Notas Taquigráficas
2ª SESSÃO LEGISLATIVA ORDINÁRIA
57ª LEGISLATURA
Em 23 de setembro de 2024
(segunda-feira)
Às 10 horas
137ª SESSÃO
(Sessão Especial)
Horário | Texto com revisão |
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R | O SR. PRESIDENTE (Castellar Neto. Bloco Parlamentar Aliança/PP - MG. Fala da Presidência.) - Declaro aberta a sessão. Sob a proteção de Deus, iniciamos nossos trabalhos. A presente sessão especial foi convocada em atendimento ao Requerimento nº 326, de 2024, de autoria do Presidente Rodrigo Pacheco. A sessão é destinada a realizar a abertura oficial da 5ª Semana dos Técnicos Industriais. Convido para compor a mesa desta sessão especial os seguintes convidados: Senador Izalci Lucas, já aqui ao meu lado; Sr. Ricardo Nerbas, Presidente do Conselho Federal dos Técnicos Industriais (Palmas.); Sr. Marcelo Bregagnoli, Secretário de Educação Profissional e Tecnológica do Ministério da Educação (Palmas.); Sr. Inácio Arruda, Senador pelo Estado do Ceará no período de 2007 a 2015 e atual Secretário de Ciência e Tecnologia para o Desenvolvimento Social do Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação (Palmas.); Sr. Mauro Henrique Moreira Sousa, Diretor-Geral da Agência Nacional de Mineração. (Palmas.) Convido a todos para, em posição de respeito, acompanharmos o Hino Nacional. (Procede-se à execução do Hino Nacional.) |
R | O SR. PRESIDENTE (Castellar Neto. Bloco Parlamentar Aliança/PP - MG) - Convido para compor a mesa o Senador Inácio Arruda. (Palmas.) O SR. PRESIDENTE (Castellar Neto. Bloco Parlamentar Aliança/PP - MG. Para discursar - Presidente.) - Senhoras e senhores, a presente sessão especial abre oficialmente a 5ª Semana dos Técnicos Industriais, realizando justa homenagem a esses profissionais de imenso valor para o crescimento econômico e alavancagem tecnológica de nosso país. Sou um grande entusiasta do ensino técnico profissionalizante, que não é importante apenas para suprir as demandas do mercado de trabalho da nossa economia. O ensino técnico é importante sobretudo pelo seu aspecto social, porque permite um acesso mais rápido ao mercado de trabalho, gerando renda e emprego para os nossos jovens. São muitas as áreas de atuação de um técnico industrial no campo e na cidade: construção civil, indústria elétrica, indústria mecânica, agrimensura e muitos outros setores. Existem hoje, no Brasil, mais de 200 diferentes formações para técnico industrial. Formações distribuídas em 13 eixos tecnológicos, todos com a possibilidade de certificação intermediária, com formação continuada e cursos de especialização. Existe também a possibilidade de verticalização para cursos de graduação no itinerário do técnico em formação, quer dizer, o estudante pode seguir numa graduação, aproveitando disciplinas do seu curso técnico. A formação técnica tem a característica central de privilegiar o aprendizado prático. Todos os dias, o aluno põe a mão na massa, o que aprofunda e fortalece a formação teórica, criando profissionais muito preparados para as demandas do mercado, com alta empregabilidade. |
R | Minhas amigas e meus amigos, por força de lei promulgada em 2009, o 23 de setembro tornou-se o Dia Nacional dos Profissionais de Nível Técnico. E a data é especialmente útil para refletirmos sobre os avanços que o Estado e a sociedade civil têm feito e ainda podem fazer para a contínua promoção e o aperfeiçoamento do ensino técnico profissionalizante no Brasil. É o que esperamos realizar nesta sessão e em todos os eventos da 5ª Semana dos Técnicos Industriais. Finalizando, cumprimento especialmente S. Exa. o Presidente Rodrigo Pacheco pela apresentação deste requerimento, que demonstra o acerto não só de S. Exa., mas de todo o Senado Federal. Muito obrigado pela presença de todos. (Palmas.) Neste momento, solicito à Secretaria-Geral da Mesa a exibição de um vídeo institucional. (Procede-se à exibição de vídeo.) O SR. PRESIDENTE (Castellar Neto. Bloco Parlamentar Aliança/PP - MG) - Concedo a palavra ao Senador Izalci Lucas. O SR. IZALCI LUCAS (Bloco Parlamentar Vanguarda/PL - DF. Para discursar.) - Sr. Presidente Senador Castellar Neto, eu o cumprimento e parabenizo também o nosso Presidente Rodrigo Pacheco pela iniciativa desta sessão solene. Quero cumprimentar o nosso Presidente interino do Conselho Federal dos Técnicos, Ricardo Nerbas; o Sr. Diretor-Geral da Agência Nacional de Mineração, Mauro Henrique Moreira Sousa; o nosso Secretário de Ciência e Tecnologia para o Desenvolvimento Social do Ministério da Ciência e Tecnologia, ex-Senador, colega nosso como Deputado e como Senador, Inácio Arruda; o Secretário de Educação Profissional e Tecnológica do Ministério da Educação, Marcelo; e todos os profissionais convidados, alunos e professores. Vou começar esse meu pronunciamento com uma fala do astrofísico e cientista americano Neil Tyson. Ele diz: "Não sei de nenhum momento da história da humanidade em que a ignorância foi melhor do que o conhecimento". Tyson, inspirado pelo filósofo Sócrates, estava falando do bem que o saber nos proporciona. |
R | E por que inicio aqui esta nossa celebração com esse tema? Pela importância do intercâmbio de profissionais técnicos, alunos, professores, dirigentes de entidades ligadas aos técnicos industriais que se seguirá pelos próximos dias, mas também pela importância, necessidade, urgência e sobretudo pelo desafio que o Brasil tem em formar profissionais técnicos em nosso país. Todos vocês que aqui estão sabem que, nos países mais desenvolvidos do planeta, os alunos do ensino médio já saem com o conhecimento de uma área técnica e podem iniciar suas vidas profissionais. Na Alemanha, na Dinamarca, na França e em Portugal, mais da metade dos alunos do ensino técnico, do ensino médio, cursam o ensino profissional. Já a Eslovênia e a Croácia têm as maiores taxas de matrícula na educação profissional. O Brasil, senhoras e senhores, é um dos países que menos investe em ensino técnico no mundo. De acordo com a Organização para a Cooperação e o Desenvolvimento Econômico (OCDE), o Brasil está entre os cinco países com menor percentual de estudantes matriculados na educação profissional. Um dos diferenciais do ensino técnico é que ele disponibiliza no mercado cursos focados no ensino prático e no aprofundamento de inúmeras áreas de atuação e de interesse. Por terem essas características, esses