1ª SESSÃO LEGISLATIVA ORDINÁRIA
57ª LEGISLATURA
Em 18 de agosto de 2023
(sexta-feira)
Às 15 horas
108ª SESSÃO
(Sessão Especial)

Oradores
Horário

Texto com revisão

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O SR. PRESIDENTE (Paulo Paim. Bloco Parlamentar da Resistência Democrática/PT - RS. Fala da Presidência.) - Boa tarde a todos e a todas!
Declaro aberta a sessão.
Sob a proteção de Deus, iniciamos os nossos trabalhos.
A presente sessão especial foi convocada em atendimento ao Requerimento nº 93, de 2023, da nobre Senadora Damares Alves. Ela está viajando e fez um apelo a mim, como os diretores também o fizeram, porque gostaria muito de que eu estivesse aqui na Presidência, já que eu estava em Brasília porque presidi uma sessão na Comissão de Direitos Humanos hoje de manhã. Nem que eu não estivesse e fosse viajar, eu suspenderia a viagem, porque vocês merecem que eu esteja aqui com vocês. Faria isso - podem ter certeza absoluta - em reconhecimento a vocês e à própria Senadora. (Palmas.)
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A sessão é destinada a comemorar o aniversário de 60 anos da Gráfica do Senado Federal, a Secretaria de Editoração e Publicações.
Vamos, de imediato, à composição da mesa.
Convido, para compor a mesa, os seguintes convidados e convidadas: Sra. Ilana Trombka... Ilana Trombka deve estar chegando - foi o que nos informaram.
Eu sou muito de cumprir horário, tanto que, na CDH, 9h é 9h. Eu abro a reunião com quem estiver lá. E aqui estava marcado para esse horário. Eu entendo. A Diretora ligou para cá, e eu disse: "Nós iniciaremos, e, logo que V. Sa. chegar, vá para a mesa".
Convido Sr. Rafael André Chervenski da Silva, Diretor da Secretaria de Editoração e Publicações (Segraf); (Palmas.) Sr. Florian Coutinho Madruga, Presidente de Honra da Associação Brasileira das Escolas do Legislativo e de Contas (Abel), e ex-Diretor da Segraf; (Palmas.) Sr. Júlio Werner Pedrosa, ex-Diretor da Secretaria de Editoração e Publicações, representando o seu pai, Wilson Pedrosa, primeiro Diretor da Segraf. (Palmas.)
Teremos, também, remotamente, um companheiro nosso de muitos anos nesta Casa - eu estou aqui desde a Constituinte e acho que ele estava antes da Constituinte -, meu querido amigo - é com orgulho que falo dele também -, o Sr. Embaixador Raimundo Carreiro, Embaixador do Brasil em Portugal, ex-Ministro do Tribunal de Contas da União (TCU) e ex-servidor da Segraf. (Palmas.)
Neste momento, eu convido a todos para, em posição de respeito, cantarmos o Hino Nacional, que será executado pelo dueto da Banda de Música do Corpo de Bombeiros Militar aqui do nosso DF, executado pelos Sargentos Thel de Oliveira Praça e Juan Carlos de Albuquerque Nascimento.
(Procede-se à execução do Hino Nacional.) (Palmas.)
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O SR. PRESIDENTE (Paulo Paim. Bloco Parlamentar da Resistência Democrática/PT - RS) - Meus amigos e minhas amigas, eu sei que hoje é um dia de alegria, um dia em que todos aqui estão fazendo esta justa homenagem que realmente a nossa Gráfica e todo o seu corpo editorial merecem, mas eu, como Presidente da Comissão de Direitos Humanos, não tenho como não ler este voto de pesar endereçado ao Presidente da Casa, do qual eu faço a leitura neste momento.
Sr. Presidente, requeiro, nos termos do art. 221, I, do Regimento Interno do Senado Federal, inserção em ata de voto de pesar pelo falecimento de Maria Bernadete Pacífico, bem como a apresentação de condolências aos seus familiares e amigos.
Explicamos na justificativa.
É com muita tristeza que requeiro a inserção em ata desse voto de pesar. A violência, o preconceito, a discriminação socioeconômica e, sobretudo, racial e religiosa matam no nosso país todos os dias. O alvo é, quase sempre, o mesmo: mulheres e homens negros e negras. Dessa vez, em mais um caso lamentável de invasão a terreiros e ataques a líderes de religião de matriz africana, assassinaram a tiros a líder quilombola conhecida como mãe Bernadete. Segundo as primeiras notícias vinculadas, ela foi executada após criminosos invadirem a sua casa, o terreiro da comunidade e fazerem seus familiares de reféns. Fizeram reféns, depois a metralharam.
Maria Bernadete Pacífico era líder do Quilombo Pitanga dos Palmares, ialorixá e ex-Secretária de Promoção da Igualdade Racial do Município baiano de Simões Filho, situado na região metropolitana de Salvador. Ela era a Coordenadora da Coordenação Nacional de Articulação Quilombola (Conaq).
Há seis anos Binho, como era conhecido Flávio Gabriel Pacífico, filho da mãe Bernadete ora executada, também foi executado da mesma forma, com dez tiros, em Pitanga dos Palmares.
Mãe Bernadete, ao longo dos seus 72 anos, lutou pela liberdade religiosa, combatia todo tipo de preconceitos e combateu pela eliminação de todas as formas de racismo e preconceito, como aqui eu dizia.
Devido a isso é que, neste momento, eu queria que nós todos mostrássemos que o Brasil não aceita, não concorda, o nosso povo, a nossa gente, com que alguém seja assassinado porque é preto, porque é índio ou porque tem uma religião que não é a minha. Isso é inadmissível, inadmissível! Por isso, nesse voto de pesar, eu peço a todos e a todas que a gente fizesse um minuto de silêncio.
(Faz-se um minuto de silêncio.)
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O SR. PRESIDENTE (Paulo Paim. Bloco Parlamentar da Resistência Democrática/PT - RS. Para discursar - Presidente.) - Faço, neste momento, em nome da Presidência da Casa, o pronunciamento em meu nome e também no do Presidente Rodrigo Pacheco, pelo carinho que ele tem a todos vocês.
Estamos aqui hoje para comemorar o requerimento da nobre Senadora Damares Alves e de outros Senadores da Casa. No caso, eu fui contemplado por ser chamado também a assinar o documento.
Aos 60 anos da Secretaria de Editoração e Publicações do Senado, a nossa querida Segraf, mais conhecida, como sempre a chamam - e eu também a chamo assim -, como a Gráfica do Senado, a Gráfica do povo brasileiro.
