos trazer as ideias do próprio Evangelho.
Se nós pudéssemos resumir todos os ensinos do Evangelho em três palavras, nós diríamos: humildade, amor e exemplificação. Três características sem as quais uma pessoa não pode se dizer cristã. Três características sem as quais não se pode dizer que se cultiva o Evangelho: humildade, amor e exemplificação.
R
Se nós buscarmos em Chico, nós encontraremos essas três características do Evangelho: humildade, amor e exemplificação. Humildade na própria família na qual o Chico nasce: uma família - e foi muito bem-dito aqui no início - de um pai cambista, vendedor de bilhetes, e de uma mãe lavadeira; uma família nascida, criada, desenvolvida numa cidade bem interiorana aqui das nossas Minas Gerais. A sua infância é revestida de humildade não no sentido de simplicidade ou de simploriedade; a sua infância é revestida de humildade em buscar compreender as outras pessoas.
Vimos no filme, que foi aqui apresentado, em cenas do filme Chico Xavier, aquele momento em que ele é chamado a escrever um poema sobre o grão de areia, e, na sua humildade, ele se coloca à disposição e recebe a inspiração do alto. A humildade de viver com a sua madrinha, a humildade de passar por certas agruras e não reclamar, a humildade de dar ouvidos à sua mãe.
Essa humildade também encontramos na profissão, no exercício profissional de Chico, que, para ele, era o cumprimento do dever. Chico trabalhou dedicando-se à doutrina espírita, dedicando-se ao trabalho profissional, mostrando-nos que a doutrina espírita não nos aparta, não nos distancia das nossas obrigações para com a sociedade no aspecto profissional de sermos pessoas úteis àqueles que nos demandam, àqueles que por nós buscam. Chico demonstra tudo isso trabalhando até o final, quando ele pudesse se aposentar. Valeu-se depois de aposentado para poder cuidar exclusivamente do seu trabalho espírita.
O Senador Girão disse aqui do local, do cômodo, do porão lá da Fazenda Modelo, onde Chico psicografou esse épico chamado Paulo e Estevão, e ele assim o fez enquanto também trabalhava profissionalmente, em horários posteriores ao seu trabalho.
Então, percebamos essa humildade de Chico de desenvolver os trabalhos: de um trabalho manual numa usina, por assim dizer, algodoeira a um escriturário do Ministério da Agricultura cumprindo os seus deveres. Humildade no trato com a doutrina espírita, e nós podemos chamar essa humildade de disciplina, de obediência, não a obediência no sentido de subserviência - Chico não era subserviente -, a obediência no sentido de cumprir aquilo que dele se esperava. Aquilo que Emmanuel lhe fala: disciplina, disciplina, disciplina, para ele era a humildade no trato com a doutrina espírita.
Essa sua humildade no trato com a doutrina espírita nos lembra uma fala daquele precursor do Cristo, João, o Batista. Se nós olharmos o Evangelho de João, lá no capítulo 3, especialmente no versículo 30, nós veremos João escrever sobre uma fala de João, o Batista. Quando João, o Batista, olhando para Jesus, diz para os seus discípulos, discípulos de João, diz assim: "É necessário que eu me diminua e ele cresça". João, o Batista, em relação a Jesus disse isso: "É necessário que eu me diminua para que ele cresça". E Chico fez isso, diminuiu-se como pessoa para que a doutrina crescesse, diminuiu-se como pessoa para que o Cristo crescesse no entendimento das pessoas. Diminui-se, enquanto uma pessoa ou um cidadão, para que essa verdade trazida pelo alto pudesse se manifestar. Chico colocou-se como aquele servidor a exemplo do Cristo. Não veio para ser servido, e, sim, para servir.
R
O amor, o amor é uma das características do cristianismo que Chico também demonstrava. Como foi dito aqui, salvo engano, pelo Adilson, quando ele disse: "O amor não cansa nunca", uma frase do Chico. "O amor não cansa nunca", porque esse é o sentido do amar que Chico demonstrou. Revestido do perdão, como certa vez uma pessoa disse a ele: "Chico, está escrito que se deve perdoar uma pessoa setenta vezes sete vezes. Então, há um limite para o perdão". E Chico disse: "Sim, mas é setenta vezes sete vezes cada falta que essa pessoa cometer", mostrando-nos a dimensão da ideia do perdão.
Chico primava pela verdade, mas tinha a candura. Como ele mesmo foi dizer, na sua mineirice ou na nossa mineirice: "Quando você for falar a verdade, coloque uma gota de verdade em um litro de amor e fale", uma gota de verdade em um litro de amor e fale! Quantas vezes nós colocamos gotas de amor em litros e mais litros de verdade? E ele pede o contrário, uma gota de verdade em um litro de amor, mostrando-nos que o amor não é para prejudicar, não é para denegrir pessoas. O amor não é para causar impactos. O amor é para soerguer, é para levantar.
E Chico exalava amor. Chico exalava todo esse sentimento à exemplificação. Chico foi um exemplo de exemplificação, porque tudo que ele falava ele fazia. Tudo que ele fazia era ensinando. Certa vez ele disse: "Veja bem como você vive, pois talvez você seja o único Evangelho que o seu próximo saberá ver". Vejam que interessante esta frase dele: "Veja bem como você vive, porque talvez você seja o único Evangelho que o seu próximo irá ver", mostrando-nos a importância do fazer, do servir.
Na mediunidade, foi um exemplo de médium, que nos propiciou consolos, ensinamentos e não se apartou do Cristo. Quatrocentos e cinquenta e um livros, foi dito aqui, que ele escreveu, que por ele foram escritos e nada reivindicou. E Geraldo Lemos fez algo belíssimo na sua fala, quando ele elenca em Chico as bem-aventuranças. Chico, ele, sim, resumia essas bem-aventuranças: pobre pelo espírito, resignado, manso e pacífico, justo, misericordioso, puro de coração e pacificador. Por isso, não era só o cisco de Deus. É o cisco, é filho de Deus, porque era pacificador. E assim foi dito pelo Cristo: "Bem-aventurados os pacificadores, porque serão chamados filhos de Deus". Não sabemos, João Rabelo, não sabemos dizer quem é você, Chico, mas podemos nos espelhar, que seja um pouco, no tudo, no muito que ele fez, demonstrando, servidor constante do Cristo. Ele, sim, pode dizer, como disse o Apóstolo da gentilidade: "Não sou eu mais quem vivo, mas o Cristo que vive em mim". Chico ecoava os ensinos e o amor do Cristo. Agradeço, mais uma vez, a oportunidade de estar aqui, nesta Casa, mesmo que virtualmente, mas para poder participar deste momento de luz, e peço desculpas pela minha limitação na questão de envergadura de fala, principalmente de frente a este ser iluminado: Chico Xavier.
R
O SR. PRESIDENTE (Eduardo Girão. Bloco Parlamentar PODEMOS/PSDB/PSL/PODEMOS - CE) - Muitíssimo obrigado. Quem tem que agradecer somos nós, Simão Pedro, por essa sua fala recheada de sabedoria, de serenidade, com muito amor, com muito amor! Muito obrigado por colaborar com a nossa sessão solene em homenagem ao Chico Xavier.
Olha, a gente só tem motivos para ter esperança com esse nosso país. Para saber que, por mais que a gente tenha dificuldade, as dificuldades são grandes, verdadeiramente, e o momento - eu estava conversando com a Marta -, o momento é de muita intolerância, de falta de respeito, mas vemos que nós precisamos resgatar a sabedoria, resgatar a referência desses grandes humanistas.
Falamos, há pouco, no querido Divaldo Pereira Franco, e ele tem entrevistas dizendo - olha só que benção, o que é que vem por aí -, entrevistas dizendo que José do Patrocínio já está reencarnado. Nós tivemos, mais cedo também, a informação, uns dez anos atrás, de que Emmanuel estaria já reencarnado. Divaldo Franco fala que Ruy Barbosa, o patrono deste Senado Federal, está reencarnado. São grandes benfeitores, grandes brasileiros que vêm com a missão de acelerar, com as suas lideranças, o processo que está reservado para o Brasil, que é coração do mundo e pátria do Evangelho.
Então, eu queria agradecer, antes de passar a palavra, agora, para o Nazareno Feitosa, enquanto ele já vai tomando ali a sua posição na tribuna, Nazareno, eu queria agradecer aos funcionários da Casa. Aos funcionários da Casa, eu faço questão, daqui a pouco, de agradecer a todos que, de alguma forma, direta ou indiretamente, estão aqui colaborando para esta sessão, todos os que fazem parte da TV Senado, todos os que fazem parte da Rádio Senado, da agência Senado. São pessoas muito valorosas, muito competentes, que têm feito um trabalho, diariamente aqui na Casa revisora da República, onde há um trabalho com muito amor, com muita dedicação.
R
Também agradeço aos funcionários do nosso gabinete, que está à disposição não apenas do cearense, mas do povo brasileiro que, de alguma forma, quer visitar o Senado e conhecer os trabalhos. Eu fico feliz, Haroldo Dutra, porque, cada vez mais, as pessoas estão gostando de política no Brasil. Então, isso é um sinal, outro sinal positivo do que vem por aí. Estão gostando, estão acompanhando, estão cobrando, sempre de forma respeitosa e pacífica, mas com firmeza, dos seus representantes aqui. Eu quero agradecer e colocar à disposição o nosso gabinete, o Gabinete 21 da Ala Teotônio Vilela, bem pertinho daqui do Plenário do Senado Federal, e nós estamos à disposição para receber, para conversar, para trocar ideias sobre projetos de lei, enfim. A Tallita se dedicou muito para que esta reunião estivesse acontecendo, que trabalha comigo. Registro a presença aqui do Marcos Linhares, que acaba de chegar aqui no Senado, também o Francisco Maiorana, todas as pessoas que... O Marcus Vinícius, o Fábio, a Adriana, todas as pessoas que ajudaram a organizar isso com muito amor, este momento que a gente está vivendo.
