4ª SESSÃO LEGISLATIVA ORDINÁRIA
56ª LEGISLATURA
Em 31 de outubro de 2022
(segunda-feira)
Às 16 horas
105ª SESSÃO
(Sessão Especial)

Oradores
Horário

Texto com revisão

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O SR. PRESIDENTE (Izalci Lucas. Bloco Parlamentar Juntos pelo Brasil/PSDB - DF. Fala da Presidência.) - Declaro aberta a sessão.
Sob a proteção de Deus, iniciamos os nossos trabalhos.
A presente sessão especial semipresencial foi convocada nos termos do Ato da Comissão Diretora nº 8, de 2021, que regulamenta o funcionamento das sessões e reuniões remotas e semipresenciais do Senado Federal e a utilização do Sistema de Deliberação Remota, e também em atendimento ao Requerimento 648, de 2022, de autoria desta Presidência e de outros Senadores, aprovado pelo Plenário do Senado Federal.
A sessão é destinada a comemorar o Dia do Médico.
A Presidência informa que esta sessão terá a participação dos seguintes convidados: o Sr. José Hiran da Silva Gallo, Presidente do Conselho Federal de Medicina; a Sra. Marcela Augusta Montandon Gonçalves, Presidente do Conselho Regional de Medicina do DF; a Sra. Adenalva Lima de Souza, Diretora do Instituto de Cardiologia e Transplantes do Distrito Federal; a Sra. Marta David Rocha de Moura, Diretora da Escola Superior de Ciências da Saúde (Escs); o Sr. Gustavo dos Santos Fernandes, Diretor Nacional de Oncologia da Rede Dasa; o Sr. Rodolfo Alves Paulo de Souza, oftalmologista; o Sr. Sidney Mendonça, cardiologista e Superintendente da Região Leste da Secretaria de Saúde do DF; o Sr. Ivan Paulo Rego de Souza, Superintendente da Região Norte da Secretaria de Saúde do DF; a Sra. Raquel Medeiros, endocrinologista e gestora pública; o Sr. Ulysses Rodrigues de Castro, psiquiatra; a Sra. Danielle do Brasil, obstetra; o Sr. Paulo Giovanni Pinheiro Cortez, infectologista; e o Sr. Gutemberg Fialho, nosso Presidente do Sindicato dos Médicos do Distrito Federal e da Federação Nacional dos Médicos.
Convido, para compor a mesa, o Presidente do Conselho Federal de Medicina, Sr. José Hiran da Silva Gallo. (Palmas.)
Convido também a Sra. Marcela Augusta Montandon Gonçalves, Presidente do Conselho Regional de Medicina do Distrito Federal. (Palmas.)
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Convido também a Sra. Adenalva Lima de Souza, Diretora do Instituto de Cardiologia e Transplantes do Distrito Federal. (Palmas.)
Convido também a Sra. Marta David Rocha de Moura, Diretora da Escola Superior de Ciências da Saúde (Escs). (Palmas.)
Convido o Sr. Rodolfo Alves Paulo de Souza, Oftalmologista. (Palmas.)
Convido também o nosso Presidente do Sindicato dos Médicos do Distrito Federal e também da Federação Nacional dos Médicos, Sr. Gutemberg Fialho. (Palmas.)
Convido também o Sr. Gustavo dos Santos Fernandez, Diretor Nacional de Oncologia da Rede Dasa. (Palmas.)
Convido a todos para, em posição de respeito, acompanharmos o Hino Nacional, que será executado pelo dueto da Banda do Corpo de Bombeiros do Distrito Federal.
(Procede-se à execução do Hino Nacional.) (Palmas.)
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O SR. PRESIDENTE (Izalci Lucas. Bloco Parlamentar Juntos pelo Brasil/PSDB - DF) - Assistiremos, agora, a um vídeo institucional.
(Procede-se à exibição de vídeo.) (Palmas.)
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O SR. PRESIDENTE (Izalci Lucas. Bloco Parlamentar Juntos pelo Brasil/PSDB - DF. Para discursar - Presidente.) - Bem, quero cumprimentar aqui a Sra. Marta David Rocha de Moura, que é a nossa Diretora da Escola Superior de Ciências da Saúde, o nosso Presidente do Conselho Federal de Medicina, Sr. José Hiran da Silva Gallo, a Presidente do Conselho Regional de Medicina daqui do Distrito Federal, Sra. Marcela Augusta, o Presidente da Federação Nacional dos Médicos e Presidente do Sindicato dos Médicos daqui do Distrito Federal, Sr. Gutemberg Fialho, a Diretora do Instituto de Cardiologia e Transplantes do Distrito Federal, Adenalva Lima de Souza, o Diretor Nacional da Oncologia, Sr. Gustavo dos Santos Fernandes, o médico oftalmologista da Secretaria de Saúde daqui do DF, Dr. Rodolfo Alves Paulo de Sousa, e também os nossos convidados especiais Sr. Sidney Sotero Mendonça, Superintendente da Região Leste, a Sra. Raquel Medeiros, médica endocrinologista, clínica geral e gestora pública, a médica ginecologista obstetra e especialista em medicina fetal Sra. Danielle Brasil de Figueiredo, o médico infectologista Sr. Paulo Giovanni Pinheiro Cortez, o médico psiquiatra Sr. Ulysses Rodrigues de Castro, o representante do Hospital DF Star, médico cardiologista Sr. João Poeys, agradeço, e os cumprimento também ao nosso dueto do Corpo de Bombeiros daqui do Distrito Federal, com o Capitão Bernardo no violão e o Sargento Samuel no saxofone, e cumprimento todos os médicos, médicas, nossos alunos, professores, nossos convidados, cumprimento todos os médicos do Brasil e, de uma forma especial, os nossos Senadores aqui, meus amigos Nelsinho Trad, que também é médico, Rogério Carvalho, também médico, Senadores aqui desta Casa.
Bem, nesta segunda-feira, comemoramos aqui, no Senado Federal, o Dia do Médico, que foi celebrado no último dia 18.
Eu não poderia começar esta minha fala sem falar que, a partir do ano que vem, teremos um novo governo, um novo tempo para nós legisladores. Entretanto, na vida, nos hospitais, nas doenças e nas dores não há novo tempo; há o tempo que vivemos.
Senhoras e senhores, em primeiro lugar, nesta sessão, eu quero recordar a participação do eminente Dr. José de Jesus Peixoto Camargo, Diretor da Santa Casa de Misericórdia de Porto Alegre, na sessão especial em homenagem ao Dia do Médico que realizamos aqui em 2019. Eram outros tempos, eu sei, mas foi marcante.
Ele nos apresentou um momento profundamente difícil na vida de qualquer médico - a perda de um paciente - e como isso o afetou profundamente, momento em que ele revelou querer apenas sair do hospital para poder chorar.
Esse episódio tocante nos leva a perguntar: o que é ser médico? A pergunta não é meramente retórica. Ser médico é fazer uma escolha com grandes implicações pessoais. Em primeiro lugar, é um curso que exige enorme entrega pessoal. São seis anos apenas na graduação. Depois, a escolha de uma especialidade requer muitos outros anos de dedicação. Uma residência exige outros dois, três ou até mesmo cinco anos de estudo.
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Além disso, a medicina moderna está em contínua evolução e demanda permanente atualização dos profissionais. O médico, enfim, nunca deixa de ser um estudante: conhecer, aperfeiçoar-se e aprender fazem parte permanente da vida de quem escolhe a medicina como profissão.
Todavia, ser médico vai muito além, é uma escolha que implica muitas renúncias pessoais. Doença não tem hora marcada; a qualquer momento o inesperado se faz presente. É uma emergência, é um acidente, é algo que tumultua o roteiro da vida com consequências incalculáveis.
Ser médico é, ainda, ser uma espécie de oráculo, é saber que as suas palavras têm peso e têm consequências, é saber que as pessoas o ouvem com atenção, com expectativa, é sentir toda a ansiedade de pessoas que esperam uma resposta e uma orientação.
Ser médico é também saber que o sofrimento é parte da existência humana e que nossa vida não é eterna; é saber que um caso nunca é apenas um caso, é uma pessoa que tem pais, filhos, cônjuges, irmãos e amigos; é saber que muitas vezes, por mais preparado que seja o médico, pouco pode ser feito.
Ser médico é entender também que há momentos de profunda alegria; é, por exemplo, quando colabora para trazer uma vida nova ao mundo, o momento do nascimento.
Ser médico é compartilhar a felicidade quando um paciente se cura de uma moléstia grave. Ser médico é compreender, da maneira mais profunda, o sentimento da palavra "empatia".
Meus amigos e minhas amigas, ser médico é compreender que, tanto quanto o remédio, a palavra tem imenso poder de cura. Como bem disse o médico e psicoterapeuta suíço Carl Jung, "conheça todas as teorias, domine todas as técnicas, mas, ao tocar uma alma humana, seja apenas outra alma humana".
Ser médico é, enfim, pôr em prática em cada momento do dia o Juramento de Hipócrates; é, nas palavras do médico grego, aplicar todos os meios para o bem do paciente segundo o poder e o entendimento disponíveis e, ainda segundo ele, conservar imaculada a sua vida e a sua arte.
Senhoras e senhores, estamos nos aproximando do fim do ano de 2022. Há quase três anos a pandemia da covid-19 começava a se espalhar como fogo por todo o planeta. O mundo não estava preparado para tal calamidade. As pesquisas tiveram que ser feitas a toque de caixa para encontrar a vacina que poderia parar a evolução da contaminação pelo vírus. Vieram as vacinas e os cuidados, mas é certo que perdemos muitas vidas, entre elas muitas mortes de médicos e de demais profissionais da saúde. O desafio que enfrentaram e os sacrifícios que fizeram foram de tal tamanho que merecem aqui, na data de hoje, o nosso imenso respeito e admiração.
Senhoras e senhores, Senadores e Senadoras, médicos e profissionais da saúde aqui do DF e do Brasil, reafirmo a minha compreensão, a minha admiração e o meu respeito por todos, dando-lhes conta do meu trabalho de apoio para que, no dia a dia, possam ter equipamentos e a infraestrutura necessária para o atendimento à população, especialmente aquela mais necessitada, que depende do serviço público de saúde.
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Nesse sentido, o trabalho que realizamos foi intenso aqui no DF. Conseguimos destinar recursos para equipamentos importantes em todos os hospitais, destravar os recursos destinados ao Hospital do Câncer, bem como apoiamos junto ao Governo do Distrito Federal, junto ao Governo Federal, o projeto e recurso para criação da plataforma Datasus, que tem como finalidade proporcionar a unificação de informações de pacientes atendidos pela rede de saúde pública de todo o país, com a participação de estados e municípios. Isso os senhores e as senhoras sabem que não só agiliza o atendimento, mas sobretudo salva vidas.
