2ª SESSÃO LEGISLATIVA ORDINÁRIA
55ª LEGISLATURA
Em 26 de fevereiro de 2016
(sexta-feira)
Às 15 horas
17ª SESSÃO
(Sessão Especial)

Horário

Texto com revisão

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O SR. PRESIDENTE (Hélio José. Bloco Maioria/PMB - DF) - Declaro aberta a sessão. Sob a proteção de Deus, iniciamos nossos trabalhos. A presente sessão é destinada a homenagear os 111 anos de fundação do Rotary Internacional e 100 anos da Fundação Rotária, nos termos do Requerimento nº 1.449, de 2015, do Senador José Serra e outros Senadores, entre eles eu, o Senador Cristovam e outros Senadores.
Para compor a nossa mesa de trabalho, vamos convidar o representante do Presidente do Rotary Internacional Sr. K. R. Ravindran, Curador da Fundação Rotary e Presidente da Comissão Internacional Pólio Plus, Sr. Michael McGovern. Seja bem-vindo. (Palmas.)
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Seguindo, Diretor do Rotary International, Sr. José Ubiracy Silva. (Palmas.)
Dando sequência, vamos convidar o Curador da Fundação Rotária, Sr. Mário César Martins de Camargo. (Palmas.)
Também quero convidar a Governadora do Distrito 4530 de Rotary International, Srª Vera Lúcia Camilo Ribeiro. (Palmas.)
Antes de começar os nossos trabalhos, convido todos para ficar na posição de respeito, para ouvirmos o Hino Nacional.
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(Procede-se à execução do Hino Nacional.)
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O SR. PRESIDENTE (Hélio José. Bloco Maioria/PMB - DF) - Antes de começar o meu pronunciamento, eu quero dizer que o meu mandato aqui - o mandato do Senador Hélio José - está aberto a todos os nossos colegas do Rotary, para poder discutir projetos, para poder encaminhar questões que são importantes na visão de vocês, que têm toda uma experiência, no dia a dia, de atender a coletividade e de fazer um trabalho comunitário tão bonito como o que vocês fazem. Então, o meu gabinete é o nº 19 da Ala Teotônio Vilela e estará sempre aberto a todos daqui de Brasília. O meu nome é Hélio José e estou às ordens. Obrigado.
Sessão especial de homenagem ao Rotary Internacional e à Fundação Rotária.
A história da organização que homenageamos hoje é extremamente inspiradora aos brasileiros nestes tempos de crise, porque ilustra a força que as pessoas têm quando se unem por uma causa e essa causa é boa.
O Rotary Internacional começou como um pequeno grupo de jovens profissionais habitantes de Chicago, que, em 1905, se reuniram, pela primeira vez, para celebrar a amizade. Com o passar dos anos, os debates daqueles jovens amigos, liderados pelo advogado Paul Harris, centraram-se em maneiras de fazer o bem comum e de promover a harmonia entre os povos.
Em 1917, os rotarianos tiveram a ideia de constituir um fundo que financiasse iniciativas beneficentes mundo afora. Nascia a Fundação Rotary. Com a difusão do ideal rotariano e o consequente encorajamento de outros idealistas do bem, a Fundação viabilizou inúmeros projetos independentes e assim se tornou essencial para transformar a visão de Harris em realidade. O impulso desse ideal revelou-se irrefreável.
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Como sabemos, o Rotary Internacional e a Fundação Rotária cresceram exponencialmente e, hoje em dia, figuram entre as maiores instituições de caridade do mundo, com mais de 1 milhão de membros. Então, quero homenagear a todos aqui, Ubiracy, porque é muito importante o trabalho que vocês fazem.
Suas inúmeras campanhas de erradicação de doenças, de treinamento de professores, de promoção da paz em zonas de conflito, de fomento ao empreendedorismo e ao emprego, de auxílio às pessoas com deficiência, entre diversas outras, tornaram-se símbolos de eficiência e de eficácia em ajuda humanitária e para o desenvolvimento. Seu modelo de captação e governança é reconhecido mundialmente - onde a gente vai, o Rotary está ajudando as pessoas. É muito importante esse trabalho. E o que é mais surpreendente é que essas entidades fizeram o que fizeram sem nunca terem deixado de ser o que sempre foram: um clube de amigos que se reúnem periodicamente, que se socializam, que se divertem, que discutem os problemas da comunidade.
Por tudo isso, o Rotary Internacional e a sua Fundação têm um legado moral muito importante, movidos pela força do ideal, da solidariedade, do espírito de comunhão e da fé no progresso humano. As entidades rotarianas nunca pararam de se expandir e se aperfeiçoar, o que é sempre muito importante. Não é outro o manancial em que o nosso País há de beber para resolver os seus problemas atuais, e é por isso que o sucesso dos rotarianos é tão inspirador no contexto que vivemos atualmente.
Vejam que, no Brasil, que está abalado com a questão da zika, com a questão da chikungunya, com a questão da dengue, esse trabalho todo de conscientização e de aproximação com a comunidade que vocês têm é fundamental neste momento que está todo mundo assombrado com essa crise.
Eu quero dar um muito obrigado a todos pelo convite que me foi dado para estar aqui.
D declaro aberta esta sessão com muita honra.
Antes de passar a palavra para o nosso primeiro orador, eu quero anunciar a presença de algumas autoridades aqui.
O Embaixador da República da Eslovênia, Sr. Alain Brian Bergant. (Palmas.)
Muito obrigado pela presença.
O Diretor do Rotary Internacional entre os anos de 1999 e 2001, Sr. Hipólito Sérgio Ferreira. (Palmas.)
Muito obrigado pela presença, Sr. Hipólito.
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O Diretor do Rotary Internacional entre os anos de 2009 e 2011 e Curador da Fundação Rotária entre 2011 e 2015, Sr. Antonio Hallage. (Palmas.)
Srªs e Srs. Coordenadores Regionais, também o nosso abraço e a nossa saudação a todos - sei que há gente de longe que veio para esta homenagem, não é, Ubiracy?
Srªs e Srs. Governadores do Rotary, o trabalho que vocês fazem é de grande essencialidade. Então, nossos cumprimentos.
Srªs e Srs. Presidentes de Rotary Clubs, que são todas as organizações.
Senhoras e senhores rotarianos e familiares aqui presentes, que vieram aqui nos prestigiar neste dia tão importante.
Vamos passar a palavra agora para a Governadora do Distrito 4530 do Rotary Internacional, a Srª Vera Lúcia Camilo Ribeiro, para o seu pronunciamento.
A SRª VERA LÚCIA CAMILO RIBEIRO - Boa tarde a todos.
Eu quero cumprimentar a Mesa, em nome do nosso Sr. Senador Hélio José; do nosso querido José Ubiracy, Diretor daqui da nossa região; representando o Presidente do RI, Ravi Ravindran, do nosso Presidente Rotário 1516, Sr. Michael McGovern; e do Curador da Fundação Rotária, Mário César Martins de Camargo. E eu quero cumprimentar também a todos listados pelo nosso protocolo, todos os clubes que estão aqui, todos os governadores e os coordenadores. Sejam todos bem-vindos à Brasília, ao Distrito 4530. Sempre digo que nós rotarianos somos uma grande família. E, realmente, hoje nós estamos aqui com os 38 distritos já representados e ficamos muito felizes. Você olha para uma pessoa e é como ela fizesse parte da sua família e fosse muito íntima. Isso é maravilhoso. O Rotary é isto: esse companheirismo.
Eu não me apresentei, desculpe-me. Meu nome é Vera Lúcia Camilo Ribeiro, associada representativa do Rotary Club de Anápolis Leste, classificação odontologia, e Governadora do Distrito 2015/1016.
