Notas Taquigráficas
2ª SESSÃO LEGISLATIVA ORDINÁRIA
57ª LEGISLATURA
Em 9 de setembro de 2024
(segunda-feira)
Às 10 horas
131ª SESSÃO
(Sessão Especial)
Horário | Texto com revisão |
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R | A SRA. PRESIDENTE (Leila Barros. Bloco Parlamentar Independência/PDT - DF. Fala da Presidência.) - Declaro aberta a sessão. Sob a proteção de Deus, iniciamos os nossos trabalhos. A presente sessão especial foi convocada em atendimento ao Requerimento nº 62, de 2024, de autoria desta Presidência e de outros Senadores, aprovado pelo Plenário do Senado Federal. A sessão é destinada a celebrar o Dia do Profissional de Educação Física. Uma salva de palmas a todos vocês. (Palmas.) Eu convido para compor a mesa os seguintes convidados: o Sr. Claudio Augusto Boschi, Presidente da Confederação Brasileira de Educação Física (Confef) (Palmas.); a Sra. Nicole Christine, Presidente do Conselho Regional de Educação Física (Cref7) (Palmas.); o Sr. Lázaro Barrozo, Presidente do Sindicato dos Profissionais em Educação Física do DF (Palmas.); e a Sra. Gianetti Bonfim, mãe do atleta brasiliense Caio Bonfim. Muito nos orgulha, Caio, a sua presença aqui. (Palmas.) (Falha no áudio.) ... João Sena, aqui presentes, família da qual a gente tem muito orgulho e que representa Sobradinho. Caio, vibrei muito - acho que você sabe -, todos nós vibramos com a sua medalha, assim como com a de todos os brasilienses nas Olimpíadas e nas Paralimpíadas também. A todos eles a nossa salva de palmas também. |
R | (Palmas.) Porque atrás de uma medalhista tem um profissional de educação física certamente - atrás de todos nós. Convido a todos agora para, em posição de respeito, acompanharmos o Hino Nacional. (Procede-se à execução do Hino Nacional.) |
R | A SRA. PRESIDENTE (Leila Barros. Bloco Parlamentar Independência/PDT - DF) - Antes de iniciar aqui a minha breve fala, gostaria de cumprimentar os alunos do ensino fundamental da Escola Classe 17 de Taguatinga. Sejam muito bem-vindos, assim como todos os professores e todos que estão aqui conosco. Bom, antes de iniciarmos, nós assistiremos a um vídeo institucional preparado especialmente para esta sessão, já agradecendo à nossa equipe aqui do Senado Federal. (Procede-se à exibição de vídeo.) (Palmas.) A SRA. PRESIDENTE (Leila Barros. Bloco Parlamentar Independência/PDT - DF. Para discursar - Presidente.) - Senhoras e Senhores que enriquecem este Plenário com suas presenças, bem como todos que nos acompanham pela TV Senado e redes sociais, hoje, celebramos uma data de grande valor para a sociedade brasileira: o Dia do Profissional de Educação Física. Este é um momento de reconhecimento e exaltação daqueles que dedicam suas vidas a promover o bem-estar, a saúde e o desenvolvimento integral de cada cidadão deste país. O papel do profissional de educação física vai muito além dos ginásios, das academias e das quadras esportivas. Esses trabalhadores são fundamentais nas ações de promoção da saúde coletiva e na educação dos nossos jovens e das nossas crianças. Em um país onde as doenças crônicas não transmissíveis, como o diabetes e a hipertensão, são uma preocupação crescente, a atuação desses profissionais é fundamental. Eles e elas são responsáveis por orientar a população sobre a importância da prática regular de atividades físicas, contribuindo para a prevenção de doenças e para a melhoria da qualidade de vida. |
R | Felizmente, a sociedade brasileira tem avançado significativamente quanto ao reconhecimento da importância dos profissionais de educação física. A incorporação desses especialistas nas equipes do Sistema Único de Saúde é uma medida essencial para a promoção de uma saúde integral e preventiva. Esses profissionais atuam, por exemplo, em programas como o Núcleo Ampliado de Saúde da Família e Atenção Básica, em que desenvolvem atividades de promoção à saúde, prevenção de doenças e reabilitação física. Entre as ações desenvolvidas, destacam-se os programas de atividade física para grupos específicos, como idosos, pessoas com deficiências e pessoas com doenças crônicas, que ajudam a melhorar a qualidade de vida e a reduzir a dependência de medicamentos. Além disso, o profissional de educação física também participa de campanhas de conscientização sobre os males do sedentarismo e da obesidade, promovendo hábitos de saúde mais saudáveis entre a população. O profissional de educação física desempenha um papel extremamente relevante na promoção da saúde, especialmente diante dos crescentes riscos do sedentarismo e do uso excessivo das redes sociais e dos dispositivos digitais. A inatividade física, intensificada pelo tempo prolongado em frente às telas, contribui para problemas como obesidade, doenças cardiovasculares e transtornos posturais, além de impactos na saúde mental. Neste contexto, o educador físico é essencial para orientar práticas de exercícios adequadas e incentivar a adoção de hábitos saudáveis. Nas escolas, o trabalho desses profissionais é igualmente importante. O desenvolvimento neuropsicomotor das crianças e dos adolescentes é parte fundamental de sua evolução integral, e a educação física desempenha um papel central nesse processo. Atualmente, as pesquisas no campo educacional destacam que o desenvolvimento da motricidade é indissociável das evoluções cognitivas e afetivas da criança e do jovem. É por meio do movimento, dos jogos e das brincadeiras orientadas que as crianças desenvolvem a inteligência e aprendem a se expressar, trabalhar em equipe, respeitar as regras e superar desafios. Esses ensinamentos são fundamentais para a formação de cidadãos saudáveis, conscientes e atuantes. Precisamos avançar. E é por isso que, nesta ocasião, reitero o meu compromisso com a valorização da categoria. Sou autora do PL 3.467, de 2019, que busca aperfeiçoar a educação física no ensino em todo o nosso país. Entre as propostas do projeto, está a de dar prioridade de ingresso aos professores da rede pública que optarem por cursos de Licenciatura em Educação Física. Também buscamos incentivar a estruturação de programas especiais para a qualificação dos professores da educação pública. Outro item da proposta prevê a obrigatoriedade de serem desenvolvidas atividades de desporto educacional em equipamentos esportivos custeados com os recursos públicos. Se for transformado em lei, trará impacto significativo na promoção da saúde e do bem-estar da nossa sociedade. |
