1ª SESSÃO LEGISLATIVA ORDINÁRIA
57ª LEGISLATURA
Em 13 de novembro de 2023
(segunda-feira)
Às 10 horas
170ª SESSÃO
(Sessão Especial)

Oradores
Horário

Texto com revisão

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O SR. PRESIDENTE (Astronauta Marcos Pontes. Bloco Parlamentar Vanguarda/PL - SP. Fala da Presidência.) - Bom dia! Bom dia a todos!
Antes de mais nada, obrigado por terem vindo.
Este é um dia muito importante para milhares de jovens no país.
Eu declaro aberta a sessão.
Sob a proteção de Deus, iniciamos os nossos trabalhos.
A presente sessão especial foi convocada em atendimento ao Requerimento nº 700, de 2023, de autoria desta Presidência e de outros Senadores, aprovado neste Plenário.
A sessão é destinada a comemorar o Dia da Educação Profissional e Tecnológica.
Convido, para compor a mesa desta sessão, os seguintes convidados: o Sr. André Vicente de Sanches, Diretor do Serviço Nacional de Aprendizagem Rural (Senar); (Palmas.) a Sra. Kelly Teixeira, Gerente de Programas e Diretrizes Educacionais do Serviço Nacional de Aprendizagem Comercial (Senac - Departamento Nacional); (Palmas.) o Sr. Felipe Esteves Pinto Morgado, Superintendente de Educação Profissional e Superior do Senai; (Palmas.) o Sr. Getúlio Marques Ferreira, Secretário de Educação Profissional e Tecnológica do Ministério da Educação; e (Palmas.) o Sr. Luiz Roberto Liza Curi, Presidente do Conselho Nacional de Educação. (Palmas.)
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A Presidência informa que esta sessão contará também com a participação dos seguintes convidados: o Sr. Carlos Procópio, Vice-Reitor do Instituto Federal de São Paulo - obrigado; (Palmas.) a Sra. Edleide Epaminondas de Freitas Alves, Gerente de Educação Empreendedora do Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas (Sebrae Nacional); (Palmas.) o Sr. Luiz Seabra Junior, Diretor-Geral do Colégio Técnico de Campinas (Unicamp); (Palmas.) a Sra. Laura Margarida Josefina Laganá, Diretora-Superintendente do Centro Paula Souza (Etec e Fatec); (Palmas.) a Sra. Patrícia Macedo, Diretora Institucional do Liceu de Artes e Ofícios de São Paulo; e (Palmas.) o Sr. Augusto César da Silveira, Diretor-Geral do Colégio Técnico de Limeira (Cotil - Unicamp). (Palmas.)
Convido a todos para, em posição de respeito, acompanharmos o Hino Nacional, que será executado pela Banda de Música do Centro de Ensino Fundamental 11 do Gama - Luiz Antônio Fermiano, sob regência do Maestro Altair Paulo.
(Procede-se à execução do Hino Nacional.)
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O SR. PRESIDENTE (Astronauta Marcos Pontes. Bloco Parlamentar Vanguarda/PL - SP. Para discursar - Presidente.) - Eu gostaria de começar este dia, primeiro, agradecendo a Deus por nos permitir estarmos aqui. Quero agradecer a cada um de vocês que aqui prestigia este evento, que, como eu falei no começo, tem uma finalidade muito, mas muito especial.
Eu vejo muitos rostos conhecidos da comunidade que trabalha no dia a dia para dar aos nossos jovens oportunidades.
O ensino profissionalizante é uma transformação de vida. Ele traz oportunidade para os jovens, principalmente aqueles que estão em condições de maior vulnerabilidade social e que, através de um curso profissionalizante, conseguem realizar seus sonhos, conseguem sair de situações difíceis, ter seus empregos, ter suas vidas, sua empresa, desenvolver atividades que vão transformar a vida desses jovens, da família e o restante a partir daí.
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Eu tenho um mote, vamos dizer assim, que eu gostaria de colocar no país inteiro, se possível, para cada pai e cada mãe pensar e falar isso e agir dessa forma, que é o seguinte: o meu filho vai ter mais educação do que eu tive. Imaginem, se todos os pais e mães do Brasil realmente levarem isso a sério, o que a gente consegue fazer, transformando o nosso país através da educação.
A educação profissionalizante acontece geralmente num período de vida do jovem que é essencial para que ele tenha a escolha entre ter sucesso ou ter falhas. E não é porque ele vai ficar só em uma profissão. Não é isso, não. É porque nesse período... E eu posso falar isso aí, vamos dizer assim, de cadeira, porque eu estive exatamente essa situação.
Para quem não me conhece, eu sou de Bauru, lá no interior de São Paulo. Nasci na periferia. O meu pai era servente de serviços gerais, minha mãe era escriturária da rede ferroviária. A vida era difícil demais. E eu tive muitos amigos que não tiveram as mesmas escolhas ou não construíram as mesmas oportunidades. Eu vou até repetir essa parte de construir oportunidade, porque as chances, as portas se abrem; agora, você precisa tomar a decisão em entrar, decisão em estudar, decisão em se dedicar àquilo lá. Então, eu tive muitos amigos que não tomaram essa decisão e que infelizmente não tiveram um bom resultado na vida, vamos dizer assim. Aí é onde o ensino profissionalizante entra definitivamente na vida daqueles adolescentes ou pré-adolescentes, partindo para jovens adultos, que começam a ter essas portas abertas e que, se aproveitarem devidamente, através da educação, podem realizar seus sonhos. Foi o que aconteceu comigo. Eu consegui lá uma vaga no Senai. Tinha lá o Senai, o Engenheiro Aurélio Ibiapina, que ficava dentro da rede ferroviária federal e que a gente costumava chamar de escolinha da rede ferroviária. Tinha o Senai... Aliás, o Sr. Ademir está aqui, que hoje em dia é o Diretor do Senai lá em Bauru. Tinha o Senai, então tinha essa unidade do Senai que ficava dentro da rede ferroviária federal. Ali eu fiz curso de eletricista. Aquele curso de eletricista eu fazia de manhã ali no Senai e à tarde eu trabalhava já na rede ferroviária como eletricista aprendiz. Comecei com 14 anos ali. E aquilo me dava a oportunidade de ganhar meio salário mínimo como eletricista aprendiz. Aquele meio salário mínimo me ajudava - me ajudava não; pagava! Eu pagava o Liceu Noroeste, que era a única escola que tinha curso profissionalizante na época, colégio técnico profissionalizante em eletrônica, lá em Bauru, que era o que eu queria fazer. Então, eu fazia, ao mesmo tempo, curso de eletricista, técnico eletricista e técnico eletrônico e eu mesmo pagava o meu curso. Saía de casa às 6h da manhã, voltava às 6h da tarde, tomava banho, jantava, ia lá para o colégio, voltava meia-noite.
Foi assim que eu fiz o ensino médio e aquilo me ajudou muito em muitos aspectos. Primeiro, a ter atividade durante o dia todo - e eram atividades produtivas para a minha vida. Segundo, porque aquelas atividades me davam a autoconfiança, a autoestima necessária para falar assim: eu sou capaz de fazer as coisas por mim. E aquele salariozinho me dava o senso de responsabilidade de começar a pensar como um profissional. E isso também foi muito importante para a vida. Sem dizer que, depois, para escolher a carreira na universidade, para escolher o que eu ia fazer, eu já tinha uma noção exata do que eu gostava ou do que eu não gostava. Eu sabia que eu gostava da área de ciência, de tecnologia, que eu queria fazer engenharia, que eu queria estar dentro desse setor. E eu queria ser piloto também.
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Minha vida foi seguindo dentro disso, dentro dessas perspectivas que eu construí lá atrás através dessa visão que eu tive pelo ensino médio e pelo ensino profissionalizante.
Eu contei essa história porque, da mesma forma que aconteceu isso comigo, estará conosco, talvez chegue mais tarde, o nosso Senador Paulo Paim, que é o Vice-Presidente da frente. Ele teve exatamente a mesma situação quando jovem. Por isso a gente se junta aqui, para poder ajudar milhares de jovens que hoje estão na mesma situação.
Nós temos aqui atores, vamos dizer assim, instituições que fazem parte desse ecossistema que pode criar essas condições para jovens. Quando esse jovem, como eu, está ali envolvido com a sua futura profissão, aprendendo, ele está fora da rua, ele está fora do alcance da criminalidade, do alcance das drogas. E isso faz uma diferença enorme.
Essa frente foi criada - eu vou falar mais dela à tarde, porque esta cerimônia é mais para a comemoração do dia - com o objetivo de juntar esforços no Brasil inteiro para que a gente possa trazer esses jovens.
E eu garanto para vocês que, com um trabalho bem-feito na educação profissional e tecnológica, nós conseguimos, em um período relativamente curto de tempo, reduzir muitas das estatísticas ruins que nós temos no Brasil quanto à droga, quanto à criminalidade, etc. - podem ter certeza disso -, além de poder ajudar esses jovens a terem o seu futuro, o seu emprego, a sua empresa, melhorando também ou reduzindo o gap que nós temos com a quantidade.
Nós temos, por exemplo, nos setores de tecnologia, de informação e comunicação, uma quantidade muito grande de empregos esperando profissionais gabaritados, certificados para poderem ocupar; ao mesmo tempo, muitos jovens precisando de emprego, pessoas precisando de emprego. Então, o ensino profissionalizante faz muita coisa boa no nosso país e vai fazer cada vez mais.
Eu gostaria de parabenizar todos vocês, todas as instituições que trabalham para que o nosso país tenha essa capacidade.
Eu tenho certeza de que, com esse trabalho e com a nossa união, nós vamos poder fazer desses jovens cidadãos produtivos, felizes; e o nosso país, cada vez melhor em todas as áreas de atuação.
Parabéns a cada um de vocês. Agradeço novamente a presença aqui, neste dia tão importante para comemorar o Dia da Educação Profissional e Tecnológica no país.
Muito obrigado a todos vocês. (Palmas.)
Neste momento, registro a presença do nosso Senador Izalci Lucas, aqui do Distrito Federal, que sempre esteve na luta pela educação, na luta pela ciência, pela tecnologia e pelo ensino profissionalizante.
Está aqui um guerreiro do setor, a quem eu gostaria de passar a palavra - Izalci.
O SR. IZALCI LUCAS (Bloco Parlamentar Democracia/PSDB - DF. Para discursar.) - Sr. Presidente, Srs. e Sras. autoridades aqui da mesa, cumprimento, de forma muito especial, o nosso Senador Astronauta Marcos Pontes, que é também um guerreiro.
Não é fácil lutar por educação, ciência e tecnologia. Aqui, a coisa é difícil. No discurso, é uma maravilha, mas, na prática, a luta é muito grande.
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Cumprimento o Getúlio Marques, representante da Secretaria de Educação Profissional do Ministério da Educação; o nosso Diretor Geral do Senai, Sr. Felipe Esteves Pinto Morgado; André Vicente de Sanches, que é o nosso Diretor do Senar; e também a representante geral do Senac, a Sra. Kelly Teixeira.
Quero cumprimentar todos os professores, alunos, convidados.
Eu tive o privilégio ainda de estudar numa escola pública de qualidade, nos anos 70; e, naquela época, você podia escolher se você queria fazer o científico ou o técnico. Então, quantos jovens naquela época se fizeram realmente técnicos, coisa que depois praticamente foi eliminada aqui no Brasil?
Hoje nós temos uma grande geração nem-nem, que não estudam e não trabalham. São apenas 18% dos jovens que conseguem entrar nas universidades, nas faculdades. São 72% dos jovens que estão por aí, sem oportunidade, com o mercado precisando de técnicos - que é o mais importante: você tem espaço, e não tem realmente os profissionais para ocuparem esses espaços.
Eu tive a oportunidade, por duas vezes, de ser Secretário de Ciência e Tecnologia, e, quando, da minha gestão, eu trouxe para a ciência e tecnologia a educação profissional.
Brasília não tinha nenhum instituto federal aqui. Nós federalizamos Planaltina, e, depois, abrimos espaço e trouxemos... Hoje nós temos 11 institutos federais.
Comigo na secretaria, nós tínhamos três escolas técnicas: Ceilândia; aqui no Areal, a Escola Técnica de Brasília; e Planaltina. Passou a ser "a escola", porque, quando ela está ligada à Secretaria de Educação, ela é mais uma. Das 500, 600 escolas, você tinha três. Então, não tinha o tratamento diferenciado.
Acho que é um desafio ainda, Presidente Senador Marcos Pontes, trazer realmente para a ciência e tecnologia, talvez, a educação profissional, porque na educação ela não será, nunca, prioridade; porque tem a educação básica, e ela fica sempre no segundo plano.
Então, se não fosse hoje, sinceramente, o Sistema S - seja o Senac, seja o Senar, seja o Sesi, o Senai e outras -, nós estaríamos com sérias dificuldades.
Eu, aqui no Congresso, fui Presidente da Comissão do novo ensino médio, e achei que nós íamos dar um grande passo para a formação profissional; mas, infelizmente, no Brasil, você não tem políticas de Estado, aquelas que, independentemente de quem seja presidente, quem seja governador, tenham continuidade. Aqui, a gente tem políticas de governo, e cada governo que entra faz questão de acabar ou arruinar tudo aquilo que foi feito no governo anterior. Você não tem uma sequência.
(Soa a campainha.)
O SR. IZALCI LUCAS (Bloco Parlamentar Democracia/PSDB - DF) - Então, estão aí as alterações propostas do ensino médio, que nem chegaram a funcionar direito, porque eram cinco anos para iniciar. Vários estados iniciaram, mas, ainda agora, com insegurança total. A responsabilidade do ensino médio, da educação profissional, é do Estado, não é da União, mas, infelizmente, no Brasil, você constrói a casa do telhado. O ente mais forte cuida do ensino superior, que é a União, que arrecada 80% dos recursos; depois, vem lá o estado, cuidando do ensino médio; e o município, que está quebrado, cuida da educação infantil, educação fundamental inicial, que é a base da educação. Você tem que fortalecer a base, e a gente não tem isso. Olha que eu aprendi aqui que sabedoria é reconhecer o óbvio, mas o óbvio não é fácil as pessoas reconhecerem.
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Então, educação profissional é o caminho. Nós precisamos disso. O mundo todo desenvolvido já está... Sessenta por cento dos jovens da Coreia e da Alemanha fazem curso técnico e, no Brasil, não chegamos ainda a 10%, se chegamos, deve ser a 10%, 11%, no máximo. Exatamente isso. Lançamos aqui o Pronatec e trabalhamos muito no Pronatec, mas mudou o Governo, mudou realmente a política...
Então, eu quero falar aqui, aproveitando a paciência de mais um minutinho, principalmente para os jovens, quero dizer para vocês, de uma forma muito clara: quem não gosta de política vai ser governado por quem gosta. Essa omissão total da juventude - "Ah não quero saber, só tem ladrão, só tem corrupto" -, isso só faz beneficiar, realmente, quem não quer que o Brasil avance. Tem que participar, os professores precisam realmente incentivar os jovens. Não é ser partidário, não é questão de partido, é uma questão lógica, óbvia: onde é que nós queremos chegar? Que nação que nós queremos? E aí, participar.
Está aí a reforma tributária. Agora, os empresários vão saber o que é isso. Por quê? Porque não participaram. Deixaram: "Ah, não vou mexer com isso não..." Está bom... Aí vem a resposta que nós estamos recebendo todos os dias, em todas as áreas.
Então, eu não estou aqui... Eu quero elogiar muito vocês que estão aqui, que são guerreiros mesmo, para segurar essa peteca, essa bomba. Vocês são - principalmente o Sistema S - um exemplo para todos nós. É evidente que os institutos federais também fazem um bom trabalho, um excelente trabalho, mas sempre falta recurso, falta isso, falta aquilo.
Eu quero aqui, mais uma vez, Marcos Pontes, parabenizá-lo...
(Soa a campainha.)
O SR. IZALCI LUCAS (Bloco Parlamentar Democracia/PSDB - DF) - ... por essa iniciativa de trabalhar a questão da educação profissional, que é fundamental no Brasil, mas também quero dizer para vocês que nós temos aqui diversas frentes.
