1ª SESSÃO LEGISLATIVA ORDINÁRIA
55ª LEGISLATURA
Em 16 de novembro de 2015
(segunda-feira)
Às 11 horas
204ª SESSÃO
(Sessão Especial)

Oradores
Horário

Texto com revisão

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O SR. PRESIDENTE (José Medeiros. Bloco Socialismo e Democracia/PPS - MT) - Declaro aberta a sessão.
Sob a proteção de Deus, iniciamos os nossos trabalhos.
A presente sessão destina-se a homenagear o 156º aniversário da Igreja Presbiteriana do Brasil e o 145º aniversário da Instituição Mackenzie, nos termos do Requerimento nº 1.153, de 2015.
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Convido a compor a Mesa o Presidente da Igreja Presbiteriana do Brasil, Sr. Rev. Roberto Brasileiro da Silva; o Presidente do Instituto Presbiteriano Mackenzie, Sr. Maurício Melo de Meneses; o Reitor da Universidade Presbiteriana Mackenzie e Presidente do Conselho de Reitores das Universidades Brasileiras, Sr. Benedito Guimarães Aguiar Neto; o Presidente do Conselho Deliberativo Mackenzie, Sr. José Inácio Ramos; o Secretário Executivo da Igreja Presbiteriana do Brasil, Rev. Sr. Juarez Marcondes Filho.
Queremos saudar ainda o Desembargador Federal do Tribunal Regional Federal da 5ª Região, Sr. Cid Marconi; o Chanceler da Universidade Presbiteriana Mackenzie, que nos apresentou o vídeo aqui, Rev. Sr. Davi Charles Gomes; o Presidente dos Estabelecimentos Particulares de Ensino do Distrito Federal (Sinepe/DF), Sr. Álvaro Moreira Domingues Júnior; o Diretor do Mackenzie Brasília, Sr. Walter Ribeiro; e também os integrantes do Quarteto Gideões da Alvorada.
Convido a todos para, em posição de respeito, acompanharmos o Hino Nacional.
(Procede-se à execução do Hino Nacional.)
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O SR. PRESIDENTE (José Medeiros. Bloco Socialismo e Democracia/PPS - MT) - Teremos agora a apresentação do Coral da Igreja Presbiteriana, ou melhor, do Quarteto Gideões, na verdade.
(Procede-se à execução da música Jesus Alegria dos Homens.)
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O SR. PRESIDENTE (José Medeiros. Bloco Socialismo e Democracia/PPS - MT) - Agradecemos ao Quarteto Gideões da Alvorada.
Passamos, imediatamente, a palavra aos oradores.
O primeiro orador inscrito é o Senador Roberto Rocha, que está com a palavra.
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O SR. ROBERTO ROCHA (Bloco Socialismo e Democracia/PSB - MA. Pronuncia o seguinte discurso. Sem revisão do orador.) - Sr. Presidente; Srªs e Srs. Senadores; Sr. Presidente da Igreja Presbiteriana do Brasil, Rev. Sr. Roberto Brasileiro Silva; Sr. Presidente do Instituto Presbiteriano Mackenzie, Sr. Maurício Melo de Meneses; Reitor da Universidade Presbiteriana Mackenzie e Presidente do Conselho de Reitores das Universidades Brasileiras, Sr. Benedito Guimarães Aguiar Neto; Sr. Presidente do Conselho Deliberativo Mackenzie, Sr. José Inácio Ramos; Sr. Secretário Executivo da Igreja Presbiteriana do Brasil, Rev. Sr. Juarez Marcondes Filho, muito bom dia, quase boa tarde a todas e a todos!
Quero cumprimentar todos que estão aqui na pessoa de um querido amigo conterrâneo, que veio também, como eu, de São Luís especialmente para esta sessão solene, que, em boa hora, o Senador José Medeiros apresenta a esta Casa.
Sr. Presidente, Srªs e Srs. Senadores, nesta feliz homenagem, duas palavras que têm o mesmo sentido, embora diferentes origens, estão reunidas: a palavra grega presbyteros, que significa ancião, e a palavra latina senatus, que tem o mesmo significado. Portanto, senadores e presbíteros, na origem, são a mesma coisa. Ambos remetem à sabedoria dos mais velhos, dos experientes, daqueles que aconselham os caminhos para os mais jovens.
A título de curiosidade, lembro que a palavra "senil" tem a mesma raiz que a palavra "senado". E o nome científico da chamada vista cansada, que acomete os mais velhos, é "presbiopia", da mesma raiz de "presbítero".
Vejam, então, colegas Senadores e ilustres representantes da Igreja e do Instituto Presbiteriano, que nós temos a responsabilidade de preservar o sentido etimológico que nos une, não pela condição de mais velhos, mas pela de mais sábios ou, dizendo de outra maneira, não como um status, mas como um valor.
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E é exatamente sobre valores que eu gostaria de falar, ao evocar os 156 anos da Igreja Presbiteriana do Brasil e os 145º aniversário do Instituto Presbiteriano Mackenzie, tão oportunamente lembrado aqui pelo Senador José Medeiros, a quem presto minhas homenagens.
Pois é disso que se trata. Não se está aqui simplesmente homenageando o grandioso percurso institucional do Mackenzie, seus 45 mil alunos, suas unidades educacionais, seus prestigiados cursos. O que estamos louvando é a proeza de crescer, graças ao adubo dos valores plantados na sua fundação, há mais de um século. E o primeiro valor é a tradição humanista, na concepção calvinista, que afirma que a ética não pode ser uma imposição moral autoritária. Dessa perspectiva calvinista, a fé relaciona-se com a disposição ao trabalho disciplinado, com adesão ao pensamento racional, à capacidade de inovar e de correr riscos.
Esse senso ético valoriza aspectos como a honestidade, a confiança, a tolerância, o autodomínio, a honra e a perseverança. Nesse sentido, a educação do Mackenzie, de raiz confessional, excluía o proselitismo religioso, acreditando firmemente que os valores cristãos são ensinados pelo exemplo, não pela doutrinação.
No conceito calvinista de educação, a ética deriva da fé. Nesse sentido, não é a escola que está a serviço da instituição eclesiástica; é esta que está a serviço da escola, uma escola que formasse homens sábios na mente, prudentes nas ações e piedosos no coração.
Está aí a origem do formidável sucesso do Mackenzie, não pela capacidade gerencial ou empreendedora dos seus fundadores apenas, mas pela capacidade de injetar valores em todo o seu ideário. Não é à toa que muitos desses valores deram ao Mackenzie o prestígio de um pioneirismo singular para os padrões da nossa sociedade excludente e desigual.
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Por exemplo, o valor da Igualdade, que, desde sempre, mesclou nas salas de aula alunos de diversas origens sociais. Não havia nas salas de aula preconceito de cor, credo, classe social; não havia o castigo físico, a temida palmatória, símbolo maior do modelo educacional que perdurou no Brasil por mais de um século.
Outro valor cristão sempre presente: a compaixão, que resultou no pioneirismo da instituição das bolsas de estudo para aqueles que não podiam pagar. Ainda hoje, quase 20 mil alunos desfrutam de algum tipo de benefício com a bolsa.
O Mackenzie também foi o primeiro centro de ensino do Brasil que fundou um centro acadêmico para dar representação aos alunos. Também foi das primeiras escolas a contar com biblioteca própria e ginásio de esportes. Aliás, a primeira partida de futebol oficial de São Paulo foi Mackenzie x Germânia, clubes que, inclusive, não existem mais.
Em 1929, quando o crash da bolsa quebrou os cafeeiros, o Mackenzie perdoou a inadimplência dos filhos dos plantadores de café. Em 1932, o ginásio virou enfermaria para os feridos da revolução paulistana; nesse mesmo ano, dez anos antes do Senai, criou uma escola técnica de química industrial, mecânica e eletricidade.
São esses valores, preservados ao longo da história, que ainda hoje mantêm o chamado Mackenzie, solidário, com frentes de assistência jurídica, acolhimento de crianças em vulnerabilidade social, treinamento de professores de outros Estados e de povos indígenas.