A nossa Gráfica foi idealizada pelo Dr. Isaac Brown, Secretário-Geral da Mesa Diretora do Senado de 1946 a 1967. Sua criação está ligada à mudança da capital federal para Brasília. A demora da completa transferência do Departamento de Imprensa Nacional para a nova capital foi o motor da criação da Gráfica. Era esse departamento que fazia as publicações do Congresso.
Assim, para acompanhar com celeridade o processo legislativo, foi criado, em 14 de agosto de 1963, um pequeno departamento gráfico denominado Serviço Gráfico do Senado Federal. Sua missão principal era suprir a necessidade de impressão das publicações indispensáveis ao pleno funcionamento do Congresso Nacional, como a Ordem do Dia, avulsos... E aí em frente avançávamos.
Pequena que era, inicialmente, a Gráfica foi instalada de forma provisória no 27º andar do Anexo I do Senado. As suas primeiras instalações adequadas somente foram concluídas em 1964.
Na década de 70, com a incorporação de novas tecnologias e com o sistema de impressão offset, a Gráfica ganhou plena capacidade para atender às demandas do Congresso Nacional.
A Gráfica do Senado é considerada um dos melhores parques gráficos do país desde 1990, com capacidade de impressão em quatro sistemas gráficos: tipográfico, offset, digital e braile. Ela é totalmente informatizada, com processos de produção automatizados e integrados, o que possibilita o melhor aproveitamento de pessoal e minimiza o desperdício de papel.
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A Segraf imprime e publica as cinco principais fontes de informação do Legislativo: os Diários do Congresso Nacional, do Senado Federal e da Câmara dos Deputados, ainda os Anais da Casa, suas Ordens do Dia e também seus avulsos, e, além disso, demandas. A Gráfica presta outros serviços importantes, entre eles, destaca-se a publicação da Revista de Informação Legislativa, de circulação ininterrupta desde 1964, publicação bastante respeitada por seus artigos de excelência nas áreas jurídica e política. A Segraf também atende outros órgãos federais por meio de convênios. A Constituição da República Federativa do Brasil, organizada e atualizada desde as primeiras emendas constitucionais, é outra publicação importante - eu sou testemunha da história, porque, todo ano, eu peço Constituições para os estudantes principalmente -, mais de 2 milhões de exemplares de Constituição foram impressos pela Gráfica do Senado.
Ela também tem mais de 120 trabalhos impressos em braile, aí incluídos diversos títulos da legislação federal, como a Constituição Federal, o Código de Proteção e Defesa do Consumidor, o Estatuto da Criança e do Adolescente, a lei de doação de órgãos, a Lei de Diretrizes de Base da Educação Nacional, sem falar dos estatutos, que, eu tenho que dizer, todos eles são impressos lá na minha cota e distribuídos gratuitamente, o do idoso, da igualdade racial, da pessoa com deficiência e da juventude, de que fui Relator. Muito, muito obrigado a todos os senhores. Esse serviço atende, como está dito, gratuitamente à crescente demanda das bibliotecas, escolas e entidades que trabalham com deficientes visuais. Também vale notar que a equipe que produz os trabalhos em braile é composta, em sua maioria, de servidores com deficiência visual. A esses eu vou dar uma salva de palmas, não é a mim. (Palmas.)
Vocês podem perguntar: quem fez esse discurso com tanto detalhe? Olhem para eles. Foi a Gráfica do Senado que, por pedido meu, discorreu sobre o que deveria, no entendimento deles e naturalmente no meu, constar aqui.
Terminando, esses profissionais vêm trabalhar na Segraf e por meio de convênios com fundações e entidades dedicadas ao desenvolvimento e à inclusão de pessoas com deficiência.
Como se vê, a Gráfica do Senado tem uma longa história de serviços prestados ao Congresso Nacional e mais do que merece esta homenagem de hoje. E, assim, na pessoa de Rafael Chervenski, seu atual Diretor, quero cumprimentar a todos e a todas que fizeram e ainda fazem parte dessa notável, linda e emocionante história de sucesso. Vida longa à nossa Gráfica do Senado! (Palmas.)
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Saindo da formalidade, eu gostaria, então, de ir a uma, duas, três frases, pode ser?
É com muito carinho que a gente cumprimenta todos os funcionários da Gráfica do Senado, do mais simples, digamos, que fica lá cuidando, ou dos terceirizados, aos altos profissionais que têm produzido esse trabalho belíssimo sobre o qual eu tive a alegria aqui de discorrer.
Então, uma salva de palmas a todos vocês que fazem a história acontecer via publicações. (Palmas.)
Seguindo a orientação dos trabalhos aqui da minha assessora Ludmila, assistiremos agora a um vídeo institucional produzido pela TV Senado.
(Procede-se à exibição de vídeo.) (Palmas.)
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O SR. PRESIDENTE (Paulo Paim. Bloco Parlamentar da Resistência Democrática/PT - RS) - É com enorme satisfação, eu já tinha citado o nome dela antes, que eu vou conceder a palavra neste momento, vou convidar ou convocar até a nossa querida amiga Sra. Ilana Trombka, Diretora-Geral do Senado Federal. Foi organizado aqui que ela deveria ser a primeira a usar a palavra.
A palavra é sua, Dra. Ilana.
A SRA. ILANA TROMBKA (Para discursar.) - Boa tarde a todos e a todas; boa tarde, Senador Paulo Paim; boa tarde, meu colega Rafael, e eu vou parar porque aí deu a ala gaúcha, isso aí são os pampas chegando ao Planalto Central, mas também preciso cumprimentar aqueles que, não por culpa deles, não são gaúchos: os nossos colegas Florian Madruga e o nosso colega Júlio Pedrosa, que também fazem parte dessa mesa e, à distância, cumprimentar o nosso querido Raimundo Carreiro, atual Embaixador do Brasil em Portugal, ex-Secretário-Geral da Mesa, Ministro do Tribunal de Contas da União, que também fez questão de, mesmo à distância, estar conosco.
Eu quero falar rapidamente porque acho que muito do que nós gostaríamos de pontuar já estava no vídeo. O que estava no vídeo? A importância da gráfica para os projetos estratégicos de inclusão do Senado, e aí eu falo de todo tipo de inclusão, desde a inclusão de termos servidores, colegas da gráfica, trabalhando em braile, trabalhando com braile e sendo deficientes visuais, até a possibilidade que o produto da gráfica dá de inclusão. E aí eu falo da coleção Escritoras do Brasil, falo da coleção Em Miúdos, mas ouso dizer que falo principalmente das publicações legislativas: da Constituição Federal, dos códigos, porque esta é a principal inclusão de que o cidadão brasileiro precisa, Senador Paim: conhecer o seu país, as suas leis e suas normas.
