Notas Taquigráficas
3ª SESSÃO LEGISLATIVA ORDINÁRIA
57ª LEGISLATURA
Em 1º de julho de 2025
(terça-feira)
Às 10 horas
71ª SESSÃO
(Sessão de Premiações e Condecorações)
| Horário | Texto com revisão |
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| R | O SR. PRESIDENTE (Eduardo Girão. Bloco Parlamentar Vanguarda/NOVO - CE. Fala da Presidência.) - Paz e bem a todos vocês. Declaro aberta a sessão. Sob a proteção de Deus, iniciamos os nossos trabalhos. Esta sessão destina-se à entrega da Comenda de Incentivo à Caridade Chico Xavier, premiação instituída pela Resolução do Senado Federal nº 19, de 2020, e destinada a agraciar pessoas ou instituições que desenvolvam, no Brasil, ações e atividades relacionadas à caridade e à filantropia. |
| R | É uma iniciativa pela qual eu tenho o dever de agradecer ao Presidente do Senado Federal, Davi Alcolumbre, agradecer a sempre atenciosa Secretaria-Geral da Mesa, a toda a equipe que coordena as premiações aqui, porque nós temos outras iniciativas no Senado pela cultura da paz, como, por exemplo, a comenda da Irmã Dulce, também instituída. E eu quero dizer que eu fico muito feliz, porque esse é um momento histórico desta Casa. A gente vai, não é? Nós temos o nosso prazo, o tempo aqui na Terra, para aprendermos a amar, a perdoar, a ajudar, mas a gente vai ter o tempo de partir para o outro mundo. E eu quero dizer para vocês que essa comenda vai ficar. E isso é muito importante. É uma iniciativa que é abraçada pelo Senado Federal, que tem 200 anos - mais de 200 anos. A gente teve o ano do bicentenário no ano passado. Então, eu fico, assim, extremamente grato ao Senador Veneziano - muito obrigado, o senhor é sempre um apoiador dessas iniciativas pela cultura da paz -; à Senadora Damares aqui presente também; à Senadora Zenaide Maia, que está chegando daqui a pouco; e a todos os outros Senadores que, por unanimidade, votaram em reconhecimento ao humanista, à mensagem desse grande pacifista que foi Chico Xavier, O Mineiro do Século. Segundo uma ampla campanha que fez a TV Globo, numa votação extraordinária, ele foi considerado O Mineiro do Século. Também, no mesmo período do centenário dele, a revista Época fez uma campanha e ele foi considerado o brasileiro do século. Então, transcende a questão religiosa, é realmente um homem caridoso que inspirou as pessoas a fazerem o bem. E nós temos aqui hoje cinco entidades e pessoas que foram votadas pelos Senadores Líderes desta Casa, e elas vão receber, serão agraciadas com a Comenda de Incentivo à Caridade Chico Xavier na sua primeira edição. Essa é a primeira edição que a gente está realizando isso. Que instituições são essas? Que pessoas especiais são essas? Então, nós vamos reconhecer aqui hoje o trabalho humanitário feito por: Instituto do Carinho, do Distrito Federal; Casa da Criança Dr. João Moura, da Paraíba; Mércia Maria Almeida de Carvalho, in memoriam, lá do Estado do Rio Grande do Norte; associação Lar Amigos de Jesus, do Ceará. E também, como é de costume, alguém vai receber, alguém ligado à família, porque nós temos aqui duas pessoas muito especiais que tiveram a oportunidade de conviver com o Chico Xavier... Eu, apesar de ter, Senador, meu amigo Veneziano, ajudado a produzir dois filmes sobre Chico Xavier, muito material gráfico e tudo, não tive essa benção de conhecê-lo pessoalmente. |
| R | Ontem, foi o aniversário da partida dele, dia 30 de junho. Quando o Brasil estava conquistando o pentacampeonato em 2002, ele partiu, à francesa - ele tinha avisado que ia partir em um dia em que o Brasil estivesse muito feliz para ninguém notar. O Brasil, comemorando; ele, fazendo a partida; e a minha filha nasceu no momento em que ele estava falecendo. Então, para mim tem uma marca muito forte nisso. É aquela minha filha cujo caso eu lhe contei e que, inclusive, me inspirou a entrar na política. Chico Xavier vai ser agraciado também, o autor que inspirou essa iniciativa, e nós vamos aqui ter duas pessoas que vão receber... Daqui a pouco, eu conto quem são e falo um pouco da história dessas pessoas. Então, compõem a mesa desta sessão o Senador Veneziano Vital do Rêgo, que é da Paraíba, meu amigo, meu irmão, homem de boas causas; e a Senadora Zenaide Maia, também uma grande Senadora, que está chegando já, já aqui para compor a mesa. Nós vamos agora, nesse momento, convidar a todos para, em posição de respeito, acompanharmos juntos o Hino Nacional brasileiro, que será executado pelo dueto da Banda de Música dos Bombeiros do Distrito Federal, composto pelo Subtenente Samuel e pelo Sargento Frank. Muito obrigado pela presença de vocês. (Procede-se à execução do Hino Nacional.) (Palmas.) |
| R | O SR. PRESIDENTE (Eduardo Girão. Bloco Parlamentar Vanguarda/NOVO - CE) - Muito obrigado mais uma vez aqui ao dueto da Banda de Música dos Bombeiros do Distrito Federal, composto pelo Subtenente Samuel e pelo Sargento Frank. Muito obrigado. Parabéns aí pelo talento e por colaborar neste momento histórico nosso aqui. Então, neste instante, eu solicito à Secretaria-Geral da Mesa a exibição de um vídeo institucional. (Procede-se à exibição de vídeo.) (Palmas.) |
| R | O SR. PRESIDENTE (Eduardo Girão. Bloco Parlamentar Vanguarda/NOVO - CE) - Olhe, nós vamos aqui dar sequência, já - é uma sessão que tem as suas peculiaridades, bem objetiva -, e nós vamos seguir aqui com relação à entrega da comenda e o pronunciamento dos agraciados. Então, cada um aqui que for homenageado com o prêmio vai poder falar por cinco minutos, com a tolerância aqui da Casa, mas, antes, eu gostaria, até por gratidão, por terem aprovado por unanimidade esse prêmio, por participarem ativamente - nós temos aqui a Senadora Damares presente, o Senador Veneziano Vital do Rêgo -, de inicialmente conceder a palavra à minha querida irmã Senadora Damares Alves, do Distrito Federal. (Palmas.) A SRA. DAMARES ALVES (Bloco Parlamentar Aliança/REPUBLICANOS - DF. Para discursar.) - Sr. Presidente, querido colega Senador Veneziano, todos os convidados, as pessoas que estão nos assistindo, hoje é um dia histórico para o Senado, e eu vou fazer parte dessa história - a primeira edição dessa comenda tão especial que leva o nome de um brasileiro tão especial. Eu quero cumprimentar todos os agraciados e vou dizer uma coisa: não foi fácil a escolha, porque os Senadores indicaram as mais incríveis instituições do país - as mais incríveis -, e vocês cinco foram selecionadas, mas todas as indicadas são vitoriosas, porque, quando a gente foi conhecer a história das instituições indicadas, das pessoas indicadas, a gente chorava, a gente chorava ao ler as histórias! E, claro, eu fiz a minha indicação, o Instituto do Carinho, aqui do Distrito Federal, uma instituição incrível. A todas as pessoas que eu convido para conhecer o instituto eu falo: "Leve um lencinho" - uma instituição que acolhe crianças e acolhe, Senador Veneziano, aquelas crianças que ninguém quer. Quando a gente chega lá, a gente encontra as crianças do Carinho, mas tem um prédio em que há as crianças do supercarinho: são as crianças com doenças raras, em aparelhos, com múltiplas deformidades, crianças para que pessoas não querem nem olhar. Elas estão ali acolhidas, amadas. |
| R | Quando a gente sai do Instituto do Carinho, a gente sai extremamente diferente. Eu costumo falar que a minha vida tem marco: antes e depois que eu entrei no Instituto do Carinho. Eu estou muito feliz de vocês serem um dos cinco agraciados da primeira edição. Eu já abracei todo mundo que está aqui. Já estou apaixonada pela nossa Freira lá do Ceará. Eita que eu vou ter que ir para o Ceará, Senador Girão! Os nossos irmãos da Paraíba: vou ter que ir lá, Veneziano! Vou ter que ir lá dar um abraço nesse povo, passar um dia lá em Campina Grande com eles. Nós temos dois homenageados in memoriam, e as famílias que estão aqui recebam o nosso carinho. E com este prêmio de incentivo à caridade é exatamente isto que a gente quer: que o Brasil seja um país que lá na ponta todo dia as pessoas estejam exercendo a caridade, porque, sem a caridade, esta nação vai entrar em colapso. E quero dizer a vocês: obrigado. Quando a gente conhece vocês, a gente descobre que a gente aqui não está fazendo absolutamente nada, que quem está fazendo, quem está mudando o Brasil são vocês. Que Deus os abençoe ricamente! Todas as homenagens que a gente fizesse aqui hoje para vocês seriam pequenas - seriam muito pequenas! Que Deus abençoe os dirigentes. Eu sei que não é fácil. Eu também já fundei instituições, tenho as minhas instituições. Sei que às vezes vocês não dormem de noite, porque não tem o dinheiro para pagar a conta no outro dia, sei dos desafios, sei dos enfrentamentos, mas obrigada por nunca baixarem a guarda. E obrigada por nunca desistirem dos acolhidos e das pessoas de que vocês cuidam. Que Deus os abençoe! O Brasil agradece a todos vocês. E eu estou muito feliz de fazer parte deste dia histórico. Obrigada. Obrigada pela caridade que vocês fazem. Obrigada. (Palmas.) O SR. PRESIDENTE (Eduardo Girão. Bloco Parlamentar Vanguarda/NOVO - CE) - Senadora Damares, muito obrigado mais uma vez. Eu peço que, se a senhora puder ficar mais um pouquinho conosco, a senhora vá entregar para o Instituto do Carinho do Distrito Federal a comenda desta primeira edição. E olhem como este país, Senador Veneziano e minha querida irmã Senadora Zenaide Maia, é especial! Nós acabamos de ouvir uma grande Senadora e Pastora também, que é evangélica; nós temos aqui na mesa uma Senadora, a Zenaide, que é católica, o Senador Veneziano também é católico; e eu sou espírita. E olhem como este Brasil é maravilhoso. O Presidente desta Casa é judeu. E, na reunião de Líderes - eu tenho que contar este bastidor, porque fica na história, nos Anais da Casa -, eu disse: "Presidente, já foi aprovado há um tempo a comenda [falei da comenda da Irmã Dulce e da comenda do Chico Xavier]. O Brasil está precisando de pacificação, de uma reconciliação. Isso é uma energia boa, a gente tem essas grandes referências. Institua este ano! Já está aprovado, falta só a Mesa colocar para começar a acontecer". Ele disse: "Agora" - na reunião de Líderes. Ele chegou, já virou para o Danilo e disse: "Danilo, pode colocar pra gente começar". |
| R | Então, isso mostra realmente um espírito de boa vontade, de bom coração e de união, porque aqui a doutrina não é o que importa neste momento, é a caridade que une a todos. Nós somos a maior nação católica do mundo, a maior nação espírita do mundo e a segunda maior evangélica já chegando à primeira do planeta. E todo mundo se relaciona muito bem, não é? Por isso que este país é o coração do mundo e a pátria do Evangelho. Então, já passo aqui, na sequência, para a gente ouvir este brilhante colega, Senador do Estado da Paraíba - ele, que é de Campina Grande -, Senador Veneziano Vital do Rêgo. Mais uma vez, muito obrigado pela sua presença. (Palmas.) O SR. VENEZIANO VITAL DO RÊGO (Bloco Parlamentar Democracia/MDB - PB. Para discursar.) - Minhas senhoras e meus senhores, sejam todas e todos, indistintamente, muito bem-vindos à Casa que vos representa, o Senado Federal, também ao lado da Câmara dos Deputados. Quero, evidentemente, e não apenas protocolarmente, aqui render as minhas homenagens ao idealizador, proponente, para que pudéssemos ter a instituição desta Comenda, um estimado amigo, um respeitador das relações interpessoais que mantemos neste Colegiado, Presidente desta sessão, estimado Senador Eduardo Girão, pela sua felicíssima e oportuna sugestão Parlamentar para que, doravante, a partir desta primeira data, desta primeira sessão, deste primeiro momento, tão rico de simbolismos, que poderemos até não imaginá-los hoje, mas haveremos, sim, de carregar em nossos corações, em nossas almas, e saber o que significará, em termos de gestos, que a muitos podem parecer singelos, mas que para homens e mulheres de bons corações valem muito. Então, minhas saudações à sua iniciativa, saudando aqui essas duas queridas companheiras, Sras. Senadoras, minha vizinha do Estado do Rio Grande do Norte, Senadora Zenaide Maia, que integra também neste momento, como Parlamentar que sugeriu uma das cinco instituições, ou um dos agraciados, no caso, a Sra. Mércia Maria, in memoriam. Quero também abraçar, de forma muito calorosa, a minha estimada amiga que, muito feliz, teve a oportunidade - e perdoe-me, vou seguir o seu caminho, Senadora Damares, para, não com o seu brilhantismo, não com a sua rica forma de se expressar, no sentido da sua sensibilidade, ir por esta linha, que é a mesma linha do Senador Eduardo Girão... Estou muito feliz em ter podido sugerir uma dessas instituições. A Senadora Damares bem disse, nós somos apenas cinco a serem agraciados. O próprio e maior entre todos, Chico Xavier, uma figura diferenciada, uma figura luminar, um cidadão que estava acima da sua condição de ter professado o espiritismo. Um cidadão ímpar nos seus gestos e magnânimo nos seus atos. Quando a gente observa... Eu costumo dizer que essas experiências, como a experiência que eu tenho com a Casa da Criança Dr. João Moura, até porque ela é localizada na rua na qual eu residi durante 21 anos, então, a conhecia de perto e, invariavelmente, aos sábados, eu estava lá às missas de sábado, às 17h, não é, Betânia? |
