4ª SESSÃO LEGISLATIVA ORDINÁRIA
56ª LEGISLATURA
Em 28 de abril de 2022
(quinta-feira)
Às 10 horas
41ª SESSÃO
(Sessão Especial)

Oradores
Horário

Texto com revisão

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O SR. PRESIDENTE (Elmano Férrer. Bloco Parlamentar Unidos pelo Brasil/PP - PI. Fala da Presidência.) - Declaro aberta a presente sessão.
Sob a proteção de Deus, iniciamos os nossos trabalhos.
A presente sessão especial semipresencial foi convocada nos termos do Ato da Comissão Diretora nº 8, de 2021, que regulamenta o funcionamento das sessões e reuniões remotas e semipresenciais do Senado Federal e a utilização do Sistema de Deliberação Remota, e em atendimento ao Requerimento nº 229, deste ano, de minha autoria e de outros Senadores, aprovado pelo Plenário do Senado Federal.
A sessão, como é do conhecimento de todos, é destinada a homenagear a Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária em razão dos seus 49 anos de sua fundação.
A Presidência informa que esta sessão terá a participação das seguintes autoridades:
- Sr. Ministro Paulo César Rezende de Carvalho Alvim, Ministro de Estado da Ciência, Tecnologia e Inovações;
- nosso Senador Izalci;
- nosso estimado e querido Presidente da Embrapa, Celso Moretti;
- Sr. Márcio Lopes de Freitas, da OCB (Organização das Cooperativas Brasileiras - Sistema OCB);
- Sr. Fernando Camargo, Secretário de Inovação, Desenvolvimento Sustentável e Irrigação do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento;
- Sr. Marcus Vinicius Sidoruk Vidal, Presidente do Sindicato Nacional dos Trabalhadores de Pesquisa e Desenvolvimento Agropecuário (Sinpaf); e
- Sr. Nilson Leitão, Chefe da Assessoria de Relações Institucionais da Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA).
Eu creio que está presente o nosso ex-colega aqui no Senado e ex-Governador do DF - nos cumprimentamos - Rodrigo Rollemberg.
(Intervenção fora do microfone.)
O SR. PRESIDENTE (Elmano Férrer. Bloco Parlamentar Unidos pelo Brasil/PP - PI) - Rollemberg.
Ah, ele está ali, retornando à sua Casa. Saudosa memória!
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Agora, para compor a mesa, eu gostaria de chamar o nosso Exmo. Ministro Paulo César.
O SR. PAULO CÉSAR REZENDE DE CARVALHO ALVIM (Fora do microfone.) - Eu estou aqui.
O SR. PRESIDENTE (Elmano Férrer. Bloco Parlamentar Unidos pelo Brasil/PP - PI) - Ah, ele está aqui ao meu lado... Anteciparam-se ao velhinho aqui na Presidência! Izalci... (Risos.)
Bom, está aqui o Paulo César, o Izalci, o nosso grande Presidente Celso Moretti e também o Sr. Márcio Lopes de Freitas, Presidente da OCB (Organização das Cooperativas Brasileiras). (Pausa.)
Composta a mesa, eu convido a todos para, em posição de respeito, acompanharmos a execução do Hino Nacional.
(Procede-se à execução do Hino Nacional.)
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O SR. PRESIDENTE (Elmano Férrer. Bloco Parlamentar Unidos pelo Brasil/PP - PI) - Para ler o meu pronunciamento, de acordo com o roteiro da nossa sessão solene, eu passarei a Presidência desta sessão ao meu querido e estimado Senador Izalci Lucas. (Pausa.)
Posso ler sentado, mas eu quero ter a honra e a satisfação de passar a Presidência ao nosso Izalci, para fazer o pronunciamento da tribuna, para não perder o hábito, não é?
(O Sr. Elmano Férrer, 2º Secretário, deixa a cadeira da Presidência, que é ocupada pelo Sr. Izalci Lucas.)
O SR. PRESIDENTE (Izalci Lucas. Bloco Parlamentar Juntos pelo Brasil/PSDB - DF) - Bem, passo a palavra, então, ao nosso querido e brilhante Senador e colega Elmano Férrer, que teve a felicidade de fazer esta brilhante sessão solene. Parabéns.
O SR. ELMANO FÉRRER (Bloco Parlamentar Unidos pelo Brasil/PP - PI. Para discursar.) - Inclusive como "embrapeano" que sou, com muita honra.
Bom, Sr. Presidente, Sras. e Srs. Senadores, nós temos aqui alguns Senadores presentes, o nosso ex-Governador Rodrigo Rollemberg, que conviveu conosco nesta Casa, e eu queria cumprimentar a todos nesta oportunidade.
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Nesta semana, a Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária, a nossa querida Embrapa, completa 49 anos de existência e é motivo de orgulho para todos nós que estamos aqui - nós brasileiros.
Essa grande instituição foi criada por lei em 7 de dezembro de 1972, sua instalação foi autorizada - aprovados seus estatutos - em 28 de março de 1973 e a primeira diretoria foi empossada em 26 de abril de 1973, há exatamente 49 anos.
De lá para cá, é uma trajetória vitoriosa reconhecida nacional e internacionalmente. A empresa se transformou em uma das maiores instituições de pesquisa agrícola do planeta. São mais de oito mil colaboradores, que incluem cerca de dois 2,2 mil pesquisadores, dos quais cerca de quase 90% com curso de mestrado, doutorado e pós-graduação.
Eu, o "veinho" aqui, que, aliás, é conhecido lá no Piauí como "veinho trabalhador", passei dez anos dirigindo uma instituição da Embrapa, no período de 1979 a 1988, que era a Unidade de Execução de Pesquisa de Âmbito Estadual (Uepae), em Teresina, hoje Centro Nacional de Pesquisa do Meio-Norte do Brasil. Estive também em várias unidades de pesquisa - por exemplo, na África e na Ásia; em Gerdat, com sede em Montpellier, na França; em Icrisat, instituição de pesquisa inglesa, que eu tive a oportunidade de conhecer lá na Índia, especificamente lá em Hyderabad, no sul daquele país - e ouvi, naquele momento, assisti, vi a participação, o testemunho de nações como o Senegal, o Mali, na África, a Índia, na Ásia, e os elogios a essa grande instituição, fruto da inteligência dos brasileiros, sobretudo daqueles que estão na área das ciências agrárias e do desenvolvimento econômico do nosso país.
Hoje, temos uma responsabilidade muito grande com essa instituição, que ajudou a criar e desenvolver o agronegócio no Brasil.
Os números apresentados pela Embrapa impressionam. O valor estimado de sua contribuição para a agricultura nacional no ano de 2020, por exemplo, foram de R$62 bilhões e a geração de 41 mil empregos, um resultado muito maior, bem maior do que o orçamento anual, do ano de referência de 2020, que a gente vê que foi de R$3,4 bilhões.
Essa contribuição pode ser observada nos resultados das pesquisas, de várias pesquisas, mas, entre elas, nós citaríamos aqui a fixação biológica do nitrogênio, do zoneamento dos riscos climáticos, dos rebanhos, bem como do desenvolvimento de pastagens adaptadas aos diferentes solos e climas. Por exemplo, nós temos o trópico úmido, temos aqui o Brasil central, temos o Semiárido e o Nordeste do Brasil. Foram geradas variedades para todas essas regiões, dada a dimensão continental do nosso país, apropriadas de todos esses produtos, o que torna difícil mensurar o impacto da produção agrícola em nosso país.
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Quero destacar aqui a produção dos Cerrados, não só dos Cerrados brasileiros, mas a conquista da soja tropical.
Quando nós estávamos na Embrapa, nesse período de 1979 a 1988, os pesquisadores da Embrapa... Lá, naquela época, era uma unidade de pesquisas de âmbito estadual, o Epae; muitos conhecem aqui essa terminologia, era o nome da unidade. E o Centro Nacional de Pesquisas de Soja em Londrina, quer dizer, os pesquisadores geraram para baixas latitudes do Brasil e no mundo a variedade da soja tropical.
No meu entendimento àquela época, foi mais ou menos em 1981-1984, só isso permitiu ocupar os Cerrados do Piauí, os Cerrados do Maranhão, os Cerrados da Bahia, esses três estados que constituem, juntamente com o Tocantins, o grande Matopiba. Quer dizer, só essa tecnologia gerada, esse avanço permitiu a ocupação dessas áreas até então inaproveitadas.
Eu vi o esforço lá, nos Cerrados do Piauí, para incorporarmos as atividades econômicas e a geração de riqueza. Hoje, nós temos, por exemplo, no Piauí, 5,5 milhões de toneladas de grãos. Nós temos um pouco mais na região de Balsas, no Maranhão, e na região em torno de Barreiras, também uma grande produção, que, no meu entendimento, chega a quase 20 milhões de toneladas de grãos, graças à Embrapa, graças ao Centro Nacional de Soja e à nossa instituição, à época, uma unidade em âmbito estadual.
Entre outros destaco, com menor alcance, em termos de volume, mas de inegável impacto de resultados que levaram a, por exemplo, a inclusão de novos produtos na pauta das exportações brasileiras, a exemplo do nosso feijão, o feijão caupi, e também o mungo e o mel orgânico. Também a Embrapa trabalha cultivos de agricultores, como a agricultura familiar, a média agricultura e agricultura comercial, que é o que nós temos de mais avançado no Brasil e no mundo.
Nós chegamos a um grau de desenvolvimento tecnológico do nosso agronegócio invejável. Parece-me que nós estamos alimentando quase um bilhão de pessoas no mundo e temos muito mais condições de avançar nisso, apesar de também nós ainda termos problemas relacionados à desigualdade entre as pessoas, às desigualdades entre as regiões e também à desigualdade de renda, a má distribuição da renda e da riqueza nacional.
Ouso garantir a todos os presentes que o nosso país deve se orgulhar muito por ter em seu território uma empresa desse porte, com tamanha experiência e reconhecida capacidade.
Na década de 70, a agricultura se intensificava no Brasil e no mundo. O crescimento acelerado da população, da renda per capita e da abertura para o mercado externo mostravam que sem investimentos em ciências agrárias, em pesquisas e inovação, o país não conseguiria reduzir o diferencial entre o crescimento da demanda - nós todos sabemos que nós chegamos a importar produtos da base alimentar da população - e da oferta de alimentos. E hoje nós geramos o superávit que está alimentando uma parte significativa do mundo.
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Felizmente, em 1974, foram criados pela Embrapa os primeiros centros nacionais por produtos: o Centro Nacional de Pesquisa do Trigo, em Passo Fundo, que é do nosso estimado e querido Senador Lasier; e de arroz e feijão em Goiânia - à época, não existia o Estado do Tocantins; o de gado de corte, em Campo Grande; o de seringueira em Manaus; e, posteriormente, o centro nacional de pesquisas do Meio-Norte, Piauí e Maranhão, e outros centros importantes.
Daí, Lasier, Chico Rodrigues, Izalci, tem uma preocupação muito grande com a Embrapa e o destino da Embrapa. Presidente Celso Moretti, eu creio que nós podíamos dedicar o próximo ano, quando nós celebrarmos os 50 anos da Embrapa, a uma discussão sobre a Embrapa e o que ela fez nesses primeiros 50 anos. Por quê? Quando a gente fala que foram criados, e a Embrapa hoje tem 43 centros nacionais de pesquisa, incluindo centros de recursos... Aqui nós conhecemos neste instante a Chefe do Cenargen. E a experiência que eu tive à época e tenho ainda, eu creio que nós temos que...
Essa questão do financiamento da pesquisa. A gente vê hoje em todas as áreas, na educação, na saúde, na ciência e tecnologia, o trabalho da Embrapa. Nós temos ainda, meus colegas aqui da Embrapa, os "embrapeanos", e as autoridades, um problema no Semiárido do Nordeste, que tem uma precipitação pluviométrica de 10%, ou seja, em torno de, em determinadas regiões do semiárido, de 450 a 500mm por ano, enquanto lá no trópico úmido, na nossa Floresta Amazônica, nós temos precipitação que chega a 5 mil milímetros/ano, que é uma área que nós não conhecemos.
Eu e o Lasier tivemos uma missão que nós fizemos lá, eu acho que foi em 2017, em que nós fomos até São Gabriel da Cachoeira, mais de uma hora de voo de Manaus para lá. Uma imensidão, uma floresta imensa, que nós não conhecemos. E é um desafio - é um desafio! E fui a Maturacá, na fronteira com a Venezuela. Então, isso é uma responsabilidade nossa, Lasier, Chico Rodrigues e nosso querido Izalci, sobretudo, e do ex-Senador Rollemberg, que passou por esta Casa.
Não tem um país no mundo com a riqueza do nosso país, não existe. Pode fechar as fronteiras deste país com seus 213 milhões que tem como viver e bem, buscando a justiça social, a melhor distribuição da renda e da riqueza.
Eu já estou na parte aqui final.
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Essa empresa mantém historicamente um intenso programa de cooperação científica com várias instituições no mundo. Inclusive eu participei como administrador de pesquisa. Eu não fui um pesquisador de campo propriamente dito, mas fui e aprendi muito, muito na Embrapa.
Inclusive, aqui me faz lembrar o que representou, dentre outros grandes diretores que a Embrapa teve e tem ainda, o nosso Eliseu Roberto de Andrade Alves. Ele foi um grande Presidente da Embrapa, juntamente com os diretores, e fez, juntamente com Alysson Paolinelli e muitos outros ministros da agricultura, essa reforma que nós estamos... Aliás, fizeram esse grande avanço da ciência e da tecnologia agropecuária que nos permite hoje esse excesso de produção, quando eu me lembro que tínhamos uma dependência muito grande de importação de produtos da nossa cesta básica alimentar, podemos assim dizer.
A Embrapa é criativa em vários formatos que não implicam infraestrutura física, por intermédio do desenvolvimento de projetos e pela presença, por tempo determinado, de pesquisadores em instituições de pesquisa parceiras, reduzindo-se custos e utilizando-se de estrutura já existente, dando assim mais dinâmica à cooperação.
Eu vi o esforço na minha época. Quase 2 mil profissionais da área de ciências agrárias tiveram a oportunidade, com recursos do Banco Mundial, de cooperação técnica e, sobretudo, também financeira e recursos que aportaram a essa instituição que nascia e não podia se desenvolver e permanecer como ela é hoje sem os investimentos feitos com seus pesquisadores, dos recursos humanos em nível de mestrado, doutorado e pós-doc.
E a gente sente que muitos estão se aposentando, muitos jovens ainda. E no meu entendimento, poderiam dar uma contribuição muito grande. Quando eu fiz agronomia, fiz direito também e curso de pós-graduação em planejamento e desenvolvimento econômico, vi um grande pesquisador na Universidade Federal do Ceará, um pesquisador mesmo, se aposentar e aquele armazenamento de experiências e de conhecimentos científicos ser interrompido, porque não teve sucessores.
