3ª SESSÃO LEGISLATIVA ORDINÁRIA
57ª LEGISLATURA
Em 6 de maio de 2025
(terça-feira)
Às 10 horas
32ª SESSÃO
(Sessão Especial)

Oradores
Horário

Texto com revisão

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O SR. PRESIDENTE (Astronauta Marcos Pontes. Bloco Parlamentar Vanguarda/PL - SP. Fala da Presidência.) - Declaro aberta a sessão. Sob a proteção de Deus, iniciamos os nossos trabalhos.
A presente sessão especial foi convocada em atendimento ao Requerimento nº 52, de 2025, de autoria desta Presidência e de outros Senadores, aprovado pelo Plenário do Senado Federal.
A sessão é destinada a celebrar e reconhecer a importância da aviação de caça na defesa do Brasil e homenagear os aviadores que dedicam suas vidas à soberania do espaço aéreo nacional.
Convido, para compor a mesa desta sessão especial, os seguintes convidados: Sr. Roberto José Silveira Honorato, Diretor-Presidente substituto da Agência Nacional de Aviação Civil (Anac); Sr. Eduardo Cury, Deputado Federal pelo Estado de São Paulo, no período de 2015 a 2023; Tenente-Brigadeiro do Ar Alcides Teixeira Barbacovi, representando o Tenente-Brigadeiro do Ar, Sr. Marcelo Kanitz Damasceno, Comandante da Aeronáutica. (Pausa.)
Convido a todos para, em posição de respeito, acompanharmos a execução do Hino Nacional, interpretado pela Banda de Música da Base Aérea de Brasília, sob regência do Maestro Suboficial Márcio Bezerra.
(Procede-se à execução do Hino Nacional.)
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O SR. PRESIDENTE (Astronauta Marcos Pontes. Bloco Parlamentar Vanguarda/PL - SP. Para discursar - Presidente.) - Sras. Senadoras e Srs. Senadores, autoridades civis e militares presentes, senhores representantes da Força Aérea Brasileira, famílias de veteranos, brasileiras e brasileiros, é com grande honra que presido esta sessão especial do Senado Federal em celebração ao Dia da Aviação de Caça e aos 80 anos da Aviação de Caça no Brasil, uma cerimônia que, para além do simbolismo histórico, carrega o peso de um legado construído com coragem, disciplina, competência e amor à pátria.
A Aviação de Caça é, sem dúvida, uma das expressões mais nobres da Força Aérea Brasileira. Ela representa, em cada decolagem e em cada missão cumprida, a prontidão de defender o espaço aéreo nacional, a soberania do nosso país e a integridade do nosso povo. Celebrar suas oito décadas de existência é reverenciar a história viva da defesa aérea do Brasil.
Desde a sua criação, a Aviação de Caça brasileira tem sido sinônimo de excelência técnica, preparo militar e superação de desafios. Essa trajetória teve um ponto de inflexão marcante em 22 de abril de 1945, quando o primeiro grupo de aviação de caça, o lendário 1º GAvCa, ou Jambock, realizou 44 missões de combate em um único dia nos céus da Itália, durante a Segunda Guerra Mundial. Foi o maior esforço operacional da nossa Força Aérea em todo o conflito, e é por isso que essa data é consagrada como o Dia da Aviação de Caça.
Sob o comando firme do Brigadeiro Nero Moura, nossos pilotos enfrentaram as adversidades do combate aéreo com bravura, estratégia e um espírito de missão que ecoa até hoje. Foi nesse contexto que nasceu o grito que se tornou o símbolo da nossa coragem brasileira nos ares, o “Senta a Púa!”, um lema que não é apenas uma frase de guerra, mas um modo de vida. Ele traduz a atitude combativa, a coragem diante do impossível e o compromisso inabalável com o dever.
Ao longo dessas oito décadas, a Aviação de Caça evoluiu, os tempos mudaram, as tecnologias avançaram, as aeronaves se tornaram mais velozes, mais letais, mais precisas. Hoje a Força Aérea Brasileira opera com caças modernos, como o F-39 Gripen, o F-5M Tiger II, o A-1M, o AMX e o Super Tucano A-29, aeronaves que são símbolos do avanço tecnológico nacional e do nosso compromisso com a soberania aérea. Mas o que jamais mudou e nunca mudará é o espírito que move cada piloto de caça: a coragem, o preparo, a prontidão e o amor pelo Brasil.
E é fundamental reconhecer que por trás de cada avião há uma equipe. Há mecânicos, engenheiros, técnicos, controladores de voo, profissionais que garantem que cada missão seja segura, eficaz e bem-sucedida. Todos são partes desse mesmo corpo. A Aviação de Caça não é feita apenas de asas, mas de corações comprometidos com a pátria.
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Nesta sessão, fazemos questão de registrar também os nomes que marcaram com heroísmo essa história. Um deles é o do Tenente-Aviador Alberto Martins Torres, autor de um dos feitos mais relevantes da nossa participação na Segunda Guerra Mundial, o único afundamento confirmado de um submarino nazista em águas brasileiras.
Além disso, Torres completou cem missões de combate na Itália, um número que demonstra não apenas sua habilidade como piloto, mas sua entrega total ao dever.
Por isso, propus o Projeto de Lei nº 1.711, de 2024, já aprovado no Senado, para inscrever seu nome no Livro dos Heróis e Heroínas da Pátria, uma homenagem mais do que justa, que preserva sua memória como um exemplo para as futuras gerações.
Outro nome que não pode faltar é o do Marechal do Ar Casimiro Montenegro Filho, criador do ITA, idealizador do CTA e peça-chave para o nascimento da Embraer, um verdadeiro arquiteto do avanço tecnológico nacional.
Relatei com orgulho o projeto que inscreve seu nome no mesmo Livro de Heróis. Seu legado ultrapassa a aviação militar. É um dos alicerces do desenvolvimento científico e industrial do Brasil.
Senhoras e senhores, a missão da aviação de caça nunca foi apenas militar. Ela é estratégica, ela é educacional, ela é moral.
Formar um piloto de caça é formar um cidadão com valores sólidos, com um preparo técnico de excelência e um senso de responsabilidade que inspira. Cada esquadrão representa o que temos de melhor em termos de disciplina, inovação, liderança e espírito de equipe.
A Força Aérea Brasileira continua sendo um pilar de nossa soberania nacional. A aviação de caça é a vanguarda desse esforço permanente pela proteção do território nacional não apenas nas guerras, mas no patrulhamento diário, nas missões de interceptação, na vigilância do espaço aéreo e na prontidão constante que garante a paz.
Por isso, esta homenagem é mais do que merecida. É um gesto de reconhecimento e respeito a todos que se dedicam e dedicaram suas vidas ao voo, ao treinamento incessante, ao cumprimento das missões mais difíceis, muitas vezes em silêncio, longe dos holofotes, mas sempre com honra.
A todos os veteranos, aos que estão na ativa e aos que ainda sonham em vestir a farda da aviação de caça, deixamos hoje o tributo desta Casa Legislativa.
Que essa história de coragem continue inspirando o Brasil e que possamos sempre lembrar com orgulho e reverência a aviação de caça no Brasil.
Vida longa, missão cumprida, e sempre, sempre, "Senta a Púa!".
Muito obrigado. (Palmas.)
Gente, aqui um pouco fora do protocolo, eu gostaria de agradecer e muito a presença de cada um de vocês, dos senhores, das senhoras, e a todos aqueles que nos acompanham também pelas redes do Senado e pela TV Senado.
Agradeço a todos aqueles que, ao longo da história, têm colaborado com a Força Aérea Brasileira, da qual eu faço, com muito orgulho, parte, como piloto de caça.
Estou aqui com o agora Tenente-Brigadeiro Barbacovi. Eu me lembro dele como Segundo-Tenente no Terceiro Esquadrão do Décimo Grupo de Aviação, em Santa Maria. Nós fomos do mesmo esquadrão, o Esquadrão Centauro, e essa participação fica guardada na cabeça da gente, ainda novinhos, com filhos que tinham acabado de nascer ali em Santa Maria, naquele começo de vida, mas com grandes sonhos.
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E hoje eu vejo aqui, com orgulho, o Barbacovi, o nosso Tenente Barbacovi, hoje Tenente-Brigadeiro Barbacovi, aqui do meu lado, representando o Brigadeiro Damasceno, Comandante da Força Aérea.
É muito bom a gente ver o desenvolvimento de cada um dos nossos amigos, dos parceiros que a gente sempre teve.
E a gente coloca a vida... E quem é piloto de caça sabe muito bem disto: quando você está voando numa esquadrilha, você literalmente coloca a sua vida na mão daqueles que estão voando com você. É assim que funciona. Aliás, é assim que a gente deveria funcionar no Brasil como um todo, não é? Que a gente pudesse ter essa parceria, esse trabalho em equipe e o legado em reconhecer o passado e utilizar, com honra, o conhecimento e a experiência adquirida por aqueles que deram a vida pelo Brasil, para que a gente tenha um futuro cada vez melhor no nosso país.
Então, eu quero agradecer novamente, de coração, a presença de cada um de vocês. Hoje esta homenagem é muito - mas muito - merecida.
Também lembro a presença aqui do nosso Ministro do Superior Tribunal Militar, o Brigadeiro Joseli, aqui conosco também.
Gente, este dia aqui é um dia para marcar a história: eu sou o primeiro Senador piloto de caça aqui da história também, e, para mim, é muito orgulho estar aqui e representar a nossa aviação num dia tão importante como este, e nos lembrando dos nossos pilotos na Segunda Guerra e nos lembrando também do Marechal Casimiro Montenegro Filho, pelo trabalho que ele fez, e do Tenente Alberto também, pela dedicação.
Então, vamos dar prosseguimento aqui nesta cerimônia.
E eu falo isto com muito orgulho: hoje é um dos dias, vamos dizer assim, que brilham na minha permanência aqui no Senado. Então, muito obrigado novamente pela presença de todos.
Sras. e Srs. Embaixadores, Encarregados de Negócios e representantes diplomáticos dos seguintes países que estão aqui presentes conosco: Argélia, Belarus, Reino Unido, Rússia; também o Sr. Vice-Presidente do Superior Tribunal Militar, como eu já falei, Ministro Tenente-Brigadeiro do Ar Francisco Joseli Parente Camelo; o Sr. Comandante de Preparo da Força Aérea Brasileira, Tenente-Brigadeiro do Ar Raimundo Nogueira Lopes Neto; o Sr. Diretor do Instituto Histórico-Cultural da Aeronáutica, Tenente-Brigadeiro do Ar Vincent Dang, também com a gente; e a Sra. Conselheira do Conselho Nacional do Ministério Público Ivana Lúcia Franco Cei.