Portanto, o Mackenzie é o fruto da conjugação da ética do trabalho com os valores cristãos da tolerância, da compaixão, da humildade, da sagrada igualdade entre todos os humanos, valores tão necessitados nos dias de hoje em todo o mundo, especialmente lá, onde aprendemos o significado de liberdade, de igualdade e de fraternidade.
(Soa a campainha.)
O SR. ROBERTO ROCHA (Bloco Socialismo e Democracia/PSB - MA) - Sr. Presidente, vivemos tempos de intolerância, de exclusão, de ambições e de vaidades.
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Ainda estamos atônitos com a escalada de violência, alimentada pelos discursos da fé. A grande lição que o Mackenzie nos dá é que não só é possível conviver com diferentes visões de mundo, mas é possível também afirmar sua própria visão pelo exemplo, sem imposição de verdades, sem proselitismo e com genuína aceitação da diferença.
Meus cumprimentos a todos que fazem a Igreja Presbiteriana e a Escola Mackenzie. Como disse no início, cumprimento, ao final, em nome de todos vocês que estão aqui neste plenário, o meu querido companheiro, advogado, César Freitas.
Um abraço a todos.
Parabéns, Presidente! (Palmas.)
O SR. PRESIDENTE (José Medeiros. Bloco Socialismo e Democracia/PPS - MT) - Parabéns ao Senador Roberto Rocha.
Chanceler Davi, creio que já temos um candidato a chanceler. Fez um histórico aqui! (Risos.)
Passo a palavra imediatamente ao Senador Hélio José, pelo Distrito Federal.
O SR. HÉLIO JOSÉ (Bloco Parlamentar Democracia Progressista/PSD - DF. Pronuncia o seguinte discurso. Sem revisão do orador.) - Quero cumprimentar todos e parabenizar o nosso querido Senador José Medeiros, signatário desta sessão solene tão importante. Os 156 anos da Igreja Presbiteriana no Brasil e os 145 da Mackenzie têm de ser comemorados, Medeiros. Você está de parabéns! Você representa muito bem o seu Estado de Mato Grosso. Tive a oportunidade de falar isso pessoalmente para o Pedro Taques, na semana passada. Este ato aqui só mostra o quanto você é preocupado com o nosso Brasil, com as suas instituições e com os bons encaminhamentos nesta Casa. Parabéns a você! Estou aqui, além da consideração aos presbiterianos e ao Mackenzie, também em consideração a você, pelo importante ato que você realiza.
Sr. Presidente, Srªs e Srs. Senadores, Senador José Medeiros, autor do requerimento, meu abraço e toda a minha deferência; Sr. Presidente do Supremo Concílio da Igreja Presbiteriana do Brasil, Reverendo Roberto Brasileiro Silva, muito prazer, é com muita alegria que o cumprimento; Presidente do Conselho Deliberativo do Instituto Presbiteriano Mackenzie, José Inácio Ramos, prazer, seja muito bem-vindo;
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Presidente do Instituto Presbiteriano Mackenzie, Maurício Melo de Menezes, parabéns! Eu o aguardo no meu gabinete para podermos dialogar sobre Brasília, sobre o Mackenzie, sobre essa importante instituição.
Sr. Reitor da Universidade Presbiteriana Mackenzie (UPM), Benedito Guimarães Aguiar Neto, seja muito bem-vindo! Tive a notícia de que, em breve, teremos a universidade no Distrito Federal. Isso é muito importante para nós. Vocês têm sociedade com a Upis? Acho que é Upis mesmo, União Pioneira da Integração Social, aqui no DF; pelo menos fiquei sabendo disso.
Sr. Chanceler da UPM, Reverendo Davi Charles Gomes, bem-vindo.
Eu não havia cumprimentado aqui o Secretário Executivo da Igreja Presbiteriana do Brasil, Sr. Reverendo Juarez Marcondes Filho. Tudo bem com o senhor?
Desembargador Federal do Tribunal Regional Federal da 5ª Região, o Sr. Cid Marconi. Muito bem-vindo a esta Casa!
Presidente dos estabelecimentos particulares de ensino do Distrito Federal (Sinepe), Sr. Álvaro Moreira Domingues Júnior. Seja bem-vindo também a esta Casa!
O diretor do Mackenzie Brasília, Sr. Walter Ribeiro. Bem-vindo, Walter! Convidei o nosso querido diretor-geral do Mackenzie e você também, para darem uma chegada ao gabinete, a fim de dialogarmos, conversarmos, afinal, representando Brasília, é muito importante dialogar com vocês.
Senhores integrantes do Quarteto Gideões. Essa música linda que acabaram de cantar aqui só demonstra para nós o quanto são preparados.
Vamos às palavras.
A Igreja está em júbilo, um século e meio de prioridade máxima à evangelização, em que fundadores da Igreja Presbiteriana do Brasil se dedicaram a encontrar soluções para os problemas do presente, principalmente no que diz respeito à educação e à cultura - muito importante a presença de vocês no nosso meio.
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A Instituição Mackenzie, ao longo desses anos, consolidou-se como uma das universidades mais renomadas do País. Atualmente, o Mackenzie possui cerca de 45 mil alunos, desde o Jardim de Infância até o nível de doutores e pós-doutores, e aproximadamente 20 mil alunos desfrutam de algum tipo de bolsa de estudo, igual ao meu amigo, meu querido colega Senador Roberto Rocha.
Tudo isso só foi possível graças à preparação dos obreiros, porque existe realmente um corpo bem preparado. Os reformados sempre se preocuparam, desde o século XVI, com um ministério bem preparado. Por isso, desde Calvino, da Reforma, todos têm um respeito muito grande pela Igreja Presbiteriana.
A Academia de Genebra, fundada por Calvino, é um exemplo claro da preocupação na formação de pastores para as igrejas reformadas da França.
E, por falar em França, que tragédia! Aqui fica o nosso repúdio às atitudes de terrorismo, às atitudes extremistas, que não levam a lugar nenhum; à intolerância, que não leva a lugar nenhum. Eu acho que o grande ponto de respeito e de trabalho que os presbiterianos nos dão é exatamente a questão da tolerância, a questão da harmonia, a questão da formação. Isso tudo me faz aqui falar algumas palavras no momento importante desta comemoração. Portanto, a nossa solidariedade aos franceses, também aos nossos mineiros, aos nosso capixabas, devido à grande tragédia ocorrida em Mariana.
Outras instituições de ponta, como Harvard, Yale e Princeton, entre tantas, foram fundadas pelos calvinistas norte-americanos nos séculos XVII e XVIII.
Fiquei sabendo, pelo nosso diretor, o porquê do nome "Mackenzie". Foi John Mackenzie que, anos atrás, fez uma doação significativa para a construção de uma instituição de ensino aqui no País, mas lamentavelmente ele se foi, inclusive sem conhecer o nosso País. E, de forma muito justa e muito adequada, os presbiterianos batizaram a escola de Mackenzie, que hoje é esse exemplo de escola e de universidade também.
Os homens e as mulheres que vieram para o Brasil como missionários, no século XIX, eram herdeiros desta nobre tradição: educação de excelência, com a preocupação, desde o início, de formar líderes bem treinados para a Igreja nascente.
A Igreja Presbiteriana se destaca por dar ênfase aos valores morais e éticos e pela permanente defesa dos direitos. Tem sido fundamental sua presença no Brasil na área de educação e também na formação de muitos humanistas e pensadores sociais.
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Eu queria, com essas poucas palavras, nobre Senador Medeiros - fiz questão de fazer um discurso rápido, porque o importante é ouvirmos aqui a diretoria e os representantes do Mackenzie - saudar este importante evento, esta importante sessão solene, e dizer aos colegas do Mackenzie, aos colegas presbiterianos, à família cristã, que estou nesta Casa para defender os valores da família. Eu acho que os valores da família já enfrentam tantas complicações que, quanto mais pudermos defendê-los, melhor.
O meu mandato nesta Casa tem algumas premissas, e uma premissa básica é defender os valores da família, tão atingidos por uma série de questões. Sei quanto as instituições, tanto o Mackenzie quanto a instituição presbiteriana, prezam os valores da família. Então, como cristão que sou, quero deixar claro para os senhores, que representam na essência o valor da família na palavra que pregam diuturnamente, que o meu gabinete está à disposição para encaminhar e defender os assuntos relativos à defesa da família, que é a mola mestra, para mim, de qualquer sociedade.
