4ª SESSÃO LEGISLATIVA ORDINÁRIA
56ª LEGISLATURA
Em 15 de julho de 2022
(sexta-feira)
Às 16 horas
82ª SESSÃO
(Sessão Especial)

Oradores
Horário

Texto com revisão

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O SR. PRESIDENTE (Eduardo Girão. Bloco Parlamentar Juntos pelo Brasil/PODEMOS - CE. Fala da Presidência.) - Paz e bem a todos.
Declaro aberta a sessão.
Sob a proteção de Deus, iniciamos nossos trabalhos.
A presente sessão especialíssima semipresencial foi convocada nos termos do Ato da Comissão Diretora nº 8, de 2021, que regulamenta o funcionamento das sessões e reuniões remotas e semipresenciais no Senado Federal e a utilização do Sistema de Deliberação Remota, em atendimento ao Requerimento nº 390, de 2022, de minha autoria e de outros Senadores, aprovado pelo Plenário do Senado Federal, por unanimidade.
A sessão é destinada a comemorar a passagem dos 65 anos de existência da Nova Acrópole, que exatamente no dia de hoje, 15 de julho, lá na Argentina, em Buenos Aires, foi fundada - fica a nossa gratidão aos fundadores.
A Presidência informa que esta sessão terá a participação dos seguintes convidados: Sr. Luís Carlos Marques Fonseca, Diretor Nacional da Nova Acrópole Brasil - Divisão Norte; Sr. Roberto Pértile, Secretário Nacional de Voluntariado da Nova Acrópole; Sra. Luzia Helena Echenique - é isso, Echenique? Está correto o sobrenome?
(Intervenção fora do microfone.)
O SR. PRESIDENTE (Eduardo Girão. Bloco Parlamentar Juntos pelo Brasil/PODEMOS - CE) - Sra. Luzia Helena Echenique, Diretora Nacional da Nova Acrópole Brasil - Divisão Sul; Sra. Lúcia Helena Galvão Maya, Professora da Nova Acrópole do Brasil; Sra. Luiza de Marilac Fernandes Koshino, Secretária do Projeto Criança para o Bem; e Sra. Katia Correa Lazera. Lacera? Lacera? É isso?
(Intervenção fora do microfone.)
O SR. PRESIDENTE (Eduardo Girão. Bloco Parlamentar Juntos pelo Brasil/PODEMOS - CE) - Lazera, que é membro do Instituto Paraense de Educação e Arte (Ipearte); Sr. Ricardo Vela de Britto Pereira, Coordenador Nacional da Escola do Esporte com Coração e Membro do Comitê Brasileiro Pierre de Coubertin; e Sr. Luciano Mendes Bezerra, Professor na Universidade de Brasília (UnB), e aluno, há 13 anos, da Nova Acrópole.
Eu convido a todos para, em posição de respeito, acompanharmos o Hino Nacional, que será executado pelo Coral Programa Criança Para o Bem.
(Procede-se à execução do Hino Nacional.)
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O SR. PRESIDENTE (Eduardo Girão. Bloco Parlamentar Juntos pelo Brasil/PODEMOS - CE. Para discursar - Presidente.) - Eu queria agradecer de coração ao Maestro Ricardo Sousa-Castro. Muitíssimo obrigado. Eu quero dizer que, antes de a gente iniciar esta transmissão ao vivo para todo o país - não apenas pela TV Senado, mas pelas redes sociais da Casa revisora da República -, nós estávamos tendo uma belíssima apresentação.
Eu quero agradecer ao Programa Criança para o Bem, que é da Nova Acrópole e que desenvolve esse trabalho tão bonito, de cultura, de arte, tão vivo e belo como deve ser.
Muito obrigado.
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Eu queria, neste momento, fazer aqui umas breves considerações.
Foi com muita honra e alegria que solicitei a realização desta sessão especial em homenagem aos 65 anos da Nova Acrópole, essa importante organização que está presente em cerca de 60 países, incluindo o Brasil, onde tenho amigos dela participando ativamente. Inclusive, um desses meus amigos e irmãos está aqui, o Giuliano Sales Loureiro, junto com a Aline, sua esposa, lá de Fortaleza, que me convidou para eu ter essa benção, essa oportunidade ímpar de ser aluno, porque eu fui aluno da Nova Acrópole lá em Fortaleza durante algum tempo, e isso foi muito importante para mim. Eu só tenho muita gratidão pelo trabalho dedicado de todos.
O tripé fundamentado na filosofia, na cultura e no voluntariado é muito forte para contribuir para o desenvolvimento de qualquer sociedade, na medida em que funciona como um instrumento eficaz para a evolução de cada indivíduo.
A educação de homens baseada em valores humanos sólidos sem dúvida nenhuma nos trará como consequência uma sociedade mais justa.
A vida de Sócrates, assim como a obra de Platão, exerceu uma influência positiva na minha decisão pessoal de disputar pela primeira vez uma eleição em 2018, como, por exemplo, esta pérola do pensamento filosófico a respeito do exercício da cidadania: "O destino das pessoas boas e justas que não se interessam por política é serem governadas por pessoas nem tão boas e nem tão justas que gostam de política". Platão falou isso 350 anos antes de Cristo.
Quero, na abertura dos nossos trabalhos de hoje, compartilhar uma dessas ricas experiências de vida.
O jornalista norte-americano Isidor Feinstein Stone, ou simplesmente Izzy Stone, foi considerado uma lenda viva do jornalismo. Ele viveu entre 1907 e 1989 sem nunca abrir mão de seus princípios e de sua liberdade de expressão. Por isso, sempre incomodou os governos, sendo perseguido e demitido de todos os jornais importantes em que trabalhou. Preferia pagar o preço da demissão do que abrir mão da verdade e da coerência. Na década de 60, sem emprego, mas com muita credibilidade, cria o seu próprio periódico semanal, o I.F. Stones's Weekly, até que precisou se aposentar por questões de saúde. Então, decide realizar seu grande sonho. Sempre foi apaixonado pelos filósofos da Grécia antiga. Ele, que já dominava bem os idiomas francês, alemão e latim, dedicou dez anos ao estudo do grego arcaico com o objetivo de ler e retraduzir os textos clássicos da Grécia antiga.
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Em 1988, publica um pequeno mas exuberante livro intitulado O Julgamento de Sócrates. Fez isso porque nunca conseguiu compreender como um filósofo com a estatura de Sócrates foi condenado à morte pela assembleia de Atenas.
Em sua conclusão, Stone considera que Sócrates, já com 70 anos de idade, teve uma atitude suicida por ter adotado em sua defesa no julgamento um tom provocativo e, às vezes, até arrogante - talvez por não abrir mão de seus princípios -, não deixando aos cidadãos atenienses presentes à assembleia nenhuma alternativa à pena máxima, de morte por envenenamento.
Nessa análise de Stone, que potencializa a sabedoria e as qualidades morais do grande filósofo, só faltou destacar um aspecto preponderante: a sua espiritualidade. A partir dos 40 anos de idade, ele passa a receber influência ostensiva de seu guia espiritual - em grego: daimonion.
Em sua defesa, ele próprio cita esse contato com essa influência considerada divina e aproveita esse fato para relatar mais uma vez seu pensamento sobre a morte e, principalmente, ressaltar seu completo desprendimento dos interesses materiais.
Eu encerro essas minhas palavras expressando a minha gratidão a Deus por estar pisando o mesmo chão e respirando o mesmo ar que tantos missionários como Sócrates e Platão também fizeram. Que essas vidas exemplares na coerência entre o pensar, o falar e o agir possam sempre nos inspirar para que, mesmo reconhecendo nossas inúmeras imperfeições e limitações humanas, tenhamos força para realizar as necessárias transformações interiores em benefício do mundo à nossa volta.
Antes aqui de participarmos desta solenidade, quando vamos ter a entrega de uma placa, neste momento, eu gostaria de relembrar o momento que estamos passando na humanidade, um momento de muita provação sob todos os aspectos.
Nós estamos juntos nessa jornada, onde precisamos, realmente, resgatar, na sabedoria, na história, na filosofia clássica, sempre a motivação e o entusiasmo, que vem de Deus, para que possamos trilhar com serenidade.
A gente vive um momento de guerra, vive um momento de degradação muito grande de princípios e valores morais e nós temos aí, na terra, muitos permeando uma nova Sodoma e Gomorra. E a gente tem que agradecer e celebrar a existência de uma instituição como a Nova Acrópole, porque faz esse resgate, nos coloca um novo norte, tem feito um trabalho fantástico.
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Aqui no Brasil, eu conheço esse trabalho, mas, como eu li aqui há pouco tempo, são quase 60 países, e a gente tem aí um trabalho social. Em um momento de tanto vazio existencial, com pessoas se mutilando, pessoas atentando contra a própria vida - que é uma bênção! -, a Nova Acrópole é realmente algo fundamental para que as pessoas possam conhecer, se identificar e resgatar esse amor pela vida, numa reconstrução de um ciclo aí que se está concluindo. A humanidade está precisando de um outro espiral e vai ser muito importante o trabalho dela.
O Senado acolhe, respeita e celebra junto esses 65 anos da Nova Acrópole.
Então, eu quero passar agora para a entrega da placa à Sra. Luzia Helena - o seu sobrenome eu vou acertar até o final desta sessão, prometo... (Risos.)
A SRA. LUZIA HELENA ECHENIQUE (Fora do microfone.) - Echenique.
O SR. PRESIDENTE (Eduardo Girão. Bloco Parlamentar Juntos pelo Brasil/PODEMOS - CE) - Echenique.
Qual é a origem do sobrenome?
A SRA. LUZIA HELENA ECHENIQUE - Basco.
O SR. PRESIDENTE (Eduardo Girão. Bloco Parlamentar Juntos pelo Brasil/PODEMOS - CE) - Basco, olha só que bacana.
Então, eu quero passar à Sra. Luzia Helena Echenique - melhorou, não é?... (Risos.)
... representando a Organização Internacional da Nova Acrópole, esse reconhecimento importante pelo trabalho desempenhado.
Então, com muita gratidão, receba esta placa aqui do Senado Federal do Brasil.
(Procede-se à entrega de placa de homenagem à Sra. Luzia Helena Echenique.) (Palmas.)
O SR. PRESIDENTE (Eduardo Girão. Bloco Parlamentar Juntos pelo Brasil/PODEMOS - CE) - Então, sem mais delongas, eu concedo a palavra ao Sr. Luís Carlos Marques Fonseca, que é o Diretor Nacional da Nova Acrópole Brasil Divisão Norte.
Foi feito internamente um combinado aqui de falas. Alguns vão falar por um pouco mais tempo - isso foi tudo pactuado inicialmente -, mas sempre contem com a tolerância da Casa, está certo? A gente está aqui...
Aliás, quando terminar esta sessão, na hora em que tiver que terminar, porque nada acontece por acaso... Eu estava querendo realizar esta sessão antes da pandemia, a ideia era essa. Aí veio esse momento difícil da humanidade - que tem também a oportunidade de um salto, de um despertar de consciências - e acabou que a gente não podia ter, até muito pouco tempo atrás - não é, Zezinho? -, sessões aqui no Senado Federal como a gente está tendo agora, presencialmente. E, assim que se liberou, a gente efetivou aqui, e foi aprovado por unanimidade.
Eu quero agradecer aos Senadores - muitos não estão aqui porque ontem foi o último dia de trabalho no Senado, teremos o recesso constitucional de 15 dias. E, quando terminar esta sessão, na hora que for, a gente vai apagar as luzes aqui do Senado, vai ter essa benção de apagar para uma reflexão, para voltar com toda força daqui a 15 dias. Olha a responsabilidade! (Risos.)
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Então, Luís Carlos, você fique à vontade. Se quiser falar daqui ou da tribuna, do lado direito ou do lado esquerdo, fique à vontade.
Muito obrigado pela sua presença aqui. É uma honra muito grande, viu, Luís?
O SR. LUÍS CARLOS MARQUES FONSECA (Para discursar.) - Cumprimento e agradeço muito ao Senador, as palavras dele, por ter dado para a gente essa honra de celebrar o nosso aniversário aqui, aos convidados na mesa, aos meus convidados especiais e a todos vocês que são os voluntários da Nova Acrópole, a maioria, e que fazem com que neste momento seja possível a sua realização.
Hoje, dia 15 de julho, é exatamente a data em que celebramos o 65º aniversário da Oina, a Nova Acrópole Internacional, presente em mais de 60 países, nesse trabalho continuado por 65 anos, nesse esforço conjunto para que haja mais fraternidade entre os seres humanos. Não é fácil manter uma coerência de um trabalho por 65 anos. Portanto, essa data para a gente é muito especial.