Convido a todos, neste momento, para que façamos um minuto de silêncio em homenagem aos pilotos e combatentes da Força Aérea Brasileira que tombaram em defesa da pátria durante a Segunda Guerra Mundial, especialmente os integrantes do 1º Grupo de Aviação de Caça.
(Faz-se um minuto de silêncio.)
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O SR. PRESIDENTE (Astronauta Marcos Pontes. Bloco Parlamentar Vanguarda/PL - SP) - Esta Presidência registra a presença, nesta mesa também, do Senador Sergio Moro, aqui conosco.
Obrigado, Moro.
Registramos a presença também dos participantes do VI Encontro Internacional de Participação, Democracia e Políticas Públicas, organizado pelo Departamento de Ciências Políticas da Universidade de Brasília.
Obrigado pela presença de cada um de vocês também.
Antes do próximo pronunciamento, eu gostaria de fazer um breve esclarecimento ao público presente e aos que nos acompanham pelos canais oficiais de comunicação do Senado Federal.
Dentro da aviação de caça da Força Aérea Brasileira, um meio profundamente marcado por tradições, o cancioneiro tem um papel essencial na construção da identidade e do espírito de corpo dos nossos aviadores.
A canção que ouviremos agora, chamada Carnaval em Veneza, nasceu em fevereiro de 1945, no auge da campanha do primeiro grupo de aviação de caça na Itália, durante a Segunda Guerra Mundial.
Após uma missão de bombardeio bem-sucedida contra uma ponte ferroviária em Ponte di Piave, os pilotos brasileiros, conhecidos como Jambocks, reuniram-se em um bar local em Pisa. Lá, inspirados pela música italiana tocada no ambiente e pelo espírito de camaradagem e superação, criaram essa canção para celebrar a sua missão.
A letra faz referências diretas àquela operação e ao cotidiano dos pilotos de caça, suas manobras, seus riscos, suas gírias e sua irreverência, mesmo diante da guerra.
Com o tempo, Carnaval em Veneza ultrapassou os limites do primeiro grupo de aviação de caça e se consolidou como hino da aviação de caça da FAB.
Hoje, é entoado com orgulho pelos pilotos, especialistas e soldados da Aeronáutica, tornando-se símbolo de coragem, união e memória histórica.
Com essa explicação, eu convido a todos a ouvirem com atenção e respeito a execução da canção Carnaval em Veneza, interpretada pela Banda de Música da Base Aérea de Brasília.
(Procede-se à execução da música Carnaval em Veneza.) (Palmas.)
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O SR. PRESIDENTE (Astronauta Marcos Pontes. Bloco Parlamentar Vanguarda/PL - SP) - Parabéns à nossa banda; obrigado, Maestro.
Aliás, só um comentário aqui... Quem é piloto de caça sabe disso, mas, para quem não é, às vezes é bom saber: no dia 22 de abril, ou nas proximidades desse dia, nós temos o encontro da aviação de caça, que acontece na Base Aérea de Santa Cruz - pelo menos acontecia na Base Aérea de Santa Cruz. Faz um tempo que eu não vou lá.
É interessante, porque você tem aquela oportunidade de encontrar... Os pilotos de todos os esquadrões se reúnem ali, às vezes tem algumas competições, algumas demonstrações, mas uma coisa que me chamava muito a atenção, na minha época, quando eu era tenente e ia àquele encontro, era que, naquela época, nós tínhamos ainda alguns dos "velhinhos", como a gente os chamava, que eram alguns veteranos da Segunda Guerra que participavam lá também, e era muito bom aquilo de trocar informação e de ter a oportunidade de conhecê-los.
Eu tive também a oportunidade, por exemplo, fazendo uma comparação aqui, já na Nasa, como astronauta, de encontrar, conversar com Neil Armstrong, Buzz Aldrin, essas figuras que marcaram a história do planeta, e ali nós tínhamos a chance de conversar com os nossos veteranos. Aquilo era muito bom.
E é um encontro em que você revive essas tradições. Tem um teatro, inclusive, que é feito, a Ópera do Danilo, em que você revive o que aconteceu ali na Itália, e que é bom para manter vivos o legado e a tradição dos nossos pilotos, o que eles viveram lá na Itália, não é? Isso, no dia a dia, é importante no cumprimento da nossa missão e no esquadrão, depois.
Eu estou olhando aqui e vejo muitos rostos conhecidos. Não dá para cumprimentar todo mundo, mas sintam-se todos cumprimentados aqui. Isso é muito bom!
Vejo também a Senadora Damares aqui conosco.
Senadora, obrigado. Eu estou contando com V. Exa. aqui para fazer uma entrega importante.
Agora eu convido todos os presentes a voltarem o olhar e o coração para a tela deste Plenário. O vídeo que será exibido a seguir foi especialmente produzido pelo Centro de Comunicação Social da Aeronáutica (Cecomsaer) e traz uma homenagem sensível e potente à trajetória da aviação de caça no Brasil.
Em poucos minutos, seremos levados ao passado e ao presente, revivendo as imagens e os feitos dos homens que, nos céus da Itália, escreveram, com coração e sacrifício, uma das páginas mais importantes da nossa história militar.
Essa produção audiovisual também nos faz refletir sobre a continuidade desse legado: os caçadores de ontem abriram caminho para os profissionais de hoje, que seguem firmes na missão de proteger o nosso espaço aéreo e a soberania do nosso grande Brasil. Que essa homenagem toque a todos nós com o mesmo espírito que moveu aqueles pilotos: o espírito de servir, honrar e de jamais esquecer.
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Solicito à Secretaria-Geral da Mesa a exibição do vídeo.
(Procede-se à exibição de vídeo.) (Palmas.)
O SR. PRESIDENTE (Astronauta Marcos Pontes. Bloco Parlamentar Vanguarda/PL - SP) - Registro a presença, nesta mesa, do Senador Jorge Seif, de Santa Catarina, aqui conosco também. Obrigado.
Neste momento, concedo a palavra ao Senador Chico Rodrigues, para o seu pronunciamento. (Pausa.)
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O SR. CHICO RODRIGUES (Bloco Parlamentar da Resistência Democrática/PSB - RR. Para discursar.) - Sr. Presidente desta sessão, Senador Astronauta Marcos Pontes, Sr. Senador Jorge Seif, Sr. Deputado Federal Eduardo Cury, Sr. Comandante do Comando de Operações Aeroespaciais da Força Aérea Brasileira, Tenente-Brigadeiro do Ar Alcides Teixeira Barbacovi, Sr. Diretor Presidente Substituto da Agência Nacional de Aviação Civil, Roberto Honorato, gostaria de deixar aqui também a minha lembrança e a nossa mensagem para o Brigadeiro Damasceno, Comandante da Força Aérea Brasileira, representado pelo Tenente-Brigadeiro Alcides Teixeira Barbacovi. Quero cumprimentar também o Tenente-Brigadeiro Joseli, Ministro do STM, ilustres autoridades civis e militares, representantes da Força Aérea Brasileira, demais presentes e cidadãos que acompanham pelos canais de comunicação esta sessão especial em homenagem ao Dia da Aviação de Caça, é com profundo respeito e admiração que me dirijo a todos nesta ocasião solene, dedicada a reconhecer o papel fundamental da aviação de caça na defesa do Brasil e a homenagear aqueles que, com coragem, disciplina e honra, dedicam suas vidas à proteção do nosso espaço aéreo e da nossa soberania, em especial nas regiões mais sensíveis e estratégicas do nosso território brasileiro.
A aviação de caça representa mais do que apenas poder de fogo e tecnologia de ponta, ela é símbolo da vigilância constante, da prontidão inabalável e da bravura de homens e mulheres que cruzam os céus com o propósito único de garantir que o Brasil permaneça livre, seguro e soberano.
O mundo do século XXI é marcado por incertezas, conflitos regionais, crimes transnacionais, ameaças cibernéticas e disputas geopolíticas. Neste cenário complexo e desafiador, a aviação de caça desempenha um papel importante na defesa dos nossos interesses nacionais.
E para compreendermos a importância da aviação de caça, é fundamental relembrarmos sua história e seus feitos. A aviação de caça da Força Aérea Brasileira tem suas raízes na Segunda Guerra Mundial, com o 1º Grupo de Aviação de Caça, o Esquadrão Jambock, atuando nos céus da Itália e demonstrando bravura e desempenhos notáveis.
Ao longo dos anos, a Força Aérea Brasileira modernizou sua frota, desde os primeiros jatos, como os Gloster Meteor e o Lockheed F-80 Shooting Star, até o icônico Northrop F-5 Tiger II, que por muito tempo foi a espinha dorsal da nossa defesa aérea. Hoje, celebramos a chegada do Saab Gripen, um salto tecnológico que nos prepara para os desafios do futuro.
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As ações da aviação de caça são diversas e cruciais: policiamento do espaço aéreo, participação em exercícios militares conjuntos, apoio aéreo aproximado quando necessário e a constante busca pela integração de novas tecnologias para garantir a nossa superioridade aérea. A história da aviação de caça é, portanto, um legado de coragem, inovação e compromisso com a defesa do Brasil.
Nosso vasto território, com fronteiras que se estendem por milhares de quilômetros, exige vigilância permanente.
(Soa a campainha.)
O SR. CHICO RODRIGUES (Bloco Parlamentar da Resistência Democrática/PSB - RR) - E é nos céus que começa a linha de defesa.
Como representante de um estado do extremo norte do Brasil, sou testemunha do gigantismo dessas missões. Nosso estado, Roraima, possui uma fronteira com dois países, a Guiana e a Venezuela, e abriga vastas áreas de selva, de difícil acesso por terra e extremamente vulneráveis pelo ar. É nesse cenário desafiador que a aviação de caça cumpre uma de suas missões mais importantes: proteger também nossas fronteiras e o espaço aéreo contra ameaças que muitas vezes são invisíveis ao olhar comum, mas que colocam em risco a soberania, a segurança e a paz da nossa população. É pelos céus que muitas vezes esses guerreiros combatem o narcotráfico e o garimpo ilegal, apenas para citar alguns exemplos.