Já passamos para o penúltimo. Está terminando. Mas eu tenho certeza de que a gente vai levar hoje para o travesseiro, para reflexão neste final de semana - já é sexta-feira -, algumas passagens daqui que valem a pena até voltar para ouvir de novo. Eu vou fazer isto, porque eu não tenho a menor dúvida de que, como nada é por acaso, é muito emblemático este momento aqui, vai trazer muita luz a todos os colegas.
Então, passo a palavra ali, na tribuna, do lado direito, ao Sr. Nazareno Feitosa, que é expositor espírita, facilitador do estudo sistematizado da doutrina espírita na Comunhão Espírita de Brasília, registrando aqui que, na Comunhão, Adilson... Eu quero fazer o reconhecimento público de que, durante a CPI da Pandemia, que não foi fácil, eu estava como titular - a espiritualidade me colocou lá, nesse desafio -, eu, recém-chegado aqui, ao Senado Federal, eu procurei ser justo, procurei ser independente do começo ao fim, com muito respeito aos colegas, mas mostrando a verdade às pessoas. Às vezes, ali não... É um ambiente, a CCJ fica bem pertinho do plenário, a 50m daqui, a Comissão de Constituição e Justiça. E, muitas vezes, ali, o ambiente estava muito pesado, um ambiente de agressividade, um ambiente de manipulação, de outros interesses que não os interesses da nação, na minha humilde opinião. E, muitas vezes, eu sentia ali uma angústia grande, eu estava orando o tempo todo, mas era muito pesado para mim.
E eu fui encontrar lá na Comunhão Espírita de Brasília, às terças-feiras, através do passe de um grupo que estava lá, o Grupo Joana de Cusa... Às terças-feiras, eu ia, muitas vezes, lá quase que fragilizado mesmo, e eu recebia um passe e ganhava uma energia nova, à noite, para, no dia seguinte, estar de pé. Então, quero fazer, publicamente, um agradecimento. Como foi importante ali com vocês receber aquele passe, aquela mensagem espiritual para combater o bom combate. Com as inúmeras limitações e imperfeições que eu sei que tenho, eu pude levar até o final o trabalho, e fica o meu agradecimento.
R
Nazareno Feitosa, você que também ajudou muito com conselhos, com dados estatísticos para mim na CPI da covid, você que é um estudioso no assunto de tratamentos, em um momento de muita escuridão que a gente tinha ali, você me passando informações. Eu lhe agradeço muito pelo apoio integral. Que Deus abençoe você, o Adilson e todos que de alguma forma nos ajudaram naquele processo!
Você tem dez minutos, Nazareno, para fazer sua exposição.
Muito obrigado.
O SR. NAZARENO FEITOSA (Para discursar.) - Caro amigo, Senador Luís Eduardo Girão, caríssimo Senador Izalci Lucas, todos os da mesa, que eu gostaria de saudar na pessoa da nossa querida Marta Antunes, Vice-Presidente da Federação Espírita Brasileira, caros internautas, amigos presentes, servidores e a espiritualidade amiga, que a gente tem que agradecer sempre também.
Bom, meus amigos, a gente vai pedir para colocar os eslaides, a gente trouxe alguns eslaides. Esses eslaides são de uma palestra chamada "Lindos casos de Chico Xavier", são dois módulos de uma hora cada um. A gente vai trazer só alguns poucos casos de Chico Xavier para ilustrar. Falar depois é bom, porque todos já falaram muita coisa; quando a gente tem dez minutos, então, é excelente. Agradeço aos que me antecederam.
Então, vamos lá para avançar. Ali Chico com uma criança, biografia que eu recomendo, contém uma síntese de vários livros. É de um francês, Mickael Ponsardin, publicado pela editora do CEI (Conselho Espírita Internacional). É a mais completa, os mais lindos casos que já vi até hoje. Pena que a edição impressa está esgotada, mas vamos rogar para que se imprima mais. Há em livro eletrônico, em e-book há na Amazon e em outros. O Lindos Casos, de Ramiro Gama, também é um repertório belíssimo e consagrado, entre muitos outros, e, sim, o Pinga-Fogo, que vocês encontram em DVD, graças ao trabalho do nosso querido Oceano Vieira de Melo e também está disponível no YouTube, para a gente acompanhar aqueles dois programas maravilhosos que o nosso querido Saulo Gomes, jornalista muito amigo de Chico Xavier, publicou também a obra escrita em livros, se você quiser, da Editora Intervidas. Esses são os dois principais livros de cabeceira do nosso querido Chico, quero agradecer à nossa interprete de libras, muitíssimo obrigado. Com que ele levava sempre no braço era O Evangelho segundo o Espiritismo e, claro, a obra inicial e fundamental da doutrina espírita, O Livro dos Espíritos. Mas o Evangelho ele sabia de cor; dizem os seus biógrafos que ele tinha memorizado o Evangelho desde criancinha, sem nunca ter lido. Ele já trouxe O Evangelho segundo o Espiritismo em seu coração, em sua mente.
E por que o espiritismo cresceu tanto no Brasil? Por que o Brasil é o maior país espírita do mundo? Vocês já se perguntaram por que foi isso?
R
É claro que há até documentários falando dos problemas que a França enfrentou depois - a Guerra Franco-Prussiana, depois, as Primeira e Segunda Guerras Mundiais -, mas nós temos o relato dos espíritos amigos de que a árvore do Evangelho foi transplantada para o Brasil.
E nós tivemos aqui realmente os maiores divulgadores da doutrina espírita do mundo, porque Kardec só teve 14 anos. Nós tivemos o Dr. Bezerra de Menezes e tantos outros médiuns, mulheres e homens extraordinários, também grandes expositores e a figura notável de Francisco Cândido Xavier - 75 anos de mediunidade em favor do Cristo, em favor da humanidade. E ele teve vários escândalos. A gente vai ver alguns dos escândalos aqui, que tornaram o espiritismo mais famoso ainda, como se fosse um Auto de Fé de Barcelona, sendo que na figura do Chico, não é?
Então, o ecumenismo também de Chico. Por exemplo, ele ajudava instituições e pessoas de todos os credos. Inclusive presentes que ele ganhava - carros, terrenos - ele repassava para várias instituições. As freirinhas adoravam o nosso querido Chico, e muitos outros irmãos de outras denominações. Ele não ficava doutrinando as pessoas de espiritismo, respeitava, com muito amor e sinceridade, a orientação religiosa de cada um, doava os presentes.
E, uma vez, um repórter chegou: "Sr. Chico Xavier, vocês espíritas devem estar muito felizes porque eu soube que fechou uma igreja católica aqui na cidade de Pedro Leopoldo [eu acho]". E ele disse: "Não, meu filho, estamos muito tristes, porque, toda vez que se fecha uma igreja, nós temos que abrir uma penitenciária ou um hospital psiquiátrico". Então a importância de todas as religiões.
Em 1931, um encontro famoso com o grande orientador Emmanuel.
E vamos ver aqui alguns dos fenômenos extraordinários e escândalos também, no bom sentido da palavra.
O primeiro foi o lançamento do livro Parnaso de Além-Túmulo, com dezenas de poetas brasileiros e portugueses, com todo o seu estilo, com todas as suas características, referendadas, inclusive, por Humberto de Campos, encarnado à época, e muitos outros literatos.
Houve também o caso do próprio Humberto, porque, depois de desencarnar, depois de morrer, o Humberto de Campos, dois anos e pouco depois, veio psicografar através das mãos abençoadas de Chico Xavier. E a família entrou na Justiça questionando, dizendo: "Olha, os direitos autorais dessa pessoa, desse espírito que assina como Humberto de Campos deveriam então ser doados à família, e não à Federação Espírita Brasileira.", como tinha sido feito. E aí foi aquela confusão, ficou mais célebre ainda. E, mais tarde, a família, a própria mãe de Humberto de Campos vai reconhecer e até pedir desculpas a Chico por todo esse problema que lhe causou e provocou muito sofrimento.
O livro Nosso lar também foi um outro grande escândalo, porque foram revelações extraordinárias nessa obra, complementando as obras do nosso querido Allan Kardec. Está aí a última capa da Federação Espírita Brasileira.
E mortos inocentando vivos. Nós nunca tínhamos visto isso nos tribunais. Vários casos, como, por exemplo, o do jovem José Divino Nunes e Maurício Garcez, em que um havia matado o outro sem querer, eram amigos; o do policial José Aparecido Branco - eu não estou enxergando lá; deixe-me ler por aqui, porque está muito pequenininha a minha letrinha -, da acusação de assassinato doloso de sua noiva - também uma carta psicografada convenceu o júri, os jurados -; o do bancário João Francisco de Deus e sua esposa, ex-miss Campo Grande - imaginem o escândalo que foi à época - , Gleide Dutra de Deus.
R
Quantas reconciliações, meus amigos, aconteceram graças a Francisco Cândido Xavier! Foi até editado o livro A Psicografia ante os Tribunais, de Miguel Timponi, publicado pela Federação Brasileira, narrando em detalhes o caso da família Humberto de Campos também.
Ah, o outro escândalo foi o Pinga-Fogo, dois programas, um em julho e outro em dezembro de 1971, para a televisão. O programa durava cerca de uma hora e meia, mas, quando era com a presença de Chico, os diretores mandavam, sempre ficavam prorrogando, e ambos têm cerca de três horas e meia de duração, em média, encerrando com poemas psicografados na hora, com folhas que os próprios participantes deram, folhas em branco marcadas para o Chico psicografar, um trabalho extraordinário - inclusive, no último, o poema Brasil, do poeta Castro Alves.
