Notas Taquigráficas
3ª SESSÃO LEGISLATIVA ORDINÁRIA
57ª LEGISLATURA
Em 27 de março de 2025
(quinta-feira)
Às 10 horas
14ª SESSÃO
(Sessão de Premiações e Condecorações)
| Horário | Texto com revisão |
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| R | O SR. PRESIDENTE (Eduardo Gomes. Bloco Parlamentar Vanguarda/PL - TO. Fala da Presidência.) - Declaro aberta a sessão. Bom dia a todos e a todas. Sob a proteção de Deus, iniciamos os nossos trabalhos. Esta sessão destina-se à entrega do Diploma Bertha Lutz, premiação que, instituída pela Resolução nº 2, de 2001, é destinada a agraciar pessoas que no país tenham oferecido contribuição relevante à defesa dos direitos da mulher e das questões de gênero. Neste ano, a 22ª edição do Diploma Bertha Lutz irá destacar 19 mulheres das mais variadas origens, etnias e áreas de atuação. Aqui temos membros dos Poderes da República, atrizes consagradas internacionalmente, professoras, escritoras, médicas, cientistas, empresárias, ativistas e filantropas. Hoje, o Senado Federal homenageia 19 mulheres cujas vidas ajudam - ajudaram e ainda ajudam - a escrever a história do nosso Brasil. As agraciadas. A Presidência informa que serão agraciadas com o Diploma Bertha Lutz em 2025 as seguintes personalidades. Ani Heinrich Sanders, indicada pela Senadora Jussara Lima. (Palmas.) Antonieta de Barros (in memoriam), indicada pela Senadora Ivete da Silveira. (Palmas.) Bruna dos Santos Costa Rodrigues, indicada pela Senadora Augusta Brito. (Palmas.) Conceição Evaristo, indicada pela Senadora Teresa Leitão. (Palmas.) Cristiane Rodrigues Britto, indicada pela Senadora Damares Alves. (Palmas.) Elaine Borges Monteiro Cassiano, indicada pela Senadora Soraya Thronicke. (Palmas.) Elisa de Carvalho, indicada pela Senadora Dra. Eudócia. (Palmas.) Fernanda Montenegro, indicada pela Presidência do Senado Federal. (Palmas.) Fernanda Torres, indicada pela Senadora Eliziane Gama. (Palmas.) Janete Vaz, indicada pela Senadora Leila Barros. (Palmas.) Jaqueline Gomes de Jesus, indicada pela Senadora Zenaide Maia. (Palmas.) Joana Marisa de Barros, indicada pela Senadora Daniella Ribeiro. (Palmas.) Lúcia Willadino Braga, indicada pela Presidência do Senado Federal, Senador Davi Alcolumbre. (Palmas.) Maria Terezinha Nunes, indicada pela Bancada Feminina do Senado Federal. (Palmas.) Nossa querida colega Senadora Marisa Serrano, indicada pela Senadora Tereza Cristina. (Palmas.) Patrícia de Amorim Rêgo, indicada pelo Senador Sérgio Petecão. (Palmas.) Tunísia Viana de Carvalho, indicada pela Senadora Mara Gabrilli. (Palmas.) Virgínia Mendes, indicada pela Senadora Margareth Buzetti. (Palmas.) Viviane Senna, indicada pela Senadora Professora Dorinha Seabra. (Palmas.) |
| R | Compõem a mesa desta sessão: a Senadora Leila Barros, Líder da Bancada Feminina no Senado Federal, (Palmas.) a Senadora Soraya Thronicke, Vice-Líder da Bancada Feminina no Senado Federal (Palmas.) a Senadora Teresa Leitão, Vice-Líder da Bancada Feminina no Senado Federal (Palmas.) e a Ministra Delaíde Alves Miranda Arantes, Ministra do Tribunal Superior do Trabalho (TST), aqui representando a referida Corte. (Palmas.) Convido a todos para, em posição de respeito, acompanharmos o Hino Nacional, que será executado pela Banda Musical da Força Aérea Brasileira, sob a regência do Suboficial Márcio Bezerra. (Procede-se à execução do Hino Nacional.) |
| R | O SR. PRESIDENTE (Eduardo Gomes. Bloco Parlamentar Vanguarda/PL - TO. Para discursar - Presidente.) - Registro as honrosas presenças dos Deputados e dos Senadores aqui já citados, mas, em especial, a do Senador Eduardo Braga, Líder do MDB, e a do Deputado Federal Júlio Cesar, na pessoa de quem cumprimento todos os Deputados e Deputadas Federais presentes; das senhoras e senhores representantes do corpo diplomático dos países Congo, Cuba, Eslovênia, Palestina e República Dominicana; e do Senador Efraim. Faremos, ao longo da sessão, a saudação das autoridades que ainda estão chegando, já na fase em que teremos a Presidência da Senadora Leila. É com muita satisfação que celebramos, nesta 22ª edição do Diploma Bertha Lutz, a trajetória extraordinária de 19 mulheres de enorme destaque na luta em defesa da equidade de gênero no país. São mulheres das mais diferentes origens, etnias, talentos e áreas de atuação, mulheres que representam diretamente o potencial da gigantesca população feminina do Brasil e que honram o legado de Bertha Maria Júlia Lutz, a líder sufragista que dedicou sua vida em prol da luta por direitos políticos e pelo acesso à educação para as mulheres. A luta de Bertha Lutz, que, em 1936, tornou-se a segunda mulher a assumir o mandato de Deputada Federal no Brasil, permanece atual. Dados do Fórum Brasileiro de Segurança Pública apontam que, em 2021, mais de 1,3 mil mulheres foram assassinadas, e que, a cada sete minutos, uma mulher é vítima de violência física no Brasil. Reverter esse triste quadro é uma tarefa de todas os cidadãos e cidadãs e de todas as instituições brasileiras, e o Diploma Bertha Lutz vem justamente premiar os esforços de maior destaque neste sentido. Nesta edição, o Diploma Bertha Lutz homenageia as 19 personalidades aqui citadas no início desta sessão, de maneira merecida, de maneira justa. |
| R | Todas as mulheres empenham-se com força e obstinação na luta contra a desigualdade de gênero no Brasil. De formas variadas, em campos diversos, com habilidades distintas, vocês todas se dedicaram com bravura e contribuíram vivamente nessa caminhada coletiva em favor da equidade. Senhoras e senhores, estamos em 2025, e, infelizmente, ainda é preciso repetir: a causa feminina é a causa pela igualdade e pela justiça; é a luta contra a discriminação, contra a violência de gênero e a desigualdade salarial; a luta pela equiparação de oportunidades, pela divisão do trabalho doméstico, pela efetiva inclusão social. Essa é a luta, caros presentes. Essa é uma luta de todos nós. As mulheres que ora homenageamos nos servem de norte nessa longa jornada pela igualdade, jornada que atravessa gerações, mas que há de se encerrar um dia, quando finalmente chegarmos lá. Eu, pessoalmente, em nome desta Casa, do Presidente Davi Alcolumbre e dos presidentes de Comissão, Líderes, 81 Sras. Senadoras e Srs. Senadores, expresso aqui a minha admiração por todas as senhoras e agradeço cada uma pela obra de suas vidas, que hoje é homenageada de maneira muito justa. Muito obrigado a todos e a todas. (Palmas.) Neste momento, cumprindo aqui uma maravilhosa tradição, passamos a Presidência desta sessão para a Senadora Leila Barros, Líder da Bancada Feminina do Senado Federal. (Palmas.) (O Sr. Eduardo Gomes, Primeiro Vice-Presidente, deixa a cadeira da Presidência, que é ocupada pela Sra. Leila Barros.) A SRA. PRESIDENTE (Leila Barros. Bloco Parlamentar Pelo Brasil/PDT - DF. Para discursar - Presidente.) - Bom dia a todas e todos. É um prazer enorme poder comandar esta sessão muito importante em homenagem a 19 bravas mulheres, 19 incríveis mulheres com lindas trajetórias, trajetórias inspiradoras. Eu tive a oportunidade de pesquisar, de olhar um pouco da biografia de cada uma de vocês, de todas as indicadas, que nos honram por estarem aqui, as que puderam vir, com as presenças. São, de fato, inspiração para todas nós, não só Parlamentares, como brasileiras. E também é uma honra estar aqui ao lado das minhas colegas Parlamentares, Senadora Eliziane, Senadora Teresa, Senadora Soraya, da Ministra também, da Senadora Ivete, Augusta, Margareth Buzetti, do Senador Eduardo Braga, assim como das Deputadas e Deputados, da Senadora Damares, que também que está presente - quero agradecer a presença de todos. |
| R | Sras. Senadoras e Srs. Senadores, convidadas e convidados, queridas homenageadas, é uma grande honra estar aqui neste Plenário para celebrar mulheres excepcionais e reafirmar o compromisso do Senado Federal com a luta pela equidade de gênero. A entrega do Diploma Bertha Lutz não é apenas um momento de reconhecimento, mas também um ato de resistência e um marco na história da luta das mulheres por direitos e oportunidades iguais. Criado há quase três décadas, o Diploma Bertha Lutz homenageia mulheres que, com coragem e determinação, contribuem para a construção de uma sociedade mais justa e igualitária. Nesse contexto, a edição de 2025 do Diploma Bertha Lutz ressalta as contribuições de 19 mulheres influentes e brilhantes na vida nacional. É o caso emblemático das atrizes Fernanda Montenegro e Fernanda Torres, ambas excepcionais na arte dramática. Fernanda Montenegro, atriz consagrada, ícone da dramaturgia brasileira e defensora da cultura e dos direitos das mulheres, representou o Brasil e a mulher brasileira na indicação para o Oscar de Melhor Atriz por sua sublime atuação no filme Central do Brasil. Fernanda Torres, atriz, escritora e produtora, segue os passos da mãe com excelência e engajamento. Tal como sua mãe, representou o Brasil e a mulher brasileira na indicação para o Oscar de Melhor Atriz por sua espetacular atuação no filme Ainda Estou Aqui - e ainda venceu o Globo de Ouro por esse trabalho magnífico. Aproveito para parabenizar a direção do Walter Salles e todo o elenco, que fez um belíssimo trabalho, representando o Brasil mundo afora com Ainda Estou Aqui, um filme incrível. Inclusive, indico para quem não foi assistir - eu fui três vezes, adorei. Primeiro eu fui, depois levei meu filho, e depois meu filho convidou os amigos e fomos eu, o pai, meu filho e os amigos. Foi incrível. Mãe e filha reinam absolutas nos palcos e nas telas brasileiras e são motivo de orgulho e inspiração para todos e todas nós. Verdade seja dita, entre as 19 diplomadas, a cada uma devemos render também merecidas homenagens, seja pela atuação, seja no combate diário, exaustivo e muitas vezes anônimo em defesa das nossas mulheres. Todas merecem o nosso aplauso e reconhecimento. Não vou mencioná-las porque são 19, e o Senador Eduardo já fez isso por nós. Nós temos que adiantar um pouquinho o trabalho na sessão porque já atrasamos. Eu só quero pedir vênia, porque eu gostaria de falar um pouco da minha homenageada, que é a Dra. Janete Vaz, uma mulher com visão e de empreendedorismo. (Palmas.) Transformou o setor da saúde no Brasil e é cofundadora do Grupo Sabin. Ela se tornou uma das empresárias mais influentes do país, investindo não só na excelência do serviço de diagnóstico, mas também na valorização das mulheres dentro do mercado de trabalho. Seu compromisso com a equidade de gênero é um exemplo de que mulheres podem e devem ocupar espaços de liderança. Então, um beijo para a senhora, Dra. Janete, e para todas vocês, homenageadas. (Palmas.) Senhoras e senhores que nos acompanham nesta cerimônia, estamos em 2025 e lamentavelmente é preciso denunciar que a causa feminista ainda é uma causa pela igualdade e pela justiça, e a batalha está longe do seu fim. |