O Congresso Nacional, hoje, funciona em função das frentes, não é mais das Comissões, porque as Comissões são partidárias, têm proporcionalidade, a questão muito ideológica, agora, as frentes, não. Aqueles que têm interesse naquela ação participam e decidem. Basta ver as últimas votações aí, não passa nada, nesta Casa hoje, sem passar pela FPA, que é a Frente Parlamentar da Agropecuária, pela Frente Parlamentar Mista do Setor de Serviços, pela Frente Parlamentar de Logística, mas as nossas frentes - o Marcos Pontes também participa da Frente Parlamentar de Ciência, Tecnologia, Pesquisa e Inovação - precisam, realmente, ter um apoio maior das instituições para a coisa funcionar.
Então, parabéns! Hoje é o Dia da Educação Profissional e Tecnológica. Espero que, rapidamente, a gente possa voltar para o caminho da formação profissional e dar oportunidade para os jovens. Minha avó já dizia: "Cabeça vazia é oficina do diabo, não tem o que fazer, vai fazer o que não presta". Quando você não tem oportunidade, não tem formação, é isso o que acontece.
Um bom dia e um abraço a todos vocês. (Palmas.)
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O SR. PRESIDENTE (Astronauta Marcos Pontes. Bloco Parlamentar Vanguarda/PL - SP) - Obrigado, Senador Izalci Lucas, pelo seu pronunciamento.
Eu gostaria de registrar também aqui a presença da representante do Governador do Estado do Tocantins, Sra. Ana Carolina Silva dos Santos; da representante do Serviço Social do Transporte, do Serviço Nacional de Aprendizagem do Transporte, Sra. Mariana Campos Ferreira Martinez; do Embaixador de Omã, Sr. Talal AL-Rahbi, do membro do Corpo Diplomático de Moçambique e do Superintendente da Confederação Nacional dos Estabelecimentos de Ensino, Sr. Sebastião Garcia.
Bom, na sequência, então, nós vamos ter pronunciamentos de dez minutos de cada um dos nossos representantes, e depois tem uma surpresa aí para todo mundo, que eu acho que todo mundo vai gostar.
Vamos começar, então, com a sequência dos pronunciamentos.
Neste momento, concedo a palavra ao Sr. André Vicente de Sanches, Diretor do Serviço Nacional de Aprendizagem Rural (Senar), por dez minutos.
O SR. ANDRÉ VICENTE DE SANCHES (Para discursar.) - Bom dia a todos!
Eu queria cumprimentar aqui o Presidente Senador Astronauta Marcos Pontes e agradecer pela oportunidade; cumprimentar também o Secretário Dr. Getúlio, nosso colega lá no Ministério da Educação, o meu amigo Felipe Morgado, do Serviço Nacional da Indústria, a colega Kelly, do Serviço Nacional do Comércio, e cumprimentar o Senador Izalci Lucas, que chegou nos abrilhantando aqui neste momento.
Bom, eu vou falar muito brevemente sobre a atuação do Senar na educação técnica profissionalizante. (Pausa.)
Bom, o Serviço Nacional de Aprendizagem Rural integra o Sistema CNA/Senar há mais de 30 anos. Nós temos três eixos principais de foco de atuação. O primeiro deles é a formação profissional, que é do que vamos tratar aqui, mas há também uma atuação muito forte... Diferentemente, inclusive, dos meus colegas da indústria e do comércio, em que há duas instituições, uma para cuidar da formação profissional e outra para cuidar da promoção social, no Senar, as duas ações se fundem na mesma instituição. Então, fazemos formação profissional, fazemos promoção social, e também há uma modalidade mais recente, que provocou, inclusive, uma pequena alteração no Regimento Interno do Senar, que o Senar passou a ofertar já há oito anos, que é a assistência técnica e gerencial, focado em ações pontuais e presenciais em propriedades rurais para atender, essencialmente, pequenos e médios produtores rurais.
Focando na formação profissional, formação técnica profissionalizante, como a gente costuma chamar no Senar, todas as nossas ações, todos os nossos cursos que são oferecidos são focados e voltados para as tendências do mercado de trabalho. Então, o que nos dá o norte quando vamos decidir que curso será ofertado, que curso será estruturado, o foco principal é atender a uma demanda que o mercado de trabalho está impondo, em que pese a gente considerar que - e aí considerando, inclusive, o próprio perfil dos nossos alunos -, muitos, que um grande percentual dos nossos alunos não está, necessariamente, buscando uma colocação no mercado de trabalho.
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Há, sim, esse público, há, sim, esse cuidado, mas muitos dos nossos alunos - atuais e egressos - são empreendedores na verdade. Eles estão fazendo um curso - ou já fizeram -, capacitando-se para empreender na própria atividade que já desempenham. Então, todo o foco daquilo que a gente produz, como o conteúdo dos cursos que o Senar oferece, tem esse viés de colocação no mercado de trabalho, mas sem perder também um viés e um incentivo até do empreendedorismo para esses alunos.
Trago aqui uma reportagem recente, uma capa de uma revista: "Boom de empregos no agro". Isso é um detalhe... Várias notícias têm saído recentemente do aumento das ofertas no mercado de trabalho no setor da agropecuária brasileira, no agronegócio, que envolve não só o segmento produtivo, mas toda a cadeia produtiva - o setor de insumos, o setor de produção, distribuição, agroindustrialização, logística, comércio interior e exterior. Então, tudo isso é pauta dos nossos cursos e são oportunidades de colocação no mercado de trabalho para os nossos egressos.
Ainda falando na linha das pesquisas, do que tem saído recentemente, eu trago aqui uma informação recente de uma pesquisa feita pela CNA (Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil), junto com o Cepea, o centro de estudos avançados ligado à USP, que mostra um retrato muito recente do boom, da explosão de oportunidades de mercados no nosso setor. Então, atingimos, no segundo trimestre de 2023, 28,3 milhões de pessoas ocupadas; é um recorde na série histórica, que foi iniciada em 2012. Então, há muitas oportunidades no mercado de trabalho no nosso setor, há uma demanda muito grande por profissionais qualificados. E aí eu não vou ler tudo, porque a gente tem uma limitação de tempo, mas o principal que essas pesquisas nos mostram é: o profissional qualificado tem cada vez mais demanda no mercado de trabalho; mais do que mais oportunidades para o mercado de trabalho no nosso setor, aquele que já está empregado tem um maior índice de retenção. Então, em períodos de crise, porque eventualmente algumas empresas do agro ou propriedades rurais precisam fazer um corte na sua folha de pagamento, aqueles com maiores qualificações têm um maior índice de retenção, eles não são os primeiros a serem desligados. Então, em momentos de crise, o índice de retenção daquele profissional que é bem qualificado... ele tem um maior índice de retenção.
E um outro dado importante também são os valores nominais, salários. A remuneração do profissional no agro tem crescido nas últimas pesquisas levantadas. Então, é um mercado cada vez mais atrativo para o egresso da formação técnica o mercado de trabalho no agro.
O que pauta, de uma maneira ampla e horizontal, todos os cursos que o Senar oferece da formação técnica profissionalizante? A gente tem que estar muito atento às tendências e aos desafios que são impostos ao setor agropecuário brasileiro. Então, não podemos deixar de acompanhar, alavancar e trazer este conceito para todos os nossos cursos: a questão do avanço tecnológico da produção agropecuária. Então, tudo aquilo que está, digamos assim, em voga para a produção, considerando evidentemente as diferentes... O perfil do produtor rural brasileiro é muito heterogêneo. Eu não posso propor uma solução tecnológica para um produtor de arroz no Rio Grande do Sul e achar que essa mesma solução vai valer para o produtor de leite em Minas Gerais. Então, considerando as peculiaridades do nosso público, nós temos que estar atentos às diferentes possibilidades e avanços tecnológicos.
Há a questão da produção sustentável, todos os aspectos ambientais e inovadores em que o agro brasileiro é parte da solução e não do problema nas questões ambientais, essencialmente.
Há as questões da mudança climática, crescimento da produção, atendimento aos novos mercados - cada vez mais os compradores dos produtos do agro brasileiro impõem níveis de exigências que precisam ser atendidos - e essencialmente a questão do aumento das pessoas ocupadas no campo. Então, esses são grandes temas que permeiam todo e qualquer curso técnico profissionalizante que o Senar oferece.
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Falando agora especificamente dos cursos, já mencionei o objetivo do curso, e aqui o Senador Marcos Pontes lembrou muito bem da oportunidade no mercado de trabalho, do quanto isso diferencia, que mudança estrutural um curso de formação técnica profissionalizante traz para o aluno, para o egresso e para a família toda, porque nós estamos falando aqui não da mudança de uma pessoa, mas de uma mudança estrutural que impacta no benefício, na qualidade de vida de toda a família, quando ele consegue uma colocação e está bem qualificado para o mercado de trabalho.
Nós temos um modelo de formação técnica profissionalizante que funciona na modalidade à distância e presencial, currículos adequados nas inovações tecnológicas do campo e os cursos técnicos profissionalizantes que o Senar oferece são todos na modalidade subsequente, ou seja, o aluno tem que já ter terminado o ensino médio para depois ingressar no nosso curso. Essa é uma decisão nossa, particular do Senar, mas que considera essencialmente a questão do problema da evasão. Pela natureza, pelo perfil do nosso público, se a gente impuser a este aluno que ele conduza o ensino médio junto com o ensino técnico profissionalizante, a tendência de a evasão aumentar é maior. Então, por uma questão de opção nossa, pela natureza do nosso público, a gente oferta os cursos na modalidade subsequente.
O primeiro curso técnico que o Senar ofereceu foi o curso técnico em agronegócio. Ele começou em 2015, é um curso que forma profissionais atualmente requisitados no mercado de trabalho, preparados para atuar em parceria com o produtor rural, e tem uma visão macro, uma visão holística da cadeia produtiva de qualquer produto. É um curso de 1,2 mil horas de duração em dois anos, um curso que tem 80% do conteúdo à distância e 20% prático presencial.
O segundo curso é o curso de fruticultura, um curso um pouco mais denso, de 1.350 horas, dois anos e meio de duração. Todos os cursos nossos são cursos com habilitação profissional, registro em conselho inclusive.
Um curso mais recente, que foi lançado agora em 2022, ao fim de 2023 formaremos a primeira turma...
(Soa a campainha.)
O SR. ANDRÉ VICENTE DE SANCHES - ... é o curso técnico em zooctenia, um curso de 1,2 mil horas, dois anos de duração, esse com uma carga horária presencial maior, com 40% do conteúdo presencial prático e 60% à distância.
O curso mais recente, lançado este ano, é o curso técnico em florestas, que vai abranger todas as questões climáticas, a possibilidade do mercado de carbono, a produção sustentável de florestas, um curso que já tem uma demanda um pouco mais nichada em alguns estados, diferente dos outros, que têm uma demanda mais nacional.
E lançaremos agora - o processo seletivo vai iniciar agora, dia 21 de novembro, mas já vai estar disponível para o público - o curso técnico em agricultura a partir de 2024, um curso de 1.210 horas, dois anos de duração, um curso mais prático, como a gente diz lá no nosso meio, um curso mais de sujar a botina mesmo, de mão na massa, de práticas, de técnicas de agricultura.
(Soa a campainha.)
O SR. ANDRÉ VICENTE DE SANCHES - Lembro que todos esses cinco cursos que o Senar oferece são gratuitos, ofertados essencialmente para uma decisão regimental interna nossa, mas temos que atender prioritariamente o público-alvo destinado, que são produtores rurais, familiares dos produtores rurais, trabalhadores rurais. Então nós focamos nossa oferta de vagas para esse público. Em havendo sobra de vagas, aí, sim, são disponibilizadas vagas para o público em geral, o que é um fenômeno que tem crescido bastante: cada vez mais buscam os cursos do Senar, os cursos de formação técnica profissionalizante do Senar, profissionais que não têm necessariamente uma origem no meio rural; então, gente essencialmente urbana, mas que está enxergando uma possibilidade de colocação no mercado de trabalho rural e está querendo entender e está se capacitando para buscar uma nova colocação no mercado de trabalho. É um público que tem crescido bastante no nosso meio, na nossa procura.
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Cito alguns números gerais, para finalizar. Desde 2015, quando começamos com o primeiro curso técnico de agronegócio...
(Soa a campainha.)
O SR. ANDRÉ VICENTE DE SANCHES - ... foram quase 150 mil inscritos, dos quais 32.830 alunos ingressantes. Esse programa de formação técnica profissionalizante do Senar está em 27 unidades regionais, administrações regionais. O Senar tem uma estrutura, uma administração regional em cada uma das 27 unidades da Federação, 25 delas aderiram a esse programa. São 236 polos presenciais de apoio educacional que a gente tem espalhado pelo Brasil. E uma pesquisa de satisfação com nível de 95% de satisfação dos alunos.
Rapidamente, um perfil do nosso carro-chefe, que é o nosso curso técnico em agronegócio, onde estão os nossos alunos: a maior concentração dos nossos alunos está no Nordeste, com 30%, e na Região Norte, com 23%, ou seja, mais da metade dos nossos alunos estão nas Regiões Norte e Nordeste.
Um perfil quanto ao gênero: 56% homens, 44% mulheres. E 44% dos nossos alunos estão entre 26 a 35 anos, o que difere...
(Soa a campainha.)
O SR. ANDRÉ VICENTE DE SANCHES - ... eu acho, imagino, um pouco do público geral da formação técnica brasileira. O nosso aluno... Tem jovem, mas ele não é tão jovem assim. Nós temos adultos, muitos adultos no nosso público, estudando conosco.
Temos toda a produção de material, que é enviado e distribuído gratuitamente para todos os nossos alunos.
E a nossa rede, além dos 236 polos de ensino distribuídos nas cinco regiões brasileiras, estão em estruturação seis centros de excelência, que são unidades físicas para cursos presenciais, três delas já estão em operação. Os nossos polos de ensino atendem todas as exigências que o Ministério da Educação impõe, regulamenta para uma necessidade de um polo à distância para formação técnica.
Aí é uma estrutura muito simplificada, padrão do que são os nossos centros de excelência. Nós já temos três em funcionamento e mais três em projeto, em construção. São unidades físicas mesmo, quase 5 mil metros quadrados de área construída, para a oferta de cursos presenciais. E também há polos para o ensino à distância, tanto da formação técnica quanto da formação superior na nossa faculdade CNA.
(Soa a campainha.)
O SR. ANDRÉ VICENTE DE SANCHES - Então, esses centros de excelência são definidos por uma cadeia produtiva específica. Em Juazeiro, na Bahia, já temos um centro de excelência em fruticultura; temos o segundo centro de excelência de bovinocultura de corte em Campo Grande, Mato Grosso do Sul, onde formamos técnicos presenciais e à distância lá; e o terceiro, que foi inaugurado na semana retrasada, 26 de outubro agora, é o centro de excelência em cafeicultura, que fica no Município de Varginha, em Minas Gerais. Esses centros atuam dentro daquela cadeia, eles estão localizados numa região específica para aquela cadeia produtiva, mas eles têm uma abrangência nacional. Todo profissional que vai ser formado lá, todo conteúdo científico e material didático que lá é produzido é conteúdo nacional, de abrangência nacional.
Finalizando, vou trazer um depoimento de um aluno nosso aqui. Eu estou preocupado com o tempo, mas é o último eslaide. Eu queria passar o vídeo aqui só do depoimento de um aluno.
(Procede-se à exibição de vídeo.)
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O SR. ANDRÉ VICENTE DE SANCHES - Senador Marcos Pontes, eu quero agradecer aqui a oportunidade, agradecer o convite e, com autorização do Diretor-Geral do Senar, Dr. Daniel Carrara, colocar o Senar à disposição.
Parabenizo o senhor por essa iniciativa da criação dessa frente. E conte conosco. No que nós pudermos colaborar, estamos juntos.
Obrigado a todos pela oportunidade. (Palmas.)
O SR. PRESIDENTE (Astronauta Marcos Pontes. Bloco Parlamentar Vanguarda/PL - SP) - Obrigado, Sr. André Vicente de Sanches, Diretor do Serviço Nacional de Aprendizagem Rural (Senar).