| R | Então, com a Irmã Aldete e com as outras freiras, que sempre foram corações dedicados a exortar o amor verdadeiro, o amor apaixonado, aquele que é desinteressado em quaisquer outros, senão no propósito de servir a quem menos possibilidades possui. É o fazer o bem sem olhar a quem correto, mas principalmente olhando quem mais precisa, porque nós aqui fazemos parte de uma gama de privilegiados. Mas, enquanto fazemos parte de uma gama minoritária de privilegiados, nós temos milhões que fazem parte dessa gama de pessoas, principalmente desassistidas, crianças desassistidas, senhores idosos, enfermos. E aí é onde entram esses corações que são - perdoe-me, meu Senador Eduardo, minha Senadora Damares, minha Senadora Zenaide - muito melhores do que os nossos próprios. Quando vejo experiências como as de vocês, como conheço a experiência da Casa da Criança, eu me sinto desse tamanho. Eu saio de lá dizendo o quanto eu preciso melhorar, quando a gente observa doação, dedicação, voluntarismo. Abre-se de tudo e de todas as pretensões para o servir. Isso é magnânimo. Então quero saudar a figura maior daquele que deve sempre receber as nossas homenagens pelos seus exemplos que, de fato, chamam-nos e continuará a nos chamar a atenção, Chico Xavier. Quero cumprimentar aqui a Associação Lar Amigos de Jesus, da nossa irmã, cearense querida. Minhas saudações, meus cumprimentos! Que Deus possa ricamente lhe garantir muitos e muitos anos com essa mesma simpatia, com esse sorriso que nos encanta a todos, pelo menos a mim, a Damares e decerto o Senador Girão e a Senadora Zenaide. Cumprimento a minha querida amiga Betânia, que aqui representa a Casa da Criança Dr. João Moura, desde 1947, de 1948, ou seja, já estamos próximos a comemorar o centenário da casa. E bem sabemos quantas milhares de crianças de lá saíram e se tornaram adultos em referência a esse amor exortado, à atenção assistencial, à formação educacional de princípios cristãos que fazem a diferença. E quero aqui, por fim, saudar o Instituto do Carinho, que foi a sugestão apresentada pela Senadora Damares, como já o fiz, à Sra. Mércia Maria, in memoriam. Muitos, milhares de brasileiros, centenas de instituições que fazem, que exercitam, que praticam a filantropia, poderiam aqui estar. Saibam todas essas e todos esses, senhores ou instituições, que os que são agraciados nesta manhã, Senador Eduardo Girão, estão a representá-los também, porque, afinal de contas, essa é a primeira de muitas outras edições que o Senado Federal haverá de fazer. Estamos, de fato, precisando muito nos aproximar um do outro. Nós não podemos viver sob o mundo do individualismo, sob o mundo da ostentação, sob o mundo do mero materialismo, que absolutamente não responde às perguntas existenciais que nos acompanham. Nós precisamos saber respeitar quando o próximo tem uma opinião divergente. |
| R | Aqui, estamos nós, eu, o Senador Eduardo e a Senadora Damares, que, muitas das vezes, não convergimos com as nossas ideias, mas, diga-se e registremos, Senadora Zenaide, com a qual tenho mais convergências: nunca deixamos de ter um tratamento respeitoso. E isso não nos custa nada. Isso é tão singelo, é tão simples; é o respeito ao outro; é ter compaixão com quem precisa de ter compaixão; é saber o ato caridoso que, muitas das vezes, permite um sorriso a quem, muitas das vezes, só sente dores. Então, eu quero, muito sinceramente, Senador Eduardo Girão, cumprimentá-lo, porque, entre outras tantas iniciativas que V. Exa. tem nesta Casa, uma das que mais chamam a atenção foi exatamente a proposta para que começássemos, nesta manhã de ricas emoções, a comemorar a história sempre comemorada de Chico Xavier, prestando as homenagens justíssimas a estes e estas instituições. Muito grato e parabéns a todos! (Palmas.) O SR. PRESIDENTE (Eduardo Girão. Bloco Parlamentar Vanguarda/NOVO - CE) - Muito bem, Senador, meu amigo, um homem extremamente sensível e respeitoso, Senador Veneziano Vital do Rêgo, da Paraíba. Peço que o senhor fique mais um pouquinho conosco, para entregar a comenda à Casa da Criança Dr. João Moura, que vai fazer agora, em 2028, cem anos... É isso? O SR. VENEZIANO VITAL DO RÊGO (Bloco Parlamentar Democracia/MDB - PB. Fora do microfone.) - Em 2047. Já está pertinho; está chegando. O SR. PRESIDENTE (Eduardo Girão. Bloco Parlamentar Vanguarda/NOVO - CE) - Meu Deus, que maravilha! E teremos aqui, já, já, este momento especial. Imediatamente, eu já passo a palavra para essa querida irmã, Senadora Zenaide Maia, do Estado do Rio Grande do Norte, vizinho também da Paraíba e do Ceará. Que bom! Muito obrigado pela sua presença. E, pela indicação dela... Eu não tive o prazer ainda de conhecer a Casa da Criança Dr. João Moura - o Veneziano vai me levar lá -, mas da Mércia eu já ouvi falar muito, viu? Não tive a bênção de conhecê-la, mas, pelo movimento espírita do Rio Grande do Norte, sempre ela foi uma referência; e a Sandra Borba, a qual eu tive a oportunidade de conhecer e que foi Presidente da Federação Espírita lá do Rio Grande do Norte, sempre falava muito da Mércia. Eu não estou ainda lembrando se eu tive a oportunidade, em algum momento, de conhecer pessoalmente a Mércia; mas, daqui para o final da sessão, a gente faz os contatos aqui. Ela é uma referência nacional. Parabéns! Querida Zenaide, muito obrigado pela sua presença. A SRA. ZENAIDE MAIA (Bloco Parlamentar da Resistência Democrática/PSD - RN. Para discursar.) - Bom dia a todos e a todas aqui presentes. Eu já quero cumprimentar o meu colega Girão, que está presidindo esta sessão; nada mais justo, porque a ideia da entrega da Comenda de Incentivo à Caridade Chico Xavier foi de autoria dele. Parabéns, Girão! Quero, aqui, cumprimentar meu colega Veneziano Vital do Rêgo, a Senadora Damares, e dizer o seguinte: eu tive o privilégio de conviver com a Dra. Mércia durante bastante tempo, que é médica como eu - certo? - e fazia esse trabalho magnífico, como foi falado, com esse lado cristão, humano, como se falou aqui. A gente vive momentos difíceis, de muito extremismo, e, na verdade, o que a gente precisa é fazer aquilo que Cristo dizia, seja em qual religião for - seja qual for o Deus, é uma coisa só -: "Amai-vos uns aos outros". Fé com obras: não adianta só orar e, na hora, não olhar para o seu irmão e para as suas necessidades. |
| R | Eu queria dizer que é com imensa alegria e honra que estamos aqui para celebrar a generosidade e o compromisso com o próximo, valores tão caros ao nosso querido Chico Xavier. Hoje, temos a alegria de homenagear a Dra. Mércia Maria Almeida de Carvalho com a Comenda Chico Xavier de Incentivo à Caridade, uma pessoa cuja vida foi um verdadeiro exemplo de dedicação e de amor ao próximo. Mércia, mesmo após a sua partida, continua a nos inspirar com o seu legado, Sra. Margarida, que veio aqui representá-la e que a está substituindo nesta instituição. Ela foi Diretora da Federação Espírita do Rio Grande do Norte - é por isso que eu acho que você a conhece, Girão - e fundadora do reconhecido Centro Espírita Adolfo Bezerra de Menezes, que transformou, e ainda transforma, a vida de muitas pessoas, oferecendo apoio, espiritualidade e esperança. Tem algo que a gente não pode perder: a esperança por dias melhores. Isso é o que faz com que a gente... Eu costumo dizer: fé é a gente insistir, persistir e nunca desistir, ou seja, esperançar por dias melhores para todos, em defesa da vida. Em um mundo onde, muitas vezes, somos desafiados a manter nossas esperanças, pessoas como a Dra. Mércia nos lembram da importância de nunca desistir de fazer o bem. O seu trabalho, muitas vezes silencioso, mas sempre impactante, é um testemunho de que cada gesto de carinho e cada ação de apoio podem transformar vidas. Com profundo respeito e emoção, rendemos esta homenagem à memória da querida Dra. Mércia Maria Almeida de Carvalho, cuja presença iluminou tantas vidas no Rio Grande do Norte e cuja partida deixa não só um vazio imenso, mas também um legado eterno de sabedoria, caridade e fé. Dra. Mércia nasceu em 23 de agosto de 1941, na cidade de Caxias, no Estado do Maranhão. Em 1958, mudou-se para a cidade de Natal, no Rio Grande do Norte, para estudar na tradicional Escola Doméstica, onde iniciou sua trajetória de amor ao conhecimento e de compromisso com o bem. Foi em Natal, num momento de lazer com familiares - eu estou contando a história e, mais uma vez, digo que eu tive o privilégio de conviver com a Dra. Mércia -, que conheceu aquele que se tornaria seu esposo e companheiro de uma jornada, o então Capitão Maurício Caminha de Carvalho. Ele era militar, mas ele a seguia. Eu só via a Dra. Mércia ao seu lado. A gente o chamava de Coronel Caminha, e ele estava nessa ajuda, mesmo quando ela se aposentou como médica e resolveu se dedicar a essa casa de caridade. Desde jovem, Mércia foi uma mulher à frente do seu tempo, determinada em perseguir seus sonhos e vocações. Já madura, ela já era desafiada: aos 43 anos, ela resolveu se formar em Medicina, tornando-se uma médica obstetra, profissão que ampliou ainda mais a sua dedicação ao próximo, agora com o toque técnico e humano da ciência médica. |
| R | Mércia sempre trabalhou na saúde pública. Mércia nunca fez medicina privada. Ela era obstetra, era citopatologista e fazia questão desse atendimento humanizado que ela tinha, mas sua alma generosa ansiava por algo mais, um espaço de trabalho assistencial, espiritual, onde pudesse canalizar sua fé espírita e sua vocação para servir. Junto ao esposo, encontrou esse lugar na comunidade de Maçaranduba, em São Gonçalo do Amarante. Eu sou a Primeira-Dama desse município, é um município que faz parte da Grande Natal. E ali, sob cajueiros, mangueiras e nos alpendres das casas, começou a atender voluntariamente, como médica, os moradores da região, oferecendo cuidado, escuta, afeto e orientação, encontros que rapidamente se tornaram parte de sua rotina e da vida daquela comunidade. Em 1985, cerca de dois anos após o início dessas ações, fundou na varanda de sua casa, ao lado de amigos igualmente comprometidos com o bem, a Casa de Caridade Adolfo Bezerra de Menezes. A iniciativa cresceu com o apoio da solidariedade de muitos. Em 1987, a instituição recebeu, por doação, um terreno para sede própria em Natal, e, em 1992, foi adquirido o primeiro terreno para a instalação do Núcleo Avançado, de Maçaranduba, que é um distrito na zona rural de São Gonçalo do Amarante, expandido ao longo dos anos, graças à generosidade de moradores e à credibilidade conquistada pelo seu trabalho sério e amoroso da Dra. Mércia e seus colaboradores. Em 2006, a sede da instituição em Natal foi concluída e solenemente inaugurada. Com o crescimento das atividades assistenciais e espirituais, Dra. Mércia optou por aposentar-se da medicina formal e dedicar-se integralmente à sua obra de caridade e fé. No movimento espírita potiguar, sua atuação foi firme, serena, inspiradora. Em cada palestra, estudo ou gesto de auxílio transmitia uma paz profunda e um amor genuíno ao próximo, refletindo a essência dos ensinamentos de Allan Kardec e do Evangelho de Jesus. Viveu e exemplificou os pilares do espiritismo: fé raciocinada, com caridade ativa e esperança na imortalidade da alma. Essa era a Dra. Mércia. Hoje, sua partida é sentida com dor e saudade, mas também com a certeza da vida espiritual plena, à qual ela tão bem se preparou. Dra. Mércia, certamente, seguiu amparada pelos bons espíritos, sendo acolhida com a mesma ternura que dedicava aos que aqui permanecem. Seu legado permanece vivo na Casa de Caridade Adolfo Bezerra de Menezes, nos lares que ela tocou com sua presença, nos corações que ela confortou com suas palavras e nas vidas que ajudou a transformar com o seu exemplo. Que a sua trajetória siga sendo um farol para todos nós, lembrando-nos do poder do amor, da fé e da ação. "A vida é sempre um hino de luz quando o espírito se eleva à compreensão de Deus", Chico Xavier. |
