2ª SESSÃO LEGISLATIVA ORDINÁRIA
57ª LEGISLATURA
Em 25 de novembro de 2024
(segunda-feira)
Às 10 horas
163ª SESSÃO
(Sessão Especial)

Oradores
Horário

Texto com revisão

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O SR. PRESIDENTE (Flávio Arns. Bloco Parlamentar da Resistência Democrática/PSB - PR. Fala da Presidência.) - Declaro aberta a sessão.
Sob a proteção de Deus, iniciamos nossos trabalhos.
A presente sessão especial foi convocada em atendimento ao Requerimento nº 427, de 2024, de autoria desta Presidência e de outros Senadores e Senadoras, aprovado pelo Plenário do Senado Federal.
A sessão é destinada a comemorar os 20 anos da Pastoral da Pessoa Idosa.
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Fazem parte desta mesa, na sessão especial, os seguintes convidados: D. José Antonio Peruzzo, Bispo da Arquidiocese de Curitiba e Presidente da Pastoral da Pessoa Idosa - seja muito bem-vindo, D. Peruzzo; além de Arcebispo da Arquidiocese de Curitiba, é também um grande amigo nosso -; Sra. Sandra Regina Michellim, à minha esquerda, Coordenadora Nacional da Pastoral da Pessoa Idosa; também à minha esquerda, Sra. Regina Riba, Assistente Social e integrante da equipe nacional da Pastoral da Pessoa Idosa - sejam muito bem-vindas também, assim como toda a mesa que compõe a direção desses trabalhos -; à minha direita, Sra. Maria Magali de Fátima Lima da Rocha, Coordenadora da Pastoral da Pessoa Idosa no Distrito Federal; e, também à minha direita - seja muito bem-vinda -, Sra. Regina Siqueira da Silva, que é uma pessoa acompanhada pela Pastoral da Pessoa Idosa.
Quero destacar aqui também a presença do Sr. Alexandre da Silva - seja muito bem-vindo -, que é Secretário Nacional dos Direitos da Pessoa Idosa.
E quero também saudar, como componentes de uma mesa ampliada, os alunos do ensino médio do Centro de Ensino Médio 111 do Recanto das Emas, Brasília-DF.
Sejam muito bem-vindos e bem-vindas nessa visita importante ao Congresso Nacional!
Convido a todos e todas para, em posição de respeito, acompanharmos o Hino Nacional.
(Procede-se à execução do Hino Nacional.)
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O SR. PRESIDENTE (Flávio Arns. Bloco Parlamentar da Resistência Democrática/PSB - PR. Para discursar - Presidente.) - Quero saudar também as lideranças que estão presentes aqui no Plenário do Senado Federal, representando as 20 mil lideranças qualificadas da Pastoral da Pessoa Idosa no Brasil, números que vão ser detalhados na sequência, com acompanhamento de alguns milhões de pessoas no decorrer desses últimos anos.
Então, gostaria de, nas pessoas daqueles que estão aqui, cumprimentar a todos, todas da Pastoral da Pessoa Idosa que nos acompanham pelos meios de comunicação do Senado Federal neste momento e enviar um abraço a todas e a todos, dizendo que o trabalho é extremamente importante, necessário, bom para o Brasil.
E até faço um apelo aos novos Prefeitos ou Prefeitos reeleitos, Prefeitas, Vereadores, para procurarem a liderança da Pastoral da Pessoa Idosa nos seus municípios, para trabalharem em conjunto, e pedirem o apoio da Pastoral para o atendimento com qualidade da pessoa idosa pelo Brasil todo.
Então, eu vou ler os nomes das pessoas que estão aqui. Se puderem, levantem a mão ou, se for possível, se levantem para que a TV Senado possa apanhar também a presença de vocês.
Milena Rezende de Melo.
Tudo bem, Milena? Obrigado.
Maria Eunice de Medeiros.
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Maria Zilmar Aires do Rego.
Muito bem! Nós tínhamos nos cumprimentado, inclusive antes, e a Maria Zilmar estava comentando que, no dia 19, completou 74 anos morando em Brasília, tendo vindo do Rio Grande do Norte. Parabéns!
Marisa Silva Siqueira.
Muito bem! Que bom!
Estelita Bispo dos Santos Cassiano.
Dorvalina Gonçalves Gomes.
Muito bem.
Maria de Fátima Silva, seja bem-vinda também!
Maria de Jesus Costa Leite, lá no fundo.
Muito bem! Que bom que está aqui!
Eliene Angélica de Lima.
Muito bem! Obrigado pela presença!
Raimunda Andrade da Cunha.
Muito bem, Raimunda!
Maria de Lourdes Amaral.
Tânia Maria Alves de Souza.
Muito bom! Parabéns!
Keila Matos da Silva.
Quando eu digo "parabéns", os parabéns devem ser transmitidos a vocês e a todos e todas pelo Brasil, não é verdade? Isso que é importante. A gente faz parte de um grande coletivo a favor da vida.
Enizelina Melgaço Martins, bem-vinda!
Ozália da Conceição Guedelho, lá no fundo.
Muito bom!
Zélia Rodrigues Guedes Cordeiro.
Elba Lúcia Morais Melo.
Muito bem, Elba!
Jucirleide Gomes Batista.
Maria Abadia de Sousa Ferreira.
Muito bem, Maria Abadia!
E todos podem observar a camiseta também com a logo da Pastoral da Pessoa Idosa. Quando encontrar essa camiseta, todo mundo pode estender as mãos para um trabalho conjunto.
Valdete Maria de Jesus.
Nilda Rodrigues de Oliveira.
Muito bem, Nilda!
Maria Zeneide de Miranda.
Francisca Almeida de Sousa.
Leda Rodrigues de Oliveira.
Isso! Aqui no cantinho.
Antônia Batista de Almeida Lisboa.
Ana Maria Ferreira Melo.
Muito bem! Obrigado!
Maria Magali de Fátima Lima da Rocha, que já está aqui à mesa e que é Coordenadora da Pastoral da Pessoa Idosa, no Distrito Federal.
Eu quero lembrar a vocês que, em nossa história, uma força silenciosa - 20 mil pessoas, pelo menos, pelo Brasil, qualificadas - tem transformado vidas levando dignidade às comunidades mais carentes e reforçado os laços de solidariedade em nosso país, as Pastorais Sociais. Surgidas como expressão do compromisso cristão com a justiça social, essas ações da Igreja Católica têm sido instrumentos de esperança para milhões de brasileiros e brasileiras.