Nós acreditamos que a fraternidade é natural no ser humano. Acreditamos que todo ser humano, independente de raça, credo, cor, possui uma semente de bondade no coração, que, se for desenvolvida, cresce. Às vezes, está muito grande, muito desenvolvida essa semente em alguns seres humanos; e, às vezes, em alguns, somente de uma forma embrionária. Mas nós podemos notar que todo ser humano, em algum momento, faz um gesto de bondade, quer seja com familiar íntimo, com filho, com pai, na sua infância, quer seja com animal de estimação, quer seja com uma planta, tem uma semente de bondade, que, se for cultivada, desenvolve. Nós consideramos que isto é o trabalho fundamental da educação: fazer crescer esta semente de bondade no coração humano.
Eu creio que o coração humano, como falam, é um coração em que cabe todo o universo, que tem dentro dele a diversidade de todo o universo. Mas, no meio dessa diversidade toda, tem essa semente de bondade. Se ela não for cultivada, se o processo de educação não focar na bondade, mas em outras coisas, essas outras coisas crescem e podem abafar essa semente.
Por isso que eu gosto muito de fazer um paralelo entre o trabalho da educação e o trabalho do agricultor. O agricultor, todos nós sabemos, tem que selecionar a semente do fruto que ele quer fazer florescer: se ele deseja laranja, ele tem que saber identificar a semente da laranja; se ele deseja manga, ele tem que saber identificar a semente da manga; se ele deseja abacate, a semente do abacate. Ele tem que saber identificar as sementes, em função daquilo que ele quer obter.
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Nós temos que saber o que nós queremos obter do ser humano, para ver onde vamos colocar, qual semente nós vamos colher no seu coração e fazer crescer, porque hoje às vezes nós identificamos esse potencial tecnológico do ser humano, essa habilidade de fazer coisas, e esquecemos de focar na necessidade de desenvolver, primeiro, a bondade antes de ensinar o ser humano a fazer coisas, porque um ser humano tecnicamente preparado, que faz as coisas maravilhosas, mas que não tem semente de bondade, nós não sabemos onde ele vai aplicar essa técnica dele. Uma pessoa maldosa se torna muito mais maldosa se tiver uma técnica eficiente. O tamanho da maldade, com uma técnica eficiente, pode ser muito maior.
Isso tem sido muito esquecido no nosso processo de educação. É por isso que a Nova Acrópole foca nesse aspecto, no desenvolvimento primeiro da bondade, e depois em como aplicar essa bondade no decorrer da vida do ser humano, que é o que eu vou falar um pouco também. Daí que nós consideramos que é muito importante, primeiro nesse trabalho de jardineiro, de agricultor ou de educador, saber selecionar a semente entre as outras, saber de distinguir o bem do mal. Eu creio que todo ser humano gostaria disso, todo ser humano pensa na fraternidade, pensa na paz, pensa na harmonia entre os seres humanos, mas, quando tenta fazer, ele tem uma concepção muito diferente do que é bondade, do que é justiça, do que é beleza, e cada um parte para um lugar diferente, e nem sempre o resultado é o fruto que nós esperávamos que fosse se desenvolver. A gente espera que, se plantarmos bondade, terá que surgir bondade. Se plantamos tecnologia, surgem homens habilitados na tecnologia. Se nós plantamos competitividade, vão surgir homens competitivos, que vão competir entre si, e vai ser a lei do mais forte, uma lei um pouco selvagem. Então, temos que trabalhar bastante esse aspecto, no processo de educação, do desenvolvimento, dentro das características do ser humano, daquilo que ele tem de melhor. Depois, traremos as outras formações, que também são importantes. É evidente que temos que também saber fazer coisas, temos que também dominar tecnologias, temos que ter também utilidade dentro da sociedade.
Esse trabalho, então, que eu gosto de comparar com o do agricultor, passa por um primeiro ponto muito importante: como separar o que é bom e o que é ruim? O que é o bem? O que é o mal? Será que o bem é tudo aquilo que é conveniente para os nossos desejos pessoais? É isso que pensamos do bem? Será que o bem é aquilo que está de acordo com a maneira como eu penso?
O que é a harmonia? Como é a harmonia entre o ser humano? É simplesmente a harmonia entre aqueles grupos que se reúnem em função de determinados interesses e que competem com outros grupos? Não deveria ser algo que reunisse todos os seres humanos? Então, o que é a harmonia? O que é essa arte que cuida da harmonia? Ou seja, o que é a arte, o que é a beleza, essa que tanta preocupação tem com a harmonia?
O que é a justiça? Seria a justiça a defesa de leis, feita não com leis, mas com acordos sociais, de acordo com determinadas conveniências de uma empresa, de um núcleo de interesse dentro da sociedade? Podemos chamar isso de leis ou regulamentos, que cumprem a sua função, mas não servem, talvez, para toda a sociedade. Então, o que é a lei, o que é a justiça?
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Essas são perguntas que nós fazemos.
É por isso que às vezes os nossos primeiros anos dentro do curso de Filosofia são três, quatro, cinco anos, para chegarmos a um acordo básico sobre essas coisas fundamentais, porque, se a gente não tem uma concepção correta da beleza, da bondade e da justiça, embora queiramos isso, cada um vai para uma direção diferente e não haverá harmonia entre os seres humanos. Daí que a primeira proposta da Nova Acrópole é a filosofia à maneira clássica, como disse muito bem o Senador, buscar nos clássicos o que eles pensam sobre a justiça, a beleza e a bondade.
Esses dias, a Lúcia me contou uma novidade, que eu achei muito interessante: que o clássico está virando moda novamente. Chegaram à conclusão de que os gregos sabiam melhor do que a gente o que é a justiça, a beleza e a bondade. E agora a filosofia clássica está virando moda. Eu até repeti para ela: "Então nós já estamos em moda há 65 anos". (Risos.)
Mas, como as modas vão e vêm, uma hora vai sair de moda novamente, mas, de qualquer forma, vamos continuar pensando da mesma forma.
Uma vez, questionado sobre isso... Porque, se nós não sabemos isso, corremos o risco de cair naquilo que Confúcio previa: que as pessoas bem intencionadas, como têm essa semente de bondade no coração e querem provocar harmonia na sociedade, se reúnem, só que, às vezes, como não sabem o que é bondade, trabalham para coisas que destroem, porque erram na sua direção. E ele fala que, quando as pessoas boas, por uma questão de falta de visão da vida, se aliam, inconscientemente, àquelas coisas que destroem, o mundo não tem solução, porque são as pessoas boas, honestas e trabalhadoras que fazem as coisas desenvolverem, mas, se elas se aliam, se plantam sementes erradas, vão nascer sementes erradas. Por isso que às vezes nós vemos os pais dando o melhor que podem para os filhos e depois os filhos começam a ter problemas psicológicos, começam a se cortar, como disse o Senador, começam a se matar, e o pai pergunta: "O que eu fiz?". Será que esse processo, tudo isso de bom que você fez, foi só uma boa intenção ou foi realmente uma educação correta?
Por isso que às vezes... O ditado popular é muito sábio. O ditado popular fala que o inferno está cheio de pessoas bem intencionadas, porque não basta a boa intenção, temos que saber o que é a bondade, temos que saber o que é a justiça, temos que ter um norte. E aí a essência da filosofia. Por isso que o nosso primeiro, a nossa primeira proposta, dentro da Nova Acrópole é filosofia.
Depois, esse agricultor tem que dar um passo a mais. Além de selecionar a semente que ele quer fazer nascer, ele tem que cultivar, ele tem que fazer a cultura, ele tem que saber plantar essa semente. Nós sabemos que uma semente de laranja - nós temos fazenda - você planta em um local, e os insumos que você tem que colocar lá são diferentes dos quando você planta em outro local. Por quê? Porque as propriedades da terra são diferentes. Às vezes a qualidade da semente é diferente. Então o agricultor tem que saber também não só plantar, tem que saber cultivar. Quando o agricultor planta, vai nascer. Vocês já viram quando nasce o broto das frutas? Desse tamanhinho? Parece com todos que nascem. Se ele não sabe arrancar aqueles que não podem ficar próximos, quando está nascendo, e arranca errado, pode arrancar o próprio broto da laranjeira que ele plantou, por exemplo, em vez de arrancar as pragas. Essas pragas, lá no final, vão servir, porque elas servem também de adubos, elas compõem um todo, mas é o agricultor que tem que selecionar o momento de cada coisa. Então nós também, quando vamos plantar a semente da bondade, colocar essa semente, uma vez entendido o que é a bondade, como vamos plantá-la na sociedade, temos vários lugares, na terra humana, onde ela pode florescer.
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Ela pode florescer, por exemplo, como é ser um cientista bondoso, como é bondade na ciência. Então, a terra ali é diferente, é o solo da ciência, como é o solo da arte, como eu planto a bondade através da arte, como fazer nascer a arte com bondade, não somente uma arte a serviço de qualquer coisa, não somente uma ciência a serviço de qualquer coisa, a ciência a serviço do ser humano, uma arte a serviço do ser humano. Então, como fazer florescer nessa terra, que tipos de insumos tem que ter, que tipos de elementos eu tenho que trabalhar dentro dessa área, dentro dessa terra humana? Na política, como fazer florescer dentro da política para que não seja qualquer coisa a política, para que a política não esteja a serviço da bondade, mas de interesses de determinados grupos que estão sempre em conflito entre si? Como vamos sonhar com seres humanos se não tem ponto de união com seres humanos, se não tem ponto de contato?
É por isso que uma proposta importante de Nova Acrópole é o desenvolvimento da cultura, do cultivo e também a filosofia do que é cada coisa e a cultura de como desenvolvê-la nos seus vários segmentos, da arte, da ciência, da medicina, dos trabalhos sociais, e assim por diante em todas as aplicações agora desse elemento para que ele possa florescer realmente e dar os seus frutos. Daí que nós também temos essa máxima - a cultura, a serviço da cultura.
Bom, e depois, como todo jardineiro que plantou, escolheu o que quer ver nascer, desenvolveu, cultivou, tem que colher os frutos? Nós também temos que colher os frutos? O ser humano também tem que dar frutos? E qual é o fruto do ser humano? Bom, o fruto da laranjeira é a laranja, o fruto do abacateiro é o abacate. Qual é o fruto do ser humano? O fruto do ser humano é a bondade. E aí nós temos que saber colhê-los e seguir essa máxima dos grandes mestres: crescei e multiplicai. Crescei em bondade e multiplicai em bondade, porque esse é o fruto do ser humano. Não viemos fazer coisas, viemos construir o ser humano.
Daí é que nasce o que nós chamamos de voluntariado, essas pessoas boas que querem estar a serviço dos demais. Daí é que nasce essa possibilidade de o ser humano, sendo ele mesmo, ser humano, fazendo uso desse seu próprio coração, dessa essência que é seu próprio coração, a bondade pode, então, agora ter o prazer de exercitar aquilo que ele é, a sua missão humana. Daí é que nossa máxima é: filosofia, cultura e voluntariado. Essa é a nossa proposta.
Por isso, um feliz 65 anos à Nova Acrópole de filosofia, cultura e voluntariado.
E uma vez mais o meu muito obrigado ao Senador, porque eu sei que compartilha conosco desse mesmo sonho, desse mesmo ideal. E muito obrigado a esta Casa brasileira, a este Senado brasileiro, porque aqui está a representação do povo brasileiro que eu tenho certeza absoluta que sonha que todos os seus representantes desenvolvam em seus corações a bondade, que é essa luz divina que indica o caminho para a solução dos problemas que nós temos e que não são poucos.
Muito obrigado.
E boa tarde a todos. (Palmas.)
O SR. PRESIDENTE (Eduardo Girão. Bloco Parlamentar Juntos pelo Brasil/PODEMOS - CE) - Nós é que agradecemos ao Sr. Luís Carlos Marques Fonseca, Diretor Nacional da Nova Acrópole Brasil - Divisão Norte.
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Eu tive a benção de conhecê-lo na quarta-feira, não foi? Na quarta-feira, a gente teve a oportunidade de conversar. O Giuliano já falava muito bem do senhor e eu fiquei muito feliz, porque o senhor tem muita sabedoria, muito entusiasmo. É muito bom, a gente fica renovado, conversando, com muita confiança, muita esperança de que vai dar tudo certo. Muito obrigado, Luís.
Eu queria dizer: sabe por que vai dar tudo certo? A gente está aqui com o auditório lotado, tem alunos da Nova Acrópole em todo o Plenário do Senado, mas nós estamos recebendo também aqui, desde que voltamos da pandemia, cada vez mais, brasileiros de diversas regiões do país que vêm conhecer a sua Casa, vêm conhecer o Senado Federal, vêm conhecer a história. Esta visitação, que é uma visitação guiada, está aberta a todo mundo. Então, é só fazer - não é isto, Zezinho? - um cadastro no próprio site do Senado e marcar - é totalmente gratuito - e agendar.
