4ª SESSÃO LEGISLATIVA ORDINÁRIA
56ª LEGISLATURA
Em 25 de abril de 2022
(segunda-feira)
Às 14 horas
38ª SESSÃO
(Sessão Especial)

Oradores
Horário

Texto com revisão

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A SRA. PRESIDENTE (Leila Barros. PDT/CIDADANIA/REDE/PDT - DF. Fala da Presidência.) - Declaro aberta a sessão.
A presente sessão especial semipresencial foi convocada nos termos do Ato da Comissão Diretora nº 8, de 2021, que regulamenta o funcionamento das sessões e reuniões remotas e semipresenciais no Senado Federal e a utilização do sistema de deliberação remota, e em atendimento ao Requerimento nº 71, de 2022, de minha autoria e de outros Senadores - um dos quais se encontra ao meu lado, o Senador Izalci Lucas, companheiro de bancada -, aprovado pelo Plenário do Senado Federal.
A sessão é destinada a comemorar os 60 anos da Universidade de Brasília, nossa querida UnB.
Estão compondo a mesa a Sra. Márcia Abrahão, Reitora da Universidade de Brasília; a Sra. Monna Rodrigues, representante do Diretório Central de Estudante, DCE-UnB; o Sr. Edmilson Rodrigues de Lima, representante do Sindicato dos Trabalhadores da UnB, Sintfub; e o Sr. Jacques de Novion, professor e representante da Associação dos Docentes da UnB, ADUnB.
Convido todos para, em posição de respeito, acompanharmos o Hino Nacional. (Pausa.)
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Peço desculpas a todos.
Disseram-me que vai dar certo. (Pausa.)
Eu peço desculpas a todos.
Tivemos um imprevisto aqui com a nossa técnica.
Estou pedindo mais um tempo.
Só um minuto. (Pausa.)
(Procede-se à execução do Hino Nacional.)
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A SRA. PRESIDENTE (Leila Barros. PDT/CIDADANIA/REDE/PDT - DF. Para discursar - Presidente.) - Sras. e Srs. Senadores, Magnifica Reitora Márcia Abrahão, ilustres convidadas e convidados, brasileiras e brasileiros que acompanham esta sessão, acessando os veículos de comunicação e de redes sociais do Senado Federal!
Há poucos dias, celebramos os 62 anos de fundação de Brasília: a cidade que nasceu de um sonho e se materializou como a capital da esperança e o símbolo de um país que tinha pressa em encontrar seu futuro de prosperidade, integração e justiça social.
No dia 21 de abril de 1962, exatamente dois anos após o Brasil se instalar na nova capital, a Universidade de Brasília foi inaugurada.
E, da mesma forma como havia ocorrido com Brasília, a UnB foi entregue sem que suas instalações físicas estivessem concluídas.
O próprio auditório no qual foi realizada a solenidade de inauguração havia sido liberado pelos trabalhadores apenas 20 minutos antes do início do evento.
A título de ilustração, lembro que ele recebeu o nome de "Auditório Dois Candangos", em homenagem a dois pedreiros que morreram trabalhando na obra.
Mas, por trás daqueles poucos prédios construídos de forma acelerada, a UnB já nasceu com um importante projeto.
A universidade da nova capital foi criada para conduzir a educação superior brasileira ao futuro.
Ela tinha como uma de suas ambições formar as gerações de profissionais que transformariam o país. A criação da UnB contou com a moderna arquitetura de Oscar Niemeyer, responsável pela parte física; e com a dupla Darcy Ribeiro e Anísio Teixeira, que definiram as bases e traçaram o plano educacional da instituição. Conceitos como escola em tempo integral e educação de qualidade para todos, independentemente de raça, credo ou classe social, ganharam força com a implantação da Universidade de Brasília. Em seu primeiro ano, a universidade, criada por lei sancionada pelo então Presidente João Goulart, recebeu 413 alunos.
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A proposta do processo seletivo da UnB era muito mais inclusiva e incluía até entrevista com os candidatos. A ideia era selecionar os alunos que mostravam vocação, e não só aqueles alunos que tinham tido, até por razões econômicas e de classe social, uma educação anterior melhor.
Tradicionalmente, o projeto da elite brasileira era transformar a elite econômica numa elite cultural. É mais ou menos como se a gente quisesse formar uma seleção de futebol só com as crianças cujos pais pudessem pagar uma escolinha de futebol, privando-nos de um Garrincha, de um Pelé, de um Romário ou de um Ronaldinho.
Não, queridas pessoas aqui presentes e que nos assistem, não podemos selecionar os melhores apenas entre os que podem pagar. A UnB veio romper com isso com um projeto de dar chance a todos e a todas também. Em 1962, estávamos às vésperas de sermos bicampeões do mundo no futebol e queríamos ser também campeões na educação.
Aquele pequeno primeiro grupo de alunos selecionados na UnB ocupou as vagas dos poucos cursos inicialmente oferecidos pela instituição: Administração, Arquitetura e Urbanismo, Direito, Economia e Letras Brasileiras.
A título de comparação, na última década, a UnB teve mais de 100 mil alunos matriculados. Deste total, no mesmo período, 45 mil foram diplomados em alguma das atuais 147 graduações e 20 mil se especializaram nas pós-graduações oferecidas. Em 2021, 4,8 mil estudantes e 1,2 mil professores participaram de projetos de extensão.
Sras. Senadoras, Srs. Senadores, ilustres convidadas e convidados, foi preciso muito esforço, dedicação, inteligência e coragem para construir essa biografia de sucesso.
Já em seus primeiros anos de existência, a UnB teve que conviver com um dos períodos mais dramáticos da nossa história recente e, apesar de tão jovem, não se intimidou: foi contra o regime que impôs ao nosso país uma ditadura militar que durou 21 anos.
A oposição de setores da comunidade universitária ao regime autoritário foi rechaçada, inclusive com quatro invasões sofridas no período; a de 1968 foi a mais marcante pela sua brutalidade e excessos fartamente documentados pela imprensa, depoimentos e publicações que resgataram aquelas cenas de opressão e repressão.
Conta a história que agentes das Polícias Militar e Civil e do Departamento de Ordem Política e Social, junto com integrantes do Exército, mantiveram detidas mais de 500 pessoas naquela ocasião, e, desse total, 60 delas ficaram presas.
Um dos aprisionados foi o líder estudantil Honestino Guimarães, que, anos depois, morreria após ser preso novamente, só que no Rio de Janeiro, e seu corpo nunca apareceu. Anos depois, em 2014, portaria do Ministério da Justiça declarou Honestino como anistiado político e reconheceu, em sua certidão de óbito, que a causa da sua morte foram "atos de violência praticados pelo Estado". Muitos desses crimes de tortura foram denunciados ao Superior Tribunal Militar entre 1975 e 1985. As sessões nas quais o assunto foi discutido foram gravadas e os áudios só começaram a ser divulgados na semana passada.
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Precisamos lembrar, senhores, que, naquela invasão de 1968, um aluno do 3º ano de Engenharia Mecânica, Waldemar Alves da Silva Filho, que, na época, tinha 27 anos, foi baleado na cabeça. Depois de permanecer em coma e passar meses internado, felizmente, ele sobreviveu; porém, lamentavelmente, perdeu parte da visão do olho esquerdo e passou a enfrentar dificuldades de raciocínio.
É bom lembrar que aquele protesto na UnB era contra a morte do estudante secundarista Edson Luís de Lima Souto, assassinado pela Polícia do Rio de Janeiro, e que inspirou a célebre Passeata dos 100 Mil, um dos mais marcantes atos de repúdio à ditadura militar.
Só com o fim da ditadura e a abertura política, a UnB pôde retomar o seu caminho e contribuir para a consolidação da democracia brasileira.
Sras. e Srs. Senadores, convidadas e convidados, o processo de reconstrução e consolidação da UnB, após o fim da ditadura, contou com a inteligência, a dedicação, o esforço, o suor e a luta de várias brasileiras e brasileiros.
Peço a permissão para, cumprimentando o ex-Reitor e ex-Senador Cristovam Buarque e a atual Reitora, querida Márcia Abrahão, homenagear não apenas todos os dirigentes que comandaram a instituição ao longo dos anos, mas também os professores, funcionários e alunos que contribuíram para que a Universidade de Brasília seja, hoje, destaque em todos os rankings de qualidade acadêmica.
A UnB é, por exemplo, a 10ª melhor universidade brasileira e, se a disputa for apenas entre as federais, a Universidade de Brasília sobe para o 7º lugar. No ensino superior mundial, a UnB ocupa a posição de número 604, entre mais de 3 mil instituições avaliadas.
Senhoras e senhores, Senadoras e Senadores, ilustres convidadas e convidados, eu não poderia deixar de lembrar também que a Universidade de Brasília, há quase 20 anos, foi a primeira universidade federal a adotar cotas raciais em seus processos de seleção para o ingresso na graduação. O sucesso da iniciativa pode ser traduzido em números: no primeiro semestre de 2003, a UnB contava com 105 estudantes negros; dez anos depois, o total chegava a 1.355; em 2019, a instituição alcançava a marca de 3.727 alunos negros.
Esses dados são fundamentais para a reflexão nesta tarde, pois, neste ano de 2022, uma das pautas legislativas importantes é justamente a revisão da Lei 12.711, de 2012, a chamada Lei de Cotas. No que toca a isso, eu tenho a convicção de que as cotas aceleraram o processo de democratização do acesso à universidade. O Brasil só será democrático quando for democrático racialmente também.
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No caso de Brasília, quero chamar a atenção para a importância que "entrar na UnB" tem para a nossa população mais desfavorecida economicamente, mais periférica e mais negra também.
