3ª SESSÃO LEGISLATIVA ORDINÁRIA
57ª LEGISLATURA
Em 28 de agosto de 2025
(quinta-feira)
Às 15 horas e 30 minutos
101ª SESSÃO
(Sessão Especial)

Oradores
Horário

Texto com revisão

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O SR. PRESIDENTE (Izalci Lucas. Bloco Parlamentar Vanguarda/PL - DF. Fala da Presidência.) - Declaro aberta a sessão.
Sob a proteção de Deus, iniciamos nossos trabalhos.
A presente sessão especial foi convocada em atendimento ao Requerimento 1.007, de 2024, de autoria desta Presidência e de outros Senadores, aprovado pelo Plenário do Senado Federal.
A sessão é destinada a comemorar o Dia do Maçom.
Eu convido, para compor a mesa desta sessão especial, os seguintes convidados: Soberano Irmão Ademir Cândido da Silva, Grão-Mestre Geral do Grande Oriente do Brasil. (Palmas.)
Convido também o Sr. Grão-Mestre Geral Adjunto do Grande Oriente do Brasil, Sapientíssimo Irmão Adalberto Aluízio Eyng. (Palmas.)
Convido também o Sr. Presidente da Soberana Assembleia Federal Legislativa, Sidney Isidro. (Palmas.)
Convido também o Sr. Secretário-Geral da Confederação da Maçonaria Simbólica do Brasil, Sereníssimo Irmão Armando Assumpção. (Palmas.)
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Convido também o Sr. Presidente da Confederação Maçônica do Brasil, Soberano Irmão Josué Paulo Fernandes. (Palmas.)
Convido também o Sr. Conselheiro Federal do Grande Oriente do Brasil e Suplente do Senador Davi Alcolumbre, Josiel Alcolumbre. (Palmas.)
Convido a todos para, em posição de respeito, acompanhamos o Hino Nacional.
(Procede-se à execução do Hino Nacional.) (Palmas.)
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O SR. PRESIDENTE (Izalci Lucas. Bloco Parlamentar Vanguarda/PL - DF. Para discursar - Presidente.) - Quero cumprimentar aqui o nosso Grande Soberano Irmão Ademir Cândido da Silva, nosso Grão-Mestre Geral do Grande Oriente do Brasil; o Sr. Grão-Mestre Geral Adjunto do Grande Oriente do Brasil, Sapientíssimo Irmão Adalberto Aluízio; o Sr. Presidente da Soberana Assembleia Federal Legislativa, Sidney Isidro; nosso Secretário-Geral da Confederação da Maçonaria Simbólica do Brasil, Irmão Armando Assumpção; o Presidente da Confederação Maçônica do Brasil, Soberano Irmão Josué Paulo Fernandes; e o nosso querido Conselheiro Federal do Grande Oriente do Brasil e também suplente aqui do nosso Presidente do Senado, o meu querido Irmão Josiel Alcolumbre. Quero cumprimentar aqui todos os nossos irmãos, nossas cunhadas, sobrinhos, sobrinhas, os convidados.
Senhoras e senhores, um dia me mandaram um pequeno conto que considero importante repetir agora. Havia um viúvo que morava com suas duas filhas curiosas e inteligentes. As meninas sempre faziam muitas perguntas. Algumas ele sabia responder; outras, não. Como pretendia oferecer a elas a melhor educação, mandou as meninas passarem as férias com um sábio que morava no alto de uma colina. O sábio sempre respondia às perguntas sem hesitar. Impacientes com o sábio, as meninas resolveram inventar uma pergunta que ele não saberia responder. Então, uma delas apareceu com uma linda borboleta azul que usaria para pregar uma peça no sábio.
"O que você vai fazer?", perguntou a irmã.
"Vou esconder a borboleta em minhas mãos e perguntar se ela está viva ou morta. Se ele disser que ela está morta, eu vou abrir as mãos e deixá-la voar. Se ele disser que ela está viva, vou apertá-la e esmagá-la. Assim, qualquer resposta que o sábio nos der estará errada".
As duas meninas foram ao encontro do sábio que estava meditando.
"Sr. sábio, tenho aqui uma borboleta azul. Diga-me, sábio, ela está viva ou morta?".
Calmamente o sábio sorriu e respondeu: "Depende de você. Ela está em suas mãos".
Pois é, assim como nessa história do sábio e das meninas, a nossa vida, o nosso presente e também o nosso futuro estão em nossas mãos.
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Esta sessão solene em homenagem ao Dia do Maçom é mais do que oportuna em tempos atuais, pois o maçom sempre esteve à frente das grandes lutas e das grandes transformações em nosso país.
A escolha do dia 20 de agosto, como o dia consagrado ao maçom, deve-se por ser a data em que a maçonaria reunida decidiu pela independência do Brasil. Naquele dia, em 1822, numa sessão extraordinária, presidida por Joaquim Gonçalves Ledo, na ausência de José Bonifácio de Andrada e Silva, deliberou-se que, a partir daquele instante, o Brasil seria liberto da Coroa portuguesa, assumindo seu próprio Governo.
A comemoração que ora fazemos do Dia do Maçom se dá principalmente por ter sido a Proclamação da Independência resultado do incansável trabalho de maçons que iniciaram o movimento liberal destinado a retirar o Brasil da submissão a Portugal. Foi a união dos pedreiros em prol da liberdade do Brasil. Para aqueles que não sabem, o significado da palavra maçom é pedreiro, aquele que constrói.
