3ª SESSÃO LEGISLATIVA ORDINÁRIA
57ª LEGISLATURA
Em 17 de julho de 2025
(quinta-feira)
Às 15 horas
83ª SESSÃO
(Sessão Especial)

Oradores
Horário

Texto com revisão

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O SR. PRESIDENTE (Magno Malta. Bloco Parlamentar Vanguarda/PL - ES. Fala da Presidência.) - Declaro aberta a sessão.
Sob a proteção de Deus, iniciamos nossos trabalhos.
A presente sessão especial foi convocada em atendimento ao Requerimento nº 544, de 2025, de autoria desta Presidência e de outros Senadores, aprovado pelo Plenário do Senado Federal.
A sessão é destinada a prestar homenagem póstuma o Pastor Gedelti Victalino Teixeira Gueiros, fundador da Igreja Cristã Maranata, falecido no dia 5 de julho de 2025.
Compõem a mesa desta sessão especial os seguintes convidados: o ex-Presidente da República do Brasil Jair Messias Bolsonaro; o Presidente em exercício da Igreja Cristã Maranata, Pastor Alexandre Ruben Milito Gueiros; Sr. Pastor Coronel Júlio Cezar Costa, Conselheiro Presbiterial da Igreja Maranata; Sra. Jurama Barros Gueiros Britan, filha do homenageado, Pastor Gedelti Gueiros; o Sr. Albert Velten Bitran, genro do homenageado; e a Sra.Magda Malta, minha primogênita, minha 01.
Acompanharemos agora uma oração de glorificação a Deus com o Pastor Edilson Rocha Dias.
O SR. EDILSON ROCHA DIAS - Convido todos a estarem de pé. Vamos orar.
Senhor Nosso Deus, clamamos pelo poder que há no sangue de Jesus.
Invocamos o Teu nome, porque debaixo dEste nome nós confiamos na promessa do Senhor.
Senhor, invocamos o Teu nome para esta sessão solene, quando todos estão aqui para esta homenagem, mas bem sabemos que somente o Teu nome há de ser glorificado.
Bendito é o nome do Senhor!
Receba a nossa adoração, a nossa invocação, em nome de Jesus.
Amém!
O SR. PRESIDENTE (Magno Malta. Bloco Parlamentar Vanguarda/PL - ES) - Convido a todos para, em posição de respeito, acompanharmos o Hino Nacional, que será interpretado pelo Grupo de Louvor da Igreja Cristã Maranata, que, na sequência, fará a apresentação da música Se Paz, a Mais Doce.
(Procede-se à execução do Hino Nacional.) (Palmas.)
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(Procede-se à apresentação musical do Grupo de Louvor da Igreja Cristã Maranata.)
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O SR. PRESIDENTE (Magno Malta. Bloco Parlamentar Vanguarda/PL - ES) - Cumprimento todos os pastores presentes pertencentes à Igreja Maranata, cumprimento também líderes outros, de outras denominações, que participam conosco desta sessão solene pela memória, em homenagem póstuma ao Pastor Gedelti Gueiros.
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Registro no Plenário a presença do Procurador de Justiça de Minas Gerais Marco Antônio Picone Soares. Registro também a presença da Sra. Desembargadora do Tribunal de Justiça do Distrito Federal e Territórios Nilsoni de Freitas; do Sr. Presidente do Instituto de Pesquisa Hinologia Cristã, Robson Santos.
Registro a presença do Deputado Presidente da Frente Parlamentar Evangélica, nosso querido (Pausa.) Gilberto Nascimento. Quando você fica amigo demais, você esquece até o nome, Gilberto Nascimento, que, neste momento, nesta sessão solene, representa a Frente Parlamentar Evangélica na Câmara dos Deputados, e todos nós fazemos parte do Congresso Nacional.
Solicito à Secretaria-Geral da Mesa a exibição de um vídeo institucional em homenagem póstuma ao Pastor Gedelti Victalino Teixeira Gueiros.
(Procede-se à exibição de vídeo.)
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O SR. PRESIDENTE (Magno Malta. Bloco Parlamentar Vanguarda/PL - ES) - Neste momento, o Grupo de Louvor da Igreja Cristã Maranata fará a apresentação da música Preciosa Graça.
(Procede-se à exibição da música Preciosa Graça.)
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O SR. PRESIDENTE (Magno Malta. Bloco Parlamentar Vanguarda/PL - ES. Para discursar - Presidente.) - Neste momento, vou passar a palavra ao ex-Presidente da República.
Quero fazer um preâmbulo.
Em 2018, quando ainda pré-candidato a Presidente da República, nós, aqui, a meu pedido, realizávamos uma sessão solene como esta, mas bem maior, comemorando os 50 anos da Igreja Cristã Maranata. Naquele dia, naquele evento, lá estava o então pré-candidato a Presidente da República Jair Messias Bolsonaro. Tem pessoas que acreditam em coincidência; outras, não. Este é o meu caso. No mundo espiritual, não há coincidências. Maranata! No momento em que todos os sinais, que estão na palavra, nenhum fora dela, apontam para o fim, como Jesus disse, como o Pastor Gedelti pregou ao longo de toda a sua vida, não há coincidência em Deus o ter tirado... No momento em que a gente enxerga e diz: "É o final. Tudo aponta, tudo converge para o que a Bíblia diz". É assim que o mundo está. E, naqueles 50 anos em que o meu amigo Pastor Gedelti, a quem hoje fazemos uma sessão solene de homenagem póstuma... E aqui está, já como ex-Presidente da República, o então cidadão e ex-Presidente desta nação, Jair Bolsonaro, que, a meu convite, assim como em 2018 esteve a meu convite, aqui está também para render as suas homenagens póstumas e celebrar o legado desse homem de Deus que viveu entre nós, pregando a vida e o fim dos tempos, como diz a Bíblia.
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Presidente Bolsonaro.
O SR. JAIR MESSIAS BOLSONARO (Para discursar.) - Senhoras, senhores, irmãos, prezado Magno Malta, a paz de Cristo!
Agradeço a oportunidade de, num evento tão marcante como este, me conceder a palavra. Vendo rapidamente o currículo do Gedelti, há algo em comum comigo: meu pai era dentista prático, apenas quatro anos mais velho do que ele. Sei um pouco o que é a história de quem tem essa profissão.