| R | Dra. Mércia, gratidão eterna! Que sua alma siga em paz, envolvida pela luz e pela alegria do bem comum que semeou! Que o exemplo de Dra. Mércia nos inspire a sermos mais humanos, mais generosos e mais solidários! Mas eu queria dizer aqui de minha experiência. Eu era Secretária de Saúde do Município de São Gonçalo, e a gente tinha uma grande parceria com a Dra. Mércia. Ela fundou essa casa, que oferecia uma educação pública de qualidade em tempo integral. A formatura daquelas mais de 200 crianças de que faziam parte, era, assim, uma coisa maravilhosa. Todos que conheceram Mércia... Porque a gente sabe que tem gente que é meiga, serena, naturalmente, certo? Às vezes, a gente, meio acelerada, não chega a isso. Eu conversava muito com a Dra. Mércia, e, na época, a educação... Porque a gente sabe que educar é diferente de ensinar. Ensinar é você preparar um aluno para passar num processo seletivo. Educar é educar o cidadão como um todo, para a vida, para o respeito ao próximo. E isso Dra. Mércia fazia com maestria. Então, lá tinha sempre esse convênio com a prefeitura: técnicas de enfermagem, ela conseguiu um equipamento, seus alunos tinham assistência odontológica. Então, ela oferecia uma educação pública de qualidade em tempo integral para aquelas mais de 200 crianças ali. Então, eu agradeço a Deus ter tido o privilégio de conviver com essa mulher grande, maravilhosa. Ela transmitia muita paz para a gente também. E como o Girão falou aqui, o Deus é um só. A gente tem que seguir um exemplo desses, de Dra. Mércia. Chamava-se Dra. Mércia, porque era colega médica, e ela usou o curso médico... Primeiro ela desafiou. Como o esposo era militar, eu acho que era muito transferido, ela não tinha oportunidade. Quando ela se firmou, Girão, aos 43 anos, ela se formou em Medicina. Era obstetra e era uma mulher maravilhosa. Pense na Dra. Mércia. Quando eu vi o prêmio, aí eu disse: "Gente, ninguém... Todos se enquadram, como eu vi. A história de cada um aqui é linda". E quero dizer o seguinte: a Dra. Mércia, todos os familiares... Ela tem filha médica também. Tem, ela tem filha médica; tem filhos, que eu acho que são quem dirige lá. E a gente tem esse prazer. Eu, novamente, voltei a ser Primeira-Dama de São Gonçalo, e não tenha dúvida de que eu vou procurar, porque lá é um exemplo, em Maçaranduba, de que é possível, sim, se tiver vontade política, fazer, oferecer um ensino público de qualidade em tempo integral. Isso é o que Dra. Mércia mostra de exemplo para a gente. Eu quero agradecer a Girão, a meus colegas Veneziano, Damares... Estou vendo ali meu amigo Deputado Federal, que é médico também, o Perondi, que foi meu colega Deputado. Quero dizer o seguinte: que Dra. Mércia sirva, mais do que nunca, de exemplo para este país, para cada um, homem, mulher, criança e jovem deste país, como um exemplo de que você pode ter fé, esperança, mas com obra também. Muito obrigada. (Palmas.) |
| R | O SR. PRESIDENTE (Eduardo Girão. Bloco Parlamentar Vanguarda/NOVO - CE) - Muito bem, minha querida irmã Zenaide, que participou ativamente e fez a indicação do nome da Dra. Mércia, justíssima. Muito obrigado. Antes de passar a Presidência aqui para o nosso querido Senador Veneziano Vital do Rêgo, quero só registrar, com muita honra e alegria, a presença aqui do Sr. Embaixador da República de El Salvador, Luis Alberto Aparicio Bermúdez; representando também o Governo do Estado do Tocantins, da Sra. Chefe de Gabinete da Secretaria Extraordinária de Representação em Brasília do Governo do Estado do Tocantins, Maria Roberta de Castro Silva - muito obrigado -; também a presença do Deputado Federal Darcísio Perondi, um grande irmão nosso aqui presente; do Presidente da Federação Espírita Brasileira, que é o Sr. Jorge Godinho, que daqui a pouco vai fazer também uma apresentação depois dos prêmios entregues, vai falar um pouco, que é o Presidente. É aqui em Brasília - viu, Veneziano? -, ali na L2, a sede da FEB, que reúne todas as federações espíritas do Brasil, os centros espíritas. Ele vai explicar um pouco da importância do trabalho de caridade do Chico Xavier, dessa rede de filantropia que o Chico, com o seu exemplo, com a sua dedicação, construiu. Também registro a presença da Sra. Célia Diniz - eu chamo a atenção: eu tive a oportunidade de conhecer a Célia Diniz na cidade que o Chico Xavier escolheu para nascer, que é Pedro Leopoldo, lá em Minas Gerais -, que conviveu com o Chico Xavier, foi confortada pelo Chico quando perdeu o seu filho Rangel, pequenininho, que deu origem ao filme As Mães de Chico Xavier, em que uma das histórias contadas é a história dela. E a Célia fez questão de vir aqui a Brasília nesta data, ela que é Presidente do Centro Espírita Luiz Gonzaga, fundado por quem? Pelo Chico Xavier. Então, muito obrigado, Célia, pela sua presença. Também a presença do Marco Aurélio Rosa, que é um amigo, um irmão, que faz palestras pelo Brasil com relação ao Chico, ao trabalho do Chico, é trabalhador do movimento espírita - muito obrigado pela sua presença -, que também, depois das entregas, vai dar a sua contribuição sempre muito lúcida aqui para este momento histórico. Presidente Veneziano, muito obrigado. (O Sr. Eduardo Girão deixa a cadeira da Presidência, que é ocupada pelo Sr. Veneziano Vital do Rêgo.) O SR. PRESIDENTE (Veneziano Vital do Rêgo. Bloco Parlamentar Democracia/MDB - PB) - Minhas senhoras e meus senhores, a Presidência convida S. Exa. o Senador Eduardo Girão, autor da propositura, para fazer uso da palavra. Seja bem-vindo e mais uma vez as nossas mais sinceras congratulações pela iniciativa. Senador Girão. |
| R | O SR. EDUARDO GIRÃO (Bloco Parlamentar Vanguarda/NOVO - CE. Para discursar.) - Meu querido irmão, Presidente desta sessão, Senador Veneziano Vital do Rêgo; minha querida Senadora Zenaide Maia; minha irmã também, Senadora Damares Alves; e todos vocês que aqui estão, todos, cada um de vocês - meu querido Rabelo aqui também presente -, cada um que veio participar deste momento no Senado Federal, essa Comenda de Incentivo à Caridade Chico Xavier marca uma data, marca uma ação muito positiva da Casa revisora da República que vai ficar para a história, como eu disse aqui - muito obrigado -, no começo desta sessão. Eu fiz até um discurso, mas não vou nem ler: eu vou abrir aqui meu coração para vocês. Primeiro, eu jamais imaginei estar aqui tendo a honra de ser um dos 81 brasileiros e brasileiras que ocupa esta Casa tão respeitada, uma instituição bicentenária do Brasil. Em meio a mais de 213 milhões de brasileiros, estar aqui é um privilégio, é uma bênção e uma enorme responsabilidade. E não tem como dissociar a minha vida, porque a vida da gente é resultado dos livros que a gente lê, dos filmes a que a gente assiste, dos convívios que nós temos desde a infância com familiares, com amigos. Para mim, muito especialmente, a minha existência é antes e depois do contato com a obra do Chico Xavier. Eu tenho o dever de dizer isso neste momento, porque ele mudou a minha vida, embora eu não tivesse o privilégio, como alguns que aqui estão, de ter contato, de olhar nos olhos, de estar próximo do Chico Xavier, do Francisco Cândido Xavier. Antes de ter contato com ele, com a obra dele, eu era uma pessoa muito individualista, muito ambiciosa, muito materialista. Fui batizado, mas não frequentava, estava afastado de Deus, só pensava em trabalhar, trabalhar, ganhar dinheiro. E foi-se criando um vazio muito grande - eu tinha 27, 28 anos, foi criando-se um vazio -, e aí eu caí no abismo que foi... Como diz a Bíblia, a dor é uma bênção que Deus envia aos seus eleitos. Eu tive síndrome do pânico antes dos 30 anos e, para mim, foi um momento de repaginar, um momento de reavaliar os meus valores. |
| R | E foi através de uma peça de teatro a que eu assisti, em São Paulo, sobre o Chico Xavier, sem nenhum ator famoso... Eu praticamente fui levado. Eu estava em São Paulo, numa reunião de trabalho que terminou, e, passando ali pelo Teatro Itália, vi aquele cartaz - eu estava num momento, cambaleando ainda, sem entender o que estava acontecendo comigo - e resolvi entrar. Eu acho que foi um chamamento. E fazia décadas que eu não chorava. Décadas o quê? Fazia... Eu não lembrava. Desde pequeno, eu não chorava, tinha um bloqueio para chorar. E aquela peça de teatro era sobre a vida dele, contava a vida do Chico, a vida dificílima e cheia de provações, a sua fidelidade com Jesus Cristo e o seu trabalho até 3h da manhã, atendendo as pessoas, e depois ainda ia psicografar. Ele chegou a psicografar mais de 430 livros. Milhões de exemplares desses livros foram vendidos e traduzidos para mais de 12 línguas. E esse homem não ficava com um centavo, tudo era doado para entidades assistenciais, para a caridade. Naquele momento em que eu estava repaginando meus valores e assistindo àquela peça, passou um filme pela minha cabeça e eu chorei como uma criança. Terminada a peça, eu fiquei chorando lá, e uma pessoa disse: "Olhe, já terminou, vou ter que fechar o teatro". E eu disse: "Olhe, eu gostaria de conversar com o produtor dessa peça para levar para o meu Ceará, para levar essa mensagem para lá, porque me fez muito bem e eu gostaria que fizesse bem a outras pessoas. E aí, Célia - você sabe dessa história -, veio o Flávio Serra, que, ao mesmo tempo, era o ator principal que interpretava o Chico Xavier, era o produtor, era o contrarregra, era tudo. Ele já partiu para o mundo espiritual. Paraense. O Flávio disse: "Poxa, a gente está até numa turnê pelo Nordeste, no final do ano. Fortaleza não tinha, pois agora tem". E aí, nós levamos essa peça para lá e foi um negócio que não dá para explicar como foi transcendental, como tudo aconteceu. A mídia cearense abraçou de uma forma incrível. Os centros espíritas... Foi um recorde de quase cem anos do Theatro José de Alencar. Ele tinha naquela época 98 anos, e foi o recorde da história do Theatro José de Alencar. A gente teve que fazer sessões extras para acomodar, naquele final de semana, as pessoas que queriam ir. E foi um sentimento de gratidão e de perdão que permeou ali a cidade, o Estado do Ceará, que é a Terra da Luz. O primeiro lugar a libertar os escravos foi o Ceará, quatro anos antes da Lei Áurea. E, não por acaso, é a terra de Dr. Bezerra de Menezes. Mércia foi Presidente e fundou o Centro Espírita Adolfo Bezerra de Menezes Cavalcanti, e nós fizemos sessões aqui no Senado em homenagem a ele também, que é cearense. |
| R | A partir dali, daquele contato, que foi me dando, Senadora Zenaide, um sentido à vida, de levar esse conhecimento às pessoas, essa informação, sem querer absolutamente doutrinar ninguém, mas levar o conhecimento espírita da caridade, da esperança, da fé, do conforto. Veio o filme em seguida, depois da mostra de teatro transcendental, em que a gente reuniu peças do Brasil inteiro que faziam esse tipo de mensagem de fé, de espiritualidade. Fizemos o filme do Dr. Bezerra de Menezes, depois fizemos os dois filmes do Chico Xavier. E cada vez mais essa corrente do bem foi crescendo. Ao Chico Xavier eu só tenho a agradecer, pela existência dele, pela abnegação dele. Depois eu pude conhecer o quartinho em que ele morou em Uberaba, nem banheiro tem. É um dos caras que tinha tudo para ser o cara mais rico do Brasil, e nem banheiro no quartinho dele tinha, morreu ali. E é um homem que inspira, um grande brasileiro. Então, esse dia de hoje é um dia muito especial pelo qual eu só tenho que agradecer a Deus, aos meus amigos e minhas amigas, aos colegas Senadores, ao Presidente desta Casa, à equipe da Secretaria-Geral da Mesa, ao pessoal que está à frente... Daqui a pouco eu faço questão de falar o nome de todos que também fazem parte desse time de premiações aqui, de projetos especiais do Senado, porque eu tenho certeza de que vai trazer mais luz para esta Casa por onde passam projetos tão importantes para a nação, para esta Casa que cada vez mais precisa se aproximar da sociedade brasileira. Então, esse tipo de iniciativa coloca luz, traz cada vez mais reflexões. E eu tenho certeza de que vai cumprir um papel para que o Brasil seja o coração do mundo, a pátria do Evangelho, como uma obra do Chico Xavier preconizou. Então, eu só tenho que agradecer mais uma vez a presença de cada um de vocês e vamos agora já passar para a cerimônia rápida de entrega dos prêmios, dizendo que, nessa primeira edição, vocês todos, todos nós estamos aqui num momento emblemático do Senado Federal. Um dia nós vamos entender o significado desse passo que esta Casa dá. Que Deus abençoe abundantemente vocês e a família de vocês. Muito obrigado pela oportunidade. (Palmas.) O SR. PRESIDENTE (Veneziano Vital do Rêgo. Bloco Parlamentar Democracia/MDB - PB) - Parabéns, querido Senador Girão. E peço imediatamente a sua gentileza para que retome as conduções dos nossos... (Intervenção fora do microfone.) O SR. PRESIDENTE (Veneziano Vital do Rêgo. Bloco Parlamentar Democracia/MDB - PB) - Não, em absoluto. V. Exa. é o Presidente. Por gentileza. (O Sr. Veneziano Vital do Rêgo deixa a cadeira da Presidência, que é ocupada pelo Sr. Eduardo Girão.) O SR. PRESIDENTE (Eduardo Girão. Bloco Parlamentar Vanguarda/NOVO - CE) - Então, como o meu amigo gosta de dizer, meu amigo Senador Veneziano Vital do Rêgo, sem mais delongas. (Risos.) |