E agora, na sequência, eu gostaria de convidar para compor a mesa e fazer uso da palavra a Sra. Laura Margarida Josefina Laganá, Diretora-Superintendente do Centro Paula Souza (Etec e Fatec).
V. Sa. tem a palavra, por dez minutos.
E também gostaria de agradecer aos componentes, que acabaram de deixar aqui, da Banda de Música do Centro de Ensino Fundamental 11, do Gama, Luiz Antônio Firmino e o Maestro Altair Paulo.
Também registro a presença da Diretora da Fatec, Victoria Malácio; do Gerente Administrativo do Viacredi Alto Vale, Leocadio Meneghelli; a presença da Embaixada da Síria aqui também, com Hara Bishami; da mantenedora do IESB Eda Coutinho - obrigado pela presença -; representando o Enac do Distrito Federal, Lígia Kobelus; também do Senai Distrito Federal, Paulo Silvestre; do Senai Distrito Federal, Elisie Coelho; da Gerente do Senac de São Paulo, Silvana Lazari; do Reitor do Iesb, Luiz Cláudio - obrigado pela presença -; ainda do Senai, André Sanchez; da CNA, Mírian Vaz; do Sesc Roraima, Iani Sousa; da Etec Professor Camargo Aranha, Pedro Gozalo; do Reitor da Fatec, Marcos Palácio; e também de todos os alunos que estão ali do Centro de Treinamento Olímpico do Colégio Presbiteriano Mackenzie - obrigado pela presença aqui do Mackenzie de Brasília.
Obrigado também àqueles que nos assistem pela tribuna e àqueles que nos acompanham pela TV Senado e pelas redes aqui do Senado.
Agora eu passo a palavra, por dez minutos, à Sra. Laura Margarida Josefina Laganá, Diretora-Superintendente do Centro Paula Souza. Obrigado.
A SRA. LAURA MARGARIDA JOSEFINA LAGANÁ (Para discursar.) - Eu quero cumprimentar o Senador Marcos Pontes, o nosso Secretário Getúlio, o Felipe Morgado e os demais componentes da mesa.
Estou muito feliz de estar aqui. Para mim, é uma emoção estar nesta Casa, que define os rumos do país, por meio dos seus projetos, que aqui são discutidos, são votados.
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Eu atuo no Centro Paula Souza há mais de 40 anos, então há mais de 40 anos eu trabalho com educação profissional, e corroboro, Senador, com o seu depoimento, porque realmente a educação profissional transforma vidas para melhor, garante trajetórias de sucesso para os nossos jovens e também ascensão social às suas famílias. E, além de tudo isso, obviamente, promove o desenvolvimento sustentável e tecnológico do nosso país.
Eu vou fazer uma apresentação, e vou tentar ser rápida, falando um pouco do Centro Paula Souza.
Bom, como já foi dito aqui pelo Senador, infelizmente o Brasil ainda atende pouco na educação profissional - é um percentual pequeno de jovens que têm acesso à formação profissional, comparando-se com países desenvolvidos -, mas eu quero dizer que isso vai mudar. Nós estamos sentindo que isso vai mudar pela iniciativa de muitos estados que já ampliaram a educação profissional, pelos institutos federais que vêm se ampliando. Nós estamos assistindo a isso em São Paulo. Vou falar um pouco de toda a expansão que São Paulo promoveu na educação profissional. Então, eu acredito que esse percentual, que hoje é de 11%, vai crescer muito. Acho que o secretário Getúlio, inclusive, já apresentou esses números, e hoje nós temos, de fato, países onde esse percentual é muito maior.
O Centro Paula Souza é uma autarquia responsável pela educação estadual profissional em São Paulo, até o momento. Ele está vinculado, como o Senador disse... Ele acha que a educação profissional tinha que estar vinculada à Secretaria de Ciência e Tecnologia, e é isso o que acontece em São Paulo há muitos anos. E ela é a maior rede estadual de ensino profissional da América Latina. Nenhum estado tem e atende o número de alunos que o Centro Paula Souza atende - por enquanto; espero que se amplie muito. Eu sou uma expansionista por natureza, viu, Senador? Trabalho nisso há muitos anos e, com muito orgulho, acho que São Paulo fez e está fazendo a sua tarefa.
O Centro Paula Souza tem 228 escolas técnicas, 77 faculdades de tecnologia. A gente atende 316 mil alunos. Aqui eu estou falando do Centro Paula Souza, e nós temos aqui os representantes, inclusive, das escolas técnicas também ligadas às universidades, em São Paulo, que atendem também, e com muita qualidade, muitos jovens.
Nós também - o que é uma ação importante - atendemos, além das 305 escolas, 552 classes descentralizadas. Isso nos permitiu ir para municípios pequenos que não comportariam uma escola técnica. Essas parcerias são com a secretaria da educação, com a secretaria municipal e com muitos e muitos Prefeitos.
Temos também, queria até informar ao Senar, 35 escolas agrícolas. Precisamos conversar mais, porque é uma ação muito importante. Pouca gente sabe que São Paulo tem essa rede. E é uma rede que precisa de apoio porque o emprego se expandiu muito nessa área.
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A nossa equipe é composta por mais de 21 mil colaboradores, entre servidores e professores, e há 20 anos a gente vem promovendo a sua expansão. Então, aí a gente pode ver o número de escolas. Nós quase que triplicamos a rede em São Paulo: de Fatecs, mais do que quintuplicamos; e também mais que dobramos a rede de Etecs. Com muito orgulho, eu sempre digo isso, nós levamos Etecs e Fatecs para a periferia de São Paulo e para dentro das comunidades. Nós temos escolas importantes em Heliópolis, temos escolas importantes em bairros distintos, em municípios de IDHs baixos, e posso afirmar que fizemos a diferença na vida desses jovens.
Isso nos permitiu expandir muito o número de vagas, e quero dizer que São Paulo vai expandir ainda muito mais, porque o Governador Tarcísio definiu - aliás, é um dos principais projetos dele - expandir a educação profissional dentro da secretaria de educação. Então, para o próximo ano, nós teremos, além das 316 mil do Centro Paula Souza, mais em torno de 90 mil novos alunos atendidos dentro do sistema da secretaria de educação. Nós estamos apoiando isso, estamos trabalhando juntos - já trabalhamos juntos -, então eu acho que esse percentual em São Paulo vai ser, com certeza, muito maior.
Aí está a distribuição das nossas vagas: nós oferecemos o ensino modular, principalmente no período noturno, para jovens que já têm o ensino médio e não têm profissionalização, então eles vêm para os cursos modulares; temos 118 mil alunos nos cursos integrados, em que eles fazem o médio e o técnico de forma integrada; e 90 mil alunos no ensino superior, por meio das Fatecs. (Pausa.)
Opa! Não sei por que não está indo... (Pausa.)
Bom, toda essa expansão foi acompanhada por investimento de todos os governos do Estado de São Paulo.
O nosso orçamento hoje gira em torno de R$3 bilhões - estão previstos, mais ou menos, R$3,2 bilhões para o ano que vem - porque, como foi dito aqui, e todo mundo sabe, a educação profissional custa caro e tem que ter um investimento diferenciado por conta dos laboratórios, de toda a estrutura. Então, o Governo vem investindo e, tenho certeza, vai continuar investindo.
Este aqui é o perfil dos nossos alunos aprovados, o que mostra que a educação profissional está chegando a quem precisa: entre 77% e 78% dos nossos jovens são oriundos da escola pública; e 30% são afrodescendentes.
Perfil de renda familiar. Às vezes, em São Paulo se diz "o aluno do Centro Paula Souza é um aluno de elite", e os números vêm confirmar que não. Mais da metade dos nossos alunos tem renda familiar de, no máximo, três salários mínimos. E isso é muito bom, porque nós estamos atingindo os alunos, como o Senador disse, de uma situação social mais vulnerável.
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Em toda essa expansão, qual foi o nosso maior desafio em todo esse tempo?
(Soa a campainha.)
A SRA. LAURA MARGARIDA JOSEFINA LAGANÁ - Durante toda essa expansão, nós trabalhamos muito para segurar a qualidade do Centro Paula Souza, que, desde o seu surgimento, sempre foi reconhecido pela sua qualidade. E isso vem ocorrendo. Graças a Deus, conseguimos expandir sem perder a qualidade.
Prova disso é que, no Ideb de 2021, das 90 melhores escolas técnicas públicas, aliás, das melhores escolas públicas do Brasil, 35 são do Centro Paula Souza. E, no último o Enade, também as nossas Etecs e Fatecs tiveram um excelente desempenho. E este é o número que mais nos orgulha, porque o Pisa é uma avaliação internacional superimportante, onde os nossos alunos das Etecs tiveram um desempenho em leitura, matemática e ciência...
(Soa a campainha.)
A SRA. LAURA MARGARIDA JOSEFINA LAGANÁ - ... superior ou equivalente ao dos países da OCDE. Isso realmente é fantástico. E eu digo que está aqui incluída, por exemplo, uma escola como Jardim Ângela, que, todos sabem, é um dos bairros mais violentos de São Paulo, e essa escola teve um desempenho exemplar.
Aqui está o nosso índice de empregabilidade, que é muito alto frente aos percentuais do nem-nem, e isso é muito importante: 91% dos nossos alunos de Fatecs estão empregados e 77% dos alunos de Etecs.
Atuamos também nos cursos rápidos. No ano passado, atendemos quase 32 mil alunos; em geral são pessoas desempregadas em cursos que não requerem escolaridade prévia.
Temos inúmeras parcerias com o setor produtivo.
(Soa a campainha.)
A SRA. LAURA MARGARIDA JOSEFINA LAGANÁ - Todos os nossos cursos são elaborados ou atualizados em parceria com empresas. Isso é muito importante, porque a empresa sabe o profissional que ela está contratando. Quando ela elabora um curso com a gente, ela sabe que esse profissional vai atender, certamente, os requisitos que a empresa espera. Então, nós temos parcerias com empresas. Temos empresas, inclusive, que oferecem toda a infraestrutura para que o curso ocorra.
No ano passado, nós fomos reconhecidos como um Instituto de Ciência e Tecnologia. Isso é muito bom, porque permite as parcerias com o ecossistema de inovação e também com as empresas.
Estou encerrando.
Aqui nós temos uma demonstração - o Senador já falou -: atualmente, o ensino médio incluiu em um dos seus itinerários a formação técnica profissional. Isso é bom, muito bom, porque vai permitir a expansão. Então, todo aluno que está na rede pública hoje ou que está no ensino médio vai poder optar pela formação técnica profissional. Isso foi uma grande ajuda, não é, Secretário Getúlio? E São Paulo também está garantindo isso.
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Esse é um projeto inovador - eu não tenho tempo de falar, mas gostaria depois de conversar; já conversamos com o Senai São Paulo e com outras instituições -, o Verticaliza, que está sendo implantado no Governo Federal e que o Paula Souza já pratica há quatro anos. A gente elabora um currículo em que o ensino médio, técnico e superior estão integrados; a gente tira o sombreamento, e conseguimos fazer isso em cinco anos; e os alunos saem com os três certificados. Então, o Paula Souza já tem essa experiência, já vamos ter aí alunos formados, e para as instituições que tiverem interesse em conhecer essa proposta estamos de portas abertas.
Era isso que eu queria dizer.
Quero agradecer imensamente o convite. Estou muito feliz de estar aqui com os meus colegas da educação profissional, o Sistema S, a Rede Federal. Em São Paulo, nós temos um fórum em que a gente se conversa muito. Então, estamos progredindo.
Parabéns, Senador, pelo lançamento da frente parlamentar. Nós precisamos muito, muito dessa ação, não só para expandir, mas também para garantir a qualidade do nosso ensino.
Muito obrigada a todos. (Palmas.)
O SR. PRESIDENTE (Astronauta Marcos Pontes. Bloco Parlamentar Vanguarda/PL - SP) - Obrigado, Sra. Laura Margarida Josefina Laganá, Diretora Superintendente do Centro Paula Souza. Parabéns pela apresentação e pelo trabalho.
Eu concedo a palavra agora, na sequência, à Sra. Kelly Teixeira, Gerente de Programas e Diretrizes Educacionais do Serviço Nacional de Aprendizagem Comercial - Senac/DN, por dez minutos.
A SRA. KELLY TEIXEIRA (Para discursar.) - Obrigada.
Bom dia a todos e a todas.
Eu queria iniciar saudando o ilustre Senador Astronauta Marcos Pontes e todos que compõem a mesa: o Sr. Secretário Getúlio, nossos colegas do Sistema S, Felipe, Laura - Laura, pelo Paula Souza -, que acabou de falar, e André, pelo Senar. Também queria cumprimentar, estender meus cumprimentos ao Ilustre Senador Izalci.
É um prazer. Queria agradecer a oportunidade de apresentar o trabalho do Senac e o compromisso que a instituição tem com a educação profissional de qualidade.
O Senac, como todos sabem, é uma instituição que há 78 anos leva a educação profissional para todo o país. Nós estamos presentes em todos os estados, temos mais de 600 unidades, atendemos aproximadamente 2 milhões de pessoas ao ano, temos as nossas programações diversas, tanto na modalidade presencial como na modalidade à distância, e nosso compromisso é transformar vidas por meio da educação profissional.
Eu acho que, como o ditado já diz, melhor do que palavras são imagens. Então, vamos conhecer um pouquinho mais o trabalho do Senac.
(Procede-se à exibição de vídeo.)
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A SRA. KELLY TEIXEIRA - E é exatamente esta a palavra: transformação é o que nos move. Transformar vidas, transformar vidas de jovens, que é para quem a gente precisa olhar com um maior cuidado, sobretudo no momento em que nós estamos vivendo hoje, em que 23% da população são jovens - ou as juventudes, porque a gente pode falar num contexto mais ampliado.
Desses 23%, 66% deles, que têm acima de 19 anos, são aqueles que concluem o ensino médio. A gente ainda tem muito a percorrer para conseguir concluir a formação mais elementar, a formação básica. E, desse percentual do quantitativo de jovens, só 25% - o André já falava disso e o Senador Izalci também falava disso - concluem o ensino superior.
Então, a gente está falando no movimento que a gente precisa olhar para as juventudes e precisa olhar agora, porque a nossa população está envelhecendo e, daqui a dez anos, a gente não vai ter o mesmo quantitativo de jovens que nós temos hoje. E eles vão ser a nossa força produtiva no mercado de trabalho e vão contribuir significativamente para o desenvolvimento deste país.
Nesse sentido, a educação profissional tem um papel fundamental. Por quê? Vários estudos indicam que a educação profissional colabora para reduzir a evasão dos jovens que a cursam junto à formação básica e média, do ensino médio sobretudo. Aqueles que perpassam pela formação profissional têm um diferencial na sua trajetória profissional e até remuneratória. Eles têm um acréscimo de 39% na renda média - aqueles alunos que a concluíram no ensino médio. A taxa de desemprego é menor para aqueles que também tiveram a oportunidade de realizar o ensino médio integrado à educação profissional, quando comparado àqueles que não o tiveram. E, além disso, a gente entende que triplicar o ensino técnico, sobretudo por meio da articulação com o ensino médio, contribuiria, traria aí ganhos de até 2,32% para o PIB nacional.
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É muito importante, gente, o papel... O dia de hoje não é só um dia icônico, eu acho que é um dia para sensibilizar a importância da educação profissional como política de desenvolvimento de país. E, ainda assim - não vou me repetir, alguns colegas já adiantaram -, a gente está, no momento, ainda diferente de outros países, como os países da OCDE e os países da Europa, mas a gente acredita... E é por isto que o Senac trabalha: para transformar esse cenário, para reunir esforços e oferecer oportunidades para transformar a vida de juventudes.
Nesse sentido, isso tem tudo a ver com o nosso perfil de alunos. Assim como Paula Souza falava, a gente também tem o perfil, prioritariamente, de mulheres jovens, a partir dos 25 anos, mas a gente ainda está falando das juventudes, que têm ensino médio completo, com uma renda salarial de aproximadamente dois salários mínimos familiar. Então, é por elas e para elas que estamos todos aqui e trabalhamos arduamente lá na instituição para conseguir promover oportunidades, promover a educação para o trabalho e promover uma educação inclusiva, uma educação emancipatória que possibilite a transformação por meio da mobilidade produtiva e laboral e, sobretudo, do sentimento de pertencimento nessa sociedade.
