Notas Taquigráficas
3ª SESSÃO LEGISLATIVA ORDINÁRIA
57ª LEGISLATURA
Em 15 de agosto de 2025
(sexta-feira)
Às 14 horas
91ª SESSÃO
(Sessão Especial)
| Horário | Texto com revisão |
|---|---|
| R | O SR. PRESIDENTE (Eduardo Girão. Bloco Parlamentar Vanguarda/NOVO - CE. Fala da Presidência.) - Sob a proteção de Deus, iniciamos nossos trabalhos. Eu declaro aberta esta sessão especial, que foi convocada em atendimento ao Requerimento nº 371, de 2025, de autoria desta Presidência e de outros Senadores, aprovado pelo Plenário do Senado Federal. Quero aproveitar a oportunidade para agradecer ao Presidente da Casa, Senador Davi Alcolumbre, que pautou essa homenagem a um grande brasileiro, a um inesquecível pacifista e humanista do Brasil e do mundo, Embaixador da Paz pela ONU. Sim, esta sessão é destinada a homenagear o legado humanitário e espiritual de Divaldo Pereira Franco. Com muita alegria, com muita honra, agradecendo a presença de cada um de vocês aqui no Plenário desta Casa revisora da República, que tem 201 anos, e agradecendo também a quem está nos assistindo, eu tenho a felicidade de convidar, para compor a mesa desta sessão especial, os seguintes convidados: a Sra. Regiane Alves, atriz que interpretou Joana de Ângelis no filme Divaldo, O Mensageiro da Paz, (Palmas.) - muito obrigado pela sua presença, Regiane -; o Sr. Jorge Godinho, Presidente da Federação Espírita Brasileira, (Palmas.) - muita gratidão, querido Godinho, pela sua presença também -; a Sra. Desembargadora Maria Piedade Bueno Teixeira, Desembargadora Federal do Trabalho e colaboradora da Mansão do Caminho, representando o Presidente Mário Sérgio, (Palmas.) - muito obrigado, Desembargadora Maria - nome forte, Maria Piedade, tudo a ver -; também o meu amigo e irmão, o Sr. Waldir Beira Júnior, Presidente do Conselho para Assuntos Econômicos e Fiscais do Centro Espírita Caminho da Redenção, que é a mantenedora da Mansão do Caminho, e amigo do Divaldo há 45 anos. (Palmas.) |
| R | A Presidência informa que esta sessão terá também a participação dos seguintes convidados que vão fazer uso da palavra, se quiserem, na tribuna do Senado: o Sr. Clovis Mello, roteirista e diretor - eu sou suspeito para falar - de um filme encantador, com produção brasileira - Clovis se dedicou de corpo e alma e fez uma obra-prima que está repercutindo no mundo inteiro; muito obrigado pela sua presença, Clovis Mello (Palmas.) -; a Sra. Nísia Anália, autora do livro Divaldo Franco, a terra boa! - muitíssimo obrigado também pela sua presença (Palmas.) -; o Sr. Haroldo Dutra, Juiz de Direito do Tribunal de Justiça de Minas Gerais, escritor, tradutor, conferencista, que já esteve outras vezes aqui conosco em sessões que o Senado fez em homenagem a Chico Xavier, Dr. Bezerra de Menezes, Allan Kardec - Haroldo Dutra está lá nos Estados Unidos e vai participar de forma remota daqui a pouquinho; um grande abraço (Palmas.) -; e a Sra. Daniela... O nome dela... É uma irmã querida. Esse nome eu ainda vou acertar, mas, se você puder me dizer, eu já acerto agora. A SRA. DANIELA MIGLIARI (Fora do microfone.) - Migliari. O SR. PRESIDENTE (Eduardo Girão. Bloco Parlamentar Vanguarda/NOVO - CE) - Daniela Migliari, que é jornalista e autora do livro Divaldo o mensageiro da paz, bastidores desse filme espetacular. Ela também me apresentou lá atrás algo a que eu sou muito grato, que é a constelação familiar. Muito obrigado por isso e muito obrigado pela sua presença também, Daniela. (Palmas.) Eu convido todos vocês para que, em posição de respeito, acompanhemos juntos o Hino Nacional, que será interpretado pelo Coral Elos de Luz. Também muito obrigado pela presença de vocês. (Procede-se à execução do Hino Nacional.) (Palmas.) |
| R | O SR. PRESIDENTE (Eduardo Girão. Bloco Parlamentar Vanguarda/NOVO - CE) - Parabéns! Parabéns pela luz que vocês trazem aqui, o Coral Elos de Luz, nesta sessão tão emblemática, tão simbólica! Quem conhece Divaldo Franco, quem teve a oportunidade de conhecê-lo sabe o quanto ele ama o Brasil, o quanto ele tem um carinho especial por esta nação. Eu quero dar um testemunho rápido. Em alguns momentos - eu estava até falando em uma entrevista ali fora para a TV Senado -, eu queria muito, nesta Legislatura - cheguei aqui em 2019 -, e algumas vezes tentei trazer o Divaldo aqui para fazer, utilizar... Mas, às vezes, ele adoecia ou estava com um compromisso, e não deu para encaixar. É porque não tinha que ser. Tudo no tempo de Deus. Mas ele fez algo que eu vou depois relembrar com vocês aqui ao longo desta sessão. Ele gravou um vídeo especialmente para o Senado Federal, para uma sessão que nós fizemos aqui sobre o espiritismo, e eu vou, daqui a pouco, colocar esse vídeo que ele fez diretamente para a nossa Casa aqui, para as pessoas que participavam do evento. |
| R | Divaldo para mim, em alguns momentos da minha vida, foi crucial nessa existência. Em momentos chaves, ele foi ali... Eu fui a Salvador, saí de Fortaleza... E ele foi como um pai para mim. Então, muita gratidão a Divaldo Pereira Franco. Tenho convicção de que ele está nos amparando, amparando este país, que ele ama tanto no mundo espiritual. Quero agradecer à Secretaria-Geral da Mesa; a toda essa equipe competente, que, com muito carinho, organizou esta sessão; à Tallita, do nosso gabinete também; à nossa equipe, porque é um trabalho em conjunto; ao Rabelo, que nos ajudou muito também - cadê o Rabelo? Está aqui -, desde o início da organização. A todos vocês, que de alguma forma participaram, muito obrigado por este momento em que vamos, juntos aqui, relembrar o legado. Eu tenho certeza de que a energia de todos aqui para esta Casa é fundamental neste momento importantíssimo da nossa nação. Então, as orações aqui... Tem muita gente com pensamento positivo, o Brasil assistindo. Isso aqui, podem ter certeza, deixa uma vibração, a melhor vibração possível, que é aquilo de que a gente vai precisar, aquilo de que a gente necessita aqui. Então, eu solicito neste momento à Secretaria-Geral da Mesa a exibição de um vídeo sobre a vida do nosso querido homenageado nesta sessão especial. |
| R | (Procede-se à exibição de vídeo.) O SR. PRESIDENTE (Eduardo Girão. Bloco Parlamentar Vanguarda/NOVO - CE) - Excelente vídeo! Que bom! (Palmas.) Que maravilha, que maravilha! Vamos lá. Vamos só fazer aqui uns registros importantes. Representando o Ministério dos Direitos Humanos e da Cidadania, o Sr. Diretor de Promoção dos Direitos Humanos, Ricardo de Almeida Collar - seja muito bem-vindo à Casa! O Sr. Presidente da Comunhão Espírita de Brasília, Adilson Mariz de Moraes - também muito obrigado, meu irmão. O Sr. Presidente das Obras Sociais do Centro Espírita Irmão Áureo, Jânio Borges - muito obrigado também pela presença. Eu estou vendo aqui a Olguinha. O nome dela não está nem escrito aqui, Olguinha, mas eu vou fazer aqui... A Olguinha, quando eu tive a oportunidade de conhecer o Divaldo, era Presidente da Federação Espírita, se eu não me engano, lá do Ceará. A Olguinha, que hoje continua muito dedicada a causas do bem - muito obrigado pela sua presença -, veio de Fortaleza para participar também desta sessão. A Sra. Presidente da Associação Mundo Espírita, Rosana Maria Ferreira Borges - muito obrigado pela sua presença. A Sra. Presidente da Sociedade de Divulgação Espírita Auta de Souza, Lana Lucia Levino de Araujo - muito obrigado também. A Sra. Presidente da Nossa Casa Assistência Espiritual, nossa querida Cleunice de Arruda Castro - muito obrigado, querida. De vez em quando, assim como vou à Comunhão também e à FEB, eu vou lá tomar uns passes, aprender um pouquinho. Obrigado por tudo! Nós assistiremos agora a uma talentosa artista que nos brinda com a sua presença aqui e que vem fazer uma contação de história. Seja muito bem-vinda mais uma vez a esta Casa, Sra. Nyedja Gennari! (Palmas.) A SRA. NYEDJA GENNARI - Senhoras e senhores, boa tarde! Fechem os olhos por um instante. Imaginem um homem caminhando devagar por uma rua qualquer. Ele não carrega malas, não carrega bens. Ele leva apenas um olhar sereno, um sorriso manso e as mãos sempre prontas para se estender a quem precisa. Por onde passa ele não deixa apenas passos, deixa pegadas de bondade. |
| R | Esse homem aprendeu cedo que a maior de todas as riquezas é servir. Descobriu que o amor não é teoria, é verbo, é ação, e fez da sua vida um evangelho em movimento, inspirado nos ensinamentos de Jesus Cristo, o Mestre maior, que lhe mostrou que amar é servir e servir é amar, não apenas pregado nos púlpitos, mas vivido no chão da vida, do abraço às crianças, do ouvido atento aos que sofrem, do olhar que dizia "eu estou com você", sem precisar de palavras. Ele conhecia os caminhos da dor humana, mas escolheu trilhar o caminho do consolo; sabia do peso das lágrimas, mas aprendeu a transformá-las em sementes de esperança. Quantas vezes, diante de um coração cansado, ele plantou a palavra certa, aquela que acorda a coragem e acende a luz por dentro! A sua missão nunca foi apenas acolher, foi despertar o outro para o melhor de si, ensinar que ninguém é tão pobre que não possa doar um sorriso nem tão fraco que não possa oferecer um gesto de cuidado. Ele acreditava que cada ser humano é um farol em potencial, que mesmo nos dias de tempestade é possível acender essa luz. Abram os olhos: esse homem foi Divaldo Franco. Divaldo nos ensinou que servir é mais do que ajudar, é caminhar junto; que amar é mais do que sentir, é escolher cuidar; que a paz não é um presente pronto, é um trabalho artesanal que se faz com paciência, humildade e persistência. Ele acreditava que a vida só encontra sentido quando deixamos o mundo um pouco melhor do que o encontramos. O que fica de sua passagem é mais do que obras, mais do que números, mais do que lugares e datas: o que fica é um código silencioso, um chamado íntimo para vivermos com mais compaixão, para perdoarmos mais rápido, para abraçarmos mais forte, para ouvirmos com mais atenção. É a lembrança de que todo dia é oportunidade de fazer o bem e que o bem nunca é pequeno se ele se multiplica no coração de quem recebe. Assim como Jesus Cristo, que caminhou entre nós ensinando pelo exemplo, quero que cada um de nós possa entrar nessa história. Sabe por quê? O amor que ele deixou não foi em vão, a sua missão não foi em vão. Ele nos entregou, como quem passa o bastão em uma corrida sagrada, a responsabilidade de continuar, não importa se com palavras ou gestos, se com grandes projetos ou pequenos atos: todos podemos levar adiante a luz que ele acendeu. Continuar a sua obra é acordar todos os dias e se perguntar: "O que posso fazer para aliviar a dor de alguém hoje?". É enxergar o invisível, acolher quem foi rejeitado, oferecer o que temos, mesmo que pareça pouco. É entender que o mundo muda quando nós mudamos. Podemos começar agora, aqui mesmo. Ao sair deste lugar, que cada um de nós leve no coração um compromisso silencioso e profundo: ser farol onde houver escuridão, abrigo onde houver frio, ombro onde houver dor; ser a resposta à oração silenciosa de alguém, porque a maior homenagem que podemos fazer a Divaldo Franco não é apenas falar sobre ele, é transformar a nossa vida em continuação da dele. E ao olharmos para tudo que foi e fez, possamos dizer com reverência: "A sua missão valeu a pena". E ela continua. Essa homenagem, requerida pelo Senador Eduardo Girão, neste momento solene, no Senado Federal, expressa um pouco desse gesto de reconhecimento e gratidão a uma vida inteiramente dedicada a servir promovendo o bem. |
| R | Eu sou Nyedja Gennari, contadora de histórias. (Palmas.) O SR. PRESIDENTE (Eduardo Girão. Bloco Parlamentar Vanguarda/NOVO - CE) - Muito bem, Nyedja. Mais uma vez, você nos brindando com uma apresentação memorável. Muito obrigado. O Divaldo nunca se recusou... Mesmo em assuntos polêmicos, assuntos delicados, ele colocava com muita lucidez, com muita serenidade, o pensamento, o que preconiza a doutrina espírita sobre muitos temas. Eu tive a oportunidade... Eu sou um jornalista frustrado, não me formei em jornalismo, mas adoro aquele ambiente de chegar a notícia. Eu, pequenininho, o papai tinha uns jornais lá no Ceará, e eu ficava nas férias ali, aquele frisson, e eu tive a oportunidade de participar de um caderno em homenagem a um grande jornal de circulação do Ceará, o Diário do Nordeste, que fez um caderno em especial ao Divaldo Franco, e eu tive a oportunidade de coordenar, de ver com jornalistas para a gente ir junto, conversar com as pessoas, e ele marcou muito quando ele falou desses temas, temas assim bem atuais, e um deles foi a história da questão do aborto. O Divaldo Franco sempre foi muito firme com relação às consequências, inclusive do ponto de vista espiritual. Com muito amor ele colocava isso, deixando sempre muito claro que o amor cobre uma multidão de pecados. Ele não se esquivava desses assuntos. Hoje, inclusive, eu jamais imaginaria estar aqui no Senado Federal e discutindo esses assuntos. Eu aprendi muito também com ele. Eu queria aqui fazer uns breves... Antes dos nossos expositores aqui, eu queria falar rapidamente sobre o nosso querido Divaldo Pereira Franco, porque é uma honra muito grande, uma satisfação a gente estar dando início aqui a esta sessão especial em homenagem a ele, personalidade ímpar da vida nacional. Divaldo desencarnou aos 98 anos de idade, no último dia 13 de maio - faz o quê? -, há 94 dias -, deixando ao Brasil e ao mundo um testemunho incomparável de amor em ação, na prática incansável do bem. Nascido em Feira de Santana, na Bahia, Divaldo vivenciou, ainda na infância, os dons mediúnicos, que viriam a ser canal de consolo, esperança e esclarecimento para multidões. Desde cedo, enfrentou provações que o ajudaram a trilhar o caminho da espiritualidade e do serviço ao próximo. |
| R | Fundou, aos 20 anos de idade - olha só, 20 anos de idade -, o Centro Espírita Caminho da Redenção em Salvador. No ano de 1952, ele iniciou uma das obras sociais mais notáveis da história brasileira: a Mansão do Caminho, no bairro Pau da Lima. A obra, com mais de 80 mil metros quadrados e quase 40 edificações, oferece atividades educacionais, de saúde, de assistência social, de cultura e de espiritualidade. Ali, todos os dias, milhares de crianças, jovens e adultos em situação de vulnerabilidade encontram acolhimento, dignidade e oportunidade. Ao longo de sua vida, Divaldo adotou mais de 600 crianças, muitas das quais se tornaram, mais tarde, professores, médicos, psicólogos e administradores. A Mansão do Caminho formou - e segue formando - cidadãos conscientes e comprometidos com o bem. No campo da produção espiritual, Divaldo foi igualmente dedicado, muito disciplinado, inclusive. Deixou mais de 260 livros psicografados, recebidos de diversos autores espirituais, entre eles a sua mentora Joanna de Ângelis. Esses livros foram traduzidos para 17 idiomas e alcançaram mais de 10 milhões de exemplares vendidos. Os direitos autorais dessas obras foram integralmente doados para a manutenção da Mansão do Caminho e de outras instituições filantrópicas. Como orador, Divaldo também teve uma jornada notável: foram mais de 20 mil conferências, proferidas em mais de 2,5 mil cidades no Brasil - à metade dos municípios, quase, do Brasil ele foi - e em 71 diferentes países. Sua palavra alcançou as Nações Unidas, universidades, rádios, televisões e palcos diversos, sempre transmitindo a mensagem da paz, da fraternidade e do respeito à vida. Quero mandar, inclusive, um abraço para o meu amigo Luiz Saegusa, que me convidou no movimento que o Divaldo ama profundamente, que é o movimento Você e a Paz. Por tudo isso, Divaldo foi reconhecido, em 2005, como o embaixador da paz no mundo. Todos os anos, Divaldo realizava, nas praças públicas, o movimento Você e a Paz, atraindo multidões. Graças a Deus, a vida me proporcionou a oportunidade de contribuir para a produção do filme Divaldo, O Mensageiro da Paz, que passou pelo cinema de todo o país em 2019 e hoje está disponível em várias plataformas, como no YouTube, e é apresentado no mundo inteiro. |
