2ª SESSÃO LEGISLATIVA ORDINÁRIA
57ª LEGISLATURA
Em 26 de abril de 2024
(sexta-feira)
Às 14 horas
51ª SESSÃO
(Sessão Especial)

Oradores
Horário

Texto com revisão

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O SR. PRESIDENTE (Wellington Fagundes. Bloco Parlamentar Vanguarda/PL - MT. Fala da Presidência.) - Declaro aberta a sessão.
Sob a proteção de Deus, iniciamos nossos trabalhos.
A presente sessão especial foi convocada em atendimento ao Requerimento nº 72, de 2024, de minha autoria e de outros Senadores, aprovado pelo Plenário do Senado Federal.
A sessão é destinada a homenagear os 40 anos das Diretas Já.
A Presidência informa que esta sessão conta com a participação dos seguintes convidados: a Sra. Thelma de Oliveira, aqui ao meu lado, viúva de Dante de Oliveira, Deputada Federal no período de 2003 a 2011 pelo Estado de Mato Grosso e também Prefeita Municipal da Chapada dos Guimarães no período de 2016 a 2020; também ao meu lado, à direita, o Senador Antero Paes de Barros, Deputado Federal no período de 1986 a 1990 e também Senador no período de 1999 a 2007, ambos os mandatos pelo Estado de Mato Grosso; e, também à direita, o Sr. Valdir Raupp, Senador pelo Estado de Rondônia no período de 2012 a 2019.
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Conosco também, aqui à mesa, o Sr. Carlos Avallone Junior, Deputado Estadual de Mato Grosso e ex-Secretário do Governo Dante de Oliveira; e a Sra. Inês Martins de Oliveira, irmã de Dante de Oliveira - faço questão de dizer aqui que é muito minha amiga.
Também registro que estará conosco, de forma remota, a Sra. Dora Kramer, jornalista; e o Sr. Leonardo de Oliveira, Presidente do Instituto Dante de Oliveira.
Agora convido a todos para, em posição de respeito, acompanharmos o Hino Nacional, interpretado no vídeo pela cantora Fafá de Belém.
(Procede-se à execução do Hino Nacional.) (Palmas.)
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O SR. PRESIDENTE (Wellington Fagundes. Bloco Parlamentar Vanguarda/PL - MT. Para discursar - Presidente.) - Senhoras e senhores, quero começar a minha fala indicando uma frase do Dr. Ulysses Guimarães: "Vi a história brotar nas ruas e na garganta do povo". E faço essa citação para lembrar que o movimento das Diretas Já, que mobilizou o país há 40 anos, entrou para a história política pela impressionante capacidade de congregar os mais diferentes setores da sociedade brasileira em torno de uma única vontade: a de votar para Presidente da República - um passo significativo para a liberdade de escolha e a construção da democracia no Brasil.
E o que estava por trás dessa mobilização tão ampla, nunca antes vista e até hoje não repetida? A nação queria mudanças, e a nação mudou, impulsionada pelas vozes das ruas, pela vontade popular. Por isso, é caminhando que se abrem os caminhos.
Nesta sessão especial, que tenho a honra de presidir, vamos retratar um pouco de como essa história nasceu, de como um sonho arrebatou milhões de brasileiros e queremos prestar uma homenagem ao autor da emenda das Diretas Já, o nosso Mato-Grossense Dante de Oliveira, que nos orgulha por seu desprendimento e também por sua liderança.
Tive a honra de conviver com Dante de Oliveira e de contribuir com sua gestão enquanto Governador de Mato Grosso. Não foram poucas as vezes que ouvi o Dante contar sobre seus sonhos de ver Mato Grosso e o Brasil avançarem na direção de uma sociedade mais justa, onde todos pudessem viver em liberdade e no pleno exercício da democracia.
Como diz a música:
Sonho que se sonha só.
É só um sonho que se sonha só.
[...]
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Esse não foi o caso de Dante de Oliveira, um líder que soube dividir seus sonhos e esperanças com todos nós e com o povo deste país. A história política brasileira foi marcada entre os anos de 1983 e 1984 por esta demanda vigorosa e coletiva por democracia, um clamor que ressoou em cada canto do país, consolidando-se como um dos movimentos sociais mais impactantes do século XX.
Em 1983, essa luta pela liberdade de escolha ganhou novos contornos com a apresentação da Proposta de Emenda à Constituição nº 5, conhecida como Emenda Dante de Oliveira. Essa iniciativa legislativa, embora simples na formulação, propunha o retorno das eleições diretas para Presidente da República. Era audaciosa no contexto político da época, simbolizando uma porta para a construção da democracia do país.
A importância da Emenda Dante de Oliveira transcendeu a sua natureza legislativa. Ela catalisou uma mobilização sem precedentes da sociedade brasileira. Cidades de norte a sul testemunharam a convergência de milhões de vozes em manifestações históricas, do emblemático comício na Praça da Sé, em São Paulo, ao aglomerado fervoroso da Candelária no Rio de Janeiro. O povo brasileiro mostrava ao mundo e aos próprios governantes que o desejo pela democracia era irrefreável.
Por isso, senhoras e senhores, essas manifestações foram verdadeiras celebrações de esperança, unidade e resiliência. Apesar de sua não aprovação, derrotada por uma margem estreita na Câmara dos Deputados, a Emenda Dante de Oliveira foi um elemento crucial no processo que culminaria na eleição indireta de Tancredo Neves como primeiro Presidente civil pelo Colégio Eleitoral, em 1985.
A luta pelas diretas já, embora não tenha alcançado seu objetivo imediato, foi fundamental para pavimentar o caminho para a abertura política e para a instalação de um Congresso Constituinte em 1988. Abria-se, assim, uma nova era de desafios e reconstrução democrática.
A transição para a democracia no Brasil nos ensina que a democracia é, essencialmente, um processo contínuo e dinâmico que requer constante vigilância e participação ativa da sociedade.
Senhoras e senhores, a história das Diretas Já é um lembrete perene de que os direitos conquistados podem ser erodidos se não estivermos sempre alertas e prontos a defendê-los. Portanto, ao comemorarmos os 40 anos desse movimento emblemático, somos não apenas convocados a recordar as lições do passado, mas também a reafirmar nosso compromisso com a manutenção e o fortalecimento da democracia.
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A jornada da democracia brasileira continua, e cada cidadão é um guardião desse legado. Que as gerações presentes e futuras possam se inspirar na determinação e coragem daqueles que, nas ruas, clamaram por Diretas Já.
Que nós, hoje e no futuro, trabalhemos incansavelmente para um Brasil livre e democrático, com oportunidade para todos.
Muito obrigado a todos que aqui estão presentes, a todas as senhoras também, e a todos os brasileiros e brasileiras. (Palmas.)
Antes dos pronunciamentos, quero aqui convidar a todos para assistirmos ao vídeo de depoimentos sobre o homenageado desta sessão.
(Procede-se à exibição de vídeo.) (Palmas.)
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O SR. PRESIDENTE (Wellington Fagundes. Bloco Parlamentar Vanguarda/PL - MT) - Neste momento, concedo a palavra à Sra. Dora Kramer, jornalista, que está remotamente conosco.
A SRA. DORA KRAMER (Para discursar. Por videoconferência.) - Boa tarde!
Boa tarde, Senador Wellington Fagundes. Primeiro, quero agradecer pela iniciativa, agradecer pela deferência do convite.
Cumprimento a todos da mesa, em especial a Thelma; cumprimento também a todos os Senadores e todos que estão presentes.
É muito emocionante para mim. Acompanhei de perto aquele movimento, que deixa tantas lições para a gente.
Neste momento, a gente rememorar um movimento que começou de maneira despretensiosa por um Deputado que teve uma ideia - e foi uma ideia luminosa - que mobilizou todo o país e que fez nós, da imprensa, irmos atrás do movimento, porque a imprensa encampou, em especial o jornal Folha de S.Paulo, mas quem deu a faísca foi Dante de Oliveira nesta emenda. E eu repito: tantas lições de unificação, de pacificação, de luta pela democracia, de como é possível, neste país, um povo em torno do ideal democrático, do ideal de recuperação da democracia ir adiante. Eu acho que a lição fica e é muito importante essa rememoração neste momento especial da nossa quadra da história, em que vivemos divisões, em que vivemos ameaças à democracia. Então, foi um período que, para mim, é inesquecível.
E mais, só para concluir, o Senador Fagundes fez referência ao fato de a emenda não ter sido aprovada. Ela foi numericamente aprovada, ela não passou porque faltou quórum. Então, a vontade do legislador estava ali expressa e se conjugando com a vontade das ruas.
Outra lição muito importante foi a de resiliência. O chamamento do Dr. Tancredo "Não vamos nos dispersar" fez com que aquele movimento, aquela fagulha, aquela faísca resultasse em tudo que o Senador Wellington Fagundes muito bem já retratou, foram a porta de abertura para a volta da democracia, junto, aliás, com outras iniciativas, como a anistia e tantas outras atitudes.
Eu agradeço muito pela lembrança, por terem me dado a oportunidade de falar sobre esse momento tão, tão, tão emocionante e tão didático do ponto de vista democrático, do ponto de vista político, do ponto de vista social e, sobretudo, do ponto de vista institucional.
Muito obrigada. (Palmas.)
O SR. PRESIDENTE (Wellington Fagundes. Bloco Parlamentar Vanguarda/PL - MT) - Queremos agradecer à jornalista Dora Kramer.
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Agora concedo a palavra à Sra. Thelma de Oliveira, viúva de Dante de Oliveira, Deputada Federal no período de 2003 a 2011, pelo nosso Estado do Mato Grosso. Ela também foi Prefeita de Chapada dos Guimarães no período de 2016 a 2020.