R | Mais recentemente, na relatoria do PL 4.974, de 2023, que cria a Política Nacional de Promoção da Atividade Física para a Pessoa Idosa, acatei emendas sugeridas pelo Confef, assegurando que a prática de atividade física direcionada à pessoa idosa seja submetida à orientação segura realizada por profissionais de Educação Física. Senhoras e senhores, não podemos deixar de mencionar o recente destaque que o Brasil alcançou nos Jogos Olímpicos e Paralímpicos de Paris - já me antecipei. Os nossos atletas brilharam, e, por trás de cada medalha conquistada e de cada recorde batido, estava a mão habilidosa de um profissional de educação física. Esses profissionais, homens e mulheres, dão sentido e concretude aos sonhos de milhares de crianças e jovens espalhados pelo nosso país, mostrando que, com disciplina, treino e dedicação, é possível superar todos os limites. Portanto, rendemos nossas sinceras homenagens a esses incansáveis profissionais da saúde e do esporte. Que seu trabalho continue a transformar vidas, a promover a saúde e, principalmente, a realizar sonhos! Muito obrigada. (Palmas.) Até me emociono, porque é uma longa trajetória vivida até chegar aqui, e, certamente, se não fosse um profissional de educação física que olhasse para mim e já visse todo aquele potencial, não é, Gianetti... Nós somos de uma geração que brincava na rua. Nós tínhamos a liberdade de ir e vir sem o assédio da violência e de tantas coisas. Então, a gente sabe a importância da escola, do profissional de educação física e de essas crianças, de os jovens estarem protegidos. Na verdade, o profissional de educação física - me perdoem os psicólogos -, muitas vezes, é o psicólogo, é a extensão das casas, dos lares desses jovens, principalmente, dos mais vulneráveis. E eu sei muito bem a importância que teve um profissional de educação física na minha vida. Aproveito e concedo a palavra ao Sr. Claudio Augusto Boschi, Presidente do Conselho Federal de Educação Física (Confef) - aqui, estava confederação, gente. Seja muito bem-vindo, Claudio. (Palmas.) O SR. CLAUDIO AUGUSTO BOSCHI (Para discursar.) - Bom dia a todos. Peço licença, de quem, daqui a três meses, vai fazer 50 anos de formado, para dizer à Leila Barros, antes da Senadora Leila Barros: o profundo muito-obrigado da profissão de educação física pelo carinho, competência, amor e reconhecimento que você tem, permita-me falar dessa forma, para com a nossa profissão. É muito gostoso para nós todos, mais de 660 mil profissionais de educação física no Brasil, para os alunos da Unip que aqui estão presentes, para os alunos da escola fundamental que, com certeza, tem o professor de Educação Física como o que ele procura sempre na hora de algum aperto, de algum conselho. É muito gostoso para nós ouvirmos, pela segunda vez, de forma oficial, numa sessão solene do Senado Federal, do Senado da República do Brasil, as palavras carinhosas e muito mais que carinhosas, do fundo do coração, como você mesma disse e repetiu da outra vez: "estou falando com emoção, não estou falando um texto que alguém escreveu e que eu estou simplesmente lendo". Agora, sim, Senadora Leila Barros, Presidente desta sessão, mais uma vez, o nosso profundo agradecimento. |
R | Para deixar isso muito claro, nós sabemos que, em fevereiro deste ano, a senhora já tinha entrado com o requerimento; que tinha sido marcada a data logo após a data do dia 1º de setembro; que houve uma necessidade de mudança; e que a senhora foi muito firme no assunto: "A data é essa e será essa; já mudaram uma vez, não vão mudar a segunda vez". Se não fosse esse carinho e esse respeito pela profissão, muda-se a data, até porque o ano é um ano atípico e mudar datas, em um ano eleitoral, não é nada e, num Congresso Nacional, que são Casas eleitorais, Casas do povo, não seria nada diferente. Cumprimento a Presidente do Cref7/DF, Nicole Azevedo, e, na sua pessoa, cumprimento todos os presidentes dos conselhos regionais de educação física que, nos seus estados, têm feito um trabalho muito vigoroso e muito firme em prol da profissão. Cumprimento o Lázaro Barrozo, que, pelo lado dos sindicatos dos profissionais de educação física, quiçá nós tenhamos no Brasil inúmeros sindicatos dos profissionais de educação física trabalhando em prol do profissional de educação física, em prol daquele trabalhador que merece ser tutelado a partir dos seus sindicatos. E cumprimento a Sra. Gianetti Oliveira de Sena Bonfim e o Sr. João Sena Bonfim, dois profissionais de educação física e dois pais de um profissional de educação física, de um medalhista olímpico. Medalhistas olímpicos deve ter inúmeros aqui, e foi muito bem retratado pelo vídeo apresentado na abertura que, na vida, a gente está sempre buscando algo. Eu disse ao Caio, quando fui apresentado a ele, que duas falas... (Soa a campainha.) O SR. CLAUDIO AUGUSTO BOSCHI - ... dele calaram muito na gente. Uma foi numa brincadeira, quando alguém falou: "Como que você está andando? Oi, cara! Você está andando?". Deve ter falado: "Eu estou rebolando" ou alguma coisa assim. Ele falou: "Pois é, eu, andando, ando mais rápido do que você"; e a outra, quando perguntaram a ele, no SporTV - e aí eu vou citar a fonte -, porque ele fez Educação Física. Ele falou: "Eu quis aprender, estudar e ensinar aquilo que eu sei e aquilo que eu posso fazer pela população". Senadora Leila, eu gostaria de pedir que, se nós temos de cumprimentar os mais de 660 mil profissionais de educação física, os 22 CREFs e o Confef, o fizéssemos com uma salva de palmas ao profissional de educação física e atleta olímpico, por enquanto e para sempre, porque um medalhista olímpico é para sempre - e a Senadora Leila é a prova viva dessa situação -, mas que nós pudéssemos - como diz o poeta, as mãos, as palmas representam o que o coração sente - saudar, com uma salva de palmas, o profissional de educação física, na sua pessoa. (Palmas.) Para nós, do sistema Confef/CREFs, é muito gostoso e é um orgulho profundo estar aqui presente. Nesta Casa, nessa galeria aqui e na do lado de lá, quando, em maio do ano de 2022, nós estávamos aqui apreensivos sobre a questão da aprovação do PL 2.486, que deu origem à Lei 13.486, de robustecimento da profissão, e esta Casa, quase que por unanimidade dos presentes, fez a aprovação daquele PL, dando uma demonstração de confiança no trabalho que, durante 23 anos, já tinha sido feito e que não podia paralisar naquele momento. Era importante a definição? Era. Lei foi feita para ser seguida, normas foram feitas para serem seguidas, mas era importante que essa valorização fosse feita. Qualquer palavra que nós venhamos a dizer, além do que já está sendo falado, além do seu discurso, além das atitudes, vai ser palavras ao léu. |