cursos desenvolvem as competências essenciais para o mercado de trabalho em âmbito nacional e até internacional. A Alemanha, motor econômico da União Europeia, tem um sistema que inspira várias outras nações, como os Estados Unidos, por exemplo. O sistema dual da Alemanha é feito junto com as empresas alemãs: o sistema permite que o aluno passe um terço do tempo do curso na escola e dois terços em estágio em uma companhia. Isso tem feito com que mais da metade dos alunos do ensino médio optem pelo ensino profissionalizante ao invés do curso superior. Mas, como eu sempre adverti em todos os debates dos quais participei aqui no Congresso Nacional e também em instituições Brasil afora, a exemplo da Alemanha a oferta dos cursos tem que ser feita junto com as empresas que deveriam participar da elaboração da grade curricular. Isso garante a entrada desses jovens no mercado de trabalho, nas companhias e até no empreendedorismo de alguns que façam a opção de montar seu próprio negócio. Senhoras e senhores, na Alemanha, as empresas são parceiras do Estado e assim garantem a eficiência do objetivo, que é preparar e capacitar o jovem para o mercado de trabalho. Não vou aqui me estender sobre o sistema alemão, mas até no que diz respeito aos professores, tudo é planejado. O Brasil carece de mão de obra e sabemos disso. A previsão, segundo levantamentos publicados, é de que o Brasil terá que qualificar cerca de 9,6 milhões de pessoas em ocupações industriais para os próximos anos. Isso significa que três a cada quatro trabalhadores precisarão passar pela formação, não só para fazer face às demandas de novas vagas, mas para repor os que se aposentam e aqueles que precisam continuar suas formações. |
R | De acordo com o Observatório Nacional da Indústria publicado agora, em fevereiro do ano passado, o Brasil precisaria de 77 mil técnicos industriais para o ano, especialmente nas áreas de logística e metalmecânica, além de profissionais que atuam em pesquisas, segurança do trabalho, desenhistas técnicos, eletroeletrônica, tecnologia da informação e construção. E é sempre bom lembrar e também alertar que as mudanças tecnológicas se dão em curto espaço de tempo e afetam praticamente todas as áreas de trabalho. Vimos o quanto tivemos que nos reinventar na pandemia, com prejuízos imensos, especialmente para as nossas crianças e jovens, que perderam uma parte significativa de suas vidas escolares. Vimos os nossos professores, muitos dos quais, além da falta de infraestrutura tecnológica em suas escolas, nas poucas em que havia internet, não estavam familiarizados com o uso da tecnologia. Já na logística, muitas empresas precisaram se reinventar, errar e aprender durante a pandemia, no processo de distribuição de mercadorias e acesso aos insumos. Não foi nada fácil. Senhoras e senhores, sabemos que a projeção do emprego setorial considera o contexto econômico, político e tecnológico, entretanto a diferença reside na formação a partir do emprego que se estima para os próximos anos. Certamente, leva-se em conta a conjuntura, mas não há dúvida de que a implementação de novas tecnologias nas empresas e as mudanças organizacionais nas cadeias produtivas serão realizadas. As vagas nesse nível de formação contabilizarão 2,2 milhões de postos de trabalho, que representam cerca de 18,4% do total do emprego industrial no país. A análise foi feita pelo Observatório Nacional da Indústria, com base no Mapa do Trabalho Industrial 2022-2025. Pelas informações que hoje temos, fica claro que precisamos dar toda ênfase na formação e qualificação de nossos profissionais técnicos. Por isso, faço aqui um apelo a todos que debaterão o setor nos próximos dias, na 5ª Edição da Semana dos Técnicos Industriais, importante evento de que hoje tenho a honra de participar: durante os debates que se seguirão, peço-lhes que nos ajudem a exigir do poder público, em especial do Ministério da Educação, que invista e faça valer o ensino técnico-profissional em todas as nossas escolas de ensino médio do país, para que possamos formar novos profissionais e assim vislumbrar o desenvolvimento e a prosperidade que todos desejamos para o nosso Brasil. Senhoras e senhores, nessa semana que passou, relatei o projeto que aprovou o nome de Anísio Teixeira como patrono da educação pública brasileira pelo seu legado, que inspira. Assim, eu finalizo o meu pronunciamento com uma frase desse grande brasileiro, que disse: "Educar é crescer. E crescer é viver. Educação é, assim, vida no sentido mais autêntico da palavra". Parabéns a todos os técnicos industriais deste país. Muito obrigado. (Palmas.) O SR. PRESIDENTE (Castellar Neto. Bloco Parlamentar Aliança/PP - MG) - Agradeço ao Senador Izalci Lucas e o cumprimento. Registro a presença também, agradecendo de igual forma, do Sr. Presidente do Conselho Regional dos Técnicos Industriais da 1ª Região, Marcelo Martins Guimarães e Silva, do Sr. Presidente do Conselho Regional dos Técnicos Industriais da 3ª Região, Luis Paulo de Sousa; do Sr. Presidente do Conselho Regional dos Técnicos Industriais da 4ª Região, Waldir Aparecido Rosa. |
R | Registro ainda que estiveram aqui presentes ao longo do discurso do Senador Izalci os alunos do ensino médio da Escola Estadual Professora Hermínia Pereira de Almeida, da cidade de Ataléia, do meu Estado de Minas Gerais. E ainda registro e agradeço a presença de todos os senhores e senhoras aqui em nossas galerias. Ainda representando o Presidente do Conselho Regional dos Técnicos Industriais de São Paulo, o Sr. Diretor Administrativo Wellington Guilherme Rezende; e o Sr. Diretor de Articulação e Fortalecimento da Educação Profissional e Tecnológica do Ministério da Educação, Claudio Alex Rocha; representando a Reitora do Instituto Federal de Brasília, o Sr. Assessor da Reitoria Adilson César de Araújo; representantes do Serviço Nacional de Aprendizagem Industrial (Senai), o Sr. Superintendente de Educação Profissional e Superior, Felipe Morgado, Sra. Consultora de Iniciativas Nacionais e responsável pelos cursos técnicos, Amanda Cunha de Oliveira, o Sr. Consultor de Iniciativas Nacionais na Área de Refrigeração e Climatização, Wendel Pereira da Costa dos Santos; Sras. e Srs. Vice-Presidentes, Diretores e Conselheiros do Conselho Federal e dos Conselhos Regionais dos Técnicos Industriais. Concedo a palavra ao Sr. Marcelo Bregagnoli, Secretário