Então, ao longo desses 78 anos, nós já atendemos mais de 4 milhões de pessoas com os nossos programas da gratuidade. A cada dez alunos, sete se inserem no mercado produtivo. E 92% das empresas com que a gente faz pesquisas entendem e relevam o papel que o Senac desempenha para a sociedade.
Portanto, é motivo de muito orgulho estarmos aqui hoje, sobretudo em representação ao nosso Presidente José Tadros e ao nosso Diretor-Geral Marcus Fernandes, falando da atuação do Senac em nível nacional.
E, volto a insistir, melhor escutar deles, dos alunos, que tiveram as suas vidas transformadas.
(Procede-se à exibição de vídeo.)
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A SRA. KELLY TEIXEIRA - Então, nesse espírito de transformar vidas, de promover a ampliação da educação profissional, de reduzir desigualdades, de propiciar e oportunizar mão de obra qualificada, cada vez mais qualificada, para as empresas do setor de bens, comércios e serviços, eu registro mais uma vez nossos agradecimentos, em nome do Senac, e coloco a instituição inteiramente à disposição para somar esforços em prol da educação profissional. (Palmas.)
O SR. PRESIDENTE (Astronauta Marcos Pontes. Bloco Parlamentar Vanguarda/PL - SP) - Obrigado à Sra. Kelly Teixeira, Gerente de Programas e Diretrizes Educacionais do Serviço Nacional de Aprendizagem Comercial (Senac - Nacional).
Neste momento, eu concedo a palavra ao Sr. Felipe Esteves Pinto Morgado, Superintendente de Educação Profissional e Superior do Senai, por dez minutos.
O SR. FELIPE ESTEVES PINTO MORGADO (Para discursar.) - Bom dia a todas e a todos.
Gostaria de cumprimentar o Presidente da Mesa, o Senador Astronauta Marcos Pontes, na pessoa de quem cumprimento todos os Senadores aqui presentes; cumprimentar o nosso colega Getúlio, da Setec, na pessoa de quem cumprimento a todos do MEC; cumprimentar a todos os nossos colegas do Serviço Nacional de Aprendizagem Rural, do Senac e a Laura, do Centro Paula Souza - é um prazer reencontrá-la.
Quero cumprimentar também os nossos competidores, avaliadores, alunos, docentes do Senai aqui presentes. Muito obrigado pela presença de vocês. É sempre muito bom contar com vocês nesses momentos.
Vou falar um pouquinho do Senai.
O Senai fez 81 anos este ano. É a primeira instituição do chamado Sistema S. E o Senai tem como missão promover a educação profissional, a inovação e a tecnologia para a competitividade da indústria brasileira, atuando em duas vertentes. Muitos conhecem o Senai pela educação profissional, que é a nossa maior atuação, mas, mais recentemente, de uns 12 anos para cá, investimos também muito em inovação e tecnologia, como já foi citado aqui, com os 28 institutos de inovação no Brasil, compondo a maior rede de inovação existente no país vinculada ao setor produtivo, e também 65 institutos de tecnologia. Estas duas áreas, de educação profissional e superior e de inovação e tecnologia, hoje fazem parte do Senai em todo o Brasil.
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No ano passado, nós estivemos em 5.309 municípios, em quase 92% dos municípios brasileiros, em todos os estados, com 520 unidades fixas e 517 escolas móveis. A gente tem muitas unidades e polos dentro das prefeituras, dentro das empresas, principalmente, onde a gente atua, em todo o Brasil, formando trabalhadores para a indústria brasileira.
O Senai também tem 232 laboratórios. É a maior rede de metrologia do país, é a maior rede vinculada ao Inmetro. Muitos não conhecem essa atuação do Senai, mas o Inmetro e o Senai são parceiros para fazer muito da metrologia que existe no país.
Desde 1942, foram mais de 86 milhões de trabalhadores, jovens e adultos, que estiveram juntos em todas as nossas unidades. No ano passado, foram mais de 2,8 milhões estudantes. Este ano, acreditamos que vamos superar 3 milhões de estudantes e também 244 mil serviços de inovação e tecnologia em todo o Brasil.
A gente tem muito orgulho de dizer que o Senai é reconhecido internacionalmente. Acho que o Brasil tem que ter muito orgulho disto: ser reconhecido pela OIT como modelo de educação profissional na América Latina e ser reconhecido pela ONU, como protagonista em Cooperação Sul-Sul. Esse é um reconhecimento formal dessas duas grandes instituições, reconhecendo a excelência do Senai, focado na qualidade da educação profissional no Brasil.
Eu falei dos competidores e eu queria cumprimentar nominalmente os competidores: o João Victor, que participou da última WorldSkills, em Kazan, e o Fábio, que participou em 2017 e ficou em terceiro lugar do mundo, na ocupação de marcenaria; e, agora, os nossos próximos competidores, que estão aqui também e que vão representar o Brasil...
O SR. PRESIDENTE (Astronauta Marcos Pontes. Bloco Parlamentar Vanguarda/PL - SP) - Por favor, levantem-se. Conforme ele for falando, levantem-se, para a gente ver quem é.
O SR. FELIPE ESTEVES PINTO MORGADO - Isso, levantem-se aí.
Os nossos próximos competidores, Senador, o Thaylon e o Samuel, vão representar o Brasil na parte de segurança cibernética. (Palmas.)
Os dois medalhistas do Brasil, os melhores profissionais de segurança cibernética do Brasil.
Parabéns!
Esse resultado é de toda essa rede. Não sei se todos sabem, o WorldSkills é a maior competição de educação profissional do mundo, em que o Brasil é representado pelo Senai e pelo Senac.
Na última edição, porque não teve edição por causa da pandemia - vai ter no ano que vem -, nós conseguimos ficar em terceiro do mundo, com muito orgulho, representando... Isso mostra que, mesmo com esses indicadores não tão bons da educação brasileira, a gente consegue ter profissionais formados por essas instituições com excelência e com qualidade.
Indo para um assunto que muito é debatido recentemente, que é o futuro do trabalho, uma certeza que a gente vê, a partir de várias pesquisas - aqui são dois relatórios do World Economic Forum -, é que o futuro do trabalho está incerto. Essa é uma certeza que todos os números mostram.
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Em 2020, o The World Economic Forum projetou, para 2025 - agora, daqui a dois anos -, que 47% da força de trabalho do mundo iam ser executados por robôs, iam ser por máquinas. Em 2023, projetou para 2027: "opa, não vai ser isso tudo - 42%".
Aí a gente imagina que, poxa, então é sinal de que o número de empregos vai ser mantido. No mesmo relatório, comparando projeção 2025 com projeção 2027, ia ter um crescimento de 12 milhões, vai ter uma perda de 14 milhões. Esses são os números do mundo.
Isso só demonstra que o futuro está incerto - são dois relatórios feitos pela mesma instituição -, isso é uma certeza.
E como o mundo está atuando? O mundo está apostando em educação profissional. Por isso, eu reconheço, Senador, a importância desse dia. Em todos os países, está crescendo o número de jovens fazendo educação profissional, inclusive no Brasil, menos do que a gente gostaria, com 11%. Vários países crescendo, países próximos como a própria Colômbia, que chegou a 28%; o Chile chegou a 33%; o México, a 35%; e eu tenho certeza... a União Europeia chegou, em 2021, a 51%.
Então, eu tenho certeza de que nós precisamos investir, estamos investindo e contamos muito com esta Casa para continuar avançando na formação técnica e profissional, na educação profissional do país.
Por que a gente acredita muito na educação profissional? Esses dados não são do Senai, esses dados são da OCDE, dados mundiais. Se um jovem fizer o ensino médio sem fazer uma formação profissional, a média de empregabilidade dele é de 73%; e, se ele fizer a educação profissional, a média, nos países da OCDE, é de 83%. Então, só de fazer a formação técnica e profissional, amplia-se a empregabilidade.
Esse número no Senai, este ano, é de 84,4% dos técnicos formados no Senai que estão empregados em até um ano após a conclusão do seu curso, e 92% dos tecnólogos formados no Senai também estão empregados até um ano depois de concluir seu curso, o que mostra que, mesmo com essa incerteza do futuro do trabalho, nós sabemos que a tecnologia, a digitalização, a sustentabilidade estão impactando, de uma maneira forte, as profissões; e essas profissões, cada vez mais, exigem uma base cognitiva, analítica... interativas e não rotineiras. É isto que a gente está buscando no Senai: formar um profissional que seja capaz de executar as suas tarefas, aplique muito a sua prática - o Senai prioriza a prática -, mas principalmente também com pensamento analítico, com pensamento criativo; que a gente desenvolva realmente competências para que eles sejam requeridos e reconhecidos no mercado.
O que nós fazemos? Nós reunimos empresas e entidades de classe, universidades, academia, e elaboramos os perfis profissionais dos cursos que o Senai oferece. Hoje, são mais de 1.249 cursos oferecidos com o mesmo perfil profissional no Brasil inteiro. Então, um aluno que estuda no Rio Grande do Sul, se ele se mudar para o Amapá, vai estudar o mesmo curso técnico no Senai; e a gente garante assim - escutando o setor produtivo, identificando quais são as tecnologias que serão difundidas no Brasil para os próximos anos -, a gente acredita que assim nós formamos os melhores profissionais.
As próprias empresas falam isso: 95% das empresas preferem...
(Soa a campainha.)
O SR. FELIPE ESTEVES PINTO MORGADO - ... contratar os profissionais formados pelo Senai.
Eu tenho certeza de que toda essa excelência é graças aos nossos docentes, aos nossos departamentos regionais; e, por todo o esforço que a indústria vem fazendo, investindo no Senai, eu queria agradecer aqui a todos os empresários industriais, a Confederação Nacional da Indústria, por acreditar e investir no Senai para formar os trabalhadores da indústria.
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Assim, eu finalizo aqui a minha apresentação. Estou à disposição, Senador.
Muito obrigado e contem com o Senai! (Palmas.)
O SR. PRESIDENTE (Astronauta Marcos Pontes. Bloco Parlamentar Vanguarda/PL - SP) - Obrigado, Sr. Felipe Esteves Pinto Morgado, Superintendente de Educação Profissional e Superior do Senai.
Aliás, só gostaria de fazer um comentário e de parabenizar os nossos competidores. Eu tive a oportunidade de participar, várias vezes, das competições do WorldSkills. É algo extremamente interessante e impressionante, porque nós vemos esses jovens de grande talento representando o nosso país em competições que envolvem muitos países. Eu tenho a grata satisfação de ser embaixador mundial da WorldSkills International, então, cada vez que vejo ali o nosso país - é lógico que eu não posso ir lá falar só do Brasil como embaixador mundial -, mas é sempre muito bom ver a nossa bandeira verde e amarela aparecendo dessa forma. Parabéns a vocês!
Uma coisa muito importante é essa junção do ensino profissionalizante com a inovação, porque, ali dentro, você percebe a necessidade de mudança rápida nos cursos e como que se tem que se adaptar às novas tecnologias entrantes. Eu sou Vice-Presidente da Comissão de Inteligência Artificial e uma coisa que a gente tem discutido muito é a influência dessas novas tecnologias nos empregos, nas atividades do ser humano, e um dos gargalos é a velocidade de adaptação da educação, de forma geral, para essas novas realidades. Então, parabéns! É realmente muito bom ter isso.
O Wellington está na linha? (Pausa.)
Só gostaria de registrar que o Senador Wellington Fagundes está conosco no virtual. Daqui a pouco, ele entra, para falar algumas palavras.
Na sequência, concedo a palavra ao Sr. Getúlio Marques Ferreira, Secretário de Educação Profissional e Tecnológica do Ministério da Educação, por dez minutos.
O SR. GETÚLIO MARQUES FERREIRA (Para discursar.) - Obrigado.
Bom dia. Para a gente começar a animar mais o que já está muito animado, primeiro, eu queria fazer aqui um agradecimento especial pelo convite à nossa secretaria. Faço esse agradecimento com um cumprimento especial ao meu querido Senador Astronauta Marcos Pontes, que tem um pezinho lá no meu Rio Grande do Norte. Como nós conversamos, querido Marcos, aquele pezinho lá tem ajudado. Eu participei com o Marcos, em duas cidades, lá no Rio Grande do Norte, na época em que a gente foi fazer aquela instalação das escolas com satélite, como Secretário, no Rio Grande do Norte, tive o prazer de estar com você também naquele momento.
Cumprimento ainda o meu querido Senador Izalci, que tem trabalhado muito e, quando trabalhou aqui em Brasília ... Cadê o Izalci? Saiu? O Izalci, realmente, é um daqueles que têm lutado muito pela educação profissional e pela educação em Brasília, lutou durante o seu tempo e no tempo que estive aqui. Eu digo isso porque, entre 2003 e 2011, eu estive nessa posição na minha Secretaria de Educação Profissional e Tecnológica, buscando aquilo que o professor e o querido Senador Izalci falaram que era um programa e um projeto de Estado e não um projeto político apenas. Estou tendo a sorte de retornar agora, para continuar aquele projeto de Estado que construímos naquela época.
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Então, faço um cumprimento também especial ao nosso Diretor do Senai, o meu querido Felipe Morgado. Já fazendo aquele versinho anterior, com Morgado no Senai, o Brasil não vai morgar, ele vai caminhar.
Então, a gente sabe que o Felipe tem sido um grande parceiro desde as épocas anteriores, Felipe, e eu me associo a toda essa esperança que nós temos trabalhado aqui, Felipe, porque é um trabalho realmente contínuo.
Um cumprimento também ao meu querido André, representando aqui o Senar.
Obrigado, André. Parabéns pela apresentação!
E a querida Kelly, que fez a apresentação sobre o Senac.
Eu queria estender aqui à minha querida Laura Laganá, que também é do mesmo tempo que a gente faz essa luta. Desde aquela época, de 2003, você e o querido Almério estão sempre aqui juntos nessa luta. Então, meus parabéns especiais, porque vocês, em São Paulo, são uma referência para todo o Brasil na questão dessa luta dos estados pela educação profissional
E, na plateia, rapidamente, eu vi o querido Luiz Cláudio, que está ali atrás, eu vi aqui o meu querido Procópio, que é um dos homens do Instituto Federal de São Paulo, que tem trabalhado fortemente a questão da verticalização, e a Laura, inclusive, colocou o que já existe lá em São Paulo e que a gente quer colocar para o Brasil como política pública, e quero dizer que, como Secretário da Secretaria de Educação Profissional, nós temos obrigação com toda a educação profissional do país, mas, em especial, como Governo Federal, nós temos uma rede que fica sobre a nossa coordenação, mas que tem uma instituição, e aqui eu tenho os dois representantes da Secretaria Executiva, do Conif, que estão ali.
Então, assim, a nossa querida Leopoldina não pôde vir por algum motivo, mas a Leopoldina traria, com certeza, alguns desses dados muito bem consolidados do que é essa Rede Federal. Então, a Rede Federal, somando-se ao que foi apresentado para o Senai, para o Senac, para o Senai, pela Paula Souza, que são exemplos, demonstra que o país tem um caminho para essa solução na questão da educação. Sempre dizíamos aqui, o tempo todo, que há um desenho para o ensino médio do país, e esse desenho está no ensino médio integrado com a educação profissional. Todos os números apontam para isso. O ensino médio pode ser o melhor sozinho, mas, quando faz esse melhor sozinho e acrescenta a esse melhor um pouquinho da educação profissional, a gente já vê que há uma diferenciação, seja na empregabilidade, seja, inclusive, no acesso à educação superior. Quando a gente analisa os dados de quem acessou a educação superior, quem faz ensino médio integrado com educação profissional cria até essa vantagem, especialmente hoje, quando o Enem não é mais o decoreba, como a gente diz. As avaliações que se fazem são avaliações onde se busca um modelo mais crítico, que se faz para que as pessoas pensem para fazer isso. Então, a educação profissional tem todo esse diferencial quando nós a comparamos com a educação de uma forma geral.