Com a palavra, a minha companheira Deputada Thelma de Oliveira.
A SRA. THELMA DE OLIVEIRA (Para discursar.) - Boa tarde a todos e a todas.
Sr. Presidente e requerente desta sessão, Senador Wellington Fagundes, é uma alegria imensa estar aqui.
Saúdo o Sr. Valdir Raupp, ex-Senador por Rondônia e ex-Governador, e quero aproveitar e saudar também a minha querida companheira e ex-Deputada Marinha, que esteve comigo; o ex-Senador Antero Paes de Barros; o Deputado Estadual Carlos Avallone, nosso amigo - meu amigo pessoal e era também muito amigo de Dante.
Minha querida Inês de Oliveira, irmã de Dante, na sua pessoa, eu quero saudar todas as mulheres que estão aqui presentes.
Eu gostaria também de cumprimentar a todos que estão nos assistindo pela TV Senado e pela TV Assembleia, em Mato Grosso.
Na pessoa da minha querida que estava até há pouco tempo aparecendo aqui - ali está ela, D. Maria Benedita, mãe de Dante de Oliveira, que, agora, no dia 1º de maio, vai completar 103 anos... (Palmas.)
Eu estou superemocionada - portanto, desculpem-me -, porque, apesar de todos esses anos, essas homenagens mexem muito comigo. Eu fico impressionada com a força de D. Maria Benedita, uma força interior tão grande... Apesar de tantas perdas, de tanta coisa, ela é uma mulher que tem uma fibra... É por isso, D. Maria, que eu me inspiro na senhora para continuar essa trajetória na nossa vida, na minha vida, e tenho certeza de que não sou só eu, não; muita gente se inspira na senhora. A senhora é uma pessoa iluminada neste mundo.
Eu gostaria também de agradecer, Senador Wellington, pela sua sensibilidade em promover esta sessão especial. O senhor sempre foi amigo do Dante.
Eu estava aqui conversando com a Ana de Maio, e a gente estava se lembrando - o senhor já disse dos projetos, porque ajudou o Dante quando na gestão do Mato Grosso - do projeto das pontes, das quais a mais famosa é a Ponte Sérgio Motta, um grande tucano que revolucionou este país quando fez a telefonia celular evoluir cada vez mais. O senhor teve um papel importante nesse processo. E a outra homenagem que o senhor fez ao Dante foi quando era Deputado Federal.
Teve mais um livro que foi lançado pelo jornalista Paulo Kramer, um livro dos perfis parlamentares lançado pela Câmara - não sei se o senhor se lembra disso - e que é muito bonito.
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Bom, eu acho que o nome Dante, assim como o de muitas outras pessoas, está muito ligado à questão da democracia e também à oportunidade de podermos votar para Presidente. E falar sobre ele, um homem democrático por natureza, como bem ressaltou o Senador Wellington Fagundes... Além de tudo, ele era por natureza visionário em todos os setores em que ele atuava, fosse no governo do estado, fosse na prefeitura, fosse na Câmara, no Ministério da Reforma Agrária, ele sempre estava com uma visão à frente.
Quando ele apresentou a emenda, em março de 1983, votar para Presidente, como disse o Senador, era uma coisa tão simples, mas que teve uma representação muito grande. E ele não esperava, eu tenho certeza, que o movimento fosse ganhar toda essa visibilidade que ganhou.
E infelizmente... Bom, depois ela foi acolhida por todos os partidos. E, no dia 26 de novembro de 1983, os Governadores eleitos àquela época, como Franco Montoro, Leonel Brizola, assinaram o manifesto apoiando a emenda e exigindo eleições diretas para Presidente.
E, daí para a frente, todos se lembram dos grandes comícios que começaram a acontecer - comícios nas capitais, comícios nas grandes cidades, não é? Mas, na noite de 27 de novembro, quando houve o comício lá em São Paulo, no Pacaembu, também morreu um grande brasileiro democrático, que foi o Senador Teotonio Vilela, que era chamado Menestrel das Alagoas, não é?
E eu faço questão aqui de lembrar duas músicas que representam muito esse movimento. Primeiro, esse Hino maravilhoso, emocionante, cantado pela Fafá de Belém. Isso marca o coração. E, depois, Coração de Estudante, que foi composta por Milton Nascimento e Fernando Brant.
Bom, muitos comícios aconteceram, e eu gostaria de destacar também o comício em Cuiabá, Senador Antero. Nossa cidade era tão, tão simples, tão acanhada, e ele foi no dia 20 de fevereiro de 1984. E foi inesquecível essa data para todos os cuiabanos e mato-grossenses - e Dante, mato-grossense e cuiabano também, como eu. Então, as maiores lideranças estiveram lá presentes: Ulysses Guimarães, Tancredo Neves, Franco Montoro, Ruth Escobar e tantas outras lideranças.
(Intervenção fora do microfone.)
A SRA. THELMA DE OLIVEIRA - Mário Covas, muito obrigada.
Infelizmente, a idade faz a gente começar a não lembrar de todos.
Bom, o que acontece? Eu acho, para encerrar, Sr. Presidente, que neste dia, quando a gente relembra esses 40 anos das Diretas, que a gente possa refletir sobre esse movimento político, que foi o maior, como já foi dito aqui, e que não teve um único ato de violência. Era um movimento pacífico, era um movimento de alegria, era um movimento de esperança. (Palmas.)
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Que a gente possa fazer disso um exemplo para o momento que nós vivemos de tanta polarização, de tanta radicalização! Que a gente se una, que a gente tenha essa humildade e essa maturidade para fazer o nosso país unido novamente!
Então, ao encerrar, o legado de Dante vive até hoje, em todos que lutam por um país mais justo e democrático. Ainda ecoam, nos meus ouvidos, os gritos do povo brasileiro que, em uníssono, bradavam uma palavra de ordem depois da derrota da Emenda Dante de Oliveira: "A luta continua!". Estejamos atentos e vigilantes em defesa da nossa jovem democracia.
Obrigada, Dante de Oliveira. Vivam as Diretas Já!
Obrigada.
O SR. PRESIDENTE (Wellington Fagundes. Bloco Parlamentar Vanguarda/PL - MT) - Eu quero, inclusive, acrescentar, Thelma, muitas pessoas questionam por que o nome daquela magnífica ponte sobre o Rio Cuiabá leva o nome de Sérgio Motta, Senador Antero. E aí eu quero lembrar a sua vinda aqui conosco, a D. Ana de Maio foi uma das pessoas responsáveis também para trabalharmos aquele projeto que foi denominado Mato Grosso-Itália, das pontes, da construção de pontes, e foi fundamental a presença, o trabalho do Sérgio Motta, porque, na ida do Presidente Fernando Henrique Cardoso à Itália, o único projeto apresentado pelo Governo Federal foi exatamente o de Mato Grosso. E só foi possível, porque o Ministro, à época, Sérgio Motta, fez um grande trabalho criando uma excepcionalidade para Mato Grosso, porque nós não tínhamos a capacidade de endividamento necessária, mas, na sua influência política, o Sérgio Motta trabalhou junto à equipe econômica, demonstrando que o Mato Grosso tinha, sim, capacidade de fazer o pagamento.
Em tão pouco tempo, em Mato Grosso, foi um projeto exitoso, felizmente, do ponto de vista de desenvolvimento do nosso estado, bem como também de capacidade de pagamento do estado. Tanto é que, com este e outros programas - eu faço questão de citar aqui a criação dos programas de desenvolvimento da nossa agropecuária, que se deu no Governo Dante de Oliveira, principalmente, inicialmente, com o fundo do algodão, um desafio dos produtores -, Mato Grosso, que não produzia nada de algodão, em apenas três anos, passamos a produzir 54% da produção nacional de algodão; e hoje produzimos 80% da produção nacional de algodão. Isso é uma herança do Governo Dante de Oliveira, não só na questão do algodão, da soja. Se hoje nós já somos maiores na produção do que a Argentina, se deu também nos programas da soja, do boi e em outros programas criados no Governo Dante de Oliveira. Então, é extremamente importante também para a história do Mato Grosso registrar, porque hoje, se Mato Grosso é esse estado que ajuda muito na balança comercial brasileira, de forma positiva, se deu muito em função de Dante de Oliveira.
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Eu quero aqui também registrar a presença conosco: já está o Senador Chico Rodrigues, que, daqui a pouco, também usará da palavra; também, representando o Embaixador de Portugal, da Chefe de Missão, Sra. Isabel Pestana; da Conselheira Nacional de Saúde Sra. Vânia Lúcia Ferreira Leite, representando o Ministério da Saúde; do Assessor da Coordenação do Escritório de Representação do Governo da Bahia em Brasília Sr. Eduardo Aiache, representando o Governo da Bahia; do Desembargador do Tribunal de Justiça de Mato Grosso Sr. Rubens de Oliveira Santos.
Também registro aqui a presença da Vereadora do Município de Cuiabá Sra. Maria Avalone e do ex-Deputado Federal Sr. Domingos Leonelli, muito amigo de Dante de Oliveira. Registro ainda a ex-Deputada Federal Sra. Moema São Thiago, que está aqui presente também e que foi muito amiga de Dante de Oliveira. (Palmas.)
Registro a presença do Presidente do Partido da Social Democracia Brasileira (PSDB) do Distrito Federal, o Sr. Sérgio Izalci, também filho do nosso Senador Izalci; a presença do Superintendente de Relacionamento da Secretaria de Estado da Casa Civil do Governo de Minas Gerais, o Sr. Arthur Camata; e a presença do Vice-Chefe de Missão da Embaixada de Cuba, o Sr. Melne Martínez Hernández.
Depois, vamos citar outros nomes.