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Talvez esse seja o principal legado da gráfica do Senado num momento em que é quase uma resistência nós pegarmos um livro e folharmos, porque faz parte dessa resistência nós aprendermos e ensinarmos que temos, certamente, os livros digitais, que, inclusive, Senador Paim, são oferecidos gratuitamente pelo Senado Federal, mas que ainda nós temos o nosso querido papel, que tem um cheiro todo especial, que tem as marcas do seu uso nas dobras das páginas, mostrando os caminhos que nós trilhamos ao nos apropriarmos de publicações. E se a Constituição Federal é a publicação que a Gráfica mais imprime, ela também é a publicação de que mais nós temos que nos apropriar, porque, a partir dela, podemos falar de todas as outras inclusões.
Acho que se não fosse pelo trabalho feito com competência, com qualidade, pelo bom clima organizacional que a Gráfica tem, se não fosse tudo isso, seria pelo compromisso de fazer com que a nossa Constituição Federal chegue aos estudantes do Rio Grande do Sul, mas também aos do Amapá. (Palmas.)
Por isso, na função de Diretora-Geral, não me cabe outra coisa que não cumprimentar, elogiar todos aqueles que fazem diuturnamente a Gráfica do Senado, entendendo que a Gráfica do Senado é uma parte importante da história desta Casa, foi uma parte importante, é e seguirá sendo. E por que eu falo que seguirá sendo? Porque ela soube fazer essa transição e soube fazer de forma inteligente, não prejudicando seus serviços; otimizando seus recursos.
E hoje nós temos praticamente duas gráficas em uma; uma que segue os nossos trabalhos, com a publicação da Revista de Informação Legislativa, de todas as matérias normativas, dos livros do Conselho Editorial... E aí nós precisamos reconhecer que o Senado Federal presta um serviço ao país, mantendo em circulação obras de extrema qualidade, mas que não interessam ao mercado comercial editorial, e, se não fosse pelo esforço do Senado Federal, do Conselho Editorial e da Gráfica, não estariam mais disponíveis; ao mesmo tempo, se rendendo à tecnologia e também, porque também não dizer, à sustentabilidade, e mantendo enormes linhas de publicações digitais.
A todos os meus colegas, meu muito obrigada! (Palmas.)
O SR. PRESIDENTE (Paulo Paim. Bloco Parlamentar da Resistência Democrática/PT - RS) - Muito bem! (Pausa.)
Então, depois da nossa querida Diretora, nós estávamos aqui organizando, porque ela foi a primeira a falar. Ilana, receba o carinho de todos os Senadores; todos os Senadores têm muito carinho por você.
Ela falou dessa questão dos gaúchos e gaúchas, mas eu já disse: gaúchos, gaúchas e brasileiros de todas as querências! Essa é a fala completa. (Palmas.)
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Passamos a palavra agora ao Senador... Foi Secretário desta Casa aqui no Senado, o Embaixador Raimundo Carreiro, Embaixador do Brasil em Portugal, ex-Ministro do Tribunal de Contas da União (TCU) e ex-servidor da Segraf.
Era aqui o Senador nº 82 do meu tempo. Ele era fundamental no encaminhamento dos trabalhos.
Meu querido amigo - assim eu vou te chamar agora - Embaixador Raimundo Carreiro, a palavra é sua.
O SR. RAIMUNDO CARREIRO (Para discursar. Por videoconferência.) - Obrigado, Senador Paim. É um prazer enorme estar aqui, de Portugal, e convivendo este momento de muitas alegrias com os senhores, com meus colegas, com a Ilana, com o Florian e todos os que estão aí, homenageando os 60 anos da Gráfica do Senado.
Na verdade, Sr. Presidente, meus colegas, eu vou apenas dar um depoimento da minha vivência aí no Senado e na Gráfica do Senado.
Eu entrei no Senado pelas portas da Gráfica, no dia 10 de dezembro de 1968, e por lá eu fiquei quatro anos, seis meses e vinte dias. E, em 1973, eu fui transferido para o Senado, de onde só saí em 2007, quando eu fui para o Tribunal de Contas da União.
Nessa minha vivência lá na Gráfica e, posteriormente, no Senado, como servidor e como Secretário-Geral, eu vivi momentos muito importantes da democracia brasileira, e a Gráfica do Senado documentando tudo isso, registrando a história, todos esses fatos que eu vivenciei durante todo esse período.
Do que me recordo, Senador Paim e meus colegas de Senado... Em 1992, precisamente no dia 29 de dezembro, quando as nossas instituições estavam sendo testadas, de acordo com a Constituição de 1988 e quando houve o primeiro processo de impeachment no Brasil, e, por volta das 2h da tarde daquele dia 29 de dezembro de 1992, o Presidente da República havia renunciado, e o Senado debateu, durante umas duas ou três horas, como prosseguir com o processo de impeachment, e o resultado foi que suspenderam a sessão, em vista da renúncia do Presidente, para dar posse ao Vice-Presidente da República. Mas, para dar posse ao Vice-Presidente da República, era preciso dar publicidade à renúncia do Presidente, e como é que nós resolvemos isso? Foi exatamente a Gráfica do Senado, que, em questão de horas, de mais ou menos uma hora e meia, fez circular o Diário do Congresso Nacional, com a renúncia do então Presidente da República. Isso está documentado para o presente e para as gerações do futuro.
Isso tudo é um depoimento pela Gráfica do Senado.
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Além desses eventos, todas as reformas constitucionais que aconteceram neste país, principalmente em 1995, em que foram as grandes reformas que a Constituição brasileira teve na área de infraestrutura do país, de telecomunicações, de energia elétrica, de portos, tudo foi publicizado e transparente através da Gráfica do Senado, que, em dia e a horas, publicava os antigos avulsos do Senado, que hoje não circulam mais, pois tudo é digital. Faziam circular imediatamente os avulsos após a decisão das Comissões e a decisão do Plenário, para poder viabilizar as discussões em Plenário e a tomada de decisão pelos Srs. Senadores. Isso é história.
Também o nosso colega anterior mostrou o vídeo sobre o que é a Gráfica e o que ela evoluiu, sendo uma editora. Vejam o trabalho e o serviço que a Gráfica do Senado presta ao Brasil e ao mundo com a sua editora. Por exemplo, os livros do Conselho Editorial que a Gráfica publica: ela os reedita sem nenhum custo para os usuários ou por um custo simbólico apenas para ter aquele simbolismo do pagamento. Ela edita obras que não têm valor comercial, mas que são de grande valor cultural e histórico para o nosso país. E isso é fantástico!
