4ª SESSÃO LEGISLATIVA ORDINÁRIA
56ª LEGISLATURA
Em 26 de agosto de 2022
(sexta-feira)
Às 16 horas
87ª SESSÃO
(Sessão Especial)

Oradores
Horário

Texto com revisão

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O SR. PRESIDENTE (Eduardo Girão. Bloco Parlamentar Juntos pelo Brasil/PODEMOS - CE. Fala da Presidência.) - Paz e bem a todos vocês.
Com muita honra e alegria, declaro aberta esta sessão.
Sob a proteção de Deus, iniciamos nossos trabalhos.
A presente sessão especial semipresencial foi convocada nos termos do Ato da Comissão Diretora nº 8, de 2021, que regulamenta o funcionamento das sessões e reuniões remotas e semipresenciais no Senado Federal, e a utilização do Sistema de Deliberação Remota; e em atendimento ao Requerimento nº 461, de 2022, de autoria desta Presidência e de outros Senadores, aprovado pelo Plenário do Senado Federal.
Quero agradecer a todos os Senadores da República, os 81, que de forma unânime aprovaram esse requerimento desta sessão especialíssima de hoje, especialmente também ao Presidente do Senado Federal, Rodrigo Pacheco.
A sessão é destinada a homenagear o Instituto Sathya Sai de Educação do Brasil, pelo transcurso, no dia 26 de agosto, dos 22 anos de sua fundação.
E hoje nós estamos no dia 26 de agosto. É a data certinha. E há inclusive um aniversariante aqui muito especial, que a gente vai descobrir já, que faz aniversário neste dia, porque nada é por acaso.
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A Presidência informa que esta sessão terá a participação dos seguintes convidados: Sr. Suresh Reddy, Embaixador da República da Índia; Sr. Marcos Cardoso Gomes, cofundador e atual Presidente do Instituto Sathya Sai de Educação do Brasil; Sra. Maria Helena Scalabrin Cardoso Gomes, membro do Conselho Consultivo do Instituto Sathya Sai de Educação do Brasil; Sr. Sérgio Espindola, Presidente da Organização Internacional Sathya Sai para a América do Sul; Sra. Inez Cabral, minha conterrânea, Coordenadora Nacional dos 16 núcleos do Brasil e Facilitadora de Cursos do Programa Sathya Sai Educação e Valores Humanos; Sr. Vinícios Rocha de Souza, Diretor Pedagógico do Instituto Myra Eliane, lá na nossa terra, no Ceará; Sra. Eliana Maria Barbosa, Coordenadora da Excelência Humana da Escola Sathya Sai lá em Fortaleza, lá no Eusébio, na Escola Professor Clodomir Teófilo Girão; Srta. Maria Sofia, aluna dessa mesma escola lá no Ceará, situada na cidade do Eusébio; Sr. Stênio Maia, pai do aluno Fabrício; e Sra. Raiane da Silva Nogueira Borges, Coordenadora Pedagógica do Instituto Myra Eliane.
Eu queria aqui fazer a composição da mesa, e, a partir dessa composição, os nossos convidados que vão palestrar podem utilizar a tribuna do lado direito ou do lado esquerdo do Plenário ou podem fazê-lo daqui da mesa também. Outros participantes que estão aqui e queiram se manifestar, a Casa é bem democrática, e é um momento de muita oportunidade de a gente trocar experiências com o brasileiro que está nos assistindo, que se interessa pela educação em valores humanos. Então, a gente vai colocar o microfone à disposição.
Eu quero deixar claro que nós estamos transmitindo pelas redes da Casa revisora da República, pela TV Senado, pela Rádio Senado, também pelas mídias sociais do Senado Federal, está sendo transmitido ao vivo para todo o país e para todo o planeta. Então, contamos com a equipe de tradução simultânea, porque nós vamos ter alguns vídeos em inglês, o Embaixador também vai se manifestar na língua inglesa, e a gente vai ter a oportunidade de trocar experiências.
Eu quero convidar todos vocês para, em posição de respeito, acompanharmos o Hino Nacional Brasileiro. (Pausa.)
Eu queria convidar para a mesa as pessoas que eu chamei inicialmente, para que a gente possa...
Vou dar a composição aqui.
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Sr. Suresh Reddy, Embaixador da República da Índia; Sr. Marcos Cardoso Gomes, cofundador e atual Presidente do Instituto Sathya Sai do Brasil; Sra. Maria Helena Scalabrin Cardoso Gomes, membro do Conselho Consultivo do Instituto Sathya Sai de Educação do Brasil; Sr. Sérgio Espindola, Presidente da Organização Internacional Sathya Sai para a América do Sul; Sra. Inez Cabral, Coordenadora Nacional dos 16 núcleos do Brasil e Facilitadora de Cursos do Programa Sathya Sai Educação em Valores Humanos; e o Sr. Vinícios Rocha de Souza, Diretor Pedagógico do Instituto Myra Eliane.
Muito obrigado! Thank you very much!
Hino Nacional brasileiro por favor.
(Procede-se à execução do Hino Nacional.)
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O SR. PRESIDENTE (Eduardo Girão. Bloco Parlamentar Juntos pelo Brasil/PODEMOS - CE. Para discursar - Presidente.) - É sempre muito bom ouvir o Hino Nacional brasileiro, não é? Inclusive a gente está vivendo um momento no nosso país em que a gente precisa ter muita serenidade, muita tranquilidade, porque é um momento especial. São 200 anos da República que nós vamos agora celebrar no dia 7 de setembro, nós percebemos uma inquietação muito grande que tem acontecido na nossa nação, que a gente sabe que é uma nação querida por todo o mundo, o nosso povo, o povo brasileiro. Aonde o brasileiro vai é bem recebido, a gente percebe uma empatia muito grande das nações. Então, este país, não tenho a menor dúvida de que tem algo muito especial reservado para ele, é uma missão quem sabe planetária. Temos tudo em abundância aqui, até amor, compaixão, que é o principal, e a gente tem visto certas medidas no campo da política, de poder pelo poder, que nos preocupam, mas a gente tem que manter a confiança e saber que tudo vai dar certo, que isso faz parte, e a luz vai continuar brilhando aqui na nossa nação.
Eu considero esta sessão algo que faz parte dessa luz que vamos precisar sempre vibrar pelo Brasil. Então, eu quero colocar aqui um breve discurso sobre esta sessão especial.
Nós queremos aqui e vamos celebrar a paz. Não a paz da inação, dos silêncios ou das ausências. De fato, vamos homenagear a beleza da unidade entre pensamento, palavra e ação, coerência. Eis aí o tripé que representa o alicerce da construção de uma sociedade desenvolvida, pacífica e, acima de tudo, justa.
Essa construção tem como premissa o desenvolvimento integral dos indivíduos que dela participam.
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Para tanto, devem-se buscar os cinco valores humanos absolutos: a verdade, a retidão, a paz, o amor e a não violência.
Na década de 60, Sathya Sai Baba, fundador e chanceler da Universidade Sri Sathya Sai, considerado o maior educador da Índia moderna, apresentou ao mundo uma bela e inspirada proposta para revolucionar a educação tradicional baseada nos valores competitivos. Ele percebeu que o sistema educacional indiano, ainda que formasse muitos estudantes das mais diversas áreas, não os preparava para servir à coletividade e nem tampouco para atingir a plenitude que o verdadeiro amadurecimento interior traz.
Para corrigir esse problema, Sathya Sai fundou uma centena de escolas gratuitas em quase toda a Índia, onde às disciplinas tradicionais do currículo se associa a formação do caráter dos educandos, propiciando o desenvolvimento dos valores universais. Essa ideia singela, mas plena de solidariedade e humanismo, transformou o pensamento de educadores de todo o mundo e catalisou um processo de reconstrução do conceito de educação dos mais diversos países, inspirado no Programa Sathya Sai de Educação em Valores Humanos.
Em nosso país, o Instituto Sathya Sai de Educação do Brasil, fundado exatamente há 22 anos, no dia 26 de agosto de 2000, está configurado como uma associação sem fins lucrativos, detentora dos direitos sobre o Programa Sathya Sai, que se fundamenta nos cinco valores apontados por aquele grande mestre. Para ele, a verdade, a retidão, a paz, o amor e a não violência são, de fato, a manifestação natural da essência, do melhor de cada indivíduo.
Esse é o propósito dessas escolas, que, também no Brasil, são instituições conduzidas por profissionais voluntários, que se dedicam e confiam nos propósitos e na importância daquele programa educacional, definindo o seu trabalho como feito com amor, por amor e para o amor.
Desde 2002, a Terra da Luz, o nosso Estado do Ceará, que foi o primeiro estado do Brasil a libertar os escravos, não é? Foi o Estado do Ceará, cinco anos antes da Lei Áurea, não é? É um estado realmente libertário. E o Estado do Ceará vem participando desse mutirão de amor, contando com um núcleo em Fortaleza, nossa capital, onde já foram formados mais de 900 profissionais de escolas públicas e privadas, bem como profissionais liberais de outras áreas, não só na capital do estado, mas também em municípios do interior e até mesmo em outras unidades da Federação. Portanto, não faltam motivos para que hoje celebremos, nesta Casa, a Casa revisora da República, os 22 anos do Instituto Sathya Sai de Educação do Brasil que nos traz um exemplo de filosofia educacional cujos princípios são comuns a propostas de grandes educadores, como Sócrates, Maria Montessori, Rudolf Steiner.
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Esses princípios são consolidados pela possibilidade de se trabalhar o educando de uma forma integral, acrescentando ao currículo educacional multidisciplinar do Ministério da Educação estratégias que visam à formação do caráter, por intermédio do despertar dos valores inerentes a cada ser humano e do incentivo à sua prática no cotidiano.
Sathya Sai nos diz que o caráter resulta da unidade entre o pensamento, a palavra e ação - é a coerência de que falei, lá no início - tornando imortal a nossa vida. Para ele, o caráter é poder e mesmo a aquisição de conhecimento depende de um bom caráter. Portanto, as instituições educacionais que adotam esse princípio não buscam apenas a excelência acadêmica, mas também a excelência humana, promovendo transformações reais no seio da sociedade.
Eu concluo esta homenagem aos 22 anos da presença das escolas Sathya Sai no Brasil, aqui nesse breve discurso, lembrando que a aplicação do programa pode ser feita, sim, através de diferentes métodos, aos quais o Instituto Sathya Sai oferece suporte.
Nesse contexto, homenageio, nesta data, todas essas escolas ímpares, permitindo-me citar uma delas, com grande emoção. Refiro-me àquela que recebeu o nome de meu inesquecível padrinho e avô, Clodomir Teófilo Girão, localizada lá no Eusébio, no Ceará, em nome da qual parabenizo todas as demais escolas do Brasil.
Cito esse grande professor, jornalista, escritor, mestre em letras e grande orador, mas acima de tudo um educador - criou todos os seus filhos na profissão de educador, de professor -, que me deu a grande honra de ser seu descende. Tinha uma frase muito marcante que dizia o seguinte, abro aspas: "Venturosos são aqueles que creem, que têm fé, que não perdem a esperança, que amam e se fazem amados". Gratidão sempre.
Já passando aqui para uma nova etapa, eu queria dar um testemunho breve. Esse país fantástico que é o seu, a Índia, de um povo extremamente amoroso... Eu acho que a conexão com o Brasil é muito forte. Eu tive a oportunidade de visitar o país em 2003. Fui a Nova Déli, Bangalore e Puttaparthi conhecer o ashram de Sai Baba. Eu estava dirigindo, minha família estava comigo, era uma viagem que a gente fazia anualmente para conhecer países - meu pai daqui a pouco estará aqui, ele estava conosco - e me perdi com o carro.
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Naquele momento - e não tinha o Waze, com o que, hoje, para a gente, é muito fácil, não é? - eu vi uma criança, acho que com seus oito anos, sete anos, mais ou menos, embaixo duma árvore, que estava lendo um livro desta grossura, lá, embaixo da árvore. Eu pedi, chamei a criança assim, e ela, com muito amor no coração, no olhar, disse: "Boa tarde!", com uma educação assim, que chega é uma coisa... "Boa tarde! Como é que vai o senhor? Tudo bem?", em inglês perfeito. E eu perguntei: "Olha, onde é o ashram de Sai Baba?". Ela disse: "Olha, o senhor vai por aqui, para lá". E eu achei aquilo assim... Aquilo me tocou. Eu perguntei: "Onde é que você estuda? Como é que você...". "A gente estuda numa escola do método...", do programa mesmo. E aquilo ali foi muito marcante e me despertou para conhecer esse método, que se chamava, na época - eu não sei se ainda se chama assim -, Sathya Sai Educare. Chamava-se Educare; mudou depois. Depois, eu fui descobrir o trabalho social fantástico de Sai Baba, na área de saúde também, com hospitais, com... E tem até universidade.
Então, é impressionante como, depois, pesquisando, a gente é tocado na alma, porque aquelas crianças, depois, vão para a universidade, se formam e vão para o mercado de trabalho, e é tão importante o sentimento de cooperação, de fraternidade, de solidariedade, com um caráter tão forte de ética, que esses jovens que vão para o mercado de trabalho são muito disputados por grandes empresas norte-americanas e grandes empresas europeias, porque sabem que ali vai ter um grande homem.
Então, é uma revolução que está acontecendo no mundo a partir da Índia, e esse crédito é desse país fantástico, a Índia, desse grande educador Sai Baba. Quando eu saí de lá, da Índia, eu disse: "A gente precisa montar uma escola dessa no Ceará", porque no Brasil já tinha: em Recife, Ribeirão Preto, Rio de Janeiro. Mas no Ceará não tinha. E, naquele momento, com a Inez Cabral, com o Sidney Girão, que não pôde estar aqui, que também é professor, nós montamos o núcleo no Eusébio, que fica na Região Metropolitana de Fortaleza. O senhor está convidado para, quando for ao Ceará, conhecer essa escola.
Começamos com 18 crianças, se eu não me engano; aliás, 36 crianças. Hoje nós já temos lá na escola uma fila de espera grande e temos 245 crianças. É impressionante a autoestima dessas crianças. São crianças de uma comunidade carente lá do Eusébio, elas são amor puro e são muito marcantes alguns exemplos que a gente vai ver aqui, como aquele exemplo de matemática que, se alguém não contar, eu vou contar no final e que mostra o espírito desse método, que é inspirador.
Nós assistiremos agora à contação de história apresentada pela Sra. Nyedja Gennari.
Seja muito bem-vinda Nyedja, talentosa Nyedja!
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A SRA. NYEDJA GENNARI - Senhoras e senhores, boa tarde.
As histórias marcam, inspiram, emocionam, divertem, são inventadas ou reais. Por isso, neste momento, eu convido cada um de vocês a uma viagem, uma viagem por uma história real, emocionante e inspiradora. Então, apertem os cintos da imaginação ou os soltem, se preferirem, e viajem comigo pelos 22 anos do Instituto Sathya Sai de Educação do Brasil, uma instituição sem fins lucrativos onde trabalham profissionais de diversas áreas do conhecimento, com diferentes tipos de qualificação, que prestam serviços voluntários por absoluta dedicação aos propósitos e à importância do Programa Sathya Sai de Educação em Valores Humanos; um trabalho feito com amor, por amor e para o amor.
O Programa Sathya Sai de Educação em Valores Humanos foi elaborado na década de 60 por um grupo de educadores composto por psicólogos, pedagogos e professores que conheciam os ensinamentos de ordem espiritual e educacional de Sathya Sai, que corresponde a uma filosofia educacional cujos princípios são comuns às propostas de grandes educadores como Rudolf Steiner, Paulo Freire, Sócrates e Maria Montessori.
O Instituto Sathya Sai de Educação do Brasil tem a missão de promover o desenvolvimento integral do indivíduo, desenvolvendo os valores humanos, que são aspectos da própria natureza humana na sua essência, através dos cinco valores absolutos humanos - verdade, retidão, paz, amor e não violência - propostos por Sathya Sai, propondo, através de metas da educação, a excelência humana junto com a excelência acadêmica na educação formal, em sua forma laica, de modo simples, profundo e efetivo, assim como a formação de indivíduos com caracteres íntegros e abertos aos serviços solidários, difundindo, investigando e colocando em prática o Programa Sathya Sai de Valores Humanos, que transcende as diferenças de cor, classe social, religião ou nacionalidade, identificando-se com as mais nobres aspirações do homem, tendo como propósito a formação do caráter. E, para isso, são trabalhados todos os aspetos da personalidade da criança, desenvolvendo seu potencial, tornando-a apta a viver a sua vida com plenitude.
Segundo Sathya Sai, caráter é a unidade entre pensamento, palavra e ação. O caráter torna a vida imortal. Há quem diga que saber é poder, mas eu digo que o caráter é poder. Até a aquisição de conhecimento depende de um bom caráter, de modo que todos devem aprender a forjar um caráter impecável, sem vestígios de maldade.
As qualidades que integram um bom caráter são: o amor, a paciência, a perseverança e a compaixão. Essas qualidades contêm todas as outras mais elevadas e precisam ser respeitadas.
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Assim, sabiamente, Sathya Sai disse: "Afinal, qual é o significado da vida? Para que vivemos e lutamos? Nossas vidas serão superficiais e vazias se formos educados apenas para sermos especialistas, eruditos mergulhados em livros e conhecimentos, exercendo apenas domínio sobre o outro, com altos empregos e eficiência".
Segundo Sathya Sai, a finalidade da educação é formar o caráter das pessoas, fazendo com que elas reconheçam sua verdadeira natureza humana, desenvolvendo boas qualidades.
A compreensão do que realmente somos na essência nos traz grande alegria, gera um sentido de unidade como o todo e nos faz agir sempre pensando nas consequências dos nossos atos e na felicidade de todos.