| R | Como disse Humberto de Campos, através do livro, recebido por Chico Xavier, Brasil, Coração do Mundo, Pátria do Evangelho, o Brasil tem essa missão planetária. Nós somos a maior nação católica do mundo, a maior nação espírita do mundo e a segunda maior entre os evangélicos, estando apenas um pouco atrás dos Estados Unidos. Somos, portanto, marcados pela convivência respeitosa entre diferentes crenças. Nesse cenário de pluralidade e diálogo, Divaldo foi e seguirá sendo símbolo da união e da tolerância. Por fim, esta sessão expressa o reconhecimento da nação brasileira. E eu quero agradecer a todos os Senadores aqui que nos permitiram realizar esta sessão. Eu quero registrar também o carinho dos Senadores da Bahia pelo Divaldo - a gente conversa -: o Senador Jaques Wagner, o Senador Otto Alencar, o Senador Angelo Coronel. O objetivo desta sessão realmente é a gente conhecer um pouco mais, é uma oportunidade para... No filme, são contadas algumas. O Divaldo tem um número de histórias, coisas simples que quem conviveu com ele vai poder compartilhar aqui, se puder, conosco, histórias de tocar profundamente o âmago do ser de cada um. Que o bom exemplo de Divaldo continue a inspirar cada um de nós a sermos pontes e não muros, que nos inspire a servir mais e mais, a ouvir mais e a amar mais. Este é o sentido da vida: perdoar, amar, ajudar o próximo. Paz e bem sempre. Muito obrigado, Divaldo. (Palmas.) Eu informo também, com muita alegria, que está sendo lançado, na data de hoje, o livro Divaldo Franco, a terra boa!, da autora Nísia Anália, com ilustrações de Hélio de Lima, que traz a história de vida do nosso querido Divaldo. Eu quero, inclusive, mostrar aqui o livro. Os exemplares estão nas bancadas dos Senadores. Muito obrigado. Um livro muito bem produzido, muito benfeito. Bacana isto aqui. Parabéns! Eu solicito à Secretaria-Geral da Mesa a exibição de um vídeo institucional sobre a Mansão do Caminho, que é a obra social do Centro Espírita Caminho da Redenção, situada em Salvador, no Estado da Bahia, tendo sido fundada em 15 de agosto de 1952 - em 15 de agosto, hoje, está fazendo aniversário. E um detalhe também interessante é que o dia 16 de agosto, que é amanhã, ou seja, dentro desta semana... E que semana interessante é esta, não é, Olguinha? Ela começou com a Comenda Santa Dulce dos Pobres aqui na terça-feira, baiana também, uma grande humanista, pacifista, e hoje nós estamos encerrando esta semana com o Divaldo. Que semana do Senado! Eu acho que vai ser o grande ponto de inflexão. E, também, amanhã, dia 16 de agosto, é o dia em que o Dr. Bezerra de Menezes se declarou publicamente espírita. Então, são muito interessantes essas datas, elas são marcantes, não é? |
| R | A Mansão do Caminho foi fundada pelo médium e orador espírita Divaldo Franco e seu amigo irmão Nilson de Souza Pereira. Vamos passar esse vídeo e depois vamos ouvir aqui os nossos convidados, sem mais delongas. |
| R | (Procede-se à exibição de vídeo.) (Palmas.) |
| R | O SR. PRESIDENTE (Eduardo Girão. Bloco Parlamentar Vanguarda/NOVO - CE) - Muito bem! Material audiovisual muito bacana aí, dando uma ideia do trabalho. Eu aproveito para registrar minha profunda gratidão ao Sr. Adilson Mariz, Presidente da Comunhão Espírita de Brasília; à Sra. Germana Carsten, Diretora de Arte e Cultura, pela contribuição especial a esta solenidade em homenagem a Divaldo Franco. O Coral Elos de Luz, sob a regência de Aroldo Oliveira e Evelise Camargo, encantou - aliás, está encantando - e vai fechar a sessão daqui a pouco, com sua harmonia e emoção, traduzindo em música a mensagem de amor e fraternidade que Divaldo dedicou à humanidade. Muito obrigado, mais uma vez, a vocês. Neste momento, eu já aqui quero chamar à tribuna da Casa a nossa querida Regiane Alves, atriz, talentosa atriz, que interpretou Joanna de Ângelis no filme Divaldo: o Mensageiro da Paz. (Palmas.) Quem não assistiu a esse filme ainda... Depois a gente vai exibir - não é, Clóvis? - um trechinho do filme, um trailer. Mas, olha, a interpretação não apenas da Regiane, mas dos atores, e o trabalho de direção de arte, de produção ficaram realmente inesquecíveis. Regiane. A SRA. REGIANE ALVES (Para discursar.) - Seria a redenção depois de Dóris, de Mulheres Apaixonadas. (Risos.) Ter feito Joanna de Ângelis realmente foi algo inesperado, mas necessário e preciso. Recebi um convite do meu amado parceiro Clovis num dia de uma mudança na minha vida. E, no momento, eu me lembro de ter falado para o Clovis: "Nossa, não é nenhum trabalho, acho que é... Eu tenho que ir, é uma missão, né? Eu não posso... Não tem como dizer não". E o que eu posso dizer é que ter feito todo o processo por que nós passamos - não é, Clovis? - juntos, dos livros que eu pude ler, de conhecer a Mansão do Caminho, que é um lugar inacreditável. Acho que conhecendo ao vivo a gente tem a real dimensão, não é? Tem lá, e aqui você fala: "Nossa, é tudo isso e um pouco mais". |
| R | Pude estar com ele, tive essa honra de estar duas, três vezes. Consegui também, junto com o Clovis, assistir a uma sessão mediúnica, e depois começaram as filmagens, por mais ou menos uns três meses. A Dani também participou, fez o livro contando sobre os bastidores. Foi algo que modificou a vida de todos nós; não tinha como não ser modificado por aquele momento que estávamos vivendo. Para mim, realmente, foi um resgate da fé, mais uma vez, para a gente nunca ficar longe. E hoje, vindo para cá, eu fiquei pensando, não é? Esse filme foi feito em 2017, estamos aqui, em 2025, e olha a vida desse filme, não é? Estamos falando de sete anos já, e é um filme que realmente toca os corações. A todo e qualquer chamado que venha do mundo espiritual, eu estou a postos por ter feito uma personagem tão emblemática, não é? Uma personagem que diz tanta coisa e de tanta luz. Eu escrevi um textinho pequenininho, dei uma improvisada agora, mas enfim, eu vou ler para vocês, está bom? Todas as homenagens para Divaldo Franco parecem pequenas diante da grandeza de sua obra. Ter interpretado Joanna de Ângelis no filme Divaldo - o Mensageiro da Paz, dirigido pelo meu querido parceiro de vida, Clovis Mello, me deu a oportunidade de aprender que, independentemente da crença de cada um, ele é um motivo de muito orgulho para todos nós. Divaldo foi um grande brasileiro, um exemplo de amor ao próximo, de solidariedade e do incansável trabalho para uma sociedade mais justa, na qual todos tivessem mais recursos e oportunidades na vida. Divaldo deixou um lindo e poderoso legado e, através dele, continuará vivo, admirado e seguido por nós. Tendo na arte a minha missão neste plano terreno, como atriz e como brasileira, participar de um filme que retrata sua trajetória é motivo de profundo orgulho para mim. Senti-me abençoada, eu confesso. Que possamos levar adiante a sua mensagem, lembrando sempre que o amor será o caminho, ele será o princípio, o meio e o fim. Há um trecho, no filme, em que Joanna de Ângelis diz: Se viveres assim, na consciência da sua imortalidade dessa sua essência divina, quando chegar o último dia deste corpo aqui na Terra, verás que a luta nunca foi contra o outro. O tempo inteiro foi entre você e você mesmo. O maior desafio da criatura humana é a própria criatura humana. Deixo aqui meu muito obrigado ao Senador Eduardo Girão pela oportunidade de estar presente neste evento e desejo meus sinceros votos de paz, não só para o Brasil, mas para o mundo. É paz, paz, paz. Obrigada. (Palmas.) O SR. PRESIDENTE (Eduardo Girão. Bloco Parlamentar Vanguarda/NOVO - CE) - Amém. Olha, Regiane, eu também tive a oportunidade de participar de outras produções de cinema, do cinema espírita, transcendental: o do Bezerra de Menezes, que foi o primeiro, depois tivemos dois do Chico Xavier, o do Divaldo. E é impressionante o relato que você fez aqui agora, testemunho seu, como a gente ouve de praticamente todos - das atrizes, dos atores, das pessoas que participam da produção - como toca a energia, toca e transforma, né? A gente teve vários testemunhos, públicos, inclusive, de atores que participaram desses filmes. E eu estava vendo, eu gosto muito do The Chosen. Aquela série The Chosen, eu assisto com a família, reúno as filhas pequenas, e a gente vai assistir. E ali também é impressionante o que tem acontecido, inclusive nos sets de gravação. Tem umas histórias muito interessantes que a gente viu. (Risos.) |
| R | Também teve no... também teve no filme? A SRA. REGIANE ALVES (Fora do microfone.) - Teve. O SR. PRESIDENTE (Eduardo Girão. Bloco Parlamentar Vanguarda/NOVO - CE) - Então, se o Clovis depois puder compartilhar com a gente alguma coisa, é importante. Porque no Bezerra teve, lá no Ceará, umas situações bem bacanas do apoio, porque é transcendental. Essa obra vai no... a arte vai no coração, né? A arte passa pela mente, mas você não sai a mesma pessoa depois de uma peça de teatro, de um filme a que você assiste. E quando essa mensagem é de paz, é de amor, aquilo ali é que toca mesmo. A SRA. REGIANE ALVES (Fora do microfone.) - Foi assim que eu me senti - né? - fazendo o filme e... O SR. PRESIDENTE (Eduardo Girão. Bloco Parlamentar Vanguarda/NOVO - CE) - Fale no microfone, pode apertar aqui, olha, esse botãozinho aqui. Isso é importante. A SRA. REGIANE ALVES - Oi? Alô? Estão me ouvindo? Estão. Não, que a grande experiência, no fundo, é que a gente sempre está sendo cuidado o tempo inteiro. Eu acho que até esta sessão aqui, essa coisa que você falou da semana, a gente está falando sobre paz, independentemente da crença, neste momento que a gente está vivendo. É o importante, assim, a gente tem que acalmar um pouco os nossos corações e deixar, sabe, que não... A gente tem que fazer o equilíbrio entre a emoção e a razão. Eu penso dessa forma e Divaldo realmente traz essa sensação que a gente tem de paz, por isso essa mudança tão grande quando a gente empresta o nosso corpo, o nosso pensamento, os atores têm esse dom da arte, né? E que bom que a gente tem a arte, o que faz com que as pessoas possam ter essa identificação. O SR. PRESIDENTE (Eduardo Girão. Bloco Parlamentar Vanguarda/NOVO - CE) - Muito bem. E o artista tem uma sensibilidade aguçada, né? Ele já tem inerente a sensibilidade aguçada. Então, é muito bacana tudo isso. Muito obrigado, viu, Regiane? Parabéns pelo seu trabalho, um trabalho memorável. Eu, imediatamente, já concedo a palavra ao querido irmão Senador... Será que eu estou profetizando aqui? (Risos.) Sr. Jorge Godinho, Presidente da Federação Espírita Brasileira. Não se preocupe com o tempo que fica aparecendo ali, não, porque a gente tem a tolerância aqui da Casa. O SR. JORGE GODINHO BARRETO NERY (Para discursar.) - Obrigado, Senador Girão, na pessoa de quem eu cumprimento a mesa, as senhoras e os senhores. Eu vou me ater a um escrito que eu fiz, porque eu sei que tinha um tempo previsto, mas eu vou, talvez, ultrapassar um pouquinho o tempo, para que o raciocínio também possa ser lógico para esse amigo irmão que é o Divaldo. Ide e pregai a palavra divina. É chegada a hora em que deveis sacrificar à sua propagação os vossos hábitos, os vossos trabalhos, as vossas ocupações fúteis. Ide e pregai. Convosco estão os Espíritos elevados. Certamente falareis a criaturas que não quererão escutar a voz de Deus, porque essa voz as exorta incessantemente à abnegação. Pregareis o desinteresse aos avaros, a abstinência aos dissolutos, a mansidão aos tiranos domésticos, como aos déspotas! Palavras perdidas, eu o sei; mas não importa. Faz-se mister regueis com os vossos suores o terreno onde tendes de semear, porquanto ele não frutificará e não produzirá senão sob os reiterados golpes da enxada e da charrua evangélicas. Ide e pregai! |
| R | Esse é um trecho extraído do Evangelho segundo o Espiritismo, onde nós vamos encontrar, no Capítulo XX, o item 4, intitulado Missão dos Espíritas, o espírito Erasto falando àqueles que divulgam o Espiritismo, aqui evocado como um preâmbulo para retratar o orador espírita Divaldo Pereira Franco, devendo ser visto mais como uma espécie de gratidão de todos do que realmente uma homenagem, uma gratidão em especial da Federação Espírita Brasileira, porque Divaldo sempre teve com esta instituição um amor, um carinho, um respeito, sempre declarado não só na intimidade, como em público. Ele nos deixou um legado: - pai de sete centenas de órfãos e avô de milhares de netos; - foi funcionário do antigo Ipase; - tinha uma natureza discreta, reservada; - dormia pouco; - realizou em torno, como já foi dito, de mais de 20 mil palestras pelo mundo; - deixou quase 300 obras psicografadas; popularizou o Espiritismo junto com o inesquecível Chico Xavier; - cidadão da humanidade, assim, representando a paz pela Organização das Nações Unidas; - décimo terceiro filho de uma mãe que, atravessando uma gravidez tardia, testemunhou a valorização da vida, diante do médico que sugeriu a possibilidade de um aborto devido à idade e à chance de o filho nascer com uma anomalia congênita. "Matar meu filho? Nunca! Não acho certo, doutor. Antes morrer do que matar". Assim, graças ao perfeito discernimento de sua mãe, que fez a melhor escolha, nasce em 5 de maio de 1927, sem defeito congênito, mas com uma mediunidade que somente o tempo chancelaria, um dos maiores médiuns da contemporaneidade. |