Além disso, defendo aqui de forma intransigente...
(Soa a campainha.)
O SR. HÉLIO JOSÉ (Bloco Parlamentar Democracia Progressista/PSD - DF) - ... políticas públicas adequadas para a saúde, para a educação, para o transporte e para a segurança. Sem saúde, sem educação, sem transporte e sem segurança não há como ir para frente.
Defendo também a política pública que dá ênfase à habitação, porque o cidadão sem uma habitação não tem identidade. Defendo o setor produtivo como aquele que gera oportunidade, que gera emprego, e defendo os servidores públicos, porque sou um servidor público concursado.
Eu sei da importância do servidor público para fazer a interface entre o público e o privado, entre o Estado e o povo e entre as instituições sérias, como é o Mackenzie e como é a Igreja Presbiteriana, e o Estado. Nós precisamos ter servidores públicos em situação adequada para prestar um bom serviço. Por isso eu os defendo aqui, inclusive porque eu também sou um servidor público concursado - graças a Deus, sempre fui servidor público concursado.
Para fechar, defendo a energia: a energia alternativa, a energia limpa, a energia não poluente, a energia solar, a energia da biomassa, a energia da vida, a energia que possa propiciar o desenvolvimento social.
Então, essa é a essência do meu mandato aqui nesta Casa, começando pela família e terminando na energia, passando por esses setores todos. Estou à disposição de vocês para ajudá-los no que eu puder. Podem me procurar no Gabinete 22 da Ala Teotônio Vilela.
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Quero mandar um grande abraço ao meu amigo Medeiros e a todos dessa Mesa.
Vou pegar as notas taquigráficas para ver o que foi aqui colocado. Eu tenho que me retirar porque sou membro da CMO, da Comissão Mista de Orçamento, e tenho também uma série de outras questões a tratar.
Deixo um abraço a todos. Muito obrigado por terem me ouvido.
Não é qualquer coisa comemorar 156 anos no País - uma instituição tão séria como é a Presbiteriana - não é qualquer escola que comemora 145 anos de excelência, como o faz o Mackenzie. Parabéns a todos!
Muito obrigado. (Palmas.)
O SR. PRESIDENTE (José Medeiros. Bloco Socialismo e Democracia/PPS - MT) - Parabéns, Senador Hélio José. Muito obrigado pela participação.
Passo a palavra ao Presidente do Instituto Presbiteriano Mackenzie, Sr. Maurício Melo de Meneses.
O SR. MAURÍCIO MELO DE MENESES - Saúdo o caríssimo Senador José Medeiros, que propôs esta homenagem à Igreja Presbiteriana do Brasil e também ao Instituto Presbiteriano Mackenzie.
Saúdo também o nosso Presidente do Supremo Concílio da Igreja Presbiteriana do Brasil, Reverendo Roberto Brasileiro, e, em seu nome, cumprimento todos os membros da Mesa já nominados.
Saudamos também os Senadores Roberto Rocha e Hélio José, assim como os demais membros desta Casa de Leis.
A nossa saudação aos queridos amigos que estão aqui nos visitando, da Igreja Presbiteriana do Brasil, do Mackenzie, de vários lugares do Brasil, nós queremos saudá-los em nome da nossa Instituição.
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O sonho Mackenzie surgiu há muitos anos no coração do casal de missionários americanos George e Mary Ann Chamberlain, já citados aqui pelo nosso Chanceler, Dr. Davi. Eles aportaram em São Paulo quando esse Estado tinha 30 mil habitantes somente, em 1870. Chegaram em terras brasileiras, e ele começou sua missão de divulgar o Evangelho através da Igreja Presbiteriana Norte-Americana. E enquanto ele saía para cumprir essa missão, sua esposa Mary começava a Escola Americana - como já dito também, no início havia três alunos somente, dois meninos e uma menina.
Essa história cresceu, ficou famosa. Dom Pedro II, sabendo do que acontecia no Mackenzie, na Escola Americana ainda, foi até lá conhecer o nosso sistema educacional e colocou todo esse sistema para funcionar no Estado de São Paulo. Era um sistema diferenciado: como já foi dito, abria oportunidades tanto para os filhos dos magnatas - na época, os barões do café - como para os filhos dos escravos e para aqueles menos afortunados. Essa foi a história do Mackenzie, a história que começou lá atrás, muito bonita. Nós louvamos a Deus por esses homens que iniciaram essa história!
Ao longo dos anos subsequentes diversas mudanças foram empreendidas em nosso Colégio. A consolidação se deu ao longo do século passado. O Mackenzie passou a ser considerada uma entidade com prestígio forte no Estado de São Paulo, prestígio decorrente do fato de sempre ter buscado uma educação de alta qualidade.
Depois disso, recentemente, expandiu-se para todo o território nacional. Hoje nós estamos presentes através do Sistema Mackenzie de Ensino, em mais de 240 escolas e com 40 mil alunos estudando no nosso sistema - único sistema confessional do mundo, sistema completo é o do Mackenzie, para honra e glória de Deus!
Existem muitos fascículos de outras instituições internacionais, mas o sistema completo, Deus permitiu que o Mackenzie pudesse fazê-lo e, com ele, abençoar o Brasil.
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E não só o Brasil. Semana passada, Reverendo Roberto, Senador José Medeiros, nós terminamos de traduzir o nosso sistema para o espanhol e, agora, nós vamos abençoar a Igreja Presbiteriana Mexicana. É uma igreja que enfrenta muitas dificuldades, e o Mackenzie, gratuitamente, cedeu o seu sistema para abençoar nossos irmãos do México. Para o próximo ano: estamos em final de negociação para abençoar também a África, seus países de língua portuguesa. Se Deus permitir, o Sistema Mackenzie de Ensino estará abençoando vários países com os quais nós já estamos mantendo contato.
Então, essa é a história do Mackenzie, uma escola que tem como objetivo educar com as ciências divinas e humanas - e jamais mudou esse foco seu.
Nós estamos convidando todos para, no dia 2 de março do próximo ano - Senador Medeiros e Senador Hélio, já coloquem em suas agendas, na agenda do Senado - inaugurarmos o maior centro de pesquisa em grafeno da América Latina - o único.
Nós acabamos de chegar, neste final de semana, da Universidade Rice, de Houston, no Texas, onde firmamos um convênio com aquela excelente universidade, fundada também por presbiterianos, firmada nos mesmos alicerces - segundo disse seu presidente a mim e ao Reitor Benedito, que aqui está. Também firmamos esse convênio relativo ao grafeno.
Firmamos convênio com a Universidade de Singapura já há mais de três anos, uma das 20 melhores universidades do mundo. Recentemente, neste início de mês, estivemos em Manchester, na Inglaterra, e em Oxford, também firmando convênio relativo a esse produto que começa a ser testado no mundo inteiro, que é o grafeno.
O Mackenzie está investindo em torno de 100 milhões até 2018, e 85% desses recursos são oriundos do nosso caixa.
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Nós louvamos a Deus por isso, porque muitas empresas, muitas indústrias serão beneficiadas com o nosso Centro de Pesquisa em Grafeno. É o Mackenzie, mais uma vez, colocando-se como uma universidade de vanguarda.
Neste dia 2 de março do ano que vem, vamos inaugurar nosso Centro e, no dia 3, nós vamos receber o Prêmio Nobel Andre Geim, que foi a pessoa que descobriu o grafeno. É um russo, hoje inglês, que estará conosco no Mackenzie para falar, numa conferência, para os cientistas do Brasil. Isso nos deixa muito felizes, porque é difícil encontrar uma universidade particular brasileira que tenha investido tanto em pesquisa como tem feito o Mackenzie.
Estamos também pensando no futuro e, para isso, o Conselho Deliberativo autorizou a construção do edifício Século 21. Será um edifício moderno, que estará lá no campus de São Paulo, abençoando aquela cidade e aquele Estado.
O Conselho Deliberativo já implantou...
(Soa a campainha.)