Esse deve ser o papel da educação. Sathya Sai propõe cinco valores humanos absolutos: verdade. "E conhecereis a verdade e a verdade vos libertará" - João, capítulo 8, versículo 32. A busca da verdade é uma das metas mais importantes do homem.
Retidão. Se houver conduta correta no coração, haverá beleza no caráter. Se houver beleza no caráter, haverá harmonia no lar. Se houver harmonia no lar, haverá ordem na nação. Se houver ordem na nação, haverá paz no mundo.
Paz. A paz deve ser manifestada nos sentimentos, nas palavras, na atitude e na ação. Assim como na mente e no desempenho do dever, tudo de igual forma. Dessa maneira, a paz é perfeita, do tipo mais brilhante e estável.
Em todos há uma luz de verdade, ninguém vive sem essa luz. Em todos nós há uma chama de amor. A vida se torna um vazio escuro sem ela. Essa luz brilhante, essa chama é Deus, pois ela é a fonte de toda a verdade e de todo o amor. O homem busca a verdade, ele procura compreender a realidade, porque a sua própria natureza vem de Deus, que é a verdade. Ele busca o amor para dar e compartilhar, pois sua natureza é Deus. Deus é o amor, e o amor é um valor humano absoluto.
Mas não podemos nos esquecer de um outro valor humano absoluto: a não violência, e a não violência significa evitar causar dor a qualquer ser em pensamento, palavra e ação.
Com o egoísmo e o autointeresse, o homem não experimentará essa estimável virtude. Todo mal nasce do senso de eu e meu. Esses traços só podem ser eliminados através do desenvolvimento da pureza de pensamento, palavra e ação.
Essa é a história do Instituto Sathya Sai de Educação no Brasil, que há 22 anos tem nos ensinado a sermos um pouco melhores.
E esta é uma singela homenagem do Senador Eduardo Girão e de toda a sua equipe: a tão bela e inspiradora história.
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Que venham muitos outros capítulos, muitos outros anos.
Eu sou Nyedja Gennari, contadora de histórias. (Palmas.)
O SR. PRESIDENTE (Eduardo Girão. Bloco Parlamentar Juntos pelo Brasil/PODEMOS - CE) - Nyedja, muito obrigado. Você é benção.
Eu quero dar o testemunho aqui do quão especial a Nyedja é: nós pedimos a ela na terça-feira, não é isso?
A SRA. NYEDJA GENNARI (Fora do microfone.) - Quarta.
O SR. PRESIDENTE (Eduardo Girão. Bloco Parlamentar Juntos pelo Brasil/PODEMOS - CE) - Na quarta-feira nós a contactamos...
A SRA. NYEDJA GENNARI (Fora do microfone.) - No final do dia.
O SR. PRESIDENTE (Eduardo Girão. Bloco Parlamentar Juntos pelo Brasil/PODEMOS - CE) - ... no final do dia, para que ela pudesse, de alguma forma, nessa correria... E ela disse: "Olha, eu vou, e vou de coração". Eu disse: "Não, mas a gente quer um profissional...". "Não, eu vou, e isso é uma doação que eu quero fazer, porque eu sinto que é uma coisa muito positiva, que traz paz, que tem verdade".
E eu quero agradecer, em nome do Instituto Sathya Sai e do Senado Federal, a ela, que é uma pessoa que trabalha, que tem um histórico de trabalho pelo social, com o Senador Izalci, que é um amigo, Senador aqui do Distrito Federal. E, através do Senador, eu pude conhecê-la, e de outros eventos que nós tivemos aqui.
Então, muito obrigado, Nyedja, pela sua participação especial, que abrilhantou este evento. (Palmas.)
Eu queria, imediatamente, registrar a presença da minha família, que chegou aqui: o meu pai, como eu falei há pouco, que foi à Índia comigo, em 2003, setembro de 2003; a Adriana Machado, sua esposa; a Costanza, minha irmã; a Maria Eduarda, minha filha; também a minha filha Manuela, que é a caçula; e a minha esposa, que está aqui, Márcia.
Então, muito obrigado pela presença de vocês.
E nós vamos dar sequência, ouvindo agora, com muita honra e alegria, o Embaixador da Índia, que estamos recebendo aqui.
Temos muita gratidão em receber o senhor aqui, desse país pelo qual eu sou apaixonado, que pude conhecer e para onde quero voltar, porque ali é como se você entrasse numa dimensão de amor. É inesquecível aquele país.
Quero-lhe agradecer, porque esse programa, esse Instituto Sathya Sai tem feito muito bem ao mundo - e eu falo aqui em nome do Senado Federal - e ao Brasil, onde suas raízes estão cada vez mais fortes. E isso a gente deve muito à Índia, ao grande educador Sathya Sai Baba.
Eu queria convidá-lo a fazer uso da palavra: Sr. Suresh Reddy, Embaixador da República da Índia.
O senhor tem dez minutos, mas tem a tolerância da Casa. Se quiser falar daqui ou da tribuna, fique à vontade.
O SR. SURESH REDDY (Para discursar. Tradução consecutiva.) - Obrigado.
É um grande privilégio estar com vocês aqui no Senado Federal. Como um diplomata, representando a democracia, para mim é sempre um grande privilégio estar no lar da democracia.
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Então, muito obrigado, muito obrigado por me dar esse privilégio e essa possibilidade de estarmos aqui.
Hoje é um dia muito especial porque nós estamos aqui reunidos para celebrar a mensagem de paz, estamos todos aqui reunidos para celebrarmos uma mensagem de amor, e, para mim, é uma grande honra estar aqui com vocês nesse painel diferenciado, distinto e promover essa mensagem com vocês por essa necessidade para mais amor, para mais paz, essa necessidade por mais harmonia na sociedade.
Eu mesmo sou privilegiado de ter vindo de uma família que fica muito próxima de Sathya Sai. Eu estava mencionando lá em casa que fico muito feliz porque hoje nós estaremos celebrando esta sessão especial para o estabelecimento das escolas de educação Sathya Sai no Brasil e especialmente no Estado do Ceará. Estou muito feliz! Eu queria também passar, compartilhar essa solução com todos vocês.
Estou muito feliz que o seu pai está aqui conosco hoje!
Quando eu ouvi a sua história, falando de dirigir pela Índia, eu achei que você era um homem muito corajoso, porque dirigir nas estradas da Índia não é tão simples assim: quando nós vemos a população da Índia, quando nós vemos os números de veículos que temos nas ruas da Índia, você precisa de muita coragem para dirigir na Índia realmente.
Mas aí, novamente, quando você estava mencionando, então, as crianças que estavam estudando embaixo da árvore, eu acho que é um fato quando hoje nós olhamos o que está acontecendo na Índia, como a Índia está crescendo rapidamente, como a economia da Índia está se saindo hoje e se tornando uma das maiores do mundo e, de fato, hoje eu creio que é a quinta maior economia do mundo e, em termos nominais, também já se tornou a terceira maior economia do mundo. Isso foi possível por causa da educação. Na Índia, nós dissemos que o crescimento está acontecendo por causa das pessoas.
Muitos países... Imagino que ter uma grande população pode ser um problema, mas nós achamos que uma grande população é uma vantagem. É uma vantagem desde que você empodere essas pessoas, dê poder para eles poderem formatar o seu futuro, você dê todas essas capacidades e habilidades que eles precisam para que eles possam ser membros valiosos na comunidade. Essas pessoas devem estar contribuindo de uma forma valiosa para a sociedade, e é isso que nós estamos fazendo na Índia.
O nosso foco na educação é muito conhecido, historicamente falando. Lembro-me da minha infância... O meu pai nunca foi para a escola praticamente, veio de uma família rural. Ele saia às 4h da manhã da cama, ia cuidar das vacas. Às 6h, 7h, ele subia na bicicleta para ir à escola que eram 15km de distância. Ele chegava à escola correndo, atrasado e voltava para a fazenda porque tinha que trabalhar na fazenda, cuidar dos animais e voltar para casa. Quando a gente chegava em casa já eram 6h da tarde, o sol já estava se pondo e não tinha muito mais para se fazer lá. Ele ainda conseguia fazer esse trabalho, mas entendia muito bem que o que realmente importava era a educação. Então, quando ele foi para a escola, a grande questão era... Quando a gente ia para a escola, ele me perguntava: "O que aconteceu na escola? Você fez alguma coisa legal? Teve prova hoje?". Ele não me incomodava muito e falava: "Você pode cuidar da sua vida". Então, a gente tinha essa liberdade. E todos os meses nós tínhamos aqueles exames mensais, os testes mensais, e essas provas mensais eram naquela última semana do mês, e os exames eram feitos normalmente. Então, ele perguntava para a gente: "O que aconteceu com as notas? Não chegaram as suas notas, e a prova já passou". E a gente sabia que estava encrencado, porque, se a gente não tivesse boas notas, a gente estava encrencado, porque era o único foco que ele tinha ali: "Você pode fazer o que quiser, se divertir, mas não perca o foco na sua educação. Lembre que a educação é que vai lhe trazer um futuro, que vai lhe dar um futuro". Então, ele nos empoderou, ele nos deu a liberdade para trabalhar com a nossa vida como quiséssemos, e ele também nos ensinava, ao mesmo tempo, a não perdermos o foco para o que precisávamos realmente para chegar a algum lugar na vida. E eu estava bem.
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Meu avô era uma pessoa tão distinta também, e eu sou muito... O seu avô, perdão, é uma pessoa bem distinta, e eu estou muito interessado em visitar a escola nomeada com o nome dele no Estado do Ceará. E o Estado do Ceará é um estado visionário. Como você mencionou, ele também deu a liberdade e o círculo de amizades.
Eu não sei quantos de vocês aqui estão cientes, mas a VI Cúpula do Brics aconteceu em Fortaleza, e foi lá que o Novo Banco de Desenvolvimento do Brics foi estabelecido, o Banco do Brics foi estabelecido na Cúpula de Fortaleza. Então, a Cúpula de Fortaleza sempre vai ser conhecida na história como a cúpula em que foi criada uma enorme e incrível instituição que hoje está se tornando uma grande parceira para o desenvolvimento de todos os lugares do mundo. O Banco do Brics, como é chamado - e ele é chamado, na verdade, de NDB (Novo Banco de Desenvolvimento do Brics) -, está fazendo um trabalho com todas instituições globalmente e se tornando um parceiro muito importante para países como o Brasil em nossos investimentos em desenvolvimento.
Mas, como foi dito, desenvolvimento e educação andam lado a lado, sem dúvidas, mas as questões hoje que nós temos que ver são: qual o tipo de educação que estamos dando a nossas crianças? Como nós estamos empoderando-as? Que tipo de cidadãos nós queremos que elas sejam? Essas são as grandes questões em que nós devemos sempre pensar, porque, hoje, os professores pensam que os pais têm essa obrigação e as responsabilidades dos pais foram passadas para os professores, e os professores acham que os pais também deveriam fazer mais, e as crianças não sabem muito bem quem elas devem seguir, quem elas devem ouvir, e, graças as mídias sociais, internamente... Tem muita confusão já dentro delas, porque elas estão nessa pressão das mídias sociais, e, ao mesmo tempo, elas estão buscando um modelo, um exemplo para seguir. Quais são os modelos e os valores que devem ser adotados?
Nesse contexto, temos o papel das instituições Sathya Sai, que é algo realmente remarcável, notável. Eles estão tentando dar uma direção aos filhos, dar valores que eles possam levar pela vida toda. Como a Nyedja já disse - e foi uma performance muito incrível; vou dizer parabéns a ela! -, como ela disse, quando você olha a sociedade em harmonia, isso leva a um mundo pacífico. E hoje nós vemos que cada país, cada sociedade não está em paz, porque parece que perderam o caminho. O objetivo de vida mudou, tem se tornado mais materialista, e o que é importante na vida não é mais o que é importante na vida. O materialismo se tornou mais relevante. Na mídia social, o número de curtidas é mais importante do que se você é uma boa pessoa, um bom aluno. O que importa é isso. Então, isso significa que você esquece que é mais importante ser gentil com o seu vizinho, fazer diferença na vida das pessoas, do que ter 10 mil likes na mídia social. Nós perdemos o nosso compasso moral como sociedade, e os valores que a Fundação Sathya Sai está tentando promover precisam ser apreciados e disseminados, porque a educação também está perdendo o foco, está produzindo membros materialísticos na sociedade, e assim escolas como a nossa se tornam mais importantes. Nós precisamos lembrar às pessoas que é preciso voltar aos valores que nos unem, que moldam a sociedade, porque a sociedade não é um lugar bom para se estar se não há harmonia. A sociedade se quebra se não há harmonia, e as escolas, os professores, têm um papel importante para desempenhar, especialmente as pessoas que estão aqui neste Plenário. Nós acreditamos nos mesmos valores, que é promover o amor, a paz, a boa vizinhança entre as pessoas, a boa convivência. Nós temos que ensinar aos alunos os valores para que eles se tornem pessoas que possam educar outras pessoas que não puderam ir para essas escolas que cultivam esses valores.
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Então, eu quero agradecer e parabenizar vocês por esse trabalho extraordinário e quero agradecer a oportunidade pelo privilégio de estar aqui e compartilhar este momento.
Como eu disse, eu quero muito ir para o Ceará. Eu tenho lido muito sobre Fortaleza. É uma grande cidade e tenho planos de visitá-la.
Recentemente, nós terminamos uma visita. Ontem foi a primeira visita do Ministro de Assuntos Exteriores no Brasil. Ele percebeu também as semelhanças entre a Índia e o Brasil. Quando eu fiz o briefing dele, dessa conexão espiritual entre o povo brasileiro e o indiano, ele ficou muito tocado. Foi incrível. Ele viajou tanto e sentiu essa conexão entre os dois países na sua primeira visita. Para mim não foi surpreendente, porque eu estou aqui há dois anos e sinto a mesma conexão. Eu sinto o Brasil como minha casa. Eu não me sinto um diplomata estrangeiro desempenhando um trabalho. Eu me sinto em casa quando vou à rua, quando estou com meus amigos. Então, é algo especial. Eu acho que essa conexão não é só histórica, mas vai além da história. Eu acho que há uma conexão espiritual entre nossos países.
Em 2003 e hoje... Faz muito tempo que você não vai à Índia, você precisa visitar outra vez, junto com seu pai. Por favor, sejam nossos hóspedes. Nós vamos acolhê-los muito bem. Vocês podem visitar a fundação. Será um prazer tê-los conosco, e, claro, a todos aqui na mesa também eu estendo o convite para vocês visitarem a Índia.
Muito obrigado. (Palmas.)
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O SR. PRESIDENTE (Eduardo Girão. Bloco Parlamentar Juntos pelo Brasil/PODEMOS - CE. Tradução simultânea.) - Muito obrigado.
Seu nome eu pronunciei corretamente? Suresh Reddy?
O SR. SURESH REDDY (Tradução simultânea.) - Perfeito.
O SR. PRESIDENTE (Eduardo Girão. Bloco Parlamentar Juntos pelo Brasil/PODEMOS - CE) - Obrigado novamente.
É uma honra muito grande estar recebendo aqui nesta sessão solene em homenagem ao Instituto Sathya Sai do Brasil o Sr. Suresh Reddy.
Temos muito que aprender ainda com seu país. Seu país é um espiral de valores, especialmente na questão da não violência, porque uma coisa que muito me marcou lá é que é um povo pacífico, respeitoso. Lá, nas delegacias, na época, a gente via como não tinha violência entre pessoas. O respeito aos animais também é muito grande. É muito importante o respeito à vida, e a Índia tem muito a ensinar ao Brasil, onde, infelizmente, temos muitas mortes violentas, e também algo que a gente precisa cada vez mais é respeitar a natureza.
Eu quero aproveitar aqui para saudar os visitantes que estão chegando ao Senado Federal, que estão nas galerias. Sejam muito bem-vindos ao Senado Federal, Casa revisora da República!
É impressionante como, depois da pandemia, se multiplicaram as visitas aqui. A gente fica feliz porque é o brasileiro vindo conhecer a sua Casa, acompanhar o trabalho que é feito aqui, conhecer a história do Senado Federal. É o brasileiro gostando de política, acompanhando a política, participando da vida.
Sejam muito bem-vindos! Isso dá muita esperança para nós, que somos servidores públicos aqui, por poder estar prestando conta, estar trabalhando. Hoje não tem sessão deliberativa. É uma sessão especial que a gente está fazendo aqui em homenagem aos 22 anos do Instituto Sathya Sai de Educação, que procura levar valores humanos para a educação. As premissas são paz, amor, não violência, retidão e verdade. Já tem várias escolas no Brasil, inclusive pertinho de Brasília.
Quando o senhor puder visitar a escola... E eu quero aqui registrar a presença da Raiane da Silva Nogueira Borges, que é a Coordenadora Pedagógica da Escola Sathya Sai de Goiás, e não, como eu tinha falado, do Instituto Myra Eliane. Então, peço desculpas pelo equívoco, mas quero deixar muito claro que o nosso Embaixador que vai visitar o Ceará também já fica convidado para Goiás.
Há quanto tempo o senhor está no Brasil? Dois anos?
O SR. SURESH REDDY (Tradução simultânea.) - Dois anos.
O SR. PRESIDENTE (Eduardo Girão. Bloco Parlamentar Juntos pelo Brasil/PODEMOS - CE) - Então, vamos a todos os estados.
Vamos agora passar aqui a palavra para o Sr. Marcos Cardoso Gomes, cofundador e atual Presidente do Instituto Sathya Sai de Educação do Brasil.
O senhor pode ir para a tribuna da esquerda ou para a tribuna da direita falar aqui, como o senhor quiser. Muito obrigado pela presença.
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O SR. MARCOS CARDOSO GOMES (Para discursar.) - Cumprimento o Exmo. Sr. Embaixador da Índia, Sr. Suresh Reddy, o Exmo. Senador Luis Eduardo Girão, ao qual agradecemos profundamente a homenagem e este encontro, e saudamos os demais participantes e os presentes aqui.