Meus senhores e minhas senhoras, a vida se faz de momentos, e este é o momento para eternizarmos o que foi a vida do prezado Gedelti, os seus exemplos, as suas pregações, a maneira como ele conduziu essa grande Igreja Maranata. (Manifestação de emoção.)
Acredito em Deus. Peço orações a vocês.
Por muitas vezes, o óbvio está na sua frente. As pessoas poderosas desta nação, algumas desta Casa, quando se conscientizarem do óbvio, de que um dia ele vai embora, mudam. Quantas vezes eu já falei o que falta para nós sermos a terra prometida do ocidente? Falta quase nada, mas alguns poucos nos atrapalham. Mas vamos seguir o exemplo do Gedelti: vamos acreditar, cada um fazer a sua parte, dar o máximo de si. Caso essa missão seja impossível, daí, sim, entregue nas mãos de Deus.
Muito obrigado a todos vocês. Que Deus conforte a família e os amigos do prezado Gedelti. (Palmas.)
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O SR. PRESIDENTE (Magno Malta. Bloco Parlamentar Vanguarda/PL - ES) - Concedo a palavra, por três minutos, ao nosso prezado Deputado Federal Gilberto Nascimento, Presidente da Frente Parlamentar Evangélica.
O SR. GILBERTO NASCIMENTO (Para discursar.) - Exmo. Presidente desta sessão, Senador Magno Malta, louvo a Deus pela sua vida; meu querido Presidente Bolsonaro, Deus abençoe a sua vida; demais membros da mesa - não vou aqui citar a todos, porque o nosso tempo passa muito rápido.
Quero cumprimentar aqui também o nosso querido Pastor Alexandre Gueiros, Presidente da Igreja; cumprimentar também o Secretário-Geral da igreja, Pastor Luiz Eugênio Santos; cumprimentar também o nosso Pastor Daniel Santana, que tem feito um grande trabalho lá em São Paulo, a quem, mesmo não estando presente, deixo aqui o meu abraço; e, cumprimentando-o, cumprimento a todos os demais pastores presidentes e pastores diretores dessa igreja.
Num momento como este, Senador Magno Malta, eu estava ali sentado pensando o seguinte: já participei de muitas sessões na Câmara, pelo tempo em que estou aqui, e no Senado - enfim, na Câmara e, eventualmente, quando convidado, aqui no Senado - e, por muitas vezes, vi sessões em que estavam presentes ministros de governo, com governos eleitos, com homens de confiança de governo.
Nós temos dois tipos de homens de confiança. Um, é o homem de confiança de governo terreno. E é fácil saber. Por exemplo: às vezes, nós temos um candidato que, eventualmente, se candidata a Presidente da República, e alguns andam com ele, carregando a sua bolsa, colaborando com o seu programa de governo; e, daqui a um pouco, quando ele se elege Presidente, ou se elege Governador ou Prefeito, ele o convida para ser o seu homem de confiança. Porém, são homens de confiança de governos que passam, de governos que ficam quatro anos, oito anos; governos que um dia terminam.
E eu louvo a Deus, porque já vi homens assim aqui, em reuniões como essa, com ministros, mas hoje eu vejo homens de confiança diferentes. Eu vejo homens de confiança de um governo que não foram simplesmente...
(Soa a campainha.)
O SR. GILBERTO NASCIMENTO - Já deu o tempo? Na Câmara é mais tempo. Aqui já acabou o meu?
Quem me dá mais um minuto aí? Deixe-me ver - um minuto.
Magno - um, dois, três, quatro, cinco -, eu paro já, não é?
O SR. PRESIDENTE (Magno Malta. Bloco Parlamentar Vanguarda/PL - ES) - Eu dei dois.
O SR. GILBERTO NASCIMENTO - O.k., muito obrigado.
Então, o que nós observamos é que, quando esses homens de confiança de governos terrenos são chamados, muitas vezes eles estavam carregando, então, a bolsa do seu candidato.
Agora, nós temos um outro tipo de homem de confiança, que às vezes estava num chão de fábrica e, daqui a um pouco, ouviu a voz do Espírito Santo: "Venha, meu filho, porque eu tenho uma obra especial para você". Muitos estavam cuidando dos dentes de alguém, como o nosso querido Pastor Gedelti, e daqui a um pouco Deus o havia chamado para ser não simplesmente aquele que cuidasse de dentes, mas que cuidasse da alma. E ele falou: "Senhor, estou aqui".
São esses homens de confiança que estão aqui nesta tarde, meu querido Senador Magno Malta. Não são homens de confiança de um governo que termina, mas são homens de um governo eterno...
(Soa a campainha.)
O SR. GILBERTO NASCIMENTO - ... de um governo que continua, de um governo que é eterno, e que um dia vão ouvir: "Vinde, bendito de meu Pai, porque é isso que tenho preparado para vós".
Portanto, parabéns a todos vocês.
Parabéns ao nosso querido - hoje, nesta homenagem póstuma -, aquele que nós respeitamos tanto e gostávamos tanto, que era o nosso professor de todos os sábados de manhã, na televisão, quando víamos os programas dele, mas que hoje já está na eternidade com o Pai. Ele voltou para os braços do Pai. A nossa terra, no dia 5 de julho, tornou-se uma terra mais pobre, mas o céu se enriqueceu com a presença do nosso querido Pastor Gedelti Victalino Teixeira Gueiros.
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Que esse ministério continue sendo abençoado, que esse ministério continue pregando o Evangelho, porque mais do que nunca, Mateus 24 está se cumprindo, e só falta o versículo 14, meu querido Presidente e Magno também. E quando o Evangelho do Reino for pregado a todas as gentes, então virá o fim, e nós estamos vendo.
(Soa a campainha.)
O SR. GILBERTO NASCIMENTO - Maranata: ora, vem, Sr. Jesus!
Trago então o abraço e a palavra da Frente Parlamentar Evangélica da Câmara dos Deputados aqui para todos vocês. Continue essa boa obra, continue esse grande trabalho que o nosso Pastor Gedelti começou, porque logo, em breve, estaremos todos ali, cantando e sendo servidos pelo Cordeiro para todo o sempre.
Deus abençoe a todos vocês, e que a bênção do Senhor esteja sobre nós e na responsabilidade de que precisamos pregar o Evangelho em todos os lugares, para que ele possa apressar a sua volta. Deus abençoe a todos, em nome de Jesus. Amém. (Palmas.)