Além disso, Srs. Senadores, a Gráfica também prestou outro serviço, isso já na área de recursos humanos, ao Senado. Dois servidores - eu vou citar aqui dois, e não é por eu estar no meio - da Gráfica do Senado se tornaram: um, Secretário-Geral da Mesa do Senado, e o outro servidor, Diretor-Geral do Senado Federal, que é o Agaciel da Silva Maia, que, neste momento, por outros compromissos, não está aí presente. Durante esse período, a que me referi, das grandes reformas pelo que o país passou, nós atuamos juntos, trabalhando pelo Brasil, o Agaciel como Diretor-Geral, e eu como Secretário-Geral, contando com o apoio significativo e essencial da Gráfica do Senado, com seus servidores.
Eu não quero citar nomes para não cometer a injustiça de omitir alguns, mas, naquela época, por exemplo, era o Diretor-Executivo da Gráfica... Ele estava aí, a Ilana citou o nome dele agora, era o... Bom, depois, eu lembro. Ah, era o Júlio Pedrosa. Depois, sucederam-lhe o Florian, que está aí presente, e tantos outros, como Marcos Vieira, funcionário do Senado que depois foi ser Diretor-Executivo da Gráfica; e o Arnaldo Gomes, que foi também Diretor-Executivo da Gráfica. O Júlio Pedrosa foi o Superintendente naquela época de 1968, quando eu entrei na Gráfica. Então, todos esses servidores, tanto os do Senado que serviram à Gráfica como os da Gráfica que serviram ao Senado... Tudo isso é o engrandecimento para o Senado Federal, para a Gráfica do Senado e para o Brasil.
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Então, a minha homenagem hoje e a minha recordação é no sentido de dizer que a Gráfica do Senado... Também vou voltar no passado para dizer que foi criada, foi gerada na cabeça, Senador Paim, de um Secretário-Geral da Presidência, que depois se transformou na Secretaria-Geral da Mesa, que foi o Dr. Isaac Brown. Foi ele que propôs à Mesa do Senado daquela época a criação da Gráfica. E um dos motivos - e isso já está escrito em alguns livros, mas é bom que se repita aqui - é que, naquela época, às vezes, os trabalhos do Senado, as publicações do Senado, que eram feitas pela Imprensa Nacional, não se publicavam dentro daquele prazo de que o Senado precisava; às vezes até por outros interesses que não o do Senado, mas por outros interesses políticos, atrasavam as publicações exatamente para que o Senado não tomasse determinada decisão naquele momento. Foi daí que nasceu a ideia de se criar a Gráfica do Senado.
E ela foi evoluindo. Quando eu cheguei à Gráfica do Senado, era um pequeno prédio, era um prediozinho pequeno. E era do tempo da linotipo, das impressoras e do Diário grampeado, mas que cumpria o seu papel, cumpriu o seu papel rigorosamente dentro daqueles prazos de que o Senado necessitava.
Também eu não posso deixar de citar aqui o nome de uma funcionária do Senado, que era a D. Ninon Borges Seal, que, naquela época, era Diretora-Geral Administrativa do Senado Federal. Era uma servidora extremamente exemplar e que era responsável pela Gráfica. Ela era, dos servidores da Gráfica, naquela época - assim eu conheci a D. Ninon - "a mãe da Gráfica"; ela era quem conduzia e administrava a Gráfica por determinação da Comissão Diretora do Senado Federal.
E, naquela época, Senador, voltando um pouco aqui, foi em 1970... O Congresso foi fechado em 1968, no dia 13 de dezembro de 1968, pelo AI-5, e só voltou a funcionar no dia 29 de outubro de 1969, porque o Presidente da República sofreu um derrame, e o Congresso foi convocado para eleger um novo Presidente da República. Aí também a Mesa do Senado tinha perdido o seu mandato, já tinha sido extinto, e foi eleita uma Mesa do Senado Federal. E esse Presidente que foi eleito naquela época, para o mandato de um ano, era o Senador João Cleofas, que era um Senador de Pernambuco. E ele, um grande industrial, um grande empresário, foi visitar a Gráfica do Senado. E, chegando lá, ele viu aquela aquele prediozinho e a situação dos servidores: a nossa alimentação era servida entre um prédio e outro, cobertos com telha de zinco, em mesa de tábua corrida, sem nenhum trato, e aqueles bancos, tudo grosseiro. Ele viu aquela situação e, como um grande empresário, mandou construir aquele prédio lateral, onde hoje funciona a Diretoria-Geral do Senado Federal, e mandou fazer um restaurante de primeiríssima qualidade para todos os servidores do Senado. Naquela época, Senador e meus colegas, a mensalidade do restaurante para o servidor, que servia café da manhã, servia almoço, lanche e janta - porque a Gráfica trabalhava em dois turnos -, era dez reais - dez cruzeiros naquela época, o equivaleria R$10 no dia de hoje.
Então, tudo isso é história. Tudo isso serve para que todo servidor do Senado e os Srs. Senadores que a cada oito anos se renovam conheçam uma instituição como a Gráfica, que é essencial para o funcionamento do Poder Legislativo e do Senado Federal.
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Muito obrigado pela oportunidade que os senhores me deram. Eu estou aqui e eu vou acompanhar as falas dos demais servidores, como o Florian, que deve falar, o Diretor da Gráfica e os outros que vão me suceder nessa fala que eu estou acabando de pronunciar.
Muito obrigado e uma boa tarde para todos. (Palmas.)
O SR. PRESIDENTE (Paulo Paim. Bloco Parlamentar da Resistência Democrática/PT - RS) - Carreiro, Embaixador Raimundo Carreiro, Embaixador do Brasil em Portugal e que foi ex-Ministro do Tribunal de Contas da União. Eu tive a satisfação de votar nele na oportunidade em que o Plenário apreciou o seu nome.
Concedo a palavra agora ao Sr. Rafael André Chervenski. Rafael André Chervenski da Silva é Diretor da Secretaria de Editoração e Publicações (Segraf).