Queremos agora conceder a palavra ao Sr. Senador Antero Paes de Barros, que foi Deputado Federal no período de 1986 a 1990 e Senador no período de 1999 a 2007, ambos os mandatos pelo meu Estado de Mato Grosso.
Com a palavra, o Sr. Antero Paes de Barros, jornalista.
O SR. ANTERO PAES DE BARROS (Para discursar.) - Presidente, Senador Wellington, requerente desta sessão, as minhas primeiras palavras, como amigo do saudoso homem público Dante de Oliveira, são de agradecimento pelo reconhecimento que você faz à memória do Dante aqui no Senado da República.
Ex-Governador de Rondônia e ex-Senador Valdir Raupp; minha querida amiga, a quem sempre chamei de Generala, ex-Deputada Federal Thelma de Oliveira; Deputado Estadual Carlos Avallone, que comparece com a sua esposa Maria Avallone, Vereadora de Cuiabá; Sra. Inês Martins de Oliveira, irmã do Dante, na pessoa de quem cumprimento todas as mulheres aqui presentes; eu cheguei ao cargo do Senador da República, porque o Wellington não quis, o candidato do Dante era o Wellington. Nós fomos nos reunir, uma vez, na fazenda do Armando de Oliveira, onde nós colocamos que queríamos que o Wellington fosse o candidato a Senador. Aí, na época, por questões internas do PL, ele acabou não aceitando. E, com isso, na madrugada da convenção, eu acabei saindo candidato ao Senado da República.
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Vejo com muita alegria aqui a minha colega Constituinte Moema São Thiago. Eu dizia para a Thelma, você foi a generala, e a Moema era a nossa guerrilheira preferida na Constituinte.
Eu quero só rememorar alguns fatos que são históricos. Eu participava com o Dante do MDB. Eu fui a ficha nº 526 do velho MDB. Depois, teve a incorporação do PP ao MDB, e se transformou no PMDB.
Quando eu entrei para o MDB, também, por liderança de Dante de Oliveira, nós participamos do grupo político do MR-8, junto com Thelma, com o Valtinho, com o Mamede, que era o chefe de gabinete do Dante, com várias outras pessoas. E era uma tese do 8 que deveria ser apresentada emenda das Diretas Já, nas eleições de 1982, e a tese era a seguinte, Senador Valdir Raupp: se a oposição elegesse 12 Governadores, pela influência dos Governadores, teria condições de se aprovar a emenda das diretas na Câmara dos Deputados. O que aconteceu? A oposição elegeu 9 Governadores. A análise da conjuntura estava correta, porque faltaram 22 votos; com mais 3 Governadores eleitos, a gente chegaria aos 22 votos que faltavam.
E, a destacar... Porque o Dante tem a minha idade; ele teria, se vivo hoje estivesse, um ano a mais que eu. Tem 18 anos que o Dante faleceu, vai fazer, em julho, 18 anos do falecimento de Dante de Oliveira.
Então, em 1983, quando da apresentação da Emenda Dante de Oliveira, ele tinha 30 anos, trinta e poucos anos; era um jovem. Era um jovem que despertava na política com o sonho e a ambição de restaurar a democracia no Brasil. E qual foi a grande virtude amadurecida de Dante de Oliveira? Porque aquele jovem, que foi aplaudido pelo Brasil inteiro, o Dante reuniu multidões no Brasil inteiro. Ele era tratado como bambino de ouro da campanha. Era Ulysses o Sr. Diretas, e era Dante o autor da Emenda das Diretas Já. Ele falou em todos os comícios, foi reverenciado no Brasil inteiro.
Aí, por um equívoco político, um desses que acontecem, o PT lançou o Grupo Só-Diretas - Só-Diretas. E foram para cima do Dante para que ele apoiasse o Grupo Só-Diretas e ficasse contra a ida ao colégio eleitoral.
E aí, com 30 anos de idade, o Dante de Oliveira teve a maturidade de dizer: "Negativo, a luta continua". A campanha de Tancredo, a eleição de Tancredo foi no colégio eleitoral, mas a vitória de Tancredo foi nas ruas, porque teve comício em todos os estados brasileiros, como se fosse uma eleição direta, destampou-se a garrafa, e, assim, é hoje também motivo para se reconhecer essa serenidade, essa humildade, essa capacidade de análise política do Dante de Oliveira, que sabia que o correto, politicamente, era apoiar Tancredo Neves no colégio eleitoral.
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Tancredo falece, Sarney assume, daí para cá todos sabemos a história...
O Brasil deve muito também ao Sr. José Sarney, que foi um exímio cumpridor dos compromissos feitos nas ruas pela nova República, que foi liderada na campanha de Tancredo Neves.
E, para finalizar, Senador Wellington, quero só dizer que hoje que eu soube, por mais que tenha convivido com você e com o Dante - talvez eu tenha sido o político brasileiro que mais conviveu com Dante de Oliveira... Por mais que tenha convivido com você e com o Dante, hoje, no seu pronunciamento, na sua fala, é que eu soube desse papel decisivo do Sérgio Motta.
Eu já era a favor da homenagem ao Sérgio Motta, por tudo que ele realizou pelo Brasil, que a obra do Sérgio Motta, na questão da telefonia, é uma obra que salva vidas até hoje, que garante segurança, que facilita comunicação, que é uma revolução. É uma obra que mostra que o PSDB esteve equivocado ao não assumir com força a bandeira da privatização, porque teve um momento em que o PSDB foi encolhido com a bandeira da privatização. Ai do Brasil se não tivéssemos, hoje, a telefonia celular.
E você relata aí que, para conquistar - o que também foi importantíssimo para o desenvolvimento do estado -, que, para conquistar isso, foi fundamental o papel de Sérgio Motta.
Mas hoje, encerrando, é um dia de reverenciar a democracia e de colocar o seguinte: democracia sempre, ditadura nunca mais, retrocesso nunca. É nem um passo atrás.
Viva a democracia! Vida as Diretas Já! Viva Dante de Oliveira! (Palmas.)
O SR. PRESIDENTE (Wellington Fagundes. Bloco Parlamentar Vanguarda/PL - MT) - Queremos convidar agora o Senador Chico Rodrigues, do Estado de Roraima. Ele, que é o 3º Secretário desta Casa, da Mesa, e eu registro aqui, ao chegar o Senador Chico Rodrigues, uma pergunta que eu fiz para o Dante, já como Governador: "Dante, de onde surgiu essa ideia da emenda para as Diretas Já?". Ele me disse: "Olha, Wellington, foi exatamente na campanha de Deputado Federal. Quando eu andava e citava qualquer possibilidade de uma eleição para Presidente, todo mundo só queria isso, e isso foi o que me estimulou já a trazer essa ideia, e ser um dos primeiros atos...". Foi a quinta, né? Quinta emenda apresentada. Foi exatamente para proporcionar que o Brasil pudesse ter eleições diretas para Presidente da República.
Portanto, é mais uma demonstração, Senador Antero, do que é também a necessidade de campanha eleitoral, Senador Raupp, porque, com o contato com a população, a gente não só aprende muito, como também sente aquilo que a população está a perceber das necessidades das transformações.
E Dante de Oliveira era isto: um homem com muita sensibilidade de ouvir as vozes, como dizem, as vozes roucas da rua.
Com isso, então, eu passo a palavra aqui ao nosso Senador Chico Rodrigues.
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O SR. CHICO RODRIGUES (Bloco Parlamentar da Resistência Democrática/PSB - RR. Para discursar.) - Meu caro Presidente, Senador Wellington Fagundes, que foi o requerente desta sessão e representa de forma magnífica o Estado de Mato Grosso, em todas as disputas, em todas as demandas, em todos os sons, representa com extrema galhardia o Estado de Mato Grosso, destacando-se entre os seus representantes; ex-Governador de Rondônia, Senador Valdir Raupp; Senador Antero Paes de Barros; Deputada Federal e viúva de Dante de Oliveira, Thelma de Oliveira; Deputado Estadual de Mato Grosso Sr. Carlos Avallone Junior; Sra. Inês Martins de Oliveira, irmã de Dante de Oliveira; eu gostaria também de cumprimentar aqui, em nome de todos os Parlamentares e ex-Parlamentares, a Deputada, que foi minha colega por vários mandatos, Marinha Raupp e dizer que hoje nos reunimos para celebrar o marco histórico em nossa jornada democrática, os 40 anos do movimento Diretas Já. Nesta data comemoramos exatamente uma fase da nossa história que ficou gravada na memória de todos.
Em um momento crucial de nossa história, quando as vozes do povo clamavam por justiça, igualdade e participação política plena, surgiu um movimento que ecoou por todo o país e mudou os rumos de nossa nação.
Há 40 anos, em 25 de abril de 1984, a Emenda Dante de Oliveira, na verdade, se tornou um ícone nessa defesa, e hoje sua memória permanece viva e será sempre reverenciada. Essa luta era para que, com essa proposta de emenda à Constituição, se previssem eleições diretas, já em 1984, para a escolha do sucessor do General João Figueiredo, último Presidente do regime militar. Mesmo com a rejeição da emenda, o movimento continuou forte e levou milhares de pessoas às ruas do Brasil.
Ao longo dos anos, enfrentamos desafios, momentos de opressão e lutas incessantes por direitos básicos. Em meio a isso, emergiram líderes corajosos, cidadãos e cidadãs determinados a construir uma nação onde a vontade popular fosse ouvida e respeitada.
O movimento Diretas Já transcendeu fronteiras políticas, partidárias e sociais. Foi um grito uníssono pela soberania do povo, um chamado à ação cívica e à defesa da democracia. Seus protagonistas foram homens e mulheres de todas as idades, profissões e origens, unidos por um ideal comum: a necessidade imperativa de eleger democraticamente os nossos representantes.