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Em 1905, Paul Harris pensou em fundar o Rotary, porque ele estava se sentindo só na nova cidade em que estava morando, e, com três amigos, fundou o Rotary, que continua até hoje. O nosso companheirismo prevalece. Em apenas dois anos, o Rotary já começou a servir, fez a sua primeira construção, o seu primeiro banheiro público, que foi a primeira obra do servir do Rotary. E nós continuamos a fazer isso com muito carinho, fazendo a diferença no mundo.
Não é à toa que o Rotary está fazendo 111 anos, mas porque temos grandes trabalhos prestados, fazemos tudo com muito companheirismo, prezamos muito a família. Já passamos por guerras, construções e muita coisa.
E há 32 anos estamos no combate à poliomielite. Esse é um trabalho maravilhoso do qual todos os rotarianos se orgulham. Nós trabalhamos pela erradicação da pólio e estamos quase no final. Todos os rotarianos sabem que só há mais dois países, graças ao serviço do Rotary.
Companheiros, o Rotary tem essa grande escala. Cada clube e cada distrito têm os seus projetos, os seus trabalhos apresentados.
Com certeza, chegaremos a 200, 300 anos, porque é uma organização que tem planejamento e tem oferecido muito à nossa comunidade. E continuamos assim. Desde 1907, nós estamos trabalhando.
Temos a nossa Fundação Rotária, que, neste ano, completará 100 anos, com o dinheiro dos rotarianos que trabalham e conseguem fazer as suas doações. Então, na nossa Fundação Rotária, temos muitos projetos que fazem a diferença na nossa comunidade.
E não podemos nos esquecer de que temos uma cadeira cativa na ONU. É uma das poucas organizações do mundo com cadeira cativa lá e que tem decisão, porque o Rotary é uma organização que tem seriedade. São homens e mulheres trabalhando para o bem da comunidade, para o bem da população e para o bem do mundo. Nós fazemos uma grande diferença nas cidades onde há Rotary. Nós estamos em 219 países e, com certeza, vamos chegar a todos do mundo, com grandes serviços prestados.
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Nós rotarianos somos pessoas mais felizes, alegres, porque, além do nosso companheirismo, nós temos o nosso lema: "Dar de si antes de pensar em si." E, com certeza, isso é muito seguido à risca, e nós trabalhamos muito.
Quando nós temos os grandes resultados, as pessoas que ficam mais felizes são os rotarianos, porque nós estamos servindo com amor. Isso é muito importante para a maneira de servir. Por isso, o Rotary está com 111 anos.
Eu tenho certeza de que todos aqui deixaram seus trabalhos, vieram de longe e estão muito felizes por essa homenagem aqui, no Senado. E nós temos que mostrar ao mundo, à sociedade o grande trabalho que o Rotary faz.
Senador Hélio José, obrigado por dar esse espaço ao Rotary, reconhecendo o nosso trabalho. Nós estamos muito felizes, todos os rotarianos, de todos os distritos que estão aqui. Nós estamos tendo um Pets muito distrital, maravilhoso, muito bem organizado.
O Distrito 4530 deseja a todos uma boa estada em Brasília e que tenhamos muito companheirismo, muito rotarismo, no sábado e domingo. Olha aí: sábado e domingo! Era para as pessoas estarem, às vezes, em casa descansando ou no clube, mas não. Eles estão, pela causa rotária, prestando seu trabalho, dando seu melhor, o seu companheirismo.
Então, companheiros, eu fico muito feliz, muito alegre de vê-los aqui, em Brasília, no nosso 4530. Sejam todos bem-vindos! Muito obrigada a todos e tenhamos uma ótima reunião.
Obrigada a todos. (Palmas.)
O SR. PRESIDENTE (Hélio José. Bloco Maioria/PMB - DF) - Eu agradeço o pronunciamento belíssimo da Srª Vera Lúcia Camilo Ribeiro, a nossa Governadora aqui, do Distrito Federal, Goiás e Tocantins.
Eu estava aqui preocupado, e o nosso Governador do DF? A senhora é nossa Governadora aqui, do DF. Então, seja muito, mas muito bem-vinda mesmo a esta Casa.
Eu quero chamar aqui também uma expressão muito grande do Senado - é uma alegria para mim repartir o meu mandato com ele, porque nós estamos juntos aqui -, que é o nosso Senador Cristovam, um exemplo para todos nós a ser seguido, para compor a Mesa. Ele foi também signatário comigo. (Palmas.)
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Dando sequência, eu queria informar que, no 17 de abril, em Brasília, vai haver um encontro muito importante de colegas do Rotary, ou seja, a Caminhada da Paz, no Gama. Então, o Sr. Francolino, que está aqui conosco, está convidando a todos que nos ouvem pela TV e Rádio Senado, a todos que estão aqui, para participarem dessa Caminhada da Paz, que ocorrerá no Gama, repito, no dia 17 de abril, a partir das 7h30, bem cedinho, quando está mais fresco, para não haver problema de insolação. A concentração vai ser no Estádio Bezerrão. Então, todos que puderem participem da Caminhada da Paz, porque ela é muito antiga e é organizada pelo Rotary Club do Gama. Assim, é com muita alegria que eu informo a todos aqui.
Passo a palavra ao nosso querido Curador da Fundação Rotária, Sr. Mario César Martins de Camargo.
O SR. MARIO CÉSAR MARTINS DE CAMARGO - Boa tarde, companheiros; Ilustre Senadores Hélio José e Cristovam Buarque; meus companheiros de Mesa; meu companheiro trustee Curador MacGovern; meu amigo particular José Ubiracy Silva, o Bira, que é a entidade máxima, que é o número um do Rotary no Brasil hoje; cara Governadora Vera Lúcia; meus amigos em Rotary; Curador Hallage; Diretor Hipólito, que foi meu chefe em 1999/2001; meus queridos governadores e presidentes que participarão do MultiPets, a partir de amanhã, nesta Capital Federal.
Eu estou ocupando um lugar indevido aqui, porque este lugar é ocupado por tribunos de grande conteúdo e que conduzem a vida política deste País. Eu sou um modesto servidor de uma instituição que, fundada há quase cem anos, a comemorar agora em 2017, tem como lema, Senadores, "Fazer o bem ao mundo". Essa é uma proposta ambiciosa e é uma proposta que a fundação tem executado e atingido, como objetivo, durante esse primeiro centenário. Eu tenho o privilégio de ser curador em Evanston, junto com 14 outros companheiros que representam todas as regiões do Rotary no mundo.
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A nossa função é direcionar as prioridades da fundação para os próximos anos e aquinhoar os programas que são montados para beneficiar as comunidades no mundo inteiro.
Eu, por exemplo, integro o Comitê de Programas, Senador, que recentemente, na reunião de abril, votou pela concessão de US$1,5 bilhão para três projetos comunitários na Índia, na Nigéria e no Sri Lanka, o que demonstra que a Fundação Rotária não tem território, não tem limite territorial. O nosso campo de trabalho é o mundo inteiro. Nós não conhecemos fronteiras. Para fazer o bem, não existem fronteiras.
Esse comitê também se preocupa em desenhar os critérios - e os rotarianos aqui presentes conhecem bem - que nortearão a escolha do próximo programa corporativo da Fundação Rotária. Você sabe que o nosso projeto número um, o nosso principal compromisso com o Planeta - e o Michael é o líder desse projeto em nível mundial - é a erradicação da pólio. Neste ano civil, tivemos apenas um caso, o que demonstra que estamos no caminho e na trilha correta, após mais de 30 anos de luta no sentido de erradicar a pólio no mundo.