E nós temos uma preocupação muito grande com relação aos recursos humanos do Estado brasileiro. Nós estamos numa situação em que vejo que nós temos que investir muito nessa área, porque há, eu diria, um desmoronamento do Estado instituição. Eu vejo a falta de substituição de técnicos e, no caso aqui, de pesquisadores, e a capacidade de investimento do Estado brasileiro. Daí porque, Celso Moretti, analisando o orçamento de várias instituições no Brasil de ontem e de hoje, a gente se pergunta: como será o amanhã? Eu vejo que nós temos que ter essa preocupação no próximo ano, ao celebrarmos 50 anos dessa grande instituição, que é uma das instituições que deu certo neste país. Eu vi instituição nascer aqui no Brasil e morrer, no meu período de vida, nascer e morrer. Então isso, nós avançamos muito mesmo como nação, melhorando a vida das pessoas.
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Eu tenho um testemunho a dar a respeito disso. Nas secas, na Região Nordeste, uma criança morreu, em meus braços, de fome. E hoje, não existe, quer dizer, persiste ainda a pobreza, persiste ainda a miséria, a desigualdade, mas nós temos de avançar muito mais.
Eu teria aqui mais algumas coisas a dizer. Vou concluir.
Em seu planejamento estratégico, de fato é importante, para 2030... A Embrapa trabalha com as projeções mundiais de aumento de consumo da água, de mais de 50%, de energia em 40%, de alimentos em 35%, consequências lógicas das previsões de expansão populacional e o aumento da longevidade.
Olhem o velhinho aqui. Eu tenho muitos colegas meus que se aposentaram com cinquenta e poucos anos. Eu não vou dizer a minha idade, não vou dizer aqui, mas eu tenho uma preocupação com o envelhecimento. Viu, Chico! Você está novo ainda, o Izalci, o Lasier, mas nós temos de ter um programa de envelhecimento. Vejo ali um colega nosso. Ele já levantou o braço, cabecinha branca, mas não é o velhinho da lancha não. Nós temos de ter um envelhecimento ativo, e eu estou tendo. Eu tenho 79 anos. Estou dizendo logo a minha idade. Estou Senador e trabalho mais do que muitos jovens aí, inclusive filho meu, com 38 anos. Dormir à tarde, cochilar depois do almoço, o velhinho nessa idade nunca fez. E nós temos de ter essas preocupações. Hoje eu vejo muitos idosos pobres, na periferia de Teresina, que não podem, que não têm como pagar um cuidador, a família não tem, porque um filho está em São Paulo, o outro está não sei onde. A migração, em decorrência da desigualdade regional neste País, é muito grande. E eu vejo casais, com mais de 70 anos, desassistidos. Nós temos um problema social muito importante.
Mas estou falando isso aqui porque eu creio que isso tem de ser uma preocupação de todos nós, uma preocupação é todos nós. Lasier, Chico Rodrigues, há um descrédito muito grande com relação a todos nós, Izalci, políticos. É bom a gente falar essas coisas numa oportunidade como esta. Isso aqui é a elite de um segmento importantíssimo para a economia e para a parte social do Brasil. Nós estamos assim num descrédito! Eu estou terminando o meu mandato - ouviu, Lasier -, você também. O Chico ainda tem mais 4 anos. Não é Chico? Está tranquilo, tem mais quatro anos. Mas a gente chega por aí e é um descrédito, uma desesperança no futuro, sobretudo no nosso segmento político.
Quando eu me refiro ao Estado... Eu fiz direito também, estudei teoria do Estado. Vejo uma preocupação com a crise dos Estados nacionais, todos os países. Isso tem que ser uma preocupação de todos nós. Estou falando isso, porque aqui é o cérebro das decisões, nós estamos no Brasil central, na capital do Brasil.
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A minha assessoria está pedindo para eu terminar, mas quando é que eu vou falar para vocês? Nunca mais, só agora, então não posso perder a oportunidade de dizer o que eu sinto, o que eu penso, não é? É para terminar, não é? É minha assessora.
Então vamos concluir parabenizando essa grande instituição. Devemos lutar para que ela não feneça. E jamais vai fenecer, porque ela está trabalhando dentro de um setor fundamental para a sobrevivência nossa. E nós temos uma responsabilidade pela grandeza territorial do Brasil, essa dádiva que Deus nos deu. Nós temos que buscar o equilíbrio nessas discussões maiores, muitas vezes com conotações políticas e ideológicas, mas pensando nos seres humanos, nos nossos brasileiros, na desigualdade e na busca incessante pelo nosso desenvolvimento, sobretudo pela melhoria de vida e qualidade de vida dos nossos irmãos brasileiros.
Viva a Embrapa!
E até a próxima. (Palmas.)
O SR. PRESIDENTE (Izalci Lucas. Bloco Parlamentar Juntos pelo Brasil/PSDB - DF) - Obrigado, meu Presidente Senador Elmano Férrer.
E já deu a dica: criar a Embrapa Geração 3, para resolver essas questões.
Antes de devolver a Presidência ao meu amigo... Antes de passar o vídeo institucional, como Presidente da Frente Parlamentar Mista de Ciência, Tecnologia, Inovação e Pesquisa, eu devolvo a Presidência para que eu possa fazer meu pronunciamento.
(O Sr. Izalci Lucas deixa a cadeira da Presidência, que é ocupada pelo Sr. Elmano Férrer, 2º Secretário.)
O SR. IZALCI LUCAS (Bloco Parlamentar Juntos pelo Brasil/PSDB - DF. Para discursar.) - Quero cumprimentar aqui o Presidente, nosso Senador Elmano Férrer, e, ao mesmo tempo, parabenizá-lo pela iniciativa desta brilhante sessão solene. Acho que precisamos comemorar a Embrapa não só aos 49, mas todo dia, todo mês, todo ano, porque realmente é um orgulho muito grande para nós.
Quero cumprimentar o nosso Ministro de Estado de Ciência, Tecnologia e Inovações, que é o meu querido colega Paulo Alvim; o Presidente da Embrapa, o Sr. Celso Moretti; o Presidente da Organização das Cooperativas Brasileiras, do Sistema OCB, o Sr. Márcio Lopes de Freitas.
Quero cumprimentar também aqui o Sr. Gerard, que é Embaixador da República de Trinidad e Tobago; o nosso amigo, ex-Governador e ex-Senador também, Rodrigo Rollemberg; também o representante do Ministro de Estado da Agricultura, Pecuária e Abastecimento, o Secretário de Inovação, Desenvolvimento Rural e Irrigação, Fernando Camargo; o Presidente da Agência Brasileira de Promoção de Exportações e Investimentos, Augusto Souto Pestana; a representante do Presidente da Caixa Econômica Federal e Vice-Presidente de Negócios de Varejo, a Sra. Thays Cintra; o Presidente do Sindicato Nacional dos Trabalhadores de Pesquisa e Desenvolvimento Agropecuário, Marcus Vinícius; o Chefe da Assessoria em Relações Institucionais, que foi meu Líder na Câmara quando fui Deputado, representando a Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil, nosso Deputado Nilson Leitão; e os Diretores Executivos da Embrapa, a Sra. Adriana Regina Martin, o Sr. Guy de Capdeville e o Sr. Tiago Toledo Ferreira; e também o Chefe de Gabinete da Presidência da Embrapa, Sr. Ruy Rezende Fontes; e o membro do corpo diplomático da Embaixada da República da Áustria.
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Quero cumprimentar todos os pesquisadores, todos os servidores da Embrapa, meus colegas Senadores Lasier e Chico Rodrigues - está aqui também o Paulo Rocha - e os demais colegas Senadores e Senadoras.
Guimarães Rosa, que é o nosso conterrâneo mineiro, dizia que tem horas antigas que ficaram muito mais perto da gente do que outras de recente data. Isso nos remete ao início dessa história da criação dessa instituição que ora homenageamos.
Como disse o nosso Presidente, a história da Embrapa, que hoje celebra 49 anos de existência e de excelência, é reconhecida não só no Brasil, mas em todo o mundo, mas nem sempre foi assim. Nos anos 70, como disse o Presidente, o Brasil importava alimentos e carecia de investimentos na agropecuária, que é hoje a nossa grande riqueza - se hoje temos uma balança comercial positiva, a gente deve a isso.
Foi, então, criado um grupo de estudos para definir os objetivos e funções da pesquisa agropecuária, identificar limitações, sugerir providências, indicar fontes e formas de financiamento e propor também uma legislação adequada para assegurar a dinamização desses trabalhos.
Então, em 26 de abril de 1973, no Ministério da Agricultura, foi empossada a primeira diretoria da nova empresa pública, encabeçada por José Irineu Cabral e mais um time de primeira qualidade, como foi dito: o Eliseu Roberto de Andrade Alves, que sucederia Irineu Cabral mais tarde; Edmundo de Fontoura Gastal e Roberto Meirelles de Miranda.
Esse quarteto de excelência iniciava, assim, a revolução por meio da pesquisa, da tecnologia, com a criação dos primeiros centros nacionais, como foi dito: do trigo, em Passo Fundo, como foi dito aqui por Lasier Martins; do arroz e feijão, aqui em Goiânia; do gado de corte, em Campo Grande, Mato Grosso do Sul; e também da seringueira, em Manaus, na Amazônia.
Com certeza, não foi um trabalho fácil, entretanto foi intenso, e foi justamente pelo entusiasmo e liderança desse quarteto que surgiram os grandes mestres e pesquisadores da área. Alguns ainda estão conosco, outros já partiram, mas eu digo sempre que o que fizeram será eternamente lembrado, especialmente pelo legado de conhecimento científico que deixaram às novas gerações. Em 1974, assumiu o Ministério da Agricultura o jovem o engenheiro agrônomo Alysson Paolinelli, grande mineiro que é referência para todos nós. Ele era então Secretário de Agricultura de Minas Gerais e ali havia criado o Programa Integrado de Pesquisa Agropecuária de Minas Gerais.
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Bem, essa história de lutas e conquistas ouvimos aqui no discurso do Presidente, e vamos ver muito mais ainda por esses brasileiros pioneiros e pelo nosso indicado ao Prêmio Nobel, Paolinelli, que criaram e abraçaram a Embrapa. Eles não só nos orgulham internamente, como também são homenageados em todo o mundo.
Mas, ao celebrar os 49 anos de história e sucesso, nós precisamos, acima de tudo, ficar alertas e não deixar que nada, em hipótese alguma, possa minar, ou até destruir, essa conquista que tanto trabalho nos custou e que é motivo riqueza e orgulho em nosso país. Por isso, senhoras e senhores, eu quero aqui levantar alguns pontos.
Ao assumir a cadeira na Câmara dos Deputados e aqui no Senado Federal, eu tive a honra e o trabalho de participar, junto aos colegas Parlamentares, da luta, aqui no Congresso, pelo reconhecimento e pelo compromisso com o papel preponderante da ciência, da tecnologia e da inovação, representados aqui pela Embrapa ao longo desses 49 anos.
Essas lutas foram importantes para a continuação do trabalho e para a evolução da agropecuária brasileira e, para ficarmos alertas, eu quero aqui relembrar um momento de aflição, de luta e de conquistas, entre tantas outras.
Eis uma aflição: a Embrapa Cerrados, aqui do Distrito Federal. As terras das pesquisas seriam eliminadas e se tornariam um assentamento popular por obra de governos lá atrás, aqui do DF. Seria assim: os campos experimentais da Embrapa, de mais de 30 anos de pesquisa, se tornariam então assentamentos e casas populares. O Governador de então considerou o espaço de mais de 40 anos de pesquisa como terras ociosas. Ali, naquele solo, pesquisas das mais importantes do país seriam eliminadas. Fizemos um trabalho hercúleo na Câmara com o apoio total aqui do Senado e, ao final, impedimos que essa ideia esdrúxula pudesse eliminar o trabalho gigantesco de quase 40 anos de pesquisa, tecnologia e inovação em todo o Brasil. Salvamos.
Agora, eis um momento de luta: avisado da falta de recursos para a Embrapa, apresentei uma emenda ao projeto de lei do Plano Plurianual (PPA), para aumentar os recursos da instituição em mais de 1,4 bilhão, e conseguimos aprovar a emenda da Lei Orçamentária (LOA), para ser usada no período de 20 até 23 no Programa de Pesquisa e Inovação em Agropecuária, junto com outros programas do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento. Aprovamos.
Eis um momento de conquista. Agora é um momento de conquista tão difícil que, enfim, vai se tornar realidade: é o FNDCT, que trata do Fundo Nacional de Ciência, Tecnologia e Inovação. Houve a aprovação da lei de minha autoria com veto. Houve a derrubada do veto sobre o contingenciamento desses recursos destinados a ciência, tecnologia, inovação e pesquisa.
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Para se ter uma ideia desses valores: entre 2016 e 2020, o fundo arrecadou R$18 bilhões, mas cerca de R$13 bilhões deixaram de ser investidos, ou seja, foram contingenciados, ou seja, não fizemos o que deveríamos fazer para chegarmos à posição de países importantes no mundo. Mas, com essa aprovação, a ciência, a tecnologia, a pesquisa e a inovação no Brasil vão começar a fazer a diferença. Conquistamos.
Outra coisa que considero importante: a importância, percebida pelo Governo local, de avança em investir na tecnologia em Brasília, onde a gente tem as fundações de amparo à pesquisa. Eu fui secretário por dois mandatos e me apaixonei pela ciência e tecnologia, que praticamente não conhecia. Sou contador, sou auditor, professor de matemática, mas, quando fui secretário, em 2004, lançamos - Rodrigo Rollemberg, você lembra? - o Parque Capital Digital.
Mas, aqui em Brasília e em alguns estados, nós só temos política de governo, nós não temos política de Estado. E cada governo que entra - aqui no DF não há tradição de reeleição - acaba com tudo e começa tudo de novo. Então, é preciso haver políticas públicas, precisamos popularizar a ciência e a tecnologia, as pessoas precisam entender o que é isso. Popularizar.
Quando fazíamos aqui o governo nas cidades, eu disse: nós vamos fazer um dia de governo na ciência e tecnologia. Fomos, inclusive, à Universidade de Brasília e, depois, à Embrapa e fizemos um evento para que todos os secretários, todo o governo, pudesse conhecer a questão de ciência e tecnologia. Tive diversos editais. Compramos, inclusive, dois aparelhos dos mais modernos do mundo, um sequenciador de DNA. Está aí o sequenciador, que é utilizado pelas universidades, pela Polícia Civil e por outros.
Finalizo aqui, não quero estender muito o meu pronunciamento, com as palavras do filósofo Ralph Emerson: a recompensa de uma coisa bem-feita é tê-la feito. Isto é, de fato, o maior legado da Embrapa: fez e faz a coisa bem-feita!
Viva a Embrapa! Que a gente possa comemorá-la por muitos e muitos anos!
Obrigado. (Palmas.) (Pausa.)
O SR. PRESIDENTE (Elmano Férrer. Bloco Parlamentar Unidos pelo Brasil/PP - PI) - Vamos ter agora a apresentação de um vídeo institucional.
(Procede-se à exibição de vídeo.)
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O SR. PRESIDENTE (Elmano Férrer. Bloco Parlamentar Unidos pelo Brasil/PP - PI) - Nós vamos prosseguir a nossa sessão.
