3ª SESSÃO LEGISLATIVA ORDINÁRIA
57ª LEGISLATURA
Em 28 de abril de 2025
(segunda-feira)
Às 10 horas
26ª SESSÃO
(Sessão Especial)

Oradores
Horário

Texto com revisão

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O SR. PRESIDENTE (Izalci Lucas. Bloco Parlamentar Vanguarda/PL - DF. Fala da Presidência.) - Declaro aberta a sessão.
Sob a proteção de Deus, iniciamos os nossos trabalhos.
A presente sessão especial foi convocada em atendimento aos Requerimentos 989 e 1.010, de 2024, de autoria dos Senadores Izalci Lucas e Leila Barros, aprovados pelo Plenário do Senado Federal.
A sessão é destinada a celebrar os 65 anos de Brasília.
Convido para compor a mesa desta sessão especial o seguinte convidado: Sr. Desembargador Roberval Casemiro Belinati, 1º Vice-Presidente do Tribunal de Justiça do DF e Territórios. Por favor. (Palmas.)
Convido também o Sr. Georges Carlos Fredderico Moreira Seigneur, que é o nosso Procurador-Geral de Justiça do Ministério Público do Distrito Federal e Territórios. (Palmas.)
Convido também o Sr. André Kubitschek, neto do Presidente Juscelino Kubitschek e Vice-Presidente do Memorial JK. (Palmas.)
Convido também a Sra. Cosete Ramos, Presidente da Aliança das Mulheres que Amam Brasília, grande pioneira e educadora. (Palmas.)
Convido todos para, em posição de respeito, acompanharmos o Hino Nacional e, na sequência, o Hino de Brasília, que serão interpretados pelo Coral do Senado Federal.
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(Procede-se à execução do Hino Nacional.)
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(Procede-se à execução do Hino de Brasília.)
Quero cumprimentar aqui a minha amiga e grande Senadora Leila Barros, também autora do requerimento desta sessão.
Cumprimento aqui o nosso querido Desembargador Roberval Casemiro Belinati, nosso querido Georges Carlos Fredderico, do Ministério Público; a minha amiga educadora Cosete Ramos; o nosso querido André Kubitschek, neto da nossa referência, que foi Juscelino Kubitschek.
Cumprimento aqui nosso querido Senador Paulo Octávio.
Cumprimento aqui todos os convidados e, de uma forma especial, os nossos alunos daqui, da Vila Planalto, a nossa Diretora Nilce e todos os professores. (Palmas.)
E também aqui os alunos do Instituto Federal de Brasília, lá de Planaltina.
Tive o privilégio de ajudar a construir essa escola da Vila Planalto. A Nilse ficava aqui, no meu gabinete, todos os dias, mas conseguimos realizar esse sonho.
Cumprimento também as Sras. e os Srs. Embaixadores, os Encarregados de Negócios e os representantes diplomáticos dos seguintes países que estão aqui: Coreia, Finlândia, Haiti, Líbano, Macedônia do Norte, Malta, Países Baixos, Palestina, República Dominicana, Rússia, Singapura, Trindade e Tobago.
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Sra. Presidente da Associação Brasileira de Agência de Viagem, Ana Carolina Medeiros; Presidente da Academia de Ciências Contábeis do Distrito Federal, Adriano Marrocos; Sr. Presidente do Instituto Niemeyer, Paulo Sérgio Niemeyer; Presidente do Conselho de Arquitetura e Urbanismo do Distrito Federal, Ricardo Reis Meira; Presidente da Comissão Nacional da Associação Brasileira de Advogados, Rubens Gallerani; Sr. Vice-Governador do Distrito Federal no período de 2007 a 2010 e também Deputado Federal, Senador Paulo Octavio; quero cumprimentar aqui todos os demais convidados, professores.
Estamos hoje aqui para celebrar a nossa capital. São 65 anos de Brasília, mas são exatamente 65 anos daqueles que acreditaram, daqueles que vieram para cá.
Brasília não é apenas uma cidade, é um espaço de convivência generoso e democrático. Com suas asas abertas sobre o Planalto Central, é o centro político e administrativo do país, onde pulsa o coração das decisões nacionais. Aqui convergem os rumos da República, aqui o Brasil se pensa, se debate, se constrói. Brasília é o símbolo da nossa unidade nacional.
Senhoras e senhores, ao longo da minha trajetória como Parlamentar, eu tive o privilégio de testemunhar de perto a evolução dessa cidade única. Brasília sempre me inspirou por sua modernidade, sua arquitetura futurista, pela coragem herdada de seus idealizadores e, sobretudo, por sua extraordinária diversidade cultural.
Brasília é uma cidade que acolhe. Gente de todos os cantos do país encontrou aqui não apenas uma nova morada, mas a chance de construir uma vida melhor, contribuindo com seus saberes, com as suas tradições, com as suas histórias, para formar o rico mosaico que nos define.
Composta por 35 regiões administrativas, Brasília é um retrato da pluralidade brasileira. Cada região traz consigo os seus próprios desafios, mas também as suas potencialidades - espelho das origens, culturas e experiência de seu povo.
Atualmente, somos mais de 3 milhões de habitantes vivendo, produzindo e sonhando juntos, mas não podemos esquecer que Brasília nasceu do trabalho, foram mãos calejadas, corações esperançosos e rostos cobertos de poeira que ergueram seus alicerces. Os candangos, vindos das mais variadas partes do país, enfrentaram o Cerrado bruto, o clima seco e as distâncias de suas terras natais e famílias, com a firme convicção de que aqui floresceria um novo Brasil.
O trabalho continua sendo o motor da nossa sociedade. É por meio dele que transformamos realidades, garantimos dignidade e promovemos a justiça social.
A minha história tem a ver com essa cidade. Minha história tem a ver com o Distrito Federal. Quando cheguei aqui, não me assustei com o barro vermelho, me encantei pela amplidão. Era grande e tinha muito a fazer. Pelas cartas do meu pai, imaginava o tamanho de nossa capital. Pelas cartas de meu pai, imaginava o sacrifício, mas, pelas cartas de meu pai, imaginava também o tamanho desse projeto que traria a capital da praia para o interior. Respondia às suas cartas toda semana. Eram cartas de um menino, mas hoje vejo que eram premonitórias e o ajudaram a ficar de pé. As cartas dele me entusiasmavam, mesmo sabendo dos aperreios. Meu pai falava das dificuldades e da luta. Eu respondia - cartas de menino - lhe dando apoio e força para continuar, e ele continuou.