| R | Nós vamos agora aqui iniciar a entrega do diploma aos agraciados e aos representantes das instituições laureadas. Olha o carinho - olha o carinho - que o Senado teve, especialmente o Núcleo de Premiações, Frentes e Grupos Parlamentares... Foi uma surpresa para mim. Desse livrinho aqui, ontem, a gente já tomou conhecimento nos bastidores, e eu disse: "Poxa, que material bem feito, contando a história das instituições". Então, é para vocês levarem e guardarem com muito carinho. E tem também aqui - quero mostrar para vocês - um troféu à Casa da Criança Dr. João Moura, da Paraíba. Todos vão receber igualmente, todas as instituições e as pessoas, a Comenda de Incentivo à Caridade Chico Xavier. Então, nós vamos já iniciar agora... (Intervenção fora do microfone.) O SR. PRESIDENTE (Eduardo Girão. Bloco Parlamentar Vanguarda/NOVO - CE) - Muito bem feita. Estamos no Distrito Federal, estamos aqui em Brasília e vamos, neste momento, anunciar que o Instituto do Carinho será laureado com a Comenda de Incentivo à Caridade Chico Xavier. Fundado em 2011 com o propósito de espalhar amor, acolhimento e solidariedade, o Instituto do Carinho atende, desde a sua origem, crianças vulneráveis de zero a dez anos e, com o passar dos anos, ampliou sua atuação, entre outros, com a criação de um centro de reabilitação. Atualmente, o instituto, comprometido com o cuidado integral do ser humano, oferece ações sociais, educativas, profissionalizantes, esportivas e culturais a aproximadamente 200 crianças e adolescentes de 4 a 17 anos, da região de Ceilândia, no Distrito Federal. Eu convido a irmã, amiga, gigante Senadora Damares Alves, para proceder à entrega do diploma ao Instituto do Carinho, aqui do Distrito Federal, representado, nessa ocasião, pelo Sr. João Henrique Barbosa. Muito obrigado. (Procede-se à entrega da Comenda de Incentivo à Caridade Chico Xavier ao Instituto do Carinho, representado pelo Sr. João Henrique da Silva Barbosa.) (Palmas.) O SR. PRESIDENTE (Eduardo Girão. Bloco Parlamentar Vanguarda/NOVO - CE) - Muito bom. Meus parabéns ao Instituto do Carinho, do Distrito Federal, uma indicação da Senadora Damares Alves, e muito obrigado ao Sr. João Henrique Barbosa, que tem a palavra, por cinco minutos, com a tolerância aqui da Casa, para fazer o seu pronunciamento. Muito obrigado pela sua presença e parabéns! |
| R | O SR. JOÃO HENRIQUE DA SILVA BARBOSA (Para discursar.) - Muito obrigado ao Senador Eduardo Girão, ao Senador Veneziano, à Senadora Zenaide, em especial à Senadora Damares por todo o seu carinho, toda a gentileza com nós do Instituto do Carinho. E aqui eu quero falar não em nome do Instituto do Carinho, mas principalmente em nome das crianças que são atendidas pelo instituto. E quero dizer, em nome delas, que é uma honra estar no Plenário do Senado Federal, falando sobre caridade, falando sobre amor, e principalmente presenciar quatro Senadores da República de distintas religiões, de opiniões diversas, falando e incentivando o bem e a caridade. É, sem dúvida nenhuma, o maior gesto de carinho que o Senado pode demonstrar para o Brasil, de que, mesmo com intenções divergentes, com vontades divergentes, com opiniões divergentes, é possível, unindo força para o bem, para a caridade, fazer e incentivar ações que são positivas e que mudam vidas, principalmente. Quero parabenizar também todas as organizações que aqui estão sendo agraciadas e as pessoas que estão sendo agraciadas. Eu tenho certeza de que nós não estamos aqui representando só nossas instituições, as nossas organizações, e estamos aqui representando milhares de organizações, milhares de pessoas que muitas vezes são completamente desconhecidas da nação, e que realizam um trabalho belíssimo em volta da caridade. E, em especial, para finalizar, eu quero fazer um agradecimento muito especial à Senadora Damares pela sua sensibilidade de ter conhecido o nosso trabalho, de ter conhecido a nossa instituição e incentivar, obviamente, nesse primeiro prêmio, o Instituto do Carinho, mas eu tenho certeza de que isso é algo simbólico para o Brasil e é só o início de uma grande caminhada em volta de incentivo ao bem e à caridade. Então, Senadora, muito obrigado pela sua gentileza. Obrigado ao Senado Federal - e falo em nome das crianças do Instituto do Carinho. Muito obrigado. (Palmas.) O SR. PRESIDENTE (Eduardo Girão. Bloco Parlamentar Vanguarda/NOVO - CE) - Muito bem. Parabéns! É o Senado reconhecendo o trabalho do Instituto do Carinho. E, olha, João Henrique Barbosa, a gente aprende com o Chico Xavier que nada acontece por acaso. Então, olhando aqui... e eu percebo sinais em tudo. Então, Henrique é o nome do meu primeiro filho. E Barbosa é a minha avó, quer dizer, eu tenho a minha avó, que veio do Amazonas, Barbosa. Então, fico muito feliz com isso. Vamos agora, imediatamente... Antes, eu queria só registrar a presença de uma comitiva que chegou agora há pouco aqui. Eu fico feliz pois está conosco aqui a delegação parlamentar da 6ª Comissão de Saúde, Educação, Ensino Superior, Ciência e Tecnologia da Assembleia Nacional de Angola. Então, estamos aqui com o Deputado Manuel Lopes Moniz Dembo, 1º Secretário da Mesa Diretora da Assembleia Nacional, que está aqui ao nosso lado esquerdo. (Palmas.) Deputado Álvaro, 1º Secretário da 6ª Comissão; Deputada Paula Regina Simões de Oliveira, 2ª Secretária da 6ª Comissão; e também a Deputada Fernanda Filomena dos Santos. Muito obrigado. (Palmas.) Sejam muito bem-vindos aqui ao Plenário do Senado Federal. Também registro a presença do Sr. Deputado Federal Rodrigo da Zaeli, aqui, da nossa Câmara dos Deputados; do Sr. Primeiro-Secretário da Embaixada da Zâmbia, Lloyd Kapusa... (Soa a campainha.) |
| R | O SR. PRESIDENTE (Eduardo Girão. Bloco Parlamentar Vanguarda/NOVO - CE) - ... do Sr. Presidente da Comunhão Espírita de Brasília, Adilson Mariz de Moraes. Muito obrigado pela presença. Vamos agora imediatamente... Olhe aqui, olhe o carinho também de que eu falei na primeira parte, olhe o que o Senado produziu! As entidades e as pessoas agraciadas, hoje, com essa primeira Comenda de Incentivo à Caridade Chico Xavier vão levar também esse certificado aqui da Casa. Então, agora vamos lá - vamos lá -, meu querido Senador Veneziano. Com imensa satisfação, comunico a premiação também da Casa da Criança Dr. João Moura, da Paraíba, situada em Campina Grande. A Casa da Criança Dr. João Moura é uma instituição sem fins lucrativos e tem como missão atender crianças em situação de vulnerabilidade. Então, visando à proteção integral de 250 crianças de zero a seis anos, a instituição oferece alimentação e educação, além de ações para as famílias, como entrega de cestas básicas, oficinas, cursos de geração de emprego e renda, entre outros. Então, neste momento, eu convido esse brilhante amigo, meu querido irmão Senador das boas causas Veneziano Vital do Rêgo para proceder à entrega do diploma à Casa da Criança Dr. João Moura, representada nesta ocasião pela Sra. Maria Betânia de Sousa Barros. Muito obrigado. Parabéns! (Palmas.) (Procede-se à entrega da Comenda de Incentivo à Caridade Chico Xavier à Casa da Criança Dr. João Moura, representada pela Sra. Maria Betânia de Sousa Barros.) O SR. PRESIDENTE (Eduardo Girão. Bloco Parlamentar Vanguarda/NOVO - CE) - Neste momento, já concedo a palavra, por cinco minutos, à Sra. Maria Betânia de Sousa Barros, dando-lhe os parabéns por essa conquista. A senhora tem também a tolerância aqui da Presidência. Muito obrigado e parabéns! A SRA. MARIA BETÂNIA DE SOUSA BARROS (Para discursar.) - Muito obrigada. Exmas. autoridades, senhores e senhoras presentes, é com profunda gratidão e emoção que recebo, em nome da Casa da Criança Dr. João Moura, a comenda que leva o nome de Chico Xavier, grande símbolo de caridade em nosso país. Recebê-la não é apenas uma honra, mas também um chamado à continuidade do compromisso com a vida, com a empatia e com as crianças que mais precisam. Com quase 71 anos de fundação, a Casa da Criança Dr. João Moura nasceu de um olhar sensível da saudosa Irmã Maria Aldete do Menino Jesus. Nascida na cidade de Iracema, Maria de Lourdes Maia - de quem talvez a Senadora seja até da família -, a Irmã Maria Aldete do Menino Jesus, sempre nos lembrava que devemos considerar como perdido o dia em que não tivermos praticado um ato de caridade com o próximo, até um sorriso é a nossa caridade. Esta frase dela é tão emblemática e, por muitas vezes, dá o nosso norte, a alma da nossa missão. |
| R | Ao longo desses anos, acolhemos crianças em situação de risco e vulnerabilidade social, oferecendo mais do que abrigo: educação. Também oferecemos amor, respeito e oportunidade. Promovemos atividades pedagógicas, culturais, socioemocionais, sempre com o objetivo de desenvolver o cidadão no futuro, seres humanos íntegros e capazes de sonhar em construir os seus caminhos. A comenda que hoje nos é concedida reconhece não apenas a casa, mas também todos aqueles que, ao longo destes 71 anos, dedicaram a sua vida a cuidar do próximo em silêncio, com humildade, esperança e perseverança; representa também um legado construído a muitas mãos e corações, histórias que nestes anos passaram por nossa instituição e que continuam a nos fortalecer todos os dias. Agradecemos ao Senado Federal e ao Sr. Senador Veneziano Vital do Rêgo - não só a ele, mas a toda a sua família, principalmente seu pai, que foi um grande mentor na continuidade do nosso trabalho, com sua ajuda voluntária em defender sempre a Casa da Criança -, reconhecendo o reforço do nosso compromisso em seguir praticando dia após dia o amor em ação. Eu agradeço imensamente a todo o Senado em reconhecimento não só à Casa da Criança, mas a gente representa todas as instituições filantrópicas de Campina Grande e de todo o país. E que a gente nunca tenha medo de dar um passo. Acorde sempre com disposição de fazer o bem sem olhar a quem. Esses são os esquecidos por uma sociedade que às vezes não lembra, mas nós podemos defender a bandeira daqueles que não são reconhecidos, que são dignos como seres humanos de viver e ter direito. Muito obrigada a todos. (Palmas.) O SR. PRESIDENTE (Eduardo Girão. Bloco Parlamentar Vanguarda/NOVO - CE) - Muito bem! Muitíssimo obrigado, Sra. Maria Betânia de Sousa Barros, por esse trabalho maravilhoso que é feito pela Casa da Criança Dr. João Moura. E é muito importante que a gente relembre - não é, Senador Veneziano? - que essas entidades chegam muitas vezes aonde o Estado não consegue chegar e, então, são fundamentais. Ai, o que seria do Brasil se não fossem entidades como essa?! E você vê o voluntariado engajado, porque a caridade é o amor em ação - caridade é o amor em ação! Então, mais uma vez, meus parabéns a todas essas instituições. E agora, com muita alegria, eu comunico a premiação da Sra. Mércia Maria de Carvalho, in memoriam. A Mércia Maria Almeida de Carvalho foi fundadora da Casa de Caridade Adolfo Bezerra de Menezes, instituição sem fins lucrativos, atuante há 40 anos, ou seja, quatro décadas - olhem que coisa! -, em Natal, no Rio Grande do Norte. A instituição tem a sua principal obra no Núcleo Avançado Dra. Mércia Carvalho, em Massaranduba, que atende semanalmente dezenas de pessoas necessitadas de apoio na área educacional, social e filantrópica. Neste momento, eu convido esta querida amiga Senadora, que defende aqui a vida fortemente, Zenaide Maia para proceder à entrega do diploma à Mércia Maria de Carvalho, in memoriam, representada nesta ocasião pela Sra. Margarete Romeiro Silva de Carvalho. Muitíssimo obrigado. (Palmas.) |