de Educação Profissional e Tecnológica do Ministério da Educação, por cinco minutos. O SR. MARCELO BREGAGNOLI (Para discursar.) - Muito bom dia a todas as pessoas que nos acompanham nesta sessão. Bom dia, Presidente Castellar. Agradeço pelo momento e pela deferência neste momento tão importante. O Senado brasileiro já demonstrou um compromisso muito grande com a educação profissional e tecnológica quando aprovou o PL 121, de autoria do Senador Rodrigo Pacheco, que prevê a amortização dos juros dos estados para investimento em educação, sobretudo em educação profissional, científica e tecnológica. Então, tenho que fazer esse destaque aqui de que a gente vai entrar numa nova era, se aprovado na Câmara, como foi nesta Casa, retornando e a gente implementando para otimização de vagas, mas otimização de vagas com qualidade. E aí já queria saudar o meu Secretário de Ciência e Tecnologia para o Desenvolvimento Social, Inácio Arruda, grande parceiro. Se existem duas secretarias que atuam conjuntamente, são essas duas, não somente pela divisão dos dispositivos de que participamos, mas, sobretudo, com projetos e ações. São duas secretarias que estão envolvidas justamente em ciência, tecnologia e educação. Então, Inácio Arruda, é uma satisfação tê-lo aqui conosco; é uma satisfação poder compartilhar de projetos, programas e ações em prol do desenvolvimento deste país. Então, agradeço muito ao senhor, nosso eterno Senador desta Casa, leve à nossa Ministra Luciana o nosso reconhecimento de atuação conjunta do Ministério, do MCTI, com o MEC em prol da sociedade brasileira. Queria fazer uma saudação ao nosso Presidente Ricardo Nerbas pela atuação conjunta também e agradecer o convite. Acho que a gente tem feito algumas reuniões - você, Solomar, Zé Carlos, Zé Pedro -, e a gente tem discutido em vários momentos a questão qualitativa: que nós precisamos, sim, avançar na oferta, na ampliação de oportunidades, mas a gente precisa, de modo concomitante, avançar numa análise qualitativa. E é isto que a gente tem feito em nossas conversas: essas orientações. Temos um GTI, que foi implementado, acerca da Política Nacional de EPT. É a primeira vez que nós temos uma política nacional, Senador Castellar, aprovada neste país, e agora em implementação. |
R | E o conselho tem atuado de uma forma muito ativa, dando as orientações, por exemplo, no apoio à criação do código validador, que vai criar uma data mínima entre a matrícula e a emissão do certificado. Estamos numa discussão profunda acerca do ensino à distância dentro da EPT, dentro da educação profissional e tecnológica. Então, são medidas qualitativas que temos buscado para que possamos ofertar serviços, serviços com qualidade, aos brasileiros. Eu sei que vocês estão celebrando neste momento justamente o início da 5ª Semana Nacional dos Técnicos Industriais, com o lema “Conquistas e Desafios”. Eu acho que a gente tem os dois exatamente: muitos desafios pela frente, mas, sob a liderança desse Governo, liderança do Ministro Camilo, que a todo momento nos coloca a questão qualitativa, nós temos muitas conquistas, sim, e teremos mais ainda pelos próximos dois anos. E aí eu quero cumprimentar, na pessoa do Ricardo, todos os técnicos aqui presentes, conselheiros. É uma satisfação tê-los aqui conosco. Eu queria saudar o Diretor da Agência Nacional de Mineração, Mauro Henrique Moreira Sousa, e agradecer também, Mauro, pela parceria. (Soa a campainha.) O SR. MARCELO BREGAGNOLI - Saúdo aqui especialmente os servidores presentes e os estudantes. É muito emblemático quando a gente tem estudantes numa plenária, acompanhando um processo democrático de discussão. Então, eu queria saudar o Serviço Nacional de Aprendizagem, os institutos federais, porque neste momento celebramos 115 anos da rede federal. Então, para nós, é muito caro. E, neste momento de compromisso, reitero - neste momento velado de compromisso com a qualidade - o restabelecimento e a implantação de programas de sucesso, como foi a discussão do novo ensino médio; como é o Pé-de-Meia, um processo de permanência estudantil; como é o processo agora da Escola em Tempo Integral... E, óbvio, a gente precisa agora avançar também para a oferta dos trabalhadores, numa visão subsequente, sobretudo - é uma preocupação nossa - com a efetivação da Política Nacional de Educação Profissional e Tecnológica. Então, a gente tem muito a celebrar, temos muito a trabalhar conjuntamente para uma ampliação nesse momento da rede federal, com mais de 140 mil vagas que serão abertas devido à criação das cem unidades dos institutos federais. Contem conosco, contem com o Presidente Lula, com o Ministro Camilo, com a secretaria, em prol do desenvolvimento, em prol de ações conjuntas. Obrigado e boa semana a todos. (Palmas.) O SR. PRESIDENTE (Castellar Neto. Bloco Parlamentar Aliança/PP - MG) - Concedo a palavra ao Sr. Inácio Arruda, Senador pelo Estado do Ceará, no período de 2007 a 2015, e atual Secretário de Ciência e Tecnologia para o Desenvolvimento Social do Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação, por cinco minutos. O SR. INÁCIO ARRUDA (Para discursar.) - Bom dia a todos e a todas. Bom dia, pessoal! (Manifestação da plateia.) O SR. INÁCIO ARRUDA - Sei que todos tomaram um café bastante reforçado! |
R | Presidente, Senador Castellar Neto, primeiro o meu agradecimento pelo convite, à nossa secretaria, ao nosso ministério, à nossa Ministra Luciana, que está acompanhando o Presidente na missão das Nações Unidas. E um agradecimento especial ao nosso Presidente Pacheco, que subscreveu esse requerimento. Isso é muito importante e muito significativo. E é significativa a data: é o quinto encontro de técnicos industriais, mas como disse o Marcelo, são os 115 anos de formação técnica no nosso país. Então, é um momento enriquecedor para todos nós. Ricardo Nerbas, que está presidindo o nosso conselho, quero cumprimentá-lo. Quero cumprimentar também o nosso Senador Izalci, que fez um pronunciamento aqui muito significativo. Mauro Henrique Moreira, nossos agradecimentos também e um grande abraço. Queria, Sr. Presidente, destacar nesta data, primeiro, a organização do nosso conselho - acho que foi também uma grande conquista -, o Conselho dos Técnicos Industriais; a luta para o reconhecimento das atribuições dos técnicos no Brasil, Brasil afora; a sequência também do trabalho