Esses pedreiros, inicialmente de profissão, juntamente com arquitetos, pintores e outros profissionais da arte de construir se uniram para fortalecer a associação que atravessou séculos de guerras, catástrofes e divisões, mas, sempre sob o manto sagrado da liberdade, igualdade e fraternidade, conseguiram mudar o curso da história.
Em 20 de agosto de 1822, Joaquim Gonçalves Ledo proferiu um discurso retumbante na maçonaria em favor da Independência do Brasil. Dizia ele que “os povos não são propriedade de ninguém". Naquele momento, a Independência tomou força e Gonçalves Ledo passou para a história como um dos mais importantes autores da Independência do Brasil, se não o maior!
Estamos, pois, aqui nesta sessão solene para homenagear todos os maçons brasileiros na pessoa de nosso maior líder, e nada melhor para esta homenagem que as suas palavras que estão cada vez mais atuais.
Disse ele que “circunstâncias políticas da pátria, do rico, fértil e poderoso Brasil” requeriam que os maçons do Brasil firmassem sólido compromisso com a Independência e a realeza constitucional, na pessoa do augusto príncipe, propondo que D. Pedro II fosse proclamado Imperador do Brasil.
E o maçom, senhoras e senhores, é o pedreiro social, aquele cujo maior segredo é fazer desinteressadamente o bem ao próximo, pois fazendo bem ao próximo fará o bem à humanidade.
O maçom é aquele que tem como ensinamento que a vida, o presente e o futuro dependem de nós, de nossas ações.
Senhoras e senhores, ao longo do tempo, especialmente na nossa pátria, esses destemidos maçons do passado devem ser sempre louvados pelo seu amor incondicional ao Brasil, suas terras independentes, seu povo destemido, suas crenças e sua cultura diversa.
Nos momentos mais importantes de nosso país, como a Independência, a Abolição da Escravatura, a Proclamação da República e a luta pela redemocratização, esses bravos defensores da nossa pátria, os maçons do Brasil, foram, sobretudo, os protagonistas desses feitos. D. Pedro II, José Bonifácio, Gonçalves Ledo, José do Patrocínio, Joaquim Nabuco, Duque de Caxias, entre outros, são exemplos e referência para todos nós.
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A história do Brasil maçônico é rica de ensinamentos e fértil em grandezas de toda ordem, devendo seus efeitos serem evocados permanentemente como chama inextinguível de energia, para que nunca percamos de vista o que somos, de onde viemos e para onde vamos.
Nossas homenagens, portanto, aos maçons de ontem, que nos legaram extraordinários exemplos de lutas e sacrifícios nos episódios que marcaram os períodos colonial, monárquico e republicano de nosso país.
Cabe, no entanto, à nossa geração, aos maçons de hoje, inspirados nos exemplos dos antepassados, se incorporar a uma grandiosa tarefa que os desafia a empunhar a bandeira de um novo movimento de libertação, voltado para as realidades do nosso tempo, exigindo mudanças contra as injustiças que afligem e angustiam o nosso povo.
Está em nossas mãos, nas mãos de todos os brasileiros de bem, empreender uma verdadeira cruzada contra a discriminação, o preconceito, a falta de civismo, a corrupção desenfreada, a censura e os descaminhos.
Será uma luta sem tréguas contra o crescente tráfico de drogas a destruir o futuro dos nossos jovens, a violência urbana na sua expressão mais torpe, além de outras mazelas que agridem e minam os fundamentos morais e espirituais da família brasileira.
Diante do realismo desse quadro, precisamos, a exemplo daqueles maçons que concretizaram o ideal maior que povoou os sonhos de independência do Brasil de ontem, mostrar que também sabemos ostentar a coragem de nossas convicções, sem medo de expressá-las.
Minhas senhoras e meus senhores, os maçons sabem que os brasileiros não querem um país corrupto e pobre, mas um país mais forte e mais justo. Sabem também que a intolerância e a violência nos colocam a todos, cidadãos do planeta, em situação de vulnerabilidade constante.
Mas não vamos desistir, vamos lutar para que o sonho de todos, a permanente busca pelo aperfeiçoamento da sociedade humana, que é fundada na esperança de que, com amor a Deus, à pátria, à família e ao próximo, com tolerância e sabedoria, e sob a tríade da liberdade, da igualdade e da fraternidade, nos fará alcançar a desejada paz e felicidade dos povos, com o triunfo do bem comum.
No nosso país, estamos hoje diante de um grande desafio, talvez o maior que já tivemos desde a instalação de nossa República. Em razão de gestões corruptas, irresponsáveis e inconsequentes, chegamos à situação de desemprego crescente, falta de serviços públicos aos mais necessitados, violência e, sobretudo, a falta total de honradez aos compromissos assumidos perante o povo brasileiro.
Diante do realismo desse quadro, precisamos do exemplo de D. Pedro II, José Bonifácio, Gonçalves Ledo, José do Patrocínio, Joaquim Nabuco e Duque de Caxias, entre outros maçons que concretizaram o ideal maior que povoou os sonhos da nossa Independência e da nossa República.
Senhoras e senhores, a nossa força e vigor aqui já reafirmados farão desta sessão solene um compromisso de luta para que o brasil possa ultrapassar esse momento tão difícil.
Com sabedoria - repito -, sob a tríade da liberdade, da igualdade e da fraternidade, alcançaremos a desejada paz.
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Aos maçons de ontem, que nos legaram extraordinários exemplos de luta e sacrifícios, as nossas mais sinceras homenagens; aos maçons de hoje, que não fogem à luta, o nosso louvor; aos senhores e às senhoras aqui presentes o nosso agradecimento especial, na certeza de que estaremos sempre juntos pelo bem e para o bem do Brasil.