A gente fica muito feliz em ver o brasileiro, cada vez mais, gostando de política, acompanhando a política. Essa proximidade é muito importante, muito importante para o Brasil. Então, parabéns a vocês que estão vindo. Sejam muito bem-vindos aqui ao Plenário do Senado. Nós estamos tendo uma sessão especial para comemorar a passagem dos 65 anos de existência da Nova Acrópole. Ontem foi o último dia em que nós tivemos, antes do recesso constitucional, votações, neste Plenário, e retornaremos em agosto, mas a visitação está aberta durante todo o período.
Imediatamente, já concedo a palavra à Sra. Luzia Helena Echenique, Diretora Nacional da Nova Acrópole Brasil - Divisão Sul. Fique muito à vontade para fazer o seu pronunciamento e, mais uma vez, muito obrigado pela sua presença aqui no Senado Federal.
A SRA. LUZIA HELENA ECHENIQUE (Para discursar.) - É uma grande honra estar nesta Casa, no Senado brasileiro, no centro do nosso país, recebendo esta homenagem no dia do nosso aniversário de 65 anos.
Como sempre nos aniversários trazemos à memória as origens de como essa história começou. Não vou passar aqui os 65 anos, mas algumas recordações fundamentais e importantes.
Esta escola de filosofia à maneira clássica inicia as suas ações, as suas atividades, baseada na filosofia, através da mão de Jorge Ángel Livraga, em Buenos Aires, há 65 anos.
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E algo fundamental que vamos aprendendo e que, como acabou de dizer Luís Carlos, vai ficando cada vez mais concretizado em nossas vidas é o valor da filosofia. A filosofia, para nós, é o sustento, é a alma de tudo o que fazemos.
Como bem enfatizou o nosso Senador, Platão, há 2,5 mil anos mais ou menos, fala da filosofia como um mediador. E é muito interessante isso porque é justamente o que vai nos orientar o Prof. Jorge Livraga: a filosofia como a construção, como meio para a construção do ser humano.
Platão se vale de um mito para falar do nascimento da filosofia e nos conta o nascimento de Eros, o deus do amor. Eros era justamente esse mediador. Diz ele que, numa celebração maravilhosa que havia no Olimpo entre os deuses, estavam muito alegres porque havia nascido, havia chegado entre eles Afrodite, a deusa da beleza.
Estavam nessa celebração, nessa alegria, mas uma dessas forças divinas, Poros, a abundância, a riqueza, resolve sair para os jardins, e lá encontra Pênia, a pobreza. Imediatamente, há uma grande atração, porque são polaridades distintas a abundância, a riqueza e a necessidade. E, nessa celebração, nesse momento de júbilo no Olimpo, Eros é concebido. Eros, o mediador, filho da abundância e da necessidade.
E Platão nos diz: a filosofia é um ser como Eros, é um ser de amor. Está sempre buscando, está sempre carente, está sempre necessitado do saber, e por isso busca a sabedoria. Não a tem, porque carece dela, mas algo o impulsiona a buscar sempre.
Essas são as bases dos nossos fundamentos acropolitanos, porque é a filosofia à maneira clássica, porque o ser humano tem uma necessidade, tem uma carência, mas também é filho da abundância e da riqueza e deve acordar para começar a buscar e fazer essa ponte.
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E isso fala muito do nosso trabalho nesses 65 anos, porque, como bem acabou de dizer meu irmão Luís Carlos, um dos eixos fundamentais para realmente fazer filosofia no mundo é a educação.
E aqui trouxemos um exemplo: essa orquestra maravilhosa formada pelas crianças, por alunos acropolitanos que recebem uma educação filosófica, que se diferencia da educação meramente informativa. A educação, como dizia também o mestre Platão, é o envolvimento de artes formativas na vida do ser humano, para que ele realmente possa se conhecer. E, como artes formativas, vejam vocês, os projetos que realizamos em todos esses anos, as palestras, os cursos, os podcasts, hoje a Escola de Esportes com o Coração, também a formação do voluntário, enfim, filosofia desenvolvida através desse esforço que vai conjugando, que vai dando forma às nossas ações. A educação para nós é algo fundamental, educa, como bem disse nosso Senador, a mente, o coração e as mãos.
E há também algo que para mim é fundamental, que é a filosofia que nos ensina uma arte muito especial que é a arte de viver, que nos ensina, nos impulsiona a buscar o sentido da vida, a entender que a vida é uma busca de aperfeiçoamento, de melhoramento e, principalmente, porque temos Eros em nós, esse princípio de movimento e norteador. Através desse exercício da arte de viver, fazemos exercícios simples que nos modificam, nos transformam.
Por exemplo, falávamos outro dia que um bom exercício seria deixar de fazer algo inútil e, justamente, aprender a fazer algo bom; esquecer algo inútil, recordar algo bom; compreender os erros dos demais, aprendendo a compreender um erro nosso. Isso é filosofia, isso é simples, mas está ao alcance de todo ser humano.
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O nosso trabalho, nesses 65 anos, é levar uma lamparina acesa chamada filosofia, para que ele desperte para essa realidade do amor dentro dele, dessa força unificadora do amor, que também o unifica como ser humano e, a partir disso, tem a propriedade de fazer um trabalho de voluntariado e dar a oportunidade do despertar a muitos jovens, a muitos homens e mulheres, aos anciãos também.
Um cuidado repleto em todas as idades, em todas as necessidades. Isso a Nova Acrópole tem feito por muitos de nós que está aqui, cuja vida tem passado num esforço para transmitir essas ideias filosóficas aos demais. Porém, esse esforço tem nos dado uma felicidade tão grande, como esta que a gente está vivendo aqui agora, de poder receber uma homenagem na nossa casa, na nossa terra brasileira, ser reconhecido pelos nossos representantes, pelos nossos responsáveis, responsáveis pelas leis, os custodiadores dos nossos brasileiros.
Que esse esforço seja permanente, seja perseverante como é a arte de viver. Nós sabemos que a arte não se faz de golpe; de um momento para outro aprendemos a fazer as coisas. Não! Que tenhamos também muito claro que devemos repetir e repetir e repetir muitas vezes para poder aperfeiçoar esse ser humano que somos nós. E, à medida que nos aperfeiçoamos, também podemos transmitir a possibilidade de que todo ser humano pode se aperfeiçoar e pode chegar a construir algo que o Prof. Livraga falava nos inícios. Ele tinha um slogan que era assim: a filosofia para construir um homem novo e melhor, que construirá um mundo novo e melhor.
Esse é o nosso esforço. Nesses 65 anos, é isto que nós colocamos nesta sala magnífica com a presença de todos vocês: nosso compromisso de continuar construindo essa ideia do aperfeiçoamento e da evolução do ser humano, que reconheça suas potências, seus valores, suas virtudes e viva realmente de uma forma prática essa filosofia em ação. E, dessa maneira, deixaremos futuro para esses garotos e garotas que estavam aqui agora mesmo, porque eles é que vão continuar essa obra.
Portanto, desejo que Eros, o Deus do Amor, nos acompanhe por sempre porque ele é o grande mediador da filosofia. Ele é a filosofia, e nós somos também filósofos e um pouco de Eros.
Parabéns a todos vocês. Muito obrigada, Senador. É um grande prazer estar aqui. Obrigada. (Palmas.)
O SR. PRESIDENTE (Eduardo Girão. Bloco Parlamentar Juntos pelo Brasil/PODEMOS - CE) - Muitíssimo obrigado, Sra. Luzia Helena Echenique, Diretora Nacional da Nova Acrópole Brasil - Divisão Sul. Ela é lá de São José dos Campos, São Paulo, e veio especialmente participar desta sessão. Muito obrigado por estar aqui conosco. Poderia estar de forma virtual, porque a gente faz sessões aqui, e alguns palestrantes vêm de forma virtual, mas eu fico muito feliz, porque hoje nós estamos 100% presenciais aqui.
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Eu sei que tem muita gente assistindo em casa. Já recebi a informação aqui de que tem muita gente nos acompanhando tanto pela TV Senado, que está ao vivo para todo o país, como pelo YouTube e pelas outras mídias sociais do Senado, que estão para o mundo inteiro. Então, realmente, muito obrigado mesmo pela presença.
Eu vou chamar agora para também fazer uso da palavra uma senhora, que também é responsável pelas peças de teatro da Nova Acrópole. Inclusive, eu quero agradecer a ela, porque não tive a oportunidade de fazê-lo pessoalmente, porque, lá em Fortaleza, a gente realiza, há mais de 18 anos, um evento chamado Mostra Brasileira de Teatro Transcendental, que leva peças com esta característica: de fazer uma reflexão profunda sobre a espiritualidade, sobre a imortalidade, sobre a bondade, sobre a caridade. São peças sempre com esse objetivo. E a curadoria procura identificar no país inteiro peças com essa característica, para que a pessoa que esteja assistindo... É um evento que já existe, como eu falei, há 18 anos, no Ceará, e é impressionante como vem crescendo, porque é aquela semente de que você falou, é a semente que é colocada no coração. Quando você está numa sala de cinema - por isso a importância da arte - ou num teatro, fecha-se ali, abre-se a cortina, fica tudo escuro, e, no cinema, a tela, você está ali para receber aquela mensagem, e aquela mensagem pode transformá-lo.
Eu sou exemplo de uma peça a que assisti em São Paulo, há uns 25 anos, mais ou menos, vinte e poucos anos, que me tocou profundamente porque eu revi meus valores e eu disse: "Poxa, eu estou num caminho aqui... Não, o caminho aqui é de buscar ajudar as pessoas". Eu estava num caminho equivocado, num caminho de egoísmo, num caminho de olhar apenas para mim - a família estava em terceiro, quarto lugar; os amigos, em quinto lugar. O Giuliano viveu um pouco disso nessa época porque me conhece desde a infância. E essa peça de teatro fez a diferença na minha vida, que foi uma peça chamada O Cândido Chico Xavier. Era um musical. Interessante é que nem de musical eu gostava, e eu fui para essa peça. Não tinha nenhum ator famoso, mas a mensagem foi tão poderosa que fazia tempo que eu não chorava, e eu chorei muito ali e disse: "Olha, essa peça eu queria levar lá para Fortaleza, para a minha terra".
E assim começou a Mostra Brasileira de Teatro Transcendental, porque a gente identificou que existiam várias outras peças nesse sentido. E a Nova Acrópole contribuiu - pouca gente aqui sabe disso - para essa Mostra de Teatro Transcendental, lá em Fortaleza. Eu não lembro qual a edição, talvez tenha sido a décima, por ali, a oitava. Ela contribuiu com uma peça de teatro, que foi apresentada na mostra e que o cearense amou. Eu não estou lembrado do nome da peça, mas talvez a Sra. Lúcia Helena Galvão Maya, que eu gostaria de chamar aqui para fazer uso da palavra, Professora da Nova Acrópole do Brasil, da Universidade Federal da Bahia, talvez lembre e fale para a gente, porque essa peça foi muito marcante lá. Muita gratidão.
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A SRA. LÚCIA HELENA GALVÃO MAYA (Para discursar.) - Boa tarde a todos. Evidentemente, como todos fizeram até agora, nós estamos falando a respeito dos 65 anos de Nova Acrópole, e eu brindo a isso.
Mas eu gostaria de enfocar um ponto, que é perseverança. Nós não só brindamos ao que aconteceu no dia 15 de julho de 1957, mas ao que aconteceu no dia 16, 17, 18, em todos os dias e todos os anos que vieram depois disso. Nós brindamos a 65 anos de perseverança, de constância no cumprimento desse objetivo, que para nós é tão especial e tão extraordinário.
Gostaria de falar um pouco a respeito dessa característica da perseverança, que tanto me impressiona. A natureza é tremendamente perseverante, embora isso nem sempre esteja muito na moda no nosso momento histórico. Nós somos impulsivos e, muitas vezes, seguimos impulsos que se esgotam muito rapidamente. Nem sempre, a perseverança está na palavra do dia.
Porém, a natureza é muito perseverante em tudo que faz. Ela toma um corpo pequeno de um ser humano, um bebê recém-nascido, e persevera com ele até que chegue à idade adulta. Ela toma uma semente muito simples e a leva até uma árvore, às vezes frondosa, às vezes muito grande. Ela toma uma pequena lagarta, com seus passinhos curtos, e já vê, com ela, um futuro de borboleta. A natureza sabe perseverar, e isso é um dos seus dons, isso é uma das suas grandes belezas e um dos seus grandes valores.