e do esforço enorme do conselho na fiscalização das atividades da categoria; o trabalho em conjunto com o Ministério da Educação na fiscalização dos cursos de formação de técnicos no país - acho que é um trabalho muito importante -; e essa responsabilidade compartilhada no ministério com o Marcelo, porque diretamente, Marcelo, é uma responsabilidade que a gente tem sempre que examinar com cuidado na formação dos nossos profissionais. Então, eu queria primeiro cumprimentar o trabalho da nossa Secretaria do Ministério da Educação, a secretaria que cuida dos técnicos industriais, que cuida dos técnicos brasileiros. É um trabalho imenso que se realiza ali dentro do Ministério da Educação. E, ao cumprimentá-lo, Marcelo, quero cumprimentar o nosso Ministro, que está momentaneamente de férias - merecidas - no Estado do Ceará, com o compromisso também de ajudar os nossos candidatos, porque se trata da política do nosso país, e temos que eleger os nossos Prefeitos, os nossos Vereadores também nesse instante. Dito isso, eu examino um pouco a história. São 115 anos de formação, que foi avançando. Era Escola de Artes e Ofícios; depois, escola técnica; depois, Cefet; até chegarmos aos institutos federais no âmbito da formação pública federal. Esse instrumento da escola técnica pública também mobilizou os estados, que criaram programas de formação técnica nos seus estados. Então, foi um esforço coletivo, que reuniu a União e também foi para os estados. E é evidente que temos que destacar também o esforço realizado no Sistema S, criado ali no período do Governo de Getúlio, que se mantém até hoje e tem que se aprimorar permanentemente, porque é um sistema que deve ser sempre compartilhado entre trabalhadores e empregadores. E é preciso reforçar este sentido que o Sistema S tem, que é um compartilhamento de como a gente dialogar sempre para ter os melhores cursos. |
R | Eu venho de um curso técnico, na área de vendedor lojista, que foi o primeiro no Senac; depois um curso de técnico em desenho mecânico pelo Senai, que abriram as portas para duas graduações importantíssimas na minha vida: a primeira, em mecânica de máquinas, e a segunda, em eletrotécnica. Então são duas formações que eu levo para sempre. E eu sempre brinquei dizendo que, com o título que nós tínhamos na mão, Presidente, de um profissional formado com aquela qualidade, nós sobreviveríamos em qualquer canto do mundo. E é verdade, em qualquer lugar do mundo, um técnico bem preparado, bem formado irá sobreviver e, sobretudo, irá contribuir imensamente com o projeto de desenvolvimento do seu país. E são verdadeiros os dados aqui apresentados por Izalci e que depois foram mostrados como se trabalham pelo Marcelo. Durante esse período de 115 anos, nós fomos aos poucos com homens de grande talento, capacidade, inteligência e, sobretudo, com decisões políticas altivas, que já foram aqui citados. Anísio Teixeira, uma figura extraordinária, um baiano espetacular, que mobilizou o país inteiro para mostrar o papel da formação profissional, da formação técnica, da formação média e da qualificação do povo brasileiro. Ao lado dele, Lourenço Filho, que estava ali colado nesse esforço coletivo. É preciso citar a figura de Darcy Ribeiro. Ele sempre dizia, quando falavam que não tinha projeto para educação no país, ele dizia: "Tem projeto, sim. O projeto é não deixar o povo se formar". E é preciso romper com esse projeto e garantir que o povo se forme, tenha formação técnica, formação na área do ensino fundamental, na alfabetização, na universidade, porque é um caminho da humanidade, de ampliar e ampliar mais o seu conhecimento. E Paulo Freire. São gigantes, companheiros, respeitados no mundo inteiro, respeitadíssimos. E é sobre os ombros deles que nós atuamos hoje. E, por isso, é importante nós ressaltarmos sempre: sempre é uma decisão de caráter político. Sempre! Investir e colocar os recursos na educação e, especialmente, na formação profissional, que é mais exigente, porque ela exige laboratórios de alta qualidade, a formação dos nossos professores de maneira continuada, porque, todo dia, nós temos uma ampliação dos mecanismos, das ferramentas... (Soa a campainha.) O SR. INÁCIO ARRUDA - ... dos instrumentos destinados à preparação do povo nos países mais desenvolvidos e que nós temos que imediatamente trazer para nós. Hoje se fala da inteligência artificial. Eu sempre imagino que os fenícios, ao navegar nos sete mares, já usavam a inteligência artificial. Imagino que os incas também faziam isso, com outras ferramentas. Hoje nós temos ferramentas mais sofisticadas para a produção dos algoritmos, que vão permitir avançar mais na técnica, mas, sobretudo, nós temos que usá-la para incluir o povo, e não para aumentar a exclusão social. Acho que esse é o nosso grande papel. E como decisão política, essas decisões foram lá atrás. Criar a escola de artes e ofícios foi uma decisão política do Presidente da República. Ampliar as escolas técnicas e as universidades, já no Governo de Getúlio, no segundo especialmente, quando ele foi eleito, também foi uma decisão de caráter político. |
R | Sempre que se decidiu, teve uma cantilena, meu caro Presidente Castellar, de que a gente estava gastando demais, de que era muito gasto: tinha que contratar professores, tinha que contratar profissionais, tinha que contratar secretários, secretárias, técnicos, para manter as escolas, técnicos de laboratório. "Ninguém aguentava aquela gastança. O país não iria aguentar aquela gastança". O país não aguenta é a ignorância! O país não aguenta é a violência! O país não aguenta é a desinformação, é a fake news. É isso que o país não aguenta. O país precisa de mais técnicos, de mais gente formada, preparada. E essa decisão é de caráter político. (Palmas.) E essa decisão, vocês podem ter consciência, esse torneiro mecânico, que está governando o país pela terceira vez, tem. O Presidente Luiz Inácio Lula da Silva acaba de anunciar mais cem novas escolas técnicas profissionais no nosso país - mais cem novos institutos, e isso também arrasta os Governadores de estado. No meu estado, o Ceará, também o Governador já anunciou a ampliação das escolas profissionais. Nós temos 140, devemos chegar aí e bater as 200, no mínimo, ainda neste período deste mandato atual. Então, acho que esse é o nosso compromisso, essa é a nossa tarefa. E, ao comemorar os 