| R | Na família, encontrou o laboratório perfeito para adquirir hábitos novos e forjar a verdadeira educação, conforme nos esclarece Allan Kardec. Sra. Ana e Sr. Francisco, seus pais, e seus sete irmãos - porque cinco já haviam retornado à verdadeira vida, à pátria espiritual - constituíram o laboratório, onde Divaldo Franco aprendeu a conviver com o necessário, porque não havia supérfluo, com destaque para sua querida mãe, que trabalhava no pesado, sem descuidar dos filhos e sem jamais reclamar, porque dotada de sabedoria, não obstante a condição de analfabeta. A sabedoria de D. Ana era identificada na frase que sempre repetia, expressando de forma sintética a nobreza de espírito e o legado que consigo trazia desde remotas experiências em outras vilegiaturas: "Deus dá conforme o nosso merecimento" - assim ela sempre repetia. Atitude de alma nobre que já conquistara a obediência e a resignação às leis divinas! Esta é apenas uma das muitas virtudes de sua genitora, dentre tantas outras, conhecidas do público, por meio da oratória do filho Divaldo, que, ao relembrar a personalidade da mãe, fazia que se expressassem em lágrimas contidas os sentimentos dos ouvintes, tamanha era a emoção daqueles dias passados, no qual forjou o seu caráter com os irmãos em humanidade que o Criador houve por bem colocar em sua parentela. Com o Sr. Francisco, seu pai, aprendeu a honradez, a importância do trabalho, a não guardar ressentimentos, mas, também, a conviver com um pai difícil, ríspido, não muito dado a expansões de afeto e, além disso, supersticioso. Com os irmãos, aprendeu a conviver com a diversidade e com os conflitos humanos. Desde os quatro anos, quando a mediunidade se tornou ostensiva, conviveu com a compreensão da querida mãe, que o estimulava e lhe incutia confiança, enquanto os demais parentes achavam que os fenômenos mediúnicos que com ele se verificavam não passavam de alucinações ou coisas do demônio. Na sua existência de 98 anos, conviveu 94 anos com a mediunidade ostensiva, vencendo os desafios e escolhos com estudo, disciplina e, sobretudo, testemunho. Ao longo desse período, transformou sua mediunidade em instrumento para o seu desenvolvimento ético-moral e num celeiro de luzes a iluminar mentes e corações sequiosos de conhecimento e consolação. Inicialmente, a incompreensão, a dúvida e a orientação equivocada que recebia dos religiosos a respeito da mediunidade que aflorava o deixavam na condição de um barco à deriva, conduzido ao sabor do vento, já que seus orientadores não possuíam explicações satisfatórias para instruí-lo adequadamente, até que um dia sua própria mediunidade possibilitou a comunicação de um ente querido de um sacerdote, que, finalmente, fez o jovem Divaldo desistir do seu intento, o sacerdócio, dizendo-lhe que sua missão não seria na Igreja e que ele deveria mudar-se para outro lugar, visto que "ninguém é profeta em sua terra". |
| R | Em Salvador, após a mudança de Feira de Santana, sua cidade natal, desafios continuaram a apresentar-se a ponto de levá-lo a pensar em suicídio. Porém, mais uma vez, a mediunidade logrou afastá-lo do seu intento ao conversar com o espírito da irmã, que havia passado pela infeliz experiência, alertando-o da atroz inconveniência. Em seguida, outro encontro inesquecível, desta vez no bonde que havia tomado na rua: narrava ele que a condução estava quase vazia aos olhos comuns, mas cheia de entidades aos seus olhos espirituais. Divaldo percebia os espíritos e permanecia em pé, sendo alertado pelo condutor do bonde para se sentar. O que fez? Posicionando-se ao lado de uma passageira, D. Conceição, que também era médium, conversa vai, conversa vem, ele perguntou: "A senhora também vê os mortos?". E como a resposta foi positiva, aliviou-se: "Então, não sou louco ou somos dois loucos". A partir daí, selaram-se a amizade e os encontros com D. Conceição. Com o passar do tempo, Divaldo foi estudando a codificação kardequiana, esclarecendo-se a cada dia com os ensinamentos dos imortais. Permitam-me evocar o Evangelho de Mateus, em seu Capítulo 13, versículo 14, o tesouro oculto, para refletir sobre o exemplo do nosso querido Divaldo, que crescia moral e intelectualmente à proporção que os desafios chegavam e eram vencidos, conquistando assim os valores verdadeiros de um espírito cristão. Diz-nos o evangelista Mateus: o reino dos céus é semelhante a um tesouro oculto num campo, o homem que o achou o esconde; e, cheio de alegria por o haver achado, vai vender tudo que possui e compra aquele campo. Com os estudos da codificação kardequiana, Divaldo encontrou um tesouro oculto, e a partir daí, cheio de alegria, comprou o campo e começou a se desfazer do que possuía, ou seja, iniciou um processo de despojamento dos erros, dos maus instintos, dos maus pendores, das tendências viciosas e de tudo que o prendia às coisas materiais. Após uma longa trajetória de 98 anos, construída a custo de lutas e testemunhos santificadores, preservou, até os últimos instantes de sua existência, o tesouro que as circunstâncias da vida o levaram a encontrar, pagando o preço de qualquer sacrifício para mantê-lo em seu coração. Sua biografia está repleta de exemplos dignificantes para todos nós. E não podíamos deixar de transmitir alguns exemplos ou algumas reflexões sobre o ilustre homenageado, sem nenhum propósito de bajulação e sem outro móvel que de expressar nossa sincera gratidão pelo bem que o ofereceu a tantos, por ter se mantido fiel ao trabalho com Jesus e por ter sido o instrumento de que se serviram os espíritos luminares, que, em nome do Cristo e por seu intermédio, divulgaram e divulgam a doutrina espírita, o Evangelho redivivo em sua pulcritude, seja na oratória inquestionável, que arrebatava milhões, seja na psicografia abençoada, em português e em outras línguas. |
| R | De posse desse tesouro e seguindo a orientação evangélica do “ide e pregai”, divulgou a doutrina espírita nos cinco continentes, abdicando de hábitos e de ocupações inúteis para aproveitar melhor o tempo no trabalho e no atendimento de todos que o procuravam com vistas à obtenção de conselhos e orientações. Por sua oratória e psicofonia, os espíritos elevados tocaram os sentimentos de milhares de pessoas - para não dizer milhões -, se considerarmos a midiática disponível e a acessibilidade a tais meios de comunicação. O movimento espírita rejubilava-se com sua presença carinhosa nas atividades que realizou com sua oratória consoladora, esclarecedora e convincente. Fora do Brasil, o movimento espírita teve sua expansão pelos cinco continentes, com a participação efetiva e persistente de Divaldo Franco, ao longo de décadas, na semeadura da mensagem evangélica, cujos frutos são demonstrados pelo trabalho de divulgação do espiritismo realizado pelos diversos núcleos e instituições espíritas espalhadas pelos continentes na atualidade. Divaldo foi o exemplo do verdadeiro espírita, do espírita cristão, que todos procuramos ser, por não se contentar em admitir a moral espírita, mas em praticá-la e aceitar todas as suas consequências. Assim, como Chico Xavier, considerado um dos maiores médiuns de todos os tempos, não somente pelo fato de sua mediunidade estuante... (Soa a campainha.) O SR. JORGE GODINHO BARRETO NERY - ... mas pela postura moral que conquistou ao longo de sua existência, demonstrada pelo exemplo testemunhado, quanta gratidão a semeadura abençoada que Divaldo realizou! Estamos próximo a terminar. Pouco se sabe do suor que dispensou, dos desafios que enfrentou, certo? A sua modéstia o levou a calar as próprias virtudes, testemunhadas tão só por quem o observava mais de perto. Homenagear Divaldo é a expressão justa, diante de tanto que ele realizou em benefício de todos. Somente gratidão eterna é o reconhecimento que podemos expressar, oferecendo nossos melhores sentimentos em rogativo ao Criador, para que o fortaleça, ampare e, como sempre, continue a favorecê-lo com as bênçãos da paz, a fim de que permaneça na dimensão espiritual em que se encontra, trabalhando e ajudando o Cristo na cristianização da humanidade. |
| R | Exmo. Sr. Senador Girão, agradeço e parabenizo V. Exa. pela feliz iniciativa de homenagear o querido Divaldo, este cidadão brasileiro que o tempo, este implacável dominador, fará com que seja reconhecido pelos seus evangelhos de feito. No ensejo, em nome da nossa querida Federação Espírita Brasileira, a Casa de Ismael, a casa de nossa causa, em nome do Movimento Espírita Brasileiro e por delegação do Movimento Espírita Internacional, a nossa eterna gratidão ao querido amigo e irmão Divaldo Pereira Franco, que certamente desfruta no plano espiritual a colheita luminosa que semeou. Recebe, querido Di, conforme tratávamos na intimidade, os nossos mais sinceros votos de apreço e perene respeito por tudo o que deixaste como exemplo de homem de bem. Muito obrigado. (Palmas.) O SR. PRESIDENTE (Eduardo Girão. Bloco Parlamentar Vanguarda/NOVO - CE) - Muito obrigado, Jorge Godinho, Presidente da Federação Espírita Brasileira, uma instituição com que o Divaldo mantinha uma relação muito próxima, com muito carinho, com muito respeito. Eu estava lembrando aqui: foi em 27 de março de 1947 que ele fez a primeira palestra lá em Sergipe. Bem novinho. Em 1947, ele tinha quantos anos? O SR. JORGE GODINHO BARRETO NERY - Tinha 77 anos, indo para 78. O SR. PRESIDENTE (Eduardo Girão. Bloco Parlamentar Vanguarda/NOVO - CE) - Não, mas, na primeira palestra que ele fez, ele tinha quantos anos? O SR. JORGE GODINHO BARRETO NERY - Nessa data mesmo... O SR. PRESIDENTE (Eduardo Girão. Bloco Parlamentar Vanguarda/NOVO - CE) - A primeira palestra que ele fez... Tinha 20 anos? O SR. JORGE GODINHO BARRETO NERY - É... 27, 47, são 20 anos. O SR. PRESIDENTE (Eduardo Girão. Bloco Parlamentar Vanguarda/NOVO - CE) - Tinha 20 anos, interessante. E a data que em ele desencarnou foi 13 de maio. Dia 13 de maio, Abolição da Escravatura, a Lei Áurea, de 1888, então, quer dizer que é muito simbólico também. Já vou agora imediatamente convidar a nossa querida Maria Piedade Bueno, Desembargadora Federal do Trabalho e colaboradora da Mansão do Caminho, representando o Presidente Mário Sérgio, a quem eu agradeço aqui o carinho. Recebi aqui o seu desejo do sucesso desta sessão. Então, a senhora fica à vontade ou nesta tribuna ou na outra. Sinta-se em casa. Na verdade, está. Daqui a pouco vou chamar, depois da Desembargadora, o grupo Elos de Luz para fazer mais uma apresentação para a gente, está bom? A SRA. MARIA PIEDADE BUENO TEIXEIRA (Para discursar.) - Exmo. Sr. Senador da República Eduardo Girão, na pessoa de quem cumprimento os demais componentes da mesa, senhoras e senhores, muita paz para todos. Em nome do nosso Presidente, Mário Sérgio de Almeida, Presidente do Centro Espírita Caminho da Redenção, que nos outorgou a sua representação por impossibilidade absoluta de aqui comparecer nesta data memorável em homenagem ao nosso querido Divaldo Franco, o nosso querido e inesquecível Di, lerei a homenagem preparada pelo nosso Presidente Mário Sérgio. |
| R | Hoje, em uma sessão especial do Senado Federal, reunimo-nos para prestar homenagem a um homem cuja vida foi inteiramente dedicada ao bem, ao amor e à paz. Divaldo Pereira Franco, o nosso querido Divaldo, regressou à pátria espiritual aos 98 anos, no último mês de maio, mas seu legado, sua missão, sua luz e sua inspiração seguem tão imorredouros quanto o seu espírito. Divaldo exerceu uma mediunidade missionária, profícua e abençoada. Suas mãos escreveram mais de 250, 300 obras psicografadas e traduzidas em 17 idiomas, tocando milhões de corações em mais de 70 países. Porém, sua obra não está apenas nas páginas dos livros que psicografou, mas nas milhares de vidas transformadas, na esperança que difundiu, nos corações que aqueceu. Como uma harpa sutil a repetir os acordes do evangelho de Jesus, sua oratória reverberou-se ao redor do mundo, levando a mensagem de Jesus e Allan Kardec, de fé, de consolo, de transformação, deixando pegadas de luz e criando pontes entre os povos, entre as culturas, entre os corações. Há 73 anos, neste dia 15 de agosto, ao lado de Nilson de Souza Pereira, Divaldo fundou a Mansão do Caminho, um espaço que hoje acolhe diariamente mais de 5 mil pessoas, oferecendo educação, saúde, assistência social, acolhimento material e espiritual para crianças, jovens, adultos e idosos. Não se trata apenas, Senador Eduardo Girão, de um projeto social, mas, sim, de um verdadeiro refúgio de amor, a Mansão do Caminho, um testemunho da força do bem e do lídimo serviço ao próximo. Com seu espírito incansável e generoso, Divaldo foi não apenas um educador e mentor, mas um verdadeiro pai para mais de 650 filhos adotivos pelo coração, que ele acolheu em seu seio, oferecendo-lhes, além da chance de um futuro digno, cheio de possibilidades, uma infância e adolescência repletas de acolhimento e afeto. Hoje, olhando para a Mansão do Caminho, vemos que o trabalho de Divaldo está mais vivo ainda. Cada criança educada, cada jovem que prospecta um futuro, cada idoso que encontra bem-estar e acolhimento, cada sorriso que surge como resultado de uma palavra de estímulo, tudo isso é um reflexo do seu amor, da sua visão, da dedicação de uma vida que não só teorizou, mas viveu na prática tudo o que tão bem orientou. Somos testemunhas. Divaldo nos ensinou que o verdadeiro propósito de uma vida é servir ao outro, é ser luz na escuridão, é ser ponte entre a dor e a esperança. Como afirmou a sua mentora espiritual, a nossa querida Joanna de Ângelis - entre aspas -: "Os grandes homens, onde quer que se encontrem, tornam-se claridade inapagável apontando rumos libertadores". |
| R | Divaldo Franco não foi só um grande orador, mas um verdadeiro embaixador da paz no mundo. Fundador do movimento Você e a Paz, ele levou a sua mensagem de harmonia e fraternidade a todos os continentes - Divaldo visitou os cinco continentes. Reconhecido pela ONU e por diversas instituições nacionais e internacionais, sempre manteve a simplicidade como sua marca, dizendo que a verdadeira recompensa estava na boa ação, na mão estendida ao próximo. A sua obra, portanto, é um testemunho de perseverança, disciplina e amor incondicional. Foram mais de sete décadas de sua vida dedicadas à doutrina espírita, não apenas como divulgador, mas como exemplo fiel. A sua mediunidade não era apenas uma capacidade, mas uma missão divina que cumpriu com grandeza, mas com uma humildade imensa. Ele sabia que sua verdadeira recompensa estava no impacto que causava na vida do outro, na transformação espiritual de cada ser humano que cruzava o seu caminho, inclusive da pessoa que lhes dirige a palavra em nome do nosso Presidente. O amor que Divaldo espalhou nunca morrerá, ele se multiplicará, transcenderá os tempos e espaços. Sua vida, sua obra, sua dedicação ao próximo continuarão a transformar vidas, a iluminar corações e a espalhar paz. Ele vive em cada um de nós que seguimos seu exemplo, que acreditamos que podemos fazer a diferença no mundo, por meio da caridade, da paz e do amor. Em nome da Mansão do Caminho e de todos aqueles que foram tocados por sua vida e obra, receba nosso preito de gratidão, querido Divaldo. Seu exemplo, sua luz e sua paz seguem como nosso farol. Que possamos seguir a sua trajetória, que possamos nos dedicar, assim como você, a causas maiores, humanitárias, com fé, com amor, com coragem e fiéis até o fim e que, ao olharmos hoje para este 73º aniversário da Mansão do Caminho, possamos renovar o compromisso de continuar a sua obra, Divaldo Franco! Muito obrigada. (Palmas.) Estimado Senador Eduardo Girão, quanto a termos algum fato interessante sobre a mediunidade do Divaldo ou algum outro aspecto do convívio com ele, então vamos narrar uma experiência que vivenciamos em 2003, quando ainda trabalhávamos aqui nesta querida cidade que amamos, Brasília. |