Durante muitos anos, principalmente sob a ditadura, aceitava-se com "naturalidade" que uma universidade pública como a UnB fosse frequentada exclusivamente por moradores do Plano Piloto ou do Lago Sul. Hoje, a universidade está na Ceilândia, está em Planaltina, porque sabe que não pode se privar do talento de pessoas que ainda hoje são desprezadas porque moram longe, ganham pouco ou não são brancas.
Essa história de pioneirismo, resistência e sucesso faz com que a instituição complete seis décadas de existência antenada com o presente e esbanjando o vigor necessário para concretizar os planos para o futuro.
Neste sentido, nada mais correto do que a campanha que a UnB está divulgando para celebrar a data: "UnB 60 anos: atuante como sempre, necessária como nunca".
Como o próprio material de divulgação diz, são seis décadas de atuação em ensino, pesquisa, extensão e em defesa da democracia. E uma atuação de excelência, acrescento eu. Faço o acréscimo com conhecimento de causa, porque tenho a UnB, e não só eu, Reitora, mas toda a Bancada do Distrito Federal, como uma das importantes parceiras dos nossos mandatos.
E aqui, da trincheira do Senado, tenho, sempre que necessário, levantado a minha voz em defesa dessa instituição que tanto admiro e merece o respeito de todos nós. Sobretudo neste momento em que a educação brasileira está sendo tão maltratada e tem enfrentado situações da maior gravidade, é dever de cada um de nós lutar por ela.
Estamos atravessando um período de trevas em que o fanatismo, o negacionismo e as fake news tentam se contrapor à ciência, ao progresso e ao conhecimento. Eu tenho lado nessa guerra; e ele é na mesma frente de batalha que tem a UnB como expoente.
O mundo não pode retroagir para a ignorância e o obscurantismo.
Por isso, esta sessão especial se reveste de tanta importância.
Estamos aqui celebrando não apenas a nossa Universidade de Brasília, mas também a inovação, o saber, o ensino público de qualidade e a educação como um todo.
A todas e todos vocês que fizeram e fazem da nossa Universidade de Brasília uma instituição de extrema grandeza, o nosso caloroso aplauso.
Vida longa à nossa UnB! E contem sempre comigo, conosco e com esta Casa.
Muito obrigada. (Palmas.)
Está tudo certo, né? (Risos.)
A SRA. PRESIDENTE (Leila Barros. PDT/CIDADANIA/REDE/PDT - DF) - Eu vou pedir agora, neste momento, para exibirmos um vídeo. Nós assistiremos a um vídeo em comemoração aos 60 anos da nossa querida Universidade de Brasília.
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(Procede-se à exibição de vídeo.)
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A SRA. PRESIDENTE (Leila Barros. PDT/CIDADANIA/REDE/PDT - DF) - Eu gostaria de anunciar a presença dos ilustres convidados que estão aqui: o Presidente da Empresa Brasileira de Serviços Hospitalares, Sr. Oswaldo de Jesus Ferreira; a representante do Presidente da Associação Brasileira para o Progresso da Ciência, a Vice-Presidente, Sra. Fernanda Antônia da Fonseca Sobral; a Diretora da Fundação Oswaldo Cruz Brasília, Sra. Fabiana Damásio; a Superintendente do Hospital Universitário de Brasília, Sra. Elza Ferreira Noronha. Também registro a presença do Secretário-Executivo das Instituições Federais de Ensino Superior, Sr. Gustavo Balduino. Sejam todos bem-vindos!
Eu gostaria de passar a palavra, inicialmente, para o meu companheiro aqui de bancada, o Senador Izalci Lucas.
O SR. IZALCI LUCAS (Bloco Parlamentar Juntos pelo Brasil/PSDB - DF. Para discursar.) - Quero, inicialmente, cumprimentar a minha querida amiga Senadora e parabenizá-la, ao mesmo tempo, pela iniciativa desta sessão solene tão importante para nós.
Quero cumprimentar aqui também o meu querido amigo e membro de nossa bancada, o Senador Reguffe.
Cumprimento também a nossa querida Magnífica Reitora Sra. Márcia Abrahão.
Quero cumprimentar também o representante do Sindicato dos Trabalhadores da Universidade de Brasília, Edmilson Rodrigues de Lima; o nosso representante da Associação dos Docentes da UnB, Sr. Jacques de Novion; e a nossa recém-eleita representante do Diretório Central dos Estudantes, a Srta. Monna Rodrigues.
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Cumprimento também o Sr. Oswaldo de Jesus Ferreira, Presidente da Empresa Brasileira de Serviços Hospitalares; e a nossa Vice-Presidente, que participou comigo na época de Secretário do Conselho de Ciência e Tecnologia, representando aqui a SBPC, a querida Fernanda Antônia da Fonseca Sobral.
Cumprimento também a nossa representante da Fiocruz, Fabiana Damásio; a Superintendente do Hospital Universitário de Brasília, Elza Ferreira Noronha; e também o Secretário-Executivo da Associação Nacional dos Dirigentes das Instituições Federais de Ensino Superior, Gustavo Balduino.
Cumprimento todos os professores, servidores, funcionários da universidade e também os alunos e nossos Senadores e Senadoras.
O conhecimento nunca foi tão importante como hoje e será ainda mais relevante para a vida humana no futuro.
Vivemos em um mundo onde enfrentamos os preconceitos, a discriminação e aqueles que pregam contra os avanços sociais, científicos e humanos.
O homem tem um compromisso permanente com a história, com sua família, com seus amigos. Por isso, o homem não pode abdicar da evolução e da mudança quando este for o caminho para um futuro melhor.
Como dizia o cientista e teólogo Isaac Newton, "o que sabemos é uma gota; o que ignoramos é um oceano".
Precisamos estar com a cabeça aberta, pois, como muito bem disse e definiu o nosso diplomata, médico e romancista Guimarães Rosa, "o homem nasceu para aprender, aprender tanto quanto a vida lhe permita".
Aqueles homens e mulheres que se dedicam à educação e às instituições que com ela têm um laço profundo sempre representam um novo amanhã.
O estadista Nelson Mandela, um herói pela libertação, contra o preconceito e o autoritarismo de toda uma população, não poderia ter sido mais claro quando afirmou que "a educação é a arma mais poderosa que você pode usar para mudar o mundo".
Todas essas referências que acabei de fazer têm como objetivo ressaltar o papel que desempenha para o Brasil e, sobretudo, para a sua juventude a Universidade de Brasília.
Hoje estamos aqui reunidos para celebrar os 60 anos de fundação da UnB. Sua criação, no Governo do Presidente João Goulart, estava planejada desde a aprovação da transferência da capital do país aqui para Brasília.
No sábado, em entrevista que fiz com a Reitora Márcia Abrahão, ela me informou que essa universidade formou mais de 230 mil estudantes e que os cursos de pós-graduação, em mestrado e doutorado, contemplaram mais de 60 mil estudantes também. A UnB tem hoje três campi no Distrito Federal, no Gama, em Ceilândia e em Planaltina.
E o mais eloquente foi registrar que a UnB é uma universidade inclusiva, que recebe um recorde de alunos formados em escolas públicas.
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Nesse encontro, assumi um compromisso com a Reitora para trabalhar e aperfeiçoar no Senado o projeto da minha colega - com quem tive o privilégio de ser Deputado - Deputada Bruna Furlan, já aprovado na Câmara, que cria uma moderna legislação de doações privadas para as universidades do país. A exemplo dos países desenvolvidos, criam-se fundos patrimoniais pelas Instituições Federais de Ensino Superior para que possam receber doações.
Estamos aqui hoje para celebrar o futuro. E é nossa responsabilidade, como representantes do povo e dos estados, criar novos caminhos para que possamos andar com mais segurança e agilidade.
Eu gostaria também de agradecer, Márcia, as suas palavras sobre a minha atuação na área de ciência e tecnologia no Congresso, durante os mandatos de Deputado e Senador, sobretudo quando citou a lei de minha autoria que proíbe o contingenciamento dos recursos do Orçamento da União destinado à ciência, tecnologia e inovação. Agradeço, inclusive, aos meus colegas Reguffe e nossa Senadora Leila pelo apoio na aprovação desse projeto, que foi aqui aprovado por unanimidade, mas que foi vetado. Derrubamos o veto, e o Orçamento de 2022 já contempla os recursos, que não podem ser mais contingenciados.
É importante lembrar que, antes, ainda na Câmara, colocamos a tecnologia e a inovação na Constituição e aprovamos o marco regulatório de ciência, tecnologia, pesquisa e inovação. Para essas conquistas, tive o apoio precioso dos pesquisadores e professores de instituições como a UnB, que nos apoiaram desde o início, como de outras instituições também, que tanto nos apoiaram.
Estamos aqui, hoje, para celebrar a UnB, exemplo de modernidade, de universidade aberta e daquilo que deu certo em nossa educação superior. À UnB, seus professores e pensadores, minha gratidão e, sobretudo, meus parabéns pelo trabalho realizado ao longo dessas seis décadas rumo ao desenvolvimento, à liberdade e à construção de um país mais igual, mais forte e mais justo!
Parabéns à minha amiga Reitora Márcia Abrahão e aos demais professores e alunos aqui presentes!
Quero dizer que estou à disposição, no que for necessário, para permitir que essa universidade sirva com mais qualidade ao Brasil e à sua juventude, que a UnB continue a ser exemplo de conhecimento, de liberdade e, acima de tudo, do pensar.
Parabéns! Vida longa à UnB!
Obrigado. (Palmas.)