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Meu pai veio antes; nós ficamos esperando alguns anos pelo dia de chegar aqui à capital. Foram quase dois dias de viagem na carroceria de um caminhão. Éramos minha mãe, sete filhos, comida, camas e colchões. Lembro que era difícil dormir, mas era grande a aventura. A gente não sabia da luta e das batalhas que estavam por vir. Com 13 anos, cheguei aqui. Era uma aventura, e a cidade tinha pouco mais de dez anos de existência. Era linda, mas ainda tinha barro vermelho e muito a ser construído. Era nossa cidade para correr, e a gente corria. Não havia medo, havia esperança: esperança de fazer a revolução, o progresso e o caminho para o interior do Brasil. Foi assim que descobrimos esse novo Brasil rico e pujante. O Brasil do interior, com gente que iria ter, de fato, papel preponderante na evolução e na potência de um país que viria a ser considerado o celeiro do mundo; que nos daria a responsabilidade de ser um dos principais responsáveis pela alimentação do mundo.
Meus amigos e minhas amigas, eu, menino acostumado às roças, ao tempo de chuva e seca, já sabia como plantar e como colher, mas isso naquele Brasil não era suficiente para garantir o futuro das próximas gerações. Eu, menino do interior, me achei na capital do Brasil. Eu, menino do interior, consegui estudar e me formar graças a uma educação de qualidade em escola pública de excelência e bolsa de estudo para completar minha formação. Eu, menino Izalci, pude pensar em algo para os outros meninos e meninas que não tinham como custear a sua educação. Pensei no menino Izalci, naquilo que me ajudou: a educação.
Fui atrás, lutei e ainda hoje luto por isso, porque sei que só cheguei aonde cheguei pela educação. É por causa dela que estou aqui neste Plenário do Senado Federal. Foi unicamente pela educação que pude evoluir. Mas continuo aquele menino que acorda todos os dias com vontade de fazer mais. Não vou parar nunca. Aquele menino de Araújos, de Minas Gerais, cheio de sonhos, que chegou aqui na carroceria de um caminhão é o mesmo lutador que chegou a Brasília e se encantou pela imensidão do Planalto Central, sua beleza e com o futuro da nova capital.
Meus amigos e minhas amigas, hoje, no aniversário de 65 anos da nossa capital, reafirmemos o nosso compromisso com ela e com sua gente e celebremos não apenas o passado glorioso, mas principalmente tudo ainda o que podemos construir juntos. Que sigamos com determinação, ousadia e amor por esta cidade, que é de todos nós. Sigamos, sobretudo, com o dever de enfrentar com coragem os desafios contemporâneos. E a nossa Brasília tem estes desafios: falo de mobilidade urbana, acesso à moradia, à saúde, à educação, entre outros. Por isso, é nosso papel ter responsabilidade e visão de futuro, com respeito e oportunidades iguais para todos. Finalizo esse meu pronunciamento com as palavras escritas no brasão do Distrito Federal, que dão o sentido à nossa confiança no futuro: venturis ventis, aos ventos que virão, que esses ventos nos levem ainda mais longe, unidos no propósito de fazer de Brasília uma cidade cada vez mais humana, mais igual e inspiradora.
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Parabéns, Brasília, pelos seus 65 anos!
Obrigado. (Palmas.)
A SRA. LEILA BARROS (Bloco Parlamentar Pelo Brasil/PDT - DF. Fora do microfone.) - Bravo, Izalci! Bravo!
O SR. PRESIDENTE (Izalci Lucas. Bloco Parlamentar Vanguarda/PL - DF) - Obrigado, Cosete! Aprendi com você.
Passa agora a palavra para a nossa querida Senadora Leila Barros.
A SRA. LEILA BARROS (Bloco Parlamentar Pelo Brasil/PDT - DF. Para discursar.) - Bom dia a todas e a todos. Eu, de forma muito especial, cumprimento meu querido colega de bancada daqui do DF, querido Senador Izalci Lucas, que é o Presidente da sessão e também, juntamente comigo, foi o requerente desta sessão especial.
Eu cumprimento o Sr. Procurador-Geral de Justiça do Ministério Público do Distrito Federal e Territórios, o Dr. Georges; o Sr. 1º Vice-Presidente do Tribunal de Justiça do Distrito Federal e Territórios, Desembargador Roberval Casemiro; o Sr. Vice-Presidente do Memorial JK, o André Kubitschek; a Sra. Presidente do Movimento Brasília Capital da Felicidade e da Aliança das Mulheres que Amam Brasília, Cosete Ramos, Profa. Cosete Ramos, nossa pioneira.
Cumprimento também, de forma muito especial, as senhoras e senhores embaixadores, encarregados de negócios e representantes diplomáticos dos seguintes países: Coreia, Finlândia, Haiti, Líbano, Macedônia do Norte, Malta, Países Baixos, Palestina, República Dominicana, Rússia, Singapura, Trindade e Tobago. E cumprimento a Presidente da Associação Brasileira de Agências de Viagens, a Ana Carolina Medeiros.
Eu estou bem tranquila, não é, gente? Está tão diferente... Mas é porque eu estou cansada. (Risos.)
Um ritmo pesado, todos sabem que eu estava viajando, mas, enfim, é um prazer estar aqui nessa correria toda, não é, Izalci? Quem me conhece sabe que eu sou bem acelerada... "a Leila tomou alguma coisa para estar tranquila assim".
Sr. Presidente da Academia de Ciências Contábeis do Distrito Federal, Adriano Marrocos; o Sr. Presidente do Instituto Niemeyer, Paulo Sergio Niemeyer; o Sr. Presidente do Conselho de Arquitetura e Urbanismo do Distrito Federal, Ricardo Reis Meira; o Sr. Presidente da Comissão Nacional da Associação Brasileira de Advogados, Rubens Leard; o Sr. Vice-Governador do Distrito Federal no período de 2007 a 2010 e também ex-Senador, Paulo Octávio.
Registramos também a presença dos alunos do ensino fundamental da Escola Cora Coralina, de Brasília, daqui do DF, não é? O Coral do Senado também, quero parabenizar os nossos colegas do Coral do Senado; o Centro de Ensino Fundamental 01 do Planalto, da Vila Planalto; o IFB de Planaltina; a todos os presentes aqui e a todos que nos acompanham.
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Hoje é um dia daqueles que o coração fala mais alto. Celebrar o aniversário de Brasília, a cidade que me viu nascer, crescer e me tornar quem sou, é uma emoção que não se mede em palavras.
Eu tenho a honra de ser a primeira mulher eleita Senadora pelo Distrito Federal, aliás... (Palmas.)
Obrigada, Cosete.
Aliás, eu acho que sou pioneira em tudo na minha vida, eu sou a primeira filha, a primeira neta, a primeira geração medalhista no Brasil no vôlei, a primeira Secretária de Esportes, e hoje tenho a honra de ser a primeira mulher nascida eleita pelo Distrito Federal e ainda de ser a primeira também nascida a ocupar este lugar. E, nessa condição, sinto ainda mais forte o peso da responsabilidade e a alegria imensa de representar cada cidadão e cidadã que constrói diariamente esta cidade, que é a síntese do nosso Brasil.