Salve o Dia do Maçom! (Palmas.)
Solicito à Secretaria-Geral da Mesa a exibição de um vídeo institucional.
(Procede-se à exibição de vídeo.)
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O SR. PRESIDENTE (Izalci Lucas. Bloco Parlamentar Vanguarda/PL - DF) - Gostaria de registrar aqui algumas presenças: o Sr. Presidente da Associação Nacional do Ministério Público Militar, Nelson Lacava Filho; o Secretário-Geral da Confederação Maçônica do Brasil, Soberano Irmão Cassiano Lhopes Moreno; o Sr. Venerável Mestre da Augusta e Respeitável Loja Simbólica Congresso Nacional nº 4.444, Grande Ilustríssimo Guardião Irmão Francisco Gilvando; o Sr. Vereador do Município de São Paulo, Sargento Nantes; o Sr. Representante da Grande Loja Maçônica do Estado da Bahia, Alexandre Saraiva.
Neste momento, concedo a palavra ao Sr. Josiel Alcolumbre, que é Conselheiro Federal do Grande Oriente do Brasil e primeiro suplente aqui do nosso Presidente Davi Alcolumbre.
O SR. JOSIEL ALCOLUMBRE (Para discursar.) - Boa tarde a todos, a todas. Indistintamente, irmãos ou não irmãos, o meu cordial sejam bem-vindos a esta Casa, que é a casa do povo brasileiro.
Quero iniciar saudando o Senador, querido irmão, Izalci Lucas, idealizador desta sessão especial, que nos permitiu a todos, apenas oito dias depois da data do dia 20 de agosto, por estarmos comemorando aqui e, principalmente, podermos contribuir para o desenvolvimento do nosso país, que é a essência do ser maçom, antes de mais nada.
Saúdo o querido irmão, Grão-Mestre Geral do Grande Oriente do Brasil, Soberano Irmão Ademir Cândido da Silva, que tem conduzido de forma magistral a nossa instituição, uma instituição com mais de 200 anos. Não é fácil, assim como para o Senado Federal, ter dois séculos de existência. Você já viveu tantas situações que, às vezes, se torna um peso dirigir uma instituição como essa. E o querido Irmão Ademir está fazendo isso com muita competência.
Parabéns!
Saúdo o querido irmão, Grão-Mestre Geral Adjunto e Presidente do Conselho Federal da Maçonaria, Adalberto Eyng.
Saúdo o Secretário-Geral da CMSB, Irmão Armando Assumpção.
Saúdo o Presidente da Confederação Maçônica do Brasil, Irmão Josué Paulo Fernandes.
Saúdo o querido Presidente da Soberana Assembleia Federal Legislativa, e, não à toa, eu o deixei por último na minha saudação, para que tenha a responsabilidade de, como aqui no Senado, legislar, ao mesmo tempo em que observa a opinião de mais de mil membros da nossa Assembleia. Então, tem até mais representatividade do que o Congresso Nacional brasileiro, porque tem mais irmãos presentes debatendo.
E, após as saudações, vou tentar ser o mais breve possível, aliás, como é do meu feitio.
Aproveito esta sessão especial pela passagem do Dia do Maçom para chamar todos os presentes, irmãos ou não, cunhadas ou não, repito, a uma reflexão. Pela primeira vez na história republicana, o Brasil tem vivido um momento de confronto, de enfrentamento. Eu compreendo que, nestes momentos de dificuldade, é ainda mais necessário que nós maçons nos posicionemos. Lembrem que nós sempre fomos chamados para o enfrentamento, seja ele de ideias ou de armas, inclusive. Mas, neste momento do enfrentamento, em que as partes não estão se entendendo e, aparentemente, não querem se entender, é ainda mais importante a nossa participação com ideias, jamais com armas, levando o conhecimento acumulado ao longo de mais de dois séculos.
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O Brasil não vai sair da crise em que se encontra com todo mundo querendo brigar. Eu nunca vi ninguém construir nada, nem que seja uma casinha do pet... Se tiver duas pessoas brigando, a casinha não vai sair. Imaginem construir uma nação!
Então, eu vou aproveitar esta breve fala, não vou tomar mais o tempo dos senhores e das senhoras, mas eu precisava chamar a este momento de reflexão, uma vez que neste Plenário está absolutamente lotado - eu gostaria de poder saudar todos os presentes, mas não consigo, saudei apenas o dispositivo. Mas, diante de uma plateia como essa, qualificada como essa, eu jamais viria a esta tribuna apenas para parabenizar pelo Dia do Maçom; mas eu gostaria de chamar a essa reflexão.
No dia da minha posse no conselho federal, eu disse com todas as letras - e o nosso querido grão-mestre estava presente -: se precisar de mim para fazer uma guerra, não conte comigo; mas, se precisar de mim para fazer a paz, para apaziguar, eu estou integralmente à disposição.
E é chegado este momento em que cada um de nós tenha essa disponibilidade. Nós não vamos tirar o Brasil da situação em que ele se encontra brigando. Em algum momento, alguém vai ter que se render ao diálogo. Dialogar não é se diminuir, dialogar não é perder o embate. Dialogar é estar pensando nas próximas gerações.
E eu gostaria muito de pedir a essa belíssima plateia de hoje, neste dia 28 de agosto, no dia da sessão especial em homenagem ao Dia do Maçom, que a gente possa sair daqui com um lampejo de reflexão. É chegado o momento em que nós, os maçons, que estudamos tanto e nos entregamos tanto à causa da nossa sublime ordem, possamos também estar disponíveis e dispostos a apaziguar, a buscar a pacificação do país.