A SRA. PRESIDENTE (Leila Barros. PDT/CIDADANIA/REDE/PDT - DF) - Obrigada pelas palavras e pela presença, Senador Izalci.
Registro aqui a presença do meu colega da bancada, o Senador Reguffe, já aproveitando para convidá-lo a compor a mesa conosco.
Seja bem-vindo, Senador! (Palmas.) (Pausa.)
Vou passar a palavra, enquanto o Senador Reguffe se organiza, à Sra. Monna Rodrigues, que é representante do Diretório Central de Estudantes (DCE) da UnB.
Seja bem-vinda, Monna! Está com a palavra.
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A SRA. MONNA RODRIGUES (Para discursar.) - Sou muito pequenininha, mas...
Oi, gente! Boa tarde!
Estou muito feliz de estar aqui, comemorando os 60 anos da universidade que tanto nos orgulha. Tenho mais felicidade ainda de a gente comemorar isso com a previsão de retorno presencial para a UnB no próximo semestre. Fez muita falta essa universidade por dois anos.
Vou retomar um pouco do que foi apresentado: o projeto fundador da universidade, que, realmente, se propunha a ser um projeto novo de educação, um projeto que conseguisse estabelecer o tripé universitário, que conseguisse que todos os cursos conversassem de alguma forma e que, de alguma forma, se construísse uma universidade como a UnB, uma universidade muito diferente, única.
Mesmo com essa história tão inovadora, o sonho da UnB foi interrompido por um momento, no período que a gente viveu da ditadura, que deixou marcas impossíveis de não serem vistas. Uma delas é a morte do Honestino, que dá nome ao nosso Diretório Central, que é o Diretório Central Honestino Guimarães, em homenagem ao estudante de Geologia que era também Presidente da UNE e que desapareceu na ditadura. Até hoje ele é tido como desaparecido.
Então, a gente vê essa história da UnB interrompida, mas logo conseguimos retomá-la. O movimento estudantil da UnB, assim como foi linha de frente na ditadura, segue em linha de frente hoje. Nesse último período que nós estamos vivendo, com a extrema direita ameaçando o futuro da educação, os estudantes foram ponta de lança na defesa da educação e da democracia. Nós estivemos, em 2018, no tsunami da educação e, em 2019, no tsunami da educação. Não paramos durante a pandemia. Todos os atos que houve no DF foram protagonizados pelos estudantes. Estivemos também na UnB lutando pela assistência estudantil, que se tornou cada vez mais necessária durante a pandemia, e seguiremos mobilizados. O movimento estudantil da UnB, independentemente de qualquer governo que apareça e que ameace a educação e a democracia, nós estaremos lá.
Assim como a UnB, nós também somos resistência. Temos vários desafios neste ano para a UnB. Um deles é a própria renovação da Lei de Cotas. É muito bom relembrar que a UnB foi, justamente, a pioneira tanto na graduação como na pós-graduação. No ano passado, a gente aprovou também as cotas na pós-graduação. Isso é fundamental para a gente conseguir construir a universidade que foi idealizada por Darcy e que a gente segue querendo construir, uma universidade que consiga ser ampla, que consiga ser para todos. A gente só consegue fazer isso com ações de entrada e permanência - as leis de cotas, as cotas raciais, as cotas de escola pública, as cotas de renda -, mas também com assistência estudantil. É fundamental a defesa da assistência estudantil se a gente quer construir uma universidade para todos, ainda mais numa cidade tão desigual como é Brasília.
Então, a assistência estudantil é fundamental se discutir neste momento em que a gente vai ter o retorno, porque a juventude de Brasília só empobreceu e só adoeceu, sem contar - também acho importante a gente falar disso - o quanto a universidade sofreu nesses dois anos de pandemia, não só com perdas de pessoas, mas com perdas também da educação. A gente vai precisar recuperar o que foram esses dois anos de ensino remoto e, principalmente, recuperar os estudantes, recuperar o que foi a pandemia para os estudantes.
Há vários desafios neste ano. Eu tenho a plena convicção de que o movimento estudantil da UnB continua forte para enfrentar esses desafios.
Eu me esqueci de me apresentar no início. Eu sou a Coordenadora-Geral do DCE, recém-eleita. A gente teve um processo eleitoral na semana passada. É um processo muito difícil de ser feito em ensino remoto, sem estar em contato com os estudantes.
(Soa a campainha.)
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A SRA. MONNA RODRIGUES - ... mas que conseguimos concluir. Isso reforça o quanto a gente quer reconstruir o movimento estudantil da UnB, para ele continuar sendo ponta de lança aqui no DF de todas as mobilizações, para barrar a extrema direita e para construir uma universidade que seja nossa.
Muito obrigada. (Palmas.)
A SRA. PRESIDENTE (Leila Barros. PDT/CIDADANIA/REDE/PDT - DF) - Obrigada pela participação, jovem Monna Rodrigues, que é representante do Diretório Central dos Estudantes da UnB (DCE).
Eu vou passar a palavra agora para o meu companheiro de bancada Senador Reguffe.
Seja bem-vindo, amigo.
O SR. REGUFFE (Bloco Parlamentar União Cristã/UNIÃO - DF. Para discursar.) - Boa tarde a todos.
Quero aqui primeiro fazer uma saudação à minha amiga, Presidente desta sessão, Senadora Leila Barros. Quero aqui também saudar o meu amigo e também companheiro aqui de bancada Senador Izalci Lucas. Acho que nós nunca tivemos uma bancada do Distrito Federal tão unida aqui no Senado Federal, onde conseguimos atuar juntos, em defesa da nossa população.
Quero aqui saudar a Reitora da Universidade de Brasília, a Magnífica Sra. Márcia Abrahão.
Quero fazer também uma saudação ao Lima, representante do Sindicato dos Trabalhadores da UnB, o Sr. Edmilson Rodrigues de Lima, e ao Jacques, que é o representante da ADUnB, o Sr. Jacques Novion - ambos eu conheci na minha época de UnB, tanto o Jaques quanto o Lima; são meus contemporâneos da minha época de universidade.
Quero fazer uma saudação também, aqui, à Monna Rodrigues, que é a representante do Diretório Central dos Estudantes, e saudar também, aqui, o Gustavo Balduino, que é o Secretário Executivo das Instituições Federais de Ensino Superior.
A história da UnB se confunde com a história de Brasília. Defender a UnB é defender Brasília. A UnB é muito importante nesta cidade - ela é a vanguarda desta cidade, é a vanguarda do pensamento - e nela está muito da criação do futuro desta cidade. Ali nós temos uma efervescência intelectual extrema e ali nós já produzimos saídas para um país melhor, para uma cidade melhor e podemos produzir muito mais. A UnB anda de braços dados com a cidade de Brasília e a sua história se confunde com a desta cidade.
Quero, neste momento, também lembrar duas pessoas que foram muito importantes na história desta cidade, na história dessa universidade: a primeira é Darcy, Darcy Ribeiro, que, na década de 60, foi fundamental para que a UnB fosse o que ela é hoje, para que a UnB se institucionalizasse e virasse uma universidade; e o ex-Reitor da UnB Prof. Cristovam Buarque - a quem quero também fazer uma saudação -, que, na redemocratização, foi muito importante para a Universidade de Brasília.
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Eu queria dizer que a UnB faz parte da minha história, da minha vida. Estudei na UnB, aprendi muito na universidade. A universidade se confunde, na minha vida, com os meus primeiros passos de formação política, mas também de formação intelectual. Ela foi muito importante. Ali vivi momentos muito felizes: fiz amigos que estou levando para a vida inteira, amigos que fazem parte do meu convívio social. Para mim, existe uma parte muito afetiva nisso. Fui Presidente do CA de Economia da UnB, do Centro Acadêmico de Economia da UnB; depois fui, Monna, para o DCE, fui Vice-Presidente do Diretório Central dos Estudantes. Enfim, tenho um orgulho muito grande da nossa UnB.
Tentei o máximo que pude, como Parlamentar, destinar os recursos que estavam ao meu alcance para a universidade: ajudei a equipar o Hospital Universitário de Brasília; destinei, no meu mandato como Deputado Federal, no meu mandato como Senador, recursos para equipar o Hospital Universitário de Brasília, que considero tão importante para a nossa cidade; ajudei também com outros recursos.
Nas emendas de bancada, todos os anos, nós lutamos para que tivéssemos mais recursos para a universidade, nós três, de forma conjunta - quero fazer aqui esse reconhecimento à Senadora Leila e ao Senador Izalci -, porque a universidade não pode ser prioridade apenas no discurso, na retórica; ela tem que ser prioridade na ação, e um Parlamentar pode lutar por mais recursos.
Fui contra, neste mandato também, os cortes na educação, que foram infelizmente colocados. Lutei aqui, assim como o Senador Izalci muito bem lembrou, para que não se pudessem contingenciar recursos para a área de ciência e tecnologia - aprovamos aqui, e depois houve o veto, que derrubamos, com o meu voto pela derrubada do veto.
Também votei contra a PEC do teto emergencial, que prejudicava a área de educação, e defendi o destaque para excepcionar a área de educação da PEC do teto emergencial. Na PEC do teto de gastos, votei favorável ao destaque para retirar a educação da PEC, porque a educação é o futuro que a gente quer ver de um país, é o futuro que a gente quer para este país.