Eu poderia dizer que, estudando, como estudamos em Nova Acrópole, os grandes códigos morais da história da humanidade, e houve muitos, nenhum deles é muito difícil de ser cumprido. Pode parecer paradoxal isso, não é? Os grandes códigos morais criados por grandes tradições da humanidade. Por exemplo, tomo o nobre óctuplo caminho do budismo. Oito passos. Eu seria capaz de garantir que qualquer ser humano que eu conheça é capaz de cumprir os oito passos do budismo por dez minutos. Com certeza. O problema é o 11º minuto, o 12º, o 13º e a vida que vem depois disso. O problema é a perseverança. O problema é levarmos isso adiante. E isso tem, em si, toda uma magia. É algo muito especial.
Nós também somos chamados a perseverar em tudo aquilo que é importante na nossa vida. Nos nossos sonhos. Não são nada, são bolhas de sabão, se não sabemos perseverar com eles até a sua concretude. Os nossos sentimentos não são nada, não criam nada, são emoções passageiras, se a gente não sabe caminhar com eles até laços duradouros e profundos. Nós mesmos, a nossa construção como seres humanos, não somos nada se não soubermos caminhar com ela até os nossos ideais. Nós somos, também, fruto da perseverança. Esse é um dos elementos mais preciosos de que a vida lança mão.
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Nós, em Nova Acrópole, há 65 anos, trabalhamos com essa mesma ideia: perseverança em propósitos de transformação da humanidade, de criação de algo mais humano, mais digno daquilo a que o ser humano diz respeito, mais digno da condição humana propriamente dita.
Dentro disso, gostaria de falar particularmente - o que me cabe, muito especialmente, neste momento - de um projeto dentro de Nova Acrópole, um dos muitos que desenvolvemos, que é a nossa presença na internet nos dias atuais. Foi algo que também começou de maneira muito humilde, há 14 anos, e que vem perseverando ao longo do tempo de uma maneira que também, segundo o método que utilizamos em tudo o que fazemos, é exemplar. Hoje, se somarmos o nosso canal no YouTube com o canal de streaming Acrópole Play, temos 1,1 mil palestras no ar para que qualquer brasileiro possa acessar aquilo que fazemos em Nova Acrópole: 1,1 mil palestras no ar. Nós temos, no nosso YouTube, que agora conta 14 anos, aproximadamente 1 milhão de inscritos nos seguindo. Vejam bem, 1 milhão de inscritos nós temos. Acabamos de completar 100 milhões de visualizações nesse canal, um canal de filosofia à maneira clássica. São 100 milhões de visualizações. É o que temos hoje em dia.
Como começamos com isso? Bom, eu participei bastante desse início, eu me recordo, desse projeto nosso pelo qual temos tanto carinho. No início nos diziam: "A moda é fazer vídeos bem curtinhos de temas que estejam na moda, de coisas que estejam na atualidade". E o que foi que nós fizemos? Fizemos vídeos de mais uma hora sobre temas clássicos. Não foi isso? Foi exatamente o que fizemos e o que fazemos até hoje. Nós não seguimos nenhuma moda, nós criamos a nossa moda e fizemos dar certo, do nosso jeito. De tal maneira que eu acredito, inclusive, que tenhamos aberto o caminho, porque hoje muita gente faz desse jeito também. Nós abrimos caminhos, há 14 anos. Fizemos isso dar certo.
Bom, o início foi complicado. Não sabíamos nada tecnicamente. Recordo-me bem da pessoa que nos ajudava a filmar, que era uma voluntária com muita iniciativa, com uma camerazinha de vídeo precária, sem ter um tripé, que ela sustentava sobre a mesa com os próprios ombros, ao vivo, com todo o som ambiente. E nós fazíamos aquilo com toda a perseverança e constância, acreditando que aquilo daria, mas não deu fácil. Nesses 14 anos, nós tivemos pelo menos uns 5 ou 6 anos de espera para que começasse a dar algum fruto. E nós insistimos em que ia dar certo. Qualquer um, num prazo como esse, teria desistido. Nós olhávamos as nossas estatísticas do canal e era uma linha praticamente horizontal, qualquer um teria desistido. E nós acreditávamos que essa linha se levantaria, algum dia. E ela se levantou. Hoje, ela é progressiva, ela é forte, ela é potente. Temos um canal que, cada vez mais, conquista respeitabilidade em todo o Brasil, por esse trabalho de perseverança e constância que fizemos.
Tenho andado muito pelo Brasil. Graças ao nosso trabalho do YouTube, eu, muitas vezes, sou reconhecida em alguns lugares. Eu gostaria de poder sintetizar e trazer para todos nós que compomos a Nova Acrópole o que eu recebo nessas minhas andanças. Sobretudo, uma expressão: graças a vocês. E foram tantas vezes que eu ouvi essa expressão que vocês não fazem ideia. "Graças a vocês, eu superei uma dificuldade enorme." "Graças a vocês, pude perseverar além de toda adversidade." "Graças a vocês, aguentei bem a pandemia." "Graças a vocês, passei por tantas dificuldades na vida e triunfei." Isso é tão bonito! Mesclado com tudo isso, eu tenho recebido abraços, tenho recebido demonstrações de carinho, olhares, muitas vezes, marejados de lágrimas. Graças a vocês! E isso não é algo que é destinado a mim; é destinado a toda a Nova Acrópole. E é mais uma mostra do que podemos com os nossos sonhos, que são potentes, que são capazes de se manter de pé contra vento e maré. Nós somos capazes.
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Não só nesse projeto, mas em todos os projetos que desenvolvemos somos capazes de enfrentar linhas horizontais por um tempo indefinido e colocar essas linhas se elevando, cada vez mais, em direção aos céus, que é onde residem os nossos sonhos.
Em homenagem a tudo isso, em homenagem a essa data tão especial, eu agradeço à Nova Acrópole por ter nos ensinado sonhos celestiais, mas também por ter nos ensinado a magia da perseverança e da constância.
Muito obrigada. (Palmas.)
O SR. PRESIDENTE (Eduardo Girão. Bloco Parlamentar Juntos pelo Brasil/PODEMOS - CE) - Muitíssimo obrigado à Sra. Lúcia Helena Galvão Maya, Professora da Nova Acrópole do Brasil, ela que também, além dessas características empreendedoras para levar a Nova Acrópole ao máximo de pessoas possível através dessa inovação, tanto no YouTube como no canal próprio, cujo endereço é acropoleplay, ela também, eu peguei aqui a informação, desenvolve essa parte de arte da Nova Acrópole, de teatro. Mas a peça que foi para o Ceará foi dirigida pela Juliana Limeira. O nome da peça - olha só, nós conseguimos aqui - é Valores: a Cotação Humana. Foi em 2009. E, em 2020, teve outra, em plena pandemia, que foi A Voz do Silêncio - é isso? A Voz do Silêncio. Olha, as duas peças foram lá para o Ceará. E esta, A Voz do Silêncio, foi escrita justamente - e aqui eu agradeço de coração - pela Sra. Lúcia Helena Galvão Maya. Muito obrigado.
Vamos sequenciar.
Eu já passo aqui a palavra para o Sr. Luciano Mendes Bezerra, Professor da Universidade de Brasília (UnB) e aluno, há 15 anos, da Nova Acrópole.
Muito obrigado pela sua presença.
A Nova Acrópole aqui em Brasília eu acho que, do país, é onde tem mais sedes, podemos dizer assim. Em Brasília, não é isso? Ali no Jardim Botânico, perto de onde eu moro, tem uma. Tem uma sede maior ali, no Lago Norte - exatamente, no Lago Norte. É bem interessante mesmo. Lá no Ceará, temos duas e há uma projeção para a terceira agora, não é? Coisa boa - coisa boa!
Então, Luciano, muito obrigado, Luciano Mendes Bezerra. Fique à vontade para...
Vamos balancear. Do lado direito, agora, vamos para o lado esquerdo, aqui, para todo mundo poder...
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O SR. LUCIANO MENDES BEZERRA (Para discursar.) - Boa tarde a todos.
Nesta sessão solene em que se homenageia a Nova Acrópole, é com imenso prazer que dirijo a vocês estas resumidas palavras, falando um pouco da minha vivência de filosofia e do que aprendi na Nova Acrópole. Sinto-me bastante honrado pelo convite para participar desta homenagem à Organização Internacional Nova Acrópole (Oina), que completa 65 anos de entrega de sabedoria, paz e serviços à comunidade.
Bem, eu sou engenheiro, portanto, a minha formação é técnica, com uma visão puramente matemática e física, às vezes, das coisas. Mas eu digo que se engana quem pensa que a ciência é estática e definitiva; na realidade, ela ferve em um contínuo confronto de ideias e debates que nos permitem evoluir com consciência. Vários cientistas, médicos, físicos e psiquiatras buscam na filosofia visões diferentes para entender melhor a natureza e o homem.
Percebi que o meu espectro técnico carecia da visão filosófica das coisas, do homem, da natureza e abrandei essa deficiência na Nova Acrópole. Portanto, sou membro da Nova Acrópole há 15 anos. Há 15 anos convivo com a filosofia.
Eu tive a oportunidade de conhecer excelentes mestres, professores e palestrantes na Nova Acrópole. Fizemos leituras clássicas, cursos, diálogos filosóficos e pude construir outras visões e horizontes de interpretação sobre o mundo, sobre o meu eu e a minha missão. Para isso, foi fundamental abrir a mente e apreciar as ideias que o academicismo técnico-científico não me ofereceu.
Apenas o conhecimento das ciências físicas e matemáticas não é o suficiente para o entendimento melhorado da vida, do homem, do ser. A Nova Acrópole me propiciou isso, acrescentou-me novas visões, e, hoje, percebo, sem dificuldades, que há uma metafísica, um sentido maior em nós, que transcende a experiência sensível das ciências exatas.
Na Nova Acrópole, aprendi diversas coisas. Entre elas, eu entendi melhor como viver com os problemas da vida sem me sentir vítima das coisas, pois a vida também nos propicia oportunidades quando impõe obstáculos em nossas estradas. Portanto, devemos encarar os problemas com sabedoria, ética e consciência de que cada problema que nos amargura e aborrece é também uma oportunidade para o nosso crescimento, nosso progresso, desde que reflitamos, respeitemos e nos proponhamos a mudar.
Na Nova Acrópole, sabemos que o que colhemos hoje é consequência das escolhas que fizemos ontem. Aprendi que devemos nos autoconhecer com inteligência para escaparmos do eterno modismo, materialismo e paixões diuturnamente impostas por vários meios. Aprendi que, entre as diversas forças que atuam em nós, devemos buscar o centro de equilíbrio. Algumas dessas forças são obscuras, outras, felizmente, nos elevam ao bem e ao divino.
(Soa a campainha.)
O SR. LUCIANO MENDES BEZERRA - Esse centro de equilíbrio, que perseguimos na Nova Acrópole, está sempre ancorado na justiça, na beleza, na bondade, na verdade, em suma, nas virtudes latentes em nós, seres humanos.
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Aprendi que devemos nos conformar que não somos perfeitos, mas, apesar disso, devemos buscar a excelência e procurar fazer o que de melhor pudermos fazer. Todos nós temos nossas potencialidades e limitações e, quando temos consciência disso e agimos de acordo, sem nos acomodarmos, então, temos mais chances de nos sentirmos felizes.
Na Nova Acrópole, aprendi a lutar por ideais e para isso cultivamos o respeito, a disciplina, a atitude. Em busca de nossos sonhos e conquistas, não devemos ter medo, pois esse pode roubar nossa vontade de conquista. É essa vontade aliada à disciplina que nos propicia vencer obstáculos e obter resultados.
Na minha infância, minha saudosa mãe me deu um quadro muito pequeno onde uma criança atravessava um caminho bastante pedregoso. Lá havia escrito a seguinte frase: "Só chega quem caminha". Isso me guia na luta pelos meus ideais. Portanto, não devemos ter medo de agir e caminhar em busca de nossas conquistas e sonhos.
Aprendi tantas outras belas coisas na Nova Acrópole que esses minutos em que vos falo agora seriam insuficientes para descrevê-las.
Por minha formação técnico-científica e atuação no ensino e na pesquisa, tento, através do conhecimento filosófico adquirido na Nova Acrópole, incorporar, sem prejuízo das ementas científicas que leciono nos cursos técnicos, um pouco de História e Filosofia para os jovens estudantes. Noto, com muita satisfação, que o jovem fica muitíssimo entusiasmado, motivado e nutre profunda curiosidade e respeito pelo conhecimento filosófico.