O SR. MAURÍCIO MELO DE MENESES - ... o Mackenzie no Rio de Janeiro, em Campinas, em Alphaville e, agora, no próximo ano, aqui também no DF. Isso nos deixa muito felizes.
Também temos um sonho, Senador José Medeiros, que é o de criar o curso de Medicina no Mackenzie - é o que ainda falta, a cerejinha do nosso bolo. Estamos há três anos tentando, e esperamos que o MEC em breve possa abrir os olhos e permitir que as universidades de ponta do Brasil possam abrir cursos de Medicina.
Por que o nosso curso de Medicina? Porque ele terá o viés de trabalhar com as doenças negligenciadas no Brasil. Quais são essas doenças, de que pouco se fala e que matam muito mais do que o avião russo que caiu, matam um número muito maior de pessoas do que o número de pessoas que morreram neste final de semana na França? São as seguintes doenças: malária, leishmaniose, Chagas, Hansen, que é a doença da lepra, doenças que ainda incidem demais em nosso País.
O nosso foco nesse curso é trabalhar com pesquisas e também trabalhar os nossos alunos para irem para o interior do Brasil, a exemplo do Projeto Rondon, que abençoa todo o Brasil.
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E eu falo isso aqui com muito sentimento, porque sou uma pessoa que perdeu a mãe com uma dessas doenças, a doença de Chagas, muito esquecida em nosso País, infelizmente.
Outro sonho nosso, e aqui vou concluir, sonho esse que vem no coração do nosso Presidente, Reverendo Roberto, na revisão do planejamento estratégico, há dois meses. O nosso Deus coloca no seu coração o desejo de construir 50 escolas no Brasil, para abençoar a nossa Nação. A primeira já estamos terminando, é em Palmas, no Estado de Tocantins. Essa meta ousada dele, que ele passou e o Conselho aprovou, são 50 escolas nos próximos dez anos. Esse sonho de Reverendo Roberto é o mesmo sonho de João Calvino quando deixou uma máxima, Senador Roberto: ao lado de uma igreja, uma escola. O Mackenzie irá abençoar também as cidades do Brasil para que possamos ter uma educação diferenciada, uma educação melhor, não somente com o nosso sistema de ensino, mas com o Mackenzie entrando através dessas escolas chamadas de escolas-modelo. Já há várias programadas.
Esperamos que esse projeto ousado, com recurso próprio da nossa instituição, Deus possa permiti-lo, mesmo uma instituição que dá tanta bolsa, que tem um lucro pequeno, porque ela abençoa demais! Essa é a nossa missão, continuar abençoando.
Então, nós queremos aqui agradecer, Senador Medeiros, esta honra que o Parlamento brasileiro deu, o Senado brasileiro, Senado que tem como seu Patrono Rui Barbosa - e o maior auditório do Mackenzie também leva o nome desse ilustre brasileiro. Que Deus possa continuar abençoando a sua vida como servo de Jesus Cristo, o segundo Senador presbiteriano da História, e isso nos honra muito. Que o Senhor continue abençoando a sua vida, para que o senhor possa continuar sendo luz neste Senado, junto com seus pares, para que daqui possam sair leis justas, que abençoem tremendamente a nossa Nação brasileira.
Muito obrigado. (Palmas.)
O SR. PRESIDENTE (José Medeiros. Bloco Socialismo e Democracia/PPS - MT) - Parabéns pelas palavras e obrigado pelo carinho, Presidente Maurício.
Passo a palavra ao Reitor da Universidade Presbiteriana Mackenzie, Presidente do Conselho de Reitores da Universidade Brasileira, Sr. Benedito Guimarães Aguiar Neto.
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Quero registrar aqui a presença do Pastor Valter. O Maurício falou que ele não vinha. Mas ele está ali. Valter Moura.
O SR. BENEDITO GUIMARÃES AGUIAR NETO - Exmo Sr. Senador José Medeiros, que preside esta cerimônia e signatário desta homenagem à Igreja Presbiteriana do Brasil e ao Instituto Presbiteriano Mackenzie, demais integrantes da Mesa de Honra, em nome dos quais eu saúdo o Reverendo Roberto Brasileiro, Presidente do Supremo Concílio da Igreja Presbiteriana do Brasil, demais autoridades presentes aqui, autoridades eclesiásticas, autoridades educacionais, é um grande prazer estar aqui nesta solenidade.
Em nome da Universidade Presbiteriana Mackenzie, integrante do Instituto Presbiteriano Mackenzie, nós queremos dizer da nossa grande satisfação, porque aquele plano que foi colocado no coração daqueles missionários americanos, naquele longínquo 1870, transformou-se num dos maiores projetos educacionais do nosso País. Não só os colégios, a nossa universidade hoje ocupa um lugar de destaque no nosso País não só pela qualidade, pela qualidade do ensino, da pesquisa e da extensão universitária, que são levados a efeito há 117 anos, mas também pela diferença que faz com relação ao seu posicionamento, seus princípios, seus valores e a maneira e o compromisso com que tem a educação no nosso País, infelizmente muito carente de atenção das nossas autoridades em todos os níveis da nossa querida Nação.
Nós queremos dizer da nossa grande satisfação, porque hoje estamos à frente desse projeto. E nós somos apenas instrumentos de Deus nesse processo, a bênção que é hoje o Mackenzie no nosso País.
Nós queremos agradecer, Senador Medeiros, pela sua iniciativa.
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A educação no nosso País precisa ser valorizada. A exclusão da grande maioria dos jovens fora da escola é uma realidade no nosso País. Lembrar o papel da educação, não só na educação básica, mas na educação superior, ou seja, educação em todos os níveis, é algo que precisa ser ressaltado a cada dia.
Essa iniciativa de uma instituição como o Mackenzie ser exaltada e reconhecido o seu papel no nosso País, e a Igreja Presbiteriana, como a sua associada vitalícia, fazendo diferença nessa realidade educacional no nosso País, é algo que merece, realmente, os nossos louvores.
Nós queremos agradecer, mais uma vez, pela sua iniciativa. Queremos agradecer pelo privilégio de estarmos aqui nesta Casa representativa do nosso País, no Senado Federal, e dizer que a nossa oração é que nós possamos continuar desenvolvendo este projeto educacional, conscientes de que somos apenas instrumentos nas mãos do Senhor.
Meus parabéns e, mais uma vez, os nossos mais sinceros agradecimentos.
Muito obrigado. (Palmas.)
O SR. PRESIDENTE (José Medeiros. Bloco Socialismo e Democracia/PPS - MT) - Parabéns pelas palavras, Presidente.
Já passamos a palavra ao Presidente do Conselho Deliberativo Mackenzie, Sr. José Inácio Ramos.
Quero registrar também a presença do Presbítero José Alfredo, tesoureiro nacional, homem forte da IPB.
Com a palavra, V. Sª.
O SR. JOSÉ INÁCIO RAMOS - Nobre Senador José Medeiros, autor desta significativa sessão em homenagem à IPB e ao Mackenzie, Srs. Deputados, Srªs e Srs. Senadores, meus irmãos do Conselho Deliberativo do Instituto Presbiteriano Mackenzie aqui presentes à Mesa, já mencionados, Reverendo Roberto Brasileiro e Reverendo Juarez, como membros natos, representando a associada vitalícia Igreja Presbiteriana do Brasil, meus nobres conselheiros, irmãos e amigos, Dr. Adilson Vieira, Dr. Antonio César, senhores e senhoras.
O Conselho Deliberativo do Instituto Presbiteriano Mackenzie, em nome de quem falo neste momento, agradecendo, mais uma vez, nobre Senador, a oportunidade da lembrança, tem a responsabilidade maior de determinar os objetivos estratégicos de curto, médio e longo prazo para que o Instituto Presbiteriano Mackenzie, mantenedor da nossa universidade, faculdades e colégios, leve a bom termo aquilo que o Conselho Deliberativo assim determina.