O Instituto Sathya Sai de Educação completa 22 anos de existência. Somos agradecidos por esta oportunidade.
Minha fala consiste em dois temas: um, a respeito do instituto, e o outro, sobre algumas pontuações a respeito da educação brasileira. Comecemos por uma breve apresentação do instituto.
Com sede em Ribeirão Preto, no norte do Estado de São Paulo, o instituto se faz presente nas várias regiões do Brasil através dos seus núcleos. E em que consiste essa presença? Consiste em divulgar educação e valores humanos, atender a pedidos de educadores, prestando-lhes formação continuada, com material didático, propiciando encontros e congressos cuja finalidade é a reflexão sobre os caminhos e propósitos da educação. Já passaram pelo instituto e seus núcleos cerca de 20 mil facilitadores - a gente chama de facilitadores aquelas pessoas que se interessam pela educação e querem promovê-la mais adiante.
O instituto é referência no local de sua sede. Um de seus princípios foi a garantia de um crescimento sólido, atendendo localidades que solicitavam sua presença. Apesar do propósito inicial de um crescimento modesto e contínuo, a demanda exigiu um esforço muito grande de seus voluntários. Já o primeiro seminário, ocorrido em 26 de agosto do ano 2000, estendeu-se por nove horas, contou com homenagem à nossa população nativa, com a presença de um chefe indígena, que falou sobre seus costumes, e um coral formado por crianças guaranis que representavam a religiosidade de sua tribo. Curiosamente, esse chefe indígena falou durante uma hora e vinte mais ou menos. As crianças, que tinham entre 6 e 12 anos, cerca de 16 delas, ficaram em pé em frente à tribuna sem se mover esse tempo todo e, depois disso, elas cantaram, cantaram mais ou menos dez ou doze canções religiosas muito bonitas e delicadas. Em outros eventos, o instituto contou com a participação de quilombolas.
O instituto patrocinou congressos latino-americanos com presença de educadores mexicanos, cubanos, venezuelanos, colombianos, equatorianos, peruanos, chilenos, argentinos, paraguaios e uruguaios. Com o Brasil, nós temos dez países levando esses projetos à frente; hoje, inclusive, tem-se também a Bolívia.
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O propósito inicial era a divulgação de uma proposta de ensino que, em si mesma, não trazia novidades. Aliás, a educação em valores humanos, gente, não traz novidades; ela simplesmente restaura aquilo que foi esquecido, ou seja, educação tem qual propósito? Respondendo essa questão a gente responde ao que é educação. A educação, portanto, não pode ser apenas uma instrução, mas tem de trazer algo de essencial, que consiste na formação do caráter do indivíduo.
Ao lado desses eventos, o trabalho de educação seguia fornecendo cursos básicos e de especialização para os educadores, o que inclui desde o diretor do estabelecimento até o seu funcionário mais humilde, porque todos eles estão em contato com a criança e têm que ser exemplo para as crianças, todos ali são educadores, educadores de sala de aula, educadores de pátio, educadores de corredor.
Na educação em valores humanos há dois termos que merecem ênfase. O primeiro é a educação, cuja imagem costumeira diz respeito a alguém que transmite informações e processos para um bando de crianças, mas isso é uma imagem corriqueira que não corresponde à verdade dela. O professor tem que estar atento à maneira como a criança se forma e a como ela se comporta, não uma simples questão de disciplina escolar, mas como ela colabora com os colegas, como ela ajuda, quando ela tem uma disposição amorosa para com os outros.
Sathya Sai enfatizou bem o etmo de educação, o "e" é ex, significa fora, e o duco, em português, só sobrou para nós a palavra "duque", é o condutor, a palavra "duque" é exatamente a tradução da palavra inglesa leader. Conduzir para fora, o que que se conduz para fora? É interessante, porque a gente está acostumado com alguma coisa que conduz para dentro no exemplo habitual de educação, mas o que a gente conduz para fora é aquilo que a pessoa traz no seu interior. Quando uma professora corrige uma criança e diz: "Olha, isso você não deve fazer, isso é feio", ela ensina um determinado comportamento, mas não ensina qual é a natureza do feio. Nenhum professor do mundo ensina o que é o bem, a pessoa traz essa noção consigo, e a função do professor é despertar essa noção, que já está dentro dela.
Sathya Sai diz que o homem traz dentro de si os valores. Quais são esses valores? Amor, verdade, retidão, paz e não violência. Em outros discursos, ele diz que todos os valores - verdade, retidão, paz e não violência - são um reflexo do valor essencial, o amor. Mas o amor, ele não define como relacionamento, ele define o amor como a energia essencial que está presente tantos nos átomos quanto nos astros. É essa força interior que reúne tudo, que agrega tudo, que move tudo, que é o amor, por isso ela se reflete nos outros.
A segunda noção é a de valor. Perdão...
Quanto ao Estado brasileiro, que é o segundo ponto da minha fala, eu gostaria de fazer algumas observações.
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A partir dos anos 70, o Governo Federal deu muita importância às faculdades. Então surgiram várias faculdades particulares a partir de 1970, e muitas delas se mantêm até hoje. E houve, depois de cerca de 40 anos, novas universidades, universidades federais. Ótimo que se faça isso.
Entretanto, a gente gostaria de chamar a atenção para a questão do ensino fundamental. Uma escola do ensino fundamental e de ensino médio de qualidade é o que mais falta no país. Fora exemplos raros, nossa educação básica, muitas vezes, trabalha de maneira precária, não cumprindo amplamente o art. 205 da Constituição Federal.
A gente chama a atenção, no 205: desenvolvimento pleno da pessoa. Isso é algo muito importante. Se os governantes se voltassem, com todo o seu potencial, para essa questão, teríamos, nos próximos oito anos, cidadãos muito capazes.
O segundo dado importante é dedicado ao ensino médio. Por volta de 1970, uma comissão de educadores italianos quis verificar por que os cursos de Engenharia e Medicina iam mal. E eles descobriram que era falta de estudos clássicos. Faltava mais latim e grego para esses estudantes. Por que as humanidades importam? Elas importam porque toda e qualquer reflexão das humanidades tem, na sua base, o destino do homem, para que serve a vida humana, qual é o seu propósito. É isso que a psicologia, a sociologia, a história, a filosofia têm como foco.
E um terceiro ponto é o que diz respeito à formação dos alunos do antigo ensino normal, que hoje parece que tem uma tendência de se voltar a valorizar isso. Quando o ensino normal funcionava, ele era um ensino médio, o aluno que fazia esse curso tinha assistência dos professores primários, que vinham ali e ensinavam o beabá: como trata a criança, como se ensina alguma coisa relativamente simples. Eu passei a minha vida inteira, pelo menos 34 anos dela, dando aula para adolescentes. Modéstia à parte, é uma coisa de que eu entendo. Mas se me colocarem diante de uma criança de oito anos, eu não tenho a mínima ideia de como me comunico com ela. E esses professores sabiam fazer isso. E instruíam bem.
Quando se passou para o curso de Pedagogia a formação do professor primário, houve um ganho, porque eles passaram a fazer pesquisa e aprofundar em teorias pedagógicas, mas houve uma perda, que é essa vivência fortíssima que os professores primários tinham.
Bom, eu acredito que isso seja tudo que eu tenho hoje para comunicar a vocês. Muito obrigado. (Palmas.)
O SR. PRESIDENTE (Eduardo Girão. Bloco Parlamentar Juntos pelo Brasil/PODEMOS - CE) - Nós é que agradecemos a sua presença aqui, a sua fala, Sr. Marcos Cardoso Gomes, cofundador e atual Presidente do Instituto Sathya Sai de Educação do Brasil. É uma honra e uma alegria a sua presença aqui no Senado Federal.
O senhor estava falando aí, e eu estava lembrando: o que é a paz? Que é a paz? Que é uma das premissas desse programa, que tem revolucionado a educação. Se você procurar no Dicionário Aurélio, que é o principal dicionário aqui do Brasil, a palavra paz... Você tem o verbo pazear: eu pazeio, tua pazeias, ele pazeia, nós pazeamos, vós pazeais, eles pazeiam. Então, paz não é, como muitos imaginam, a tranquilidade. Não é. Paz é ação, paz é ação na justiça. Eu acho que a antítese de paz, por essa definição, é indiferença. É muito importante a gente saber. Por exemplo, Mahatma Gandhi, esse grande humanista e pacifista do mundo, outro presente da Índia, dizia o seguinte: "No olho por olho e dente por dente, a humanidade vai acabar cega e sem dentes." Já vem da cultura a não violência, o perdão, a paz. É um ensinamento muito importante.
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Eu me lembro de uma passagem de Mahatma Gandhi que eu li ou que me contaram. Uma vez, uma família o esperou, depois de um evento onde Mahatma Gandhi estava, lá na Índia. A família esperou, esperou, para falar com ele. A mãe com o filho pequeno, na fila, termina, vai chegando e consegue, finalmente, falar com Mahatma Gandhi. A mãe chega e diz para a criança... Olha só a importância da coerência, da verdade, que é outra premissa desse método Sathya Sai Educare, a mãe disse: "Por favor, Mahatma Gandhi, o meu filho o admira tanto, gosta tanto do senhor, diga a ele para parar de comer açúcar, porque ele já está obeso, ele já está ficando doente". E aí Mahatma Gandhi - ela havia esperado horas para falar - disse: "Olha, na próxima semana volte aqui, eu vou estar aqui na região, vai ser aqui perto, volte". E a mãe não entendeu aquilo. Esperou uma semana, pegou a fila de novo, terminou o evento, demorou uma hora, duas, quando chega para falar com Mahatma Gandhi ela diz: "Mahatma, tudo bem?". Ele diz: "Olha, está tudo bem. Venha cá, como é o nome do seu filho?". Ela falou. Ele disse: "Olha, não coma açúcar porque isso faz mal, porque isso traz um problema que pode, fisicamente, ser ruim para a sua existência". E a mãe, ouvindo aquilo tudo, feliz, disse: "Mas, Mahatma, por que o senhor não disse uma semana atrás? Seria uma semana a menos com ele comendo açúcar e eu me pouparia". Ele disse: "Porque, naquela semana, eu estava comendo açúcar". É a autoridade moral da verdade, não é? Então, ele passou a semana sem comer açúcar para poder falar. Olhem só que ensinamentos. É de emocionar realmente.
Eu quero convidar aqui para fazer uso da palavra, dando sequência à nossa sessão histórica, acredito, a Sra. Maria Helena Scalabrin Cardoso Gomes, que é membro do Conselho Consultivo do Instituto Sathya Sai de Educação no Brasil.
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Muito obrigado pela sua presença.
Fique à vontade para fazer a sua explanação. (Pausa.)
A SRA. MARIA HELENA SCALABRIN CARDOSO GOMES (Para discursar.) - Boa tarde a todos.
Cumprimento o Senador Luis Eduardo Grangeiro Girão, agradecendo profundamente por esta homenagem.
Cumprimento a pessoa do Embaixador Suresh Reddy, que nos honra com a sua presença.
E, muito feliz por estar aqui, cumprimento os demais membros da Mesa e os participantes aqui presentes.
Bem, eu começo por uma explicação sobre de onde é que eu falo, de que ponto eu estou falando e, inicialmente, a minha fala começa de uma viagem profissional e da curiosidade de conhecer a Índia. Nessa viagem profissional, eu fui lá como CEO de uma empresa norte-americana em busca de talentos para trabalharem nos Estados Unidos em informática, porque esses profissionais estavam praticamente esgotados nos Estados Unidos, os salários altíssimos e havia uma competição violenta. E, quando eu cheguei, deparei-me com profissionais amorosos, tranquilos, eficientíssimos, com uma capacidade de concentração que eu nunca tinha visto, uma humildade, um tom de voz que era exemplar. E eu disse: "Meu Deus, o que é isso?", nenhuma vaidade... E, quando eu olhava aqueles currículos, eu ficava simplesmente extasiada! E a minha pergunta era: "De onde vem esse modelo educativo?". Isso ocorreu em Bangalore. "De onde vem esse modelo educacional?".
Muito bem.
Então, a inspiração para a fundação do instituto veio da educação da Índia. E outro fato: depois, eu me dirigi ao interior da Índia, indo até Andhra Pradesh, onde eu conheci uma escola fenomenal debaixo de uma construção abandonada, onde o mestre, com um olhar maravilhoso, bondoso, repleto de amor, dava aula para as crianças sentadas nos seus tapetinhos no chão e, numa lousinha, com um giz, ele dava a lição, chamava cada um e os instruía, dava-lhes uma atividade e essa criança voltava.
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Mas, antes disso, quando nós chegamos, eles todos se levantaram e nos deram o melhor lugar para sentar, que era encostado em um pilar, porque doía muito a coluna ficar o tempo todo sentado e imóvel naquela posição - isso para nós, ocidentais, que não estávamos ainda preparados para isso. Eu saí de lá com lágrimas nos olhos. Aliás, lágrimas nos olhos tivemos durante todo o tempo.
E o professor sentava-se em cima de um caixote para atender as suas crianças. Na hora do intervalo, ele abriu esse caixote e tirou pedaços de melancia embrulhados em um jornal e deu um pedacinho de melancia para cada criança, inclusive para mim e para o meu esposo, o Marcos Gomes. Bom; não há coração que resista.
Depois, nós fomos conhecer outras escolas ao redor, em povoados vizinhos. E, em um distrito próximo, conhecemos uma escola, uma pequena escola construída pela Unesco, onde fomos assistir às aulas. Também ali todas as crianças sentadas no chão, com suas lousinhas, e a professora ensinando. Os livros que eles tinham... As ilustrações do corpo humano ou da história da Índia estavam todas pintadas na parede, porque eles não tinham livros didáticos. Estou falando de 1996.
Assim que nós chegamos, a professora perguntou: "Quem gostaria de saudar os nossos irmãos que vieram nos visitar?". Duas meninas se levantaram e fizeram um discurso maravilhoso em inglês - olhem só, em inglês -, sem nenhuma inibição e com total desenvoltura.
Então, com base nessa experiência, vem a necessidade, que nós sentimos na alma, de fundar um instituto e trazer essa experiência aqui para o Brasil.
A escola era de Penukonda. Não sei se era cidade ou distrito de Penukonda, em Andhra Pradesh.
E nós viemos para cá com a missão de fundar um instituto. Eu deixo de lado a minha vida de executiva e passo a entrar em faculdade de pedagogia para ter uma base sólida e ter o mesmo diálogo que os demais pedagogos.
E aí vem uma coisa, um estalo muito simples, a nossa Constituição Federal, no art. 205:
A educação, direito de todos e dever do Estado e da família, será promovida e incentivada com a colaboração da sociedade, visando ao pleno desenvolvimento da pessoa, seu preparo para o exercício da cidadania e sua qualificação para o trabalho.
Aqui está toda a essência dos valores humanos.
Eu imagino... Durante a Constituinte, eu rodei por esses corredores aqui, na qualidade de Diretora de Relações Governamentais da Associação Brasileira de Recursos Humanos, procurando saber o que os Senadores, os Deputados pensavam, a que eles visavam, porque nós fizemos uma revista sobre essa evolução das proposições da ordem social pela revista da ABRH. Então, o título da revista é A Ordem Social na Constituição de 1988.
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E eu participei do momento em que se estava escrevendo: "Educação, direito de todos e dever do estado". "Direito de todos". Mas direito a quê? A que educação? Que qualidade de educação nós estamos dando, nós estamos promovendo?
Os tratados nacionais em prol de uma educação inclusiva e de qualidade foram assinados pelo Congresso em várias ocasiões. A primeira delas foi a da conferência de Jomtien, na Tailândia, que já pregava isso. Depois, a conferência de Deli, que mostrou que nós não evoluímos nada, muito pelo contrário. O Brasil havia regredido nas suas propostas e na qualidade da educação oferecida.
Então, o que estava efetivamente acontecendo? Nós tivemos posteriormente a isso, em 1996, a Lei 6.019, de autoria do saudoso Senador Darcy Ribeiro, onde ele determina a Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional. Mas o quanto disso desceu para a sala de aula?
Eu digo aos senhores com muita convicção: o MEC chegou até a sala de aula, ao chão da sala de aula - ele está lá - para aferir a qualidade da educação. Isso é bom? Isso é muito bom, Sr. Senador, mas antes de ele aferir, de estar no chão da fábrica, nós devemos verificar que educação nós estamos trazendo para o chão da fábrica - desculpe -, para o chão da escola. Que educação nós estamos trazendo? Que qualidade de educação? Quem nós estamos formando? Para o quê?
Quando nós falamos "desenvolvimento pleno da pessoa humana", isso inclui duas asas para voar: uma asa que permite a essa criança ser independente na vida; mas há outra asa, a asa da espiritualidade, e nós temos medo de falar isso nas salas de aula, nós temos medo de falar isso nos congressos de professores. E por quê? Entra a propedêutica; entra o pedagogês; entram as teorias de que não pode isso, não pode isso, não pode aquilo. Mas onde entra o amor, a verdade, a retidão, a paz e a não violência? Eles só entram quando nós temos quem dá o exemplo dessas virtudes e nos ensina, mas quem exerce, quem vive esse exemplo no dia a dia das salas de aula.
Então, o instituto só tem sentido a partir do momento em que essa educação é falha, Sr. Senador, porque se a nossa educação cumprisse esse papel; se os nossos pedagogos da educação infantil e dos primeiros anos do ensino fundamental, nessa janela de ouro da vida de uma criança, estivessem bem preparados, eu garanto que não precisaríamos do instituto, porque eles já iriam prontos, sabendo da grande responsabilidade do ato de educar.
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Mas a nossa educação vive um conflito, ela tem um dualismo propedêutico e econômico, e eles vivem se digladiando entre esses dois mundos. Nós temos as bases nacionais curriculares para a educação infantil e as bases nacionais curriculares para o ensino médio.