Atuando em áreas como saúde, educação, infância, juventude, trabalho, direitos humanos, as pastorais revelam o papel transformador da fé quando alinhada a medidas concretas e eficazes.
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Hoje, temos a honra de celebrar os 20 anos de uma dessas iniciativas: a Pastoral da Pessoa Idosa, um exemplo eloquente, vibrante de dedicação ao cuidado de um dos grupos sociais mais vulneráveis.
Fundada em 5 de novembro de 2004 e idealizada pela visionária Dra. Zilda Arns, também fundadora da Pastoral da Criança, a Pastoral da Pessoa Idosa nasceu com o propósito de promover o envelhecimento digno e ativo. Com seu belíssimo trabalho, a pastoral busca valorizar aqueles que tanto contribuíram para a construção do Brasil que temos hoje. Inspirada pela metodologia bem-sucedida da Pastoral da Criança, a Dra. Zilda trouxe a mesma dedicação e eficiência para atender aos idosos, enfrentando os desafios de uma população que cresce em número, mas, muitas vezes, permanece esquecida.
Hoje, a Pastoral da Pessoa Idosa está presente em 2.840 paróquias do Brasil, em todos os estados brasileiros, com mais de 20 mil líderes comunitários capacitados. Esses líderes já realizaram mais de 18 milhões de visitas domiciliares. São números impressionantes, que revelam não apenas o alcance, mas também a profundidade do impacto dessa obra. Nessas visitas, são realizados acompanhamentos de saúde e orientações sobre direitos, e se estimula a convivência familiar e comunitária.
Entre as principais iniciativas da pastoral, destacam-se o monitoramento das condições de saúde dos idosos, a promoção de campanhas de vacinação e o incentivo à prevenção de quedas e doenças crônicas. Além disso, a pastoral contribui para a criação - o que é muito importante - de redes de apoio, que envolvem familiares e comunidades, promovendo o protagonismo do idoso e o respeito à sua dignidade. É um trabalho que vai além, com certeza, da assistência, fortalecendo vínculos e construindo pontes de humanidade.
Sabemos que o Brasil está envelhecendo rapidamente. Segundo projeções do IBGE, em 2030, o número de idosos vai superar o de crianças e adolescentes no país. Esse dado reforça a importância de iniciativas como a Pastoral da Pessoa Idosa, que atua não apenas na assistência mas também na promoção de uma cultura que valorize e respeite o envelhecimento.
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Cuidar dos idosos, promover os idosos é cuidar do futuro de todos nós, pois, em cada ação, garantimos que a sociedade reconheça sua história e honre aqueles que a escreveram.
Por tudo isso, o Senado Federal não poderia se furtar a celebrar esta data tão significativa. Rendemos hoje nossa homenagem à Pastoral da Pessoa Idosa e a todos e todas que, ao longo desses 20 anos, dedicaram seu tempo, sua energia e seu amor a essa causa tão nobre. Que este exemplo da Pastoral aqui representada, e sendo acompanhada esta sessão por todos os líderes do Brasil, nos inspire a continuar trabalhando por um Brasil mais justo, mais solidário e mais humano.
Eu citei a Dra. Zilda Arns como fundadora também e lá como pioneira nesta área - eu até diria tia Zilda, que é minha tia também, irmã do meu pai -, mas muitos trabalharam e se dedicaram no decorrer desses 20 anos. A homenagem é para todas essas pessoas, milhares, e para todos que estão neste momento sendo coordenados pelo Arcebispo da Arquidiocese de Curitiba e Presidente da Pastoral da Pessoa Idosa, Dom José Antonio Peruzzo.
Uma salva de palmas. (Palmas.)
E coordenados também pela Sra. Sandra Regina Michellim, que é a Coordenadora Nacional da Pastoral da Pessoa Idosa. (Palmas.)
A Dra. Zilda sempre dizia: "O que seria da Pastoral da Pessoa Idosa, ou da Pastoral da Criança, se não fossem os líderes e as líderes pelo Brasil todo acompanhando as pessoas idosas?".
Uma salva de palmas para todos os líderes. (Palmas.)
Muito bom.
Uma sessão especial da mais alta importância, que revela a força do povo organizado, que tem objetivos claros e que faz um trabalho, assim, de muita qualidade, não só em números, como foi dito, mas feito por pessoas qualificadas, capacitadas. E esse é um investimento que é bastante importante - não é, Sandra? - na Pastoral da Pessoa Idosa.
Solicito à Secretaria-Geral da Mesa a exibição de um vídeo institucional.
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(Procede-se à exibição de vídeo.) (Palmas.)
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O SR. PRESIDENTE (Flávio Arns. Bloco Parlamentar da Resistência Democrática/PSB - PR) - Além de já ter saudado o nosso querido Arcebispo, Coordenador, pela CNBB, da Pastoral, D. José Antonio Peruzzo, e também de ter cumprimentado a Sandra, que é Coordenadora Nacional da Pastoral da Pessoa Idosa, após ver o vídeo, quero lembrar a todos e a todas no Brasil da Irmã Terezinha Tortelli, que se dedicou intensamente à Pastoral da Pessoa Idosa no decorrer dos anos; assim como do trabalho e da figura do Padre Reginaldo Manzotti, que empresta o seu carisma, a sua liderança e o seu trabalho a favor da Pastoral da Pessoa Idosa também.
Então, parabéns também a todos eles. (Palmas.)
Quero saudar a presença da Sra. Ministra Conselheira da República Democrática do Congo Albertine Kabaki.
Seja muito bem-vinda! (Palmas.)
Representando o Ministério da Saúde, a Sra. Coordenadora de Atenção à Saúde da Pessoa Idosa, Lígia Gualberto.
Seja muito bem-vinda! (Palmas.)
Inclusive, vai haver uma audiência hoje à tarde no próprio Ministério da Saúde. Já me desculpo por não estar junto, por causa do compromisso aqui no Senado, mas o gabinete estará acompanhando. É um trabalho sempre articulado, conjunto, de soma, com a Secretaria Nacional da Pessoa Idosa também, aqui representada pelo Alexandre da Silva.
Quero destacar a presença da assessora do gabinete da Ministra do Ministério das Mulheres Ana Maria Santos Rocha.
Está aqui presente. Que bom revê-la.
Muito bem. (Palmas.)