115 anos e esta nossa quinta edição do nosso Conselho de Técnicos Industriais, vamos fazê-lo com esse conhecimento, com essa capacidade mobilizadora que tem o nosso Conselho. Vamos cobrar, no bom sentido; exigir, no bom sentido: de construir a nossa nação, de fortalecer o nosso país, nos ombros desses gigantes que nós citamos aqui. Vamos conduzir o nosso país para mais formação técnica. Vamos falar para o Lula que cem escolas ainda é pouco. E que com esse gasto ele não se preocupe: é o maior investimento que se pode fazer para a nossa população. A nossa população tem esse direito, o direito, a chance de se formar bem, de se preparar bem e de ajudar o país, de se ajudar e projetar o desenvolvimento do Brasil, para que ele se torne um parceiro no campo internacional com a força de quem usa não apenas as commodities, mas usa a ciência, usa a tecnologia, usa a inovação para prosperar. E mais do que isso: usar o aumento da produção da riqueza para incluir o nosso povo e não para deixá-lo de fora. Essa é a nossa tarefa, é a nossa responsabilidade. E vocês podem contar com a nossa Ministra Luciana, com o nosso Ministro Camilo e, sobretudo, com esses nossos Secretários que aqui estão, Marcelo e Inácio. E eu penso que vocês contam com um extraordinário, que é o Presidente da República, Luiz Inácio Lula da Silva. Um grande abraço. Parabéns! Sucesso! A nossa tarefa é gigantesca, mas vamos cumpri-la. Um grande abraço. (Palmas.) O SR. PRESIDENTE (Castellar Neto. Bloco Parlamentar Aliança/PP - MG) - Concedo a palavra ao Sr. Mauro Henrique Moreira Sousa, Diretor-Geral da Agência Nacional de Mineração, por cinco minutos. O SR. MAURO HENRIQUE MOREIRA SOUSA (Para discursar.) - Bom dia. Obrigado, Sr. Presidente. Bom dia a todas e todos, é um prazer estar aqui. |
R | É uma satisfação ter recebido esse honroso convite, nesta oportunidade de dirigir algumas palavras a todos, nesta efeméride que homenageia o nosso Conselho e, mais do que o Conselho, os profissionais que o fazem, tanto seus dirigentes quanto especialmente aqueles profissionais que desenvolvem o país e ajudam a construir uma nação mais robusta, que é aquilo que a gente precisa. Então, cumprimento o Senador Castellar, Presidente desta sessão, e faço referência à oportunidade de o Presidente Rodrigo Pacheco ter proposto um requerimento que foi aprovado pela Casa, para este início da semana, que homenageia, que reconhece e valoriza os técnicos industriais do país. Também cumprimento o Sr. Presidente Interino do Conselho Federal dos Técnicos Industriais, Ricardo Nerbas; o Sr. Secretário de Ciência e Tecnologia para o Desenvolvimento Social do Ministério de Ciência e Tecnologia, Inácio Arruda; o Sr. Secretário de Educação Profissional e Tecnológica do Ministério de Educação, Marcelo Bregagnoli. Cumprimento todos, saúdo todos e todas. Espero que tenhamos uma boa semana. Aqui a chamada diz: conquistas e desafios. Interessante! O nosso querido Arruda, agora, trouxe um histórico de 115 anos. E temos conquistas recentes bancadas, especialmente, por esta Casa Legislativa, aliás, pelo Congresso como um todo, como o reconhecimento pelo Dia - que é hoje - do Técnico Industrial, como a criação do Conselho Federal, finalmente, depois de muita luta. Isso é fundamental, é importante para esse reconhecimento e para o crescimento dessas atividades que compõem a nossa força laboral do país. Isso é fundamental. Do ponto de vista da Agência Nacional de Mineração, nós temos, talvez, colocada na categoria de desafios, como está ali, uma discussão, que está posta já há algum tempo, em relação à atuação dos profissionais, das várias categorias que perfazem esse contexto todo dos profissionais e que diz respeito ao que está posto hoje no nosso Código de Mineração, que menciona apenas geólogos e engenheiros de minas como profissionais que podem atuar de uma forma mais enfática nas atividades, nas várias atividades, firmando determinados documentos que são apresentados à agência. A mineração brasileira responde por algo em torno de 4% do PIB brasileiro. É bem expressiva a participação da mineração brasileira. São em torno de 250 mil empregos diretos e mais de 2 milhões de empregos indiretos. E nós precisamos ampliar bastante isso. Recentemente, o Tribunal de Contas da União reconheceu que, em face da carência de pessoal, de estrutura, de recursos orçamentários, nós deixamos de arrecadar: a cada R$1 arrecadado dos royalties da mineração, R$1 é sonegado. Nós concluímos o ano passado com uma arrecadação de quase R$8 bilhões... (Soa a campainha.) O SR. MAURO HENRIQUE MOREIRA SOUSA - ... e podemos ampliar bastante, se tivermos uma estrutura adequada, mas isso não impede que nós sigamos avançando na nossa regulação. Enquanto esta Casa e o Parlamento têm destinado energia e trazido à tona normas que reconhecem e que valorizam a atividade, nós não podemos ficar de fora. |
R | E aqui eu digo muito claramente que se colocarmos nessa categoria de desafios essa questão que eu trouxe há pouco, entre a discussão sobre a atuação dos profissionais perante a Agência versus - o que não é um antagonismo necessário - os profissionais formados em Geologia e em Engenharia de Minas, vocês têm aqui um compromisso do Diretor-Geral da Agência de enfrentar esse assunto e resolvê-lo o mais brevemente possível. Eu diria até que é incongruente determinada postura. Eu sou de São Luís do Maranhão. O Maranhão, nas suas várias universidades, não tem um curso de Geologia, não tem um curso de Engenharia de Minas. Portanto, nós poderíamos inferir que não tem nenhum profissional habilitado a lidar com a mineração no Estado do Maranhão, que é um estado pobre, que tem uma potencialidade mineralógica muito importante e que precisa ser explorada. Então, quando o nosso querido filósofo Sócrates foi provocado pelo oráculo de Apolo, que afirmara ser ele, naquela oportunidade, o homem mais sábio entre os gregos, ele disse em resposta: "Só sei que nada sei", para dizer da humildade, mas também do reconhecimento de que nós temos limitações de conhecimento. E não podemos afirmar peremptória e taxativamente que apenas os geólogos e os engenheiros de minas têm a prerrogativa por completo de atuarem no âmbito da mineração brasileira. Tem espaço para todos e nós precisamos cada vez mais ampliar o espaço de atuação desses grandes profissionais. E esse contributo que eles podem trazer, e