A UnB, hoje, Márcia, cresceu e tinha que crescer. Na minha época, a UnB não estava no Gama, na Ceilândia, em Planaltina. Hoje ela está também no Gama, na Ceilândia e em Planaltina. E eu acho que este é o futuro da UnB: ir para as cidades, se descentralizar e continuar sendo vanguarda de pensamento para este país e para esta cidade - um lugar diverso, com uma diversidade de opiniões, onde as pessoas não pensam igual, mas onde as pessoas se respeitam e cada um coloca o seu pensamento de forma democrática, fazendo com que a gente possa construir um país melhor, possa formar bons profissionais nas mais diversas áreas, para servir o nosso povo; uma universidade que precisa ter o seu papel reconhecido pela população do Distrito Federal, porque este Distrito Federal é muito ajudado por essa universidade, foi na história, continua sendo e será cada vez mais.
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Eu não quero me estender, mas quero dar os parabéns para a minha querida UnB. Sessenta anos não se fazem todo dia. A paixão que eu sinto por essa universidade é muito forte. Eu não estaria aqui hoje se não fosse a minha passagem pela Universidade de Brasília.
Parabéns, UnB!
Parabéns a cada um de vocês que faz essa universidade ser o que ela é hoje, que, mesmo diante de tantas dificuldades, ainda assim, resiste e é um vetor importante nesta cidade e neste país.
Parabéns, UnB! (Palmas.)
A SRA. PRESIDENTE (Leila Barros. PDT/CIDADANIA/REDE/PDT - DF) - Obrigada, Senador Reguffe.
Vou passar a palavra, agora, ao Sr. Edmilson Rodrigues de Lima, representante dos Sindicato dos Trabalhadores da UnB, Sintfub, por cinco minutos.
Seja bem-vindo, Sr. Edmilson.
Quero registrar a presença da minha colega de bancada Deputada Paula Belmonte, a quem concederei a palavra, após o Sr. Edmilson.
Grata, Paula, pela presença.
O SR. EDMILSON RODRIGUES DE LIMA (Para discursar.) - Obrigado, Senadora.
Obrigado, Senador Izalci, Senador Reguffe.
Antes que o Jacques fale que eu sou contemporâneo dele, ele foi aluno do PIJ, e eu já era vigilante da UnB. O PIJ é o Programa Infanto Juvenil.
Eu fico feliz de estar aqui. Quero saudar os estudantes, os servidores, os professores, tanto os que estão presentes e são contemporâneos da UnB como os companheiros que passaram pela UnB.
A universidade pública deste país e a universidade pública UnB refletem a realidade do país e a realidade dos seus governos. Vocês podem ver que ela foi criada num período democrático do país - viveu dois anos de forma democrática, Senadora -, e, infelizmente, depois, passamos 20 anos sendo perseguidos, alguns assassinados e outros demitidos. Os terceirizados eram proibidos de comer no bandejão. Nós, funcionários, só pudemos estudar na UnB e ser estudantes em 1986.
A terceira etapa da Universidade de Brasília veio do processo de redemocratização, quando tivemos, no primeiro processo de eleição para reitor, se eu não me engano, 17 candidatos a reitor. Foi um momento muito cívico, muito bonito, muito democrático. Nós também fizemos a segunda eleição, que foi a eleição para vice, quando tivemos a presença de um funcionário candidato a vice.
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E o processo de redemocratização também teve uma coisa importante: o Prof. Cristovam, então, à frente dessa universidade, e o Prof. Volnei, à frente do Decanato de Extensão, levaram a universidade para a Ceilândia, o Pedregal e o Paranoá. E hoje nós temos a Universidade de Brasília no Paranoá, no Gama, em Planaltina e na Ceilândia.
Então nós, a universidade, reflete a realidade do país: tivemos a época da ditadura, quando nós fomos perseguidos; tivemos o processo de redemocratização - inclusive, em 1993, com direito a uma candidatura de um funcionário a reitor -, no qual nós tivemos um grande avanço, a partir de 2004-2005, com o Presidente Lula.
Observem, senhores, nós, uma universidade... Eu, que entrei na UnB em 1980, vi uma universidade escurecida, calada; uma universidade sem democracia; uma universidade sem a participação da comunidade. E, a partir do Governo Lula, nós tivemos uma universidade em que subiu de 26 mil para 48 mil alunos; uma universidade em que, em 2005, eu tive o prazer, Senador Izalci, de participar da votação para que houvesse vestibular na Ceilândia, no Gama e em Planaltina.
E essa universidade cresceu num processo de redemocratização do país, no Governo Lula, com o projeto Reuni. E foi no Governo Lula que nós também tivemos um grande fortalecimento do ensino das creches, do ensino fundamental, do ensino médio, dos institutos federais de ensino - construímos 400 institutos - e da universidade pública - crescemos 18 universidades -, que fortaleceu o ensino e a pesquisa.
Então, pessoal, a universidade é reflexo do Governo. Agora, a universidade continua excluindo a população que mais precisa do ensino neste país.
E aí eu descobri uma coisa, Professora. Não é a universidade que exclui. Na verdade, em relação à educação, Senadores e companheiros aqui presentes, nós somos excluídos desde a nossa infância, quando temos uma creche integral, mas, quando vamos para o ensino fundamental, Senadora, não temos mais o ensino integral e não temos, às vezes, sequer escolas, sequer professores. E isso reflete em quê? Vamos para o ensino médio, onde muitos de nós, filhos de trabalhadores, abandonamos as escolas, porque não temos escolas, porque não temos professores, porque precisamos trabalhar de engraxate ou vender bugiganga na rodoviária para poder sobreviver.
E, mesmo assim, a universidade resistiu, a UnB resistiu. E, a partir de 2005, Senadora e companheiros aqui presentes, além do crescimento da universidade, nós tivemos um investimento no plano de carreira. Lembram-se, Senadores, do plano de carreira de 2005, que valorizou a nós os vigilantes para irmos para um nível mais valorizado, com melhor salário?
E, infelizmente, em 2017, nós tivemos um retrocesso parecido com o que aconteceu em 1964 - parecido, não igual, mas tão cruel como em 1964.
Nós temos um grande índice de desemprego.
(Soa a campainha.)
O SR. EDMILSON RODRIGUES DE LIMA - Já estou terminando. Parece que eu estou numa assembleia. Desculpem-me.
A SRA. PRESIDENTE (Leila Barros. PDT/CIDADANIA/REDE/PDT - DF) - Eu que peço desculpas por um tempo desses, Edmilson.
O SR. EDMILSON RODRIGUES DE LIMA - Então, companheiras e companheiros, Senadores aqui presentes, Profa. Márcia, decanos e decanas, nós tivemos, a partir de 2017, um corte orçamentário e tivemos inúmeras demissões injustas.
Nós temos hoje falta de servidores terceirizados, um bandejão caro, falta de bolsas de estudo. Nós não temos dinheiro suficiente para administrar a universidade como ela necessita. Faz-se necessário construirmos uma alternativa.
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E lembro o vínculo que eu fiz, a ligação que eu fiz entre nós, trabalhadores, filhos de operários. E quando foi criada a universidade pelo Darcy, ele pensava numa universidade inclusiva. E a batalha política que a UnB, no seu interior, tem feito é de inclusão. Um exemplo são todas as ações das administrações e de reitores que passaram no sentido de incluir a comunidade e a sociedade.
Agora, temos que admitir, Senadora - só me estenda mais um pouquinho o tempo -, que por termos uma cidade que tem 3,15 milhões de habitantes mais ou menos, uma cidade que tem 43 cidades no Entorno, que tem mais 3,15 milhões de habitantes, uma região que tem aproximadamente 7 milhões de habitantes, nós não podemos continuar com uma universidade da forma como está. Precisamos revolucionar a universidade mais uma vez, e essa revolução se dá na necessidade de uma mudança de governo, um governo que reconheça a importância da ciência, um governo que valorize a importância da democratização, um governo que venha efetivamente valorizar a educação a partir da creche, do ensino fundamental, do ensino médio, dos institutos, das universidades e das pesquisas desenvolvidas no seu interior.
Então, senhoras e senhores, eu quero parabenizar a senhora pela sua iniciativa, quero dizer que a nossa universidade, nós, os servidores técnico-administrativos, nos orgulhamos... D. Rosinha se orgulha, hoje aposentada. A creche que nós tínhamos era uma antiga cooperativa da qual o companheiro Jacques fez parte, e eu passava, no caminhão de som, chamando a assembleia, e os meninos saiam correndo atrás do caminhão. É essa a universidade que nós queremos. Agora, essa universidade precisa estar efetivamente aberta à sociedade e ao povo brasileiro para, juntos, terem acesso às riquezas, à educação, assim como sonhou Darcy Ribeiro.
Parabéns!
Meu muito obrigado e parabéns a todos nós pela nossa UnB! (Palmas.)
A SRA. PRESIDENTE (Leila Barros. PDT/CIDADANIA/REDE/PDT - DF) - Excelente participação, Sr. Edmilson. Agradeço a fala.
Vou passar agora a palavra rapidamente para a minha colega de bancada, a Deputada Federal Paula Belmonte.
Seja bem-vinda, Paula.
A SRA. PAULA BELMONTE (Para discursar.) - Muito grata, Senadora. Para mim é uma honra estar aqui, nesta tribuna, a tribuna do Senado Federal.
Eu inicio as minhas palavras pedindo para que Deus nos abençoe, abençoe esse momento, esse momento de alegria, porque a comemoração de cem anos nos traz muita honra. A UnB é tudo isso que foi falado, mas principalmente ela é uma referência muito positiva para nós, brasilienses. Então, com isso, eu quero parabenizar a senhora, que é autora dessa iniciativa para que se haja essa sessão solene, junto com o Senador Reguffe, junto com o Senador Izalci e a todos da Mesa, em nome aqui da nossa reitora.