Temos vários oradores inscritos, inclusive aqui na Mesa, e autoridades.
Também temos aqui os Senadores presentes. Já falou o Izalci e nós temos mais quatro Senadores. Então vou alternar. Vou chamar uma autoridade e um Senador.
Então gostaria de conceder a palavra, pela ordem do primeiro inscrito, ao Sr. Fernando Camargo, Secretário de Inovação, Desenvolvimento Sustentável e Irrigação do Ministério da Agricultura.
Em seguida, concedo a palavra ao nosso Senador Chico Rodrigues.
O SR. FERNANDO CAMARGO (Para discursar.) - Eu gostaria de cumprimentar o nosso Presidente, Senador Elmano; cumprimentar a Mesa, o Senador Heinze; cumprimentar o Márcio, Presidente da OCB; meu amigo, Ministro Paulo Alvim; e o nosso Presidente Celso Moretti, com quem tenho o privilégio e a honra de estar junto no Conselho de Administração dessa empresa que engrandece o Brasil. Parabéns, Celso! Na sua pessoa, eu gostaria de cumprimentar toda a diretoria colegiada que está aqui presente hoje, o Tiago, o Guy, a Adriana. Todos os colegas da Embrapa, e eu me sinto, esse é o adjetivo "embrapeando", porque já estou lá no Conselho há três anos e acompanho essa empresa diariamente.
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Gostaria de cumprimentar também o ex-Senador Rollemberg, nosso ex-Governador; o Nilson Leitão, meu amigo; o Senador Lasier; o Augusto Pestana, Presidente da Apex; e todas as demais autoridades aqui presentes hoje.
Eu quero dizer para vocês que a Embrapa é uma empresa que fez uma mudança no Brasil, e isso não é pouco. É difícil uma empresa pública que a gente possa nomear com esse atributo, que mudou o seu país e mudou a história do Brasil. Como já foi dito aqui no vídeo, na fala das pessoas que me antecederam, o Brasil realmente era um importador de alimentos e não aproveitava as suas imensas vantagens comparativas, territoriais, de solo, de água, de clima, enfim, de todas as condições para ser um líder no agro mundial. E graças à Embrapa, Celso, graças ao trabalho de cada um de vocês que representam essa imensa corporação de oito mil empregados públicos, nós fizemos essa mudança, e o Brasil e o mundo reconhecem.
Eu digo o mundo, porque eu tenho oportunidade de viajar por aí e quando se fala em Embrapa, a gente já recebe um sorriso em contrapartida e uma proposta de parceria - não é isso, Celso? - o tempo todo. Então, o mundo reconhece o trabalho da Embrapa.
A Embrapa ajudou a fazer revolução no solo brasileiro, na década de 1970, especialmente aqui no Cerrado, com calcário, a revolução do calcário. Nós planamos o nosso solo produtivo. A Embrapa ajudou a fazer a revolução da biotecnologia, que está hoje cada vez mais importante por conta da crise de fertilizantes. A Embrapa ajudou os sistemas de produção integrada, integração lavoura, pecuária e floresta, a fixação biológica de nitrogênio. Eu poderia elencar aqui um sem-número de tecnologias que o mundo adota, que o Brasil adota e que revolucionou o agro brasileiro.
Agora, eu queria dizer o seguinte, Celso e demais colegas da Embrapa, quais serão os nossos desafios para os próximos 50 anos? A Embrapa vai ser cobrada por isso. O Brasil espera muito dessa empresa, porque a barra é muito alta. Fez tudo isso, e agora? Eu tenho certeza de que a Embrapa vai continuar ajudando o Brasil e o mundo, vai fornecer alimentos para 800 milhões de pessoas, vai diminuir a fome no mundo, vai baratear o alimento e vai trabalhar certamente no rumo de uma agricultura mais sustentável, de baixa emissão de carbono.
Então, o dia de hoje é um dia de se comemorar e é um dia também de pensar o que vem pela frente. Eu acho que os desafios postos para a Embrapa são imensos, mas eu tenho certeza de que ela nunca vai fugir à luta e vai conseguir resolver todos eles.
Muito obrigado a todos.
Parabéns à Embrapa, parabéns ao Brasil!
Obrigado.
O SR. PRESIDENTE (Elmano Férrer. Bloco Parlamentar Unidos pelo Brasil/PP - PI) - Concedo a palavra ao nosso colega, Senador Chico Rodrigues, Senador por Roraima.
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O SR. CHICO RODRIGUES (Bloco Parlamentar União Cristã/UNIÃO - RR. Para discursar.) - Sr. Presidente do Senado da República e do Congresso Nacional, Presidente Rodrigo Pacheco, que é a nossa referência; meu caro colega e amigo, Senador Elmano Férrer, que propôs e preside esta sessão; meu caro Senador Izalci, que se ausentou neste momento; Senador Paulo Rocha; Senador Lasier Martins; Senador Luis Carlos Heinze; ex-Senador Rodrigo Rollemberg, que se encontrava presente nesta sessão; meu caro Presidente Celso Moretti, da Embrapa, que tem desempenhado um relevante trabalho à frente dessa briosa instituição; Ministro Paulo César Alvim, do Ministério da Ciência e Tecnologia; Presidente da OCB, Márcio Lopes de Freitas; amigo Nilson Leitão, expressão da agropecuária nacional; autoridades presentes; amigos e amigas da Embrapa.
Eu iniciaria falando aqui de um tema que, às vezes, assusta e inquieta os servidores da Embrapa: uma tal história de alguns que tentam desidratar a Embrapa falando em privatização. Esqueçam! Deviam ter como referência uma frase bem popular que diz: "Em time que está ganhando não se mexe", investe-se nele cada vez mais. Esqueçam privatização da Embrapa! A Embrapa é um patrimônio nacional. Esse é o meu sentimento inicial.
Em meados de 2021, li sobre experimentos que a Embrapa fazia com a produção do trigo tropical no Cerrado brasileiro. Mais uma vez, a Embrapa surpreendia o Brasil com suas pesquisas sobre expansão da nossa fronteira agrícola e uso de terras antes impensadas para produzir alimento para o nosso consumo e para o do mundo.
Imediatamente procurei a Embrapa Cerrados, na figura do Dr. Sebastião Pedro, e o seu quadro de eficientes técnicos para levarmos o trigo para Roraima. No nosso estado, a Embrapa é coordenada pelo Superintendente Pesquisador Dr. Edvan, que, juntamente com sua equipe, tem desenvolvido um belo trabalho à frente dessa instituição. Algo antes impensável começava a tomar corpo com os experimentos que estamos fazendo no estado mais setentrional do Brasil, o meu Estado de Roraima.
O Brasil produz atualmente algo em torno de 7 milhões de toneladas de trigo, mas consome o dobro disso. Por isso, somos um dos maiores importadores de trigo do mundo e dependentes dos produtores mundiais para nos alimentar. A China, por exemplo, produz vinte vezes mais trigo do que nós; a Rússia, dez vezes mais; e a Ucrânia, quatro vezes mais, o que deverá ser reduzido drasticamente em função dessa crise no Leste Europeu. Ocupamos um distante 16º lugar na produção mundial do trigo.
Graças à Embrapa, essa realidade está mudando: novas variedades de trigo foram desenvolvidas e adaptadas para o cultivo de áreas em que até há bem pouco tal plantio não era sequer cogitado. Hoje em dia, além das variedades tradicionais para as regiões mais frias, como Rio Grande do Sul, Santa Catarina e Paraná, já desenvolvemos a biotecnologia necessária para o plantio de trigo nas áreas mais quentes e secas do nosso Cerrado.
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Roraima é um Estado singular. A maior parte do seu território fica no Hemisfério Norte, acima da Linha do Equador. Temos quase 2 mil quilômetros de fronteiras internacionais com a Guiana e com a Venezuela e contamos com centenas de milhares de hectares de Savanas - o Cerrado roraimense -, a que chamamos de Lavrado.
Fruto de uma iniciativa minha, desde o final do ano passado, a unidade da Embrapa em Roraima, em conjunto com a Embrapa Cerrado, sediada em Brasília, e a Embrapa Trigo, em Passo Fundo, no Rio Grande do Sul, estruturou uma rede de pesquisa para encontrar uma melhor solução para o cultivo de trigo em nosso estado. Essa experiência tem meu apoio e incentivo, acompanho-a de perto e aloquei recursos em emendas parlamentares do Orçamento para atender à Embrapa no desenvolvimento dessa pesquisa.
Graças às pesquisas que estamos fazendo em Roraima, vamos transformar o Lavrado de Roraima, com seus quase dois milhões de hectares, em um grande produtor de trigo, para levar o pão para a população do Norte e para a população do Brasil. "Deus quer, o homem sonha, a obra nasce.", dizia Fernando Pessoa. Deus quer, o homem sonha e a Embrapa torna realidade.
Peço aos senhores para pensar no significado desta ação da Embrapa, neste momento em que a fome aumenta em todo o mundo, em função dos graves eventos negativos por que estamos passando. A Embrapa dá esse passo fundamental para alimentar a nossa população.
É difícil mencionar a importância da Embrapa para Roraima. Na década de 1980, quando sua primeira unidade foi inaugurada por lá, sob o comando de pioneiros como os Drs. Erci de Morais, Oscar Nogueira e Daniel Gianluppi, mal produzíamos carne de boi e farinha de mandioca - todo o resto era importado. Hoje, graças ao empenho dos pesquisadores e técnicos agrícolas da empresa, já temos: soja, milho, feijão e arroz adaptados à região. A nossa agricultura familiar é cada vez mais forte na produção de: cacau, açaí, castanha-do-brasil, banana, cupuaçu, graviola, maracujá, café, urucum, guaraná, pimenta-do-reino, citrus, leite, mandioca, cana-de-açúcar e tucumã, entre outros produtos, fruto das pesquisas realizadas por essa importante instituição brasileira.
Hoje, devido ao trabalho dedicado da Embrapa, aos investimentos feitos em ciência, à atuação em rede das instituições, ao empreendedorismo do agricultor brasileiro e à adoção de boas práticas no campo, temos uma variedade de opções de consumo com grande redução dos custos com alimentos e nas exportações.
O Brasil é hoje referência em ciência, tecnologia e inovação para a agricultura e um dos maiores produtores de alimento do mundo, capaz de exportar para cerca de cento e setenta países. Posso afirmar com tranquilidade que somos hoje o celeiro do mundo e ainda muito se espera dos campos brasileiros.
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Como fruto do trabalho da Embrapa, conseguimos dobrar a produção de café nos últimos 20 anos; aumentar em mais de 500% a produção de grãos, com o aumento de apenas duas vezes na área plantada; aumentar em 7 vezes a produção de leite, em 60 vezes a produção de carne de frango, em 100% o rebanho bovino, com diminuição relativa da área de pastagem, em 140% a produtividade do setor florestal, em 240% a produção de trigo e milho e em 315% a produção de arroz.
Os brasileiros e brasileiras mais jovens, que nasceram no Brasil - um país que ano após ano é destaque mundial na produção de alimentos; que alimenta praticamente um quinto da população mundial; cujas boas notícias costumam vir do campo, do vigor da atividade agropecuária; cuja economia depende, cada vez mais, de sucessivos superávits comerciais decorrentes da tal "âncora verde" fincada pelo homem do campo -, esses jovens, não conheceram a escassez de alimentos dos anos 60, os conflitos decorrentes e a importância do trabalho da Embrapa para a superação dessa escassez e a paz no campo. Muitas vezes, vejo jovens discursando contra a expansão agrícola, com quepstões ambientais, ecológicas, enfim, contra a produção de fertilizantes e o uso de agrotóxicos. Eles hoje estão neste mundo porque seus pais puderam se alimentar em decorrência dos avanços que fizemos nos últimos 50 anos. Esses jovens, muitas vezes, desconhecem o Brasil em que cresceram seus pais e seus avós.
Isso é apenas, minha gente, para uma reflexão.
Meus amigos, falar do sucesso da Embrapa sem mencionar Alysson Paolinelli, assim como os Presidentes Irineu Cabral e Eliseu Alves, entre outros, que merecem o nosso respeito e a nossa lembrança...
Esse brasileiro Alysson Paolinelli, com cuja amizade eu tenho o prazer de conviver por mais de 30 anos, foi Ministro da Agricultura de 1974 a 1979, no alvorecer da Embrapa. Falar na agricultura sem se referir a Alysson Paolinelli é como ir a Roma e não ver o papa. Paolinelli modernizou a Embrapa, incentivou a pesquisa, a ciência e a tecnologia na área agrícola. Posso afirmar, com tranquilidade, que a história de Alysson Paolinelli, que promoveu a grande Revolução Verde no Brasil, se confunde com o sucesso dessa instituição relevante do nosso país.
Por esse motivo, requeri e presidi sessão especial aqui, neste Senado, que homenageou o Dr. Paolinelli, indicado ao Prêmio Nobel da Paz em 2021 por suas consideráveis lutas e contribuições para a promoção da Revolução Verde no Brasil, que resultaram no aumento da segurança alimentar de nosso país e do mundo e reduziram conflitos no campo.
Como engenheiro agrônomo que sou e militante na área, produtor rural, minha história se confunde, guardadas as devidas proporções, com a história dessa instituição. O sucesso da empresa faz parte da nossa vida.
Parabéns à nossa gloriosa Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária, que completa 49 anos com tantas façanhas em seu invejável currículo! Mais do que parabéns, o meu muito obrigado por tudo o que fizeram e, com a graça de Deus, ainda farão por nós e pelo Brasil.
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O aniversário da Embrapa é um presente para todos nós brasileiros!
Novos desafios, Presidente Moretti, nos esperam. Ainda precisamos realizar a inclusão produtiva e reduzir as desigualdades no campo, precisamos nos antecipar às mudanças climáticas já em curso, precisamos tornar nossa produção agropecuária cada vez mais verde e sustentável e não podemos descansar enquanto houver brasileiros com a panela vazia e sem comida na mesa. E lá já são mais de 15 milhões de brasileiros!
Também não podemos descansar enquanto o Governo não alocar os recursos devidos para a Embrapa. A Embrapa precisa contratar pesquisadores, ampliando o seu quadro funcional, e também recursos para ampliar as suas pesquisas.
Se formos capazes de olhar para o futuro, para os próximos 50 anos, com a mesma clarividência e a mesma coragem que tiveram os nossos compatriotas na década de 70, como fez Alysson Paolinelli e tantos outros, conseguiremos antever e estimular novas revoluções verdes - revoluções que serão absolutamente necessárias para alimentar o Brasil e o mundo e que só conseguiremos realizar preservando a excelência científica e a capacidade técnica da Embrapa.
A propósito, ontem nós tivemos uma reunião da FPA, presidida pelo nosso Presidente Rodrigo Pacheco, que tratou de três temas extremamente relevantes e atuais, fundamentais para o desenvolvimento da economia brasileira partindo do campo, que é de conhecimento de todos vocês: o primeiro foi sobre o projeto de regularização fundiária; o segundo, de licenciamento ambiental; e o terceiro, o projeto dos pesticidas.