De outro lado, a guerra eletrônica e cibernética representa novos desafios para a aviação de caça. A capacidade de proteger os nossos sistemas de comunicação, de neutralizar as defesas inimigas e de prevenir ataques cibernéticos é fundamental para garantir a nossa vantagem estratégica. Por isso, a tecnologia e a inovação são os pilares da aviação de caça do século XXI. Aeronaves de última geração, sistemas de armas inteligentes, radares de longo alcance e sensores avançados são essenciais para garantir a superioridade aérea e a capacidade de cumprir missões com eficiência e segurança.
A inteligência artificial e a automação estão transformando a aviação de caça, com sistemas de análise de dados, de reconhecimento de padrões e de tomada de decisão automatizada que auxiliam os pilotos na tomada de decisões e aumentam a eficiência das missões. Nesse contexto, é com grande satisfação que destaco a importância do Gripen para a aviação de caça brasileira. A transferência de tecnologia envolvida na aquisição do Gripen é um fator estratégico para o desenvolvimento da nossa indústria de defesa. Devemos incentivar a produção nacional de aeronaves e equipamentos de defesa, gerando emprego e também renda para esse nosso querido Brasil.
Mas não são apenas os aviões que fazem a diferença; são os nossos aviadores, guerreiros do ar, que, com disciplina e espírito de sacrifício, enfrentam os desafios da formação, das missões arriscadas e das longas horas de preparação e treinamento. São homens e mulheres que escolheram proteger a nossa pátria. Que a bravura dos nossos pilotos de caça, a excelência da nossa Força Aérea e o desenvolvimento da nossa indústria de defesa sejam a inspiração para construirmos um Brasil cada vez mais forte e soberano!
Era isso que eu tinha a dizer nesta manhã de homenagem.
Muito obrigado. (Palmas.)
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O SR. PRESIDENTE (Astronauta Marcos Pontes. Bloco Parlamentar Vanguarda/PL - SP) - Obrigado, Senador Chico Rodrigues, com muitos mandatos de Deputado também. Eu lembro, com muito prazer, o quanto o senhor tem se dedicado às Forças Armadas em geral. Muito obrigado por todo o empenho, todo o trabalho junto às Forças Armadas. Obrigado.
Concedo a palavra ao Tenente-Brigadeiro do Ar Barbacovi, representando o comando da Força Aérea Brasileira.
O SR. ALCIDES TEIXEIRA BARBACOVI (Para discursar.) - Ontem à noite eu estava em casa e, às 11h15 da noite, recebo um telefonema. Havia uma forte informação de que o nosso espaço aéreo seria invadido por traficantes, com aviões que trariam drogas e afins. Autorizo a missão. Às 5h da manhã, os nossos homens e mulheres da Força Aérea já estavam prontos nas bases. Deixaram em casa seus maridos, suas esposas, seus filhos. Estavam lá prontos para responder ao policiamento do espaço aéreo, à defesa da nossa soberania e à segurança da nossa navegação aérea. Isso é um tributo - provavelmente estão voando agora, provavelmente, mas isso é um tributo - que nós temos aos veteranos, que é um legado que nos deixaram, e àqueles que a gente colima, que a gente olha, que são os nossos líderes - e agora lembro o nosso Brigadeiro Nero Moura, Patrono da Força Aérea Brasileira.
Exmo. Sr. Senador da República Presidente e requerente desta sessão solene, nosso Astronauta Marcos Pontes; Exma. Sra. Senadora da República Damares Alves; Exmo. Sr. Senador da República Jorge Seif; Exmo. Sr. Deputado Federal Eduardo Cury; Sr. Diretor-Presidente substituto da Agência Nacional de Aviação Civil, Roberto Honorato; Exmo. Sr. Embaixador da República de Belarus no Brasil e representantes diplomáticos; Sras. e Srs. Parlamentares; Sr. Ministro do STM, Tenente-Brigadeiro Joseli; senhores oficiais generais do Alto Comando da Aeronáutica; senhores oficiais generais da Marinha, Exército, Força Aérea; nobres integrantes da aviação de caça; familiares dos nossos veteranos; senhoras e senhores, na qualidade de representante do Sr. Comandante da Aeronáutica Tenente-Brigadeiro Damasceno, que, por compromissos previamente agendados, não pôde estar presente, tenho a honra de proferir algumas palavras nesta sessão solene em homenagem ao Dia da Aviação de Caça.
Em nome da Força Aérea Brasileira e na condição de integrante da aviação de caça, como piloto, expresso uma imensa gratidão e alegria por fazer parte desta especial celebração, onde reconhecemos o papel desempenhado pelos nossos militares na defesa da soberania do nosso espaço aéreo.
Forjada no combate e nos valores de coragem e de excelência, a nossa aviação de caça completou recentemente mais um glorioso ciclo de sua história, afinal, há 80 anos, numa fria manhã do dia 22 de abril de 1945, decolava, apesar da neblina que cobria os céus de Pisa, na Itália, a esquadrilha brasileira, para o dia mais emblemático da atuação do primeiro grupo de caça nos céus da Itália na Segunda Guerra Mundial.
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Naquela data, sob fogo real, nossos heróis projetaram o Brasil na história, ao lutarem pela defesa e preservação de nossa liberdade, defendendo valores que atravessam gerações, tendo realizado 44 surtidas em apenas um único dia, com 22 pilotos apenas. Cada piloto teve que fazer... Houve pilotos que fizeram três missões, algo inimaginável durante uma guerra, os quais, de maneira corajosa e precisa, alcançaram resultados muito acima do que foi esperado para aquela ofensiva, demonstrando a capacidade e a bravura dos nossos pilotos brasileiros.
Para se ter a real dimensão deste feito, basta recordar que, ao longo dos sete meses de operações de guerra, os nossos militares enfrentaram perigosas missões sobre a gelada paisagem do norte da Itália, onde cumpriram 445 missões, com mais de 5 mil horas de voo - quer dizer, num dia fizeram 44, isso é algo inimaginável -, sempre sob a liderança firme daquele que personifica a honradez e o patriotismo brasileiro ao nosso ver, o saudoso Brigadeiro Nero Moura, patrono da aviação de caça, cujas cinzas repousam em paz sob a sombra do Memorial Senta a Púa, na gloriosa base, como o Senador Astronauta Marcos Pontes falou, a Base Aérea de Santa Cruz.
Neste ano de 2025, celebramos 80 anos dessa trajetória de bravura, marcada pela disciplina, pela retidão no dever e pelo amor à pátria. Nesse contexto, devo destacar que a iniciativa desta sessão solene, pautada no nobre propósito de reafirmar a relevância da aviação de caça para a defesa do nosso Brasil, ao mesmo tempo que presta justa homenagem aos aviadores e mecânicos, homens e mulheres, que dedicaram suas vidas à soberania do nosso espaço aéreo, também reverencia publicamente o legado de nossos veteranos, cidadãos brasileiros que, com sangue, suor e coragem, escreveram um dos capítulos mais honrosos de nossa história, e por tudo isso jamais serão esquecidos.
Afirmo que a alegria da vitória nos céus da Itália deve continuar viva em nossas mentes, porque assim sempre haverá de nos lembrar do fiel compromisso que todos nós, como profissionais do ar e cidadãos brasileiros, temos com a nossa amada pátria. Deste modo, faço votos de que sigamos firmes na missão de preservar essa herança de glórias, inspirando futuras gerações a revestirem-se da mesma coragem, devoção e espírito de corpo em favor do nosso Brasil, honrando o nosso legado com os meios que hoje temos disponíveis.
Com esse sentimento, agradeço ao Senador Astronauta Marcos Pontes, ilustre "caçador", pela feliz e oportuna iniciativa desta sessão especial, estendendo também minha gratidão a todo o Congresso Nacional.
Ao encerrar minhas palavras, em nome da Força Aérea Brasileira, rendo meus mais sinceros cumprimentos a todos os integrantes da aviação de caça de ontem e de hoje por manterem os céus do nosso país cada vez mais seguros. Honra a quem nos precedeu e glória a quem nos seguirá! Viva a aviação de caça, viva a Força Aérea Brasileira, sempre presente onde o Brasil precisar!
Muito obrigado. (Palmas.)
O SR. PRESIDENTE (Astronauta Marcos Pontes. Bloco Parlamentar Vanguarda/PL - SP) - Nós ouvimos o Tenente-Brigadeiro do Ar Barbacovi, representando o Comando da Aeronáutica. Como eu falei, eu tive o prazer e a honra de voar com ele, no mesmo esquadrão, o 3º do 10º Grupo de Aviação de Santa Maria.
Naquele tempo, a gente tinha o cabelo preto ainda.
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O SR. ALCIDES TEIXEIRA BARBACOVI (Fora do microfone.) - Tínhamos. Tínhamos.
O SR. PRESIDENTE (Astronauta Marcos Pontes. Bloco Parlamentar Vanguarda/PL - SP) - Provavelmente é o piloto de caça mais antigo da Força Aérea agora.
O SR. ALCIDES TEIXEIRA BARBACOVI (Fora do microfone.) - Eu acho que sim.
O SR. PRESIDENTE (Astronauta Marcos Pontes. Bloco Parlamentar Vanguarda/PL - SP) - É o piloto de caça mais antigo da Força Aérea na ativa, na Força Aérea e aqui conosco também.
Concedo a palavra ao Sr. Roberto José Silveira Honorato, Diretor-Presidente Substituto da Agência Nacional de Aviação Civil (Anac), para dez minutos de pronunciamento.
Obrigado.
O SR. ROBERTO JOSÉ SILVEIRA HONORATO (Para discursar.) - Bom dia. Exmo. Sr. Presidente da sessão, Astronauta Marcos Pontes; Exmo. Sr. Senador Jorge Seif; Exma. Sra. Senadora Damares Alves; Exmo. Sr. Senador Chico Rodrigues; Exmas. autoridades civis e militares; Exmo. Deputado Federal Eduardo Cury, Exmo. Comandante do Comae, Tenente-Brigadeiro Barbacovi; demais autoridades civis e militares; Sras. e Srs. Parlamentares; representantes das Forças Armadas aqui presentes; convidados; senhoras e senhores; é com muita honra e profundo respeito que me dirijo a todos nesta sessão especial em celebração ao Dia da Aviação de Caça, uma data que não apenas nos convida à reverência pelos heróis da Força Aérea Brasileira, mas também nos permite refletir sobre a extraordinária contribuição da aviação de caça ao desenvolvimento da aviação civil em nosso país e no mundo.