E aí, como a história do meu querido astronauta e outras histórias que a gente conhece, eu também tenho uma história parecida, porque eu, aos nove anos, morava em Macau. Eu sempre olhava atrás de uma radiola, como a gente chamava, com aquelas válvulas ali atrás, e eu ficava impressionado com aquilo, e, quando eu terminei, eu disse "mas eu quero fazer alguma coisa". E sabem por onde eu comecei? Aos nove anos, Instituto Universal Brasileiro. E o IUB nos mandava umas cartinhas a cada hora...
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Querida Cristina, um cumprimento para você também, que está aí - ajudou-nos muito lá na época do Proep. Obrigado, Cristina, por tudo que você fez aí pela educação profissional.
E, nessa época, querido Marcos, chegavam aquelas cartinhas dos Correios; era um mês, para vir depois aquela placa para fazer um rádio, etc., etc. Eu também sou engenheiro dessa área, tá? E trabalhei no Inpe em Natal. Não fui a São José dos Campos porque me prenderam lá para consertar os computadores da universidade. Então, nesse caso, a gente veio lá do interior e minha primeira escola era uma escola de ensino fundamental - Instituto Padre Monte - estadual; mas tinha três galpões: um de marcenaria, um de mecânica e um de eletricidade. Eu resolvi ir para a eletricidade e fiz meu caminho. Imagina, comecei, aos nove, com o Instituto Universal e no ensino fundamental.
Então, a minha luta hoje é que, desde o ensino fundamental, se coloque o trabalho, se coloque essa perspectiva do trabalho já mostrando... E aí eu digo aqui: o meu querido Nicolelis, que vocês conhecem, um grande pesquisador brasileiro, também em Natal, trabalha com essa questão. Ele mostra que o cientista surge de qualquer lugar, um pouco daquilo. Ele tem uma escola numa situação de pobreza, onde as mulheres, desde o início, são monitoradas, no sentido de ver o que é que pode ser feito para que essa criança um dia possa obter todas essas condições de ser um grande pesquisador. E o Nicolelis trabalha muito também essa questão de as crianças pequenininhas, com dois, três anos, já pegando em placa, já pegando na areia, já trabalhando com ciência.
Então, nessa Rede Federal, que começa em 1909... E o dia em que a gente comemora normalmente é o dia 23 de setembro, que é o dia em que o Presidente Nilo Peçanha cria as primeiras 19 escolas, chamadas Escolas de Aprendizes Artífices, com sapateiros, funileiros, alfaiates, aquilo que se precisava àquela época. Mas essa rede, que hoje é representada pelo Conif, nunca deixou de seguir e se sintonizar com o desenvolvimento socioeconômico e cultural do país. Essa rede depois virou liceus; ela tinha só aquele ofício e ela virou liceu, para poder ter um pouquinho de ciências, de matemática, de português.
Na Era Vargas, criou-se outra grande potência na educação profissional do Brasil, que foi o sistema nacional de aprendizagem. Então, de Nilo Peçanha a Getúlio Vargas, já tem de novo outra política de Estado. E veja que as políticas de Estado, quando elas acontecem, elas não morrem. Começaram os institutos lá atrás, começamos com os sistemas nacionais de aprendizagem na Era Vargas, inicialmente pelo Senai, e essa rede vem crescendo, virou escola industrial, virou escola técnica, virou Cefet e hoje são institutos federais.
E, quando chegamos em Brasília, em 2003, nós tínhamos 140 unidades no Brasil todo. E entre 2003 e 2015, com o Presidente Lula e a Presidente Dilma, meu querido Marcos, foram... hoje somos 680 unidades. E houve uma queda, natural nas discussões da política, mas a política de Estado não morreu, ela estagnou. Para o senhor ter ideia, nós tínhamos... O querido Izalci cobrou um pouco aqui sobre o Pronatec. Em 2015, o Pronatec... E o Felipe ali do meu lado dizia: "Quando é que tem um grande Pronatec?", não é, Felipe? Em 2015, o Pronatec tinha R$4,5 bilhões. Eu vim aqui...
(Soa a campainha.)
O SR. GETÚLIO MARQUES FERREIRA - ... para a transição - não é, meu querido Luiz Cláudio? -, e, quando eu chego na transição, meu querido Senador, eu tinha R$4,5 milhões, foi com o que eu vim para a minha secretaria. Uma secretaria que já teve R$4,5 bilhões para trabalhar com educação profissional teve R$4,5 milhões. Recuperamos um pouco, estamos com um pouquinho mais. Na transição se criou uma PEC, com o apoio do Congresso - o Congresso foi muito parceiro, ampliou recurso para a educação profissional. Hoje temos pouco ainda, são duzentos e poucos milhões de reais, viu, Felipe? Não dá para chegar nos R$4 bilhões ainda, mas vamos chegar lá.
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E temos um desafio, que é atingir os números que todos vocês colocaram aqui. No nosso país, 11% apenas dos estudantes fazem ensino médio, enquanto que os números daqueles países da OCDE chegam a 37%. A gente vai tentar chegar lá e chega. Na minha sala, tem uma placa: "essa é a meta". E não chega só pela rede federal, chega por todos esses que estão fazendo.
Os estados hoje têm parceria com o Sistema S...
(Soa a campainha.)
O SR. GETÚLIO MARQUES FERREIRA - ... têm parceria com a rede Paula Souza, que já é do Estado, e tem parceria com os institutos federais. Vamos, sim, alcançar esses números.
O Plano Nacional de Educação apontava, entre 2013 e 2023, que deveríamos estar hoje, meu querido Senador Marcos, com 4,8 milhões de alunos em cursos técnicos integrados em nível médio; nós só estamos com 2,07 milhões, e em 2013 era 1,6 milhão, quer dizer, isso andou muito pouco, mas agora vai andar com a ajuda de vocês.
O nosso Ministro Camilo tem colocado como prioridade os estados e essas instituições que são boas em educação profissional, que são de excelência, que são reconhecidas, para nós virarmos essa chave. Então, tenha a certeza, meu querido Senador, de que nós estamos no caminho certo, e o caminho certo não se faz somente com o governo, se faz com a união, se faz com a transformação e com o que nós estamos tentando.
(Soa a campainha.)
O SR. GETÚLIO MARQUES FERREIRA - Nesse projeto, só para encerrar, temos agora uma nova discussão, que também passa... e a gente tem que agradecer aos Parlamentares -, que foi a Lei 14.645. Então, agora, pela primeira vez, o Brasil tem uma lei, e foi o Congresso que trabalhou essa lei, junto com o Governo Federal, para termos uma lei que cria uma Política Nacional de Educação Profissional.
Querido Senador, há pouco eu estava lá no MEC fazendo a abertura de uma questão do Mercosul com os meus colegas da Argentina e Uruguai, e eu lembro que um colega do outro lado, um que não pôde - estavam o do Uruguai e o da Argentina - , e eu disse: lembram quando nós lutamos e nós ajudamos a construir a lei de educação profissional da Argentina, que está valendo? Nós não temos; lá tem uma lei. E, nessa lei da Argentina, e na nossa ainda está faltando, tem uma coisa importante para que a coisa caminhe, que é o financiamento. Lembra, Felipe, que a gente brigava muito para, em nossas leis, ter um financiamento...
(Soa a campainha.)
O SR. GETÚLIO MARQUES FERREIRA - ... para educação profissional? Senão, faz o que o Senador Izalci disse: "Não adianta falar e não ter a questão prática". E a questão prática se faz com recursos. A lei da educação profissional da Argentina já diz de onde o recurso vem para fazer; na nossa, ainda não, mas vamos lutar juntos. E a união entre setor empresarial, sistemas nacionais de aprendizagem, sistema estadual, o Conif - e estou vendo o querido Alexandre ali, representando a nossa Presidenta -, esse conjunto que vai fazer essa transformação; sem ele não chegaremos a lugar nenhum. Isso para que a gente possa ver os alunos do Mackenzie, que estão hoje aqui assistindo, e os colegas competidores do Senai serem um exemplo, para que a gente tenha essa educação profissional cada vez mais forte, e que seja o que vai nortear todo o ensino médio do Brasil. É isso que eu espero.
Um agradecimento especial, obrigado. (Palmas.)
O SR. PRESIDENTE (Astronauta Marcos Pontes. Bloco Parlamentar Vanguarda/PL - SP) - Obrigado ao Sr. Getúlio Marques Ferreira, Secretário de Educação Profissional e Tecnológica do Ministério da Educação.
Tenha a certeza de que a gente está na luta juntos pela melhoria desse setor tão importante, assim como pelo aumento do financiamento da pesquisa e desenvolvimento no país. Isso é importante sempre lembrar, sempre que tenho a oportunidade.
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Concedo a palavra ao Sr. Carlos Procópio, Vice-Reitor do Instituto Federal de São Paulo, por dez minutos.
O SR. CARLOS PROCÓPIO (Para discursar.) - Bom dia a todos e todas.
Gostaria de agradecer o convite feito pelo Senador Marcos Pontes de poder compor este importante evento e também cumprimentar todos os presentes.
E aproveito para parabenizar as escolas que oferecem educação profissional no Brasil: os nossos institutos federais, do qual eu faço parte; as escolas técnicas vinculadas às universidades federais; os colégios técnicos vinculados às universidades, sobretudo as estaduais - e temos aqui os colegas de São Paulo presentes -; as escolas técnicas estaduais, que também são um braço importante para a educação profissional; o Sistema S, que está representado aqui também pelos colegas. A gente também não pode esquecer a participação das escolas particulares quando a gente pensa na oferta da educação profissional.
Então, a educação profissional, quando a gente olha para ela, é uma educação que está capilarizada e está praticamente em todos os municípios do país. O colega do Senar apresentou agora há pouco que eles estão em cerca de 5 mil municípios.
Nós, da rede federal, estamos em um pouco mais de 600 municípios. Hoje nós temos - o Getúlio disse muito bem - um pouco mais de 660 unidades, e, dessas, 38 são institutos federais; duas são CEFETs, são centros federais de educação tecnológica; uma é universidade tecnológica, que é a Universidade Tecnológica do Paraná; 22 escolas técnicas vinculadas às universidades federais; e o Colégio Pedro II, que tem também uma rede bastante significativa no Estado do Rio de Janeiro.
Então, hoje, quando a gente olha para a rede federal, nós temos cerca de 12 mil cursos. Os cursos do eixo de processos industriais, informática e comunicação perfazem a maior parte dessas vagas. Temos hoje aí mais ou menos 1,5 milhão de matrículas, e um pouco mais da metade dessas matrículas está em cursos técnicos de nível médio.
A despeito desses números, a gente sabe que a gente pode... e há uma disposição, sobretudo do Governo Federal, de a gente conseguir avançar um pouco mais nessa oferta. Tem todo um movimento vinculado a essa expansão. Então, nós, da rede federal, somos entusiastas da expansão para que a gente possa chegar a mais unidades, chegar a mais municípios.
Há regiões que de fato dependem da nossa presença para poder fazer uma formação de qualidade dentro do nível técnico e tecnológico, mas também a gente não pode esquecer a necessidade de consolidar as unidades que nós temos. Temos aí centenas de unidades, algumas delas ainda demandam algum tipo de investimento.
A gente sabe que tem todo o esforço do Governo Federal, mas também o esforço da Câmara dos Deputados e do Senado de conseguir fazer os aportes necessários e as políticas necessárias para a gente poder fazer essa consolidação.
Quando a gente olha para a rede federal, sobretudo quando a gente olha para o perfil dessa rede, a gente está falando de um perfil muito parecido com aquilo que já foi apresentado aqui. São alunos e alunas que vêm das escolas públicas, cujas famílias recebem até três salários mínimos.
E os resultados são muito parecidos. É um sucesso no Pisa, comparado com outros países da OCDE, e também é um sucesso em olimpíadas. Todas as escolas aqui presentes têm alunos que têm resultados excelentes nas olimpíadas das mais diversas áreas. Então, a gente está diante de um cenário bastante robusto, bastante significativo quando a gente pensa em educação profissional.
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Mas eu não quero, na minha fala, falar só aqui da rede federal, da qual eu faço parte, mas também aproveitar esta oportunidade, Senador, para falar um pouco da educação profissional como um todo, na medida em que a função dessa educação profissional é formar cidadãos para o mundo do trabalho, mas também cidadãos, no mundo do trabalho, que colaborem com o nosso desenvolvimento nacional.
Da educação profissional cada vez se espera mais. O tempo todo, somos demandados de poder participar desse desenvolvimento nacional. E a gente também não pode partir do princípio de que a educação profissional e a defesa dela sejam apenas palavras jogadas ao vento, não é? É necessário que nós tenhamos tanto o fomento, quanto a regulação, para que possamos, com o fomento, gerar mais oportunidade e, com a regulação, gerar mais qualidade. Não adianta ter fomento e ter uma educação profissional com baixa qualidade. E também a gente sabe que há vários desafios e a gente tem que avançar nesse sentido do ponto de vista da regulação e do fomento.
A centralidade da educação profissional é propalada o tempo todo nas mídias, pelas sessões aqui no Senado e na Câmara, que, o tempo todo, têm defendido a educação profissional.
A gente só vai conseguir avançar na defesa, de fato, da educação profissional na medida em que a gente criar, em relação a ela, um rol de compromissos. Não é só discurso; é sobretudo ação, para que a gente possa avançar.
Nós vimos aqui uma série de experiências que São Paulo trouxe, com o Paula Souza; e o Felipe trouxe, com o Sistema S. A gente também tem que entender e colocar no nosso horizonte que a gente não precisa buscar nada lá fora quando se fala de educação profissional. Não precisa buscar na Alemanha, buscar na Finlândia ou buscar em qualquer outro país que seja. Nós temos grandes experiências robustas aqui: o Sistema S tem várias experiências interessantes; o Paula Souza tem várias experiências interessantes; e também tem os nossos institutos federais.
Então nós temos aí, nas nossas mãos, a possibilidade de usar aquilo que nós fazemos de melhor, otimizar o recurso que nós temos, para que possamos formar com mais qualidade e atender aquilo que nos é demandado.
Nós sabemos, por outro lado, que não significa que nós não tenhamos que melhorar aquilo que nós fazemos. Temos que melhorar, porque os desafios são muitos, como um melhor diálogo com o arranjo produtivo local, social e local, e uma formação de formadores, que é muito importante para a educação profissional.
A gente forma professores, mas é importante formar professores também para a educação profissional, porque não é só o fato de o sujeito ter uma experiência no mercado de trabalho que garante que ele vai ser um bom professor para ensinar como é que funciona determinado procedimento no campo da indústria, por exemplo. A gente tem que apostar fortemente na formação de profissionais para essa educação profissional.
Temos que lidar com o tema de evasão, que é um tema que nos chama muito a atenção, porque a procura é muito grande, mas proporcional à procura também é a desistência desses cursos. Então, a gente tem que tentar criar mecanismos e políticas para que esse aluno, ao entrar num curso de educação profissional, possa permanecer. Isso é muito importante.
Nós estamos - não é, Getúlio? - fazendo uma parceria agora com a Anac, junto com o nosso campus São Carlos, para poder formar alunas, sobretudo alunas, mas também alunos, para que eles possam passar por um curso de técnico em manutenção em aeronaves. E esse curso tem o fomento de ponta a ponta, ou seja, ele tem o fomento quando o aluno entra, mas também tem o fomento quando o aluno sai, porque não é só o aluno entrar no curso e ter a bolsa no percurso de um ano, um ano e meio, mas também ter um estímulo para que esse aluno seja absorvido no estágio e possa, nesse estágio, pegar experiência e depois aumentar a sua empregabilidade. Então, há uma série de experiências de projetos pilotos sendo feitos em quase todas as redes. A gente pode fazer uso deles e tentar expandir isso para todo o Estado nacional.