Saúdo a Revma. Irmã Madalena de Jesus Silva.
Muito bem-vinda! (Palmas.)
E a Revma. Irmã Maria de Deus Raposo, também aqui presente.
Eu quero destacar que a promoção da pessoa idosa é uma responsabilidade de toda a sociedade, como já foi dito; também da Igreja Católica, mas de todas as igrejas. Todas as igrejas fazem um trabalho importante e necessário nessa área.
O essencial é dizermos: o nosso grande objetivo é cidadania, dignidade, respeito, políticas públicas para a pessoa idosa. Mesmo que alguém não professe uma denominação religiosa, essa pessoa, em muitas ocasiões, diz: "Ah, falamos do idoso? Estou junto". Porque isso independe de religião. É uma questão de direitos humanos, de participação.
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Então, todos e todas são convidados a juntos estreitarmos os laços para que a população, nesse processo de envelhecimento, seja cada vez mais bem atendida, não é verdade? Então, é para isso que a gente tem que batalhar e lutar juntos: Governo Federal, governos estaduais e municipais, mas com a força essencial que vem da comunidade. Porque a pessoa sendo visitada na sua casa, no seu lar, pela líder, que é uma pessoa do conhecimento dela, da relação dela, que sabe onde ela mora, sabe qual é o nome, sabe qual é a dificuldade... Uma visita regular, porque uma cultura não é de um dia para o outro que se muda, é um processo contínuo que tem que ser abordado. Por isso 20 anos da Pastoral da Pessoa Idosa, e tem que continuar, para todo o Brasil! Por isso que a gente pede o apoio de toda a sociedade.
Muito bem!
Passamos, em seguida, a palavra a D. José Antonio Peruzzo, esse grande líder de Curitiba, do Paraná, do Brasil, da Arquidiocese de Curitiba, Arcebispo e Presidente - mencionei, agora há pouco, "coordenador", e não é, é Presidente da Pastoral da Pessoa Idosa.
Se o senhor quiser, pode ser aqui ou lá na tribuna também. Eu acho que lá na tribuna fica mais tranquilo.
Com a palavra.
Uma salva de palmas. (Palmas.)
O SR. JOSÉ ANTONIO PERUZZO (Para discursar.) - Caríssimo Sr. Senador e amigo Flávio Arns, saúdo todos os que fazem parte da mesa, pessoas de alguma maneira envolvidas no cotidiano da Pastoral da Pessoa Idosa, que nós dizemos, carinhosamente, PPI. Como em casa as pessoas recebem algum tipo de cognome, algum tipo de apelido familiar, é uma familiaridade que promove também os afetos. A PPI é o espaço das nossas fidelidades à fé professada.
Quero saudar também com muita gratidão os mais de 20 mil líderes, representados aqui por um grupo do Distrito Federal, de Brasília, de vizinhanças e talvez de algum outro estado também, mas que aqui são a imagem e a voz dos 20 e tantos mil.
Eu recordo quando a Dra. Zilda me ligou, numa terça-feira à tarde, desde Curitiba - eu era Bispo no interior do Paraná -, convidando-me. Os convites dela eram tão enfáticos que era difícil resistir. Ela combinava liderança com autoridade moral. A princípio, reticente que fui, aleguei muitas impossibilidades. Ela me fez uma pergunta, respondeu-me com uma pergunta: "E aqueles idosos que visitam outros idosos não têm muitas impossibilidades? O senhor não é idoso, mas os idosos estão precisando de sua juventude. Gostaria que o senhor se tornasse idoso ajudando a PPI".
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Então, aceitei. No começo, pensava e afigurava-me: vou colaborar e ajudar outros, mas vi tantos exemplos e tantos testemunhos que eu fui ajudado, quase sempre por pessoas idosas. E fui percebendo que Deus não fala em voz alta, mas se deixa encontrar nos gestos dos humildes ou daqueles que querem percebê-lo através da compaixão, que não é ter pena ou ter dó; é aquela compaixão que transfigura as pessoas.
Os visitados, até sem o querer, tinham uma voz eloquente, uma eloquência silenciosa ou um silêncio eloquente, que estava sempre a nos perguntar: "A quem vou oferecer a minha própria vida?". Aqueles líderes da Pastoral da Pessoa Idosa oferecem dias preciosos de suas vidas para que os idosos vivam melhor. Quais idosos?
As prefeituras, os governos estaduais, também o Governo Federal, as autoridades e as instituições constituídas, todas elas têm bons programas de apoio à pessoa idosa - talvez não o suficiente, porque as demandas são sempre maiores do que as possibilidades, mas têm. Entretanto, há alguns idosos que não podem ir até os centros de promoção, não podem participar de certas campanhas, certas viagens, certos passeios, certos encontros de entretenimento. Estão lá nas suas casas sem forças e, às vezes, sem a família; e, às vezes, um olhando para o outro ou olhando só para a sua própria pequenez e impossibilitados de sair. E quem vai pensar neles?
São aqueles idosos que até a voz está a faltar, não porque ficam afônicos, mas porque não conseguem falar nem dos seus direitos. São a estes idosos que a Pastoral da Pessoa Idosa - a eles - quer chegar.
E o faz não porque ninguém tem essa sensibilidade, não. Em alguns casos, esse componente também entra, é verdade; mas por quê? Cuidar dos idosos não é apenas uma questão de Estado ou de política social. Todos os idosos do mundo ou do nosso país poderiam ser plenamente assistidos e ainda sofreriam de solidão.
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Eu vi isso na Alemanha. Nos tempos em que tive a graça de estudar por lá, fui visitar muitos. Não lhes falta nada, mas falta o afeto.
A Pastoral da Pessoa Idosa e esses líderes, os 20 mil líderes, parece que levam o coração na ponta dos dedos. Tudo o que tocam tem um componente de encanto, de ternura e de gratuidade. E essa gratuidade renova a juventude até dos idosos que visitam. Temos muitos idosos que são visitadores de outros idosos. Aliás, a maior parte, talvez, dos visitadores seja de idosos... idosas, quase sempre mulheres! Também, na Pastoral da Criança, quase sempre são mulheres - começou com uma mulher.
É preciso aqui, entre parênteses, talvez, dizer que a força evangelizadora da Igreja Católica no Brasil é muito mais feminina do que masculina. Os encantos da Igreja, motivados por razões de fé, para chegar aos pobres, quase sempre é muito mais uma força, uma vitalidade mais feminina do que masculina. Aqui, o nosso reconhecimento às mulheres.