que o trazem nas várias frentes de atuação que lhes são permitidas, é que faz com que nós busquemos permanentemente alcançar aquilo que é um comando constitucional, que é promover o desenvolvimento econômico e social do país, diminuir as desigualdades regionais, ampliar o nosso desenvolvimento econômico-social na sua plenitude. E só se faz isso com profissionais, e profissionais de toda ordem, profissionais que realmente estão preparados para enfrentar... Aí, sim, esse é o desafio, o de melhorar, ampliar o conhecimento. A mineração brasileira cada vez está sofrendo com mais desafios. Nós temos o desafio da transição energética, de buscar os minerais críticos. Todo o mundo está buscando isso, está de olho no país. Nós temos as condições ideais para tanto. Temos mão de obra qualificada, temos uma regulação séria, uma regulação que traz um nível de segurança jurídica, de previsibilidade. Nós temos um ambiente político adequado, que é especialmente atrativo para o investimento não só dentro do país, como para investimentos que venham de fora. E nós precisamos de profissionais cada vez mais. Então, eu parabenizo todo o esforço que a diretoria tem feito. Parabenizo o que tem feito o Congresso e agora o compromisso da Agência Nacional de Mineração de se juntar a esse esforço coletivo e garantir que os profissionais tenham espaço, vez, voz e possam firmar documentos e atuar na plenitude do seu conhecimento em prol do desenvolvimento da economia e da mineração brasileiras. Muito obrigado. (Palmas.) O SR. PRESIDENTE (Castellar Neto. Bloco Parlamentar Aliança/PP - MG) - Registro ainda a presença, representando o Conselho Regional dos Técnicos Industriais da Bahia, do Sr. Chefe de Gabinete Nelson Henrique Carvalho. (Pausa.) |
R | Concedo a palavra ao Sr. Bernardino José Gomes, Diretor de Fiscalização e Normas do Conselho Federal dos Técnicos Industriais, por cinco minutos. O SR. BERNARDINO JOSÉ GOMES (Para discursar.) - Bom dia, Senador Castellar. Na sua pessoa, cumprimento a Mesa. Bom dia, senhoras e senhores, técnicos e técnicas industriais. Eu venho aqui, neste momento, reviver um pouco a história. Nilo Peçanha, um jovem nascido em Morro do Coco, distrito de Campos dos Goytacazes, no Estado do Rio de Janeiro, fundou as Escolas de Aprendizes Artífices em 23 de setembro de 1909. Aqui nesta Casa, pelo saudoso Senador Gerson Camata, em 23 de setembro também, nós temos a lei que cria o Dia Nacional do Ensino Técnico - saudoso Senador do meu estado. E ali, senhoras e senhores, nós tratamos do nosso conselho há mais ou menos seis anos, em fevereiro de 2018. Ali foi feito o acordo: agora ou nunca. E nós tivemos o nosso Conselho dos Técnicos Industriais. Isso trouxe para nós uma grande conquista: a conquista da liberdade de exercer a nossa profissão; a conquista de podermos regulamentá-la e fazer neste país o desenvolvimento e a valorização da nossa profissão. Eu tenho aqui uma série de desafios que a gente pode colocar, mas a gente vai tratar em um momento oportuno. O que eu queria mesmo aqui é trazer uma mensagem de agradecimento: agradecer ao nobre Senador Rodrigo Pacheco, que foi o Relator, em uma das Comissões, do nosso projeto de lei lá na Câmara dos Deputados. E quero fazer um agradecimento especial pela sessão, por receber aqui a nossa categoria técnica industrial. Os técnicos estão espalhados... são mais de 780 mil técnicos espalhados nesse Brasil, exercendo a profissão. O ensino técnico, como fator de inclusão social, transforma a vida das pessoas. Então, a importância que isto tem na vida de cada técnico industrial, o reconhecimento da sua profissão, a valorização, o poder trabalhar, o poder levar o sustento para casa. E frente às transformações que o mundo do trabalho nos coloca, a ciência nos coloca... Pouco tempo atrás, nós falamos da indústria 4.0; hoje nós estamos falando da inteligência artificial. A transformação é muito rápida. O ensino não pode parar, não pode ficar... Conforme dizia o baiano, é preciso ser uma metamorfose ambulante no mundo em que a gente vive hoje, para gente não deixar de evoluir e trazer a evolução de que o mundo precisa e de que o Brasil precisa. Então, nós temos aqui um grande desafio, que é continuar atualizando, continuar aprendendo. O aprendizado não para. Com a Secretaria de Educação Tecnológica a gente tem uma conversa sobre as especializações técnicas, porque é importante que isto aconteça, que as escolas técnicas e que o Senai possam oferecer as especializações técnicas de nível médio, para que a gente possa também garantir, lá no chão de fábrica, que essas transformações da indústria 4.0, que essas transformações da inteligência artificial possam trazer de fato empregabilidade aos nossos técnicos e que a gente não importe tecnologia. |
R | Então, eu quero agradecer a todos vocês que estiveram presentes, que vão permanecer presentes esses cinco dias conosco. O meu muito obrigado a todos. E meu muito obrigado - um agradecimento especial - ao Senador Rodrigo Pacheco por nos receber nesta Casa de que eu tenho grandes lembranças. Muito obrigado. (Palmas.) O SR. PRESIDENTE (Castellar Neto. Bloco Parlamentar Aliança/PP - MG) - Concedo a palavra ao Sr. Valdivino Alves de Carvalho, Diretor Administrativo do Conselho Federal dos Técnicos Industriais, por cinco minutos. O SR. VALDIVINO ALVES DE CARVALHO (Para discursar.) - Bom dia, senhoras e senhores. Inicialmente, eu quero agradecer e saudar o nosso nobre Presidente, Senador Castellar Neto, por esta propositura, esta homenagem que está sendo feita aos técnicos industriais, e agradecer a oportunidade de, neste momento ímpar, falar nesta Casa de vital importância para o nosso Brasil, que é onde foi aprovada também - passou pela Câmara dos Deputados, passou pelo Senado - a nossa lei, sim, que passou por aqui. Os Senadores também foram responsáveis pela criação do nosso Conselho. Em nome dele, saúdo todos os Parlamentares presentes e aqueles que acompanham esta sessão solene de forma online. E em nome do nosso Presidente interino Ricardo Nerbas, eu saúdo toda a diretoria, os nobres conselheiros federais aqui presentes e aqueles que não puderam comparecer. Saúdo também os presidentes dos CRTs, os conselheiros e conselheiras regionais e todos os colaboradores e colaboradoras de todos os sistemas CFT, CRTs. De igual forma, em especial, quero saudar todas as técnicas e os