O Presidente se comprometeu em acelerar a aprovação desses projetos aqui nesta Casa para que nós possamos expandir a nossa atividade. Não adianta nós termos pesquisas no nível da Embrapa e não podermos, na verdade, quebrar essas resistências nessas três áreas a que me referi e precisamos também de um plano estratégico de segurança alimentar, porque nós sabemos, na verdade, que é importante para a vida brasileira. Nós estamos vivendo, como já falei anteriormente, uma situação difícil, com mais de 15 milhões de brasileiros com problemas de déficit alimentar.
Então, Sr. Presidente, meu caro Senador Elmano Férrer, que preside esta sessão, o nosso querido "velhinho trabalhador", eu gostaria de dizer a V. Exa. - que, na verdade, é uma das expressões da Embrapa e cuja história se confunde também com a da Embrapa - que foi muito importante, foi em bom momento a convocação desta sessão e até sugeriria que todos os anos essa sessão realmente fosse realizada para mostrar cada vez mais a importância da Embrapa e afastar o fantasma dessa privatização que alguns falam, talvez por outros interesses que não os do Brasil, nem dos brasileiros.
Portanto, parabéns a todos vocês, principalmente aos servidores, aos técnicos, aos cientistas da Embrapa porque, na verdade, vocês, nesse século passado e neste próximo século, haverão de dar muito orgulho ainda ao nosso Brasil.
Muito obrigado. (Palmas.)
O SR. PRESIDENTE (Elmano Férrer. Bloco Parlamentar Unidos pelo Brasil/PP - PI) - Nós temos seis oradores inscritos de autoridades aqui presentes também à mesa e mais quatro Senadores inscritos, ou seja, dez oradores.
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Eu me excedi no tempo - o tempo reservado para mim eram dez minutos e cinco minutos para os demais oradores -, então eu vou dar o mesmo tratamento, cinco minutos mais cinco, mas não tem problema. Podem exceder porque nós respeitamos o tempo de cada um e de cada qual.
Tenho a honra de convidar o nosso Marcus Vinicius Vidal, que é Presidente do Sindicato Nacional dos Trabalhadores de Pesquisa e Desenvolvimento Agropecuário.
Concedo a palavra V. Sa. (Palmas.)
O SR. MARCUS VINICIUS SIDORUK VIDAL (Para discursar.) - Bom dia a todos e todas. Em nome do Sindicato Nacional dos Trabalhadores e Trabalhadoras de Pesquisa e Desenvolvimento Agropecuário (Sinpaf), cumprimento o Senador Elmano Férrer, propositor desta sessão solene, V. Exas. Parlamentares e as demais autoridades aqui presentes. "Embrapeanas" e "embrapeanos", meus cumprimentos.
Primeiramente, gostaria de registrar o agradecimento a esta Casa por garantir nesse espaço de homenagem aos 49 anos da Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária, a Embrapa, a presença nesta sessão do representante legítimo de todos os trabalhadores e trabalhadoras dessa empresa, o Sinpaf.
Em 2013, nove anos atrás, uma figura emblemática para esta Casa subiu nesta tribuna para prestar sua homenagem à Embrapa por conta dos 40 anos de criação da empresa. Naquela ocasião, o ex-Senador Pedro Simon, a figura política à qual me refiro, fez um discurso que permanece adequado e atual. E, por isso, o usei como referência para reflexão neste dia de homenagem.
Começava assim seu histórico discurso:
Sempre que falarmos de empresas que são marcas de nosso País perante o mundo, a Embrapa tem que estar entre as primeiras citadas [isso é fato], por tudo que ela representa. A Embrapa é sinônimo de modernidade, é sinônimo de avanço, mas é sinônimo também desse Brasil, que é rural, complexo, multifacetado, heterogêneo, desigual.
O ex-Senador declarou ainda:
Existem instituições brasileiras que são emblemáticas para a nossa soberania, são verdadeiros símbolos nacionais, como a bandeira e o hino. Nesse quesito [disse ele], as instituições frequentemente citadas são o Banco do Brasil e a Petrobras. Não é à toa que, por exemplo, sempre que vêm à tona desejos políticos de privatizar essas duas instituições, a resposta é o grito pela soberania nacional, ao som do hino e sob a proteção da bandeira [enfatizou Simon]. Eu não tenho dúvida da necessidade de incluir a Embrapa nesse rol de instituições emblemáticas e grandes símbolos nacionais da nossa soberania [completou o ex-Senador].
Eu, Sinpaf, pergunto a vocês, Excelências, senhoras e senhores, por que a Embrapa precisa ser valorizada e fortalecida? Porque ela gera conhecimento. É um tipo de conhecimento que é a argamassa mais importante na defesa da nossa soberania e na construção do futuro; um conhecimento que pode permitir ao Brasil ajudar a acabar com o maior fracasso da história da humanidade: a fome.
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Não há como continuar com tantos famintos em um país que tem todos os microclimas do planeta. Nesse sentido, ter uma empresa que possa ajudar a equacionar a insegurança alimentar do país, quiçá mundial, é ter um instrumento estratégico para enfrentamento desse problema. Daí a responsabilidade da Embrapa, que traz no próprio nome a expressão "empresa brasileira", como disse Simon; uma estatal a serviço da população brasileira, financiada com recursos públicos, que assim precisa permanecer: protegida das pressões do mercado e do lucro, atores esses que não se movem pelo melhor encaminhamento da geração do conhecimento, como é sabido.
Ao longo desses 49 anos, senhoras e senhores, a Embrapa esteve presente em cada supersafra colhida e exportada neste país. Hoje precisa atuar com mais veemência...
(Soa a campainha.)
O SR. MARCUS VINICIUS SIDORUK VIDAL - ... para a melhoria das formas de produção dos agricultores familiares, para colocar, com fartura, na mesa do brasileiro, o feijão e o arroz nossos de cada dia. Diga-se de passagem, ultimamente importados.
A Embrapa precisa reforçar a sua atuação em projetos voltados a diminuir a contaminação dos alimentos e as agressões ao meio ambiente.
É preciso dizer que nessa trajetória de 49 anos, muitas vezes a Embrapa - digo, seus profissionais - precisou resistir bravamente às tentativas de desmonte e sucateamento, tentativas essas frequentemente justificadas por narrativas de otimização e melhoria operacionais, mas que, no fundo, são apenas falácias produzidas com a caneta da arrogância, em escritórios distantes de onde a Embrapa realmente pulsa: os campos experimentais, laboratórios e no dia a dia dos profissionais, comprometidos e preocupados com a empresa.
Nessas ocasiões, foi e será preciso ecoar o grito pela soberania nacional, ao som do Hino e sob a proteção da Bandeira. Continuaremos a resistir.
Finalizo minha fala reforçando o que foi dito pelo ex Senador Pedro Simon.
Eu [...] tenho por mim que a Embrapa é a instituição que, por excelência, poderá subsidiar, em muito, com o conhecimento que ela gera, o grande debate, mais do que necessário, sobre que país nós queremos. O país para quem queremos dispensa maiores discussões. [...] O país que queremos tem que ser, necessariamente, para todos os brasileiros. [...] Evidentemente que, se queremos um país para todos os brasileiros [e brasileiras] em um contexto ainda de milhões de [...] [brasileiros] na fome ou próximos dela, a agricultura familiar deve continuar merecendo prioridade absoluta na pesquisa [...].
[...]
Por isso, o meu voto de louvor à Embrapa [...]. Mas [...] mais que isso, a minha esperança de que, no tempo que virá, ela possa continuar a contribuir, em muito, para a construção do País que queremos, evidentemente, sem fugir de uma realidade internacionalizada, globalizada, mas que essa mesma realidade seja democrática, em um País que possa sustentar a sua soberania e melhor distribuir as suas riquezas.
Pelo nível de excelência que a Embrapa alcançou [...], ela pode, para a próxima década e para o futuro do País, optar entre dois caminhos. Caminhos excludentes a meu ver: ou buscar o reconhecimento mundial globalizado, mas não necessariamente voltado para as nossas necessidades mais prioritárias, ou utilizar [...] [o conhecimento que acumulou], mais o que ela continuará a gerar, para sedimentar o País que todos nós queremos verdadeiramente construir.
Eu estou certo de que a Embrapa optará pelo segundo caminho. Daí, quando ela completar 50 anos, não estaremos aqui apenas homenageando a Embrapa, mas celebrando um País [muito] mais justo e soberano, exatamente porque as instituições públicas brasileiras, tendo a Embrapa como símbolo, terão alcançado o nosso objetivo mais importante: a construção da verdadeira cidadania.
Essa é a luta do Sinpaf.
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Aproveito a oportunidade para agradecer aos Parlamentares desta Casa pelas emendas destinadas à nossa empresa, determinantes para a sobrevivência da pesquisa agropecuária como atividade eminentemente pública.
Muito obrigado. (Palmas.)
O SR. PRESIDENTE (Elmano Férrer. Bloco Parlamentar Unidos pelo Brasil/PP - PI) - Concedo a palavra, agora, ao nobre Senador Paulo Rocha, que fez uma permuta com o Lasier. Ou não? Vou me informar aqui. Um momento. (Pausa.)
Meu estimado Senador Lasier, o assessor está dizendo que houve um acordo entre vocês. Mas, pela ordem de inscrição, é V. Exa. E, em seguida, após uma autoridade, o nosso Paulo Rocha usará a palavra.
Portanto, nosso estimado Lasier, que representa o Estado do Rio Grande do Sul, concedo a palavra a V. Exa.
O SR. LASIER MARTINS (Bloco Parlamentar Juntos pelo Brasil/PODEMOS - RS. Para discursar.) - Eu peço desculpas ao meu prezadíssimo colega Paulo Rocha, porque estão me chamando lá no Congresso, que está em votação de vetos. Só por isso eu não concedo essa necessária cortesia e o respeito que tenho por Paulo Rocha. Perdoe-me meu prezado amigo.
Sr. Presidente da sessão e proponente desta sessão especial, Senador Elmano Férrer; Sr. Ministro de Ciência e Tecnologia, Paulo Alvim; Sr. Presidente da Embrapa, Celso Moretti... Enfim, são tantas as autoridades aqui presentes, já citadas pelo cerimonial e pelos colegas que me antecederam, que me dispenso de renovar a citação de todos, mas peço licença para citar os Chefes das unidades da Embrapa do meu Estado que estão aqui: Adeliano Cargnin, da Embrapa Uva e Vinho; Fernando Cardoso, da Pecuária Sul; Jorge Lemainski, da Embrapa Trigo; Roberto Cardoso, da Embrapa Clima Temperado.
Senhoras e senhores, muito já foi dito aqui sobre a Embrapa, mas é evidente que não foi dito tudo, nós precisaríamos de muitas sessões. A Embrapa tem um significado extraordinário na vida de todos nós, porque ela cuida de alimentos. O Brasil é um celeiro de alimentos e precisa produzir muito mais, porque as demandas que se descortinam no mundo inteiro são imensas, e nós precisamos usar esse território agricultável que nenhum país do mundo tem igual.
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Disse bem, há pouco, aqui, o Marcus, e foi saudado pelos colaboradores, trabalhadores da Embrapa, invocando imagens ditas aqui, no passado, pelo meu brilhante antecessor Pedro Simon, quem eu tenho a honra de substituir como Senador do Rio Grande do Sul: a Embrapa é um símbolo nacional de soberania - e o é. Nós temos muito respeito, muita admiração e muita gratidão pela Embrapa. Não há quem não fale com respeito da Embrapa, por tudo que realiza, pelo conceito que conquistou.
Então, esta cerimônia de hoje, Presidente Elmano, é muito justa. V. Exa. teve muita inspiração ao propor esta sessão especial.
Saúdo também o meu colega Luis Carlos Heinze, Parlamentar dedicadíssimo à produção da agropecuária.
Então, nós estamos aqui para relembrar, para salientar, para reverenciar tudo que significa essa verdadeira instituição. Meu Rio Grande do Sul tem quatro unidades, é um dos estados que mais tem representações produtivas da Embrapa, e nós, sempre que ouvimos falar da Embrapa, temos muito respeito e agradecimento por tudo que se sabe.
São muitas e importantes as contribuições da Embrapa para o agronegócio brasileiro. Nas últimas quase cinco décadas, além do investimento em pesquisa e inovação, temos resultados concretos na balança comercial do país e na mesa dos brasileiros. Todos nós sabemos que é o sustentáculo da nossa economia a nossa produção do campo. Por isso, uma definição que encontro para a Embrapa é a definição de que é a tecnologia no campo, porque as pesquisas... E um agradecimento muito particular aos pesquisadores que aqui estão, que são os responsáveis por esta evolução, pelos produtos dos quais cuidam, da soja, do trigo, do milho, do arroz, do aprimoramento da produção da carne, de que o Rio Grande do Sul é um dos especialistas, resultado dos seus extensos campos na fronteira com a Argentina e com o Uruguai.
Temos bons exemplos também na área florestal, na pecuária, na produção de cana, todos os avanços com respeito à sustentabilidade ambiental.
Então, Sr. Presidente, encerro para ficar dentro do tempo proposto, porque tem muito mais gente que quer vir aqui a esta tribuna para exaltar essa verdadeira instituição, a Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária, em que temos alcançado tantos avanços justamente pela dedicação, pela competência dos nossos profissionais.
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A Embrapa não é uma instituição só dos senhores que estão aqui, dos diretores, dos pesquisadores, dos colaboradores, dos trabalhadores. Nós temos muito orgulho em dizer: a Embrapa é nossa, e cabe a nós zelar e exaltar essa verdadeira instituição, que está chegando ao seu cinquentenário.
Parabéns a nós!
Obrigado. (Palmas.)
O SR. PRESIDENTE (Elmano Férrer. Bloco Parlamentar Unidos pelo Brasil/PP - PI) - Nós deveríamos chamar agora, pela ordem, uma das autoridades, que seria o Sr. Nilton Leitão.
Entretanto, eu peço desculpas, porque nós estamos numa sessão do Congresso Nacional e temos que participar, razão pela qual eu convido o Líder do PT, o nosso Paulo Rocha, para fazer uso da palavra.
O SR. PAULO ROCHA (Bloco Parlamentar da Resistência Democrática/PT - PA. Para discursar.) - Obrigado, Presidente.
Minhas palavras serão rápidas. Escrevi aqui alguma coisa, mas quero falar mesmo. Primeiro, a homenagem a esta grande empresa não é apenas a homenagem à empresa em si, mas, principalmente, àqueles que fazem a Embrapa no dia a dia, do mais simples trabalhador, um tratorista (Palmas.) ... como também o mais alto dos pesquisadores, do pesquisador ou da pesquisadora.
E quero dizer para vocês, ao fazer essa homenagem, que não é qualquer uma empresa pública estatal; é uma empresa que tem a ver, como já foi dito aqui pelo meu colega anterior, com a soberania do nosso país.