| R | Um quarto de século já transcorrido desde a primeira edição deste prêmio e ainda precisamos estar aqui reivindicando direitos: direito pela equiparação de oportunidades, direito pela visão do trabalho doméstico, direito pela efetiva inclusão social e, pasmem, direito até mesmo à integridade física. Afinal, quantas e quantas brasileiras ainda são vítimas de agressões criminosas e covardes a cada minuto neste país? Dados do Relatório Anual Socioeconômico da Mulher 2025, lançado pelo Ministério das Mulheres, denunciam que, em 2024, foram registrados 1.450 feminicídios e 2.485 homicídios dolosos de mulheres e lesões corporais seguidas de morte. A Rede de Observatórios da Segurança aponta que, em 2023, em média, oito mulheres foram vítimas de violência doméstica a cada 24 horas no nosso país. A homenagem que realizamos por meio do Diploma Bertha Lutz é um ato de resistência contra todas as formas de violência contra a mulher, contra a discriminação, contra o machismo estrutural, contra a opressão e, vale acrescentar, contra a desigualdade salarial de gênero também. Além disso, o prêmio também representa a luta pelo empoderamento feminino, afinal a presença de mulheres nos espaços decisórios segue sendo um grande desafio. Hoje, mesmo representando mais de 52% do eleitorado, somos minoria no Parlamento, menos de 20% das duas Casas do Congresso Nacional. Aproveito para lembrar que este Senado está debatendo o novo Código Eleitoral e não podemos perder a oportunidade de fazer justiça, de garantir que mais mulheres ocupem as cadeiras legislativas. Precisamos de mais mulheres na política. A sub-representação feminina resulta em políticas públicas que nem sempre atendem às nossas demandas. Precisamos lutar por cotas, manter um financiamento adequado e assegurar estrutura para que as mulheres tenham condições de disputar e vencer eleições. Nesse sentido, este diploma é um símbolo de luta e resistência e de esperança. As homenageadas de hoje são 19 brasileiras que nos servem de inspiração nesta longa jornada de igualdade entre homens e mulheres. Minha gratidão e meus parabéns a todas vocês! Encerro mandando um recado a todas as mulheres deste Brasil: assim como todas nós Parlamentares e como todas essas bravas mulheres que são hoje aqui homenageadas, vocês também podem, vocês também merecem! Muito obrigada. (Palmas.) Só quero aqui registrar a presença - Gente, olhe isso aqui. Vai ser ótimo. - de Gilse Souto, Gerente da instituição BPW Brasília; Cosete Ramos, Presidente do Movimento Brasília Capital da Felicidade - Seja bem-vinda, Cosete!; Walter Sobreiro, Diretor da instituição Raio de Luz; Ana Paula Soares Fernandes, psicóloga da Rede Feminina de Combate ao Câncer - Seja muito bem-vinda, Ana! -; Marinalva, Presidente da instituição Raízes Cultural; Carla de Souza, representante da Assembleia de Deus Recomeçar; Abadia Henriques, representante executiva feminina do Partido Republicanos do DF - Seja bem-vinda! -; David do Samba, da Escola de Samba do Paranoá; Professor Geraldo, Presidente da Asseat; Bispa Rita, Presidente do Instituto Educando Raízes do Brasil; Ivanir da Paixão, Diretora da Associação Viver; Kazumi, da Associação Escolhemos Viver - Vela Adaptada - seja bem-vinda, Kazumi -; Cynthia Ferreira, Coordenadora Nacional do projeto Se Liga, Irmã!; Katia Vasconcelos, Secretária Nacional do Movimento Consciência Brasil; Rosa Rego, Presidente do Comitê Internacional da Dignidade Humana; e Josiane Santos, representando o Ministério das Mulheres. Sejam todas bem-vindas. (Palmas.) |
| R | Vou passar aqui a fala para as autoridades. Vou conceder a palavra agora para a Senadora, nossa Vice-Líder, Soraya Thronicke. A SRA. SORAYA THRONICKE (Bloco Parlamentar Democracia/PODEMOS - MS. Para discursar.) - Sra. Líder, Senadora Leila, eu peço vênia para cumprimentar a mesa apenas na sua pessoa, porque eu desejo cumprimentar todas as mulheres que aqui estão, na pessoa da minha homenageada, a Magnífica Reitora do Instituto Federal do Mato Grosso do Sul, Elaine Borges Monteiro Cassiano, sul-mato-grossense; na pessoa também da Senadora Marisa Serrano, mais uma sul-mato-grossense recebendo esse prêmio, Mato Grosso do Sul na crista da onda - muito obrigada, Senadora Marisa -;... (Palmas.) ... e da minha amiga Izabella Borges, advogada criminalista de renome e ativista voluntária do Me Too Brasil, colunista da revista Cláudia e uma pessoa que esteve comigo, na semana passada, no evento CSW da ONU, para que nós possamos, cada vez mais, construir juntas - juntas e juntos, porque nenhum homem escapa dessa responsabilidade também - os direitos das mulheres são direitos humanos. E o mais triste que eu ouvi, porque eu saí antes do término da carta da ONU, mas o que me deixou muito impressionada, e eu ainda vou, Dra. Izabella, nós vamos verificar isso, então pode ser que... Não estou fazendo uma fake news, não tenho certeza, mas é para trazer um alerta: a Rússia quis tirar do nome "direitos humanos das mulheres" e deixar apenas "direito das mulheres". Quando a gente coloca só "direito das mulheres", nós nos excluímos do todo. Entendo que a palavra "humanos" seja de suma importância para que todos, pelo menos inconscientemente, entendam o que são direitos humanos e que são direitos que devem ser protegidos por todos nós, homens e mulheres. Enfim, gostaria de destacar aqui e parabenizar a nossa Líder Leila. O nosso orçamento foi cortado, foram cortados 68% do orçamento deste ano dos recursos destinados ao combate à violência contra a mulher. O projeto do Governo previa 162 milhões - o que é pouco -, e ficaram apenas 52 milhões no texto aprovado na Comissão. Isso é um retrocesso, é uma lástima o Brasil fazer isso, mas é bom que possamos aprender que todas nós temos que ser as bertha lutz do momento. Estamos há quase 100 anos, foi dia 24 de fevereiro de 1932, exatamente há 93 anos, que nós comemoramos, que nós conseguimos o direito de votar. E nós comemoramos isso como se fosse algo ainda muito importante. Muito importante o trabalho das sufragistas, mas parece que nós paramos ali. Nós vamos ficar comemorando isso? Um direito mínimo que um ser humano pode ter, é o direito de votar. |
| R | E nós, eu acredito, às vezes, com todo o amor, eu sempre fui eleita por homens, primeiro de tudo. Então agradeço aos homens por eu estar aqui. Mas a impressão que nos dá é que o poder daquele momento permitiu que votássemos para votarmos neles. É isso. Mais votos. A verdade é essa. Então fica aqui o nosso alerta, para que possamos nos unir de verdade, todos os setores. Todos os homens e todas as mulheres, para que tenhamos paridade de verdade neste país. Na América Latina, Teresa Leitão esteve comigo, no México, na posse da Presidente Claudia Sheinbaum, a primeira mulher Presidente do México. E nós tivemos uma reunião com uma Comissão de Senadoras e Deputadas, para elas nos ensinarem como é que elas conseguiram, num país tão machista, a paridade nos três Poderes. E elas falaram, chegaram a dizer: "Parece... Ah, é fácil"? Não, não é fácil, não é, Senadora Teresa, Senadora Eliziane, Senadora?... Não é fácil, porque aqui nós precisamos movimentar a sociedade civil, para que nos ajude. Somos pouquíssimas mulheres aqui. E, às vezes, não podemos contar com todas as mulheres no poder. Já aconteceu, neste Plenário, de aprovarmos 30% de garantia de cadeiras, e quando o projeto foi para a Câmara, ele foi engavetado. Eu, Soraya - assumo aqui -, fui procurar muitas Parlamentares lá. Muitas abraçaram a causa e começaram a trabalhar para que fosse aprovado na Câmara. Outras Parlamentares disseram: "Ah, não, eu sou contra essa história de cota." Então nós não podemos contar nem mesmo com todas as mulheres do poder. Eu prefiro ser muito direta e reta, para colocar a verdade aqui, para que nós compreendamos a necessidade de trabalhar. E já estou terminando, minha Líder. Quero finalizar dizendo da minha homenageada, em poucas palavras. A nossa Magnífica Reitora Elaine não apenas se destacou na educação, mas também se tornou um símbolo de liderança, inovação e comprometimento. Primeira mulher eleita pela comunidade acadêmica para o cargo de Reitora do Instituto Federal do Mato Grosso do Sul e reeleita em 2024. A sua presença, Magnífica Elaine, à frente da instituição representa muito mais do que um marco administrativo. Representa a força e a competência feminina nos espaços de decisão. E aos Parlamentares aqui, que indicam emendas, quero dizer para vocês que não é fácil executar. As burocracias são imensas, mas a Profa. Elaine executa com uma capacidade incrível, com uma rapidez impressionante e presta contas de cada centavo. Muito obrigada. Parabéns a todas vocês. (Palmas.) Que sejamos todas Bertha Lutz. Muito obrigada. A SRA. PRESIDENTE (Leila Barros. Bloco Parlamentar Pelo Brasil/PDT - DF) - Nós temos uma lista aqui, nós temos algumas Senadoras que têm voo e que gostariam de fazer a entrega. |
| R | Então, eu vou conceder a palavra rapidamente às mulheres aqui da mesa, mas vou pedir para, se possível, sermos um pouquinho mais céleres na nossa fala, para que possamos entregar os prêmios, porque algumas têm até que retornar a seus estados também. Obrigada. Vou passar a palavra agora para a Senadora Teresa Leitão, nossa Vice-Líder da Bancada Feminina do Senado Federal. A SRA. TERESA LEITÃO (Bloco Parlamentar Pelo Brasil/PT - PE. Para discursar.) - Bom dia a todas e a todos. Cumprimento a Senadora Leila Barros, Líder da Bancada Feminina e ora presidindo esta sessão; cumprimento a Senadora Soraya Thronicke, Vice-Líder da Bancada Feminina; cumprimento a Senadora Eliziane Gama, Senadora bastante influente aqui da nossa bancada; cumprimento, com muita satisfação, a Dra. Delaíde Alves Miranda Arantes, Sra. Ministra do Tribunal Superior do Trabalho; e vou fazer um cumprimento à Ludmila, que está secretariando esta sessão - é você, Ludmila! (Palmas.) Sabe por que eu estou fazendo esse destaque? Os Senadores e Senadoras sabem disso. Essa tarefa é executada por Danilo, Secretário-Geral da Mesa, mas hoje a mesa é toda das mulheres. Então, nada mais justo, Ludmila, do que ter você aqui conosco. (Palmas.) Cumprimento todas as autoridades e representações que atenderam ao nosso convite; colegas Senadoras, Senadores, Deputados e Deputadas; e, nas pessoas de Ideli Salvatti, ex-Senadora de Santa Catarina, e Liana Cirne, Vereadora do Recife, da minha querida cidade, eu quero saudar toda esta plenária potente, bonita e representativa de todo o nosso país. Sejam muito bem-vindas ao nosso Plenário do Senado Federal. "Não se nasce mulher, torna-se mulher." Essa frase de Simone de Beauvoir, dita pela primeira vez em 1949, expressa uma condição que as mulheres vivem na pele diariamente, do nascimento à morte, em todo o mundo. Nós nos tornamos mulheres - mulheres, aqui, no sentido de uma construção histórica, política, econômica e social que foi definida, em grande parte, pelos homens. Os papéis que a imensa maioria de nós desempenhamos ao longo da história foram concebidos como funções acessórias aos papéis desempenhados pelos homens. É claro que isso mudou e, felizmente, vem mudando ainda mais - e precisa mudar ainda muito mais -, tudo graças à luta de incontáveis guerreiras do passado, como Bertha Lutz, que dá nome a esta homenagem, e do presente, como as 19 mulheres, já citadas aqui, que hoje recebem o Diploma Bertha Lutz 2025. A Juíza Ruth Ginsburg - integrante da Suprema Corte dos Estados Unidos até sua morte, em 2020, e ferrenha defensora dos direitos da mulher - dizia: "A verdadeira mudança, a mudança duradoura, acontece um passo de cada vez", com determinação e com resiliência. Eu aprecio bastante essa ideia. |
| R | Conquistas feitas a partir de discretas ações diárias, na maioria das vezes anônimas, que vão se acumulando com o tempo e deságuam em mudanças consistentes - o direito ao voto, aqui lembrado pela Senadora Soraya. Só não podemos parar, minhas queridas. Não podemos permitir que nos calem, prezadas companheiras. Temos que ocupar o nosso lugar sem precisar pedir licença. As vidas das 19 mulheres hoje homenageadas são plenas de gestos transformadores. Demonstram a constância de propósito na luta das mulheres por igualdade, liberdade e emancipação em qualquer campo em que atuem ou atuaram. Com alegria, saúdo todas as agraciadas, dizendo que o Senado da República e a Bancada Feminina as recebem com honra e com muito respeito. É com esse respeito e com meu carinho e admiração que, nas minhas palavras finais, neste momento, celebro a vida, a luta e a obra de Conceição Evaristo, que tive a imensa honra de indicar - e a recebo no dia de hoje neste Senado - para o prêmio, para o Diploma Bertha Lutz, com apoio unânime, assim como todas as outras o tiveram, de todas as Senadoras da Bancada Feminina. (Palmas.) De origem humilde, na periferia de Belo Horizonte, Conceição Evaristo alcançou a glória literária sem perder o contato e a empatia com os mais vulneráveis, especialmente mulheres negras e pobres, o coração de tantas comunidades no Brasil. Foi assim que ela adentrou a Academia Mineira de Letras como a primeira mulher negra a ter assento naquela imensa e tão importante representação pela produção literária que o Estado de Minas Gerais dedica a todo o Brasil. Parabéns, Conceição! (Palmas.) Seja em versos, seja em prosa, as palavras de Conceição Evaristo são a melhor representação nas letras brasileiras da sofrida vivência das mulheres negras no país - em que, infelizmente, ainda nos vemos às voltas com as mazelas do racismo, do patriarcado, da desigualdade econômica, mas, ainda assim, nos trazem a possibilidade e a esperança da redenção pela arte e pela educação. Vejo muitas educadoras também agraciadas. Minhas queridas companheiras - permitam-me assim chamá-las -, o trabalho de cada uma de vocês nos inspira, nos pequenos e grandes gestos, dia após dia, no trabalho pela emancipação feminina. Não se nasce mulher, torna-se mulher. E tornar-se mulher hoje é uma tarefa um pouco menos sofrida graças ao trabalho, à determinação e ao esforço constante de cada uma de vocês. |