E ainda é luta de que não desistimos a execução por parte do GDF da implantação do laboratório de simulação realística da Escola Superior de Ciências da Saúde, aqui do Distrito Federal, cujos recursos foram realocados à emergência a alguns hospitais, mas certamente o GDF vai cumprir o acordo de fazer, tão logo seja possível, a compra desse laboratório tão importante para capacitação dos nossos futuros médicos.
Senhoras e senhores, são muitas batalhas, são muitas demandas, mas estamos aqui para fazer o que o país precisa. Por isso, faço um agradecimento especial a cada um dos médicos e das médicas do nosso país. Saibam que esta Casa e meu gabinete estão sempre abertos para ouvir todos os profissionais brasileiros da área, bem como entidade de classe. A covid-19 foi superada por vocês médicos e profissionais da saúde, que lutaram e acreditaram em dias melhores, mas agora são outros os muitos desafios que temos pela frente. Por isso, eu encerro este meu pronunciamento com as palavras do médico norte-americano James Little, que disse: "A primeira qualificação para um médico é a esperança".
Obrigado a todos pela presença e parabéns a todos os médicos e médicas deste país. (Palmas.)
Quero registrar também a presença do meu cardiologista, Dr. Osório. (Palmas.)
Assistiremos agora a uma contação de história apresentada pela Sra. Nyedja Gennari.
A SRA. NYEDJA GENNARI -
Eu juro, por Apolo, médico, por Esculápio, Higeia e Panacea, e tomo por testemunhas todos os deuses e todas as deusas, cumprir, segundo meu poder e minha razão, a promessa que se segue: estimar, tanto quanto a meus pais, aquele que me ensinou esta arte; fazer vida comum e, se necessário for, com ele partilhar meus bens; ter seus filhos por meus próprios irmãos; ensinar-lhes esta arte, se eles tiverem necessidade de aprendê-la, sem remuneração e nem compromisso escrito; fazer participar dos preceitos, das lições e de todo o resto do ensino, meus filhos, os de meu mestre e os discípulos inscritos segundo os regulamentos da profissão, porém, só a estes.
Aplicarei os regimes para o bem do doente segundo o meu poder e entendimento, nunca para causar dano ou mal a alguém.
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A ninguém darei por comprazer nem remédio mortal nem um conselho que induza a perda. Do mesmo modo, não darei a nenhuma mulher uma substância abortiva.
Conservarei imaculada minha vida e minha arte.
Não praticarei a talha, mesmo sobre um calculoso confirmado; deixarei essa operação aos práticos que disso cuidam.
Em toda casa, aí entrarei para o bem dos doentes, mantendo-me longe de todo o dano voluntário e de toda a sedução, sobretudo dos prazeres do amor, com as mulheres ou com os homens livres ou escravizados.
Aquilo que, no exercício ou fora do exercício da profissão e no convívio da sociedade, eu tiver visto ou ouvido, que não seja preciso divulgar, eu conservarei inteiramente secreto.
Se eu cumprir este juramento com fidelidade, que me seja dado gozar felizmente da vida e da minha profissão, honrado para sempre entre os homens; se eu dele me afastar ou infringir, o contrário aconteça.
Doutores e doutoras, boa tarde.
Com o juramento feito por cada um de vocês na formação da profissão, começo essa singela homenagem contando um pouco da história da Medicina. Então, aperte o cinto da imaginação ou solte, se preferir.
A medicina, no sentido da formação de sua palavra, refere-se basicamente à arte de curar e sempre foi desenvolvida por agentes que se propunham a sanar os males dos outros. Temos, assim, formas primitivas. Como, por exemplo, os pajés, que como curandeiros da tribo indígena, receitam e realizam procedimentos que ultrapassam o corpo físico da pessoa.
Alguns rituais são datados de aproximadamente 10 mil anos atrás, quando já se realizavam operações para retirar das pessoas o que lhe causava mal. Essas intervenções se chamavam trepanação e provocavam pequenos buracos nos crânios dos indivíduos para saída dos espíritos, que possivelmente seriam a causa de suas doenças.
A medicina se constituiu em ciência na Grécia, com os primeiros relatos e experimentos de Hipócrates, há mais de 2.500 anos. Naquela época, acreditava-se que os males do corpo eram consequência de um desequilíbrio dos líquidos presentes no organismo.
Com o crescimento de Roma, muitos médicos do mundo todo se mudaram para lá, a fim de desenvolver os seus estudos. O grego Galeno, através da dissecação dos animais, construiu um modelo anatômico, que foi empregado a partir de então para estudar, por comparação, o organismo humano.
No Egito, o exercício da medicina se aperfeiçoou com estreita ligação com a religião. Afinal, os médicos atendiam os faraós, que eram considerados a encarnação de deuses. Dessa forma, os egípcios desenvolveram várias técnicas de tratamento de enfermidades e até emplastros feitos com vísceras de leões ou elefantes.
Graças a técnicas e trabalhos desenvolvidos por esses práticos estudiosos, temos a preservação dos corpos mumificados dos antigos faraós egípcios.
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Durante a Idade Média, o grande desafio era vencer as imposições e as proibições das religiões, que, ao propor que o corpo humano era sagrado, impediam que houvesse dissecações e o próprio estudo das partes internas do organismo. Somente no século XV, houve autorização para realizar as primeiras dissecações. Os corpos escolhidos eram de criminosos condenados à morte, mas não era o bastante. Alguns médicos realizavam aventuras, como aguardar a execução de uma pessoa para, logo em seguida, roubar seu corpo. Ainda bem que nenhum de vocês precisou fazer isso. Conta a história que em Versailles, um médico belga roubou um esqueleto esquecido numa forca.
A medicina, com o fim das imposições, se desenvolveu. E aliada à descoberta de outras ciências, como a biologia, a física, a química, além da própria sociedade em si, é um sucesso. Por isso temos a medicina da atualidade, uma medicina inspiradora, que cura, que salva; uma medicina que salva cada vez mais vidas, sobretudo, pós-pandemia.
E a vocês, médicos, doutores, doutoras, que atuam de maneira preventiva e combativa, a nossa gratidão. E também, em homenagem a vocês, a Sociedade Brasileira de Medicina, que criou campanha tão importante como o Outubro Rosa, que consegue diminuir a morte por câncer de mama em 2,5 milhões por ano. Olha que coisa maravilhosa! Ah, então eu estou assim, de rosa. A nossa gratidão. E olha, está chegando o Novembro Azul.
E esta é uma singela homenagem do Senador Izalci a todos vocês. Vocês são maravilhosos. E as palmas são para vocês. (Palmas.)
Eu sou Nyedja Gennari, contadora de histórias.
O SR. PRESIDENTE (Izalci Lucas. Bloco Parlamentar Juntos pelo Brasil/PSDB - DF) - Registro a presença aqui também do Médico24hs, Dr. Carlos Cassiani. Obrigado, Dr. Carlos, pela presença.
Bem, está conosco aqui também o nosso querido Senador, médico, Nelsinho Trad. Se soubesse que estava presente aqui, teria chamado para ajudar a presidir. Com a palavra, Senador Nelsinho. (Palmas.)
O SR. NELSINHO TRAD (Bloco Parlamentar PSD/Republicanos/PSD - MS. Para discursar.) - Boa tarde a todos. Sejam muito bem-vindos ao Plenário do Senado Federal.
Cumprimento o Presidente desta sessão solene, Izalci Lucas, que sempre faz questão de proporcionar este momento único para a classe médica brasileira, nunca deixando passar em branco o dia 18 de outubro.
Cumprimento a Sra. Marta David Rocha de Moura, Diretora da Escola Superior de Ciências da Saúde; o Prof. José Hiran da Silva Gallo, Presidente do Conselho Federal de Medicina; a Presidente do Conselho Regional de Medicina do Distrito Federal, Dra. Marcela Augusta; o Presidente da Federação Nacional de Médicos e do Sindicato dos Médicos do Distrito Federal, Dr. Gutemberg Fialho; a Dra. Adenalva Lima, Diretora do Instituto de Cardiologia e Transplantes do Distrito Federal; o Diretor Nacional de Oncologia, Dr. Gustavo dos Santos e o médico oftalmologista, da Secretaria de Saúde do Distrito Federal, Dr. Rodolfo Alves, bem como os outros que compõem a mesa diretiva.
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Nós temos, atualmente, num colegiado de 81 Senadores, 7 médicos. A partir de 1º de fevereiro, nós vamos ganhar um reforço, com a eleição do Deputado Federal Dr. Hiran, que se elegeu Senador. Então, em nome dos meus colegas médicos, Dra. Zenaide Maia, Dr. Marcelo Castro, que foi Ministro da Saúde, Rogério Carvalho, Otto Alencar, Humberto Costa, que também foi Ministro da Saúde, eu gostaria de agradecer, mais uma vez, a iniciativa que sempre teve, no radar da sua atividade política, o Senador Izalci Lucas, que identifica o seu cardiologista, mas que não fala do seu urologista, que está aqui falando. Porque normalmente é difícil se falar de urologia. Sala de espera de urologia é algo em que um chega, olha o outro e fala: "O que é que você está fazendo aqui?" Mas, deixa para lá. Até porque, terminando o Outubro Rosa, nós vamos entrar no Novembro Azul, que remete à conscientização da importância da prevenção, da saúde prostática nos homens.
Dessa forma, caro Senador Izalci - que determinou, através desta iniciativa, este momento tão especial, como eu já falei -, gostaria de ressaltar que nós médicos, profissionais da área da saúde, estamos, aqui no Senado, sempre voltados à busca do aperfeiçoamento das pautas da saúde pública do nosso país.
Estamos diante do horizonte da telemedicina, que vem, na nossa avaliação, para ficar, mas jamais substituirá o conforto, o abraço, o aconchego, o acolhimento humano que um profissional médico dispende ao seu paciente. Muitas vezes, isso proporciona a porta de entrada para se atingir a cura. Diante disso tudo, saúdo todos os médicos brasileiros na certeza de que nada substituirá, com o avanço tecnológico que for, o dom divino que nós médicos devemos ter de aliviar, de confortar a de curar aquele que nos procura.
Muito obrigado. (Palmas.)
O SR. PRESIDENTE (Izalci Lucas. Bloco Parlamentar Juntos pelo Brasil/PSDB - DF) - Quero, mais uma vez, reforçar as palavras do nosso Senador, o querido Nelsinho Trad. Realmente, há muitos mais Senadores médicos do que eu, na hora, me lembrei aqui. Mas, de fato, nós temos aqui o Nelsinho, que é um grande representante do Mato Grosso; o nosso Rogério Carvalho, que é de Sergipe; Zenaide Maia, que é nossa amiga também, do Rio Grande do Norte; Otto Alencar, da Bahia; Marcelo Castro, do Piauí, que foi ministro também; Humberto Costa; e, agora, o Hiran, que também está vindo - não é, Nelsinho? São sete.
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Bem, o nosso querido Senador... Eu acho que o Guaracy não é médico, não, mas vou passar a palavra para ele.