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Para finalizar e também pensando um pouco que o mote do nosso imaginário político está nessa questão da união e da construção, a gente deve aproveitar esse cenário para gerar impacto. Quando eu falo impacto, não é só impactar a educação profissional, mas também impactar as vidas de todas as pessoas que por ela passam. Quando a gente vai aos eventos, às atividades que envolvem, por exemplo, a nossa rede, a gente vê alunos saindo de várias partes do Brasil, desenvolvendo tecnologia, desenvolvendo projetos na área da educação profissional que são bastante interessantes, que, num certo sentido, têm ajudado a transformar não só a realidade desse aluno, dessa aluna, mas também a realidade daquela cidade, daquela região na qual esse aluno, essa aluna está inserida.
Então, quero parabenizá-lo pela ação, Senador, e a todos os nossos colegas aqui presentes, que têm feito um movimento significativo para poder...
(Soa a campainha.)
O SR. CARLOS PROCÓPIO - ... consolidar aquilo que a gente entende hoje que é o carro-chefe deste país, que é a educação profissional.
Então, muito obrigado a você e obrigado a todos e a todas. (Palmas.)
O SR. PRESIDENTE (Astronauta Marcos Pontes. Bloco Parlamentar Vanguarda/PL - SP) - Obrigado ao Sr. Carlos Procópio, Vice-Reitor do Instituto Federal de São Paulo.
Aliás, quero também fazer um comentário. Desculpem-me por ficar fazendo esses comentários intermediários, mas é que, às vezes, surgem alguns temas que são importantíssimos de a gente comentar aqui.
A possibilidade dos institutos federais, dada a sua capilaridade e o número deles espalhados pelo Brasil, de trabalharem com os arranjos locais é muito importante para que a gente consiga fazer esse desenvolvimento naquele local, um desenvolvimento econômico que é levado àquele local através da educação. Então, esse é o sonho que eu sempre tive de utilizar os institutos federais naquela localidade para ter centros de excelência distribuídos pelo Brasil, mas conectados, vamos dizer assim, de uma forma sinérgica com o país inteiro.
Outro ponto é com relação à evasão, até me esqueci de citar. Hoje em dia, com tantas distrações - vamos colocar dessa forma - para os nossos jovens da educação, com acesso à informação via celular e outras formas o tempo todo, é importante o contexto, ou seja, que as atividades profissionais trazidas dentro do ensino profissionalizante acabem dando um contexto para esse jovem, para que ele entenda por que precisa aprender Matemática, por que precisa aprender Física. Porque aquilo é aplicado diretamente, ou seja, para resolver os problemas, é uma situação de projeto, vamos dizer assim, aprendendo por projeto. Isso é muito bom também.
Acho que a gente tem o Wellington... (Pausa.)
Ah, não conseguiu se conectar?
Bom, então a gente continua a nossa sequência.
Eu concedo a palavra à Sra. Edleide Epaminondas de Freitas Alves, Gerente de Educação Empreendedora do Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas (Sebrae Nacional), por dez minutos.
A SRA. EDLEIDE EPAMINONDAS DE FREITAS ALVES (Para discursar.) - Bom dia a todos e todas.
Quero agradecer ao Senador Marcos Pontes, ao Secretário Getúlio, aos nossos colegas do Sistema S e às demais autoridades presentes.
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Hoje, em nome do nosso Presidente Décio Lima, eu gostaria de falar um pouquinho da relevância da educação profissional e tecnológica e da sua relação com o desenvolvimento de competências empreendedoras. A educação profissional e tecnológica, tanto em nível superior quanto no ensino médio subsequente ou articulado, desempenha um papel crucial no desenvolvimento de habilidades práticas específicas, mas nós percebemos que as competências do futuro estão cada vez mais relacionadas ao aspecto comportamental. Frequentemente escutamos: "Contratei pelo conhecimento técnico, demiti pelo comportamento".
Nesse sentido, a educação profissional e tecnológica, atrelada ao desenvolvimento de competências empreendedoras, prepara esses estudantes para um processo de inovação e, consequentemente, para o sucesso em suas carreiras profissionais. A evasão escolar, como citado pelo Senador, de jovens a partir do 9º ano do ensino fundamental II, por falta de motivação, falta de significado nos conteúdos apresentados e também pela necessidade de trabalho, demonstra a importância de se preparar esses jovens para o mundo de trabalho, mostrando a relevância da sua permanência na escola.
A educação ao longo da vida é crucial para qualquer profissional. Então, é importante que esse estudante permaneça na escola e que, ao mesmo tempo, tenha a possibilidade de desenvolver suas habilidades técnicas e suas competências empreendedoras.
Nesse contexto, eu gostaria de apresentar o Programa Nacional de Educação Empreendedora do Sebrae. O programa, que existe há dez anos - está completando dez anos em 2023 -, já formou mais de 12 milhões de estudantes, especialmente da educação básica, e mais de 2 milhões de docentes. E aqui eu queria também ressaltar a importância do papel dos educadores e saudar também os educadores e educadoras presentes e os estudantes.
Os educadores são esses grandes mobilizadores do processo de aprendizagem. Então, eles devem ser frequentemente inspirados, capacitados e reconhecidos. Nesse sentido, o Sebrae, em coparceria com a Bett Educar, tem uma iniciativa que é o Prêmio Educador Transformador, que está com inscrições abertas - sugiro que todos verifiquem, o site é o educadortransformador.com.br -, que reconhece esses educadores empreendedores, que encaram o próprio processo de ensino e aprendizagem como "empreendizagem".
O projeto de vida dos estudantes, segundo essa perspectiva, está intrinsecamente ligado à capacidade de reflexão sobre desafios e objetivos, não apenas para o futuro. É preciso pensar no presente. Isso implica não apenas planejar metas a longo prazo, mas também estabelecer estratégias e aprender a lidar com as frustrações e com as adaptações que será preciso fazer ao longo do caminho.
A matriz básica de competências empreendedoras do Sebrae destaca seis macrocompetências centrais, incluindo a percepção de oportunidades, a criatividade, a inovação, a colaboração, a autoconsciência e a autoeficácia, além da predisposição para o agir. E essas competências contribuem para a construção de projetos de vida realizáveis. Ela prepara indivíduos não apenas para uma carreira específica, mas para empreender em qualquer escolha profissional. A gente trabalha hoje no Sebrae com um conceito ampliado de empreendedorismo: você pode empreender como um astronauta, empreender sua carreira profissional dentro de uma grande empresa, empreender projetos sociais e, por que não, empreender negócios, o que está diretamente ligado à educação profissional e tecnológica.
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Em síntese, em um mundo em constante transformação, investir na educação profissional e tecnológica, aliada ao desenvolvimento de competências empreendedoras, é investir no potencial dos estudantes, capacitando-os não apenas para o mundo do trabalho, mas formando indivíduos capazes de transformar a sua própria realidade, a realidade da sua comunidade, a realidade do seu país e, por que não dizer, do mundo.
E, para ilustrar um pouquinho esse trabalho que o Sebrae vem fazendo e a importância de a gente transformar a vida de jovens, especialmente aqueles em situação de vulnerabilidade, eu gostaria de pedir à técnica que desse um play num vídeo de uma iniciativa do Sebrae chamada Desafio Liga Jovem.
(Procede-se à exibição de vídeo.)
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A SRA. EDLEIDE EPAMINONDAS DE FREITAS ALVES - Encerro a minha fala dizendo que o Sebrae acredita que uma educação que transforma não se faz sozinha. Somos um ator dentro do ecossistema de educação...
(Soa a campainha.)
A SRA. EDLEIDE EPAMINONDAS DE FREITAS ALVES - ... para contribuir para essa educação que efetivamente transforma. (Palmas.)
O SR. PRESIDENTE (Astronauta Marcos Pontes. Bloco Parlamentar Vanguarda/PL - SP) - Obrigado Sra. Edleide Epaminondas de Freitas Alves, Gerente de Educação Empreendedora do Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas (Sebrae Nacional).
Neste momento, então, eu concedo a palavra ao Sr. Luiz Seabra Junior, Diretor-Geral do Colégio Técnico de Campinas.
E, enquanto isso, eu também gostaria de agradecer e registrar a presença do Sr. Alexandre Bahia, Secretário-Executivo do Conif; do Prof. Ademir Redondo, Diretor do Senai de Bauru; do Prof. Roberto Spada, Diretor de Relações Exteriores do Senai de São Paulo; do Sr. Sebastião Garcia, Superintendente da Confederação Nacional de Estabelecimentos de Ensino; da Sra. Magda Helena Tavares Chaves, Diretora do Sindilegis, que é o sindicato dos servidores da Câmara, Senado e TCU; do Marcos Alexandre, apresentador do programa Imparcial, da RedeTV, aqui conosco - também é importante pedir para a nossa imprensa dar a devida divulgação a esse fato, que é comemorar o Dia da Educação Profissional e Tecnológica no país, dada a importância que nós estamos vendo aqui nessas apresentações.
Então, com a palavra, o Sr. Luiz Seabra Junior, Diretor-Geral do Colégio Técnico de Campinas, por dez minutos.
O SR. LUIZ SEABRA JUNIOR (Para discursar.) - Obrigado.
Bom, inicio aqui com os cumprimentos aos senhores e senhoras presentes.
Exmo. Sr. Senador Astronauta Marcos Pontes, parabenizo-o pelo evento e estendo aqui meus cumprimentos a todas as autoridades presentes, aos gestores de colégios técnicos, convidados, alunos. É um desafio e uma emoção ocupar este lugar hoje, a que tantas vezes a gente assiste pela TV, pela responsabilidade que as pessoas que aqui falam têm com a política, com a educação e com o futuro deste país.
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Destaco aqui também a Senadora Professora Dorinha Seabra - coincidentemente o meu sobrenome, mas não somos parentes -, pela criação, pela proposta do dia do ensino profissional, o Dia da Educação Profissional e Tecnológica.
Falar sobre educação sempre é um desafio muito grande e ainda mais quando se fala de educação profissional e tecnológica. Os colegas que aqui me antecederam já desenharam um cenário de forma extremamente competente, com números, prospecções e visão de futuro. Os colégios de Campinas - o Colégio Técnico de Campinas, que é da Unicamp, e o Colégio Técnico de Limeira, que também é da Unicamp - estão aqui representados na tentativa de discutir as questões que se referem à educação profissional e tecnológica.
Gosto das considerações feitas pela Prof. Dra. Caetana Juracy, da UnB, que diz, abro aspas: "A educação profissional pode ser entendida como esse tipo de ensino que está voltado tanto à profissionalização, à formação para um perfil profissional específico, quanto também para a compreensão dos fundamentos científicos, dos fundamentos tecnológicos, dos processos produtivos na nossa sociedade".
Faço aqui também menção à declaração do Senador Marcelo Castro, da Senadora Dorinha e do Deputado Professor Israel, que também quero destacar, abro aspas: "A educação profissional e tecnológica do século XXI é aquela que permite a ampliação das aprendizagens, conhecimentos e competências por meio da articulação entre a formação geral e específica [...]".
No meio desse cenário macro, aqui desenhado pelo Sistema S, brilhantemente pelo Centro Paula Souza e demais instituições que têm abrangência nacional, o Cotuca (Colégio Técnico de Campinas) tem uma atuação mais pontual. A Região Metropolitana de Campinas reúne 20 municípios e uma população de 3,3 milhões de habitantes, que corresponde a 7,1% do PIB do Estado de São Paulo; tem 75% dos alunos matriculados no ensino médio em escolas públicas - esses são dados do Observatório do trabalho da PUC-Campinas, da Dra. Eliane Navarro.
Na Região Metropolitana de Campinas, temos, em 2022 - são os dados -, 944 mil postos de emprego. Vale destacar que esse número corresponde a 7,5% do total gerado no Estado de São Paulo. Quando nos debruçamos sobre a escolaridade, o ensino médio continua sendo o perfil mais demandado, ocupando 61% dos postos de trabalho. Daí nós podemos entender a importância dos colégios técnicos para a Região Metropolitana de Campinas e que o Cotuca tem feito o seu trabalho.
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Uma outra pesquisa aponta que 50 das 500 maiores empresas do mundo na área de tecnologia têm filiais na região metropolitana de Campinas - dados da Prefeitura Municipal de Campinas, Guia de Investimentos 2022.
E aí nós ficamos nos perguntando e assumindo a responsabilidade: o que devemos fazer se, de uma maneira bastante pontual, entendemos o cenário, compreendemos as necessidades e buscamos, da melhor forma possível, fazer a nossa parte nesse contexto? O que precisa ser transformado? - palavra que também foi bastante utilizada nesta tribuna.
Sabemos que coexistem várias culturas dentro do ambiente escolar: a cultura organizacional, a cultura acadêmica, a cultura pedagógica e, por que não dizer, também a cultura pessoal. Todo programa educacional, todo currículo que se propõe a fazer é permeado por uma disputa política. Não queremos aqui dizer se ela é boa ou ruim, mas ela está presente no âmbito escolar. Entendemos que há necessidade de buscar convergência nessa cultura política em benefício da educação e construir um processo que leve à transformação e não à mudança. Mudança é algo que pode ser revertido ao estado anterior; transformação significa uma nova forma que é diferente da anterior. É nesse sentido que têm agido os colégios técnicos da Unicamp (Universidade Estadual de Campinas). É nisso que os colégios técnicos, aqui hoje representados, acreditam. E estabeleceram como meta uma educação que possa transformar a vida das pessoas. Essa transformação se dá de forma individual e se dá no entorno daquele aluno, daquele egresso que vai ao mercado de trabalho ou, por opção, que pode procurar o ensino superior.
A nossa responsabilidade como agentes transformadores desse processo é de fundamental importância para o progresso dos próprios alunos e para o progresso do país. Estamos falando de um sentido ou de uma forma bastante pontual que determina a ação dos educadores, dos gestores, das pessoas que abraçaram a educação no sentido de serem agentes de transformação. Esse é um processo doloroso, caro, como já foi dito, mas de extrema importância e de extrema necessidade quando se pensa no progresso de uma sociedade.
É nesse sentido que encerro a minha fala e, mais uma vez, em nome do Magnífico Reitor da Universidade Estadual de Campinas, Prof. Antonio José de Almeida Meirelles, cumprimento a todos os presentes.
Muito obrigado. (Palmas.)
O SR. PRESIDENTE (Astronauta Marcos Pontes. Bloco Parlamentar Vanguarda/PL - SP) - Muito obrigado ao Sr. Luiz Seabra Junior, Diretor-Geral do Colégio Técnico de Campinas.
Eu gostaria de agradecer também a presença dos nossos visitantes no Plenário do Senado, assim como, agora há pouco, nós tivemos a comitiva de países caribenhos, que visita também o Congresso Nacional, a convite do Deputado Federal Darci de Matos.
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Nós temos aí a nossa banda, que está ali atrás. Eu queria pedir o seguinte para vocês: deem uma deslocada aqui para a frente. Coloquem o pessoal aqui na frente, só para tirarmos uma foto aqui com todo mundo. Só façam de maneira rápida. Vou pedir para o maestro também dar essa coordenada no pessoal aqui.
Nós ainda temos duas falas, que vão ser, na sequência, a Sra. Patrícia Macedo e depois o Sr. Augusto César. E depois nós vamos ter aqui, como eu falei, uma parte muito boa, de uma certa surpresa para alguns dos membros aqui, que comparecem aqui conosco, mas eu tenho certeza de que vão gostar bastante.
Eu pedi para que eles viessem aqui na frente, para que nós olhássemos o que a gente tem falado: eles são alunos de uma escola aqui de Brasília, do Centro de Ensino Fundamental 11 do Gama - Luiz Antônio Fermiano. É o maestro Altair Paulo que coordena. E é importante a gente olhar, aplaudir esses alunos, que fizeram agora há pouco a apresentação do Hino Nacional, justamente para vermos que esse é o futuro. (Palmas.)
É para isto que nós fazemos toda essa luta: são justamente esses jovens que vão construir o nosso país.
Então, um momentinho aqui para tirar uma foto com eles. (Pausa.)
Obrigado a todos vocês. E, para os jovens que estão aqui, olhe de lado: pode ser que entre vocês a gente tenha um futuro Prêmio Nobel, pode ter um futuro médico que vai descobrir a cura do câncer, quem sabe? De repente um engenheiro que vai trabalhar em projetos de altíssima importância para o planeta. Então, acreditem na educação. É com a educação que a gente consegue realizar tudo isso. Parabéns a vocês! (Palmas.)