Todo mundo sabe da exuberância que é o nosso país, da questão da terra, da floresta. Essas são as maiores que nós temos no nosso país. É verdade que o subsolo também é muito rico com os nossos minérios, mas da terra e da floresta é de que se trata a soberania de um povo. E algumas coisas que eu vou falar aqui e me posicionar não têm nada a ver, quando se trata de terra ou de floresta, de questão ideológica. Aqui é uma posição clara, política: se a Embrapa, como se diz, é dos brasileiros, é empresa pública, o Governo é o guardião para tratá-la assim, porque é uma conquista, é um patrimônio, que trata principalmente do nosso desenvolvimento - e todo mundo sabe do papel da terra e da questão da floresta no desenvolvimento do nosso país, seja através do grande negócio agropecuário como também do pequeno produtor rural.
O atual Governo não está tratando a Embrapa assim. O corte do orçamento, a retirada de dinheiro para pesquisa é um processo - a gente já sabe como acontece isso - de desvalorizar ou criar dificuldades para depois ser capturada por algum interesse, que sempre está de plantão.
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Então nós aqui, no Congresso Nacional, todos esses companheiros que já falaram e que ainda vão falar, como o Heinze, o Acir Gurgacz, que não está aqui, temos nos unido aqui para socorrer a nossa Embrapa, através de emendas orçamentárias, para assegurar a vida das pesquisas que estão fazendo lá, através da Comissão da Agricultura. É uma prática concreta de todos os setores. Aqui tem Senador ligado ao grande negócio rural, como também tem Senadores ligados à agricultura familiar. E todas têm cada uma a sua importância. Portanto, aqui não é polarização ideológica. O agronegócio gera divisas importantes para o país, na medida em que exporta os grãos, etc., etc. Mas a agricultura familiar também tem sua importância, porque ela é responsável por 70% da produção de alimentos - saudáveis, inclusive.
Então, Sr. Presidente, ao homenagear, também deixo a preocupação de que uma empresa como essa não pode sofrer o que vem sofrendo mais recentemente. Eu sou o Líder do PT aqui no Congresso, no Senado, o que nós fazemos com autoridade devida, porque os próprios companheiros sabem que, quando nós passamos pelo governo, foi um dos grandes momentos de maiores investimentos na pesquisa. E falo com respeito maior ainda, porque eu venho da Amazônia, porque eu sei qual é o papel da Embrapa lá, inclusive na vida do cidadão, quer seja do grande negócio, mas na vida também do pequeno.
Os companheiros da Embrapa do Pará sabem que também a gente socorre inclusive na infraestrutura. Os prédios, onde se fazem os cursos, etc., estavam caindo lá. Foi com emenda parlamentar que a gente socorreu para processar isso. Essa é a grande homenagem com que, no dia a dia, a gente defende uma empresa como essa.
Por isso eu queria render esta homenagem, homenagem principalmente aos trabalhadores, repito, do mais simples trabalhador e trabalhadora, do mais simples até o mais alto pesquisador.
E a maior homenagem que a gente pode fazer é essa, Chico, como nós temos feito no dia a dia na Comissão de Agricultura, socorrendo os orçamentos. O pessoal da Embrapa que trafega por aqui nos nossos corredores sabe dessa importância que a gente dá à nossa Embrapa.
Para terminar, Chico, você falou muito e vou dar o exemplo da Embrapa do Pará, da região. Essa produção do açaí, que agora se tornou inclusive conhecida mundialmente, vem de uma pesquisa da Embrapa de lá, que fez uma experiência. O açaí é mais da área encharcada, das várzeas. A Embrapa interveio tecnologicamente e levou para a produção em qualquer solo, através de um processo. Por isso houve esse gigantismo, e nós exportamos, inclusive, o nosso açaí para todo o mundo. E trouxe riqueza e bem-estar para o pequeno produtor, mas também para os grandes negociantes, que implantaram a chamada verticalização do açaí.
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Por fim - aqui não está o pessoal do Acre -, eu vou falar da castanha do Pará, que o pessoal briga dizendo que é do Acre. É castanha do Brasil, vamos dizer assim. Outra experiência importante foi a da transformação da produção de castanha, lá na nossa região, pela Embrapa do Pará. Normalmente - Chico, você sabe -, a castanha dá dentro da floresta em cerca de 15 anos, por aí. A Embrapa fez uma intervenção genética que mantém a mesma qualidade da produção, mas hoje já produz em 6 anos. Portanto, há possibilidade, realmente, de gerar mais riquezas. E vejam: tudo com condições autossustentáveis, respeitando o meio ambiente e aumentando a produtividade.
Esses são exemplos de que não é preciso devastar tanto assim para poder produzir e gerar riqueza para o nosso povo e para a nossa gente.
Parabéns, Embrapa!
Vida longa a todos da Embrapa! (Palmas.)
O SR. PRESIDENTE (Elmano Férrer. Bloco Parlamentar Unidos pelo Brasil/PP - PI) - Concedo a palavra ao nobre e estimado Nilson Leitão, que representa a Assessoria de Relações Institucionais da Confederação Nacional da Agricultura.
O SR. NILSON LEITÃO (Para discursar.) - Um bom-dia a todos e a todas.
É uma grande alegria e, sem dúvida nenhuma, um orgulho para todo o Brasil mais uma comemoração. E não é apenas uma comemoração, é uma vitória. Cada ano em que a Embrapa está de pé é uma vitória para o Brasil, para a agropecuária brasileira, mas, acima de tudo, para o nosso desenvolvimento sustentável. O Brasil não é apenas o agronegócio, ele é agroambiental, e a Embrapa tem muito, mas muito, a ver com isso!
Eu venho aqui hoje representando o nosso querido Presidente João Martins, da Confederação Nacional da Agricultura.
A Confederação Nacional de Agricultura tem uma relação quase umbilical com a Embrapa, com vários convênios, inclusive ontem assinamos um. E eu já agradeço, em nome da Confederação, ao nosso querido Presidente da Embrapa, Celso Moretti, e, em sua pessoa, a todos os colaboradores da Embrapa, de todos os setores, àqueles que ajudam a carregar o prédio, a pesquisa, o carro. Seja onde estiver, a Embrapa é um corpo só, em que todos, juntos, fizeram e fazem esta diferença!
Cumprimento o Senado Federal na pessoa do nosso Senador Elmano, que é autor também do requerimento desta sessão especial; o nosso Ministro Paulo Alvim; o nosso querido Márcio Lopes, Presidente da OCB, que ontem fez o grande lançamento da agenda legislativa da Organização das Cooperativas do Brasil, esse competente executivo das entidades que representam o cooperativismo brasileiro; e cumprimento todos os demais Senadores e autoridades aqui presentes na pessoa do nosso querido Senador Chico Rodrigues.
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Eu só quero lembrar, rapidamente, desses convênios, querido Celso Moretti. Temos o nosso Programa Nacional de Capacitação de Técnicos no Campo, que foi assinado ontem, mas também temos o Projeto Biomas, o Pravaler, o grande Programa de Forrageiras, que é a menina dos olhos do Presidente da CNA, que sempre o defende, principalmente devido ao Semiárido.
E não posso deixar aqui de fazer algumas lembranças.
A Embrapa vive no imaginário do nosso Brasil, de forma muito clara, pelo desenvolvimento, refletido em todos os discursos que já foram feitos, do Brasil da importação de alimentos, na década de 70, para o Brasil da exportação, e por ser esse grande celeiro e, acima de tudo, esse grande balcão que ajuda a levar alimentos para quase um bilhão de pessoas fora do Brasil, mais de 800 milhões segundo algumas estatísticas.
Mas eu vivi numa região em que sentimos essa Embrapa de forma muito clara. Há a Embrapa de cada um, de cada entidade, de cada pesquisador, que teve que desbravar estrada sem asfalto, regiões sem energia e sem nenhum conforto para poder pesquisar esse solo, como é o caso do meu norte de Mato Grosso. E me lembro bem quando diziam que lá não havia capacidade para produzir nada, nada, somente a base florestal poderia ser o sustento. Mas chegou lá a Embrapa, e hoje somos, sem dúvida nenhuma, numa região como aquela, produtores de quase tudo, de soja, de milho, de algodão, de girassol, de pecuária, de suíno, de avicultura, com a agroindústria, e ainda aumentando e ampliando cada vez mais.
(Soa a campainha.)
O SR. NILSON LEITÃO - A homenagem falou de períodos em que não tinha pontes, que não tinha estradas, que não tinha aeroportos, mas ela acabou aumentando cada vez mais.
Depois disso, a grande vitória de ter a Embrapa Florestas em Sinop, inaugurada e levada pelo trabalho da Embrapa. Lembro muito bem do nosso querido João Flávio lá, que está aqui presente, e que vai desbravando outros... Essa Embrapa me orgulha e vai continuar orgulhando.
Eu termino aqui esta homenagem e esta fala em nome da CNA respondendo o que se perguntou aqui no final. O que será a Embrapa do Futuro? Eu tenho certeza absoluta de que ela tem ainda muitos desafios, e esses desafios serão vencidos. Eles serão vencidos porque o Brasil deve muito à Embrapa; tem um Brasil antes dela e um Brasil depois da Embrapa. Se hoje batemos no peito dizendo que somos, sim, grandes produtores, que somos exportadores e o que une o Brasil ao mundo é o alimento, a Embrapa, sem dúvida nenhuma, está envolvida, com sua impressão digital em cada passo desse, em cada vitória dessa.
Então parabéns à Embrapa!
Deus ilumine o Brasil! Deus ilumine os governantes, cada vez mais, para continuarem enxergando a Embrapa como ela merece!
Deus abençoe o Senado e o Brasil! (Palmas.)
O SR. PRESIDENTE (Elmano Férrer. Bloco Parlamentar Unidos pelo Brasil/PP - PI) - Pela ordem de oradores inscritos, concedo a palavra ao nobre Senador Luis Carlos Heinze, da bancada do Mato Grosso... Aliás, gaúcho, da bancada do Rio Grande do Sul. (Risos.)
O SR. LUIS CARLOS HEINZE (Bloco Parlamentar Unidos pelo Brasil/PP - RS) - Wellington, o Elmano quer te desbancar, viu?
Eu sou do Rio Grande do Sul, não do Mato Grosso! (Risos.)
O SR. WELLINGTON FAGUNDES (Bloco Parlamentar Vanguarda/PL - MT. Fora do microfone.) - Estamos juntos!
O SR. LUIS CARLOS HEINZE (Bloco Parlamentar Unidos pelo Brasil/PP - RS. Para discursar.) - Bom dia! É um grande prazer estarmos aqui.
Quero saudar o nosso Presidente Elmano, meu colega, nosso colega. Deve ter muitos agrônomos aqui; o Elmano é agrônomo, já o nosso Senador Wellington é veterinário - também tem veterinários aqui. É um prazer estar com você, Elmano, nesta sessão justa em que estamos homenageando a Embrapa pelos 49 anos.
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Ministro Paulo Alvim, obrigado pela presença. Cumprimento também o Senador Izalci Lucas, que é o proponente da homenagem; o Presidente da Embrapa, Celso Moretti, em cuja pessoa quero saudar os "embrapeanos" que estão presentes aqui hoje; o nosso Márcio Lopes de Freitas, que fez um grande evento da agenda do cooperativismo, com a Frente Parlamentar de Deputados e Senadores - parabéns pelo evento de ontem à noite! Também, da mesma forma, cumprimento Nilson Leitão, que hoje aqui representa a nossa Confederação Nacional da Agricultura; o Augusto Pestana - tem uma cidade no Rio Grande do Sul que se chama Augusto Pestana, que é o nome desse moço aí que é o chefe da nossa Apex. Também cumprimento o Vinícius, em nome do sindicato dos funcionários da Embrapa. É um prazer estar com vocês todos.
Quero dizer que eu já fiz também essa homenagem, acho que há dois ou três, antes da pandemia, para homenagear o que a Embrapa representa, como técnico da área que sou, que conheço esse assunto, e lá se vão 48 anos, Moretti, que estou formado - quando saí de Santa Maria para São Borja eu iniciei essa minha luta em prol da agricultura.
Quero saudar aqui o Prefeito Alfredo, de Capela de Santana. Para quem não conhece o Rio Grande: ele é o pai de uma estrada chamada Transaçoriana, Chico. Passa-se por essa estradinha - toda a Serra Gaúcha, todo o Vale do Caí, a região norte do estado - para chegar a Porto Alegre, passa-se por essa estrada que esse moço nos cobrava e que hoje já é uma realidade. Então, parabéns ao Alfredo, aos Prefeitos da região, de São Sebastião do Caí, de Capela de Santana, de Portão e também de Nova Santa Rita. É uma obra barata, mas que tem um efeito enorme para aquela região.
Quero saudar também o Jorge Lemainski, da Embrapa Trigo, o Adeliano Cargnin, da Embrapa Uva e Vinho. Vamos ver se ele trouxe uva e vinho para os convidados, se não tem suco de uva. Cargnin? Devia ter trazido, não trouxe nada, tchê? Pelo menos umas garrafas de suco de uva tinham que ter vindo lá da Embrapa Uva e Vinho e umas maçãs lá de Vacaria também seria bom, cairiam bem hoje aqui. Não trouxe nada! Sr. Presidente, tinha que ter dado um voucherzinho para trazer umas caixas de maçãs. Ele conseguiria isso para trazer aqui e umas garrafas de suco de uva.
O Fernando, da nossa Embrapa Gado de Corte... Onde está o Fernando? Bom, não estou enxergando o Fernando aqui agora. Mas queria saber do Joseli Portela, que trabalhou na Embrapa Gado de Corte e foi meu colega de faculdade - técnico agrícola e, depois, na faculdade. Roberto Pedroso, da Embrapa Clima Temperado.
Bom, há essa história que foi falada aqui e eu só quero repetir. Cirne Lima foi um dos autores intelectuais da nossa Embrapa. Depois veio o Paolinelli, que seguiu Cirne Lima, e foi ele que montou efetivamente e botou essa megaempresa a funcionar. Então, quero saudar, em nome de Cirne Lima e do Paolinelli, esse trabalho. Em nome da direção anterior, o Dr. Eliseu Alves, também uma referência para vocês "embrapeanos". Então, essa história começa com essas pessoas e alguns mais, mas estou referenciando essas pessoas.
Paulo, veja o que eles fizeram. Comentava agora com o Márcio: essas cabeças lá naqueles anos do início da Embrapa mandaram dois mil técnicos - o Brasil naquele instante importava alimentos; com essa extensão territorial, era importador de alimentos -, Elmano, agrônomos, veterinários, zootecnistas, bioquímicos, de todas as áreas, Alvim, para se especializar nos Estados Unidos, na Europa, enfim, no mundo, nas melhores universidades, para trazer tecnologia para o Brasil. A partir desse intento, hoje o Brasil exporta para mais de 200 países com sustentabilidade - isso para nós é um orgulho -, e vocês, "embrapeanos", lá atrás, com as pessoas de que falei, iniciaram esse processo.
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Então, aos mais de 8 mil "embrapeanos", funcionários ou técnicos, parabéns a vocês pelos 49 anos que nós estamos comemorando da Embrapa!