Mas vamos lá. O que eu gostaria de dizer, e que o Papa Francisco reforça: não se esqueçam nunca daqueles que precisam mais da Igreja. Vale a pena dizer isso também a todos os governos, não por crítica, mas para tomada de consciência. Que nunca nos esqueçamos daqueles que precisam mais, quer dos governos, quer da Igreja, quer de todas as forças vivas que compõem uma sociedade. E o desafio é para todos.
Por mais que sejam grandes as diferenças entre pessoas, culturas, sociedades e ambientes de toda ordem, há pontos de igualdade que valem para todos sempre, na hora de nascer e na hora da conclusão da vida - se não a hora, a fase. Pode ser rico ou pode ser pobre, seja quem for, o nascimento é exigente e sofrido, como também na ancianidade.
(Soa a campainha.)
O SR. JOSÉ ANTONIO PERUZZO - Se isto é um sinal para terminar, eu termino.
O SR. PRESIDENTE (Flávio Arns. Bloco Parlamentar da Resistência Democrática/PSB - PR) - Esteja à vontade, D. Peruzzo.
Por favor.
O SR. JOSÉ ANTONIO PERUZZO - É que me falaram que eram dez minutos, e falta um.
O SR. PRESIDENTE (Flávio Arns. Bloco Parlamentar da Resistência Democrática/PSB - PR) - Não, não. Pode continuar, estamos escutando atentos.
O SR. JOSÉ ANTONIO PERUZZO - Então, eu concluo. Mas olhem, faz tempo que eu fui ensinado a observar regras. Então, eu concluo.
O que eu gostaria de dizer: agradecer, por um lado, e estimular esses líderes. E estes, em toda parte, os que acompanham... Podemos chegar a todo o país; e a todos aqueles líderes: somos apenas 20 mil para uma multidão que cresce. Se conseguirmos convidar mais pessoas para levar afeto a idosos que, com frequência, choram muito, se conseguirmos, até Deus vai nos ser grato.
Muito obrigado, meninas e meninos da PPI. Muito obrigado, Sr. Senador. Até o Senado abriu as portas, porque a causa é nobre. (Palmas.)
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O SR. PRESIDENTE (Flávio Arns. Bloco Parlamentar da Resistência Democrática/PSB - PR) - Agradecemos ao D. Peruzzo.
Eu não estava prestando atenção à campainha aqui, mas poderíamos escutá-lo por muito mais tempo. (Risos.)
Parabéns pelo trabalho e pela Presidência da Pastoral da Pessoa Idosa.
D. Peruzzo é uma liderança querida, importante, que aborda os assuntos com tanta profundidade também...
Parabéns!
Passamos, em seguida, a palavra à Sra. Sandra Regina Capana Michellim, que é Coordenadora Nacional da Pastoral da Pessoa Idosa.
D. Peruzzo é o Presidente e a Sandra é a Coordenadora.
A SRA. SANDRA REGINA CAPANA MICHELLIM (Para discursar.) - Gratidão, primeiramente, Senador, pela abertura deste espaço para a Pastoral da Pessoa Idosa. Gratidão a D. Peruzzo pelo convite para estar à frente da Coordenação Nacional da Pastoral da Pessoa Idosa.
Confesso que é um desafio grande estar à frente, mas quando a gente tem amor por aquilo que faz, com certeza, a missão acontece. Eu estou aqui por amor à missão da Pastoral da Pessoa Idosa, que muito mais que belíssima se faz necessária.
Hoje a temática do envelhecimento é crescente demais e nós, enquanto sociedade, enquanto igreja, precisamos, sim, ter esse olhar para a questão do envelhecimento. Então, estar aqui hoje é uma bênção. É um privilégio estar falando da Pastoral.
Eu gostaria também de falar da importância do líder da Pastoral da Pessoa Idosa, porque eu, além de estar na Coordenação Nacional, também sou uma líder da Pastoral da Pessoa Idosa e acompanho algumas pessoas idosas. E quando eu recebi o chamado, em 2009, abracei com muito carinho esta missão. Todos nós, enquanto líderes, fazemos esta missão com amor, com dedicação, com escuta e com acolhimento.
Visitar a pessoa idosa mensalmente, como diz tanto o Senador como o D. Peruzzo, é criar vínculos. Às vezes, eles nos relatam coisas que muitas vezes não têm coragem de falar para a família. Então, nós, enquanto líderes da Pastoral da Pessoa Idosa, criamos esses vínculos afetivos e efetivos, que nos trazem recompensas pessoais e também prevenção e orientação para aquelas pessoas idosas.
Ser um líder da Pastoral da Pessoa Idosa é gratificante.
Deixo aqui já o convite também para você que quer conhecer a Pastoral, ou seja, a metodologia da Pastoral, fica o convite.
Comemorar esses 20 anos de missão de Pastoral da Pessoa Idosa é afirmar a metodologia própria e consolidada que temos. Também nós somos uma referência mundial no cuidado e na valorização da pessoa idosa.
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Comemorar esses 20 anos de missão é homenagear o líder que mensalmente sai da sua residência, atende o chamado e vai até a casa da pessoa idosa, acompanhá-la, levando orientação, prevenção e tudo o que nós oferecemos durante aquela visita. Também é olhar e homenagear a pessoa idosa, que acolhe cada um de nós, com tanto carinho, com tanto afeto, todos os meses, enquanto fazemos a visita ali. Através da sua sabedoria, através da sua inspiração, eles nos inspiram e nos motivam, diante da sua experiência de vida. Então, fazer parte da Pastoral da Pessoa Idosa, além de bênção, é privilégio, porque estar próximo dessas pessoas é ganhar também qualidade de vida para nós que os acompanhamos, porque eles têm muito a oferecer.
Este momento de falar e de levar isso em nível nacional é um privilégio para a Pastoral, porque nós temos certeza de que chegará a toda a nossa base, para que a sociedade se sensibilize diante dessa questão do envelhecimento.
Muito mais também, nós fomentamos políticas públicas, nós saímos só do afeto e queremos qualidade de vida para que aqui neste cenário se efetivem políticas públicas voltadas para a questão do envelhecimento.
Agradeço a oportunidade e que Deus abençoe todos nós. (Palmas.)