| R | O meu muito obrigada, nossos parabéns, com fé na luta, regando nossos sonhos e alimentando nossa esperança; como dizia o mestre Paulo Freire, não a esperança vã, mas a esperança do verbo esperançar, que se move, que mobiliza, que nos junta e nos reúne na construção de um mundo justo, fraterno, solidário, em que todas as mulheres tenham direitos e sejam felizes. Muito obrigada. (Palmas.) A SRA. PRESIDENTE (Leila Barros. Bloco Parlamentar Pelo Brasil/PDT - DF) - Linda! Bravo, Profa. Teresa. Eu gostaria de registrar a presença aqui, representando o Governo do Distrito Federal, da Sra. Secretária de Estado da Mulher, Giselle de Oliveira - seja muito bem-vinda -, e da Sra. Senadora Ideli Salvatti, que foi Senadora pelo Estado de Santa Catarina pelo período de 2003 a 2011 - seja muito bem-vinda. (Palmas.) Bom, vou passar a palavra agora para a Senadora Eliziane Gama. A SRA. ELIZIANE GAMA (Bloco Parlamentar da Resistência Democrática/PSD - MA. Para discursar.) - Bom dia. Quero cumprimentar aqui a todas as mulheres presentes; cumprimentar também aqui os homens presentes; cumprimentar a Mesa, na pessoa da nossa querida Líder, Senadora Leila Barros, uma grande mulher nesta Casa; ao lado da Soraya, a nossa Vice-Líder, e também da nossa Teresa Leitão, essa mulher extraordinária que o Senado tem a honra de ter; e cumprimentar todas as mulheres que estão aqui hoje sendo homenageadas, as 19 mulheres, na pessoa da nossa querida Lúcia Braga, que é uma mulher extraordinária, faz um trabalho fundamental para o Brasil, naturalmente aqui em Brasília. Quero dizer para vocês, gente, da minha felicidade de estar hoje aqui participando mais uma vez deste momento que é histórico para o Brasil. O prêmio Bertha Lutz encarna, na verdade, todo o sentimento de luta, do protagonismo e do ativismo das mulheres brasileiras. Bertha Lutz criou, lá atrás, a Federação Brasileira pelo Progresso Feminino, ou seja, foi necessário se criar um espaço para se lutar por esse progresso e pela participação mais ativa ainda das mulheres na sociedade. A gente comemorou agora 90 anos, mais de 90 anos, da capacidade de a mulher votar e ser votada, e a gente imagina a luta que nós já vivenciamos. Hoje nós somos votadas, nós estamos aqui presentes no Congresso Nacional, mas a nossa sub-representação ainda é vergonhosa, eu diria assim, quando a gente compara o Brasil em relação aos demais países, inclusive das Américas, não apenas da América do Sul. Nós somos o segundo país que tem a menor representação feminina. Daí eu queria dizer da nossa luta hoje - inclusive, ontem tivemos reuniões importantes nesse sentido -, da luta pela garantia de vagas no Parlamento brasileiro. Nós só teremos espaço e só teremos a redução dessa sub-representação se nós, de fato, buscarmos cotas para a participação nesses espaços de poder. E hoje todas vocês que estão aqui têm, na luta de vocês, na caminhada de vocês, na trajetória de vocês, no espaço onde vocês estão, uma contribuição, de fato, importante para essas lutas que nós aqui, dentro do Parlamento brasileiro, estamos fazendo. Eu queria fazer um destaque. Eu tive a honra de apresentar aqui o título para a Fernanda Torres, uma mulher extraordinária, que tem uma competência acima de qualquer questionamento, enquanto mulher, enquanto lutadora, enquanto uma mulher do cinema brasileiro, e quero destacar o papel dela nesse filme, que é histórico e muito importante para a luta brasileira pelo espaço democrático brasileiro. |
| R | Ela representou a Eunice, uma mulher resiliente, uma mulher que suportou toda a luta da ditadura, lutando exatamente por justiça, pelo seu marido - desaparecido naquele momento -, o Deputado Rubens Paiva. No filme a Fernanda colocou isso de forma muito clara e mostrou para o mundo inteiro esse momento triste que o Brasil vivenciou, que foi o período da ditadura militar, que, graças a Deus, deixamos para trás e nunca mais voltará na história do Brasil, graças às instituições brasileiras e graças também a mulheres brasileiras, que são fundamentais nessa luta pelo Estado democrático de direito. Mas eu também queria dizer para vocês que nós precisamos avançar também em outras áreas que são muito fundamentais, como, por exemplo, o combate à violência contra a mulher. É inaceitável que hoje 30% das mulheres brasileiras já tenham sofrido algum tipo de violência. É inaceitável que hoje a mulher brasileira ganhe menos fazendo o mesmo trabalho que o homem faz, muito embora nós sejamos a maioria na universidade. É inaceitável, Teresa, que na magistratura brasileira, só na carreira inicial, em que se entra por mérito, através do concurso público, elas estejam, na carreira inicial, na igualdade, quase que na paridade; ou seja, para entrar pela competência, pelo mérito, assim como nas universidades, as mulheres estão em pé de igualdade, mas, quando se chega aos órgãos de cúpula, por exemplo, do Judiciário, essa participação chega a cerca de apenas 15%, ou seja, é muito claro o preconceito, é muito clara a exclusão e é muito clara a falta de valorização pela mulher brasileira. Então avançar para reduzir a sub-representação, avançar para o combate à violência e avançar também para a igualdade salarial entre homens e mulheres é uma luta que tem que ser de todos nós. Eu quero cumprimentar a todas vocês 19 mulheres bravas, mas eu também quero cumprimentar as mulheres ribeirinhas, as mulheres negras, as mulheres de povos tradicionais, as mulheres de todos os cantos do Brasil que hoje estão aqui, neste espaço do Congresso Nacional, sendo representadas por cada uma de vocês. (Palmas.) Porque algumas delas são inclusive invisíveis, não têm vez, não têm voz e não têm fala, e não têm espaço em nenhuma tribuna como nós temos hoje aqui para falar, mas todas nós que estamos aqui precisamos trazê-las para dentro do Congresso Nacional, trazê-las para os espaços onde nós estivermos para dar a elas direitos, para dar a elas igualdade e para dar a elas oportunidade de mudar a sua época, de mudar o seu tempo e construir um novo tempo de uma geração que efetivamente possa ser igual e isonômica. O Instituto Berhta Lutz diz que nós levaremos cem anos para chegar à igualdade entre homens e mulheres, com o processo legal, com o arcabouço legal que nós temos hoje instituído na sociedade brasileira e no Parlamento brasileiro. Portanto, Senadoras, nós que estamos aqui hoje presentes temos uma responsabilidade grandiosa de buscar instrumentos legais para, de fato, alcançarmos essa igualdade entre homens e mulheres. E, querida Damares, você me lembrou muito bem, a Teresa falou da Ludmila na mesa, mas nós temos também aqui as taquígrafas nesta Casa: eu quero cumprimentar a Patrícia, quero cumprimentar a Quésia, que coordena a parte da taquigrafia aqui, que são mulheres extraordinárias e hoje fazem parte deste momento histórico do Brasil, que é a entrega do Diploma Bertha Lutz. Muito obrigada. (Palmas.) A SRA. PRESIDENTE (Leila Barros. Bloco Parlamentar Pelo Brasil/PDT - DF) - Excelente. Eu vou passar a palavra agora para a Sra. Ministra do Tribunal Superior do Trabalho Delaíde Alves Miranda Arantes. Seja bem-vinda, Ministra. |
| R | A SRA. DELAÍDE ALVES MIRANDA ARANTES (Para discursar.) - Obrigada. Eu cumprimento aqui a Senadora Leila Barros, na pessoa de quem eu cumprimento todas as Senadoras e os Senadores aqui presentes. Por recomendação de S. Exa., eu já risquei muito das minhas anotações que eu fiz para falar aqui. Eu vou fazer primeiro a minha autodescrição: eu sou Delaíde Alves Miranda Arantes, Ministra do Tribunal Superior do Trabalho, sou branca, tenho cabelos castanhos escuros e curtos e uso um terno de bolinhas brancas com uma blusa branca. Muito me honra estar presente nesta solidariedade representando o Presidente do Tribunal Superior do Trabalho, o Ministro Aloysio Corrêa da Veiga. E não poderia haver momento mais simbólico para celebrarmos as 19 personalidades que hoje recebem esta honrosa homenagem, todas aqui já nominadas, vozes femininas que ecoam a força e a coragem de milhões de outras Berthas, Antonietas, Brunas, Conceições, Cristianes, Elaines, Elisas e Fernandas, mulheres que, com coragem e determinação, ajudaram e ajudam a construir a história da mulher brasileira, mulheres pioneiras, grandiosas, visionárias, à frente do seu tempo. Cada mulher aqui hoje homenageada com o Diploma Bertha Lutz, com o qual eu já tive a honra de ser condecorada, representa milhões de outras mulheres, como aqui já registraram as Senadoras que falaram antes de mim. No Tribunal Superior do Trabalho, são 27 ministros e apenas sete mulheres. No último ano, pela primeira vez, nós conseguimos compor uma turma de julgamento - são oito - composta apenas de mulheres: sou eu, de Goiás; a Ministra Maria Helena, que é do Rio Grande do Sul; e a Ministra Liana Chaib, que é do Piauí. E nós estamos - eu falava aqui para a Senadora Soraya - iniciando um movimento no sentido de alterar o Regimento para criar cota de mulheres no Tribunal Superior do Trabalho. (Palmas.) Nós, mulheres, ainda não conquistamos a igualdade que é assegurada na Constituição Federal de 1988, no Código Civil de 2002, em normas internacionais. Na prática não conseguimos ainda, mas estamos a caminho de conseguir, porque a mulher brasileira não desiste nunca. E, caminhando já para o final desta minha fala, é preciso reforçar o compromisso de um futuro mais igualitário, já assegurado na Constituição, pois, para o desenvolvimento de uma sociedade digna, justa e equilibrada, é preciso que todas e todos tenham as mesmas oportunidades e direito, um futuro em que todas as mulheres possam sonhar, conquistar e serem reconhecidas. Que o Diploma Bertha Lutz seja não apenas um tributo, mas um chamado à reflexão em prol da igualdade da mulher em todos os sentidos e de todas as formas. Precisamos conquistar o direito de mais mulheres nas funções de Poder, tanto no Legislativo quanto no Executivo e no Judiciário. Parabéns às agraciadas. Muito obrigada a todos e a todas. (Palmas.) A SRA. PRESIDENTE (Leila Barros. Bloco Parlamentar Pelo Brasil/PDT - DF) - Nós que agradecemos a participação, Ministra Delaíde Alves Miranda Arantes. Vamos passar agora para a outorga do Diploma Bertha Lutz. |