A aviação de caça brasileira tem, em sua história, coragem, inovação, superação, desde os céus da Itália, onde os bravos pilotos do 1º Comando de Aviação de Caça escreveram um capítulo de glória na Segunda Guerra Mundial, até os dias atuais. E a aviação de caça tem sido um laboratório em constante movimento, em um espaço onde o limite da tecnologia, da performance, da segurança, dos procedimentos são incessantemente ampliados.
Nesse ambiente de altíssima exigência é que nasceram muitas das inovações que hoje fazem parte do cotidiano da aviação civil e que garantem os níveis de segurança que nós temos atualmente na aviação civil no mundo: sistemas de navegação mais precisos, comunicações mais seguras, materiais mais leves e mais resistentes, sobretudo os protocolos de segurança, sempre muito rígidos, muito diligentes. Tudo isso, em algum momento, foi concebido, foi testado, foi aperfeiçoado na aviação de caça, nas aeronaves de caça.
A própria formação dos profissionais que atuam na aviação civil - engenheiros que estão de alguma forma envolvidos, mecânicos, controladores, pilotos, toda essa cadeia de treinamento - é profundamente influenciada pelos padrões de excelência estabelecidos pelas Forças Armadas. Muitos dos nossos comandantes comerciais atualmente no Brasil iniciaram suas carreiras nas fileiras da aviação militar, ou se inspiraram nela, trazendo consigo a cultura, a disciplina, a precisão, o comprometimento com a vida humana.
Não podemos nos esquecer também da indústria aeronáutica brasileira. Notoriamente, o Brasil se destaca no cenário mundial nesta área, o que nos traz muito orgulho, e tem raízes fincadas no conhecimento técnico, na cultura estratégica, oriundos da aviação de defesa.
O desenvolvimento de aeronaves como o Super Tucano e o mais recente desenvolvimento do caça Gripen contribuem diretamente para a capacitação dos profissionais, para o avanço tecnológico e para a geração de empregos altamente qualificados, impulsionando o setor da aviação civil de forma decisiva.
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Um outro exemplo direcionado é o desenvolvimento do KC-390, que foi certificado também pela Anac para uso civil e que trouxe tantos benefícios em termos de conhecimento tecnológico para toda a cadeia da indústria aeronáutica.
Portanto, ao celebrarmos hoje o Dia da Aviação de Caça, não estamos apenas reverenciando uma tradição militar, estamos reconhecendo um legado que extrapola os limites da defesa nacional. Estamos agradecendo a todos os que, com coragem e excelência, elevam os céus brasileiros, tanto em tempos de guerra quanto em tempos de paz.
A Anac, como Agência Reguladora da Aviação Civil, se orgulha em caminhar ao lado dessa história - inclusive, na composição da agência, temos piloto de caça, o Diretor Luiz Ricardo Nascimento -, que tem promovido a segurança, a inovação e o desenvolvimento sustentável do setor.
Que esta data inspire futuras gerações de brasileiros a seguirem voando mais alto com bravura e responsabilidade.
Muito obrigado e parabéns a todos. (Palmas.)
O SR. PRESIDENTE (Astronauta Marcos Pontes. Bloco Parlamentar Vanguarda/PL - SP) - Muito obrigado ao Sr. Roberto José Silveira Honorato, Diretor-Presidente Substituto da Agência Nacional de Aviação Civil (Anac). Parabéns pelo pronunciamento e parabéns pelo trabalho da Anac, que, sem dúvida nenhuma, é uma das agências a que todos nós olhamos no dia a dia, com uma importância muito grande no nosso país.
Concedo a palavra ao Sr. Eduardo Cury, Deputado Federal pelo Estado de São Paulo no período de 2015 a 2023, que também foi Prefeito da cidade de São José dos Campos e o proponente da inscrição do nosso Marechal Casimiro Montenegro Filho no Livro dos Heróis da Pátria. Parabéns pela proposta.
O SR. EDUARDO CURY (Para discursar.) - Bom dia.
Obrigado, Presidente desta sessão, Senador Astronauta Marcos Pontes. Agradeço a gentileza do convite para eu estar presente nesta sessão.
Senador Jorge Seif; Senador Moro, que esteve conosco agora há pouco; Tenente-Brigadeiro Barbacovi, representando o nosso Comandante da Força Aérea; Sr. Roberto Honorato, representando a nossa valorosa Anac; demais oficiais das nossas Forças, representantes diplomáticos, demais Senadores; queria cumprimentar os meus colegas da Câmara, o Deputado General Girão, que tanto aqui nos orgulha; a Senadora Damares Alves; o Deputado João Maia; com um cumprimento especial aos nossos bravos oficiais caçadores.
Coube a mim, na gestão passada, até como gratidão por ter sido Prefeito, engenheiro mecânico, por meu primeiro trabalho na Embraer e numa cidade que deve muito à Força Aérea, fazer a iniciativa desse projeto em homenagem ao Marechal Casimiro Montenegro, marechal à época. E, para a minha felicidade, depois o Senador e grande amigo Marcos Pontes conduziu brilhantemente esse trabalho no Senado, para a finalização desse projeto.
Eu quero compartilhar a importância de nós brasileiros reverenciarmos esses brasileiros maiores, como Casimiro Montenegro, Eduardo Gomes e seus filhotes, quando da criação... Depois, Casimiro Montenegro, criador do CTA e do ITA; depois, criação da Embraer - colegas de vocês -, Brigadeiro Paulo Victor e Ozires Silva, Oficial Coordenador da criação da Embraer; e outros que as pessoas pouco sabem: o criador do Inpe, Oficial Aviador, Prof. Mendonça - criador, fundador do Inpe. Ou seja, esses brasileiros visionários que pensavam, falavam: "Olha, meus colegas aviadores precisam ter... podiam voar em equipamentos feitos por brasileiros. Para isso, precisamos de uma escola; vamos criar o ITA". Fernando Mendonça: "Olha, precisamos dominar o espaço; vamos criar o Inpe".
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Eu tive o privilégio de Ozires e de Mendonça serem dois grandes incentivadores da minha entrada na vida pública. Ozires, 94 anos; Fernando Mendonça completou cem anos agora, no dia 2 de dezembro, meus vizinhos.
Então, a iniciativa desse projeto, que o Marcos generosamente conduziu e aprovou, é, na verdade, como gratidão e lembrança aos brasileiros da importância desses visionários que vocês da Força Aérea forneceram ao Brasil. Vocês da Força Aérea têm que ter muito orgulho desses visionários, porque hoje, na verdade, são conduzidos por outros comandantes, mas eles deixaram um legado muito importante para o Brasil. Nós precisamos levar isso aos nossos filhos e aos nossos netos.
O Brasil de hoje não é este Brasil com que nós todos estamos indignados, não; é um Brasil feito de pessoas que se formaram, se educaram, estudaram, se sacrificaram, representaram, lutaram pelo Brasil e formaram grandes instituições.
Por isso, no dia de hoje, embora esta seja uma cerimônia de homenagem aos oficiais da nossa aviação de caça, eu queria deixar, até como ex-Prefeito de São José, como ex-Deputado, a minha singela homenagem a todos vocês.
Muito obrigado! Que o Brasil olhe para vocês com muito carinho. (Palmas.)
O SR. PRESIDENTE (Astronauta Marcos Pontes. Bloco Parlamentar Vanguarda/PL - SP) - Obrigado, Deputado Eduardo Cury, ex-Prefeito de São José dos Campos - aliás, um ótimo Prefeito de São José dos Campos. Parabéns pelo trabalho lá.
Eu concedo a palavra neste momento ao Senador Jorge Seif para dez minutos de pronunciamento.
O SR. JORGE SEIF (Bloco Parlamentar Vanguarda/PL - SC. Para discursar.) - Muito obrigado, Sr. Presidente.
Senhoras e senhores, muito bom dia.
Autoridades já nominadas, vou economizar o tempo de vocês, mas quero dizer que, na minha história, cresci sempre com as histórias do meu pai falando sobre o tempo que ele serviu no Exército brasileiro. E, desde garoto, tive um profundo respeito e admiração pelas Forças Armadas, Marcos Pontes. E, nesse contexto, quando foi o período para me alistar, me alistei. Apesar de a Força Armada do meu coração ser a Marinha do Brasil, devido à nossa profunda relação com o mar, eu fiz a minha prova na Aeronáutica, porque era mais próximo da minha casa. Mas, quando garoto, fiz uma cirurgia no fêmur, tinha dois pinos, e aquilo ali me fez excesso de contingente. Anos depois, o sonho do meu filho, já com 17 anos de idade, era ser um piloto de caça, mas, por um infortúnio para alguns ou alegria para outros, ele tem 1,92m e usa uns grandes óculos fundo de garrafa, o que também o fez sobrar por excesso de contingente devido a seus atributos físicos.
Mas eu quero dizer para o senhor que quero parabenizá-lo por esta sessão. Nós precisamos resgatar o respeito pelas instituições, e, na minha cabeça, na minha criação, Marcos Pontes, quando um cidadão abdica da sua vida, quando ele abandona sonhos civis de ter qualquer outra profissão e se alista nas Forças Armadas, para mim ele é um brasileiro com uma outra classe; ele é um brasileiro que tem o profundo sentimento de servidão e amor profundo, patriotismo. Isso para mim os fazem - respeito quem pensa diferente -, mas isso para mim os fazem brasileiros que orgulham muito a nossa nação.
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E hoje, Senador Marcos Pontes, nesta sessão especial, nós prestamos uma justa e emocionante homenagem à aviação de caça no Brasil, um braço glorioso da nossa Força Aérea Brasileira, que há mais de 80 anos defende os céus da nossa pátria com coragem, técnica e honra.
E não há, Senadora Damares Alves, como falar de aviação de caça sem lembrar do primeiro grupo de aviação, criado em plena Segunda Guerra Mundial, quando nossos pilotos, conhecidos como "Senta a Púa!", enfrentaram o inimigo nos céus da Itália, lado a lado com aliados. E esses brasileiros, Senadora Damares, destemidos levavam a insígnia da cobra fumando no peito, que alguns não sabem o que significa, mas significa o seguinte: diziam que era mais fácil uma cobra fumar do que o Brasil entrar na guerra. E o Brasil entrou, e nós fomos grandes vitoriosos, libertando o Brasil e o mundo daquele grande mal, daquela grande ameaça a toda a população mundial.