Para finalizar, destaco que hoje a Organização Internacional Nova Acrópole conta aproximadamente com 16 mil participantes nos cursos de Filosofia, cerca de 40 mil voluntários, mais de 1 milhão de beneficiários e sócios e atua em cerca de 60 países.
Quero, portanto, desejar à Organização Internacional Nova Acrópole vida longa e muito sucesso em seu empreendimento hercúleo, podemos dizer, de construir um mundo novo e melhor.
Muito obrigado. (Palmas.)
O SR. PRESIDENTE (Eduardo Girão. Bloco Parlamentar Juntos pelo Brasil/PODEMOS - CE) - Muitíssimo obrigado, Sr. Luciano Mendes Bezerra, Professor na Universidade de Brasília (UnB) e aluno, há quinze anos, da Nova Acrópole.
Quem aqui é aluno da Nova Acrópole? (Pausa.)
Todo mundo aqui! Olha que bonito! Mostrem aí, pessoal. Que bacana! Obrigado. Que bacana!
Esse amor, essa conexão que vocês têm com a Nova Acrópole é contagiante, porque o bem contagia; o mal contamina, não é? Eu fico muito feliz com esse carinho todo.
Vocês notam que a atmosfera daqui ainda está impregnada de uma harmonia, de uma leveza com a orquestra, com as crianças que aqui estavam? Que coisa linda, não é? Fica uma atmosfera diferente, uma energia completamente diferente, porque esta aqui é uma Casa em que a gente... (Risos.)
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A gente tem desafios grandes aqui. Muitas vezes a motivação são outros tipos de interesse, e não apenas o bem comum. A gente sabe dos desafios aqui. Mas é um processo. A natureza não dá saltos.
Eu vejo política - sabendo das minhas inúmeras limitações e imperfeições - como uma missão de vida. É um sacerdócio, não é? É você poder fazer o bem através de políticas públicas; é você poder multiplicar isso para milhões de brasileiros, de irmãos nossos. É algo muito sublime, muito sublime.
Nesta Casa também, e isso faz parte da evolução humana, longe de querer julgar, a gente tem desafios, aprendizados diários. O poder fascina, ele deixa... É muito complicado, porque não é apenas o poder; é o dinheiro, que é hoje um grande problema da humanidade também, que vem junto com isso tudo; o sexo, o vício muito grande em pornografia que a gente está tendo no Brasil hoje e é algo que a gente precisa enfrentar, despertar as pessoas; há muita gente aprisionada com isso. Aí vêm drogas, vêm fugas. A pressão é muito grande, a pressão é muito grande. E há a responsabilidade de você representar o seu estado, de representar os seus conterrâneos. É um desafio que eu acho que é de todos os Senadores aqui - não cabe a nós julgar. E é um peso muito grande também saber que a vida de muita gente depende de uma atitude nossa aqui. Então, isso fica no consciente ou no inconsciente; isso fica.
Por isso que eu sempre peço orações, orações para as autoridades, para quem está deliberando aqui. Passa por votação aqui tudo que vocês possam imaginar. Votamos bilhões e bilhões. Ontem, na promulgação da PEC aqui, foram quarenta e tantos bilhões emergenciais. E nós temos aqui lobbies poderosos atuando também no Congresso Nacional: lobby para legalizar a maconha, a droga; lobby para legalizar o jogo de azar, a jogatina; lobby para legalizar o aborto. Tudo isso são indústrias poderosíssimas. E acham que o interesse é de cada um de nós? De jeito nenhum! São outros interesses maiores aí. E não interessa se abrem porta para a corrupção, para a lavagem de dinheiro, se vão levar as pessoas para o suicídio, se vão destruir família. Então, a gente precisa estar orando e vigiando o tempo todo aqui para fazer as nossas atividades.
Eu aproveito para pedir a oração de vocês, independente da religião, tenham ou não tenham. Às vezes, é um pensamento positivo para quem não professa nenhuma religião. E olha que país fantástico é o Brasil, que está hoje tendo a grande oportunidade de celebrar os 65 anos da Nova Acrópole! Nós somos a maior nação católica do mundo, a maior nação espírita do mundo e uma das maiores - eu acho que a segunda, passando para a primeira - nações evangélicas do mundo.
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Aqui há um sincretismo religioso, as culturas afrodescendentes, e todo mundo se dá bem. É um país fantástico. É um país que tem um agronegócio gigantesco - é o que está segurando as pontas -, um povo trabalhador, empresários criativos. O brasileiro se adapta bem. A gente tem tudo para dar certo.
Eu me coloco à disposição - com todas as limitações e imperfeições - da nova Acrópole. Quem sabe um dia a gente possa levar... Porque eu sei que tem gente da Nova Acrópole em todo lugar, tem gente do bem em todo lugar, tem em todas as instituições, em posições estratégicas. E aí é a mão de Deus que vai colocando.
Então, o poder de transformação é muito grande. Eu sempre gosto de falar de pacifistas e humanistas. O Martin Luther King diz o seguinte: "O que me incomoda não é o grito dos violentos, mas o silêncio dos bons". Então, essas pessoas que estão estrategicamente nas instituições, essa ousadia dessas pessoas é muito importante, no bem, às vezes indo contra uma maré, indo contra um politicamente correto, mas é importante se posicionar.
Quem sabe um dia, a partir do Senado ou da Câmara, a gente possa implantar políticas públicas nas escolas, para fazer justamente esse resgate da filosofia clássica; a gente possa resgatar esses valores desses grandes pensadores, desses grandes humanistas; a gente possa levar os princípios, os valores, e construir mais rapidamente - eu sei que a natureza não dá saltos, mas a nossa vontade é a de ter o mais rapidamente - uma possibilidade de despertar de uma sociedade mais justa, mais fraterna, nessa reconstrução que nós estamos sendo chamados a fazer. Então, quem sabe um dia a gente possa ter isso, porque dinheiro não falta na educação do Brasil. Isto eu posso dizer para você: dinheiro não falta. O Fundeb aí... É muito dinheiro e nós aumentamos agora, no ano passado. Então, o que precisa é de gestão, o que precisa é de valores humanos na educação. Aí é uma repaginada, mas essa consciência vai chegar a quem decide, em algum momento.
Eu peço desculpas a vocês, sou um pouco prolixo às vezes, peço paciência, mas eu acho que é o entusiasmo dessa turma aqui, que contagia.
Imediatamente, para a gente sequenciar, concedo a palavra à Sra. Luiza de Marilac Fernandes Koshino, Secretária do projeto Criança para o Bem. Fique à vontade. Quem quiser falar da tribuna do lado direito, da tribuna do lado esquerdo, ou daí, fique também à vontade.
(Soa a campainha.)
O SR. PRESIDENTE (Eduardo Girão. Bloco Parlamentar Juntos pelo Brasil/PODEMOS - CE) - Olha, o pessoal tem que dar uma toleranciazinha para mim, já estão cortando a palavra. (Risos.)
Desculpa, gente. Às vezes é automático, viu, Luciano? Aliás, sempre é automático.
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A SRA. LUIZA DE MARILAC FERNANDES KOSHINO (Para discursar.) - Boa tarde a todos!
Eu me emociono toda vez que vejo a orquestra e o coro do Criança para o Bem da Nova Acrópole se apresentando, e sinto essa harmonia de que o Senador falou, sinto todo esse amor que eles trazem, junto com eles, toda essa inocência e pureza.
Vendo cada um, lembro-me das histórias e do longo aprendizado que construímos juntos, voluntários da Nova Acrópole, colaboradores, familiares e parceiros, nesses 15 anos de existência.
Vou contar uma história de dois jovens que aqui se apresentaram, o Caio e a Karina, irmãos e estudantes de escola pública e moradores da periferia do Distrito Federal. Há sete anos, eles chegaram ao programa, tímidos e com muitos desafios. Hoje são jovens confiantes e músicos dessa orquestra. O Caio sonha em ser um maestro, e me emociona eles já terem grandes sonhos.
Assim como o Caio e a Karina, mais de 3 mil crianças e jovens em situação de vulnerabilidade social tiveram suas vidas transformadas, com o aprendizado das virtudes, sintetizadas na bondade, que é o fio condutor das oficinas de música, dança, esporte e das atividades de permanência escolar. Atendemos 190 crianças e jovens no contraturno escolar, de segunda a sábado. São mais de 5 mil oficinas por ano. Desenvolvemos também, em parceria com o Instituto Médico Seraphis, tratamentos de saúde e atividades de fortalecimento de vínculo familiar e comunitário.
Todas as nossas atividades são realizadas graças às ações beneficentes das 34 escolas da Nova Acrópole no Brasil, da Unesco, com o programa Criança para o Bem, dos padrinhos e madrinhas e dos recursos das leis de incentivo à cultura e de incentivo ao direito da criança e do adolescente do Distrito Federal.
Agradecemos a todos os nossos parceiros.
É com muita alegria que celebramos os 65 anos da Nova Acrópole, que direciona e pavimenta o caminho do Criança para o Bem, na construção de um mundo mais belo, justo e bom.
Muito obrigada a todos. (Palmas.)
O SR. PRESIDENTE (Eduardo Girão. Bloco Parlamentar Juntos pelo Brasil/PODEMOS - CE) - Muitíssimo obrigado à Sra. Luiza de Marilac Fernandes Koshino, Secretária do projeto Criança para o Bem. Gratidão pela sua presença aqui.
Eu quero, mais uma vez, saudar outro grupo de brasileiros, que estão vindo aqui na visita guiada. Sejam bem-vindos à Casa revisora da República! Nós estamos tendo uma sessão solene, uma sessão especial, em homenagem aos 65 anos de existência da Nova Acrópole.
Vocês que estão embaixo não conseguem ver a movimentação, mas é bem bacana. Cada vez mais grupos estão vindo aqui ao Senado. Você que está nos assistindo em casa, venha! Esta Casa aqui é do brasileiro, é do nosso povo. É muito importante essa proximidade com os seus representantes aqui.
Muito obrigado pela presença de vocês.
Imediatamente, concedo a palavra à Sra. Katia Correa Lazera - acertei, pronto, acertei de primeira, pessoal! -, membro do Instituto Paraense de Educação e Arte (Ipearte).
Muito obrigado, Sra. Katia. Fique à vontade para fazer uso da palavra.
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A SRA. KATIA CORREA LAZERA (Para discursar.) - Muito obrigada. Boa tarde a todos!
Bom, a gente ensaia o que vai falar, não é? A emoção é muito grande. Mas eu quero iniciar com uma coisa que a Lúcia falou: graças a vocês, à Nova Acrópole - eu sou membro e estou aqui hoje -, graças aos 65 anos de comemoração desse trabalho... Eu digo que o aniversário é da Nova Acrópole, mas o presente quem ganha somos nós, pela oportunidade que nós temos de desenvolver esse trabalho e de eu estar à frente e desenvolver o trabalho no projeto do Instituto Paraense de Educação e Arte. É um exemplo. Ele é o fruto da semente da filosofia, da cultura, da arte e do voluntariado, aplicado na prática todos os dias.
O Ipearte está localizado no Município de Marituba, Região Metropolitana de Belém, instituto que atende crianças, adolescentes, jovens, adultos, famílias, idosos, com a educação, com a arte, com a cultura, a dança, o esporte, o aprendizado, o cultivo do meio ambiente na comunidade, com atividades que despertam as potencialidades através da educação, cultura e arte para as futuras gerações.
O propósito do instituto é tornar uma sociedade engajada com poder de cooperação para despertar sonhos. Educação é investir no ser humano, um potencial infinito de dar oportunidades iguais a todos, uma vida vivida com ética, respeito, solidariedade e empatia, o desenvolver humano para acrescentar valores à sociedade.
A Organização Internacional Nova Acrópole é a base, é o pilar que apoia a formação de crianças a idosos, desperta a consciência no compromisso para o trabalho humano e social através da filosofia.
Quer saber mais sobre o Ipearte? Ele está um pouquinho longe daqui, mas nós temos as redes sociais, nós temos o site do Ipearte. Então, vale a pena conhecer esse trabalho.
E aqui, mais uma vez, eu quero parabenizar a Nova Acrópole e parabenizar esta Casa, que nos convida - eu me sinto convidada e filha também daqui.
Muito obrigada. E uma boa tarde. (Palmas.)
O SR. PRESIDENTE (Eduardo Braga. Bloco Parlamentar Unidos pelo Brasil/MDB - AM) - Olha, quem tem que agradecer somos nós pela oportunidade de estarmos aqui reunidos nesse dia tão especial dos 65 anos da Nova Acrópole. Então, Sra. Katia Correa Lazera, membro do Instituto Paraense de Educação e Arte (Ipearte), muito obrigado pela presença.