| R | Esta Presidência informa que, inicialmente, serão entregues todos os diplomas previamente anunciados. Após a entrega, a Dra. Bruna dos Santos Costa Rodrigues falará em nome de todas as agraciadas. Neste primeiro momento, será agraciada agora a Sra. Antonieta de Barros, na pessoa de seu sobrinho-neto, o Sr. Flavio Luis Soares de Barros. Eu convido a Senadora Ivete da Silveira, juntamente com a Senadora Ideli Salvatti, para proceder à entrega do diploma. (Procede-se à entrega da placa e do Diploma Bertha Lutz ao Sr. Flavio Luis Soares de Barros, representante da Sra. Antonieta de Barros, in memoriam.) A SRA. PRESIDENTE (Leila Barros. Bloco Parlamentar Pelo Brasil/PDT - DF) - Primeira mulher negra eleita Deputada Estadual no Brasil, dedicou sua atuação parlamentar ao combate ao analfabetismo e à defesa da formação intelectual das mulheres, como instrumento de emancipação política e social. Jornalista engajada, tornou-se símbolo da resistência ao denunciar injustiças e reivindicar direitos femininos. Em 2023, seu nome foi incluído no Livro dos Heróis e Heroínas da Pátria. (Palmas.) Agradeço a presença de Flavio Luis Soares de Barros, sobrinho-neto da nossa querida Antonieta de Barros, que foi agraciada in memoriam. Parabéns, Senadora Ivete da Silveira! Neste momento, eu convido a Sra. Virginia Mendes para ser agraciada. Convido a Senadora Margareth Buzetti para proceder à entrega do diploma. (Procede-se à entrega da placa e do Diploma Bertha Lutz à Sra. Virginia Mendes.) (Palmas.) A SRA. PRESIDENTE (Leila Barros. Bloco Parlamentar Pelo Brasil/PDT - DF) - A Sra. Virginia Mendes, Primeira-Dama do Estado do Mato Grosso, lançou o programa SER Família Mulher, que oferece auxílio financeiro às vítimas de violência doméstica sob medida protetiva e articulou para a implantação da Superintendência de Políticas Públicas para as Mulheres na Polícia Judiciária Civil. Entre honrarias recebidas estão a de madrinha do Banco da Mulher, Desenvolve MT, e a de madrinha de assistidas do MTmamma. Mais uma vez, palmas à Sra. Virginia Mendes. (Palmas.) Parabéns, Senadora Margareth Buzetti! Agora, neste momento, eu convido a Sra. Marisa Serrano para ser agraciada. Convido a Senadora Margareth Buzetti para proceder à entrega do diploma. (Procede-se à entrega da placa e do Diploma Bertha Lutz à Sra. Marisa Serrano.) A SRA. PRESIDENTE (Leila Barros. Bloco Parlamentar Pelo Brasil/PDT - DF) - Eleita a primeira mulher a ocupar uma vaga no Senado Federal pelo Mato Grosso do Sul. Em 1977, foi a Vereadora mais votada de Campo Grande. Em 1994, elegeu-se Deputada Federal e participou da elaboração do Plano Nacional de Educação. Comandou o PSDB Mulher entre 2001 e 2005 e encerrou sua carreira política como Conselheira do Tribunal de Contas do Estado do Mato Grosso do Sul, sempre defendendo a ampliação da presença feminina na política como caminho para reduzir a desigualdade de gênero. (Palmas.) |
| R | Parabéns, Sra. Marisa Serrano! (Pausa.) Agora eu convido a Sra. Ani Sanders para ser agraciada. (Palmas.) Convido a Senadora Augusta Brito para proceder à entrega do diploma. (Procede-se à entrega da placa e do Diploma Bertha Lutz à Sra. Ani Heinrich Sanders.) A SRA. PRESIDENTE (Leila Barros. Bloco Parlamentar Pelo Brasil/PDT - DF) - Produtora rural, a Sra. Ani é defensora da participação feminina no agronegócio. Atuou como Embaixadora das Mulheres do Agro do Nordeste do Brasil por três anos consecutivos. Desde 2022, coordena o movimento Mulheres que Fazem Progresso e integra a Comissão Nacional das Mulheres do Agro. É fundadora do movimento Mulheres de Fibra, iniciativa voltada para a integração e o protagonismo de mulheres do campo e da cidade. Seja muito bem-vinda. (Palmas.) (Pausa.) Mais uma salva de palmas. (Palmas.) Parabéns! Neste momento, eu convido a Sra. Dra. Bruna dos Santos Costa Rodrigues para ser agraciada. Convido a Senadora Augusta para proceder à entrega do diploma. (Procede-se à entrega da placa e do Diploma Bertha Lutz à Sra. Bruna dos Santos Costa Rodrigues.) A SRA. PRESIDENTE (Leila Barros. Bloco Parlamentar Pelo Brasil/PDT - DF) - Juíza de Direito no Tribunal de Justiça do Ceará, também foi Juíza Auxiliar da Presidência do Tribunal Regional Eleitoral do mesmo estado. Atua em prol da educação para a cidadania e da equidade de gênero. No Conselho Nacional de Justiça, integrou grupo de trabalho para a elaboração de medidas contra a violência doméstica sofrida por mulheres. Faz parte do Movimento Paridade no Judiciário, que defende a indicação de uma ministra negra ao Supremo Tribunal Federal. (Palmas.) Parabéns, Dra. Bruna dos Santos Costa Rodrigues! Parabéns! Neste momento também convido... (Pausa.) Perdão. Senadora Augusta, por favor, fique. Neste momento, eu convido a Dra. Jaqueline Gomes de Jesus para ser agraciada. Salva de palmas. (Palmas.) (Procede-se à entrega da placa e do Diploma Bertha Lutz à Sra. Jaqueline Gomes de Jesus.) A SRA. PRESIDENTE (Leila Barros. Bloco Parlamentar Pelo Brasil/PDT - DF) - Professora no Instituto Federal do Rio de Janeiro (IFRJ) e na Fiocruz, atua na defesa dos direitos humanos, com foco em raça e gênero. Primeira gestora do sistema de cotas para negros da Universidade de Brasília (UnB), colaborou na formulação do Subsistema Integrado de Atenção à Saúde do Servidor Público Federal. (Palmas.) Em 2017, recebeu a Medalha Chiquinha Gonzaga, por indicação de Marielle Franco, tornando-se a primeira mulher trans a receber a honraria. Parabéns, Dra. Jaqueline! Maravilhosa! (Palmas.) (Manifestação da plateia.) A SRA. PRESIDENTE (Leila Barros. Bloco Parlamentar Pelo Brasil/PDT - DF) - Sim! (Palmas.) |
| R | Eu gostaria rapidamente de registrar a presença do Senador Nelsinho Trad, que está aqui no Plenário - perdão, Senador. Mais uma vez, uma salva de palmas para a Dra. Jaqueline Gomes de Jesus. (Palmas.) Grata, Doutora. Neste momento, eu convido a Sra. Conceição Evaristo para ser agraciada. (Palmas.) Convido a Senadora Teresa Leitão para proceder à entrega. (Procede-se à entrega da placa e do Diploma Bertha Lutz à Sra. Conceição Evaristo.) A SRA. PRESIDENTE (Leila Barros. Bloco Parlamentar Pelo Brasil/PDT - DF) - Linguista e escritora, tem sua obra composta por poemas, contos, romances e ensaios traduzidos para diferentes idiomas. Em 2024, foi eleita para a 40ª Cadeira da Academia Mineira de Letras. Ao longo de sua trajetória, recebeu diversas homenagens por denunciar, por meio da literatura, o feminicídio e a violência contra a mulher como práticas naturalizadas pela nossa sociedade. Parabéns, querida Conceição Evaristo! (Palmas.) Grata, Sra. Conceição Evaristo. Agora, eu passo a Presidência para a Senadora Soraya Thronicke para que eu possa também proceder à entrega para a minha agraciada. (A Sra. Leila Barros deixa a cadeira da Presidência, que é ocupada pela Sra. Soraya Thronicke, Suplente de Secretário.) A SRA. PRESIDENTE (Soraya Thronicke. Bloco Parlamentar Democracia/PODEMOS - MS) - Neste momento, convido a Dra. Janete Vaz para ser agraciada. (Palmas.) Indicação da Senadora Leila Barros. (Procede-se à entrega da placa e do Diploma Bertha Lutz à Sra. Janete Vaz.) A SRA. PRESIDENTE (Soraya Thronicke. Bloco Parlamentar Democracia/PODEMOS - MS) - Dra. Janete é cofundadora e Vice-Presidente do Grupo Sabin, rede de referência em medicina diagnóstica no Brasil, com presença em nove estados e no Distrito Federal. Formada em Bioquímica, com MBA em Gestão de Negócios e Gestão Empresarial, ela foi eleita uma das melhores gestoras de empresas do Brasil pela revista Valor Liderança por dois anos consecutivos. Defende o empreendedorismo feminino e o fortalecimento da presença das mulheres nos negócios, no mundo dos negócios. Parabéns! (Palmas.) Convido a Dra. Lúcia Willadino Braga para ser agraciada neste momento e receber o prêmio Bertha Lutz das mãos da Senadora Leila Barros. (Procede-se à entrega da placa e do Diploma Bertha Lutz à Sra. Lúcia Willadino Braga.) (Palmas.) A SRA. PRESIDENTE (Soraya Thronicke. Bloco Parlamentar Democracia/PODEMOS - MS) - Presidente da Associação das Pioneiras Sociais (APS) e da Rede Sarah de Hospitais de Reabilitação desde 2007. Liderou a expansão da Rede Sarah para nove unidades no Brasil, beneficiando anualmente mais de 1,5 milhão de pacientes. Pós-Doutora em Neurociências, suas pesquisas e métodos de reabilitação são referência internacional. |
| R | Em 1999, tornou-se a primeira mulher a receber o título de Doutora Honoris Causa pela Universidade de Reims, na França. A Dra. Lúcia Willadino Braga, em momento posterior, também receberá os diplomas das agraciadas Fernanda Montenegro e Fernanda Torres. (Palmas.) Neste momento, convido a Dra. Maria Terezinha Nunes para ser agraciada. Chamo a Senadora Leila Barros, juntamente com a Diretora-Geral do Senado Federal, nossa Ilana Trombka, para proceder à entrega do diploma. (Palmas.) (Procede-se à entrega da placa e do Diploma Bertha Lutz à Sra. Maria Terezinha Nunes.) A SRA. PRESIDENTE (Soraya Thronicke. Bloco Parlamentar Democracia/PODEMOS - MS) - Advogada e servidora pública do Senado Federal, é conteudista do curso Dialogando sobre a Lei Maria da Penha, no Instituto Legislativo Brasileiro (ILB), e já coordenou o Programa Pró-Equidade de Gênero e Raça no Senado Federal. Esteve à frente do Comitê Permanente pela Promoção da Igualdade de Gênero e Raça e, desde 2022, coordena a Rede Equidade, uma colaboração entre 33 instituições públicas federais para a inclusão, diversidade e equidade na administração pública. (Palmas.) Neste momento, devolvo a Presidência para a Líder Senadora Leila. (O Sr. Soraya Thronicke, Suplente de Secretário, deixa a cadeira da Presidência, que é ocupada pelo Sr. Leila Barros.) A SRA. PRESIDENTE (Leila Barros. Bloco Parlamentar Pelo Brasil/PDT - DF) - Só para registrar a presença... Não, aliás, a ausência da nossa querida Senadora Jussara, que representa o Estado do Piauí. Ela está ausente porque teve uma indisposição; então, nós estamos justificando aqui e já, em nome de toda a bancada, desejamos a ela melhoras, uma pronta recuperação, o mais célere possível. Um beijo, Jussara! (Palmas.) (Pausa.) Ai, meu Deus! Perdi meus óculos. Neste momento, eu convido a Sra. Dra. Cristiane Rodrigues Britto para ser agraciada. (Palmas.) Convido a Senadora Damares para proceder à entrega. (Procede-se à entrega da placa e do Diploma Bertha Lutz à Sra. Cristiane Rodrigues Britto.) A SRA. PRESIDENTE (Leila Barros. Bloco Parlamentar Pelo Brasil/PDT - DF) - A Dra. Cristiane foi Ministra do Ministério da Mulher, da Família e dos Direitos Humanos, em 2022. Advogada especializada em direito eleitoral, atua pela maior inserção feminina na política e pelo combate à exploração sexual de crianças e adolescentes. Ocupou o cargo de Secretária Nacional de Políticas para Mulheres e é palestrante em cursos de formação política para as mulheres. Integra grupo de pesquisa sobre liderança feminina na política no Instituto Brasiliense de Direito Público (IDP). Mais uma salva de palmas para a Dra. Cristiane Rodrigues Britto. Parabéns, doutora! Parabéns! Parabéns, Damares! Agora convido para ser agraciada a senhora... (Pausa.) |