Eu acho que essa é a grande mensagem que eu gostaria de falar. Tenhamos todos um ótimo dia! Que a gente possa sair daqui ainda mais fortalecido nos nossos ideais e que a gente possa levar a palavra da paz aonde quer que nós todos possamos ir.
Muito obrigado! (Palmas.)
O SR. PRESIDENTE (Izalci Lucas. Bloco Parlamentar Vanguarda/PL - DF) - Obrigado, Irmão Josiel.
Convido agora para fazer uso da palavra o nosso Presidente da Confederação Maçônica do Brasil, o Soberano Irmão Josué Paulo Fernandes.
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O SR. JOSUÉ PAULO FERNANDES (Para discursar.) - Boa tarde, irmãos, cunhadas, convidados, Irmão Senador Izalci Lucas, Presidente desta sessão especial; Irmão Presidente da Soberana Assembleia Federal Legislativa Sidney Isidro; Grão-Mestre Geral do Grande Oriente do Brasil, Soberano Irmão Ademir Cândido da Silva; Grão-Mestre Geral Adjunto do Grande Oriente do Brasil, Sapientíssimo Irmão Adalberto Aluízio Eyng; Secretário-Geral da Confederação da Maçonaria Simbólica do Brasil, Sereníssimo Irmão Armando Assumpção; Sr. Conselheiro Federal do Grande Oriente do Brasil, suplente do Senador Davi Alcolumbre, Irmão Josiel Alcolumbre.
É com profunda honra e elevado senso de responsabilidade que subo a esta tribuna, no dia de hoje, para celebrar e enaltecer uma instituição que atravessa séculos de história, marcada pelo compromisso com a liberdade, a igualdade e a fraternidade: a justa e perfeita maçonaria.
Neste dia em que homenageamos o Dia do Maçom, nesta Casa de Leis, rendemos tributo não apenas a uma ordem iniciática, filosófica e fraternal, mas também a um conjunto de valores que ajudaram a moldar a própria identidade do nosso país e a auxiliar na prática do bem comum a todos que aqui vivem pacificamente.
A maçonaria não é uma entidade de um tempo, mas de todos os tempos. Nascida no seio das corporações de ofício, as guildas medievais, consolidou-se com o passar dos tempos como uma escola de virtudes, de aperfeiçoamento moral. Tornou-se um espaço de reflexão sobre a dignidade humana, sobre o respeito à diversidade, sobre a tolerância e sobre a necessidade de que cada homem e mulher sejam protagonistas do seu destino.
No Brasil, a maçonaria esteve presente nos momentos cruciais da formação nacional.
Em 1822, foi dentro de suas lojas que se discutiram as ideias de liberdade que culminaram na Independência do Brasil. Nesse processo, destacaram-se Dom Pedro I, iniciado nos mistérios maçônicos, tornado seu Grão-Mestre José Bonifácio de Andrada e Silva, patriarca da Independência, ambos inspirados por ideais de autonomia e soberania nacional. Junto a eles, Joaquim Gonçalves Ledo, jornalista, político e ardoroso defensor da emancipação, que também se ergueu com voz firme pela separação do Brasil de Portugal.
E foi ainda, na perseverança de seus membros, que se alimentaram os movimentos pela abolição da escravidão.
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Nesse contexto, nomes como Luiz Gama, advogado autodidata e abolicionista incansável; e José do Patrocínio, "Tigre da Abolição", ecoaram com vigor os clamores da liberdade. Ambos, na condição de maçons, fizeram de suas vidas um testemunho da luta contra a chaga da escravidão.
Mais tarde, foi sob a inspiração de seus princípios que se fortaleceram os ideais republicanos. O Marechal Deodoro da Fonseca, assim como diversos oficiais militares de sua época, embrenhou-se nesse projeto. A maçonaria, já no século XIX, era um espaço de discussão de ideias liberais, republicanas e progressistas, que atraía tanto intelectuais quanto líderes militares.
Ao liderar o movimento republicano e proclamar a República, Deodoro estava cercado por oficiais, juristas e políticos que, em grande parte, eram maçons. Esse contexto mostra a forte influência da ordem maçônica na formação da República brasileira.
O primeiro governo republicano teve grande presença maçônica, com os nomes de Quintino Bocaiuva - nas relações exteriores -, o "patriarca da República", maçom ativo, jornalista de grande expressão; Ruy Barbosa - jurista brilhante, defensor das liberdades civis; Benjamin Constant Botelho de Magalhães, considerado um dos principais ideólogos da República, influenciado pelo positivismo.
Essas figuras históricas mostram que a maçonaria não é apenas um espaço de reflexão, mas também de ação, de transformação, de compromisso com a pátria. E essa composição mostra como a maçonaria não era apenas um espaço de reflexão filosófica, mas também um núcleo de articulação política em defesa de um novo modelo de Estado: republicano, laico e inspirado em princípios democráticos.
A maçonaria ensina, há séculos, que a sociedade justa e fraterna deve se assentar sobre três colunas fundamentais: a liberdade, como condição essencial da dignidade humana; a igualdade, como garantia de oportunidades e direitos; a fraternidade, como vínculo que une os homens acima das suas diferenças. Esses valores não envelhecem. Tornam-se cada vez mais urgentes num mundo marcado por desigualdades persistentes, por intolerâncias e por ameaças à democracia.
Quando um maçom, em qualquer loja do Brasil ou do mundo, se compromete com a verdade, com a justiça e com o amor ao próximo, ele não apenas honra uma tradição secular, mas contribui, na prática, para o fortalecimento da sociedade civil e para a construção de um país cada vez melhor.