Recordemos com gratidão figuras emblemáticas desse movimento, como Dante de Oliveira - seu autor -, Ulysses Guimarães, Leonel Brizola, Tancredo Neves e o Presidente Lula, entre tantos outros, cuja coragem e determinação iluminaram o caminho rumo à liberdade e à justiça no Brasil. Eles foram os arautos da esperança, os articuladores incansáveis de um sonho coletivo de um Brasil verdadeiramente democrático. As Diretas Já não foram apenas um movimento político, foram uma lição de cidadania, um despertar de consciências adormecidas, uma afirmação da força do povo quando se une em prol de uma causa nobre. Foi a vitória da vontade popular sobre os desígnios impostos por interesses autoritários.
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Hoje, olhamos para trás com gratidão e orgulho pelo legado deixado por esse movimento. No entanto, também olhamos para a frente, cientes de que a luta pela democracia é contínua e exige nossa permanente vigilância. Ainda há desafios a superar, injustiças a combater e direitos a conquistar. Portanto, que o espírito das Diretas Já permaneça vivo em nossos corações e mentes, inspirando-nos a nunca nos calarmos diante da injustiça, a nunca desistirmos da luta por um Brasil mais justo, igualitário e democrático. Que sigamos em frente, unidos e determinados, rumo a um futuro onde a voz do povo seja sempre ouvida e respeitada.
Portanto, Sr. Presidente, era esse simples registro que eu gostaria de deixar aqui nos Anais desta Casa, mostrando exatamente que permanece esta iniciativa, esta inspiração, este impulso do Dante de Oliveira naqueles momentos em que o Brasil queria democracia, a volta da democracia - isso mostra que, apenas os corajosos, aqueles que tomam iniciativas, eles ficam lembrados pela história.
E não poderíamos deixar, neste momento, de citar - uma vez, duas vezes, três vezes, dez vezes, quantas vezes forem necessárias - o nome do Dante de Oliveira, que está cravado na memória de todos os brasileiros. Parabéns pela sugestão de V. Exa. pela indicação na convocação desta sessão especial! Parabéns a V. Exa.!
Muito obrigado. (Palmas.)
O SR. PRESIDENTE (Wellington Fagundes. Bloco Parlamentar Vanguarda/PL - MT) - Agradecemos muito ao Senador Chico Rodrigues, inclusive porque fez parte de toda essa história que aqui estamos vivendo.
Eu quero aqui também registrar a presença do Vice-Diretor Técnico-Científico da Associação Brasileira de Criminalística, Sr. Ladislau Brito; do Vice-Presidente da Associação Brasiliense de Peritos em Criminalística, Sr. Bruno Telles; e da Sra. Ana De Maio, que eu já até citei aqui.
Quero também aqui registrar conosco a presença da jovem Cíntia Sanches, que é Economista, egressa da nossa Universidade Federal de Rondonópolis, que está entre as supernovas universidades. Ontem, inclusive, tivemos o ato da posse da nossa Reitora Analy Polizel, ela que, então, é a primeira Reitora, Senador Antero, já nomeada por dois Presidentes: pelo Presidente Bolsonaro e também pelo atual Presidente Lula -, visto que ela teve o mandato, primeiro, na interinidade e, depois, foi eleita agora, com 72% dos votos válidos da comunidade estudantil universitária da nossa UFR (Universidade Federal de Rondonópolis).
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Eu sempre falo aqui com muito orgulho por ter trabalhado para a criação da segunda universidade federal de Mato Grosso, e com certeza essa universidade hoje já tem um papel extremamente importante, porque ela já ganhou um prêmio como a universidade mais empreendedora do Centro-Oeste brasileiro. E o curso de Medicina daquela universidade também, com nota máxima, pela análise do MEC.
Quero aqui também registrar a presença do Sr. Roldão Lima Júnior, além dos familiares do Dante de Oliveira: a Sra. Laura Medeiros, que é sobrinha, e a Sra. Mônica Haddad, sobrinha.
Eu agora convido para usar da palavra a Inês Martins de Oliveira, irmã de Dante de Oliveira - a gente fala "irmã de Dante de Oliveira" e não "do Dante de Oliveira", porque é um costume mato-grossense. (Risos.)
A SRA. INÊS MARTINS DE OLIVEIRA (Para discursar.) - Boa tarde a todos.
Eu quero cumprimentar, na pessoa do Presidente e requerente desta sessão, o Senador Wellington Fagundes, todos os integrantes da mesa.
É uma alegria muito grande poder estar aqui. É uma gratidão imensa ao Senador Wellington Fagundes por fazer esta homenagem, que é uma homenagem a um homem que foi um lutador, um bravo lutador, um homem que foi ousado nos seus sonhos, e os sonhos dele contagiaram todo o país.
Então, a minha fala é uma fala como irmã, como família, com uma participação desde o berço - eu sou a irmã que era mais próxima dele, com apenas dois anos de diferença -, e a gente viveu esse sonho dele muito próximo.
E, quando chegou o momento de escolher o caminho, de ele entrar na política de fato, de enfrentar a própria família, quando ele começou, porque ele foi candidato a Vereador, contrariando a família, que achava que ele devia cuidar da engenharia dele, porque ele foi para o Rio, fez o curso de Engenharia Civil, como eu também sou engenheira civil - ele quis me levar para o Rio para fazer junto com ele, mas eu acabei voltando para Cuiabá e continuei -, e terminou o curso no Rio, na Universidade do Rio de Janeiro... Ele veio de lá... Lá, ele pegou aquela efervescência do momento, de participação nos movimentos, como o Senador Antero já nos contou aí um bocado, e chegou com aquela cabeça fervendo, em cima, já na hora de se inscrever para ser candidato, e resolveu pôr o nome. Realmente, essa foi a primeira experiência dele na política. E não deu certo, mas ele não desistiu. Ele foi persistente e, já na outra, ele foi Deputado Estadual e, como Deputado Estadual, teve uma participação muito grande no Estado de Mato Grosso, porque os enfrentamentos, ainda com Mato Grosso se abrindo, Cuiabá principalmente, para a migração muito intensa que tinha. As pessoas iam ocupando os bairros sem título, os bairros que tinham proprietários, e os enfrentamentos foram muito fortes. Então, ali nós já sentimos que ele teria um caminho pela frente, que era um caminho escolhido pelos mais carentes e pelos que precisavam mais. Ele não admitia que Mato Grosso fosse um estado periférico com tanta riqueza, com tanta beleza; e Mato Grosso tinha que despontar. Ele tomou aquilo como uma tarefa definida na cabeça dele e, nesse caminho, abraçou o Brasil, porque, para poder abrir para a democracia, para a liberdade, ele conseguiu conquistar um espaço muito maior do que pretendia.
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Então, nós reconhecemos e, como família, estivemos sempre próximos, passamos a entender aquela ansiedade, aquela expectativa, aquele sonho dele e abraçamos todos como um caminho difícil, mas era um caminho que todos entendíamos que o país precisava naquele momento.
O comício de Cuiabá, como a Thelma lembrou, a gente até hoje comenta e sente como se fosse ontem, porque, na verdade, foi na frente da casa da minha mãe, e a praça se transformou num palco de festa, de presença dos políticos de todo o Brasil, com uma força muito grande, uma pujança, uma beleza incrível. Todo mundo se apaixonou e dali houve o desencadeamento de um processo que a gente só tem a rever e a tirar as lições e os ensinamentos que foram deixados para nós, para nós todos.
Nós vivemos uma geração de avanços, o estado se transformou, o estado viu Dante duas vezes Governador. Ele começou como Prefeito e depois como Governador. Como Prefeito, ele se afastou um período para vir ser Ministro da Reforma Agrária com o Governo Sarney, que também deu espaço para que pudesse colocar as políticas agrárias num patamar que não tinha uma aceitação em todos os lugares, mas que foi importante também no processo dele para entender que, para poder avançar, a gente não podia fazer enfrentamentos diretos, mas que era importante essa técnica que ele foi adquirindo de conversar com todos os grupos, de ouvir, de saber lidar, de saber contemplar cada segmento da sociedade como um grupo que era importante naquilo. Ele sempre dizia que os representantes políticos, ele falava para mim.... Às vezes, eu questionava algum político que a gente via que estava fazendo coisa errada, que não era aquilo, e ele falava assim: "A política representa a sociedade que nós temos. Se ele está lá é porque ele é representante de um segmento que tem que ser melhorado". Então, a gente vai aprendendo com ele sempre, com as palavras que tinha para cada coisa, para cada momento, para cada lugar.
Então, hoje eu me emociono muito. É uma gratidão imensa, Wellington, ter você com essa amizade que nós temos há mais de 20 anos e eu acho que partindo para mais um pouco.
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E foi importante para o estado a posição do Wellington na parte empresarial, na parte de buscar os projetos de que Mato Grosso realmente precisava, porque o problema maior de Mato Grosso era a infraestrutura, era a energia, eram as estradas. Também a saúde era importantíssima para nós - a saúde e a educação -, mas, sem a infraestrutura, não conseguiríamos que o estado se integrasse, como hoje a gente o vê integrado realmente.
Quero agradecer à Ana de Maio, que é uma pessoa também amiga e querida, que teve um papel muito importante no preparo deste projeto para poder atender às pontes em Mato Grosso.
Houve a expansão da energia, porque, no norte de Mato Grosso, era uma vergonha: não tínhamos energia, não tínhamos como chegar a Alta Floresta, Sinop, Sorriso - aquele lado de lá não tinha energia.