Os rotarianos não mediram esforços nesse sentido. Nós tiramos do nosso próprio bolso, US$1,3 bilhão ao longo dessa trajetória, mas, mais importante ainda, nós conseguimos convencer agências governamentais, governos, fundações particulares, como a Fundação Bill Gates, a decuplicar o que nós investimos. Conseguimos mais de dez vezes o nosso próprio investimento, através da defesa da boa causa - a palavra em inglês é advocacy -, que é a erradicação da pólio no mundo.
Nós temos esse desafio de definir qual o próximo programa que sucederá a pólio. Há uma certa controvérsia: se deveríamos adotar um programa corporativo. Eu, particularmente, como trustee - e dou aqui a minha opinião pessoal -, acho que com os relacionamentos, o nosso expertise, o conhecimento acumulado, adquirido ao longo de 35 anos com parceiros, como o Centro de Controle e Prevenção Doenças, em Atlanta, na Geórgia, que é o maior centro de controle de endemias do Planeta, com parceiros, como a Fundação Bill Gates, como o governo americano, como o governo japonês, que foram pesados investidores na nossa luta, devemos continuar assim, porque novos desafios surgirão, e o Rotary e a Fundação Rotária estarão equipados mais do que nunca, com todo esse conhecimento acumulado, para enfrentá-los e derrotá-los.
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Não somos a maior fundação do Planeta, em termos de ativos. Os nossos ativos hoje somam US$1,3 bilhão. Se você comparar com a Fundação Bill Gates, com US$44 bilhões, nós temos uma expressão relativamente modesta, Senador Cristovam, mas nós contamos com um ativo que nenhuma dessas outras fundações têm: como falava o Hallage, nós temos 1,2 milhão de soldados com bota no chão. Nós temos 1,2 milhão de combatentes que aqui, em Brasília, no 4530, nos 38 distritos no Brasil, nos 540 do mundo, conhecem o seu chão, conhecem a sua comunidade, sabem como tratar dos problemas da comunidade como ninguém.
Este é o nosso maior patrimônio: nós temos uma força de trabalho que não é medida em dólares, é medida em horas de esforço, mas que, se fosse quantificada, certamente traria um aporte considerável ao nosso patrimônio de US$1,3 bilhão, quanto valem as nossas horas de dedicação e trabalho diuturnamente em defesa das causas que fazem bem ao mundo.
Eu, como curador, participo do comitê financeiro. Portanto, posso afiançar para vocês que a fundação vai muito bem, obrigado, controlada. No aspecto financeiro, nós temos solidez, nós temos seriedade nos nossos investimentos para garantir a perpetuidade e a continuidade dos nossos programas.
A Fundação Rotária tem um apelo aos distritos do mundo inteiro e particularmente a vocês do Brasil. Nós somos como um banco, nós captamos recursos dos rotarianos, mas, por outro lado, investimos em projetos da comunidade. Eu acho que o Brasil tem que se fazer mais presente na área do desenvolvimento de projetos. Eu tenho observado, como curador, poucos projetos de distritos brasileiros que ganham recursos da Fundação Rotária.
Eu acho que cabe aos governadores e aos presidentes que serão treinados a partir de amanhã... E eu vou divulgar alguns números surpreendentes para vocês de recursos não utilizados da Fundação Rotária, recursos seus, que vocês captaram e que estão depositados lá, sem uso em benefício da comunidade.
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Esse é o desafio que eu, como curador da Fundação Rotária, lanço aos Governadores e aos Presidentes de clubes do Brasil. Queremos projetos maiores. Queremos projetos mais audaciosos. Queremos projetos autossustentáveis, bem montados, bem levantados perante a comunidade, com parceiros fortes, porque isso alavanca a nossa imagem de Rotary e da Fundação Rotária perante a comunidade. No fundo, todos queremos aumentar a nossa capacidade de fazer bem ao mundo.
Deixo vocês com uma história que não é minha, é do Presidente Raja Sabu e consta do livro do centenário da Fundação Rotária, que foi recém-lançado em San Diego. O Presidente Raja Sabu, que alguns devem conhecer, foi o Presidente da Rotary International, logo após o brasileiro Paulo Viriato, último brasileiro Presidente de Rotary. Ele tem uma instituição chamada Heart Line. A Heart Line promove operações cardiológicas em crianças com defeitos cardiológicos congênitos. É um trabalho difícil, um trabalho de alta complexidade e de alto retorno, porque estamos salvando crianças.
Vocês todos conhecem a rivalidade entre a Índia e o Paquistão. É histórica. Mas para o Rotary não existe isso, Senador. Não temos fronteiras. Houve um depoimento de um garoto de 12 anos do Paquistão que recebeu um coração num hospital da Índia. Em uma das reuniões de avaliação, ele foi perguntado: "Mas de onde você é?" Ele falou: "Eu não sei. Eu nasci no Paquistão, mas o meu coração é da Índia. A que país eu pertenço?" Esse é o espírito da Fundação Rotária. É assim que fazemos bem ao mundo.
Obrigado. (Palmas.)
O SR. PRESIDENTE (Hélio José. Bloco Maioria/PMB - DF) - Dando continuidade aos pronunciamentos, vamos passar a palavra ao nosso querido Diretor do Rotary Internacional, Sr. José Ubiracy Silva.
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O SR. JOSÉ UBIRACY SILVA - Exmo Sr. Senador Hélio José; Exmo Senador pernambucano, meu conterrâneo, Cristovam Buarque; meu querido curador Mario César Martins de Camargo; representante do Presidente de Rotary Internacional, Ravi Ravindran; nosso curador Michael McGovern; minha queridíssima Governadora deste distrito, Vera Lúcia Camilo Ribeiro; Embaixador da República da Eslovênia, Sr. Alain Brian; Diretor de Rotary Internacional Sr. Hipólito Sérgio Ferreira; Diretor de Rotary Internacional Sr. Antonio Hallage; Srªs e Srs. Coordenadores Regionais; Srªs e Srs. Governadores de Rotary; Srªs e Srs. Presidentes de Rotary Clubs; senhoras e senhores rotarianos e familiares, há 111 anos, a mente privilegiada de Paul Harris e o trabalho de alguns amigos levaram à criação do primeiro Rotary Clube, em 1905, em Chicago, nos Estados Unidos. Foi o ponto de partida para o surgimento de uma organização extraordinária, organização esta, hoje, que conta em seus quadros de associados com mais de 1,2 milhão de rotarianos e rotarianas e seus familiares.
Naquele início, buscávamos apenas um lugar onde pessoas de bom caráter, inteligência e ética pudessem desfrutar da companhia umas das outras e fazer novas amizades. Rotary nasceu do companheirismo, da sensibilidade, da visão e do espírito de altruísmo dos fundadores e daqueles que o seguiram pouco a pouco e que o levaram à procura de soluções para os problemas que afetam a humanidade mais carente e sofrida.
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Hoje, Rotary significa também incorporar serviços em nossas vidas. Trabalhamos com o propósito de melhorar a condição de vida de larga parcela da população que nos cerca, e nos preocupa também, sobretudo, valorar a conduta ética. Entendemos que a paz somente será possível quando as pessoas estiverem educadas, saudáveis e bem alimentadas. Sabemos a dimensão da mudança a que nos propomos e, nesse propósito, somos todos voluntários.