| R | Em visita à Mansão do Caminho e num momento preciosíssimo, a sós com o Divaldo e com a nossa filha, Ana Clara, à época criança, ele nos disse: "Aninha, um dia a sua mãe será conhecida no mundo". A minha filha deve ter estranhado - uma criança ouvindo isso. E ele disse assim, com o dedo diante dela: "Não duvide de mim, Aninha". Pois bem, meus irmãos, naquele momento, intimamente eu digo: "Meu Deus, quem sou eu. Um dia serei conhecida no mundo. Eu sou magistrada, mas eu não tenho nenhuma tese que vai suscitar discussão no mundo, no direito, etc. e tal", eu levei para o meu lado profissional, com honestidade de minha alma. Passaram-se os anos. Cultivei sempre o desejo de ser voluntária um dia na Mansão do Caminho; e, para minha felicidade maior, o nosso Divaldo nos convidou para que não só fôssemos voluntárias na mansão, mas disse que gostaria de que residíssemos na própria mansão. E a primeira tarefa que o nosso irmão nos conferiu foi a de sermos responsáveis pelas traduções das suas obras literárias. Foi aí, meus irmãos, que eu concluí a profecia mediúnica do nosso Divaldo. De fato, hoje eu sou conhecida no mundo, porque ter contato com o mundo inteiro, tanto com as principais línguas que se falam no mundo quanto com outras um pouco mais remotas, mas, no mundo espírita, Senador Girão, eu sou conhecida, confirmando a profecia do nosso Di. (Risos.) Obrigada. (Palmas.) Muito bem, muito bom. Muito obrigado, Desembargadora Maria Piedade Bueno. Vamos, agora, ouvir aqui a apresentação, mais um presente para a gente aqui nesta sessão, do Coral Elos de Luz. Mais uma vez, gratidão por tudo. |
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| R | (Procede-se à apresentação musical.) (Palmas.) |
| R | O SR. PRESIDENTE (Eduardo Girão. Bloco Parlamentar Vanguarda/NOVO - CE) - Muito bem! Parabéns! Muitíssimo obrigado mesmo, muitíssimo obrigado! Enquanto vocês estavam fazendo essa apresentação, tem um grupo aqui de crianças... Tudo a ver com o Divaldo também. Eu registro a presença dos alunos do ensino fundamental do Colégio Triângulo do Recanto das Emas, aqui em Brasília. (Palmas.) Muito bem. Deus abençoe todos vocês. Muitíssimo obrigado, de coração, ao grupo Elos de Luz, que fez essa apresentação para a gente aqui. Fico muito grato. Agradeço, mais uma vez, também ao Adilson Mariz e à Germana Carsten, Diretora de Arte e Cultura da Comunhão Espírita de Brasília. A Comunhão Espírita fez quantos anos? Há uns dois anos... Cinquenta anos? Foi isso? (Intervenção fora do microfone.) O SR. PRESIDENTE (Eduardo Girão. Bloco Parlamentar Vanguarda/NOVO - CE) - São 64 anos. Olhem! A idade de Brasília! (Intervenção fora do microfone.) O SR. PRESIDENTE (Eduardo Girão. Bloco Parlamentar Vanguarda/NOVO - CE) - Quase a idade de Brasília, que fez 65 anos... (Intervenção fora do microfone.) O SR. PRESIDENTE (Eduardo Girão. Bloco Parlamentar Vanguarda/NOVO - CE) - Divaldo é considerado um dos fundadores da Comunhão? (Intervenção fora do microfone.) O SR. PRESIDENTE (Eduardo Girão. Bloco Parlamentar Vanguarda/NOVO - CE) - Ele estava na pedra fundamental. Que maravilha! Olhem aí: outra informação importante aqui. Que bom! Na Comunhão de Brasília, parece que você está chegando a uma universidade. Lá é grande, você se perde ali dentro, com tanto amor, com tantas atividades, com a dedicação de todos. Parabéns mesmo! Muito obrigado. (Intervenção fora do microfone.) O SR. PRESIDENTE (Eduardo Girão. Bloco Parlamentar Vanguarda/NOVO - CE) - São 3 mil alunos no Esde! Olhem aí! (Palmas.) Muito bem. Qual é o nome da senhora? (Intervenção fora do microfone.) O SR. PRESIDENTE (Eduardo Girão. Bloco Parlamentar Vanguarda/NOVO - CE) - Maria Luiza Bezerra, que é a Vice-Presidente. Muito obrigado pela sua presença. (Intervenção fora do microfone.) O SR. PRESIDENTE (Eduardo Girão. Bloco Parlamentar Vanguarda/NOVO - CE) - É cearense também? (Intervenção fora do microfone.) O SR. PRESIDENTE (Eduardo Girão. Bloco Parlamentar Vanguarda/NOVO - CE) - Olhem aí! Com esse Bezerra, com certeza, deve ter o DNA do Dr. Bezerra de Menezes! (Risos.) Olhem aí! Muito bem. Inclusive, eu estou indo com a Olguinha - a Olguinha não vai poder ir, não é? -, dia 29, que é o aniversário do Dr. Bezerra de Menezes, à terra onde ele nasceu lá no interior do Ceará, pois vai ter um trabalho muito bonito de educação lá, feito pelos espíritas. A gente vai lá. |
| R | Vamos aqui dar sequência. Eu gostaria de ouvir e convido para a tribuna o Sr. Waldir Beira Júnior, que é o Presidente do Centro Espírita Caminho da Redenção, que é o mantenedor da Mansão do Caminho. Muitíssimo obrigado, Waldir Beira Júnior. Estamos recebendo mais crianças aqui. Olha que coisa... São também da escola de Recanto das Emas? É isso? (Manifestação da plateia.) O SR. PRESIDENTE (Eduardo Girão. Bloco Parlamentar Vanguarda/NOVO - CE) - Olha aí que coisa boa - que coisa boa! Sejam muito bem-vindos. O SR. WALDIR BEIRA JÚNIOR (Para discursar.) - Exmo. Senador Eduardo Girão, amigo, irmão, grande trabalhador do bem, que representa muito bem o nosso Brasil; excelentíssimas autoridades e ilustríssimas senhoras e senhores, hoje, reunimo-nos com o coração tocado pela saudade e com uma profunda gratidão para homenagear um eminente filho do Brasil e um dos maiores nomes do espiritismo em nosso tempo: Divaldo Pereira Franco. Divaldo dedicou sua vida a consolar, ensinar e servir com a palavra, com o exemplo e com o coração. Como médium, foi instrumento do bem; como orador, um inspirado embaixador da paz; e, como ser humano, um verdadeiro missionário do amor. Fundador da Mansão do Caminho, lar de milhares de crianças e símbolo vivo da caridade em ação, Divaldo mostrou que a fé sem obras é morta e que o amor ao próximo é o verdadeiro caminho para a construção de um mundo melhor e mais pacífico. Divaldo viveu de forma muito peculiar. Foi pai de mais de 600 filhos de outros pais; teve uma vida dedicada ao bem por mais de sete décadas; foi incansável trabalhador, semeador da esperança e, acima de tudo, um ser humano exemplar. Ele tinha o dom de tratar a todos como se fossem únicos, de tocar-lhes o coração com um carinho, sensibilidade e cuidado de forma incomum. Aqueles que se lhe aproximavam sentiam-se especiais diante de sua presença. Ele conseguia, de fato, fazer ao outro aquilo que gostaria que lhe fosse feito, amando ao próximo e a Deus, de forma natural e genuína. Homem de paz, cultivou o diálogo entre religiões, países e corações. Onde havia dor, ele levou consolo; onde havia dúvida, ofereceu entendimento; e, onde havia escuridão, plantou a chama serena da luz. Seu corpo hoje descansa, mas sua presença permanecerá viva através de suas obras, iluminando o caminho de multidões. Como é inevitável, a tristeza e a gratidão nos invadiram diante da notícia da partida do nosso querido pai, irmão, amigo DivaIdo. Saber que aqui ficaremos sem tê-lo fisicamente por perto causa-nos um aperto no coração e uma emoção que não se controla. Mas a gratidão, que é maior, torna-se capaz de transformar essa tristeza em saudade, que é, por essência, o amor que fica. |
| R | Desde o primeiro contato, é possível perceber quando estamos diante de uma pessoa que traz consigo algo especial. Assim ocorreu comigo quando me encontrei com Divaldo por primeira vez, no início de minha adolescência. O tempo é um fiel aliado da verdade, e, com o passar dos anos, nossa relação de maior convivência se estreitou e veio a amizade. Pude melhor observar, assim, sentir e aquilatar as excelsas qualidades que Divaldo trazia consigo. Citando apenas uma das minhas inumeráveis vivências com ele, destaco os momentos de intensas dificuldades e aflições que experimentamos na família durante o largo período de enfermidade enfrentado por meu filho Francesco, ocasiões em que ele sempre se fez presente, como um pai o faria, com toda a sua atenção, com palavras alentadoras e o amparo espiritual através de suas preces. Nós, como tantos, consideramo-nos beneficiários de seus gestos de caridade e amizade. Por isso, carregamos uma gratidão infinita a esse cidadão do mundo que dedicou toda a sua vida a espalhar o bem. Ao observarmos as ações e exemplos de pessoas como Divaldo, corremos o risco de, muitas vezes, esquecermo-nos de que esses indivíduos têm também seus próprios problemas, preocupações, vicissitudes, dificuldades, enfermidades. Aprendi com a própria experiência que eles verdadeiramente os têm, e a vida de Divaldo, por certo, não foi uma exceção. Nesse sentido, examinando uma passagem da vida do escritor alemão Rainer Maria Rilke, num texto dirigido a um jovem poeta no intuito de incentivá-lo, encontramos o seguinte esclarecimento: "Não acredite que aquele que procura confortá-lo viva sem problemas entre as singelas e tranquilas palavras que, às vezes, lhe fazem bem. Sua vida tem muitas dificuldades e tristezas que permanecem ocultas. Se fosse diferente, jamais conseguiria encontrar as palavras para consolá-lo". Penso que o conteúdo dessa frase dita pelo inspirado poeta pode servir para a reflexão de todos aqueles que tenhamos sido beneficiários da sábia e afetuosa presença de Divaldo. Somente quem viveu muito, sofreu muito, enfrentou tempestades e toda a sorte de dificuldades é capaz de se graduar para poder bem servir ao próximo e ser capaz de tocar o coração, como ele o fazia aos que o buscavam. Assim sendo, mais se amplia a nossa admiração por ele, pois a verdade é que as conquistas que possuía foram frutos de seus próprios esforços. |
| R | Perguntei-me, então: o que fazer para demonstrar o sentimento de gratidão a alguém que salvou a vida de incontáveis pessoas através da sua dedicação extrema e de seu esforço em servir a Deus e ao próximo? Seguir-lhe os exemplos foi a melhor resposta que encontrei; diante das demandas existenciais, dar o nosso próprio testemunho, inspirado nos dele; colaborar na tarefa do bem, do amor, dando a nossa cota de trabalho à causa do bem comum como ele o fez por toda uma vida. Assim o fazendo, honraremos sua memória. Por fim, fortalecidos por todo seu legado, podemos dizer com a alma e corações leves: permaneça em paz, Divaldo; os que aqui ficamos, vamos buscar honrar a oportunidade de ter convivido com você. Que Jesus o receba e, se possível, interceda por todos nós. Até breve, meu pai, irmão e amigo amado. Muito obrigado. (Palmas.) O SR. WALDIR BEIRA JÚNIOR (Fora do microfone.) - Tenho tempo ainda? O SR. PRESIDENTE (Eduardo Girão. Bloco Parlamentar Vanguarda/NOVO - CE) - Tem mais um tempo... O SR. WALDIR BEIRA JÚNIOR - Atendendo a um pedido do Senador Girão, eu gostaria de compartilhar duas experiências mediúnicas de Divaldo em que eu estive envolvido. A primeira delas foi quando o conheci na adolescência. Por primeira vez que eu estava vendo uma palestra sua, chegamos no final, como acontecia em tantas outras, para cumprimentá-lo. Eu nunca o tinha visto. E, ao me aproximar e estender as mãos, ele me disse: "Sua avó Julieta está aqui dizendo isso e aquilo a respeito de você, Júnior". Eu tomei um susto e percebi que eu estava diante de alguém especial. Ao longo de muitos anos em que pudemos acompanhá-lo em palestras - e no final era normal surgir essas grandes filas -, eu vi isto se repetir inúmeras e inúmeras vezes: pessoas que chegavam, que nunca o tinham visto, e ele chamava pelo nome, citava familiares que estavam ali, e conseguia consolar e arrumar aquela situação difícil por que eventualmente estariam passando. Outra passagem foi neste período em que tivemos o nosso filho numa enfermidade muito grave. E, em uma das visitas que ele nos fez, ele falou que iria fazer um passe no Francesco. Colocou uma garrafa de água ao lado, com a tampa fechada, era uma garrafa que nós tínhamos tirado da prateleira. Fez o passe, fez uma oração e pediu para que servíssemos a água. Quando abrimos aquela garrafa, saiu um cheiro de éter muito forte e, depois, um perfume. E aquela água, fomos perceber, estava amarelada, não mais branca. Ele recomendou que a gente usasse aquela água em pequenas doses durante muito tempo, e foi o que nós fizemos. |
| R | Então, tem várias outras situações em que isso aconteceu. E Divaldo, espalhando o bem, espalhando o amor, sempre dizia que isso era uma tarefa de Jesus e dos benfeitores, e não dele. Transferia toda a gratidão, o agradecimento, toda aquela postura que as pessoas tinham dele para o mundo espiritual. Colocava-se como um humilde trabalhador da causa do bem. Assim foi o nosso Divaldo. Muito obrigado. (Palmas.) O SR. PRESIDENTE (Eduardo Girão. Bloco Parlamentar Vanguarda/NOVO - CE) - Muito bom! Waldir Beira Júnior, que hoje está à frente, é o Presidente do Centro Espírita Caminho da Redenção, que é a mantenedora da Mansão do Caminho, ele que tem o dom, que tem essa missão. Pouca gente sabe: é um dos maiores empresários deste país, mas um homem simples, extremamente simples, ético, dedicado e pega o seu tempo, em que poderia estar viajando pelo mundo, fazendo empreendimentos, e está dedicando ao trabalho que o Divaldo plantou, um trabalho por que ele tem todo o carinho - até hospital tem lá dentro -, para que possa continuar, não é? Então, parabéns pelo seu gesto, pela sua disponibilidade em servir, viu, Waldir? Que Deus abençoe, muita luz, e conte comigo no que a gente puder também estar junto, porque eu também me sinto ligado àquela obra - me sinto ligado àquela obra. Aconteceu - antes de chamar o próximo convidado, eu me senti até encorajado aqui pelas palavras do Waldir, revelando um caso pessoal - uma coisa que me marcou muito. Eu estava começando no espiritismo; que bom o espiritismo, assim, é a certeza do reencontro que a gente tem, da imortalidade da alma, é a certeza do reencontro, que é o amor que nos liga eternamente. Então, isso dá um conforto, isso dá uma outra visão de tudo. E aconteceu um caso muito delicado na minha existência, que foi um divisor de águas. Eu tinha ali acabado de conhecer o espiritismo; foi através da arte. Olha só: uma peça de teatro que eu vi em São Paulo. Eu era uma pessoa extremamente ambiciosa, só pensava em ganhar dinheiro, em trabalhar, a família em terceiro lugar, os amigos em quarto, e aquela peça de teatro, no Teatro Itália, sem nenhum ator conhecido... O Flávio Serra era o ator principal, que interpretava o Chico Xavier; era a biografia do Chico Xavier. Como vocês fizeram a biografia do Divaldo, a gente foi assistir a uma peça de teatro sobre a biografia do Chico Xavier, e foi um negócio assim que fazia... Eu nem lembrava a última vez em que eu tinha chorado, era criança, e isso aí faz o quê? Eu tinha 30 anos, mais ou menos... não, uns 20 e poucos anos, 28, e, naquele momento, eu chorei como uma criança na peça. Um cara que tinha tudo para ser talvez um dos mais ricos do Brasil, o Chico Xavier se dedicou a enxugar lágrimas, para ficar até de madrugada psicografando, ajudando. Nem o banheiro no quarto ele tinha; para ir ao banheiro, você tinha que sair na Casa dele, em Uberaba. E aquilo me tocou profundamente para rever meus valores e caminhar de uma forma que desse sentido à vida. |