Eu fui Secretária de Estado de Obras; depois, fui Secretária de Planejamento, com o Dante; e, na verdade, a gente buscou alternativas de conseguir levar a Eletrobras para conhecer o norte de Mato Grosso. Foi um trabalho de conquista mesmo de cada passo, de cada espaço, para que fossem lá. Eu falava: "Vamos visitar Mato Grosso, vocês precisam conhecer Mato Grosso. Vocês conhecem Cuiabá do aeroporto". Porque chegavam, batiam, participavam das reuniões de conselho e voltavam para o Rio. Então, foi uma coisa que foi mexendo com as pessoas e conquistando as posições que o Mato Grosso tem hoje nas produções, tanto na agricultura quanto na pecuária, que são posições que nos encantam e nos agradam.
Então, quero agradecer a todos vocês que vieram aqui, porque a gente fica sempre pensando: será que as pessoas ainda se recordam... Apesar de, neste momento, estarmos vivendo nessa agonia, nessa expectativa de que algo precisa ser mudado, realmente é bom compartilhar com vocês este momento de gratidão ao Diretas e ao Dante de Oliveira.
A família agradece e, em nome da minha mãe, que está lá nos acompanhando, nos ouvindo... Ela perguntou: "Mas você vai?". Eu falei: "Vou estar lá representando a senhora", porque ela já não tem a mobilidade de que precisaria, mas a cabeça está lúcida e aqui ela se faz presente, revivendo todo esse movimento das Diretas.
Obrigada a todos.
E vamos em frente com a nossa democracia valente e ousada, como sempre foi.
Obrigada. (Palmas.)
O SR. PRESIDENTE (Wellington Fagundes. Bloco Parlamentar Vanguarda/PL - MT) - Muito obrigado.
Queremos aqui também registrar a presença conosco do Deputado Estadual, por Mato Grosso, Wilson Santos, a quem será franqueada a palavra logo em seguida; do Deputado Federal Valtenir Pereira; do Coordenador-Geral de Políticas Públicas do Ministério da Agricultura, Sr. William Chianca; da assessora legislativa da Frente Parlamentar da Agropecuária, Sra. Ana Paula Hummel Vieira; do assessor de Relações Institucionais da Confederação Nacional do Comércio, Sr. Felipe Oliveira; do Secretário-Geral do Partido da Renovação Democrática (PRD) do Distrito Federal, do Sr. Marco Vicenzo; dos servidores também da Empresa Brasileira de Serviços Hospitalares (Ebserh), Sra. Rafaela Rodrigues, Sra. Andressa Brito e Sr. Vinícius Leite; e da servidora do Centro de Gestão e Estudos Estratégicos, Sra. Juliana Machado Ceccato.
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Eu faço também questão aqui de agradecer, em nome do Secretário-Geral da Mesa, Dr. Gustavo Sabóia, que está nos auxiliando, ao Ivan Falconi, à Sabrina Nascimento, ao José Roberto, à Ludmila Fernandes, ao Paulo César, aqui ao meu lado, à Renata Leão, ao Zezinho, esse senhor aqui de cabelos bem grisalhos - não, branquinhos; são pintados na verdade, mas é uma das pessoas mais eficientes, experientes da Casa -, ao Zé Mauro, à Ana Paula, ao Jaerson Dias, ao Waldir e ao Vinícius. E ainda registro a equipe de relações públicas: Adriana Araújo, Ana Lucia Novelli, Andreia Andriele e Daniela Gonzaga; Emily Gabriela, Juliana Borges, Kivia Gomes, Marina Loures, Paula de Lima, Priscilla Flores e Ramena Romero.
E também agradeço a toda a equipe do cafezinho, que está aqui atendendo a todos nós.
Quero agora convidar, então, o Sr. Deputado Estadual Carlos Avallone Junior, Deputado pelo Estado do Mato Grosso e ex-Secretário do Governo Dante de Oliveira.
O SR. CARLOS AVALLONE JUNIOR (Para discursar.) - Bom, boa tarde a todos.
É um prazer imenso poder estar aqui hoje num momento tão importante da história do Brasil, e relembrando uma pessoa tão especial como foi Dante de Oliveira para o Brasil, para Mato Grosso e para a nossa querida Cuiabá.
Quero cumprimentar aqui o Senador Wellington e agradecer por esta homenagem. Na sua pessoa também quero cumprimentar a Thelma de Oliveira, nossa amiga, Senador Antero Paes de Barros, Senador Raupp, Senador Rui, que está aqui presente, a Inês de Oliveira. Quero cumprimentar minha esposa, Maria Avallone, que também está aqui presente. Quero cumprimentar em especial a Domingos Leonelli, tão amigo e companheiro de Dante, que com ele escreveu um livro tão importante para o registro da história das Diretas Já, que eu recomendo a todos.
Mas, Wellington, eu queria aqui... Estava pensando enquanto ouvia todas as falas, mas eu queria falar aqui mais aos jovens, porque as Diretas Já estão completando 40 anos. E a juventude do Brasil só conhece a história das Diretas pela história, não tiveram a oportunidade de vivenciar o que foi aquele momento. E a gente tem vivido momentos tão difíceis no país quando a gente fala sobre democracia. E, quando a gente fala de Dante de Oliveira, a primeira palavra que vem à minha mente é democracia. Talvez o democrata que mostre para mim claramente o que é a democracia seja o Dante. Foi com ele que eu aprendi muitas histórias, muitas coisas da minha vida, mas que eu aprendi sobre democracia.
E aí não foi no período das Diretas, porque eu não o conheci pessoalmente na época das Diretas. Eu vim a conhecê-lo só a partir de 1993.
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E eu conheci o democrata Dante de Oliveira nos dias em que eu convivi com ele. Foram 12 anos, mas foram 12 anos que parecem que foi a minha vida toda. Parece que eu convivi com Dante, Inês e Thelma, a vida inteira. Foi um período tão rico da minha vida, que representou tanto para mim, para a Maria e para as minhas filhas, que parece que era um período muito maior.
E a juventude, hoje, eu vejo muitos jovens em falas eloquentes, e as pessoas estão perdendo um pouco daquilo que a gente aprende em casa, que é a palavra respeito. A sociedade nossa parece que se esqueceu de que a palavra respeito é aquilo que a gente aprende com os pais, com as mães: "Respeite os mais velhos, respeite as pessoas, respeite a família!". As pessoas usam tudo isso, mas, na hora de demonstrar com o exemplo, o exemplo que passam é outro, e esse respeito fica esquecido. E Dante, apesar de toda a sua eloquência, de tudo que falava - e ele não era um cara que falava baixo nem com pouca eloquência; ele punha as suas opiniões -, ele era um cara que respeitava as pessoas, ele tinha isso muito forte dentro dele. E a nossa sociedade está precisando muito disso.
A fala que apareceu, no vídeo que passou, demonstra para mim a maior lição que eu tive de democracia na minha vida, e eu vou repeti-la aqui, com alguns mais detalhes. Dante perdeu a primeira eleição dele para Vereador e, depois, perdeu mesmo foi a do Senado, que nós perdemos, eu como Primeiro-Suplente dele. Aquilo para mim, então, parecia que eu tinha caído de um prédio de 20 andares; ninguém esperava aquela derrota, e nós perdemos. Eu fiquei, num primeiro momento, muito revoltado, e o Dante senta numa mesa, para dar a primeira coletiva dele - a imprensa inteira de Mato Grosso lá -, e a primeira pergunta que vem é: "Dante, o povo não soube votar? O povo não o elegeu, o Homem das Diretas, o Governador que transformou Mato Grosso, que saiu com 80% de aprovação do Governo, 78% de intenções de voto para o Senado e, quatro, seis meses depois, você perde a eleição? O povo não soube votar?". E o Dante responde, pensa um pouco e responde: "Eu lutei a minha vida toda para o povo ter direito de votar. O povo não erra, mas me deu quatro anos para eu ver onde eu errei".
Eu lembro a todos nós que, naquela época, 2002, 2001, já tínhamos urnas eletrônicas. Democracia não é procurar nos outros o erro pelas nossas derrotas, mas é procurar dentro de nós onde nós erramos. O povo é o povo, é o que merece o respeito, é a democracia. E eu termino a minha fala dizendo mais uma vez: respeito, o país precisa de respeito, as pessoas precisam respeitar mais as outras. É aquilo que a gente aprende em casa, a gente aprende que é o exemplo que dá a sequência, não é a fala eloquente, mas é o exemplo, é o respeito!
Dante foi para mim um ídolo. Ele foi para mim o meu líder político, foi um amigo e foi um irmão.
Muito obrigado. (Palmas.)
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O SR. PRESIDENTE (Wellington Fagundes. Bloco Parlamentar Vanguarda/PL - MT) - Eu quero aqui também agradecer a toda a equipe da TV Assembleia de Mato Grosso e o faço através da Mesa Diretora, porque aqui também está sendo transmitido ao vivo agora pela TV Assembleia e pela Rádio Assembleia. E eu já cumprimento aqui toda a população do interior de Mato Grosso que nos assiste e está nos ouvindo através desses meios de comunicação da Assembleia Legislativa: Tangará da Serra, Várzea Grande, enfim, vários outros municípios. E aí eu o faço na pessoa do Deputado Eduardo Botelho, Presidente, do Deputado Max Russi e também da Deputada Janaina Riva, cumprimentando toda a Assembleia, que nos permitiu também essa parceria. E, aqui com o jornalista Claudio de Oliveira, representando todos os profissionais da comunicação da Assembleia, eu o faço na pessoa do Jaime, que é o Diretor master.
Quero agora conceder a palavra ao Sr. Leonardo de Oliveira, que falará de forma remota, ele que é Presidente do Instituto Dante de Oliveira.
O SR. LEONARDO DE OLIVEIRA (Por videoconferência.) - Boa tarde.
Está dando para ouvir?
Boa tarde...
O SR. PRESIDENTE (Wellington Fagundes. Bloco Parlamentar Vanguarda/PL - MT) - Está o.k., estamos ouvindo bem.