R | A realização da solenidade com esse volume de pessoas que estão aqui presentes, com essa qualidade de pessoas que estão aqui presentes, de alunos de curso de ensino fundamental, de educação básica, de educação superior e da população em si, através da transmissão virtual, mostra a nossa importância. E nós saímos daqui bastante robustecidos de, mais uma vez, estarmos sendo reconhecidos junto ao Senado Federal - mais do que nós, do que pessoas -, pela importância da profissão de Educação Física; aliás, foi essa que nós escolhemos, quando nós resolvemos ali adentrar a universidade e buscar o que a gente queria. Muito agradecido, em nome não só dos profissionais de educação física, quanto dos mais de 70 mil estabelecimentos de prática de atividade física recreativa e similares, ao Senado Federal pela realização desta solenidade. E eu sempre direi, nós sempre diremos e sempre repetiremos que o profissional de educação física tem uma grande virtude: ele sabe ser agradecido a quem tem respeito e gratidão pela profissão. A nossa gratidão com certeza é e será eterna. Muito obrigado. (Palmas.) A SRA. PRESIDENTE (Leila Barros. Bloco Parlamentar Independência/PDT - DF) - Grata pela presença e pela fala, Claudio. Eu vou passar a palavra... Antes, eu gostaria de citar a presença do Magnífico Reitor do Centro Universitário IESB, Luiz Cláudio Costa; da mantenedora do Centro Universitário Iesb também, a Profa. Eda Coutinho Barbosa Machado de Souza - sejam muito bem-vindos -; do Sr. Presidente do Conselho Regional de Educação Física da 3ª Região, Santa Catarina, Jeferson Ramos Batista; do Sr. Presidente do Conselho Regional de Educação Física da 6ª Região, Minas Gerais, o Sr. Marco Túlio Maciel Pinheiro; do Sr. Presidente do Conselho Regional de Educação Física da 8ª Região, Amazonas, o Lyndon Johnson - sejam todos bem-vindos -; da Sra. Presidente do Conselho Regional de Educação Física da 11ª Região, Mato Grosso do Sul, Eliana de Mattos Carvalho; do Sr. Presidente do Conselho Regional de Educação Física da 15ª Região, Piauí, Danys Marques Maia Queiroz; do Sr. Presidente do Conselho Regional da 17ª Região, Mato Grosso, Edson Luiz Manfrin; e da Sra. Presidente do Conselho Regional de Educação Física da 20ª Região, Sergipe, Simone Santos Gama. Todos vocês sejam muito bem-vindos! No decorrer aqui das falas, eu cito os demais. Vou conceder a palavra agora para a Sra. Nicole Christine, que é Presidente do Conselho Regional de Educação Física do Cref7/DF. Seja bem-vinda, Nicole! A SRA. NICOLE CHRISTINE (Para discursar.) - Bom dia a todos os presentes e aos que nos acompanham pela internet, através da TV Senado. Cumprimento a Senadora Leila e, desde já, agradeço pela oportunidade de estar aqui, de viver este momento solene para a educação física, uma solenidade para comemorar o dia do profissional de educação física. Há dias, tivemos uma reunião do Conselho Federal de Educação Física e chegamos a falar: hoje, nós não comemoramos só o dia, comemoramos o mês do profissional de educação física. São inúmeros eventos em todas as regionais. Os Presidentes que aqui estão presentes - e até mesmo os que não se encontram e não puderam aqui estar - fazem todo um esforço para homenagear, para criar eventos nas suas regionais em prol da nossa profissão, em prol dos profissionais de educação física. |
R | Quero cumprimentar o Presidente Boschi e, na pessoa dele, eu estendo meus cumprimentos a todos os conselheiros federais. Gianetti, você nos encheu de orgulho, assim como o Caio e o Seu João, com quem eu já convivo há muito tempo. Nós estivemos lá com vocês, fizemos parte, vivemos aqueles dias, choramos e nos emocionamos. Colocamos a sua medalha, Caio, no nosso peito, e a sua medalha é a medalha de ouro. Qualquer medalha de qualquer medalhista, de qualquer atleta olímpico, não importa a cor, para o brasileiro, é uma medalha de ouro. E a gente se orgulha demais disso, fico muito feliz de ter um profissional de educação física, colega de profissão, um medalhista olímpico. A gente pode se orgulhar disso, é daqui do DF, é o nosso Caio Sena. Lázaro, Presidente do Sindicato das Academias, sempre lutando em prol da nossa categoria, do profissional, da valorização do nosso trabalho. Parabéns pelo trabalho, parabéns pela luta. Eu costumo falar que a educação física é vida. Todo mundo fala que o plano de saúde que a gente paga é um plano da saúde; não, ele é o plano da doença. O plano de saúde é o profissional de educação física, é a atividade física regular orientada por um profissional de educação física - esse é o plano de saúde. E eu espero que vocês estejam firmes nele, nesse propósito de estar cada vez mais saudáveis e de propor cada vez mais saúde para a vida das pessoas. Tenho enorme orgulho de ser profissional de educação física. Quando me perguntam a minha profissão: eu sou profissional de educação física. Hoje eu ocupo um cargo, estou como representante, Presidente do Conselho Regional de Educação Física do DF e gostaria que os Presidentes, conselheiros federais, conselheiros regionais ficassem de pé, porque eu quero uma salva de palmas para vocês, porque vocês fazem o trabalho diário dos conselhos, vocês tocam a gestão dos conselhos profissionais, vocês são responsáveis pelo trabalho que cada regional desenvolve pelo país afora. Então, para vocês, uma salva de palmas pelo trabalho que vocês desenvolvem nas suas regionais. (Palmas.) Parabéns! Aprendo diariamente com todos vocês - saibam disso -, e aqui vai a minha homenagem. Para finalizar, quero agradecer ao Prof. Roberto Nóbrega, também Conselheiro do DF; aqui também o nosso Conselheiro Lúcio Rogério. E não poderia deixar de mencionar o nosso Conselheiro, que também nos encheu de orgulho nessas Olimpíadas, André Mariano. Por favor, André, fique em pé, para que todos o vejam, porque você merece isso. (Palmas.) Estivemos no judô também, nas quadras de judô, lá contigo, com a sua austeridade ali, arbitrando as competições com muita competência. E só nos encheu de orgulho o nosso André Mariano, também daqui de Brasília. Parabéns, querido. (Palmas.) Quero agradecer aos estudantes que vieram aqui. Talvez essa seja a primeira oportunidade que vocês estão tendo de acompanhar uma solenidade como esta. É muito importante a gente estar inserido nesses ambientes, no ambiente político, conhecer uma Senadora, estar do lado de um atleta, conhecer pessoas que fazem a gestão dos nossos conselhos. Quem sabe um dia vocês não ocuparão estes lugares: treinadores de atletas que chegarão a um patamar olímpico, gestores, professores, como o Prof. Roberto Nóbrega, que os trouxe aqui? A ele eu rendo as minhas homenagens sempre porque ele contribuiu para minha formação enquanto profissional de educação física e até hoje ele continua dividindo o seu conhecimento, o seu brilhantismo com os seus alunos. Então, aproveitem muito a presença dele, usufruam muito desse conhecimento que ele tem para dividir com vocês. |