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Mas, falar do Conselho Deliberativo sem mencionar, en passant, a Igreja Presbiteriana do Brasil, da qual o Reverendo Roberto Brasileiro é o nosso digno Presidente, não faria muito sentido, porque para aqueles que não sabem, nobre Senador Roberto Rocha, existe a associada vitalícia presente no nosso Conselho, e o Conselho é todo ele indicado pela Igreja Presbiteriana do Brasil, a quem nós, homens ligados à Igreja, presbíteros, muitos deles em plena atividade dos seus negócios, outros já se retiraram da vida profissional, mas dedicam do seu melhor, da sua inteligência e da sua capacidade para o bom andamento do Conselho Deliberativo. E eu louvo a Deus pela vida da Igreja, na escolha dos nomes que tem mandado, ao longo de todo esse tempo, para compor o Conselho Deliberativo.
Então, em nome do Conselho Deliberativo, eu quero reconhecer a presença firme da Igreja Presbiteriana do Brasil ao longo de todos esses anos, num ambiente de paz, de tranquilidade, de progresso, de modernidade para as instituições subordinadas à Igreja Presbiteriana do Brasil, aí incluído o Instituto Presbiteriano Mackenzie.
Louvo a Deus, nobre Senador, pela seriedade com que os assuntos da Igreja têm sido tratados, mormente no caso do Mackenzie, nessa homenagem solene de 145 anos de existência, e o Conselho Deliberativo terá sempre em mente essa visão e essa missão de fazer, de consignar que os objetivos maiores da Igreja Presbiteriana do Brasil estejam sendo cumpridos e serão cumpridos pela ação firme e atuante do seu Conselho, mais uma vez, conseguindo a apreciação do Conselho Deliberativo, falando em meu nome e dos conselheiros aqui presentes, e também na Mesa, já mencionados, pela oportunidade desta homenagem, e o nosso agradecimento e reconhecimento sincero por tão significativa homenagem a nós nesse dia.
Muito obrigado a todos. (Palmas.)
O SR. PRESIDENTE (José Medeiros. Bloco Socialismo e Democracia/PPS - MT) - Parabéns, Presidente José Inácio.
Quero parabenizar aqui a disciplina no tempo. A Casa aqui, não é, Senador Roberto Rocha, acho que vamos ter que fazer um cursinho com... São extremamente disciplinados.
Eu quero registrar, também, a presença aqui do meu amigo Ricardo Viveiros, que está ali, quietinho, e passar a palavra ao Secretário Executivo da Igreja Presbiteriana do Brasil, o Reverendo Sr. Juarez Marcondes Filho, ao passo que também registro a presença do presbítero Marco Túlio, Presidente da Junta Patrimonial da IPB.
Com a palavra, o senhor.
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O SR. JUAREZ MARCONDES FILHO - Exmo Senador José Medeiros, Presidente e proponente da presente sessão, demais componentes desta Mesa já nominados, Srªs e Srs. Senadores, senhoras e senhores aqui presentes, a Igreja Presbiteriana e o Mackenzie recebem esta homenagem, conforme registro na tela, pelos seus aniversários, respectivamente de 156 anos e 145 anos, justamente na data em que também ainda estamos comemorando o 126º aniversário da Proclamação da República, República que consolidou no nosso País o regime democrático representativo.
Por isso mesmo faço lembrar aqui a todos que Senadores e presbíteros, Senador Roberto Rocha, têm mais em comum do que a etimologia. Na verdade, a essência do nosso labor caminha pari passu.
A Igreja Presbiteriana é uma igreja que faz prevalecer no seu meio, exatamente, pelo seu sistema de governo, a democracia representativa. Os presbíteros são escolhidos pela Assembleia da Comunidade dos Crentes, das igrejas locais, e a partir dessa escolha, que se dá democraticamente, com a participação de todos os membros, os presbíteros acabam representando a sua igreja local, os seus concílios até o concílio maior, que é a nossa Assembleia Geral, chamada de Supremo Concílio.
Nós prestigiamos muito a voz e a vez do povo. E o fazemos de maneira a trazer sentido e significado aos anseios, às necessidades e às demandas que justamente decorrem daqueles que estão vivenciando no seu cotidiano muitas agruras, muitas dificuldades, muitas agonias. Tenho certeza que esta Casa Legislativa, juntamente com a Casa vizinha aqui, já que o nosso sistema bicameral nos dá essa condição de termos os representantes do povo e os representantes dos Estados aqui nesta Casa, caminham na mesma direção: escutar os clamores, as necessidades da nossa gente, da nossa Nação.
A Igreja Presbiteriana é uma igreja eminentemente cidadã.
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Temos aqui a oportunidade de ouvir as homenagens a uma de nossas escolas, quiçá, mais significativa, mais representativa dos nossos anseios na formação, na educação do nosso povo. A Igreja Presbiteriana também se faz presente em cerca de 300 escolas do Brasil, pequenas, médias, algumas até com uma dimensão considerável nas cidades e nos Estados em que são sediadas.
Evidentemente o Mackenzie extrapola muito os seus limites, porque a Igreja Presbiteriana está preocupada em oferecer ao povo brasileiro uma educação de qualidade, forjando os melhores valores que estão embasados na palavra de Deus, a palavra de Deus que constitui a Igreja. Não é a Igreja que faz a palavra, é a palavra que constrói a Igreja. E esta palavra nos determina a que efetivamente possamos dar valores e princípios consolidados, fortes a nossa Nação, que vão se traduzir no prestígio de famílias fortes, de instituições igualmente bem consolidadas e que serão a garantia não apenas de um mandato eleitoral, de um período considerável, mas dá continuidade da nossa Nação e da nossa civilização.
Ao mesmo tempo em que a Igreja, como Igreja cidadã, oferece através do seu trabalho, um labor na área educacional, também está preocupada com área de saúde, está preocupada com a área da ação social.
E não quero me estender mais, até para não perder os elogios do Senador. E, com certeza, o Presidente, que fala por último e fala com muito mais propriedade, vai falar com mais precisão ainda acerca dos labores que exercemos como Igreja cidadã em nosso País.
Aqui apresento a nossa gratidão ao Senado Federal por esta homenagem, que é prestada a essas duas importantes instituições do nosso País.
Muito obrigado. (Palmas.)
O SR. PRESIDENTE (José Medeiros. Bloco Socialismo e Democracia/PPS - MT) - Parabéns, Dr. Juarez. E não perdeu o elogio, ainda havia cinco minutos.
Agora, para falar, o Presidente da Igreja Presbiteriana do Brasil, o Rev. Sr.Roberto Brasileiro Silva.
Aproveito para registrar a presença do presbítero Josimar, Presidente do Sínodo de Brasília; do Rev. Obedes Cunha, Presidente da Agência Missionária do IP; e do presbítero Adilson Vieira, membro da diretoria do Conselho Deliberativo.
Com a palavra, o Presidente.
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O SR. ROBERTO BRASILEIRO SILVA (Pronuncia o seguinte discurso. Sem revisão do orador.) - Meus queridos, eu não sei se vou saudar o Dr. Medeiros, primeiro, como Senador ou como presbítero de nossa Igreja.
Como pastor, é minha alegria saudá-lo como presbítero de uma das nossas Igrejas lá de Rondonópolis. Que Deus esteja abençoando V. Exª e a sua família nesta hora.
Quero saudar também o Senador Roberto Rocha, que trouxe para nós uma aula sobre Mackenzie hoje. É muito próprio dele trazer casos assim, do Maranhão, da terra do nosso Reitor, também, que é do Maranhão.
Saúdo também o Dr. Hélio, que é Senador aqui, pelo Distrito Federal, terra do nosso Presidente José Inácio. Que Deus esteja abençoando e sustentando sua vida.
A Igreja Presbiteriana do Brasil agradece esta homenagem.
Nós estamos presentes em todo o solo brasileiro; possivelmente sejamos uma das igrejas mais presentes no solo brasileiro. Estamos presentes com igrejas, congregações, pontos de pregação, em toda a Pátria brasileira.
Não só olhamos a Pátria como uma Igreja cidadã, mas olhamos a Pátria como uma Igreja que tem uma proposta transformadora para a Pátria.
E a nossa proposta é de evangelização; nossa proposta é de mudanças, mudanças que poderão vir através da educação, por isso temos escolas, faculdades, institutos espalhados por este Brasil todo.
Estou vindo agora da Região do Nordeste brasileiro. E tive a alegria de ver um dos grandes colégios nossos, o Colégio Quinze de Novembro, que completou 115 anos de história.