O SR. RAFAEL ANDRÉ CHERVENSKI DA SILVA (Para discursar.) - Exmo. Sr. Presidente desta sessão, estimado Senador Paulo Paim; Sras. Senadoras, Srs. Senadores que nos acompanham; Exmo. Sr. Embaixador e ex-servidor da Segraf, Raimundo Carrego; estimada Diretora-Geral do Senado Federal, Dra. Ilana Trombka; Srs. Diretores e Sras. Diretoras do Senado que nos acompanham neste momento; Srs. ex-Diretores e ex-servidores da Secretaria de Editoração e Publicações; senhoras e senhores, carrego uma dupla responsabilidade aqui hoje. A primeira é de estar nesta tribuna, onde foram proferidos inúmeros discursos memoráveis, que tive a honra de ler e reler por paixão pela política e por dever profissional. A segunda é de representar aqui as centenas de profissionais que atuam ou atuaram, ao longo das últimas seis décadas, na Segraf.
Ao preparar esta fala, eu coligi diversas informações e números sobre a nossa história, para que me permitissem embasar a defesa do trabalho pelo qual somos genuinamente apaixonados.
Não faltam números monumentais para contar a nossa história, como os impressionantes 6.030.808 exemplares da Constituição produzidos e distribuídos por todo o país de 1997 até as 15h do início desta sessão.
Um número, porém, clamou por minha atenção. Descobri, Sr. Presidente, que o Senado Federal publicou e registrou 1.350 títulos sob seu próprio selo editorial desde 1978, quando o Brasil adotou o ISBN (Padrão Internacional de Numeração de Livro). Já no primeiro ano de existência, 1963, o então Serviço Gráfico do Senado compôs em linotipia, uma forma quase artesanal de impressão, uma coletânea sobre legislação que regulamentava o trabalho do jornalismo no Brasil. Em março de 1964, inicia a publicação da Revista de Informação Legislativa, até hoje por nós editada ininterruptamente - é a mais longeva da sua área entre os Periódicos Capes. E, assim, sucessivos títulos foram surgindo enquanto nosso parque gráfico era modernizado, tornando-se referência no país.
Lembrei, então, as palavras creditadas ao célebre editor brasileiro, responsável pela coleção Primeiros Passos, que todo estudante universitário brasileiro já teve em mãos, o grande Caio Graco da Silva Prado: "Livros não mudam o mundo, quem muda o mundo são as pessoas. Os livros só mudam as pessoas". Cada livro, Sr. Presidente, nos transforma em outro. O virar de páginas é também a certeza de que deixamos de ser, naquele momento, a mesma pessoa. A experiência da leitura, a interpretação que fazemos do conhecimento absorvido é personalíssima.
Ao editorar, publicar e imprimir, nós estamos vivenciando um momento ímpar de compartilhamento do bem mais precioso que pode ser produzido pelo ser humano: seu conhecimento. E foi a generosidade de milhares de autores e autoras, Senadores e Senadoras, servidores e servidoras desta Casa que nos permitiu, ao longo das últimas seis décadas, levar a todo o Brasil o conhecimento produzido pelo Senado Federal. E é por essa generosidade que nos cabe o agradecimento e a memória, ao lembrar daqueles que iniciaram essa história, e destaco aqui o então Secretário-Geral da Presidência, já mencionado, Dr. Isaac Brown, o primeiro a sugerir a criação de um parque gráfico; o Presidente do Senado à época, Senador Auro de Moura Andrade; e o Sr. Wilson Menezes Pedrosa, pioneiro da capital, encarregado pela Presidência de proceder aos estudos de criação do serviço gráfico e nosso primeiro diretor, à época, Superintendente.
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Agradecimento a esta Casa, à Comissão Diretora, aos Srs. Senadores, Sras. Senadoras, à gestão administrativa, conduzida pela Dra. Ilana Trombka, aos Diretores-Executivos de Gestão, Sr. Marcio Tancredi, e de Contratações, Sr. Wanderley Rabelo, aos colegas do Senado Federal, que confiam em nosso trabalho e permitem a nossa contribuição para a formação da identidade nacional e para o fortalecimento do Parlamento e da democracia.
Agradecimento ao Conselho Editorial, aqui mencionado, nas pessoas de seu criador, Presidente José Sarney, e de seu atual Presidente, Senador Randolfe Rodrigues, que nos permitem seguir editorando e imprimindo a história do Brasil, como pode ler quem atravessa a avenida N2, em direção à Segraf.
Agradecimento a cada um dos senhores ex-Diretores, e muito me alegra vê-los aqui, que, com suas gestões, pavimentaram o caminho para que chegássemos ao dia de hoje como um órgão de eficiência, qualidade e celeridade. E aqui, permitam-me uma indelicadeza de agradecer especialmente aos Srs. Florian Augusto Coutinho Madruga e Fabrício Ferrão Araújo, porque, além de meus antecessores, tenho neles dois grandes amigos e conselheiros na tarefa diária de condução da Segraf. A contribuição de V. Sa. é fundamental, e todos os elogios são também estendíveis aos senhores.
Agradecimento aos Coordenadores da Segraf, ao Coordenador-Geral Luiz Carlos da Costa, com quem divido as responsabilidades da condução diária da Segraf, e aos chefes de serviço, que contribuem na difícil tarefa de conciliar expectativas e prazos de entrega e que concorrem de maneira efetiva para que superemos os desafios de sermos uma estrutura industrial dentro do serviço público brasileiro. Afastando a modéstia, eu acredito que nós temos conseguido.
Aos colaboradores de ontem e hoje da Segraf, que não mediram esforços, excedendo muitas vezes as suas obrigações e desafiando o cálculo da produtividade da máquina mais precisa e que entregam resultados que, eu confesso, às vezes eu considero impossíveis. Se o filósofo Schopenhauer, para quem a vida é dor e tédio, tivesse a honra de conviver com os servidores, colaboradores terceirizados e estagiários da Segraf, até mesmo ele seria um otimista.
À Senadora Damares, que solicitou essa sessão especial, e a V. Exa., Senador Paulo Paim, por compreenderem o simbolismo e a importância deste momento para nós.
Aos queridos amigos, colegas do Senado Federal, responsáveis pela organização deste momento, e aqui destaco a ação do Sr. Joberto Sant'anna, segrafiano e histórico Chefe de Gabinete desta Casa.
À Secretaria-Geral da Mesa, nas pessoas da sua Chefe de Gabinete, Ludmila Castro, e Renata Leão, que muito contribuíram para que este momento acontecesse.
Às Secretarias TV Senado e de Relações Públicas e Comunicação Organizacional, integrantes da Secretaria de Comunicação, que, além de contribuírem com a sessão, são grandes parceiros nas tarefas diárias das nossas missões institucionais.
E por fim, aos cidadãos e cidadãs do nosso país, que confiam nos trabalhos da Secretaria de Editoração e Publicações e permitem que os transformemos por meio do conhecimento produzido na Casa, o nosso mais profundo agradecimento.