R | Eu espero - eu sempre falo isso e vou falar mais uma vez - que vocês sejam tão felizes quanto eu sou como profissional de educação física. Muito sucesso, muita saúde, muita prosperidade e tudo mais que vocês desejarem na profissão de vocês. Muito obrigada. (Palmas.) A SRA. PRESIDENTE (Leila Barros. Bloco Parlamentar Independência/PDT - DF) - Nós é que agradecemos a sua participação, Nicole é a nossa Presidente do Cref7. Bom, aqui eu gostaria de agradecer a presença do Sr. Presidente do Conselho Regional de Educação Física da 22ª Região, Espírito Santo, Ibsen Pettersen; Sra. Vice-Presidente do Conselho Regional da 1ª Região, Rio de Janeiro, Eloisa Vilela de Souza; Sr. 2º Vice-Presidente do Conselho Regional de Educação Física da 9ª Região, Paraná, o Guilherme Gaspari; Sra. 1ª Vice-Presidente do Conselho Regional de Educação Física da 12ª Região, Pernambuco, Nillúzia Arruda; representando o Presidente licenciado da Associação Brasileira das Academias (Acad), Sr. Assessor Parlamentar Emerson Almeida; Sr. Vice-Presidente do Conselho Regional de Educação Física da 21ª Região, Maranhão, Ubiracy Campos; Sr. Presidente do Instituto Base Esporte e Educação, Francisco Oliveira; e Sr. fundador da Lipocc (Liga Poliesportiva e Cultural da Ceilândia), João Cleber. A todos, meus agradecimentos pela presença. Eu vou conceder a palavra agora para o Sr. Lázaro Barrozo, Presidente do Sindicato dos Profissionais de Educação Física do Distrito Federal. Seja muito bem-vindo, Lázaro. (Palmas.) O SR. LÁZARO BARROZO (Para discursar.) - Bom dia a todos. É um prazer estar aqui. Eu gostaria de parabenizar a mesa, cumprimentar a todos e a Senadora Leila. Eu, como todos aqui, ou como a grande maioria, sou formado em Educação Física e acredito que todos aqui escolheram essa profissão não só por ser uma profissão bonita e honrosa, mas por ter alguma ligação com a atividade física ou com o esporte. Eu gostaria de falar um pouco da minha história e por que da escolha da Educação Física. Quando eu tinha dez anos de idade, sofria de crise asmática, e o médico falou: "Na próxima, você não escapa". Ele falou: "Olha, mãe, tem que colocá-lo para fazer atividade física, natação". Eu fui para natação, foram três anos de natação, Senadora. Nunca mais eu tive uma crise - eu estou com 44 anos -, nunca mais eu tive uma crise, estou aqui firme e forte, indo contra a determinação do médico, naquela época, dizendo que eu, em uma próxima crise, não escaparia. Então, a educação física vai muito mais além, como a senhora colocou aqui muito bem, e o vídeo também explanou sobre isso. Nós temos um valor muito maior para a sociedade. A educação física, a atividade física, associada a uma alimentação saudável, pode prevenir mais de 70 doenças. A sociedade tem, sim, avançado nesse reconhecimento, mas ainda falta bastante, infelizmente. Nós que estamos ali na linha de frente todos os dias percebemos as deficiências, as necessidades. Muitos de nós chegamos ao fim de nossas carreiras e deixamos muito para trás, sem podermos conviver com nossas famílias porque estávamos trabalhando. O nosso turno de trabalho é muito grande. A gente entra na academia às 6h da manhã, quem trabalha numa academia, e sai dela, às vezes, às 10h da noite, pessoal. Então, que outra profissão você vê trabalhando esse tempo todo? Tudo bem, há algumas janelas ali, você sai, mas você volta e fica a maioria do tempo do seu dia. E por que tudo isso? Por que esse tempo todo? Para que esse profissional tenha um pouquinho de dignidade, para que ele consiga pagar as suas contas. Sabemos hoje da dificuldade, e aqui, no Senado, nas Casas, tem projetos muitos bons aí pelos empresários. Eu sou Presidente do sindicato laboral, mas eu entendo a necessidade dessa conversa, dessa negociação para que ambos ganhem. Tem projeto de lei nesta Casa para tirarmos o Cnae da área de lazer e colocar na área da saúde. Isso é importantíssimo, Senadora. Também tem um projeto nesta Casa, em discussão, do piso salarial. E, hoje, esse profissional... Eu até já perguntei para alguns estudantes se eles têm a noção real do que é entrar para a educação física e de quanto eles estão pensando em ganhar, porque a grande maioria, hoje, Senadora e demais colegas... Você pensa em entrar para a educação física não para ser mais um profissional em educação física e dar saúde para as pessoas, mas você pensa em ser personal. Mas olha o tamanho, olha a gama de atividades que nós temos dentro da nossa profissão. E, infelizmente... Por que as pessoas falam em ser personal? Porque é onde dá dinheiro. Mas ela se esquece das outras coisas, das outras áreas, da importância de ser um treinador para alto rendimento, para uma olimpíada. Você conviveu com isso de perto. Não é fácil a vida do atleta, a vida do professor ali, que tem que estar lá muito cedo, tem que acompanhar, tem que se dedicar, tem que se esforçar. |
R | Então, além de parabenizar pelo dia, eu gostaria de deixar aqui este alerta: que a sociedade possa pensar um pouco mais nessa questão da saúde. Sim, em vez de você pagar um plano de saúde, vai fazer atividade física! Eu tenho vários exemplos, vários, para citar o quanto a atividade física recupera e cuida. Nesta Casa mesmo... Agradeço ao Prof. Lúcio Rogério, que me trouxe aqui. A minha luta é de 14 anos, pessoal - 14 anos! E por que eu... Eu falo que eu estou Presidente de um sindicato, mas eu sou profissional de educação física. E, Senadora, por que eu criei esse sindicato? Eu criei do zero, em 2010. E eu só consegui regularizá-lo 100% no ano passado. Por quê? Porque nós não tínhamos um sindicato. Quando eu me deparei com o mercado de trabalho e percebi a realidade, trabalhando na maior academia, na que mais pagava em Brasília, eu falei "isto aqui não vai me sustentar". Hoje, eu sou empresário. Mas por quê? Porque o mercado não te valoriza ao ponto de você viver bem. Não é para ficar rico, não, pessoal, mas para viver bem. E todos aqui conhecem essa realidade. Eu estou contando isso aqui para que outras pessoas, que não conhecem essa realidade, possam ficar cientes do que nós passamos todos os dias. Desculpem-me. (Palmas.) |