Quero dizer que temos muito ainda a fazer. Nós temos conversado muito com a Embrapa Cerrados e também com o Roberto, da Embrapa Clima Temperado, com relação a um novo assunto, com que, em 2019, comecei a trabalhar: remineralizadores. Eu sei que, até dentro da Embrapa, Celso, tem gente que é contra e tem gente que é a favor. Mas o que eu quero dizer é o seguinte: é uma nova alternativa. Nada contra os adubos solúveis, isso não vai substituir o NPK, mas é uma nova alternativa, como, alguns anos atrás, surgiu o calcário. Então, nós já fizemos correção de solo com calcário.
Agora, o pessoal da Embrapa Cerrados - Sebastião Pedro e a turma dele - e o Roberto, que está aqui, da Embrapa Clima Temperado, vêm trabalhando muito nesse tema conosco, que, para nós, são alternativas e soluções que só o Brasil começa a mostrar para o mundo. Se nós temos hoje a agricultura de palha - como é que se chama? -, de plantio direto, isso começou também no Brasil, é uma tecnologia nossa, e hoje o mundo copia uma tecnologia nossa. As nossas indústrias de máquinas agrícolas hoje não perdem em nada para as marcas mundiais John Deere e New Holland. Enfim, essa é a evolução de gente que ontem, Chico, era uma pequena ferraria.
Então, é um prazer estarmos aqui com vocês. Hoje, por megaempresas, o Brasil hoje é respeitado e reconhecido no mundo.
Quero saudar também Alaerto Marcolan, que é meu conterrâneo, de Constantina, e hoje está na Embrapa de Rondônia. O Alaerto é importante porque está hoje fazendo um trabalho em Rondônia, onde nós temos aquele espaço enorme no norte do Brasil para utilizar. Ouvi o Chico falar aqui na questão dos lavrados de Roraima. Eu estive lá naquele caso Raposa Serra do Sol. O clima daquela região, Nilson Leitão, é igual ao clima da Flórida, nos Estados Unidos. Presidente Márcio, se lá esse clima funciona com frutas, com grãos, com o que quiser, esse mesmo clima nós temos aqui, em Roraima. Então, o Brasil tem oportunidades fantásticas!
E quando criticam o Brasil... Ontem, quando nós, a Frente Parlamentar, estivemos com o Presidente Rodrigo Pacheco, levamos vários temas que nós temos que votar aqui no Senado Federal, e foi colocado ali, Nilson: por que o Brasil é tão criticado se hoje nenhum país do mundo preserva o que o Brasil preserva dentro das propriedades rurais e também nas áreas públicas? Hoje temos mais de 60% do território preservado, mas brasileiros falam mal do Brasil, e aí a mídia mundial fala mal do Brasil. Por quê? Porque nós hoje somos o maior exportador de frango, o maior exportador de boi, por exemplo, e o maior exportador de soja, e esse mercado nós tomamos de alguém. Então, na questão do mercado, estou falando apenas desses três produtos; hoje há dezenas de produtos do Brasil que estão correndo o mundo e fazendo o seu trabalho. E muito começou com a Embrapa em todo o Brasil, em todo o território brasileiro, a partir daquelas iniciativas de Paolinelli e também de Cirne Lima.
E o outro ponto que eu quero complementar com vocês. Está aqui a Tanise - onde está a Tanise? -, Vereadora de Porto Alegre, minha companheira de chapa lá também hoje. E aí, Tanise, eu tive a honra de conhecer, junto com o Paolinelli, Norman Borlaug. Os agrônomos o conhecem porque é uma referência de um Prêmio Nobel da Paz.
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Você é agrônomo, Chico; o Elmano é agrônomo; eu sou agrônomo e tantos outros que aqui estão. Eu ouvi de Norman Borlaug, há uns seis, sete anos, antes de ele falecer, hoje é falecido, dizendo que veio ao Brasil nos 1970, que o Paolinelli o trouxe aqui. Percorreu aqui o Cerrado que o seu Piauí tem; que o Mato Grosso do Wellington tem; que o Goiás tem; que o Tocantins tem. Ele deu uma entradinha por aqui, uma pessoa do alto do seu conhecimento, um Prêmio Nobre da Paz, ele disse assim: "Isso não presta, não vai produzir nada". Quando ele voltou aqui, sete, oito anos atrás, ele disse: "Eu tenho que me penitenciar, primeiro com os agricultores brasileiros e depois com a pesquisa brasileira".
E essa pesquisa de vocês tem muito a ver com isto: a introdução de uma lavoura em clima temperado, o clima que nós temos aqui nesta região, então, isso é importante. Não é o temperado, é o tropical. Porque em outros países do mundo não tinha essa agricultura, essa revolução de o Brasil ter hoje quase 300 milhões de toneladas de grãos, as frutas, as carnes, os lácteos, tudo o mais que o Brasil está produzindo hoje.
Então, parabéns a vocês, porque é o dia de homenagear o setor e a Embrapa como um todo, pelo trabalho que faz. Estamos juntos. Contem com o nosso apoio para podermos ajudar essa grande empresa brasileira que hoje é orgulho no mundo inteiro. A qualquer parte que você vai, quando se fala em pesquisa, a Embrapa é chamada. Então, esse é o ponto importante que eu quero deixar para vocês.
Parabéns a vocês e vamos trabalhar em prol do Brasil tantas coisas positivas. Podem escrever: nós seremos a maior nação agrícola do planeta, Márcio. Com as cooperativas de emprego que nós temos hoje; com as empresas privadas que nós temos hoje; com a tecnologia que nós temos hoje, nós superaremos todos esses players mundiais com a nossa capacidade, sem devastar a Floresta Amazônica, só aproveitando o Cerrado brasileiro que nós temos uma parte que ainda se pode explorar e as pastagens degradadas que tem hoje em todo o Brasil.
Aí o Alfredo Homma, lá de Belém, nós temos conversado com o Alfredo, que também tem projetos importantes que nós podemos implementar nas florestas do Brasil inteiro, não em áreas novas, mas nas pastagens degradadas que nós temos aí. Então, tem muita coisa para fazer e vocês, com esse capital de mais de 8 mil "embrapeanos" têm esse potencial e esse poder de fazer essa transformação.
Ministro Alvim, parabéns também por estar assumindo essa nova empreitada, neste momento, substituindo o grande Marcos Pontes, que fez um grande e belíssimo trabalho frente ao Ministério da Ciência e Tecnologia. V. Exa. agora assume esta posição e tenho certeza de que também vai dar continuidade ao que o Pontes fez ao longo desse período.
Um abraço a todos vocês. Foi um prazer. (Palmas.)
O SR. PRESIDENTE (Elmano Férrer. Bloco Parlamentar Unidos pelo Brasil/PP - PI) - Dando sequência à nossa sessão, eu convido o nosso Presidente da OCD (Organização das Cooperativas do Brasil), o Sr. Márcio Lopes de Freitas.
O SR. MÁRCIO LOPES DE FREITAS (Para discursar.) - Muito bom dia. Eu queria cumprimentar o Senador Férrer. Senador, ao cumprimentá-lo, quero agradecer ao senhor pela homenagem que presta, aqui no Senado, a essa grande família brasileira chamada Embrapa, uma família de 8 mil membros, pelo menos, de gente boa.
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Então, Presidente, minha homenagem ao senhor, que é um embrapiano, por ter tido a ideia e por ter feito esse requerimento.
Quero cumprimentar de uma maneira muito especial o meu amigo pessoal Celso Moretti, hoje nosso Presidente da Embrapa, na pessoa de quem cumprimento toda a sua diretoria, toda a sua assessoria, toda formada por pessoas competentes.
Cumprimento também todos os funcionários da Embrapa cumprimentando uma amiga pessoal que eu tenho lá, que é a Cynthia Cury.
Na sua pessoa, Cynthia, permita-me cumprimentar toda a equipe, todo o timaço que vocês têm lá na Embrapa.
Quero cumprimentar o Paulo Alvim, um amigo fantástico.
Sucesso, Alvim, na sua nova empreitada, porque você já é um sucesso em todas as empreitadas que você tem feito! Então, receba o nosso apoio e o apoio do movimento cooperativista brasileiro.
Gente, eu fico muito feliz...
Quero cumprimentar aqui todo os Senadores, o Senador Wellington, que está aqui, o Senador Chico Rodrigues... O Senador Heinze já saiu.
Eu tive a honra de viajar por Roraima junto com o Senador Chico Rodrigues num helicóptero e conhecer os tais dos lavrados, e, muito mais do que grãos, do que fruta, lá, inclusive, dá café arábica. Eu sou cafeicultor e falei isso para o senhor lá. Vocês têm altitude para café arábica lá. E é, realmente, um potencial tremendo a ser desenvolvido, Senador.
Cumprimento o Nilson Leitão, cumprimento todos vocês, todas as autoridades aqui presentes.
Eu queria dizer da importância da Embrapa para nós do cooperativismo.
O cooperativismo muitas vezes aparece pela pujança das grandes cooperativas. E as cooperativas têm ficado grandes, sim. Nós temos ocupado espaço no mercado, mas é um espaço da organização dos pequenos e médios agricultores e dos pequenos, miniprodutores também. O perfil agrário do agricultor em cooperativa, gente, é de 83% abaixo de cem hectares, na média Brasil. Estados como o Rio Grande do Sul, estados onde a questão fundiária está menor, é muito menor ainda. Então, o cooperativismo é uma ferramenta essencialmente dos pequenos e médios, mas que tem os grandes lá dentro também, porque os grandes negócios são propiciados pela alavanca dos grandes negócios, mas o que dá equilíbrio político e social para uma cooperativa são os pequenos e médios. E essas cooperativas têm tido a sorte de poder conviver com a Embrapa...
(Soa a campainha.)
O SR. MÁRCIO LOPES DE FREITAS - ... e ter uma parceria que a gente vem estreitando ano a ano com a nossa Embrapa, e essa parceria tem gerado frutos fantásticos. A Embrapa tem sido uma ferramenta, e eu estou vendo aqui o Jorge... Lá que nós começamos, em 2015, essa experiência de capacitação dos extensionistas das cooperativas, nos centros da Embrapa.
Já deve estar beirando os mil extensionistas capacitados lá, né, Jorge?
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Estamos também lá na Embrapa Soja, em Londrina, fazendo isso. Estou lá no gado de leite, em Juiz de Fora, Coronel Pacheco. Estou conversando aqui com o Sebastião Pedro, na Cerrados. Quero ir para Cruz das Almas fazer esses convênios para capacitar os oito mil extensionistas do movimento cooperativista dentro da Embrapa, com o time da Embrapa.
E eu vou contar um segredo, aqui tem tanto agrônomo, Presidente Férrer, eu não consigo fazer um agrônomo sentar numa sala de aula para falar para ele de cooperativismo de nova geração, de profissionalização e tal, mas eu consigo fazê-lo ir lá na Embrapa, porque a Embrapa é uma grife importante, todo agrônomo quer fazer um curso na Embrapa. Aí ele vai lá para dentro da Embrapa, eu o pego e dou 40 horas de cooperativismo nele, lá também, e isso me facilita a vida dentro desse processo.
O extensionista - e muitos de vocês aqui já o foram - é o principal elo entre a cooperativa e o cooperado e essa ligação é fundamental para o desenvolvimento da cooperativa, Nilson. Se não tem esse extensionista, não adianta jornalzinho, rádio, propaganda, o que funciona é aquele cara que vai lá e que entra pela porta da cozinha, que fica padrinho do pai do agricultor, do filho do agricultor e que as coisas funcionam, é aí que a coisa funciona.
Então, esse cooperativismo, gente, que está acompanhando e está se utilizando dessa Embrapa para ser um difusor da tecnologia gerada pela Embrapa, tem muito orgulho disso. Tenho muito orgulho desse trabalho que a gente vem fazendo e mesmo dos convênios que a gente tem em outras áreas, Celso. Na área de pesquisa, em que vocês já fazem muito isso com a gente, a gente poder utilizar e apoiar as ideias de inovação, como Ideas for Milk, apoiando as startups do setor leiteiro e agora também do setor cafeeiro. Eu tenho muito orgulho disso, do cooperativismo poder estar atuando muito próximo da família Embrapa.
Eu fico muito admirado em ver os projetos de futuro da Embrapa, aqui se falou muito de futuro. Eu vejo a Embrapa muito revigorada, muito atualizada, apesar de as coisas terem as suas dificuldades, e eu sei que vocês estão passando por dificuldades orçamentárias, às vezes até de compreensão, mas a Embrapa tem objetivos muito claros e tem feito esse esforço, está fazendo um esforço cada vez maior para que a gente dependa menos das importações de fertilizantes, e eu tenho acompanhado todo esse estudo junto com o Celso, junto com a diretoria; o desenvolvimento de outras alternativas, fertilizantes organominerais, rochagem, agrominerais e aí por diante. Todo esse trabalho que vem sendo feito pelos diversos centros pelo Brasil afora é uma coisa extraordinária e tem um valor imensurável para o Brasil.
Essa atuação, que é uma nova bandeira extremamente oportuna, da oportunidade do trigo, que nós estamos tentando ocupar, eu tenho certeza de que com esse time que você tem, Celso, daqui a alguns dias nós vamos ser exportadores líquidos de trigo. Não vamos produzir 12 milhões de toneladas não, vamos produzir 17, 20 milhões de toneladas.
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E vai ser muito mais do que a nossa necessidade interna e nós vamos exportar e gerar mais divisa ainda. E tem tecnologia para isso, tem conhecimento para isso, tem gente para pensar e desenvolver isso.
Eu acredito muito nessa posição. Do mesmo jeito que vocês fizeram o desenvolvimento do plantio direto... Ah, mas não foi a Embrapa que criou o plantio direto. Não, mas foi a Embrapa que difundiu, que melhorou essa tecnologia. Como é o caso do ILPF e das diversas alternativas, sabe, Senador Chico?
Esses caras são de circo. Eles pegam a ideia e transformam, elevam. Então, eu tenho muito orgulho de o cooperativismo estar participando muito intensamente disso. E quero dizer para vocês que nós apoiaremos e estaremos junto com a Embrapa para o que der e vier.
Vocês sabem por que eu acredito que a Embrapa é o sucesso que é, Celso? Porque vocês são muito mais do que uma empresa pública, vocês são uma empresa de gente. É uma empresa pública, mas que tem um corpo funcional e que tem alma. Eu gosto muito disso porque cooperativa eu sempre digo que tem que ser a empresa mercantil que tenha alma, que tenha princípios, que tenha valores.
E a Embrapa, acima de tudo, é formada por gente. Esses 8 mil colaboradores que vocês têm dentro da Embrapa são pessoas que, cada um do seu jeito, cada um com as suas bandeiras, com as suas ideologias, mas eles têm sentimentos, têm alma e têm compromisso com um Brasil melhor. Por isso que eu acredito.
Eu quero dar os parabéns em nome de todas as cooperativas brasileiras, não só as agropecuárias, de todos os setores, de todos os 17 milhões de brasileiros ligados a cooperativas. Dar os meus parabéns e agradecer à Embrapa por esses 49 anos. Desejar vida longa para a Embrapa e para todos da Embrapa. E desejar a todos que a gente esteja aqui para comemorar juntos os cem anos.