A maçonaria não é uma instituição voltada ao poder, mas, sim, ao serviço. Em inúmeras cidades brasileiras, encontramos lojas maçônicas envolvidas em ações de beneficência, no apoio a escolas, creches, hospitais, campanhas de vacinação e arrecadação de alimentos.
Em tempos de crise, os maçons se organizam silenciosamente para socorrer os mais necessitados, sempre sem ostentação, porque compreendem que a verdadeira solidariedade não se faz para os aplausos, mas para aliviar dores e renovar esperanças.
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A presença da maçonaria é, assim, discreta, mas efetiva, como o farol de humanidade que ilumina comunidades inteiras. Outrossim, não é possível falar de maçonaria sem lembrar de sua vocação democrática. Desde seus primórdios, ela defende a liberdade de pensamento, a pluralidade de ideias e o respeito às convicções individuais. Dentro de uma loja, não há distinção entre títulos, cargos ou posses. Todos somos iguais no compromisso com a verdade e com a justiça.
Esse espírito democrático foi decisivo em diversos momentos da história brasileira, quando maçons se ergueram contra o absolutismo, contra a escravidão, contra os regimes de exceção. No Brasil de hoje, que se fortalece sob a égide do Estado democrático de direito, com a força de suas instituições, é fundamental lembrar essa contribuição. A maçonaria é e continuará sendo uma guardiã das liberdades públicas e do respeito à Constituição.
Num mundo marcado por profundas transformações tecnológicas, sociais, ambientais, os princípios maçônicos mostram-se ainda mais atuais. Precisamos da liberdade para garantir a inovação sem amarras, a ciência sem censura e a educação sem preconceitos. Precisamos da igualdade para que o desenvolvimento não seja privilégio de poucos, mas direito de todos. Precisamos da fraternidade, para que o progresso não se traduza em exclusão, mas em inclusão e solidariedade ativa e compassiva. A maçonaria, com sua tradição de reflexão ética, pode e deve continuar contribuindo para esses debates, iluminando caminhos, formando cidadãos conscientes e engajados.
Hoje, ao lembrarmos o Dia do Maçom, dirigimos nossa saudação a todos os irmãos espalhados pelo Brasil, em cada uma de suas lojas, em cada cidade dos seus rincões, da nossa pátria continental. Saudamos os mestres que, com sua sabedoria, inspiram gerações. Saudamos os companheiros que, com seu esforço, mantêm viva a chama do trabalho coletivo. Saudamos os aprendizes que representam o futuro e a esperança de continuidade dessa obra de construção moral e espiritual, e saudamos os homens de bem, livres e de costumes, que lutam pelos ideais da nossa democracia. A maçonaria é, antes de tudo, uma escola de cidadania, uma comunidade de homens livres que, ao longo da história, ajudou a escrever as páginas mais nobres deste país.
Neste Dia do Maçom, esta Casa Legislativa, expressão maior da soberania popular, reconhece e reverencia a contribuição desses pedreiros livres para a grandeza do país. E que nós, assim como os legítimos representantes do povo brasileiro, nos inspiremos nesses valores, para que o Parlamento seja sempre espaço de diálogo, de liberdade e de construção coletiva.
Que a luz da razão, da justiça e da fraternidade, continue iluminando os caminhos dessa nossa nação.
Muito obrigado. (Palmas.)
O SR. PRESIDENTE (Izalci Lucas. Bloco Parlamentar Vanguarda/PL - DF) - Convido também para fazer uso da palavra o Secretário-Geral da Confederação da Maçonaria Simbólica do Brasil, o Sereníssimo Irmão Armando Assumpção.
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O SR. ARMANDO ASSUMPÇÃO (Para discursar.) - Boa tarde a todos.
Gostaria de saudar o nosso Presidente desta sessão solene de hoje, o nosso Senador, Irmão e amigo, Izalci Lucas, o nosso Irmão Isidro, Presidente da Soberana Assembleia Federal, o nosso Soberano Grão-Mestre Irmão Ademir, o Sapientíssimo Irmão Adalberto, o Secretário, o Sr. Presidente da Confederação Maçônica do Brasil, o nosso Irmão Josué e o nosso Irmão Josiel Alcolumbre aqui presente.
Gostaria de também lembrar, Sr. Presidente, aqui a presença também do nosso Sereníssimo Grão-Mestre Irmão Pedro Calazans, da Grande Loja Maçônica do Estado de Mato Grosso, o nosso Irmão Mário Martins, Grão-Mestre da nossa Grande Loja Maçônica do Estado de Goiás, bem como o nosso Irmão Alexandre, hoje representando aqui o nosso Sereníssimo Grão-Mestre da Grande Loja Maçônica da Bahia, o nosso Irmão Claudiano.
Meus irmãos todos aqui presentes, eu gostaria de dizer que é com uma profunda honra e emoção que subo a esta tribuna, nesta Casa do Povo, para celebrar o Dia do Maçom, uma data que, mais do que marcar o calendário, evoca a história, os valores e a contribuição silenciosa e constante da maçonaria para o desenvolvimento moral, social e democrático do nosso país.