Queremos ser úteis. São diversos os trabalhos desenvolvidos por cada Rotary Club em sua comunidade, seja equipando escolas e maternidades, criando bancos de leite, doando óculos, livros e computadores, subsidiando estudantes carentes, ensinando a ler os iletrados, dando mobilidade a quem não a tem, seja desenvolvendo ações voltadas especificamente aos jovens, buscando prevenir seu envolvimento com drogas e com a violência urbana, levando-os a terem contato com outras culturas e a entenderem e desenvolverem a compreensão da diversidade da vida, oferecendo-lhes visão mais ampla sobre a vida e sobre a real possibilidade de um mundo de paz.
Senador Cristovam, que na minha terra é conhecido como um dos maiores educadores deste País, o senhor não tem noção do número de escolas Rotary existentes neste País, todas elas trabalhadas por esses valorosos companheiros.
Pois bem, além das ações humanitárias e educacionais realizadas no cotidiano dos clubes, há outras em nível global desenvolvidas com o suporte da nossa Fundação Rotária, que atende à comunidade mundial, cabendo destacar o programa Pólio Plus, já tão bem comentado pelo meu querido curador Mario César de Camargo. Este é o grande trabalho do Rotary, é o nosso cartão de visitas, o Pólio Plus. Como também foi comentado, temos absoluta convicção de que, neste próximo ano, vamos encerrar esse trabalho de mais de 30 anos de todos os rotarianos no mundo. Apenas uma instituição como o Rotary teria condições, em seu universo de 206 países, com 1,2 milhão de rotarianos, de atender a esse projeto tão significativo para a humanidade e que já está chegando ao seu final.
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Muito obrigado, Exmº Senador Hélio José.
Muito obrigado, Senador Cristovam e demais Senadores, entre eles o nosso querido Senador Serra.
Muito obrigado pela atenção.
Parabenizo todos os rotarianos aqui presentes pela dedicação e amor pelo Rotary e por estarem aqui celebrando o 111º aniversário do Rotary e o centenário da Fundação Rotária.
Meus queridos amigos, servir à humanidade é a melhor obra de uma vida.
Eu voltaria simplesmente para lembrar aqui aos companheiros rotarianos que estamos desenvolvendo um projeto muito grande, através de todo o rotarismo brasileiro. Tive a oportunidade de estar com todos os Srs. Governadores. Em primeiro lugar, tive uma reunião com os diretores do Rotary. Levei o problema acontecido no meu Estado de Pernambuco logo no início da ocorrência da microcefalia, proveniente do vírus transmitido pelo terrível Aedes aegypti. Com esse batalhão de rotarianos, os Governadores se comprometeram a movimentar este País junto às Forças Armadas.
Há outro excelente projeto, o Hepatite Zero. É que temos verificado essa doença silenciosa. Conseguimos, através do companheiro Dr. Humberto Silva, um milhão de kits para que sejam distribuídos em todos os Rotarys Clubs do Brasil, para que a gente tente controlar essa doença e diagnosticar os portadores de Hepatite C, que é uma doença, como todos sabemos, extremamente silenciosa.
Também não passou em branco, meus queridos Senadores, este tremendo desastre que aconteceu recentemente neste País, certamente o maior desastre ecológico já acontecido, o de Mariana. Estamos movimentando todo o rotarismo brasileiro também não para fazer projetos, mas, sim, para assistir à comunidade.
Muito obrigado por essa deferência tão especial deste Senado com o Rotary International.
Boa tarde! (Palmas.)
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O SR. PRESIDENTE (Hélio José. Bloco Maioria/PMB - DF) - Eu queria parabenizar o Sr. José Ubiracy Silva pelas lindas palavras, pelas importantes palavras.
É com muito otimismo, Ubiracy, que a gente vê esse empenho do Rotary em nos ajudar a conter o Aedes aegypti. Parabéns! Isso é muito importante.
O SR. JOSÉ UBIRACY SILVA - Obrigado.
O SR. PRESIDENTE (Hélio José. Bloco Maioria/PMB - DF) - Vamos agora passar a palavra para o nosso querido representante do Presidente de Rotary Internacional, Sr. K. R. Ravindran, o Curador da Fundação Rotária e Presidente da Comissão Internacional Pólio Plus, Sr. Michael McGovern.
Todos podem ouvir a tradução pelo Canal nº 4.
O SR. MICHAEL MCGOVERN (Tradução consecutiva.) - Obrigado, Senador.
Não vou repetir todos os nomes que todo mundo falou, porque não quero mostrar uma pronúncia ruim.
Quero falar um pouco sobre como é maravilhoso estar aqui em Brasília e no Senado com alguns dos Senadores, com os rotários notórios deste País e com tantos que são dedicados de muitas formas diferentes.
Hoje, estou representando o Presidente do Rotary Internacional, Sr. Ravi Ravindran.
O Presidente Ravi é do Sri Lanka. Ele tem background. Como muitas pessoas no Brasil, ele não cresceu em uma plantação de café, mas em uma plantação. Os negócios não iam tão bem. Muitas mudanças afetavam os seus negócios. Ele acabou abrindo um negócio completamente diferente: ele fazia pacotes. Ele é um dos grandes fornecedores de empacotamento de chá. Ele é um exemplo entre 1,2 milhão de rotarianos que estão em diferentes localizações, que têm distintos postos e que se encontram a cada semana para trocar ideias e tomar atitudes.
Paul Harris, nosso fundador, há 111 anos, em Chicago, provavelmente, não tinha ideia do que aconteceria na frente, de como teria sucesso o Rotary. Naquele primeiro encontro, eles decidiram eleger posições. Hiram Shorey era o Primeiro-Secretário. Ele é do mesmo pequeno Estado em que moro, que se chama Maine. Hiram Shorey foi eleito Secretário e, para nosso conhecimento, nunca foi para nenhuma outra reunião do Rotary. Não há nada que diga que ele fez alguma carta, que tomou nota. Mas ele fez o que tinha de fazer. A organização cresceu.
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Em parte, o que o Rotary faz? Ele atende as agendas e as organizações, para fazer o bem na comunidade. E tem um começo insuspeito. Há 100 anos, houve a convenção do Rotary, e eles decidiram dar um presente ao Presidente do Rotary International. Pegaram uma coleção, e houve uma sobra de US$26.5. Com este dinheirinho, eles começaram a Fundação Rotariana, com US$26.5. Trinta anos depois disso é que o Rotary teve qualquer contribuição. As pessoas apenas queriam fazer coisas na comunidade, colaborar com a comunidade. E, como resultado, devagar - Paul Harris morreu -, os rotarianos no Brasil e em todo o mundo começaram a doar para a Fundação. Surgiu o programa de bolsas, para mandar pessoas de um país para o outro. Foi assim que começamos.
Quando penso no Rotary - sei que o Presidente Ravi acha isto também -, penso no que aconteceu depois. Todos os sucessos todo mundo pode ver.
Ali no balcão, há um estudante de intercâmbio que veio ao Brasil para aprender sobre sua cultura e para promover a compreensão entre os países e a paz. Assim como ele está no Brasil, existem muitos brasileiros que estão em outros países. São jovens visitando os países, vivendo uma experiência maravilhosa. Isso é o que os rotarianos fazem. Isso faz as pessoas terem uma vida melhor. Verdadeiramente, fazemos a diferença na vida das pessoas a que servimos, assim como na nossa própria vida. Nós sabemos que estamos fazendo a diferença.
O Presidente Ravi tem o seu grupo, que dá um presente para o mundo. Alguns de nós estão pensando assim: que diferença realmente fazemos?
O Pólio foi mencionado algumas vezes.
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Eu acabo sendo o presidente do comitê de pólio, mas o que eu aprendi com isso é que não é o diretor, o curador ou o Presidente do Rotary que realmente faz o programa de erradicação da pólio; são os clubes ao redor do mundo. Os clubes aqui em Brasília, nos EUA, os clubes que são realmente globais que fazem a diferença.