| R | Convido a senhora... Não vou convidar. Representando aqui a Viviane Senna, eu convido a Sra. Inês Miskalo, que é Diretora de Educação do Instituto Ayrton Senna. Convido também a Senadora Damares Alves para proceder à entrega. (Procede-se à entrega de placa e do Diploma Bertha Lutz à Sra. Inês Miskalo, representante da Sra. Viviane Senna.) A SRA. PRESIDENTE (Leila Barros. Bloco Parlamentar Pelo Brasil/PDT - DF) - Viviane Senna é Presidente do Instituto Ayrton Senna, organização dedicada à promoção da educação de qualidade para crianças e jovens, psicóloga e irmã do tricampeão mundial de Fórmula 1, Ayrton Senna, foi indicada como um dos "50 Futuros Líderes Latino-americanos do Novo Milênio" pela CNN e pela revista Time. Em 2002, foi nomeada para o Grupo Amigos Adultos, do Prêmio das Crianças do Mundo, ao lado de Nelson Mandela, e ajudou a fundar o comitê técnico do Movimento Todos pela Educação, com o objetivo de melhorar a qualidade do ensino para crianças e jovens carentes. Grata pela presença, Sra. Inês. Uma salva de palmas. (Palmas.) Neste momento, eu convido a Dra. Elaine Borges Monteiro Cassiano para ser agraciada. Convido a Senadora Soraya Thronicke para proceder à entrega do diploma. (Procede-se à entrega de placa e do Diploma Bertha Lutz à Sra. Elaine Borges Monteiro Cassiano.) A SRA. PRESIDENTE (Leila Barros. Bloco Parlamentar Pelo Brasil/PDT - DF) - A Dra. Elaine foi a primeira mulher eleita para o cargo de Reitora do Instituto Federal do Mato Grosso do Sul, posição que ocupa desde dezembro de 2019. Graduada em Administração e Contabilidade, é doutora em Ciências Ambientais e Sustentabilidade Agropecuária, mestre em Gestão Agroindustrial e possui especializações em Gestão de Pessoas e Docência. Além de sua atuação acadêmica, é palestrante em temas como avaliação de desempenho e liderança. Parabéns, Dra. Elaine! (Palmas.) (Intervenção fora do microfone.) A SRA. PRESIDENTE (Leila Barros. Bloco Parlamentar Pelo Brasil/PDT - DF) - Ah, está fazendo aniversário hoje! Vamos cantar Parabéns, mulherada! (Procede-se à execução da música Parabéns pra Você!) A SRA. PRESIDENTE (Leila Barros. Bloco Parlamentar Pelo Brasil/PDT - DF) - Já damos os parabéns às demais que estão no Plenário e que, por acaso, estão aniversariando. Neste momento, eu convido a Dra. Joana Marisa de Barros para ser agraciada. Convido também a Senadora Soraya para proceder à entrega do diploma. (Procede-se à entrega de placa e do Diploma Bertha Lutz à Sra. Joana Marisa de Barros. ) A SRA. PRESIDENTE (Leila Barros. Bloco Parlamentar Pelo Brasil/PDT - DF) - Médica mastologista, com trajetória dedicada à saúde da mulher, é reconhecida pelo compromisso no combate ao câncer de mama, uma das principais causas de morte entre as mulheres no Brasil, e fundadora e Conselheira da ONG Amigos do Peito, instituição que há mais de duas décadas realiza campanhas de conscientização, prevenção e custeio de biópsias para mulheres em situação de vulnerabilidade. Uma salva de palmas, por favor, para a Dra. Joana Barros. Parabéns, Dra. Joana! (Palmas.) Neste momento, convido a Dra. Elisa de Carvalho para ser agraciada. Convido a Senadora Dra. Eudócia para proceder à entrega do diploma. (Procede-se à entrega de placa e do Diploma Bertha Lutz à Sra. Elisa de Carvalho.) A SRA. PRESIDENTE (Leila Barros. Bloco Parlamentar Pelo Brasil/PDT - DF) - A Dra. Elisa de Carvalho é médica com especialização em gastroenterologia e hepatologia pediátricas. Tem uma produção científica de impacto nacional e internacional. É mestre e doutora em Ciências da Saúde, foi Chefe da Unidade de Pediatria do Hospital de Base do Distrito Federal e Presidente da Associação de Pediatria Distrital e destacou-se como uma das idealizadoras do Hospital da Criança de Brasília. (Palmas.) |
| R | Olha! Referência nacional em assistência pediátrica. Parabéns, Dra. Elisa! (Palmas.) E a todos do Hospital da Criança, todos os médicos que estão aqui conosco, presentes, acompanhando o prêmio à Dra. Elisa. Uma salva de palmas! (Procede-se à entrega da placa e do Diploma Bertha Lutz à Sra. Elisa de Carvalho.) A SRA. PRESIDENTE (Leila Barros. Bloco Parlamentar Pelo Brasil/PDT - DF) - Parabéns, Dra. Elisa. Agora, neste momento, eu convido a Sra. Tunísia Viana de Carvalho para ser agraciada. Uma salva de palmas! (Palmas.) Tunísia é mãe de Haia, ativista de direitos maternos e infantojuvenis, tornou-se símbolo da resistência para mulheres vítimas de violência no exterior. Sobrevivente de violência doméstica, foi processada por subtração internacional de sua filha com base na Convenção de Haia. Atuou como colaboradora do grupo de apoio a mulheres no exterior, a Gambe, e luta em defesa de crianças contra genitores agressores, sendo uma figura de referência na luta contra o abuso e na proteção de direitos. (Palmas.) Parabéns, Sra. Tunísia. (Procede-se à entrega da placa e do Diploma Bertha Lutz à Sra. Tunísia Viana de Carvalho.) A SRA. PRESIDENTE (Leila Barros. Bloco Parlamentar Pelo Brasil/PDT - DF) - Convido agora a Sra. Lúcia Braga, que representa as agraciadas Fernanda Montenegro e Fernanda Torres. A Sra. Lúcia, Presidente da Rede Sarah, é ela própria uma das agraciadas. A Senadora Eliziane já está presente. Por favor, uma salva de palmas. (Palmas.) Fernanda Montenegro, conhecida como a grande dama da dramaturgia brasileira, construiu uma carreira de mais de sete décadas no teatro, cinema e televisão, tornando-se uma das maiores referências culturais do nosso país. Em 1999, foi a primeira brasileira indicada ao Oscar de melhor atriz por seu papel no filme Central do Brasil. Em 2013, recebeu o Emmy Internacional por seu trabalho em Doce de Mãe e, em 2021, foi eleita para assumir a cadeira 17 da Academia Brasileira de Letras, consolidando sua importância na cultura nacional. Fernanda Torres, atriz reconhecida por sua versatilidade, construiu uma trajetória marcante no teatro, cinema e televisão, transitando entre papéis dramáticos e cômicos. Protagonizou o longa Ainda Estou Aqui, vencedor do Oscar de melhor filme internacional em 2025. Pelo mesmo papel, foi indicada ao Oscar de melhor atriz e venceu o Globo de Ouro de melhor atriz em cinema drama. Além da atuação, destacou-se como escritora, cronista e roteirista, ampliando sua contribuição para a cultura nacional. Por favor, uma salva de palmas às duas Fernandas. (Palmas.) (Procede-se à entrega da placa e do Diploma Bertha Lutz à Sra. Lúcia Willadino Braga, representante da Sra. Fernanda Montenegro e da Sra. Fernanda Torres.) (Palmas.) |
| R | A SRA. PRESIDENTE (Leila Barros. Bloco Parlamentar Pelo Brasil/PDT - DF) - Neste momento, eu convido a Dra. Patrícia de Amorim Rêgo para ser agraciada. (Palmas.) Eu convido o Senador Sérgio Petecão, juntamente com a ex-Deputada Estadual e Conselheira do Tribunal de Contas do Estado do Acre Naluh Maria Lima Gouveia, para proceder à entrega. (Procede-se à entrega da placa e do Diploma Bertha Lutz à Sra. Patrícia de Amorim Rêgo.) A SRA. PRESIDENTE (Leila Barros. Bloco Parlamentar Pelo Brasil/PDT - DF) - Dra. Patrícia de Amorim é Procuradora de Justiça do Ministério Público do Estado do Acre, destacando-se pela criação do Centro de Atendimento à Vítima, a primeira unidade do tipo no estado. Ela também idealizou o Observatório de Gênero, uma ferramenta para análise de dados sobre violência contra a mulher, e o Feminicidômetro, voltado para a prevenção do feminicídio. Seu trabalho tem sido uma referência na formulação de políticas públicas, o que lhe rendeu diversos prêmios de entidades públicas e privadas. Por favor, uma salva de palmas para a Dra. Patrícia de Amorim Rêgo. (Palmas.) Mais uma vez, eu gostaria de cumprimentar todas as nossas agraciadas pela honra de estarem aqui conosco neste momento tão especial, em que nós podemos celebrar com todas vocês as trajetórias de todas e o exemplo que cada uma aqui traz como inspiração para todas nós, brasileiras. Eu convido agora a Dra. Bruna dos Santos Costa Rodrigues para, em nome de todas as agraciadas, fazer uso da palavra por até dez minutos. Uma salva de palmas. (Palmas.) A SRA. BRUNA DOS SANTOS COSTA RODRIGUES (Para discursar.) - Uau! Que momento! Estou muito emocionada. Bom dia a todas as pessoas presentes neste Plenário. Eu faço aqui a minha autodescrição para aqueles que acompanham: eu sou uma mulher negra, com cabelos na altura do ombro, visto um vestido azul-marinho e tenho as unhas pintadas de vermelho. Inicio os cumprimentos ao Vice-Presidente desta Casa, Senador Eduardo Gomes, a quem peço licença para cumprimentar todos os demais Senadores e políticos presentes na sua pessoa; às Senadoras da Bancada Feminina, na pessoa da Líder, Senadora Leila Barros, aqui de Brasília, e da Procuradora da Mulher no Senado, Senadora Zenaide Maia, do Rio Grande do Norte. Claro, eu não poderia deixar aqui de fazer a saudação à nossa Senadora lá do Estado do Ceará, Senadora que veio do interior, de uma cidade a cerca de 370km de Fortaleza, do meio do Sertão, que se chama Graça: minha Senadora Augusta Brito, à qual eu empenho aqui a gratidão pela indicação ao meu nome, assim como às senhoras, pela escolha. Eu vou quebrar um pouco o protocolo. Nós recebemos muitas palmas aqui, as mulheres homenageadas, nós nos sentimos muito acolhidas - e falo isso em nome de todas, porque conversávamos ali - e agradeço, mas eu gostaria de pedir uma salva de palmas para essa bancada. Eu gostaria de pedir uma salva de palmas para a Bancada Feminina deste Senado e para todas as Senadoras aqui presentes, porque sabemos a luta que as senhoras enfrentam, porque a luta não é vã e não é única, é nossa também, de todas. (Palmas.) |
| R | Eu aqui dou um bom dia especial à minha família que me acompanha pelo YouTube - meu marido, minha mãe, meu pai -, a alguns colegas e especialmente àqueles que estão aqui presencialmente, a colegas de coletivos de mulheres, como o Empoderar e o Paridade no Judiciário, e a tantos outros coletivos que se fizeram presentes para me ouvir e ouvir todas que estão aqui. É um dia de muita alegria. Eu agradeço a Deus pela oportunidade de estar aqui e representar o Estado do Ceará, as juízas e os juízes que se alinham a mim nas pautas de gênero. E aqui eu também faço menção e agradecimento ao Presidente do Tribunal Regional Eleitoral do Ceará, que sempre apoiou ações voltadas à participação feminina e ao combate à violência política, que é um fato real, com seriedade também na condução e no julgamento de ações que tratam de candidaturas fictícias e de tantas outras demandas. Também aqui quero dizer que é um dia memorável para nós mulheres, em que comemoramos e relembramos nossas lutas, nossas vitórias. E, como sagazes que somos, já antevemos os próximos desafios. Saímos daqui conversando sobre o que teremos, o que faremos para aquilo que nós não queremos. Este encontro, este momento é para isso também. Nós saímos daqui mais decididas, mais empoderadas e com muito mais convicção de que vale a pena. A vida presta, como diz a nossa Fernanda Torres, que foi aqui homenageada. A missão de falar em nome das 19 homenageadas é de muitíssima responsabilidade não só pelo peso e notoriedade que neste prêmio se revelam quando nós trazemos o fundamento, o próprio nome da Bertha Lutz, uma mulher pioneira e que foi a responsável por permitir a capacidade eleitoral ativa e passiva - então, todas nós que estamos aqui, sejam as Sras. Senadoras, as Parlamentares, sejamos nós que votamos, estamos colhendo o fruto que ela plantou; então, tem esse peso -, mas também pela notoriedade das homenageadas que estão aqui. São mulheres ímpares: jornalistas, escritoras, filantrópicas, políticas, referências no segmento da justiça, na arte, na cultura, na educação, na literatura, na medicina, na agropecuária, no empreendedorismo. Estão unidas todas. Apesar da sua heterogeneidade, da sua mudança, da sua diferença, todas estão unidas em suas profissões, ações e diferentes espaços geográficos por um único elo: a contribuição relevante à defesa dos direitos das mulheres e das questões de gênero no Brasil. É importante também trazer a lembrança de que a homenageada Conceição Evaristo, que está aqui - eu vou falar muito sobre ela porque ela foi um referencial bibliográfico para a minha pesquisa sobre a sub-representatividade de mulheres negras no Supremo Tribunal Federal e em outras instâncias de poder também -, fala que o importante não é você ser a primeira, é abrir caminhos, não é mesmo? E quantas que estão aqui abriram caminhos? Eu não ouso dizer o nome de todas, porque, conversando um pouco ali e vendo a biografia de cada uma, eu sei que muitas que aqui estão abriram caminhos. Estamos aqui para dar continuidade a isso. Mas falar sobre gênero é falar sobre os números que foram apontados aqui, o número de feminicídio que aumenta - a cada 17 horas uma mulher é assassinada -, é falar sobre a violência política, sobre a interrupção indevida das falas das mulheres que são Parlamentares, sobre a ausência de mulheres no segundo grau ou em tribunais superiores do Poder Judiciário, em especial, mulheres negras, que representam menos de 1% - menos de 1%! - do Poder Judiciário brasileiro. |