R | Desculpem-me pela emoção, mas é porque, quando você escolhe, isso está dentro. Eu ouvi ali o colega perguntando se eu não tinha um texto escrito, e, vindo para cá, todo mundo sabe, todo mundo fica: "O que eu vou falar? O que eu vou falar?". Eu falei: "Cara, fala do coração. Fala do coração". Então, o que eu poderia... Ah, eu citei o Lúcio Rogério porque, lá em 2014, eu estive em uma comissão de desenvolvimento da atividade física... não lembro mais, era um nome gigante, era de desenvolvimento da atividade física, e, lá, foi mencionado um artigo que fala sobre a importância da atividade física e que, a cada US$1 investido em atividade física, são economizados US$3 em saúde. Por que, então, esta Casa não se dedica um pouco mais a investir nisso, na atividade, no profissional, em formas de garantir que as pessoas tenham... E, claro, de forma geral, vocês têm se empenhado, mas a gente que está aqui do outro lado percebe que tem que ter um pouquinho mais de força. Eu não quero mais me estender, eu só queria deixar este alerta e agradecer a oportunidade. No dia em que eu escolhi ser profissional de educação, jamais eu pensei que eu estaria aqui nesta Casa. Via V. Exa. pela televisão, ali nos jogos, e jamais pensei estar aqui falando com a senhora pessoalmente. Mas gostaria de deixar aqui os parabéns pelo dia do profissional de educação física. Muito obrigado por estar aqui representando a minha categoria, que eu amo de coração. Obrigado. (Palmas.) A SRA. PRESIDENTE (Leila Barros. Bloco Parlamentar Independência/PDT - DF) - Nós é que agradecemos a sua presença, Lázaro, e o seu desabafo. Na verdade, eu acho que houve uma virada de chave pós-pandemia - eu não sei se vocês percebem isso - principalmente para os profissionais da educação física. Eu acho que, de fato, infelizmente, a gente aprende mais pela dor. Então, quando teve a pandemia, em que nós tínhamos quase 3 mil pessoas, 3 mil cidadãos morrendo por dia, e, depois da pandemia, pós-vacina - a gente percebeu o tanto de sequelados, sequelas, inúmeras sequelas, principalmente as emocionais, as cardiovasculares, também, e as pulmonares -, é que se começou a tratar, inclusive dentro desta Casa, meus amigos. Eu tenho que fazer esse desabafo, porque eu acho fundamental. E eu quero dar os parabéns ao Claudio, porque ele foi guerreiro aqui dentro desta Casa... O SR. CLAUDIO AUGUSTO BOSCHI (Fora do microfone.) - Obrigado. A SRA. PRESIDENTE (Leila Barros. Bloco Parlamentar Independência/PDT - DF) - ... travando essa batalha do entendimento. Muitas vezes, quando se fala em Senado Federal, a gente não domina todas as pautas, e muitas são relevantes à economia, giram mais em torno de economia: economia, economia, como é que está a economia? Mas essas pautas fundamentais do cuidado humano são desafiadoras para nós que defendemos essa bandeira aqui na Casa. Eu sou uma delas. Então, entendendo muito bem o seu desabafo, entendendo muito bem o quanto ainda temos que avançar e o quanto a categoria tem essa expectativa, porque ela existe, é que nós estamos trabalhando, nós temos alguns defensores aqui, mas não adianta defender, precisa-se compreender: compreender a importância. Esse é um trabalho de formiguinha, e, muitas vezes, é importante também vocês, que estão na ponta, estarem aqui. Eu quero dar os parabéns à Nicole quando ela falou - e eu comentei até com o Claudio aqui - que, às vezes, é importante que o povo esteja mais presente, a sociedade civil e as instituições, quando se tratar do tema que é importante para aquele setor, no caso, aqui, educação física. Eu vi muito o Claudio aqui e outros também - tenho que fazer justiça aos vários presidentes que estiveram aqui. E é isso, a gente tem inúmeros desafios, mas o alerta está feito -- o alerta está feito. Inclusive, depois eu vou conversar, porque tem Romário aqui, tem Kajuru, tem Portinho; temos outros aqui que, sem sombra de dúvidas, junto com a Câmara, fazem também esse trabalho no fronte, em defesa da categoria. |
R | O SR. CLAUDIO AUGUSTO BOSCHI (Fora do microfone.) - Obrigado. A SRA. PRESIDENTE (Leila Barros. Bloco Parlamentar Independência/PDT - DF) - Imagina, Claudio. Eu vou passar... Queria também citar a presença aqui do Sr. Presidente da Lipocc (Liga Poliesportiva e Cultural da Ceilândia), Jason Alves; do Sr. Coordenador do Curso de Educação Física da Universidade Católica de Brasília, Prof. Fábio Antônio de Melo; do atleta e medalhista olímpico de marcha atlética Caio Bonfim - Caio, já falamos dez vezes o seu nome; desculpa -; da atleta de handebol Ana Paula Conforte - Ana Paula, seja muito bem-vinda -; da Sra. Presidente do Conselho da Mulher Empresária do Distrito Federal, Ivonice Campos; do Sr. Presidente da Associação de Educação-Esporte dos Portadores de Necessidades Educativas Especiais & Amigos do DF, Gastão Mesquita; do Sr. Presidente do Conselho Federal de Educação Física, Jorge Steinhilber; e do Sr. Presidente do instituto Abarka, Denis Machado de Souza. Eu vou passar a palavra agora para a Sra. Gianetti Bonfim, educadora física e mãe do atleta brasileiro Caio Bonfim, casada com o nosso querido e admirado João. A gente fala muito do Caio e da Gianetti, mas nós sabemos de todo o trabalho que você faz, João, e a gente tem muito orgulho. É muito bom acompanhar a sua trajetória e ser uma parceira, de alguma forma, nesse seu coração tão grande que abraça tantos jovens lá na região de Sobradinho e entorno. Parabéns pelo filho, parabéns pela trajetória, parabéns ao casal pela resiliência - a resiliência da família também. Vocês construíram um homem incrível, mas certamente não foi só o Caio, vocês têm muitos frutos aqui nesta cidade e em nosso país. Muito obrigada. (Palmas.) Por favor, Gianetti. A SRA. GIANETTI BONFIM (Para discursar.) - Bom dia. Quero agradecer este convite, Leila. Muito obrigada pelo convite de estarmos aqui neste dia, comemorando o Dia do Profissional de Educação Física. Obrigada pela mesa, é uma honra fazer parte desta mesa. Ultimamente, eu tenho tido esta fala em todos os momentos em que eu tenho a oportunidade de falar: nem nos meus melhores e maiores sonhos eu imaginaria que estaria vivendo momentos como este. Quero falar hoje sobre o que representa ser um profissional da Educação Física. Eu sempre fui uma menina agitada, uma menina da rua, nunca gostei muito das brincadeiras de menina - bonequinha, brincar de casinha -, eu era de soltar pipa, de jogar queimada, de brincar de pique-bandeirinha, de jogar bola, eu subia em árvore. Então, desde criança, era aquela pessoa que era do esporte, eu adorava jogar uma queimada e estar na rua mesmo. A nossa geração era a que podia brincar na rua e voltar só quando anoitecia, porque não tinha perigo nenhum. Eu cresci fazendo isso e tive a honra de conhecer a Leila nas quadras, de madrugada, quando os jogos eram na Rússia, no Japão. E aquele jogo de vôlei - toma, leva, tira, dois pontos - levava quatro horas. O Rui também está aqui, que é da geração de prata do voleibol. |