Eu cheguei, tive oportunidade, eu e o Marcos Cardoso Gomes, de ver o material que estava sendo levado, que vai ser levado para a escola. E eu faço a pergunta para os senhores: Temos professores preparados para tudo aquilo que vai ser enviado para a sala de aula? Eu já digo para o senhor: não. Eu digo como professora. Não como professora... Eu sou doutora em administração, mas não digo enquanto doutora em administração, eu digo enquanto doutora e mestre em educação e professora de cursos universitários de pedagogia. Eu digo não, nós não temos professores preparados para levar essa maravilha que foi produzida.
A produção intelectual, desculpe aqui o desabafo, é fenomenal, é brilhante. E a práxis, como ela está? Eu vou dizer ao senhor: muito pobre. Então, quem é? Como se estruturam os cursos de pedagogia nos dias atuais? Eu digo: com muita deficiência; principalmente depois da abertura total para educação à distância.
E como professora de licenciatura, nos cursos de licenciatura, em que eu peço sempre para me indicarem políticas públicas educacionais, eu verifico pessoas que não conhecem nem seus direitos, tampouco seus deveres como educadores. E é ali que eu trabalho, que a gente desperta a cidadania. Primeiro nós despertamos a condição de cidadão daquele que vai se tornar professor, para que ele exerça plenamente isso em sala de aula. Caso contrário, Sr. Senador, ele não terá condições de exercê-la.
Talvez eu esteja abusando aqui desta tribuna para falar essas coisas. Mas é o único momento em que eu acho que serei ouvida.
Muita coisa já foi dita pelo senhor e pelo Sr. Embaixador. Maravilhosa a apresentação daquela contista que aqui esteve. Então, tudo sobre verdade, retidão, paz, amor e não violência. Tudo isso já foi dito. Não me resta mais nada a dizer. Mas eu tenho que dizer que nós - e no instituto -, enquanto não tivermos a formação dos nossos profissionais que irão cuidar das nossas crianças nessa idade de ouro, nessa primeira fase, onde se estrutura a personalidade, nós vamos continuar labutando, fazendo PCNs, fazendo BNCCs, vamos determinar portarias etc., etc. Vão vir de cima para baixo, e não chegam ao chão da escola.
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Eu estive na Índia por mais de 25 vez e depois de 25 eu parei de contar, de norte a sul... (Palmas.) ... e amo a Índia com todo o meu coração. Em todos os lugares a que eu fui, eu vi, na educação, os vedas presentes nas salas de aula. Esses valores estavam lá, estavam postos, estavam presentes. E, sobre espiritualidade, se falava abertamente, e aqui não se fala. O que é espiritualidade? Por que não falar de espiritualidade em sala de aula? Desenvolvimento pleno... Nós temos que falar do espírito. A Unesco diz que as guerras nascem no espírito dos homens, logo é no seu espírito que precisam ser erguidos os baluartes da paz. Espírito, o que é espírito? É a parte imaterial do ser humano, é aquilo que transcende o que é humano. Então, como é que nós não vamos falar de espiritualidade? Como é que nós não vamos falar de espírito? E, depois, como o senhor mencionou Madre Teresa, a paz começa com um sorriso.
Isto daqui que eu trouxe para me lembrar de algumas coisas - e eu não falei nada daquilo que estava no meu roteiro aqui, mas tudo bem! - foi uma cidade em cuja toda a rede eu implantei educação em valores humanos. E, no dia 7 de setembro, saímos no desfile tradicional, e todas as crianças das escolas daquele município foram às ruas, levando, primeiro, faixas como esta: "As guerras nascem nos espíritos dos homens". E as crianças todas com cartazes, transparências, simpatia, afeto, otimismo, bom humor, gentileza, honestidade, solidariedade. Essas crianças estavam portando tudo isso. E, eu tenho certeza, anos depois, conversando com essas crianças, segurar esse cartaz em frente ao palanque de Vereadores e Prefeitos fez toda a diferença, principalmente para o Prefeito, que foi deposto oito meses depois.
Então, quando a gente começa a semear valores, a gente trava uma guerra, a guerra com quem não quer e que se beneficia dessa ausência de valores. Essa é uma batalha que eu convido a todos a partilhar conosco, a todos a se juntarem a nós para levar essa educação para todo o nosso território nacional.
Muito obrigada a todos e saúdo a todos os presentes. (Palmas.)
O SR. PRESIDENTE (Eduardo Girão. Bloco Parlamentar Juntos pelo Brasil/PODEMOS - CE) - Nós é que agradecemos do fundo do coração à Sra. Maria Helena Scalabrin Cardoso Gomes, que é membro do Conselho Consultivo do Instituto Sathya Sai de Educação do Brasil.
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Eu queria saudar aqui a visita de brasileiros de vários estados, pelo que eu estou vendo aqui. Podem falar aí?
(Manifestação da galeria.)
O SR. PRESIDENTE (Eduardo Girão. Bloco Parlamentar Juntos pelo Brasil/PODEMOS - CE) - Do Rio de Janeiro, de São Paulo, da Bahia, de Goiás, de Santa Catarina. Olha que coisa linda!
Sejam muito bem-vindos aqui ao Plenário do Senado Federal! Muito obrigado.
Eu estava falando há pouco aqui que é cada vez mais recorrente a visita de nossos queridos irmãos e irmãs a esta Casa, que é de vocês. Então, isso dá esperança para mim e para outros Senadores. Assim, a gente fica mais otimista com o futuro da nação, porque vocês estão acompanhando, estão gostando, estão visitando, estão conhecendo a história, estão cobrando os Parlamentares, sempre de forma respeitosa e pacífica, mas com firmeza. E é assim que a gente vai construir uma sociedade mais justa, mais fraterna e com mais progresso, porque a gente acredita que este país tem muita coisa ainda para galgar no mundo.
Então, muito obrigado pela presença de vocês.
Eu aproveito a audiência da TV Senado e peço que façam como esses brasileiros que estão aqui e venham visitar a gente. Você entra no site do Congresso Nacional: www.congressonacional.leg.br/visite. Repetindo: www.congressonacional.leg.br/visite. Do dia 2 ao dia 9 de setembro estará fechado, mas já tem agendamentos aí para os outros meses, e estão sempre vindo vários grupos ao longo do dia. É muito importante esse contato com vocês aqui. Sejam muito bem-vindos à Casa revisora da República!
Eu estava ouvindo a palestra agora há pouco da nossa querida Maria Helena, e ela falou em Madre Teresa de Calcutá e falou em guerra, não é? Nós estamos vivendo uma guerra internacional aí. Madre Teresa de Calcutá, esse outro presente à humanidade da Índia, que tem uma relação muito próxima com este momento que a gente está vivendo aqui nesta sessão, tem uma frase muito marcante de quando foi indicada ao Prêmio Nobel da Paz. Estavam presentes vários Presidentes do mundo inteiro - se eu não me engano, era uma reunião só de Presidentes e de embaixadores -, e Madre Teresa, ali indicada para o Prêmio Nobel da Paz, foi convidada a falar. Ela, muito autêntica, muito simples, humilde, falou uma frase muito marcante, que mostra o respeito à vida que a Índia exala para o mundo, o respeito à vida. Ela disse o seguinte: "É impossível que haja paz na Terra enquanto houver o aborto, porque o aborto é uma guerra contra as crianças. Se uma sociedade permite que uma mãe elimine seu próprio filho no ventre, como é que vai evitar que as pessoas se matem umas às outras nas ruas?".
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Essa frase causou um incômodo muito grande nesse evento de Presidentes, porque muitos países tinham legalizado o aborto, e Madre Teresa é uma grande patrona, sempre foi e sempre será, dessa causa em defesa da vida desde a concepção. O Brasil é um dos poucos países no mundo que não avançou em legalização do aborto. Aqui a gente é símbolo de resistência internacional em defesa da vida, porque não é apenas aquela criança que é respeitada, mas até a saúde da mulher, que fica com consequências para o resto da existência, com problemas emocionais, psicológicos, mentais e até físicos quando utiliza essa prática.
Então, Madre Teresa é uma inspiração para o Brasil nessa causa que reúne católicos - nós somos a primeira nação mais católica do mundo, a maior nação católica; a maior nação espírita do mundo; a segunda maior nação evangélica do mundo. E aqui todo mundo se dá bem, se une para causas. Aqui no Congresso Nacional a gente vê muito essa participação, esse ativismo saudável por causas da vida.
Já que se falou tanto em espiritualidade, eu concordo, Maria Helena: espiritualidade é algo fundamental, é educar o espírito. E lá nas escolas Sathya Sai, lá do Ceará e dos outros estados, tem o momento em que as crianças chegam e tem o momento da harmonização. Elas vêm às vezes com problemas de casa, com dificuldades e chegam com muita vontade de chegar à escola, com muita ansiedade. Esse momento é muito marcante, porque a ciência mostra que, naquele momento da harmonização, em que toca uma música instrumental, e elas se acalmam, se encontram com elas mesmas, algumas meditam, outras rezam de acordo com a religião da sua família, algumas dormem, é interessante, porque, quando vai começar a atividade, depois de uns 20 minutos, é impressionante o nível - e aí vêm as estatísticas - de absorção do que elas vão receber, porque elas já estão mais equilibradas, mais harmonizadas. O método estimula muito isso. Então, é muito importante essa disciplina.
Eu quero chamar aqui, para conceder o uso da palavra, você, minha querida Sra. Inez Cabral, que é Coordenadora Nacional dos 16 núcleos do Brasil e facilitadora de cursos do programa Sathya Sai de Educação em Valores Humanos.
Fique à vontade se quiser falar daí mesmo.
A SRA. INEZ CABRAL (Para discursar.) - Muitíssimo obrigada, querido Senador, querido amigo Eduardo Girão, Sr. Embaixador. É uma emoção muito grande vê-lo aqui. É assim como a Índia entre nós. Então, realmente, muitíssimo obrigada pela sua presença e também pelo convite.
No caso, eu vou fazer uma exposição - estão ali os eslaides - justamente sobre algo breve, sobre algo mais administrativo sobre o nosso instituto, seus núcleos, suas escolas e as parcerias que nós temos.
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Então, começo mostrando aqui a nossa sede, belíssima sede, construída por esse casal maravilhoso, Maria Helena e Marcos, lá em Ribeirão Preto, justamente no mesmo terreno da Escola Sathya Sai de Ribeirão Preto. Linda! E o trabalho que vem sendo desenvolvido nesse tempo - falo aqui sobre alguns eventos que já foram realizados...
Está dando para ler bem? (Pausa.)
... e que o Marcos até já mencionou: o primeiro seminário internacional na fundação do Instituto; depois, nós tivemos quatro encontros latino-americanos, que aconteceram mais ou menos concomitantemente com os congressos nacionais, doze congressos nacionais; e este ano, no mês de junho, nós realizamos o primeiro seminário nacional totalmente online, uma prova de fogo. (Risos.)
Mas foi muito bom e teve a participação de todas as escolas, não só as Escolas Sathya Sai, mas também as escolas que adotam o programa.
E aqui...
Então, como o Brasil é um país muito grande, o nosso instituto tem uma diretoria ampla, tem coordenadores de cursos, de núcleos, como eu, coordenadores das Escolas Sathya Sai, das escolas que adotam o programa, e também temos esses 16 núcleos por várias regiões do Brasil que fazem esse trabalho magnífico de expansão, de expansão do programa, capacitando, como já disse o Marcos, mais de 20 mil. Eu não tinha esse registro, mas, de fato, antes mesmo da fundação do instituto, já havia essa capacitação de facilitadores.
Então, esses institutos, esses núcleos justamente são esses que estão aí registrados: Pelotas, Florianópolis, Curitiba, São Paulo - em São Paulo, nós temos quatro núcleos: São Paulo capital, Ribeirão Preto, Indaiatuba e São José dos Campos -, Rio de Janeiro, Belo Horizonte, Brasília, Goiânia - Goiânia está presente aqui, por sinal -, Salvador, Natal, Fortaleza, Porto Velho e Belém. Então, somos 16 núcleos no momento.
E, quanto às escolas, nós temos três Escolas Sathya Sai: a Escola Sathya Sai do Rio de Janeiro, a mais antiga de todas; a Escola Sathya Sai de Goiás, que fica justamente em Aparecida de Goiânia - nós vamos assistir aí à fala da Profa. Raiane, a Coordenadora Pedagógica, e estão presentes aqui também várias pessoas não só da escola, como do núcleo de Goiânia -; e também a Escola Sathya Sai de Ribeirão Preto, a mais jovem das três.
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E, quanto às escolas que adotam o programa, nós temos duas no Brasil: a nossa Escola Professor Clodomir Teófilo Girão, que já foi fundada adotando o programa de educação em valores humanos, foi justamente no início de 2004; e a Escola de Educação Infantil Pingo de Gente, que fica em Montenegro, que é só educação infantil.
E agora eu vou mostrar somente algumas cenas das nossas escolas.
Aqui, o mapa do Brasil com os pontos onde estão situadas as escolas, os núcleos, as escolas que adotam o programa, que nós chamamos de EAPs, e as escolas Sathya Sai. Foi uma sugestão da Maria Helena fazer esse mapa. Então, estas são as nossas três escolas Sathya Sai: Vila Isabel, no Rio de Janeiro, Goiás e Ribeirão Preto.
Aqui algumas fotos, momentos com as crianças lá do Rio de Janeiro: cuidando do meio ambiente, cuidando dos idosos, visitando... Vez por outra, vão a essa casa de idosos, e eles ficam felicíssimos em recebê-las.
São poucas cenas. Aqui, da escola de Goiás - nós vamos ouvir já, já sobre ela.
A escola de Ribeirão Preto: a atividade das crianças numa campanha contra a dengue, "O mosquito jamais tira férias". Elas fazem a campanha, inclusive vão às ruas da cidade e fazem atividades, é muito lindo.
Aqui, as duas escolas que adotam o programa: a do Ceará, a Escola Professor Clodomir Teófilo Girão, e a Escola de Educação Infantil Pingo de Gente.
A do Ceará, nós tivemos, já mais de uma vez... Essa foto bem grande - não dá para ver bem aí - mostra uma visita do Prof. Marcos Gomes, que esteve lá em 2011, porque em 2011 Fortaleza sediou o 9º Congresso Nacional de Educação em Valores Humanos - chamamos de Expandindo Valores. Tem aí a nossa jangada levando os valores e as crianças da escola com o Marcos - a Escola Pingo de Gente, suas criancinhas.
Aqui, algumas fotos dos nossos núcleos: Núcleo de Pelotas, Rio Grande do Sul, facilitadores e turma, 31ª turma.
Aqui, o Núcleo de Indaiatuba. De fato, o Núcleo de Indaiatuba... Através de sua atuação, principalmente da nossa querida Ineke, foi que se formou esse núcleo especial de São José dos Campos.
Aí, já São José dos Campos; aqui, Belo Horizonte, Goiânia - muita gente está aqui. Também está aí o Núcleo de Pelotas: a nossa querida Cristina foi a grande incentivadora, quem deu todo o curso formando o pessoal que hoje faz parte do Núcleo de Goiânia, as facilitadoras. A coordenadora também está aqui conosco; e o Núcleo de Salvador, dirigido por um professor da Universidade Federal da Bahia.
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Agora eu vou falar um pouco sobre as parcerias do Núcleo de Fortaleza. O Núcleo de Fortaleza teve um trabalho assim... Nós de fato começamos as nossas atividades em novembro de 2002, coincidentemente no dia do aniversário de Sathya Sai; em 23 de novembro de 2002 foi a primeira oficina do primeiro curso básico que nós demos. E então nós temos três parcerias.
Primeiro, a parceria com a Escola Professor Clodomir Teófilo Girão, como eu já falei, que foi iniciada no ano de 2004 - de fato no ano de 2003, quando o nosso querido Senador voltou da Índia e nos procurou justamente pedindo apoio para a fundação da escola. Capacitamos as primeiras professoras, a Eliana, e demos início a essa primeira parceria, que depois se expandiu, porque antes nós capacitávamos somente as professoras da escola, mas depois passamos também a atuar com toda a Estação da Luz, a associação mantenedora.
A outra parceria aconteceu de abril de 2016 até abril de 2021, foi um convite que nós recebemos da Professora Doutora Kelma Matos, da Faculdade de Educação da Universidade Federal do Ceará. Ela tem um projeto de extensão para capacitar não só professores mas também outros profissionais. Tivemos inclusive nos nossos cursos básicos, que têm duração de 48 horas, psicólogos, médicos, assistentes sociais, inclusive um ex-vice-reitor da Universidade já aposentado, que fez o curso conosco.
A terceira parceria se iniciou em julho de 2018, quando o Instituto Myra Eliane, fundado por um empresário cearense - depois o nosso querido Vinícios, que é diretor pedagógico, vai falar sobre o instituto -, nos convidou para participar desse projeto, desenvolvido em todo o estado, de valores humanos na educação infantil.
Aqui eu vou falar um pouquinho da nossa Escola Professor Clodomir Teófilo Girão, que, como eu disse, foi fundada no ano de 2004 com 36 alunos, mas de fato, hoje, ela já tem educação infantil, fundamental 1, fundamental 2 e já conta com 245 alunos.
Eu registrei justamente, Senador, aquilo que o senhor falou sobre a Terra da Luz, nosso querido Ceará. Muita gente pergunta por que o Ceará se chama Terra da Luz. O pessoal diz que eu sou muito bairrista, não é, Ada? Mas de fato, dizem: "Bom, deve ser porque tem muito sol." - e, de fato, o Ceará é sol o ano quase todo, inteiro, graças a Deus, viu? Então eu digo não: é chamado Terra da Luz porque justamente foi a primeira província do Brasil a libertar os seus escravos, no dia 25 de março de 1884; portanto, quatro anos antes da Lei Áurea. E esse nome foi dado por José do Patrocínio. José do Patrocínio, um grande abolicionista, dava muito apoio aos abolicionistas cearenses. Então, daí porque é a Terra da Luz. E eu me lembro de que você me falou que deu o nome, à associação mantenedora da escola, de Estação da Luz justamente por causa de o Ceará ser chamado a Terra da Luz, não é? E então aqui está o seu querido avô, o Prof. Clodomir Teófilo Girão. Nascemos na mesma data, porque ele é de 29 de outubro, e eu também, viu? E, então, aí os momentos de harmonização das crianças, não é? Aqui também a nossa atuação do Núcleo de Fortaleza junto à escola.