Eu fiquei muito feliz com o que foi falado aqui inicialmente porque a gente vê a UnB tendo os seus campi dentro das cidades do Distrito Federal, mas eu quero trazer uma UnB também que não só está nos campi, mas está em outras idades. Hoje nós fazemos uma parceria - e eu estou vendo aqui - que me traz muita alegria, que é trazer os idosos para dentro da universidade. Hoje nós temos um programa, a UnB tem um programa chamado UniSER. E o que é? É um curso de extensão que dá oportunidade para aquele idoso que, muitas vezes, não tem nem escolaridade, sem nenhum tipo de critério universitário ou educacional, mas que traz a oportunidade de os idosos estarem juntos com professores da UnB. Olha que honra!
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Então, a UnB é inclusão, é um trabalho que cada vez que o vejo eu fico emocionada.
Quero aqui cumprimentar a nossa coordenadora do curso de extensão, a Sra. Olgamir, que está sempre lá, fazendo esse trabalho junto com outros professores e com a Profa. Margô. Eu quero dizer para a senhora que ontem eu estava em Santa Maria, e um senhor me falou emocionado desse curso na UniSER. Então, além de dar oportunidade para jovens, a UnB também traz oportunidade para os idosos. Parabéns pelo trabalho!
E aí também temos uma boa notícia para esses 60 anos que é agora nós estarmos... Eu digo "nós" porque nós somos brasilienses, nós acreditamos nessa universidade. Cumprimento aqui o nosso colega de bancada Professor Israel, que também estava numa sessão solene na Câmara Federal a respeito da educação, a respeito das crianças. Eu sou uma grande defensora da primeira infância. Se Deus quiser, neste ano, dentro da UnB, nós teremos a primeira creche, uma creche que vai ser aberta para a população, mas também vamos dar oportunidade aos nossos jovens com o centro de pesquisa que está sendo construído, para que eles possam mostrar que realmente é na infância que a gente transforma, a educação básica, a infância; e é o primeiro centro de pesquisa dentro de uma universidade federal. Então, a UnB, na realidade, é uma referência para nós brasileiros, para nós de Brasília.
Eu só tenho a dizer que nunca tive oportunidade de estudar na UnB - meus irmãos todos estudaram, eu fui a única da minha casa que não estudei -, mas eu quero registrar a minha honra e a minha emoção pelo trabalho que a UnB vem fazendo não só com os jovens, mas agora olhando os idosos, que estão dentro em programas fundamentais, e olhando também as nossas crianças, que são o presente e o futuro do nosso país.
Parabéns ao Senado Federal! Parabéns, Senadora Leila! Parabéns, Senador Izalci! Parabéns, Senador Reguffe! Parabéns, em nome da Reitora Márcia, a todos os senhores, porque os senhores hoje são os responsáveis por vários estudantes que mudaram e transformaram a sua vida.
Que Deus nos abençoe e que a gente possa comemorar muitos e muitos anos não só o aniversário da UnB, mas também esses programas de inclusão da terceira idade e da primeira infância!
Muito grata. (Pausa.)
A SRA. PRESIDENTE (Leila Barros. PDT/CIDADANIA/REDE/PDT - DF) - Excelente!
Grata pela presença, Deputada Paula.
Também aproveito para cumprimentar a nossa decana de extensão, a Profa. Olgamir, pelo trabalho. A gente sabe que o programa UniSER realmente é um trabalho belíssimo com os nossos idosos. Em nome da bancada, também cumprimento a senhora e todos os nossos decanos aqui presentes.
Vou passar a palavra agora para o Sr. Jacques de Novion, que é o Presidente e representante da Associação dos Docentes da UnB (ADUnB), por cinco minutos.
Aproveito também para agradecer a presença do meu colega de bancada Professor Israel. Na sequência, eu passo a palavra para o senhor, Deputado.
Obrigada.
O SR. JACQUES DE NOVION (Para discursar.) - Eu gostaria de começar cumprimentando as Senadoras e os Senadores, os Deputados e as Deputadas, todas as autoridades, os servidores desta Casa e os colegas aqui presentes nas pessoas da nossa Senadora Leila Barros e da Maga. Reitora Profa. Márcia Abrahão.
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Estas palavras que, hoje, manifesto aqui não se resumem a meu entendimento. Estas palavras são ecos de diferentes gerações que construíram e constroem nossa jovem universidade, são palavras que fazem jus à nossa comunidade universitária dos que estiveram, dos que estamos e dos que certamente virão.
A Universidade de Brasília foi fundada em 1962, não sem enfrentar, já em sua concepção, vozes contrárias à sua existência. A persistência de Darcy Ribeiro, Anísio Teixeira e de muitos outros colegas consolida a criação da UnB como um projeto inovador, marcado na nossa missão institucional de internacionalização do conhecimento, com amplo diálogo com as comunidades universitárias, no centro e no sul global, inserindo a nossa participação ativa nas discussões de ponta; de transformar a sociedade e a realidade. Diferentemente dos que nos imputam a farsa da doutrinação, essa transformação é entendida como busca incessante de soluções para as históricas mazelas existentes e as novas problemáticas em nossa sociedade.
Uma missão que, desde o multidisciplinar, tem como centralidade promover novas sínteses complexas. Esse projeto, chamado de universidade necessária, com dois anos de implementação, é suprimido, em 1964, pelo projeto de universidade interrompida, imposta pela ditadura empresarial e militar, pertencente à segunda onda autoritária que cerceou sonhos e esperanças praticamente em toda a América Latina e no Caribe. Foram 21 anos de luta, técnicos e técnicas foram perseguidos, professoras e professores demitidos, estudantes desapareceram - como Honestino Guimarães, que permanece desaparecido -, em um momento perverso que também atingiu famílias e amigos, vítimas de traumas físicos e psicológicos daquele momento perverso. A todos esses, nossas sinceras homenagens.
Na década de 1980, tomados pela alegria da redemocratização, mas, ao mesmo tempo, sufocados pela crise hiperinflacionária no país, também herança da ditadura, a UnB se envolveu, de diversas formas, por meio de diversos colegas, na elaboração, construção e promulgação da Constituição de 1988. Como esquecer de Ulysses Guimarães e a consigna: "Traidor da Constituição é Traidor da Pátria."?
Na década de 90, com a Nova República, a perspectiva de retomada do projeto de universidade necessária esbarrava nas políticas privatizantes e de redução de gastos, impostas pelo neoliberalismo. Eram tempos de universidade inquieta, época de longas lutas contra a privatização e o sucateamento da educação superior. A universidade inquieta, mobilizada, venceu o projeto privatizador - uma vitória alcançada nas ruas.
No início do século XXI, a vitória conquistada nas ruas alcança, sucessivamente, a vitória nas urnas. O projeto de universidade necessária se encontra com o projeto de universidade potencializada. A educação como gasto é suprimida pela educação como investimento: novas universidades são criadas; os orçamentos são fortalecidos; ampliam-se a infraestrutura, os investimentos para pesquisa e inovação, o número de vagas, o acesso e a inclusão social, como, por exemplo, com a originalidade da política de cotas na UnB. É um período em que o país alcança evidência no cenário científico internacional nas mais variadas áreas de conhecimento.
Essa política de investimento na intelligentsia nacional, na capacidade que temos de produzir conhecimento e inovação, é suprimida em 2016, por um golpe, pertencente à terceira onda autoritária em nosso continente, ainda hoje, em vigor. A universidade necessária e potencializada era novamente interrompida, na tentativa de ressuscitar a fracassada política neoliberal de redução de gastos - a Emenda Constitucional 95, do teto dos gastos, é, ainda hoje, evidência disso.
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Essa interrupção em 2016 ganha novos contornos a partir de 2019, com a ascensão de um governo que impõe o projeto de universidade criminalizada. A educação pública e, mais acintosamente, as universidade e institutos federais passam à condição de inimigos do Governo. Triste a sociedade que tem a educação como seu principal inimigo.
Restabeleceram as velhas práticas de cortes orçamentários de todo tipo, de ataques e desmonte de direitos e conquistas, o congelamento dos nossos salários por 20 anos, com a PEC 186, os 48% de perdas salariais nestes sete anos, as tentativas de cerceamento à liberdade de cátedra, entre muitas outras, da imposição de interventores, hoje, em 28 universidades do país, da tentativa de manterem um processo de privatização, mercantilização, financeirização e elitização do ensino superior, mas não sem enfrentarem nossa forte resistência, como na luta contra a PEC 32.
E se agravam, ainda mais, com uma narrativa constante de criminalização das universidades e institutos federais, das comunidades universitárias e das reputações de seus membros, narrativa esta mancomunada com os ditames hegemônicos de segurança que caracterizam como práticas criminosas o nosso compromisso com a sociedade e o bem público.
Vinculam-nos com o narcotráfico, com o crime organizado, com a balbúrdia, entre outras, na intenção de voltar a opinião pública contra o ensino superior e a ciência. Essa criminalização alcança, também, ataques, ameaças e denúncias, públicas ou não, contra nossas reputações, carreiras, decisões de vida e nossas famílias, tudo isso ainda agravado pela irresponsabilidade do Governo no combate à pandemia. E aqui prestamos homenagem às mais de 660 mil vítimas da pandemia.
Este breve histórico de uma universidade jovem que completa 60 anos demonstra o peso e a importância do que construímos, com diferentes gerações, e evidencia que a UnB esteve, desde seu nascimento, completamente envolvida nos acontecimentos nacionais. Uma história jovem, mas de muita importância e comprometimento. Uma história de resistência e de sonhos. Afinal, governos vêm, governos vão, mas nós seguimos firmes, determinados e comprometidos com a sociedade e o futuro.