R | E me senti tão honrada de ter sido uma atleta que representou o meu país. E depois fui crescendo, casei com um professor de educação física. Eu gostava tanto de educação física, que casei com um professor de educação física. E juntos, nós construímos o nosso centro de atletismo, o Caso. Criamos um clube, começamos a formar atletas. Mas eu digo mais, que a gente forma mais cidadão do que atleta, porque já passaram muitos meninos - 500, 600 meninos - durante esses anos todos, por nós, e nem todos foram medalhistas - Campeonato Brasileiro, Sul-Americano - nem sequer foram a uma Olimpíada. Mas formamos cidadãos. A gente tem ex-atletas policiais militares, professores, bombeiros, advogados, nutricionistas, psicólogos, e isso é o que faz a gente se sentir realizada como profissional, de ver aquele menino que tinha 10, 12, 15 anos, hoje cresceu, conseguiu ser um cidadão de bem e nos reconhece aonde quer que nós vamos. E é a nossa família. E temos essa honra e esse privilégio de trabalhar com a formação física e emocional. Porque o formador, o educador físico, o professor de educação física não trabalha só o corpo, mas trabalha com a mente, com o emocional. Principalmente a gente, lá no esporte, aonde o menino chega com tantas cargas, e a gente tem que estudar os estágios da vida. Às vezes, ele nem consegue fazer um treino direito, e a gente vai ver o que foi que aconteceu. Um problema em casa, um problema de falta de alimentação. E a gente corre ali, abraça e consegue proteger e fazer alguma coisa por esse menino, que, quando cresce e fica adulto, sempre nos agradece. E tem essa parte do formador de educação física que trabalha com todas as outras partes do ser humano. É o que nos gratifica. E a gente foi, eu digo que a gente recebeu bênçãos por se dedicar tanto a outras vidas, inimagináveis, porque a gente nunca pensou que ia passar. É de ter o nosso filho como atleta, treinadores dele, e hoje ele ter ganhado uma medalha inédita para a modalidade do atletismo, que é a marcha atlética, que é uma modalidade em que a gente não tem tradição no país, e foram muitas guerras para conseguir chegar aonde a gente chegou. Para conseguir essa medalha, foram muitas guerras. Então aquele percurso de Paris conta tantas histórias, e passa um filme gigantesco na nossa mente, em questão de minutos, de tudo que a gente percorreu para conseguir chegar até lá. E a gente não estava, eu e o Sena, o Caso Sobradinho, não estava só com o Caio nesses jogos; a gente tinha mais dois atletas muito jovens também lá, que são a Gabi Muniz e o Max Batista. |
R | Então, é de Sobradinho para o mundo: três atletas do Caso (Centro de Atletismo de Sobradinho), da cidade satélite de Sobradinho - três atletas - nos Jogos Olímpicos. São mais de 40 anos de trabalho, de dedicação, de entrega. Como o Lázaro falou, às vezes a gente se forma, a gente quer ser professor de educação física para quê? "Ah, eu vou ter um salário, vou fazer um concurso da Secretaria de Educação, vou ter estabilidade". Mas, nesse decorrer, entram tantos sonhos na nossa vida - de vontade de realizar, de mudar, de mudar vidas, de mudar a história, de fazer história no país -, que a gente se entrega. Então a gente tira até do bolso para ajudar esses meninos a chegarem, a realizarem seus sonhos, porque tudo começa com sonhos: você começa a sonhar e depois você começa a dar passos para que esses sonhos sejam realizados. A gente reuniu isso tudo numa família só, uma família que respira esporte todos os dias. E nós, de quebra, de recompensa, ganhamos um filho campeão, que nos enche de orgulho e que também decidiu seguir a nossa profissão. Diante de tantas pessoas que eu já ouvi, algumas vezes, falarem: "Ah, eu não quero que meus filhos sigam a minha profissão; não, vai ser outra coisa; isso não", a gente tem a honra, o prazer de ter um filho que está seguindo os nossos caminhos, a nossa profissão. Por quê? Porque a gente deixou um legado, e ele viu que o que estamos fazendo é uma coisa boa a que vale a pena dar sequência. E tomara que, depois que a gente passar, ele siga isso: siga formando cidadãos, siga formando atletas. E que a gente também consiga muitos aí, ainda, por esse caminho. E quero agradecer. Nunca imaginei estar no Senado Federal, na capital do nosso país. Finalizando a minha fala, eu falei para o Caio, uma vez: "Filho, não vamos sair de Brasília não" - porque convites tinha, até para ser atleta de outro país, de ir para outro país, porque a marcha atlética não é uma prova tão valorizada aqui no país. E aí eu falava: "Filho, não vamos sair não; vamos ficar em Brasília. Como é que a gente vai deixar um legado? Como é que a gente vai construir uma história, se depois que a gente passar ninguém vai saber quem somos nós? Então, vamos ficar aqui e vamos mudar a história e vamos dizer...". Podemos dizer hoje. Até apareceu uma manchete num grande jornal assim, do que o Caio falou: "[...] [eu] posso dizer que sou [um] medalhista olímpico morando, [...] [em Brasília] e treinando em Brasília". Então, a gente deixou essa história, e tomara que ela se repita. E quero agradecer à Leila. Não é, querida? Eu a conheço desde a Secretaria de Esporte, porque a gente ia lá pedir, e ela estava sempre pronta a nos receber. E quero dizer que é uma honra, um prazer, trabalhar nessa área. Eu tenho uma outra formação acadêmica. Eu me formei em Direito, mas eu não exerço mais. Tem mais de 15 anos que eu abandonei totalmente. E as pessoas perguntam: "Você não quer voltar?". Eu: "Não. Gostei disso aqui, quero ficar aqui, esse aqui é o meu lugar". Então, é um prazer, uma honra, e me sinto muito honrada de ser, hoje, uma profissional de educação física também. Muito obrigada. (Palmas.) A SRA. PRESIDENTE (Leila Barros. Bloco Parlamentar Independência/PDT - DF) - Emocionante! Ainda mais quando a gente é mãe. Imagino o orgulho do João Sena e da Gianetti pela história do Caio, não é? |