O SR. LEONARDO DE OLIVEIRA (Para discursar. Por videoconferência.) - Está ouvindo?
Quero aqui agradecer a todos, ao Senador Wellington Fagundes, Senador que sempre foi um grande parceiro do nosso grande Governador estadista Dante de Oliveira, por estar lembrando essa história, essa história que mudou toda a história de um país: um jovem cuiabano, de escola pública, que tinha coragem e um grande ideal, foi para a luta e mudou toda essa história, dando hoje o direito a todos de escolherem o seu Presidente e de participarem de uma democracia.
Eu estou aqui ao lado da minha avó, a mãe do Dante, que está com toda a felicidade ouvindo a cada um homenageando o seu filho, homenageando essa história.
E, vó, se a senhora quiser falar uma palavrinha aí para agradecer ao Senador Wellington e a todos que estão aí... Não sei se a voz vai chegar aí, mas ela vai tentar aqui.
A SRA. MARIA BENEDITA MARTINS DE OLIVEIRA (Para discursar. Por videoconferência.) - Agradeço ao Senador. Aliás, eu tenho o Senador Wellington como um grande amigo meu, por quem sempre tive muita simpatia. Sou eleitora dele e agradeço as palavras que ele fala sobre o meu filho. Desejo a ele e à família dele muita sorte tanto na política como na vida.
Que Deus abençoe a todos.
Agradeço toda as homenagens que estão fazendo para meu filho, que era muito ligado comigo...
Muito obrigada. (Palmas.)
O SR. LEONARDO DE OLIVEIRA (Por videoconferência.) - A gente agradece, em nome de toda a família, aqui a homenagem justa do Senador Wellington a esse grande homem que mudou a história de um país. Obrigado, Senador Wellington.
Obrigado a todos. (Palmas.)
O SR. PRESIDENTE (Wellington Fagundes. Bloco Parlamentar Vanguarda/PL - MT) - Muito obrigado.
E nós agradecemos a Deus também a oportunidade de ter a D. Maria presente nos transmitindo a força da luta e a energia de Dante de Oliveira.
Queremos conceder aqui a palavra ao Senador Valdir Raupp, ele que foi ex-Governador de Rondônia de 1995 a 1999 e também Senador no período de 2002 a 2019.
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O SR. VALDIR RAUPP (Para discursar.) - Sr. Presidente, Senador Wellington Fagundes, que preside esta sessão de homenagem, homenagem justa à história, à memória de Dante de Oliveira; Sr. Senador Antero Paes de Barros, meu colega aqui, no Senado, onde trabalhamos em muitos projetos, em muitas batalhas aqui, no Senado Federal, quero cumprimentá-los e cumprimentar o Deputado Wilson Santos, ex-Deputado Federal, ex-Prefeito de Cuiabá, agora Deputado Estadual.
Cumprimento o Senador Chico Rodrigues, que teve que sair para outras missões, mas que aqui se fez presente, fez uso da palavra; cumprimento a ex-Deputada Federal, conterrânea da minha esposa, que está aqui também, Deputada Marinha Raupp - trabalharam ali, ombreando-se na Câmara dos Deputados -, a Deputada e viúva do saudoso Deputado Federal, Prefeito de Cuiabá, Governador, Ministro da República, que nos deixa muita saudade - homens como ele fazem muita falta na política brasileira -, o nosso querido Dante de Oliveira.
Cumprimento o Deputado Estadual Carlos Avallone - estivemos ainda, no ano passado, lá em Cuiabá, em reuniões de interesse do estado, de Cuiabá e do Brasil -; cumprimento a Sra. Inês Martins de Oliveira, irmã do nosso saudoso Dante de Oliveira; cumprimento os representantes de partidos políticos aqui presentes, representantes de embaixadas, senhores e senhoras diplomatas, senhoras e senhores.
Eu tive uma trajetória política, no início, muito parecida com a do Dante de Oliveira: fui Vereador em 1982; fui Prefeito no mesmo período em que o Dante foi Prefeito em Cuiabá; fui Governador no mesmo período em que ele foi Governador. Trabalhamos em muitos projetos juntos, como a inversão do transporte da soja, que percorria 3 mil quilômetros até chegar ao Porto de Paranaguá ou Porto de Santos, em São Paulo, levando a soja para o Porto de Porto Velho, posteriormente para os portos do Pará. E o Dante ficou incumbido, naquele momento, de construir as estradas no Mato Grosso, as pontes, as estradas para melhorar o escoamento da safra do Mato Grosso. A minha tarefa era construir o Porto Graneleiro de Porto Velho, que construí em parceria com o Governo do Fernando Henrique Cardoso, naquela época.
E o Governador Amazonino Mendes se incumbiu de construir o Porto de Itacoatiara, para fazer o transbordo para os navios, porque lá, no Amazonas, atracam navios de grande porte. E o grupo Maggi, do Blairo Maggi e do André Maggi - o Blairo virou Governador depois - ficou encarregado de construir a frota de barcaças para transportar a soja e essa inversão toda do transporte da soja pela BR-364, Porto Velho-Amazonas.
Então, eu tive esses momentos de trabalho, de reuniões com o Dante de Oliveira, quando Governador. Depois eu vim para o Senado, de 2002 a 2019, onde pude ajudar o nosso país e o nosso Norte também, o Norte competitivo, que hoje é um dos maiores produtores de grãos do Brasil, o Estado do Mato Grosso, e Rondônia, copiando quase tudo do Mato Grosso, também desponta na produção de gado, na produção de soja, e prosperando no agronegócio brasileiro.
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Mas, falando sobre Diretas Já, sobre Dante de Oliveira, um fato, um ato, uma frase, um gesto pode mudar a história de um país. Nós vimos acontecer nos Estados Unidos, com Martin Luther King, que mudou a história do apartheid; vimos acontecer na Índia, com Mahatma Gandhi, que conseguiu unir o país num projeto, mudou a história da Índia, e nós vimos aqui no Brasil o Dante de Oliveira, com apenas uma emenda. Não precisou de um projeto grandioso, de muitas páginas de papéis; uma emenda mudou a história do nosso país. Através daquela Emenda Dante de Oliveira, o Brasil começou a se... Foi como um facho de luz na escuridão, para que o povo pudesse enxergar e lutar pelas Diretas Já, pelo voto direto para Presidente da República.
Não deu num primeiro momento, mas aconteceu tudo muito rápido: em 1983, surgiu a emenda; de 1983 a 1984, o movimento em todo o país... O Brasil se movimentou de norte a sul, de leste a oeste, gritando pelas Diretas Já, unindo direita, unindo esquerda, unindo o centro... E eu tenho muita saudade daquele tempo, porque o Brasil precisa se unir novamente. O Brasil precisa se unir em torno de grandes projetos, e aquela emenda uniu o Brasil.
Até gente da direita, Parlamentares como Sarney, José Sarney... Divergiu daquele lado do regime militar e veio para o MDB. Ele saiu do PDS, na época, depois de uma história longa no PDS, e se filiou ao MDB, para ser candidato a Vice-Presidente da República, junto com Tancredo Neves. E o que é que aconteceu? O Tancredo também não pôde governar o nosso país. O Brasil chorou. O Brasil se alegrou com as Diretas, o Brasil vibrou com a Emenda Dante de Oliveira e com o grito pelas Diretas Já, mas o Brasil chorou a morte de Tancredo Neves.
Mas o Presidente Sarney - e eu quero aqui também render as nossas homenagens ao Presidente... Há muitas figuras brasileiras, como Fernando Henrique, Mário Covas, Tancredo Neves, Teotonio Vilela e tantos outros expoentes da política brasileira que se abraçaram naquele momento, o Brizola, o Lula, enfim, muita gente da esquerda também se uniu naquele momento em torno das Diretas Já, mas o Sarney segurou a barra, fez a transição democrática, e, logo em seguida, vieram aí, de fato, as Diretas Já, o povo votando para Presidente da República, há praticamente 40 anos, e estamos firmes.
E eu espero que a democracia, Senador Wellington Fagundes, V. Exa., que tem uma trajetória de luta, de vida pública, brilhante também, como Deputado Federal por seis mandatos, defendendo seu estado, defendendo a nação, como Senador da República já no segundo mandato, e uma das votações históricas... Coisa que não é fácil. Eu fui reeleito também com 62% dos votos para Senador em 2010, e V. Exa. teve, eu acho, 64%, não é? Foi um recorde de voto para o Senado no Estado de Mato Grosso, pelo seu trabalho.
E é por gestos como esse, uma homenagem justa como essa, que V. Exa. tem se destacado na política de Mato Grosso e na política do nosso país.
Tem um ditado que diz, Senador Wellington, que não existe regime perfeito, não existe regime político perfeito, mas não encontraram um outro melhor do que a democracia. Então, que viva a democracia brasileira, que viva a memória, a história de Dante de Oliveira!
Muito obrigado. (Palmas.)
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O SR. PRESIDENTE (Wellington Fagundes. Bloco Parlamentar Vanguarda/PL - MT) - Concedo a palavra ao Sr. Deputado Estadual Wilson Santos, Deputado pelo Estado do Mato Grosso.
Enquanto o Wilson chega à tribuna, também quero agradecer aqui ao nosso Presidente, o Senador Rodrigo Pacheco, que colocou em votação e permitiu que tivéssemos esta sessão; também agradeço à Deputada Marinha Raupp e a toda a minha equipe aqui: ao Eurípedes de Souza, Chefe de Gabinete; também ao Fernando Damasceno, Chefe de Gabinete do Bloco Vanguarda, de que eu tenho a honra de ser o Líder; e ainda outros companheiros que em hora oportuna ainda vamos citar.
Com a palavra, o Deputado Wilson Santos.