Senador Guaracy Silveira, nosso grande representante de Tocantins.
O SR. GUARACY SILVEIRA (Bloco Parlamentar Unidos pelo Brasil/PP - TO. Para discursar. Por videoconferência.) - Meu Senador, meu Presidente...
Está tendo som aí? (Pausa.)
Meu Presidente Izalci, é sempre bom ver a sua sensibilidade para com o povo, para com os nossos profissionais. Outro dia foi sobre a educação e, hoje, com os médicos.
Meu caro Izalci, meus senhores e minhas senhoras, médicos e médicas, pessoas que têm devotado a vida em favor do próximo, é muito bom homenageá-los; é muito bom porque todos nós, de alguma maneira, somos e seremos sempre devedores aos nossos médicos. Só não é devedor ao médico quem não nasceu ou quem não foi nem concebido, porque todos os demais, de alguma maneira, são devedores aos senhores e às senhoras.
Quem, no mundo, pode dizer que não é devedor, por exemplo, a Edward Jenner, o homem chamado de pai da vacina, que descobriu os vírus antes de se saber que os vírus existiam? Ele criou justamente a vacina contra a varíola de modo, talvez, totalmente empírico. Quem não é devedor a Louis Pasteur, médico francês que descobriu a vacina contra a raiva e foi um bacteriologista? Quem de nós não é devedor a Albert Sabin, aquele polonês americano que descobriu a vacina ou que trabalhou na vacina contra a poliomielite, a paralisia infantil?
Meu Presidente, Senador Izalci, é difícil alguém de mais idade que não tenha na família quem não tenha sofrido ou sido contaminado ou até chegado à morte pela paralisia infantil. Eu mesmo tive um irmão que morreu por causa da paralisia infantil.
Quem de nós não é devedor a Alexander Fleming, o homem que iniciou a penicilina e, consequentemente, os antibióticos? Mas vamos ainda pensar quem não é devedor a Vital Brazil, o médico que descobriu o soro antiofídico, o antitetânico e antientérico? Quem de nós não é devedor ao sanitarista Oswaldo Cruz, também brasileiro, ou a Carlos Chagas? Afinal, são homens que fizeram a história, como os senhores e as senhoras estão fazendo. Então, todos nós somos mais do que devedores a todos os senhores.
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Se nós hoje temos uma medicina muito avançada, nós temos que tributar a devida honra a todos os pesquisadores que durante muito tempo trabalharam para descobrir, para criar o remédio.
Afinal, meus queridos médicos e queridas médicas, é tão bom ver a dedicação dos senhores e das senhoras. Como podemos deixar de homenagear médicos que dão a vida em causa da medicina, em causa da humanidade? Não podemos nos esquecer, por exemplo, de Gaspar Vianna, esse médico que, em prol da medicina, em prol dos serviços, morreu contaminado lá no início do século passado.
Mas vamos para mais perto de nós. Atualmente, agora, no mês de julho, o médico filho do José Maria Trindade, aquele grande repórter da Jovem Pan, o Vitor Procópio, um médico socorrista, morreu em um acidente dentro da ambulância.
Afinal, Sras. e Srs. Médicos, como é bom poder homenageá-los, dizer que vocês, pelo grande serviço que prestam à humanidade, estão mais próximos de Deus pelo bem que fazem. É com muita propriedade que o padroeiro dos médicos justamente - o patrono, aliás - é São Lucas, o escritor, o médico amado por Jesus Cristo.
E nós não podemos deixar de fazer a todos os médicos essa justa homenagem. Quantas vezes, em crises de saúde, os senhores quase abandonam o lar, a família vivendo dentro dos prontos-socorros e dos hospitais! Como é grandiosa a missão dos senhores e das senhoras, como é grandiosa!
A minha prece ao Senhor Jesus Cristo: que abençoe a todos os Srs. Médicos e as Sras. Médicas aqui presentes nesta sessão, dando paz, saúde, tranquilidade, prosperidade, porque realmente se há profissionais de grande utilidade para um país, para a nação, para o mundo, talvez estejam os senhores na primeira linha, porque em todo lugar existem existiram.
Imaginem nas guerras, embora vocês tenham um fuzil ou uma metralhadora, mas são como médicos socorristas, a Cruz Vermelha ou o Crescente Vermelho.
Ah, meus Srs. Médicos e Sras. Médicas, como é bom ver a dedicação dos senhores e o quanto somos devedores. Meu caro Izalci, foi muito apropriada e muito justa essa digna honra, essa homenagem a todos os médicos, porque se há um profissional... E mais do que uma profissão, os senhores e as senhoras têm uma missão, uma missão de extrema importância para todos os humanos. Desde a concepção até a morte nós não podemos dispensar um médico próximo a nós.
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Meus caros companheiros, eu não poderia deixar de mencionar que hoje, justamente o dia 31 de outubro, Senador Izalci, é um dos dias mais importantes da história: é justamente o dia em que se comemora a reforma protestante, o dia do Evangelho. Veja que justamente a reforma protestante fez uma coisa interessante no mundo, porque até 31 de outubro de 1517 não existiam faculdades ou ensinamento fora dos conventos ou fora da igreja, e foi justamente a reforma protestante que trouxe a ciência a todos os povos e abriu as universidades, as escolas, as faculdades. Então, estamos muito associados: o Dia da Reforma e o Dia do Médico; o médico e a reforma, graças a Deus!
Por que a medicina tem se desenvolvido? Lembro-me que, nos anos 40, o índice de longevidade no Brasil era de 46 anos; hoje nós estamos na base de 76, 79 anos. Vejamos bem que tudo isso é avanço da medicina, é conhecimento, é melhor ciência, é melhor pesquisa. Tudo isso fez com que a humanidade melhorasse o seu padrão de vida e a sua longevidade. E tudo isso nós devemos a grandes médicos ou a médicos muitas vezes não renomados, mas que se dedicam igualmente a todos os seus pacientes com amor, carinho e dedicação. E quantas vezes, Sras. e Srs. Médicos, em alguma causa, a medicina não conseguiu resgatar uma vida, e o senhor, médico, na enorme responsabilidade: "Desculpe-me!"?
Então, eu quero simplesmente pedir ao nosso Senhor Jesus Cristo, a Deus, nosso criador do céu e da terra, que recompense os nossos médicos e as nossas médicas, dando a todos vocês segurança, paz, prosperidade!
Deus os abençoe muito!
Deus os guarde, os livre do mal e lhes dê paz e prosperidade!
Um grande abraço aos senhores e às senhoras, médicos e médicas!
Muito obrigado. (Palmas.)
O SR. PRESIDENTE (Izalci Lucas. Bloco Parlamentar Juntos pelo Brasil/PSDB - DF) - Quero registrar a presença aqui do Dr. Carlos Fernando, que é Vice-Presidente do Sindicato dos Médicos aqui do Distrito Federal e também Secretário-Geral da Federação Nacional dos Médicos.
E registrar a presença também da Dr. Rosylane Rocha, 2ª Vice-Presidente do Conselho Federal de Medicina e também do Sindicato dos Médicos do Rio Grande do Sul.
De uma forma especial, quero cumprimentar aqui e agradecer a presença dos professores da Unieuro: Andréa Amoras Magalhães, que é a Coordenadora do curso de Medicina da Faculdade Unieuro; Cacilda Joyce Ferreira da Silva Garcia; Denise Leite Ocampos; Eduarda Faria Abrahao Machado; Elisangela Teixeira Gomes Dias; Juliana Patrícia Ferraz; Procópio Miguel; e Vinícius Ximenes. Também quero agradecer a presença aqui dos médicos do Instituto de Cardiologia e Transplante do Distrito Federal: Jorge Yussef Afiune, cardiologia pediátrica e também medicina intensiva pediátrica; Leonardo Cogo Beck, hemodinâmica e cardiologia intervencionista; Gustavo Paludetto Oliveira, angiorradiologia e cirurgia endovascular; Martha Mariana Arruda, hematologia e hemoterapia; Helen Souto Siqueira Cardoso; nefrologia; Linda Correia Santos Pedrazzi, cardiologia; Camilo de Lelis de Melo Chaves Júnior, cardiologia e medicina intensiva; Fernando Antibas Atik, cirurgia cardiovascular; Vítor Salvatore Barzilai; cardiologia e medicina intensiva; Roberta Assumpção Cartafina, anestesia; Guilherme Urpia Monte, cardiologia e medicina de urgência; Luciano Farage, radiologia e diagnóstico por imagem; Luiz Gustavo Guedes Diaz, cirurgião do fígado e do aparelho digestivo; e Adegil Henrique Miguel da Silva, cardiologista.
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Passo a palavra, agora, à Dra. Marta David Rocha de Moura, Diretora da Escola Superior de Ciências da Saúde (Escs).
A SRA. MARTA DAVID ROCHA DE MOURA (Para discursar.) - Boa tarde a todos.
Sr. Senador Izalci Lucas, demais membros da mesa, nobres colegas aqui presentes, servidores desta Casa, Senadores, senhoras e senhores, muito obrigada pela presença e muito obrigada pelo convite.
É com muita alegria que participo deste evento, em comemoração ao dia 18 de outubro, que é considerado o Dia do Médico no Brasil e em vários lugares do mundo. A data foi escolhida por ser o dia consagrado a Lucas, apóstolo de Cristo, considerado o "amado médico", segundo o apóstolo Paulo.
Desde o seu surgimento, no Egito Antigo, é inegável o avanço da ciência médica. Ela avançou durante a civilização grega, acelerou após o século XVII e tomou vultos inimagináveis nos séculos XX e XXI.
É graças a ela que pudemos aumentar a expectativa de vida da nossa população, que pudemos dar uma melhor condição de vida aos nossos idosos, que pudemos garantir o crescimento e o pleno desenvolvimento das nossas crianças, em especial dos recém-nascidos prematuros, a minha parte nas atividades de assistência. Sou pediatra e neonatologista de formação.
Sem dúvida, a medicina demonstra seu impacto em vários campos, não somente na melhora da saúde da nossa população, mas na área social. Pais saudáveis conseguem gerar famílias mais fortes e felizes. Um trabalhador sem doenças é mais produtivo e capaz de gerar trabalho e riquezas para o Brasil e para o mundo.
A pandemia do novo coronavírus, que surgiu em 2020 e assolou o mundo, escancarou a necessidade de médicos atentos à dor alheia e dispostos a salvar. Muitos tiveram como pagamento a própria morte diante de doença tão implacável, que não poupou a ninguém.
A expectativa de um futuro melhor também está pousada nos ombros dos nossos médicos e pesquisadores. Afinal de contas, esperamos ansiosos pela cura definitiva para alguns males que ainda assolam a nossa sociedade. Aguardamos a erradicação da Aids e da gripe, com o surgimento de novos vírus, e, finalmente, uma solução definitiva para o câncer.