Mas o legado, Deputado Girão, do nosso querido Ceará, homem também ligado à nossa querida pesca, mas o legado da nossa Força Aérea vai além das batalhas. A FAB tem orgulho de ter enviado ao espaço o único astronauta da América Latina, Marcos Pontes, hoje Senador desta Casa e proponente desta audiência; um feito, Deputado Eduardo Cury, que demonstra a excelência incomparável do preparo dos nossos pilotos e da altíssima competência técnica da Aeronáutica brasileira.
O senhor me permite, Sr. Presidente? Hoje o senhor é meu colega, e tenho a honra de chamá-lo de colega aqui no Senado, mas eu gostaria de propor uma salva de palmas pelo senhor ter representado o Brasil tão bem na sua missão espacial. (Palmas.)
Hoje essa tradição heroica segue viva em cada piloto, em cada esquadrão, em cada caça que patrulha o nosso espaço aéreo, protegendo a soberania nacional, garantindo a defesa, também participando de missões humanitárias e de paz.
Exalto aqui o profissionalismo, a bravura, o amor à pátria e a capacidade técnica que marcam a aviação de caça, homens e mulheres que, inclusive hoje, nos honram com a sua presença, que, mesmo invisíveis aos olhos da sociedade civil, estão sempre prontos, como aqui bem disse o Tenente-Brigadeiro do Ar Alcides Teixeira Barbacovi, que provavelmente tem agora caças voando para proteger e defender a nossa nação de narcotraficantes, estão sempre prontos, 24 horas por dia, para agir em defesa do Brasil e da nossa população.
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E, como Senador da República, Barbacovi, reafirmo o meu respeito e apoio às Forças Armadas e à Força Aérea Brasileira. Que nunca faltem a esses heróis os recursos, o reconhecimento e a valorização que merecem.
Queria dizer para vocês que nós vivemos dias difíceis para as Forças Armadas brasileiras, e incluo a Aeronáutica. Um Governo que, infelizmente, ao contrário de um Capitão do Exército que presidiu esta nação e que tanto honrou não só as Forças Armadas do Brasil, como todas as forças policiais que nos defendem, os verdadeiros heróis... Já que não existe Super-Homem, nem Mulher-Maravilha, nem Homem-Aranha, os verdadeiros heróis da nossa pátria, Senador Marcos Pontes, são os homens e mulheres das nossas Forças Armadas e das nossas forças policiais.
Mas a boa notícia é que nós temos aqui um PL, ou uma PEC - vai me falhar a memória -, proposto pelo Senador Portinho, que busca que 2% do Produto Interno Bruto do Brasil sejam obrigatoriamente destinados às Forças Armadas do Brasil, para que vocês sempre tenham essa capacidade, essa excelência, tecnologia, que não fiquem para trás e que não lhes faltem recursos para pagar homens e mulheres, bons profissionais, bem como ter equipamentos de qualidade para a defesa da nossa soberania.
Quero agradecer aos senhores e parabenizar os senhores e as senhoras pelo grande dia, pela grande homenagem. Contem sempre com o Senado Federal brasileiro, que é profundo admirador do trabalho de V. Exas.
Muito obrigado. (Palmas.)
O SR. PRESIDENTE (Astronauta Marcos Pontes. Bloco Parlamentar Vanguarda/PL - SP) - Obrigado, Senador Jorge Seif. Parabéns pelo pronunciamento. Obrigado pela lembrança também em relação à missão espacial, o trabalho aí, representando o Brasil e a Força Aérea Brasileira também lá no espaço.
Sem dúvida nenhuma é importante que nós tenhamos o orçamento correto e adequado para a manutenção das nossas Forças Armadas, que fazem um trabalho no dia a dia e muitas vezes só são lembrados quando acontece um desastre natural, onde necessariamente você vai ver as Forças Armadas em atuação para salvar vidas e recuperar aquela situação drástica em tantos lugares do Brasil. As Forças Armadas, em geral, fazem um trabalho no Brasil todo de integração, que é muito importante no dia a dia, mas muitas vezes não visto. Para isso, precisa do orçamento correto, e podem contar conosco aqui, com a tropa de choque, vamos chamar assim, aqui no Congresso, na defesa desses interesses.
Eu concedo a palavra ao Deputado Federal General Girão, Deputado Federal pelo Estado do Rio Grande do Norte, por dez minutos, para seu pronunciamento.
O SR. GENERAL GIRÃO (Para discursar.) - Senador Astronauta Marcos Pontes, eu não poderia deixar de estar presente nesta solenidade aqui de hoje por várias razões, mas a maior delas é reverenciar as tradições, a coragem, reverenciar o estado de prontidão que sabemos das nossas Forças Armadas em relação à defesa do nosso país, mas especialmente aos caçadores.
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Eu preparei aqui rápidas palavras e vou pedir autorização para que eu possa lê-las.
Tradições de um passado que nos orgulha.
Recentemente, estive na Itália cumprindo a rota da FEB e pude receber inúmeros elogios em função de nossos militares, que, naquela época, saíram do continente sul-americano para combater uma guerra em solo europeu, uma guerra que aparentemente não era nossa - não serei repetitivo em fazer mais uma vez... Eu tinha me organizado aqui para falar também sobre a cobra fumando -, na defesa da liberdade, na defesa da justiça, na defesa da democracia e contra todo aquele autoritarismo que o mundo vivia em meados do século passado.
A realidade de ontem não está muito diferente e distante da atualidade. Faço minhas as palavras de V. Exa., Senador Jorge Seif, e destaco mais ainda o fato de ter nascido no Ceará, mas ter escolhido o Rio Grande do Norte para ser o estado em que estaria morando definitivamente. Afinal de contas, mesmo não recebendo ordens da minha esposa, por uma coincidência, ela é do Rio Grande do Norte. O Senador Marcos Pontes está correndo esse risco também, porque a esposa dele é de Angicos, lá do Rio Grande do Norte.
Então, eu preciso destacar o papel fundamental do Saliente Nordestino na época das decisões em relação a quem seria do lado do exército dos Aliados e quem seria do lado do Eixo. Houve um temor muito grande do mundo livre de que o Brasil ficasse do lado errado. Graças a Deus e graças aos fatos históricos, o Saliente Nordestino, especialmente o nosso Rio Grande do Norte, passou a fazer parte do que a gente chama de "Trampolim da Vitória". Foi exatamente a partir dali que muitas autoridades, especialmente autoridades vivenciando a Segunda Guerra Mundial, puderam dizer que, graças ao Saliente Nordestino, graças ao uso da Base Aérea de Natal, construída pelos americanos, e também aquele espaço existente do Rio Potengi, que o Senador Jorge Seif conhece muito bem por causa do setor da pesca, graças a tudo isso, nós tivemos, sim, o encurtamento das ações de combate da Segunda Guerra Mundial.
Eu gostaria também de destacar - já conversei com alguns caçadores aqui - o papel fundamental de um cidadão, um caçador, que, por acaso, aprendi a respeitar. Eu o conheci por ser avô de uma das minhas noras, o Coronel Trompowski, um dos "Dijon Boys" - acho que é esse o termo -, um dos pioneiros do Mirage, que, ainda do berço dos seus 80 anos, quando vivo, competia em natação e era campeão, como nadador sênior.
Eu gostaria também de destacar a minha passagem pela Amazônia brasileira. Trabalhei por 11 anos na Amazônia brasileira. Tive a sorte - Deus me permitiu - de fazer o Curso de Operações na Selva e, com muito orgulho, durante esses 11 anos, pude testemunhar - estou aqui com o Deputado Nicoletti, que trabalhou conosco lá naquela época - o papel fundamental da Força Aérea Brasileira na defesa do espaço aéreo, especialmente na nossa Amazônia, tão rica, tão cobiçada.
Claro, tenho que destacar também a aviação de transporte, que garante a presença e a permanência dos nossos militares do Exército Brasileiro nos pelotões de fronteira.
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Como Comandante da brigada, Senador Astronauta Marcos Pontes, eu recebi um prêmio, talvez o maior prêmio da minha vida, que foi embarcar no A-29 e ser batizado como Escorpião 15. Não vou contar aqui... Não passei vexame, né? Como paraquedista não podia passar vexame, mas fiquei perto - fiquei perto -, porque realmente tem que ter estômago para fazer aquelas evoluções. Ao final, eu comandava a brigada e cheguei para o comandante da base e disse para ele que eu gostaria de informar que o xadrez da brigada estava aberto, pronto para receber aquele capitão que comandou a aeronave em que eu voei lá, porque realmente ele falou que seria sem emoções, pô. Eu acreditei... (Risos.)
Neste momento das comemorações dos 80 anos do fim da Segunda Guerra Mundial, deixo minha respeitosa continência a todos os caçadores da FAB e o nosso compromisso como Deputado Federal com a permanente renovação. Os senhores comandam um dos vetores fundamentais para a soberania brasileira. E a gente sabe muito bem que, na atualidade, as Forças Armadas não estão recebendo a prioridade que merecem - tanto a Marinha, quanto a Força Aérea e quanto o nosso Exército Brasileiro.
Gostaria também de destacar e ressaltar a minha homenagem a um amigo Brigadeiro Cadu, Carlos Eduardo, caçador exemplar, líder da minha atual missão como Deputado Federal, que está enfrentando uma luta muito forte em defesa da vida dele. Ele me ensinou uma frase, que eu vou repetir aqui, agora: "Ao bom combate; que venham!".
Muito obrigado. (Palmas.)
O SR. PRESIDENTE (Astronauta Marcos Pontes. Bloco Parlamentar Vanguarda/PL - SP) - Obrigado, Deputado Federal General Girão, Deputado Federal pelo Estado do Rio Grande do Norte. Parabéns pelo pronunciamento!
Neste momento, eu concedo a palavra ao Deputado Federal Nicoletti, Deputado Federal pelo Estado de Roraima, para seu pronunciamento, em dez minutos.