O SR. WILSON SANTOS (Para discursar.) - Presidente desta histórica sessão, Senador emérito de Mato Grosso Wellington Fagundes; eterno Senador por Mato Grosso Antero Paes de Barros; eterna Primeira-Dama de Mato Grosso, ex-Deputada Federal, minha colega neste Congresso, Thelma de Oliveira; amigo, Governador de Rondônia, com quem participei desse projeto Hermasa, com Dante, com o Sr. André, com Blairo, com Amazonino, com meu irmão Wilton, em que visávamos escoar 3,5 milhões de toneladas, e hoje já passamos de 5 milhões de toneladas... Você foi muito importante, Valdir!
Cumprimento também o meu colega Deputado Estadual Carlos Avallone; a Sra. Inês de Oliveira, irmã de Dante de Oliveira; na pessoa de vocês, quero cumprimentar todos os presentes; e o Deputado Federal Valtenir Pereira, também aqui conosco.
O Brasil sempre flertou com regimes autoritários. Nós fomos Colônia de Portugal durante 322 anos. A primeira Constituição do Brasil foi uma Constituição imposta, em 1824, pelo jovem Imperador D. Pedro I. E a primeira eleição livre e direta do Brasil elegeu um padre para governar o país, e menos de 0,2% da população brasileira tinha direito a voto, porque a Constituição do Império estabeleceu o chamado voto censitário - 99,8% da população brasileira era proibida de participar do processo eleitoral. O Padre Diogo Feijó foi eleito em 1835, numa disputa de menos de 0,2%, Deputado Domingos Leonelli. Assim nasceu a história da democracia, da luta pela democracia, da luta pelo voto direto.
A Constituição de 1891, Deputado Avallone, não permite o voto às mulheres. Num país que tem 524 anos de história, há apenas 90 anos as mulheres têm acesso ao voto e o direito de serem votadas. Há apenas 90, dos 524 anos.
Em 1964, nós vivenciamos um golpe político-militar - há 60 anos -, que deixou cicatrizes até hoje a viúvas, a viúvos. Até hoje vozes gritam por justiça neste país.
E há dois anos nós tivemos a iminência de um novo golpe neste país. Mais importante do que as figuras são as instituições. O dever nosso de democratas é consolidar as instituições, para que nenhum aventureiro do matiz que seja ouse dirigir os destinos do povo.
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Na década de 1930, o Brasil viveu duas tentativas de golpes. Em 1935, a Intentona Comunista, que ceifou a vida de mais de cem brasileiros. É uma pena que nós não conheçamos a história: mais de cem brasileiros foram assassinados na tentativa comunista de chegar ao poder. Dois anos depois, sob a liderança de Plínio Salgado, nós vivenciamos uma outra tentativa de golpe: a Intentona Integralista, liderada por Plínio Salgado, um movimento que chegou ao Palácio das Laranjeiras e tentou assassinar o Presidente Getúlio Vargas. Então, a história nossa nos mostra que o Brasil sempre flertou com regimes de exceção.
E Leonelli vivenciou junto aqui com Dante, com tantos moços e rapazes que sonhavam com um Brasil livre e impuseram um conjunto de emendas à Constituição de 1967 - uma outra Constituição draconiana imposta, que não foi promulgada mas foi como a Constituição de 1824: ela foi outorgada; como a Constituição de 1937, outorgada, de caráter nazifascista, imposta em 1937 por Vargas. Momentos lamentáveis da história nacional.
E a gente vem aqui com todo o peito cheio de orgulho mandar um abraço para a D. Maria Benedita, que assiste a esta homenagem. Daqui a cinco dias, a mãe de Dante completará 103 anos de idade. Um grande abraço à senhora, Dona Maria! A senhora é um bastião da democracia, e com certeza esta sessão é um presente pelos seus 103 anos de idade.
Então, quero apenas deixar esses registros e dizer que o Dante é uma figura especial, morreu aos 54 anos e cinco meses e nos ensinou muito. Um democrata por escrito, e o que disse aqui o Deputado Avallone é verdade. O Dante sempre dizia, Avallone e Antero, que o povo sempre tem razão, e, se ele não vota como nós pensamos e queremos, é porque ele não teve o volume de informações necessário, porque, se ele tivesse o volume de informações, Moema, eu tenho certeza de que ele votaria. O que falta ao nosso povo é informações.
E a elite econômica deste país é uma elite econômica, Senador Wellington, a que a maioria deste Congresso serve, a vida inteira serviu a essa elite econômica, seja lá desde a primeira Constituição, da Assembleia Constituinte que D. Pedro dissolveu, seja durante o período monárquico, quando os Senadores eram nomeados pelo Senhor Imperador, escolhidos a dedo por ele. Mato Grosso teve vários Senadores que nunca moraram em Mato Grosso, que nunca visitaram Mato Grosso, eram nomeados pela Corte Imperial do Rio de Janeiro, representantes legítimos da elite nacional. E isso não mudou muito, não. Nem a Câmara nem o Senado não mudaram muito esse perfil, não. A maioria do povo não tem no Congresso a sua representação. Quem está aqui - claro, salvo exceções - é a representação da maioria rica do Brasil. Dante dizia isso a todos nós. Nós precisamos inverter essa pirâmide. O povo precisa chegar às Casas Legislativas e ao poder. Não chegou. Parabéns ao Dr. Ulysses Guimarães; parabéns a Tancredo Neves; parabéns a Mário Covas; parabéns a Domingos Leonelli; parabéns a Tancredo; parabéns a todos.
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Inclusive, quando fomos ao colégio eleitoral, todos os Governadores do PDS votaram com Tancredo. A elite é esperta também, Valdir, ela é esperta e oportunista. Quando ela viu que o povo havia tomado o Brasil, que ninguém conseguiria reverter a vitória de Tancredo, houve uma adesão maciça, inclusive comandada, Leonelli, por Antonio Carlos Magalhães, que liderou o processo de trazer todos os Governadores do Nordeste. Se Dante estivesse vivo, ele estaria amargando este enigma - não é? -: um país onde a sua representação institucional não corresponde àquilo que o povo sonha e àquilo por que o povo luta.
Senador Wellington Fagundes, parabéns pela sua iniciativa.
Viva Dante e viva todos os atores daquele momento extraordinário da história nacional.
Muito obrigado. (Palmas.)
O SR. PRESIDENTE (Wellington Fagundes. Bloco Parlamentar Vanguarda/PL - MT) - Queremos convidar e conceder a palavra agora ao Sr. Deputado Domingos Leonelli Netto. Ele foi Deputado Federal pelo Estado da Bahia, de 1983 a 1999, e, junto com o nosso homenageado, Dante de Oliveira, escreveu o livro Diretas Já.
Enquanto o Leonelli não chega à tribuna, eu quero aqui também agradecer a presença do Sr. Charles Lemos, Presidente da Federação Nacional dos Aposentados e Pensionistas, que é filho do Wilson Lemos, nosso grande jornalista - e reverencio aqui também toda a história do Wilson Lemos.
Quero também agradecer aqui à minha equipe: Sergio Dias, João Lopes, Tiok Shimoda, Larissa de Mello, Adriana Garcia, Vicente Barreto, Justina Fiori e outros que estão também aqui presentes: Salima Passamani, Carmelita Carvalho, Pedro Rodrigues, Alexsandro Júnior, Fábio Gondim, Francisco Edson e também Daniela Brito e Isabela Holanda.
Com isso, já presente, com muita honra, passamos aqui a palavra ao nosso Deputado Domingos Leonelli.
O SR. DOMINGOS LEONELLI NETTO (Para discursar.) - Muito obrigado, Sr. Presidente.
Sr. Presidente, quero que minhas primeiras palavras sejam de parabéns a V. Exa., que está cometendo uma justiça histórica hoje, está reverenciando o povo brasileiro através da figura de Dante de Oliveira e através da lembrança do que foi a campanha das Diretas Já.
Eu quero saudar e cumprimentar o Senador Valdir Raupp e os meus amigos queridos Antero de Barros, Thelma, Inês, Avallone e dizer que eu tenho duas dimensões para tratar desse assunto. A primeira delas é impossível de fazer aqui, é a dimensão afetiva.
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Eu, através de Dante, fiquei amigo do Mato Grosso; através de Dante, fiquei amigo das melhores pessoas do Mato Grosso; através de Dante, fiquei fã de muita gente, de muitas pessoas, de muitas personalidades, de sua família, de sua mãe. Enfim, eu me sinto um pouco familiar em relação a essas pessoas do Mato Grosso, que são tão meus amigos.
Mas eu queria fazer... Eu acho que eu tenho a obrigação de falar um pouco sobre o significado da eleição do Diretas Já, o significado da campanha do Diretas Já.
O Deputado Wilson Santos fez agora um excelente discurso, um histórico discurso, historiando um pouco a nossa trajetória brasileira, que tem altos e baixos, tem momentos muito importantes e felizes, mas momentos muito infelizes, Moema, que se referem, por exemplo, ao direito das mulheres, ao direito dos negros e a vários outros direitos de segmentos.
Mas eu quero relembrar que, na década de 70, no começo dos anos 80, a esquerda brasileira e a oposição à ditadura, que basicamente era liderada pela esquerda brasileira, a oposição democrática, as forças democráticas brasileiras eram lideradas por figuras da esquerda democrática brasileira. E essa esquerda vivia o dilema de como derrotar a ditadura. Já se sabia, já se tinha nítida impressão, desde o Governo Geisel, de que o Governo Figueiredo seria o último dos generais. A ditadura pretendia se eternizar ainda um pouco mais e se estender mais através da liderança civil de Paulo Maluf. Ela fazia suas manobras, enquanto que a oposição se prendia mais aos temas econômicos, aos temas do nacionalismo, à oposição ao Fundo Monetário Internacional, à compressão de salários, enfim.