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Como eu falei, não somente realizamos a formação continuada dos professores da escola, mas também de todos os professores dos demais projetos. São 59 colaboradores na Estação da Luz e vários projetos sociais de educação, como a escola, mas também de música, esporte, futebol, basquete, ginástica rítmica, teatro - e agora começou também o Projeto Estação das Águas, com os idosos. Então são 59 colaboradores, e todos eles participam dessa formação continuada, que nós realizamos com muita alegria. Depois a nossa querida Eliana, a Sofia e até aí o Sr. Stênio vão falar sobre essas experiências.
E também - nós realizamos mensalmente - o Núcleo de Fortaleza conduz o encontro com os pais. É uma vez por mês. São momentos maravilhosos. Inclusive sábado passado, estivemos... Participaram 110 pais - quase sempre é isto: 80, 100, 110 pais participam, momentos muito especiais.
E eu gostaria de falar um pouco sobre o ano de 2012. Por acaso, esse foi um ano muito especial. Pelo menos eu achei, porque, nesse ano, nós recebemos um convite para apresentar o caso da escola num curso de especialização em Educação em Valores Humanos, do Núcleo de Belo Horizonte, um núcleo muito, muito atuante. Graças a eles, graças a esse núcleo, nós temos muitos manuais de EVH no site do instituto. E então nós o chamamos de o Fluir dos Valores. Isso foi em junho, acho que foi em junho - aliás, foi em maio, 26 de maio de 2012.
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E, quando voltei de lá, aconteceu o 1º Congresso Internacional de Educação em Valores Humanos, lá no México. A Profa. Esther Fragoso, uma das diretoras do instituto, que tinha sido a nossa facilitadora no diplomado, lá no Equador, nos convidou para representar a escola, também, nesse congresso. Foi também no ano de 2012, de 26 a 28 de outubro de 2012. Finalmente, no final do ano, a Estação da Luz concorreu a esse prêmio da Fundação Abrinq e foi vitoriosa. Ganhou o prêmio pelo Projeto Educare. Então, 2012 foi um ano - há dez anos -- bem significativo.
Gostaria de compartilhar com vocês... Porque, sempre, nessa apresentação, eu mostro a carta dessa criança. Em 2012, nós pedimos - foi uma ideia da Louzane Feitosa, que é a coordenadora do nosso núcleo, que é extremamente criativa... Ela disse: "Vamos pedir às crianças maiores que escrevam alguma coisa sobre o programa". Então, nós escolhemos essa cartinha, que é fantástica. A criança disse o seguinte... Nessa época, ele tinha 7 anos de idade, foi em 2012. Ele estava na escola há 4 anos. Ele escreveu assim: "O programa é muito bom, é excelente, porque a gente consegue ajudar Deus, porque Deus sozinho está resolvendo tudo. E a gente ficou assim como se fosse agentes da paz. A gente está aqui para ajudar." Eu sempre me emociono muito com essa carta, porque uma criança de 7 anos de idade já tem essa consciência de que nós estamos aqui para ajudar, porque Deus está resolvendo tudo sozinho.
Bom, então, passo agora para a outra parceria, a da Faculdade de Educação. Nesse período demos oito cursos básico presenciais e um curso básico totalmente online, foi o primeiro realizado no Brasil. No total, formamos 189 profissionais, como eu disse, não só professores, mas profissionais de outras categorias.
A mais recente parceria foi justamente com o Instituto Myra Eliane - e o nosso querido Vinícios vai falar mais a respeito. Antes, esse instituto já desenvolvia um trabalho belíssimo no Estado do Ceará, capacitando professores de educação infantil, porque, justamente, é a janela de ouro. Quando nós entramos, eles já haviam capacitado todos esses professores. Então, nós fomos viajar, principalmente, para o Cariri, que é no sul do Ceará. Capacitamos professores, na maioria coordenadores pedagógicos, dos Municípios de Juazeiro do Norte, Milagres, Brejo Santo, Várzea Alegre, Crato, a terra dos meus antepassados. Além disso, também participamos da formação continuada: demos um curso básico para todos os professores da escola fundada - do cento de educação infantil -, justamente, pelo Instituto Myra Eliane, no Município de Caucaia, que é um local assim... É um complexo educacional belíssimo. Para vocês terem uma ideia, são 567 - não é isso, Vinícios? -, crianças matriculadas neste ano, crianças de dois a até cinco anos. São 26 salas de aula. Ele vai falar mais, mas são 26 salas de aula. Então, há essas três parcerias do nosso núcleo.
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Aqui são as nossas facilitadoras. Como eu disse, nesse período, nós já capacitamos, através de cursos básicos, mais de mil pessoas formadas, mas, além disso, fizemos muitas palestras, seminários, encontros e tal.
Eu gostaria de concluir com as palavras de Sathya Sai: "Se houver retidão no coração, haverá beleza no caráter. Se houver beleza no caráter, haverá harmonia no lar. Se houver harmonia no lar, haverá ordem na nação. E, quando houver ordem na nação, haverá paz no mundo".
Muito obrigada a todos vocês. (Palmas.)
O SR. PRESIDENTE (Eduardo Girão. Bloco Parlamentar Juntos pelo Brasil/PODEMOS - CE) - Muito obrigado, Inez Cabral, minha amiga, minha irmã, Coordenadora Nacional dos 16 Núcleos do Brasil e Facilitadora de Cursos do Programa Sathya Sai de Educação em Valores Humanos, minha conterrânea, que muito ajudou a Escola Professor Clodomir Teófilo Girão.
Nós temos aqui o filho dele, não apenas o neto, mas o filho primogênito dele aqui, o meu pai, Francisco Clodomir Rocha Girão. Acho que a iniciativa de ir para a Índia, porque ele já era um apaixonado e queria muito conhecê-la, foi dele.
Então, ele foi o elo que...
(Soa a campainha.)
O SR. PRESIDENTE (Eduardo Girão. Bloco Parlamentar Juntos pelo Brasil/PODEMOS - CE) - Deixe-me dar mais um tempinho para mim aqui.
Foi o elo que o Sai Baba utilizou para que a gente pudesse fazer aquela viagem inesquecível.
Então, muita gratidão por tudo que o senhor representa na minha vida também. Muito obrigado pela sua presença aqui.
A gente sabe que nada acontece por acaso. Ele não veio para esta sessão. Ele veio para outra coisa na Embaixada aqui dos Estados Unidos, passaporte, essa coisa toda, mas estava programada para hoje a... Ele tinha que estar aqui.
Então, foi uma coincidência muito boa, uma "cristocidência", como eu gosto de chamar.
Então, vamos passar agora a palavra para o Sr. Vinícios Rocha de Souza, que foi citado aqui algumas vezes, que é Diretor Pedagógico do Instituto Myra Eliane, que fica ali em Caucaia e está reverberando muita luz também do Programa Sathya Sai Educare para vários municípios do interior.
Quero registrar que um dos grandes idealizadores é o empresário Igor Queiroz, com a sua esposa Aline, que não puderam estar presentes conosco, mas abraçaram essa causa na educação em valores humanos e estão fazendo muito bem à nossa sociedade. E, em nome do Estado do Ceará, porque eu estou aqui servindo ao nosso Estado como Senador da República, eu quero agradecer ao empresário Igor Queiroz pelo trabalho inestimável aí nesse Instituto Myra Eliane, que é em homenagem à mãe dele, à senhora sua mãe.
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Então, muito obrigado pela sua presença, Vinícios, e o senhor tem a palavra.
O SR. VINÍCIOS ROCHA DE SOUZA (Para discursar.) - Eu gostaria de iniciar dando boa tarde a todos e todas aqui presentes. Eu gostaria de cumprimentar a mesa na pessoa do Embaixador da República da Índia, o Sr. Suresh Reddy; o Sr. Presidente, requerente desta sessão, o Exmo. Sr. Senador Eduardo Girão; e a Sra. Inez Cabral, que é Coordenadora Nacional dos Núcleos do Instituto Sathya Sai de Educação do Brasil. Aproveito a oportunidade também para cumprimentar os telespectadores que acompanham esta sessão através da TV Senado. Tenham todos uma boa tarde também.
O Instituto Myra Eliane é uma organização social fundada no ano de 2016, na cidade de Fortaleza, pelo Sr. Igor Queiroz Barroso, nosso Presidente, cujas principais ações visam à educação em valores humanos na primeira infância.
Acreditamos que uma casa se constrói fortemente pelo seu alicerce, assim como uma sociedade digna e cidadã molda-se a partir da atenção, zelo e cuidado com as suas crianças. Por isso, acreditamos no despertar de valores junto às crianças desde a primeira infância.
Paz, verdade, retidão, amor e não violência, esse é o caminho para a formação do ser humano em sua inteireza e o florescer de um jovem mais saudável e equilibrado e de um adulto amoroso e cidadão. Para isso, o Instituto Myra Eliane tem organizado cursos de formação continuada no Estado do Ceará, cursos destinados à preparação de profissionais da educação, principalmente professores da educação infantil. Esse processo se dá para que esses profissionais possam se autotransformar e, assim, auxiliar nossas crianças no despertar de valores na educação infantil, considerando também a relação dessa escola com a comunidade, o que é muito importante, e com a família dessas crianças.
Todo esse caminhar acontece em parceria com o Ministério Público do Estado do Ceará e com o apoio do Núcleo de Fortaleza do Instituto Sathya Sai de Educação do Brasil.
Assim, em nossa exitosa trajetória, o Instituto Myra Eliane mantém parceria com 14 municípios, 409 escolas associadas e, pelo menos, 4.696 educadores tocados pela educação em valores humanos. Neste instante, a partir deste momento, atualizando um pouco também os dados de D. Inez Cabral, em torno de 46.548 crianças do Estado do Ceará estão sendo beneficiadas pela educação em valores humanos.
É um trabalho complexo, desafiador, mas repleto de significado em humanidade e que tem ajudado a transformar vidas; um trabalho que é fundamentado em autoconhecimento e em servir ao próximo. Trabalhamos a Base Nacional Comum Curricular, os seus saberes, os direitos de aprendizagem e os campos de experiência da primeira infância. Agregamos no trabalho do Instituto Myra Eliane as pesquisas recentes sobre desenvolvimento infantil e neurociências e, além disso, também respeitamos a cultura da infância, tendo como grande inspiração pedagógica o trabalho, a vocação e as ações do educador indiano Sathya Sai: bons pensamentos, boas palavras e boas ações. A formação do caráter humano e o despertar das potencialidades do ser a partir do cultivo amoroso de sua essência têm nos guiado cotidianamente nesse trabalho.
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E é por conta disso que não poderíamos estar ausentes nesta sessão que reconhece e celebra a educação Sathya Sai. Parte significativa do que fazemos em nosso instituto e já realizamos somente se fez possível porque o Instituto Educação Sathya Sai de Educação do Brasil, através de sua brilhante trajetória, deu-nos essa bonita base de conhecimentos e práticas de uma verdadeira educação para a vida.
Nesse sentido, mais uma vez, agradecemos a todos que fazem essa grandiosa instituição e que estão aqui presentes.
Por fim, gostaríamos de agradecer a V. Exa., Senador Eduardo Girão; à Presidência do Instituto Sathya Sai de Educação do Brasil, o Sr. Marcos Cardoso Gomes; à Sra. Inez Cabral, do Núcleo de Fortaleza do Instituto Sathya Sai de Educação do Brasil, por todos os ensinamentos, através das palavras e práticas e do seu exemplo, que nos inspira.
Aproveitamos essa oportunidade também para agradecer à Louzane Feitosa, à Elsi Oliveira, à Rita Greene, à Inês Romano, in memoriam, e a todas as demais formadoras do Núcleo Fortaleza do Instituto Sathya Sai, que tanto colaboram com o aperfeiçoamento humano de nossas professoras e professores e, por conseguinte, com o florescer de valores em cada uma de nossas crianças.
A educação é o norte, o caminho e o fim para a realização e a emancipação humana. É o que foge à nossa cultura e traz significado a nossa experiência quando do momento de nossa passagem pela Terra. Que possamos aprender cada vez mais a honrar nossa ancestralidade e a construir de mãos dadas um caminho para a paz.
Eu gostaria, por favor, que os professores, os pedagogos e os educadores que estão aqui presentes ficassem de pé, aqueles que são educadores, coordenadores pedagógicos que trabalham diretamente com a educação, e gostaria que todos nós aplaudíssemos o trabalho que vocês realizam, que nós realizamos na educação brasileira. (Palmas.)
Muito obrigado pela presença de vocês, pelo que vocês representam para cada uma de nossas crianças.
E eu faço um convite para que nós possamos ver um vídeo que expressa um pouco das ações do Instituto Myra Eliane, em especial, as ações do complexo educacional que auxilia na formação das crianças, das suas famílias e de nossa comunidade.
Esse complexo educacional está situado no Município de Caucaia, num bairro chamado Araturi, que é uma área de extrema vulnerabilidade social. E, no contexto desse instituto, nós fazemos ações de educação das crianças - essa escola de educação infantil tem a capacidade para 600 crianças. Ao mesmo tempo, também atuamos no desenvolvimento sustentável do território através do Centro de Formação Yolanda e Edson Queiroz. Temos um museu para trabalhar as memórias e as culturas locais e também uma arena esportiva.
O complexo educacional Myra Eliane está numa área de 17 mil metros quadrados.
Vocês vão conhecer um pouquinho dessas ações.
Por favor.
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(Procede-se à exibição de vídeo.) (Palmas.)
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O SR. VINÍCIOS ROCHA DE SOUZA - Eu agradeço a vocês e agradeço mais uma vez o convite.
Estamos em diálogo, eu acho muito importantes esses momentos de encontro, de construção desse alicerce forte de respeito a essa idade de ouro, que é a primeira infância, muito obrigado.
Em decorrência de um problema com o voo, talvez eu não possa permanecer até o final, peço desculpas à Mesa e a vocês que estão presentes, mas outras oportunidades acontecerão de nós termos um momento para manter esse diálogo juntos.
Muito obrigado. (Palmas.)
O SR. PRESIDENTE (Eduardo Girão. Bloco Parlamentar Juntos pelo Brasil/PODEMOS - CE) - Muitíssimo obrigado, Sr. Vinícios Rocha de Souza, Diretor Pedagógico do Instituto Myra Eliane.
Quero mandar aqui o meu abraço mais uma vez para o empresário, o grande empreendedor Igor Queiroz, que abraçou de corpo e alma esse projeto e tem feito muito bem de Caucaia para todo o Estado do Ceará. Através de PPPs, ele tem desenvolvido essa cultura, levado os valores humanos do Sathya Sai para todo o Estado do Ceará. Um abraço também à sua esposa, Aline.
Eu queria, neste momento, saindo do Ceará, que a gente vá para o Estado de Goiás, aqui pertinho. Então, eu quero conceder a palavra à Sra. Raiane da Silva Nogueira Borges, Coordenadora Pedagógica da Escola Sathya Sai de Goiás. Então, fique à vontade, onde você quiser falar, a Casa do Senado está totalmente à disposição para ouvi-la aqui, muito obrigado pela sua presença.
Enquanto ela toma ali a posição na tribuna, eu queria só relembrar, e aqui é muito importante que a gente relembre sempre a questão da cultura da paz com cultura da violência, é cultural. Então, quando você canta as músicas de ninar: Atirei o Pau no Gato, aquelas coisas; Boi da Cara Preta, de uma certa forma, você está incentivando, sem querer, a violência. Atirei o pau no gato. O que o gato tem a ver com isso? Aí tem outra, que diz o seguinte - disso tudo o instituto MovPaz desenvolveu cartilhas nesse sentido -, tem um, que é assim: "Você vai matar dois coelhos com uma cajadada só". Já ouviu falar? Vamos matar dois coelhos... Gente, você pode alimentar dois coelhos com uma cenourada só. Não fica diferente? Então, você vai trabalhando essa cultura. No futebol... Nós somos o país do futebol, do soccer, e lá vocês são o do beisebol, não é? Não, é o país do críquete; aqui é o país do futebol. Então, o jogador que faz mais gols, em vez de goleador, o pessoal o chama de matador, de artilheiro, não é? Então, é sempre aquela coisa... Mas isso aí é uma desconstrução com que eu acho que se pode colaborar muito desarmando os espíritos, e o Instituto Sathya Sai faz isso também.
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Muito obrigado.
Quero conceder agora a palavra aqui à Raiane da Silva Nogueira Borges, que é Coordenadora Pedagógica da Escola Sathya Sai de Goiás.
Muito obrigado.
A SRA. RAIANE DA SILVA NOGUEIRA BORGES (Para discursar.) - Boa noite.
Primeiro, eu gostaria de dizer que é um prazer muito grande estar aqui falando em nome dessa escola tão especial na minha vida, que é a Escola Sathya Sai de Goiás.
A minha história com a escola começou quando eu tinha 13 anos de idade. A minha mãe, na época, foi trabalhar na escola como secretária, e eu estava sempre ali junto com ela. A escola tinha vários projetos com a comunidade, com os jovens da comunidade, e eu participava de tudo. E eu me lembro que a primeira vez que eu entrei na escola foi uma coisa assim tão maravilhosa. Eu olhei aquele lugar, que não parecia uma escola, parecia uma chácara, uma casa, vi a foto de Sathya Sai e pensei: "Gente, mas quem é esse homem, um homem com a mesma roupa sempre, com aquele cabelão, com uma aparência que, às vezes, assusta?". Mas aos poucos eu fui conhecendo mais a escola, conhecendo o Programa Sathya Sai de Educação em Valores Humanos, e a vontade de estar ali, de fazer parte de algo tão mágico foi crescendo dentro de mim.