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Os médicos ainda têm nas costas a responsabilidade de dar continuidade ao trabalho do grego Hipócrates, o Pai da Medicina, a quem os recém-formados dedicam um juramento. Mas não é só de expectativas que enchemos esses nossos jovens profissionais.
Agradeço novamente ao Senado Federal, em especial ao Senador Izalci, pela oportunidade oferecida por esta Casa nesta sessão solene, que nos permite aplaudir o trabalho cotidiano dos médicos. Somos profissionais que abdicamos do tempo de folga com a família, com os amigos, para nos dedicarmos integralmente a outra pessoa, para salvar a vida importante de um indivíduo para os seus familiares, para ajudar no parto de uma nova vida que chega, para aliviar a dor de um aflito, seja nos dias da semana, seja nas madrugadas ou nos feriados.
Ao comemorar o dia 18 de outubro, nós estamos reconhecendo o valor desses trabalhadores que obtêm sua recompensa ao ver uma vida sendo salva. Na maioria das vezes, somos rostos anônimos, que muitas vezes você encontra nas madrugadas, amarrotados, cansados, sem um salário digno e que cuidam desses indivíduos, cuidam de suas feridas, tratam de sua alma. Que em um futuro próximo passamos celebrar melhores condições de trabalho no nosso Sistema Único de Saúde, melhores salários, melhores jornadas de trabalho, assim como uma melhor formação para aqueles jovens que abraçam a Medicina!
Parabéns a todos, meus amigos, vocês que foram, como eu, escolhidos pela Medicina!
Termino minha fala com uma frase do Dr. William Osler, médico canadense, naturalizado americano, que é um dos ícones da Medicina moderna: "O bom médico trata as doenças, mas o grande médico trata o paciente".
Muito obrigada. (Palmas.)
O SR. PRESIDENTE (Izalci Lucas. Bloco Parlamentar Juntos pelo Brasil/PSDB - DF) - Concedo a palavra à Dra. Adenalva Lima de Souza Beck, Diretora do Instituto de Cardiologia e Transplantes do Distrito Federal.
A SRA. ADENALVA LIMA DE SOUZA BECK (Para discursar.) - Boa tarde a todos. Boa tarde, Exmo. Presidente desta sessão solene, Senador Izalci Lucas; todas as demais autoridades e colegas médicos presentes aqui; demais membros desta sessão.
Em primeiro lugar, eu gostaria de agradecer, em nome da nossa equipe do Instituto de Cardiologia e Transplantes do Distrito Federal, pelo honroso e gentil convite. Somos muito gratos por esse reconhecimento e agradecemos novamente por essas sensíveis e gentis palavras que o Senador Izalci proferiu aqui nesta sessão.
Hoje eu represento aqui os colegas do nosso Instituto de Cardiologia e Transplantes do Distrito Federal, uma instituição filantrópica com o fim de atender a população do Sistema Único de Saúde. Nessa longa jornada que iniciamos aqui há mais ou menos 20 anos, nós sabemos muito bem que o propósito de todos nós médicos é ouvir, aliviar o sofrimento e, por vezes, curar. Mas esse trabalho é impossível de ser feito sozinho. Nós trabalhamos numa equipe que envolve inúmeros outros profissionais de saúde e profissionais da área administrativa e não temos como atender os nossos pacientes se não temos também o apoio público.
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Agradeço, novamente, ao Senador Izalci e aos demais Senadores desta Casa, por todas as ações voltadas para a melhoria do Sistema Único de Saúde.
Vejam que todos nós lidamos com pessoas em momentos de maior fragilidade e, nesses momentos de maior fragilidade, o que a gente mais espera é oferecer, com dignidade, um atendimento que possa aliviar, curar, acalmar ou, mesmo quando o desfecho é fatal, que pelo menos a família tenha consciência de que o melhor foi feito em situações dignas.
Infelizmente, sabemos que, apesar de todos os projetos e verbas que são destinados à saúde, a nossa saúde pública ainda tem muito o que melhorar e, diariamente, enfrentamos problemas seríssimos nas instituições filantrópicas.
Aqui eu falo pelo Instituto de Cardiologia e Transplantes, um instituto que é voltado para o atendimento de alta complexidade, tanto em cardiologia quanto em transplantes de, praticamente, todos os órgãos. Vivemos, aqui, diariamente, questões e histórias que nos emocionam, que nos deixam, às vezes, sem ação. Temos dificuldades, muitas vezes, tanto de tecnologia quanto de recursos, para vencer os desafios das doenças de alta complexidade, que, infelizmente, são caras.
Então, faço, aqui, novamente, um apelo de que esta Casa continue cuidando e zelando para poder manter verbas e cuidar da saúde financeira dessas instituições e, desta forma, podermos cuidar, com honra e com dignidade, de todos os nossos pacientes.
Agradeço, novamente, aos nossos colegas médicos. Eu me sinto muito honrada de fazer parte desta profissão e, em especial, de fazer parte desta equipe que admiro tanto, que é a equipe do Instituto de Cardiologia.
Muito obrigada, mais uma vez, e uma boa tarde. (Palmas.)
O SR. PRESIDENTE (Izalci Lucas. Bloco Parlamentar Juntos pelo Brasil/PSDB - DF) - Ainda não registrei o outro médico, que é o nosso Senador Confúcio Moura. Então, nós temos que aqui 10% do Senado são médicos. Parabéns aos médicos!
Bem, eu passo a palavra, agora, ao Dr. Gustavo dos Santos Fernandes, Diretor Nacional de Oncologia da Rede Dasa.
O SR. GUSTAVO DOS SANTOS FERNANDES (Para discursar.) - Boa tarde a todos.
Saúdo o Senado Federal na pessoa do Presidente Izalci Lucas. Muito obrigado pelo convite. Saúdo todos os médicos na pessoa do Exmo. Presidente do Conselho Federal de Medicina, o Dr. Hiran Gallo.
Acho que ter a oportunidade de lembrar um pouco o Dia do Médico, depois do que a gente viveu, nestes dois anos e meio, é uma grande honra. É uma alegria estar aqui, hoje, com vocês. Os médicos exerceram, no Brasil, uma função espetacular, distinta e muito elogiável durante estes 30 meses de pandemia.
Quando a gente escolhe ser médico, falando um pouquinho da Medicina, ela vem, para nós, por diversas maneiras, mas, depois de mastigar, um pouco, o sabor da Medicina, a gente consegue entender algumas coisas.
Uma é que nós trabalhamos, todos os dias, com um propósito impossível de ser suplantado: não tem, não existe nada além, nada maior do que cuidar da vida das pessoas. A gente se dá por satisfeito quando a gente ajuda alguma coisa na vida de alguém, mas, quando a gente cuida da vida - ela mesmo - é algo soberbo, algo incrível.
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Segundo, nós encontramos, na Medicina, algo que outras profissões não dão, outras atividades não dão, que é uma função social muito relevante. Então, nós temos a oportunidade de ajudar o indivíduo na sua fragilidade, nós temos a oportunidade de ajudar a sociedade a lidar melhor com doenças, com situações, a aumentar a estimativa de vida - como me falou o nobre Senador, no Brasil, dobrou a expectativa de vida da população não só devido a medidas corretivas, mas muito a medidas preventivas, nos últimos cem anos -, e, além disso, nós temos reconhecimento social, distinção social - estamos aqui hoje sendo reconhecidos -, e somos remunerados por isso.
Então, eu tenho muito a agradecer à Medicina, sou apaixonado pela Medicina, e acho que a grande, grande, grande maioria dos médicos é apaixonada pela Medicina. Quando um médico se sente mal, endurecido, ofendido em ser médico, normalmente ele o sente por condições de trabalho. Eu acho que esse é o grande desafio que nós temos dentro da Medicina no Brasil hoje, e, sendo oncologista, não posso deixar de lembrar o tamanho do desafio que é fazer a oncologia dentro do Sistema Único de Saúde e quão atrasadas são as nossas tabelas, quão deficitárias são as tecnologias que são oferecidas para que os médicos cuidem dos seus pacientes.
Então, acho que a Medicina e o médico merecem, no dia de hoje, um aplauso efusivo. Nós somos afortunados de poder ter essa profissão, e acho que o que todos nós mais queremos é uma condição melhor de trabalho para que a gente exerça a Medicina da melhor maneira possível.
Agradeço penhoradamente aqui ao Senador Izalci Lucas pelo convite.
Obrigado a todos. (Palmas.)
O SR. PRESIDENTE (Izalci Lucas. Bloco Parlamentar Juntos pelo Brasil/PSDB - DF) - Quero também registrar a presença dos médicos da rede DF Star: Dr. Bruno Cunha, gerente médico e cardiologista; Dr. Benedicto Guerra, gerente de enfermagem; Dr. João Poeys, cardiologista; Dr. Daniel Marques, oncologista; Dr. Mateus Saldanha, radiologista intervencionista; e Marcos Pedrosa, médico da Sociedade Brasileira de Medicina da Família e Comunidade.
Obrigado pela presença.
Vou passar a palavra agora, representando aqui o Superintendente da Região Norte daqui da Secretaria de Saúde, ao Dr. Ivan Paulo Rego de Souza.
Dr. Ivan, pode ficar à direita aqui, tanto faz. (Pausa.)
O SR. IVAN PAULO REGO DE SOUZA (Para discursar.) - Boa tarde a todos.
Eu cheguei um pouquinho atrasado porque eu estava numa reunião de trabalho com a Secretária de Saúde. Estou muito feliz pelo fato de o Senador se lembrar de mim, porque eu não tenho um perfil político, sou um camarada que sempre trabalhou na linha de frente, e, por algum motivo, alguém me colocou como Superintendente da Região Norte, o que é um desafio, porque é uma região que tem 37 UBSs, 9 UPAs, 2 hospitais, é um pepino danado para cuidar. E a gente está tentando entender e tentando fazer o que é melhor para a nossa população.
Fico feliz de estar vendo tanta gente aqui, fico contente pelo fato de o Senador Izalci se lembrar de mim, e até agora estou surpreso de estar nesta situação aqui, falando para vocês no Senado Federal e com o cargo que me deram - não sei por que me deram, mas me deram, e eu vou tentar fazer o melhor possível.
Um abraço para todos aí. Até logo. (Palmas.)
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O SR. PRESIDENTE (Izalci Lucas. Bloco Parlamentar Juntos pelo Brasil/PSDB - DF) - Bem, quero registrar também a presença da Dra. Marina, que é pediatra e Diretora do Hospital Materno Infantil (Hmib), e da Dra. Andreia, ginecologista, Diretora da Clínica, também do Hmib.
Passo a palavra agora ao Sr. Sidney Mendonça, que é o nosso Superintendente da Região Leste, com um desafio grande. (Palmas.)
O SR. SIDNEY SOTERO MENDONÇA (Para discursar.) - Boa tarde a todos. Boa tarde, Senador Izalci. Boa tarde, Dra. Adenalva. Boa tarde, Dr. Gutemberg. Saudando esses amigos, eu saúdo os outros amigos da mesa.