Agradeço a oportunidade de poder me manifestar por muitas vozes, neste importante dia, na esperança de que possamos recuperar, o mais rápido possível, as rédeas do nosso futuro.
Viva a comunidade universitária! Viva a Universidade de Brasília e seus 60 anos de resistência e sonhos coletivos! E, fundamentalmente, parafraseando Darcy Ribeiro, com o título de um de seus últimos trabalhos, viva o povo brasileiro, por quem e para quem nossa dedicação exclusiva é razão e decisão de vida!
Obrigado. (Palmas.)
A SRA. PRESIDENTE (Leila Barros. PDT/CIDADANIA/REDE/PDT - DF) - Viva a comunidade universitária! Viva a UnB!
Bom, eu vou passar a palavra ao nosso querido representante da nossa bancada, querido companheiro de bancada, Prof. Israel.
Seja bem-vindo, professor!
O senhor tem a palavra.
O SR. ISRAEL BATISTA (Para discursar.) - Senhoras e senhores, boa tarde!
Senadora Leila, parabéns por esta iniciativa!
Senador Izalci, meu grande amigo, Senador Reguffe, esta é uma bancada do Senado que orgulha Brasília. Esta é uma bancada de Senado que há muitas legislaturas nós não víamos. Parabéns por esse evento tão importante.
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Leila, achei muito significativo que a gente recebesse a comunidade da UnB aqui no Senado hoje.
Eu quero cumprimentar também minha Profa. Reitora Márcia Abrahão, que tantas vezes veio em meu socorro quando pobre estudante da UnB. Sempre atrasado com alguns trabalhos, mas eu entregava. (Risos.)
E eu quero cumprimentar aqui a Sra. Monna Rodrigues, do DCE. DCE, que traz tanta história, que traz tanta reflexão nesse momento em que eu considero haver no Brasil uma clara, nítida ameaça ao nosso regime de direitos, nosso regime democrático.
Quero cumprimentar o Sr. Edmilson Rodrigues, do Sintfub. Cumprimentar o Sr. Jacques de Novion, da ADUnB, que fez um discurso aqui muito tocante.
Nós estamos vivendo um momento que exige de nós uma posição ativa de defesa da universidade e da ciência no Brasil. No momento em que países importantes do mundo aumentavam seus investimentos na ciência, aumentavam seus investimentos na universidade, o Brasil via uma opção política de investir de maneira inadequada, de maneira desnecessária.
No momento em que o conhecimento científico estava nos ajudando a sair de uma situação de desespero global, o Brasil parecia caminhar na contramão. Muitos dos nossos professores da própria Universidade de Brasília, então, começaram a ser atraídos por propostas no exterior, porque aqui não havia incentivo à pesquisa.
A fuga de cérebros nos últimos anos no Brasil se agravou bastante. E essa fuga de cérebros é só mais um sintoma dos constantes cortes orçamentários que a ciência, que a universidade, que a educação de uma forma geral vem sofrendo no nosso país.
Há um profundo desprestígio da classe científica e acadêmica. Nós vivemos um momento em que o nosso país tenta negar o que a ciência nos traz de conhecimento. Nós vivemos um momento em que os nossos governantes tentam, de toda forma, se livrar das amarras que o conhecimento impõe e criar uma realidade paralela, literalmente.
Vivemos também em meio a uma guerra cultural; uma guerra cultural que estabeleceu seus inimigos. O inimigo é o Poder Judiciário. O inimigo são os jornalistas e a imprensa. O inimigo é a classe artística. E obviamente, como não podia deixar de ser, como em qualquer regime que se pretende autoritário - porque precisamos falar isso com todas as letras -, a academia, a universidade. Esses são os inimigos. E o Brasil exige neste momento postura. O Brasil exige neste momento posicionamento muito claro - muito claro.
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Nós tivemos uma vitória da democracia na França. É preciso dizer que o Presidente Macron não é o que eu desejo como governante, eu não concordo com muitas das ideias dele, mas o mundo chegou a um ponto em que o compromisso com a democracia é um diferencial, e eu fiquei muito feliz que o compromisso com a democracia venceu naquele momento.
Desde 2019, nós tivemos duas medidas provisórias do Governo...
(Soa a campainha.)
O SR. ISRAEL BATISTA - ... totalmente desrespeitosas, tentando atacar a autonomia universitária.
Nós precisamos aqui apresentar uma PEC para defender os institutos que produzem conhecimento na área de educação, a PEC 27, de autoria da Senadora Leila, porque, hoje, o IBGE, hoje, o CNPq e o Inep estão sendo constantemente... estão sofrendo interferências.
Quem não gosta de dados? Quem não gosta de relatórios? Quem não gosta de transparência de números de pesquisas?
Tivemos que aprovar pela Frente da Educação, semana passada, uma autorização para que os microdados da educação pudessem ser expostos. O Governo usou uma desculpa esfarrapada de que a LGPD não permitia que usássemos os dados como frequência escolar dos nossos estudantes que são crianças. Como assim? Que tipo de governo tenta impedir que a gente tenha acesso a essa informação?
Nós estamos concluindo, Senador Reguffe, um relatório muito importante, e eu vou apresentar aos Senadores em primeira mão, o relatório é da Frente da Educação com o Observatório do Conhecimento, sobre os ataques em número recorde, desde a redemocratização, à liberdade de cátedra, tanto nas universidades públicas quanto nas escolas de ensino médio públicas.
A quantidade de tentativas de interferência na aula do professor é um recorde desde o período da redemocratização do Brasil.
Então, nós estamos vivendo um momento em que se utilizam das instituições democráticas para debilitar a democracia. A nossa democracia está sendo corroída por dentro, e a universidade é um bastião de defesa da democracia, é uma fortaleza, é um ponto em que aqueles que acreditam na democracia se reúnem para formular estratégias, para formular conhecimento, para dialogar com a sociedade e evitar que esse caminho que o Brasil parece percorrer se concretize.
Eu sei que a minha fala foi um pouco pesada, mas é esse o espírito que me traz aqui hoje, e eu quero dizer que a UnB é responsável pela transformação da minha vida e da vida da minha família.
Eu era um garoto de Samambaia, eu era um garoto muito pobre, o mais velho da família, o primeiro a entrar numa universidade. E, no momento em que eu entrei na UnB, a minha vizinhança se juntou, formamos um cursinho social na Paróquia São José Operário, e vários dos meus vizinhos entraram nas universidades para fazerem cursos e passaram a acreditar em si. E a UNB é responsável, Profa. Márcia, por uma injeção de autoestima na minha vida e na vida da minha família.
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Eu me lembro de que quando eu passei no vestibular, a minha mãe chegou para mim e falou, "meu filho, eu estou muito orgulhosa de você! Quando você entrou no primeiro ano do ensino médio, você lembra que eu entrei também?" E eu falei: "Lembro". "Você lembra, meu filho, lá atrás, que você entrou na quinta série, e eu entrei também na quinta série?" Eu falei: "Lembro, mãe". E aí ela virou para mim e falou, "Você me aguarde, moleque. Você não vai me deixar pra trás." Reguffe conhece minha mãe. Ela é arretada, não é, Reguffe? E ela foi também, seis meses depois. Estava me perseguindo, não é?
Então, gente, a Universidade de Brasília é uma preciosidade. Ela mora no meu coração. E a UnB é linda demais.
Reitora, obrigado por tudo, viu? Um grande abraço.
Leila, parabéns. (Palmas.)
A SRA. PRESIDENTE (Leila Barros. PDT/CIDADANIA/REDE/PDT - DF) - Sensacional, querido amigo, professor, colega de bancada Israel Batista.
(Intervenção fora do microfone.)
A SRA. PRESIDENTE (Leila Barros. PDT/CIDADANIA/REDE/PDT - DF) - Fique à vontade.
O SR. ISRAEL BATISTA - Só peço licença a vocês.
A SRA. PRESIDENTE (Leila Barros. PDT/CIDADANIA/REDE/PDT - DF) - Grata pela presença.
Vou passar a palavra agora para mais outra colega, mais uma colega de bancada muito querida por nós aqui, que é a Deputada Federal Erika Kokay.
Com a palavra, Deputada. Seja bem-vinda.
A SRA. ERIKA KOKAY (Para discursar.) - Eu começo parabenizando a Senadora Leila pela realização desta sessão solene. Nós temos que homenagear a Universidade de Brasília, homenagear sempre: o que ela representa de resistência, mas o que ela representa de generosidade - de generosidade -, e o que ela representa de projeto.
A Universidade de Brasília, essa pensada por Anísio Teixeira, por Darcy Ribeiro, nasce na resistência, porque alguns queriam que esta cidade fosse uma cidade onde não houvesse a liberdade de pensar ou a liberdade de questionar. E nós construímos aqui, o Brasil construiu a Universidade de Brasília, essa universidade que, dizia Darcy Ribeiro, teria que encarar o Brasil como um problema, ou que se dispôs a enfrentar uma concepção de Estado que, dizia Celso Furtado, tem que servir para enfrentar os problemas do Brasil, os problemas nacionais; dentre eles, as desigualdades que perpassam a história de um país que não fez o luto dos seus períodos traumáticos, não fez o luto nem da escravidão, nem do colonialismo, tampouco da ditadura. E nós estamos vivenciando hoje pedaços muito intensos desses períodos traumáticos, que são avivados por uma lógica e um hálito de uma necropolítica que é emanada do Palácio do Planalto.
A Universidade de Brasília carrega o ensino, carrega a pesquisa, carrega a extensão; carrega a capacidade de andar e dialogar com a própria sociedade, de ter a condição de elaborar, de vivenciar, de compartilhar e contribuir, com inteligência da humanidade, com os pés no chão - com os pés no chão -, porque há muito tempo desconstruímos os muros que afastavam e apartavam a Universidade de Brasília do conjunto da sociedade.