R | Mas o Caio é símbolo de resistência, de resiliência. No esporte, a gente aprende muito com os nossos professores mesmo de Educação Física, a não desistir nunca, a acreditar nas nossas potencialidades. Eu me lembro muito bem do meu professor de Educação Física. Eu perguntei a ele: "Professor, você acha mesmo que eu dou para o vôlei?". Eu me lembro disso até hoje. Ele: "Você dá para tudo. Você pode ser o que você quiser na vida, desde que você se dedique". E o Caio, para mim, é um bom exemplo disso, junto com a sua família. É um prazer, sinceramente. Que bom que você escutou o conselho da sua mãe e ficou mesmo com todas as dificuldades. Caio, eu, particularmente, fico estarrecida de ver aquele estádio, você treinando, de ver que você carrega com muito amor a modalidade, a marcha atlética, e o esporte é brasileiro. Você vai para a próxima Olimpíada? Ah, que bom! Vamos ser muito bem representados, assim como pelos outros jovens. (Palmas.) Eu queria também cumprimentar o André Mariano. André, mais uma vez, obrigada também por representar o DF, por representar Brasília e o nosso país, lá fora, como árbitro. Queria cumprimentar o Clésio e o Rui aqui também, que já foram medalhistas. O Rui foi da geração que me inspirou, da geração de 1984, que me inspirou. Foi vendo a geração dele. Certamente, o Caio é agora uma grande inspiração para muitos jovens, para as futuras gerações. É isso, gente. É muito emocionante estar aqui com vocês. Eu gostaria também de cumprimentar o Rogério Jean Moura Gonçalves, que é o Presidente do Conselho Regional de Educação Física da 13ª Região da Bahia. Seja muito bem-vindo. Bom, vamos agora, neste momento muito especial, agradecer a algumas personalidades e instituições que desempenham um papel fundamental na promoção da saúde, do bem-estar e da qualidade de vida dos brasileiros, utilizando o esporte, a Educação Física, como ferramentas de transformação, como a Gianetti falou muito bem. Quando a gente está aqui como representante... Por exemplo eu, no esporte olímpico. As pessoas acham que eu estou aqui representando aquela casta, a ponta já da pirâmide. Muito pelo contrário. Antes de chegar a ser um atleta olímpico, nós começamos na base, como milhares. E a gente sabe o que o esporte faz na nossa vida. Eu comecei com mil meninas, só eu me tornei uma atleta olímpica. Mas são mulheres, cidadãs, profissionais, mães de família, quer dizer, valores, formação. Essa é a minha luta dentro desta Casa. Ser um atleta de alto rendimento, ser um atleta olímpico, é uma consequência. São tantos os fatores - não é Caio? - para a gente chegar a esse nível. Mas independentemente, qual a importância da Educação Física na formação da nossa juventude? Esse é o maior desafio. É por isso que eu estou aqui, porque eu acredito muito nos profissionais e sei da importância da Educação Física como formadora, assim como a importância dos projetos sociais, do terceiro setor. A força do terceiro setor está, muitas vezes, onde o Estado não está, promovendo a saúde, promovendo a educação e a formação dos nossos jovens. Então, ao terceiro setor, aos profissionais também que estão ali, da Educação Física, àqueles que fazem a diferença na ponta, os meus agradecimentos. Eu gostaria de entregar um diploma de reconhecimento de nós Senadores, do Senado Federal, a essas personalidades e a essas instituições. Eu queria, primeiro, agradecer ao Claudio Boschi, Presidente do Conselho Federal de Educação Física (Confef) e entregar a ele um certificado de reconhecimento ao seu trabalho, que é inspirador, porque ele está aqui quase todo dia. (Risos.) (Palmas.) (Procede-se à entrega do diploma de reconhecimento ao Sr. Claudio Augusto Boschi.) |
R | A SRA. PRESIDENTE (Leila Barros. Bloco Parlamentar Independência/PDT - DF) - Agora eu vou entregar para a Nicole Christine, que é a Presidente aqui do nosso Cref 7. Peguei vocês de surpresa? (Risos.) (Palmas.) (Procede-se à entrega do diploma de reconhecimento à Sra. Nicole Christine.) A SRA. PRESIDENTE (Leila Barros. Bloco Parlamentar Independência/PDT - DF) - O Sr. Lázaro Barrozo, que é o Presidente do Sindicato dos Profissionais em Educação Física do DF. (Palmas.) (Procede-se à entrega do diploma de reconhecimento ao Sr. Lázaro Barrozo.) A SRA. PRESIDENTE (Leila Barros. Bloco Parlamentar Independência/PDT - DF) - E a senhora, claro, representando toda a família Bonfim, representando a mulher brasileira - porque nós arrebentamos na Olimpíada, com todo respeito -, a delegação, as mulheres... Essa força que é o esporte feminino no Brasil. (Palmas.) (Procede-se à entrega do diploma de reconhecimento à Sra. Gianetti Bonfim.) A SRA. PRESIDENTE (Leila Barros. Bloco Parlamentar Independência/PDT - DF) - A Gianetti, treinadora, mãe, mulher, representando aqui a família Bonfim. Obrigada, João; obrigada, Caio. Mas ela é a mulher. (Risos.) Obrigada, gente. Muito obrigada, Gianetti. Eu vou quebrar o protocolo. Eu adoro quebrar o protocolo, porque aqui é tudo muito certo. Apesar de ter sido atleta, disciplinada - bem disciplinada -, eu queria dar a palavra... (Pausa.) Olha... Por favor, João. Foto do João aqui, gente. Vem aqui, João. E queria dar a palavra ao João Sena depois. Vou quebrar o protocolo. (Palmas.) Eu falei de entregar o diploma, e não entregar para essa figura... (Procede-se à entrega do diploma de reconhecimento ao Sr. João Sena.) O SR. JOÃO SENA (Para discursar.) - Bom dia a todos. Obrigado, Leila, toda a Mesa, todos os presentes. Eu não estou bem emocionalmente para falar, mas eu quero agradecer. (Manifestação de emoção.) Eu sou piauiense, e Brasília me acolheu como filho. E aqui eu fiz a minha profissão. Sou apaixonado por educação física. Se eu ficar um dia sem ir ao estádio, eu já tenho problemas. (Risos.) Adoro a minha meninada. Eu sou treinador, hoje, de um dos maiores talentos do Brasil, medalhista olímpico, mas eu não nego: eu gosto, até hoje, da iniciação. |