Quero também saudar mais um grupo que vem aqui de brasileiros, de diversos estados.
Qual é o estado de vocês?
(Manifestação da galeria.)
O SR. PRESIDENTE (Eduardo Girão. Bloco Parlamentar Juntos pelo Brasil/PODEMOS - CE) - Minas Gerais, Amazonas, Piauí, vizinho lá do Ceará, do meu Ceará, São Paulo, Rio de Janeiro, Alagoas.
Rapaz, que bacana! Olha, está vendo aí?
(Manifestação da galeria.)
O SR. PRESIDENTE (Eduardo Girão. Bloco Parlamentar Juntos pelo Brasil/PODEMOS - CE) - Paraíba.
Muito bom!
Sejam bem-vindos aqui. A Casa é de vocês. Obrigado pela visita muito importante. (Palmas.)
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Eu queria só avisar para vocês que nós estamos aqui em uma sessão especial. Ontem fizemos a última votação do Senado antes do recesso. Estamos comemorando a passagem dos 65 anos de existência da Nova Acrópole.
Eu já passo aqui a palavra, para subir à tribuna ou falar daí, como quiser, ao Sr. Roberto Pértile, Secretário Nacional de Voluntariado da Nova Acrópole. Muito obrigado pela sua presença. Fique à vontade para usar a palavra. (Pausa.)
Enquanto o Sr. Roberto Pértile sobe à tribuna, eu queria agradecer, de coração, ao meu amigo, meu irmão, um Senador que eu aprendi a admirar e que fez questão de estar presente conosco - desde ontem, nós terminamos os trabalhos presenciais na Casa, mas ele fez questão de estar aqui conosco hoje -, o Senador Styvenson Valentim, do Rio Grande do Norte. Muito obrigado. (Palmas.)
Daqui a pouco, Senador, o senhor assume esta cadeira. Ele tem amigos na Nova Acrópole e amigas, especialmente a Luísa, que está nos acompanhando pela TV Senado e é aluna da Nova Acrópole lá em Natal. Então, o Styvenson fez questão de estar aqui e, daqui a pouco, ele assume a Presidência para sequenciar os trabalhos. Muito obrigado, Styvenson, pela sua presença.
Então, já passo a palavra. Obrigado! Está esperando, em pé, o Sr. Roberto Pértile, Secretário Nacional de Voluntariado da Nova Acrópole. Muito obrigado pela sua presença.
O SR. ROBERTO PÉRTILE (Para discursar.) - Boa tarde a todos.
Cumprimentando o Senador, aproveito e cumprimento nossos professores, amigos e alunos, neste momento tão especial, com grande sentimento, em que vamos falar um pouco deste aspecto do voluntariado.
O voluntariado para nós é uma prática diária da livre vontade e generosidade. Nós acreditamos que todo ser humano, naturalmente, é voluntário, porque quer expressar o bem, quer fazer o melhor. O nosso povo brasileiro demonstra isso de uma forma muito característica, não só no seu dia a dia, mas, principalmente, nas situações de desastres, na pandemia e também na guerra.
Como a filosofia pode contribuir com o voluntariado? A filosofia amplia o sentido do voluntariado. Ela nos dá um porquê e para quê. O porquê para nós é algo muito simples, para nós o universo é uno e, quando eu auxilio, não importa se eu ajudo uma pessoa, um animal, uma árvore, quando eu presto ajuda, eu ajudo a unidade do universo. Eu não separo o meu trabalho em pedaços. Eu trabalho para o todo, para o bem do todo.
Então, por exemplo, quando nós curamos uma ferida de um animal é como se estivéssemos fechando uma ferida no próprio universo. Compreendemos o universo como um grande ser vivo em movimento e evolução no qual cada um de nós tem um lugar único e próprio. Assumir a responsabilidade por esse lugar, de forma voluntária, faz-nos participar do universo.
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E, quando nós fazemos isso assumindo o nosso papel, que é único, próprio, individual, de alguma forma, nós movemos o universo um pouquinho para o bem. É como uma pequena gota de chuva que pinga num grande lago: por mais distantes que estejam as águas dessa gota, todo o lago é influenciado por essa pequena ação, que pode ser realizada por cada um de nós a cada dia, e isso vem sendo realizado na Nova Acrópole há 65 anos.
A Nova Acrópole promove ações de voluntariado ecológico como o Dia Internacional da Mãe Terra, voluntariado solidário, humanitário, com o apoio de mais de 40 mil pessoas em todo o mundo nos cinco continentes, e todas aquelas atividades que promovem de uma forma especial os princípios da fraternidade, do ecletismo e do desenvolvimento humano, porque acreditamos que um mundo novo e melhor se constrói com seres humanos também melhores.
Eu agradeço a todos aqueles que são capazes de dedicar um pouco do seu tempo e do seu coração a fazer o bem, eu agradeço à Nova Acrópole por essa oportunidade de ter aprendido essas grandes ideias e parabenizo todos para que possamos construir cada dia, nas pequenas ações, um mundo um pouquinho melhor do que o que recebemos.
Muito obrigado. (Palmas.)
O SR. PRESIDENTE (Eduardo Girão. Bloco Parlamentar Juntos pelo Brasil/PODEMOS - CE) - Muitíssimo obrigado a você. Nós é que agradecemos, o Senado Federal, ao Sr. Roberto Pértile, Secretário Nacional de Voluntariado da Nova Acrópole. É uma honra a sua presença aqui.
Eu quero chamar também, para utilizar a palavra, o Sr. Ricardo Vela de Britto Pereira, Coordenador Nacional da Escola do Esporte com o Coração e membro do Comitê Brasileiro Pierre de Coubertin.
Se eu falei errado, perdoe-me, mas é bom porque a gente aprende. Depois, você fala como é o correto, e a gente aprende aqui.
Muito obrigado.
Ricardo Vela de Britto, fique à vontade para fazer uso da palavra.
O SR. RICARDO VELA DE BRITTO PEREIRA (Para discursar.) - A Escola do Esporte com o Coração está muito alinhada aos sonhos de Pierre de Coubertin, que foi o criador dos Jogos Olímpicos da Era Moderna. Ele fala que as raízes da filosofia olímpica são muito antigas, estão baseadas na filosofia do Egito Antigo, Índia Antiga, e que os jogos vão nascer na Grécia.
E a gente falou de Sócrates. Eu me lembrei de um diálogo em que, numa das Olimpíadas, um atleta ganha medalha de ouro, e os atenienses começam a falar do heroísmo desse atleta que ganhou a medalha de ouro. E Sócrates fica intrigado e fala: "Por que a argumentação está sustentada em cima da medalha de ouro? Se tivesse tido um outro atleta que tivesse obtido uma marca maior e ele tivesse ganhado a medalha de ouro no lugar desse atleta, ele deixaria de ser um herói? Ele deixaria de ser quem ele é?".
E Sócrates começa a chamar a atenção para isto: as pessoas estão buscando os valores olímpicos no lugar errado. Estão buscando os valores olímpicos fora; esses valores se encontram dentro. Pierre de Coubertin também passa essa mensagem.
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A verdadeira vitória, que era a deusa Nike, que regia os Jogos Olímpicos na Antiguidade, tinha como proposta o atleta que saía vitorioso sobre si mesmo, quando a sua melhor parte vencia a sua pior parte. O esporte leva a gente a esse confronto, a gente tem que lidar com os nossos medos, com as nossas angústias, ansiedades, bota a gente no limite. E, quando o atleta busca a vitória sobre o outro, a gente acaba esquecendo os valores olímpicos.
Então, queria fechar com uma frase, uma mensagem de Coubertin: ele pede que a tocha olímpica não deixe de percorrer o seu curso para o bem de uma humanidade cada vez mais ardente, corajosa e pura.
Obrigado. (Palmas.)
O SR. PRESIDENTE (Eduardo Girão. Bloco Parlamentar Juntos pelo Brasil/PODEMOS - CE) - Muitíssimo obrigado, Sr. Ricardo Vela de Britto Pereira, Coordenador Nacional da Escola do Esporte com o Coração e membro do Comitê Brasileiro Pierre de Coubertin - agora eu falei com mais segurança porque aprendi com você! Muito obrigado.
Eu queria dizer também, Ricardo, que eu sou um apaixonado pelo esporte desde pequeno - o Giuliano sabe disso -, futebol especialmente, mas acredito que todos os esportes têm uma função fantástica.
Amo profundamente o meu clube, que é o Fortaleza, e cheguei - nunca imaginei isso - a ser Presidente do clube em 2017. Uma coisa importante que eu aprendi foi a função social que tem o clube, o que ele pode passar de valores para as pessoas. Lá no Ceará, o clássico-rei, jogo entre o Fortaleza e o Ceará, que é o maior clássico do estado, tinha 5 a 6 mortes por jogo. Alguém via no terminal de ônibus um com a camisa do Fortaleza ou do Ceará, aí ia lá, partia para cima e... Vocês podem imaginar o que acontecia com arma de fogo, enfim, e havia 5 ou 6 mortes, estava uma situação insustentável.
Primeira atitude minha como Presidente do Fortaleza foi visitar o Ceará, o Presidente do Ceará. Na época houve incompreensão de muita gente: "Poxa, você está se rebaixando, está indo lá no rival?". Aí nós iniciamos lá... Eu fui muito bem recebido pelo Presidente do Ceará, que até hoje é o Presidente do Ceará, o Robinson de Castro, e nós ali combinamos uma série de medidas pela cultura da paz, pela tolerância, pelo respeito. E, no primeiro clássico-rei que houve, ele me convidou para eu ir ao camarote do Ceará. Eu fui com a camisa do Fortaleza, ele estava com a camisa do Ceará, e a torcida ficou: "Poxa, o que é isso?". Nunca se tinha visto isso, e a gente lá assistindo ao jogo... Deus é tão bom, Deus é tão bom que empatou! (Risos.)
Verdade! Olha a situação de constrangimento que podia ter, um chegar e: "Poxa, por que fui fazer isso?". Mas deu certo, foi 1 a 1, e ainda teve a comemoração dos dois... Assim, eu comemorando devagarzinho aqui no camarote dele, mas fui ali, ele também.
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Mas assim a gente começou a fazer... Conversamos com os jogadores, que foram fantásticos também, e entravam alternadamente. Um do Fortaleza, um do Ceará, um do Fortaleza, um do Ceará.
Os mascotes, o do Fortaleza é o leão, o do Ceará é o vovô, entravam juntos. O mascote do Fortaleza com a bandeira do Ceará e o mascote do Ceará com a bandeira do Fortaleza. Isso deu um nó na cabeça de muita gente, mas o exemplo tem que vir de cima, não é?
E aquilo ali, coincidência ou não, para mim não existe coincidência, fez com que reduzisse para zero a quantidade de mortes em dia de jogo. E o estado, o Giuliano sabe, a Aline sabe... Tem alguém do Ceará aqui? Mas mora no Ceará ou está aqui em Brasília? Cearense? Mora no Ceará, não? Mora aqui.
Nós temos os índices de violência crescendo em todas as esferas lá. Tem famílias que não conseguem entrar em casa em determinado horário, têm que pedir autorização das facções criminosas. O Estado do Rio Grande do Norte tem muito isso também, mas o Ceará está numa situação muito delicada. O Brasil todo está numa situação, mas o Ceará está numa situação muito delicada.
Mas, no esporte, as pessoas compreenderam. Então, a frase que ficou é a seguinte: nós podemos ser adversários no campo, e aí vale para a política também, no campo das ideias. Nós podemos ser adversários - o pessoal da direita, outro da esquerda; outro é o candidato fulano de tal, outro... E nós estamos vivendo um momento muito delicado de polarização. Nós podemos ser adversários, sim, não vejo problema, mas jamais seremos inimigos. E aí, é o diálogo. Ali é a compreensão, é o exercício da tolerância. E, afinal, nós somos irmãos, filhos do mesmo Deus.
Então, o que aconteceu em Foz do Iguaçu, a gente precisa ter muita tranquilidade para refletir nesse momento. Nesses próximos 80 dias que a gente vai viver no Brasil, a gente vai precisar ter muita serenidade para evitar cair nessas armadilhas, que vão fazer famílias chorarem. Então, já tem muita tragédia. Vamos seguir por outro caminho.
Os oradores inscritos, Senador Styvenson, já vou lhe chamar aqui para você assumir. Os nossos convidados inscritos para falar já falaram, mas eu queria quebrar um pouco o protocolo aqui. Eu queria quebrar o protocolo para que a gente possa...
Uma das pessoas que eu queria ouvir, se ela puder, eu sei que não se preparou. Fique à vontade. Mas uma das pessoas que eu gostaria de ouvir é uma das pessoas com quem eu tive a oportunidade de ter aula lá em Fortaleza e eu fiquei muito feliz por ela estar aqui, que é a Renata Peluso. Cadê a Renata? (Palmas.)