Eu vi o Dr. Ivan, aqui, de calças curtas, e ele, assim como eu, é Superintendente de Saúde! Na minha região são 31 UBSs, 2 UPAs e 1 hospital. O Dr. Ivan foi nomeado há pouco mais de uma semana. Imagino que ele ainda esteja mais agitado do que eu.
Estou aqui, representando todos os médicos por ocasião do Dia do Médico, nesta sessão solene para receber esta honrosa homenagem estendendo-a a todos os colegas aqui.
Quando cheguei, eu percebi um número muito majorado de cardiologistas - cheguei a duvidar se não seria o Dia do Cardiologista! -, encontrei colegas do antigo Incor.
Eu sou médico formado pela UnB no final do último milênio, me formei em 2000. Sou especialista em clínica médica, terapia intensiva e cardiologista, cursei os três programas de residência e tenho meus títulos devidamente registrados no conselho.
Meu sonho ao fazer cardiologia era ir para São Paulo, onde talvez as melhores residências do mundo estão, mas na ocasião ocorreu um golpe do destino: o então Senador Antonio Carlos Magalhães perdeu o filho de forma fulminante - teve um infarto -, e o prestígio do Senador e essa ocorrência fizeram com que ele trouxesse o Incor para Brasília. Eu fui o primeiro residente do Incor e aqui encontrei esses colegas de outrora. Essa é a história, e o Incor é hoje um instituto de cardiologia muito importante para a gente, centro transplantador que é referência em cirurgia cardíaca, cardiologia de alta complexidade.
Eu resgato ainda a figura de um ilustre médico, não tão conhecido, que é o Dr. José Correia Picanço, fundador do ensino da Medicina no Brasil, meu conterrâneo, sempre lembrado nos arroubos de orgulho pernambucano pelo meu avô Joca.
Esse doutor nasceu em Goiana, uma cidade do interior de Pernambuco, na Mata Norte, em 1745, provavelmente filho de donos de engenho. Iniciou a prática médica em sua capitania e, em 1789, obteve o título de Doutor em Medicina pela Universidade de Paris. Fez carreira em Portugal, foi nomeado Cirurgião-Mor do Reino de Portugal e criou as primeiras escolas de Medicina do Brasil, as Faculdades de Medicina da Bahia e do Rio De Janeiro. Por tantos feitos, ele recebeu o título de Barão de Goiana e de Patriarca da Medicina Brasileira, para deleite do meu querido avô.
Nesses dois últimos séculos, essas faculdades formaram milhares de colegas e forjaram o caráter da nossa Medicina. Hoje temos 353 faculdades de Medicina, sendo que, delas, 173 foram abertas entre 2011 e 2021.
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A gente percebe esse crescimento exponencial de escolas médicas, e hoje há uma preocupação crescente entre as sociedades médicas com a qualidade da formação técnica e ética desses novos profissionais, cada vez mais distantes da missão original, preconizada pela medicina de Hipócrates, desde a Grécia antiga. Segundo Hipócrates, tratar frequentemente, curar às vezes, mas confortar sempre. Desde então, já existia um foco na humanização, um foco no outro, um foco no serviço, e hoje vemos muitos jovens procurando a medicina numa ilusão de status social, buscando confortar apenas o próprio ego. Presenciamos, nas últimas semanas, episódios tristes em que jovens futuros médicos cantaram e publicaram em mídias sociais, durante uma disputa desportiva, que são playboys e que não têm compromisso, respeito, pelos filhos de motoboys. Então, além do rigor técnico extremo, médicos precisam atender a requisitos mínimos de caráter e respeito à dignidade humana. O médico tem que ser mais do que um técnico em medicina.
Nesse sentido, enalteço a figura daqueles médicos imbuídos do mais genuíno senso de missão, em especial aqueles meus colegas atuantes no SUS, que lutam para entregar, a despeito do subfinanciamento e da falta disso ou daquilo, o tratamento certo para a pessoa certa, no tempo certo, com qualidade, de forma eficaz, humanizada e economicamente responsável. Enalteço os médicos que se importam.
Lembro que o SUS tem se mostrado uma ferramenta insubstituível de justiça social e serve como exemplo para muitos países, afinal a saúde é ou não é um direito de todos e dever do Estado?
Termino minha fala agradecendo vossa atenção; aos meus pais, pelo amor e pelas oportunidades a mim oferecidas com tanto esforço; à minha esposa e filhos, que comigo pagam o preço cotidiano pelo exercício vocacionado da medicina; a Jesus, pelo exemplo irretocável de compaixão, entrega, ética e hombridade.
E parabenizo, já deixando uma cobrança aos recém-eleitos Senadores da República, aos Deputados Federais, Estaduais, Distritais e aos membros do Executivo, rogando que lutem por um Brasil mais justo e, assim, melhor para todos.
Muito obrigado. (Palmas.)
O SR. PRESIDENTE (Izalci Lucas. Bloco Parlamentar Juntos pelo Brasil/PSDB - DF) - Quero registrar também a presença do Dr. Ubirajara, Dr. Thiago Blanco, psiquiatra infantil e docente da Escs.
Para não causar ciúmes dos cardiologistas, vou passar a palavra agora para o Dr. Rodolfo Alves Paulo de Souza, que é oftalmologista.
O SR. RODOLFO ALVES PAULO DE SOUZA (Para discursar.) - Boa tarde a todos.
Agradeço a todos da mesa, na pessoa do nobre Senador Izalci Lucas, que sempre apoiou as causas da classe médica e os nossos enfrentamentos diários.
Eu fiz questão de ser chamado e colocado na mesa como um médico da ponta, oftalmologista. À pessoa que veio pegar minha descrição do que eu sou, do que eu já fiz, eu disse: sou um oftalmologista da Secretaria de Saúde do Distrito Federal e quero ser apresentado assim.
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Tenho 17 anos de formado. Com alguns colegas aqui já convivi nas batalhas de gestão nessa Secretaria de Saúde, tentando valorizar o nosso SUS, e, assim, eu tenho uma mensagem na verdade para os médicos jovens e aos que ainda estão por formar.
Agradeço a todos os presentes, à minha amada família e a Deus, e a mensagem principal vai através de esperança e súplica aos futuros médicos e aos médicos recém-formados: tratem seus pacientes, seus colegas médicos e os demais da área de saúde com carinho, zelo e empatia. Valorizem os conselhos regionais, o conselho federal e os conselhos de especialidades médicas. Apoiem os sindicatos dos médicos, a Fenam e a Associação Médica Brasileira. Vislumbrem nomes que possam representar a nossa classe politicamente. Só assim a nossa medicina continuará figurando entre as melhores do mundo.
Obrigado.
O SR. PRESIDENTE (Izalci Lucas. Bloco Parlamentar Juntos pelo Brasil/PSDB - DF) - Concedo a palavra agora ao Psiquiatra Dr. Ulysses Rodrigues de Castro.
Dr. Ulysses está aí?
Grande Dr. Ulysses.
O SR. ULYSSES RODRIGUES DE CASTRO (Para discursar.) - Boa tarde, Senador Izalci. Quero cumprimentar minha Presidente do CRM, Dra. Marcela, cumprimentando a senhora e todas as mulheres médicas e não médicas também. Quero cumprimentar toda a mesa, na pessoa do meu Presidente do Sindicato dos Médicos, Dr. Gutemberg. E aqui eu estou entre amigos.
O Senador Izalci é sensivelmente à causa da questão da gestão na Secretaria de Saúde e eu sou testemunha. Em 2020, eu fui nomeado diretor do Hospital Regional da Asa Norte, em plena covid, e tivemos sempre o apoio incondicional do Senador. Por isso, eu me tornei um amigo pessoal do Senador. E tenho muita gratidão, Senador, por todo o apoio que o senhor deu não só ao Hran, levando equipamentos, mas estando junto numa discussão para a gente construir um projeto de saúde para Brasília.
Eu vejo aqui, e Rodolfo fez o discurso. Rodolfo é um grande amigo meu. A gente já participou de outras gestões juntos. E vejo jovens estudantes... Eu vim correndo do UniCEUB porque eu sou docente lá.
Mas o que eu penso, em termos de futuro, eu tenho 32 anos de Secretaria, é que a gente precisa, como disse o Rodolfo, trabalhar com as nossas entidades médicas.
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Eu vejo aqui o Dr. Hiran. Meu abraço. Abraço lá do Porto, onde fizemos o doutoramento em Bioética e tive a oportunidade de conhecer o Hospital São João, na Faculdade de Medicina do Porto.
E o que eu vejo é que a gente tem um abismo com relação... Talvez uma comunicação um pouco menos eficaz, no que diz respeito às instituições de educação médica de Brasília, com os conselhos, com a Associação Médica, com o sindicato. Eu acho que é uma proposta, não é? A gente já tem esse encontro das entidades médicas, e a proposta é que a gente estreite isso, com representantes de cada escola de Brasília, para, juntos, a gente construir um projeto de gestão, tanto de recursos humanos, um projeto de gestão, de criação de centros de simulação cirúrgica.
E acho, Senador, que a sua iniciativa, eu estive este ano agora, enobrece muito a medicina de Brasília. Não conheço nenhum político que teve essas iniciativas recentemente. E sinto-me muito honrado, principalmente no Dia do Médico, eu que fui vítima da covid duas vezes, trabalhando, não é? Perdi parentes no Hran, perdi amigos. Então, eu quero render minha homenagem a V. Exa. e render homenagem aos trabalhadores do Hospital Regional da Asa Norte, do qual eu participei, numa gestão participativa.
O que eu quero dizer é que a gestão participativa, com o trabalhador fazendo diariamente pontuações para a gestão, isso é fundamental para o sucesso de qualquer gestão hospitalar.
E eu tive a honra, por um período curto, mas a gente trabalhou de domingo a domingo. Conseguimos atender a mais de 80 mil pessoas no Hran. O Hran desenvolveu um pioneirismo na questão do tratamento da covid, graças ao gabinete de crise, graças à capacitação e à qualificação dos jovens médicos pelo Dr. Paulo Feitosa, que não está aqui, mas quero render minha homenagem a ele. Então, foi um momento em que houve uma sincronia, e nós nos abraçamos, porque era uma doença nova e a gente precisava trabalhar juntos. E juntos passamos por essa pandemia, com o enfoque sempre da gestão participativa.
Então, Senador, de coração, os meus agradecimentos.
E estão de parabéns aí os nossos colegas.
Quero desejar um ano melhor para os médicos do Brasil. Nós sabemos das dificuldades da implantação de uma carreira sólida em nível nacional, mas vamos lutar juntos. Todas as entidades médicas têm que estar umas com as outras, fazendo essa proposta da melhoria, não só salarial, mas a melhoria da condição de trabalho como um todo.