O SR. PRESIDENTE (Magno Malta. Bloco Parlamentar Vanguarda/PL - ES) - Neste momento, concedo a palavra ao Sr. Pastor Alexandre Ruben Milito Gueiros, Presidente da Igreja Cristã Maranata.
O SR. ALEXANDRE RUBEN MILITO GUEIROS (Para discursar.) - Exmo. Sr. Senador Magno Malta, Presidente Jair Messias Bolsonaro, Deputado Gilberto Nascimento, demais autoridades civis, militares e eclesiásticas presentes e membros da família mais próxima do Pastor Gedelti Gueiros, amigos todos, antes de mais nada, agradeço, em nome da Igreja Cristã Maranata, ao querido e nobre Senador Magno Malta, por haver promovido esta sessão solene no Senado Federal, em homenagem ao moisés de nossa igreja, o Pastor Gedelti Gueiros.
Quis o Senhor nosso Deus, em sua insondável sabedoria, que me coubesse a honra e a grata missão de representar a Igreja Cristã Maranata nesta cerimônia. Grato pelo carinho, respeito e admiração que sempre nutri pelo homenageado, resultado de 53 anos de convivência com ele, tempo que me autoriza, assim creio, a falar com autoridade sobre a sua pessoa.
Buscando na Bíblia uma passagem que nos edificasse e expressasse com exatidão o significado do ministério do Pastor Gedelti Gueiros, encontrei palavras do Apóstolo Paulo, em 2 Coríntios, capítulo 12, versículos 14 e 15, quando este fala sobre os sinais de seu apostolado:
(Soa a campainha.)
O SR. ALEXANDRE RUBEN MILITO GUEIROS - "Não vos serei pesado [fala o apóstolo], pois não busco os vossos bens, mas a vós. Os filhos não devem entesourar para os pais, mas os pais, para os filhos. Eu, de boa vontade, gastarei tudo e serei inteiramente gasto, por amor das vossas almas".
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A exemplo do apóstolo, Gedelti Gueiros viveu gastando, doando seus próprios bens à igreja e se gastando pelo bem da igreja. Ele viveu de fato para entesourar para a Igreja do Senhor Jesus. E esclareço: ele entesourou não exclusivamente para a Maranata, mas para igrejas de diferentes denominações evangélicas e pentecostais, inclusive em outros continentes.
Por isso, ele deixa uma grande saudade, não apenas nos adultos, curiosamente, mas também nas crianças que o conheceram, crianças que ele amava e com quem se relacionava e às quais não deixava de responder quando delas recebia alguma mensagem. Daí, um testemunho recente, da semana passada, de uma criança de três anos de idade que, quando ouviu os pais comentarem a respeito do falecimento do homenageado, disse: "Papai, ele não morreu, mas foi para sua outra casa".
Mas, voltando ao que dizia antes, como foi a influência da igreja que recebia o tesouro legado pelo Pastor Gedelti? Ele transmitiu seus ensinamentos a outras denominações em outros países. Como isso? Assim foi: igrejas diversas ao redor do mundo foram despertadas ou redespertadas quando ouviram o testemunho de que uma igreja no Brasil continuava a viver as experiências do Pentecostes, relatadas no livro de Atos dos Apóstolos, que uma igreja continuava a desfrutar do grande derramamento do Espírito Santo, acompanhado de dons espirituais que foram prometidos para ocorrer nos últimos tempos, conforme profetizado pelo profeta Joel.
Foi pelo ministério do Pastor Gedelti que o nosso Senhor Jesus, através do seu Espírito, nos fez entender que deveríamos viver como os primeiros discípulos, perseverando na doutrina dos apóstolos, na comunhão entre os irmãos, no partir do pão, que nos fala do corpo de Cristo, e na oração, preparados assim para o arrebatamento da igreja.
Neste momento, eu registraria que tivemos homens notáveis em nossa igreja, que viveram em função da obra de Deus - tais como nossos ex-Presidentes, os Pastores Manoel dos Passos Barros e Edward Hemming Dodd, o evangelista Jonas Marques e o Pastor Jabes Gueiros, que ainda vive -, mas percebemos que o Espírito Santo ungiu e, dessa forma, capacitou o Pastor Gedelti Gueiros para, sobretudo, estabelecer a doutrina da igreja. Como assim? A doutrina dos apóstolos não é a doutrina sobre a qual tem sido edificada a igreja desde o Pentecostes? Sim, mas desde o início o Espírito Santo nos alertou, usando notavelmente o Pastor Gedelti para isso, para a possibilidade e a necessidade de conhecermos o que está além da letra na Bíblia, a palavra iluminada pelo Espírito Santo, a palavra de Deus, que é viva e eficaz. Explicando melhor: o Espírito Santo passou a usar...
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(Soa a campainha.)
O SR. ALEXANDRE RUBEN MILITO GUEIROS - ... o Pastor Gedelti para nos fazer enxergar Jesus em todas as escrituras e para nos dar entendimento de como viver, praticar e se beneficiar de cada doutrina bíblica.
Entendemos, assim, que as doutrinas da palavra não são apenas para serem objetos de nossa fé, mas também, e necessariamente, para serem vividas, para serem praticadas. A palavra de Deus passou de fato a ser lâmpada para a nossa vida diária e luz para iluminar o caminho da Igreja do Senhor Jesus. Aprendemos a ouvir o que o Espírito Santo está dizendo à igreja hoje, atendendo, assim, à exortação do Senhor Jesus, repetida sete vezes no livro do Apocalipse. Aprendemos a viver e a praticar a doutrina do Corpo de Cristo, na qual os membros, inclusive os pastores, vivem em comunhão uns com os outros, reunindo-se para orarem juntos, frequente e regularmente, e para buscarem, juntos, o conselho do Senhor Jesus, manifestado através dos dons espirituais que o Espírito Santo continua a conceder aos que buscam essa graça.
Aprendemos a não apenas crer na teoria bíblica sobre o sangue de Jesus, mas aprendemos a nos apropriar pela fé e pela oração do poder deste sangue para nos proporcionar, a cada dia, perdão e purificação dos nossos pecados, libertação, livramento, proteção, comunhão e paz com Deus.