| R | É preciso falar sobre outras questões interseccionais também, a questão do gênero, a orientação sexual; nós não podemos deixar ninguém para trás. E, quando nós falamos da pauta de gênero, não existe esquerda ou direita, é uma pauta que é única, porque é o direito humano. E todas e todas que estão aqui querem que o Brasil seja reconhecido não por violar os direitos humanos, como tantas condenações que temos junto às cortes internacionais, mas por ser um país que executa e que dialoga para que os direitos humanos, a igualdade das mulheres, o direito de viver, o direito de se vestir como quiser, o direito de ser o que quiser e de não estar a todo tempo pela pecha do machismo, do racismo, do sexismo que é presente na nossa sociedade. Eu preciso dizer aqui que falar sobre concretização de políticas públicas, pela paridade, pela não violência, pelo respeito, pelas oportunidades, sobre o combate da violência simbólica, violência física, violência emocional, patrimonial, que muitas mulheres têm vivenciado, sobre ampliação da Lei Maria da Penha, uma mulher cearense que, há 40 anos, luta contra a violência de gênero, é falar da sobrecarga de uma sociedade que exige que a mulher trabalhe como se não tivesse filhos e que eduque os filhos como se ela não trabalhasse, sobre tudo aquilo que colocamos nos nossos ombros quando queremos e não queremos. É relembrar também, mais uma vez aqui, quando Conceição Evaristo fala que o imaginário brasileiro, pelo racismo, não concebe reconhecer que as mulheres negras são intelectuais. Sim, nós podemos ser! Quantas vezes enfrentei a discriminação e o racismo, mesmo sendo uma juíza de direito, por entenderem ou por me colocarem em um lugar ao qual eu não pertenço, na cabeça da pessoa que é racista, e que muitas vezes nem sabe que assim o é, a dificuldade dos homens e de pessoas em reconhecer a autoridade de que nós somos imbuídas, porque somos intelectuais, sim, porque estudamos e porque temos direitos e oportunidades, aliás, deveríamos ter, tanto quanto qualquer homem. (Palmas.) Eu vivi isso, a "escrevivência" de que Conceição fala, eu vivi isso, vivo isso todos os dias. É falar sobre isso, é lutar, é resistir, é se unir; é se unir para fazer com que não haja retrocessos, como é uma tentativa constante, e as senhoras sabem disso, a tentativa constante de, ao invés de aumentar os direitos, retroceder e diminuir os direitos das mulheres, é a união de todos os Poderes da sociedade civil para fazer com que tudo seja diferente. Nós estamos sonhando, precisamos sonhar alto e trabalhar para que esse sonho se realize. Para a sociedade, para a sociedade civil, este prêmio marca o reconhecimento de um trabalho desenvolvido por uma das Casas mais importantes deste país, a Casa que é responsável pela interlocução do cidadão, a Casa que é responsável pela representação dos estados, a Casa que faz análise das decisões de políticas públicas importantes para igualdade de gênero, inclusive. Mas para nós homenageadas, e falo aqui, com certeza, e seguramente em nome das 19, é um respirar, é fôlego, é injeção de ânimo, é desfrutar de promessas que são feitas em planos espirituais inclusive. |
| R | Como se diz, uma promessa sagrada, em 1 Coríntios 15,58, que o nosso trabalho em Deus não é vão. E usando o brocardo de Fernanda Torres, sim, a vida presta. Estava também a conversar com colegas que foram homenageadas, e estávamos falando como estamos cansadas. Cansa, não é? Cansa lutar pela paridade, cansa falar da igualdade de gênero, cansa falar sobre o racismo e sobre o machismo, isso cansa. E chega um momento em que a gente pensa até em desistir. Falar, ai, olha, tem tanta gente falando sobre isso, eu vou deixar, tem outras pessoas. Mas não, nós temos um chamado. Nós temos uma missão. Existe algo que é maior do que cada uma de nós, porque poderíamos estar sentadas sem fazer nada, mas nós decidimos e nós não conseguimos e nós lutamos para que outras mulheres tenham a plenitude de todos os direitos e garantias previstos na Constituição Federal. Eu estou a falar em nome de mulheres cuja trajetória e história transitam no espaço de tempo. Eu digo isso com muita segurança, porque o que os nomes gravados nos diplomas da data de hoje, já são e estão igualmente gravados num futuro brilhante e na história perseverante de resistência da nossa nação, que nunca, repito, nunca se curvou a incontáveis tentativas de supressões de liberdades políticas, individuais e fundamentais - nunca. O povo brasileiro nunca se curvou à ditadura e nunca vai se curvar. O povo brasileiro nunca se curvou ao racismo e nunca vai se curvar. E o povo brasileiro, as mulheres brasileiras nunca se curvaram ao machismo, ao sexismo e nunca irão se curvar. (Palmas.) Em um futuro não muito distante, na verdade, eu ouso afirmar que até mesmo no presente, os pais falarão para seus filhos e filhas sobre um período sombrio da história, em que pessoas morreram, desapareceram, famílias foram destruídas e que, por meio do autorretrato desse terror, o cinema brasileiro foi aplaudido internacionalmente, através do trabalho desempenhado por duas das nossas homenageadas, das nossas Fernandas. Alguém duvida de que esses nomes galgaram um espaço eterno na história do Brasil? Não. Elas são eternas. Do mesmo modo, agora no sentido inverso, eu trago aqui, do passado para o presente, o resgate da história da primeira mulher negra a ser eleita Deputada no Brasil, que foi aqui também homenageada, na pessoa do seu descendente. Estamos a falar de Antonieta de Barros, que também é celebrada in memoriam. Ainda aquelas que escrevem, estudam, buscam alternativas para melhor aplicação de políticas públicas em favor das mulheres. Eu sei que as Senadoras têm se debruçado muito sobre isso, que a Bancada Feminina é resistente. Eu me emociono em falar, porque às vezes, cansa resistir também. Mas nós estamos aqui para colocar ânimos em todas as Senadoras que nos representam. Continuem, perseverem, porque nós estamos com todas vocês. (Palmas.) E aqui, caminhando ao final, eu não posso deixar de também trazer que quando nós declaramos, ao cantar o Hino Nacional, "mas se ergue da justiça a clava forte, verás que um filho teu não foge à luta", fazendo aqui, eu faço aqui uma flexão de gênero, eu posso falar aqui uma filha tua, uma filha tua não foge à luta. Não estamos a repetir palavras vãs. Somos testemunhas da clava forte de nossas mulheres, que, pelos movimentos sociais ou em ações articuladas, primaram pela democracia, garantia de direitos e liberdades individuais. E resistiram. Esmoreceram, mas se reergueram. Caíram e levantaram. Mesmo quando mortas, se tornaram eternas em nossa história. |
| R | As Sras. Senadoras estão plantando uma semente no solo da democracia, e tenham a certeza de que todas as homenageadas aqui presentes estarão atentas para regar esse solo fértil com a colheita dos frutos de uma nova estação! Nós veremos mudanças que acontecerão e ficamos felizes por fazer parte disso. Muito obrigada, pelo empenho de confiança em meu nome. Bom dia a todas. (Palmas.) A SRA. PRESIDENTE (Leila Barros. Bloco Parlamentar Pelo Brasil/PDT - DF) - Obrigada, Dra. Bruna dos Santos Costa Rodrigues, pelas palavras verdadeiras, pelo desabafo. Foi difícil... Eu ando tão sensível, então imagine como foi difícil. Mas é isso, esperança! Nós temos esperança, somos resistentes, somos fortes realmente. A SRA. SORAYA THRONICKE (Bloco Parlamentar Democracia/PODEMOS - MS. Fora do microfone.) - Posso dar uma ideia, Leila? A SRA. PRESIDENTE (Leila Barros. Bloco Parlamentar Pelo Brasil/PDT - DF) - Você pode tudo, Soraya! Mulher aqui, neste momento... A SRA. SORAYA THRONICKE (Bloco Parlamentar Democracia/PODEMOS - MS. Para discursar.) - Senadora, enquanto ela recebe os cumprimentos, há algo que eu esqueci de falar sobre a paridade na América Latina: México, Cuba Nicarágua, gente, tem paridade; Bolívia, Chile e Argentina. E aqui - nós, que somos o maior país em extensão na América Latina, a maior economia - tudo tem sido, Eudócia, para inglês ver. O mês de março nos distrai, nos coloca em reuniões de mulheres, às vezes de mulherzinhas, e o assunto é muito sério, então que não nos distraiamos. Eu vou pedir para Walter Salles - vou dar uma ideia para ele - fazer um filme sobre Bertha Lutz e essa luta nossa, a luta das mulheres. Eu acho que Walter Salles tem dinheiro, não precisa da Lei Rouanet, pode investir e tem um monte de mulher aqui para representar. (Risos.) (Palmas.) Obrigada, Líder. A SRA. PRESIDENTE (Leila Barros. Bloco Parlamentar Pelo Brasil/PDT - DF) - Excelente, Soraya. Bom, nós temos inscritas aqui, e eu tenho que dar a palavra agora para as nossas colegas de bancada. Vou passar a palavra para a Senadora Margareth Buzetti - por favor, Senadora. Uma salva de palmas! (Palmas.) (Pausa.) Enquanto a Senadora Margareth chega ao púlpito, eu gostaria de registrar a presença de Paulo Henrique, Coordenador da instituição Cáritas Arquidiocesana; Jaqueline Correia, Presidente do Instituto Diabetes Brasil; Ivonice Campos, Presidente do Conselho da Mulher Empresária e Vice-Presidente do Conselho dos Direitos da Mulher do DF; Janaína Bezerra, Presidente do Instituto Mulheres Divas. Sejam bem-vindos! |
| R | Senadora Margareth Buzetti. A SRA. MARGARETH BUZETTI (Bloco Parlamentar da Resistência Democrática/PSD - MT. Para discursar.) - Obrigada, Líder, querida Senadora Leila Barros, nossa grande Líder da Bancada Feminina. Na sua pessoa cumprimento todas as colegas e a mesa, todas as colegas Parlamentares aqui presentes, todas as mulheres que receberam o Diploma Bertha Lutz. Bertha Lutz, que foi uma das principais vozes na luta pelo direito político das mulheres no Brasil. É importante frisar que em um Senado de 200 anos, minha gente, foi apenas em 1990 que o Brasil elegeu uma Senadora mulher. Isso mostra como a luta por direitos iguais é recente e tem um caminho enorme pela frente. Quero utilizar, Líder, os poucos minutos que temos para destacar o quanto o trabalho da Primeira-Dama de Mato Grosso, que tive o prazer de indicar, tem mudado a vida de mulheres e crianças, idosos, indígenas e pessoas com deficiências das mais diversas em nosso estado. Com uma vida dedicada à iniciativa privada, Virginia encontrou na vida pública uma verdadeira vocação para ajudar o próximo. A sigla SER, que significa Superação, Esperança e Respeito, foi criada por ela como um verdadeiro guarda-chuva de assistência social que leva o Estado até as pessoas mais fragilizadas, aquelas que estão precisando do apoio desse Estado. O SER Família, por exemplo... não, o SER Família Mulher, por exemplo, é um alento enorme para mulheres que sofrem ou sofreram violência doméstica. Através dele, as mulheres recebem apoio psicológico, apoio financeiro e também têm acesso a cursos de capacitação para retomarem de verdade as suas vidas. Só este programa atende hoje 551 mulheres com medidas protetivas. (Palmas.) O SER Família, como um todo, atende atualmente 70 mil famílias - Senadores, olhem o impacto disso - e durante a pandemia chegou a 100 mil famílias. Não posso deixar de destacar aqui o trabalho de Virginia também com as pessoas com deficiência, através do programa SER Inclusivo. Foi esse trabalho exemplar que fez com que ela fosse reconhecida na Grécia como Embaixadora Mundial do Jiu-Jítsu Paradesportivo e também recebeu o título de inclusão para o Estado de Mato Grosso em Abu Dhabi. Por essas e outras, ela recebe hoje essa mais que justa homenagem do Senado Federal. (Palmas.) |