| R | (Procede-se à entrega da Comenda de Incentivo à Caridade Chico Xavier à Sra. Mércia Maria de Carvalho, in memoriam, representada pela Sra. Margarete Romeiro Silva de Carvalho.) O SR. PRESIDENTE (Eduardo Girão. Bloco Parlamentar Vanguarda/NOVO - CE) - Parabéns! Neste momento, concedo a palavra à Sra. Margarete Romeiro Silva de Carvalho, que vai fazer aqui um pronunciamento, por cinco minutos, mas com a tolerância, sempre, desta Presidência, para nos trazer aqui um pouco da beleza dessa figura caridosa, que é a Dra. Mércia, conhecidíssima lá no Rio Grande do Norte e no Brasil. A SRA. MARGARETE ROMEIRO SILVA DE CARVALHO (Para discursar.) - Bom dia a todos. Sr. Presidente e demais da mesa, senhoras e senhores, e todos aqui presentes - e também a espiritualidade maior que conosco, com certeza, está. Para mim foi uma grande emoção e é difícil até encontrar palavras, porque eu tenho particular admiração, sempre tive, por Chico Xavier. Não tive a oportunidade de conhecê-lo. Ele foi para todos, indistintamente, a real visão de amor. Ele plantou e semeou, nos corações de todos, o que Jesus espera de nós. Chico Xavier foi uma pessoa ímpar que, com sua tranquilidade, com sua mansuetude, levou essa doutrina que, para nós que a seguimos, assim eu digo, é um romper de véus, é quebrar as barreiras, porque ela é aberta, e o que move essa doutrina é o amor, a caridade e a união. Porque, quando uma pessoa se propõe a trabalhar pelo bem, ela se entrega por inteiro, e juntamente com ela, vêm os voluntários. Então, essa pessoa está fazendo o que Jesus queria que nós fizéssemos, o bem, plantando, semeando e adubando com as suas atitudes. Assim Chico Xavier o fez. E eu e D. Mércia tínhamos um carinho enorme, tanto que, como inovadora que ela sempre foi, mulher à frente do tempo, ela era um exemplo. Então, o congresso espírita, ela desbravou. No Rio Grande do Norte, era mundialmente visitado esse congresso. E ela fez uma homenagem a Chico Xavier, porque era um homem chamado amor. E eu acho até, da minha parte, uma pretensão da minha pessoa, que conviveu com essa pessoa que está sendo hoje homenageada - e agradeço imensamente... |
| R | É uma emoção, Dra. Zenaide, que a senhora não tem ideia. Senador Girão, vocês não têm ideia da emoção que estou sentindo. Essa mulher abriu mão de muitas coisas. Quando eu digo isso não é porque eu sabia, porque muitas vezes eu estava do lado. Em busca para Massaranduba era a vida dela. Massaranduba era onde ela encontrava o coração. É impressionante que quem entra em Massaranduba sente aquela coisa especial, diferente - e é diferente. Lá tem uma psicosfera diferente. Então ela trabalhava em Natal, pois o centro nosso é em Natal, para acolher pessoas. E hoje o filho dela trabalha comigo, porque nós estamos dando continuidade a isso com os demais voluntários, porque ninguém faz nada sozinho. Agora, alguém tem que ir à frente, tem que estar ali. Neste momento, estou aqui. (Risos.) Então, o Mário Márcio fez o maior desejo dela, que era distribuir alimentos àqueles irmãos vulneráveis. Em Natal, isso hoje é feito e ele quer levar para Massaranduba. Mas, voltando a essa obra maior, como ela assim dizia, de Massaranduba - vou olhar o tempo, porque eu já passei os meus cinco minutos. Eu sou perigosa para falar. O SR. PRESIDENTE (Eduardo Girão. Bloco Parlamentar Vanguarda/NOVO - CE) - Fique tranquila, fique tranquila. A SRA. MARGARETE ROMEIRO SILVA DE CARVALHO - Mas a pessoa dela para mim... Quando ela adoeceu, tudo foi tomando outro rumo, e a minha preocupação era a continuidade daquilo daquela mulher tão pequena, mas que fez um trabalho tão grande. Quem viu Massaranduba antes e depois de Dra. Mércia sabe do que estou falando. Tem um grupo de idosos que conta das pedras que voluntariamente faziam com ela. A história é linda! No dia do desencarne dela, eles olharam para mim e disseram: "Você não vai nos deixar". Eu disse: "Eu me comprometo". Mas obra é muito grande, mas também há muitas pessoas que se surgem boas. É necessário que essas pessoas sejam inovadoras, para que venham pessoas trazendo de dentro de si o bem, porque, se não tiver aquele que vai lá pedir, solicitar àquele que quer dar, mas que no momento ele não tinha como chegar para dar, e ele agradece por ter tido a oportunidade de ajudar. É de suma importância essa homenagem de incentivo à caridade, porque a caridade, uns representam, mas outros estão lá fora em ação, e a gente não vê. Então, eu parabenizo muito, muito essa comenda de incentivo à caridade. Chico Xavier representa, em todos os sentidos, o que Jesus queria que nós fizéssemos. Independentemente de colocação religiosa, nós somos irmãos, nós estamos todos em uma jornada única, para crescer e evoluir, mas não sozinhos, não olhando para a frente, mas olhando para um lado, para o outro, para trás, para o chão, porque temos muito aos nossos lados, não só para pegarmos, mas também para nos sustentar. |
| R | Então, que esta Casa seja sempre sustentada e pautada nesse exemplo que vocês deram e que já foi falado, cada um com a sua... Mas que se unem e se fundem em um sentido maior. E, quando a gente trabalha por um sentido maior, ele cresce, ele se amplia, ele, sim, se torna enorme. E eu acho que é disso que nós estamos precisando, desses momentos felizes, nos quais a gente fica inebriado de amor, de tanto exemplo, porque a gente vê que não está só e que vale a pena amar e trabalhar por aqueles que nós conhecemos e que são nossos irmãos. Muito obrigada a todos. (Palmas.) O SR. PRESIDENTE (Eduardo Girão. Bloco Parlamentar Vanguarda/NOVO - CE) - Muitíssimo obrigado! Eu agradeço demais à Sra. Margarete Romeiro Silva de Carvalho, que, através da sua emoção, trouxe aqui um pouco da história da Dra. Mércia, que eu, Dra. Margarete, tive a oportunidade - ouviu, Senadora Zenaide? - de conhecer pessoalmente, lá em Natal, em um congresso espírita que teve. Vendo a foto dela aqui, eu tenho convicção. E, daqui a pouco, a foto da Dra. Mércia vai estar aqui na tela para registro. A nossa equipe está providenciando, para que venha aqui também na tela a foto dessa existência da Dra. Mércia. Agora, eu já passo, imediatamente, a Presidência desta sessão para a minha querida irmã Senadora Zenaide, para a gente fazer a as próximas entregas. (Pausa.) (O Sr. Eduardo Girão deixa a cadeira da Presidência, que é ocupada pela Sra. Zenaide Maia.) A SRA. PRESIDENTE (Zenaide Maia. Bloco Parlamentar da Resistência Democrática/PSD - RN) - É com alegria que anuncio que a associação Lar Amigos de Jesus, no Ceará, será laureada com a Comenda de Incentivo à Caridade Chico Xavier. A associação Lar Amigos de Jesus, sediada em Fortaleza, desenvolve a missão da solidariedade e da caridade, por meio do acolhimento gratuito e da assistência social, humana e espiritual a crianças e adolescentes com câncer e outras enfermidades. O Lar Amigos de Jesus oferece hospedagem, alimentação, transporte, medicamentos, apoio social, pedagógico, psicológico, lazer, entre outros. A associação se inspira na ideia de curar quando possível, aliviar quando necessário e acolher e consolar sempre. Com imensa satisfação, irei proceder à entrega do diploma à associação Lar Amigos de Jesus, no Ceará, representada, nesta ocasião, pela Sra. Maria da Conceição Dias de Albuquerque; e quem vai entregar é o nosso querido Senador Girão. (Palmas.) Eu queria, aqui, registrar a foto da nossa querida Dra. Mércia. (Palmas.) (Procede-se à entrega da Comenda de Incentivo à Caridade Chico Xavier à associação Lar Amigos de Jesus, representada pela Sra. Maria da Conceição Dias de Albuquerque.) |
| R | A SRA. PRESIDENTE (Zenaide Maia. Bloco Parlamentar da Resistência Democrática/PSD - RN) - Concedo a palavra à Sra. Maria da Conceição Dias de Albuquerque, por cinco minutos - e com tolerância, como diz o nosso Presidente aqui da sessão. E, agora, eu passo... (Pausa.) A SRA. MARIA DA CONCEIÇÃO DIAS DE ALBUQUERQUE (Para discursar.) - Então, bom dia a todos. É o seguinte: é com muita emoção que eu digo para vocês que, por trás disto daqui e aqui dentro, existe uma energia, uma energia que está chegando aqui, neste momento, agora, nesta sessão. As nossas criancinhas estão lá em Fortaleza assistindo... (Manifestação de emoção.) Olhem que lindo! Há um batalhão de voluntários, representados pelo Carlos, que está aqui, e eu fico muito emocionada, porque as nossas crianças estão lá, e nós estamos homenageando as nossas crianças do Lar Amigos de Jesus. E, com essas instituições que estão aqui presentes, só tem energia boa. Então, a gente se sente muito à vontade, muito à vontade aqui, porque nós estamos no meio do qual gostamos, de fazer o bem. Todos estão aqui com o mesmo pensamento, a começar pelo nosso querido Chico Xavier. Mas eu tenho uma palavrinha aqui que é importante. Eu digo para os meninos que estão lá, nossas criancinhas, nossos voluntários, nossas irmãs, a tia Sandra, todos os voluntários, e para cada um de vocês: "Luzes e bênçãos de Deus a todos". Façam assim, ó: "Luzes e bênçãos...". Olhem aqui que coisa linda, gente! Botem a televisão mostrando o pessoal aí. Que coisa linda! As criancinhas que estão aí, façam assim também. Todos que estão lá em Fortaleza, lá longe, estão aqui com a gente também, presentes. Então, eu inicio com a frase do nosso baluarte da caridade, Chico Xavier, mentor desta comenda: "A caridade é um exercício espiritual. Quem pratica o bem coloca em movimento as forças da alma". O Senado Federal, decidindo instituir esta comenda, realiza um exercício de espiritualidade e traz para si o compromisso de valorizar as instituições e as pessoas que se dedicam às ações caritativas, seja na gratuidade de suas vidas, seja na prática do voluntariado, seja, principalmente, na busca de ajudar o próximo em suas diversas necessidades. E, assim, pratica a caridade dita por Chico Xavier, sob o ensinamento do Mestre Jesus à vivência cristã. Agradecemos notadamente ao nosso querido amigo e anjo da guarda, Senador Eduardo Girão, pelo reconhecimento que nos faz jus, pela missão que temos. Ele nos representa muito bem aqui nesta Casa. O Lar Amigos de Jesus desenvolve o apostolado da solidariedade e da caridade. É capaz de transformar nossas vidas e é referência no acolhimento, no apoio, na assistência à criança em tratamento contra o câncer e a seus familiares, oriundos do interior do Ceará e de outros estados do Brasil, tendo sua sede humanizada e estrutura diferenciada. |
| R | É uma instituição acolhedora, na qual existe o compromisso em fazer acontecer a satisfação dos nossos assistidos. Tem a participação de abnegados voluntários que assumem 15 projetos sociais. A sustentabilidade é através de doações, bazares, feiras, campanhas, eventos, com a participação das escolas, universidades, empresas, a sociedade em geral e, também, a igreja, gerando uma responsabilidade social, ambiental e caritativa. Assim, o Lar Amigo de Jesus respira alegria - de novo aí, olha a alegria aqui, gente! -, paz e solidariedade. Todos que estão envolvidos na instituição são felizes, como vocês são felizes nas instituições de cada um, não é? Fazem as crianças e seus pais sorrirem, se sentirem bem. Apesar da enfermidade, são felizes pela dignidade, cidadania, cuidado e carinho que recebem. Todos se dedicam à causa com compromisso e amor. Onde tem amor tem tudo e Deus segue abençoando a instituição. Todos que estão nesta solenidade sintam-se abençoados por Deus pelo bem que fazem, e gratidão ao Senado Federal pelo reconhecimento, mas, em especial, ao nosso querido Senador Eduardo Girão, porque a gente reza muito por ele, e por todos que estão aqui representando o Brasil todo, fazendo as suas leis, mas principalmente tendo o cuidado de colocar de vez em quando uma energia boa assim, como nós estamos aqui. Não é uma energia boa?! Olha aí, muito bem. Que Deus nos conceda a graça de sermos promotores do bem e encontrarmos uns nos outros a força e o poder para que haja um labor de qualidade, na confiança em que Deus não abandona ninguém. Isso nós temos certeza porque nós convivemos com aquelas crianças que nos ensinam muito a presença de Deus em cada um. Vamos, pois, crer na força da união, na justiça social e na fé em Deus para o bem comum e para que possamos bem cumprir a missão que Deus nos deu. Pedimos a todos, agora, que a gente eleve as nossas mãos para o céu aqui e os nossos corações para rezar, vamos rezar essa oração que é universal. É a oração do Pai Nosso, da misericórdia, do bem comum, agradecendo já essa grande presença aqui de Deus em cada um, na pessoa do Chico Xavier. Que todos sintam-se amados por Deus, pelo Senhor, por Jesus e continuem a sua caminhada fazendo o bem. Obrigada, Senhor. Pai Nosso que estais no céu, santificado seja o vosso nome, venha a nós o vosso reino e seja feita a vossa vontade, assim na terra como no céu. [Mais forte, gente]. O pão nosso de cada dia nos daí hoje, perdoai as nossas ofensas, assim como nós perdoamos a quem nos tem ofendido, não nos deixei cair em tentação, mas livrai-nos do mal. Amém. Viva Jesus! (Palmas.) Viva a caridade! (Palmas.) Viva Chico Xavier! (Palmas.) Muito obrigada. |