Mais cedo, eu estava comentando com o Sérgio e com a Ada que, desde pequena, eu sempre acreditei que, se eu quisesse, se eu quisesse de verdade, eu conseguiria mudar o mundo, porque eu tinha força para isso, eu só precisava querer. Desculpa. Quando eu comecei a fazer parte da escola, eu vi que ali era o lugar em que eu conseguiria fazer isto: eu conseguiria mudar o mundo. Foi ali na escola que eu vi que a profissão que eu tinha que seguir era essa, que eu... Cresceu em mim a vontade.
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Eu, então, entrei na faculdade, com o passar do tempo, depois de alguns anos, comecei o curso de Licenciatura em Pedagogia e me tornei professora por conta da Escola Sathya Sai de Goiás. Eu me tornei professora para dar aula na Escola Sathya Sai de Goiás, porque não servia outra escola, porque foi a Escola Sathya Sai que despertou essa necessidade de fazer parte de algo tão grandioso. Então, eu me sinto muito, muito, muito orgulhosa de fazer parte de algo tão mágico, de algo tão grande.
A nossa escola é uma escola bem pequena. A gente atende 41 crianças. Nós temos somente duas turmas. Esta semana, eu estava conversando com o pessoal do Conselho Municipal que foi nos visitar, e eles falaram: "Nossa, mas é uma pena tão grande vocês terem um projeto tão maravilhoso e atenderem só 41 crianças!". Eu falei para ela: "Realmente, a nossa vontade, nosso desejo era expandir, era atender muitas e muitas e muitas crianças, mas só de saber que a gente está fazendo a diferença na vida de 41 crianças é algo muito, muito significativo". Então, são 41 crianças por ano. Nós estamos funcionando há 22 anos. Então, é pequenininha? É pequenininha, mas o nosso alcance é grandioso. E a gente já recebeu vários relatos de várias famílias de que realmente a escola fez a diferença na vida de muitas famílias, de muitas crianças.
Quando me pedem para falar alguma coisa, dar algum depoimento sobre algum aluno, eu sempre me lembro do Gutemberg, um aluno que eu tive há alguns anos. Era aquele aluno superdifícil, era "o aluno da escola", aquele aluno problemático que vinha de uma família muito desestruturada.
Eu me lembro direitinho de uma tarde em que a gente estava sentada no gramado da escola contando a história do Pingo de Luz, porque a gente trabalha com as crianças que nós temos uma luz, que vai crescendo de acordo com as nossas ações. Então, se nós estamos bem, se nós estamos felizes, se nós praticamos o bem, essa luz vai ficando forte. Então, as crianças querem muito que a luzinha delas fique sempre muito forte. Então, eu tinha acabado de contar a história e perguntei para as crianças: "Como vocês querem que a luzinha de vocês fique?". Aí, todo mundo: "Ah, eu quero que a minha luzinha fique forte", "eu quero a minha luzinha forte". E o Gutemberg virou para mim e falou: "Não, eu não. Eu quero que a minha luzinha fique fraca". Aquilo mexeu tanto, tanto, tanto comigo, por quê? Ele estava pedindo socorro. Ele precisava de mim, ele precisava estar ali naquela escola. E, a partir daí toda a escola, a professora, a coordenadora, a diretora, as meninas dos serviços gerais, todo mundo começou a olhar o Gutemberg com os olhos do amor, porque era disso que ele precisava, e fomos trabalhando com ele no decorrer do ano. E, no final do ano, ele era outra criança, era uma criança maravilhosa, era uma criança calma, amorosa. E, quando ele foi para a escola municipal, que era a escola do setor, nós recebemos relatos de que ele era o melhor aluno da turma, de que ele ajudava a professora, ajudava os demais colegas, de que ele era educado, de que ele era realmente diferenciado. Isso é muito, muito, muito gratificante para a gente! A gente vê que, mesmo pequenininho, a gente consegue fazer uma mudança muito grande, a gente consegue plantar essa semente dentro de cada família. Isso é muito, muito, muito gratificante, e eu sou muito grata por fazer parte da Escola Sathya Sai.
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Eu falo para todo mundo que eu conheço que realmente a Escola Sathya Sai é a minha segunda casa. Dali eu cuido como se eu estivesse cuidando da minha casa. Eu cuido da minha casa com amor, eu cuido da minha casa com muito carinho, com muito empenho. Então, lá na escola, nós somos muito felizes, porque nós somos uma família, e a gente cuida não só da escola, não só das crianças, mas de todos os colaboradores com muito carinho e com muito amor.
Então eu sou muito grata e eu agradeço muito a oportunidade de estar aqui compartilhando um pouquinho da minha história com vocês.
Sintam-se todos convidados - é aqui pertinho, de carro a gente chega lá em três horinhas de viagem -, sintam-se todos convidados para nos visitar. Eu tenho certeza de que, assim como eu, que sou encantada com a escola, vocês também vão se encantar. Não é à toa que eu estou lá desde pequenininha, que eu me tornei professora, que eu sou o que eu sou hoje, isso é por conta da escola, porque lá realmente é um lugar maravilhoso para se estar.
Muito obrigada pela atenção de todos. Uma boa noite! (Palmas.)
O SR. PRESIDENTE (Eduardo Girão. Bloco Parlamentar Juntos pelo Brasil/PODEMOS - CE) - Gratidão! Olha que depoimento, hein? Muito obrigado, Raiane da Silva Nogueira, uma das idealistas que estão aqui conosco - é uma tarde/noite memorável! -, ela que é coordenadora pedagógica da Escola Sathya Sai de Goiás.
Interessante, eu estava anotando aqui enquanto você estava falando: só o Gutemberg, Raiane, só a experiência com o Gutemberg, do despertar dele, desse ser humano transformado ali, resgatado com a educação de valores humanos, já valia a pena a escola, só por ele já valia a pena ter tido a escola. Você imagine quantos Gutembergs passaram nesses 22 anos na Escola Sathya Sai de Goiás, quantos Gutembergs passaram nas escolas Sathya Sai do Brasil e do mundo, iluminando o mundo, fazendo essa luzinha crescer!
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O bem contagia. Tenho que voltar para a fonte da sabedoria, Mahatma Gandhi dizia: "Seja a mudança que você quer ver no mundo". Seja você a mudança que você quer ver no mundo, com as suas atitudes, com a sua coerência, com a sua verdade, com o seu amor, retidão, paz e não violência.
Muito obrigado pelo seu depoimento.
Eu já quero aqui passar a palavra para outro depoimento que a gente vai ter oportunidade aqui de ver, também uma superação fantástica a partir da escola, da nossa querida Eliana Maria Barbosa.
É uma honra muito grande você, que veio do Ceará, estar aqui!
Ela é Coordenadora Pedagógica da Educação Infantil da Escola Professor Clodomir Teófilo Girão.
Muito obrigado. Você fique à vontade, se quiser falar daí, se quiser vir para cá, ótimo. Fique à vontade, muito obrigado.
Enquanto ela vem aqui para fazer o seu pronunciamento, eu agradeço a todos que estão nos assistindo, à audiência da TV Senado, das redes sociais. Falamos muito de Fundeb aqui, tocamos um pouco na questão do INCC também, mas especialmente do Fundeb, porque tivemos uma participação aqui muito grande nessa pandemia durante a votação do Fundeb permanente no Brasil, ampliando os recursos. E para mim fica cada vez muito claro que recurso não falta, nunca faltou na verdade. O Brasil tem muito dinheiro para a educação, o problema é que é mal aplicado, a gestão é muito ineficiente, mas a gente chega lá. Isto aqui tudo é um momento de discussão, de diálogo, como foi colocado aqui pelo Vinícius, e as pessoas estão conhecendo novas formas de chegar lá.
Se quiser baixar o microfone...
Muito obrigado pela sua presença. Fique à vontade para o seu pronunciamento.
A SRA. ELIANA MARIA BARBOSA (Para discursar.) - Boa tarde a todos. Meu nome é Eliana. Boa tarde a todos os presentes e a quem está nos assistindo.
Gostaria de parabenizar a Raiane quando diz que "a Escola Sathya Sai de Goiás é muito importante na minha vida"; eu digo também assim: a Estação da Luz é muito importante na minha vida.
Eu cheguei à Escola Professor Clodomir Teófilo Girão no início da sua fundação, como auxiliar de serviços gerais, e eu descobri que era naquele lugar que eu gostaria de estar, porque para mim ali era um lugar de pessoas felizes. E aí tive a oportunidade - e eu sempre agradeço à D. Inez Cabral, em nome de todo o Instituto Sathya Sai de Educação em Valores Humanos do Brasil e à Associação Estação da Luz - de conhecer esse programa que me fez ver os desafios da vida de uma maneira diferente, como aprendizado e não como algo para desistir. Aí fui me formar, fui ser professora, auxiliar de coordenação, coordenadora, auxiliar de direção, diretora, e aí se foi vendo a necessidade de aplicar a educação em valores humanos em toda a instituição, porque a Estação da Luz, gente, não é só a escola. A escola é um dos projetos da Associação Estação da Luz. Nós temos 1.005 atendidos, certo? E aí se foi vendo a diferença entre os alunos educandos e os alunos dos outros projetos. E foi percebido que era a aplicação da educação em valores humanos, certo? E aí o que é que acontece? Foi-se aplicando a questão da educação em valores humanos nos outros alunos, e hoje nós temos esse diferencial na comunidade de Eusébio.
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E assim, gente, cabe a nós sabermos, vermos: nós somos seres humanos ou "teres humanos"? Nós somos seres humanos. Então por que é que a gente batalha tanto pelo ter e deixa o ser de lado? Se hoje vocês forem se nutrir das suas palavras, pensamentos e ações, vocês se nutririam ou vocês ficariam sufocados? Vale essa reflexão. O que é que você quer para o mundo? Você quer viver ou você quer apenas existir?
Então cabe a você fazer a sua parte. "Ah, mas o outro não faz." Sathya Sai Baba não manda em nenhum momento. Ele não fala "mande fazer". Ele diz: "Ame a todos e sirva a todos". Então ele diz: "Faça você". Ele não manda ninguém fazer. Então cada um faça sua parte. "Ai, mas eu não vou conseguir. Ai, mas fulano não faz isso." Não existe isso. Cabe a você fazer a sua parte, está certo?
Lá na Estação da Luz, nós temos o apoio do núcleo de Fortaleza, com o apoio com as famílias. O impacto é muito grande, não só com os educandos, não só internamente. Vai para além dos muros, vai também para as comunidades. Não sei se vocês já ouviram falar de que um comerciante foi dar um depoimento para a gente, que ele passou o troco errado e o adolescente depois foi lá entregar, devolver o troco, porque o troco estava errado. Aí ele perguntou: "Por que você veio devolver?". "Porque está errado, e o que está errado está errado. Se não é meu, não serve para mim." Aí ele disse: "Eu estudo numa escola de valores, sabia?". Aí ele foi saber onde era a escola de valores, qual era essa escola e chegou lá à Estação da Luz.
Então, isso, para a gente, já é um ganho muito grande, viu, Raiane? Podem ser 41, mas são 41 vidas. Como você falou, são vários anos. Se fosse só um, seria uma vida. E é isso que importa. Não é quantidade, é qualidade, está bom? E é isso, gente.
Eu me sinto muito grata por conhecer o Programa Sathya Sai de Educação em Valores Humanos. Queria agradecer aqui ao Marcos, à sua esposa, cujo nome não lembro - me desculpa -, e a todos que estão aqui presentes. A vocês aqui, é um prazer revê-los, está bom? E, assim, me sinto agraciada em conhecer o Programa de Educação em Valores Humanos.
Uma árvore, não sei se vocês já perceberam, cresce de um lado - não é, Sr. Stênio? - e cresce do outro. O sol nasce aqui e passa o tempo todo aqui, não é? Então, é isso que nós fazemos na Estação da Luz, com os nossos educandos. A Estação da Luz é como se fosse a luz do sol, a parte acadêmica e a parte humana. Se tiver só de um lado, ela vai crescer bem só para um lado. É a formação e a informação. E aí você complementa o ser.
Muito obrigada. (Palmas.)
O SR. PRESIDENTE (Eduardo Girão. Bloco Parlamentar Juntos pelo Brasil/PODEMOS - CE) - Nós é que lhe agradecemos. Eu vou pedir licença para chamá-la carinhosamente de Tia Liloca, não é? Porque ela é conhecida assim lá na escola. É uma honra e uma alegria muito grande você estar aqui no Senado Federal, tá? Seja muito bem-vinda! Muito obrigado. (Palmas.)
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Do Ceará, para o Ceará. Os cearenses - tem uma máxima que se diz aqui, brincando, aos nossos conterrâneos -, os cearenses tomam conta do mundo, porque tem cearense em todo o Planeta, e eles se adaptam. Nós somos um povo de muita superação, de resistência.
Eu queria chamar aqui, de onde ele está agora...
Quero agradecer a sua presença. Pode vir para a tribuna, para onde o senhor quiser. O seu nome representa muito para mim. É outra coincidência, é outra "cristocidência". Não sei se o senhor sabe, Sr. Stênio Maia, que é pai do aluno Fabrício, aluno da escola Professor Clodomir Teófilo Girão, que veio dar um depoimento aqui, mas Stênio é o nome do meu avô materno, muito importante, também, na minha formação como ser humano. O meu padrinho-avô paterno é o que dá nome à escola Professor Clodomir Teófilo Girão, e o meu avô materno - que não é um nome muito comum, que também não é muito comum, como Clodomir - é Stênio. Então, eu fico muito feliz. O nome dele era Stênio Telmo Façanha Grangeiro. Seja muito bem-vindo! O senhor fique à vontade para fazer a sua fala de onde o senhor quiser.
Enquanto o Sr. Stênio vai tomando assento...
Quando nós fomos à Índia - não é, papai? -, em 2003, nós fomos com o Prof. Hermógenes. Não sei se você gostaria de fazer uma lembrança. É um grande brasileiro, o homem que trouxe a ioga para o Brasil, o Prof. Hermógenes. Ele fez para a gente palestras, à noite, no ashram de Sai Baba. A gente ia para o aposento em que ele estava, para o quarto, e ele fazia palestras à noite para a gente. Foram momentos memoráveis e amizades que nós fizemos. Se o senhor, depois, quiser fazer um comentário.
(Intervenção fora do microfone.)
O SR. PRESIDENTE (Eduardo Girão. Bloco Parlamentar Juntos pelo Brasil/PODEMOS - CE) - Mas vamos lá, Stênio, fique à vontade.
Muito obrigado pela sua presença.
O SR. STÊNIO MAIA (Para discursar.) - Obrigado.
Deixe-me pensar aqui. Foi tanto tempo ali... Tudo o que tinha já não mais serve, porque... Como é que eu posso falar? Primeiro, eu tenho que agradecer ao Fabrício, porque, se o Fabrício não existisse, eu não estaria aqui.
Educação... O que é que eu posso dizer de educação? Eu... (Pausa.)
Desculpem-me.
Eu passei 35 anos da minha vida fora do Brasil e um dia - a minha família é cearense - eu voltei. Eu estava no centro de Fortaleza e vejo uma criança sendo jogada dentro de um negócio lá porque estava drogada. Aquilo acabou comigo. E, hoje, eu não... Desculpa. Eu não acreditava nisso aqui. Eu não vivia no Brasil, porque eu não acreditava no meu Governo e, hoje, eu vejo uma luzinha, que foi o que ela falou, e essa luzinha vai ser grande, porque, se vocês me afetaram, por que não vai afetar outras pessoas?
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Então, antes de agradecer o que vocês estão fazendo e o que vocês estão dando para essas crianças - nossa, mãe! - é de deixar o olho... Porque nós mais velhos aqui fomos crianças e hoje o que nós somos? É o que a Tia Liloca disse: "O que é que estamos fazendo aqui? Qual é o nosso trabalho? É ser aquilo só? Para quê?". A gente tem que ser um ser humano verdadeiro para a gente poder educar, poder amar o próximo, e, depois disso, ele poder, meu filho, nossos filhos poderem amar os outros. E somos 8 bilhões de pessoas neste mundo. Somos um pequeno fragmento, um milésimo - não tem nem como contar - de uma célula esse trabalho que está sendo feito aqui.
Então, o que eu quero dizer para vocês é que não tenho mais como dizer o que eu queria dizer. Estão fazendo o certo. Eu posso dizer isso com convicção não é pela minha emoção, mas, sim, pelo trabalho, pelas coisas que eu vejo meu filho fazer com oito anos de idade. Ele gosta de meditar. Um dia desses, a gente saiu para andar de skate, aí, ele, dentro do carro, estava meditando durante... A gente mora no Eusébio. Então, são 25km. Hoje o trânsito está maior. Por meia hora, uma criança de oito anos meditar?! Mas para quê? Também eu não o questionei. Eu vi várias coisas, porque eu vou buscar meu filho, eu mudei minha vida toda para educar meu filho, para estar do lado dele. Aí, com isso, eu conheci Tia Liloca, que é uma pessoa, assim, engraçada, uma pessoa humana, e a escola, não só ela também, mas outros professores. É incrível o que isso está fazendo para uma sociedade! Então, é uma coisa, um fragmento, mas de muita força.