Brasília é fruto de um sonho antigo. Desde o século XVIII, já se falava em deslocar a capital para o interior do país, mas foi necessário um líder visionário para transformar esse desejo em realidade. Juscelino Kubitschek, com sua coragem, determinação e amor pelo Brasil, ousou fazer história. Sem ele, não teríamos esta cidade que é hoje patrimônio cultural da humanidade. Ao lado de JK, dois gênios brasileiros deram forma a esse sonho: Lúcio Costa, com um traçado urbano inovador; e Oscar Niemeyer, com sua arquitetura que ainda hoje encanta o mundo inteiro.
Brasília nasceu da criatividade e da ousadia, não apenas foi planejada, foi sonhada para ser um símbolo de um novo tempo, mas nenhum traço de Niemeyer ou linha de Costa teria saído do papel sem a força dos candangos, e os meus pais também fizeram parte desse grupo. Homens e mulheres de todo o Brasil que vieram ao Planalto Central para fazer do impossível, realidade. Eles são os verdadeiros heróis dessa epopeia moderna. Cada quadra, cada prédio, cada praça de Brasília carrega a alma desses trabalhadores que sob sol e poeira ergueram em tempo recorde uma cidade que seria, ao mesmo tempo, capital política e coração simbólico do país. Graças a essa união de forças, Brasília foi reconhecida em 1987 pela Unesco como patrimônio cultural da humanidade, a primeira cidade moderna do século XX a receber tal honraria; um título que reconhece não apenas a beleza arquitetônica, mas também o espírito coletivo que a fez nascer.
Senhoras e senhores, Brasília foi, desde o início, um projeto de futuro, um espaço de modernidade, inovação e esperança, e é justamente pensando no futuro que precisamos hoje renovar o nosso compromisso com essa cidade. Brasília, hoje, abriga mais de 3 milhões de moradores, é uma cidade viva, plural, diversa e que, como todo organismo dinâmico, enfrenta inúmeros desafios, e eles são grandes - eles são grandes mesmo!
A saúde pública, por exemplo, vive uma crise histórica. Apesar de termos a maior proporção de médicos por habitantes do país, a população ainda enfrenta infraestrutura precária, falta de profissionais, superlotação em hospitais e filas intermináveis para procedimentos básicos e de alta complexidade.
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É inaceitável que a capital planejada para o futuro veja a sua população sofrer com a falta de atendimento digno. Essa luta é para reverter esse cenário. Aliás, a nossa luta é para reverter esse cenário, fortalecendo a atenção básica, valorizando os profissionais de saúde e garantindo uma gestão eficiente e transparente.
Outro desafio é a mobilidade urbana. O modelo viário, que um dia foi símbolo de modernidade, hoje precisa ser repensado para atender uma cidade que se expandiu para muito além, muito além do que previam os planos originais. Precisamos de políticas públicas que garantam transporte eficiente, seguro e acessível e sustentável para todos os brasileiros, principalmente aqueles que residem nas RAs.
Brasília, a cidade do futuro, precisa continuar sendo sinônimo de qualidade de vida. Precisamos investir em educação, segurança, inovação tecnológica, sustentabilidade e inclusão social, para que a capital de todos os brasileiros seja também um lugar de oportunidade para todos.
Senhoras e senhores, Brasília não é apenas um monumento ao passado glorioso; é também um chamado para o futuro que desejamos construir. E como disse Juscelino Kubitschek, no dia da inauguração, em 1960, "Deste Planalto Central, desta solidão, que em breve se transformará no cérebro das mais altas decisões nacionais, lanço os olhos sobre o amanhã do meu país e antevejo, com uma fé inquebrantável e uma confiança sem limites, o seu grande destino."
Que o espírito de coragem, inovação e esperança que ergueu Brasília continuem nos inspirando. Que saibamos nós, brasilienses e brasileiros, honrar o esforço dos que vieram antes de nós, construindo uma cidade mais justa, mais humana e mais próspera.
Parabéns, Brasília. Parabéns a cada brasiliense, a cada candango, a cada brasileiro que ajudou a construir essa história. Que o exemplo da nossa capital nos inspire a transformar sonhos em realidades, hoje e sempre.
Muito obrigada. (Palmas.)
O SR. PRESIDENTE (Izalci Lucas. Bloco Parlamentar Vanguarda/PL - DF) - Quero registrar a presença também das senhoras e dos senhores Embaixadores e encarregados de negócios e representantes diplomáticos dos seguintes países: Iraque e Itália.
Registro também a presença do Presidente da Associação Brasileira de Agências de Viagens, Levi Barbosa; do Sr. Presidente da Agenciauto, José Rodrigues Neto; do Sr. Vice-Presidente da Associação Comercial do Distrito Federal, Alejandro Parrilla; do Deputado Distrital da Legislatura 1995-1998, primeiro Deputado nascido em Brasília, Marco Lima; do Magnífico Reitor do UniCEUB, no período de 2003 a 2023, meu amigo Getúlio Américo Moreira Lopes; do Presidente da Associação Brasileira da Indústria de Hotéis do Distrito Federal, Henrique Severien; da Sra. Presidente do Brasília e Região Convention & Visitors Bureau, Cláudia Maria Maldonado da Cunha Lopes.
Convido a nossa querida amiga Senadora Damares Alves. (Palmas.)
A SRA. DAMARES ALVES (Bloco Parlamentar Aliança/REPUBLICANOS - DF. Para discursar.) - Sr. Presidente; Leila, minha colega; os demais membros da mesa, bom dia. Essa mesa está incrível. Essa mesa hoje, no mínimo, está muito feliz, não é isso? Porque nós somos a capital da felicidade.
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Senhores, muito bem-vindos todos vocês a este Plenário, à nossa Casa, ao Senado Federal. Que alegria pararmos tudo hoje, mais uma vez, para comemorarmos o aniversário de nossa querida capital, de nossa cidade.
Permitam-me fazer a minha audiodescrição: eu sou uma mulher branca, de cabelos curtos, um castanho meio dourado. Estou vestida com um terno preto, uma camisa preta, uma calça marrom. Eu estou em pé em um púlpito de madeira. O nosso chão, neste Plenário, é azul, forrado de carpete azul. A mesa que está à minha frente é também de madeira, uma madeira nobre, muito bonita, e está composta por pessoas e autoridades incríveis. Lá na ponta da mesa, nós também temos uma intérprete de Libras. Esta sessão é uma sessão inclusiva. Por que fiz a minha audiodescrição? Ah, eu uso óculos, ele tem hastes pretas, e eu sou uma mulher muito bonita - eu preciso registrar isso.