| R | A SRA. PRESIDENTE (Zenaide Maia. Bloco Parlamentar da Resistência Democrática/PSD - RN) - Girão, antes de passar, anunciando com alegria esse novo in memoriam que o senhor vai entregar, eu queria dizer o seguinte: é muito importante, Girão, uma premiação dessas; faz com que a gente veja que este país precisa, sim, das instituições que não têm fins lucrativos. Eu citaria aqui todas essas que foram mostradas e que tiveram a oportunidade de receber essa comenda. Lembramos as APAEs, as APAEs que fazem um bem maravilhoso a este país. Lembramos, por exemplo, que, no Rio Grande do Norte, tem a Casa de Apoio à Criança com Câncer; tem a Casa Durval Paiva, que cuida também dessas pessoas. E é bom a gente relembrar, dar visibilidade ao Brasil, os abrigos de idosos que a gente tem. Este Congresso e o país têm que ver isso aí, porque eu digo que é como o Girão falou: não é só o Estado brasileiro em si, nós daqui, do Congresso, temos que ter esse olhar diferenciado. Nós podemos, sim, gente, colocar emendas que são importantes para essas associações. Pode não parecer, mas, para abrigo de idosos, para APAEs, para quem protege criança com câncer, que já é um sofrimento grande, é uma maneira... As santas casas, gente... O SR. EDUARDO GIRÃO (Bloco Parlamentar Vanguarda/NOVO - CE. Fora do microfone.) - Pestalozzi. A SRA. PRESIDENTE (Zenaide Maia. Bloco Parlamentar da Resistência Democrática/PSD - RN) - ... todas essas, esse povo que doa o seu trabalho em nome e em defesa dessas pessoas mais carentes e vulneráveis. Eu queria dizer aqui, Girão, que, no meu estado, eu tenho esse olhar diferenciado. Eu tenho emenda para todas as APAEs, para todos os abrigos de idosos, a que, muitas vezes, não dão essa visibilidade, e também a Casa de Apoio à Criança com Câncer, a Casa Durval Paiva, o Instituto dos Cegos. Quer dizer, são pessoas a quem a gente coloca a emenda do mandato, mas cujo mérito é deles, que estão abrindo mão, como Dra. Mércia, como ela que nos presenteou com essa alegria toda, com esse movimento. Eles é quem são os verdadeiros... efetivamente, quem executa o trabalho. E cabe a gente ajudá-los, sim. Mas agora... Você sabia que eu sou Zenaide Maia Calado, mas de "calado" é só o nome. (Risos.) Com alegria aqui, eu quero anunciar que será agraciado o Sr. Francisco Cândido Xavier, in memoriam, neste ato representado pelo Sr. Roberto da Fonseca Braga Silveira e pela Sra. Célia Diniz. Chico Xavier foi um dos maiores humanistas do Brasil, conhecido por sua dedicação ao próximo por meio de diversas ações de caridade e por seu trabalho mediúnico. Psicografou mais de 5 mil cartas e ajudou a consolar milhares de famílias enlutadas. Desde 1927, foram mais de 400 livros psicografados, cujos direitos autorais foram integralmente doados a instituições espíritas e de assistência social, muitas das quais seguem suas atividades, perpetuando o legado de fraternidade e o seu lema: "Fora da caridade, não há salvação". Seu trabalho rendeu indicações ao Prêmio Nobel da Paz, em 1981, 1982, e diversas homenagens, como a Comenda da Paz e o título de Maior Brasileiro de Todos os Tempos. |
| R | Com alegria, farei a entrega da premiação ao Sr. Roberto da Fonseca Braga Silveira e à Sra. Célia Diniz. Passo aqui para o meu colega Girão, que é o propositor. (Palmas.) (Procede-se à entrega da Comenda de Incentivo à Caridade Chico Xavier ao Sr. Roberto da Fonseca Braga Silveira e à Sra. Célia Diniz, representantes do Sr. Francisco Cândido Xavier, in memoriam.) A SRA. PRESIDENTE (Zenaide Maia. Bloco Parlamentar da Resistência Democrática/PSD - RN) - Concedo a palavra ao Sr. Roberto da Fonseca Braga Silveira, por cinco minutos. O SR. ROBERTO DA FONSECA BRAGA SILVEIRA (Para discursar.) - Muito bom dia, muito boa tarde ou muito boa noite, onde quer que estejam nos vendo, né? É um prazer muito grande e uma alegria incomensurável estar aqui, representando o nosso Irmão Chico Xavier, o nosso querido - para mim, um gigante na minha vida, de muito conhecimento, de muita luz. Era quinta-feira da semana passada, eu estava em casa, e Eurípedes, um amigo muito querido, a quem eu conheço já de muitos anos, me manda uma mensagem dizendo se eu poderia representá-lo em Brasília, porque ele não poderia estar presente. Eu sou daqui, sou psicólogo, sou servidor público, tenho uma trajetória dentro do serviço público. Conheço bastante esta Casa, conheço bastante tudo que tem sido vivido aqui nos dias de hoje. E penso, conversando com a minha amiga e irmã Célia, que, se Chico estivesse aqui hoje com a gente, possivelmente o Brasil teria um consolo para poder ouvir alguma palavra, algum direcionamento, diante de tantos problemas que a gente tem vivido aqui na nossa pátria e também no mundo. Atendo muitos casos em consultório e também no hospital onde eu atendo, no serviço público, de famílias que estão sendo esfaceladas, de famílias que estão sendo destruídas por conta de toda essa fase difícil que o mundo tem atravessado. E Chico, sem sombra de dúvida, faz uma falta gigantesca ao mundo, faz uma falta gigantesca não só aos espíritas, porque - Célia muito bem sabe - Chico era rodeado de muitos políticos que o procuravam pedindo orientação, de muitos políticos que o procuravam pedindo sempre algum norte nas suas vidas públicas. Ele era sempre alguém muito presente na vida de muitas pessoas. Então, faz muita falta ele não estar aqui entre nós. Eu, particularmente, não o conheci, mas meu avô e minha mãe estiveram com ele algumas vezes. E eu, por não tê-lo conhecido, fui atrás de todas as pessoas que o conheceram. Então, dali eu pude estudar a vida dele. |
| R | Tenho uma paixão muito grande por estudar a vida de muitos grandes mestres - eu também sou professor, dou muitos cursos -, e Chico Xavier para mim é de uma peculiaridade sem igual, não só na sua humildade, mas na forma como ele se colocava diante do mundo, diante da fama, diante das pessoas. Chico negava tudo isso, como Jesus ensinou, né? Se quer ser o maior no reino dos Céus, seja o menor na terra. Então faz muita falta não tê-lo aqui neste momento, mas existe uma frase que diz mais ou menos assim: para que as estrelas brilhem, o sol precisa se pôr. Então é hora de a humanidade atravessar a sua escuridão, os seus desafios para que a gente agora possa evoluir sem a presença desses seres aqui do nosso lado. Então, quero agradecer muito a meu irmão Eurípedes, que deve estar me ouvindo de casa; agradecer demais a Chico e pedir a ele que, de onde ele estiver, ele possa vir ajudar a nossa nação e ajudar o nosso mundo - não é, Senador Girão? -, em que as coisas não estão fáceis, mas em que certamente com o auxílio dele, que anda assim ao lado de Jesus, a gente poderá pôr fim a tantas divisões e a tantos problemas. É isso. Muito obrigado. (Palmas.) A SRA. PRESIDENTE (Zenaide Maia. Bloco Parlamentar da Resistência Democrática/PSD - RN) - Eu passo aqui a Presidência ao meu colega Girão. (A Sra. Zenaide Maia deixa a cadeira da Presidência, que é ocupada pelo Sr. Eduardo Girão.) O SR. PRESIDENTE (Eduardo Girão. Bloco Parlamentar Vanguarda/NOVO - CE) - Então, muito obrigado. Agradeço à nossa querida irmã Zenaide Maia, Senadora pelo Estado do Rio Grande do Norte, e também a todos os agraciados aqui por este momento tão transcendental, tão mágico desta primeira sessão da entrega da Comenda de Incentivo à Caridade Chico Xavier. Todos os anos, o Senado vai promover pela cultura da paz no Brasil, pelo reconhecimento a essas entidades - são milhares, que fazem um trabalho que a gente não tem ideia. Então, vamos colocar um olhar, reconhecer, incentivar. Esse papel o Senado está cumprindo. Eu quero também agradecer e mandar... Viu, Doutor, meu querido irmão? Eu gostaria muito, se pudesse efetivamente, de a gente mandar um abraço para o Dr. Eurípedes - o Eurípedes, lá de Uberaba. Mande um abraço para ele, por favor, ele que é filho adotivo do Chico Xavier e por quem a gente tem a maior consideração, pois sempre me tratou com muito respeito, muito carinho, e é uma pessoa de bem. Transmita meu abraço para ele, Doutor. Imediatamente aqui, para a gente encerrar ou caminhar para o encerramento deste momento muito significativo aqui da Casa revisora da República, três pessoas vão fazer o uso da palavra e conhecem bem a vida e o trabalho do Chico Xavier, com a repercussão nessa teia gigantesca de caridade pelo Brasil e fora do Brasil. |
| R | O que tem de centro espírita no mundo, de casas assistenciais com o nome de Chico Xavier fora do país, inspiradas por esse grande humanista, esse grande pacifista, não é brincadeira, né? Então, eu quero começar com o Presidente da Federação Espírita Brasileira, o Sr. Jorge Godinho, um homem íntegro, de bem, que tem feito um trabalho nacional e internacional a partir de todo o legado do Chico também. Nós tivemos neste ano... É um ano muito difícil, nesse aspecto, para o movimento espírita, porque partiu outro grande humanista e pacifista, que foi Divaldo Pereira Franco. Inclusive, nós teremos aqui, já deixo anunciado para todo o país... Nós teremos aqui... O Senado Federal aprovou um requerimento de nossa autoria para a realização de uma sessão especial destinada a homenagear o legado humanitário e espiritual de Divaldo Franco. Então, vai acontecer no segundo semestre e a gente vai avisar a todos para a gente prestar essa homenagem no Senado. Eu queria muito que ele tivesse vindo aqui em vida, mas a dificuldade, as provações que ele teve não foram... A gente não conseguiu, mas eu tenho certeza de que a nossa Casa vai prestar essa homenagem a ele agora no mundo espiritual, com a gente aqui em agradecimento a ele. Dr. Godinho, muito obrigado. Jorge Godinho, Presidente da Federação Espírita Brasileira, o senhor tem a palavra por cinco minutos, mas com a tolerância da Casa, tá? Fique à vontade. O SR. JORGE GODINHO (Para discursar.) - Está bem. Muito obrigado, Senador Girão, Presidente desta sessão e Presidente do Conselho da Comenda de Incentivo à Caridade Chico Xavier. Parabenizo, na sua pessoa, os membros, as Exmas. Sras. Senadoras que fazem parte desse conselho e os Exmos. Srs. Senadores por uma iniciativa que permanece nesta Casa, uma iniciativa que traz como relevância o amor, porque, quando falamos em caridade, nós observamos que ela representa o amor em sinergia, o amor em ação. Quando nós falamos em caridade, ela se apresenta de duas formas. Ela se apresenta como a filantropia, que é a caridade material, faz quem tem recursos. E eu ressalto, neste instante, que Chico Xavier não tinha nenhum recurso; entretanto, praticou a caridade material de forma ímpar, nunca lhe faltaram recursos. Isso vem significar que o amor é uma fonte, que quanto mais a gente retira, mais ela cresce em abundância. |
| R | Chico foi um desses exemplos que deixou para nós brasileiros, mas sobretudo para a humanidade, que um dia irá reconhecer, através das suas obras, o seu mediunato, o legado que ele deixa à humanidade. Mas a caridade não se representa apenas com a filantropia, com a caridade material; a verdadeira caridade é a que Jesus nos ensinou, é a caridade moral. É essa que todos podem praticar, independentemente de recursos materiais. E Chico Xavier foi este exemplo: Chico foi benevolente. E a benevolência, que significa boa vontade indistinta para com todos, se apresenta de duas formas: com a virtude da afabilidade e da doçura. O Chico foi afável, o Chico foi doce. Ele soube ser benevolente para com todos indistintamente. Ao mesmo tempo, ele foi indulgente, porque, sobre as imperfeições do próximo, jamais ouviu-se do Chico qualquer comentário a respeito das imperfeições. Ele aceitou como são as pessoas, respeitando-as e, ao mesmo tempo, naqueles momentos da necessidade de perdoar, de ter compaixão, misericórdia, ele assim o fez tantas vezes quantas foram necessárias. Ele teve fidelidade a Jesus de forma muito disciplinada, conforme vimos aqui no vídeo institucional, um compromisso ele assumiu com o seu mentor espiritual de ter disciplina, disciplina e disciplina. E quando ele, fiel a Jesus e ao codificador da doutrina espírita, em especial ao Cristo... Nós vamos verificar que o evangelista João registrou no Capítulo 15, versículo 17, uma ordem para aqueles que são cristãos e que desejam ser discípulos do Mestre. Ele diz assim: "Eu mando"... Depois de ter recomendado que devíamos nos amar uns aos outros, ele diz assim: "Eu mando que ameis uns aos outros". Isso é uma ordem, é uma ordem de Jesus. E aqueles que desejam seguir Jesus devem ser obedientes à ordem que ele nos dá. Então, Chico amou-nos, amou a todos indistintamente, seguindo justamente a coerência, a disciplina e a fidelidade ao Cristo. "Que vos ameis uns aos outros." E é por isso que o Chico é este exemplo de caridade, desse amor e sinergia. Parabenizamos por esta iniciativa, pela escolha do tema e pela personalidade que representa a caridade. E é neste momento em que nós estamos aqui evocando-o em todas as falas, evocando o amor, evocando Jesus, que nós gostaríamos que nesta Casa permanecesse este tema da caridade, esta recomendação, esta ordem de Jesus de nos amarmos uns aos outros, para que nós, brasileiros, aqui representados, possamos exercitar este amor tão necessário nos dias de hoje, em que a paz deve ser comentada, mas sobretudo vivenciada, no momento em que a humanidade a busca, através dos dirigentes de nações, nestes conflitos que vão desde os conflitos interpessoais aos conflitos de nações. |