Tive a oportunidade de andar pelo Agreste e de chegar até Canhotinho, onde a história nossa remonta há 118 anos, com a presença do Dr. George Butler, que trouxe para o Nordeste não só a visão educacional, mas também a visão de misericórdia. Foi o primeiro hospital praticamente em todo o Nordeste brasileiro, na cidade de Canhotinho, há 118 anos.
Então, a Igreja se preocupa com a educação, com a misericórdia estendida, de compaixão, de cuidado àqueles que precisam, através dos seus hospitais espalhados.
Preocupa-se também a Igreja em estar presente na vida de cada cidadão, formando o cidadão para prestar melhor serviço à Pátria.
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E aqui se inclui o nosso nobre proponente, que teve em sua infância, na sua adolescência toda sua formação, nas nossas escolas, quando os nossos missionários adentraram aquela região de Mato Grosso, em Camapuâ e em outras regiões.
Deus nos abençoe e sustente.
Mas eu gostaria de terminar dizendo o seguinte: a Igreja Presbiteriana se preocupa com esta Casa; ela se preocupa com o mundo. Nós repudiamos ações como a acontecida na França. Não podemos aceitar que, em nome da religião, cometamos qualquer barbárie. A Igreja crê na tolerância, na convivência dos cidadãos.
Como Igreja Presbiteriana, nos preocupamos e sentimos a dor, nesta hora, do povo francês, e não só do povo francês, mas também do povo da África, que também sofre as mesmas contradições dos nossos irmãos do Líbano, porque somos da mesma época. Quando o evangelho chegou no Líbano chegou também no Brasil. A mesma universidade e o mesmo hospital fundado no Líbano foi fundado também no Brasil pelo mesmo grupo de missionários.
Sentimos também em outras partes do mundo. Então, somos uma Igreja preocupada com o mundo, em oração.
Sentimos a dor do povo de Mariana, quando, simplesmente por desejos além dos normais, temos tragédias como as daquela cidade. Sentimos a dor deles e estamos presentes através do Conselho de Ação Social (CAS) da Igreja, que lá esteve e do qual está participando. A 8ª Igreja Presbiteriana abriu as portas para dar de si o de melhor para aquela região, e também lá esteve.
Então, a Igreja Presbiteriana é uma igreja que se envolve com a vida social deste País, que se envolve com as lutas deste País, que se envolve com as dores deste País. Mas se envolve com a preocupação de termos um Senado, uma Câmara dos Deputados e um Governo mais atuantes. Por isso, como Igreja, oramos pela a nossa Presidente; como Igreja, oramos pelo nosso Parlamento, estamos orando pelo Senado, estamos orando pela Câmara e, como Igreja, oramos pelo nosso País.
E oramos também pela nossa Justiça, pelas câmaras da Justiça brasileira, pelos tribunais superiores e por aqueles que têm obrigação de exercer justiça, por aqueles que muitas vezes se envolvem em situações tão difíceis.
Oramos pela segurança pública e estamos sempre intercedendo para que Deus derrame as sua bençãos sobre o Brasil. Não que simplesmente faça do Brasil um País melhor, mas que Deus torne o Brasil cada vez mais habitável para um povo tão bom como o povo brasileiro. É a nossa oração.
E eu gostaria de terminar este momento orando por esta Casa:
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Ó Pai grandioso, nós te agradecemos. Nós te agradecemos pelo Senado brasileiro, suplicando a tua benção por esta Casa, para que, quando ela se dispuser a estabelecer leis, ela possa fazê-lo de acordo com a necessidade de um país que pensa no futuro, de um país que respeita e um país que convive com os dramas do seu povo.
Abençoa, ó Pai, cada Senador, no exercício do seu trabalho. Abençoa, ó Pai, cada comissão. Abençoa, ó Pai, cada luta interna, muitas vezes. Mas faça desta Casa uma Casa diferenciada pela tua graça e pelo teu poder.
Abençoa a nossa Presidente, esteja com ela, com o Vice-Presidente, esteja com a Câmara dos Deputados, esteja, ó Pai, com o setor da Justiça brasileira, em cada área, derrama as tuas bençãos sobre aqueles que governam e sobre aqueles que são governados, de acordo com a tua vontade soberana.
Em nome do teu filho Jesus, oramos. Amém. (Palmas.)
O SR. PRESIDENTE (José Medeiros. Bloco Socialismo e Democracia/PPS - MT) - Parabéns pelas palavras, Rev. Roberto Brasileiro. A Casa agradece o carinho.
Eu queria registrar aqui também as presenças do Rev. Nonato e do Rev. Eberso, de Anápolis, que estão nos prestigiando aqui; do Rev. Manoel, de Lucas do Rio Verde, lá do Mato Grosso. Aliás, Lucas do Rio Verde, para quem não conhece, eu sugiro conhecer. É uma linda cidade que foi recentemente, eu diria até, construída entre Sinop e Cuiabá. É uma cidade linda, quando chegamos lá não acreditamos, eu mesmo, mato-grossense, quando cheguei lá, falei: não é possível que existe isso no interior do Brasil.
Registro também a presença do Rev. Dalzir, secretário do escritório da IPB, aqui em Brasília; do presbítero José Paulo; do presbítero Anaor Carneiro; do Presbítero Marcos Freitas - todos diretores do Mackenzie.
E, para irmos já aos finalmentes, eu queria trazer também algumas palavras aqui.
Quando decidimos fazer esta homenagem, eu sou até suspeito para propor a homenagem, mas não poderia deixar de fazê-la.
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Eu ouvi, aqui, as palavras do Senador Roberto Rocha, de todos os membros da Igreja Presbiteriana e do Mackenzie. Ouvindo essas histórias... Uma história linda, realmente, que a Igreja tem aqui no Brasil, da qual sou testemunha.
Eu já contei outras vezes essa história, alguns irmãos já estão até cansados, mas é assim mesmo: vamos envelhecendo e vamos repetindo as histórias. De vez em quando, eu vou contar algumas histórias lá em casa, e minha filha fala: "Não, já ouvi, já ouvi!".
Mas um fato que eu sempre ressalto sobre a Presbiteriana, e um símbolo, até, que me faz lembrar, quando falam em Presbiteriana, que vem da minha infância, é o Jipe Willys. E por que isso? A Igreja Presbiteriana, em determinado momento, até para enfrentar o interior do Brasil - acho que era um dos únicos veículos tracionados que podiam enfrentar atoleiro, enfrentar estradas abertas a facão -, distribuiu jipes para aqueles missionários e presbíteros que faziam a pregação do Evangelho por esses rincões afora.
Eu nasci no sertão de Caicó, e eu e minha família fomos, no início da década de 1970, para o Mato Grosso. Minha avó era extremamente católica. Minha avó tinha calo no joelho de tanto rezar. Ela pegava o rosário, pegava-nos, os netos... Só para se ter noção dessa quantidade de netos: ela teve 23 filhos. Então, era bastante criança. Ela colocava aquele monte de criança, e ia na continha do rosário. Dormíamos, acordávamos, e ela continuava. Ela era assim, tão fervorosa; e também partidária, Presidente. Ela nos contava que, quando ouvia falar: "Olha, está vindo um crente por aí", ela fechava as portas para não ouvir; para não ouvir. Essa era a situação ali no Nordeste: "Não quero nem ouvir esse povo. O padre falou que os crentes estão vindo aí", porque vinham uns missionários pregando.
Mas ela foi para o Mato Grosso - fugindo, obviamente, da seca, porque, no início da década de 1970, houve uma mortandade de crianças um pouco acima da média, por desnutrição infantil e pela seca muito grande. Nós nascemos ali numa região chamada Sertão do Seridó - onde, inclusive, neste momento, as pessoas estão tendo que buscar água a 70km de distância. É uma região muito seca mesmo, muito atingida. E nós fomos, então, para o Mato Grosso.
Chegando ao Mato Grosso, começou-se a... Ela ficou muito distante. Nós fomos morar na zona rural. E ali havia muitas pessoas pregando o Evangelho.