| R | E eu estava naquele momento ali, tinha conhecido o espiritismo há pouco tempo e não tive a bênção de conhecer o Chico Xavier, ele desencarnou logo depois, mas tive a bênção de conhecer o Divaldo. Em outro momento dramático da minha vida, numa questão familiar, que me marcou muito, eu liguei para Olga, que está aqui, e disse: "Olga, está tão difícil, será que eu conseguiria falar com o Divaldo? Eu vou, fico o tempo que for, se tiver que ficar lá uma semana, um mês para falar com ele". Ele fazia o atendimento fraterno depois das palestras. E eu fui a Salvador, sem ter certeza de nada, mas fui ali, o auditório lotado, aquele auditório lotado. Eu fiquei ali na última fila, e o Divaldo foi passando, ele chegou, e a gente sente a energia dele antes de ele chegar, é uma luz, e ele foi chegando. Eu estava num momento difícil mesmo. Eu estava assim, no cantinho lá, e ele foi passando, entrando. Ele parou, ele parou, olhou para trás, olhou meu olhar, assim, bem... Ele foi me cumprimentar e disse: "Você me dá a honra de estar comigo lá na mesa?". Eu me sentindo a última das pessoas, me sentindo mal, como um humano, assim, muito triste comigo mesmo e tudo, e ele me pegou, me colocou do lado dele na palestra inteira, e a palestra que ele fez ali me tocou profundamente. Não precisou mais nem do atendimento fraterno, foi tão forte aquilo ali que ele teve esse dom, e em outros momentos também da vida. Divaldo Pereira Franco, muita gratidão, meu irmão. Vamos agora exibir o trailer do filme Divaldo: O Mensageiro da Paz, filme que tem tocado muitas almas, muitos corações. (Procede-se à exibição de vídeo.) (Palmas.) |
| R | O SR. PRESIDENTE (Eduardo Girão. Bloco Parlamentar Vanguarda/NOVO - CE) - Olha, se o trailer é de arrepiar, você imagina o filme. Quem não teve a oportunidade de assistir a esse filme, assista. Primoroso! E, para falar um pouco do Divaldo, um pouquinho do filme, se puder, eu quero convidar o Sr. Clovis Mello, que é roteirista e diretor do filme do Divaldo Franco. Muito obrigado pela sua presença. (Palmas.) O SR. CLOVIS MELLO (Para discursar.) - Boa tarde. Bom, ilustríssimo Senador, antes, nosso produtor do filme, coprodutor... Na realidade, assim, depois de tantos depoimentos, tantos elogios e tantos fatos que foram divulgados aqui, eu queria falar do ser humano que foi o Divaldo para mim. Eu conheci o Divaldo numa palestra em Salvador, a que nós fomos assistir. Na pré do filme e tal, já havia um roteiro pronto, já havia um roteiro sendo trabalhado há mais de cinco anos, com o qual o Divaldo não se identificava - ele tinha uma certa implicância com o roteiro. E eu não sei por que, não sei exatamente o porquê. E eu fui como diretor. Eu não fui para roteirizar o filme, eu fui para dirigir o filme. E aí, a reunião indo por água abaixo, porque ele falou: "eu não me identifico com esse filme, desse jeito não vai ser feito". E aí eu falei: "Divaldo, eu estou chegando agora, não estou muito familiarizado nem com o roteiro. Mas se eu fosse fazer um filme sobre você, eu não faria sobre você; eu não faria sobre o mensageiro, eu faria sobre a mensagem, porque eu acho que isso é que deve prevalecer nessa história". Ele falou: "é exatamente isso que eu quero que seja feito". E ali eu conheci o ser humano a quem eu ia filmar; a humildade. A gente vê hoje o mundo... a gente tem influencer, a gente tem celebridade. Nesta Casa aqui, todo mundo é um pouco celebridade, no coral; e essas crianças serão futuras celebridades, porque isso está muito democratizado. Então, ali eu vi a humildade dele. Eu vi que realmente ele estava a serviço de uma obra. E assim foi durante todo o processo. Durante todo o processo do filme, em nenhum momento - nenhum momento -, ele me pediu nada. E eu escrevi o filme livremente. Ele me aconselhou a ir para Assis, na Itália, onde tudo teria começado. E eu fui para Assis para me inspirar. Ele falou: "você vai para lá e lá você vai se inspirar a fazer o roteiro". E assim eu fui. |
| R | Eu já tinha escrito um pouco, e chegou um momento em que não andava mais o roteiro, eu não conseguia mais escrever. Eu tenho outras atividades, dirijo publicidade e fazia comercial de cerveja de dia e ia escrever filme espírita à noite. Não combinava. Aí eu falei: "Não. Eu preciso parar para me entender". Ele falou: "Se você puder, vá para Assis". Eu fui para Assis, entrei no oratório de São Francisco e chorei como uma... Virou uma poça d'água aquele oratório, e ali realmente eu senti que alguma coisa modificou. Eu voltei, refiz algumas palavras e depois escrevi como um louco até as 130 páginas do roteiro. Em nenhum momento, ao longo de todo esse processo, ele falou quero isso, quero aquilo, quero assim, quero assado. E chegou a um determinado momento: roteiro pronto, eu fui a Salvador. Encontrei com ele e falei: "Divaldo, preciso te mostrar o filme". Aí ele falou para mim: "Não precisa me mostrar nada, porque Joanna já me falou que está tudo bem". Aí eu falei: "Tudo bem, mas tem uma cena que eu queria que você visse. Eu escrevi uma cena onde sua mãe tem um embate com um padre da Igreja Católica, e eu carreguei nas tintas, eu fiz coisas bem...". Ele falou: "Não precisa me dizer nada, porque Joanna já me disse que está tudo bem". Aí uma curiosidade, para quem não ouviu isso ainda. Eu falei: "Não, mas pelo menos uma coisa você vai fazer. Eu já escolhi o elenco do filme inteiro, e você vai escolher a Joanna de Ângelis, porque só você vê a Joanna de Ângelis". E aí eu coloquei umas cinco, seis atrizes na mesa, fotos de várias atrizes, incluindo a Regiane, que aqui está, e ele pensou um pouco e falou: "Essa menina aqui". Aí eu falei: "Está bom". Já tinha até falado com uma outra atriz antes: "Olha, tenho chance. Vou levar e vou levar outras atrizes". E depois a cara de pau para ligar para outra atriz e falar: "Não foi você"? Aí depois, mais para frente, uma semana depois eu mandei novas fotos das atrizes trocadas, com outros figurinos, com outro cabelo e tal, e ele falou: "Não. É essa menina aqui que tem que fazer". E assim o filme foi feito. Na realidade, eu queria falar um pouco sobre como viver hoje nesse mundo. Se não tiver amor, se não tiver realmente caridade, se não se jogarem fora as diferenças, isso não vai prosperar, a gente não vai chegar a lugar nenhum. O que eu senti com o Divaldo, além de toda a vida que ele propunha, é uma morte, a morte mais importante que a gente veio para realizar aqui, cada um de nós, que é a morte do ego. Não o ego que é necessário, que é o ego bom, que é o ego que fundamenta a nossa personalidade para que a gente não seja agredido pelo meio onde a gente vive, mas a morte do ego que é impulsionado pela vaidade, e hoje cada vez mais as pessoas estão vivendo desse ego. Então, os mesmos instrumentos que são o celular e agora a inteligência artificial são instrumentos que podem fazer tanto bem quanto mal, assim como a energia atômica. A energia atômica salva vidas através das tomografias computadorizadas e tal, mas também pode destruir vidas. E assim são os nossos celulares, assim são as nossas redes sociais. Então, na mesma rede social em que você pode propagar o mal, você pode propagar o bem. Então, isso é uma escolha íntima, isso é de dentro para fora. Isso não é produto do meio, porque a gente - o filme trata disso - o tempo inteiro tem que controlar o que a gente pensa e o que a gente sente, porque a gente vai estar ancorando perto de nós espíritos bons ou espíritos maus de acordo com o que a gente sente. Então, eu queria convidar todo mundo para fazer esse exercício. Uma das coisas mais importantes que o Divaldo me falou e que eu jamais vou esquecer: "A gente descobre, a gente tem dois dias mais importantes na vida: o dia que você nasce e o dia que você descobre por que nasceu e para que nasceu. E, com a presença dele na minha vida, eu descobri por que eu nasci, para que eu nasci. E a gente pode fazer isso, todos nós. E acho que essa é a mensagem que eu queria deixar. É isso. (Palmas.) |
| R | O SR. PRESIDENTE (Eduardo Girão. Bloco Parlamentar Vanguarda/NOVO - CE) - Que maravilha, que mensagem, Clovis. Olha, eu não sabia, eu não sabia dessa... Aliás, você já tinha me dito, mas eu não estava lembrando, é tanta coisa que eu não estava lembrando dessa história de Assis. O SR. CLOVIS MELLO - Sim, sim. O SR. PRESIDENTE (Eduardo Girão. Bloco Parlamentar Vanguarda/NOVO - CE) - E eu tenho uma coisa para te contar. O SR. CLOVIS MELLO - Conte. O SR. PRESIDENTE (Eduardo Girão. Bloco Parlamentar Vanguarda/NOVO - CE) - Eu conheci Assis há uns 20 anos, eu voltei há um mês, e eu fui convidado, olha só o detalhe, por uma espírita que mora na Itália e que coordena um centro espírita... O SR. CLOVIS MELLO - Regina. O SR. PRESIDENTE (Eduardo Girão. Bloco Parlamentar Vanguarda/NOVO - CE) - ... a Regina, que faz o Festival de Cinema sobre a Imortalidade da Alma. O SR. CLOVIS MELLO - Nós fomos lá no ano passado. O SR. PRESIDENTE (Eduardo Girão. Bloco Parlamentar Vanguarda/NOVO - CE) - Vocês foram lá no ano passado. E eu fui este ano. Teve a apresentação do filme do Chico Xavier e tudo. E olha que interessante, não é? Em Assis... Eu queria lhe perguntar: por que Assis o Divaldo pediu para vocês? O SR. CLOVIS MELLO - Porque, na realidade, toda a história dele vem de Francisco de Assis, e Joanna de Ângelis é a reencarnação de Santa Clara, da Santa Clara católica. Então toda essa história aconteceu de fato, esse início dessa história, há 800 anos. Todo o legado que Divaldo traz é um legado de Francisco de Assis, de Santa Clara, que é o mesmo espírito. Inclusive, foi revelado a Divaldo, pelo espírito, lá no túmulo de Santa Clara, em Assis; ela se aproximou dele, o espírito, e falou: "Você reconhece essa pessoa?". Ela falou: "Sou eu, eu fui essa santa aqui em Assis há 800 anos". Então ele me pediu para ir lá, porque, realmente, ele sentiu que eu precisava disso. E ele depois, na pré-estreia do filme, em Salvador, ele falou: "Clovis, você ir para Assis foi quando você, realmente, aceitou fazer o filme. Então por quê? Porque lá ela começou a te impactar com tudo aquilo que você precisava saber para escrever e colocar no papel aquilo que a espiritualidade precisava que fosse colocado, daquele jeito". E é muito difícil, em três, quatro biografias que eu li, é muito difícil você pegar só essas coisas e condensar num filme de duas horas, é muito complicado. Então, eu não teria envergadura espiritual para fazer isso sozinho. Lógico que não foi uma psicografia, não houve nenhuma, mas eu sentia intuição o tempo inteiro, eu sentia... Se eu bebesse uma taça de vinho, eu não escrevia. Então foi uma coisa louca, uma taça de vinho em casa almoçando, à tarde eu não conseguia escrever. Então o tempo inteiro era muita intuição, muitos sinais. A SRA. REGIANE ALVES - Aproveitando esses acontecimentos no meio do filme, teve um fato curioso: o Clovis recebia sempre a mensagem que espíritos do outro lado - digamos assim - iam lutar muito contra a gente, porque a gente estava querendo fazer um filme, deixar um legado, deixar uma coisa positiva. E aí com a nossa equipe começaram - não é, Clovis? - a acontecer coisas. O nosso diretor de fotografia teve uma conjuntivite. Imagina um diretor de fotografia que não consegue enxergar. A primeira assistente, a Carol, que precisava falar muito, perdeu a voz. E eu comecei também a ficar mal, doente, a gente estava no interior de São Paulo, aí eu fui para São Paulo para me recuperar. E aí o Clovis me ligou e falou assim: "Olha, a Joanna de Ângelis tem um poder de cura muito forte, você é católica?". Eu falei que sim. Ele falou: "Então reza, pede alguma coisa". Aí eu falei: "Tá. Está ótimo". Tomei a medicação, tudo, fui dormir... O SR. CLOVIS MELLO - "Conversa com ela que ela vai te ouvir." |
| R | A SRA. REGIANE ALVES - "Converse com ela", mas, na verdade, foi ela que veio falar comigo. No meio da noite, veio a mãe de um grande amigo meu, um amigo que é muito espiritualizado, ela falava: “Eu sou a mãe do Felipe, e eu queria que você falasse para ele que vai ficar tudo bem”. E aí eu acordei. Eu não sabia se eu a tinha visto, se eu tinha sonhado... Eu falei: “Gente, mas quando eu conheci o Felipe, a mãe dele já não estava mais aqui. Nossa, que estranho! Eu não entendi esse sonho, mas eu vou ligar para ele”. Eu liguei falando: “Nossa, Felipe, aconteceu isso. Estou doente, estou aqui em São Paulo, estou em recuperação, mas, eu não sei se eu sonhei: sua mãe mandou lhe dar um recado, ela falou que vai ficar tudo bem” - ele ficou mudo. “Felipe, Felipe...” Ele falou: “Não, porque ontem à noite eu comecei uma novena. Eu estou com um problema no meu trabalho e pedi que minha mãe me desse uma luz”. Eu recebi a mensagem naquela noite e eu tinha que passar para ele. No outro dia, eu liguei para o Clovis e o Clovis falou: "É. Estamos envolvidos..." Por mais que eu seja, é claro, uma atriz, que eu esteja entregue.... É um processo ali e tudo, mas muitas coisas foram nos cercando o tempo inteiro, a forma como eu fui convidada, num momento pessoal também de muita delicadeza, a hora que ele me ligou: “Não, espere, já volto, já ligo" - não é? Eu e o Clovis temos uma relação desde muito menina. Quando eu comecei no trabalho artístico, ele já me conhecia. Parece que sempre a gente se encontra em passagens da vida, assim, em momentos, de grandes mudanças. O SR. CLOVIS MELLO - Eu filmei a Regina com 13 anos de idade, basta dizer isso. A SRA. REGIANE ALVES - Pois é, ou seja, coisas estão ao nosso redor e sendo cuidadas o tempo inteiro. O SR. CLOVIS MELLO - E tem passagens que, se eu fosse contar, a gente bloquearia a agenda desta Casa por seis meses. (Risos.) Mas tem uma cena que foi muito impactante, que é a cena do Bruno, que é um ator superexperiente, e o Marcos Veras na... Achei que era um espírito querendo se manifestar. (Risos.) E eles estão na fogueira, num embate, e o Bruno, superexperiente, esqueceu o texto, completamente. O Marcos Veras estava muito pronto. Acontece muito isso, às vezes, quando você está com um ator ou dois atores, um está muito bem, o outro está indo. Quando esse, que estava mal, começa a ficar bom, o outro começa a cair. E aí o Bruno não esquecia. Estava um frio, um frio horroroso, e ele esqueceu o texto. O Bruno, enfim, é um cara que decora a Bíblia e fala. O Marcos é superesperto. Eu falei: "O obsessor está bombando e o nosso Divaldo está caidão". E aí começou a ventar. Tudo começou a ventar, o mato ventava - a gente estava num lugar no meio do mato. Ventava e caía tudo. Começou a cair equipamento: caiu o refletor, caiu uma coisa... Falei: "Não, pare. Pare todo mundo. Cada um vá para um canto". Peguei o Bruno, fui ficar com ele, a gente se acalmou. Falei com o Veras: "Veras, segure-se que essa sua energia está indo embora. Então, deite-se e fique quieto que vai passar". Eu mesmo me preparei e pedi que houvesse uma egrégora que melhorasse, com benfeitores e tal. E, realmente, a cena depois... Você vê a cena e a cena é linda, mas ela estava indo embora, indo por água abaixo. Isso é apenas uma das... (Intervenções fora do microfone.) A SRA. REGIANE ALVES - Teve a nossa do meio da madrugada, lembra? "Regiane, não é essa a fala, Regiane". E era isso: era um silêncio e daqui a pouco eu não dava... Eu também não sou uma que tem problema com texto, e não dava, não saía... Aí uma hora começou a balançar o lustre. E, de repente, duas pessoas da equipe começaram a ter um atrito. O SR. CLOVIS MELLO - Sim. A SRA. REGIANE ALVES - Eu só via o relógio da madrugada: 2h10, 2h40, 3h10, 3h... Falei: "Não é possível que eu não esteja conseguindo". No final, o Clóvis chegou para mim e falou: "Você entendeu o que estava acontecendo ali?" Porque eu estava tão preocupada em dar aquele texto.... E a Joanna é isto, os ensinamentos dela são muito objetivos, são claros, mas sempre com uma doçura, e, para mim, como atriz, ficar ali dentro de toda aquela vestimenta, a roupa, a luz, tudo direitinho, e mais o texto, foi muito, foi uma das cenas mais difíceis... |