| R | Então, com estas evocações, com as orações que aqui foram feitas, que neste instante nós possamos também evocar a paz para o nosso país, para esta Casa, para a humanidade inteira, que necessita de que nós criemos uma cortina de vibrações positivas. E Ele nos ensinou que a prece, a oração é a melhor maneira de nós podermos criar essa cortina não contrária, mas a favor do bem, porque, quando o bem não é praticado, vem o mal, que é a sua ausência, e a prece, a oração fortalece a psicosfera daquele que ora, do ambiente que passa a ter essa psicosfera, porque ali se encontram aqueles em oração. E imaginemos nós um país orando em benefício do próprio planeta. Isso acontece neste país, porque é um país cristão, é um país em que, devido às demais denominações cristãs - e isso não importa, porque o que importa é a convergência que todos nós temos para com Jesus, que é o governador espiritual desta terra... Nós devemos, um dia, trabalhar pela fraternidade universal, conforme Ele convocou, para que nós nos reconheçamos como filhos de Deus, irmãos em humanidade, sendo fraternos, praticando a caridade e o amor, conforme Chico fez. Parabéns à Casa, parabéns ao Senador Girão, que teve essa iniciativa, a todos os Senadores que fazem parte desse conselho! Que nós possamos ter outros momentos como este, para que aqui nesta Casa também se pense, se vibre positivamente - não que ela não vibre positivamente - e que se tenham momentos como este, que fogem um pouco da rotina da Casa, mas que, com certeza, trazem vibrações positivas para fortalecê-los nas tarefas que os senhores desempenham. Muito obrigado, muita paz a todos, e que Jesus nos abençoe sempre. (Palmas.) O SR. PRESIDENTE (Eduardo Girão. Bloco Parlamentar Vanguarda/NOVO - CE) - Amém. Muito obrigado. Muito obrigado, meu amigo Jorge Godinho, Presidente da Federação Espírita Brasileira. Também cumprimento o nosso querido João Rabelo, que é Diretor da Federação Espírita Brasileira. Muito obrigado por sua presença. O penúltimo orador aqui, nesta sessão, será o Sr. Marco Aurélio Rosa, trabalhador do Movimento Espírita. Por favor, escolha a tribuna e fique à vontade. O senhor tem a palavra por cinco minutos, com a tolerância aqui da Casa, para fazer o seu pronunciamento, o senhor que conhece bem também a história e o legado de Francisco Cândido Xavier. Muito obrigado. O SR. MARCO ROSA (Para discursar.) - Sr. Senador Eduardo Girão, Presidente da Comissão dessa comenda, na pessoa de quem eu cumprimento os Senadores e as Senadoras desta nossa prestigiada Casa, deste nosso local, um espaço de convivência em que eu tive a oportunidade, durante alguns anos, de laborar, eu estou numa situação difícil, porque estou falando depois do Presidente da Federação Espírita, que é meu chefe, meu companheiro, meu amigo de trabalho, mas eu venho trazer uma reflexão - cumprimentando-o, evidentemente, pela comenda - sobre Chico Xavier. |
| R | Em O Livro dos Espíritos, Kardec pergunta à Equipe do Espírito da Verdade qual é o objetivo do espiritismo e os espíritos benfeitores respondem à Kardec dizendo: "A transformação moral de cada um de nós". Se um de nós tiver mudado um aspecto da nossa conduta moral, já terá valido a pena todo o trabalho que a Equipe do Espírito da Verdade fez para trazer o espiritismo. A partir daí, nós vemos o objetivo qual era, que tem como direcionador, como norte, como bússola - e não podia ser diferente dessa nossa transformação moral -, o Evangelho de nosso Senhor Jesus Cristo, que está, à luz dos princípios espíritas, colocado na monumental obra, na indispensável obra, nesse nosso roteiro de mudança, de transformação, conhecida como O Evangelho Segundo o Espiritismo, em que Kardec, tomando do Evangelho, faz as análises à luz dos princípios espíritas e nos deixa reflexões profundas de como fazer este trabalho. E lá ele trabalha dois aspectos do Evangelho de Jesus muito importantes. Um é o que está em Lucas, que é a parábola do bom samaritano, em que, de forma resumida, devido ao tempo, Jesus dizia que um viajante descia de Jerusalém para Jericó, descia da cidade da espiritualidade para a cidade da materialidade, que era Jericó naquela época. Esse viajante é atacado e é largado machucado. E o sacerdote passa e não o atende. E o levita, que era o defensor de todas as questões espirituais, passa e não o atende. Mas o samaritano, que era rejeitado, passa e o atende: leva, coloca, consola o viajante e deixa o dinheiro para que ele fosse atendido. E em outra parábola, num outro ponto, já em Mateus, Capítulo 22, Jesus responde aos fariseus: "Amar a Deus acima de todas as coisas e ao próximo como a ti mesmo". Quando nós olhamos a trajetória de Chico Xavier, nós vemos essa figura ímpar tratando dessas duas passagens do Evangelho de forma sublime. Chico Xavier representa o atendimento àquele que ele não conhece. Passou a sua vida toda atendendo milhares de pessoas, em infinitas noites e tardes, em Uberaba, acolhendo os desafortunados, acolhendo as mães e os pais que buscavam consolo sobre a partida dos seus filhos, sobre os seus entes queridos, acolhendo pessoas em comentários sobre o Evangelho de Jesus, consolando e abraçando, indistintamente, não perguntando a religião, não perguntando a origem, não perguntando a raça, seja lá quem for, todos! Ele sempre usou do "amar ao próximo como a ti mesmo" e usou do atendimento do samaritano sem perguntar quem era, mas atendendo na plenitude do amor a que o nosso Presidente da federação fez referência anteriormente. É este Chico que emerge nesta comenda, porque aqueles que estão sendo homenageados também estão atendendo a todos indistintamente - que é o que nós estamos precisando no mundo de hoje. Em 2002, convidado por uma revista espírita que na época ainda existia, hoje já não existe mais, nós publicamos um artigo falando dos dois anos da partida de Chico Xavier. E, quando nós fomos escrever o artigo, eu me lembro de que eu tinha visto uma entrevista antiga do Chico. Todo mundo aqui ou a maioria das pessoas deve lembrar o sucesso que foi o Programa Pinga-Fogo, em 1976, na extinta TV Tupi. Anos depois... |
| R | (Intervenção fora do microfone.) O SR. MARCO ROSA - Em 1971. Anos depois, Chico Xavier dá uma entrevista e uma repórter pergunta a ele assim: "O que o senhor gostaria de ter diferente na sua vida?". E ele responde: "Eu tive tudo que eu merecia [como ele sempre falava], mais até do que eu merecia, mas, se eu pudesse de novo estar no corpo, eu gostaria de ter uma família". Eu guardei aquilo, durante anos, fiquei pensando naquilo e imaginei - e colocamos no artigo - as noites que o Chico devotou para nós, os dias, feriados, festas em que nós estávamos com a família, lembrei-me das festas de Natal com a minha família até hoje, e ele talvez estivesse sozinho psicografando, dedicando-se, com amor ao próximo, a essa obra maravilhosa dele, mais de 400 obras que ainda não foram devidamente entendidas, analisadas, aprofundadas pela sociedade, tamanha a riqueza de conhecimento e de consolo que há nessas obras. Fiquei pensando nos dias de festa de Páscoa, de almoço, de Sexta-Feira Santa, dias de viagem com a família que ele não teve, e que nós temos, com as nossas famílias, com os nossos amores, mas em que ele estava se dedicando a nós para que hoje, no momento de dor, da minha dor, da nossa dor, da dor alheia, eu pudesse pegar o livro, olhar e ser consolado pela sua psicografia, pela sua dedicação. Aos poucos, vamos tomando conhecimento dos inúmeros casos de pessoas que ele acolheu indistintamente, que ele amou, que ele serviu, que ele abraçou, mas principalmente do silêncio que ele teve nas agressões que sofreu, naquilo pelo que passou, nos problemas de família que teve, naquilo por que lutou para nos deixar um exemplo de dedicação ao próximo, o que, repito - encaminhando-me para o final -, é um exemplo de amor ao próximo. Em nome de Jesus, que todas as organizações aqui homenageadas, o que a comenda se propõe anualmente a fazer, façam, no silêncio das suas lutas, como ele fez, a sua transformação moral, o seu trabalho de construção íntima na tessitura da sua túnica nupcial, como ele fez diariamente servindo ao próximo! Quedo-me a pensar na luta de cada um dos que estão sendo homenageados, nos dias de luta, de amargura, como disseram aqui, de pagar a conta, correr atrás, atender o Ministério Público, atender todas as leis, tudo aquilo que existe, formatar, acolher de madrugada, de dia, de noite, em feriados, sem dia, sem hora. Isso chama-se amar a Deus acima de todas as coisas e ao próximo como a ti mesmo. Parabéns a todos! Deus os abençoe! Parabéns, Senador, pela propositura e, por gentileza, cumprimente os nossos Senadores e as nossas Senadoras por essa feliz iniciativa, por esse exemplo que dá à sociedade brasileira do valor do amor ao próximo e da caridade de que nós estamos tanto precisando nos dias de hoje. Jesus conosco sempre! (Palmas.) |
| R | O SR. PRESIDENTE (Eduardo Girão. Bloco Parlamentar Vanguarda/NOVO - CE) - Amém. Assim seja. Muito obrigado, querido irmão Marco Aurélio Rosa, trabalhador do movimento espírita. Para encerrar a nossa sessão, eu quero chamar aqui uma pessoa que teve a oportunidade, a bênção de conviver um pouco com o Chico Xavier e de receber a caridade moral do Chico Xavier, o conforto que ele trouxe com seu trabalho humanitário, a esperança. Eu tive a oportunidade de estar com essa pessoa - olhem só que coisa importante, as “jesuscidências” que tem - agora, na Itália. Nós fomos aqui, numa comitiva pequena do Senado, nos encontrarmos lá com o Papa Leão XIV, no encontro do Jubileu dos Governantes. E já estava marcado um evento há muito tempo, sobre o qual eu já tinha me comprometido com ela, que era um festival de cinema sobre imortalidade da alma. E, curiosamente, houve o encontro com o Papa no sábado de manhã e, à noite, esse festival - eu tive a oportunidade de estar em Roma de manhã e, no final da tarde, de ir dormir em Assis, terra de Francisco de Assis. E foi muito importante, Célia, ter te encontrado lá e ter a oportunidade... A gente nem se programou, as coisas... Foi muito corrido tudo. E este evento aqui acontece poucos dias depois. E a Célia fez um testemunho para cerca de o quê? Tinha umas 200 pessoas ali mais ou menos. E o curioso foi que eu perguntei quem era brasileiro. Era um festival de cinema brasileiro e italiano sobre imortalidade da alma. A metade levantou a mão dizendo ser brasileiros, a outra metade levantou a mão dizendo ser italianos. Então, são as culturas se entrelaçando. E o Chico Xavier era um dos protagonistas lá do filme com a história da Célia Diniz, da família da Célia, que inspirou uma produção brasileira chamada As Mães de Chico Xavier, o filme brasileiro que encerrou as comemorações pelo centenário desse grande humanista e pacifista. Célia Diniz, minha querida irmã, ocupe a tribuna e passe um pouco para as pessoas que não conhecem bem Chico, que só têm uma ideia de um homem bom, o que ele foi, mas você teve a oportunidade... Passe para a gente um pouco desse sentimento da importância do legado dele, especialmente para a caridade, sobre o que o Senado hoje está fazendo aqui esta iniciativa iluminada. Muito obrigado pela sua presença. Ela veio de Pedro Leopoldo. Veio ontem? A SRA. CÉLIA DINIZ - Hoje cedo. O SR. PRESIDENTE (Eduardo Girão. Bloco Parlamentar Vanguarda/NOVO - CE) - Hoje cedo, saiu da terra do Chico, ali vizinho a Belo Horizonte, onde o Chico nasceu. E eu gosto de brincar com ela: um dia, eu não sei se nesta vida ou na próxima, eu vou ver aquela terra, com todo o respeito a Pedro Leopoldo, que levou o desenvolvimento para a região ali do norte de Minas, mas ele nem nasceu e nem faleceu lá em Pedro Leopoldo... Então, quem sabe um dia essa terra, aquela cidade vá se chamar Chico Xavier. (Risos.) |