Renata, muito obrigado pela sua presença. Gratidão aí. Fique à vontade. Se quiser subir aqui à tribuna ou falar daí.
Muito obrigado.
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A SRA. RENATA PELUSO DE OLIVEIRA (Para discursar.) - Eu estou me recuperando do susto. (Risos.) Bem, boa tarde.
Obrigada pela lembrança, pelo convite.
Eu acho que o que ele fez é o exemplo do nosso trabalho: tentar fazer o melhor que a gente pode para marcar a vida das pessoas, o coração delas, para que elas passem isso para a frente.
Então, eu agradeço ao Luís Carlos, meu professor desde o primeiro dia de aula, 25 anos já de trilha juntos, e agradeço a todos que fazem a Nova Acrópole existir há 65 anos, porque nada melhor do que ter um sentido de vida. E é isso que a filosofia faz para a gente, e é isso que os nossos professores nos ensinam, e é isso que a gente tenta ensinar para os nossos alunos.
Então, que essa corrente continue cada vez mais forte para que, daqui a 65 anos, a próxima geração possa voltar e comemorar mais essa conquista.
Obrigada. (Palmas.)
O SR. PRESIDENTE (Eduardo Girão. Bloco Parlamentar Juntos pelo Brasil/PODEMOS - CE) - Gratidão. Gratidão, Renata Peluso.
Também aqui quebrando o protocolo, eu gostaria muito de ouvir, se for possível - eu entendo, caso não o seja -, outra pessoa a que eu sou muito grato. Eu assisti uma palestra dele sobre Roma. Quem é que adivinha quem é?
(Manifestação da plateia.)
O SR. PRESIDENTE (Eduardo Girão. Bloco Parlamentar Juntos pelo Brasil/PODEMOS - CE) - José Henrique.
Muito obrigado, José Henrique. (Palmas.)
O SR. JOSÉ HENRIQUE (Para discursar.) - Acho que eu vou falar daqui mesmo, Senador. (Risos.) Muito obrigado.
Primeiro, agradeço ao senhor esta homenagem tão bonita aos 65 anos da Acrópole e agradeço aos nossos diretores por nos permitir fazer filosofia em altíssimo nível. Obrigado aos nossos diretores.
Que bom, Senador, que curtimos juntos aí a história de Roma.
As maiores nações do mundo, eu diria, a grande maioria das nações do mundo tem como base o Direito Romano, e também esta Casa não deixa de ser uma inspiração do modelo romano. Dividiu-se o poder em três Poderes para evitar um poder absoluto e esmagador.
Então, é uma honra muito grande estar fazendo dessa história da Acrópole nesta Casa tão importante.
Durante 2 mil anos, no Senado romano, passaram as grandes decisões do mundo. Então, eu imagino a responsabilidade que cai nas costas de um Senador da República, e torcemos muito por esta Casa.
Muito obrigado, Senador. (Palmas.)
O SR. PRESIDENTE (Eduardo Girão. Bloco Parlamentar Juntos pelo Brasil/PODEMOS - CE) - Quem tem que agradecer somos nós, José Henrique.
É uma alegria muito grande nossa aqui estar recebendo este evento.
Agradeço a todos vocês que vieram participar deste evento. Eu queria agradecer a todos os funcionários da Casa, do Senado Federal, que estão trabalhando hoje aqui, sempre com muita dedicação.
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A gente já fez várias sessões especiais aqui, não é? Desde que eu assumi o mandato, em 2019, nós fizemos algumas, que estão todas no YouTube, como esta vai ficar. A do humanista cearense Bezerra de Menezes, a de Chico Xavier, o mineiro do século, a do Alan Kardec. Vamos fazer, agora também, uma outra sobre a escola Sathya Sai Educare, que vai completar, agora também, uma data comemorativa. No segundo semestre, nós vamos realizar. Eu não sei quem da Nova Acrópole conhece esse trabalho, mas é um trabalho que vem da Índia, uma educação espetacular, em valores humanos, com base em cinco princípios: paz, amor, retidão, verdade e amor. Então é uma escola que tem já em mais de 80 países. Lá no Ceará, foi fundada no Eusébio. Já tem em outras cidades do Ceará, tem em São Paulo, tem no Rio de Janeiro, tem em muitos locais do Brasil, e também é uma revolução na educação. Então esses pontos todos vão se encontrando, não é?
E eu quero agradecer aqui à equipe da TV Senado, Senador Styvenson, e à equipe também desta Casa, da Secretaria-Geral. E eu faço questão de ler os nomes aqui, porque são pessoas que convivem com a gente todos os dias aqui, que fazem um trabalho, assim, com muita competência: o Anderson, que é o Secretário desta sessão, está aqui conosco, a Renata, o Vinicius Noleto, o Waldir, o Jaerson, o Zezinho, que é do Ceará, o Silvânio. Do painel eletrônico, o Gabriel Lima, o Fábio Santos, Sóstenes de Paula. Da taquigrafia, o Armando e a Patrícia. Da equipe de TV, João Batista, Carlos Nascimento, Anacleto Monteiro e a equipe. Os brigadistas: José Monteiro, Andréa, Carlos Gardel. Os operadores de áudio: Clair, Wagner, William, Manoel Alexandre, Paulo Henrique Erculano, o PH. A Polícia Legislativa, que esteve, desde ontem, o pessoal da Polícia Legislativa, com quem a gente conversou ontem sobre a logística aqui da orquestra. Foram superbacanas aqui, não é? O Itamar, Gilvan, Gilberto, Alex, Paulo Cesar, Marcos Maciel, José Luiz Simas, Rodrigo, Edna e Joni. Do Senac, o pessoal ali que está no cafezinho, depois se vocês quiserem conhecer onde tem o famoso cafezinho, onde os Senadores trocam ideias antes das votações. Fica bem ali, naquela porta ali no fundo, depois podem conhecer. É onde ficam os banheiros aqui. Aqui tem o banheiro que é usado geralmente pelo pessoal da Mesa, o Presidente, o pessoal da Mesa. Tem um banheiro aqui, que é o banheiro secreto, que fica aqui atrás. Faltou também o Vinícius, do Prodasen. Então o pessoal do Senac: Adilson, Claudinei, Jeová, Magda, Enéas, Irlei, Rosilda, William e Alessandra. Serviços gerais: Carlos, João Neto e Ilmar.
Dou boas-vindas aqui aos brasileiros que estão, em mais uma rodada aqui, visitando, fazendo essa visita guiada. Muito obrigado pela presença de vocês.
Ah, e a data? Olha a equipe aqui como é competente! Eu falei que vai ter a sessão Sathya Sai Educare, que vai ser para homenagear o instituto Sathya Sai de Educação do Brasil pelo transcurso dos 22 anos de sua fundação. Então, vai ser no dia 26 de agosto, neste Plenário aqui, que nós vamos ter a sessão. Muito obrigado.
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Então, quero agradecer a todos que estão aqui.
Eu sei que o Giuliano vai ficar chateado comigo, mas Aline... Deixe só a Aline dar uma palavrinha, para representar o Ceará. Enquanto vocês falam, o Senador... É só para falar um pouco do Ceará. Se puder; se não puder, fique tranquilo. São, também, alunos voluntários, hoje também são professores. Giuliano, você vai falar. Eu vou assisti-lo aí debaixo. Vou chamar o Senador Styvenson Valentim, por favor, do Rio Grande do Norte... (Palmas.) ... que fez questão de estar aqui. Ele vai encerrar esta sessão, ter a honra, a alegria, de encerrar esta sessão.
Muito obrigado, Senador Styvenson, pela sua presença. Já passo...
(O Sr. Eduardo Girão deixa a cadeira da Presidência, que é ocupada pelo Sr. Styvenson Valentim.)
O SR. PRESIDENTE (Styvenson Valentim. Bloco Parlamentar Juntos pelo Brasil/PODEMOS - RN) - Vamos lá, com a palavra.
O SR. GIULIANO SALES LOUREIRO (Para discursar.) - Queria agradecer ao Senador e amigo Eduardo Girão.
Queria falar em nome dos acropolitanos, dos alunos acropolitanos, representando um pouco vocês. Eu costumo dizer, na minha família, que eu não sei que tipo de homem eu seria se não tivesse tido a oportunidade de conhecer a Nova Acrópole. A Nova Acrópole nos deu uma razão, um propósito de vida. A Nova Acrópole nos deu respostas e base para poder enfrentar as provas e os desafios que a vida nos traz.
Eu acho que o principal aprendizado, que o nosso propósito é estarmos aqui hoje para crescer como ser humano. Então, que cada problema se transforme em prova e que cada prova possa nos transformar em um homem melhor. Acho que esse, em poucas palavras, foi o grande aprendizado que a Nova Acrópole nos trouxe.
Então, muito obrigado a Jal, muito obrigado, como a Lúcia falou, a todos aqueles que persistiram, até agora, e nos deram a oportunidade desse contato com a filosofia à maneira clássica.
Obrigado. (Palmas.)
O SR. EDUARDO GIRÃO (Bloco Parlamentar Juntos pelo Brasil/PODEMOS - CE. Fora do microfone.) - Presidente, pela ordem.
O SR. PRESIDENTE (Styvenson Valentim. Bloco Parlamentar Juntos pelo Brasil/PODEMOS - RN) - Cadê o microfone do Senador?
O SR. EDUARDO GIRÃO (Bloco Parlamentar Juntos pelo Brasil/PODEMOS - CE. Para discursar.) - Pela ordem, Presidente.
É só para manifestar a minha alegria, neste momento, e agradecer ao Giuliano pela fala, porque é uma pessoa que é uma referência para mim, embora ele seja mais novo. Poucos meses, não é Giu? Ele é uma pessoa que, para eu estar hoje com essa missão de vida aqui, se não fosse a lealdade dele, assim, de estar na atividade empresarial comigo e um amigo em momentos difíceis da minha vida, de superações diversas, eu jamais estaria aqui no Senado. É claro que o povo cearense foi quem me trouxe para cá e é para eles e para o Estado do Ceará que eu dedico, no limite das minhas forças, as energias. Mas, se não tivesse uma retaguarda, eu acredito que nem me candidatado eu teria, porque você precisa ter uma retaguarda para fazê-lo.
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Então, eu quero agradecer publicamente, Giuliano, a você, à Aline, que são pessoas queridíssimas da família. O meu filho estava aqui há pouco tempo. Ele teve que sair porque a gente vai viajar daqui a pouco, mas o Senador Styvenson vai encerrar esta sessão agora e eu fico muito feliz, porque é um Senador de muito valor aqui, é um homem íntegro, correto, também muito leal. Foi o primeiro Senador com quem eu falei aqui antes de assumir. A gente tem combatido o bom combate aqui e o que você representa para mim, sempre representou e me ajudou a chegar até aqui, lá no Ceará, o Styvenson é, aqui em Brasília, esse esteio, essa base para a gente, em momentos difíceis aqui. Muitas vezes, a gente fica sozinho em algumas pautas aqui, e o Styvenson é essa força para o nosso mandato.
Muito obrigado, Styvenson.
O SR. PRESIDENTE (Styvenson Valentim. Bloco Parlamentar Juntos pelo Brasil/PODEMOS - RN) - Eu que agradeço, Senador Eduardo Girão. Faço das suas palavras as minhas.
Sempre com essa visão. Para quem não conhece o Senador Eduardo Girão, ele traz sempre essas pautas para o Senado, sessões especiais como esta. Especial que eu digo, Profa. Lúcia - acompanho a senhora pelas redes sociais, pela internet -, como o Professor acabou de citar, parafraseando Roma, o Senado romano, a responsabilidade de devolver o que as pessoas aplicaram em cada Senador desta nobre Casa é muito pesada, ainda mais para um jovem Senador como eu, de primeiro mandato, de vir de um estado no qual a política ainda é uma dificuldade democrática. Eu digo isso porque nem todos podem participar, infelizmente. Eu tenho que dizer isso para as pessoas.
Nem todos que estão me assistindo, Eduardo Girão, o senhor sabe perfeitamente bem, conhecem a essência da democracia, à qual, falando para vocês todos que estudam filosofia, talvez, não pertence a maioria da classe brasileira.
Então, vir da forma que eu vim e surgi, para estar aqui com essa responsabilidade de representar um estado e o povo brasileiro em suas defesas, resolvendo problemas, Profa. Lúcia - desculpe o equívoco do nome... Quando eu escuto a senhora falar que, para todos os problemas, a solução é à vontade, eu falo isso de coração, porque hoje eu enfrento uma grande decisão que eu tenho que tomar na minha vida, que é enfrentar um grande problema de mudar do Legislativo para o Executivo para, de fato, dar às pessoas o que é a essência da política: levar a felicidade para elas se sentirem representadas, porque, muitas vezes, elas não sentem isso.