O SR. NICOLETTI (Para discursar.) - Bom dia a todos. Bom dia ao nosso Astronauta Marcos Pontes e a todos que estão aqui na mesa, ao Barbacovi, nosso Tenente-Brigadeiro do Ar, e a cada um dos senhores que estão aqui na comemoração dos 80 anos da aviação de caça.
Gostaria de cumprimentar também um irmão, um amigo, o Coronel Vila Nova, que serviu comigo desde a época do Exército Brasileiro, e ele um jovem piloto que chegou lá no Primeiro Esquadrão do Terceiro Grupo de Aviação, lá em Roraima. Então está aqui conosco, e um grande abraço ao nosso amigo. Ele representa esta aviação de caça, esta juventude, estas pessoas que realmente lutam e não demonstram muitas vezes essa fraqueza, e a gente sabe como é difícil a gente acordar cedo, a gente vestir uma farda. Eu fui do Exército Brasileiro, sou policial rodoviário federal também, e a gente sabe que lá na Amazônia a importância da aviação de caça é enorme, ainda mais agora nesses confrontos que a gente tem relativos aí a ameaças tanto da Venezuela quanto da Guiana, quanto no tráfico de drogas, que tem crescido muito na nossa região.
Recentemente, agora em fevereiro, salvo engano, nós tivemos aí o abate de uma aeronave vinda da Venezuela, com drogas dentro da aeronave. Foi feita ali a interceptação, tentou-se ali um pouso forçado, não ocorreu, e veio o abate ali, colocando aquelas pessoas que estavam trazendo droga para dentro do país de uma forma ali em que a gente tem essa garantia também e a segurança jurídica que já tinha sido aprovada aqui.
Então, a gente sabe dessa importância.
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Além do mais, sabemos sabe também que nós precisamos ter investimentos com relação à nossa Aeronáutica. Muitas vezes, a população não sabe desse serviço que vocês prestam no dia a dia, mas nós estamos aqui para combater o bom combate dentro do Congresso Nacional.
Estivemos presentes no último mandato, na questão da reforma da previdência, que era uma proteção social. Eu acredito que a gente conseguiu atingir alguns objetivos com relação não só à Aeronáutica, mas ao Exército e à Marinha.
Hoje a gente tem uma resistência para que o Governo não venha trazer aqui prejuízo maior à previdência dos militares. A gente sabe da importância de não deixar emplacar o que emplacaram para as forças de segurança, que é a idade mínima para que os senhores possam aí vir à aposentadoria. A gente sabe que já aumentou para 35 anos.
Então, são situações em que a gente aqui sempre está lutando no Congresso Nacional.
Estou fazendo presença agora também na Comissão da medida provisória do soldo, do reajuste salarial dos militares das Forças Armadas. Eu acho que é interessante que a gente traga esse debate aqui, não só para o Senado, mas para a Câmara Federal também, porque a gente sabe da importância e do valor de cada um de vocês, não é?
Os atributos que nós temos como militares - honestidade, lealdade, disciplina, comprometimento - ficam para o resto de nossas vidas.
Foi muito bem aqui ilustrado sobre a força da nossa Aeronáutica lá na Região Amazônica, pelo nobre Deputado Federal General Girão, nosso eterno Comandante da 1ª Brigada, ele, que deixou lá um legado muito forte na nossa região...
Então, a Força Aérea hoje conta com Parlamentares que serviram as Forças Armadas. Isso é muito importante.
Ao Garcia aqui, da Aspaer, também parabéns pelo seu trabalho, junto com todos os outros assessores parlamentares.
Vocês precisam estar presentes nos gabinetes. Vocês precisam entrar nos gabinetes dos Deputados Federais e dos Senadores. Vocês precisam mostrar a história da Força Aérea. Vocês precisam mostrar a necessidade que vocês têm.
Hoje, a emenda parlamentar faz parte dessa evolução dentro de uma instituição que vocês querem ter como forte, não é? A gente já colocou várias emendas de bancada lá em Roraima; eu sou um dos apoiadores. Nós vamos construir lá um hospital das forças, um hospital da Aeronáutica lá em Boa Vista. Então, é uma obra de quase R$17 milhões. No primeiro ano, a gente já colocou um aporte para início das obras; estamos colocando mais um aporte agora.
Então, a gente precisa sensibilizar os Parlamentares. A gente sabe que tem outras instituições também que correm atrás, mas eu acredito que a Força Aérea hoje tem um efetivo muito bom percorrendo aqui os corredores do Senado e da Câmara Federal.
Então, fica essa dica para vocês. Contem com o Deputado Federal Nicoletti, contem conosco aqui. Sei que os Senadores também estão atentos para o fortalecimento da Aeronáutica como um todo no nosso país.
Senta a Pua, Selva, Brasil! (Palmas.)
O SR. PRESIDENTE (Astronauta Marcos Pontes. Bloco Parlamentar Vanguarda/PL - SP) - Obrigado, Deputado Federal Nicoletti, Deputado Federal pelo Estado de Roraima.
Neste momento, eu gostaria, antes de passarmos à entrega dos certificados, de passar a palavra para nossa Senadora Damares Alves. (Pausa.)
A SRA. DAMARES ALVES (Bloco Parlamentar Aliança/REPUBLICANOS - DF. Para discursar.) - Presidente, bom dia.
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Eu vim pela direita, mas eu não vim só pela direita porque eu sou direita; eu vim por causa disto aqui.
Quero cumprimentar a mesa, todos os senhores. É uma honra estar nesta sessão.
Cumprimento o meu Presidente da Anac, que faz um trabalho incrível; a nossa Aeronáutica; Deputado; Senador; Presidente.
Senhores, eu vou trazer um pouco de mimo e graça, porque vocês estão muito quietinhos. Estão lindos de azul - menino veste azul -, muito lindos, mas eu preciso informar, nesta tribuna, que esta é uma Casa plural: tem os sérios, sisudos e tem a Senadora do mimo, da alegria.
Eu preciso informar que eu fui, sim, uma das primeiras mulheres a pilotar um caça. Eu pilotei um F-5. E é verdade: eu fui professora de educação infantil, e quantos caças eu fiz, no chão, eu como piloto e as crianças comigo...
Eu voei alto com elas, no Sertão do Nordeste, em que as crianças não tinham acesso a brinquedo, às vezes nem a água. E essas crianças sonhavam com os senhores, e eu precisava falar disso. As crianças amam a nossa Força Aérea Brasileira.
Ter uma réplica dessas era um sonho possível. A professora era muito pobre, não podia comprar um brinquedo bonito, mas eu o fiz de cartolina. Eu fiz o F-5 de cartolina, e as crianças sonhavam com a nossa Força Aérea Brasileira.
Era esse toque que eu queria dar a esta sessão hoje. Eu poderia ter trazido aqui um discurso histórico, cheio de números e dados, mas eu queria falar do amor que o Brasil tem pela Força Aérea Brasileira.
E eu queria aqui agradecer a todos vocês, porque a gente vê os senhores tão bonitos, com suas roupas tão lindas, mas, às vezes, a gente esquece o que está por trás desse uniforme, a gente esquece o que está por trás dos senhores: as horas longe de casa, os dias longe da família, os desafios, todos os problemas que os senhores enfrentam... Porque a Força Aérea Brasileira que eu conheço é aquela que está lá, no meio do mato, comigo, resgatando vida de criança todos os dias; a Força Aérea que eu conheço é aquela dos bravos guerreiros que nunca dizem não - e esta semana foram incríveis comigo no resgate de mais uma criança.
São vocês que o Brasil ama: aqueles que não dizem não, que às vezes estão com o seu filho em casa, com febre, longe, mas estão lá do outro lado do Brasil resgatando uma criança, salvando uma família.
As pessoas acham que vocês só cuidam do espaço aéreo, da soberania, e que estão se preparando para uma guerra um dia. A guerra diária de vocês é muito nobre!
Que Deus abençoe a nossa Força Aérea!
Eu não vejo a hora de parar de estar onde estou, diminuir a minha atividade e voltar para a sala de aula, para, novamente, pilotar com as minhas crianças um caça.
Oitenta anos da aviação de caça. Que Deus a abençoe! O Brasil tem o maior orgulho e honra de vocês!
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Senhores, que Deus abençoe a família de vocês.
Eu preciso terminar, e eu não vou cansar nunca de agradecer à Força Aérea Brasileira pelo que fez pelo Brasil durante a pandemia.
Muita gente não sabe, mas você estava lá, Marcos Pontes, comigo, como Ministro. Nós alimentamos um Brasil com a FAB.
O remédio chegou - lembra, Seif? Você também era Ministro comigo. Nós cuidamos de uma nação porque nós tínhamos uma FAB, no momento em que a nação mais precisou.
Aquela guerra foi difícil. Aquela foi difícil. E nós cuidamos do nosso povo. (Palmas.)
Obrigada, FAB. Obrigada, senhores.
Quem sabe, na próxima sessão, a gente traz mais graça, a gente enche isso aqui de criança, porque as crianças amam os senhores, e eu sei do que eu estou falando.
Que Deus abençoe a nossa FAB.
E, Senador, que ideia extraordinária desta sessão. O Senado para tudo. E está todo mundo correndo, mas estão assistindo de longe. E todo mundo aqui me mandando mensagem: "Fala, fala, fala em nome da gente". Todos os nossos Senadores e Deputados... O amor e respeito que nós temos pelos senhores.
Que Deus abençoe a FAB.
E eu vou continuar pilotando um caça.
Que Deus abençoe vocês. (Palmas.) (Pausa.)
O SR. PRESIDENTE (Astronauta Marcos Pontes. Bloco Parlamentar Vanguarda/PL - SP) - Parabéns à Senadora Damares Alves, do Republicanos aqui do Distrito Federal.
Dá para entender por que é um dos Senadores que eu mais aprecio aqui no Senado. Essa fala dela - com muita sensibilidade e realidade da vida do Brasil e da vida de cada um de nós, das nossas casas, especialmente aqueles que dedicam a vida à defesa do país - é muito importante.
Parabéns, Senadora. Sempre com a palavra correta nas horas corretas.
Entrega de certificados.
Senhoras e senhores, passamos agora à entrega dos certificados de reconhecimento destinados a militares que hoje representam, com excelência, a continuidade do legado da aviação de caça.
Estes certificados simbolizam o respeito e a gratidão do Senado Federal a todos aqueles que mantêm viva a tradição de bravura, disciplina e preparo técnico, que marcou os nossos caçadores desde a Segunda Guerra Mundial.