Eu acredito muito nisso, porque a Ásia esteve dentro de mim a minha vida inteira, e aí eu disse assim: "Meu Deus!...". Eu mexo com culinária e eu amo o curry, o roti, a comida, essa mistura, essa fusão de sabores... It's really amazing to have this amazing food! I know, I saw you, guys, working something. I was in Singapore for a little while and is a lot of people from India there, and then were two men walking... I've never know why they are doing that, but... Eles estavam com os dedos... Eles caminham com os dedos entrelaçados, um ao lado do outro. E, assim, é uma amizade tão grande, tão fraterna, aquela coisa tão maravilhosa que - poxa! - você quer saber o motivo daquilo. E não sei como foi que algo tão diferente... Na Ásia, eu aprendi que tudo é diferente... Everything is the same, but can be diferent. Tudo pode ser diferente, mas é tudo igual. E, nessa filosofia deles, que eu sempre analisei, porque eu morei lá durante dois anos, eu observei que, com toda essa diferença, vocês trouxeram essa filosofia para dentro do nosso país, e ela, de uma forma, está sendo aquela pequena coisa que você falou, que eu achei muito lindo, das crianças, que é essa pequena chama que vai se tornar grande, que vai poder fazer um cidadão, que vai poder sentar aqui, neste lugar, e gerenciar o nosso país, que é a coisa mais linda, com florestas, com animais, com tanta coisa maravilhosa.
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O que mais tem para dizer de uma coisa tão especial que está acontecendo neste momento? Não tem como fazer as palavras. Eu só tenho muito que agradecer a vocês por estarem dando força e por ajudarem na ideia de um homem, de uma pessoa que visualizou aquilo, por trazerem para cá e fazerem com tanto carinho, com tanta...
Eu sei que "ah, é bonito sentar aí", mas não é muito fácil. Eu acredito que não é muito fácil. E vocês conseguirem introduzir 45 ali, 200 ali e a gente, aos poucos, aumentar essa pequena grande coisa que é a educação infantil, que é superimportante para um país que é considerado, em todo lugar do mundo, o país da festa, mas que, na verdade, é um país que precisa de muito amor, como essa criança que você nos mostrou...
Muito obrigado. (Palmas.)
O SR. PRESIDENTE (Eduardo Girão. Bloco Parlamentar Juntos pelo Brasil/PODEMOS - CE) - Nós é que agradecemos a sua presença, Sr. Rodrigo Stênio Maia, pai do aluno Fabrício.
O Fabrício está com oito anos, como você falou, mas começou na escola quando?
O SR. STÊNIO MAIA (Fora do microfone.) - Ele começou no Infantil 3.
O SR. PRESIDENTE (Eduardo Girão. Bloco Parlamentar Juntos pelo Brasil/PODEMOS - CE) - Começou no Infantil 3.
O SR. STÊNIO MAIA (Fora do microfone.) - Aí tem o 3, o 4...
O SR. PRESIDENTE (Eduardo Girão. Bloco Parlamentar Juntos pelo Brasil/PODEMOS - CE) - Há três anos que ele está lá, não é?
O SR. STÊNIO MAIA (Fora do microfone.) - Não, ele está no 3º ano já.
O SR. PRESIDENTE (Eduardo Girão. Bloco Parlamentar Juntos pelo Brasil/PODEMOS - CE) - Está no 3º ano já! Coisa boa! Muito bem.
O SR. STÊNIO MAIA - E uma das coisas que mais me chamou a atenção foi o aluno de uma escola considerada uma das melhores de Fortaleza, com o Fabrício, eles estavam brincando, e aí, depois, a criança foi para a aula... Não, a mãe foi dar aula. Aí o Fabrício veio, ele que é seis meses mais jovem do que esse menino, foi ensinar matemática.
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O SR. PRESIDENTE (Eduardo Girão. Bloco Parlamentar Juntos pelo Brasil/PODEMOS - CE) - Ótimo.
Estamos contando aqui a experiência do Fabrício. Leve o nosso abraço, Sr. Stênio, por favor, ao Fabrício e para todos os alunos da Escola Professor Clodomir. É para eles que a gente... É aquela coisa: love all, serve all. Inclusive, tem uma relação do Sathya Sai Baba... Na época, um dos admiradores do Sathya Sai Baba foi o presidente do Hard Rock Cafe. Não foi? (Pausa.)
O presidente do Hard Rock Cafe! E eu lembro bem - antes de conhecer o Sai Baba, antes de conhecer a história bonita desse grande educador - que tinha lá love all, serve all em todos os Hard Rock Cafe do mundo. E parece, se eu não me engano, que a metade do lucro, alguma coisa assim, uma parte boa da remuneração, na época, ajudava os hospitais...
A SRA. MARIA HELENA SCALABRIN CARDOSO GOMES (Fora do microfone.) - Ele vendeu a rede...
O SR. PRESIDENTE (Eduardo Girão. Bloco Parlamentar Juntos pelo Brasil/PODEMOS - CE) - Ele vendeu a rede e doou 50%?
A SRA. MARIA HELENA SCALABRIN CARDOSO GOMES - Não, total, para construir...
O SR. PRESIDENTE (Eduardo Girão. Bloco Parlamentar Juntos pelo Brasil/PODEMOS - CE) - Ah, vendeu a rede, e 100%, na época - o fundador do Hard Rock Cafe -, foi para construir hospitais lá na Índia, e hospitais de referência do coração e tudo.
É uma história muito bonita...
(Intervenção fora do microfone.)
O SR. PRESIDENTE (Eduardo Girão. Bloco Parlamentar Juntos pelo Brasil/PODEMOS - CE) - Isso.
Aí, a Tia Liloca falou ali da questão do troco. A gente vive... Eu estava conversando com a Márcia, a minha esposa, e ontem ela contou uma história parecida com a sua, da formação da família dela também, de a gente não querer ser esperto, de a gente respeitar as pessoas.
Então, a pessoa está vendendo ali, tentando - está tudo muito difícil - ganhar o seu ganha-pão, levar comida para a família, vendendo no mercado alguma coisa, uma pipoca na rua, e aí tem gente que acha: "Eu dei o dinheiro e no troco ele me deu a mais aqui, vou ficar com isso". Quer dizer, poxa, e o respeito ao ser humano? Aquilo vai faltar para ele, a pessoa... A gente precisa despertar e se colocar no lugar do outro. Então, são os valores: o certo é certo mesmo que ninguém o faça, e o errado é errado mesmo que todos o façam! É uma filosofia.
Eu queria chamar aqui para a mesa a nossa querida Ada Espíndola. Você vai sentar aqui do lado do seu marido, porque hoje é um dia muito especial, ele vai fechar a sessão já, e nós vamos entender a outra... a "cristocidência" final aqui...
(Intervenção fora do microfone.)
O SR. PRESIDENTE (Eduardo Girão. Bloco Parlamentar Juntos pelo Brasil/PODEMOS - CE) - ... porque agora vai ter uma participação especial, mas depois nós vamos ter o encerramento com o Sérgio Espindola.
Estamos nos aproximando do encerramento e vamos, agora, concluir essa primeira parte, antes do encerramento, ouvindo a nossa querida Sofia.
Maria Sofia, aluna da Escola Professor Clodomir Teófilo Girão - estou falando que os cearenses vão tomar conta do mundo e vocês não estão acreditando. (Risos.)
O SR. PRESIDENTE (Eduardo Girão. Bloco Parlamentar Juntos pelo Brasil/PODEMOS - CE) - É o Ceará pelo mundo... Situada na cidade de Eusébio, no Estado do Ceará.
Aqui no Congresso já temos dois girões: eu e o General Girão, no Congresso Nacional, aqui, na Câmara dos Deputados. Então, já temos Girão, e a Escola Professor Clodomir tem formado excelentes pessoas... Tem despertado, porque, na verdade, já é, na hora em que se nasce, muita luz!
Então, eu queria agradecer, Maria Sofia. Você fique à vontade para fazer a sua fala. Muito obrigado pela sua presença no Senado.
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A SRA. MARIA SOFIA (Para discursar.) - Boa noite.
Eu me chamo Maria Sofia, tenho treze anos e estudo na Escola Professor Clodomir Teófilo Girão.
Para mim, estar aqui hoje é um sonho realizado, porque eu nunca imaginei que estaria onde estou hoje. E antes de falar sobre a importância da Estação da Luz na minha vida, eu vou falar um pouquinho da minha história para vocês.
Aos 15 dias de nascida, minha mãe me abandonou com a minha avó, com meus avós paternos e com a minha tia, uma mulher guerreira, que inclusive está me assistindo. Desde então, até hoje, eu moro com eles. Eu conheço minha mãe, tenho comunicação com ela, mas não muita; com meu pai também, mas não moro com nenhum dos dois. Eu moro com meus avós paternos e com a minha tia.
Moro numa comunidade onde eu vejo a violência, onde eu vejo a prostituição, onde eu vejo as drogas, e minha tia sempre prezou muito - muito, muito mesmo! -, em primeiro lugar, sempre, pela minha educação, uma educação ética e moral.
Aos oito anos de idade, na minha antiga escola, eu sofri o racismo. Pelos colegas? Não. Pelas pessoas que eram para me proteger: pela minha professora. E pelo fato de ser racista, ela chegou a me agredir. Eu quis desistir em vários momentos? Quis. Mas minha família, meus amigos, nunca deixaram. Foi quando eu encontrei a luz no final do túnel, chamada Estação da Luz. Eu entrei lá, e foi uma coisa muito divina mesmo, porque a Tia Liloca veio me contando no avião que, no dia em que a gente foi lá para tentar a minha vaga - porque era muito difícil, porque é muito difícil -, no quinto ano só tinha uma vaga. Ela já tinha ligado para muitas pessoas e algumas pessoas disseram: "Não, já viajei. Já comprei os livros. Não, ele já está matriculado...". E, quando eu cheguei lá, ela perguntou qual era a série, eu expliquei toda a minha situação, e ela disse: "É dela a vaga".
E até hoje eu estou na Estação da Luz. Eu estou no 8º ano e é uma coisa maravilhosa! Estar naquela escola, estar nos projetos, de que eu também faço parte, é muito gratificante. Ao entrar no portão daquela escola, você pode ter os maiores problemas, você entra lá e é uma paz que não tem preço. Logo você vê as árvores, é um ambiente tão amoroso, cheio de carinho... Quando você entra lá, com os seus problemas, eles te ajudam. E quando você sai de lá, você sai com força para resolver os seus problemas.
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Aos nove anos, eu já tinha entrado lá, já estava no 5º ano... Até hoje eu estou lá, como eu já falei, e é uma coisa maravilhosa, é um sentimento maravilhoso, é uma escola maravilhosa! É um sentimento muito, muito, muito bom! Eu sou tratada com tanto amor que, tipo assim... Eu era tratada, sempre fui tratada muito bem, mas pela minha família, porque, na minha antiga escola, eu era tratada... Era muito ruim. Imagine só você passar o ano inteiro tendo que ir todos os dias para uma escola e você saber que você não está no lugar onde as pessoas lhe querem lá, ser chamada de desgosto, dizer que ninguém lhe quer lá.
Foi um ano difícil, um ano em que eu tive que ter muita força, mas foi o papel da minha tia, da minha família e foi quando eu encontrei a luz no final do túnel, que é a Estação da Luz.
Só falta um ano para eu sair de lá, porque é até o 9º ano, e eu já estou imaginando como vai ser, que vai ser difícil sair de lá... Eu estou com planos de continuar nos projetos, mas não estar lá todos os dias vai ser um pouco complicado. Não ver todos os dias a Tia Liloca, as coordenadoras, as minhas colegas, porque provavelmente a gente vai para escolas diferentes... Mas eu agradeço muito à escola e a todos.
É isso, obrigada. (Palmas.)
O SR. PRESIDENTE (Eduardo Girão. Bloco Parlamentar Juntos pelo Brasil/PODEMOS - CE) - Olha, quem tem que agradecer somos nós pelo seu depoimento emocionado aqui, e a gente sente na alma, Sofia, a nossa...
Perdão...
A SRA. ELIANA MARIA BARBOSA - Desculpe-me...
O SR. PRESIDENTE (Eduardo Girão. Bloco Parlamentar Juntos pelo Brasil/PODEMOS - CE) - Não...
A SRA. ELIANA MARIA BARBOSA (Para discursar.) - Só para complementar aqui o que ela falou, a questão do 5º ano, de que lá tem uma lista de espera. Hoje mudou, tem um edital, mas antes era uma lista de espera; hoje continua a lista de espera. Gente, eu ligava para todo... É difícil a vaga, porque quem entrar lá, ninguém vai desistir, não é? E aí é só se surgir a vaga que haverá vaga para outro que foi selecionado.
E eu ligava para um, que dizia assim: "Não, eu me mudei, eu não estou mais aí morando no Eusébio, não." Ligava para outro: "Não, eu já comprei os livros. Ele já está estudando em outra escola. Muito obrigada." Eu disse: "Meu Deus, para quem é que você está guardando essa vaga?". Não foi isso, Sofia? Eu não falei assim?
Por isso é que eu sempre falo que não existe coincidência: "Para quem é que você está guardando essa vaga, Senhor?". E não liguei mais. Quando foi no segundo dia, a tia da Maria Sofia chegou lá.
Ela falou uma coisa muito interessante para mim, que ela, talvez, por estar emocionada se esqueceu de falar. Ela sabia o que era o respeito, mas ela disse: "Tia, lá na minha outra escola eu sabia o que era respeito, mas eu não sentia respeito".
Foi isso, Sofia, o que você falou? (Pausa.)
E é isso, gente, obrigada mais uma vez. (Palmas.)
O SR. PRESIDENTE (Eduardo Girão. Bloco Parlamentar Juntos pelo Brasil/PODEMOS - CE) - Muito bem, muito obrigado por compartilhar esse complemento também, Tia Liloca.
O respeito é a regra da boa convivência, não é? A gente está aqui para aprender a amar, a perdoar e crescermos juntos, aprendermos uns com os outros. Então, é muito importante e corajoso esse seu depoimento.
Muito obrigado mesmo pela sua presença.
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Você é linda, maravilhosa também, e quem sabe um dia você vai estar aqui de novo, talvez não dando um depoimento, não como uma aluna, mas como uma Senadora da República - já imaginou? -, ajudando o Brasil a levar políticas públicas baseadas em valores humanos, com amor. Esse é o nosso destino, e eu nunca esperava estar aqui. Você tem muita força, muita verdade. Que Deus abençoe você e sua família.
Eu queria colocar um vídeo. Antes de passar a palavra para o encerramento - estamos chegando ao encerramento -, eu queria pedir que fosse colocado o vídeo da Escola Professor Clodomir Teófilo Girão. E é a Sofia, exatamente. Vamos lá, vamos ouvir.
(Procede-se à exibição de vídeo.) (Palmas.)
O SR. PRESIDENTE (Eduardo Girão. Bloco Parlamentar Juntos pelo Brasil/PODEMOS - CE) - Muito bem!
Eu quero aqui parabenizar o Sidney, da Associação Estação da Luz, porque, sem o Sidney Girão de Araújo, sem a dedicação dele, a lealdade, o compromisso, a competência, a gente não teria condição de iniciar esse projeto. Então, ele foi uma pessoa que teve ali o dedo de Deus para sequenciar e organizar. Eu sou muito grato a ele, assim como a todo o corpo técnico da associação, os professores, as pessoas que cuidam dos serviços gerais e os monitores. Toda a equipe da Estação da Luz está de parabéns.
Sofia, ninguém sabe o dia de amanhã. Quem sabe a gente possa ter as outras... Lá na Índia tem até universidade no método Sathya Sai. Por que não se pode ampliar a escola? A gente tem até conversado sobre isso. O Sidney está nos ouvindo aí. Quem sabe se a coisa não pode crescer para ter outras etapas, para que você possa continuar, não precise sair?
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Quantas crianças já passaram por lá? Quantas pessoas já passaram pela escola? Quantos alunos? Mais ou menos.
(Intervenção fora do microfone.)
O SR. PRESIDENTE (Eduardo Girão. Bloco Parlamentar Juntos pelo Brasil/PODEMOS - CE) - Mil e quinhentas pessoas, de certa forma, tocadas, fora a família.
É engraçado porque lá... O método faz essa sugestão, recomenda que não se coma carne de animal, que não se alimente com carne animal. Então, tem-se muita atividade de culinária com base em soja, vegetariana, muita coisa vegetariana. E as crianças gostam, porque tem as almôndegas de soja - são uma delícia aquelas almôndegas, eu adoro - e vários outros pratos. Então, a criança chega para o pai e diz "papai, eu queria aquela carninha lá da escola". E isso tem uma transformação no hábito alimentar ali dos pais também, porque os pais estão muito dentro da escola. Os filhos ensinam aos pais, não é? A gente tem visto muito isso lá na escola. Então, isso é muito importante. E eu agradeço, mais uma vez, a presença de vocês.
Para encerrar, eu convido o aniversariante do dia. Como é que o homem vai fazer aniversário no dia, escolheu o dia que é o da fundação da Escola Sathya Sai Educare do Brasil? O Sérgio Espindola está fazendo aniversário hoje e, com muita honra e alegria, ele está aqui conosco, com sua esposa, Ada; os filhos estão lá no Rio de Janeiro, em Niterói, e teve passagem também por Volta Redonda, os trabalhos sociais da Ada, enfim.
Eu queria muito, Sérgio, lhe agradecer pela sua presença e lhe desejar muita luz. Vamos terminar aqui com um parabéns para você. Por que não? Quebrar o protocolo, não é, Zezinho? O Zezinho é do Ceará, viu? O Zezinho é do Ceará. Ele está aqui no Senado há muito tempo. Eu estou dizendo que os cearenses estão tomando conta. E eu queria que você, que é Presidente da Organização Internacional Sathya Sai para a América do Sul, fizesse o seu pronunciamento e encerrasse a sessão.
Muito obrigado.
O SR. SÉRGIO ESPINDOLA (Para discursar.) - Boa noite!
Eu gostaria de cumprimentar a mesa, o Exmo. Embaixador da República da Índia, Suresh Reddy.
É uma honra para a gente que você esteja aqui, acompanhando esta sessão.