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Eu acho que o Senador Eduardo Girão, quando me chamou, eu estava resolvendo problemas, com a vontade e com a responsabilidade que me deram, do meu estado, e, muitas vezes, a gente não consegue enxergar isso ou, talvez, como nas palavras que tanto usam aqui neste Plenário, a criminalização da política se dá por algumas ou por certas pessoas que, infelizmente, ocupam alguns cargos de poder neste país.
A primeira vez que eu entrei neste Plenário foi sinestésica. Está na visão, está no cheiro, está no tato o poder que isso representa. Esse poder, não o individual, mas um poder para a resolução. É daí que vem essa responsabilidade para com as pessoas que, lá fora, esperam as nossas respostas. E esta Casa, por onde passam tantos problemas, dá respostas.
Eu preciso dizer que, muitas vezes, me desencanta, desestimula, mas aí vem, Professora, a vontade: a vontade de fazer diferente, a vontade de não ser diferente dos outros, mas de apresentar uma diferença.
Então, Senador Eduardo Girão, parabéns pela sessão. Eu iria usar poucas palavras, apesar de ainda ter muito mais coisas para falar em relação ao que eu consigo enxergar e ouvir até agora da política. O momento que o nosso país vive é delicado. Estamos passando por um momento agora de pré-eleição e já estamos acompanhando violências, que até então não existiam no nosso país, políticas.
Nós precisamos nos unir para resolver. Eu acho que qualquer dos lados, ideológico ou partidário, todos os lados devem, sim, resolver os problemas das pessoas lá fora: segurança, alimentação - e nosso país voltou a despontar entre os países que hoje sofrem com essa mazela -, emprego, educação, principalmente, o que a Nova Acrópole faz de forma voluntária.
A essência do voluntarismo precisa ser estimulada no nosso país. As pessoas sempre querem um retorno, uma remuneração. É difícil a gente estender a mão e ser solidário. A gente sempre acha que está sendo explorado, sempre acha que vai ser usado por aquela outra pessoa. E distinguir isso, no cargo que a gente ocupa, que nós ocupamos, Senador Girão, é bem difícil, porque tudo que nos cerca parece que tem essa finalidade ou esse propósito.
O Senador Girão me deu a missão de concluir esta sessão especial pelos 65 anos da Nova Acrópole, mas, antes, quero mandar um beijo para a minha namorada, Luísa, que está em Natal assistindo, aluna da Nova Acrópole em Natal, Morro Branco - e, agora, há a nova sede na Zona Norte, em Natal.
Um beijo, Luísa! (Risos.)
Ela muda realmente a vida das pessoas. Se nós começarmos a ouvir, Girão, a aprender e a praticar, certamente concluiremos que isso deveria estar sendo ensinado desde a origem das nossas vidas.
Encontrar um ser humano ético na sociedade é raro hoje - ético na essência. Desviam-se por tudo: pelo poder, pelo dinheiro, pelas oportunidades e por uma cultura que a gente aplica, ainda hoje, na vida dos nossos filhos, das nossas crianças, a esperteza. Elogia-se e se trata de forma vangloriosa o jeitinho brasileiro. Não deveria ser assim.
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Parece muito difícil, hoje, viver em um país onde se obedeçam às regras; onde até para fazer uma fila é uma dificuldade; em que não se fraude uma previdência, um auxílio emergencial de pessoas que precisam, mas talvez não tinham acesso a ele naquele momento porque não tinham uma internet, e outras que não necessitariam estariam tendo o auxílio, fazendo aquilo sem pensar no próximo. Como tirar esse egoísmo de cada ser humano para que se pense no coletivo é um desafio. E eu citei só alguns casos individuais de pessoas que tanto cobram daqui de dentro retidão, pessoas que vão agora para uma eleição, e não têm consciência política - eu não falo da consciência política de um voto, mas consciência de quem ela vai colocar aqui dentro, se ela mesmo...
Em cada cadeira em que os senhores estão se sentando, ou, pelo menos, na minha, tem 750 mil votos - só a minha, de um estado pequeno! E quando eu falo isso, senhores e senhoras, é porque é complicado a gente ser cobrado por uma população que a gente enxerga - não são todos, não é uma maioria - que desvia vacina em pandemia; que utiliza os bens públicos de forma particular; que utiliza o poder que lhe foi conferido em benefício próprio; que tira recursos da saúde, da educação - o que mata muito mais do que as guerras que a gente enxerga hoje em qualquer lugar do mundo!
Eu sei, eu tenho certeza - e assisti a essa palestra da senhora pela internet - de que a história não narra quantos soldados venceram, o nome dos soldados que venceram a batalha; é sempre o do general. Mas, como o Eduardo Girão citou, cada nome de quem faz isso funcionar de verdade - esta Casa -, que são os nossos auxiliares, que estão aqui bem antes da gente, é que deveria ir para a história, porque muitas vezes é quem dá a vida numa guerra ou para que isso funcione, mas, muitas vezes, não é reconhecido. Talvez seja essa falta de reconhecimento que distancie a gente dessa humanidade que é tratar o próximo com tanta igualdade, como rezam os princípios constitucionais aos quais nós estamos presos, os princípios morais, éticos, que talvez não sejam obedecidos. Onde é que nos perdemos?
Ocupar uma cadeira como esta, professor, é de uma responsabilidade imensa. E passar por uma mudança - e eu penso e repenso em mudar - é maior ainda, porque a cobrança é sempre maior. Não é uma crítica; é como eu vejo as coisas - e eu respeito quem vê diferente -, é o que eu sinto quando eu vejo a população que tanto clama por um serviço público que não tem porque, infelizmente, alguém que deveria fazê-lo politicamente não o fez, porque pensou nele primeiro. E esse ciclo nunca acaba.
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Eu vou tentar ler a lista toda, porque são muitos nomes. A lista é longa, grande.
Sra. Cleia Bezerra, vou iniciar, aqui de Brasília, da Nova Acrópole Brasília; Sr. Luis Fernando Vieira, também aqui de Brasília; Cornélio Almeida Neto.
Se eu não citar alguém ou é por problema de visão - pareço novo, mas estou com problema de visão - ou porque também talvez não tenha tanto tempo disponível para ler esses nomes todos. Mas sintam-se lembrados, da mesma forma como aquele soldado. Quando Júlio César foi, viu e venceu, só se lembram dele, mas não se lembram de quem morreu. Não é isso, professor? (Risos.)
Em Cartago? Acho que é isso.
Inez Maria Lopes, de São José dos Campos.
Olha, gente, São José dos Campos! Eu vou citando aqui. Se eu não repetir a cidade é porque é de São José dos Campos, viu?
Professora, a senhora está com a visão melhor que a minha?
A SRA. LUZIA HELENA ECHENIQUE - Não.
O SR. PRESIDENTE (Styvenson Valentim. Bloco Parlamentar Juntos pelo Brasil/PODEMOS - RN) - Não? Então, está bem.
Sr. Godoy Lopes; Eliane de Oliveira, de Florianópolis, Santa Catarina; Sales - gente, a letrinha está muito pequena! -; Sandro dos Santos, de Florianópolis também; Rafael Moreira de Oliveira, aqui do Distrito Federal, de Taguatinga.
Tem muita gente daqui, do Distrito Federal. Deixe-me citar aqui uma de... Não tem ninguém de Natal? Gente, estou passando e procurando Natal.
De Palmas, Tocantins, o Jorge Amâncio. Ele está aqui ainda? (Pausa.)
Não?
Rafael Costa.
Pode ser assim, Senador Girão? Ou o senhor quer que eu me esforce para ler todos os nomes? Senão vou pedir ajuda aos professores aqui.
Ana Beatriz, de Recife.
(Intervenção fora do microfone.)
O SR. PRESIDENTE (Styvenson Valentim. Bloco Parlamentar Juntos pelo Brasil/PODEMOS - RN) - É sério? O senhor sabe o nome de cada aluno? (Pausa.) (Risos.)
Impressionante!
Vamos tentar o segundo agora?
Vanderlei Arruda, do Espírito Santo, Vitória.
Esse é o carinho que os professores têm pelos alunos. Incrível!
Já pensou, Girão, lembrar o nome de cada eleitor? (Risos.)
Cláudia Maria Matias, de Brasília.
Eu parei para ver porque os senhores estão acertando
Alexandre Coelho Batista.
O SR. LUÍS CARLOS MARQUES FONSECA - Este é do Senado.
O SR. PRESIDENTE (Styvenson Valentim. Bloco Parlamentar Juntos pelo Brasil/PODEMOS - RN) - Este é do Senado? Ele é daqui? (Pausa.)
Ah, olha aqui. Está onde ele? (Pausa.)
Gente, é muito nome! É incrível, porque estou pescando aqui e eles estão acertando.
Vou pegar um bem de longe para ver se eles acertam.
São poucos os momentos de descontração. Sempre é tenso aqui, não é, Girão? Sempre é tenso. Então, em momentos como este, a gente aproveita também para descontrair. Se os senhores e as senhoras soubessem a tensão que cada Parlamentar responsável, comprometido, sofre, aí os senhores entenderiam porque estou me divertindo aqui em cima. Isabella, de São Luís; Gustavo Lacombe; Indira; Sr. Rafael Henrique; Sr. Victor de Castro, da Bahia - agora engrenei -; Regina Vitória; Luiza Koshiro, de Brasília também.
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O senhor conhece minha namorada, lá de Natal? Ainda não, né? (Risos.)
Mas ela vai vir para cá em setembro, para as olimpíadas, uma atividade esportiva.
Eduardo Girão, eu sei que o senhor vai pedir a palavra...
O SR. EDUARDO GIRÃO (Bloco Parlamentar Juntos pelo Brasil/PODEMOS - CE) - Pela ordem. É a última, eu prometo.
O SR. PRESIDENTE (Styvenson Valentim. Bloco Parlamentar Juntos pelo Brasil/PODEMOS - RN) - Isso é porque ele ia viajar.
O SR. EDUARDO GIRÃO (Bloco Parlamentar Juntos pelo Brasil/PODEMOS - CE. Para discursar.) - Eu cometi um equívoco. A gente fica tomado pela emoção. Como você falou, não é uma coisa muito comum aqui momentos como este em que a gente está mais leve. Eu cometi um equívoco quando eu falei dos cinco valores da escola Sathya Sai Educare. Eu repeti um, que é o amor - isso é bom, repetir o amor. Mas os valores são os seguintes: paz, retidão, amor, verdade e não violência. São os princípios do Sathya Sai Educare.
Antes de o senhor encerrar, eu gostaria de agradecer também a nossa equipe do gabinete, que organizou com muito carinho, junto com o time da Nova Acrópole, este evento: a Tallita, o Francisco e, em nome deles, as pessoas do nosso gabinete que se envolveram.
Muito obrigado! (Palmas.)
O SR. PRESIDENTE (Styvenson Valentim. Bloco Parlamentar Juntos pelo Brasil/PODEMOS - RN) - Eu preciso encerrar. Por mim, eu ficaria aqui tendo esta aula até o final do mandato. Eu lancei alguns pensamentos, reflexões, não só para a gente, mas para quem assiste. Falei da cobrança, de quem cobra e não faz, sobre nós.
Vou encerrar com uma frase da senhora com a qual eu iniciei, e eu gosto dela e sempre lembro: quando eu penso que vou falhar, que vou desistir, eu sempre renovo aquela vontade. Não sei de onde vem, não sei de onde parte, mas eu sei para onde eu vou. Eu sei o caminho. Não me interessa quem furou o casco do navio. Eu não vou esperar o navio afundar. Não é assim que a senhora me ensinou? Obrigado! (Palmas.)
Cumprindo a finalidade desta sessão especial semipresencial do Senado Federal, agradeço as personalidades que nos honraram com as suas participações e com seus conhecimentos - não só eu, que cheguei um pouco atrasado porque estava resolvendo algumas demandas. A quem assistiu até aqui pela TV Senado e a quem esteve presente nesta sessão o nosso muito obrigado. E muito obrigado para a Nova Acrópole. Espero que ela viva muito. Como uma criança que nasceu há 65 anos, espero que ela cresça e tenha filhos e netos pelo país todo, pelo mundo todo, e que a gente possa, através desse conhecimento, melhorar cada vez mais a si mesmo para melhorar a sociedade.
Muito obrigado! (Palmas.)
Esta sessão está encerrada.
(Levanta-se a sessão às 18 horas e 19 minutos.)