Hoje, este Plenário se engrandece pela presença das três potências regulares da maçonaria brasileira: as Grandes Lojas, que tenho a honra de representar como Secretário-Geral da Confederação da Maçonaria Simbólica do Brasil (CMSB); o Grande Oriente do Brasil, hoje muito bem representado aqui pelo nosso Soberano Irmão Ademir; e a Confederação Maçônica do Brasil, que é, como hábito, também hoje representada pelo nosso Irmão Josué. Juntas, essas instituições congregam dezenas de milhares de maçons unidos pelo mesmo compromisso, trabalhar pelo aperfeiçoamento moral do ser humano, pelo bem da pátria e pela defesa intransigente da liberdade, da igualdade e da fraternidade.
A maçonaria brasileira tem uma trajetória inerente da própria história do Brasil, desde os ideais que inspiraram a independência, a abolição e a proclamação da República, até ações silenciosas de apoio à educação, à filantropia e à cidadania em cada cidade do Brasil.
A presença maçônica se manifesta de forma discreta, mas profundamente transformadora. O maçom não busca aplausos, nem reconhecimento, o nosso trabalho se dá, muitas vezes, nos bastidores, ajudando a construir pontes onde há muros, levantando apoio onde há carência, cultivando esperanças onde há desânimo.
Neste dia, reforçamos que a maçonaria não é partido, não é religião, não é seita, somos uma escola de valores universais, que acolhe homens livres e de bons costumes, independentemente de credo, origem ou posição social, e é exatamente essa diversidade que fortalece a nossa unidade.
A presença das três potências regulares neste ato é um símbolo poderoso. Podemos ter estruturas distintas, mas somos uma só família na defesa dos ideais maçônicos e na construção de um Brasil mais justo, fraterno e solidário.
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Um dia para celebrarmos a luz que a todos nós, maçons, foi simbolicamente concedida, renovando nossa fé no Grande Arquiteto do Universo e nossa esperança num mundo melhor, fruto da fraternidade entre os homens.
A exemplo do nosso Irmão Josiel, aqui também deixo uma reflexão: que o exemplo dos maçons que nos precederam, muitos deles também sentados nestas cadeiras do Senado, inspire a todos nós, maçons e não maçons, a sermos construtores de pontes, defensores da liberdade e operários incansáveis da justiça social.
Que o Grande Arquiteto do Universo ilumine a todos, hoje e sempre.
Muito obrigado. (Palmas.)
O SR. PRESIDENTE (Izalci Lucas. Bloco Parlamentar Vanguarda/PL - DF) - Convido, agora, o Presidente da Soberana Assembleia Federal Legislativa, Sidney Isidro.
O SR. SIDNEY ISIDRO (Para discursar.) - Boa tarde a todos.
Inicialmente, eu quero cumprimentar a todas as senhoras aqui presentes, as cunhadas, as sobrinhas, as convidadas, as fraternas. Cumprimento todas, na pessoa da minha esposa, que também está aqui presente, a Sra. Ilda Marcandali da Silva.
Cumprimento, agora, o nosso Senador Izalci Lucas, Presidente da mesa, nosso Irmão, nosso anfitrião e responsável por esta solenidade maravilhosa.
Quero cumprimentar o nosso Soberano Grão-Mestre-Geral do Grande Oriente do Brasil, Ademir Cândido da Silva, o nosso Sapientíssimo Irmão Adalberto Aluízio Eyng, Grão-Mestre-Geral Adjunto.
Quero cumprimentar os presidentes das nossas potências coirmãs.
Quero cumprimentar por último, mas não menos importante também, o nosso Irmão, o Senador suplente e poderoso Irmão Alcolumbre, o Josiel, que fez o mesmo comigo, deixou-me por último, né, Josiel?
Quero agradecer a todos vocês da Mesa Diretora.
Senhoras e senhores, eu estou muito feliz em estar aqui hoje para comemorarmos o Dia do Maçom.
Quero aproveitar, Senador, para fazer um pequeno resumo do que a maçonaria brasileira tem feito através do Grande Oriente do Brasil.
Os nossos Grão-Mestres Ademir e Adalberto têm promovido um amplo debate sobre o Brasil em toda a maçonaria brasileira, em todos os orientes, todos os estados, e isso está sendo muito importante.
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E esse trabalho, essa discussão, esse debate tem trazido algumas ideias de soluções para os problemas que o Brasil vem enfrentando, e isso é um trabalho que tem sido feito de encaminhar o resultado desse trabalho para as autoridades, assim como para o senhor. Então, saber que tem pavimentada uma estrada, que liga o Grande Oriente do Brasil a este Senado, já nos deixa muito felizes em saber que nós vamos ser ouvidos aqui nesta Casa do Povo com o senhor aqui. Esse trabalho, eu acredito que seja muito importante para o Brasil.
A maçonaria sempre foi no Brasil, nos 203 anos da sua existência, um baluarte. Ela sempre lutou pela liberdade, pela igualdade e pela fraternidade; é a tríade que nos mantém na nossa união.
Eu quero agradecer a todos por essa belíssima sessão, agradecer ao Senador por essa iniciativa e dizer que estamos às ordens, lá na Soberana Assembleia Federal Legislativa do Grande Oriente do Brasil.
Uma boa tarde a todos.
Muito obrigado. (Palmas.)
O SR. PRESIDENTE (Izalci Lucas. Bloco Parlamentar Vanguarda/PL - DF) - Convido agora o Sr. Grão-Mestre Geral Adjunto do Grande Oriente do Brasil, o Sapientíssimo Irmão Adalberto Aluízio Eyng.
O SR. ADALBERTO ALUÍZIO EYNG (Para discursar.) - Uma boa tarde a todos.
Eu inicio fazendo uma saudação especial ao irmão, amigo, Exmo. Senador Izalci Lucas, sempre proponente desta maravilhosa sessão.