| R | O SR. CLOVIS MELLO - Foi, porque até a Regiane no início falou: "Poxa, será que ela não pode ser mais brother dele, mais gente boa?" (Risos.) Porque eu fiz a Joanna largando o aço... Para quê? Porque eu também não queria santificar aquela personagem do Divaldo. Ele não pode ser um santinho de quem todo mundo sente pena. Não, pelo contrário, eu queria que ele sofresse. Porque na realidade, ao contrário do Chico, a meu ver, que tem uma personalidade mais dócil, tem uma personalidade mais tímida, o Divaldo tem uma personalidade muito forte. Ele não é um pobrezinho nascido em Belém, ele é um cara que tem uma personalidade muito forte. Então, ele apanhou de verdade. Para ele virar o que virou, ele apanhou. Inclusive o texto é muito "não matarás", é um texto totalmente difícil de falar, de trava-língua, o que para uma atriz é muito difícil, e a Regiane: "Poxa, ele não pode ser mais brother? Posso falar mais legal com ele?" "Não, tem que ser assim, com esse português arcaico, tem que ser desse jeito!" Para ter aquele impositivo. E assim foi, porque aí você constrói dois personagens. Uma está em ascendência com o outro, mas, quando ela perdoa, quando ela olha para ele, quando ela se afeiçoa a ele, você se derrete com ela também. Então, ela tem ao mesmo tempo uma... A SRA. REGIANE ALVES - Eu diria que quase virando um obsessor... (Risos.) Como é que pode? (Risos.) O SR. CLOVIS MELLO - Verdade. Agora, voltando a uma história curiosa em relação ao Divaldo, quando a gente foi fazer o filme - o filme foi lançado pela Disney, era a Fox e depois virou a Disney -, tiveram duas passagens muito engraçadas na pré-estreia, lá em São Paulo. Com vários repórteres, a gente estava em um andar da Disney cheio de salas de imprensa, e aí uma repórter falou assim: "Eu nem sei o que eu estou fazendo aqui, porque eu não gosto de religião, não sei por que me pautaram para fazer isso... Eu não pretendo virar espírita, eu não vou ver... Por que alguém que não é espírita vai ver um filme espírita?" Aí eu falei: "Você sabe que esse filme está sendo lançado pela Disney, não é?" Ela falou: "Sei." "Você já viu algum filme da Branca de Neve, do Mickey?" Ela falou: "Já." Falei: "Você virou o Pateta? Não, não é? Você continua sendo quem você é; então, você vai ver um filme espírita para entender como o outro pensa, independentemente se você é evangélico, católico e tal." É curioso, porque as pessoas acham que têm que se identificar com aquele filme. Outra história curiosa foi também que uma outra repórter de uma revista famosa - eu aqui, Divaldo aqui, e ela entrevistando, assim, a gente, para fazer uma matéria -, aí ela vira e fala: "Divaldo, você sabe que..." O que me impressionou foi a cara de pau, de verdade. "Você sabe, eu não sei, eu não consigo me relacionar com isso, essa coisa da espiritualidade, eu não consigo acreditar que isso é verdade, eu acho meio fantasioso." Aí ele falou: "Mas você nunca sente nada quando você pensa em algum ente querido?" Ela falou: "Sim, eu penso e me emociono quando eu me lembro da minha avó. Quando eu me lembro da minha avó, eu me emociono." Aí ele falou: "Sabe por que você se emociona?", Divaldo falou, "Porque normalmente, quando você se emociona, o espírito está ao seu lado. Às vezes, você não se lembra da sua avó e lembra de coisas engraçadas e dá um sorriso?" "Sim." "Quando você se emociona é porque ela está junto de você." Aí ela falou: "Ah, não é possível." Ele falou: "É. Inclusive ela está aqui, você quer falar com ela?" Isso para a repórter... Aí ela falou: "Não, não quero falar, não. Não quero falar." "Mas ela está pedindo só para eu te dar um recado: tudo o que você está pensando sobre o seu marido não é verdade. Seu marido é um homem muito bom, você pode confiar nele. Ela não se veste assim, com casaquinho assim?". Coloquei até essa cena no filme: ela, com um cordãozinho e tal, não sei o quê... "É isso, ela só está pedindo para dizer isso, ela não quer falar com você, ela só pediu para lhe dar esse recado". |
| R | Então, você vê como ele transitava entre os dois mundos com uma facilidade muito grande. Era muito fácil. Quando nós fomos ver a reunião mediúnica em Salvador, eu falei para ele: "Divaldo, eu queria mostrar para os atores, para eles fazerem, o mais realisticamente falando, a cena da reunião mediúnica", porque eu não queria que eles fizessem da cabeça deles, eu queria que eles tivessem algum laboratório disso. E aí ele falou: "Preciso falar com a Joanna" - assim, na porta da casa dele lá. Aí eu falei: "Está bom". Aí ele olhou assim para o lado e fez: "Pode ir, ela deixou". Era com essa naturalidade que as coisas aconteciam, tanto que na cena do cemitério eu também coloco que a mãe fala: "Pergunta para a sua amiga se eu vou morrer logo". Ele diz: "Não, ela já falou aqui". Ela disse: "Mas já falou?". Porque ele realmente transitava de um mundo para o outro com uma facilidade muito grande. Então, esse é o Divaldo que eu conheci. Eu sei que eu sou o último da fila, porque eu cheguei por último nessa família, vocês estão há muito mais tempo convivendo com ele, mas eu acho que o que ele me deixa é essa questão do não ego, da morte do ego, que eu acho que vai ser a salvação desse mundo, sem nada de religiosidade, sem nenhuma pieguice, não é isso. Enquanto a gente não matar os nossos egos, o ego ruim, o ego da vaidade, o ego que quer ser melhor do que o outro, não vai ter solução. A gente tem que ter, sim, o nosso ego, a nossa personalidade formada, bem ancorada, para a gente não sofrer com as maldades do mundo, para a gente saber se defender disso, mas o ego do bem, e não aquele que nos aprisiona na vaidade, no orgulho e no desprezo pelos outros. Eu acho que é isso que o Divaldo me deixou. (Palmas.) O SR. PRESIDENTE (Eduardo Girão. Bloco Parlamentar Vanguarda/NOVO - CE) - Muito bem. Muito obrigado por compartilhar isso conosco, Clovis Mello, grande cineasta, neste momento tão especial aqui, em que o Senado homenageia esse baiano, grande humanista brasileiro, Divaldo Pereira Franco. Agora lembre-se de uma coisa, viu, Clovis? Os últimos serão os primeiros. Você disse que foi o último da fila: os últimos serão os primeiros. Muito bom, muito bom mesmo. Eu, imediatamente, já concedo a palavra à Sra. Nísia Anália, a autora do livro Divaldo Franco, a terra boa!. Muito obrigado também pela sua presença. (Palmas.) A SRA. NÍSIA ANÁLIA (Para discursar.) - Muito bem, Senador Girão, eu quero ser bem informal, agradecer a V. Exa. imensamente por este momento, cumprimentar - boa tarde, já quase caminhando para o boa noite -, a todos os irmãos. Hoje realmente é um dia muito especial para todos nós, em particular para mim. Tivemos a honra de solicitar ao Divaldo, quando ainda estava entre nós no corpo físico, a sua autorização para escrevermos sobre sua história de vida para o público infantil. Ouvindo aqui o Clovis falar... Não sei se a Joanna estava, porque ele não me disse. Foi em 2018, em sua ida a Uberlândia. Eu naturalmente entrei na fila para receber ali o autógrafo, a fila grande, como foi dito, mas a gente tinha uma alegria imensa de estar naquela fila por podermos nos aproximar do Divaldo. |
| R | Eu levei, então, me parece que dois ou três livros infantis já publicados, de minha autoria, e entreguei para o Divaldo, o presenteei, e falei: "Eu gostaria que o senhor conhecesse o meu trabalho como escritora, é claro que intuitivamente aí, e me autorizasse, se assim o senhor achar, para que eu possa escrever a sua vida, sua trajetória, direcionada à criança". Então, naquele momento - eu estou ouvindo, Clovis, você falar do roteiro -, ele falou assim: "Já está autorizado". No momento eu levei um impacto, eu pensei: "Nossa, eu levei o livro para ele conhecer". Aí eu tornei a questionar: "Mas o senhor não quer conhecer o trabalho?". Ele pegou uma rosa - porque ele fazia isso -, e me deu essa rosa de presente e falou: "Minha filha, está autorizado". E assim nasceu essa obra que hoje a gente está tendo a alegria de apresentar a vocês, de lançar neste momento tão especial. Por isso é um dia muito especial para todos nós, particularmente para mim. O título da obra, Divaldo Franco, a terra boa!, nasceu de uma inspiração que me acompanha há muito tempo: a parábola do semeador, contada por Jesus. Nela aprendemos que a semente é a mesma, mas é o tipo de solo que determina se ela vai florescer. Para mim, Divaldo é uma dessas terras. Ao longo de sua vida, ele recebeu as sementes do evangelho e as transformou em árvores frondosas que dão sombra, alimento e acolhimento a tantos corações pelo mundo. Sua obra, seu exemplo e sua fé são frutos que se multiplicam em todos os dias, em cada palestra, em cada gesto e em cada criança acolhida. Escrever sobre Divaldo para crianças foi um desafio e uma alegria também. Desafio, porque é difícil resumir em um livro pequeno, em poucas páginas, uma vida tão rica; então esse é um grande desafio. Alegria, porque, ao escrever essa história de forma simples, pude imaginar os olhos curiosos dos pequenos, descobrindo que existem pessoas que vivem para fazer o bem, que isso é possível, é real e é lindo. Meu desejo é que este livro desperte nas crianças não apenas a admiração, mas também a vontade de ser em terras boas, de acolher ideias de paz, de semear palavras que confortem, de cultivar ações que transformem para o bem. Divaldo, que hoje recebe essa homenagem, foi para mim e para todos nós um exemplo de que o amor, quando é verdadeiro, não tem fronteiras. Aproveito, então, para agradecer hoje a Deus essa oportunidade da materialização dessa obra; agradecer imensamente à minha família, que são os primeiros incentivadores, leitores e até críticos, porque a gente precisa também; agradecer imensamente ao Hélio de Lima, que está aqui conosco, o ilustrador desta obra, porque ali eu vi: quando ela viu a imagem da Joanna de Ângelis, ela ficou emocionada ali de ver. Eu lhe apresento o Hélio daqui a pouco. E a Ilustração é uma parceira profunda de quem escreve para criança. E é interessante porque a ilustração não tem barreira linguística, nem nada; ela chega a todos os povos. |
| R | Agradeço imensamente à Editora Auta de Souza, que acreditou em nosso trabalho literário e tem nos proporcionado a oportunidade de transformar sonhos em livros. Agradeço a todos que incentivam o livro infantil, o livro espírita infantil. As crianças precisam deles; são elas que vão receber essa semente em mais profundidade para as suas mudanças. Trago aos coordenadores da Mansão do Caminho o abraço fraterno do Dr. Sabino Antônio Luna, residente em La Rioja, na Argentina, que prefaciou o nosso livro e que é um admirador profundo de nosso irmão Divaldo. Gratidão mais uma vez ao Senador Girão e à sua equipe. E, acima de tudo, eu agradeço ao Divaldo por ter sido essa inspiração tão viva para o nosso trabalho. Muito obrigada. (Palmas.) O SR. PRESIDENTE (Eduardo Girão. Bloco Parlamentar Vanguarda/NOVO - CE) - Muito bem, muitíssimo obrigado, Sra. Nísia Anália, autora do livro Divaldo Franco, a terra boa!, esse livro que está aqui nas minhas mãos e está sendo lançado hoje. Muito obrigado por essa oportunidade de lançarmos aqui, no Senado Federal, durante esta sessão em homenagem a esse grande brasileiro, que trouxe tanta luz aqui para o Brasil e para o mundo, Divaldo Franco. Eu, assim... O Clovis também tem esse mesmo pensamento de que os filmes espíritas, vamos dizer assim, a gente... pelo menos eu que tive a oportunidade de produzir... Caí de paraquedas, porque nunca estudei para isso, não tenho essa... mas ajudei a fazer, para que essa mensagem chegue e faça bem as pessoas, como fez a mim na peça de teatro, lá em São Paulo. Então, aí o filme vai, e a gente perde a conta, não sabe aonde está chegando. E o objetivo não é converter ninguém para o espiritismo - este é o ponto -; é levar o conhecimento para as pessoas de que existe a doutrina espírita e suas bases. Essas informações podem fazer algumas pessoas se encontrarem ali. (Intervenção fora do microfone.) O SR. PRESIDENTE (Eduardo Girão. Bloco Parlamentar Vanguarda/NOVO - CE) - Só... Pode usar o microfone aí. Só um minutinho que ele já vai liberar aí o microfone. (Pausa.) Pronto, já deu. O SR. CLOVIS MELLO - A maior prova é que, quando você vai à creche da Mansão do Caminho - e eu já fui lá algumas vezes e aquele trabalho é lindo -, quando você pergunta para aquelas meninas que trabalham, as voluntárias, porque lá acho que são 300 voluntárias e tem mais 300 funcionários, alguma coisa assim, meio a meio, e você pergunta: "Qual é a sua religião?". E ela fala: "Eu sou espírita". "E você?". "Ah, eu não tenho religião". "E você?". "Eu sou do Candomblé", uma grande maioria. Outra é católica, outras são evangélicas e tal. Então, você vê que a obra é ecumênica. Isso é um exemplo. Quando você vê por aí as religiões virando facção, e você tem lá, dentro da obra do maior médium em atividade no Brasil até então, pessoas das mais diversas correntes religiosas e trabalhando juntas, dando as mãos umas para as outras. Então, isso é o maior exemplo que se pode ter do que é ser espírita. Eu acho que é essa... E isso está lá. Quem quiser visitar a Mansão do Caminho... Se vão lá ter filhos lá, ninguém pergunta qual é a religião daquela mãe, daquela grávida. As pessoas vão simplesmente e se inscrevem para ter filhos, sejam elas da religião que tiverem. |