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Nós temos uma universidade que anda, não apenas porque ela já está em outras cidades, não apenas pelo que ela carrega, mas que anda porque dialoga com os anseios e com os problemas da própria sociedade.
Portanto, nós temos, na Universidade de Brasília, um bastião. Porque quando se lida com a cultura, com a ciência, com a arte, nós estamos lidando com momentos e processos de criação. E se são processos de criação, são processos de construção da liberdade. Não se constrói a soberania de um Brasil ou de um país, qualquer que seja, se nós não temos o desenvolvimento da ciência, o desenvolvimento da cultura, uma nação que se faz nação. Uma nação se faz nação quando se reconhece como construtora de uma forma de ser, de uma forma de sentir, de uma forma de pensar.
Nós estamos falando da universidade que é a universidade da resistência. Essa universidade teve a demissão coletiva dos seus educadores e das educadoras em protesto contra a ditadura. Essa universidade se levantou contra as ocupações, tanto em 1968 quanto em 1977, quando acharam que podiam calar a Universidade de Brasília com as botas e baionetas. Hoje acham que podem calar a Universidade de Brasília com botas e baionetas metafóricas ou com a asfixia do próprio orçamento. Nós temos uma esqueletização do orçamento para as universidades, porque incomoda ao arbítrio a liberdade de cátedra e a construção de evidências da própria ciência. Eu diria que nós vivenciamos um negacionismo neste país que não é um negacionismo pontual, é o negacionismo estrutural: se nega a própria realidade. É como lembrar Cazuza quando dizia " a tua piscina está cheia de ratos, tuas ideias não correspondem aos fatos". Eu diria que se nega a própria realidade. E quando você tem a realidade como parâmetro, a realidade a partir dos fatos, vamos ter as diversas interpretações dela. Isso constrói um processo democrático. Mas, quando a realidade é negada e se constrói uma narrativa para substituí-la, dentro dela só cabe quem pensa da mesma forma. Há uma expulsão do outro em curso, do outro que não seja o próprio espelho, da forma de ser, da forma de amar.
A Universidade de Brasília, a universidade de Darcy Ribeiro, de Anísio Teixeira, é inquieta, porque ameaça todos os que querem negar a própria ciência, negar a democracia, negar a própria liberdade, porque ela tem como essência a própria liberdade, tem como essência a ausência de compartimentos rígidos entre as diversas formas de entender a vida. Ela tem a construção de um saber que é dialógico, que é um saber que vai ser síntese de todas as teses, de todas as antíteses, como presa a própria dialética.
Por isso, nós estamos aqui fazendo uma homenagem, uma homenagem à liberdade, uma homenagem à história de uma universidade que manteve sempre a sua coerência na resistência a toda forma de arbítrio. E quando querem calar... Querem calar a educação, querem calar a liberdade, querem calar, inclusive, a potencialidade deste país. A universidade mostrou, nessa crise sanitária e em tantas crises que nós estamos vivenciando, como é possível construir um saber científico que é fundamental para a construção da própria soberania.
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Por isso, a soberania nacional pressupõe que nós tenhamos a soberania científica, que nós tenhamos a preservação do meio ambiente, que nós tenhamos uma educação que cumpra a sua função de libertar, porque senão ela foge da necessidade de ser denominada como educação.
Essa universidade é uma universidade freiriana. Essa é a universidade que pensa e que incorporou, pela primeira vez na história deste país, em nível federal, as cotas.
Eu tenho uma alegria muito grande, Reitora Márcia, de ter participado, como Presidenta da Comissão de Direitos Humanos da Câmara Legislativa, do processo de construção das ações afirmativas das cotas para indígenas e das cotas para o povo negro deste país. E aí a universidade se fez de todas as cores e se fez com a sua grandeza, que é a grandeza de quem desafia todos os obstáculos e todo o arbítrio.
Eu diria que, com todas as restrições orçamentárias que nós estamos sofrendo, a universidade resiste, é reconhecida no mundo inteiro, é reconhecida por cada uma das pessoas que moram nesta cidade e é reconhecida por todo o país.
Por isso, eu diria da minha alegria, da minha alegria de ter construído a minha trajetória, inclusive minha trajetória política, a partir da Universidade de Brasília. Eu lembro que, em 1976, na fila para fazer a matrícula no curso para o qual eu tinha entrado por vestibular, ali, recebi um panfleto falando em democracia, falando em direitos, falando em liberdade, chamando para uma assembleia. E penso eu que, até hoje, nós estamos na luta pela democracia, pela liberdade e pelos direitos nessa universidade, que ousou enfrentar todas as formas de arbítrio, que enfrenta hoje toda forma de arbítrio, mas que reafirma a ciência, reafirma a cultura, reafirma a arte, reafirma o diálogo com o conjunto da sociedade, com as suas dobras, com o Brasil e com a cidade, que, por muito tempo, foi invisibilizada.
Por isso, a minha alegria muito grande de estar aqui nesta homenagem, Senadora Leila, nesta homenagem à universidade que é do povo brasileiro, à universidade que tem todas as cores, à universidade que ousa enfrentar todas as botas e baionetas, sejam metafóricas, sejam literais, esta universidade que construiu história.
Por isso, teve razão, Márcia, você, quando disse...
(Soa a campainha.)
A SRA. ERIKA KOKAY - ... que a Universidade de Brasília está atuante como sempre e é necessária como nunca.
É necessária como nunca e atuante como sempre!
Viva a Universidade de Brasília, que pertence ao povo brasileiro! (Palmas.)
A SRA. PRESIDENTE (Leila Barros. PDT/CIDADANIA/REDE/PDT - DF) - Grata pela presença e pela participação, Deputada Erika Kokay!
Eu vou passar agora a palavra para a Magnífica Reitora da Universidade de Brasília, nossa querida amiga Márcia Abrahão.
A SRA. MÁRCIA ABRAHÃO MOURA (Para discursar.) - Boa tarde!
Depois de tantas palavras lindas, a gente fica até muito emocionada!
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Cumprimento, efusivamente, a minha querida amiga Senadora Leila Barros, a quem eu agradeço pela sessão - já falo em nome também das suas fãs, ex-jogadoras de voleibol, entre elas, a Decana Maria Emília, que está ali -; o Senador Izalci, meu querido Senador Izalci, também sempre nosso parceiro; o Senador Reguffe, que esteve aqui; os demais Senadores que estejam assistindo; a nossa querida bancada também de Deputados, a Deputada Paula Belmonte, o Deputado Professor Israel, que esteve aqui, e a Deputada Erika Kokay. Todos os Deputados, eu os cumprimento.
É importante registrar a relevância da Bancada do Distrito Federal para a Universidade de Brasília. A comunidade da UnB que está aqui pôde ver como a nossa universidade é respeitada pela bancada e como nós, de fato, somos considerados parte do Distrito Federal, e não poderia ser diferente. O apoio dos Deputados e Senadores tem sido fundamental para a Universidade de Brasília, principalmente neste período de severa restrição orçamentária e de necessidade de apoio às universidades e à ciência. Então, por isso, um cumprimento especial à Bancada Federal!
Também cumprimento o nosso querido Vice-Reitor, meu amigo, Prof. Enrique Huelva, por toda a parceria e pelo trabalho; todos os representantes das entidades representativas aqui, a ADUnB, o Sintfub e o DCE; as autoridades aqui presentes; o General Ferreira, que acabou de sair e que nos honrou com sua presença; o Gustavo Balduino, representando a Andifes; a Fabiana Damásio, representando a Fiocruz; todos os nossos diretores de institutos e faculdades aqui presentes.
Faço um cumprimento especial à equipe de gestão da universidade, formada majoritariamente por mulheres. Então, aqui há quatro e, mais atrás, outra. São cinco mulheres e três homens que formam a equipe de gestão da UnB e, pela primeira vez, o que a gente chama de orçamento e financeiro da universidade. Nós temos mulheres à frente dos recursos financeiros, sempre muito sérias e defensoras do orçamento público, como não poderia deixar de ser.
Muito obrigada. (Palmas.)
Cumprimento toda a comunidade da Universidade de Brasília aqui presente e a que nos assiste e também todos os convidados.
Faço um cumprimento também à nossa Comissão 60 Anos, que nós constituímos na Universidade de Brasília, que é composta por professores eméritos, ex-estudantes e instituições e que tem planejado todo este ano de comemoração.
Cumprimento também a nossa representante da SBPC, que é a nossa Profa. Fernanda Sobral, aqui presente.
Faço um cumprimento especial e um agradecimento a todos aqueles que fazem e fizeram a história da Universidade de Brasília e aos que fazem hoje a história: nossos 3.233 técnicos, de acordo com os últimos números, mais de 50% deles com pós-graduação; nossos 2.958 docentes, sendo mais de 95% com doutorado; e nossos 51.089 estudantes de graduação e pós-graduação e todas as suas famílias, que representam a nossa comunidade. (Palmas.)
É sempre uma honra estar nesta Casa para falar sobre a Universidade de Brasília.
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Darcy Ribeiro, que foi já tão falado aqui e que completaria cem anos em outubro, e Anísio Teixeira sonharam com uma universidade com um projeto político-pedagógico ousado, diferente de tudo que existia no Brasil, capaz de dominar todo o saber humano e de colocá-lo a serviço do desenvolvimento nacional. A Universidade de Brasília deveria "pensar o Brasil como problema". Mas, como conta Darcy - e contou hoje no vídeo -, houve muita resistência para a criação da UnB. Os assessores do próprio Presidente Juscelino Kubitschek, na época, queriam que a nova capital estivesse livre de badernas estudantis, assim como de greves de operários fabris.