Enfim, o Pastor Gedelti Gueiros foi usado pelo Espírito Santo para nos deixar um tesouro de valor inestimável, porque é um tesouro eterno, um tesouro que deixou uma marca na vida de centenas de milhares de pessoas no Brasil e em mais de 90 países do mundo, que mudou, está mudando e continuará a mudar o curso de igrejas em todos os continentes do mundo.
Ele foi um líder obediente e submisso ao Espírito Santo, que nos ensinou a colocar em primeiro lugar o Reino de Deus, a negar-se a si mesmo, a tomar a sua cruz e a seguir o Mestre Jesus. Ele nos ensinou que o nosso Senhor Jesus merece que deixemos todo o peso, ou seja, todo o impedimento, para correr a carreira da fé. Ele nos ensinou que o ministério pastoral é mais importante do que a vida voltada para os interesses e valores deste mundo.
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Finalmente, esse legado do Pastor Gedelti foi de tal forma transmitido e gravado nos corações e mentes dos pastores e demais membros da Igreja do Senhor - e não me refiro apenas à Maranata -, que hoje estamos seguros de que continuaremos a caminhar observando os mesmos ensinamentos e mistérios da Palavra de Deus da forma como nos foi revelada pelo Espírito Santo.
E todos verão que o líder passou, mas seus ensinamentos e o exemplo de vida que ele nos legou continuarão a ser vividos e praticados pela igreja da qual ele foi um dos principais fundadores. Este, no meu entender...
(Soa a campainha.)
O SR. ALEXANDRE RUBEN MILITO GUEIROS - ... é o sinal marcante e inegável do seu apostolado.
Tendo discorrido pouco a respeito das notáveis qualidades profissionais e intelectuais do Pastor Gedelti, fiz o que, estou seguro, ele gostaria que eu tivesse feito: que eu falasse mais a respeito do tesouro que ele deixou, enfatizando o que o Espírito Santo realizou através de seu ministério.
O Pastor Gedelti, se estivesse hoje entre nós, poderia dizer como expressão de uma verdade: "[...] não busco o que é vosso, mas sim a vós, porque não devem os filhos entesourar para os pais, mas os pais para os filhos. Eu de muito boa vontade gastarei, e me deixarei gastar pelas vossas almas [...].
Gedelti gastou e se deixou gastar por amor ao Senhor Jesus e à Igreja do Senhor Jesus.
Muito obrigado. (Palmas.)
O SR. PRESIDENTE (Magno Malta. Bloco Parlamentar Vanguarda/PL - ES) - Neste momento, concedo a palavra ao Pastor Coronel Júlio Cezar Costa, Conselheiro Presbiterial da Igreja Maranata.
O SR. JÚLIO CEZAR COSTA (Para discursar.) - Exmo. Sr. Senador Magno Malta, Presidente desta sessão especial; Exmo. Sr. Presidente da República Jair Messias Bolsonaro; Exmo. Sr. Presidente da Igreja Cristã Maranata, Pastor Alexandre Gueiros; saúdo de forma muito especial a família do Pastor Gedelti, que está aqui representada pelo seu genro Albert Bitran, sua filha Jurama Gueiros, sua neta Sarah e seu neto Jonathan; colegas do Conselho Presbiteral; irmãos da Igreja Maranata que nos assistem neste Senado e também pelo Brasil e pelo mundo; senhoras e senhores; é com imensa honra e profunda emoção que ocupo esta tribuna na condição de representante designado pela família Gueiros Bitran para externar, nesta data solene, esta justa e memorável homenagem póstuma ao Pastor Gedelti Gueiros, um homem cuja vida foi testemunho inabalável da fé cristã, da dedicação generosa ao próximo e da missão redentora que norteou cada passo de sua trajetória, além de ter sido um dedicado, carinhoso e exemplar filho, marido, pai, sogro e avô.
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O Pastor Gedelti Gueiros faleceu em 5 de julho deste ano, deixando uma lacuna profunda no coração de todos os que com ele caminharam na fé e na obra do Senhor.
Permitam-me, antes de prosseguir, registrar minha saudação especial ao Exmo. Senador Magno Malta, representante no Senado da bancada capixaba, um homem que tem estado sempre junto desta boa causa do Evangelho de Jesus, cuja sensibilidade e firmeza de propósitos viabilizaram esta sessão especial em reconhecimento a um dos mais relevantes líderes evangélicos que o Brasil já conheceu: Gedelti Gueiros.
Como já é sabido, nasceu em Bom Jesus do Itabapoana e foi criado, desde pequeno, sob princípios cristãos. Seus pais, que eu tive a oportunidade de conhecer, o criaram e o colocaram em uma posição ímpar, com um caráter muito forte, dado pelo Evangelho de Jesus.
Sob sua liderança visionária e empreendedora, a Igreja Cristã Maranata se expandiu, alcançando dimensões missionárias mundiais, com presença em quase uma centena de países, levando a mensagem do Evangelho a milhões de almas, em fiel obediência à grande comissão de Jesus, conforme registrado em Mateus: “Portanto ide, fazei discípulos de todas as nações [...]".
Em sua trajetória, o Pastor Gedelti Gueiros, juntamente com sua inesquecível esposa, D. Jurama Barros Gueiros - mulher de fé, sabedoria e ternura -, dedicaram-se com imensa inteireza ao chamado do Senhor, ao lado de homens notáveis como o Pastor Manoel dos Passos Barros, o Pastor Edward Dodd e o evangelista Jonas José Marques, todos sob a mesma inspiração celestial. Entregaram suas vidas como verdadeiros arautos das boas novas, proclamando o Evangelho no Brasil e também no exterior. A memória desses servos e da unidade e comunhão que os moveram é um legado espiritual incalculável.
Nesta caminhada de fé e entrega não faltaram frutos. O Pastor Gedelti Gueiros recebeu inúmeras homenagens relevantes, como já foi mostrado no vídeo institucional aqui para todos. Tornou-se, em vida, por unanimidade da Assembleia Legislativa do Estado do Espírito Santo, uma comenda com seu nome, a ser concedida ao ambiente religioso e evangélico a cada ano.
Recentemente, foi indicado para ser homenageado em Paris, na França, pela Sociedade de Encorajamento ao Progresso, com a centenária Grande Medalha de Ouro, conferida anualmente a personalidades e instituições cujas contribuições moldaram profundamente o progresso humano.
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Sua vida também foi marcada por um compromisso inabalável com a formação educacional cristã.