técnicos industriais aqui presentes e aqueles que nos acompanham pelos diversos meios de comunicação, pois esta sessão vai ficar gravada nos anais da história. Quero pedir permissão às senhoras e aos senhores para deixar registrada aqui, nesta Casa de vital importância para o nosso Brasil, apenas uma mensagem. Tempestades, Presidente, não são eternas. Todas essas turbulências por que estamos passando, promovidas por um pequeno grupo que quer acabar com o nosso Conselho, vão passar. Para aqueles que estão trabalhando com seriedade, trabalhando verdadeiramente pelos técnicos e técnicas industriais: continuem firmes nos seus propósitos, como sempre fizeram desde a criação do nosso tão sonhado Conselho, que hoje é uma realidade. Usem as suas redes sociais apenas para mostrar o belo trabalho que vem sendo desenvolvido ao longo desses seis anos. Deixem o ego e o individualismo de lado e pensem apenas nos técnicos do sistema lá fora. Eles, sim, molas propulsoras do desenvolvimento do nosso Brasil, merecem toda a nossa atenção, carinho e respeito. Por fim, Presidente, eu quero deixar o meu muito obrigado pela oportunidade de poder falar aqui, nesta egrégia Casa, e parabenizar todos os técnicos e técnicas industriais pelo seu dia, que é hoje, 23 de setembro, Dia do Técnico Industrial. Parabéns aos membros eleitos para os plenários federais e regionais, que saem de suas casas nos mais distantes rincões deste país, abandonam durante dias as suas famílias para exercer com garra, coragem e determinação uma função honorífica, com vistas a valorizar o técnico industrial em prol da proteção à sociedade. O momento, meus amigos, é de união. União e união é o que eu peço a todos. Um ótimo fim de semana! Fiquem com Deus! E um abraço a todos. Obrigado, Presidente. (Palmas.) O SR. PRESIDENTE (Castellar Neto. Bloco Parlamentar Aliança/PP - MG) - Concedo a palavra ao Sr. Ricardo Nerbas, Presidente do Conselho Federal dos Técnicos Industriais, por cinco minutos. O SR. RICARDO NERBAS (Para discursar.) - Bom dia. Bom dia a todas e a todos. |
R | Quero cumprimentar o Presidente da sessão, o Senador Castellar Neto. Muito obrigado. O senhor nos honra ao honrar aqui a nossa profissão, os nossos técnicos do Brasil. Leve os nossos agradecimentos ao Presidente desta Casa, o Senador Pacheco, proponente desta sessão solene. Nosso muito obrigado. Cumprimento também o Senador Izalci, que teve que se retirar, esteve presente aqui, que, com sua presença e seu apoio, nos ajuda muito nas nossas pautas e nossas demandas aqui dentro desta Casa. Quero cumprimentar o Dr. Mauro, Presidente da Agência de Mineração. Nós estávamos conversando e, como ele mesmo colocou aqui, nós temos uma pauta muito importante lá dentro da Agência de Mineração. De nossa parte, nós estamos já em harmonia com a Agência de Mineração para resolver esse problema que atinge uma quantidade imensa de técnicos e vem prejudicando a parte econômica do nosso país. Então, nós temos que resolver isso. Obrigado, Dr. Mauro, por se colocar à disposição. Quero cumprimentar o nosso sempre Senador Inácio Arruda, Secretário da Ciência e Tecnologia, nosso colega em eletrotécnica. Eu não sabia que o senhor era técnico em mecânica também, viu? Eu aprendi aqui hoje. Um forte abraço, com o carinho que o senhor sempre coloca para nós aí, sempre participando dos nossos eventos. Muito obrigado, Senador. Quero cumprimentar o Secretário Nacional de Ciência e Tecnologia, o Prof. Marcelo. Muito obrigado pela sua presença. O senhor tem nos recebido lá. Nós estamos, em conjunto, construindo algumas pautas muito importantes para a categoria dos técnicos, para a sociedade brasileira e para a educação. Quero cumprimentar os nossos presidentes, conselheiros, diretores, muito obrigado pela presença de todos vocês, e as pessoas que estão aqui nos apoiando e nos prestigiando. Hoje é um dia muito importante para nós. Foi aprovada nesta Casa, em 2009, a lei nacional do Dia do Técnico, dia 23 de setembro, proposição de um Senador já citado aqui, o Senador - fugiu aqui da minha memória - Camata, o saudoso Senador Camata, que muito nos apoiou em diversas pautas que surgiram aqui dentro desta Casa em defesa do técnico. Parabéns a todos os técnicos e uma grande salva de palmas para os técnicos nesta data de hoje, 23 de setembro. (Palmas.) Essa nossa história que nós temos - hoje o nosso conselho está aqui -, isso não nos foi dado, isso foi uma luta, uma luta de 50 anos. Em 1968, foi aprovada a Lei 5.524, por esta Casa, que cria a profissão de técnico industrial e técnico agrícola no Brasil. De lá para cá, nós tivemos 50 anos de luta até chegar a este momento, a este conselho, que foi em 2018, com a Lei 13.639, também aprovada aqui nesta Casa, que criou o Conselho dos Técnicos Industriais e dos Técnicos Agrícolas. (Soa a campainha.) O SR. RICARDO NERBAS - Foram mais de cinco anos de luta dentro deste Parlamento, desde que a gente começou a fazer a nossa pressão política dentro do Governo, até ser aprovada por esta Casa e ser sancionada pelo Presidente Michel Temer. |
R | Hoje nós temos o nosso conselho, nosso conselho está fazendo seis anos neste ano de 2024. E nós tivemos que enfrentar, nesses seis anos, duras realidades. A primeira delas: desembarcaram-nos do Sistema Confea/Crea sem diálogo nenhum, atiraram-nos na rua e nós tivemos que organizar o conselho, diferentemente dos outros, de uma forma sozinha. Conseguimos fazer isso. Quando nós estávamos organizando... terminando de organizar o nosso conselho, veio uma pandemia mundial. Durante dois anos, foi uma confusão tremenda. Tivemos que, de uma hora para outra, ir para casa, sem ainda ter estrutura interna para administrar o nosso conselho - por dois anos - de forma não presencial. Uma dificuldade tremenda. Então, nesses seis anos, nós tivemos três anos de luta muito difícil, mas assim mesmo nós conseguimos. Hoje nós estamos organizados em um conselho federal - a sede aqui em Brasília - e nós temos 11 conselhos regionais, em vista de fazer mais quatro ou cinco conselhos regionais, para chegar mais próximo do técnico, para melhor atender o técnico. Vamos fazer isso. Nós, na nossa busca em defesa do técnico, da sociedade, priorizamos três pautas: a pauta do ensino técnico, a pauta da normatização e habilitação das nossas profissões e a pauta de fiscalização e orientação aos nossos profissionais. O ensino