Por que fiz a minha audiodescrição? Eu queria dar um destaque, nesta nossa sessão, sobre a capital da inclusão. Nós falamos, muitas vezes, dos nossos incríveis patrimônios, dos nossos monumentos, das nossas festas, das nossas alegrias, mas Brasília também se caracteriza, Leila, por ser uma cidade das mais incríveis em instituições de assistência social.
Nós temos grandes instituições do esporte, da cultura, mas eu queria, nesses 65 anos, fazer uma homenagem às nossas queridas entidades e instituições que estão lá na ponta, cuidando do nosso povo, especialmente às nossas instituições que cuidam das pessoas com deficiência no Distrito Federal. Nós temos, na nossa capital, experiências incríveis. Nós temos instituições fazendo, nesta cidade, coisas extraordinárias, inclusive, nós estamos dando exemplo para o Brasil. Muitas boas práticas no cuidado dos vulneráveis acontecem na nossa capital.
Eu queria, nesses 65 anos, parabenizar a minha cidade, mas agradecer a essas instituições, que ao longo dos 65 anos, têm cuidado do nosso povo, muitas delas, Leila, sem receber um único centavo do poder público, mas fazendo o possível e o impossível pelos mais vulneráveis. Parabéns a todas as pessoas do meu DF que estão cuidando do outro.
Nós temos instituições, por exemplo, como a de D. Cosete, que quer transformar a nossa cidade na capital nacional da felicidade. (Palmas.)
Essa instituição faz isso, prega a felicidade, fala de felicidade, e é, sim, possível ser feliz nesta cidade - esta cidade incrível, esta cidade maravilhosa, esta cidade pela qual Deus tem um carinho muito especial.
Eu acredito que Deus, quando olhou para este lugar, lá do céu, disse: "É aqui. É aqui que vai nascer uma cidade que vai reunir povos de todas as línguas". Como é espetacular isto: a gente ir a um shopping, estar sentado a uma mesa e ouvir alguém falar em inglês, em francês, em espanhol, em todas as línguas e dialetos, porque aqui é a sede das embaixadas.
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Como é interessante a gente andar nas ruas de Brasília e encontrar pessoas vestidas de formas diferentes! Como é incrível andar nesta cidade e encontrar os povos em harmonia! A gente vê sentados nas mesas dos restaurantes povos cujos países lá fora muitas vezes estão em conflito e eles estão sentados em Brasília dialogando.
Deus, quando olhou para este lugar, também disse: "É neste lugar que eu vou fazer nascer uma cidade em que as religiões convivam em paz". E é isso que acontece aqui. Quem nunca teve no trabalho um colega pastor? Quem nunca teve no trabalho um colega lá do Vale do Amanhecer? Quem nunca conviveu com um colega no trabalho, no dia a dia, com alguém que frequenta uma religião de matriz africana? As religiões se encontram aqui. Mas aqui também é lugar daqueles que não querem religião alguma e são respeitados. Brasília se destaca pelo respeito, Brasília se destaca pela tolerância, Brasília se destaca pela comunhão dos povos, das línguas, das raças. Brasília é espetacular!
Eu estava ouvindo o seu discurso, Izalci, quando você falou sobre educação. Quando eu cheguei a esta cidade, foi uma das coisas que mais me encantou. Eu ia para a frente das escolas parque. Escola parque... Quem não estudou numa escola parque? Eu não estudei, não tive a honra de ser criança nesta cidade. Escola parque... Quem nunca entrou numa escola inclusiva do Distrito Federal não sabe o que é escola inclusiva. Quem nunca foi a um jogo de futebol lá no clube vizinhança não sabe o que é um clube vizinhança. São essas coisas que fazem a minha cidade extraordinária. Que Deus abençoe Brasília!
Estamos enfrentando problemas? Estamos. E aqui, além de homenagear a minha cidade e homenagear o povo da minha cidade, eu preciso fazer justiça e homenagear os meus colegas Senadores, o Izalci e a Leila.
Sabemos dos problemas que nós estamos enfrentando. Senhores, nós três nos sentamos ali, ó, na segunda fileira. É desta forma: Leila ali, o Izalci ali e eu na primeira cadeira da segunda fileira. E tem hora em que a gente se olha assim um para o outro, aí bate uma angústia, bate uma tristeza. Aí um levanta, vai para a cadeira do outro, às vezes com o celular aberto, dizendo: "E agora?". Tem sido assim nos últimos meses. Mas acreditem, esses Senadores não estão baixando a guarda um minuto.
Esses dias aconteceu algo interessante. Os três em completa angústia, um olhou para o outro: "E agora? E essa operação bancária de que não estamos entendendo nada?". Izalci ligou na hora para o Presidente do Banco Central e, em dez minutos, estavam os três lá dentro da sala do Presidente do Banco Central: "Explique-nos isso que está acontecendo". Eu precisava fazer esse registro dos três Senadores do DF.
Desculpem a falta de modéstia, mas esse trio de Senadores, aqui neste Plenário, não baixa a guarda um minuto para cuidar do nosso Distrito Federal. Brasília, Leila e Izalci, é uma cidade feliz por ter vocês dois como Senadores.
(Intervenção fora do microfone.)
A SRA. DAMARES ALVES (Bloco Parlamentar Aliança/REPUBLICANOS - DF) - Por ter nós três. Obrigada.
E, Leila, eu preciso só dizer uma coisa: você é a primeira num monte de coisa, mas eu sou a Senadora mais bonita do Brasil, tá? (Risos.)
Que isso fique registrado, tá? (Palmas.)
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Que Deus abençoe Brasília. Que Deus abençoe os senhores, cada um de vocês, no seu posto, no seu front. Que Deus abençoe a minha cidade, as famílias da minha cidade. E que venham mais 60, 65 e muitos anos de felicidade, de prosperidade, de paz e de muita alegria para Brasília.
Que Deus os abençoe! (Palmas.)
O SR. PRESIDENTE (Izalci Lucas. Bloco Parlamentar Vanguarda/PL - DF) - A Damares esqueceu de falar que eu sou o mais bonito dos homens. (Risos.)
Quero registrar aqui também a presença do nosso Presidente do sindicato dos lotéricos, meu amigo Simoneto; do nosso querido e amigo Presidente do Sindjus, Costa Neto. Seja bem-vindo.
Meu querido Athayde, pioneiro, do Ponto Frio Bonzão. Vou contar a história, Athayde. A primeira televisão que eu comprei, à prestação, em 60 meses, foi lá no Athayde, Ponto Frio Bonzão. E paguei, não é, Athayde? Paguei direitinho.
Bem, eu solicito à Secretaria-Geral da Mesa a exibição de um vídeo institucional.
(Procede-se à exibição de vídeo.) (Palmas.)
O SR. PRESIDENTE (Izalci Lucas. Bloco Parlamentar Vanguarda/PL - DF) - Quero registrar também a presença do ex-Presidente do Conselho Regional de Odontologia, Sr. Júlio César.