| R | O SR. PRESIDENTE (Eduardo Girão. Bloco Parlamentar Vanguarda/NOVO - CE) - Muito bem, muito bom. Eu quero aproveitar e saudar aqui um grupo de brasileiros que está aqui visitando o Plenário do Senado Federal. Às vezes, vem gente de fora, de outros países aqui. É muito bom. Vocês podem falar o estado de vocês? (Manifestação da plateia.) O SR. PRESIDENTE (Eduardo Girão. Bloco Parlamentar Vanguarda/NOVO - CE) - Bahia. (Manifestação da plateia.) O SR. PRESIDENTE (Eduardo Girão. Bloco Parlamentar Vanguarda/NOVO - CE) - Ceará, Mato Grosso do Sul. (Manifestação da plateia.) O SR. PRESIDENTE (Eduardo Girão. Bloco Parlamentar Vanguarda/NOVO - CE) - Rondônia. (Manifestação da plateia.) O SR. PRESIDENTE (Eduardo Girão. Bloco Parlamentar Vanguarda/NOVO - CE) - São Paulo. (Manifestação da plateia.) O SR. PRESIDENTE (Eduardo Girão. Bloco Parlamentar Vanguarda/NOVO - CE) - Pará. (Manifestação da plateia.) O SR. PRESIDENTE (Eduardo Girão. Bloco Parlamentar Vanguarda/NOVO - CE) - Espírito Santo. (Manifestação da plateia.) O SR. PRESIDENTE (Eduardo Girão. Bloco Parlamentar Vanguarda/NOVO - CE) - Minas Gerais. (Manifestação da plateia.) O SR. PRESIDENTE (Eduardo Girão. Bloco Parlamentar Vanguarda/NOVO - CE) - Roraima. Olhem só que bacana! Olhem, muito bom! Parabéns por esta visita, por se interessarem pela história do Congresso Nacional, do nosso país, por virem aqui! Visitaram já aqui a Câmara dos Deputados também? (Manifestação da plateia.) O SR. PRESIDENTE (Eduardo Girão. Bloco Parlamentar Vanguarda/NOVO - CE) - Pronto! E aqui o Senado... Tem museus aqui. Isso é muito bom. Isso aproxima demais a população dos seus representantes. Para quem quiser - quem está nos assistindo agora - fazer essa visita ao Congresso Nacional, fazer como esses exemplares brasileiros que aqui estão, basta acessar www.congressonacional.leg.br/visite - tudo junto. A visitação pode ser realizada em dias úteis, exceto terças e quartas, porque a gente tem aqui as sessões deliberativas, de votação, e ficam várias Comissões ao mesmo tempo. Também é possível aos finais de semana e em feriados, das 9h às 17h. Muito obrigado pela visita. Sejam muito bem-vindos à Casa revisora da República! Muito bem, muito bom. (Palmas.) E olhem só: não param de chegar. Eu não fico todo o tempo anunciando, porque, às vezes, está algum palestrante falando, mas está chegando outro grupo de também brasileiros aqui... (Manifestação da plateia.) O SR. PRESIDENTE (Eduardo Girão. Bloco Parlamentar Vanguarda/NOVO - CE) - São estrangeiros? Olhem aí, olhem aí! Que beleza! De onde? De que país? (Manifestação da plateia.) O SR. PRESIDENTE (Eduardo Girão. Bloco Parlamentar Vanguarda/NOVO - CE) - Vários países? Falem aí os países para a gente. (Manifestação da plateia.) O SR. PRESIDENTE (Eduardo Girão. Bloco Parlamentar Vanguarda/NOVO - CE) - Bélgica. (Manifestação da plateia.) O SR. PRESIDENTE (Eduardo Girão. Bloco Parlamentar Vanguarda/NOVO - CE) - Itália. (Manifestação da plateia.) O SR. PRESIDENTE (Eduardo Girão. Bloco Parlamentar Vanguarda/NOVO - CE) - Holanda, Japão. (Manifestação da plateia.) O SR. PRESIDENTE (Eduardo Girão. Bloco Parlamentar Vanguarda/NOVO - CE) - Alemanha. (Manifestação da plateia.) O SR. PRESIDENTE (Eduardo Girão. Bloco Parlamentar Vanguarda/NOVO - CE) - Portugal. Rapaz, que beleza! Sejam muito bem-vindos ao coração do mundo, pátria do Evangelho! Muito bem. (Palmas.) E parabéns à nossa equipe também aqui do Senado, dos guias, que fazem um trabalho exemplar aqui mostrando toda a história! Estão faltando dois palestrantes para a gente caminhar aqui para o encerramento. Quero chamar a minha querida irmã Daniela Migliari, jornalista, autora do livro Divaldo o mensageiro da paz: bastidores do filme. (Palmas.) Dani, se você puder falar também... É porque tem outras biografias, e é bom a gente dizer aqui, do Divaldo. Se eu não me engano, tem O semeador de estrelas, não tem? (Intervenção fora do microfone.) O SR. PRESIDENTE (Eduardo Girão. Bloco Parlamentar Vanguarda/NOVO - CE) - Este virou até peça de teatro também. (Intervenção fora do microfone.) O SR. PRESIDENTE (Eduardo Girão. Bloco Parlamentar Vanguarda/NOVO - CE) - Tem Divaldo Franco... O Paulo de Tarso da atualidade... Muito bom este livro também. Depois a gente... Se alguém puder trazer aqui para a gente mais biografias, seria bom para deixar... |
| R | Quero registrar a presença do Sr. Presidente do Centro Espírita Paulo de Tarso, Diomar Franco. Olha só: quase que era Divaldo Franco, não é? (Risos.) Diomar Franco, do Centro Espírita Paulo de Tarso. E tem uma biografia que é: Paulo de Tarso da atualidade. Era um grande divulgador realmente, cristão. Registro a presença da Sra. Presidente da sociedade espírita assistencial Irmão Álvaro, Jussara Limeira. Também seja muito bem-vinda! Com a palavra, Daniela. A SRA. DANIELA MIGLIARI (Para discursar.) - Boa tarde, Senador Eduardo Girão! Muito obrigada a você, a esta Casa, ao nosso Governo, ao nosso país, que nos recebe e nos fornece toda essa estrutura para que a gente possa prestar essa homenagem tão merecida, não é? Já tenho aqui as três obras que você... em que eu também me baseei para esse livro - não é? -, que são biografias, só para responder a sua pergunta, já começando, tá?: Divaldo Franco, o jovem que escolheu o amor, de Maria Anitta Rosas Batista; O semeador de estrelas, da nossa querida Suely Caldas Schubert; e Divaldo Franco, por Ana Landi. (Intervenção fora do microfone.) A SRA. DANIELA MIGLIARI - Ana Landi, que foi uma das bases que a gente trouxe aqui também. Bom, quero muito agradecer a Deus, por esta oportunidade, e à equipe espiritual, que nos reuniu em torno desse filme, que foi como eu cheguei a essa oportunidade, mas eu acredito que também essa tarde. Nós, nesse âmbito do jornalismo, que é a minha área, e do cinema, a gente tem sempre uma produção, produtores que passam meses produzindo antes e criando toda uma atmosfera. E, no tempo todo em que eu estava em contato com essa obra, ficou para mim perceptível que havia uma outra produção, uma produção espiritual muito mais ampla, que também nos reúne aqui hoje. Eu me lembro de que, quando eu recebi o convite do querido Luiz Saegusa, nosso amigo da Intelítera, ele falou: "Dani, eu preciso de uma pessoa para contar esses bastidores, estar lá acompanhando as filmagens, visitar o Divaldo na Mansão do Caminho." - e eu só podia agradecer a Deus pela oportunidade de ter essa chance de viver esses dois meses aí, horas viajando, acompanhando, visitando Salvador. Depois, em nome da Disney também, eu passei mais uma semana com o Divaldo em Salvador, fazendo a promoção, na época, do filme. Eu tive a chance de estar pertinho dele nesses períodos, porque nem todos tiveram a chance que os senhores tiveram aqui de terem convivido tão perto. Então, para mim foi uma grande honra. Eu me lembro de que - eu também sou espírita, frequento a Comunhão Espírita de Brasília, que também é a minha casa aqui, e tenho a mediunidade ostensiva também -, numa madrugada, às 5h da manhã, eu acordo e recebo este impulso: escreva, escreva o prefácio! Eu comecei a perceber as ideias chegando e uma forte aproximação de Joanna de Ângelis. E eu escrevi esse prefácio e pensei muito se eu colocava a assinatura dela ou não, e me veio claramente que eu deveria colocar o meu nome mesmo. A gente fica tímido na hora de colocar essas assinaturas, até porque não foi exatamente uma psicografia, foi uma intuição. Eu gostaria de pedir licença para ler rapidamente. |
| R | Só um detalhe: quando eu recebi esse texto e veio o título desse prefácio, "Um ser humano integral", chegou para mim, duas semanas depois, o primeiro roteiro - que não foi o roteiro aprovado, mas já estava em andamento, já havia essa produção mais ampla espiritual -, e tinha exatamente o mesmo título do prefácio. Então, duas semanas antes eu havia recebido e eu percebi: "Bom, eu estou só aqui precisando ficar a mais recolhida, silenciosa e disponível possível para poder não atrapalhar e poder estar a serviço". Então, vou ler para os senhores. Viver com inteireza é reconciliar e reintegrar partes do ser, até então sentidas e percebidas como separadas. Na vida de Divaldo Franco, essa reconexão é feita do conjugar de muitos verbos: Ver num pai duríssimo na disciplina, ainda que amoroso e presente à sua maneira, o melhor pai que a Vida poderia lhe ofertar. Transformar em ofício de redenção pessoal e fonte de bênçãos coletivas uma mediunidade que, por muitos anos, expressou-se como tormento inexpugnável. Abrandar a solidão dos vínculos íntimos afetivos por meio do serviço ao próximo, fazendo da caridade a lavoura onde aprende a plantar e colher relações profundas e perenes. Ressignificar séculos de experiências religiosas vividas sob pesados enganos, ampliando-a em Espiritualidade gentil, aberta e solidária. Encontrar num inimigo, até então implacável, grande mestre para que o Amor pudesse transpor as barreiras interiores do seu ser. Transcender a autoestima do menino frágil e tido como "meio maluco", postando-se como instrumento dócil da Providência Divina perante milhares de pessoas no Brasil e em diversos países. E fazer isso sem se deixar cooptar pelas garras fáceis da vaidade e da identificação. Permitir-se encantar e andar lado a lado com milhares de corações sofridos, vendo-os como faróis e fontes de imensas alegrias. Superando a tentação de ser tragado pelo amargor do pessimismo, ou ser seduzido pela ideia de ver tais irmãos como vítimas de uma injustiça aleatória do destino. Ser integral é fazer, das pontas soltas pelo caminho, linhas harmônicas de delicado bordado. É transmutar montanhas aparentemente intransponíveis em pedras preciosas a compor um mosaico de belezas expressas em natural, única e perfeita manifestação. Assim é Divaldo Franco: um homem que concretiza ideais em escolhas, atitudes e obras. E, assim, integra em luz as partes ingenuamente tidas como escuras de sua história. Capítulos de um viver misteriosamente belo - em tais passagens densas - apresentadas neste filme como peças necessárias e exatas, a compor o quebra-cabeças de sua virtuosa existência. Então, quando esse texto chegou para mim e eu fui convocada a ser uma testemunha ocular e auditiva dos corações que estavam trazendo esse filme, especialmente do Clovis, querido amigo - nos tornamos amigos -, e também da Regiane, que está aqui, uma querida, para mim foi muito notável perceber o quanto essa produção espiritual estava a serviço de todos nós aqui. |
| R | E, claro, esse filme, quando é feito com as entranhas, com o coração, com o sofrimento e com a cura, alcança cada um dos espectadores. Cada uma destas obras de arte, livros, filmes, poesias, músicas... Vocês viram a canção desse coral lindo da minha casa espiritual também, da Comunhão Espírita? Quando a gente está inteiro na mensagem e quando a gente consegue deixar isso tocar este diapasão interior aqui, isso alcança muitas almas. Por isso, a responsabilidade do cinema; por isso, a responsabilidade de produções como The Chosen, pela qual eu também gosto muito de fazer um estudo do Evangelho, de forma ecumênica, embora eu seja espírita, e eu faço de forma a conversar com todos os nossos irmãos - estavam aqui várias pessoas de vários países -, porque Jesus nos diz que, quando dois ou mais se unirem no nome dele, nós estaremos juntos. Então, o clubinho é um só. Para muito além do sentimento de clubinho, nós todos somos desse clubinho da Terra, do amor e da fraternidade. Conforme eu fui vendo as pessoas sendo chamadas para esse filme... Eu mesma, neste episódio que a Regiane comentou que, nas primeiras duas semanas de locação de uma fazenda, todo mundo começou a adoecer... E tinha uma característica desse acometimento bacteriano: ele saía e expurgava pus de diferentes partes do corpo. Então, eu lembro que estava em Brasília ainda e conectada já a essa egrégora, e abriu-se uma ferida no meu braço esquerdo. Eu falei: "O que é isso?". E conversando com a Claudia Terçarolli, que é a diretora de fotografia do filme - que é os olhos do filme -, ela me contou que, antes de começar a filmar, ela também expurgou um pouquinho de pus pelos olhos, entre outras situações, de se perder a voz, e isso e aquilo. Cada uma dessas pessoas que estavam nesse filme estava vivendo o que é esse servir do Divaldo. E o Divaldo estava incomodado com esse filme, ele ficava sem graça, ele era tímido, ele precisou conversar com um amigo, ele precisou trocar ideia, ele precisou ver se para ele ia ser interessante isso ou não, ele não queria tocar em processos de vaidade, ele não queria... Mas, por fim, convenceram-no - ainda bem - de que esse filme seria feito com ele vivo e podendo apoiar na produção, ou depois. De toda forma, ia ser feito, então, que ele pudesse participar e apoiar. Eu tive a oportunidade de conversar com ele umas três, quatro vezes, em longas entrevistas, e o Divaldo falou para mim: "O que importa é esta mensagem", que foi exatamente o caminho que o Clovis contou: de que ele queria que fosse uma mensagem de amor à vida, porque o filme Divaldo - O Mensageiro da Paz é um filme, sobretudo, que fala do amor à vida. E, neste ano, ele próprio trouxe a mensagem de que 2025 seria o ano em que haveria o maior número de suicídios no país e que esse filme fosse uma ode à vida e ao servir. Ele é, e eu posso, em nome de todos aqui, agradecer a você, Senador Girão, que financiou também esse filme com muitos outros e com o apoio de várias outras famílias do Brasil. E os direitos autorais, inclusive, desse livro e do filme, da Cine, da Estação Luz e da Fox, foram todos doados à Mansão do Caminho, para que essa obra possa continuar viva. Então, cada pessoa que eu fui entrevistando ali tinha uma conexão íntima com o papel que representou. E essa semana - não é, Regiane? -, a gente sentiu Joanna de Ângelis de novo. Eu faço estudos de cada episódio do The Chosen e um deles, que eu fiz nessa semana - eu mergulho, faço estudos bíblicos e vou fundo -, trazia ali a história de Joana de Cusa, que também é uma das encarnações de Joanna de Ângelis. Aquilo me tocou especialmente. A Regiane também teve um sonho com Joanna nessa semana. Enfim, estamos todos sendo tratados aqui também, estamos todos sendo reunidos para celebrar essa vida e esse legado humanitário e espiritual que fica para todos nós. |
| R | Para encerrar, eu vou trazer palavras do próprio Divaldo. Nas últimas perguntas que eu faço aqui... E quanto a muitos desses segredinhos de filmagem, de tratamento espiritual de pessoas que passaram... Por exemplo, a artista que representou a irmã de Divaldo, que se suicidou no filme. Quando eu fui entrevistá-la, eu estava me decidindo sobre qual caminho eu ia dar para o livro e pensei em contar da minha perspectiva. Eu falei: "Não, eu vou só abrir o microfone para que as pessoas possam falar". E ela mesma disse que havia, na adolescência, pensado em suicídio muitas vezes. Então, pedaços da história das pessoas que estavam ali... O artista também que representou o padre é filho de um padre que deixou o caminho. Então, ninguém estava ali por acaso, e todos estavam sendo tratados. O que eu recomendo aqui é que assistam ao filme, que todos vão ser tratados também. Vou fechar com uma última pergunta que eu fiz aqui para o Divaldo. Para quem quiser ver mais detalhes, está neste livro - tá, gente? -: Divaldo - o Mensageiro da Paz, pela Editora Intelítera. Eu fiz a seguinte pergunta para ele: "Divaldo, a vida espiritual também pode ser leve? Ela não carece de ser um fardo pesado?". E ele me respondeu: Exato, o que me encanta no Espiritismo como ciência, filosofia e como moral religiosa é justamente essa leveza. Porque o Espiritismo matou a morte. Por isso, as nossas mensagens se resumem em: viva bem, viva, hoje. Não planeje viver amanhã. Viva agora. Não deixe para viver a alegria, por exemplo, do encontro, só à noite, com o namorado. Sinta o prazer desse encontro, desde a tarde. E viva essencialmente a vida conforme se nos apresente. Se você tem um lar estruturado e está passando por uma fase difícil, não se angustie. Viva-o, porque você vai superar. Isso também vai passar. Porque Deus nos criou para a felicidade! Para a plenitude. As nossas palestras têm sempre como objetivo passar essa mensagem: Viva alegre! Eu lembro de uma frase dita por um cristão primitivo: "Um santo triste é um triste santo". Então, considerando essa ideia, se uma pessoa que busca o mundo transcendental é uma pessoa triste, isso é uma tragédia. Se eu acho que lá é melhor, então eu vou fazer aqui tão bom quanto lá. Porque eu vou apenas mudar de vibração. Mas lá eu serei exatamente como sou aqui. Se eu sou uma pessoa que vive deprimida, se eu sou mesquinho, eu me levo comigo. Porque somos aquilo que pensamos. Se eu sou uma pessoa feliz, é assim que eu serei do lado de lá. Desse modo, essa leveza que o filme está dando, como diria um amigo, "é a minha cara". Então, acho que o Divaldo já estava deixando essa mensagem para todos nós. Que bom poder... Hoje eu peguei o livro de novo, fui reler e não podia deixar de dar voz a ele aqui para os senhores. Muito obrigada pela oportunidade. Boa tarde. (Palmas.) |