Por que estamos gastando tanto dinheiro com a pólio? É uma doença com a qual não estamos mais tão familiares. Há 30 anos, sabíamos que havia muito. "E por que vocês ainda estão gastando dinheiro com isso, quando só há dois casos em 2016?" Uma das razões é que nós prometemos que terminaríamos com a pólio, que chegaríamos a zero. E, segundo, porque existem tantos benefícios desse programa! Se os senhores vissem a Organização Mundial em um país como a África, são US$110 milhões para a pólio, mas, na verdade, 80% desse dinheiro da Organização Mundial de Saúde proveem todo o tipo de imunização. Não estamos simplesmente erradicando a pólio, estamos trabalhando com uma série de outras imunizações e, realmente, salvando crianças em números incontáveis.
Eu estava em um evento, pouco tempo atrás, em que o Presidente do Senado, nos Estados Unidos, para controle de doenças, realmente estava com uma questão de ética. E Dr. Friedan disse: "Se não fosse pela rede de pólio que o Rotary financiou na Nigéria, o ebola não teria sido controlado na Nigéria; e, se o ebola não tivesse sido controlado na Nigéria, estaria fora de controle pelo resto do mundo." Ora, isso foi dito pelo Presidente do Comitê Americano de Controle de Doenças e outras autoridades da Organização Mundial de Saúde.
Então, os rotarianos que estão fazendo a erradicação da pólio estão fazendo uma grande diferença na vida das crianças. Quando você pensa em 350 mil crianças, isso é muita coisa!
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Nenhuma organização no mundo começou alguma coisa para erradicar uma doença como o Rotary fez, e nós não podemos estar menos orgulhosos desses. Mas veja o objetivo, como nosso curador disse: ir atrás do objetivo e conquistar.
Uma outra coisa que se fala sobre a fundação Rotary: nós fazemos muitos projetos. Quando nós dizemos "nós", os projetos da fundação Rotary são todos desenvolvidos nas comunidades, nos clubes ao redor do mundo.
O Curador Mario e todos nós aprovamos um financiamento para a Nigéria, mas há uma coisa na Fundação Rotary: todos esses financiamentos são desenvolvidos pelos clubes do Rotary. Metade do dinheiro que vai para as fundações do Rotary veio das comunidades.
Vou dar um exemplo: há um ano ou ano e meio, chamaram-me para as Filipinas, e eles disseram: "Não vamos falar de cinco grupos diferentes. O que você quer fazer durante o dia? Quer ir jogar golf?" "Eu não estou indo para as Filipinas para jogar golf! Eu queria ver os projetos do Rotary, eu quero ver o bem que os rotarianos fazem."
Então, eles nos levaram para um hospital. Era inacreditável ver as mães que estavam ajudando com os equipamentos e outras necessidades. Eles nos levaram para as escolas, onde as pessoas estavam realmente dentro da escola e criando um futuro. Eles nos levaram para uma clínica de saúde, em uma comunidade muito pobre. Você não pode imaginar como se parecia essa comunidade! Eles nos levaram para esse centro de saúde, que estava sendo iniciado pelos rotarianos e financiado pela fundação rotariana. Nós financiamos equipamentos, as camas, e, realmente, era um lugar onde as pessoas podiam ficar, já que elas tinham problema de saúde.
Eles me deram esse neném, e o neném era bem novinho. Eu estava segurando esse neném, e eles me disseram que alguém na comunidade havia encontrado esse bebê no esgoto, há duas semanas, abandonado, e ele havia sido trazido para essa casa de saúde.
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Vejam, se o Rotary não estivesse ido lá, o bebê teria, talvez, sido levado para outro lugar.
A gente se pergunta, às vezes: por que nós somos rotarianos? Ter uma experiência como essa, de segurar um neném que estava sendo cuidado por um centro de saúde, financiado pela Fundação Rotary!
Há mais de 100 anos da Fundação Rotary, e eu acho que, para nós, que somos rotarianos, é muito importante passar a mensagem desse grande trabalho que nós, rotarianos, fazemos; o trabalho maravilhoso que o Rotary faz na vida das pessoas.
É verdadeiramente importante que grupos como os do Senado brasileiro reconheçam os rotarianos, os trabalhos do Rotary. Como trustee Mario mencionou, nós trabalhamos com tantos companheiros e os principais parceiros no mundo são...
No final de semana passado, eu estive em uma reunião sobre o progresso do programa da pólio, em Dubai e Afeganistão, esses dois países onde ainda existe a poliomelite e que ainda é endêmica, e os oficiais do governo disseram: "O Rotary está realmente fazendo a diferença na erradicação da poliomielite e no Paquistão ou é o Bill Gates?" Quem quer que seja! "Onde é que o Rotary cabe aqui?" E eles disseram: "Você não vai acreditar o que o Rotary abre com relação aos oficiais do governo, para passar a mensagem da importância da erradicação da poliomielite. E nós vamos ver o último caso de pólio neste ano."
Porque os rotarianos do Paquistão batem nas portas e insistem para que as crianças sejam imunizadas, e encorajam, pelos exemplos dos rotarianos ao redor do mundo e dos governos ao redor do mundo, a continuarem financiando a erradicação da pólio.
É uma grande história, uma história maravilhosa para todos vocês que vêm esse trabalho bom, para todos vocês que vêm o trabalho dos rotarianos, em todas as comunidades.
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Rotary é servir a humanidade. Nosso presidente disse: "Nós viemos para ser um presente para o mundo." Nós não fazemos isso num sentido egoico, mas fazemos porque nós queremos fazer a diferença na vida das crianças e daqueles que nós servimos.
Então, Srs. Senadores, eu gostaria de agradecer-lhes, particularmente por dar foco ao bom trabalho que o Rotary faz aqui no Brasil e ao redor do mundo.
Muito obrigado. (Palmas.)
O SR. PRESIDENTE (Hélio José. Bloco Maioria/PMB - DF) - É com muita honra que o Senado tem essa parceria para poder estar aqui com o Rotary.
Agora nós vamos ouvir o nosso "Senador educação", uma pessoa conhecida no nosso Brasil pelo seu esforço, para que a coisa mais importante do ser humano, que é a educação, seja realmente uma realidade neste País.
Nosso Senador Cristovam Buarque, ex- Governador do Distrito Federal, uma autoridade nesse assunto.
O SR. CRISTOVAM BUARQUE (Bloco Socialismo e Democracia/PPS - DF. Sem revisão do orador.) - Boa tarde a cada uma e a cada um.
Meu caro amigo, Senador Hélio José, eu quero cumprimentá-lo por presidir esta sessão. Este é um momento que toca todos nós, e eu vou dizer por quê.
Quero cumprimentar também o Sr. Michael McGovern, agradecer muito a fala que ele fez aqui, há pouco, que é o exemplo de alguém que tem a solidariedade como uma das razões de ser da sua vida.
Quero cumprimentar o meu conterrâneo José Ubiracy Silva, o Sr. Mario César Martins de Camargo e a Srª Vera Lúcia Camilo Ribeiro.
Quero dizer a vocês que, embora eu nunca tenha sido membro do Rotary formalmente, eu me considero parte do Rotary. Primeiro, por razões familiares. Um tio meu, em Pernambuco, Severino Queiroz, no seu clube, sempre me tratou como sendo um dos sobrinhos rotarianos, e não apenas filho de uma irmã dele. Segundo, porque eu tenho, com muito orgulho, a condecoração Paul Harris, que recebi anos atrás - aqui, alguém se lembra disso? E eu tenho, com muito carinho, essa condecoração. Sobretudo, porque eu creio que todos que têm o mínimo de sentimento de solidariedade nas veias é um rotariano.