As cartas consoladoras do Correio do Além, que é uma coisa extraordinária, com riqueza de nomes, datas e detalhes. Havia detalhes desconhecidos até dos pais do ente querido que havia falecido, nomes de familiares que eles não conheciam, tias-avós, etc., que, mais tarde, iriam também ser confirmados, além dos vários que eles conheciam, a assinatura idêntica, porque ele era um médium também mecânico, então, ele poderia fazer a assinatura idêntica. Nós temos que tomar cuidado com essa questão das cartas consoladoras, pessoal, pois são raríssimos os médiuns que têm essa capacidade, e nenhum é como Chico Xavier, pelo menos até o momento. Então, hoje, nós estamos vendo até fraudes, médiuns de redes sociais. Então, cuidado também, vamos investigar. O Livro dos Médiuns vai ser excelente para todos nós sobre isso.
E quais as maiores lições de Chico?
Deixe-me avançar aqui, porque o tempo aqui é curtinho.
Quais seriam as maiores lições de Chico. A primeira, a alegria. A maior característica de Chico, dizem os seus biógrafos, era a alegria de viver, não era nem a humildade, não, era a alegria de viver, e o amor que se irradiava em forma de caridade, de perdão, de respeito, ou, então, o trabalho gigantesco, porque eu não sei como aquele homem trabalhava tanto: o trabalho normal, doente, ajudando os filhos menores das suas duas mãezinhas, e também trabalhando e psicografando na madrugada, atendendo a todos. A modéstia e a humildade. Além de humilde, ele era modesto. Por isso, deve estar todo envergonhadinho com esta homenagem, mas ele sabe que é para o bem, ele sabe que nós precisamos lembrar do seu exemplo. E qual a sua maior alegria? Vocês conhecem a maior alegria de Chico Xavier? Ser médium. Olha, um paradoxo para nós. Há tanta gente fugindo da mediunidade, e a maior alegria de Chico era a mediunidade. O seu maior desejo? Quem sabe? Essa é importante. O maior desejo de Chico Xavier era ajudar gestantes carentes em uma cidade em que ninguém o conhecesse, para que ele pudesse se dedicar àquelas mulheres, auxiliando a reencarnação dos espíritos.
Olha como a vida era preciosa para Chico!
E, neste momento, vale a pena a gente trazer uma citação sobre a legalização do aborto, que é uma pauta desta Casa. E nós temos mensagens de Emmanuel, pouquíssimas conhecidas, sobre o assunto. Perguntaram a ele sobre esse tema. Está no livro Entender Conversando, são entrevistas de Chico Xavier, publicado pela editora IDE, em 1983. Está à venda, está disponível. Estuda-se, no Brasil, uma forma de legalização do aborto. Qual a sua opinião? E, agora, Emmanuel, através de Chico, responde:
R
O aborto é sempre lamentável, porque, se já estamos na Terra com elementos anticoncepcionais de aplicação suave, compreensível e humanitária [nós temos dezenas de métodos anticoncepcionais. Olha como Emmanuel vai falar da maneira exata, porque a palavra aborto não significa muita coisa para a gente, não, mas Emmanuel, que era um mestre da linguagem, um literato de número maior, o que é que vai dizer?], por que é que havemos de criar a matança de crianças indefesas, com absoluta impunidade, entre as paredes de nossas casas? Isto é um delito muito grave [eu já ouvi espírita dizer: "Não, aborto é só uma coisinha leve, deveria merecer só uma advertência", delito muito grave] perante a Providência Divina, porque a vida não nos pertence [...]. Se as criaturas têm necessidade do relacionamento sexual para revitalização de suas próprias forças, o que achamos muito justo, seria melhor se fizessem sem alarme ou sem lesão espiritual ou psicológica [porque há lesão espiritual tanto no bebezinho quanto na própria mãe, e psicológica também, e psiquiátrica, a gente sabe] para ninguém. Se o anticoncepcional veio favorecer esta movimentação das criaturas, por que vamos legalizar ou estimular o aborto? [Quando legaliza, multiplica muito, explode o número, porque as pessoas nem se cuidam direito: "Ah, não pode tirar". Na Inglaterra, médicos desesperados com crianças com 17 anos de idade, 18 anos de idade, jovenzinhas que já fizeram três abortos. Como é que fica a capacidade reprodutora dessas mulheres? Como é que está a mente e o coraçãozinho dessas jovens, não é?] Por outro lado, podemos analisar que, se nossas mães tivessem esse propósito de criar uma lei de aborto no século passado, ou no princípio e meados deste século, nós [meus amigos] não estaríamos vivos.
Eu converso com obstetras. Eles dizem: "Nazareno, a maioria das gravidezes é acidental, não é planejada, porque, se for esperar a gente estar cheio do dinheiro, ter terminado os estudos, ter feito mestrado, doutorado, pós-doutorado, para poder engravidar, a gente não engravidava nunca. Aí tem que vir no susto". Graças a Deus, a gente veio no susto. O Andrezinho, meu segundo filho, veio no susto. Olha que maravilha, não é? Mas havia uma notícia lá da comunhão. Eu agradeço também carinhosamente, na pessoa do Adilson, o grupo Joana de Cusa, que também muito nos ajudou. Então, nós não estaríamos vivos, não é?
Então, o livro Entender Conversando, com entrevistas, da Editora IDE, pessoal.
E a própria Dra. Marlene Nobre, essa grande trabalhadora em defesa da vida - foi Presidente da Associação Médico-Espírita do Brasil e Internacional, hoje no mundo maior -, numa entrevista ao Diário do Nordeste, em 2009, declarou que Chico disse pessoalmente a ela que, se o Brasil legalizasse o aborto, daria início a um ciclo de guerras em nosso país - um ciclo de guerras, um carma coletivo para nós.
Meus amigos, guerra é muito, mas muito pior do que pandemia. Então, vamos avançar.
Eu fiquei muito feliz quanto à questão das drogas. Olha como o Chico se manifestou sobre tantos assuntos. Agradeço e parabenizo, Andreia, conheço do movimento. Também participo do Movimento Brasil sem Drogas. Então, é importante a gente conhecer o que os grandes espíritos falaram sobre esse assunto.
E mais: André Luiz tem uma mensagem, aliás, desculpa, o Irmão X, que é o Humberto de Campos, chamada Treino para a Morte, e fala como essas dependências nos prejudicam na desencarnação, na vida após a morte.
R
No livro Nos Domínios da Mediunidade, no capítulo 17, Forças Viciadas, o mentor Áulus transcreve os ensinamentos de dolorosas reencarnações de quem? De viciados, a bordo de corpos apresentando:
[...] o mongolismo, a hidrocefalia, a paralisia, a cegueira, a epilepsia secundária, o idiotismo, o aleijão de nascença e muitos outros recursos, angustiosos embora, mas necessários, e que [...] [funcionam, já a partir do berço, em benefício de mentes em desequilíbrio, através dessas provações obrigatórias].
Olhem o perigo que a gente está correndo!
E do mesmo que a droga é um problema, também são um problema os jogos de azar, porque há pesquisas demonstrando que, quando a pessoa começa a utilizar os jogos de azar, desenvolve uma dependência tão forte que é equivalente à da cocaína, que é muito poderosa. Aí vemos as pessoas com depressão, arruinadas financeiramente, perdem tudo, porque o jogo é feito para você perder e a casa ganhar, suicídios, separações, destruição de lares. Se a gente facilitar, meus amigos...
O Emmanuel diz que a gente só não erra mais por falta de oportunidade, porque, se deixar, a gente apronta. Então, é melhor não oferecer isso ao nosso povo. Vamos, porque são falácias... Eu sou da Polícia Federal, tenho estudado o assunto. E não aumentam recursos. O dinheiro dos jogos de azar deixa de ser investido na educação dos filhos, deixa de ser investido na comida, nas roupas, ou seja, sai de um lado e vai para o outro, tira de um bolso e sai para o outro, não aumenta a riqueza. Dezenas de países oferecem jogos de azar. Vocês acham que as pessoas vão vir ao Brasil por causa dos jogos de azar? Não. Vão para Las Vegas, que é muito mais famosa. E assim por diante. Então, muito cuidado!
E vamos ajudar no Projeto de Lei 399, na questão da maconha, e contra os jogos de azar, que também avança nesta Casa. O Senador Girão pode nos trazer mais detalhes também.
Então, vamos nos lembrar também desses conselhos importantes desses nossos grandes humanistas.
Este é o momento mais importante. Quem se lembra qual foi o momento mais importante? Foi exatamente aquele que o nosso querido José Carlos De Lucca contou, da criancinha que ele espera, e ela diz: "Seu Chico, eu queria lhe dar um beijo." Ele disse: "Não, não me dê um beijo só, me dê vários." E ela trouxe uma florzinha - complementando ali o caso, porque são tantos casos, tantos detalhes - dessas que a gente encontra nas calçadas. Ela trouxe aquela florzinha e disse: "Seu Chico, seu Chico, eu trouxe uma flor do jardim do céu para o senhor." Naquela hora, ele teve a certeza de que em sua vida ele iria colocar sempre em primeiro lugar os outros e nunca ele. É o momento mais importante da vida dele. Era uma criança, meus amigos! Ele adorava as crianças. E ele vai esmolar para enterrar o seu ex-patrão, o Juca. Quando ele está voltando de charrete do trabalho, vê o rabecão, o caminhão do IML, da prefeitura, passando, ele diz: "Olha, o que está acontecendo?" "Ah, seu Chico, o senhor não soube? O seu Juca faleceu. A família é tão pobre que não tem dinheiro para comprar um caixão. Ele vai ser enterrado como indigente" "Não, por favor, aguardem que nós vamos arrumar um dinheiro para comprar um caixão para ele".