Olhando para a história, podemos dizer que a comunidade da UnB tem conseguido manter firmes os ideais vanguardistas da sua origem, mesmo tendo, em alguns momentos, que resistir aos que atacam a sua existência. Isso ocorreu na ditadura militar, quando perdemos quase todos os nossos professores, como foi lembrado aqui pela Deputada Erika Kokay, e tivemos estudantes assassinados, como também já foi lembrado. Eu não poderia deixar de falar do meu colega Honestino Guimarães, primeiro colocado no primeiro vestibular de Geologia da UnB. Ele seria hoje um excelente geólogo, com certeza, e um cidadão brasileiro da mais alta qualidade.
Nós resistimos, nós reerguemos a UnB, nós nos reinventamos. Fomos pioneiros e inovamos na educação do nosso país. Nesses 60 anos, fomos a primeira universidade a criar as cotas raciais, e depois essa política se mostrou de sucesso e foi adotada pelas outras universidades. Fizemos o primeiro vestibular exclusivo para indígenas, quando o ensino superior era impensável e inacessível para eles. Criamos uma alternativa inovadora para o acesso à universidade, que foi o Programa de Avaliação Seriada, que promove maior integração entre o ensino básico e o superior e entre as diferentes áreas.
A nossa interdisciplinaridade, pensada por Darcy Ribeiro, foi inspiração para o Exame Nacional de Ensino Médio e até hoje ainda é. Fomos para Planaltina, Gama e Ceilândia - os diretores estão aqui -, em um projeto ousado e robusto de expansão das universidades federais de 2006 a 2012, que eu tive a honra de coordenar de 2008 a 2011.
Para dar a dimensão da importância da UnB para o DF e para o Brasil, quase 300 mil pessoas - ontem, até o Senador Izalci, na rádio, me corrigiu, e ele tem razão - já colaram grau na UnB, entre graduados, mestres e doutores. São quadros que estão no Governo local e no Governo Federal - alguns são atuais ministros, inclusive -, em outros estados, em grandes corporações no país e em postos em todo o mundo, inclusive em grandes universidades. Mas, somente depois de 54 anos, ocorreu a eleição da primeira reitora mulher na UnB, portanto após mais de meio século e depois de 18 homens.
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Aqui, portanto, faço uma pausa na história da UnB para falar um pouco sobre as conquistas e desafios das mulheres na universidade, pegando emprestado um pouco do lindo discurso que a Senadora Leila fez na última segunda-feira, na sessão que homenageou Brasília, porque tenho consciência da minha responsabilidade em relação às futuras gerações de mulheres.
As mulheres são 58% do público atendido pelas políticas de assistência estudantil da nossa universidade, são a maioria entre estudantes e técnicos e um pouco menos de 50% entre os docentes. Nos cursos de ciências exatas e engenharias, entretanto - no meu curso, por exemplo -, as mulheres compõem menos de 30% dos estudantes.
Entre os estudantes, um dado interessante é que o maior percentual de mulheres está no doutorado, mas, quando vamos olhar as pesquisadoras, as professoras, por exemplo, as pesquisadoras do CNPq, nós temos apenas em torno de 30% de pesquisadoras mulheres. Quando chegamos aos cargos de gestão - algumas diretoras de faculdades estão aqui, e estou olhando para elas -, o número é bem menor.
O principal desafio é cultural, Senadora Leila, como a senhora bem falou aqui na semana passada. As universidades são responsáveis pelo debate crítico, que pode mudar o que já está cristalizado na nossa sociedade estruturalmente machista.
Mas todo grande desafio traz uma oportunidade, e estou usando esta oportunidade de ser reitora - no Brasil, das 74 universidades federais, apenas em 17 há reitoras - para contribuir para transformar essa cultura. Procuramos compor a nossa equipe, como eu já falei, com mulheres e temos ainda mulheres, como eu já falei, em algumas direções de institutos e faculdades, mas, infelizmente, em muitas faculdades, inclusive na nossa universidade, isso ainda é um sonho.
Temos procurado avançar na UnB com as políticas de direitos humanos, diversidade e igualdade de gênero. Temos desenvolvido projetos de extensão para estimular mais meninas a ingressarem em cursos de ciências exatas. A Decana de Pesquisa e Inovação, sua fã e ex-jogadora de vôlei, é uma que coordena um desses projetos. Mas ainda estamos longe de chegar a proporções equivalentes à presença de mulheres na sociedade brasileira. Continuaremos nessa caminhada.
Certamente também precisamos muito de vocês no Parlamento, porque precisamos de políticas públicas específicas, inclusive para incentivar as mulheres a ocuparem cargos de gestão.
Voltando um pouco para a história da UnB e falando da UnB nos dias de hoje, apesar da escassez orçamentária e dos desafios impostos pela Emenda Constitucional 95, a UnB tem se desdobrado para entregar ensino, pesquisa, extensão e inovação ao DF e ao país, com excelência e compromisso social.
A UnB figura entre as principais e mais importantes universidades federais do Brasil e da América Latina. É a sexta universidade federal de acordo com o ranking da Times Higher Education - varia de ranking para ranking, mas estamos sempre entre as principais. E, de acordo com o mesmo Times Higher Education, é a décima sexta na América Latina. Hoje, nesta data, 25 de abril, foi divulgada uma nova edição do ranking Center for World University Rankings de 2022-2023, e a UnB está no topo, entre os 4% das melhores universidades do mundo. (Palmas.)
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Nesse ranking, a sétima federal, no Brasil.
Cinquenta e cinco pesquisadores da UnB estão entre os mais citados da América Latina.
A UnB, junto com outras instituições públicas nacionais, é responsável por mais de 90% da produção científica nacional. Está aqui a Profa. Fernanda Sobral, que tem lutado bravamente para manter e ampliar esse número.
Neste período de pandemia - também me solidarizo com todas as pessoas que perderam familiares e amigos -, pudemos ver a diferença entre os países que priorizam a ciência, que puderam dar respostas muito mais imediatas à crise.
Nossas universidades no Brasil, e a UnB entre elas, não pararam um minuto sequer. Continuamos formando graduados, mestres e doutores. Nossas comunidades se reinventaram mais uma vez, dando grande exemplo de competência e solidariedade no combate à pandemia.
Preciso saudar o nosso Hospital Universitário, na pessoa da nossa Superintendente, Profa. Elza Noronha, que atuou na linha de frente do enfrentamento à pandemia. Foi referência nacional em atendimento humanizado, colaborou e continua colaborando com a pesquisa da CoronaVac e de outras vacinas, além de outras tantas ações. Só no ano passado, por exemplo, realizou mais de 189 mil consultas, mesmo tendo dedicado uma grande parte ao combate à pandemia.
A Universidade de Brasília continuará atuante como sempre, necessária como nunca, como diz o nosso slogan comemorativo dos 60 anos. Continuará a desenvolver tecnologias de ponta, como o satélite que entrou em órbita recentemente e foi notícia em todo o país. A UnB continuará construindo soluções para os problemas nacionais.
Temos também dado passos largos em relação à sustentabilidade. Somos referência em energia solar entre as universidades brasileiras.
Em breve, teremos mais um ranking mostrando - não posso divulgar, não posso dar o spoiler, como dizem - o pioneirismo, a qualidade da UnB em sustentabilidade mundial.
A UnB está presente, como já falamos, em Ceilândia, Gama, Planaltina e Plano Piloto, mas também na Cidade Estrutural, no Paranoá, no Recanto das Emas, na Comunidade Calunga, na Chapada dos Veadeiros e em vários cursos a distância em todo o Brasil. Está aqui a Diretora do nosso Centro de Educação a Distância, Profa. Letícia.
Poucos sabem que a UnB oferece cursos a distância em todo o Brasil, de graduação.
A UnB tem vontade de estar cada dia mais próxima da sociedade, da população do DF. Nossos sonhos são usados como o sonho de Darcy Ribeiro.
A UnB continuará sem esmorecer, sendo estratégica para o nosso país e com enorme vontade de se tornar cada vez mais competitiva internacionalmente.
Continuaremos firmes na defesa da democracia e da liberdade de cátedra e permaneceremos uma universidade contemporânea, inclusiva, plural, diversa e aberta a todo tipo de debate democrático.
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Convido todos, Parlamentares e comunidade, a comemorarem conosco, ao longo de todo o ano, o aniversário de 60 anos da UnB. Preparamos uma série de atividades, entre as quais, destaco, especialmente, a reunião anual da Sociedade Brasileira para o Progresso da Ciência, de 24 a 30 de julho; a Semana Universitária, em setembro; e o Centenário de Darcy Ribeiro, em outubro.
Com essa celebração histórica do conhecimento científico extremamente humano, com um bravo retumbante à educação, desejo vida longa e feliz à UnB!
Obrigada. (Palmas.)
A SRA. PRESIDENTE (Leila Barros. PDT/CIDADANIA/REDE/PDT - DF) - Grata pela participação, Magnífica Reitora.
Viva a UnB pelos 80 anos - atuante como sempre e necessária como nunca!
Cumprida a finalidade desta sessão especial semipresencial do Senado Federal, eu agradeço a todas as personalidades que nos honraram com a participação e a todos os presentes aqui pelo carinho.
Vocês têm muito o nosso respeito e contem conosco.
Parabéns à UnB.
Grata. (Palmas.)
Está encerrada a sessão.
(Levanta-se a sessão às 16 horas e 13 minutos.)