Nesse contexto, cabe mencionar a criação por ele do instituto de ensino Pastor Edward Dodd, que reflete o zelo pela educação fundamentada nos princípios e valores bíblicos, formando homens e mulheres capazes e tementes a Deus.
É importante destacar, igualmente, o papel inestimável da família Gueiros no contexto do evangelismo no Brasil. Ao lado de sua amada esposa, D. Jurama, o Pastor Gedelti edificou um testemunho de fé que permanecerá nas gerações que o sucederem.
Hoje, saudamos com reverência a família Gueiros Bitran, nas pessoas da filha do Pastor Gedelti, Dra. Jurama Gueiros, do genro Albert Velten, da neta Sarah Gueiros e do neto Jonathan Gueiros, que mantêm viva a herança espiritual deixada por esse grande avivalista.
A respeito de homens assim, que não apenas viveram, mas edificaram caminhos espirituais - e aqui eu faço a consideração de que todo esse texto que eu escrevi é ele próprio tirado da experiência de vida vivida com o Pastor Gedelti como meu líder espiritual -, o poeta e Pastor Carlos Nejar...
(Soa a campainha.)
O SR. JÚLIO CEZAR COSTA - ... escreveu: "Há homens que são claridades permanentes, não passam com o tempo: são memória viva e presença contínua".
Essas palavras retratam com precisão o Pastor Gedelti Gueiros, cuja luz não se apagou com a morte, mas se ampliou em legado e referência, como nos ensina o Apóstolo Paulo, na Segunda Epístola aos Coríntios, Capítulo 5, versículo 1º, que diz: "[...] sabemos que, se a nossa casa terrestre deste tabernáculo se desfizer, temos [da parte] de Deus um edifício, uma casa não feita por mãos, [mas] eterna, nos céus".
Sim - sim! -, nós cremos que o Pastor Gedelti foi chamado à eternidade e agora habita na gloriosa presença do Senhor Jesus, a quem serviu com tanto amor, dedicação e zelo.
Ele mesmo dizia: "Estamos em busca de uma experiência que nos levará à eternidade". E assim caminhou, com firmeza, por essa estrada da fé, até o último dia.
Ele não é apenas uma memória; é uma referência viva, que continuará a inspirar gerações a buscar uma vida de entrega, santidade e revelação.
Concluo a mensagem sempre viva que tão frequentemente ouvimos nos seus lábios e que ecoa com mais força neste momento: "Maranata, o Senhor Jesus vem!".
Que este clamor continue a nortear os corações daqueles que foram alcançados pelo seu ministério e que a sua memória seja sempre uma luz para apontar para o alto, para o céu, para a eternidade com Deus.
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Em nome da família Gueiros Bitran, expresso nosso mais sincero agradecimento ao Senado Federal, na pessoa do Senador Magno Malto e de sua filha, também aqui conosco nesta tarde, pela iniciativa desta solene homenagem, pela organização maravilhosa que este Senado nos proporcionou, também em parceria com a igreja.
Estendemos nossa gratidão a todos os Srs. Senadores, Senadoras, Deputados, Deputadas, autoridades civis, eclesiásticas e militares, bem como aos irmãos e irmãs da Igreja Cristã Maranata e aos demais convidados que aqui se fazem presentes.
A presença de tão honrosas autoridades e amigos, neste momento de lembrança e reconhecimento, conforta nossos corações e reafirma a dimensão espiritual, ética e social daquele que hoje reverenciamos nesta sessão especial do Senado do Brasil.
Que esta homenagem permaneça como testemunho vivo do labor incansável do Pastor Gedelti Gueiros na obra do Senhor e da viva esperança que ele anunciou até o seu último fôlego.
Muito obrigado. (Palmas.)
O SR. PRESIDENTE (Magno Malta. Bloco Parlamentar Vanguarda/PL - ES) - Neste momento, concedo a palavra ao Sr. Albert Bitran, genro do Pastor Gedelti.
O SR. ALBERT VELTEN BITRAN (Para discursar.) - Exmo. Sr. Presidente desta sessão, nosso Senador Magno Malta; Exmo. Sr. Presidente Jair Bolsonaro; Exmo. Presidente da Igreja Maranata, Alexandre Gueiros, Pastor Alexandre; Pastor Júlio, os membros da Mesa, as demais autoridades, os pastores aqui presentes, os membros da nossa igreja, os membros das demais igrejas evangélicas que nos honram com a presença aqui nesta sessão solene, os amigos, os funcionários desta Casa...
Senhoras e senhores, a minha palavra aqui é de improviso, mas de agradecimento a todo esse esforço em homenagear, em lembrar o legado de Gedelti.
Gedelti foi um homem muito simples, eu posso dizer, extremamente simples. Sua vida tinha uma rotina muito simples, acompanhada por alguns amigos. Ele não era uma pessoa sofisticada, não era extravagante, mas ele tinha um zelo pela igreja que era uma coisa muito notável, a preocupação dele em cuidar dessa igreja.
E ele nunca quis ser pesado para ninguém. Ele sempre teve a preocupação de ele mesmo não ser um fardo para as pessoas que o seguiam.
Eu lembro que ele não me deixava carregar a mala dele...
(Soa a campainha.)
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O SR. ALBERT VELTEN BITRAN - Sempre me oferecia, e ele, mesmo com noventa e tantos anos, não me deixava segurar a mala. Ele fazia questão de carregar as coisas dele, nunca quis ser pesado, nunca quis receber salário, nunca quis privilégio dentro da igreja, nunca quis que a igreja o sustentasse nem pagasse as suas despesas, como nunca o fez.
Por ocasião do seu passamento, eu pedi que os amigos e funcionários que o atendiam no presbitério fossem lá em casa e retirassem os pertences do presbitério. E, não foi surpresa - eles estão aqui hoje -, disseram-me: "Olha, aqui na sua casa não tem nada do presbitério".
Ele sempre foi um homem muito rígido com as coisas da igreja, mas, nas últimas palavras que ele falou com a minha esposa, com Jurama, no hospital - ele estava lúcido todo o tempo -, disse que a maior dificuldade do seu ministério era dizer "não". Ele sempre teve muita dificuldade com isso, porque a família dele era muito generosa. Eles sempre foram muito gentis, e ele tinha um parente - de quem eu não lembro o nome -, um primo dele... Toda vez que alguém ia à casa dele, se falasse que tinha gostado de alguma coisa, ele fazia questão de que a pessoa saísse com aquilo embrulhado e lhe dava.