R
Aí ele sai, faz uma prece - ele não tinha recursos -, e aí faz uma prece ao Senhor da vida, a Jesus, porque "jamais vos deixarei órfãos" Jesus nos disse. Ele lembrava muito dessa frase. E aí ele, então, vira o chapéu e sai, esmolando, para comprar um caixão para o seu ex-patrão. O seu pai fica sabendo e tenta demovê-lo da ideia. Vai até ele e diz: "Chico, você tem que parar. Você está envergonhando a gente". Ele disse: "Não, papai, eu não posso fazer isso. Ele foi um patrão tão bom! Alimentou nossa família tantos anos com o salário que nos ofertava, nos deu a oportunidade de emprego".
E aí ele sai, obstinado, encontra com um cego que tinha o apelido de Sr. Nego. E aí quase esbarra no Sr. Nego e o Sr. Nego diz: "Chico, aonde é que você vai com tanta pressa?". Um cego que esmolava, que era pedinte. Disse: "Ah, Sr. Nego, o senhor não soube que o Sr. Juca faleceu? Nós estamos tentando comprar um caixão para ele". Ele disse que, naquela hora, viu uma lágrima longa escorrer daqueles olhos apagados e ele dizer: "Ôh, Sr. Chico, ele era um homem tão bom!". E ele pega todas as suas economias, suas esmolas e as entrega para o Chico.
Meus amigos...
Ah, e, quando ele chega em casa, mais tarde, depois de ter proporcionado essa alegria para a sua família, a família do Sr. Juca, ele retorna, tarde da noite, e Emmanuel está postado, sorrindo, como se a lhe dizer: "Aprovei a sua atitude".
Meus amigos, só os homens, realmente, que seguem a Jesus, de coração, amando Jesus tanto como a Cristo, é que são capazes de esmolar pelos necessitados. Chico foi capaz, assim como Francisco de Assis e tantos outros.
E há, também, a história do caso do assaltado diferente. Há essa história. Ninguém sabe quem foi o assaltado, nem o assaltante, mas eu vou contar para vocês como aconteceu.
Um senhor idoso estava na sua casa, de madrugada, e um ladrão veio e saltou o muro, armado, e chegou para ele e disse: "Olha, passe-me o que o senhor tem aí". E aquele senhor idoso disse: "Calma, meu irmão, eu sou cristão. Eu não tenho armas - eu não tenho armas", sobre que, aliás, André Luiz, no livro Conduta Espírita, diz que nós devemos, que os espíritas devemos nos esquivar do uso de armas homicidas. Está lá, Editora FEB, inclusive. Então, meus amigos, a gente sabe.
Vem, então, o Chico:
- Não, eu sou cristão, eu cuido de muitas crianças. Por favor, não me machuque. É dinheiro o que o senhor quer?
- É.
- Olhe, ali no meu criado-mudo tem uma gaveta. O senhor vai encontrar um envelope que tem R$170. Eu prefiro que o senhor vá lá.
O ladrão foi lá.
- Agora, conte... Não, não é esse aí não. Esses aí são meus exames. É o de baixo. Agora, conte, por favor.
- É, tá certo.
- Olhe, eu estou olhando para o senhor aqui. O senhor é maior do que eu, mais forte do que eu e eu ganhei, eu ganho muita coisa. Eu tenho duas calças que não me servem. O senhor não quer aproveitar e levar também, não?
- Quero.
- Olhe, e também tem duas cuecas na caixa, tem duas camisas. O senhor aproveite e leve também.
- Tá certo.
E aí, enquanto o ladrão estava ali arrumando aquele horror de sacola, porque ele já estava cheio de coisas, Chico disse:
- O senhor não está com fome, não?
- Eu estou.
- Pois, olhe, sobrou um restinho de janta, tem arroz, tem feijão, tem um pedacinho de carne, um pouquinho de refrigerante. O senhor não quer que eu faça um jantarzinho e coloque na mesa para o senhor?
R
- Aceito.
E aí sentaram na mesa, o ladrão colocou o revólver em cima da mesa, estava comendo e o Chico perguntou:
- E o senhor tem filhos?
- Tenho duas.
- Olhe, eu ganho muita coisa. Eu tenho aí na despensa sobrando, arroz, feijão - era conversa dele -, farinha, açúcar, etc. O senhor não quer que eu faça uma cesta básica para o senhor levar para as suas filhas também, não?
- Aceito.
E aí quando o ladrão foi sair, de madrugada, agora com cestas básicas, ele disse:
- E como é que o senhor vai sair daqui?
- Ah, do mesmo modo que eu entrei, vou pular o muro.
- Não faça isso, não, pelo amor de Deus. São duas horas da manhã. Se o senhor saltar o muro, vão pensar que o senhor é um ladrão. Tome a chave da casa. Depois que você abrir o portão e passar, você joga por debaixo ou por cima do portão.
Meus amigos, ninguém sabe o nome do assaltante, mas o assaltado se chamava Francisco Cândido Xavier.
Olha como é a atitude de um cristão! Ainda mais um espírita, que temos tanta responsabilidade, pelo conhecimento a mais. Se fosse um de nós, saía: Pega, pega o ladrão, mata!
E, por isso, Senador Girão, quero parabenizá-lo também por abraçar esta causa importante da paz e da luta contra esse excesso de armas da população.
Eu sou policial. O bandido só pega a gente distraído. Não adianta você estar armado.
Vários colegas meus, da minha sala, da minha academia, morreram porque foram reagir.
E às vezes você deixa sua arma em casa... E o Chico diz isto no livro O Evangelho de Chico Xavier, de Carlos Baccelli, que muitos suicídios poderiam ter sido evitados se não houvesse dentro de casa uma arma ou um agente corrosivo também. Esses ácidos. Ele diz que a gente tem uma reação inesperada, que não sabe o que a gente pode fazer.
Então vamos pensar nisso, vamos apoiar essas causas nobres, que exista uma legislação adequada, correta, mas não que se rasgue completamente o avanço que foi o Estatuto do Desarmamento.
E para a gente ir encerrando, Chico adorava viver. Ele vai dizer que, quando encontrarem a lápide dele um dia vai estar escrito: "Aqui jaz Chico Xavier, muito a contragosto".
Muito a contragosto. Ele adorava viver, não é? E vai desencarnar, pede a Jesus para desencarnar num dia em que o Brasil estivesse muito feliz.
E um último caso. Caridade debaixo da ponte. Para lembrar também de um grande Senador, Deputado, que foi Prefeito da cidade do Rio de Janeiro, empresário, Dr. Adolfo Bezerra de Menezes Cavalcante.
Chico estava um certo dia, para visitar necessitados que ficavam debaixo de uma ponte depois de alguns quilômetros de Uberaba. Eu só estou demorando um pouquinho mais, porque o Senador me pediu para falar mais tempo, mas logo vai chegar o Haroldo. Este é o último caso. E aí ele vai, mas naquele dia as despensas estavam completamente vazias, as doações tinham minguado, e ele roga a Jesus sobre o que ele deveria fazer.
E aí, Dr. Bezerra de Menezes orienta que ele colocasse algumas garrafas de água, para que ele magnetizasse. Ele então põe as suas mãos abençoadas e aquelas águas ficavam leitosas, perfumadas. E ele leva então para os habitantes que ficavam lá debaixo da ponte. Quando ele chega lá, junto com alguns voluntários, ele explica que era a única coisa que eles puderam oferecer naquele dia. E, aí, um deles se revolta e diz: "Ah, mas isso é um absurdo! Se não tinha nada para trazer, não deviam ter vindo. Água nós temos aqui do rio". Mas, então, uma senhora, mais consciente, disse: "Não, meus amigos, eles todos os meses vêm aqui trazer víveres, doações para nós. Nós não podemos tratá-los assim".
R
Enquanto eles estavam discutindo, uma buzina de caminhão toca em cima da ponte: fon fon, fon fon. E aí ele sobe. "O senhor é Chico Xavier?" Não, não foi assim. Trazem o Chico. "O senhor é Chico Xavier?" "Sim, sou eu, meu filho". "Pois, olhe, eu venho em nome de um empresário de São Paulo que pediu para entregar um caminhão de doações para os seus pobres". E, aí, foi aquela festa. Distribuíram os alimentos ali e ainda sobrou para muitos outros grupos socorristas.
E ele, então, vai perguntar: "Mas como é que o senhor sabe que eu estava aqui? - o Chico pergunta. "Porque não havia ninguém na minha casa! Como é que o senhor me encontrou aqui debaixo da ponte?" Era distante da cidade. "Não, mas havia uma pessoa, sim. O senhor não mora no endereço tal, número tal?" "Sim, moro". "Pois, olhe, na calçada da sua casa tinha um senhor de barbas brancas, de olhos claros, muito amoroso. E, quando eu perguntei: 'O senhor é Chico Xavier?' Ele disse: 'Não, meu filho, não sou eu'. O senhor sabe onde ele se encontra? 'Sei sim, senhor'," E, aí, ele apontou, na direção do Chico Xavier, o caminho do bem.
Que possamos nós, meus amigos, também sermos apontados pelos bons espíritos quando os necessitados precisarem de auxílio. Que possamos estar disponíveis a serviço do Pai que está nos céus.
Nosso muito obrigado a todos vocês...
Acabei desligando aqui sem querer. (Pausa.)
Foi?
Opa! Agora... Acho que deu problema. É sinal de que está na hora de o Haroldo vir. Está demorando...
Pessoal, muitíssimo obrigado. Que Deus abençoe!
Parabéns, Senador; parabéns a todos!
Agradeço a todos que vieram, mesmo com tão pouca antecedência. Os palestrantes, que foram chamados de última hora, fizeram um grande esforço para estar aqui.
Muitíssimo obrigado a todos. (Palmas.)