Eu sinto que, por influência materna, paterna, de amigos, de colégio, da minha vida, eu carrego comigo esse lado da compaixão e esse lado da solidariedade. Por isso, eu sou rotariano. (Palmas.)
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Sou também pela admiração que tenho, pelo fato de que vocês, vamos chamar assim, rotarianos, constituem uma coisa que considero admirável: não são apenas solidários; são uma família mundial. A sensação é a de que, quando encontro pessoas do Rotary, que nunca se viram antes, elas já convivem como se fossem irmãos, com uma manifestação - não direi de solidariedade, porque isso é com os outros - de irmandade. Isso me toca bastante.
Além disso, estamos em um mundo em que a globalização, que provocou coisas boas, mas provocou tantas coisas ruins, como a desigualdade crescente, como a degradação ambiental, essa globalização tem o exemplo de globalização do bem, que é o Rotary. O Rotary é uma globalização do bem e anterior à globalização econômica, anterior à globalização comercial. É uma globalização do bem.
Quando vemos o Sr. Mcgovern falar da luta pela erradicação da pólio no mundo, nos dá orgulho saber que pessoas que não são políticas, que não são do governo, que apenas são parte da humanidade sofrem com a situação da humanidade e lutam para erradicar uma das razões mais fortes de sofrimento, que são as consequências da pólio sobre as pessoas que foram contaminadas, em geral, na idade infantil.
Esse é um exemplo muito grande de um trabalho global do bem, querendo resolver um problema tão grave. Há um slogan sobre o Rotary, que vi em algum lugar, que diz que a finalidade é fazer o bem pelos outros, e é isso que vemos com a luta contra a pólio.
Entretanto, gostaria de fazer aqui uma sugestão, um pedido, para uma luta mais difícil do que a contra a pólio, embora possa dizer que não tão importante, alguns achem, que é a luta pela erradicação do analfabetismo no mundo.
O mundo global, o mundo moderno, o mundo das letras tem 700 milhões de pessoas adultas que não sabem ler e que, portanto, são, de certa maneira, deficientes no dia a dia da vida.
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Nós hoje falamos tanto, Sr. McGovern, especialmente no Brasil, nos riscos de crianças nascerem com microcefalia, ou seja, os cérebros serão pequenos, mas há milhões de pessoas no mundo que nascem com cérebro de tamanho normal e não se desenvolvem do ponto de vista intelectual por falta de educação.
Nós estamos tão atrasados hoje que estamos tratando os cérebros dos seres humanos como cérebros de outros animais, cuja única dimensão importante é a dimensão biológica, é o tamanho físico do cérebro. No caso dos seres humanos, há dois tamanhos: o tamanho biológico e o tamanho intelectual. O tamanho biológico é físico, é daquele tamanho, tem um peso determinado, mas o tamanho intelectual depende da educação, das leituras, das amizades. O cérebro cresce de duas maneiras nos seres humanos: biologicamente até nascer; depois, um pouco após nascer, porque continua crescendo um pouco e para; e do ponto de vista intelectual, do que ele acumula ao longo da vida, que pode crescer sempre, pode crescer até o último dia de vida se dermos acesso a informações e à formação também, à educação.
Um dia, imagino que haverá um encontro do Rotary para comemorar: missão cumprida, não há mais pólio no mundo. Vai chegar esse dia, e o mundo vai agradecer ao Rotary. Mas vai demorar muito ainda até que possamos dizer: ninguém com mais de seis anos de idade é analfabeto. Todos, com mais de seis anos, sabem ler. Esse é um desafio que eu gostaria de ver o Rotary abraçando também. É mais difícil, porque não existe vacina para o analfabetismo, não há gotinhas para o analfabetismo. É mais difícil, tem que mobilizar professores, salas de aula. Levar analfabetos adultos para aprender a ler é muito difícil, porque é difícil aprender a ler depois de certa idade. É muito difícil.
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Mas acho que dificuldade não é uma palavra que faz medo a rotarianos. Eu creio que os rotarianos são capazes de aceitar com tranquilidade os desafios carregados de dificuldades. Por isso eu deixo aqui esse desafio.
Eu sei que já há muitos grupos, clubes, rotarianos envolvidos nisso, inclusive em Brasília. Mesmo assim, faço questão de dizer: vamos homenagear Paul Harris, continuando a luta contra a pólio, continuando todas as outras formas de solidariedade, que caracterizam os rotarianos, mas vamos trazer isso como desafio fundamental para que, dentro de algumas décadas, possamos dizer que no mundo não há mais dengue, não há mais pólio e não há mais adultos que não saibam ler.
Esta é a maneira de homenagear vocês, de manifestar o meu orgulho de estar aqui, o meu respeito por vocês: trazendo mais um desafio. O Rotary, essa globalização do bem, pode muito bem ser um instrumento de luta pela educação em todo o mundo, para que, neste mundo, todos tenham acesso a uma boa educação, sem o que não é possível ser plenamente livre.
Muito obrigado por estarem aqui prestigiando o Senado e nos deixando a oportunidade de estarmos juntos com vocês.
Um grande abraço para cada uma e para cada um de vocês e muito obrigado por existirem como rotarianos. (Palmas.)
O SR. PRESIDENTE (Hélio José. Bloco Maioria/PMB - DF) - Parabenizo o nosso Senador Cristovam pelas belíssimas palavras, ao mesmo tempo em que o convido para presidir a sessão, pois, antes de encerrar, eu pretendo dizer algumas breves palavras do púlpito.
Senador Cristovam, por favor, eu vou fazer o meu pronunciamento, e V. Exª vai concluir os trabalhos.
O SR. PRESIDENTE (Cristovam Buarque. Bloco Socialismo e Democracia/PPS - DF) - Com a palavra o Senador Hélio José, que representa tão bem o Distrito Federal.
O SR. HÉLIO JOSÉ (Bloco Maioria/PMB - DF. Pronuncia o seguinte discurso. Sem revisão do orador.) - Agradeço a S. Exª o Senador Cristovam Buarque, que nos orgulha a todos, pelas palavras ditas aqui e por sua vida mesmo, em defesa da educação, em defesa de uma sociedade melhor e mais justa. É com muita alegria que divido este mandato no Senado com o Senador Cristovam e com o Senador Reguffe, que é o outro Senador de Brasília.
Quero cumprimentar novamente a nossa querida Vera Lúcia Camilo Ribeiro por dirigir os trabalhos aqui em Brasília. Vera, eu acho muito importante estarmos juntos, colocando-nos à disposição para ajudar naquilo que estiver ao nosso alcance.
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Quero cumprimentar o Sr. Michael McGovern por suas palavras. Sinceramente, Sr. Michael, você colocou os pingos nos "is", como se diz aqui, a forma adequada de caminharmos. Muito obrigado por suas palavras e por sua consideração.
Quero cumprimentar o Diretor Internacional do Rotary, Sr. José Ubiracy Silva, por esta sessão maravilhosa, pelos trabalhos que vêm sendo realizados aqui e pelo mundo afora. Como o Senador Cristovam disse, é impagável a dívida que nós temos com cada rotariano, pelo sacrifício, pelo trabalho que executa no dia a dia, para dar a vara para pescar e não apenas o peixe.
Quero cumprimentar também todos os rotarianos e rotarianas aqui presentes e dizer que a organização que vocês têm - governador, representante - é muito bacana. Um dia eu quero até conversar com um de vocês para entender melhor essa organização - não é, Cristovam? - tão bacana.