E ele falou: "A minha natureza é essa, a minha família é essa. Eu sempre dei as coisas, eu nunca fiz questão de nada, mas na igreja eu tinha que dizer 'não'. Tive que dizer 'não' para muita gente. Essa foi a minha maior luta, a maior luta do meu ministério".
Ele sempre foi muito atencioso com a família, sempre esteve muito presente com a família. Mesmo no auge da sua ocupação, quando ele conciliava o trabalho, a igreja, o emprego que ele tinha na faculdade, o emprego que ele tinha na Marinha, ele nunca deixou de atender à filha dele. Sempre que ela ligava, ele nunca deixou de atender ao telefone - esse é o testemunho da Jurama.
E eu encerro, dizendo que Gedelti viveu uma vida extremamente simples, era uma pessoa de hábitos muito simples: ele não gastava com ele mesmo, ele não tinha vaidades - realmente não tinha -, mas, no seu passamento, na sua morte, ele teve honrarias que é difícil você ver acontecer com as pessoas: ele teve o enterro de um príncipe.
Nas floriculturas lá de Vitória não tinha mais flor. Acabaram todas as flores de todas as floriculturas lá da nossa cidade. Ele teve honrarias de um chefe de Estado, mas viveu a vida toda com muita simplicidade.
Queria agradecer mais uma vez a todos os presentes por essa homenagem.
Deus abençoe a todos. (Palmas.)
O SR. PRESIDENTE (Magno Malta. Bloco Parlamentar Vanguarda/PL - ES. Para discursar - Presidente.) - Registro a presença do Sr. Bispo Sidney Santos, da Igreja Restauração e Milagres.
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Peço licença a todos, vou fazer uso da palavra, mas para me dirigir à audiência da TV Senado neste momento, das redes sociais, às pessoas que nos veem no mundo inteiro.
Eu pedi ao meu médico que me desse alta. Eu sofri uma cirurgia na coluna há quatro dias. Eu sou lesionado de medula, e minha coluna tem um enxerto muito grande. Depois de 23 anos, eu comecei a sentir dores, e a única maneira de fazer a minha cirurgia seria pelo meu abdômen, visto que eles não podiam alcançar a anatomia da minha, coluna por conta dos calos que se criaram ali.
Mas, graças a Deus, quatro dias atrás — estamos indo para o quinto dia —, eu fui internado, e essa cirurgia foi feita por robô.
Realmente, eu tenho muitos curativos nas costas, estou com gosto de medicamento na boca, mas eu disse ao meu médico, Dr. Paulo Saide: "Eu preciso que o senhor me dê alta amanhã, porque eu preciso presidir a sessão".
Não é uma simples pessoa, não é um simples homenageado. Ainda que fosse o Pastor Gedelti da Igreja Cristã Maranata ou outro líder homenageado, eu poderia ficar no meu lugar no hospital.
Esta minha inquietação aqui, na verdade, são dores que eu sinto o tempo inteiro, mas eu ganhei de Deus o privilégio de ficar em pé. Apesar da negação da ciência com relação à minha lesão de medula, eu estou de pé e eu vim, porque a minha ligação, Presidente Bolsonaro, com o Pastor Gedelti era umbilical. (Pausa.)
Eu era um jovem de 23 anos de idade. Cheguei ao Espírito Santo em 1982. Fui abraçado pelo povo capixaba.
Como todo menino simples, pobre, do interior do Nordeste — acho que, na sua grande maioria, todos passaram pelo meu problema —, tive um problema dentário, e eu comecei a procurar dentistas, e eles me diziam: "Não. Não tem jeito. Tem que arrancar tudo e colocar uma dentadura". Eu dizia: "Não. Dentadura, não". Diziam: "Aí não tem jeito, não existe jeito". E me indicaram um muito bom, mas que eu não dispunha de condição para pagar - e eu fui lá assim mesmo. Ele olhou e falou: "Não, aqui você não tem a menor chance." Mas essa é a última palavra? Ele disse? "Olha, só tem uma pessoa que pode te dar a última palavra: é o Pastor Dr. Gedelti. Mas quem é ele? Ele disse: "Olha, o consultório dele fica em Vila Velha", e eu moro em Vila Velha. Ele me deu o endereço e eu fui lá. Foi a primeira vez que eu vi portão automático e vidro fumê. Entrei sem marcar. Cheguei na porta, o portão se abriu, a secretária me atendeu e eu disse que queria falar com ele. Ela o comunicou e me deixou sentado ali. Depois ele mandou me chamar. Eu entrei, ele olhou para mim e falou: "O que você quer?" Eu falei: Olha, eu não quero usar a dentadura. "Senta aí", Do jeito dele, não é? Quem está ouvindo a minha história está vendo-o, não é? "Senta aí." Eu me sentei. Ele falou: "Abra a boca." Eu abri a boca, e ele falou? "Desce." Eu falei: Mas por que, doutor? "Tem jeito aí não. Você tem condições de pagar?" Eu falei? Não sei. Ele falou: "Você não tem condição, não. Espera lá fora." Eu falei: Por quê? "Está chegando uma pessoa aí muito importante". Aí eu olhei pelo vidro e estava chegando mesmo: Dr. Jones dos Santos Neves. Na época, esse homem era dono de quase todo o café do Espírito Santo, e o filho dele era Deputado Federal, Dr. Jones, Deputado do PL. E eu, simplesmente ali, olhei para aquele homem, com admiração, era um Deputado Federal. Quando eles saíram, ele mandou eu voltar. Eu voltei. Ele falou: "Ó, eu vou tratar dos seus dentes; dos seus dentes, não, vou tratar da sua boca, porque dentes você não tem. Mas é só uma vez por semana", falou comigo. Eu falei: Mas eu estou morando em Cachoeiro. "Isso não é problema meu. É só uma vez por semana. Isso vai demorar uns dois anos", falou. Eu falei: está bom, o que é que eu posso fazer?
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Eu pegava o ônibus da Itapemirim e vinha, ou vinha com a minha Brasiliazinha. Eu já tinha a casa cheia de drogados e realmente eu não podia pagar, porque tinha que vender o almoço para comer a janta, com as minhas filhas pequenininhas, Maguinha muito novinha, e lá com dez, com quinze drogados dentro de casa já, pois foi o sacerdócio que Deus me deu.