Na sequência, eu concedo a palavra à Sra. Patrícia Macedo, Diretora Institucional do Liceu de Artes e Ofícios de São Paulo, por dez minutos.
A SRA. PATRÍCIA MACEDO (Para discursar.) - Bom dia a todos.
Gostaria de agradecer aqui a oportunidade que nos foi dada através do nosso Senador Astronauta Marcos Pontes. Também cumprimento toda a mesa aqui presente, constituída, e todos aqui presentes, professores, alunos, autoridades.
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Eu começo a minha fala dizendo que, para mim, foi uma grata surpresa o convite e que também é uma honra poder discutir um assunto urgente e tão importante que é a educação técnica do país.
O Liceu de Artes e Ofícios de São Paulo é uma instituição centenária. Agora, em dezembro, nós vamos completar 150 anos. Se não é a primeira, é uma das primeiras escolas técnicas do país. É uma instituição particular de ensino, filantrópica, sem fins lucrativos.
Nós temos um conselho superior que rege a instituição e uma administração executiva, da qual eu faço parte. Eu não sou professora; eu sou educadora. E a minha entrada no Liceu foi num momento bastante conturbado da instituição: eu fui convidada a entrar na direção do colégio como interventora. Daí vocês podem imaginar o meu papel ali dentro, que não foi nada fácil; mas acho que, felizmente, deu certo. Eu estou lá há 23 anos.
E nós oferecemos vários cursos técnicos integrados ao ensino médio. Nós temos duas modalidades de ensino: o ensino técnico integrado ao médio; e também o ensino médio regular, como o oferecido em outros colégios. Portanto, nós temos só a parte final da educação básica.
Ao contrário das instituições que se apresentaram aqui, o nosso número de alunos é bastante pequeno diante de tudo o que já ouvi hoje; mas nós estamos ali para fazer um trabalho de excelência. Felizmente, nós estamos conseguindo. Os nossos números são bastante expressivos tanto no mercado de trabalho quanto nas universidades públicas e particulares de São Paulo, do Brasil e também do exterior.
Nós, atualmente, oferecemos dois cursos técnicos, que são: o curso técnico em automação industrial, com ênfase em tecnologias de construção; e o curso de edificações, com ênfase em projetos e gestão sustentável.
Como os nossos alunos ingressam para fazer esses cursos? Nós temos alguns critérios estabelecidos. Nós trabalhamos com crianças carentes, então nós temos 60% das vagas ofertadas para crianças que têm famílias com renda familiar per capita de até três salários mínimos e 40% para as com renda familiar per capita de até 1,5 salário mínimo. Eles precisam passar por um processo seletivo que é bastante concorrido. Nós temos aproximadamente 2 mil candidatos para 70 vagas.
É um curso bastante exigido em termos de responsabilidade, desempenho acadêmico e também de comportamento no colégio. A gente prima muito, preza muito pela disciplina na escola, pelo respeito ao próximo, um respeito mútuo entre professores e alunos também. Só para vocês terem uma ideia de que é bastante rígida a disciplina, os alunos não entram depois que o professor está em sala de aula. A gente preza muito por isso.
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Existe o uso de tecnologia em sala de aula, só que com autorização do professor. Está dando bastante certo, Senador, isso. Os alunos saem bastante preparados para o mercado de trabalho.
Obrigatoriamente, na nossa matriz curricular, eles precisam completar 150 horas de estágio, porque nós acreditamos que é uma porta para o mercado de trabalho. Nós temos uma coordenação que faz esse vínculo com o mercado. Inclusive, nós temos parcerias com o Nube, com o Ciee e com algumas empresas também do setor.
Eles têm benefícios: além do ensino, nós oferecemos uniforme, material escolar, vale-transporte e alimentação para todos os alunos.
Nós temos uma indústria que é uma das mantenedoras do colégio: a LAO Indústria, que é uma indústria de medidores de água e gás. Toda a receita é revertida para a educação técnica do colégio.
Além disso, nós temos também o nosso ensino médio regular, e, dentro do ensino médio regular, nós também oferecemos bolsas de estudos.
Acho que um diferencial também do colégio é que, nas disciplinas do ensino técnico, os professores são profissionais de mercado. Todas as disciplinas técnicas - como o senhor mesmo citou, inteligência artificial, outras disciplinas que estão ligadas à tecnologia - são oferecidas por profissionais. Então, dentro do curso de edificações, nós temos ali donos de construtoras, empresários que dão aulas dessas disciplinas, porque nós acreditamos que as experiências que eles têm no mercado eles trazem para dentro da sala de aula.
Dos nossos cursos técnicos, 80% são práticos e 20% teóricos. Isso também a gente acredita que é um diferencial na vida dos alunos.
A estruturação do curso foi feita de acordo com pesquisas de mercado e das demandas. Nós sentamos com empresários desses dois setores, tanto de automação industrial quanto de edificações, para nós discutirmos e, ali, nós definirmos o perfil desse técnico, porque o maior objetivo é a empregabilidade desses alunos. Então, para isso, nós precisamos ouvir os empresários para saber do que eles precisam, qual é o perfil, para que eles possam absorver esses alunos depois que eles completam o ensino médio.
Os alunos saem de lá com 17 anos. Nós temos ainda uma certa dificuldade - eu tenho que confessar aqui para todos - do olhar do mercado de valorizar essa formação técnica, porque existe muita valorização - e não discordo disto, eu acho que os alunos têm, sim, que prosseguir os estudos - do ensino superior, do diploma, sem se preocupar com o que esses alunos, depois de formados, irão fazer. Então, o mercado também precisa enxergar os alunos que se formam nos cursos técnicos de uma outra forma. É preciso ter essa valorização real desses alunos que estão se formando nos cursos técnicos.
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Como também já foi falado por vários que passaram por aqui, nós transformamos vidas. Eu não posso falar muito, porque eu até me emociono. Eu tenho vários alunos que entram no colégio, muitas vezes, não têm o que comer e saem, depois, de lá, empregados e sustentando as suas famílias. Então, é missão cumprida. O que a gente fala é que esta é a nossa missão: transformar vidas.
Eu tenho alunos que moram fora de São Paulo...
(Soa a campainha.)
A SRA. PATRÍCIA MACEDO - ... moram em Poá, por exemplo, viajam, saem de casa, às 4h30 da manhã, para poder chegar à escola. Estudam o dia inteiro, pois o nosso curso é semi-integral. Três vezes por semana, eles ficam o período integral no colégio.
A gente, felizmente, está conseguindo fazer um número pequeno, mas a gente está conseguindo fazer a nossa parte. A única coisa que o conselho exige é que a gente, realmente, ofereça uma educação de qualidade, é a única coisa que eles exigem da gente.
Vale também colocar aqui - eu já estou terminando a minha fala - que o colégio tem uma estrutura adequada, obviamente, aos cursos técnicos e ao ensino médio.
(Soa a campainha.)
A SRA. PATRÍCIA MACEDO - Agora em dezembro, nós vamos inaugurar um laboratório de eficiência energética, em parceria com a Enel, que investiu R$1,3 milhão no laboratório. Além disso, nós temos laboratório de programação em robótica e outros, obviamente, em atendimento aos cursos técnicos que nós oferecemos.
Gostaria de finalizar a minha fala dizendo que nós temos um projeto de primeiro emprego, como a nossa colega falou, do Sebrae, reforçando a importância não só de uma formação acadêmica, mas de uma formação cidadã que ensine para os nossos jovens até como se portarem em uma entrevista de emprego, a fala adequada para isso, então, não é só o fazer, mas é...
(Soa a campainha.)
A SRA. PATRÍCIA MACEDO - ... saber se portar diante disso e, depois de empregado também, como agir dentro de uma empresa.
Eu gostaria de colocar ao Senador Marcos Pontes que o seu vídeo é usado como inspiração para os nossos alunos na nossa disciplina Projeto de Vida.
Então, gostaria muito de agradecer a oportunidade de estar aqui e de dizer que o Liceu está de portas abertas e estamos juntos nesta luta.
Muito obrigada. (Palmas.)
O SR. PRESIDENTE (Astronauta Marcos Pontes. Bloco Parlamentar Vanguarda/PL - SP) - Muito obrigado, Sra. Patrícia Macedo, Diretora Institucional do Liceu de Artes e Ofícios de São Paulo. Parabéns pela apresentação e pelo trabalho!
Concedo, agora, a palavra ao Sr. Augusto César da Silveira, Diretor-Geral do Colégio Técnico de Limeira, por dez minutos.
O SR. AUGUSTO CÉSAR DA SILVEIRA (Para discursar.) - Bom dia.
Senador Marcos Pontes, muito obrigado. É uma honra estar aqui presente junto ao senhor. O senhor, como a professora acabou de dizer, inspira muitos alunos, muitas pessoas e muitos brasileiros. Parabéns!
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Bom dia a todos!
Em nome do Magnífico Reitor da Universidade Estadual de Campinas, Prof. Antonio José de Almeida Meirelles, e em nome do Colégio Técnico de Limeira, representado aqui por mim, Prof. Augusto César da Silveira, Diretor-Geral, e pelo Prof. Marcelo Dotti, Diretor Associado, agradecemos ao Senador Astronauta Marcos Pontes pelo convite e pela oportunidade de participar desta sessão especial aqui, no Senado Federal, para comemorar o Dia da Educação Profissional e Tecnológica e da instalação da Frente Parlamentar da Educação Profissional e Tecnológica.
Cumprimento também os membros da mesa. Ótimas falas, ótimos trabalhos. Parabéns!
Aos demais presentes, colegas, alguns muito conhecidos, o Allis, colega nosso da Unesp, o Prof. Seabra, que acabou de falar, e demais e alunos, muita coisa que foi dita aqui guardem para vocês, que isso é muito importante.
Bom, o Cotil (Colégio Técnico de Limeira) é uma das 27 unidades da Unicamp (Universidade Estadual de Campinas) e iniciou suas atividades em 24 de abril de 1967, desde setembro de 1973 tem suas instalações no Campus I da Unicamp na cidade de Limeira, São Paulo.
Desde sua criação, o Cotil oferece cursos técnicos de diferentes áreas do conhecimento. Hoje, com 56 anos de existência, o Colégio Técnico de Limeira possui cerca de 84 professores altamente qualificados, comprometidos com a excelência acadêmica e o desenvolvimento dos alunos, 28 servidores técnicos administrativos que desempenham o papel fundamental e eficiente no funcionamento do colégio, que atende 1.270 alunos matriculados nos cursos de Agrimensura, Desenvolvimento de Sistemas, Edificações, Enfermagem, Mecânica e, recentemente, Prótese Dentária. Aliás, estamos fazendo estudo para implantar mais três cursos: de Técnico em Joias, Açúcar e Álcool e, provavelmente, Saneamento. Os cursos são oferecidos num total de 15 modalidades nos períodos integral, vespertino e noturno.
Sua estrutura é uma das maiores e mais modernas da região. Conta com salas de aula e laboratórios modernos de informática, microbiologia, física, química, metrologia, controle e automação, geodesia e cartografia, qualidade, enfermagem, CAD-CAM, oficina mecânica completa, entre outros.
Além da estrutura acadêmica, os alunos ainda usufruem de campo de futebol, quadras poliesportivas, quadras de areia de futebol e vôlei, biblioteca, assistência social, médica, odontológica e psicológica gratuitas, refeitório, salas de estudo e monitoria, anfiteatro, cantina, áreas de convívio e descanso, com ampla área verde e restaurante universitário, que oferece três refeições por dia com valores subsidiados pela universidade e que, em breve, serão oferecidas nos sete dias da semana.
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Nosso processo seletivo contempla programa de cotas étnico-raciais e sociais, com posteriores políticas e ações contínuas de apoio à permanência estudantil através de diferentes bolsas e auxílios.
Tudo isso, Senador, vai ao encontro do que o senhor sempre diz: "O ensino muda vidas". E também disse aqui que os pais deveriam incentivar os filhos a estudar cada vez mais. Isso aconteceu na minha família e acontece nas famílias de todos nós que trabalhamos lá, dentro da universidade e da região de Limeira. Então, o meu pai foi técnico, eu fiz curso técnico; assim como o senhor, fiz Engenharia; sou próximo também, sou de Araraquara, o senhor é de Bauru, somos próximos. E isso fez muita diferença, e faz muita diferença no que eu penso, estando há 25 anos em sala de aula exclusivamente em colégio técnico. E é muito importante aqui ouvir o Liceu de Artes, ouvir o Centro Paula Souza.
Eu sou formado no Colégio Técnico Vasco Venchiarutti, de Jundiaí, mas eu morava em São Paulo e fui conhecer o Liceu para fazer edificações. Aí me mudei para Jundiaí, ou seja, esse é técnico de qualquer jeito. E fiz o curso técnico em Jundiaí, e hoje... Fui professor lá em 1998 e, desde lá, estou na universidade - 25 anos de curso técnico. Então, são 30 anos na vida dos técnicos. Então, sou grato. E prazer em conhecê-las.
Nesse contexto, Senador, quanto ao "de pai para filho", a universidade hoje investe muito na educação dos colégios técnicos. Nós temos representatividade no Conselho Universitário da Unicamp, temos uma Diretoria Executiva de Ensino Pré-Universitário - eu já ocupei essa função -, que apoia todas as políticas acadêmicas. Além disso, assim como o Sistema S, nós temos o que é chamado de supervisão delegada. Nós também temos autonomia acadêmica para criar cursos, certificar cursos, assim como vocês. Então, a gente vem avançando muito. E, dentro desse contexto, os colégios tiveram... os que passaram por lá... No Cotuca estiveram os filhos do nosso Magnífico Reitor; no Cotil, o Prof. Dotti teve os dois filhos dele lá, que estudaram lá; estamos passando esse legado.
Eu já dei aula para minha filha mais velha, a Sofia; não sei se vai dar tempo de eu dar aula para a segunda filha, a Ester, que é pequenininha ainda, mas vou tentar. Então, a gente está fazendo esse trabalho. Então, nesse quesito, estamos atendendo a uma ideia que o senhor colocou aqui bem no início.
E o que para nós é muito importante é que a formação técnica... A gente brinca às vezes com os alunos, é uma brincadeira que eles vão gostar, assim: o médio é importante, mas você vai ser só um "médio"; quando você fala "Eu sou um técnico", você mudou, você tem algo a mais a oferecer, você está mais preparado. E quem sabe mais vale mais. Isso é importante. Então, nesse contexto, a importância do movimento que o senhor está fazendo aqui, junto com os demais Senadores dessa frente parlamentar, além de um apoio, evidentemente, financeiro, que sempre se faz necessário.
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O espaço que nós estamos tendo hoje aqui talvez ele seja mais importante de apoio ao propósito de uma escola técnica, da tecnologia e de mudar a vida das pessoas e fazer com que esses alunos, que, no nosso caso do Colégio Técnico de Limeira, são jovens, e a gente vê nitidamente que eles entram jovens, adolescentes, saem adultos, saem cidadãos. Esse é o nosso grande projeto. Desde já, eu coloco o Colégio Técnico de Limeira, a Unicamp, à disposição para qualquer apoio à frente.
Eu ouvi, acho que na apresentação do Sr. Getúlio...
(Soa a campainha.)
O SR. AUGUSTO CÉSAR DA SILVEIRA - ... que o ensino médio precisa do técnico. Eu falo que ele não só precisa, o técnico é a solução para o ensino técnico e para abranger um número maior de jovens neste país.
Por fim, eu queria fazer uma pergunta e lembrar a frente parlamentar que a formação dessas pessoas passa pelos professores. Então é dentro da sala de aula que tudo isso acontece. Então a gente encerra aqui fazendo uma pergunta: para que servem os professores? Segundo o Prof. António Nóvoa, que responde, é o seguinte: "Os professores servem para libertar o futuro". Então nos ajudem, contem conosco, estamos à disposição, estamos honrados de estar aqui.
Muito obrigado. (Palmas.)
O SR. PRESIDENTE (Astronauta Marcos Pontes. Bloco Parlamentar Vanguarda/PL - SP) - Muito obrigado, Sr. Augusto César da Silveira, Diretor Geral do Colégio Técnico de Limeira, em São Paulo, parte da Unicamp.