O SR. PRESIDENTE (Flávio Arns. Bloco Parlamentar da Resistência Democrática/PSB - PR) - Agradecemos a você - permita-me chamá-la assim -, Sandra Regina Capana Michellim, que é Coordenadora Nacional da Pastoral da Pessoa Idosa.
Eu quero dizer que você tem uma atitude sempre acolhedora, chamando as pessoas. Espero que essa chamada também ecoe pelo Brasil todo. Parabéns! Parabéns pelo trabalho!
Eu solicito à Secretaria-Geral da Mesa a exibição da fala do Padre Dário Bossi, que é assessor da Comissão para a Ação Sociotransformadora da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB).
O SR. DÁRIO BOSSI (Para discursar. Por vídeo.) - Olá, sou o Padre Dário, missionário comboniano e assessor da Comissão para Ação Sociotransformadora na CNBB. Hoje, quero parabenizá-los, de coração, pelos 20 anos da Pastoral da Pessoa Idosa! Parabéns ao D. Peruzzo, como Bispo referente, à Sandra, como Coordenadora, mas sobretudo a todas e todos os agentes de pastoral espalhados no Brasil inteiro, ao longo desses anos, e também às pessoas novas que estão chegando agora, que estão se dedicando com paixão a uma causa de profunda humanidade.
Imaginem, em 20 anos, quantas pessoas passaram junto à Pastoral e quanto ainda há de se semear. Vinte anos para uma pastoral da pessoa idosa é pouco, não é? Ainda somos jovens! Então, com a força dessa juventude, da juventude de uma pastoral que respeita a sabedoria dos idosos, sigamos juntos com as bênçãos de Deus!
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O SR. PRESIDENTE (Flávio Arns. Bloco Parlamentar da Resistência Democrática/PSB - PR) - Muito bem. (Palmas.)
Agradecemos ao senhor, Padre Dário Bossi, que é assessor da Comissão para a Ação Sociotransformadora da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil. Uma caminhada curta, de 20 anos, mas com tantos frutos pelo Brasil - quase 3 mil paróquias, 20 mil lideranças.
Passo, em seguida, a palavra à Regina Riba, que é assistente social e integrante da equipe nacional da Pastoral da Pessoa Idosa.
Com a palavra. (Palmas.)
A SRA. REGINA RIBA (Para discursar.) - Bom dia a todos, todos os presentes aqui e também aqueles que estão nos acompanhando em casa, especialmente as lideranças voluntárias da Pastoral da Pessoa Idosa.
Quero também fazer menção aqui ao Senador Flávio Arns, agradecendo a ele por esta oportunidade, por esta homenagem à Pastoral da Pessoa Idosa, bem como ao D. Peruzzo, Presidente, e à Sandra Michellim, coordenadora nacional.
Estou aqui, de certa forma, representando também a equipe da Pastoral da Pessoa Idosa, que também faz frente a esse grande trabalho. Somos poucos, mas lá, firmes, na sede nacional, em Curitiba, nos somando a cada um que também soma seus esforços para que a Pastoral esteja viva e caminhando, porque, sim, somos um grupo enorme de voluntários, mas precisamos de materiais, precisamos de conteúdo, precisamos qualificar esses voluntários para que eles tenham condições de adentrar as casas das pessoas idosas e, com qualidade, fazer chegar a informação, seja na área da saúde, da assistência social.
Quero mencionar aqui que, claro, somos uma entidade ligada à Igreja, como bem mencionado, mas também somos uma organização da sociedade civil, e por isso a gente tem condições de fazer parcerias, estabelecer essas parcerias. E aqui faço menção ao Ministério da Saúde, que está aqui presente, e também ao Ministério dos Direitos Humanos e da Cidadania, que também está por aqui. Temos nossas parcerias e isso é muito importante, é fundamental para que a Pastoral possa caminhar.
Então, este é o meu momento de agradecer tanto às parcerias quanto à equipe nacional e também a todos, na base, que fazem seu trabalho para além da visita, que também estão buscando, de certa forma, recursos para que a gente possa chegar cada vez mais longe.
É isto.
Muito obrigada. (Palmas.)
O SR. PRESIDENTE (Flávio Arns. Bloco Parlamentar da Resistência Democrática/PSB - PR) - Agradecemos à Regina Ribas, integrante da equipe nacional da Pastoral da Pessoa Idosa, extremamente competente, organizada e conhecida de todas as lideranças - não é, Sandra? - aí do Brasil inteiro, da Pastoral, e agradecemos a participação dos ministérios. Aliás, considerar essa mesa condutora como uma grande mesa na qual o Plenário se inclui também, porque nós temos vários ministérios e também países aqui presentes. Então, novamente, todos e todas bem-vindas e bem-vindos!
Passamos, em seguida, a palavra à Maria Magali de Fátima Lima da Rocha, porque nós estamos no Distrito Federal, e ela é coordenadora da Pastoral da Pessoa Idosa no Distrito Federal.
Seja muito bem-vinda também, Maria Magali.
A SRA. MARIA MAGALI DE FÁTIMA LIMA DA ROCHA (Para discursar.) - Bom dia a todos!
Saudamos o Senador Flávio Arns; o D. Peruzzo, nosso Presidente da Pastoral da Pessoa Idosa; a Sandra, coordenadora; Regina, que é componente da nossa nacional, a nossa idosa aqui, Sra. Regina Siqueira também; a todas as nossas coordenadoras paroquiais que nós temos, cá em Brasília também; as coordenadoras paroquiais; a todos os nossos líderes que aqui estão; a todas as pessoas idosas da nossa pastoral; e os demais componentes desta sessão.
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Em consonância com essa metodologia da Pastoral da Pessoa Idosa, aqui em Brasília, nós estamos ativas em 19 paróquias. Então nós temos a Pastoral da Pessoa Idosa trabalhando, servindo em 19 paróquias aqui em Brasília. Dessas 19 paróquias, nós contamos com a presença de 208 líderes, que são essas pessoas que são capacitadas para fazer as visitas, e fazem as visitas mensalmente, em domicílio, a 757 idosos aqui no Distrito Federal.
Para atingirmos esse objetivo, nós contamos com a divulgação, com a implantação, a implementação da PPI em novas paróquias. Estamos sempre trabalhando para que nós consigamos levar a novas paróquias e também fazer a reativação de outras pastorais que estão no momento sem atividades. Dentro desse contexto, nós visamos melhorar o acompanhamento dos nossos idosos mais fragilizados nas comunidades mais carentes aqui do DF.