(Intervenção fora do microfone.)
O SR. PRESIDENTE (Magno Malta. Bloco Parlamentar Vanguarda/PL - ES) - Não, sobre o pagamento ele falou comigo: "Eu ouvi dizer aqui na cidade que você expulsa demônio, não é?" Eu falei: Pastor, no nome de Jesus, na autoridade do nome de Jesus. O nome de Jesus é um cheque em branco. Você preenche com o valor que você acreditar no nome dele." Ele falou: "É, está bom, está bom, está bom." Esse está bom era uma característica dele. O "está bom" dele era para encerrar a conversa e tal. "Está bom, está bom."
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Aí falou comigo: "Ó, seus parentes ricos vão pagar. Eles me mandaram fazer". Eu falei: "Mas eu não tenho o parente no Espírito Santo". Ele falou: "Não, aquele senhor que saiu aqui é tio seu". Eu falei: "Como ele é meu tio? Eu não tenho parente aqui". "Não, ele é seu tio e vai ajudá-lo a pagar seu tratamento". Eu falei: "Está bom". E esses tios meus acho que pagaram o meu tratamento.
Chegou um ano e pouco depois, ele falou assim: "Eu vou fazer uma cirurgia na sua gengiva. A ciência e a tecnologia estão avançando demais na minha área de odontologia. Vai chegar um dia em que, se você precisar fazer alguma coisa lá na frente, eles vão ter que usar essa cirurgia que eu vou fazer em você". Foi muito invasiva e tal. Eu me lembro que passei muito tempo para cicatrizar. E ele falou: "Um dia, se você tiver condição lá na frente...".
Eu vou dar um pulo aqui na história.
Eu era Senador da República em 2004, quando eu ouvi falar que tinham criado o implante dentário. E eu fui para São Paulo, para o consultório de um indivíduo chamado Edson, que trouxe o Brånemark, o indivíduo que foi prêmio Nobel da Paz... Ele recebeu o prêmio Nobel de odontologia por ter criado o implante, só que ele era ortopedista. Eu precisei dos dois muito na minha vida, de ortopedista eu preciso até hoje.
E eu fui. Quando eles começaram a olhar, a fazer todas as imagens da minha gengiva, da minha boca, eles disseram assim: "Essa cirurgia que você tem, que o senhor tem aqui dentro, Senador, foi feita quando?". Eu contei a história do Pastor Gedelti, e eles disseram: "Bom, por causa desta cirurgia, nós vamos ter condição de fazer os implantes". E, uma semana depois, eu fiz 11 implantes, e este meu sorriso tem a mão de Gedelti. (Risos.)
Eu vivi com esse homem a minha vida, momentos difíceis e momentos de alegria. Eu disse a ele: "Pastor, eu sou candidato a Vereador em Cachoeiro". Ele disse: "Você é doido!". Eu disse: "Não, Pastor". "De onde você tirou isso de que você vai ganhar para Vereador?". Eu disse: "Pastor, eu sou fruto de uma profecia. Deus falou com minha mãe, quando eu tinha 13 anos de idade, que eu ia ser Senador da República". Ele falou: "Pronto. Quando eu vi sua cara a primeira vez, eu sabia que você não era certo da cabeça" - ele falou para mim. (Risos.)
Vocês não estão vendo? Ele conhecia o Espírito Santo, ele conhecia a classe política, ele sabia tudo, quem era quem em qualquer município. Ele falava: "Você vai enfrentar isso e isso e isso. Você tem condição?". Eu falei: "Não, mas quem me chamou tem". Ele falou: "Então, vai, porque Deus gosta muito de gente doida. Vai!" (Risos.)
Eu fui, virei Vereador. Fui atrás dele para dizer assim: "Pastor Gedelti, eu agora sou candidato a Deputado Estadual". Ele falou: "Lá vem você de novo!". (Risos.) Eu falei: "Olhe, eu preciso que o senhor me ajude. Eu quero ir ao Maanaim". Ele falou: "Não". "Mas todo mundo....". "Todo mundo vai, mas você não vai", ele falou para mim. Eu falei: "Pastor, deixe eu ir ao Maanaim?". "Não vai ao Maanaim!". "Está bom", ele me deu o ultimato.
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Eu me elegi Deputado Estadual. Fui lá me apresentar a ele no consultório: "Sou Deputado Estadual". Ele olhou para mim: "É, continua doido". Eu falei: "Olhe, Pastor, eu vim convidá-lo para o Dia da Bíblia, o senhor pregar na Assembleia Legislativa". Ele falou: "Não, não aceito". Eu falei: "Mas como que o senhor não aceita?". Foi difícil - difícil -, mas eu o convenci. Eu tenho as fotos, vou passar para você - viu, Jurama? - as fotos desse dia. Na Assembleia Legislativa do Estado do Espírito Santo, ele pregou, levou um grupo de louvor com violão, sentaram-se na frente e cantaram.
Eu disse a ele: "Pastor, eu sou candidato a Deputado Federal". Ele falou: "Você de novo...", e eu entendi, Presidente Bolsonaro, porque que ele dizia "não" para mim ao Maanaim. No Shopping da Terra, eu andando, entregando meu papel, encontro um grupo de senhoras, bem vestidas, entregando papel. Chegaram a mim: "Nos dê licença". Falei: "Pois não?". "Nós queremos pedir um voto para esse rapaz, ele recupera drogados, é esforçado, foi o nosso pastor que pediu". Eu falei: "Está bem". Recebi, ainda escrito; votinho escrito com papel, tempos bons que não voltam mais, do voto escrito. Eu recebi e eu perguntei de onde elas eram: Igreja Cristã Maranata. Eu não precisava ir lá, porque por mim quem fazia era ele. Era por isso que eu não precisava ir.
Eu me elegi Deputado Federal e recebi desse homem... No dia em que eu me tornei Presidente da CPI do Narcotráfico, que eu voltei ao meu estado, Senador Bagattoli, eu fui procurá-lo, e ele colocou a mão em mim. Ele falou: "Você vai enfrentar a batalha mais dura da sua vida". Verdade. As minhas filhas passaram a andar com segurança, com a Polícia Federal, a esposa, eu, muito perigo. Eu cumpri esse tempo e disse a ele: "Agora, Pastor Gedelti, eu sou candidato a Senador da República, chegou a minha hora". Dessa vez, ele não disse que eu era doido. Ele botou a mão em mim, me chamou de valente, me abençoou.