Agora, umas breves palavras.
Sr. Presidente, Srs. Senadores, senhores rotarianos presentes, a presente sessão especial que festeja os 111 anos da fundação do Rotary Internacional e do centenário da criação da Fundação Rotária é uma eloquente demonstração do quanto essas entidades são reconhecidas por sua contribuição para a construção de um mundo melhor, um mundo onde haja esperança. E essa esperança o Senador Cristovam aqui apontou: a educação.
Ao longo do tempo, o Rotary Internacional e a Fundação Rotária se firmaram perante a comunidade a internacional como agentes na promoção da ética pessoal e profissional e como parceiros na busca do melhor entendimento entre os povos. Neste mundo tão difícil, tão desigual, essa parceria entre os povos é muito importante.
O que mais impressiona, Sr. Presidente Cristovam Buarque, nessa belíssima trajetória do Rotary, desde sua criação, em 1905, é o fato de que suas propostas permaneceram inalteradas, ao mesmo tempo em que sua atuação se diversificou. Não só o Pólio Plus, mas são tantas as coisas que vocês fazem! Impressiona, também, a longevidade de uma instituição que, mesmo no mundo contemporâneo, marcado pela competição e pelo individualismo, continua inarredável em seus objetivos de promover a paz e a cooperação.
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Não admira, portanto, a escolha do lema do Rotary para o período de 2016 a 2017: "Rotary a serviço da humanidade".
Há uma semana, na segunda-feira, em uma sessão solene como esta, comemoramos o lema da Campanha da Fraternidade. Homenageamos a CNBB e o Conic. É uma felicidade, no momento em que estamos enfrentando a crise de dengue, de zika, de doenças que não deveriam estar em nosso País, que a Campanha da Fraternidade discuta a questão do saneamento, que é tão fundamental. A mesma coisa em relação ao lema "Rotary a serviço da humanidade". É muito importante. E cada um dos rotarianos no Brasil, como disse o nosso Presidente aqui, pode se somar aos esforços governamentais, aos nossos esforços, no sentido de conscientizar as pessoas de que precisamos acabar com esse mal no nascedouro. Temos que nos livrar de qualquer possibilidade de água empossada, de água parada, para evitar que esse mal tão grande da microcefalia e outros causados pela zika, pela dengue e pela chikungunya atinjam a nossa população.
Conforme anunciou, durante a Assembleia Internacional de San Diego, o presidente recentemente eleito do Rotary International, John Germ, o lema é este: "Rotary a serviço da humanidade". O lema, como os demais escolhidos em gestões anteriores, enquadra-se na missão principal da instituição, que remonta aos seus primórdios, que é: "Dar de si antes de pensar em si". É aquilo que o nosso nobre Senador Cristovam aqui falou. É um sacrifício contínuo, um rotariano não mede esforços para ajudar outro irmão. Isso é importante demais!
Na verdade, era esse o estado de espírito de Paul Percy Harris e um grupo de amigos quando, no dia 23 de fevereiro de 1905, em Chicago, fizeram a primeira reunião de um clube de amigos dispostos a promover a ética, a camaradagem e serviços à comunidade, nobre Senador Cristovam, com US$26,25 - olha que importância, não é? -, e conseguiram fazer com que o Rotary chegasse ao tamanho que tem hoje. Não imaginavam, evidentemente, que suas propostas teriam tamanha ressonância e que encontrariam tamanha adesão. Apenas cinco anos após aquela reunião, o clube já obtivera repercussão em grande parte do território dos Estados Unidos, dando origem à Associação Nacional de Rotary Clubes. Cinco anos apenas.
Dois anos depois, a criação de um Rotary Clube, na cidade canadense de Winnipeg, justificava a mudança do nome da entidade para Rotary International - já havia saído das fronteiras dos Estados Unidos -
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No ano seguinte, 1911, o Rotary chegava à Europa, com a abertura de clubes em Dublin e em Londres. Desde então, os propósitos de Paul Percy Harris e seus amigos ganharam o mundo, congregando atualmente mais de 1,2 milhão de associados em mais de 34 mil clubes presentes em quase todos os países. E temos o orgulho de ter alguns desses clubes aqui, em Brasília, que tanto nos ajudam.
O espantoso crescimento da instituição requeria uma estrutura que desse suporte financeiro às atividades comunitárias e filantrópicas. Assim, surgiu, há cem anos, a Fundação Rotária, que administra um fundo de doações de rotarianos e amigos para financiar programas humanitários em numerosos países. Essa estrutura permitiu, por exemplo, que o Rotary se envolvesse com a saúde pública, tornando-se parceiro de entidades como a Organização Mundial de Saúde (OMS) e o Fundo das Nações Unidas para a Infância (Unicef), e, hoje, essa parceria é muito importante com o Rotary.
É de se destacar, Sr. Presidente, entre outras tarefas humanitárias que o Rotary International se propôs a realizar, o programa Pólio Plus, que visa à erradicação mundial da poliomielite. Esse, aliás, foi um dos programas do Rotary International destacados pelo Presidente John Germ, pois a poliomielite, que há poucas décadas afetava centenas de milhares de crianças, está hoje prestes a ser erradicada, existindo, na forma endêmica, apenas no Paquistão e no Afeganistão. "Estamos em uma encruzilhada, olhando para um ano que poderá ser conhecido como o maior da história do Rotary: o ano em que o mundo verá o último caso de pólio", disse John Germ aos governadores eleitos na Assembleia Internacional de San Diego. Isso graças ao trabalho do Rotary.
A atuação na área da saúde é um dos destaques na programação de atividades do Rotary. Entretanto, não se pode ignorar sua contribuição no aprimoramento da educação, como o Senador Cristovam aqui ressaltou, e na promoção de uma cultura de paz entre os povos, entre outras questões. Milhares de jovens profissionais participam do Programa de Intercâmbio da instituição para estudar no exterior e milhares de bolsas de nível superior têm sido concedidas todos os anos.
Eu, Senador Cristovam, tenho uma filha na Escócia. Sei o quanto é importante uma parceria para que os jovens se eduquem no exterior, como V. Exª disse, e o Rotary tem feito um trabalho excepcional nesse ponto.
O engajamento da juventude nas atividades rotarianas, a propósito, é uma realidade. Nesse aspecto, merecem destaque os Interact Clubs, que congregam jovens, patrocinados pelas próprias associações, para desenvolver ações em favor da comunidade.
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O primeiro Interact Club, sigla que significa International Action, Ação Internacional, foi fundado em 1962, na Flórida. Outros logo foram criados pelo mundo afora. Em suas atividades, esses jovens, ao mesmo tempo em que fazem amizades duradouras, desenvolvem o espírito de liderança, fazem contatos internacionais e se envolvem em projetos comunitários. Para isso, os Interact Clubs promovem pelo menos dois projetos anuais, um voltado para ajuda à escola ou à comunidade e outro voltado para a compreensão internacional.
O Brasil, Srªs e Srs. Senadores, senhoras e senhores rotarianos aqui presentes, tem sido altamente receptivo às propostas formuladas naquele longínquo ano de 1905, por Paul Harris. O primeiro Rotary Club chegou ao nosso País em 1922, com a fundação de uma agremiação no Rio de Janeiro, seguida de outra, dois anos depois, em São Paulo. Desde então, a instituição não parou de crescer em nosso território, comprovando a identificação dos brasileiros com os objetivos da entidade internacional, que podem ser resumidos no tripé relacionamento social, relacionamento profissional e serviço comunitário, o que é muito importante.