Neste momento, concedo a palavra ao Sr. Desembargador Roberval Casemiro Belinati, 1º Vice-Presidente do Tribunal de Justiça do Distrito Federal e dos Territórios.
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O SR. ROBERVAL CASEMIRO BELINATI (Para discursar.) - Cumprimento o eminente Presidente desta sessão, Senador Izalci Lucas; e também a eminente Senadora Leila Barros; a eminente Senadora Damares; os Srs. Parlamentares; os componentes da mesa, o André Kubitschek, que eu conheço acho que desde a barriga da mãe dele; a Sra. Cosete Ramos, Presidente da AMA. Nós temos aqui o Presidente do Ministério Público do DF, Procurador Georges Seigneur. Cumprimento o Governador Paulo Octávio, Senador, Deputado Federal; o Costa, que está aqui também representando o Sindjus; o Andrezinho, que vocês conhecem, que é o Secretário de Relações Institucionais do Tribunal de Justiça do DF. Cumprimento todos os amigos que estão presentes, autoridades, o Reitor do Ceub Getúlio Lopes, e peço vênia para não mencionar nomes.
É uma honra muito grande, para mim, estar aqui neste momento. Estou representando o Tribunal de Justiça do Distrito Federal e dos Territórios, que nasceu com Brasília. Foi inaugurado pelo Juscelino, em abril de 1960. Começou a funcionar efetivamente em setembro, no dia 5 de setembro de 1960.
Eu fiz uma pesquisa, Senador Izalci, para saber quantos processos o tribunal já julgou desde 1960, porque, na minha área no tribunal, eu também cuido da memória do tribunal. Então, eu fiz questão de fazer essa pesquisa. Arredondando os números, o Tribunal de Justiça já julgou, desde 1960, 11 milhões de processos, ou seja, nunca faltou justiça para a população do Distrito Federal. Sempre foi um tribunal atuante, composto de magistrados capacitados, desembargadores. E hoje nós temos, no tribunal, também arredondando os números, 400 magistrados, 48 desembargadores e 1,6 milhão de processos em tramitação. Isso é um dado importante. Quantos processos estão tramitando aqui no Tribunal de Justiça do DF - o tribunal que cuida da justiça do Distrito Federal? Estão em andamento 1,6 milhão de processos. Então, é um tribunal atuante. Existe realmente o acúmulo de processos, mas é um tribunal premiado, considerado um dos melhores do Brasil. Pelo sexto ano consecutivo, o TJDFT tem recebido o Selo Diamante do Conselho Nacional de Justiça, isto é, é um tribunal que vem cumprindo suas metas e tem promovido a acessibilidade da população ao lado do Ministério Público do DF, da Defensoria Pública e da Ordem dos Advogados do Brasil. E é um tribunal que tem qualidade, daí a premiação pelo sexto ano consecutivo.
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O último discurso que eu ouvi nesta tribuna, Senadora Leila e Senador Izalci, foi do Presidente Sarney. Eu fui convidado para representar o tribunal numa homenagem aqui do Senado, e o Presidente Sarney, naquela tribuna, falou 40 minutos sobre a história da República brasileira e citou todas as Constituições. O que mais me chamou a atenção é que, naquele momento, quando ele tinha 94 anos, ele trouxe o discurso escrito e não leu uma palavra do discurso. Ele fez de improviso, falou 40 minutos. Eu fiquei impressionado. Parabéns, Presidente Sarney!
E ele também citou uma frase que me marcou. Ele disse: "Eu não sou político por vocação, por talento. Eu sou político por destino de Deus. Deus me guardou esse destino. Por isso eu fui Presidente. Não sonhava jamais que um governante ou um político do Maranhão pudesse chegar à Presidência". Ele costumava falar isto: "Por destino de Deus, eu tive esta trajetória política: 52 anos como Parlamentar, como Senador e Deputado Federal".
Este Senado registra a história do Brasil, especialmente de Brasília. Então, eu me sinto profundamente honrado por estar aqui neste momento. Agradeço ao Senador Izalci, à Senadora Leila Barros e também ao Senador Davi Alcolumbre, que me enviaram o convite.
Como já foi destacado, Brasília nasceu do sonho de unir um país de dimensões continentais, erguida com ousadia e visão futurista pelo Presidente JK.
Eu quero dar um testemunho, Presidente Izalci. Eu fui ao enterro do Juscelino Kubitschek. Eu estudava com Paulo Octávio no Ceub, que fazia Direito, mas isso foi em 1976. Eu fui pegar a minha namorada, na época - com quem eu me casei há 46 anos, constituí a minha família aqui em Brasília, tenho seis filhos e cinco netos, duas noras e dois genros -, no Ministério das Minas e Energia, que ficava na frente da Catedral. Quando eu cheguei ao local, no final do dia, aquela multidão estava saindo da Catedral e eu perguntei: "O que está acontecendo aqui?". Daí me disseram: "O Juscelino morreu, é o enterro do Juscelino". Eu sabia, pois a imprensa tinha divulgado, mas eu não sabia que ia haver uma missa. E as pessoas estavam cantando aquela música Peixe Vivo, de que o Juscelino gostava. Eu tinha 20 anos. Daí eu convidei minha namorada, falei: "Vamos ao enterro do Juscelino, porque isso é um momento histórico, não podemos perder, prestar uma homenagem a esse homem que construiu Brasília, inaugurou Brasília".
Nós pegamos um táxi, eu não tinha carro, e fomos de táxi acompanhando. Tinha caminhão lotado de pessoas, quebraram metade do cemitério Campo da Esperança, era uma multidão. Nós saímos à noite lá do cemitério. As pessoas faziam questão de homenagear Juscelino Kubitschek.
Nós estamos aqui honrando esse trabalho do Juscelino, que acreditou na força do Brasil e do povo e construiu Brasília.
Como Magistrado aqui no DF, tenho a convicção de que Brasília é o lar de valores essenciais ao Estado democrático de direito. Aqui testemunhamos a atuação harmônica dos Poderes, o pluralismo de ideias, como disse a Senadora Leila, a convivência respeitosa entre culturas diversas e a força de nossa Justiça.
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Aos embaixadores representantes de outras nações que participam desse importante momento, nós também, como membros do Judiciário, agradecemos a presença, porque somos uma família só. Somos mais de 8 bilhões de habitantes do planeta Terra, somos criaturas de Deus, somos todos irmãos, cada um cumprindo sua missão.
Ao celebrarmos este aniversário, renovamos nosso compromisso com a imparcialidade, a igualdade de acesso à Justiça e a proteção dos direitos de cada cidadão.
A tarefa maior do Poder Judiciário é restabelecer ou estabelecer a paz nas famílias e na sociedade. E o Poder Judiciário faz de tudo para que essa paz reine no nosso meio.