Ao reconhecermos os profissionais que hoje ocupam posições estratégicas da Força Aérea Brasileira, reafirmamos nosso compromisso com a valorização daqueles que protegem diariamente o espaço aéreo nacional e levam adiante os valores do 1º Grupo de Aviação de Caça.
Convido, com muito orgulho e admiração, os seguintes representantes a se dirigirem à frente, aqui, para o recebimento do certificado de reconhecimento.
Primeiramente, convido o Tenente-Brigadeiro do Ar Barbacovi, representando o Comando da Aeronáutica.
O Tenente-Brigadeiro do Ar Alcides Teixeira Barbacovi, neste ato representando o Sr. Comandante da Aeronáutica, é o piloto de caça mais antigo da ativa da Força Aérea Brasileira.
Natural de Canoas, Rio Grande do Sul, ingressou na FAB em 1º de março de 1980, sendo promovido ao posto de Tenente-Brigadeiro em 2022.
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O Tenente-Brigadeiro Barbacovi possui todos os cursos de carreira, atuou em diversos cargos da Força Aérea, como Comandante de Unidade Aérea, Comandante de Base Aérea, Adido de Defesa e de Aeronáutica nos Estados Unidos e no Canadá, Diretor do Departamento de Produtos de Defesa do Ministério da Defesa, Chefe do Estado-Maior Conjunto do Comando de Operações Aeroespaciais e Diretor-Geral do Departamento de Controle do Espaço Aéreo. Atualmente, exerce o cargo de Comandante do Comae (Comando de Operações Aeroespaciais da Força Aérea Brasileira).
Possui 3,6 mil horas de voo em 13 tipos de aeronaves diferentes, sendo 2 mil dessas horas em aviação de caça.
Possui 28 condecorações nacionais, em reconhecimento aos seus excepcionais serviços prestados ao país, através das asas da Força Aérea Brasileira.
Por favor.
(Procede-se à entrega do certificado ao Sr. Alcides Teixeira Barbacovi.) (Palmas.)
O SR. PRESIDENTE (Astronauta Marcos Pontes. Bloco Parlamentar Vanguarda/PL - SP) - Olha, é mais orgulho ainda, porque foi meu aluno lá em Santa Maria, viu?
Segundo convidado.
Convido o Tenente-Coronel Aviador Ramon Lincoln Fórneas, Comandante do Primeiro Grupo de Defesa Aérea.
O Tenente-Coronel Aviador Fórneas é o atual Comandante do Primeiro Grupo de Defesa Aérea. Foi piloto do Primeiro Grupo de Aviação de Caça e participou da equipe responsável em realizar o primeiro voo operacional da aeronave Gripen.
O F-39 Gripen é um caça supersônico, uma aeronave com o mais alto nível tecnológico, com sistemas embarcados e armamentos de última geração, sendo o grande responsável pela defesa aérea do Planalto Central do Brasil.
Convido o Senador Jorge Seif para fazer a entrega do certificado.
(Procede-se à entrega do certificado ao Sr. Ramon Lincoln Santos Fórneas.) (Palmas.)
O SR. PRESIDENTE (Astronauta Marcos Pontes. Bloco Parlamentar Vanguarda/PL - SP) - Terceiro agraciado: convido a Major Aviadora Carla Borges.
A Major Carla iniciou sua formação como piloto no Curso de Formação de Oficiais Aviadores da Academia da Força Aérea em 2003. Em 2007 realizou o Curso de Caça, em Natal, no Rio Grande do Norte, e, em maio de 2011, tornou-se a primeira mulher a pilotar uma aeronave AMX A-1.
Em junho de 2012, foi a primeira mulher a lançar uma bomba a partir de um caça de alta performance da Força Aérea Brasileira.
E, para a entrega deste bloco, gostaria de fazer um convite muito especial. Convido, agora, a Senadora Damares Alves, para se juntar a mim aqui, na frente do Plenário, a fim de entregar o certificado de reconhecimento à Major Aviadora Carla, que representa, neste ato, a primeira turma de pilotos de caça do sexo feminino da Força Aérea Brasileira.
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Esta homenagem celebra não apenas o pioneirismo das mulheres na aviação de combate, mas também a superação de barreiras, a competência e o compromisso com a missão que unem todos os que vestem a farda da Força Aérea Brasileira.
(Procede-se à entrega de certificado de reconhecimento à Sra. Carla Borges.) (Pausa.)
O SR. PRESIDENTE (Astronauta Marcos Pontes. Bloco Parlamentar Vanguarda/PL - SP) - Homenagens póstumas.
Senhoras e senhores, damos início agora a um dos momentos mais emocionantes e simbólicos desta sessão especial: a entrega de homenagens póstumas.
Por meio desses reconhecimentos solenes, o Senado Federal presta tributo à memória de brasileiros que serviram à pátria com coragem, excelência e absoluto comprometimento com os ideais de liberdade, soberania e dever. Estes homens não apenas integraram a história da aviação de caça; eles a construíram, com suor, risco e honra. Muitos voaram em tempos difíceis, em terras distantes, enfrentando o desconhecido em nome de um Brasil livre. Outros, em funções menos visíveis, foram igualmente essenciais para o sucesso das operações que hoje reverenciamos. É por isso que estas homenagens são mais do que formais: são atos de justiça histórica e de gratidão nacional. São também um compromisso com a memória, para que as gerações futuras nunca se esqueçam de quem pavimentou o caminho que hoje seguimos.
Convidamos agora os familiares e representantes desses heróis para receberem, em nome de seus entes queridos, a homenagem póstuma do Senado Federal.
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Nesta sessão especial, temos a honra de prestar homenagem a dois heróis que representam o espírito de bravura, lealdade e sacrifício da aviação de caça brasileira: o Brigadeiro Nero Moura, Patrono da Aviação de Caça do Brasil, e o 2º Tenente-Aviador Danilo Marques Moura, combatente da Segunda Guerra Mundial.
O Brigadeiro Nero Moura foi o Comandante do 1º Grupo de Aviação de Caça durante a Segunda Guerra Mundial. Sob sua liderança, nossos aviadores protagonizaram a histórica sequência de onze missões de combate em um único dia - em 22 de abril de 1945 -, marco que eternizou o Dia da Aviação de Caça. Sua recusa em dissolver o grupo antes da vitória final consolidou a dignidade da Força Aérea Brasileira na Campanha da Itália, um exemplo de liderança firme, coragem e amor à pátria.
Seu irmão, o 2º Tenente-Aviador Danilo Marques Moura, também se destacou como combatente da Segunda Guerra Mundial. Danilo realizou 12 missões de combate no front italiano e viveu uma das histórias mais marcantes do 1º Grupo de Aviação de Caça. Após ser abatido em missão, sobreviveu a um salto de paraquedas a baixíssima altitude ferido e percorreu mais de 340 quilômetros, a pé e de bicicleta, em território inimigo, até retornar às linhas aliadas. Sua trajetória inspirou a famosa Ópera do Danilo, que eternizou seu feito entre seus pares.
Ambos representam não apenas a contribuição heroica de uma família à Força Aérea Brasileira, mas o espírito de uma geração que enfrentou as maiores adversidades em nome da liberdade, da honra e da soberania do Brasil.
Convido o Sr. Reinaldo Moura, sobrinho do Brigadeiro Nero Moura e filho do Tenente Danilo Moura, para receber esta homenagem em nome do Senado Federal e de todos os brasileiros. (Palmas.)
(Procede-se à entrega de homenagens ao Sr. Reinaldo Moura, representante do Sr. Nero Moura e do Sr. Danilo Marques Moura, in memoriam.) (Pausa.)
O SR. PRESIDENTE (Astronauta Marcos Pontes. Bloco Parlamentar Vanguarda/PL - SP) - Homenageamos também o 2º Tenente Sebastião Miniró Ribeiro da Silva, veterano da Segunda Guerra Mundial.
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Natural de Mariana, Minas Gerais, Miniró foi especialista em aerofotometria, atuando de forma sigilosa na produção de mapas estratégicos fundamentais para o sucesso das missões aliadas na Itália. Antes de atuar no teatro europeu, recebeu treinamento no Panamá e na Inglaterra. Durante a guerra, serviu como soldado de primeira classe no 1º Grupo de Aviação de Caça e, por seus serviços exemplares, foi condecorado com a Medalha da Campanha da Itália e a Presidential Unit Citation, concedida pelo Governo norte-americano.
Após o conflito, seguiu carreira como fotógrafo da Força Aérea Brasileira e, mais tarde, como repórter fotográfico da Presidência da República e da Agência Nacional. Seu amor pela fotografia ficou eternizado em seu bordão: "Quem não é visto não é lembrado".
Faleceu em Brasília no dia 7 de julho de 2019, aos 89 anos, deixando uma vasta descendência e um legado de patriotismo, competência e memória histórica.
O Sr. Roberto Ribeiro Miniró, filho do homenageado, que participará de forma remota, receberá de forma simbólica esta homenagem póstuma, em nome do Senado Federal.
(Procede-se à entrega de homenagem ao Sr. Roberto Ribeiro Miniró, representante do Sr. Sebastião Miniró Ribeiro da Silva, in memoriam.)
O SR. PRESIDENTE (Astronauta Marcos Pontes. Bloco Parlamentar Vanguarda/PL - SP) - Eu gostaria de colocar... Está aqui no vídeo, então, o Sr. Roberto Ribeiro Miniró.
Ele tem acesso a microfone lá também? (Pausa.)
Se o senhor puder falar algumas palavras, nós agradecemos.
O SR. ROBERTO RIBEIRO MINIRÓ (Para exposição de convidado. Por videoconferência.) - Estão me ouvindo, Senador?
O SR. PRESIDENTE (Astronauta Marcos Pontes. Bloco Parlamentar Vanguarda/PL - SP) - Sim, sem dúvida.
O SR. ROBERTO RIBEIRO MINIRÓ (Por videoconferência.) - Muito obrigado por esta oportunidade.
Cumprimento a todos os presentes. Queria muito estar aí, mas graças que temos essa tecnologia para poder assistir e participar.
Eu gostaria de, em nome de todos que valorizam a memória e o legado dos heróis brasileiros da Força Aérea que combateram na Segunda Guerra Mundial, expressar nosso profundo agradecimento ao Senador Astronauta Marcos Pontes pela justa e emocionante homenagem prestada nesta data.