Um abraço para vocês. (Palmas.)
O SR. PRESIDENTE (Elmano Férrer. Bloco Parlamentar Unidos pelo Brasil/PP - PI) - Cedo a palavra ao último orador inscrito, meu estimado colega e amigo Wellington Fagundes, da Bancada do Mato Grosso.
O SR. WELLINGTON FAGUNDES (Bloco Parlamentar Vanguarda/PL - MT. Para discursar.) - Já boa tarde a todos que estão aqui presentes. Quero saudar todos os brasileiros e brasileiras, toda a população que nos assiste através da TV Senado, também que nos acompanha pela Rádio Senado e por todos os meios de comunicação desta Casa.
Meu Presidente Elmano Férrer, professor, nosso Senador, uma das pessoas intelectuais aqui desta Casa, quero cumprimentá-lo em nome de todos os Senadores aqui, Senador Chico, que ainda continua conosco, e também Luis Carlos Heinze, que esteve aqui. E aqui cumprimentar principalmente todos vocês profissionais dessa empresa que orgulha todos nós, em nome do nosso Presidente Celso Moretti.
E aí, Celso, eu quero aqui também começar dizendo que fui um estagiário da Embrapa, lá na Embrapa Campo Grande. Portanto, conheci essa empresa quando também estava ainda fazendo a minha formação profissional, e sei da relevância que foram também os aprendizados que pude obter com a experiência nessa empresa.
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Quero cumprimentar aqui também o Ministro Paulo Alvim, Ministro da Ciência e Tecnologia, que vem fazendo um trabalho também extremo de apoio à ciência e à pesquisa no Brasil. Eu fui Relator da Comissão da covid, e tivemos a oportunidade de trabalhar muito com o Ministério da Ciência e Tecnologia, com o Ministério da Agricultura, com o Ministério da Saúde, na busca do desenvolvimento de produção de tecnologia de vacina contra a covid. E hoje nós podemos já nos orgulhar dessa grande parceria e dizer que o Brasil já tem pelo menos quatro vacinas, não é?, com 100% de tecnologia brasileira.
Tive a oportunidade de fazer o projeto de lei para que também a nossa indústria de saúde animal possa ajudar o Brasil, fabricando vacinas, e a garantia que já temos para este ano de o Brasil ser um produtor de vacinas contra a covid, para imunizar a nossa população e até exportar, gerando emprego aqui no Brasil. Isso tudo é um exemplo de trabalho, em que vocês cientistas, pesquisadores, professores, enfim, todos aqueles que estão à frente nessa colaboração mútua, sempre, entre as empresas, como a Embrapa e também os nossos ministérios.
Quero cumprimentar aqui também o Presidente da OCB, Márcio Lopes de Freitas, um batalhador, uma das pessoas que eu acho que mais conhecem da organização de cooperativas no Brasil e no mundo.
Então, fica aqui também o meu cumprimento ao nosso companheiro Deputado Nilson Leitão, que hoje preside o IPA (Instituto Pensar Agro) e que aqui também está representando a CNA como Chefe das Relações Institucionais daquela organização.
Cidadãos e cidadãs de Mato Grosso e de todo o Brasil que nos acompanham aqui nestes trabalhos e principalmente nesta homenagem que aqui estamos fazendo, a melhor maneira de aquilatar os benefícios trazidos por uma organização ao conjunto de uma sociedade consiste em imaginar, por um minuto só, o que seria de nós se não tivéssemos essa organização aqui disponível para o Brasil.
Por isso, eu quero aqui também, em breve exercício intelectual, dizer que basta para que todos compreendamos o valor dessa Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária, a nossa Embrapa, que comemora então os seus 49 anos.
E, aí, sem a inspiração de homens e mulheres... E quero citar aqui o ex-Ministro Alysson Paolinelli, com quem tive a oportunidade de conversar muito aqui, que todos nós consideramos um estadista da agropecuária brasileira, que acreditou e trabalhou incansavelmente para que, em menos de meio século, todo esse sonho pudesse ser tornado realidade, fazendo com que o Brasil se transformasse nessa potência agropecuária dos nossos dias. E aí registramos que foi um trabalho cujos resultados redundaram na segurança alimentar do nosso país e também, por que não dizer, do mundo.
Como disse o Presidente Bolsonaro, em relação a guerra, hoje, nós não temos tanto que nos preocupar com armas, mas exatamente com a segurança alimentar, porque a fome pode matar muito mais.
Então, aqui nós estamos falando de uma empresa que tem essa visão e essa preocupação de produzir tecnologia para que possamos ter produtividade, para que possamos ser um país exemplo, cada vez mais, no mundo.
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Eu quero dizer que o meu Estado, o Mato Grosso, que contribui com uma parcela significativa desse êxodo planetário, também celebra a sua dívida de gratidão com essa empresa, a empresa Embrapa. Portanto, a Embrapa multiplica o seu dinamismo, desdobrando-se em 43 unidades de pesquisa espalhadas pela nossa imensa condição territorial.
Entre elas, quero aqui destacar a Embrapa Agrossilvipastoril, localizada lá no Município de Sinop, que o Nilson Leitão também trabalhou tanto para implantar. Todos nós lá estivemos na inauguração. Eu sempre falo com orgulho, porque a Embrapa Sinop é a mais moderna, porque foi a última a ser instalada. E aí eu quero cumprimentar a nossa Diretora Presidente - na verdade, não é Presidente, não se pode tomar o seu cargo, não é? -, a Diretora Regional da Embrapa em Sinop, a Laurimar Vendrusculo. Não posso errar esse nome: Laurimar Vendrusculo. Cumprimentando a ela, quero cumprimentar também o Auster Lopes de Farias Neto, que até poucos dias lá estava. Então, aqui aproveito para cumprimentar a todas as Embrapas esparramadas por todo o Brasil.
Contemporânea do futuro, a Embrapa renova o seu permanente compromisso com a inovação e a sustentabilidade mediante a oportuna iniciativa de caravanas como a FertBrasil, recentemente lançada pela Ministra da Agricultura, Pecuária e Abastecimento, Tereza Cristina, também pelo atual Ministro Marcos Montes e também, claro, pelo nosso Presidente Celso, contando com a parceria da Secretaria de Assuntos Estratégicos da Presidência da República, comandada pelo Almirante Flávio Rocha, que é um entusiasta, também, da Embrapa.
O objetivo dessa caravana é exatamente aperfeiçoar, mobilizar e difundir tecnologias apropriadas para o aumento da eficiência dos fertilizantes na agricultura brasileira. Repito, o momento, para isso, não poderia ser mais oportuno: a guerra da Rússia com a Ucrânia ameaça de ruptura a cadeia mundial de suprimentos de insumos básicos como fósforo, nitrogênio, potássio, de que nós também dependemos e precisamos para a agricultura do nosso país e também para a de outros países.
Por isso, Sr. Presidente Elmano Férrer, entre os anos de 2000 e 2020, a demanda brasileira por fertilizantes cresceu mais de 300%, acompanhando o crescimento exponencial da nossa agropecuária. Ao mesmo tempo, a produção nacional caiu em torno de 30%. Resultado: hoje importamos 85% das nossas necessidades de fertilizantes, sendo que mais de 60% das importações provêm daquela região, hoje conflagrada, da Europa Oriental.
Para solucionar essa crise, não apenas no curto prazo, mas olhando rumo ao futuro, as caravanas da Embrapa vão mobilizar mais de 20 mil produtores rurais, técnicos, especialistas e formadores de opinião em suas entidades representativas em mais de 40 cidades de 10 regiões produtivas, cobrindo uma área superior a 70 milhões de hectares.
Produtores e estudantes, com o apoio das competentes equipes técnicas e científicas da Embrapa, vão atualizar seus conhecimentos sobre novos fertilizantes e insumos baseados em novas tecnologias digitais e sustentáveis, como fertilizantes, organominerais, bioinsumos, nanotecnologia, remineralizarão dos solos e assim por diante. E, em Mato Grosso, serão contemplados, pelo que já fomos informados, os Municípios de Campo Novo do Parecis, Primavera do Leste, Querência e também Sinop, onde está presente a Embrapa.
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Sr. Presidente, Sras. e Srs. Senadores, a agropecuária e a agroindústria brasileira, ao longo de quase 50 anos, com um concurso precioso da Embrapa, venceram inúmeros desafios e até se projetaram, mundialmente, e, com certeza, haverão de triunfar, mais uma vez, nessa batalha pela garantia de insumos vitais à alimentação de nosso país e também de toda a humanidade.
Eu quero destacar também - estava olhando este balanço social aqui, que gostaria, inclusive, que todos pudessem acessar, pois aqui há alguns destaques da empresa nos últimos 25 anos - algo extremamente importante de ser destacado: o lucro social acumulado dessa empresa foi de R$1,2 trilhão, o lucro social gerado por essa empresa nesses últimos 25 anos. Cada real aplicado gerou cerca de R$12 para a sociedade brasileira; 1,656 milhão de empregos novos, criados entre 2003 e 2021; 17.207 ações de relevante interesse social; e 1.104 prêmios e homenagens que essa empresa recebeu.
Seria bom que a gente pudesse ler só esta apresentação aqui: "Uma fantástica história de realizações e entregas à sociedade brasileira".
Então, recomendo aqui, porque tem muita coisa boa, e, às vezes, a gente não tem acesso a isso.
Mas há ainda aqui este outro artigo: "Agricultura movida a ciência" - e aqui é onde eu acho que entra, Alvim, o trabalho e a parceria com o Ministério da Ciência e Tecnologia.
Eu quero registrar também, por ser do Mato Grosso - estudei no Mato Grosso do Sul -, o grande papel da Embrapa, que nos ajudou lá a promover a nova legislação do nosso Pantanal. Eu tive a oportunidade, quando tivemos aquelas queimadas por todo o Pantanal, de estar lá na Embrapa Pantanal, em Corumbá, discutindo com os técnicos. Nós os convidamos, e lá eles estiveram, em Mato Grosso, também, num trabalho conjunto com a Assembleia Legislativa de Mato Grosso, e aí propusemos, inclusive, a criação do Estatuto do Pantanal.
Nós precisamos de uma norma legislativa exatamente para saber o que pode e o que não pode, a melhor forma de a gente poder preservar, conservar o nosso Pantanal, e, sem dúvida nenhuma, a Embrapa tem um papel relevante nesse trabalho.
Então, por isso eu quero aqui, mais uma vez, parabenizar a todo técnico, a todo cientista, que, às vezes, não fala muito, fica lá no laboratório e não é visto, mas eu acho que aqui é uma oportunidade de todos nós do Senado reconhecermos e ainda, se possível, difundirmos todo esse trabalho.
Por tudo isso e muito mais, saúdo a Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária, dando aqui os meus parabéns, mas, muito mais do que os meus parabéns, o nosso reconhecimento pelo trabalho que vocês todos desenvolvem. O Brasil do futuro precisa de uma Embrapa cada vez mais rejuvenescida, fortalecida, e aí, Senador Elmano, é claro que todos nós aqui no Congresso, ao trabalhar a peça orçamentária, sempre temos que buscar ser justos para que a Embrapa possa, realmente, ter condições de desenvolver todo o seu trabalho.
Muito obrigado.
Parabéns! Que Deus nos abençoe e continue iluminando a cabeça de todos vocês cientistas, pesquisadores e todos aqueles que estão envolvidos no trabalho dessa empresa, digamos, exemplo no mundo!
Parabéns, Presidente! (Palmas.)
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O SR. PRESIDENTE (Elmano Férrer. Bloco Parlamentar Unidos pelo Brasil/PP - PI) - Dando sequência à nossa sessão especial de hoje, chamamos o estimado Ministro da Ciência, Tecnologia e Inovações, Ministro Paulo Alvim, para fazer uso da palavra.
O SR. PAULO CÉSAR REZENDE DE CARVALHO ALVIM (Para discursar.) - Boa tarde a todos.
Senador "embrapeano" Elmano, primeiro, quero parabenizá-lo pela iniciativa da homenagem, mas também aproveitar o seu coração "embrapeano" para cumprimentar aqueles que fizeram a Embrapa e passaram por ela, porque os 8 mil, Marcus Vinicius, que estão lá hoje têm muita tarefa ainda pela frente.
A Embrapa tem uma característica, e isso foi citado - quem fala mais para o finalzinho vai ficando com pouca coisa para falar -, mas a Embrapa sempre foi movida a desafios.
Lá atrás, como foi citado aqui pelo Senador Heinze, Cirne Lima, Alysson Paulinelli e, principalmente, uma pessoa que ontem nós homenageamos muito, o Dr. Eliseu Alves, essas pessoas tinham um desafio: com base em ciência e tecnologia, criar a agricultura tropical. E essa organização de 49 anos cumpriu, com excelência, esse papel. Nós, hoje, graças à Embrapa, somos referência em agricultura tropical. Mais do que isso: transformamos a agricultura tropical em agroambiental, e isso é um impacto muito significativo.
Nós não somos mais apenas um celeiro, Márcio, nós somos uma potência agroambiental, onde a referência não é apenas para o país, ela extrapola. Quando nós temos quase 1 bilhão de pessoas no planeta que dependem dos alimentos produzidos neste país, em todo o território nacional, com sustentabilidade, nós devemos ao papel da Embrapa como um ente para o equilíbrio planetário. Então, esse é um ponto fundamental.
Nesse aspecto, temos os novos desafios, aos quais também a Embrapa está se antecipando, quando a Embrapa se envolve com as questões do impacto das mudanças climáticas no agronegócio brasileiro.
A Embrapa, Celso - você agora chegou -, equilíbrio hídrico... (Risos.)
Quando a Embrapa se envolveu, há quase mais de uma década, com a questão do impacto das mudanças climáticas, o Brasil estava se antecipando. E ontem o Ministro Joaquim citava o quão diferenciado foi o posicionamento do Brasil em Glasgow, por conta da postura de produção sustentável. E aí, Augusto, você sabe como isso contribui para a mudança de imagem.
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A imagem do Brasil, ainda que alguns possam se posicionar de forma contrária, é a de uma potência agroambiental, e instituições internacionais começam a perceber e começam a pedir a colaboração do nosso país, como recentemente a direção da OMC.
O Brasil tem que ter um compromisso de planeta - não é mais um compromisso apenas com a sua população - de uma oferta de produtos agroindustriais sustentáveis.
(Soa a campainha.)
O SR. PAULO CÉSAR REZENDE DE CARVALHO ALVIM - Nesse sentido, Celso, eu queria, na sua pessoa, cumprimentar e parabenizar todos os 8 mil colaboradores da Embrapa. Vocês fazem a diferença. Vocês contribuem para um país inclusivo e sustentável, ou seja, precisamos do novo desafio, como foi colocado - estou com pena do que você vai ter para falar, Celso - e foi aqui apontado, do trigo, das novas demandas de substituição de fertilizantes.
E nós já estamos tendo a oportunidade de colaborar com recurso do FNDCT para o esforço que a Embrapa está fazendo na área de fertilizantes e bioinsumos, ou seja, para os novos desafios que temos pela frente não temos dúvida de que a competência está instalada no capital humano da Embrapa, disperso nas 43 unidades, em todo o território nacional.