R | E quero agradecer a todos aqueles que me ajudaram: à Secretaria de Esporte, no tempo da Leila e do Deputado Julio; ao Governo do Distrito Federal; ao patrocinador da nossa equipe, que são as Loterias Caixa e a Caixa Econômica; a todos os profissionais que estão comigo. Eu queria encerrar minha fala quebrando o protocolo também, Leila: eu queria trazer o Caio para falar, para terminar o discurso por mim. A SRA. PRESIDENTE (Leila Barros. Bloco Parlamentar Independência/PDT - DF) - Já era o seguro... (Risos.) Olha, gente, eu ia quebrar mesmo, mas que bom! O Caio também... (Palmas.) (Intervenção fora do microfone.) A SRA. PRESIDENTE (Leila Barros. Bloco Parlamentar Independência/PDT - DF) - Nós vamos por hierarquia. O SR. JOÃO SENA (Para discursar.) - Eu confio nele. Se eu esqueci alguma coisa, eu tenho certeza de que ele vai complementar. Então, terminando e passando para o Caio, eu quero agradecer a Deus. Ele esteve em todos os nossos momentos, em todas as nossas batalhas e nas derrotas, principalmente, mas ele sempre nos levou à vitória. Um abraço. (Palmas.) A SRA. PRESIDENTE (Leila Barros. Bloco Parlamentar Independência/PDT - DF) - Nós que agradecemos, João. O SR. CAIO BONFIM (Para discursar.) - Bom dia. Eu só vim porque foi o treinador que mandou, viu? Senão... (Risos.) Fui pego de surpresa, mas quero começar com a gratidão: obrigado por toda homenagem, por toda vez que meu nome foi citado. Fico muito feliz por estar em casa. Quero cumprimentar toda a mesa, que honra nosso... Eu já vim ser homenageado como atleta, mas como profissional acho que é a primeira vez, então isso é muito legal. Ninguém chega a lugar nenhum sozinho e, se não fosse pelos profissionais que trabalharam comigo... Eu sempre fui apaixonado pelo projeto do meu pai. Cresci com ele, Professor do Atletismo e da escola. Ele gostava de me levar. Eu não sei - porque o meu irmão não ia - o que acontecia, porque ele me ligava e falava: "Olha, estou passando aí para te levar, eu vou dar aula hoje à noite". Ele dava aula num colégio noturno. E eu assisti muito... Acho que essa foi a maior influência que eu tive para ser... Eu era aquele aluno inquieto, com quem o professor não tinha muita paciência, e, quando eu estava lá na aula de educação física do meu pai, eu falava: "Poxa, se todo professor fosse igual ao meu pai, eu estava feito", porque ele conseguia perceber isso, com o carisma e tudo, na aula dele. Então, acho que foi essa a minha maior influência para fazer o curso, para querer estudar. Eu comecei ali, atleta dele, e depois que entrou a minha mãe nessa história. Na marcha atlética, a gente precisa de um treinador, de uma parte técnica específica, e a gente, discutindo sobre como treinar isso, como melhorar isso, chegou ao consenso de que podia ser a minha mãe. Aí, ela começou a se especializar na educação física: fomos para a Europa, aprendemos com outros treinadores. Então, foi com esse time de educadores... E a gente foi estendendo isso: hoje, a gente tem um biomecânico que ajuda a gente, tem um fisiologista que ajuda a gente, tudo isso dentro da educação física, com esses profissionais. Por isso, eu queria agradecer, em nome de todos. A gente acabou de falar dos Jogos Olímpicos, do tanto que a população gosta dos Jogos Olímpicos, mas gosta pouco de fazer atividade física. A gente sabe dos que são amantes, mas são poucos que tomam essa iniciativa, e não se fazem Jogos Olímpicos sem um profissional de educação física. |
R | A gente fala dos atletas, de todo aquele momento lindo ali de subir ao pódio, a corrida, falando aí do atletismo, a beleza que é o esporte olímpico, mas, na Vila Olímpica, a gente vai vendo os bastidores do profissional. E é tão legal você esbarrar ali com o Bernardinho, com o Zé Roberto; ali você consegue ver outros profissionais trabalhando, porque da Vila, às vezes, não dá para ficar saindo, demora muito para ir até o treino. E está o mundo todo treinando ali na Vila, e você vai vendo o treinador do boxe, os treinadores de outras modalidades e você vai vendo como é legal esse ambiente. Então, neste momento, quero parabenizar todo profissional que se dedica, que se entrega. Como meu pai falou aqui bem, o olho dele brilha, mas não é pegando o treino do atleta olímpico, é vendo aquele menininho novo fazendo o recorde dele. Ele chega em casa: "Caio, você não sabe quem eu descobri hoje! Achei o meu queniano". Ele fala isso. Então, parabéns, porque é com vocês que a gente pode chegar hoje e falar que eu sou medalhista olímpico. Foram vários profissionais e quis Deus que fossem os meus pais também. Muito obrigado e parabéns pelo trabalho de vocês. (Palmas.) A SRA. PRESIDENTE (Leila Barros. Bloco Parlamentar Independência/PDT - DF) - Obrigada, Caio, João e Gianetti, essa família incrível. Gente, eu gostaria de ficar aqui até depois do almoço, porque é tão interessante. Adoro estar neste ambiente, porque a gente sai do esporte, mas ele não sai da gente. Graças a Deus! Então, eu sigo aqui os meus desafios com um dos maiores valores que eu aprendi no esporte, pois no esporte a gente, infelizmente, não precisa amar, o ideal seria amar, mas a gente precisa respeitar. Esta é uma das principais lições que eu aprendi dentro do esporte, principalmente no meu, que é coletivo: saber que o pensamento divergente não é o meu inimigo; muito pelo contrário, ele pode somar muito no meu dia a dia. E é ao esporte que eu devo isto, essa capacidade de dialogar, de transitar. Isso o esporte me deu. Então, eu quero muito agradecer e dizer que certamente, no ano que vem, nós vamos estar aqui. Só lembrando, Caio, que Olimpíada é de quatro em quatro anos, infelizmente. E aí eu faço um apelo a todos aqueles que gostam do esporte: que valorizem mais o esporte, que valorizem mais esses profissionais, os nossos atletas. A gente sabe a dificuldade que o Caio passou, neste último ciclo, em questão de patrocínio. E, toda vez que se traz uma medalha, óbvio, é alegria - o Brasil trouxe -; mas é muito difícil, num país em que se dá pouca estrutura, se conquistar uma medalha, por isso ela é tão importante. Por isso é que, quando se olha para um atleta no Brasil, ele é quase um herói, porque a gente sabe... É um herói! Na verdade, é isso, é um herói da resistência todos os dias. E ao lado desses profissionais: como eu falei, atrás de um atleta, atrás de uma criança que está iniciando, atrás de um projeto social, esportivo, tem esse profissional, esse profissional de educação física. Então, mais uma vez quero agradecer, em nome do Senado Federal, em nome do nosso Presidente Rodrigo Pacheco e de todos os Senadores, o trabalho incansável de vocês em prol da nossa saúde, do bem-estar da nossa população e na formação também dos nossos jovens. Cumprida a finalidade desta sessão especial do Senado Federal, eu agradeço às personalidades que nos honraram com a participação e que estiveram conosco nesta manhã incrível. Parabéns aos nossos profissionais de educação física! Está encerrada esta sessão. (Palmas.) (Levanta-se a sessão às 11 horas e 31 minutos.) |