Então, Senador, meus sinceros agradecimentos em nome dos médicos do Hran, de todos os trabalhadores da nossa região central. Muito obrigado. (Palmas.)
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O SR. PRESIDENTE (Izalci Lucas. Bloco Parlamentar Juntos pelo Brasil/PSDB - DF) - Convido agora também a nossa gestora pública e endocrinologista Dra. Raquel Medeiros. (Palmas.)
A SRA. RAQUEL MEDEIROS (Para discursar.) - Boa tarde a todos.
Agradeço o convite para estar presente aqui, hoje, nesta cerimônia em homenagem ao Dia dos Médicos, agradeço ao Senado Federal, na pessoa do Senador Izalci, ao mesmo tempo em que cumprimento toda a mesa e agradeço a oportunidade de estar aqui, com os meus colegas e pares, nesta data tão importante.
Sou médica formada desde 2004. Eu me formei, com muito orgulho, na Escola Baiana de Medicina e Saúde Pública, já que foi citada pelo meu sucessor, Dr. Sidney, e comecei na Secretaria de Saúde como médica de saúde da família e comunidade. Especializei-me, depois, em Endocrinologia, na Santa Casa da Misericórdia do Rio de Janeiro. Voltei para Brasília e trouxe o meu marido, lá de Salvador, também médico, também sendo homenageado aqui hoje.
Comecei a adentrar na Secretaria de Saúde na gestão pública. Apaixonei-me por isso. Até recentemente, estive como Secretária Adjunta de Assistência. Hoje, voltei para a assistência e continuo fazendo gestão pública no Hospital de Apoio de Brasília. Vi que sempre há algo mais para a gente fazer: tem a parte da gestão, tem a parte assistencial e a gente sempre pode fazer mais. Estou me especializando, agora, em cuidados paliativos. É uma área pela qual sou completamente apaixonada. Então, não tem como eu não me emocionar e não citar o período que a gente enfrentou nesses últimos dois anos e meio.
O período de pandemia trouxe um conjunto de desafios, em complexo cenário, com perspectivas diversas, descortinando um novo mundo com um novo normal, que pediu, de todos nós, médicos, um esforço adicional de compromisso, integração, compreensão e capacidade inventiva para produzir e implementar soluções e resultados efetivos. Diante disso, tivemos que nos reinventar na hora de exercer a nossa profissão. Precisamos nos desdobrar para atender à demanda de pacientes contaminados e prestar assistência aos doentes crônicos e agudos, incluindo aqueles em isolamento social. Reforçar o conhecimento científico, sempre baseado em informações técnicas, e na dinamicidade dos dados epidemiológicos, fez o protagonismo dos médicos dentro do Sistema Único de Saúde, programando ações que orientassem a comunidade em geral, além de estar atuando diretamente na linha de frente.
Temos uma ótima oportunidade, aqui, para avaliarmos e autoavaliarmos o que foi realizado, bem como os resultados, no sentido de aprendermos e de termos a oportunidade de melhorar as nossas ações, nossos resultados e o nosso mérito, gerando melhoria nos processos de trabalho, com transparência, ética e integridade. Seguimos assim, nós médicos, muito mais amadurecidos, com muito mais aprendizados, mais fortalecidos e mais unidos do que nunca.
Meu muito obrigada a todos vocês. (Palmas.)
O SR. PRESIDENTE (Izalci Lucas. Bloco Parlamentar Juntos pelo Brasil/PSDB - DF) - Concedo a palavra, agora, ao Dr. Gutemberg Fialho, Presidente do Sindicato dos Médicos do Distrito Federal e também da Federação Nacional dos Médicos (Fenam).
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O SR. GUTEMBERG FIALHO (Para discursar.) - Cumprimento a todos.
Quero cumprimentar o Presidente da mesa, Senador Izalci Lucas, e agradecer-lhe, mais uma vez, por promover esta sessão especial em comemoração ao Dia dos Médicos. Quero cumprimentar os demais integrantes da mesa na pessoa do Presidente do Conselho Federal de Medicina, Dr. José Hiran da Silva Gallo. Quero cumprimentar os presentes na pessoa da Dra. Rosylane Rocha, 2ª Vice-Presidente do Conselho Federal de Medicina, na pessoa da Dra. Marina, Diretora do Hospital Materno Infantil de Brasília, hospital que é minha origem, e também na pessoa do meu amigo, meu colega, meu irmão, meu cardiologista também, Senador Izalci, o Dr. Osório Luiz Rangel de Almeida, decano da cardiologia de Brasília e também conselheiro do Conselho Regional de Medicina do Distrito Federal.
Antes de algumas considerações, eu gostaria também de parabenizar o Dr. Ulysses pelos brilhantes serviços que prestou, na época da pandemia, como Diretor do Hran, que foi o hospital de referência naquele momento. E quero dizer ao meu amigo Ivan Paulo que não foi à toa que você foi indicado Superintendente da Região Norte; foi sua competência, comprometimento, dedicação e capacidade de trabalho. Nós nos conhecemos, Dr. Ivan, há mais de 20 anos.
Meus amigos, ser médico é extremamente fantástico. Poucas pessoas têm essa oportunidade, têm esse privilégio. Tocar as pessoas, salvar vidas, aliviar a dor e, no mínimo, dar dignidade é extremamente gratificante. Só quem vivencia isso, só quem tem esse sentimento é quem é médico, não tenha dúvida disso; com essa profundidade, somos só nós, os médicos.
As dificuldades e os desafios, Senador Izalci, são enormes, são inúmeros. Presidente Hiran, os desafios são enormes, as dificuldades são enormes, mas nós, médicos, somos senhores dos nossos destinos, basta querermos. Com união, com inteligência e com estratégia, somos capazes de superá-los.
Nós temos vários colegas médicos no Senado, bem como não médicos também, que sempre apoiaram as causas médicas e mantêm os seus gabinetes abertos, como o Senador Izalci Lucas, e enriquecendo agora com a presença do Senador eleito, o Deputado Federal Hiran Gonçalves.
Meus amigos, eu costumo dizer que a medicina, antes de uma vocação, é um destino. E vamos cumprir o nosso destino levando para a população uma assistência à saúde de qualidade e melhorando a qualidade de vida do povo.
Mais uma vez, parabéns pelo nosso dia, parabéns pelo Dia do Médico! Trago aqui o abraço do Sindicato dos Médicos do Distrito Federal e da Federação Nacional dos Médicos.
Muito obrigado e um forte abraço a todos. (Palmas.)
O SR. PRESIDENTE (Izalci Lucas. Bloco Parlamentar Juntos pelo Brasil/PSDB - DF) - Quero registrar a presença também do Dr. Petrus Leonardo Barron Sanchez, que é médico pediatra.
Eu vou conceder a palavra, agora, à Sra. Danielle do Brasil, que é obstetra.
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A SRA. DANIELLE DO BRASIL DE FIGUEIREDO (Para discursar.) - Boa tarde a todos. Obrigada.
Muito obrigada pelo convite, eu o dedico a todas as famílias, a todos os bebês que me ensinaram tanto, que me ensinaram medicina, que me ensinaram sobre a vida, que me ensinaram sobre o amor.
A medicina fetal é nova, é uma área nova de especialidade dentro da medicina. Por quê? Eu caminho junto com a tecnologia, porque o meu paciente é o feto. Ele não está do lado de fora, ele não é o bebezinho, ele é um fetinho lá dentro. E para eu ter acesso a ele eu preciso do ultrassom.
Então, a medicina fetal olha para o feto dentro da barriga, e eu entendi muito rapidamente que, assim, diferente do exame de sangue em que não vai mais ninguém, o meu exame é um evento social: vai a mãe, vai a tia, vai a madrinha, está todo mundo com uma expectativa enorme, porque ali a gente está recebendo um ser que vai ser parte da família. Ele sai do imaginário, deixa de ser um bebê e vira a Sofia, o João, o Pedrinho.
Só que, muitas vezes, a gente não tem só notícias boas para dar, não é? Tem fetos malformados que a gente vai acompanhar, a gente vai fazer o que pode, a gente vai dar amor, a gente vai aceitar e, muitas vezes, tem até a possibilidade de a gente ser instrumento de um milagre, porque a medicina fetal vai desde o diagnóstico até algumas intervenções, igual o bebê Ragner, que está ali atrás, gente - põe a mão aí para cima! (Pausa.)
Esse bebezinho é um milagre! Ele tinha uma lesão no pulmão tão grave que se a gente não tivesse operado dentro do útero ele não estaria aqui.
Até hoje eu olho e falo: nossa, foi um milagre! (Palmas.)
Nós atendemos no Hmib cerca de 400 fetos malformados por ano e, mais ou menos, cem gemelares, de alto risco.
E aqui eu estou na presença das minhas diretoras, agradecendo e pedindo, meu caro Senador, apoio, porque eu quero continuar trabalhando cada vez mais e melhor.
Obrigada a todos. (Palmas.)
O SR. PRESIDENTE (Izalci Lucas. Bloco Parlamentar Juntos pelo Brasil/PSDB - DF) - Concedo a palavra agora à Dra. Marcela Augusta Montandon Gonçalves, que é Presidente do Conselho Regional de Medicina aqui do Distrito Federal.
A SRA. MARCELA AUGUSTA MONTANDON GONÇALVES (Para discursar.) - Boa tarde a todos.
Cumprimento a mesa, na pessoa do Sr. Senador Izalci Lucas. Boa tarde a todas e a todos os presentes. Dra. Danielle, eu me solidarizo com você, eu também sou ginecologista e sei da importância que a nossa especialidade vem tomando na medicina.
Mas, bom, hoje nós vamos falar do Dia do Médico. O Dia do Médico, celebrado no dia 18 de outubro, é uma data consagrada aos profissionais que dedicam as suas vidas a cuidar de outras vidas.
O médico atua de maneira preventiva e combativa contra as doenças que afligem os pacientes. Atualmente, temos 17.725 médicos ativos no Conselho Regional de Medicina do Distrito Federal, que trabalham para levar saúde à população do DF.
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Esses profissionais escolheram deixar os momentos com quem amam em segundo plano para cuidar do amor da vida de alguém. São médicos que exercem o seu ofício com dignidade e profissionalismo; e, hoje, reconhecemos essa trajetória que é um exemplo de vida para todos nós. Tenho orgulho desses médicos e médicas, do caminho percorrido por cada um e da experiência de vida acumulada. São colegas que atuam com os mais nobres princípios de respeito ao próximo, de dignidade e ética.
Nossa profissão, como sabemos, é reconhecida pela entrega pessoal, pelos estudos e por muita paixão. Por isso, também estendo a homenagem aos familiares dos médicos, que tantas vezes se desprenderam do próprio lar, se ausentaram em momentos importantes, muitas vezes para dar atenção aos pacientes, como se fossem seus próprios filhos.