E como tenho imensa gratidão de trabalhar cercado de livros, quem visita a minha sala sabe que as prateleiras às vezes estão desorganizadas, mas sempre têm livros, meus agradecimentos aos verdadeiros responsáveis por isso, meus pais, André e Graciela, que sempre colocaram a educação, minha e de meus irmãos, como um investimento prioritário em nossa Casa. Acredito que, de certa forma, a Segraf deu uma contribuição nesse sentido atualmente, com a publicação da coleção Em Miúdos, ao levar para centenas de milhares de escolas em todo o país a nossa coleção que traz a Constituição Brasileira, a Lei Maria da Penha, o Estatuto da Igualdade Racial e muitas outras, inclusive obras sendo lançadas continuamente todos os anos, que nos permitem ensinar aos mais novos que país nós queremos construir. Então, isso é uma importante missão que a Segraf cumpre e muito nos orgulha. E eu finalizo, Sr. Presidente, para não me alongar, com as palavras de Pierre Bayard no ensaio Como Falar Dos Livros Que Não Lemos, em que o autor reflete sobre a finalidade da leitura e a relação entre leitores, não leitores e os livros. E aqui abro aspas: "O paradoxo da leitura é que o caminho em direção a si mesmo passa pelo livro, mas deve continuar sendo uma passagem. É uma travessia de livros que o bom leitor faz, sabendo que cada um deles é portador de uma parte dele mesmo e pode lhe abrir um caminho, se tiver a sabedoria de não parar por ali".
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Portanto, que não paremos. Vida longa à Segraf.
Muito obrigado, Sr. Presidente. (Palmas.)
O SR. PRESIDENTE (Paulo Paim. Bloco Parlamentar da Resistência Democrática/PT - RS) - Meus cumprimentos, Sr. Rafael André Chervenski da Silva, Diretor da Secretaria de Editoração e Publicações (Segraf), pela sua fala brilhante, como aqueles que o antecederam.
Eu queria, neste momento, me dirigir aos alunos que estão se retirando, alunos do primeiro ano do ensino médio do Colégio Dante Alighieri, de São Paulo. Vocês assistiram aqui a uma sessão especial que comemora o aniversário de 60 anos da Gráfica do Senado, a Secretaria de Editoração e Publicações. Sejam bem-vindos. Uma salva de palmas para vocês também. (Palmas.)
Cumprimento aqui conosco também o Conselheiro da Embaixada de Cuba, Sr. Héctor Ramírez Rodríguez. (Palmas.)
Concedo a palavra agora ao Sr. Florian Coutinho Madruga, Presidente de Honra da Associação Brasileira de Escolas do Legislativo e de Contas.
O SR. FLORIAN AUGUSTO COUTINHO MADRUGA (Para discursar.) - Exmo. Sr. Senador Paulo Paim que preside esta sessão, nosso amigo de longa data, desde quando chegou a esta Casa, vindo da Câmara dos Deputados, V. Exa., que é um amigo da Gráfica do Senado, é um dos Senadores que mais produzem obras no Senado, da sua atividade legislativa, e que as leva para as feiras do livro de Porto Alegre e para todo o território gaúcho, muito obrigado.
O SR. PRESIDENTE (Paulo Paim. Bloco Parlamentar da Resistência Democrática/PT - RS) - Só me permita: graças ao Senado, é tudo gratuito. Quanto eu estou lá na feira do livro entregando: "Mas quanto é, Paim?". "Não, isso aqui é o Senado que está patrocinando para vocês". Só adendando aí a sua bela colocação.
O SR. FLORIAN AUGUSTO COUTINHO MADRUGA - É uma honra para todos nós grafianos ter V. Exa. presidindo esta sessão. Muito obrigado a V. Exa.
O SR. PRESIDENTE (Paulo Paim. Bloco Parlamentar da Resistência Democrática/PT - RS) - O.k.
O SR. FLORIAN AUGUSTO COUTINHO MADRUGA - Quero cumprimentar a nossa amiga Diretora-Geral desta Casa, essa moça competente, dedicada, que está fazendo um excelente trabalho junto à Diretoria-Geral, enaltecendo os servidores da Casa, porque ela também é servidora do Senado Federal e já trabalha aqui há mais de 20 anos - jovem, mas brilhante na sua atuação.
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Quero cumprimentar também o meu mais novo amigo, este Diretor da Gráfica, Rafael Chervenski, da nova geração de servidores do Senado Federal. Essa trilogia gaúcha realmente tem dado trabalho a nós, mas tem dado um excelente trabalho ao Senado Federal. Muito obrigado a vocês três por estarem aqui comandando esta sessão solene dos 60 anos da Gráfica.
Compondo a mesa está o nosso amigo, colega da Gráfica do Senado e de que todos nós gostamos muito, que é o Júlio Pedrosa, filho do primeiro Superintendente da Gráfica do Senado, um dos criadores da Gráfica do Senado, Dr. Wilson Pedrosa. Muito obrigado, Júlio, pela sua presença.
Quero cumprimentar todos os ex-Diretores da Gráfica que estão aqui presentes, a partir do Dr. Arnaldo Gomes, e os demais colegas Diretores da Gráfica, Secretário-Geral da Mesa do Senado, Ministro do Tribunal de Contas da União, Presidente do Tribunal de Contas da União e hoje Embaixador do Brasil em Portugal. O Embaixador Raimundo Carreiro não falou, mas eu vou cometer aqui não uma inconfidência, porque acho até que é um exemplo que ele dá: talvez seja a pessoa que mais goste de livros que eu conheci na minha vida, porque, mesmo deixando a Gráfica do Senado, deixando o Senado Federal, ele nunca deixou de pedir os livros da Gráfica. Ele queria receber todos os livros produzidos pela Gráfica do Senado, Senador Paulo Paim, e deve ter uma biblioteca fantástica só dos livros produzidos pela Gráfica do Senado.
Muito obrigado, amigo Carreiro, pela sua participação aqui na nossa sessão. (Palmas.)
A você que está às margens do Rio Tejo, próximo do Castelo de São Jorge, admirando essa bela cidade de Lisboa, um abraço fraternal.
Quero cumprimentar os meus colegas segrafianos com quem eu convivo esses anos todos. Há 50 anos, nós convivemos não com todos que estão aqui, porque são jovens, mas eu já estou lá há 50 anos.
E quero fazer um cumprimento muito especial aqui, Senador Paim, aos nossos visitantes nas galerias do Senado. É uma honra para o Senado da República tê-los participando e assistindo a uma sessão aqui desta Casa do Parlamento brasileiro.