Sua iniciativa, Senador, reforça o reconhecimento merecido aos bravos aviadores que arriscaram suas vidas em defesa da liberdade e da paz mundial. Ao relembrar o sacrifício e a coragem desses combatentes, o senhor não apenas honra a história, mas também inspira as novas gerações com o exemplo de patriotismo, dedicação e coragem.
Receba nossa gratidão e respeito por manter viva a memória daqueles que lutaram sob o céu da Itália com a insígnia da Força Aérea Brasileira.
Muito obrigado. (Palmas.)
O SR. PRESIDENTE (Astronauta Marcos Pontes. Bloco Parlamentar Vanguarda/PL - SP) - Obrigado ao filho do nosso fotógrafo Miniró pela participação. Parabéns pelo trabalho do seu pai, parabéns pelo legado. Obrigado por estar conosco.
Assinatura simbólica de projetos de lei.
Senhoras e senhores, dando continuidade a esta sessão especial, realizaremos agora um ato simbólico de grande significado histórico e institucional: a assinatura de dois projetos de lei que têm como objetivo inscrever, no Livro dos Heróis e Heroínas da Pátria, nomes que marcaram profundamente a trajetória da Força Aérea Brasileira e da aviação de caça.
O Livro dos Heróis e Heroínas da Pátria, depositado no Panteão da Pátria e da Liberdade Tancredo Neves, em Brasília, é reservado àqueles cuja atuação em favor do Brasil transcendeu o seu tempo, tornando-se legado permanente à nação.
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Tenho a honra de realizar este ato ao lado do Tenente-Brigadeiro do Ar Alcides Teixeira Barbacovi, que representa, nesta sessão, o Comandante da Aeronáutica, Tenente-Brigadeiro do Ar Marcelo Kanitz Damasceno, e do Deputado Federal Eduardo Cury, autor de um dos projetos que ora assinaremos, cuja presença muito nos honra.
O primeiro projeto é o Projeto de Lei nº 4.774, de 2019, de autoria do Deputado Federal Eduardo Cury, do PSDB, de São Paulo, na época, e sob minha relatoria aqui no Senado, que propõe a inscrição do nome do Marechal do Ar Casimiro Montenegro Filho no Livro dos Heróis e Heroínas da Pátria. Casimiro Montenegro é uma das figuras mais notáveis da história da ciência e da tecnologia do Brasil, idealizador do Instituto Tecnológico de Aeronáutica (ITA), onde eu me formei, e do então Centro Técnico de Aeronáutica, hoje Departamento de Ciência e Tecnologia Aeroespacial (DCTA). Seu legado é um dos pilares do desenvolvimento científico nacional. Como engenheiro aeronáutico formado pelo ITA, é para mim uma honra especial relatar esse projeto que reconhece formalmente aquele que foi o visionário responsável por tornar possível a formação de gerações de engenheiros, cientistas e líderes para o Brasil. Casimiro Montenegro não apenas sonhou, mas estruturou as bases da tecnologia aeroespacial do nosso país. O projeto já foi aprovado pela Comissão de Educação e Cultura no Senado e segue agora para sanção presidencial, coroando um justo tributo a quem tanto contribuiu para o desenvolvimento nacional.
O segundo projeto é o Projeto de Lei nº 1.711, de 2024, de minha autoria, que propõe a inscrição do nome do Tenente-Aviador Alberto Martins Torres no mesmo Livro dos Heróis. O Tenente-Aviador Alberto Martins Torres foi o piloto do primeiro grupo de aviação de caça, pioneiro na patrulha aérea durante a Segunda Guerra Mundial e responsável pelo único afundamento confirmado de um submarino inimigo em águas brasileiras. Posteriormente, completou cem missões de combate no front italiano, o maior número entre os pilotos brasileiros na frente do Mediterrâneo. Esse projeto foi aprovado, em caráter terminativo, pela Comissão de Educação e Cultura, no dia 12 de março de 2025, sob relatoria do meu amigo Senador Wilder Morais, e segue agora para a Câmara dos Deputados para sua apreciação, onde eu espero que seja aprovado com brevidade.
Ambas as homenagens, ao Marechal Montenegro e ao Tenente Torres, representam um tributo justo à coragem, à inovação e ao compromisso com a pátria, que definem a história da Força Aérea Brasileira. Com esse gesto simbólico, reafirmamos nosso compromisso de manter viva a memória dos nossos heróis e de garantir que suas histórias continuem inspirando o nosso Brasil por muitas gerações. (Pausa.) (Palmas.)
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Encerramento.
Cumprida a finalidade desta sessão especial do Senado Federal, agradeço às personalidades que nos honraram com sua participação, agradeço também a todos aqueles que nos acompanharam pelas redes do Senado e pela TV Senado, em especial agradeço às famílias dos agraciados, agradeço a todos aqueles que trabalham no dia a dia para a proteção do território nacional. Como falou a Senadora Damares, não é só no sentido militar estrito, mas é no sentido de proteger a nossa população no dia a dia, nas mais diversas necessidades, em especial nas situações mais difíceis por que o país passa - e infelizmente a gente vê acontecerem essas situações de tempos em tempos, e as Forças Armadas sempre estão lá.
Agradeço à Marinha, agradeço ao Exército, aqui conosco também representados, aos embaixadores dos países amigos que estão aqui conosco.
Só para lembrar uma historinha lá de Santa Maria, antes de a gente encerrar, eu lembro que, em Santa Maria... Quem conhece a cidade de Santa Maria, conhece a base aérea, sabe que a meteorologia de lá é bastante complexa, muda rapidamente: muitas vezes, você decola com um tempo bom, pousa com um instrumento PAR (Radar de Aproximação de Precisão), com combustível curto, numa situação complexa. A operação ali não é simples de ser realizada por causa da meteorologia.
Eu lembro que, muitas vezes, a gente decolava no meio da madrugada, ficava de sobreaviso - lembra isso? -, dormia com o anti-G, basicamente, e era acionado no meio da madrugada para decolar, para cumprir alguma missão do Comando de Defesa Aérea.
Coloque-se nessa situação, imagine conosco lá, eu e o Barbacovi decolando de madrugada, ele liderando a esquadrilha, eu na ala, por exemplo, e você vai para o avião chovendo, aquele tempo ruim, você fica imaginando, decolando aqui, agora, os filhos pequenos lá em casa, no berço, e você decolando naquela situação terrível para se decolar, mas você tem que decolar, você tem que cumprir a sua missão, você tem que fazer isso aí. E dá partida no avião, fecha o canopi, para não molhar tudo, segue para a cabeceira, quase que não dá para enxergar o avião do lado, para decolar na ala - você vê aquelas luzes piscando, mas quase que não dá para enxergar; quando começa a correr na pista, você começa a enxergar um pouco melhor com a limpeza do canopi, por causa da velocidade. Aí você decola, entra na ala e instrumento, instrumento, voo por instrumento, dentro de nuvem, turbulência, tudo que você pode imaginar, gelo, relâmpago, raio e assim por diante, aquela tempestade e você ali voando na ala, para cumprir aquela missão.
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E, nessa hora, você tem que acreditar no líder, você tem que acreditar que ele está liderando da forma como nós treinamos, ele está liderando da forma correta. E você tem que manter a posição ali. E é difícil, tem que acreditar muito naquilo. Você vai sentir todo tipo de situação, como se estivesse virando na ala ali, mas tem que acreditar no líder.
E, eventualmente, depois de passar por toda aquela turbulência, vai chegar um momento em que você vai sair daquela turbulência, daquelas nuvens pretas, daquelas nuvens escuras de tempestade e vai chegar em cima de um tapete branco de nuvens, no nascer do Sol. Quem é piloto já sentiu isto aí: no nascer do Sol, você vê aquele tapete branco de nuvens; você chegou ali e cumpre a missão e vai cumprir a missão em algum lugar; você chegou ali, você passou por toda aquela situação. Mas, para passar por aquela situação, você teve que usar o seu conhecimento, a sua habilidade como piloto, mas principalmente a atitude como piloto, defendendo, sabendo que você tem uma missão a cumprir e mantendo a posição.
Por que eu falei isso aqui agora nesse encerramento, eu lembrei lá de Santa Maria e disso? Muitas vezes a gente vê o país da gente passando por situações difíceis, como se fosse uma tempestade que, a princípio, quando você está dentro dela, parece que não tem fim. Você acha que nunca vai conseguir sair dessa situação. São problemas econômicos, são todos os tipos de problemas que a gente vê o nosso país passando, dificuldades de toda espécie, riscos à democracia, riscos à liberdade das pessoas, e parece que não tem fim isso aí. Mas, se você mantiver a posição, mantiver os seus princípios, valores, mantiver aquilo para o qual você foi treinado - vamos colocar dessa forma, em termo geral, para a população -, aquilo que você precisa fazer pelo seu país, sabendo do seu dever e mantendo a posição ali, acreditando, principalmente, e fazendo a sua parte, vai chegar uma hora em que essa tempestade vai passar e você vai estar em cima daquele tapete de nuvens brancas ali e você vai cumprir a sua missão. O país vai cumprir a sua missão.
Então, é essa mensagem que eu queria deixar aqui nessa homenagem aos 80 anos da aviação de caça - uma homenagem aos nossos heróis, ao legado que eles deixaram para gente desde os tempos da Segunda Guerra Mundial, nos céus da Itália. E hoje esse legado continua a ser cumprido pelos nossos pilotos atuais, pilotos de caça, mas também por todos aqueles que participam no dia a dia pelo nosso país, lembrando o legado do nosso Marechal Casimiro Montenegro, lembrando o legado dos outros homenageados também, porque é importante que o país se lembre dessas pessoas e dê o devido valor. Muitas vezes a gente esquece de dar valor à nossa história aqui no nosso país. E um país que não vive a história não tem muito direito a um bom futuro, então é bom que a gente se lembre da nossa história e faça a nossa parte no nosso país. E, por mais difícil que seja a situação, a gente vai sair dessa situação e a gente vai ter, sem dúvida nenhuma, aquele país que a gente sempre sonhou em deixar para os nossos filhos. Isso depende de cada um de nós.
Obrigado a todos.
Está encerrada a sessão. (Palmas.)
(Levanta-se a sessão às 12 horas e 15 minutos.)