Atualmente, a medicina tem enfrentado problemas de financiamento e estruturais nos diferentes serviços de saúde, que muitas vezes chocam de frente com a profissão médica, que quer ajudar e não encontra os meios disponíveis para realizar seu trabalho. Mas, mesmo com todas as dificuldades, quando nós médicos conseguimos recuperar a saúde das pessoas, percebemos que escolhemos a profissão certa e nos alegramos da nossa jornada. Graças a essa dedicação constante, muitas vidas são salvas e muitas dores são curadas.
Para aqueles que ouviram o chamado para esta vocação e passaram por anos de estudo e dedicação, presto minhas homenagens e agradeço de coração. Doutores e doutoras, vocês têm a mais nobre das profissões. Toda minha gratidão por se doarem tanto todos os dias.
Em nome do Conselho Regional de Medicina do Distrito Federal, parabenizo todos os médicos.
Muito obrigada a todos os presentes! (Palmas.)
O SR. PRESIDENTE (Izalci Lucas. Bloco Parlamentar Juntos pelo Brasil/PSDB - DF) - Antes de passar para o Presidente do Conselho Federal, eu convido também o Sr. Paulo Cortez, que é infectologista.
O SR. PAULO GIOVANNI PINHEIRO CORTEZ (Para discursar.) - Boa tarde a todos!
Senador Izalci, cumprimento, diante de toda uma história de apoio à saúde, especificamente aqui no Distrito Federal, o Dr. José Hiran e a Dra. Marcela, como membros dos nossos conselhos que normatizam as nossas ações e são tão importantes diante da diversidade e, cada vez mais, de uma medicina mais tecnológica e também tão díspar.
É importante citar a Dra. Marta. E aí ela lembrou São Lucas, que era um homem abnegado, o primeiro dos vocacionados. E ao pensar na abnegação, lembro-me de uma pessoa bem importante que era a minha avó e, a partir dela, eu me tornei um abnegado. E assim eu continuo me emocionando.
Em 20 anos de formado, desde sendo um médico militar e, até recentemente, Superintendente do Hospital de Base do Distrito Federal, foram muitos anos e muitas experiências em que a empatia com o outro - e eu estou falando do outro dentro de uma perspectiva transdisciplinar, assim como em uma perspectiva do paciente. E é ao paciente que eu agradeço, principalmente porque é ele o principal motivo de nós estarmos aqui. E eles somos nós. Hoje, eu sou infectologista de alguém; e, amanhã, eu vou ser, de repente, paciente do Dr. Nelsinho, do nosso Senador.
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Então, nós tratamos o semelhante. E é disto que fala a medicina: de você cuidar do outro como se fosse de você mesmo.
A partir disso, a gente vai reunindo tanto princípios bioéticos, que devem ser preservados, como também uma tecnologia que dá respostas mais rápidas.
Portanto, tanto da iniciativa privada, como das operadoras de saúde e da saúde pública, a gente precisa ter esses meios normativos, porque você está regulando uma profissão que cuida do outro, mas que precisa ser cuidada com segurança e responsabilidade.
Então, é muito importante que essa segurança e responsabilidade em nível individual também possam ser encaradas em âmbito coletivo.
Estou olhando aqui a Dra. Raquel e, na pessoa dela, eu queria agradecer, porque vivemos algumas ondas juntos na pandemia... E, naqueles momentos, nós éramos colegas. Em muitos momentos, as nossas dores eram divididas, assim com a Dra. Marina, assim com a Dra. Andréa. Quantas noites, à meia-noite, nós estávamos lá tentando resolver alguns pacientes da ortopedia?
Então, isso, nós fazemos porque é a nossa missão.
Aquele ser humano que não tem causa está morto, mas aquele que tem causa sobrevive.
E a gente deve sobreviver num meio tecnológico, a partir de preceitos éticos, profissionais e normativos, que são muito importantes, porque, cada vez mais, a pandemia nos mostrou isto, em tantos questionamentos da medicina, em tantos questionamentos da ciência: como a gente está preparando os nossos colegas? Como a gente está preparando os nossos estudantes?
Eu coloquei, dentro dos apontamentos, a questão da educação, Dr. Rodolfo, um velho colega também de gestão da secretaria, de várias idas e vindas que nós tivemos, o quanto a gente precisa cuidar da educação dos nossos alunos, porque os nossos alunos nos fazem melhorar. Durante a covid, quantas vezes eu melhorei como infectologista porque me questionavam alguma coisa que havia sido publicada no New England ou no Jama, e eu não estava sabendo porque eu era gestor do hospital e tinha que acordar às 4h da manhã para dar segurança para minha equipe, para cuidar bem do doente e para melhorar os meus indicadores.
Então, dentro desta perspectiva da medicina do século XXI, a gente também trabalha com indicadores. A maioria de nós não foi formada para lidar com indicadores. Mas a gente precisa lidar com indicadores porque a gente precisa ter uma saúde mais eficiente, porém uma saúde mais humana. E esse é um grande desafio.
A telemedicina, por meio da Resolução 2.314, deste ano, traz para a gente uma forma propedêutica, o que é, para alguns, alguma polêmica, mas é mais um método de fazer medicina, é mais uma forma de aproximar o paciente. Usar equipamentos que monitoram o paciente vai nos permitir prevenir doenças cardiovasculares.
A partir disso, juntamos isso com a bioética, juntamos isso com olhar o outro como semelhante, com olhar o colega.
De novo, Raquel, obrigado por toda a caminhada que tivemos juntos. Em nome dela... Andréa, da mesma forma; ao Dr. Gutemberg, que, dentro de uma perspectiva de gestão, em que a gente poderia ter grandes enfrentamentos, foi também um grande parceiro dos hospitais que queriam fazer saúde pública com qualidade no Distrito Federal.
Senador Izalci, agradeço a esta Casa, agradeço ao senhor e à sua equipe. É importante lembrar a sua equipe, que, com tanto carinho, nos tratou, que nos recebeu, que foi até os hospitais nos ajudar e perguntar se precisávamos de alguma coisa.
Então, cuidar do outro, enxergar o outro. Quando a gente enxergar o outro, a gente vai fazer o certo, a gente vai fazer da forma correta, vai fazer da forma ética. E a gente não vai ter conflito. A divergência política, social é necessária. A partir da divergência, a gente melhora. A partir da divergência, a gente incorpora a tecnologia. De coração, a minha gratidão, a minha gratidão por estar aqui, a minha gratidão aos meus familiares porque todos nós temos valores, esses valores que fazem com que sigamos a nossa missão da forma mais correta, da forma mais comprometida e da forma mais justa.
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Muito obrigado. (Palmas.)
O SR. PRESIDENTE (Izalci Lucas. Bloco Parlamentar Juntos pelo Brasil/PSDB - DF) - Bem, concedo a palavra agora ao Sr. José Hiran da Silva Gallo, que é o Presidente do Conselho Federal de Medicina.
O SR. JOSÉ HIRAN DA SILVA GALLO (Para discursar.) - Boa tarde, boa noite a todos!
Inicialmente, eu cumprimento o ilustre Senador Izalci Lucas por nos dar essa festa honrosa do Dia do Médico. Cumprimento também a Diretora da Escola Superior de Ciências da Saúde, Dra. Marta de Moura; a ilustre Presidente do Conselho do DF, a Vice-Presidente mais pujante da nossa Federação, a Dra. Marcela Gonçalves; o Presidente da Fenam e do Sindicato dos Médicos, uma pessoa que tanto batalha em benefício dos médicos do Distrito Federal e do Brasil, o Sr. Gutemberg Fialho; a Diretora do Instituto Cardiologia e Transplantes do Distrito Federal, Sra. Adenalva Beck; o Diretor Nacional de Oncologia da Rede Dasa, Dr. Gustavo Fernandes; e o médico oftalmologista, um homem de grande visão, Rodolfo de Souza.
Estou saindo daqui gratificado, onde escutei vários depoimentos emocionados, como o da Dra. Danielle, o da Dra. Raquel e de todos os que tiveram a fala enaltecendo a medicina brasileira.
Eu quero dizer para vocês que eu tenho mais de quatro décadas como tocoginecologista e amo minha profissão, porque eu trago vidas, eu faço nascer pessoas. Quem é contra a vida é porque já nasceu.
Eu quero agradecer ao nosso Senador Izalci porque eu pedi a ele seis horas para extravasar as minhas emoções, e ele me concedeu quatro horas. Vocês vão sofrer nas minhas mãos agora.
E, ao mesmo tempo, também não poderia deixar de parabenizar e cumprimentar esse cardiologista, o Dr. Osório, por trazer essas pessoas com grande saúde cardiovascular.
Quero também cumprimentar a minha Vice-Presidente, Dra. Rosylane Rocha, o meu pitbull, pessoa que me defende, pessoa que ama a medicina brasileira e que tem grande serviço prestado à medicina brasileira.
Também não poderia deixar, meu ilustre Senador Izalci Lucas, de cumprimentar os Senadores do meu estado, Confúcio Moura, Marcos Rogério e Acir Gurgacz.
Ainda não comecei, ainda não está contando tempo. Vai passar a contar agora.
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Depois desses depoimentos que eu escutei aqui, eu saio daqui alegre e contente. Para você exercer a medicina, você tem que gostar de gente, com humildade, com humanismo. Estas médicas e médicos que aqui falaram depositaram amor ao próximo, amor à medicina. É disto que nós precisamos no nosso país: amor fraternal. Nós temos que nos gostar, deixar as diferenças de lado e exercer o amor no nosso coração.
Vou iniciar com uma frase: "Conservarei imaculada minha vida e minha arte". Talvez este seja um dos trechos menos lembrados do Juramento de Hipócrates, mas que, nesta solenidade, dedicada a celebrar o dia 18 de outubro, o Dia do Médico, faço questão de relembrar.
Ser médico é mais do que uma profissão, é uma missão, um compromisso para o resto da vida. É deixar de lado, na maioria das vezes, o conforto do nosso lar, para passar horas em plantão, em um hospital, ou sair da cama, de madrugada, para realizar uma cirurgia de emergência, salvando vidas.
Meus amigos, minhas amigas, médicas e médicos, aqui presentes, Senadores, sem dúvida, o médico é o mais democrático dos profissionais, pois estende seu cuidado a todos os pacientes com o mesmo zelo e compromisso.
Vivemos um período turbulento nas mais diferentes esferas da vida do nosso país, no entanto, o que move o médico é o seu profundo respeito ao paciente e o seu irrestrito compromisso com o bem-estar do outro, mesmo que seja um completo desconhecido.
Recentemente, quando o mundo enfrentou a pandemia do covid-19, os médicos demonstraram, na prática, o seu total desprendimento. Graças ao trabalho dos médicos e dos demais profissionais de saúde, milhões de brasileiros superaram o coronavírus e conseguiram escapar das estatísticas de mortalidade. Nos postos de saúde, nas emergências e na beira dos leitos de internação e da UTI, quem estava oferecendo suporte ao paciente e liderando as equipes de saúde eram os médicos brasileiros.