Saúdo especialmente ao nosso irmão, amigo, grande líder do Grande Oriente do Brasil, Soberano Irmão Ademir Cândido da Silva. Faço uma saudação especial ao Sapientíssimo Irmão Sidney Isidro, Presidente da Soberana Assembleia Federal Legislativa; ao Secretário-Geral da Confederação da Maçonaria Simbólica do Brasil, Irmão Armando Assumpção, sempre presente conosco; também ao Presidente da Comab, Soberano Irmão Josué Paulo Fernandes; e ao Irmão, suplente de Senador e membro do nosso ilustre conselho federal, Josiel Alcolumbre.
Permitam-me fazer uma saudação especial aqui a todos os eminentes grão-mestres estaduais das 27 unidades da Federação, saudando o nosso eminente decano, Irmão Ari, aqui do GOB-GO. Temos aqui a presença de sobrinhos DeMolays apejotistas, mas eu gostaria de saudar essa maravilhosa e seleta plateia, assembleia formada aqui pelas mulheres valentes, guerreiras e aguerridas, nas pessoas da Presidente Virgínia, nossa Presidente nacional, e da Bete, que sempre me acompanha (Palmas.), Vice-Presidente nacional, e uma saudação assim muito carinhosa à nossa guerreira Simone Costa, que (Palmas.) sempre com fé em Deus e perseverança, há de vencer - está vencendo e vai vencer - e vai recobrar a sua saúde.
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Meus caros irmãos e convidados, hoje, quando a gente olha o Senado Federal, aqui, nos agraciando e nos permitindo comemorar o Dia do Maçom, nos remete, como cada um dos que nos antecederam, a relembrar os grandes feitos; e aí eu penso que existe uma diferença importante de a gente lembrar: a diferença do que é estar maçom e ser maçom. Acredito que ser maçom é nós podermos renovar, diariamente, os compromissos que nós firmamos para com Deus, para conosco, para com nossos semelhantes, para com a nossa pátria brasileira e para com a humanidade. Entendo que ser maçom é viver a virtude, viver a sabedoria e praticar a justiça e a fraternidade, que é um sonho que todos nós acalentamos e alimentamos. E, como o Josiel colocou, é claro que ser maçom é buscar a harmonia, a paz, a concórdia, contribuir com a concórdia entre os homens e com a paz da humanidade, com certeza, tão necessária no Brasil. E, nesse sentido, nós precisamos fazer o quê? Praticar a tolerância, exercer a caridade, sem distinção de raça, credo, enfim; não podemos ter nenhuma forma de preconceito, porque o maçom não tem preconceito.
E o maçom não é reconhecido apenas pelas palavras, mas, essencialmente, por aquilo que ele faz e por aquilo que ele realiza, ou seja, pelas suas obras. O maçom é reconhecido pelo caráter, pela postura, pelo seu comportamento ético, pelas atitudes, que podem e devem inspirar aqueles que o cercam.
Assim, que nós possamos lembrar o Dia do Maçom não apenas no dia 20 de agosto, mas em cada um dos dias da nossa vida, Soberano Irmão Ademir; e, assim, irmãos, autoridades e convidados, tenhamos certeza de que, aqui, mulheres valentes e guerreiras e homens, só tem líderes, e nós líderes precisamos ter no sangue, precisamos carregar no coração, no peito, este alimento, para que a gente possa, através do nosso exemplo, arrastar aqueles que nos ladeiam, de forma que as nossas atitudes possam transformar e que as nossas ações possam também motivar.
E, assim, acredito que, se cada um perseverar, se cada um tiver a firme confiança em si, se cada um fizer apenas a sua parte e nada mais do que a sua parte, planejando com seriedade, motivando com paixão e servindo com dedicação - porque servir está no nosso sangue e está no nosso DNA -, nós teremos milhares e milhares de lojas maçônicas mais fortes a serviço de tudo aquilo que for útil e bom para o nosso Brasil, em que cada um não apenas possa sonhar, mas possa realizar, em prol de um Brasil melhor. Que Deus nos abençoe e nos conceda saúde, força e sabedoria e que a fraternidade, que é o que nos distingue alimenta, seja esse elo que nos congregue rumo à nossa união, para que, unidos, cada um fazendo um pouquinho a sua parte, possamos contribuir para o grande sonho de um Brasil melhor!
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Viva o Grande Oriente do Brasil, viva o Dia do Maçom, viva a maçonaria regular brasileira! (Palmas.)
O SR. PRESIDENTE (Izalci Lucas. Bloco Parlamentar Vanguarda/PL - DF) - Convido agora o grande Mestre-Geral do Grande Oriente do Brasil, o Soberano Irmão Ademir Cândido da Silva. (Pausa.)
O SR. ADEMIR CÂNDIDO DA SILVA (Para discursar.) - Exmo. Sr. Presidente desta sessão especial para comemorar o Dia do Maçom, Senador Izalci Lucas, quero fazer um cumprimento especial também ao meu adjunto, o Sapientíssimo Irmão Adalberto Aluízio Eyng. Quero cumprimentar o Presidente da Soberana Assembleia Federal Legislativa, Sidney Isidro Marcandali, e o nosso Conselheiro Federal, suplente do Senador Davi Alcolumbre, o estimado Irmão Josiel Alcolumbre. Quero cumprimentar o Secretário-Geral da Confederação da Maçonaria Simbólica do Brasil, o Sereníssimo Irmão Armando Assumpção; o Presidente da Confederação Maçônica do Brasil, o Soberano Irmão Josué Paulo Fernandes; as nossas cunhadas, na pessoa da nossa Presidente Virgínia e da nossa Vice-Presidente Bete, aqui presente - eu cumprimento todas indistintamente -; os sobrinhos DeMolays, e as sobrinhas e os sobrinhos apejotistas aqui presentes. Quero fazer um cumprimento especial a todos os Grão-Mestres que participam da nossa Suprema Congregação 2025 e que vieram para esta solenidade de todo o Brasil - são os 27 estados da Federação representados aqui hoje, Senador.