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Havia algumas missões norte-americanas. E também havia o presbítero, o reverendo da Igreja Presbiteriana, no jipinho, sempre pregando o Evangelho para as comunidades ali. Aí é o início da história. Faço um parêntese aqui.
Quando fomos eleitos para o Senado, o Senador Pedro Taques se elegeu Governador, e eu, como suplente, iria assumir. Eu estava visitando um amigo em Cuiabá, um advogado - é até um advogado de sucesso -, que não sabia que eu era da Presbiteriana e que me disse o seguinte: "Vou lhe dar um conselho. Estudei, consegui um relativo sucesso na minha profissão, mas minha vida era extremamente secular e começou a entrar em parafuso, estava extremamente bagunçada. Tenho um amigo, o Maurício, que, em determinado momento, colocou-a no eixo." Falei: "Como foi isso?" Ele contou que o Maurício pregou o Evangelho para ele e tal. Ele veio me contar isso e falou: "Eu queria que você, ao ir para o Senado, não esquecesse que somos passageiros aqui, que somos efêmeros, e que você colocasse Deus na frente de tudo." Perguntei de que igreja ele era. Ele me falou que era da Presbiteriana. Falei: "Congrego na Presbiteriana também." Ele falou: "Maravilha! Não é possível!" Ele ficou muito contente e falou: "Então, vou fazer uma ligação aqui." Ligou para o Maurício, em São Paulo. Ele me colocou para conversar com o Maurício, que me perguntou: "Como é a sua história com a Igreja Presbiteriana?" Comecei a contar para o Maurício essa história que falei para vocês aqui. Mas o interessante é que, quando falei o nome do reverendo que ia para lá no jipinho e que acabou pregando o Evangelho para a minha vó e quando eu disse que minha avó se converteu e passou a evangelizar toda a família -, vi que ele embargou a voz um pouco. Era o Rev. Amador, que era pai do Maurício. Achei a história muito interessante pela coincidência.
Finalizando, quero dizer que a história foi essa. A história da nossa família na Igreja Presbiteriana começou assim. Era uma igrejinha no interior do interior de Mato Grosso, na região do Areia, a Igreja da Baunilha, onde os irmãos se reuniam. E, quinzenalmente - às vezes, era uma vez por mês, porque ele tinha de dar assistência a toda a região -, ele chegava lá com o jipinho, um Jeep Willys, e pregava para as pessoas.
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E foi na escola dominical, Presidente Roberto, com a Profª Wanda, que deve estar nos assistindo aqui, que tive os primeiros acessos à revistinha da igreja e o primeiro contato, vamos dizer assim, com o Evangelho. A minha história, a minha relação com a Igreja Presbiteriana começou no início da década de 70, quando eu tinha três ou quatro anos.
Por tudo que foi falado aqui hoje, resolvi contar essa história, que é micro se comparada à grande história do Mackenzie, a como ele surgiu e a como a Rede Presbiteriana tem feito. Mas eu quis contar essa minha participação minúscula ali para mostrar o quanto isso era importante para aquelas comunidades. Hoje, temos o Bolsa Família, temos n programas sociais, mas, naquela época, isso não havia. As pessoas morriam de malária, as pessoas morriam de n doenças, e algumas delas, como o Maurício citou, ainda existem.
Sabem de uma coisa? Quando o Rev. Amador ia à região do Areia, ele não levava só a Palavra, ele levava, às vezes, injeções. Ele ensinava as pessoas a aplicarem injeção. Meu pai, por exemplo, é uma pessoa maravilhosa, extraordinária, um homem com o qual aprendi muito, mas não sabe ler. Mas ele aprendeu a aplicar injeção. Ele aplicava injeção nas pessoas. Hoje, ele, coitado, seria preso! Mas esse era também um trabalho social. Na década de 70, a Igreja Presbiteriana já fazia esse trabalho social. O Pastor Walter falou ontem no culto a respeito das vítimas de Marina, de que o Pastor Roberto e muitos outros falaram aqui.
Por vezes, a gente pensa que isso não é importante. É importantíssimo! A nossa família morava num rancho de palha. Eram quase 20 pessoas num rancho de palha. Por vezes, quando ocorria alguma picada de algum bicho, se deixasse, a pessoa morria. Não chegavam ali pessoas mais instruídas para levá-las ao posto na cidade. Foi um trabalho importantíssimo que esses tantos abnegados presbíteros fizeram.
Aqui, ressalto o Rev. Amador, e o Presbítero Sidney, que hoje está velhinho em Rondonópolis e que também fazia isso. Eles pegavam aquele jipe - era como se fosse um cavalo, na época - e saíam. Quando digo que abriam estrada a facão, isso não é retórica, não. Isso acontecia. O carro atolava, era tirado. Era uma luta! E levaram o Evangelho àquela região. É uma região difícil. Ainda hoje, quando se fala em Mato Grosso, muitos brasileiros pensam: "Nossa! São do interior, do meio do mundo."
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Mas imaginem o que acontecia naquela época, quando não havia telefone, quando era tudo muito difícil! Essas pessoas largavam o "Sul Maravilha", vamos dizer assim, para enfrentar isso, para abnegadamente levar o Evangelho a essas pessoas.
Então, esse foi um pequeno preâmbulo, mas não quero me estender muito. Eu preparei, junto com a assessoria, alguma coisa que eu gostaria também de deixar aqui, para encerrarmos.
A Igreja Presbiteriana e a Instituição Mackenzie merecem nossa profunda admiração pelo trajeto percorrido no Brasil. Construíram sua história com bases fortes, sustentadas por valores solidários cristãos, de respeito ao próximo e de contribuição para o bem da coletividade.
No ambiente contemporâneo marcado pelo individualismo, a mensagem presbiteriana é cada dia mais atual, contribuindo para o fortalecimento da fé e da esperança, para a idealização de um mundo mais justo e solidário - aqui, muitos citaram o acontecimento na França.
Aqui, temos nos reunido de vez em quando com alguns irmãos, tratando justamente do tema da liberdade religiosa. Estivemos, há pouco tempo, junto com o nosso irmão e Deputado Federal Leonardo Quintão numa assembleia em Nova York, onde Parlamentares do mundo inteiro trataram justamente desse parágrafo que eu estava falando aqui: como tornar o mundo mais justo e solidário sem essas barbaridades que vimos nesse último fim de semana?
No mesmo sentido, os valores morais e religiosos da Igreja não ficam só no discurso, mas também são coerentes com a prática - é o que acabamos de falar aqui. Os presbiterianos empreendem obras sociais em favor da população carente, fazem campanhas para a arrecadação de alimentos, oferecem cursos gratuitos, contribuem efetivamente para a geração de emprego e de renda.
Aqui, neste parágrafo, abro um parêntese. Não se trata de louvarmos o homem. Não estamos aqui para louvar o homem, mas isto aqui é importante dizer. Isto aqui é importante dizer, para que nossos governantes possam ter como exemplo o que essa instituição faz e possam saber da importância dessa instituição.
Por que é importante falar isso? Quando visitei a Universidade Mackenzie em São Paulo, ouvi algumas histórias, de que, em determinado momento, o País, o Estado, o governante de plantão praticamente surrupiou, praticamente se apropriou dos bens da Igreja, dos bens da Universidade, e os confiscou.
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Quer dizer, ele não via a importância do trabalho. Por isso, é importante a gente falar isso. Temos de dizer da importância do trabalho da Igreja, do importante trabalho que o Instituto Mackenzie faz. Não é para louvar, é para dizer: "Olha, o trabalho está sendo feito, ele é importante".
Por esse motivo, tornaram-se conhecidos e admirados no Brasil e no exterior. Podemos imaginar que o missionário Ashbel Simonton, que trouxe consigo as primeiras lições do reformador João Calvino, ao desembarcar no Brasil, no longínquo ano de 1859, iria sentir-se realizado - Presidente Roberto, não tenho dúvida de que, se ele estivesse neste momento aqui, ele estaria emocionado - ao perceber que a semente plantada fez florescer a Igreja Presbiteriana no Brasil. Quando celebramos os 156 anos de fundação da Igreja, é para aquela época que olhamos e vislumbramos quantas conquistas temos para exaltar!