O SR. PRESIDENTE (Eduardo Girão. Bloco Parlamentar PODEMOS/PSDB/PSL/PODEMOS - CE) - Amém! Assim seja!
Muito obrigado, Nazareno Feitosa, por nos brindar com esses lindos casos de Chico Xavier. Esse do ladrão é fantástico!
Eu quero registrar aqui que o Luiz Saegusa, meu amigo de São Paulo, da Intelítera, grande homem de bem, ativista de causas, está conectado conosco, assistindo.
O Godinho, nosso Presidente da Federação Espírita Brasileira, também.
O Jeter e a Gil, lá das Casas André Luiz, em São Paulo...
(Soa a campainha.)
O SR. PRESIDENTE (Eduardo Girão. Bloco Parlamentar PODEMOS/PSDB/PSL/PODEMOS - CE) - Vou dar mais um tempinho para mim - está bem, pessoal? (Risos.)
E, como dizia, o Jeter e a Gil, das Casas André Luiz, fazem um trabalho fantástico lá, um trabalho de caridade, ali em Guarulhos, na região de Guarulhos. Tem a Rádio Boa Nova, tem a TV Mundo Maior. Vai meu abraço para o André Marouço também.
R
E eu queria registrar, antes de passar aqui para a última palestra que nós vamos ter, que é do nosso querido Haroldo, que já vai se posicionando ali na tribuna, que nós queremos também aqui agradecer a presença Ilá de Araújo Amorim, do Emerson Ramos, Márcia Bardal, Yara Bravo Ramos, Noemia Bravo Cruz, Luciana Ribeiro Almeida, Taciane Nunes Garcia, Maurício Johann, da FEB, Michele Vanessa, Nínive Colonese, Cibelle Cevoli, Luiara Luana Pinto Schmidt, Arão Lúcio de Carvalho, Mayara Paz Costa.
Nós temos algumas propostas legislativas para votar aqui sobre esse tema que a gente está abordando, algumas coisas que fazem justiça, algo meritório para o restabelecimento da paz, da cultura da paz no Brasil.
O PL 3.789, de 2019, institui o Dia Nacional do Espiritismo, não sei se vocês sabiam disso, o Dia Nacional do Espiritismo, que vai ser celebrado no Brasil - se Deus quiser - no dia 18 de abril, exatamente a data em homenagem ao lançamento de O Livro dos Espíritos, de Allan Kardec, em 1857.
Então, olha a notícia boa: já foi aprovado no Senado no dia 09 de setembro de 2019. Já foi aprovado também na Câmara dos Deputados, ou seja, por uma questão burocrática ainda não foi para a sanção presidencial. Então, com esse PL, dentro de poucos dias, com a graça de Deus, a gente vai ter o Dia Nacional do Espiritismo como lei federal.
Obviamente que isso longe de querer fazer feriado. O objetivo não é esse, o objetivo é marcar uma data para celebrar esse importante fato.
Há o PL 4.227, de 2019, que confere ao Município de Jaguaretama, lá no Ceará, o título de capital nacional do espiritismo. Por quê? Porque foi lá que reencarnou o Kardec brasileiro, o médico dos pobres, o Dr. Adolfo Bezerra de Menezes. Já foi aprovado no Senado também, tá? Aguarda a deliberação na Câmara dos Deputados, está lá na Comissão de Cultura da Câmara dos Deputados.
Temos o PL 4.976, de 2019, que confere ao Município de Pedro Leopoldo, no Estado de Minas Gerais, o título de capital nacional da mediunidade. Foi aprovado no Senado, no dia 05 de fevereiro de 2020, e aguarda também na Câmara dos Deputados a deliberação da Comissão de Cultura.
Temos o PL 4.323, também de 2021, que inscreve o nome de Dr. Adolfo Bezerra de Menezes Cavalcanti, o Dr. Bezerra de Menezes, no Livro dos Heróis e Heroínas da Pátria.
O Chico Xavier, agora, recentemente, no dia 06 de setembro do ano passado, foi inscrito no Livro dos Heróis e Heroínas da Pátria. O Senado aprovou, a Câmara aprovou, o Presidente da República sancionou e o Dr. Bezerra de Menezes segue esse mesmo rumo. É justo, é meritório. Ele que foi um dos grandes responsáveis pela libertação dos escravos no Brasil, um ambientalista à frente do seu tempo, um grande médico dos pobres.
R
Existe também um projeto nosso de resolução aqui no Senado que institui o Prêmio Chico Xavier, do Senado Federal, a ser conferido anualmente a pessoas ou a entidades que se destaquem em ações sociais de caridade. Olha que coisa bacana! E já está aprovado. É só terminar essa pandemia, que já está nos últimos momentos, com a graça de Deus, e a gente vai fazer a votação, com os colegas Senadores, de várias entidades do Brasil para conferir esse prêmio e estimular cada vez mais ações desse tipo.
Existe também um prêmio que é exatamente dentro dessa linha do Chico, que é a Comenda Santa Dulce dos Pobres. É o PRS (Projeto de Resolução do Senado) 4.520, que é destinada a homenagear pessoas físicas ou jurídicas que tenham prestado relevantes serviços na área social da saúde. Foi também uma iniciativa nossa. Passando essa pandemia, vamos também fazer a deliberação para conceder esses prêmios para estimular a filantropia no Brasil.
Existe também - é o último - o que tramita na Câmara dos Deputados, o PL 5.879, de 2019, do Deputado Franco Cartafina, que confere ao Município de Uberaba, no Estado de Minas Gerais, o título de Capital Nacional da Psicografia. Então, há a Capital Nacional da Mediunidade, Pedro Leopoldo, e a Capital Nacional da Psicografia, Uberaba. Foi com uma articulação feita pelo Senador Anastasia, por mim e pelo Deputado Franco Cartafina, que a gente conseguiu contemplar isso. Então, está também aguardando a deliberação da Comissão de Cultura da Câmara.
Com a palavra, com muita honra, com muita alegria, esse humanista, escritor, palestrante internacional, bacharel em Direito, graduando em Psicologia, pós-graduado em Neurociências e comportamento pela PUC do Rio Grande do Sul, mestrando em Neurociências pela Universidade Federal de Minas Gerais e Juiz de Direito, o Sr. Haroldo Dutra, que é um estudioso de temas importantes da humanidade há mais de duas décadas, como filosofia, psicologia, habilidades socioemocionais, espiritualidade e literatura grega.
Muito obrigado. Seja mais uma vez bem-vindo ao Senado Federal.
O senhor tem dez minutos, com a tolerância deste Presidente também aqui, para fazer uma palestra para a gente.
Muito obrigado.
O SR. HAROLDO DUTRA DIAS (Para discursar.) - Senador Luis Eduardo Girão, Presidente e requerente desta Sessão de Homenagem ao médium Francisco Cândido Xavier, Senador Izalci Lucas, em nome de V. Exas. eu cumprimento todas as Senadoras, todos os Senadores desta Casa.
R
Querida Marta Antunes, uma mulher na Vice-Presidência da Federação Espírita Brasileira. Em nome dela, eu cumprimento toda a mesa, todas as federativas, todas as casas espíritas. É uma alegria ter uma mulher tão inteligente, tão devotada. Em nome dela, eu cumprimento todas as mulheres, inclusive minha esposa, minha mãe, minhas filhas.
Eu não tenho a menor pretensão de encerrar esta homenagem a Francisco Cândido Xavier com algumas palavras, porque meu desejo é que esta homenagem perpetue. Eu venho aqui na qualidade de um jardineiro, pedindo permissão a todos que me antecederam para que eu possa colher da fala de cada um deles uma rosa e que eu consiga montar um buquê de tudo o que foi falado e oferecer o nosso buquê de rosas ao nosso querido Chico Xavier.
Então, muito feliz desta oportunidade, dessa síntese, eu gostaria de destacar três coisas.
Quando nós nos aproximamos de um ser humano, de uma comunidade, de uma instituição, de uma causa, é muito comum que nos impressionemos com os ideais, com as propostas, com os projetos, com os planos, com os propósitos. Isso nos atrai. Isso define a nossa afinidade, a nossa adesão àquela pessoa, àquela causa, àquela instituição.
Mas vejam que isso é o primeiro passo, porque não raro, em convivendo com aquela pessoa, não raro, em participando daquele grupo ou daquela comunidade, nós nos decepcionamos, porque percebemos que aqueles ideais, que aqueles valores se resumem à retórica, a discursos que usam muito bem a palavra, porque nós somos muito habilidosos com as palavras. Nós fazemos discursos convincentes, discursos convincentes que levam as pessoas a assassinarem as outras, discursos convincentes que levam uma nação a abrir mão dos seus mais caros valores, discursos convincentes que podem comprometer uma vida. É na convivência, é observando a conduta no cotidiano que nós temos o verdadeiro encontro com um ser humano, com uma causa, com uma comunidade.
R
Este é o primeiro ponto que eu gostaria de destacar: Francisco Cândido Xavier é o comportamento. Ele é a conduta. Alegria, humildade, espiritualidade, religiosidade, respeito aos outros seres humanos não estavam apenas nos ideais de Chico Xavier, não estavam apenas nas palavras de Chico Xavier.
Todos os nossos queridos amigos e amigas, que me antecederam aqui, ressaltaram, de forma muito feliz, os exemplos belíssimos de vida do Chico, porque, no final das contas, nós queremos usufruir da conduta das pessoas, do comportamento delas, de como elas nos tratam, de como elas agem quando ninguém está vendo.
E, nesse ponto, nós gostaríamos de registrar, porque estamos falando do Senado da República, um canal oficial está transmitindo esta homenagem... Então, com muita educação, porque nós estamos entrando em lares do Brasil - lares judeus, lares muçulmanos, lares católicos, lares evangélicos, lares espíritas, lares de pessoas que não têm crença religiosa, mas que nem por isso deixam de ser boas pessoas -, eu peço licença para dizer que Francisco Cândido Xavier é o cristão vivo.