| R | Ela é uma mulher que já passou por um transplante renal, que já enfrentou um câncer de pâncreas, que já fez cirurgia no coração e mesmo assim encontra forças, porque enxerga nas outras mulheres aquela Virginia criança, adolescente, que precisou lutar muito para prosperar, e hoje proporciona isso para quem mais precisa. Que essa homenagem a inspire, Primeira-Dama, a seguir doando a sua vida ao próximo. Parabéns à senhora. Parabéns também à Marisa Serrano, nossa coirmã do Estado de Mato Grosso, que a nossa querida Tereza Cristina pediu para que lhe entregasse, a primeira Senadora de Mato Grosso do Sul, e a todas as nossas agraciadas hoje. Vocês são merecedoras dessa conquista. Muito obrigada. (Palmas.) A SRA. PRESIDENTE (Leila Barros. Bloco Parlamentar Pelo Brasil/PDT - DF) - Obrigada, Senadora Margareth Buzetti, querida colega de Bancada Feminina. Grata pelas palavras. Vou passar a palavra agora para a Senadora Augusta Brito. A SRA. AUGUSTA BRITO (Bloco Parlamentar Pelo Brasil/PT - CE. Para discursar.) - Bom dia. Bom dia a todas, bom dia a todos. Quero aqui cumprimentar a mesa da nossa Líder, a Senadora Leila, todas as Senadoras. Que as mulheres que estão compondo a mesa e que estão aqui no Plenário se sintam cumprimentadas. Quero aqui, de uma forma breve, falar da minha imensa felicidade de hoje em participar desta entrega de premiações às mulheres, essas grandes mulheres, 19 mulheres que aqui representam cada mulher brasileira. Com cada mulher que aqui está, uma mulher do nosso país se identifica e se vê através dessa mulher que está sendo homenageada. Eu fico muito feliz em ter feito parte dessas escolhas e de poder hoje estar aqui presenciando este momento, que é muito importante. Eu quero aqui, antes de começar meu discurso, falar que a nossa homenageada Dra. Bruna conseguiu nos emocionar e falar de dentro da alma. E, quando - eu já a tinha indicado no ano passado, mas a escolha não tinha sido da forma como foi desta vez - ligaram para ela, ela me confidenciou que ela perguntou... Ela ficou já muito feliz com a indicação do ano passado. E este ano, quando ligaram para dizer, ela disse que perguntou: "Ai, muito obrigada, mas é a indicação, não é?". Aí disseram: "Não, já é realmente a premiação, você foi contemplada." E aí eu estou dizendo que ela falou - dentro do discurso ela já trouxe toda a emoção, o desabafo e a felicidade de receber a premiação - que estava, em um primeiro momento, pensando em ficar sentada na cadeira e, quando ela recebe a indicação desta premiação, ela diz: "É, realmente eu não posso ficar só sentada na cadeira". |
| R | Então essa premiação é muito mais do que um reconhecimento ao trabalho dessas grandes mulheres, é também aquela força, aquela noite em que a gente dorme e no outro dia acorda com a vontade de fazer ainda mais. Porque, como foi dito aqui... (Soa a campainha.) A SRA. AUGUSTA BRITO (Bloco Parlamentar Pelo Brasil/PT - CE) - ... realmente a gente tem que ter muita força e resistir. E a gente tem essa força e acorda no dia seguinte para lutar não porque a gente quer ser guerreira e quer estar a toda hora brigando, não; é porque existe a necessidade para que a gente possa ter essas grandes mulheres aqui representando a tantas outras. Vou ser breve, mas vou fazer aqui uma breve leitura do que eu... É com imenso orgulho e emoção que venho a esta tribuna para celebrar a força transformadora de Bruna Rodrigues, que recebeu aqui, no Senado Federal, o Prêmio Bertha Lutz. Bruna é uma mulher que, com coragem e determinação, vem abrindo caminhos e superando barreiras históricas diariamente. Bruna - eu estou chamando de Bruna pela relação de amizade, porque eu já me sinto assim -, hoje, não é apenas uma Juíza do Tribunal de Justiça do Ceará, ela é um símbolo vivo da resistência, da luta e da resiliência de todas as mulheres negras, que enfrentam a cada dia os desafios do racismo e do preconceito de gênero. Sua trajetória - desde suas raízes humildes e sua perseverança diante das adversidades até o brilhante exercício da magistratura - nos ensina que o poder da educação e também o da dedicação a uma meta podem transformar não apenas vidas individuais, mas a própria sociedade. Ao ser indicada para receber o Diploma Bertha Lutz, Bruna se junta a nomes que já inspiram gerações, como o nome da nossa querida Maria da Penha, da nossa querida Marielle Franco, das Fernandas, que foram aqui..., de D. Ani, de tantas mulheres que aqui estão sendo homenageadas hoje. Sua história, marcada por superação e coragem, é também a história de todas as Brunas que lutam para transformar a realidade do nosso país. Eu a conheci pessoalmente quando ela exercia a magistratura na cidade de Graça, no interior do Estado do Ceará, onde eu tive a honra de ser Prefeita. Desde o início de sua carreira, as palavras e atos desta Juíza chamam por uma justiça inclusiva e por políticas afirmativas que rompam o ciclo do preconceito, e soam como um chamado para a construção de uma sociedade verdadeiramente plural e justa. A SRA. PRESIDENTE (Leila Barros. Bloco Parlamentar Pelo Brasil/PDT - DF. Fazendo soar a campainha.) - Só um minuto, Senadora Augusta, vou pedir silêncio. Por gentileza, todos os que estão no Plenário, nós temos uma mulher no púlpito falando - acho que é pela atenção e educação de todos. (Palmas.) A SRA. AUGUSTA BRITO (Bloco Parlamentar Pelo Brasil/PT - CE) - Obrigada, Presidente. A SRA. PRESIDENTE (Leila Barros. Bloco Parlamentar Pelo Brasil/PDT - DF) - Obrigada. A SRA. AUGUSTA BRITO (Bloco Parlamentar Pelo Brasil/PT - CE) - Obrigada, minha Líder, Presidenta. Eu quero aqui citar umas aspas da nossa Juíza Dra. Bruna, que, em uma entrevista ao jornal Diário do Nordeste, revelou que, mesmo em um cargo e função de prestígio na sociedade, ela é vítima diária do racismo. Eu vou ler aqui as aspas, as palavras da nossa Dra. Bruna: "Pensei que, quando me tornasse juíza, não passaria mais por situações racistas, que isso era atrelado às condições sociais e financeiras. Foi uma ilusão. [...] É algo visual, é de cor, é a pele. A pessoa pode ser pobre ou rica: ela é negra". |
| R | Assim são as palavras da Dra. Bruna, para que a gente consiga sentir um pouco da emoção, da dor e da superação desta mulher que nos inspira. Bruna nos mostra, com sensibilidade e firmeza, que a luta contra o racismo e o machismo é um dever de todos. Sua experiência, que ultrapassa os limites de uma simples carreira do Poder Judiciário, é um convite para que homens e mulheres caminhem juntos na promoção do respeito, da igualdade e da dignidade humana. Hoje, ao celebrar este prêmio, aqui desta tribuna, celebramos não apenas a trajetória da jovem paulista que se transformou em uma juíza lá no Estado do Ceará, mas também o sonho de um Brasil onde cada menina, ao olhar para ela, ao olhar para cada uma de vocês que foram homenageadas aqui hoje, possa ver também a possibilidade de ser protagonista da sua própria história. Que as conquistas de Brunas, de Anis, de Marias e de todas que aqui estão hoje sendo homenageadas, e das nossas Senadoras que aqui estão, que nos representam também, inspirem outras mulheres a se erguerem e a continuarem lutando com o coração, com a mente e com a coragem de transformar o mundo. Parabéns a todas as homenageadas por serem uma luz que nos guia rumo a uma sociedade mais justa, igualitária e humana. Que o exemplo que vocês nos deixam seja sempre lembrado e celebrado por cada uma e cada um que aqui estão. Eu quero render minha homenagem a todas as homenageadas aqui de hoje, a todas as Senadoras que as indicaram e dizer que é com imensa felicidade que hoje nós podemos dizer que vocês são exemplos para tantas outras mulheres perceberem que os espaços que foram ocupados - sei que com muita luta - podem ser ocupados também por elas. Aqui eu queria só fazer um breve registro da minha amiga Jussara, que não pôde estar aqui presente. Ela está hospitalizada, mas pediu que eu viesse e falasse da homenageada dela, que é a nossa querida Ani Sanders, que é uma mulher do agro lá do Piauí, que também é uma mulher que inspira e que também faz uma grande diferença não só no Piauí, mas no nosso país como um todo. (Palmas.) Muito obrigada, minha querida Líder Senadora. Obrigada por tudo. (Palmas.) A SRA. PRESIDENTE (Leila Barros. Bloco Parlamentar Pelo Brasil/PDT - DF) - Imagina, Senadora Augusta, nós que agradecemos a sua parceria e a de todas as Senadoras da nossa bancada. Eu queria também registrar a presença do Deputado Federal Júlio Cesar, do Piauí, que é o esposo, o marido da Senadora Jussara. Seja muito bem-vindo, Deputado. Estenda nossas melhoras à nossa querida Jussara, viu? Ela é muito especial para nós aqui. Vou conceder a palavra para a nossa querida Senadora Ivete da Silveira, Senadora pelo Estado de Santa Catarina. Enquanto isso, eu vou registrar as presenças aqui de: Sandra Regina, Vice-Presidente da Associação Viamama do Rio Grande do Sul; Sra. Ana Oliveira, Presidente da Comissão de Anistia; Lúcia Erineta, Presidente do Instituto Mulheres Feminicídio Não; Denise Santos, Vice-Presidente da Associação Vencedores do Rio Grande do Sul; alunos do curso de Relações Internacionais da Fundação Armando Alvares Penteado (Faap), Brasília; também se encontram na galeria membros da Associação Educação-Esporte dos Portadores de Necessidades Educativas Especiais (PNE) da Ceilândia. Sejam todos bem-vindos. Com a palavra a Senadora Ivete. Boa tarde, Senadora. |
| R | A SRA. IVETE DA SILVEIRA (Bloco Parlamentar Democracia/MDB - SC. Para discursar.) - Agora já é boa tarde? Boa tarde. A SRA. PRESIDENTE (Leila Barros. Bloco Parlamentar Pelo Brasil/PDT - DF) - Já é tarde, já é boa tarde. A SRA. IVETE DA SILVEIRA (Bloco Parlamentar Democracia/MDB - SC) - Na pessoa da nossa Líder, que está presidindo esta sessão solene, quero cumprimentar todas as colegas Senadoras da mesa e, em nome delas, todas as mulheres aqui presentes, os Srs. Senadores e os Srs. Deputados. E é com emoção profunda e respeito que participo desta cerimônia de entrega do Diploma Bertha Lutz, uma homenagem que reconhece mulheres cujas trajetórias marcaram a história do Brasil pela coragem, pela visão e pela luta em favor da igualdade. Indiquei, com muita honra, o nome de Antonieta de Barros, in memoriam, para ser agraciada com esta homenagem. Nascida em Florianópolis, no Estado de Santa Catarina - o único estado brasileiro com nome de mulher -, no início do século XX, Antonieta foi educadora, jornalista, escritora, Parlamentar e, acima de tudo, uma visionária. Em 1935, tornou-se a primeira mulher negra eleita Deputada no Brasil, um feito absolutamente extraordinário para o contexto da época e que ainda hoje nos convida à reflexão. Antonieta foi filha de uma ex-escrava, enfrentou o racismo e o preconceito com altivez e fez da palavra sua principal ferramenta de transformação. Fundou e dirigiu o jornal A Semana, em que escrevia sobre educação, política, cultura e direitos civis. Criou cursos voltados à alfabetização de adultos, especialmente mulheres e fez da educação a grande bandeira de sua vida pública. Antonieta de Barros foi fundamental para a história educacional e política brasileira, sendo uma expoente da luta por igualdade e justiça por meio da educação. Como ela mesma escreveu, "a grandeza da vida, a magnitude da vida gira em torno da educação". No Parlamento catarinense, teve atuação firme e sensível. É dela a iniciativa que criou o Dia do Professor, celebrado em 15 de outubro, data que permanece como um símbolo da valorização daqueles que, como ela, acreditam na educação como o caminho para a cidadania. |