Dito isso, eu quero dizer o seguinte: Sr. Presidente, eu cheguei à Gráfica do Senado em 1973. Ela tinha 10 anos. Hoje faz 60, e eu completo 50 anos de trabalho na Casa, cujo slogan é: "Aqui se imprime a história do Brasil". Esse é o slogan da Gráfica do Senado.
Há meio século, a Gráfica cheirava a chumbo. Era a época da tipografia. Tudo era impresso em preto e branco. E aqui, Sr. Presidente, trabalhavam os melhores profissionais gráficos do Brasil, uma equipe selecionada pelo Senado e formada por diagramadores, linotipistas, paginadores, impressores, revisores e técnicos em acabamento, revezando 24 horas contínuas, em três turnos. Era responsável pela impressão do Diário do Senado, o Diário do Congresso Nacional, o Diário da Câmara dos Deputados, pela ordem do dia e os avulsos das proposições legislativas apresentadas pelos Srs. Parlamentares, os Senadores e os Deputados Federais.
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Todos esses trabalhos gráficos, Sr. Presidente, tinham prazo regimental para sua publicação, o que tornava nossa jornada de trabalho frenética, ininterrupta, nervosa, para que não houvesse nenhum atraso na entrega das publicações. A tecnologia era a mecânica dos equipamentos gráficos, os dedos e os olhos dos profissionais e a vontade férrea de cumprir a missão de servir ao Senado Federal. Assim era a rotina dos Serviços Gráficos do Senado Federal, o nome oficial da Gráfica do Senado.
Com o passar do tempo e o advento de novas tecnologias gráficas, o computador e a impressão offset, os novos produtos foram introduzidos em nosso dia a dia. Passamos a imprimir toda a produção legislativa dos Senadores e Deputados em separatas, discursos, pareceres, projetos, toda a papelaria dos gabinetes e da área administrativa da Casa, a impressão dos Anais do Senado do Império inicialmente e, posteriormente, os Anais do Senado da República e a confecção da Revista de Informação Legislativa, que circula ininterruptamente, há mais de 50 anos, e tanto nos enche de orgulho por sua qualidade editorial.
Com essa pluralidade de publicações, a Gráfica teve seu nome ampliado para Centro Gráfico do Senado Federal, tornando-se o maior parque gráfico oficial do Brasil. Essa consolidação da performance editorial se deu por ocasião da convocação da Assembleia Nacional Constituinte, quando a Gráfica do Senado trabalhou por dois anos diariamente ao lado do Prodasen, produzindo relatórios, pareceres, o Jornal da Constituinte, sem nenhuma falha e atraso para que os Constituintes pudessem entregar ao Brasil, na célebre sessão de 5 de outubro de 1988, pelas mãos do inesquecível Presidente Ulysses Guimarães, a nova Constituição Brasileira, cuja capa é criação de um servidor da Gráfica, o nosso colega Cosme Rocha, a quem eu peço uma salva de palmas por essa capa linda da nossa Constituição Federal. (Palmas.)
Naquela data, Presidente Paim, 5 de outubro de 1988, 20 mil exemplares da Constituição Cidadã deixavam a expedição da Gráfica com destino a todo o Brasil. Até hoje, a Constituição Federal, como bem disse o nosso colega Rodrigo, continua sendo o nosso best-seller na comercialização pela Livraria do Senado.
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Outro momento marcante, Senador Paim, foi a criação do serviço de impressão em braile pelo saudoso Senador Ronaldo Cunha Lima, que atende à comunidade de deficientes visuais do Brasil com as publicações de leis e obras literárias que são confeccionadas por funcionários portadores de deficiência visual, como disse a nossa Diretora-Geral, Ilana.
As publicações editadas pela Coordenação de Edições Técnicas reúnem um acervo de leis que vão da Constituição a códigos e estatutos e às obras do Conselho Editorial, o que a Livraria do Senado comercializa a preço de custo de produção. Livros para qualquer brasileiro, em qualquer parte do Brasil, o que permite que todos os cidadãos tenham acesso ao que o Congresso Nacional produz em termos de legislação. (Palmas.)
O Conselho Editorial do Senado Federal, ideia e criação do Presidente José Sarney, com mais de 200 títulos lançados, tem prestado inestimáveis serviços à História e cultura nacionais, com o resgate de obras que trazem para os dias de hoje a nacionalidade brasileira desde seus primórdios.
Finalmente, Sr. Presidente, Senador Paulo Paim, a Secretaria de Editoração e Publicações do Senado, seu nome atual, está editorando e publicando a coleção Em Miúdos, coletânea de leis a partir da Constituição em Miúdos, passando pela Lei Maria da Penha em Miúdos, Estatuto da Igualdade Racial em Miúdos, Código de Defesa do Consumidor em Miúdos, Estatuto da Criança e do Adolescente em Miúdos, de autoria da Profa. Madu Macedo, publicações dirigidas a alunos do ensino médio e fundamental de todo o Brasil, num projeto do Senado Federal em parceria com a Câmara Municipal de Pouso Alegre, Minas Gerais, e a Associação Brasileira das Escolas do Legislativo e de Contas (Abel). Essas publicações Em Miúdos são levadas aos jovens brasileiros para que eles comecem a exercitar plenamente o que é cidadania, despertando neles a consciência de defesa da democracia.
Esse é o trabalho da Gráfica do Senado, Sr. Presidente Paulo Paim, meus colegas que estão aqui presentes, que a cada dia se renova e se esmera para prestar os melhores serviços ao Senado Federal, ao Parlamento brasileiro, aos cidadãos do Brasil, graças ao empenho, à dedicação, ao profissionalismo e ao esforço de seus servidores, que procuram diuturnamente gravar na memória os seus criadores e seguir os seus ensinamentos: o Dr. Wilson Pedrosa, Primeiro-Superintendente; o Dr. Isaac Brown, Secretário-Geral da Mesa; e o Presidente desta Casa, que criou a gráfica, Senador Auro de Moura Andrade.
Muito obrigado. (Palmas.)
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O SR. PRESIDENTE (Paulo Paim. Bloco Parlamentar da Resistência Democrática/PT - RS) - Muito bem. Meu cumprimento, Sr. Florian Coutinho Madruga, Presidente de Honra da Associação Brasileira das Escolas do Legislativo e de Contas.
Eu aproveito para cumprimentar os alunos do ensino fundamental do Colégio Guiness, Taguatinga, Recanto das Emas. Sejam bem-vindos à Casa do Povo Brasileiro.