Cumprimento o Exmo. Senador Luis Eduardo Girão. A gente agradece ao Senado, na figura do Senador Eduardo Girão, por esta belíssima e importante homenagem para todas essas pessoas que se dedicam de coração a essa revolução do bem, como você costuma dizer. Também cumprimento o Marcos Cardoso Gomes, Presidente do Instituto Sathya Sai do Brasil, que nos representa, um dos fundadores, toda a mesa e todos os presentes e aqueles que estão nos ouvindo pela TV Senado e pelo YouTube também.
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Bom, a gente está hoje aqui para homenagear o Instituto Sathya Sai, e não tem como homenagear o Instituto Sathya Sai sem lembrar de Sathya Sai, que é o patrono, o fundador desse programa transformador; também agradecer e parabenizar por esses 22 anos de serviço à humanidade a todos os voluntários que trabalharam, se dedicaram, inclusive pessoas que já não estão mais aqui conosco, de corpo e alma para essa revolução do bem, para essa transformação; também agradecer a todas as escolas, porque não tem como falar dos institutos sem falar das escolas - os institutos existem para apoiar as escolas, eles têm seus cursos de formação, de formação continuada inclusive, mas o trabalho mais longo é feito nas escolas Sathya Sai. E, Girão, com toda liberdade, a Escola Clodomir Teófilo Girão é uma escola Sathya Sai, como a Inez colocou, que desde o seu início adota o programa na sua integralidade, tem o apoio do instituto, o Núcleo de Fortaleza, de forma integral, com formação continuada. E há as outras escolas também: temos três escolas no Brasil e duas escolas que adotam o programa, são todas escolas Sathya Sai.
Bem, feito esse agradecimento...
A apresentação já está... O.k.
O.k., obrigado.
Gostaria de falar aqui sobre esse trabalho maravilhoso que é feito, importante e impactante, como a gente viu nesses relatos, relatos que tocam fundo nossa alma. Não tem nada programado, são relatos que vêm do íntimo do ser, como o do Sr. Stênio, da Profa. Eliana, da Raiane, da nossa...
(Intervenção fora do microfone.)
O SR. SÉRGIO ESPINDOLA - ... Sofia.
Esse trabalho maravilhoso que é feito pelo instituto e pelas nossas escolas também se replica em várias partes do mundo. No mundo inteiro nós temos 27 institutos de educação Sathya Sai e 40 escolas Sathya Sai. Aqui, na América do Sul, temos 7 institutos e 9 escolas. Os institutos estão na Argentina, Bolívia, Brasil, Colômbia, Equador, Peru e Venezuela; as escolas, temos três no Brasil, mais duas que adotam o programa, duas na Colômbia, duas no Equador, uma na Venezuela e uma na Argentina.
Esse trabalho que é feito por esses institutos e por essas escolas tem uma abrangência impressionante. Só para dar um exemplo, citar um exemplo de um dos nossos institutos, eu trago aqui o exemplo do Equador.
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O Instituto Sathya Sai do Equador, em parceria com o Instituto Sathya Sai da Colômbia, com o apoio do Ministério da Educação, fizeram algo de vulto impressionante. De outubro de 2019 a fevereiro de 2022, promoveram cinco encontros internacionais em educação em valores humanos, o primeiro deles presencialmente, com centenas de educadores. Além disso, dez aulas abertas do Programa Sathya Sai de Educação em Valores Humanos e dez aulas abertas de meditação na luz. Tudo isso foi transmitido em parceria pela Rede Equatoriana de Pedagogia e atualmente conta com mais de 200 mil visualizações. São 200 mil sementinhas. A gente não tem ideia, como o Sr. Stênio estava dando depoimento, de como uma - uma - dessas pessoas pode fazer uma transformação gigante. Um desses participantes no Equador era um diretor de escola numa periferia de uma grande cidade deles. Ele assistiu e falou: "A transformação tem que começar por mim", e ele transformou aquela escola, naquela comunidade carente, e hoje ela é como a Clodomir Teófilo Girão: num ambiente onde os muros são pichados, etc., a Escola Clodomir está intacta. Então, essa transformação que esse programa está fazendo é incalculável, principalmente nas nossas crianças, que têm a oportunidade de, ano a ano, vivenciar e praticar esses valores. Porque não é uma transferência de informação, como foi muito bem colocado aqui: é uma transformação, é uma prática de valores.
Eu me recordo, vou citar minha esposa. Uma vez foi ao supermercado comprar queijo, algo simples, que fazemos corriqueiramente. Pediu uma determinada quantidade, se não me engano, cento e poucos gramas, 150g, o atendente selecionou, emitiu o tíquete, colocou... Perdão, antes de colocar, ela mudou de ideia: "Você pode colocar um pouco mais? Coloque tantos gramas, o dobro, 300". "Pois não". Ele colocou o queijo a mais, mas, na hora de colocar o preço, ele não emitiu um novo tiquetezinho com o valor correspondente àquele peso. E aí colocou essa etiqueta, olhou para ela e fez assim, piscou o olho e falou: "Estou te ajudando". Ela ficou numa situação envergonhada: "Eu não posso aceitar isso, isso não é direito; como é que eu vou fazer? Ele vai ter que mudar isso". E ela, gentilmente: "Você pode tirar o preço correto, não tem problema, eu pago lá na frente". E ele "Não, não, não, pode levar", como se fosse o dono, mas ele não era o dono daquele queijo. E ela insistiu, foi firme: "Por favor, tire o preço correto". Com isso, quando a gente pratica os valores, às vezes a gente é malvisto, mas a gente, como a Sofia comentou, a gente não pode desistir, Sofia. O Luis Eduardo acabou de falar: "O certo é o certo, mesmo que ninguém o faça, e o errado vai continuar sendo errado, mesmo que todos o façam". Então, essas sementinhas estão sendo plantadas por todos os lugares; nas nossas escolas também, assim como na escola aqui de Ribeirão, que ganhou várias medalhas de ouro, de prata e de bronze na Olimpíada, se eu não me engano, Marcos, de astronomia, matemática ou uma coisa assim.
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As nossas escolas também da América do Sul, por exemplo, a escola Sathya Sai de Bahía de Caráquez, no Equador, ganhou reconhecimento do Ministério da Educação, com o primeiro prêmio de inovação educacional, que valorizava, tinha a valorização, eles propuseram 50 concorrentes, e a escola Sathya Sai propôs a valorização do humano sobre o conhecimento acadêmico, fazer florescer nos alunos os valores inatos do ser humano.
Uma escola nossa na Colômbia, a escola Sathya Sai em Funza recebeu o Prêmio Construtores do País em Ambiente Educacional, concedido por um importante jornal do país, El Espectador. E foi entregue pela Embaixadora da União Europeia na Colômbia. Duzentas e sessenta e nove escolas inscritas. Estavam buscando escolas que fossem um ambiente de paz, crescimento social e de transformação.
Todos esses relatos - Clodomir Teófilo Girão, das escolas Sathya Sai - são todos os mesmos, e muito fortes.
Bom, eu pediria agora que passássemos o vídeo da ex-Ministra da Educação do Equador, que foi um grande apoio para a difusão do Programa Sathya Sai de Educação em Valores Humanos no Equador. Obrigado.
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(Procede-se à exibição de vídeo.) (Palmas.)
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O SR. SÉRGIO ESPINDOLA - Bem, eu gostaria de deixar registrado que, nos nossos 27 institutos ao redor do mundo, que prestam serviços tão maravilhosos quanto esses, temos dois Presidentes, Copresidentes do Comitê Internacional de Educação, que, muito gentilmente, gravaram um vídeo para esta sessão especial. Eu gostaria de deixar aqui registrado o nosso agradecimento, mas, por conta do avançado da hora, a gente não vai ter condição de passá-lo.
Um agradecimento, então, à Marianne Meyer, da Dinamarca, e a George Bebedelis, da Grécia.
Bom, não podia terminar sem agradecer, mais uma vez, ao Senado Federal por este importante reconhecimento, por esta homenagem, na figura do Luis Eduardo Girão. É, assim, um marco e acho que é uma homenagem muito justa a todas essas pessoas que trabalham e mantêm esse projeto de forma voluntária, com doações.
Então, que fique registrado o nosso agradecimento a todos esses voluntários e a todas, todos que se dedicam às escolas e ao instituto.
Muito obrigado.
O SR. PRESIDENTE (Eduardo Girão. Bloco Parlamentar Juntos pelo Brasil/PODEMOS - CE) - Muitíssimo obrigado, meu querido irmão, Sr. Sérgio Espindola, Presidente da Organização Internacional Sathya Sai para a América do Sul e aniversariante hoje aqui, nesta data especial.
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Pode ter certeza de que, nos Anais da Casa, o vídeo vai ficar disponível - isso que é importante - para as pessoas que estão nos assistindo. Esta transmissão fica no YouTube, e a gente vai adicionar - já está autorizado aqui pela Presidência da Casa - e deixar no sistema.
Eu peço desculpas por causa do horário, que já está um pouco avançado, agradecendo a paciência de todos os funcionários aqui do Senado. Eu faço questão de agradecer nominalmente aos servidores do Senado e colaboradores envolvidos nesta sessão: da Secretaria-Geral da Mesa, o Gustavo Sabóia - que é o Secretário-Geral -, Ludmila, Herivelto, Renata, Zezinho, Jaerson, Waldir, Silvânio. Da Secretaria de Relações Públicas, Tiago e Cristiana. Da TV Senado, Anacleto, Juliano, João Batista, Denis Neves. Da Secretaria de Polícia Legislativa, Itamar, Braga, Gilberto, Daniel, Simas, Tasmânia, Djalma, Gilson. Do Prodasen: Sóstenes. Da Secretaria de Taquigrafia - tudo que estamos falando aqui está sendo registrado em notas taquigráficas: o Armando e a Marta. Muito obrigado também. Áudio: Manoel, Lucas, PH, Wagner, Celso, Estevão. Painel Eletrônico: Gabriel, Fábio. Senac: Claudinei, Josimar, Adilson, Ozilda, Magda, Irley, Fabrício, Enéas, Michelle. Brigadistas: Tábata, Ricardo, Gardel, Cida e Diogo. Equipe de Libras: Ilana e Maria; e tradutores Maia e Felipe. Muito obrigado. Serviços Gerais: João Neto, Ilmar e Carlos.
Eu queria também registrar a presença da Marta Amorim, da Escola Sathya Sai de Goiás. A Raiane contou aqui, com muita emoção, a experiência, e eu faço uma pergunta. Já que eu fiz à Tia Liloca, eu faço a você, que está aqui nos dando essa honra, vindo três horas de viagem para prestigiar este evento aqui presencialmente.
Nesses 22 anos, quantos alunos a escola teve?
(Intervenção fora do microfone.)
O SR. PRESIDENTE (Eduardo Girão. Bloco Parlamentar Juntos pelo Brasil/PODEMOS - CE) - Pode falar ao microfone. É só apertar esse botãozinho que tem aí.
A SRA. MARTA MOLINARI DE AMORIM (Para discursar.) - Recentemente nós fizemos esse levantamento, que eu passei diretamente para a Inez, que me pediu. Eu não me lembro bem, mas é uma faixa de mil... Não sei bem a quantidade, porque, como nós dissemos, foram 40 alunos, mas, com o tempo... Já temos 22 anos, como é o tempo do instituto também, a mesma idade.
Então, é um trabalho que deixa uma sementinha muito grande lá no setor, em Aparecida de Goiânia, pela... Quando nós começamos, era um setor muito carente, muito, muito difíceis as crianças, com muitos problemas, e parece que, cada vez mais, está ficando mais fácil lidar com aquele setor, com as crianças. É uma melhora que está acontecendo. (Palmas.)
O SR. PRESIDENTE (Eduardo Girão. Bloco Parlamentar Juntos pelo Brasil/PODEMOS - CE) - Muito bem!
Muito obrigado, Marta, pela sua presença e por compartilhar.... Olha que semente, hein? Você pega 1,5 mil ali diretamente, fora as famílias indiretamente. Você pega também mil e tantos, fora as famílias. Isso vai dar um encontro grandioso; é grandioso!
E, Sofia, você sabe o que significa o seu nome, não é? Sabedoria. Tinha que ser Sofia. E Maria, que é um nome muito especial também, a mãe do nosso grande Mestre Jesus.
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Eu queria fazer rapidamente aqui, antes de a gente fazer o encerramento com o nosso Embaixador, que quer dar duas palavrinhas, agradecer às pessoas que estiveram aqui no Plenário: Juliana Bezerra, aqui de Brasília, da Embaixada da Índia; Maria Aparecida Dante, de Goiânia; Luiz Alberto, de Goiânia; Marta Amorim - acabamos de falar com ela -; Fátima Rodrigues, aqui de Brasília; Cléia Leda Machado, de Brasília; Solange Carletti, de Brasília também; Lenira Carla, Brasília; Valdemira Menezes, de Brasília; Larissa Nascimento dos Santos, Goiânia, Aparecida; Larissa Maria de Araújo, Goiânia, de Aparecida; Stênio Maia Machado, que veio lá de Fortaleza, o pai do Fabrício, do Eusébio; Maria Sofia Sobral - Sobral, o sobrenome dela também tem uma marca na região norte do Estado do Ceará, a cidade de Sobral, que tem muito a ver com a educação Sobral também, educação de qualidade, que é uma marca da nossa terra -; tia Eliana Barbosa, tia Liloca; Ada Espíndola, que está aqui ao lado do marido dela, que está fazendo aniversário hoje - depois a gente canta os parabéns de novo, porque no almoço já teve uma prévia -; Raiane, lá de Goiânia, da escola Sathya Sai; Jairo Alves Borges, Goiânia; Vera Lúcia Barbosa, Aparecida de Goiânia, da escola Sathyia Sai; Hugo de Carvalho Sobrinho, Brasília, Secretaria de Educação do Distrito Federal - muito obrigado -; Alberto Silvana, da Bahia; Gustavo Pissolatti e Célia Pissolatti, de Campinas e Amparo, São Paulo; Rachel Feitosa Souto, de Fortaleza - olha, Rachel! Cadê a Rachel? Ela está aqui ainda? É filha de uma grande amiga nossa, a Leda Maria e do querido Souto Paulino, que receba as nossas orações, pois está hospitalizado, mas a gente está orando sempre mandando as vibrações; nosso querido Prof. Souto, um dos grandes ícones da comunicação do Estado do Ceará e fundador da Agência da Boa Notícia -; e Elianildo Nascimento, que eu vi aqui, da União das Religiões Unidas, e que estava aqui prestigiando também esse evento.
Então, muito obrigado pela presença de vocês aqui, gente de várias partes. Eu estava vendo na internet também muita gente participando, acompanhando a sessão e comentando.
Eu agradeço a todos vocês porque eu acho que vai chegar a hora. As raízes estão acontecendo, porque a árvore realmente dá bons frutos e, um dia - quem sabe? - no Ministério da Educação, a gente possa ter condição de apresentar...
Nós tivemos aqui uma sessão da Nova Acrópole, que fez 65 anos agora em julho, no dia 15 de julho, e nós fizemos uma sessão aqui. A Nova Acrópole, que foi fundada na Argentina e está no mundo inteiro e muito forte no Brasil, está fazendo um trabalho de resgate da filosofia clássica.
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Então, tudo se encontra, esses canais todos se encontram. Quem sabe, juntando Sathya Sai e Nova Acrópole, a gente possa apresentar para o Brasil algo que possa resgatar esses valores humanos que a gente está precisando reconhecer...
(Soa a campainha.)
O SR. PRESIDENTE (Eduardo Girão. Bloco Parlamentar Juntos pelo Brasil/PODEMOS - CE) - Eu agradeço.
Realmente está na hora de parar...
Eu falo, eu sou um pouco prolixo. Acho que o meu avô, o seu pai também era, e eu peguei essa coisa. Mas foi ótimo.
O senhor pode falar para encerrar a sessão.
Muito obrigado.
O SR. SURESH REDDY (Para discursar. Tradução simultânea.) - Obrigado. Foi um privilégio estar aqui e escutar cada um de vocês. Agradeço, especialmente, à Sofia.
Sofia, você mostrou que é uma lutadora, uma guerreira. Eu desejo a você todo o sucesso do mundo. Você não é uma guerreira só para você mesma, você é uma guerreira para toda a sociedade. Então não desista facilmente.
E para todos os nossos amigos aqui, por favor, tratem a embaixada como parceira. Se tiver alguma forma pela qual possamos trabalhar em conjunto, por favor, me avisem.
Eu vou tentar visitar as três escolas.
Muito obrigado. (Palmas.)
O SR. PRESIDENTE (Eduardo Girão. Bloco Parlamentar Juntos pelo Brasil/PODEMOS - CE. Tradução simultânea.) - Só para encerrar no ápice.
Muito obrigado por ter ficado conosco e muito obrigado mesmo por se colocar à disposição para nos visitar. Você é muito bem-vindo ao Brasil, você e sua família.
Você tem dois filhos no Canadá, e sua mulher está em Délhi neste momento. Muito obrigado mesmo por esta participação aqui conosco.
Nós tivemos uma sessão aqui no ano de 2019, não foi, Inês?
(Intervenção fora do microfone.)
O SR. PRESIDENTE (Eduardo Girão. Bloco Parlamentar Juntos pelo Brasil/PODEMOS - CE) - Nós fizemos uma sessão, uma audiência pública, que está na internet, é só pesquisar na TV Senado, no YouTube, uma audiência pública sobre o Programa Sathya Sai. Então, não é a primeira vez que chega ao Senado. Tivemos uma audiência pública na Comissão de Educação.
Nós vamos chegar lá, devagarzinho, no tempo de Deus, na hora certa, para levar aos brasileiros, com mais força.
Por falar em Deus, gratidão a Deus por tudo, gratidão a vocês!
Declaro encerrada esta sessão.
Muito obrigado. (Palmas.)
(Levanta-se a sessão às 19 horas e 52 minutos.)