| R | A trajetória de Antonieta e a de Bertha Lutz, embora distintas, se tocam na essência. Ambas foram pioneiras, ambas compreenderam que a presença da mulher na vida pública não era apenas um direito, mas uma necessidade. Enquanto Bertha lutava pela conquista do voto e pela igualdade legal entre homens e mulheres, Antonieta abria caminhos concretos para que essa igualdade chegasse também às salas de aula, aos jornais e aos espaços de decisão política. Hoje, seu legado é mais atual do que nunca. Em um país onde o racismo estrutural ainda impõe limites e silenciosamente exclui, o exemplo de Antonieta ilumina. Sua vida nos ensina que representatividade importa, que políticas públicas transformam e que não há mudança real sem o protagonismo de quem conhece na pele as desigualdades que se quer vencer. Antonieta de Barros é símbolo de resistência, de inteligência e de serviço público. Sua inserção no Livro dos Heróis e Heroínas da Pátria, sancionada em 2023, é o reconhecimento definitivo de que sua história ultrapassa o tempo e deve permanecer viva, ensinando, provocando e inspirando. Que cada menina, cada jovem estudante, cada mulher que sonha com um espaço de fala e de ação na sociedade olhe para Antonieta como um espelho e uma semente, uma mulher que ousou ocupar espaços que não lhe eram oferecidos e que, com isso, os abriu para tantas outras. Receber, ainda que simbolicamente, o Diploma Bertha Lutz é fazer justiça à grandeza dessa mulher. Que o Senado da República continue sendo também um lugar de memória e de afirmação daqueles e daquelas que edificaram um Brasil mais justo e plural. A todos o meu muito obrigada! (Palmas.) A SRA. PRESIDENTE (Leila Barros. Bloco Parlamentar Pelo Brasil/PDT - DF) - Nós que agradecemos a sua presença, Senadora Ivete. Muito bom tê-la conosco aqui. Vou passar agora para a nossa última oradora, a Senadora Eudócia. Por favor, Senadora Eudócia. (Palmas.) E também gostaria de registrar a presença do Movimento das Mulheres Policiais do Brasil, na pessoa da Dra. Eline Lemos. A SRA. DRA. EUDÓCIA (Bloco Parlamentar Vanguarda/PL - AL. Para discursar.) - Bom dia a todas aqui presentes. Quero cumprimentar a nossa querida Senadora Leila Barros, Presidente da Mesa, e na sua pessoa, nossa Líder, cumprimentar todas as colegas aqui presentes e também os colegas Senadores. E quero cumprimentar, em especial, cada homenageada aqui presente, na pessoa da minha amiga, Dra. Elisa de Carvalho, a qual está aqui presente conosco. Eu tive a maior honra de poder convidá-la para receber esse prêmio tão importante aqui do Senado Federal. |
| R | É com grande honra e profunda admiração que participo desta cerimônia de entrega do Diploma Mulher Cidadã Bertha Lutz, uma das mais importantes homenagens prestadas pelo Senado Federal a mulheres que se destacam na defesa dos direitos femininos e na promoção da igualdade de gênero. Este diploma leva o nome de Bertha Lutz, a maior líder na luta pelos direitos políticos das mulheres brasileiras. Cientista, advogada e ativista, Bertha foi a grande líder da luta pelo direito do voto feminino, conquistado em 1932. Como Deputada Federal, dedicou-se às causas fundamentais para a igualdade de gênero, como a ampliação dos direitos trabalhistas das mulheres e o acesso feminino à educação. Além disso, teve papel essencial na Carta das Nações Unidas em 1945, defendendo que a igualdade de gênero fosse um dos princípios da nova ordem internacional. Seu legado transcende gerações e nos lembra que a presença feminina na política não é apenas um direito, mas uma necessidade para a construção de uma sociedade mais justa e representativa. Neste ano, temos o privilégio de reconhecer 19 mulheres notáveis, cujas trajetórias inspiram a todos nós. Entre elas, destaco com especial apreço a Dra. Elisa de Carvalho, uma referência incontestável na área da pediatria e da saúde pública no Brasil. Dra. Elisa construiu uma carreira brilhante e dedicada ao cuidado infantil. Graduada em Medicina pela Universidade de Brasília em 1982, seguiu seu caminho acadêmico com mestrado e doutorado em Ciências da Saúde, também pela UnB. Sua pesquisa e atuação são voltadas principalmente para a gastroenterologia e hepatologia pediátricas, áreas fundamentais para a qualidade de vida das crianças brasileiras. Além de seu trabalho clínico, Dra. Elisa ocupa uma posição de liderança como Chefe da Unidade de Pediatria do Hospital da Criança de Brasília, onde coordena e supervisiona programas da residência médica, ajudando a formar novas gerações de médicos especialistas. E aqui eu abro parêntese: eu tive a grata satisfação e a bênção de ter sido residente na área de gastroenterologia pediátrica e hepatologia tendo a Dra. Elisa de Carvalho como minha preceptora. E aqui, Dra. Elisa, primeiramente, eu agradeço ao meu Deus por essa oportunidade e, abaixo dele, eu agradeço à senhora pelo que eu sou hoje: uma mulher incrível como médica, como mãe, como filha, como esposa, como vó. (Palmas.) |
| R | Eu teria que ter várias horas aqui - viu, Presidente Leila? - para falar sobre a Dra. Elisa de Carvalho. Na oportunidade em que eu fui residente dela, eu falava: "Dra. Elisa, queria tanto que o Brasil soubesse o que a senhora faz, porque são tantas coisas". Eu estou falando, Dra. Elisa, mas eu vivenciei a sua luta para a construção do Hospital da Criança de Brasília, de que eu acho que todos vocês aqui já ouviram falar. O Hospital da Criança de Brasília absorve toda a demanda das crianças, dos pacientes pediátricos do nosso país. Dra. Elisa, tudo o que eu falar aqui da senhora será muito pouco; pode multiplicar por cem, por mil, por milhões e milhões de palavras. A senhora é uma referência de mulher que não fica sentada. Como eu vi em algumas colegas que me antecederam, a senhora decidiu não ficar sentada, a senhora decidiu ir para a linha de frente lutar e batalhar. Eu lembro muito bem, quando a senhora começou naquele projeto inicial do Hospital da Criança de Brasília, que a senhora dizia: "Eudócia, se Deus quiser, vai sair esse hospital, mas a luta é grande". Eu me lembro muito bem de várias e várias reuniões, entraves e adversidades, e a senhora ali, lutando e acreditando que ia se tornar realidade. Hoje o Hospital da Criança é um hospital referência para o Brasil e para o mundo, e pode ter certeza, Dra. Elisa, de que a senhora é a pessoa responsável por hoje o Hospital da Criança de Brasília existir. Meus parabéns! Gente, uma salva de palmas para essa mulher, que é incrível! (Palmas.) A senhora merece, Dra. Elisa! Dando continuidade, a Dra. Elisa tem experiência internacional, incluindo estágios em instituições renomadas, como o Children's Hospital Medical Center, nos Estados Unidos, e Hospital Infantil La Paz, na Espanha. Ao longo de sua trajetória, a Dra. Elisa publicou inúmeros artigos científicos, escreveu capítulos de livros e recebeu diversos prêmios e honrarias, incluindo a Medalha do Mérito Legislativo da Câmara dos Deputados, em 2018 - e lá eu estava presente também. A Dra. Elisa recebeu essa medalha das mãos do meu filho, do Deputado Federal JHC, hoje atual Prefeito da capital de Alagoas, Maceió. E aqui eu mando o meu grande abraço para o JHC, também enfatizando o belíssimo trabalho que ele vem desenvolvendo na capital de todos os alagoanos. Sua dedicação ao ensino, à pesquisa e à assistência médica faz dela um exemplo não apenas para a medicina, mas para todas as mulheres que buscam quebrar barreiras e conquistar espaços de destaque na sociedade. Portanto, ao celebrar a trajetória da Dra. Elisa de Carvalho e das demais agraciadas deste ano, reafirmamos o compromisso de lutar pela equidade de gênero e pelo reconhecimento das mulheres que fazem a diferença no Brasil. |
| R | E aqui eu quero mandar meu grande abraço a todas as mulheres do meu querido e amado Estado de Alagoas. Parabéns, Dra. Elisa e todas as homenageadas! Seu legado, Dra. Elisa, nos inspira a construir um país mais justo e igualitário. Um grande abraço a todos. Muito obrigada, Presidente. (Palmas.) A SRA. PRESIDENTE (Leila Barros. Bloco Parlamentar Pelo Brasil/PDT - DF) - Sensacional, Senadora Eudócia. Estávamos eu e a Senadora Teresa falando que é tão lindo quando uma mulher olha para a outra e enaltece, reforça esse sentimento de carinho, de admiração. É isso aqui que a gente está vivendo, essa sororidade que é tão necessária, que faz tão bem para a gente. Nossa, muito... Estou indo para casa... Não são só vocês, não, viu? Nós estamos voltando para o nosso dia a dia revigoradas com este momento aqui. Muito obrigada a todas vocês, viu? (Palmas.) Gente, nós temos o último orador, o Senador Sérgio Petecão, que é um querido, é muito, muito bacana, tem uma representatividade muito forte, Senador. O senhor estar aqui conosco desde o primeiro momento desta sessão até esse final, esse encerramento. Muito obrigada, viu? O SR. SÉRGIO PETECÃO (Bloco Parlamentar da Resistência Democrática/PSD - AC. Para discursar.) - Senadora Leila, primeiro quero parabenizar a senhora pela condução dos trabalhos. É uma festa maravilhosa. Parabéns a todas as mulheres! Só pela homenagem que a senhora teceu à minha pessoa, eu ia fazer um discurso aqui de uma hora. (Risos.) E aqui a Deputada Analu, conselheira, a minha colega, disse: "Pelo amor de Deus! Tu abras mão desse teu discurso, que lá no Acre são 10h30; aqui já é meio-dia e meia, e tem muita mulher com fome". Então, eu queria, mais uma vez, parabenizar todas as mulheres e a minha homenageada, a Dra. Patrícia, essa mulher que tem um trabalho belíssimo lá no meu estado, serviço prestado ao estado. (Palmas.) Então, eu vou atender... Por conta do adiantado da hora e em homenagem a todas as mulheres, eu vou abrir mão da minha fala. Parabéns, mulheres! (Palmas.) A SRA. PRESIDENTE (Leila Barros. Bloco Parlamentar Pelo Brasil/PDT - DF) - Você foi incrível, Petecão. Nós agradecemos. Mas, assim, independente da fala ou não, a sua presença aqui tem um simbolismo e é muito bacana. Assim como a você, a todos os homens... Vejo muitos homens aqui no Plenário, assessoria, todos vocês; é muito bom tê-los conosco nesse front. Então, uma salva de palmas, por favor, para os homens que estão aqui conosco. (Palmas.) Bom, eu vou ter que encerrar a sessão, mas com o coração muito cheio de amor, de alegria, de esperança, por este momento ímpar, que certamente não é só para mim, mas para todos que puderam estar com vocês, mulheres agraciadas, aqui neste momento. A nossa luta continua, não é simplesmente ganhar o diploma e dizer que está tudo bem. A gente sabe diariamente da nossa luta. Muitos de vocês já viram a minha emoção. Teve um vídeo que meio que viralizou da emoção. A gente sabe das nossas lutas aqui. A fala da Dra. Bruna foi muito assertiva. Quando ela falou "Olha, não desistam!", uma olhou para a outra assim ó... Cada uma de nós que cruzamos os olhares sabe - nós aqui no Parlamento e vocês no dia a dia - o quanto é importante a nossa resistência, a nossa força e a nossa batalha diária. |
| R | Então, quero agradecer demais por este momento muito especial. Vamos seguir firmes em sororidade. Tem gente que não gosta dessa palavra. Eu amo essa palavra, porque a gente não pode perder a fé. Nós somos uma geração que, se Deus quiser, vai preparar, como as anteriores prepararam para nós, um caminho mais próspero, mais esperançoso e mais digno para as que estão vindo. É só nisto que eu penso por estar aqui, é só por isto que realmente vale a pena estarmos aqui: por sabermos que a gente tem uma missão. Isso aqui não é a nossa profissão. Isso aqui diariamente me mostra, enquanto mulher, mãe... Porque eu tenho um filho, tenho um menino dentro de casa e tenho que dar exemplo para ele, porque eu quero que ele respeite as mulheres, que ele cuide das mulheres e que ele entenda a importância não só da mãe dele, mas de todas as mulheres que o cercam e que ainda o cercarão. Essa é a nossa missão. Então, muito obrigada por este momento muito especial. Cumprida a finalidade desta sessão, agradecendo às minhas colegas Senadoras, aos Senadores, a todos os Parlamentares, às nossas agraciadas, às nossas assessorias, aos meios de comunicação, finalizo esta sessão de entrega do Diploma Bertha Lutz 2025, superespecial, e agradeço às personalidades que nos honraram com suas participações. Inclusive, eu convido as agraciadas, as Senadoras - cadê o Petecão?; foi embora - e os Senadores para uma foto conjunta, o que vai nos honrar muito, em frente à mesa. Está encerrada a sessão. Boa quinta para todo mundo. Salve a mulher brasileira! (Levanta-se a sessão às 12 horas e 37 minutos.) |