Essa identificação, nobre Senador Cristovam, fica evidente também na expressiva participação dos dirigentes brasileiros na administração do Rotary Internacional, que já foi presidido pelo paulistano Armando de Arruda Pereira, um paulistano, que foi dirigido pelo carioca Ernesto Imbassahy de Mello, que foi dirigido pelo santista Paulo Viriato Corrêa da Costa. Em sua gestão, Paulo Viriato manifestou permanente preocupação ecológica, tendo cunhado a frase "Preserve o Planeta", que se tornou um verdadeiro lema para milhões de pessoas. Sua proposta de preservação da natureza deu origem a um dos programas permanentes do Rotary e ao plantio de mais de 10 milhões de árvores. Esse é um legado que o Viriato nos deu, que nós temos que agradecer o resto da vida.
Em nossa região temos 70 clubes, que conformam o Distrito 4530 da nossa presidente que está aqui. São pessoas que há algumas décadas têm agido em favor da dignidade humana, quer por meio da iniciativa localizada contra a fome, quer no patrocínio de ações da saúde e assistência social. Os rotarianos estão presentes em nossa sociedade sempre promovendo o bem, como tem feito o Rotary Club do Gama, que organiza há 22 anos a Caminhada da Paz. Há 22 anos um grupo significativo dessa cidade de Brasília chamada Gama se junta para caminhar e louvar a promoção da paz. Isso tudo comandado pelo Rotary, evento que já foi incorporado ao calendário oficial do Distrito Federal, pela Lei nº 4.708, de 2011.
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No próximo dia 17 de abril, a partir das 7h30 da manhã, com concentração no estacionamento do Estádio Bezerrão, na Vila Olímpica do Gama, vestidos de camisetas brancas, milhares de rotarianos caminharão pela paz. Tomo a liberdade de convidar V. Exª, nobre Senador Cristovam, todas as pessoas aqui presentes e aqueles que nos assistem pela TV Senado a se somarem a essa importante iniciativa, na qual estive no ano passado. Pude testemunhar, com a minha presença, a importância dessa Caminhada da Paz que acontece lá no Gama.
(Soa a campainha.)
O SR. HÉLIO JOSÉ (Bloco Maioria/PMB - DF) - Estamos às vésperas de um evento, Srªs e Srs. Senadores, senhoras e senhores rotarianos aqui presentes, que reunirá nesta capital, neste fim de semana, um grande número de rotarianos. É com grande satisfação que o Senado Federal enaltece os 111 anos do Rotary Internacional, quando Brasília recebe mais de 200 presidentes de clubes de todo o Brasil no Seminário de Treinamento de Presidentes Eleitos e Lideranças Rotárias. Ao ensejo, aproveito para congratular-me com os participantes do evento, com toda a comunidade rotária, augurando muito sucesso em suas realizações e o pleno reconhecimento da comunidade internacional.
O Senador Renan não pôde vir, mandou um abraço a todos e solicitou que nós dirigíssemos a sessão. Ele está viajando, não está em Brasília.
(Soa a campainha.)
O SR. HÉLIO JOSÉ (Bloco Maioria/PMB - DF) - O nosso Senador Serra também está viajando e lamentou não poder estar aqui.
(Manifestação da plateia.)
O SR. HÉLIO JOSÉ (Bloco Maioria/PMB - DF) - Chegou? O Serra está aqui? Serra, por favor, venha para a Mesa. (Palmas.)
O nosso signatário principal, número um desta sessão solene, vai falar, o Senador Cristovam passa a palavra para você. Então, o Serra está aqui entre nós, achei que ele tivesse ido para São Paulo. Que bacana! Fico muito feliz, a gente vai poder ouvir as palavras dele. Eu achei que fosse encerrar as falas, mas não; nós vamos ter o prazer e o privilégio ainda - o Senador Cristovam vai dirigir a parte final - de ouvir o nosso Presidente Serra. Que alegria!
Contem conosco, contem comigo, com o Senador Cristovam, com o Senador Reguffe. No que nós pudermos ajudar, o Rotary pode contar conosco aqui da Bancada de Brasília.
Muito obrigado a todos. Um abraço. (Palmas.)
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O SR. PRESIDENTE (Cristovam Buarque. Bloco Socialismo e Democracia/PPS - DF) - Ao mesmo tempo em que agradeço ao Senador Hélio José, eu o convido a reassumir a Presidência.
Quero convidar, com muita satisfação, o Senador José Serra para fazer uso da palavra, ele que foi a pessoa que tomou a iniciativa deste evento.
Cumprimento essa grande figura que é o Deputado Antonio Imbassahy, que está presente aqui. (Palmas.)
Muito obrigado pela presença.
Senador Serra, com a palavra.
O SR. JOSÉ SERRA (Bloco Oposição/PSDB - SP) - Eu queria dar meu boa tarde a todos e a todas.
Para mim, foi motivo de satisfação ter feito o requerimento para esta sessão especial do Senado em relação ao Rotary Club. Foi uma distinção. Encarei como uma distinção poder apresentar, ter recebido a ideia de apresentar o requerimento.
Quero dizer que o Senado ficou muito bem representado aqui com os nossos Senadores Hélio José e Cristovam Buarque, que são rotarianos desde criancinhas, mesmo sem saberem. O Cristovam é da minha geração, pessoa que tem uma longa folha de serviços em função do investimento em capital social. O Rotary é o campeão mundial de investimento em capital social. Essa é a questão, o aspecto que eu acho mais importante de todos.Eu vi há algum tempo um livro de um rotariano, David Putnam, chamado Bowling Alone, que mostra precisamente a perda que tem sido para os Estados Unidos a dilapidação desse capital, o enfraquecimento desse capital.
O Rotary é o maior investidor do mundo em capital social, uma vez que é a entidade não governamental que presta serviços sociais com o maior número de voluntários no mundo inteiro. A sua seção brasileira tem feito coisas ao longo dos anos que muito nos orgulham, que, aliás, eu tive oportunidade de compartilhar quando fui Ministro da Saúde, fizemos várias ações conjuntas. Na época, eu diria que o Rotary e a Pastoral da Criança foram as duas entidades parceiras principais, no âmbito da sociedade brasileira, do nosso trabalho na saúde.
Portanto, tenho todos os motivos para ficar feliz com esse centésimo aniversário da Fundação Rotária - acredito que alguém que fale inglês não vai saber dizer "rotária" -, os 111 anos de fundação do Rotary International e os 100 da Fundação Rotária em nosso País. Dou meus parabéns a todos. Fico satisfeito pela acolhida que os nossos dois Senadores proporcionaram e espero que tenham um fim de semana bastante produtivo e agradável aqui na Capital brasileira.
Muito obrigado. Um grande abraço a todos e, acima de tudo, parabéns. (Palmas.)
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Quero apenas dizer que vim aqui acompanhado pelo Líder do nosso Partido na Câmara dos Deputados, o Deputado Antonio Imbassahy, em cujo nome também falo aqui. Não apenas em nome dos Senadores, mas também dos Deputados do PSDB.
O SR. PRESIDENTE (Hélio José. Bloco Maioria/PMB - DF) - Com muita honra, nobre Senador Serra, que a gente recepciona aqui o nosso querido Imbassahy, ex-prefeito de Salvador, nosso Deputado pela Bahia. Obrigado, Imbassahy. Obrigado pela presença de todos também.
Encerramento. Cumprindo a finalidade da sessão, agradeço as personalidades que nos honraram com seu comparecimento. Está encerrada a sessão. Muito obrigado a todos que aqui estiveram presentes, nesse importante evento. Muito obrigado.
(Levanta-se a sessão às 16 horas e 40 minutos.)