Para fortalecer a missão da Pastoral da Pessoa Idosa, que, além de uma pastoral, também faz um trabalho social, nós tivemos recentemente a graça de ser nomeado aqui para a nossa Brasília, Distrito Federal, pelo nosso Cardeal Arcebispo D. Paulo Cezar, que nomeou o Bispo D. Antonio Aparecido para ser o bispo referencial das pastorais sociais, onde nós estamos incluídos. A Pastoral da Pessoa Idosa é um trabalho social também. Então, dentro disso também foi nomeado o nosso padre, Ricardo Ferreira, que foi nomeado pelo cardeal, como eu já falei, como assessor eclesiástico referencial da Pastoral da Pessoa Idosa. Então ele é o assessor que nos ajuda, que trabalha conosco nessa caminhada e nessa missão.
Agradecemos mais uma vez ao nosso Senador pela homenagem que faz aqui à PPI, aos 20 anos, e também queremos deixar registrados que, em 2025, a Pastoral da Pessoa Idosa, aqui em Brasília, fará 18 anos. Então estamos aí nessa caminhada, com muitos desafios vencidos e a vencer também, porque a missão continua, com esse legado da Dra. Zilda, que foi mentora, nossa fundadora e a nossa primeira coordenadora da Pastoral da Pessoa Idosa. Então, seguindo esse legado deixado por ela, a gente vai continuando essa missão, que é tão linda, como foi dito pelas pessoas que me antecederam, que é uma missão muito de amor, muito de carinho.
Como a Sandra, eu também sou coordenadora diocesana, mas também sou líder, e a gente sente, percebe o carinho desses idosos, quando a gente chega em cada casa, que leva aquele abraço, aquele afeto, não é?
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Então, é isso. Mais uma vez, obrigada a todos os presentes e ao Senador. (Palmas.)
O SR. PRESIDENTE (Flávio Arns. Bloco Parlamentar da Resistência Democrática/PSB - PR) - Agradecemos, Maria Magali de Fátima Lima da Rocha. Quero cumprimentá-la, dar os parabéns também pelo trabalho. Sempre firmes, em frente, coragem, esperança, como a Dra. Zilda falava: "Fé em Deus e pé na tábua", ou seja, vamos acreditar e vamos trabalhar.
Muito bem, passo em seguida a palavra à Sra. Regina Siqueira da Silva, que é acompanhada pela pastoral. Se quiser falar da própria cadeira aqui, pode falar também. Como a senhora preferir, ou da tribuna ou da...
Seja muito bem-vinda também, Regina Siqueira da Silva, que também é visitada pela Pastoral da Pessoa Idosa.
A SRA. REGINA SIQUEIRA DA SILVA (Para discursar.) - Exatamente, eu não tenho muito o que falar porque sou uma pessoa visitada por essa pastoral. Então, eu me sinto muito feliz por estar aqui e também, por ser uma pessoa... porque eles fazem essa visita com muita alegria, com muita dedicação. E eu, como idosa, também gosto de visitar as pessoas idosas porque elas sentem muita alegria quando a gente chega à casa. Eu chego brincando com elas; quando eu vou embora, elas ficam: "Não vá não, não vá não, fique mais, fique mais", sabe?
E a gente sente que as pessoas são tão carentes de uma visita porque as pessoas vivem em um canto. Eu, pelo menos, tenho meu esposo, que é doente, que não... É difícil até de falar, dá muito trabalho, ele tem Alzheimer. E estou aqui, mas porque Deus me dá força, porque eu também já estou uma pessoa idosa, e Deus me dá muita força.
Agradeço muito a Deus pelo tempo que tenho de vida e pelas pessoas por quem sou acolhida.
Eu só tenho que agradecer e tenho pouco que falar porque é isso mesmo.
Muito obrigada. Muito obrigada, minha pastoral, que me acompanha, viu? Muito obrigada a todos que me colocaram aqui.
Então é isso. Não posso falar muito não. (Palmas.)
O SR. PRESIDENTE (Flávio Arns. Bloco Parlamentar da Resistência Democrática/PSB - PR) - Muito bem colocado, Regina Siqueira da Silva.
Eu acho que as palavras... não é a quantidade de palavras, mas o afeto, o sentimento, a vida e a solidariedade que vêm junto com as palavras. Isto é que muda o mundo, também: não só as palavras, mas os exemplos.
Parabéns, Regina da Silva.
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Eu passo, em seguida, a palavra ao Sr. Alexandre da Silva, que é Secretário Nacional dos Direitos da Pessoa Idosa, do Ministério dos Direitos Humanos e da Cidadania.
Seja muito bem-vindo também, assim como o Ministério da Saúde, o Ministério das Mulheres e todas as pessoas que nos acompanham nesta sessão especial. Com a palavra, então.
O SR. ALEXANDRE DA SILVA (Para discursar.) - Bom dia a todas e a todos. Tudo bem com vocês?
Eu quero primeiramente agradecer...
Primeiro, fazer uma audiodescrição, não é? Acho que como está sendo televisionado, então falar que estou aqui de frente para a mesa, de frente também para todas as pessoas presentes. Sou um homem alto, preto, cabelo comprido, estou usando um terno cinza e uma camiseta branca.
Eu quero agradecer primeiramente a todas as pessoas idosas presentes neste espaço - é muito importante encontrá-las aqui -, a todas as pessoas idosas que estão nos assistindo, a todas as pessoas idosas que fazem as visitas. Então, parabéns também. Agradeço às líderes que estão aqui conosco, aos líderes também e às pessoas que recebem as visitas.
Quero também agradecer o convite pelo Senador Flávio Arns e também ao Presidente da PPI, Dom José Peruzzo, à coordenadora e colega também, Sandra Regina, colega Regina - que bom encontrá-las mais uma vez -, colegas do Governo Federal, Lígia e demais, e também do Governo estadual e municipal, e a todas as pessoas que estão presentes aqui.
Bom, eu rapidamente vou fazer alguma fala, dizer o que já foi dito pelo próprio Senador, que o Brasil envelhece muito rapidamente. O Brasil tem tido algumas políticas que vêm garantindo esse direito de envelhecer e também iniciativas, como a da pastoral, que fazem junto todo esse movimento para um Brasil que, cada vez mais, fica longevo.