Senhoras e senhores, atualmente, no Brasil, há mais de 550 mil médicos registrados ativamente. No entanto, se o país tem uma das maiores populações de médicos do mundo, infelizmente, esse enorme contingente de profissionais dedicados e qualificados ainda não conta com a devida valorização e o reconhecimento merecido.
Sabemos das imensas dificuldades que nos assolam, entre as quais se destacam: as precárias condições de trabalho - lamentáveis -, na rede pública, que limitam a nossa ação em favor de quem busca e precisa de alívio; as danosas interferências dos planos de saúde, que, baseados numa lógica economicista, glosam procedimentos e interferem na autonomia de profissionais e pacientes.
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Eu defenderei um dos pilares hipocráticos, que é a autonomia do médico e o sigilo médico, e não irei me curvar a quem quiser combater isso; a remuneração incompatível com nosso tempo de preparo e dedicação, a qual não valoriza nosso papel como médicos vocacionados, capacitados e preparados para nossa missão diária; a violência que ronda postos de saúde, consultórios, prontos-socorros e hospitais levando para nosso ambiente de trabalho uma sensação de insegurança em lugar de paz e de tranquilidade desejada; o cansaço e o estresse, doenças da contemporaneidade, que nos levam à fadiga e cobram no nosso corpo a fatura pelo descaso com a saúde do nosso país.
Hoje, aqui, no Senado Federal, quero agradecer ao ilustre Senador e quero, portanto, aproveitar também o espaço e a oportunidade para lançar diante dos Srs. e Sras. Parlamentares algumas das medidas que nossa categoria espera para que a medicina, os médicos e os pacientes tenham um futuro melhor.
Em primeiro lugar, é preciso que sejam adotadas ações que assegurem o respeito aos direitos dos pacientes, dando-lhes acesso a um sistema público de saúde de acesso universal, equitativo, integral, gratuito, de qualidade e com controle social, como previsto na Constituição Federal.
De forma complementar, o país precisa contar com o fortalecimento do financiamento, gestão e controle do SUS, com o consequente aumento dos recursos públicos para o financiamento do nosso Sistema Único de Saúde.
No que se refere à gestão de recursos humanos no SUS, defendemos a implementação de programas de alocação e fixação de médicos brasileiros, com diplomas reconhecidos no país e detentores de CRM. Jamais poderemos aceitar médicos sem qualidade, médicos sem CRM no nosso país. A nossa população não aguenta ter dois tipos de medicina: um para rico; outro para pobre.
Esses profissionais devem contar com condições de trabalho e de atendimento que lhes permitam cumprir seu papel, sobretudo nas áreas de difícil provimento, dando continuidade ao histórico compromisso dos médicos brasileiros com a saúde e a vida da população.
Ainda com relação ao trabalho médico, consideramos fundamental que a aprovação no Revalida, o Exame Nacional de Revalidação de Diplomas Médicos, seja definida como a única forma de acesso dos portadores de diploma de Medicina obtidos no exterior ao registro de médicos nos Conselhos Regionais de Medicina.
No que se refere à formação de futuros profissionais, as entidades médicas, Fenam, FMB, Associação Médica Brasileira e Conselho Federal de Medicina, junto com os sistemas conselhais, querem a renovação da portaria do Ministério da Educação que suspende a abertura de novos cursos e vagas nos cursos de Medicina em funcionamento. Hoje, nós temos 376 faculdades de Medicina até a hora em que eu saí do Conselho Federal de Medicina.
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A entrada em funcionamento de centenas de cursos com pouca infraestrutura fragilizou o processo de formação dos profissionais pela falta de professores qualificados e acesso a campos de estágio e hospitais de ensino, entre outros pontos.
Nós, médicos brasileiros, exigimos ainda respeito às prerrogativas do Ato Médico, previstas em lei especifica, e à nossa autonomia profissional, da qual não abriremos mão, observando-se os preceitos e limites estabelecidos pelo Código de Ética Médica - fiquem tranquilos porque ainda faltam três horas e meia!
Acreditamos que esta agenda que acabo de descrever pode transformar o futuro da saúde no Brasil se levada em consideração por quem tomará as decisões nos próximos anos. E, para tanto, o Conselho Federal de Medicina se coloca inteiramente à disposição para o debate - fiquei muito alegre ao saber que tem dez médicos nesta Casa.
Por isso, a cada um dos mais de 550 mil médicos brasileiros, o meu desejo de que se mantenham unidos para preservar sua vocação médica, uma síntese de técnica, conhecimento e arte que transforma vidas para sempre.
Quando assumi a Presidência do Conselho Federal de Medicina, eu tinha convicção do desafio que estava assumindo, mas nós temos que ter humildade, sabedoria, bom senso e determinação quando for necessário. Não abrirei mão dessas prerrogativas.
Asseguro a todos os nossos colegas e à população brasileira que o Conselho Federal de Medicina e os Conselhos Regionais de Medicina, a Associação Médica Brasileira, FMB e Fenam vão continuar lutando pelos direitos dos médicos e dos pacientes em todas as instâncias possíveis. Não nos furtaremos ao diálogo, mas nós não nos curvaremos para pessoas que tentam denegrir a medicina brasileira trazendo médicos sem CRM para o Brasil.
Amigos e amigas, independentemente das circunstâncias, nós médicos conservaremos imaculada nossa vida e nossa arte. Vamos continuar empenhando o máximo de nosso tempo, conhecimento e dedicação para curar quando possível, aliviar quando necessário e consolar sempre os nossos pacientes.
A todos os médicos e médicas aqui presentes e médicos de todo o Brasil, feliz Dia do Médico! Um beijo no coração de todos! Fiquem com Deus! (Palmas.)
O SR. PRESIDENTE (Izalci Lucas. Bloco Parlamentar Juntos pelo Brasil/PSDB - DF) - Quero registrar também a presença da Dra. Talita Leite, que é médica cirurgiã-geral especialista em gerenciamento de leitos de UTI no DF, com mestrado na Escola de Medicina da Escs e gestora de diversos cargos da Secretaria de Saúde aqui do Distrito Federal.
Fugindo um pouco do protocolo, já que o nosso Presidente do Conselho Federal já falou, antes de encerrar e agradecendo a presença de vários professores aqui da Faculdade Unieuro, eu vou passar a palavra rapidamente à Profa. Andréa Amoras Magalhães, que é Coordenadora do Curso de Medicina da Faculdade Unieuro. Obrigado pela presença, Professora, lembrando que já fizemos aqui a sessão do Dia do Professor, cumprimentando também todos os professores do Brasil - foi no dia 15 de outubro, data muito próxima da dos médicos.
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A SRA. ANDRÉA FRANCO AMORAS MAGALHÃES (Para discursar.) - Boa noite a todos.
Cumprimento o nosso Presidente, Senador Izalci, os demais membros da mesa. Muito me alegra estar participando deste dia.
Além de parabenizar todos nós colegas médicos, venho falar especialmente para os nossos futuros médicos, que vão levar as nossas pautas e as nossas lutas. Nós que já temos um certo tempo de formados... Eu digo que sou R31, 31 anos de formada, aprendendo a todo momento. Eu aprendo sempre. Eu sou filha de médico, do Dr. Walter Amoras, e mãe de uma futura médica, a Alissa. Então, sou muito feliz em ser médica.
E o que é ser médico? Os médicos têm duas grandes virtudes: resiliência e sabedoria, que a gente pede todos os dias, para que a gente atenda da melhor forma os nossos pacientes. Nós temos que ser lutadores do SUS. E aí, nossos alunos, sejam eles de universidades públicas ou particulares, nós temos que brigar pelo SUS, que é o nosso grande centro de saúde pública brasileira. E são vocês, meninos, são vocês, estudantes, futuros médicos que vão levar a nossa Medicina adiante. Nós temos uma Medicina excelente no Brasil e mostramos isto para o mundo agora na pandemia: o quanto nós fizemos e quantas vidas nós salvamos. Então, este é o desafio dessa meninada nova que está aqui, dos nossos alunos: levem isso adiante - que nós tenhamos competência! Não gosto de falar que nós somos corporativistas, não; nós lutamos pela nossa classe, nós lutamos pelo ato médico - e, acima de tudo, sejam engajados nessa luta. É tão bonito a gente ver o nosso Presidente do CFM, a nossa Presidente do CRM, os nossos conselhos e as nossas entidades médicas, que nos representam. Então, lutem, sejam felizes enquanto médicos e parabéns a todos nós! (Palmas.)
O SR. PRESIDENTE (Izalci Lucas. Bloco Parlamentar Juntos pelo Brasil/PSDB - DF) - Eu quero mais uma vez agradecer a presença de cada um de vocês, dizer da minha alegria em presidir mais uma sessão solene em homenagem aos médicos deste país, dizer que agora precisamos voltar a discutir ou pelo menos priorizar essas questões que o país precisa debater um pouco mais, que é a questão da saúde, da educação, da segurança. Eu espero que agora, após as eleições... A gente gostaria muito de discutir durante, mas praticamente não ouvimos a discussão dos programas de saúde, educação e segurança.
Eu, como contador de profissão e professor, acompanho já há algum tempo, como Senador e como Deputado, a questão da saúde pública no Brasil, em especial aqui no Distrito Federal, e a gente fica de fato estarrecido pela falta de infraestrutura, principalmente na área de tecnologia - é ainda uma saúde analógica. Nós nem sequer sabemos onde os recursos são aplicados em nível de Brasil, municípios, estados, mas temos que defender o Sistema Único de Saúde, que é realmente um privilégio para nós do Brasil. Agora, precisamos dar condições.
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Nós vimos aqui o depoimento das santas casas, dos hospitais filantrópicos também, que fazem um excelente trabalho e que ficam com o pires na mão para sobreviver. Uma consulta praticamente a R$10 na tabela. Então, a gente precisa realmente rever tudo isso. E agora eu espero, com oito Senadores aqui nesta Casa, que a gente possa de fato discutir um pouco mais a questão do Sistema Único de Saúde e a questão da saúde no Brasil.
Eu quero dizer do privilégio, não sendo médico, de poder presidir esta sessão e agradecer aos meus colegas médicos. Agora ganhamos mais um, que também foi Deputado comigo na Câmara, Dr. Hiran, que é um guerreiro também.
Quero agradecer também aos alunos que aqui estiveram.
Eu vou entregar um certificado simbolizando uma homenagem a todos os médicos e médicas do Brasil, mas depois vou chamar aqui, para a gente tirar uma foto para lembrar deste dia, todos aqueles que falaram aqui durante a sessão.
Eu quero mais uma vez agradecer a todos pela participação e, cumprindo então a finalidade desta sessão especial semipresencial do Senado Federal, declarar encerrada a sessão.
Convido, para tirar uma foto, os nossos homenageados aqui.
Obrigado.
(Levanta-se a sessão às 18 horas e 13 minutos.)