| R | A SRA. CÉLIA DINIZ (Para discursar.) - Boa tarde a todos e a todas. É com muita alegria que agradeço o honroso convite e louvo, Eduardo, sempre, o seu trabalho, que reconheço, há décadas, como sempre na seara do bem. Ao cumprimentar o senhor, Exmo. Senador Luis Eduardo Girão, Presidente desta sessão, cumprimento todos os demais Senadores e Senadoras presentes, todos os Parlamentares e todos os funcionários desta Casa. Saúdo a presença do Presidente da Federação Espírita Brasileira, digníssimo Sr. Jorge Godinho, e estendo a minha saudação aos demais presentes hoje. A honra que me engrandece hoje, gente, e me dignifica, é devida a uma honra muito anterior a esta, a de ter nascido na terra de Chico Xavier e de ter convivido com ele desde a minha mais tenra infância, porque o meu pai, Manoel Diniz, trabalhava no mesmo órgão público em que o Chico Xavier era Secretário. Então, a minha convivência com o Chico foi incrível e maravilhosa. O Senador Eduardo Girão foi muito inspirado ao instituir uma Comenda de Incentivo à Caridade com o nome de Francisco Cândido Xavier, porque Chico viveu a caridade em seu sentido mais amplo e foi fonte de inspiração para o surgimento de, aproximadamente, 2,5 mil instituições caritativas no Brasil e no exterior, para as quais ele doava os direitos autorais de todas as suas obras. Poderia ter ficado riquíssimo se delas tivesse tirado proveito, mas morreu pobre, como pobre nasceu. Então, além das instituições criadas por inspiração do Chico, existe aquele trabalho que o irmão ali lembrou, o desconhecido, o anônimo. Além dessas instituições, meus irmãos, milhares de mães enlutadas recebiam do Chico a receita para a superação das suas dores. E a receita era: "Minha irmã, faça algo por alguém. Preencha, com o trabalho na seara do Mestre, esse vazio que está hoje no seu coração." E assim, milhares de joelhos se levantaram das proximidades dos túmulos de seus entes queridos para caminhar em busca da infância abandonada, da velhice desvalida, dos adoecidos do corpo e da alma. Milhares de corações conseguiram superar essa que é uma das piores dores do mundo, que é sepultar um filho. O evangelista Mateus, em seu capítulo 14, nos conta sobre uma noite extraordinária da vida de Jesus, em que ele passava em frente ao Palácio de Herodes. E ele sabia que, naquele momento, a cabeça do seu querido primo João Batista estava sendo oferecida a Salomé. E Jesus sai daquele lugar e continua a sua caminhada com seus discípulos. |
| R | Ele estava triste, ele estava cansado, o dia tinha sido muito exaustivo, e Jesus pede aos discípulos que atravessem com ele o lago. Ele queria um lugar para ficar sozinho um pouco. Jesus queria ficar um pouquinho entregue à tristeza da partida do seu querido primo. Mas quando ele chega à outra margem, uma multidão enorme o aguardava e ele esquece todo o cansaço, toda a tristeza, toda a dor e se entrega àquela multidão. Depois de horas conversando e curando, os discípulos dizem: "Mestre, esse povo todo está com muita fome. Eles precisam ser dispensados para ir embora procurar comida, porque aqui onde a gente está não existe modo de alimentar ninguém. Vamos despedi-los, mestre." Mas Jesus não os despede, Jesus multiplica pães e peixes e alimenta mais de cinco mil pessoas. A palavra usada pelo evangelista Mateus é para dizer que Jesus é tomado de compaixão. É isso que o evangelista escreve: "E Jesus, tomado de compaixão, atendeu a toda aquela multidão." A palavra compaixão, nessa passagem, tem um significado mais profundo, que até foge ao nosso entendimento. Significa que Jesus atendeu àquelas pessoas não por obrigação, significa que Jesus atendeu àquela multidão porque sentiu a dor da multidão, porque sentiu a aflição da multidão. E tão profunda era a compaixão que Jesus sentiu que ele sentia, nas próprias entranhas, a necessidade daquele povo. Esta era a essência da missão de Jesus: unir-se ao outro e ser com o outro um só. Como ele disse, "eu e o Pai somos um"; como ele disse aos discípulos, "quero ser um com vocês", ele se sentia um com a multidão. Esta é a essência do trabalho de todas as instituições laureadas aqui hoje: esquecerem-se de si próprias e se entregarem ao outro - à criança, ao idoso, aos desamparados. Entregarem-se não porque têm obrigação de trabalhar por Jesus, mas se entregarem ao trabalho porque vocês se sentem como parte daqueles necessitados. Assim fez Chico Xavier também. Chico disse um dia: "As pessoas que se aproximam de mim querem ler o Evangelho em minhas atitudes." E eu li, eu li centenas de vezes. Eu pude ver o Evangelho emergindo das atitudes daquele homem tão santo, tão sábio, tão simples e tão carinhoso. |
| R | As atitudes do Chico sempre refletiam a conduta do que podemos chamar de um homem de bem. Eu li o evangelho que emergia daquele coração amoroso, que vinha em direção aos nossos corações sofridos, quando nós buscávamos o Chico querendo encontrar Jesus; e encontrávamos. Encontrávamos naquela empatia, que eu não compreendo até hoje. Quando eu chegava lá, com o meu coração destroçado pela partida do meu filhinho caçula de três anos, ele abria os braços e, em vez de pensar: "Poxa, ela nasceu na família espírita; poxa, ela tem os pais dela lá como exemplo de superação da dor"; em vez de ele pensar: "Por que ela ainda vem aqui? Por que ela não deixa o lugar para aqueles que estão conhecendo a consolação da doutrina espírita agora?"... Ele podia até pensar isso, porque eu pensava isso. No entanto, gente, ele abria os braços, com os olhos lacrimejando, e falava assim: "Ô, minha filha, como está doendo no nosso coração a saudade do filhinho, não é?". Como Jesus chorou Lázaro, o Chico chorava a nossa indigência espiritual, o Chico chorava o nosso amor apegado, o Chico chorava conosco a nossa dificuldade em vencer os desafios da vida. E foi assim que eu li nas atitudes dele as atitudes de um cristão. Foi assim que eu li a extraordinária compreensão com a qual ele nos acolhia, aceitando a nossa insignificância, aceitando a nossa indigência espiritual, porque ele acreditava que um dia nós também seríamos anjos. A esposa de um pastor evangélico da Pensilvânia que se chamava Joanna Weaver escreveu uma extraordinária obra - e eu queria que a Damares ainda estivesse aqui para perguntar se ela conhece essa obra. Ela escreveu Como ter o Coração de Maria no Mundo de Marta. Eu estava conversando com a querida irmã lá no seu gabinete, Eduardo, dizendo que Maria era aquela irmã de Lázaro que se ajoelha aos pés de Jesus, quando ele chega a Betânia, e fica lá embevecida pelos ensinamentos do Mestre. E Marta era a irmã que ia ter que cuidar da casa toda, da alimentação, das visitas e de todo mundo. E Marta reclama com Jesus: "Mestre, não vai pedir que a Maria me ajude? Tem muita coisa para fazer." E Jesus fala: "Marta, a Maria escolheu a melhor parte", que era cuidar também das coisas espirituais. E essa pastora escreve um livro que junta a necessidade de a mulher de hoje ter um coração de Maria, mas estar no mundo de Marta; saber cuidar das coisas da Terra e cuidar das coisas do Céu. |
| R | E, lá neste livro, eu li uma informação importante que ela traz: de mil pessoas, uma lê a Bíblia; as outras leem os cristãos. E é verdade. Nós líamos, em Chico Xavier, a caridade em ação. Nós líamos milhares de vezes. Nele, víamos alguém capaz de mergulhar nas profundezas do amor. E, nesse ponto, ele é o nosso exemplo. É só esquecendo os nossos sonhos pessoais, os nossos projetos pessoais, os nossos interesses pessoais, as nossas necessidades pessoais e nos entregando àquela obra que nos dignifica e engrandece que nós conseguiremos viver esse legado que o Chico Xavier e tantos outros nos deixaram. Certa vez, o espírito Emmanuel, guia de Chico Xavier - aliás, em uma das suas existências anteriores, uma existência muito longínqua, assim como os senhores, Publius Lentulus foi também um Senador do Império Romano -, relata a sua belíssima história no livro que ele ditou a Francisco Cândido Xavier, no livro chamado Há Dois Mil Anos, onde nós podemos ver todo o nascimento do cristianismo primitivo. O Senador romano é mandado para Jerusalém para cuidar daquela confusão que um certo galileu estava fazendo lá. Então, a gente vê todas aquelas lutas dos primeiros cristãos. É um livro maravilhoso, e nós recomendamos veementemente a leitura. Chama-se Há Dois Mil Anos. Os anos, as décadas, os séculos se sucederam. E vamos encontrar o Emmanuel em 1931, aparecendo para o Chico Xavier num açude da nossa cidade de Pedro Leopoldo, dizendo: "A partir de agora, eu cuido da sua missão". E o tempo foi correndo, as coisas muito difíceis para o Chico, e um dia ele pergunta para Emmanuel sobre um determinado acontecimento que havia prejudicado muito o Chico. Ele diz: "Emmanuel, por que o senhor não me protegeu hoje?". E Emmanuel fala com ele assim: "Você acha que quem o protege somos nós, ou seja, somos nós os Espíritos Superiores? Quem o protege são as mãezinhas desencarnadas dos presidiários que você visita todos os domingos. Elas o protegem para que nada de mau lhe aconteça e para que você possa continuar levando aos filhos delas o amor que elas não podem mais levar pessoalmente". É a força do amor, sempre! Sempre será a força do amor! |
| R | Você me pediu, querido amigo, que me estendesse mais um pouco, mas eu não vou me estender. Perdoe-me. Permitam-me encerrar com uma oração de Emmanuel. [...] Senhor, rumo à Era Nova, nós - gotas pequeninas de inteligência no oceano da infinita sabedoria de Deus, - partilhamos os lances aflitivos da terra traumatizada por angústias apocalípticas, em busca de paz e renovação, trabalhando pelo mundo melhor, na certeza de que permaneces conosco e de que, como outrora, diante da tempestade, repetirás aos nossos ouvidos, tomados [hoje] de inquietação: - "Tende bom ânimo! Sou eu, não temais". A vitória final é do Evangelho. Muito obrigada. (Palmas.) O SR. PRESIDENTE (Eduardo Girão. Bloco Parlamentar Vanguarda/NOVO - CE) - Muito bem. Querida irmã Célia Diniz, que veio de Pedro Leopoldo, terra em que Chico Xavier nasceu, para fechar aqui esse evento hoje. Muito obrigado, Célia, por sua presença. Eu gostaria de informar também que o Senado Federal aprovou o Dia Nacional do Espiritismo. Foi aprovado! Já foi aprovado na Câmara dos Deputados também e virou lei no Brasil, dia 18 de abril, o dia em que foi publicado O Livro dos Espíritos, de Allan Kardec, é o Dia Nacional do Espiritismo aqui no Brasil. Para fechar a sessão mesmo, eu solicito à Secretaria-Geral da Mesa a exibição de um pequeno vídeo com a mensagem desse homem que nos proporcionou, que tanto inspirou a caridade e que, de uma certa forma, tem as digitais dele aqui nessa comenda em homenagem a tantas instituições que fazem o bem sem olhar a quem em todo o território nacional e até fora do Brasil. Então, Secretaria-Geral da Mesa, por favor, pode colocar o vídeo. (Procede-se à exibição de vídeo.) (Palmas.) |
| R | O SR. PRESIDENTE (Eduardo Girão. Bloco Parlamentar Vanguarda/NOVO - CE) - Não precisa falar mais nada, não é? Encerramos com a voz do Chico, com uma mensagem sobre a importância da caridade. Então, eu quero agradecer, só agradecer a presença de cada um de vocês aqui presentes, quem está nos assistindo em casa, nos ouvindo. Esta sessão vai ficar aqui, nas redes sociais do Senado Federal para a eternidade. Também eu quero parabenizar as instituições hoje, essas cinco instituições ou pessoas que foram agraciadas com a primeira edição da Comenda de Incentivo à Caridade Chico Xavier. Mas antes eu tenho que agradecer, mais uma vez, ao Presidente do Senado, Davi Alcolumbre, por ter feito acontecer este momento. Agradeço à sempre atenciosa Secretaria-Geral da Mesa, ao Danilo, que é o Secretário-Geral, à Lilia, que está aqui, ao meu lado, secretária da sessão, desde o início, com muito carinho e atenção para com esta sessão. Ao Walmar, à Daysa, à Jessica, à Vanessa, ao Marcelo, ao Zezinho, ao Jaerson Souza, ao Edinaldo, ao Waldir, ao Silvanio. Ao pessoal do painel eletrônico, ao Gabriel Lima, ao Eduardo Marinho, ao Sostenes de Paula, ao Marquinhos. À Secretaria de Polícia Legislativa, ao Adriano Gomes, ao Jorge da Conceição, ao Freitas, à Carol, ao Thales, à Patrícia Castro, ao Tiago Birman, ao Vitor José, Adevilson, Johny, Lafontaine. À Secretaria da Taquigrafia, ao Armando Menezes, à Karla Mancilha, à Vivianne Nunes. No áudio, ao Wagner Porto, ao Clair Rezende, ao Matheus, ao Antonio Carlos, ao Márcio Gleyson, ao Ricardo. À Gráfica do Senado, que fez aqui este trabalho com tanta competência, não é? A todos que produziram este material que entra para a história, que cada um recebeu aqui, este livrinho, não é? Então, ao Rafael, que é o Diretor. À TV Senado, ao Daniel Nogueira, ao Francisco Cosme, ao Iran Nunes, ao Daniel Henrique. À Brigada de Incêndio, ao Vilmar Lima, ao Edvar Souza. Ao pessoal do Senac, à Magda, ao Claudinei, à Alessandra, à Sirlene, ao Romério, ao Adilson, ao Delreis, ao Marco, ao Ivanir, ao Alecsander, ao Felipe, ao Narciso, ao Adriano, ao Eneas, Sirlene, Alessandra, Michele. Serviços Gerais, Vanjia e Imar. E Relações Públicas, Daniel, Sarah, Ramena, Mariana, Adriana, Patrícia, Henrique, Paula, Simonete, Thomas Jefferson. |
| R | Com muita alegria, com muita honra e gratidão no coração, cumprida a finalidade desta sessão de entrega da Comenda de Incentivo à Caridade Chico Xavier 2025, agradeço mais uma vez às personalidades que nos honraram com a sua participação e convido todos os agraciados para uma foto final conjunta à frente aqui da mesa. Está encerrada a sessão. Que Deus abençoe a todos. Jesus no comando. Muito obrigado. (Palmas.) (Levanta-se a sessão às 12 horas e 52 minutos.) |