Que Brasília continue a inspirar iniciativas voltadas à dignidade humana, à solidariedade e ao desenvolvimento sustentável. O que nós queremos é ser felizes. E Brasília é a terra da esperança, mas é uma esperança já concretizada. Eu moro há 40 anos em Brasília e via realmente, como disse a Senadora Leila, a terra do futuro, mas acrescento, Senadora, que Brasília é a terra do presente, porque nós já vivemos aqui, aqui continua um canteiro de obras e vai continuar sendo, recebendo as pessoas do Brasil para os seus lares, e também as de todo mundo.
Parabéns, Brasília! Que seus 65 anos nos motivem a fortalecer cada vez mais o diálogo, o respeito e a justiça, pilares de um Brasil mais unido e próspero!
Eu quero também cumprimentar a Sra. Cosete Ramos, que é a Presidente da AMA, a todos da mesa e autoridades.
Muito obrigado. (Palmas.)
O SR. PRESIDENTE (Izalci Lucas. Bloco Parlamentar Vanguarda/PL - DF) - Quero registrar a presença do Sr. Wilson Nobre, da Nucleotec, da Fundação Getúlio Vargas; a Fernanda Foizer e o Wilfrido Augusto Marques, advogados. Cumprimento também Fernando Mesquita, que é o Presidente do Sindicato do Turismo Rural e Ecológico do Distrito Federal; Ivonice Campos, Presidente da Associação Comercial do Distrito Federal; e a Presidente do Instituto Transformando Vidas, Sandra Rosa da Silva.
Concedo a palavra agora ao Sr. Georges Carlos Frederico, nosso Procurador-Geral da Justiça do Ministério Público do Distrito Federal e Territórios.
O SR. GEORGES CARLOS FREDDERICO MOREIRA SEIGNEUR (Para discursar.) - Bom dia a todas e todos.
Eu queria cumprimentar inicialmente os nossos Senadores, Senadora Leila, Senador Izalci, Senadora Damares, os Senadores, pelo que vimos, mais lindos do Brasil, fazendo um trabalho, pelo país, importante ao trazer o Distrito Federal sempre à tona. Eu acho que é importante o Distrito Federal ser mencionado, ser lembrado não só por ser a capital da República, mas pelas coisas que aqui existem. E sessões como esta são muito importantes para que nós sempre nos lembremos disso.
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Queria cumprimentar o Vice-Presidente, Desembargador Roberval Belinati; cumprimentar, a Sra. Cosete Ramos; o André Kubitschek; cumprimentar a plateia toda aqui presente e queria dizer que é com imensa honra que me dirijo a todos vocês, nesta solenidade aqui no Senado Federal, para celebrarmos o 65º aniversário de Brasília, a capital que simboliza o sonho, a ousadia e a determinação do povo brasileiro.
Como Procurador-Geral de Justiça do Ministério Público do Distrito Federal e Territórios e como Presidente do Conselho Nacional dos Procuradores-Gerais do Ministério Público dos Estados e da União, sinto um orgulho especial por estar aqui representando uma instituição que cresce e se fortalece junto com essa cidade única.
Eu sou natural do Rio de Janeiro, mas, com dois anos, vim para cá - com menos de dois anos, vim para cá -, fui adotado por Brasília e tive a imensa honra de, em 2023, receber o título de Cidadão Honorário desta cidade, concedido pela Câmara Legislativa, um reconhecimento que carrego com gratidão e responsabilidade.
Queria fazer um parêntese: a todo lugar, como representante do Conselho Nacional dos Procuradores-Gerais, a toda posse a que eu vou, eu sempre falo de Brasília, sempre comparo - e nem é que comparo, porque comparar Brasília não dá, comparar a nossa beleza, a nossa qualidade -, sempre ressalto as semelhanças e as diferenças de Brasília com outros locais. Isso é algo que me traz muito orgulho.
Há 65 anos, Brasília nascia como um marco de inovação e de coragem. Projetada por Oscar Niemeyer e Lúcio Costa, sob a liderança visionária de Juscelino Kubitschek, ela foi erguida no coração do Brasil para unir o país e projetar um futuro de progresso.
Brasília encanta com as suas belezas singulares, os traços curvilíneos de seus monumentos, o céu vasto do Planalto Central, os ipês que colorem suas ruas e o Lago Paranoá, que reflete sua alma vibrante.
Mais do que concreto e traços arquitetônicos, Brasília é a expressão da diversidade brasileira, um ponto de encontro de culturas, ideias e aspirações.
Nesses 65 anos, a cidade se consolidou como epicentro das decisões que moldam esta nação ao mesmo tempo em que pulsa com a energia de sua gente, que a transforma diariamente em um lar vibrante e acolhedor.
O Ministério Público, como guardião da democracia e dos direitos fundamentais, tem uma missão que se entrelaça com a história de Brasília. Somos uma instituição criada para defender a sociedade, assegurar a justiça e promover a igualdade. No Distrito Federal, o MPDFT desempenha esse papel com dedicação singular, atuando em um território que é, ao mesmo tempo, a sede do poder nacional e o lar de milhões de brasileiros que aqui constroem suas vidas.
Como Presidente do Conselho Nacional dos Procuradores-Gerais, tenho a honra de liderar um colegiado que, à semelhança deste Senado Federal, representa as unidades da Federação, unindo vozes de todos os estados e do Distrito Federal para fortalecer o Ministério Público em prol de um Brasil mais justo. Assim como o Senado assegura o equilíbrio federativo, o CNPG promove a integração e a cooperação entre os ministérios públicos, garantindo que nossa atuação seja coesa e alinhada aos anseios da sociedade. Desde sua criação, o MPDFT tem sido um parceiro inseparável do desenvolvimento de Brasília, com o dever sagrado de zelar pela proteção dessa cidade que é patrimônio da humanidade. Atuamos na defesa do meio ambiente, na proteção do patrimônio cultural, na garantia dos direitos humanos e na promoção de políticas públicas que atendam às necessidades da população. Seja na preservação do cerrado, na luta contra a violência, na defesa da educação e da saúde ou no combate à corrupção, o MPDFT está presente, trabalhando para que Brasília seja não apenas a capital do Brasil, mas também um exemplo de justiça social e de qualidade de vida.
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Nesses 65 anos, o MPDFT cresceu com Brasília, enfrentando desafios e celebrando conquistas. Somos uma instituição que escuta a sociedade, que inova em suas práticas e que busca, incansavelmente, tornar esta cidade um lugar mais justo e inclusivo. Nossa atuação reflete o espírito de Brasília: moderno, dinâmico e comprometido com futuro.
Ao celebrarmos os 65 anos de Brasília, renovamos nosso compromisso com os ideais que inspiraram sua fundação. Que essa cidade continue a ser um farol de esperança, um espaço onde a democracia se fortalece e onde todos os brasileiros se sintam representados. Que o Ministério Público - em especial, o MPDFT - siga sendo um pilar na construção de uma Brasília mais justa, sustentável e humana, com o apoio de todos nós.