Nós vamos sair de um polo de produção da agricultura tropical para um polo de produção do agronegócio em qualquer bioma, a partir da experiência que nós temos nos diversos biomas brasileiros, ou seja, a Embrapa sempre será a vanguarda. Por isso que nós precisamos de mais Embrapa. E aqui a questão do capital humano é fundamental fortalecer, é fundamental investir na Embrapa, nos grupos de pesquisa, nas atividades da pesquisa, na capacidade de pesquisa da Embrapa, mas, mais que isso, é fundamental estarmos ao lado - e aí falo como Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação - da Embrapa, porque não dá para falar em agronegócio brasileiro de sucesso, de futuro, sem falarmos na Embrapa. Os últimos 50 anos, as últimas cinco décadas já mostraram, e o desafio pela frente é cada vez maior.
Então, parabéns, Embrapa! Sucesso Embrapa! E viva a Embrapa! (Palmas.)
O SR. PRESIDENTE (Elmano Férrer. Bloco Parlamentar Unidos pelo Brasil/PP - PI) - Como último orador, tenho a alegria e a satisfação de passar ao nosso Presidente da Embrapa, Celso Moretti.
O SR. CELSO MORETTI (Para discursar.) - Bom dia a todos! Boa tarde já.
É uma enorme satisfação para nós da Embrapa virmos mais uma vez a esta Casa, ao Senado Federal, ao Congresso Nacional, que é um parceiro de longa data da nossa empresa e que tem apoiado, de forma sistemática, a Embrapa nas suas demandas, principalmente nas questões das peças orçamentárias.
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Eu quero inicialmente, aqui, agradecer e saudar o Senador Elmano Férrer, esse embrapiano de alma, que liderou durante dez anos a nossa unidade Embrapa Meio-Norte, lá em Teresina, no Piauí. Então, obrigado, Senador, pela proposição desta sessão solene, que muito nos alegra, muito nos orgulha, principalmente pelo que foi dito aqui tanto pelo senhor como pelos que, depois, o seguiram, nas diferentes falas.
Como o senhor bem colocou aqui, Senador, nós já estamos mirando os próximos 50 anos da Embrapa.
Ontem, com o nosso aniversário, disponibilizamos para a sociedade o documento Visão de Futuro do Agro, que está no nosso portal. E um estudo amplo, que foi feito para o agro brasileiro para os próximos 50 anos, pelo menos. Obviamente, quanto mais longe você vai, menor é o grau de certeza, mas, ali, mostra que teremos um papel extremamente importante a cumprir. Para isso, nós precisamos de uma empresa mais moderna, de uma empresa mais ágil.
Eu posso dizer, com muita tranquilidade, Senador Elmano, todos os presentes, que, por ser um embrapiano que tem quase 29 anos de casa - já percorri 37 das 43 unidades, entrei na empresa como pesquisador, fiquei 18,5 anos na bancada, fui bolsista do CNPq de 1999 a 2017 -, conheço a pesquisa, conheço a agricultura, conheço o Brasil e tenho tido a oportunidade de conhecer o mundo. Para isso, para que nós possamos ter uma Embrapa melhor, nós precisamos sempre estar de olho no futuro, pensando nas mudanças que são tão necessárias.
Eu costumo dizer aos nossos colegas que permanecer na zona de conforto é viver na antessala do seu velório. Por isso nós temos que sempre pensar numa Embrapa melhor e numa Embrapa renovada.
Vários oradores que me antecederam fizeram o excelente trabalho de, talvez, encurtar aqui a minha fala.
Eu quero saudar, então, o Ministro Paulo Alvim, Ministro de Estado da Ciência, Tecnologia e Inovações. A sua presença aqui hoje, Paulo Alvim, e ontem, na inauguração da nossa galeria e na nossa solenidade demonstra o apreço, a amizade e a proximidade que nós temos com o Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovações, com o apoio que você, como gestor, vem dando na liberação de recursos, no FNDCT. Então, eu quero, aqui, cumprimentá-lo e agradecer-lhe, de forma muito especial.
Cumprimento também o Senador Wellington Fagundes, que acabou de fazer seu pronunciamento. Eu até brinquei com o Senador Wellington Fagundes que deu uma aula para nós de várias informações que trouxe, com temas extremamente atuais.
(Soa a campainha.)
O SR. CELSO MORETTI - Cumprimento meu amigo Márcio Lopes Freitas. Márcio, ontem à noite, aquele evento fantástico, lá na OCB, a 16ª edição da Agenda Legislativa do Cooperativismo, com a presença de cooperativas do Brasil inteiro, mostrou a força do cooperativismo.
Nós temos uma satisfação muito grande, Márcio, de estar ao lado da OCB, de estar ao lado da Organização das Cooperativas do Brasil, para levar, cada vez mais forte e mais proximamente, ao agro as cooperativas. Ontem eu mencionei a Cooxupé, a Coamo, a Cocamar e a Cootaquara, aqui do Distrito Federal, como essa referência.
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Quero cumprimentar também os Senadores que já nos deixaram, mas não podia deixar aqui de mencionar o Senador Luiz Carlos Heinze, que falou uma questão muito interessante da imagem do Brasil lá fora. E aqui, cumprimentando Augusto Pestana, temos feito um trabalho muito forte, junto com a Apex, de mostrar para o mundo, caro Senador Elmano Férrer, caro Senador Wellington, a imagem real do Brasil, dessa potência agrícola e ambiental.
O Brasil hoje reúne duas características que são desejadas pelo mundo todo: nós temos segurança alimentar e nós temos preservação do meio ambiente. Isso não é pouco, caro Senador Wellington, que nós estamos fazendo.
E, como iremos agora, junto com a Apex, fazer uma missão de trabalho com o Ministro Marcos Montes a países do Oriente Médio e da África, iremos a Israel e depois a países da Europa, junto com a Apex, para mostrar para o mundo que ninguém mais do que o Brasil produz tanto, de forma tão competitiva, de forma tão sustentável.
Esteve também conosco aqui o Senador Chico Rodrigues, que é um entusiasta do trabalho da Embrapa, que vem apoiando esse avanço da produção de trigo no lavrado roraimense. Eu estive lá duas vezes, Senador Elmano, para conhecer aquela realidade, e é impressionante o que os nossos colegas da Embrapa têm feito ao levar o trigo para aquela região - nós estamos falando acima da linha do Equador; Boa Vista fica 4º de latitude norte - para colher trigo com 66 dias, e três toneladas por hectare, Senador Wellington, de produtividade naquelas condições. Então, com o Senador Chico Rodrigues, nós já combinamos inclusive que estaremos juntos lá, proximamente, na colheita da próxima safra do trigo tropical de Roraima.
Também quero saudar, que já nos deixou aqui, o Senador Paulo Rocha, do Pará. Ele é um apoiador do trabalho da Embrapa. E eu sempre digo para os nossos colegas que a Embrapa é uma instituição suprapartidária, supranacional até. O mundo quer a Embrapa, os Senadores, os Deputados, de diferentes partidos, diferentes entendimentos, diferentes ideologias apoiam a Embrapa, porque sabem que é uma empresa do Estado brasileiro, é uma empresa pública, e assim permanecerá, sendo uma empresa pública.
Acho que é um absurdo alguém pensar que nós vamos privatizar a Embrapa. E esse é um compromisso público que eu quero fazer, já que estou aqui numa audiência pública, numa sessão solene, na verdade, do Senado, falando para a população que está nos acompanhando, que a nossa administração vai defender uma Embrapa pública, uma Embrapa que pertence ao Estado brasileiro.
Veja, Senador Elmano, que insanidade seria privatizar a Embrapa, Ministro Paulo Alvim, e colocar, por exemplo, o nosso banco genético, que é o terceiro maior banco genético do mundo, nas mãos do setor privado? Imaginem, se aparecer uma doença no algodão, ou se aparecer uma doença na soja, ou nos caprinos, lá da Caatinga, aonde nós vamos, se não tivermos remédio, se não tivermos, enfim, pesticidas para controlar? Aonde nós vamos buscar variabilidade genética? É lá no banco genético. Então, aquilo é a arca de Noé brasileira, aquilo é um bem da sociedade brasileira, meu, dos nossos filhos, dos nossos netos e, obviamente, tem que permanecer público.
Senador Paulo Rocha falou do nosso açaí. Está aqui o nosso colega Walkymário, da Embrapa Amazônia Oriental. Recentemente, Senador Elmano, nós lançamos o açaí BRS Pai d'Égua, porque tudo que é feito lá no Pará, que é bom é pai-d'égua. Então esse foi o BRS Pai d' Égua, que, como lembrou o Senador aqui, é uma variedade que é possível produzir em áreas secas e que tem maior produtividade.
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Quero saudar também aqui a toda a Diretoria-Executiva da Embrapa, o Diretor Guy, o Diretor Tiago, o Diretora Adriana, que estão aqui conosco; o Presidente do Sindicato, Sinpaf, o Marcus Vidal, que está aqui conosco também; meu amigo Nilson Leitão, que já nos deixou. Na pessoa do Senador Elmano, como embrapiano, vou saudar a todos os servidores, a todos os colaboradores, do mais graduado pesquisador ao mais simples assistente da nossa empresa, esses mil colaboradores que têm feito um trabalho nada mais, nada menos do que fantástico de levar soluções, de levar tecnologia para resolver os problemas da agricultura e não só da agricultura brasileira, mas da agricultura tropical. Nós vamos seguir alimentando o mundo. Como demonstramos ontem, Senador Elmano, no nosso aniversário, lançamos novas tecnologias, apresentamos ali para todos que estavam presentes o nosso balanço social.
O Senador Wellington aqui pontuou muito bem, a Embrapa há 25 anos tem mostrado para a sociedade brasileira o que faz com cada real que é colocado na Embrapa. Nós mostramos que, em 2021, para cada real, devolvemos R$23 para a sociedade. E quando fazemos a média dos últimos 25 anos, para cada real, foram doze reais que foram devolvidos para a sociedade brasileira.
Inauguramos a Galeria de Embrapa ontem, e eu disse, ontem, na inauguração, com a presença do nosso sempre decano, o nosso inspirador Eliseu Alves, aos 91 anos, que foi o patrono da nossa galeria, eu disse assim, Senador Wellington: "Feliz do país que tem memória e que reconhece o esforço de homens e mulheres que trabalharam para mudar a realidade da alimentação, da segurança alimentar brasileira e do mundo".
E chegando ao final dessa minha breve fala, nós temos enormes desafios pela frente. Acho que foi falado aqui já do trigo e em que estamos avançando. Este ano vamos aumentar em 13% a área de produção de trigo no Brasil. Esse é um dado que o Jorge Lemainski me passou anteontem. Vamos aumentar já neste ano em 13% a área, amos sair de 7,5 milhões de toneladas para 8,5 milhões de toneladas de trigo, vamos avançar na questão dos fertilizantes. O mundo, eu não tenho dúvida, vai seguir precisando do Brasil para alimentar a sua população, e o Brasil vai precisar da Embrapa.
Parabéns à Embrapa! Vida longa à nossa instituição!
Obrigado.
Um grande abraço a todos. (Palmas.)
O SR. PRESIDENTE (Elmano Férrer. Bloco Parlamentar Unidos pelo Brasil/PP - PI) - Nós iríamos encerrar a sessão agora, mas um colega nosso, Senador Nelsinho Trad, pediu que nós apresentássemos aqui para todos os presentes - são apenas três minutos -, um vídeo que ele fez e que faz questão que todos os presentes assistam a esse vídeo de apenas três minutos, para nós fazermos o encerramento dessa magna sessão.
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O SR. NELSINHO TRAD (Bloco Parlamentar PSD/Republicanos/PSD - MS. Para discursar. Por videoconferência.) - Sras. e Srs. Senadores, eu não poderia deixar de me juntar aos meus caros colegas neste instante para, nesta homenagem que hoje se faz à Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária, a nossa Embrapa, me somar à comemoração, neste dia 26 de abril, de 49 anos de fundação.
Não vou aqui destacar o que muitos já destacaram: que a Embrapa é referência internacional em pesquisa e em inovação, que é também um centro de excelência no âmbito da administração pública, que é um grande celeiro tecnológico do agronegócio brasileiro. Nesta minha breve fala, gostaria de salientar a importância da Embrapa para o nosso Estado de Mato Grosso do Sul, que conta com três unidades da empresa: a Embrapa Gado de Corte, com sede em Campo Grande, centro de pesquisa de produtos, que trabalha com a cadeia produtiva de bovinos de corte e é uma das principais referências nacionais em termos de melhoramento genético; temos também a Embrapa Agropecuária Oeste, com sede em Dourados, centro de pesquisa ecorregional, especializada no solo e no clima da região oeste do Brasil; e a Embrapa Pantanal, com sede lá em Corumbá, responsável pela pesquisa, desenvolvimento e inovação tecnológica para a agricultura e para os recursos naturais do bioma Pantanal.
Todos aqui podem imaginar a importância dessas três unidades de pesquisa e desenvolvimento para o nosso Mato Grosso do Sul, que sempre respirou o agronegócio. Nos nossos grãos - a soja e o milho -, na nossa cana de açúcar, nas nossas carnes - a carne bovina, a suína e a de aves e a tilápia -, na nossa agricultura familiar, na produção leiteira, na mandioca, nas frutas, na horticultura, nos nossos produtos florestais, em tudo que o Mato Grosso do Sul produz tem um pouco a marca da Embrapa. E os desafios que temos pela frente - a sustentabilidade e o desafio da diversificação - dependem da atuação estratégica da equipe da Embrapa. O programa Carne Carbono Zero, que vem sendo capitaneado pela unidade de Campo Grande, é exemplo notável da importância dessa colaboração.
Falei muito do Mato Grosso do Sul, mas sei que esse modelo de sucesso se reproduz no Brasil inteiro, nas mais de 40 unidades da empresa. Por isso, deixo aqui os meus parabéns. Meus parabéns aos mais de 2 mil pesquisadores! Meus parabéns aos quase 10 mil empregados! Meus parabéns e os nossos agradecimentos à Embrapa nesses seus 49 anos!
Seguimos juntos em prol do avanço da agropecuária brasileira! E, de uma forma muito carinhosa e especial, puxo a brasa para a sardinha do meu estado: viva a Embrapa Mato Grosso do Sul!
Muito obrigado.
O SR. PRESIDENTE (Elmano Férrer. Bloco Parlamentar Unidos pelo Brasil/PP - PI) - Bom, chegamos ao final da nossa sessão magna, que cumpriu a finalidade desta sessão semipresencial.
Agradeço, em nome do Senado da República e em nome do nosso grande Presidente Rodrigo Pacheco, a todos vocês.
Que Deus abençoe, que Deus ilumine e que Deus guie a todos nós.
Um abraço.
Uma boa tarde e até a próxima oportunidade. (Palmas.)
Está encerrada esta sessão.
(Levanta-se a sessão às 12 horas e 56 minutos.)