E nós, do ponto de vista político, vivíamos uma dicotomia entre a tese para a derrubada, para a substituição e a transição para a democracia dessa ditadura, que variava em duas grandes hipóteses: a hipótese de um golpe democrático dado por alguns, a esperança em General Albuquerque e em algumas pessoas em que se depositava alguma esperança, numa área democrática e nacionalista do Exército e das Forças Armadas, que pudessem derrubar a ditadura por dentro; e a outra era a convocação de uma Constituinte, que era a tese do PMDB, a tese que, originalmente, foi do Partido Comunista Brasileiro e, que, através dos seus líderes, passou para o MDB como um todo, para toda a oposição democrática.
Havia um consenso em torno da convocação de uma Assembleia Nacional Constituinte para fazer a transição para a democracia. Mas quem convocaria constituintes? Estávamos sempre um pouco nesse dilema entre uma alternativa pouco democrática e uma alternativa democrática inexequível.
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E aí surge um Deputado de primeiro mandato, sabido, rápido, elétrico, que apresenta aquela emenda que, no começo, foi tão óbvia. Outros até já tinham apresentado emendas, mas mais complicadas, mais cheias de coisas; a de Dante era simples: eleição direta para Presidente da República, quando acabasse o mandato do Figueiredo. Era uma coisa óbvia, simples, direta, mas que representou um atalho histórico, representou uma alternativa histórica, uma alternativa política, uma alternativa real de mobilização popular.
E foi essa sensação que ele captou durante a sua própria eleição - isso já foi narrado aqui, e o Antero de Barros se recordou disso - para Deputado: toda vez em que ele falava de eleição direta, o povo aplaudia. Então, ele foi percebendo aquilo, encampou aquela ideia e apresentou uma solução que inicialmente não empolgou.
Eu quero dizer aqui uma verdade histórica: não empolgou, muita gente ficou contra. Aliás, contra as diretas não tinha ninguém; era sempre diretas para daqui a cinco anos, daqui a dez anos, etc. Mas, objetivamente, Governadores não se empolgaram, Senadores não se empolgaram, lideranças políticas importantes não se empolgaram. A única liderança política que percebeu a força dessa ideia, o significado que essa ideia tinha foi o Dr. Ulysses Guimarães, que, por sinal, era padrinho de casamento de Thelma e Dante. Ele percebeu isso, mas era um Presidente de partido com pouca força, era um Presidente de partido que tinha acabado de eleger nove Governadores, alguns deles candidatos à Presidência - o Montoro; o José Richa, do Paraná; e o Tancredo Neves, principalmente -, mas um Presidente de um Parlamento fraco, de um Parlamento sem poder, e de um partido que tinha nove Governadores com os quais ele tinha uma ótima relação, mas ele não estava incluído entre... Aí o Dr. Ulysses compreendeu que aquela era a sua bandeira, aquela era a bandeira do povo brasileiro, aquela era uma bandeira que poderia ser absorvida como uma bandeira nacional, como um projeto nacional, um projeto democrático nacional.
Então, deu-se início... Em primeiro lugar, antes do Dr. Ulysses - eu quero fazer outra justiça histórica, que, muitas vezes, é pouco reconhecida -, houve a importantíssima contribuição do Deputado Freitas Nobre, um Deputado baixinho de São Paulo, mas que era uma figura extraordinária. Ele, com muita coragem, constituiu - quando o Dante apresentou a ideia à bancada, para que esta encampasse a ideia de uma mobilização, porque, na época, nem era o nome de campanha, era uma mobilização pela eleição direta, pela aprovação da sua emenda - um grupo, que era o que se fazia habitualmente... Quando uma ideia era muito maluca, compunha-se uma comissão para encaminhá-la. Só que esse grupo funcionou. O grupo tinha o João Herrmann e vários Deputados, que se mobilizaram. E nós apresentamos o primeiro plano de marketing, o primeiro plano de propaganda para essa campanha à Bancada do MDB, na época. O MDB apresentou ao diretório nacional, e Dr. Ulysses encampou essa ideia. E partiu para procurar outros partidos, um dos primeiros partidos foi o PT. Lula foi procurado pessoalmente na Liderança do PT, que na época era um pequeno partido.
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Enfim, e aí aconteceu o que todos viram, não é? Uma ideia política criativa, uma ideia política original, uma ideia política boa, uma ideia política... Só num processo democrático as ideias têm tanta força. Nas ditaduras as ideias não têm força; no processo democrático de luta pela democracia, as ideias ganham uma força extraordinária. E essa ideia transformou-se na maior mobilização popular do século XX no Brasil. Até hoje não foi repetida uma mobilização popular de tamanha extensão, Senador Wellington. Até hoje ela não foi repetida.
Foi a maior mobilização popular do século XX e foi... Um pouco, ela seria uma... Eu digo sempre, como eu disse no nosso livro, o livro que eu e Dante escrevemos, Diretas já: 15 meses que abalaram a ditadura, foi isso que derrubou a ditadura militar instaurada em 1964. Foi a campanha das Diretas Já a real responsável pela derrota da ditadura em 1984. (Palmas.)
A campanha de Tancredo foi uma consequência. Tancredo, quando enfrentou Maluf no colégio eleitoral, Maluf já estava derrotado. Já não tinha ninguém com ele. E a ideia foi tão forte que aí trouxe gente da direita democrática, gente do centro, foi... Enfim, conseguiu empolgar a nação e se constituiu um projeto. E a campanha de Tancredo foi "Tancredo Já". Era uma claríssima referência à campanha das Diretas Já, de que ele fez parte também. Minas fez grandes comícios, etc. Ele participou muito, ele era um político brilhantíssimo, não é?
Então, eu creio que a campanha das Diretas Já e esse processo da aprovação da emenda de meu amigo, meu irmão, meu querido amigo Dante de Oliveira, foram quase uma espécie de revolução democrática. Nós escrevemos isso no nosso livro. Por quê? Porque a campanha das Diretas Já teve uma característica muito especial. Na campanha das Diretas Já, o mais importante era o público que assistia, eram as pessoas que estavam na praça. Os principais protagonistas não estavam em cima do palanque, e olha que no palanque tinha muita gente importante - Governadores, Prefeitos, Deputados, Senadores, artistas, os grandes artistas brasileiros -, mas não eram eles os mais importantes; os mais importantes eram aqueles que compunham a plateia: era o povo brasileiro. E o povo teve essa sensação.
E alguns veículos relutaram inicialmente: a Rede Globo fingia que era aniversário de São Paulo quando era um comício pelas diretas; a Bandeirantes foi muito mais corajosa, saiu na frente; a Folha de S.Paulo aderiu completamente e passou a noticiar a campanha das Diretas Já em todos os rincões do Brasil, todas as pequenas cidades. Foi uma sensação muito importante essa, e eu acho que seria uma inversão histórica, porque, na verdade, mesmo nas democracias, são as elites que escolhem os candidatos em que o povo pode votar. As elites escolhem e dão ao povo a opção de votar em Lula, Bolsonaro, Ciro Gomes, etc. Se a eleição direta tivesse sido aprovada pela Câmara dos Deputados e pelo Senado Federal, nós teríamos, pela primeira vez, uma inversão: o povo concedendo às elites o direito de escolher um candidato a Presidente da República. Isso seria uma inversão histórica, uma inversão revolucionária. E eu penso que nós, ao reverenciar neste dia esse fato histórico e a figura pessoal Dante de Oliveira, nós devemos muito nos orgulhar desse momento que o Brasil viveu.
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Dante de Oliveira e as Diretas Já são um orgulho nacional, um orgulho do nosso povo.
Muito obrigado, Presidente. (Palmas.)
O SR. PRESIDENTE (Wellington Fagundes. Bloco Parlamentar Vanguarda/PL - MT) - Nós é que agradecemos, Deputado Domingos Leonelli.
E queremos aqui registrar a presença conosco, na sessão, da Maria Eduarda; lá no Mato Grosso, do João Ribeiro, Vítor Zaidem, Élvio Couto, Wilmar Lucas e Vítor Nascimento.
Antes de encerrar, nós assistiremos agora ao trailer do filme A Primavera de Dante. Esse filme estará em cartaz, nos próximos meses, nos nossos cinemas.
(Procede-se à exibição de vídeo.) (Palmas.)
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O SR. PRESIDENTE (Wellington Fagundes. Bloco Parlamentar Vanguarda/PL - MT) - Está também conosco, presente, a Deputada Distrital Sandra Faraj - ela foi Deputada pelo período de 2015 a 2018.
Nada mais havendo a tratar e cumprida a finalidade desta sessão especial do Senado Federal, quero aqui agradecer a todas as personalidades que honraram com a participação de forma remota e a todos que estiveram também acompanhando pelo Brasil afora. Aqui está, então, registrada a nossa homenagem a um político que honrou muito cada voto no Estado de Mato Grosso e a história do nosso estado. E, mais uma vez, claro, nós de Mato Grosso, que falamos hoje de uma forma muito forte por ser um estado que cumpre o seu papel naquilo que é a palavra mais dita no mundo hoje que é segurança alimentar... E, se o Estado de Mato Grosso hoje é um estado de alta produção, com uma produção com alta tecnologia, com uma produtividade extremamente alta e com competitividade no mundo, nós devemos muito ao Dante de Oliveira por tudo aquilo que já citei, mas, claro, principalmente pela força política também do Estado de Mato Grosso. Nós queremos aqui agradecer a história de Dante de Oliveira e de todos os companheiros que com ele estiveram participando dessa história. Nosso muito obrigado. Agradecemos a Deus.
Está encerrada a sessão. (Palmas.)
(Levanta-se a sessão às 16 horas e 10 minutos.)