Parabéns, Brasília, pelos seus 65 anos! Parabéns a todos nós, que fazemos dessa cidade um símbolo vivo do Brasil que sonhamos e pelo qual trabalhamos todos os dias!
Muito obrigado. (Palmas.)
O SR. PRESIDENTE (Izalci Lucas. Bloco Parlamentar Vanguarda/PL - DF) - Quero registrar também a presença do Laurício Monteiro, ex-Presidente do Conselho Regional de Medicina Veterinária; da nossa querida Samara Furtado Carneiro, Ouvidora da Anvisa; da Flávia Portela, Presidente da Federação dos CONSEGs do DF; da Luciana Barros, Superintendente da Sudeco; do Rafael Henrique Severo, Diretor da Sudeco; Peniel Pacheco, também Diretor da Sudeco e ex-Deputado Distrital.
Concedo agora a palavra ao nosso querido André Kubitschek, bisneto do Presidente Juscelino Kubitschek. (Palmas.)
O SR. ANDRÉ KUBITSCHEK (Para discursar.) - Bom dia.
Primeiramente, gostaria de cumprimentar aqui o requerente desta sessão, Senador Izalci Lucas. Cumprimento aqui também a Senadora Leila Barros e a Senadora Damares Alves. Cumprimento aqui também o Procurador-Geral de Justiça Georges Seigneur; o 1º Vice-Presidente do Tribunal de Justiça, Desembargador Belinati; e a Sra. Presidente do Movimento Brasília Capital, Cosete Ramos. É uma satisfação estar aqui com todos vocês, senhoras e senhores.
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O mês de abril para nós brasileiros é repleto de fatos significativos. E neste abril de 2025, ao comemorar os 65 anos da nossa capital, os 40 anos da redemocratização do Brasil, a luta de Tiradentes pela independência do nosso país, temos muitos motivos para celebrar essas importantes conquistas nacionais.
Quando falamos em redemocratização, sempre me vem à mente um relato que ouvi sobre o enterro de Juscelino Kubitschek, após a sua trágica morte em 1976. Naquele momento de comoção nacional, o povo tomou o seu caixão pelos braços e o carregou pelas ruas. Ali, naquele gesto espontâneo mas de grande significado, se iniciou simbolicamente o processo de redemocratização do nosso país.
Quando falamos em democracia, é impossível não nos lembrarmos desse estadista da política nacional, o Presidente que construiu democraticamente o Brasil moderno. O seu otimismo contagiou, transformou e tirou o país do subdesenvolvimento. Quando falamos da era JK, estamos falando de um dos raros momentos da nossa história, em que o país foi conduzido por planos e metas, o conjunto de ações estruturantes que visavam interiorizar, unificar e desenvolver a nação.
Por meio da industrialização, gerou empregos e riquezas. Com o crescimento da produção de energia elétrica, impulsionou fábricas e cidades. Ao abrir estradas, interligou os estados e facilitou o escoamento da produção. Investindo na educação, preparou e instruiu a população para o novo ciclo de progresso. E, em meio a tantas ações bem-sucedidas, como coroamento dessa marcha desenvolvimentista, ergueu Brasília, metassíntese e símbolo de um Brasil integrado, moderno e voltado para o futuro.
Brasília, como bem pontuou JK, não foi um ato voluntarioso de vaidade pessoal, mas uma cidade pensada, planejada, demarcada pela Missão Cruls, vigente na nossa Constituição de 1891, para estar geograficamente no centro do país, aproximando os estados da sua capital e dos três Poderes da República.
Como disse Lúcio Costa, superou-se o sonho. Brasília se consolidou como centro cultural, político, administrativo, econômico. O Plano Piloto se multiplicou em 35 novas cidades, que acolhem comerciantes, pequenos, médios e grandes empresários. A nossa população tem um alto grau de escolaridade, e o nosso quadrilátero tem a grandeza de receber brasileiros dos quatro cantos do Brasil.
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Aos 65 anos, Brasília foi além da sua beleza arquitetônica, da sua estética singular, reconhecida mundialmente, do seu traçado urbano único. Em seis décadas e meia, se transformou em uma força econômica e social, provando a capacidade dos brasileiros de aceitar grandes desafios e realizar grandes feitos.
Para mim e para tantos brasileiros, muito mais do que uma capital, é a prova viva de que o impossível pode ser superado quando há sonho, coragem e união. Que Deus abençoe a nossa democracia, a nossa capital e o nosso país!
Muito obrigado. (Palmas.)
O SR. PRESIDENTE (Izalci Lucas. Bloco Parlamentar Vanguarda/PL - DF) - O Paulo Octávio está todo orgulhoso ali - não é, Paulo?
Concedo a palavra agora à Sra. Cosete Ramos, Presidente da Aliança das Mulheres que Amam Brasília.
A SRA. COSETE RAMOS (Para discursar.) - Este vestido pretende ser uma homenagem. Neste vestido, eu trago no centro o Congresso Nacional, o símbolo do Brasil democrático. Deste lado, eu trago o Presidente JK, o homem que transformou o Brasil para si e para o mundo. E eu queria pedir uma salva de palmas para todos os Deputados, para todos os Senadores, para todos do Congresso, do Legislativo, e também para o nosso amado Presidente JK. (Fora do microfone.) (Palmas.)
Vamos contar uma história? Em 1959, portanto, antes de Brasília, a mocinha - mocinha - Cosete Ramos está no Rio de Janeiro e acompanha toda uma luta. Era uma vez uma mocinha que se chamava Cosete Ramos, filha da professora de Geografia D. Nehyta e do Deputado Federal Ruy Ramos, gaúcho do Alegrete. Era o ano de 1959, o Brasil estava em guerra, totalmente dividido. Leila, Izalci, Damares, o Brasil estava totalmente dividido em guerra: era-se a favor ou contra Brasília. O tema da guerra era Brasília, contra ou a favor.
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No Palácio Tiradentes - no palácio - se iniciava a legislatura de 1959. Em cima da mesa do Presidente, um projeto a ser aprovado: o projeto da mudança da capital, que era projeto, que era sonho de JK, mas que não existia. A briga era intensa. Era muito difícil a briga. Havia perigo, muito perigo de que o projeto não fosse aprovado.