| R | O SR. PRESIDENTE (Eduardo Girão. Bloco Parlamentar Vanguarda/NOVO - CE) - Muito bem, Daniela, jornalista e autora do livro Divaldo - o Mensageiro da Paz - Bastidores do Filme. Nessa viagem a Assis - viu, Clovis?-, nessa viagem a Assis agora, um mês atrás, coincidiu - olha a coincidência, não existe coincidência, como falou a Dani, nada acontece por acaso -, estava tendo o Jubileu de Roma, o Jubileu do Papa, e a gente foi conhecer, a gente conheceu o Papa, ele recebeu os Parlamentares, o novo, nosso novo Papa. E foi interessante porque no auditório do festival lá de cinema Brasil-Itália - olha que coisa bonita -, tinha umas 200, 300 pessoas. Eu pedi para levantarem a mão, metade era de italianos; a outra metade, de brasileiros, assistindo aos filmes brasileiros. E tinha filmes italianos também, tudo sobre imortalidade da alma. Era impressionante a emoção. Foi apresentado lá o Predestinado - Arigó; e o Espírito do Dr. Fritz, As Mães de Chico Xavier, e fazia uns dez anos que eu não assistia àquele filme. Então, a gente rever... Rapaz, a emoção daquilo é muito... Não tem como não sair diferente a pessoa que recebe esses inputs, porque ali, dentro do teatro, ou de uma sala de cinema, ou em casa, você está desprovido de qualquer armadura, de qualquer barreira de proteção, vai direto. Por isso, a arte é tão importante neste momento da humanidade, neste momento que você falou do ego exacerbado, do egoísmo, do orgulho no limite. Nós estamos sendo testados. Muito importante, viu, Dani? Muito obrigado, muito obrigado também, mais uma vez pela constelação, pelo tanto que eu aprendo ali com Bert Hellinger e com vocês. Para a gente encerrar, o último palestrante aqui hoje é um querido amigo, um grande expositor espírita, conhece bem a doutrina, a ciência, a filosofia e a religião, que são a base do espiritismo. Ele já esteve conosco outras vezes aqui nesta tribuna e hoje está numa missão lá nos Estados Unidos. Eu queria até aproveitar e perguntar para ele sobre a questão da ciência. O Divaldo foi um grande médium brasileiro... Tinha o Chico Xavier, tivemos outros, no mundo inteiro tem, em outras religiões há médiuns que têm essa sensibilidade, todos nós temos mediunidade, alguns em pouco grau, outros em altíssimo, mais ostensivo. Ouvi um médico falando - inclusive da USP, o Dr. Sérgio Felipe Oliveira, que é espírita - que, na glândula pineal, quanto mais cristais de apatita tem ali, mais conexões com o mundo espiritual você consegue ter. Eu não sei se tem alguma outra novidade. Ele, que pesquisa esse assunto, se puder trazer para a gente, porque a ciência vai evoluindo e cada vez vai mostrando, vai comprovando o que Chico Xavier dizia, o que Divaldo Franco dizia. O nosso grande irmão está aqui conosco, diretamente dos Estados Unidos, Juiz de Direito do Tribunal de Justiça de Minas Gerais, escritor, tradutor, conferencista, Haroldo Dutra. Muito obrigado, meu amigo. |
| R | O SR. HAROLDO DUTRA (Para discursar. Por videoconferência.) - Exmo. Senador Eduardo Girão, querido amigo, na pessoa de quem eu cumprimento todo o Plenário desta Casa. Nosso ilustre e querido amigo Jorge Godinho, Presidente da Federação Espírita Brasileira, na pessoa de quem eu cumprimento toda essa mesa e toda a comunidade espírita. É tão difícil falar de uma figura tão iluminada e tão complexa quanto o Divaldo Pereira Franco. Humanista, com uma obra extraordinária que é a Mansão do Caminho. Somente quem teve a oportunidade de estar na Mansão do Caminho e presenciar o trabalho realizado ali pelo Divaldo, por todos os colaboradores, por corações queridos ligados a ele, sabe do impacto humanitário dessa obra na cidade de Salvador. É importante ressaltar isso. Além disso, nós temos o Divaldo Franco da paz, um grande incentivador do movimento Você e a Paz; o esforço do Divaldo em levar pacificação não só com esse movimento, mas especialmente na sua conduta. Mas eu venho aqui, Senador Girão, falar de um Divaldo semeador de estrelas, o Divaldo divulgador da doutrina espírita, com quem eu pude conviver, tive o privilégio, a honra de conviver por muitos anos. Conviver nos aeroportos, conviver nos congressos ao redor do Brasil, ao redor do mundo. Pude escutá-lo, pude estar ao lado dele em entrevistas, ao lado dele em falas. E é esse Divaldo que eu gostaria de homenagear e revelar para quem não teve esse privilégio de conviver assim com ele, tão proximamente. O primeiro ponto que eu destaco era o amor do Divaldo à doutrina espírita, o amor que ele tinha pela divulgação da mensagem da imortalidade. Os olhos do Divaldo brilhavam quando ele falava, quando ele tinha oportunidade de se dirigir a um público, e a gente sentia que cada palavra daquela saía do fundo do coração dele. Ele realmente - realmente - se sentia realizado quando estava na tribuna. E ele nos passava isso. Talvez esta seja a grande mensagem silenciosa que ele nos transmitiu enquanto expositor espírita: o amor pela tribuna, o respeito pela divulgação do espiritismo. E aqui eu quero destacar umas coisas: nós não vamos encontrar jamais o Divaldo perdendo a serenidade, o Divaldo perdendo o bom senso, o Divaldo perdendo a delicadeza ao abordar os temas. Ele era firme, o Divaldo tinha opiniões muito seguras. Quem o conheceu sabe da firmeza do caráter dele, da força da personalidade do Divaldo, e nós nunca vamos encontrar o Divaldo utilizando da palavra para o desequilíbrio. Nós nunca vamos encontrá-lo falando de alguém, nós nunca vamos encontrá-lo sendo inconveniente. Então essa, para mim, é uma grande lição. Ele subia à tribuna como quem pisava num solo sagrado e ele honrava o dom da palavra, ele honrava o verbo, como um semeador de estrelas, como alguém que sabia que falava para espíritos imortais, alguém que tinha plena convicção de que estava tocando corações para sempre. |
| R | Outro aspecto que me chamava muita atenção no Divaldo: a vitalidade, Senador Girão, a força do Divaldo. O Divaldo era incansável, incansável. E eu posso dizer isso por já ter pernoitado no aeroporto com ele, por termos varado noite em claro. Incansável! A energia do Divaldo para viajar, para trabalhar, para falar, para servir era algo, assim, descomunal, era algo que a gente não consegue explicar, a força de trabalho do Divaldo, e a prova disso são as décadas e décadas dedicadas à divulgação, viajando pelo Brasil e pelo mundo. E aqui eu posso dizer que tenho o coração tranquilo, porque eu pude dizer isso em público. Eu pude agradecer ao Divaldo e homenagear o Divaldo em público, dizendo a ele que nós percorríamos estradas pavimentadas, mas ele percorreu as estradas de terra. Ele pavimentou o caminho da divulgação. Ele divulgou o espiritismo pelo Brasil e pelo mundo. E nós tínhamos o privilégio, nós tínhamos a dádiva de poder seguir nos passos dele e percorrer os caminhos que ele havia pavimentado. Pude dizer isso a ele em público e pessoalmente e senti que ele ficou muito feliz com isso, porque é verdade isso. Somente quem percorreu todos os caminhos, somente quem fez todo o esforço que ele fez pela divulgação da doutrina espírita sabe do que nós estamos falando. Tem um terceiro aspecto que eu gostaria de destacar no Divaldo, que é a alegria. O Divaldo era muito sério com a palavra, muito sério com a missão dele, muito sério com a divulgação da doutrina, mas pessoalmente o Divaldo era de uma alegria, de uma alegria de viver, de um otimismo, de um florescimento, e ele buscava sempre nos transmitir isso. Brincava sempre que nos encontrava, contava um caso, sorria e abraçava... Ele fazia questão de transmitir essa mensagem de que o verdadeiro espírita, o verdadeiro cristão é alguém alegre, é alguém que sabe das esperanças e consolações, é alguém que sabe da imortalidade da alma, e, portanto, em meio a todas as dores, em meio a todas as dificuldades, sabe manter a serenidade e a alegria de viver. E isso me impressionou muito, me impressionou muito, Senador, especialmente nos momentos em que eu encontrei o Divaldo, ele sentindo muita dor, fazendo palestras longas e com muita dor. E ele confessava isso no particular, que estava sentindo dor, mas nem isso - nem isso - era capaz de afastar a alegria, a candura, o carinho dele. Ele não se deixava abater por isso, isso era realmente impressionante. Agora, tem um aspecto - já que é para deixar aqui um testemunho, um causo com o Divaldo - muito impressionante do Divaldo, que era a sutileza com a qual ele era um intermediário do mundo espiritual. Muitas vezes ele, sem fazer alarde, sem sensacionalismo, simplesmente começava a falar, muitas vezes fez isso comigo em particular, aspectos da vida pessoal, orientar, entrar em questões que ele não saberia, nunca disse, e ele falava, orientava. E teve ocasiões em que ele me preparou para uma situação muito difícil que eu iria passar, e eu não entendia. Ele me contou uma história, fez todo um rodeio, depois deu vários conselhos, eu fiquei meio sem entender, eu achei que ele estava até errando de conselho, acreditando que eu era uma outra pessoa, porque o conselho que ele dava não tinha nada a ver com aquilo que eu estava vivendo no momento, mas nada disso, o tempo revelou que aquele conselho tinha o endereço certo. Depois de tudo, eu voltei a encontrá-lo, ele ainda me orientou no particular. Então, ele tinha essa capacidade de endereçar uma mensagem da espiritualidade para um coração que estava enfrentando uma dor, para alguém que estava passando por um desafio, mas isso feito com muita sutileza, isso tudo feito com muito cuidado, sem nenhum tipo de alarde. |
| R | Por fim, eu gostaria de ressaltar aqui o Divaldo incentivador do trabalhador espírita. Recebi, mesmo nesses últimos momentos dele, de muita dificuldade, várias cartas. Ele escrevia cartas, ele incentivava todo novo livro, todo trabalho, ele sempre atento a tudo que estava acontecendo, sempre estimulando, sempre com palavras amáveis. E uma das lições mais importantes, Senador, que eu tive do Divaldo, ele me repetiu isso, mas, mais do que isso, Divaldo testemunhou isso na sua vida pessoal, ele me disse uma vez assim: "Meu filho, Joanna de Ângelis me disse algo que eu quero transmitir para você, nunca se defenda, nunca se defenda, porque, se as suas obras não foram capazes de convencê-los, não serão as suas palavras. Trabalhe silenciosamente". E, por diversas ocasiões, eu pude testemunhar várias calúnias, várias críticas, vários ataques a Divaldo Franco, ao seu trabalho, à sua obra, à sua pessoa; e ele, em silêncio, dobrou o trabalho. Continuou trabalhando ainda mais intensamente, ainda mais firmemente, sem qualquer resposta agressiva, sem qualquer revide, sem qualquer ataque - disso eu fui testemunha. Então, é uma lição viva que levo. Ele é realmente esse farol, uma inspiração para todos nós que, de modo pálido, trabalhamos na divulgação da doutrina espírita. Eu sempre o tenho como esse modelo do trabalho de divulgador, mas, especialmente, Senador, do caráter do divulgador, que é alguém que não só utiliza as palavras para levar a mensagem, mas de alguém que vive a mensagem que fala - essa é a grande lição, o grande legado que Divaldo deixa na minha alma. |
| R | Eu pude agradecê-lo dezenas e dezenas de vezes, dezenas e dezenas de vezes. Eu sei que ele está presente, sei que ele está nos ouvindo, então aproveito mais uma vez para dizer: querido Di, muito obrigado... (Soa a campainha.) O SR. HAROLDO DUTRA (Por videoconferência.) - ... muito obrigado, vele por nós, nos ampare e prossiga na sua jornada de muita alegria, semeando o bem e semeando a paz. Um grande abraço, gratidão. O SR. PRESIDENTE (Eduardo Girão. Bloco Parlamentar Vanguarda/NOVO - CE) - Muito bem. (Palmas.) Muito obrigado, muitíssimo obrigado, meu amigo, meu irmão Haroldo Dutra Dias, dando o testemunho de alguém que conviveu, que rodou este Brasil e o mundo com ele. O Haroldo hoje continua fazendo palestras. Eu quero parabenizá-lo, Haroldo, pela entrevista, pelo podcast que você fez com inteligência artificial. O SR. HAROLDO DUTRA (Por videoconferência.) - Inteligência Ltda. O SR. PRESIDENTE (Eduardo Girão. Bloco Parlamentar Vanguarda/NOVO - CE) - Inteligência Ltda. Foi espetacular, eu assisti. Foi muito bem. Você trata do espiritismo, da divulgação dele, com muita responsabilidade, inteligência e com muito embasamento, isso é muito importante. Você é uma referência para nós. Divaldo Franco deu uma entrevista também ontológica no Jô Soares. Quem quiser depois pesquisar no YouTube, está lá com milhões de acessos a entrevista do Divaldo Franco. Ele é uma fonte que jorra sabedoria, amor e trabalhava no limite das forças mesmo, como você colocou. Ele era incansável, incansável. Para encerrar a sessão, agradecendo a presença de todos vocês aqui, vamos dar voz ao Divaldo, que esteve no Senado Federal, virtualmente, no dia 11 de fevereiro de 2022. Foi uma sessão em memória ao Chico Xavier, requerida por mim. Ele fez um vídeo, e a gente vai colocar só um trechinho do vídeo que ele fez - foi um vídeo de 11 minutos. Vamos encerrar esta sessão com o Divaldo voltando ao Senado. Eu também acredito que ele está conosco de alguma forma neste momento aqui, espiritualmente. |
| R | Divaldo Franco. (Procede-se à exibição de vídeo.) (Palmas.) |
| R | O SR. PRESIDENTE (Eduardo Girão. Bloco Parlamentar Vanguarda/NOVO - CE) - Muito bem! Muito, muito obrigado. Eu tenho uma curiosidade também. O Divaldo, eu não sei como é que ele encontrava tempo. Vocês que conviveram mais com ele, ele respondia a todos os e-mails, né? E era e-mail. Chegavam os e-mails... Às 4h da manhã, eu acho que ele terminava de psicografar e ia responder aos e-mails com atenção, com carinho, não é, Rabelo? Muito atencioso, muito atencioso, um grande brasileiro, que a gente aqui... Muito obrigado pela presença de todos vocês, muito obrigado mesmo. Eu acho que nós cumprimos a finalidade desta sessão no ano do desencarne desse brasileiro, que vai ser lembrado por décadas, por séculos, pelo seu trabalho, pela sua dedicação à humanidade. Esta sessão especial se encerra exatamente neste momento. Eu agradeço a todos que nos honraram com a sua participação. Que Deus nos abençoe, nos ilumine, nos guie sempre! Muito obrigado, Divaldo Pereira Franco! (Palmas.) Está encerrada a sessão. (Levanta-se a sessão às 17 horas e 29 minutos.) |