Chico Xavier é tudo o que a gente mais acredita do exemplo de Jesus e do cristianismo, é tudo o que a gente quer que se concretize na nossa vida, na nossa família, na sociedade. Ele é exemplo, não só discurso, não só movimento religioso. Movimento religioso nós podemos fazer. Nós podemos fazer movimentos religiosos para ocupar todos os espaços políticos e todos os espaços públicos desta nação, mas, se a nossa conduta não exalar cristianismo vivo, de que adianta? De que adianta um Senado repleto de cristãos se os exemplos do cristianismo não estiverem nesta instituição ou em qualquer outra?
Chico, portanto, é o exemplo, é o que nós estamos buscando. No final das contas, nós queremos pessoas que respeitem umas às outras. No final das contas, nós queremos pessoas vivendo com dignidade. No final de tudo, nós queremos uma nação mais fraterna, mais unida, mais igualitária, mais justa, mais pacífica. No final, todos queremos isso, todos nós. Todos queremos essas mesmas coisas. As divergências estão nos meios como chegarmos lá.
R
E eu gostaria, então, de encaminhar para a terceira parte do exemplo de Chico Xavier, do como, como atingir isso? Como alcançar esses sonhos que todos temos. Todos nós, nação brasileira, todos nós, cidadãos do mundo, como alcançar?
E eu me permito, depois de tantos casos belíssimos contados pelo Nazareno, eu preciso contar esse, senão ele não se encaixa no que eu tenho para dizer aqui. Chico foi a um lugar que vende verduras e frutas. Lá em Minas, a gente chama de sacolão, há alguns lugares que chamam de verdurão; por isso é que eu não quero dar nome. Mas é o lugar que vende frutas, legumes e verduras. E ele começou a escolher tomates. E uma pessoa estava olhando, porque há sempre alguém olhando. Pode ser que a pessoa não tenha corpo físico, mas ela está olhando. E ele colocava um tomate bom, escolhia um tomate bom e colocava na cestinha dele, e depois pegava um ruim. Aí ele escolhia um bom, colocava na cesta, depois um outro ruim. É claro, a senhora que estava vendo aquilo se coçou de curiosidade, não aguentou. Chegou: "Chico, bom dia!". "Bom dia!" Isso foi em Uberaba. Quem me contou foi a senhora, foi a própria. "Está tudo bem?" Está tudo bem com a cabeça, não é? "Está tudo bem". "Então, por que é que você pega um tomate bom e um tomate ruim?" Ele falou: "Ah, minha irmã, se eu pegar só os bons vai ficar só os ruins para os outros". Então, se nós estamos buscando nesta nação, neste país, se nós estamos buscando em nossas vidas individuais, se nós estamos buscando em nossas famílias igualdade, liberdade, prosperidade, fraternidade, respeito, felicidade, dignidade, por que querer todos os tomates bons?
"Ah, eu tenho o meu corpo, eu não dou o meu corpo para ninguém, não empresto meu corpo para ninguém, não empresto meu útero para ninguém." E como é que nós vamos nascer? Nós vamos nascer como se alguém não emprestar o útero? Eu agradeço a minha mãezinha todos os dias, analfabeta, empregada doméstica. Se não fosse o útero dela, eu não estaria aqui. Então, se eu pegar todos os tomates para mim... Veja, eu não estou dizendo para você pegar todos os ruins para você, não. Não estou pedindo... O Chico não está pedindo isso. O Chico está pedindo para você pegar os bons, mas deixar bons tomates também para os outros. Então, você pode comer, mas não desperdiça. Deixe para ou outro também comer. Você pode usar a natureza, mas não precisa destruí-la. Deixe também para as futuras gerações. Nós podemos morar bem, mas vamos ter um ambiente urbano que seja bom para todos. Veja, veja, será que a gente não podia dividir? Metade de bons tomates e metade de tomates mais ou menos, para que todos possam ter, pelo menos, metade dos bons tomates? E isso vale para tudo. Todas essas causas por que o Senador tem lutado, com tanto ardor, poderiam ser resumidas nessa história dos tomates, porque no fundo é isso, no fundo é isso! Eu quero todos os tomates bons, eu quero todos os lucros, todos os tributos, todo o dinheiro que possa gerar, mesmo que, para isso, eu provoque a destruição de famílias em uma comunidade inteira, com um projeto que só gera lucro e que é um desastre social.
R
Então, veja, nós temos, em direito, um princípio que inspira o direito. O direito não é só o que você proíbe ou o que você permite. Quando você proíbe algo ou quando você permite algo, você está declarando os seus valores. Quando eu proíbo algo, do ponto de vista legal, eu estou dizendo: nós não compactuamos com esses valores. Por exemplo, na Roma Antiga, na Grécia Antiga, nos Persas, na Mesopotâmia, crianças que nasciam eram atiradas no rio, crianças eram levadas a sacrifício, queimadas em rituais religiosos! Quem teria coragem de vir, aqui nesta tribuna, defender o oferecimento de crianças para serem imoladas em ritual? Quem? Porque esse não é um valor. Então, quando nós discutimos - veja, esta é uma Casa Legislativa -, quando nós discutimos o que proibir e o que permitir, nós estamos declarando valores, e uma nação não vive sem valores, os valores são os alicerces. Quais são os nossos valores? Quais são os nossos valores? O que nós queremos inspirando nossas vidas?
Eu termino dizendo o seguinte: eu quero que esta homenagem se perpetue. Eu quero que esta homenagem se perpetue nas nossas memórias, nos nossos corações, nos corações de todos os que nos ouvem, por quê? Porque eu sonho, eu sonho com um Brasil, eu sonho com a família, eu sonho com a minha vida florescendo os valores de Chico Xavier. Eu sonho que os valores da não violência, da não violência, do pacifismo, que os valores do amor ao próximo, que os valores da fraternidade, que os valores de a gente se deslocar para debaixo das pontes, imobilizando, para que os moradores de rua possam comer... Isso não é dividir os tomates? Eu não preciso ficar com todos os bons para mim. Eu sonho com uma nação em que os valores do respeito ao outro, ou, como foi dito aqui, da sensibilidade à dor do outro, da sensibilidade ao que o outro está passando... Eu sonho com uma pátria do Evangelho. Brasil, coração do mundo, pátria do Evangelho. Eu sonho com este país abraçando esses valores. Entender conversando, chegar às soluções com base no diálogo, diálogo enérgico, mas respeitoso. As ideias podem se chocar; os seres humanos, nunca. Por quê? Porque nenhuma ideia vale uma vida. Nenhuma ideia vale uma vida! Por que nós defendemos o não suicídio? Porque nenhuma ideia vale uma vida. A ideia que você tem de se matar não vale a sua vida. A ideia que você tem não vale a vida do outro. Não vale matar o outro por uma ideia. Então, que esta homenagem ao Chico se transforme na homenagem mais gostosa que ele gostaria de receber. É muito curioso, porque eu falo daqui, desta tribuna, mas há uma maquete dele ali olhando para mim. Está na porta ali. Colocaram uma maquete do Chico, e é real, porque ela está num lugar escuro, e eu olho daqui e é como se o Chico estivesse de pé ali me olhando.
R
(Risos.)
Então, a maior homenagem que ele gostaria era andar por este país vendo os valores que ele tanto amava sendo praticados principalmente pelos espíritas, a começar pelos espíritas. Os valores. Que nós possamos, sim, ardentemente, corajosamente, mas sem nenhum tipo de violência, qualquer que seja, voltar aos valores desta nação! Aos valores. É isto que o Chico deseja. E, se nós fizemos isso, acreditem, será a maior homenagem a ele.
Obrigado, Chico, porque você mostrou que é possível. É difícil acreditar num discurso apenas, mas você, Chico, mostrou que é possível, que esses valores são reais e que eles podem ser praticados com simplicidade por qualquer um de nós.
Senador, muito obrigado pela oportunidade. Eu não vou nem me despedir, porque eu quero que esta homenagem não acabe nunca, nunca, e que a gente possa, com muita serenidade, porque este será um ano difícil para esta nação... E não é à toa que nós estamos aqui homenageando o Chico. Seria muito bom que os valores cristãos vividos por Chico Xavier inspirassem todos os cristãos deste país, inspirassem todos nós, independentemente de sermos cristãos, todos nós, seres humanos a fazer um 2022, fazer um país que volte, volte a ser a pátria do Evangelho.
R
Obrigado. (Palmas.)
O SR. PRESIDENTE (Eduardo Girão. Bloco Parlamentar PODEMOS/PSDB/PSL/PODEMOS - CE) - Muitíssimo obrigado, meu irmão, meu querido Haroldo Dutra. É um conceito fundamental nesse dilema que a gente vive em 2022. Nós podemos ser adversários no campo da política, é natural isso, mas jamais, jamais inimigos! Isso vale para tudo. E vai ser um esforço muito grande, não apenas com oração, mas com ação que a gente vai precisar ter pela paz, aqui no Brasil, neste ano de 2022.
Eu queria dizer que nós estamos com 2 mil pessoas, só no YouTube, assistindo - não fizemos praticamente divulgação desse evento -, 2 mil pessoas assistindo, fora os brasileiros que estão nos ouvindo, e pessoas de fora, pela TV Senado, ao vivo, pela Rádio Senado, pelas outras redes sociais aqui da Casa. Então, de alguma forma, a mensagem está chegando. E, como a gente sabe que nada acontece por acaso, não existe coincidência, alguém, em algum momento, pegou alguma frase, algum sentimento aqui, e esse é um dos motivos também desta sessão solene: levar um pouco de luz, de paz, de esperança, de fé, de paciência, de resiliência para que a gente possa, todos nós possamos nos dar as mãos e superar esse momento delicado. Mas tudo passa, como diz o Chico Xavier, tudo passa!