Todavia, não é demais dizer que a Igreja Presbiteriana continua sempre em renovação, cada vez mais fortalecida e vitoriosa em seu percurso de serviço ao próximo, conforme a vontade de Deus, e em sua obstinada peregrinação de igreja bíblica, contemporânea, acolhedora das pessoas, presente na cidade e fomentadora da evangelização.
Os presbiterianos conseguem aliar toda a sua história à pregação da tolerância religiosa. Este é um tema pelo qual, pessoalmente, tenho o maior apreço. Inclusive, sou membro da Frente Parlamentar pela Liberdade Religiosa e Ajuda Humanitária, e muito nos preocupa, neste momento, o conflito no Oriente Médio, sobretudo a questão da Síria, cuja fragmentação do poder opôs diversas etnias de diversos credos, todos envolvidos de modo interminável em um conflito sangrento e fratricida.
Na religiosidade professada pela Igreja Presbiteriana, esse tipo de conflito não tem respaldo, porque o foco dos fiéis está na tolerância. O patrimônio da Igreja está nas obras sociais e no sistema educacional que criou a serviço do outro, do próximo. O Instituto Mackenzie é o braço da Igreja para a educação e, desde o início, quando recebia filhos de escravos para estudar, até os dias de hoje, vem cumprindo um papel de relevo nas ações de inclusão social e no desenvolvimento da educação no País, servindo como exemplo de gestão dos saberes a outros centros educativos do Brasil.
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Tive a oportunidade de conhecer a Universidade Presbiteriana Mackenzie no final do ano passado e fui muito bem recebido pelo Presidente, o Sr. Maurício Melo de Meneses. Aliás, quem nos levou nessa visita foi o nosso amigo Roni Márcio, que acabou me apresentando o Maurício pessoalmente. Na oportunidade, fui recebido, como eu disse, pelo Presidente Maurício de Melo Meneses e pelo Rev. Davi Charles Gomes, que fez um tour e teve a paciência de passar o dia comigo, mostrando-me toda a estrutura da Universidade. Eles me guiaram numa visita àquela espetacular ilha do conhecimento, voltada à inclusão e à inovação, que são duas qualidades que gostaríamos de ver disseminadas por todo o ensino brasileiro.
Portanto, a Instituição Mackenzie é um símbolo a ser seguido, é um exemplo para inspirar novas conquistas na educação de todo o País. Conheci, na Universidade, funcionários, professores, diretores engajados com as transformações sociais à sua volta, pessoas de mente e coração abertos ao novo, trilhando o caminho da filantropia, da inclusão, do apoio à formação integral pela via da educação, do esporte e da cultura, em conjunto.
No meu entendimento, são as pessoas, mais do que o complexo de edifícios, que tornam a escola presbiteriana bem-sucedida em seus propósitos. Não é que os prédios não sejam importante. Aliás, são uma maravilha. Fiquei encantado com a estrutura ali. V. Sª está de parabéns, Presidente!
A história que conhecemos hoje de um centro de excelência começou a ser escrita em 1870, quando o casal de missionários Mary Annesley e George Chamberlain criou a Escola Americana, focada no exercício constante de inclusão social. Uma década e meia mais tarde, já seriam fundadas as faculdades de Filosofia, de Comércio e de Engenharia, como vimos no vídeo e como muitos outros falaram aqui.
O Instituto parece vocacionado para estar à frente do seu tempo, além de ser a casa de um dos mais antigos centros de estudos voltado à Engenharia; de ter dado origem ao primeiro curso de Arquitetura de São Paulo, bem como aos primeiros cursos de Química Industrial, de Engenharia Química, entre vários outros; e de ter registrado a primeira experiência oficial de cotitulação internacional, tendo a University of The State of New York como entidade associada, ainda no século XIX.
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Percebam, Srªs e Srs. Senadores, que, há mais de 120 anos, o sistema Mackenzie já estava em estreita colaboração com a escola de outros países, enquanto o nosso Ministério da Educação, até os dias de hoje, tem forte resistência aos títulos obtidos no exterior, o que, a meu ver, é contrário à tendência de internacionalização das instituições e mundialização do conhecimento. Nossas escolas não deveriam ser isoladas desse importante intercâmbio com o exterior. Ao contrário, o contato deveria ser estimulado.
Para finalizar, após esse ligeiro panorama histórico da Universidade Presbiteriana Mackenzie, mantida sob a égide do Instituto Mackenzie, quero, uma vez mais, agradecer a todos os fiéis presbiterianos pelo dispendioso e pertinaz esforço de construção de um País melhor. Nós, aqui, no Congresso, compartilhamos dessa luta diária contra obstáculo ao desenvolvimento do País em benefício das pessoas. E, pelo transcurso da data comemorativa de sua fundação, a Igreja Presbiteriana do Brasil e o Instituto Mackenzie recebem esta justa homenagem, razão por que parabenizo as duas instituições nas pessoas dos seus líderes, dos seus professores, colaboradores, alunos e fiéis, pela continuidade das realizações acadêmicas e sociais dessas instituições sesquicentenárias.
Parabéns pela história e muito obrigado pela colaboração que presta à sociedade brasileira. (Palmas.)
Agora, eu gostaria de convidar o Pastor Valter Moura para que possa encerrar a nossa sessão com uma oração, agradecendo a Deus por este momento.
Cumprida a finalidade da sessão, agradeço as personalidades que nos honraram com o seu comparecimento, aos Senadores que compareceram.
O SR. VALTER MOURA - Queremos Te agradecer por toda a graça bendita, manifestada na vida de homens e mulheres, ao longo dos séculos, na formação de um povo do Senhor, de um segmento de toda a comunidade da fé, que é a Igreja Presbiteriana do Brasil.
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Te louvamos pela forma como o Espírito Santo trabalhou nos missionários que vieram de fora, movidos única e exclusivamente pelo senso de fidelidade e amor a um chamado.
Obrigado pela Igreja que plantaram. Obrigado pelas vidas que foram colhidas por causa do Teu chamado, mediante a pregação fiel do Evangelho, da graça redentora de Jesus Cristo.
Obrigado pelas nossas lideranças hoje, neste tempo presente, e nós Te pedimos que jamais, juntos, como Igreja, venhamos a nos esquecer da máxima da Reforma, de que tudo é para a glória do Teu nome. Os nossos nomes passarão um dia, mas a Tua palavra jamais há de passar. Que a Igreja continue firme no seu propósito de glorificar o nome do Senhor em todo tempo, em toda circunstância, em todo contexto, seja ele qual for.
Agradecemos-Te por esta Casa e pedimos que, nesta Casa, o senso de justiça, própria do Reino de Deus, essa justiça que traz equidade, que promove o bem-estar, seja absolutamente generosa entre os Teus filhos que aqui vivem; seja generosa entre o jurídico, responsável por fazer o julgamento das leis, e no Executivo do nosso País, para ser instrumento de bênção na vida da nossa Nação.
Obrigado pelo nosso querido irmão Senador. Que o Senhor dê a ele, à sua esposa e aos seus filhos, cada vez mais, essa presença pública, mas transparecendo em suas vidas o compromisso que eles têm com a fé cristã.
Obrigado pela oportunidade de sermos servos do Senhor, de podermos servir, de podermos atuar, de poder ensinar, discipular e permitir que a vocação do Teu povo, como povo de Deus, possa produzir muitos irmãos e irmãs na fé, dedicados ao serviço do Senhor e ao trabalho do Senhor.
Pai, que nós não venhamos a perder do coração jamais o sentido de vocação interior. Continue a incendiar o nosso coração de fidelidade, de piedade e de paixão pelo Senhor. E que possamos glorificá-Lo em tudo, Pai. Que o amor de Deus, nosso Pai, a graça insondável de Jesus, nosso Senhor, e a comunhão bendita, assim como os frutos, os dons e os ministérios do Espírito Santo permaneçam com a Tua Igreja, com o Teu povo, com a nossa Nação, com esta Casa, hoje e eternamente.
Amém e amém!
O SR. PRESIDENTE (José Medeiros. Bloco Socialismo e Democracia/PPS - MT) - Encerrada a sessão.
Muito obrigado a todos.
(Levanta-se a sessão às 13 horas e 51 minutos.)