Prestem atenção, Srs. Senadores: não era para ser aprovado este projeto. O Presidente JK estava preocupadíssimo. Havia perigo, e ele chamou vários Deputados para conversar, inclusive o Deputado Ruy Ramos. JK chama e, a partir dali, se cria, no Rio de Janeiro, no Congresso, um bloco - bloco, Senadores, que um dia vai ter que ser homenageado. Chama-se Bloco Mudancista. Eles criaram esse bloco. O Ruy Ramos foi um dos mais entusiasmados. Ele foi escolhido o Relator. E houve luta, e houve briga, e houve xingamento, e falava-se mal de Brasília, que se queria usar Brasília como um local para tirar dinheiro, para exploração. Mas o grupo mudancista permaneceu unido. Foram um, dois, três, 200, 214. Quando chegou o grupo, o Bloco Mudancista a 214, era o necessário para aprovar Brasília, a terceira capital do Brasil! (Palmas.)
Viva! Viva o Bloco Mudancista! Viva o Bloco Mudancista!
Um dia, Leila, um dia, Izalci, um dia, Damares, eu quero vocês três fazendo uma homenagem aos membros do Bloco Mudancista, porque serão reconhecidos com justiça pelo Congresso Nacional. Se não houvesse Bloco Mudancista, não haveria JK nenhum que faria passar este projeto. Mas JK era JK!
Finalmente, a mocinha Cosete chega ao Planalto Central. Hum! Na família, a paixão por Brasília de Ruy, Nehyta e Cosete é toda. Então nós viemos para Brasília. Cheguei antes do dia 21 de abril. Chegamos à cidade e fomos assistir a todas as festas. Olha que privilégio, a menina, com 17 anos, assistir a todas as festas da inauguração.
Primeiro, foi no prédio do Congresso, do lado de lá, porque isto aqui não estava pronto; Leila, Damares, não estava pronto. E era pouco. Do lado de lá, tinha 2 mil pessoas na Câmara. Eu vi o Presidente JK entrar. Ao lado dele, o Vice-Presidente da República, João Goulart. E ele entra, e ele é aplaudido, e ele fala, e ele assina! Gente, quando o JK assina o projeto de transferência da capital do Rio de Janeiro para Brasília, este Congresso de 2 mil pessoas se levanta aos berros, aos gritos, aos choros, porque era uma comoção. Era o sonho se tornando realidade, era o sonho por que nós tínhamos lutado tanto se tornando realidade.
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Logo depois dali, eu fui assistir a uma coisa muito bonita, que foi o show das orquestras. As maiores orquestras do Brasil fizeram um show com o Maestro Eleazar de Carvalho.
E vocês não sabem! À tarde, à noite, já prontas para a solenidade principal, nós viemos para a frente do Congresso. Sabe essa plataforma onde tem a Câmara para cima e o Senado para baixo? Ali teve um teatro das três capitais - 1,2 mil pessoas ali em cima, uma coisa entre as cúpulas do Congresso.
Finalmente, o ponto alto da noite. O ponto alto da noite era, para a menininha, a mocinha: o baile! O baile no Palácio do Planalto. Olha eu, Leila! Estou linda, Leila? Fala, Izalci... Uma bonequinha. Damares, é uma boneca ou não? Dezessete anos, o coração explodindo! Não sabia o que mais cabia ali. E aí fomos para o baile. Estava cheio de Presidentes, ditadores, homens do mundo inteiro, monarcas... Tinha milhares de pessoas dentro do Palácio do Planalto. E eu fui recebida por D. Sara. André, sua avó... Dá vontade de chorar, André, tenho vontade de chorar, porque ela segurou minha mão. Estava gelada como está a minha agora, André. E a sua avó disse para mim: "Cosete [ela conhecia meu pai e minha mãe], você agora vai dançar". Bem que eu tive vontade de tirar o Presidente JK, que era um pé de valsa, para dançar, mas eu não tive coragem, não, juro. Mas saí dançando, e dançando estou há 65 anos, dançando nessa maravilhosa terra, nessa terra que foi criada do amor, que foi criação da esperança, que foi criação daquilo que o ser humano tem de mais importante em termos de fraternidade humana.
Eu quero terminar essa historinha, mas eu confesso, eu caí de amores por Brasília e apostei toda a minha vida, a minha vida inteira, há 65 anos eu estou aqui. Hoje, eu sou uma doutora em educação, com doutorado nos Estados Unidos, mestrado nos Estados Unidos, 60 livros escritos, mas eu continuo com essa paixão que me inspirou a criar um grupo de mulheres chamada Ama Brasília - Aliança das Mulheres que Amam Brasília -, para cuidar de Brasília, para cuidar da sua gente, para cuidar do meio ambiente, para cuidar de Brasília.
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E foi com essa mesma paixão que eu pretendi deixar um novo... que eu pretendo deixar um novo legado para a nossa amada capital, que culmina com uma proposta de caráter internacional, não é do Brasil. Começou no Butão, foi para a ONU e agora abrange todos os países do mundo. Essa proposta que, eu tenho certeza, se o Presidente JK um dia disse Brasília, capital da esperança, agora ele está me dizendo! Eu sei, Presidente: esse sonho nós já conseguimos. Vamos avançar, Presidente. Para onde vamos, Presidente JK? Brasília, capital da felicidade!
Muito obrigada. (Palmas.)
Muito obrigada.
Obrigada, Leila, por esse privilégio.
O SR. PRESIDENTE (Izalci Lucas. Bloco Parlamentar Vanguarda/PL - DF) - Obrigado, Cosete.
Quero registrar também as presenças de Flávia Portela, Presidente da Federação dos Conselhos Comunitários de Segurança e da Presidente da Associação dos Advogados do Distrito Federal, Jaqueline Alba Di Domenico Moreira.
Solicito à Secretaria-Geral da Mesa a exibição de um vídeo em homenagem ao Presidente Juscelino Kubitschek.
(Procede-se à exibição de vídeo.) (Palmas.)
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O SR. PRESIDENTE (Izalci Lucas. Bloco Parlamentar Vanguarda/PL - DF) - Antes do encerramento desta sessão, eu gostaria de convidar aqui a cantora que estava inclusive agora no vídeo, nossa querida Glaucia Nasser, para interpretar a canção No Tom da Terra. (Palmas.)
Mineira também, de Patos de Minas.
(Procede-se à execução da música No Tom da Terra) (Palmas.)
O SR. PRESIDENTE (Izalci Lucas. Bloco Parlamentar Vanguarda/PL - DF) - Obrigado, Glaucia.
Registro aqui a presença ainda, representando o Governador do Estado do Ceará, do Sr. Denis Anderson da Rocha Bezerra; e representando o Governador do Estado da Bahia, Svetlana Santana Silva.
Bem, não preciso dizer aqui da minha emoção, da minha alegria de presidir esta sessão, ao lado aqui da minha querida Leila Barros, da minha Senadora mais linda aqui do Senado, Damares, e também de todos os amigos que aqui vieram.
Cumprida a finalidade desta sessão especial do Senado Federal, eu agradeço às personalidades que nos honraram com a sua participação e declaro encerrada esta sessão.
Muito obrigado pela presença. (Palmas.)
(Levanta-se a sessão às 11 horas e 48 minutos.)