Eles estão abanando para todos nós. Abanamos para vocês também, viu? Bom retorno. Assistiram a uma sessão de homenagem à Gráfica do Senado, com todas as produções colocadas aqui.
Neste momento nós vamos à homenagem a servidores e ex-servidores da Secretaria de Editoração e Publicações (Segraf). Os diplomas serão entregues por mim e os perfis dos homenageados serão lidos pelo nosso amigo Sr. Rafael André Chervenski da Silva, Diretor da Secretaria de Editoração e Publicações.
O SR. RAFAEL ANDRÉ CHERVENSKI DA SILVA - A Sra. Edith Moreira da Silva ingressou no Centro Gráfico do Senado Federal em dezembro de 1971 como auxiliar de escritório. Posteriormente, atuou na composição do manual de publicações que seriam impressas nos processos de tipografia e offset. Atua hoje no serviço de formatação e programação visual. Em reconhecimento aos relevantes serviços prestados ao longo dos últimos 51 anos, o que a torna a servidora há mais tempo em atividade na Secretaria, o Senador Paulo Paim entrega agora o diploma à Sra. Edith Moreira da Silva. (Palmas.)
O Sr. Wallace Rebelo Tolentino ingressou no Centro Gráfico do Senado Federal em 23 de fevereiro de 1981. Trabalhou no Serviço de Acabamento por 30 anos. Em 2011 passou a atuar no recém-implementado Serviço de Impressão Digital, setor que hoje chefia. Em reconhecimento aos relevantes serviços prestados ao longo dos últimos 42 anos, o que o torna o servidor há mais tempo em atividade na Secretaria, o Senador Paulo Paim entrega agora o diploma ao Sr. Wallace Rebelo Tolentino. (Palmas.)
O Sr. Adenil dos Santos Matos ingressou na Escolinha de Artes Gráficas do Senado Federal em 1985, aos 13 anos de idade. Lá tornou-se um profissional da indústria gráfica. Foi então contratado no cargo de operador de acabamento, função que mantém por sua competência e dedicação. Em reconhecimento aos relevantes serviços prestados ao longo dos últimos 38 anos, o que o torna o colaborador terceirizado há mais tempo em atividade na Secretaria, o Senador Paulo Paim entrega agora o diploma ao Sr. Adenil dos Santos Matos. (Palmas.)
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Wilson Menezes Pedrosa nasceu em Caruaru, Pernambuco, em seis de janeiro de 1930. Vivendo no Rio de Janeiro, foi convidado pelo Presidente Juscelino Kubitschek para auxiliar na construção da nova capital, onde chegou em 1958.
A marca na vida de Wilson Pedrosa é o pioneirismo. Participou ativamente da instituição do Clube dos Pioneiros e do Correio de Planalto; dirigiu a área industrial do Jornal de Brasília e do Correio de Brasília. No Senado Federal, Wilson Pedrosa também foi pioneiro. Designado para organizar o serviço gráfico da Casa em 21 de agosto de 1963, entregou sua tarefa concluída em menos de um mês. Foi o primeiro Superintendente do Serviço Gráfico, e, sob sua gestão, iniciaram-se as impressões do Diário do Congresso Nacional e do Senado Federal, além da publicação de obras de interesse legislativo e histórico-cultural.
Wilson Pedrosa nos deixou em 25 de dezembro de 2022. A história que iniciou, porém, está eternizada nas principais páginas do nosso país.
Em reconhecimento ao fundador e primeiro Diretor do Serviço Gráfico do Senado Federal, das centenas de colaboradores que, ao longo das últimas seis décadas, se dedicaram ao legado iniciado em agosto de 1963, o Sr. Júlio Werner Pedrosa recebeu o diploma das mãos do Senador Paulo Paim. (Palmas.)
O SR. PRESIDENTE (Paulo Paim. Bloco Parlamentar da Resistência Democrática/PT - RS) - Meus cumprimentos. Sejam bem-vindos, alunos do 1º ano do ensino médio do Colégio Dante Alighieri, de São Paulo. Sejam todos bem-vindos! (Palmas.)
E os que estão em casa assistindo aos 60 anos de homenagem à Gráfica do Senado. (Pausa.)
Cumpridas todas as finalidades desta sessão, de uma linda homenagem à Gráfica do Senado. A Gráfica do Senado conta a história do Brasil, da democracia, da liberdade, até, de fato, da injustiça, como o golpe que houve. Tudo está na Gráfica do Senado.
Permitam que diga: eu, particularmente, todos os anos, na Feira do Livro de Porto Alegre, lanço um livro. Meio ousado que sou, penso que sou poeta; não o sou, mas escrevo livros com um tom mais nessa linha que aqui eu frisei, que é a linha do meu discurso de todo dia na tribuna do Senado. E a Gráfica do Senado imprime todos os livros, porque são temas sempre da atualidade, como foi agora o da covid-19. Escrevi um livro e estamos lançando agora, em novembro, em Porto Alegre.
Sou testemunha, porque estou aqui desde a Constituinte. Eu sou do tempo de Covas, de Ulysses Guimarães, de Lula como Constituinte, de Olívio Dutra. Vou dizer outros aqui: Cabral, que foi o grande Relator, homens que marcaram seu tempo com a força de homens que acreditam que a liberdade, com certeza, está cravada na palavra "democracia" e na palavra "educação". Democracia é a liberdade para todos, mas é a liberdade que é assegurada também pela educação e os livros, que aqui a Gráfica do Senado representa muito bem.
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Abraço. Parabéns a todos vocês!
Está encerrada a sessão. (Palmas.)
E digam que essa é a leitura oficial, porque eu improvisei aqui, da minha forma...
Informamos que, após o encerramento, os convidados presentes serão recebidos com um coquetel na instalação dos serviços de acampamento da Secretaria de Editoração e Publicações.
Antes do encerramento desta sessão, acompanharemos a execução da música - ah, essa eu quero ver mesmo - A Amizade é Tudo.
Dizem que o maior amor é o amor de amigos e amigas, viu? Esse é para toda a vida. É eterno. Eu sou adepto dessa tese: o maior amor é o amor de amigos e amigas.
Neste momento, teremos a execução da música A Amizade é Tudo, do cantor Thiaguinho, executada pelo colaborador da Segraf, Edilson Barbosa.
(Procede-se à execução de música A Amizade é Tudo.) (Palmas.)
O SR. PRESIDENTE (Paulo Paim. Bloco Parlamentar da Resistência Democrática/PT - RS) - Está encerrada a sessão.
(Levanta-se a sessão às 16 horas e 19 minutos.)