técnico, essa pauta do ensino técnico, Prof. Marcelo, eu não tenho dúvida de que é a nossa principal pauta. Nós jamais podemos nos esquecer de onde nós viemos, da educação profissional. Nós fizemos diversos seminários pelo Brasil afora voltados para esta pauta de educação. Conversando com o Secretário de Educação, conversando tanto com o secretário de educação regional como com o Secretário nacional... O senhor diversas vezes já nos recebeu lá no Ministério da Educação, no MEC. E aqui em Brasília, lembro muito bem, no ano de 2023, nós fizemos um seminário. Estava nos preocupando muito, muito, muito a diplomação por competência, e a gente percebeu logo que havia um comércio desta certificação por competência. E isso não podia acontecer, isso ia causar problemas para sociedade e ia dificultar o exercício da profissão. Então a gente resolveu fazer um seminário. O Senador Inácio Arruda foi lá nos ajudar nesse seminário, na construção do seminário; o Secretário também foi lá. A gente tirou uma pauta que nós chamamos de Carta de Brasília, e fomos dialogar com o MEC, fomos dialogar com o senhor lá no MEC. E quero agradecer, porque em parte acolheu muitas pautas que nós achávamos... O papel é do MEC de fazer isso, fazer a Rede Nacional de Certificação. Tenho certeza absoluta de que nós, nós em conjunto, resolvemos esse grave problema de diplomas comprados neste país. Daqui para frente não vai ter mais isso. Muito obrigado, Professor. Muito obrigado por isso. Bom, normatizar é a nossa função. Nós temos mais de 200 habilitações profissionais e nós temos que normatizar essas 200 habilitações profissionais. Nós já conseguimos, nesses seis anos, que 61 fossem normatizadas. Algumas estão gerando alguns conflitos, como já citada a de mineração, mas eu tenho certeza de que este conselho e a Agência de Mineração vamos conseguir transpor isso, vamos chegar a um bom termo e vamos resolver isso para os técnicos de mineração e, principalmente, para a sociedade. Uma atividade econômica tão importante como a mineração não pode ficar sem esses profissionais atuando no mercado de trabalho, porque hoje eles não estão. Então, nós temos a obrigação de resolver esse problema. Vamos resolver, sim, o mais rápido possível. |
R | Muito obrigado. Bom, nós temos que fiscalizar a profissão - esta é a finalidade fim de um conselho: fiscalizar a profissão -, mas nós optamos pela fiscalização orientativa. A fiscalização orientativa para nós vem em primeiro lugar. A fiscalização punitiva a gente deixa para quando a gente não consegue dentro da fiscalização orientativa. E a gente insiste na fiscalização orientativa: orientamos, orientamos, orientamos. E já começamos esse trabalho de orientação dentro das escolas. Aí vem o nosso grande contato com as escolas, com as secretarias de educação, com as secretarias estaduais de educação. A gente sabe que, no Brasil, tem mais de 1,5 milhão de técnicos exercendo a profissão; e 700 mil, aproximadamente, estão registrados no nosso conselho. Nós estamos caminhando para esse 1,5 milhão - nós estamos caminhando. Mas mesmo esse 1,5 milhão vem aquém do que a sociedade brasileira precisa de técnicos. Já foi colocado muito bem pelo Senador Izalci como funciona no primeiro mundo, quantos técnicos tem no primeiro mundo, como eles atuam no primeiro mundo. Aqui no Brasil, nós somos em torno de 6% a 7%; e, no primeiro mundo, naqueles países mais desenvolvidos, como Alemanha, França, Estados Unidos, etc., etc., são em torno de 40% a 50% dos profissionais. Então, nós temos um caminho longo. O MEC, professor, tem um caminho longo pela frente. O nosso Presidente Lula é muito sensibilizado. No Governo passado dele, ele fez mais escolas técnicas do que em toda a história do Brasil, com a implantação de escolas técnicas, e recentemente anunciou que vai fazer mais cem. O Secretário Inácio Arruda nos comunicou aqui, mas a gente já sabia pela imprensa: mais cem escolas técnicas. E isso ainda sem contar as escolas técnicas que o Senai está fazendo. O Senai também está ampliando a rede de escolas técnicas; as redes municipais também estão sendo ampliadas. O Brasil precisa disso. Nós fomos - me surpreendeu - procurados pela Embaixada de Portugal, pela Embaixada do Canadá, pela Embaixada da Alemanha, nos pedindo técnico para ir para lá - nos pedindo técnico. Então, num primeiro momento, isso nos orgulha muito. Esses países estão pedindo técnicos, nosso técnico formado. Isso significa que nosso técnico tem qualidade, tem capacidade para ir trabalhar lá. Mas, se a gente pensar um pouco, isso é preocupante - preocupante. Então, a gente faz a formação do técnico e vai exportar o técnico? Não, nós temos que exportar o que o técnico faz aqui. Então, o técnico, aqui no país, tem que fazer, tem que exercer essa profissão. Então, nós temos que acertar esse mercado, nós temos que acertar esse mercado brasileiro. |
R | E eu não tenho dúvida de que o técnico vai ajudar muito em fazer isso aí, tá? Vocês podem contar conosco, a sociedade brasileira pode ter certeza, pode contar conosco, porque a força do nosso conselho não está na nossa organização: a força do nosso conselho está é na qualidade do técnico industrial, no que o técnico industrial faz aí no mercado; na qualidade de educação que ele recebe, na formação que ele tem. Essa é a nossa força, tá? Assim, muito obrigado pela presença de vocês. Muito obrigado mais uma vez a este Senado, que sempre nos ajudou, sempre nos apoiou nessas pautas, tanto de educação como profissional. Aqui nós somos sempre muito recebidos com muito carinho por todos os Senadores. Nós somos profundamente agradecidos a esta Casa. Então, gente, muito obrigado por todos vocês. Um forte abraço e bom seminário para todos nós. Até quinta-feira, nós estamos debatendo a nossa profissão aí. Um beijo no coração de todos vocês. (Palmas.) O SR. PRESIDENTE (Castellar Neto. Bloco Parlamentar Aliança/PP - MG) - Antes do encerramento desta sessão especial, convido os membros da mesa a se posicionarem à frente, para a entrega dos troféus. (Procede-se à entrega de troféus aos membros da mesa.) (Palmas.) O SR. PRESIDENTE (Castellar Neto. Bloco Parlamentar Aliança/PP - MG) - Cumprida a finalidade desta sessão especial do Senado Federal, agradeço às personalidades que nos honraram com a sua participação. Está encerrada a sessão. (Levanta-se a sessão às 11 horas e 19 minutos.) |