A minha relação com ele era umbilical, eu não sei se porque ele não tinha filho homem e ele era valente, mas eu o acompanhei ao longo dessa trajetória.
Eu vejo muita gente elogiá-lo dizendo: "Pastor Gedelti foi um exemplo". Não. Segundo a minha mãe, não. Ele não foi exemplo e nunca será. A minha mãe dizia, Pastor Alexandre Gueiros, que os maus servem de exemplo, os bons servem para serem copiados. O Apóstolo Paulo escreve e diz: "Sede meus imitadores, como [...] eu o sou de Cristo [Jesus]". Podia, na ousadia dele, o intérprete da mente de Cristo, dizer: "Eu sou o exemplo, olhe para mim". Ele diz: "Não, me imitem, porque eu imito Cristo". Porque os maus servem de exemplo e nós estamos vivendo os dias em que temos exemplos demais no mundo e na nação.
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Os maus servem de exemplo, os bons servem para ser copiados, e a Bíblia diz de homens dos quais o mundo não era digno. Eu posso, por viver, por conviver, não pelo discurso que eu copiei, mas eu posso dizer que o Pastor Gedelti Gueiros é um homem que está inserido nesse contexto, um homem do qual o mundo não era digno, um homem do qual o mundo não era digno.
A mensagem que ele pregou: a mensagem do Evangelho. A mensagem que essa denominação prega: Até a volta do Senhor. Quando nós a aguardamos... Eu dizia no começo que os sinais apontam para a volta do Senhor! Nós estamos vivendo dias de dores, na antessala do anticristo.
O Senhor recolhe um dos seus, a quem ele deu a missão tão espinhosa, mas gloriosa de servir no ministério. Eu me regozijo neste momento por ter oportunidade de poder falar para o mundo, falar para o Brasil, sobre o legado desse homem, sobre a sua vida. O seu genro, o Pastor Júlio, e o Pastor Alexandre conviveram com a simplicidade desse homem que nunca me pediu um tostão pelo bem que me fez. Muito pelo contrário, na nossa convivência, eu percebia, quando eu chegava, a alegria dele em poder cuidar de mim.
Assim como a profecia se cumpriu - hoje eu sou Senador da República pela terceira vez, eu sabia disso desde os 13 anos de idade -, Deus usou esse homem como instrumento, porque Deus usa as pessoas como instrumento, e o mundo não é dos homens, a autoridade não está com os homens. O mundo está debaixo dos pés, porque a Bíblia diz que o mundo jaz no maligno, e o diabo não compete no mesmo nível, o Senhor está acima de todas as coisas. Aquilo que acontece tem que ter autorização, vontade permissiva Dele, e o momento que nós estamos vivendo, Deus está vendo, Deus está olhando. Deus está olhando, Deus cuida!
Quero dizer àqueles que sentem a dor desse passamento e àqueles que estão sentindo a dor, as dores como que de parto, o sofrimento que este país está vivendo, que nós estamos vivendo, que, na zona de conforto, não tem milagre lá. O milagre está exatamente na zona do desconforto, e nós não estamos vivendo na zona de conforto mais. "Não vos deixarei provar além das vossas forças!" Aí percebo eu que as nossas forças já se foram. Quando a gente olha para o caos, elas já se foram. A minha esperança é a hora de Deus, é o momento de Deus para a vida. "Arrependei-vos", dizia João Batista. Chegou a hora, gente. Maranata. Ora, vem, Sr. Jesus. Nós estamos caminhando para o final. Caminhando para o final, não tenha dúvida. Não tenha dúvida! Nós já estamos mais perto do que longe, nos aproximamos do dia da volta do Rei. E vale a pena servi-Lo, vale a pena seguir com Ele, andar com Ele.
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Neste momento importante, o Grupo de Louvor fará a apresentação da música A Bela Cidade.
(Procede-se à execução da música A Bela Cidade.)
O SR. PRESIDENTE (Magno Malta. Bloco Parlamentar Vanguarda/PL - ES) - Solicito à Secretaria-Geral a exibição de mais um vídeo.
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(Procede-se à exibição de vídeo.)
O SR. PRESIDENTE (Magno Malta. Bloco Parlamentar Vanguarda/PL - ES) - Neste momento, o Senado Federal rende justa homenagem à família do Pastor Gedelti, em reconhecimento a sua dedicação incansável à causa do Evangelho de Cristo, à formação espiritual de gerações.
Eu convido os representantes da família, o Sr. Albert Bitran e a Sra. Jurama Barros Gueiros Bitran, para o recebimento da homenagem.
(Procede-se à entrega de placa de homenagem ao Sr. Albert Bitran e à Sra. Jurama Bitran, representantes do Pastor Gedelti Victalino Teixeira Gueiros, in memoriam.) (Palmas.)
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O SR. PRESIDENTE (Magno Malta. Bloco Parlamentar Vanguarda/PL - ES) - Registro, com muita alegria, a presença do Senador Jaime Bagattoli, de Rondônia, nosso amigo querido, amigo da igreja, e cumprimento a todos que chegaram depois também. Não tenho seus nomes, mas, se aqui estão, têm um propósito, vieram com um propósito.
Quero registrar também neste Plenário a presença da irmã Ilda, essa gigante num corpo tão pequenininho - assim era o Gedelti: um gigante num corpo pequeno. E quero agradecer publicamente à irmã Ilda. Ela ora e faz jejum no meu gabinete toda semana para que Deus nos mantenha firmes e de pé. Não temos onde nos agarrar, senão no Senhor.
Eu agradeço a presença da senhora aqui. O Brasil te admira, te ama e te respeita.
Para o encerramento desta sessão, o Grupo de Louvor fará a apresentação da música Pátria Minha.
(Procede-se à execução da música Pátria Minha.)
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O SR. PRESIDENTE (Magno Malta. Bloco Parlamentar Vanguarda/PL - ES) - Cumprida a finalidade desta sessão especial do Senado Federal, agradeço às personalidades que nos honraram com sua participação.
Neste momento, está encerrada a sessão. (Palmas.)
(Levanta-se a sessão às 16 horas e 51 minutos.)