O Luciano Klein, que é Presidente da Federação Espírita do Ceará, também está acompanhando, mandou uma mensagem para a gente aqui: "Muito obrigado pela audiência".
Antes de passar a palavra para o nosso querido irmão Senador Izalci Lucas, aqui do Distrito Federal - que ficou desde o início da sessão, está acompanhando, está aqui atento, participando, presidiu esta sessão histórica aqui -, antes de passar a palavra para ele, eu tenho obrigação de agradecer aos funcionários também desta Casa, às pessoas que estão na direção e que nos propiciaram ter este momento: Gustavo Sabóia, Secretário-Geral da Mesa; Ilana Trombka, Diretora-Geral do Senado; Érica Ceolin, Diretora de Comunicação Social do Senado; Érico Gonçalves, Diretor da TV Senado.
Da Secretaria-Geral da Mesa: Sabrina Nascimento; José Roberto Leite; Ivan Furlan; Ludmila Fernandes; Renata Leão; José Antonio, Zezinho; Sergio Bonifacio; Emmanuel Gomes; William Batista; Wagner Porto; Joedson dos Reis; Manoel Alexandre; Rafael Santos; Silvanio Mendes; Wesley Teixeira; Gabriel Pereira; Jaerson Dias; Fábio Santos.
R
Do Prodasen: Sóstenes de Paula; Vinícius Noleto; Douglas Paixão.
Da Secretaria de Polícia do Senado Federal: Lívia Soares; Gilberto Nassif; Itamar Costa; Paulo Cesar Faria.
Da Secretaria de Relações Públicas: Tiago Aquiles; Cristiana Garcia; Kivia Gomes; Ramena Romero; Priscilla Flores; Giane Cardoso.
E do Senac: Jeová; Josimar Marques; Claudinei Vieira; Adilson da Silva; Lucas Lopes; Luciana Viegas; Magda Maria; Rosilda; Eneias; Irei; e Edna.
Então, passo a palavra, com muita honra e alegria, agradecendo de coração, de coração, Senador Izalci, porque o senhor está aí extremamente atento e muito solícito aqui com esta nossa sessão, que para nós espíritas, cristãos é um momento muito importante, porque é um grande pacifista da humanidade. No momento de sombras que a gente vive, ele traz luz.
Eu não posso também deixar de registrar que tanto o Senador Reguffe, aqui do Distrito Federal, como a Senadora Leila me ligaram, tentaram vir aqui para a sessão, tentaram participar, mas infelizmente a agenda não permitiu, com algumas situações, inclusive, pessoais. Estamos orando e rezando para que dê tudo certo.
Senador Izalci Lucas, muitíssimo obrigado. O senhor tem aí o tempo que desejar para fazer as considerações finais aqui neste momento inesquecível que a gente está vivendo.
O SR. IZALCI LUCAS (Bloco Parlamentar PODEMOS/PSDB/PSL/PSDB - DF. Para discursar. Por videoconferência.) - Senador Girão, primeiro quero, mais uma vez, parabenizar pela iniciativa. Se ficássemos aqui mais algumas horas, ficaria com o maior prazer. Foi uma tarde muito gostosa, com muita palestra, muita fala, de muita paz, de muita aprendizagem.
Eu reconheço muito o trabalho que é feito pelos nossos amigos aqui de Brasília e do Brasil, mas acompanho mais aqui em Brasília. Então, eu não posso deixar de ressaltar o belo trabalho da Andreia Salles, que é uma guerreira, com relação à questão da dependência química. E ela falou muito bem que a gente precisa ter argumentos para conquistar os votos no plenário. Você sabe que há uma expectativa, há uma grande fala e convencimento com relação à necessidade de tratamento de saúde, mas o que ela disse aí foi muito interessante, e é importante os Senadores entenderem que basta a garantia de que o remédio será fornecido, não necessariamente há que se plantar aqui no Brasil a maconha. Então, são esses argumentos, são essas falas que ajudam muito no convencimento, e você sabe disso. É muito importante a gente reconhecer o óbvio, falar de forma bastante didática, pedagógica. E essa fala dela ajuda muito nos argumentos que nós poderemos usar aí numa votação, se ocorrer agora, não sei; é possível até que seja pautado, mas esse argumento é muito interessante.
R
Mas eu quero saudá-la e parabenizá-la pela luta constante da guerra contra a dependência química. Eu que participei de vários programas com ela, quero parabenizá-la.
E, evidentemente também, cumprimentar o Adilson, o Paulo Maia e o Nazareno, que são aqui do DF, pelo trabalho social, pelo trabalho de doação, pelo trabalho, realmente, de caridade, que é feito. Eu fico imaginando que, se não fosse o trabalho das igrejas, dos cristãos, com relação a este período da pandemia, o Governo não tinha a mínima condição de fazer. E há diferença também do trabalho quando as igrejas fazem - há o trabalho também dos evangélicos, dos católicos e dos espíritas -, é diferente o trabalho social, o pessoal faz com coração, com a alma, totalmente diferente do Governo, que praticamente faz por obrigação, quando faz.
Então, eu não poderia deixar de cumprimentar e agradecer, em nome da população de Brasília, o trabalho que foi feito aqui no Distrito Federal por essas instituições. Quero, mais uma vez, agradecer e dizer que é uma honra muito grande.
Eu também sou mineiro e sei - há vários mineiros aí também - do reconhecimento do Chico Xavier, que foi realmente um homem exemplar.
Então, parabenizo e agradeço a honra de ter presidido parte da sessão.
Um abraço a todos e parabéns, Girão. Conte comigo. Estou aqui também, o gabinete está disponível, é no 11º andar e está à disposição de todos, como sempre, assim como a Liderança do PSDB.
Um abraço e obrigado.
O SR. PRESIDENTE (Eduardo Girão. Bloco Parlamentar PODEMOS/PSDB/PSL/PODEMOS - CE) - Muito obrigado, querido irmão Izalci.
Você - sou testemunha aqui - é um dos Senadores que mais trabalha nesta Casa. Está aqui de segunda a sexta-feira, sempre muito atuante, e isso é impressionante.
Eu queria encaminhar aqui para o encerramento. A gente vai fazer uma prece de encerramento para agradecer a oportunidade, mas eu não poderia também deixar de agradecer à Quésia de Farias, que é Diretora de Taquigrafia da Casa, e aos demais taquígrafos.
Eu queria agradecer também ao Geraldo Campetti, grande Geraldo Campetti, que também está aqui conectado, acompanhando esta sessão histórica.
Geraldinho, daqui a pouco, vamos encerrar aqui a sessão, mas eu queria dizer para você que conversei com o Ademar, você me passou o contato, e nós vamos fazer algumas audiências públicas importantes aqui. Eu gostaria de ter a sua presença, porque a gente está vendo uma das bases do espiritismo, a questão também das premissas da pluralidade dos mundos. A gente está vendo acontecer, inclusive os Estados Unidos abrindo os seus arquivos secretos, chamando religiosos para serem ouvidos sobre a vida em outros planetas, sobre o contato com inteligências até então desconhecidas que estão em outros espectros que a gente não conhecia. Então, a questão dos extraterrestres é algo que a gente precisa estar atento, porque seria muita pretensão nossa estarmos sozinhos neste Universo, e está começando a aparecer cada vez mais. Nós vamos fazer uma sessão, estamos construindo juntos, para ouvir autoridades nesse sentido aqui no Brasil, em que houve muitos casos, como a Operação Prato, há muitos casos aqui no Brasil, que a gente precisa resgatar.
R
Em Minas Gerais, teve também o caso lá em Varginha e há vários outros com evidências já provadas cientificamente, algo com base na ciência. Nós vamos ouvir cientistas aqui, estudiosos do assunto.
Também vamos fazer uma sessão - e vocês ficam convidados, vai ser este ano - sobre constelação familiar, e uma sessão sobre medicina e espiritualidade. O Dr. Sérgio Felipe é um dos palestrantes que vem aqui falar sobre medicina e espiritualidade. O vegetarianismo também, nós vamos fazer uma sessão sobre isso. E a questão de um vício, que nós não estamos percebendo, com os nossos filhos e com nós mesmos: o vício digital. Não apenas naqueles joguinhos, mas a dependência da questão de rede social, por exemplo; o que isso, de alguma forma, impacta na saúde mental nossa, diante de problemas emocionais que podem vir mais na frente.
Eu quero convidar, neste momento, para fazer uma prece aqui. Há uma surpresa no final; para quem está nos aguardando, há uma surpresinha pequenininha no final, mas, agora, há uma prece que quem vai fazer é a nossa querida Marta Antunes. Ela vai fazer uma prece neste momento aqui para a gente agradecer esta oportunidade.
A SRA. MARTA ANTUNES MOURA (Para discursar.) - Bem, meus irmãos, minhas irmãs, nós chegamos ao final desta maravilhosa tarde, momentos de muitas emoções, de muitas vibrações, mas eu gostaria, antes de fazer a prece, de pedir ao Senador Eduardo Girão que me permitisse fazer dois comunicados. O primeiro é que a Federação Espírita Brasileira está iniciando, nesta semana, uma homenagem que se chama O Ano Chico Xavier, lembrando com saudade, com gratidão, os 20 anos da sua desencarnação.
E o outro relato que eu queria fazer é que, durante vários momentos da reunião, o Paulo também, nosso amigo Adilson aqui também, e eu falei para o Senador, o Senador também começou a sentir, nós começamos a sentir um aroma de jasmim no ar.
A vantagem de termos deficiência física, no meu caso, a auditiva, é que um outro sentido se desenvolve. No meu caso, é o olfato. Eu tenho muito desenvolvido o olfato.