Nós temos ações que acontecem de forma diferente, porque precisa ser, dos mais diversos municípios, porque os municípios e estados têm uma diversidade muito grande, marcada também pela diversidade dos seus povos, pela constituição histórica de cada local, que a gente conhece, mas ainda, infelizmente por muitas desigualdades. E esse é um ponto central que nos une aqui no evento de hoje.
A Pastoral é, para mim, uma entidade de muito respeito, à qual eu já fiz visitas e fui muito bem acolhido lá. Conheci cada vez mais o trabalho de vocês. É um trabalho que eu já conhecia do tempo que eu atuo no campo do envelhecimento.
Mas o que eu quero destacar aqui é a importância da PPI na participação social junto ao Governo Federal. Então a PPI hoje faz parte, é um dos membros do assento da sociedade civil dentro do Conselho Nacional dos Direitos da Pessoa Idosa. Estão sempre presentes, sempre uma está lá garantindo conosco esse papel importante de nos ajudar na deliberação, na construção de políticas e de ações. Então isso eu quero também deixar aqui, todo o reconhecimento, até num momento muito difícil que tivemos, numa retomada do Conselho Nacional. Foram muito importantes a presença e a articulação também positiva feita pela PPI junto ao nosso Governo.
A Secretaria Nacional de Direitos da Pessoa Idosa luta sempre pelo direito de envelhecer de todas as pessoas, pela garantia dos seus direitos e pela possibilidade do exercício da cidadania. Entendo eu que o trabalho feito pela PPI é justamente de fazer isso; por meio das visitas que são realizadas, vocês garantem que esses direitos possam ser exercidos e as pessoas idosas tenham mais dignidade no seu dia a dia.
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É também aqui uma oportunidade de falar a todas as senhoras e aos senhores que a gente precisa ainda lutar por esse direito de envelhecer para muitas pessoas, que ainda é muito desigual. Os senhores e as senhoras, as líderes e os líderes que fazem as visitas sabem muito bem que tem pessoas que têm uma dificuldade de envelhecer, e isso, muitas vezes, precisa ser garantido por todo o trabalho coletivo que fazemos aqui.
É também urgente fazermos o enfrentamento à discriminação que se dá a partir da idade. O Brasil hoje, como já foi falado pelo próprio Senador, envelhece rapidamente. Então, como vamos criar ações efetivas para o enfrentamento a esse idadismo que afeta pessoas, já a partir dos seus 30, 40, e que vai se acentuando nos seus 50, 60, 90 anos? Nós temos que entender cada vez mais que envelhecer é sinal de que as coisas estão dando certo; porque o contrário é a gente morrer precocemente e injustamente. Então, que possamos fazer parte deste momento de revolução da longevidade, do qual o nosso país faz parte.
Quero dizer também que o Ministério dos Direitos Humanos, junto a outros ministérios, tem uma série de programas, projetos e ações que vão garantindo o direito de todo mundo, o direito de quem cuida também, que é um ponto central falado pela Sra. Regina.
Fico aqui à disposição, coloco mais uma vez a Secretaria à disposição das colegas, que já sabem da nossa abertura para fazer o diálogo, e desejo vida longa e vida longeva para a PPI.
Muito obrigado. (Palmas.)
O SR. PRESIDENTE (Flávio Arns. Bloco Parlamentar da Resistência Democrática/PSB - PR) - Agradecemos - permita-me chamar de você -, Alexandre da Silva, pela fala, pela exposição. Parabéns, Secretário Nacional dos Direitos da Pessoa Idosa do Ministério dos Direitos Humanos e da Cidadania.
Quero saudar também, aqui nas galerias, os alunos e as alunas do curso superior de Direito da Faculdade de Direito de Franca, São Paulo.
Sejam muito bem-vindos e bem-vindas. (Palmas.)
Estamos numa sessão especial para comemorar os 20 anos da Pastoral da Pessoa Idosa no Brasil.
Solicito à Secretaria-Geral da Mesa a exibição de um vídeo que foi enviado pelos coordenadores das seguintes dioceses: Sra. Izaura Silva, Diocese de Imperatriz, Maranhão; Srs. Luiz e Luziania, Diocese de Vitória, Espírito Santo; e a Sra. Aldenôra Pereira, Coordenadora estadual da Pastoral da Pessoa Idosa do Estado da Paraíba.
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(Procede-se à exibição de vídeo).
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O SR. PRESIDENTE (Flávio Arns. Bloco Parlamentar da Resistência Democrática/PSB - PR) - Agradecemos - me permitam dizer assim a vocês - ao Luiz, à Luziania, à Aldenôra Pereira e à Izaura Silva.
Eu quero cumprimentar de uma maneira particular a Izaura Silva, porque 15 dias atrás estava retornando à Brasília de avião e havia duas senhoras, uma de um lado e outra do outro lado do meu banco, falando da Pastoral da Pessoa Idosa. E eu disse para elas: "Mas vocês trabalham na pastoral? Como é que fazem?". "Não, nós estamos indo para Curitiba para os festejos da pastoral, porque os festejos vão acontecer neste final de semana". E viemos conversando o tempo todo durante o voo, cerca de duas horas, sobre a Pastoral da Pessoa Idosa. E a Izaura também, como coordenadora, demonstrou um trabalho extraordinário - uma coincidência. Ela, inclusive, no momento, ligou já dizendo: "Olha como o mundo é pequeno: estou aqui no avião e falando com [ela falou] o sobrinho da Dra. Zilda sobre a Pastoral da Pessoa Idosa". E eu disse: "Olha, que maravilha!".
Eu quero passar a palavra de novo ao nosso Arcebispo de Curitiba, Presidente da Pastoral da Pessoa Idosa, D. José Antonio Peruzzo.
O SR. JOSÉ ANTONIO PERUZZO (Para discursar.) - Está ligado.
Parece que o Senador quer pedir perdão por ter me interrompido, mas não é isso. (Risos.)
Já é hora de concluir.
Só gostaria de dizer que, à tarde, nós iremos ao Ministério da Saúde - temos aqui quem o representa, mas talvez nos encontraremos lá amanhã também.
Até para fazer o bem é preciso dinheiro. Vamos pleitear, vamos apresentar, nós sempre encontramos muito boa receptividade e quem sabe poderemos sonhar com essa ajuda, com recursos governamentais para ajudar pessoas que precisam e que são de responsabilidade de todos: governos, igrejas... Não é só uma questão de Estado. Se fosse só isso, nós apenas ajudaremos a evitar dores maiores, mas a pessoa humana não precisa só de assistência; de qualquer maneira, também precisa de afeto, de ternura, e as visitas que fazemos são para levar também encantos, gratuidades e afeições.