Neste momento, então, terminadas as exposições, eu passo a uma outra parte bastante interessante da nossa cerimônia.
Lembro que nós estamos aqui, para aqueles que entraram agora na TV Senado, estamos na sessão especial do Senado Federal, no Plenário do Senado, em comemoração ao Dia da Educação Profissional e Tecnológica. Bem-vindos aqueles que chegaram agora. Não se esqueçam de dar uma olhada depois nos vídeos, com muita informação interessante passada pelos nossos apresentadores.
Neste momento eu gostaria de entregar uma condecoração, a Cruz do Mérito do Empreendedor Juscelino Kubitschek, alusiva aos 121 anos do Presidente Juscelino Kubitschek, 21 anos da Legião de Honra JK, outorgada pela Academia Brasileira de Honrarias ao Mérito, em reconhecimento à sua relevante contribuição à sociedade brasileira da área da educação profissional e tecnológica. Essa honraria vai ser dada às seguintes pessoas: Sra. Laura Margarida Josefina Laganá; (Palmas.)
(Procede-se à entrega da Condecoração Cruz do Mérito do Empreendedor Juscelino Kubitschek à Sra. Laura Margarida Josefina Laganá.)
O SR. PRESIDENTE (Astronauta Marcos Pontes. Bloco Parlamentar Vanguarda/PL - SP) - Sra. Patrícia Macedo... (Palmas.)
(Procede-se à entrega da Condecoração Cruz do Mérito do Empreendedor Juscelino Kubitschek à Sra Patrícia Macedo.)
O SR. PRESIDENTE (Astronauta Marcos Pontes. Bloco Parlamentar Vanguarda/PL - SP) - Sr. Augusto César da Silveira... (Palmas.)
(Procede-se à entrega da Condecoração Cruz do Mérito do Empreendedor Juscelino Kubitschek ao Sr. Augusto César da Silveira.)
O SR. PRESIDENTE (Astronauta Marcos Pontes. Bloco Parlamentar Vanguarda/PL - SP) - Sr. Luiz Seabra Junior... (Palmas.)
(Procede-se à entrega da Condecoração Cruz do Mérito do Empreendedor Juscelino Kubitschek ao Sr. Luiz Seabra Junior.)
O SR. PRESIDENTE (Astronauta Marcos Pontes. Bloco Parlamentar Vanguarda/PL - SP) - Sr. Roberto Spada... (Palmas.)
(Procede-se à entrega da Condecoração Cruz do Mérito do Empreendedor Juscelino Kubitschek ao Sr. Roberto Spada.)
O SR. PRESIDENTE (Astronauta Marcos Pontes. Bloco Parlamentar Vanguarda/PL - SP) - Sr. Thales Enrique Quiroz Tapioca. (Palmas.)
(Procede-se à entrega da Condecoração Cruz do Mérito do Empreendedor Juscelino Kubitschek ao Sr. Thales Enrique Quiroz Tapioca.)
O SR. PRESIDENTE (Astronauta Marcos Pontes. Bloco Parlamentar Vanguarda/PL - SP) - Neste momento, eu convido as autoridades a se dirigirem à frente da mesa para receberem essas condecorações. Eu vou fazer parte para poder entregar também. (Pausa.) (Palmas.)
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O.k.
Dando prosseguimento, será feita a entrega da premiação do primeiro Desafio de Inovação do Senado Federal.
O Desafio de Inovação é uma das ações previstas pelo Sistema de Inovação e Empreendedorismo Corporativo (Siec), do Senado Federal, que visa estimular a participação dos colaboradores da Casa no desenvolvimento de soluções inovadoras, valorizando propostas que contribuam para a prestação de um serviço público de excelência.
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Em sua primeira edição, o desafio teve como tema "200 anos e além", em referência ao Bicentenário do Senado, a ser comemorado em 2024.
O desafio foi aberto a todos os colaboradores da organização - servidores efetivos, ativos e inativos, comissionados ou cedidos, colaboradores terceirizados, voluntários, estagiários e menores aprendizes - e reuniu 82 propostas no total, somando as ideias enviadas nas categorias APPrimora e Senado em Jogo.
Todas as ideias foram analisadas pelo Núcleo de Apoio à Inovação (Nainova), com apoio de um conselho consultivo, seguindo os critérios definidos em edital.
De 3 de julho a 25 de agosto deste ano, os finalistas tiveram a oportunidade de aprimorar suas propostas, com o suporte do Nainova e do Prodasen. Nessa fase, foram realizadas entrevistas com usuários e com as áreas de negócio impactadas. Ocorreu a construção de protótipos, experimentos com diversos públicos, e também foi realizada uma mostra, para que todos do Senado pudessem conhecer esses protótipos das propostas finalistas.
O vencedor de cada categoria receberá um valor de R$10 mil, graças ao patrocínio da Associação dos Consultores e Advogados do Senado Federal (Alesfe) e também do Sindicato dos Servidores do Poder Legislativo (Sindilegis).
O prêmio será entregue, neste momento, aos ganhadores das duas categorias do Desafio de Inovação.
Agora é o momento, não é?
Na categoria APPrimora, o primeiro lugar ficou com a solução PowerApp, para assessorar os membros de Comissão, e isso foi de autoria do servidor Airton Luciano Aragão Júnior. (Palmas.)
Ele é da Secretaria de Apoio à Comissão de Meio Ambiente. Vamos ver se ele está aí.
E o APPrimora visa à melhoria e à centralização de processos de trabalho, garantindo autonomia aos assessores parlamentares das Comissões da Casa.
Inicialmente, o aplicativo será implementado na Comissão de Meio Ambiente, para depois ser incorporado à rotina de outras unidades.
Eu convido, então, o Diretor de Educação e Cultura do Sindicato dos Servidores do Poder Legislativo Federal e do Tribunal de Contas da União (Sindilegis), Sr. Pedro Enéas Mascarenhas, para, junto comigo, entregar o prêmio ao servidor Airton Luciano Aragão Júnior. (Palmas.)
(Procede-se à entrega do Prêmio APPrimora ao Sr. Airton Luciano Aragão Júnior.)
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O SR. PRESIDENTE (Astronauta Marcos Pontes. Bloco Parlamentar Vanguarda/PL - SP) - Continuando, já na modalidade Senado em Jogo, o ganhador foi o Demokratia - O Jogo da Democracia, de Valter Rosa Junior, colaborador da assessoria técnica da Secretaria de Comunicação.
Voltado para estudantes do ensino médio, de 14 a 17 anos, o Demokratia aborda o exercício da cidadania, da democracia e da história, além de contar com um quiz centrado no papel e na atuação do Legislativo.
Convido o Diretor Administrativo da Associação dos Consultores e Advogados do Senado Federal (Alesfe), Sr. Luiz Alberto da Cunha Bustamante, e o Diretor-Executivo de Gestão do Senado Federal, Sr. Marcio Tancredi, para entregarem o prêmio ao servidor Valter Rosa Junior, por favor.
(Procede-se à entrega do Prêmio Senado em Jogo.) (Palmas.)
O SR. PRESIDENTE (Astronauta Marcos Pontes. Bloco Parlamentar Vanguarda/PL - SP) - Para entregar as menções honrosas da categoria APPrimora, convido o Diretor-Executivo de Gestão do Senado Federal, Sr. Marcio Tancredi, e o Diretor de Educação e Cultura do Sindilegis, Sr. Pedro Enéas Mascarenhas, para entregarem o prêmio aos seguintes colaboradores: Rafael de Castro Ballarin, Matheus Antonio de Mesquita Bortolini e Luiz Felipe Ferreira dos Reis.
(Procede-se à entrega das menções honrosas da categoria APPrimora.) (Palmas.)
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O SR. PRESIDENTE (Astronauta Marcos Pontes. Bloco Parlamentar Vanguarda/PL - SP) - Registro que os servidores Carlos Rafael de Aguiar Nery, Juliana Carolina Santos Martins, Leonardo Arruda do Amaral Andrade e Edimar Luiz da Silva Filho não puderam comparecer a esta sessão de premiação e receberão a menção honrosa posteriormente pela equipe organizadora do Desafio de Inovação.
A eles também parabéns, a todos eles! (Palmas.)
Uma boa notícia aqui antes do nosso encerramento: nós temos a participação do Senador Wellington Fagundes, do PL, do Mato Grosso, conosco, remotamente, com conexão, para suas palavras.
Senador Wellington, o senhor tem a palavra. (Pausa.)
O som. Precisa liberar o microfone.
O SR. WELLINGTON FAGUNDES (Bloco Parlamentar Vanguarda/PL - MT. Por videoconferência.) - O senhor tem que liberar.
O SR. PRESIDENTE (Astronauta Marcos Pontes. Bloco Parlamentar Vanguarda/PL - SP) - Aí. Agora, sim.
O SR. WELLINGTON FAGUNDES (Bloco Parlamentar Vanguarda/PL - MT. Para discursar. Por videoconferência.) - O.k. Foi liberado agora, não é? O.k.? (Pausa.)
Meu caro Presidente, Senador Marcos Pontes, registro, mais uma vez, com orgulho, termos no PL um Senador que foi o mais votado do Brasil, um dos mais preparados, com certeza, do Congresso Nacional, pela sua experiência de ter sido Ministro da Ciência e Tecnologia e, principalmente, também, por estar procurando dentro do Senado atuar nas áreas mais importantes.
Hoje nós temos uma audiência pública em que o assunto é a formação da Frente Parlamentar em Defesa do Ensino Profissionalizante no Brasil. Fiquei assistindo o tempo todo ao evento, à audiência, às premiações - com certeza, todas elas muito bem escolhidas e muito bem merecidas. E eu, como ex-aluno também da Escola Agrotécnica Federal de São Vicente, a maior escola do mundo - são mais de 5 mil hectares em uma fazenda muito bem localizada às margens das BRs-364, 163 e 070, porque elas se sobrepõem nesse trecho -, sei da importância que tem o ensino profissionalizante para que um jovem possa começar a ter o seu desempenho, trabalho, enfim, tendo oportunidade de ajudar a família e também ainda buscar novas oportunidades na vida.
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Portanto, eu quero, aqui, Senador Marcos Pontes e todos aqueles envolvidos e comprometidos com o ensino profissionalizante, me colocar e ser um grande parceiro nesse trabalho e nesse movimento, junto à frente parlamentar, no sentido de valorizar cada dia mais o ensino profissionalizante e buscar os recursos necessários para isso. Inclusive, agora vamos votar o Orçamento; quero ser seu parceiro para que a gente possa colocar uma emenda de Comissão com recursos expressivos para fortalecer o ensino profissionalizante no Brasil.
Eu destaco aqui, no meu estado, o Instituto Federal de Educação Tecnológica, muito bem dirigido pelo Magnífico Reitor Julio César, que tem feito um trabalho brilhante. Hoje, o Instituto Federal de Educação Tecnológica está presente em 19 regiões, campi, no Estado de Mato Grosso. E a Escola Técnica Federal de Cuiabá também é uma das escolas mais tradicionais do Brasil, com mais de cem anos.
Por isso, Senador Marcos, a iniciativa de V. Exa. com certeza vai ajudar muito a nossa juventude, vai ajudar o Brasil - aqui em Mato Grosso, por exemplo, nós vivemos hoje um apagão de mão de obra qualificada -; por isso e, mais ainda, por toda a necessidade de fazer com que o Brasil possa retomar campos de trabalho, postos de trabalho e, principalmente, para preparar a nossa juventude para um futuro tão competitivo na área da ciência e tecnologia.
Eu agradeço muito poder participar desta sessão, colocando-me como um grande parceiro no trabalho e no desafio que teremos pela frente.
Muito obrigado. (Palmas.)
O SR. PRESIDENTE (Astronauta Marcos Pontes. Bloco Parlamentar Vanguarda/PL - SP) - Nós ouvimos as palavras do Senador Wellington Fagundes, do Partido Liberal de Mato Grosso. Obrigado pelos comentários, pela participação e pelo apoio, que realmente nós precisamos - nós, que eu digo, todo o Congresso. Nós precisamos apoiar o nosso ensino profissionalizante.
A educação, como é bem dito o tempo todo, está na base de tudo. Não existe nenhuma profissão que possa existir se não tiver um bom professor naquela área. É importante a gente se lembrar dos nossos educadores, dos nossos professores, da infraestrutura necessária para o funcionamento das nossas escolas, da segurança necessária para o funcionamento das nossas escolas. Todos esses são temas recorrentes aqui, e, como disse o Senador Izalci no começo, não adianta só o discurso, a gente precisa ir para a prática, a gente precisa ter ações efetivas com o orçamento adequado e com os gestores bem preparados para que nós tenhamos realmente os resultados que nós precisamos no nosso país, em todos os níveis da educação, em especial na educação profissionalizante, que hoje foi o tema desse nosso encontro aqui para comemorar o Dia da Educação Profissional e Tecnológica.
Eu aproveito estes momentos finais para agradecer a presença de cada um dos senhores e senhoras aqui, no Plenário do Senado Federal, Casa que representa a população brasileira em todos os estados, aqui representados pelos três Senadores de cada estado - vocês estão sentados exatamente nas cadeiras que representam cada um dos estados. Nós temos muito orgulho de poder contribuir com o nosso país de forma democrática, tomando decisões democráticas aqui dentro desta Casa, ouvindo a todos, participando, tendo as discussões, vamos dizer assim, pois as posições contrárias são importantes para que a gente ache a melhor solução. É assim que funciona aqui a nossa democracia, e a gente precisa ter essa manutenção. E o nosso ensino profissionalizante e tecnológico, tenho certeza de que vai estar no coração e nas mentes de cada um dos Senadores aqui presentes.
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Antes de terminar, de falar as palavras finais, eu estou vendo os nossos competidores todos aqui, que acompanharam cada momento desta sessão, e eu gostaria de pedir, quebrando um pouco o protocolo, a presença de cada um de vocês aqui na frente - ela coordena ali para trazer vocês - para a gente tirar uma foto, da mesma forma que nós tiramos a foto com os nossos garotos e garotas da banda que nos ajudou.
Por favor, venham para frente. Venham para a frente aqui. (Pausa.)
Sim, depois na sequência eu vou pedir para o pessoal do Mackenzie também vir para cá. Vamos lá! (Pausa.)
Estes são os nossos avaliadores e competidores da WorldSkills. Então, vocês estão olhando justamente para aqueles que vão carregar a bandeira do Brasil no braço, da mesma forma que eu carreguei lá naquele foguete, com muito orgulho. Cada um deles carrega aí os anseios e os desejos de milhões de brasileiros.
Quero aproveitar também este momento para agradecer aos nossos membros da mesa. Parabéns pelas apresentações, pelo trabalho que vocês fazem para a educação profissionalizante no Brasil. Contem conosco aqui 100%, para que nós tenhamos cada vez melhores resultados.
Vamos condensar um pouco mais aqui no centro, com os mais altos mais atrás e os mais baixos na frente - eu tenho essa vantagem, sempre fico na frente, não sei por quê. (Risos.)
Tá bom? Conseguiu?
Vamos levantar aqui também para aparecer na foto lá? (Palmas.) (Pausa.)
Na sequência aqui, eu vou pedir para o pessoal do Mackenzie, para os nossos alunos virem aqui à frente, na mesma posição. (Pausa.)
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O.k.? Todo mundo em posição? Prontos para a decolagem? (Pausa.) (Palmas.)
Então, no final da nossa cerimônia nesta sessão especial, novamente quero agradecer a presença de cada um e a todos aqueles que nos acompanharam pela TV Senado.
Participem também na sua cidade, incentivem o ensino profissionalizante. Empresas ou empresários que estão nos assistindo, participem e incentivem, porque esse é o futuro do nosso país. Eu tenho certeza de que tudo que foi falado aqui comprova a necessidade e as possibilidades que nós temos no nosso país.
Então, cumprida a finalidade desta sessão especial do Senado Federal, agradeço às personalidades e a todos que nos honraram com sua participação.
Está encerrada a sessão.
Obrigado a todos. (Palmas.)
(Levanta-se a sessão às 13 horas e 13 minutos.)