Eu falei: Mas será que não são essas flores que estão aí na frente? Há muitas. Aí eu começo a sentir o cheiro da margarida, tem o lírio. Eu começo a sentir, eu consigo separar os cheiros. Ia e voltava, ia e voltava, durante várias horas aquele cheiro de jasmim. Houve um determinado momento em que eu fechei os olhos e, na minha tela mental, apareceu aquele jasmim muito comum em Minas Gerais - eu acredito que no Brasil inteiro deva ter, inclusive na minha casa tem - aquele jasmim de flor branca, pequeninho, trepadeira. Eu tenho a impressão, não tenho certeza do que eu vou falar, que era uma flor preferida do Chico.
R
Então, ele nos envolveu, ele se fez presente não só pela nossa percepção espiritual, pelas vibrações amorosas - em vários momentos, nossos olhos se encheram de lágrimas, sentíamos essa proximidade -, mas também pela manifestação de efeito físico, que me lembrava aquelas reuniões lá no Grupo Espírita da Prece, que eu presenciei várias vezes, inclusive quando Maria Dolores transmitiu, através da psicografia dele, uma belíssima história, chamada História de um Violino, que, se eu não me engano, foi publicada pela Editora Geem (Grupo Espírita Emmanuel), de São Bernardo, em São Paulo.
Durante a transmissão dessa mensagem, o ambiente foi inundado por aquele cheiro de mata, quando a gente entra na mata, na floresta, como que tivesse acabado de chover, aquele cheiro, aquele aroma, o tempo todo. A gente fechou os olhos, aquela multidão no Grupo Espírita da Prece - olha, o cheiro de jasmim chegando de novo.
Depois acabou aquele perfume, ocorreram outras mensagens. Na hora em que o Chico foi ler a mensagem, que nós ficamos sabendo que era História de um Violino, transmitida pelo espírito Maria Dolores, começou de novo aquele aroma que inundava todo o lugar.
Então, queremos agradecer por esta oportunidade, por estes momentos muito felizes, muito mesmo. São momentos inesquecíveis que marcarão nossa vida para sempre, aqui e além.
Então, vamos orar agora.
Amado mestre Jesus, querido Senhor da nossa vida, nosso Messias, nosso guia e modelo da nossa humanidade, com imensa gratidão, com a alma transbordando de felicidade, em nome de Deus, nosso Pai Celestial, o nosso Criador Supremo, chegamos ao final deste encontro, em que a palavra feliz expressa a extensão dos nossos sentimentos, das nossas percepções.
Chegamos ao término de uma reunião, de uma homenagem, mas o nosso amor, a nossa gratidão permanecem para sempre. Que possamos, juntos, todos aqui presentes fisicamente, à distância, encarnados, desencarnados, aprender com esse exemplo de amor ao próximo, de amor a Deus - de amor a Deus e de amor ao próximo -, que é o Chico Xavier.
R
Que, ao pronunciarmos o seu nome, ao citarmos o exemplo da sua vida, as suas histórias, a grandiosidade do seu mediunato, possamos nós, por nossa vez, aprender a nos unir mais, a construir pontes de entendimento entre nós. Nós estamos carentes desse tipo de construção. Que possamos aprender a não apontar dedos, mas a voltar para dentro de nós mesmos...
(Soa a campainha.)
A SRA. MARTA ANTUNES MOURA - ... como ele fez, e compreender as nossas imperfeições para que possamos transformá-las em virtudes. É isso o que mais desejamos.
Que sob o amparo do teu amor, Jesus, dos mensageiros celestiais, desse espírito benfeitor que é o Chico Xavier, possamos, neste momento, hoje e sempre, Senhor Jesus, contribuir para a construção de um mundo melhor.
Que assim seja!
O SR. PRESIDENTE (Eduardo Girão. Bloco Parlamentar PODEMOS/PSDB/PSL/PODEMOS - CE) - Amém! Que assim seja!
Muito obrigado pela prece. Peço desculpas porque soou o sinal, que é automático. Agradeço-lhe demais.
Antes de entregar a surpresa que a gente prometeu para o encerramento desta sessão... Olha só, Francisco, como não foi por acaso esta sessão ter sido adiada tantas vezes. Eu não tinha me atentado para esse detalhe: os 20 anos da desencarnação de Chico Xavier são comemorados justamente em 2022. Então, a sessão que estava programada para ser feita em 2020 foi adiada, foi adiada e foi realizada justamente no ano dos 20 anos. Olhem só as coisas.
Há uma questão, que é a Questão 932 de O Livro dos Espíritos que também é outra que muito me estimulou para estar aqui, servindo no Senado Federal, as causas do Cristo. Essa questão diz o seguinte: por que o mal prepondera sobre a terra? Por quê? Aí vem a resposta dos espíritos, que parece um telegrama. Diz o seguinte: porque os bons são tímidos; os maus são audaciosos, intrigantes. Quando os bons quiserem, eles dominarão a Terra. E aí outro grande pacifista, que viveu praticamente uma boa parte do período de Chico Xavier, são contemporâneos na idade, Martin Luther King, dizia o seguinte: "O que me [...] [incomoda] não é o grito dos [...] [violentos], mas o silêncio dos bons”. A gente tem dúvida de que a maioria dos brasileiros, a maioria da humanidade é composta de pessoas de boa índole, trabalhadoras, honestas, íntegras? Não. Mas, muitas vezes, pela timidez nossa...
E aí eu faço um convite a quem está aqui no Plenário ou a quem está nos assistindo em casa e se sentiu chamado: venha para a política. A política é a forma mais poderosa de você poder fazer o bem, a justiça social. Então, esse convite eu quero deixar no ar, porque a gente precisa renovar cada vez mais o Brasil.
R
A última citação que eu faço: Edmund Burke, um grande estadista, Rabelo, irlandês, dizia o seguinte: O mal só triunfa porque os bons cruzam os braços. Olha só a sincronicidade dessas frases, que vêm nos convidar para o serviço, para tomarmos as rédeas do nosso país.
Eu vou, agora, pedir à Secretaria para colocar o vídeo, que é o vídeo de encerramento desta sessão. Vocês podem considerá-la como encerrada depois de a mensagem passar.
Eu já fico aqui só esperando terminar para declarar a sessão encerrada após esse vídeo.
Prestem atenção.
Muito obrigado. (Pausa.)
O SR. NAZARENO FEITOSA - No começo, está sem áudio, mas é porque havia uma música com problema de direitos autorais. Então, a gente...
Mas, logo na sequência, há a surpresa.
O SR. PRESIDENTE (Eduardo Girão. Bloco Parlamentar PODEMOS/PSDB/PSL/PODEMOS - CE) - Na sequência da música, não é isso?
Então, perdão.
O SR. NAZARENO FEITOSA - Na sequência das imagens, há o áudio depois.
O SR. PRESIDENTE (Eduardo Girão. Bloco Parlamentar PODEMOS/PSDB/PSL/PODEMOS - CE) - Está bom.
(Procede-se à exibição de vídeo.)
O SR. PRESIDENTE (Eduardo Girão. Bloco Parlamentar PODEMOS/PSDB/PSL/PODEMOS - CE) - Aconteceu um probleminha, isso faz parte. Eu peço só para voltar na hora em que o homenageado vai falar, um vídeo em que ele faz uma prece final.
(Intervenção fora do microfone.)
O SR. PRESIDENTE (Eduardo Girão. Bloco Parlamentar PODEMOS/PSDB/PSL/PODEMOS - CE) - Quando começa a legenda, ele começa a falar. Estão vendo aí, não é? Então, peço desculpas a quem está assistindo, quem está nos ouvindo não entendeu bem. Há um vídeo que estava no ar, mas, pela questão dos direitos autorais da música, teve que ser cortado.
R
Agora, a gente vai ouvir apenas a parte que está com a prece do Chico Xavier.
Queria só confirmar se... (Pausa.)
É a Prece do Servidor, de Emmanuel, expressada, dita pelo próprio Chico Xavier.
(Procede-se à exibição de vídeo.)
O SR. PRESIDENTE (Eduardo Girão. Bloco Parlamentar PODEMOS/PSDB/PSL/PODEMOS - CE) - Muito bem, muito bem!
Acabei de receber uma mensagem aqui do Presidente da Federação Espírita... Do Espírito Santo - olhem só a simbologia! O nome dele é Fabiano, que está nos acompanhando. Muito obrigado pela audiência.
E, a todos vocês, muitíssimo obrigado. Muita luz, muita paz neste final de semana. Eu sempre gosto de dizer: encontrem a família, abracem. É hora de seguirmos com muita tranquilidade e esperança de que vai dar tudo certo.
Gratidão a todos que ajudaram a fazer esta sessão, aos palestrantes que aqui generosamente vieram, ficaram conosco até hoje, às pessoas que estão no Plenário aqui, aos palestrantes remotos também e a todo o povo brasileiro que, de alguma forma, acompanhou toda ou uma parte desta sessão.
Senador Izalci Lucas, que continua ainda conectado, sou muito grato, muito grato mesmo, Senador.
R
Enquanto declaro o encerramento desta sessão, nós vamos ter a canção Prece do Amor", interpretada pelo cantor Lânio Silvério Thomáz. Tivemos três preces aqui: a prece da nossa querida Marta, a prece do próprio Chico e uma canção feita especialmente pelo Lânio Silvério Thomáz e eu, neste momento, peço apenas que deixe a música para acabar a transmissão.
(Procede-se à execução de música.)
O SR. PRESIDENTE (Eduardo Girão. Bloco Parlamentar PODEMOS/PSDB/PSL/PODEMOS - CE) - Jesus abençoe a todos. Muita paz!
Declaro encerrada esta sessão.
(Levanta-se a sessão às 19 horas e 12 minutos.)