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O governo, seja ele municipal, seja ele estadual, seja ele federal... Aqueles idosos que são visitados caem menos. Há estatísticas: visitados caem menos; até incontinência urinária, entre os visitados, diminui. Parece um detalhe ligado apenas a uma condição física de saúde, mas é um bem-estar psicológico que ajuda a pessoa a crescer em autoestima. Os acidentes domésticos são menores, porque há uma motivação interior, que, além do cuidado, comunicou também experiências de fraternidade. É muito econômico, para todos os governos, em qualquer parte do mundo, acompanhar as iniciativas de voluntariado.
Nós da Pastoral da Pessoa Idosa o fazemos também por razões de fé, e é por causa disso, porque cremos no Senhor Jesus, que queremos nos aproximar daqueles que precisam muito sentir, além da assistência humana, também as ternuras de Deus.
Eu estou muito confiante. À menina lá do ministério: vamos conversar hoje à tarde e vamos olhar para o futuro com esperança. E vocês... Ponhamo-nos em oração para que possamos ajudar outros a rir, sorrir e sentir a paz do Senhor.
Eu agradeço mais uma vez ao Sr. Senador, a todos do Governo que aqui vieram e a vocês, meninas e meninos, que nos ajudam cotidianamente. É por causa de Deus.
Vamos adiante, que ele os abençoe. (Palmas.)
O SR. PRESIDENTE (Flávio Arns. Bloco Parlamentar da Resistência Democrática/PSB - PR) - Quero novamente agradecer a presença de D. Peruzzo, essa figura extraordinária, Presidente da Pastoral da Pessoa Idosa e Arcebispo de Curitiba; da Sandra, que é Coordenadora Nacional e se dedica tanto, também, como todos os líderes; da Regina Riba, que é também, vamos dizer, da parte administrativa, executiva, organizadora, animadora - é tanta coisa! -, impulsionadora; da Maria Magali - continue firme, estamos juntos aqui no Distrito Federal -; da Regina Silva, também. Parabéns pelas palavras tão bonitas, tão lindas.
Quero agradecer a presença dos ministérios aqui já mencionados e das lideranças da Pastoral da Pessoa Idosa, aqui próximas, representando as 20 mil, as mais de 20 mil lideranças capacitadas. Eu sempre digo assim: lideranças qualificadas, capacitadas, com treinamento, curso, orientação. Isso é muito importante que se ressalte, e capacitar 20 mil pessoas não é fácil. Então, fica a nossa saudação.
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Como a Dra. Zilda dizia - e eu já mencionei isto -: o que seria da Pastoral da Pessoa Idosa e de outras iniciativas sem esse exército de voluntários que trabalham dentro daquela perspectiva de afeto, de solidariedade, de estar junto e de conversar.
A Regina falou tão bem: as pessoas saindo de casa, e as outras fazendo o apelo para ficarem um pouco mais, escutarem um pouco mais, chegarem mais. É disto que as pessoas precisam: a solidariedade, a amizade, o respeito, a presença, o diálogo. E é isso que a pastoral faz dentro de um trabalho altamente técnico, ao mesmo tempo.
Faço, novamente, o apelo para os Prefeitos, Prefeitas, eleitos e reeleitos, Vereadores, Governadores: todos os municípios e estados têm mais de 20 mil pessoas à disposição. Essas 20 mil podem se transformar em 30 mil, 40 mil, 50 mil.
É muito melhor para o município contar com esse povo organizado, que faz um trabalho com objetivo de assegurar que dignidade, cidadania e direitos humanos sejam respeitados. Então, é um trabalho conjunto.
Faço apelo aos Prefeitos que procurem as iniciativas sociais, tantas. Hoje, a gente está falando da Pastoral da Pessoa Idosa. Procurem, vejam, se integrem, trabalhem juntos, dialoguem, discutam, para que o grande objetivo da promoção do ser humano seja alcançado não só na área da saúde. Foi muito mencionada a área da saúde, mas também há a assistência, a parte da saúde mental, que é tão essencial para todos nós.
Quando alguém diz "eu gosto que você me visite, que você converse comigo", a gente está promovendo a saúde mental.
O município pode se organizar com políticas públicas adequadas para essa área, como o Alexandre da Silva já comentou também.
Apelo para que esta sessão especial ressoe, tenha eco, ecoe pelo Brasil todo, para que a gente possa aumentar e trabalhar juntos. O Brasil precisa de um trabalho articulado, conjunto, de todas as forças da sociedade, de todas as igrejas, de todas as pessoas, de todos os órgãos públicos, para que o resultado final seja bom e seja adequado.
Esse é um dos grandes objetivos de uma sessão especial também.
Agradeço à Débora, que me auxiliou aqui, que é do corpo do Senado Federal; aos meios de comunicação do Senado Federal, que transmitiram esta sessão e vão fazer esse debate também acontecer.
Habitualmente, os meios de comunicação procuram trazer para o conhecimento os debates que sempre ocorrem na sociedade, particularmente numa área tão importante como é a da pessoa idosa.
Que todas as lideranças aqui sejam saudadas! Parabéns por estarem aí.
Vamos continuar firmes, com coragem.
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Tem que ter coragem para fazer as coisas. Tem que ter esperança também, muita esperança - coragem e esperança. E precisamos ser conhecidos, como a Dra. Zilda falava, lembrando - e D. Peruzzo sempre ressalta - a frase: "Fé em Deus!". Fé em Deus significa: vamos acreditar; isso é importante, tem que ser feito. Fé em Deus e pé na tábua. Pé na tábua significa: vamos trabalhar, não é verdade? Trabalhar! Concordam? Então, vamos trabalhar também. Vamos acreditar que o objetivo é importante e vamos trabalhar para todos nós sermos conhecidos por pessoas que acreditam e que trabalham, não é verdade? Então, sejamos pessoas de fé e de obras, porque, se só acreditarmos sem obras, a fé é morta em si mesma.
Grande abraço.
Tendo cumprido os objetivos desta sessão especial, agradeço novamente a todas e a todos que nos honraram com a participação e declaro encerrada a presente sessão.
Obrigado. (Palmas.)
(Levanta-se a sessão às 11 horas e 33 minutos.)