Para nós, é um motivo de orgulho estar nesta sessão. Recebemos este momento com emoção e gratidão, Senador Izalci. Estar no Senado Federal para celebrar o Dia do Maçom é reconhecer publicamente a trajetória de homens que, ao longo da história, escolheram viver segundo princípios universais de liberdade, igualdade e fraternidade. Recebam todos o fraterno abraço do Grande Oriente do Brasil, a mais antiga potência maçônica em atividade no território nacional. Fundada em 17 de junho de 1822 - portanto, dois meses antes da própria Independência do Brasil -, foi no bojo da construção nacional que a maçonaria brasileira nasceu, cresceu e consolidou-se como força moral. Por isso, falo hoje nesta tribuna, não apenas em nome do Grande Oriente do Brasil, mas com a legitimidade histórica que nos permite - com humildade, mas com firmeza - falar em nome da Maçonaria Regular Brasileira, aqui representada pela CMSB e pela Comab. Juntas, essas três instituições congregam mais de 250 mil maçons ativos, organizados em mais de 6,5 mil lojas maçônicas, espalhadas por todo o território nacional. Somos, sem dúvida, a maior rede de voluntariado cívico-filosófico do país, ainda que poucos saibam sobre nós. Inclusive, a participação da família congrega mais de 22 mil fraternas. E, pasmem, meus irmãos e Senador, essas mais de 22 mil fraternas que compõem a Fraternidade Feminina Cruzeiro do Sul, nesses últimos dois anos, já atenderam mais de 950 mil necessitados. (Palmas.) E, talvez, justamente por isso, pelo nosso trabalho ser silencioso, desinteressado, discreto, é que esta homenagem hoje carrega um valor tão singular.
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Vivemos tempos desafiadores, Senador, estimados irmãos e convidados; tempos em que os valores parecem fluidos, em que o efêmero tem mais audiência do que o duradouro; tempos em que se confundem opiniões com verdades, ruído com razão e emoção com ética. É nesse cenário que a maçonaria se apresenta como uma reserva moral da sociedade, não por se impor, mas por permanecer firme; não por prometer milagres, mas por sustentar princípios; não por ter respostas fáceis, mas por cultivar profundas perguntas.
Somos, por vocação, um espaço de construção do ser, uma escola de consciência, um caminho de luz. Somos guardiões da tradição e do bem. E mesmo não sendo uma religião, pregamos a prevalência do espírito sobre a matéria; mesmo não sendo um partido político, Senador, defendemos a ética na política; mesmo não sendo movimento social, cuidamos do ser humano em todas as suas dimensões.
A Maçonaria Regular Brasileira não entra em disputas ideológicas, não nos contaminamos com paixões partidárias, não impomos dogmas, não discutimos credos. Nosso templo é o da razão, iluminada pela fé, da justiça temperada pela fraternidade, da liberdade guiada pela responsabilidade. Trabalhamos pelo aperfeiçoamento do cidadão, pela defesa da dignidade humana, pelo respeito às leis, pela valorização da educação, pela preservação do meio ambiente, pela tolerância entre os diferentes e pela paz entre os semelhantes. Somos homens comuns, mas comprometidos com causas maiores. Não buscamos reconhecimento por vaidade, mas sim coerência. Não desejamos palmas, mas sim frutos. Ainda assim, hoje, somos honrados nesta Casa com esta homenagem. Aceitamos, com gratidão, este gesto do Senado, da Câmara de Deputados, do Congresso Nacional, onde vários irmãos maçons militam, seja como Parlamentares ou como servidores.
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Em nome da Maçonaria Regular Brasileira, transformamos esta homenagem em compromisso: compromisso com o Brasil real, aquele que está nos bairros, nos campos, nos interiores, nas famílias; compromisso com os invisíveis da sociedade, os esquecidos, os marginalizados, os que sofrem calados; compromisso com os valores permanentes de liberdade, igualdade e fraternidade; e compromisso com o futuro, não apenas o futuro dos maçons, mas o futuro dos nossos filhos, dos nossos netos, do nosso povo.
O nosso país precisa de pontes. A nossa nação precisa de diálogos verdadeiros. A nossa pátria precisa de gente disposta a construir, mesmo quando os outros só querem demolir. O Brasil precisa de líderes que pensem no próximo, não apenas no próximo mandato, e é aqui que entra a maçonaria, como espaço de formação moral, como escola silenciosa de liderança cidadã.
Senhoras e senhores, estimados irmãos, o mundo mudou, o Brasil mudou, mas os valores que sustentam uma sociedade justa e humana nunca vão mudar, e a maçonaria existe, entre muitos motivos, para preservar esses valores e transmiti-los às futuras gerações. Nos templos maçônicos do Brasil, não se forjam apenas discursos, forjam-se consciências; não se cultuam egos, cultuam-se virtudes; não se constroem muros, constroem-se pontes de entendimento, de respeito e de ação responsável.
Finalizo esta fala lembrando uma máxima muito repetida entre nós: "Quando os homens de bem se calam, o mal se organiza". Pois bem, os homens de bem estão aqui e não estamos calados. (Palmas.) Estamos vigilantes, estamos ativos, estamos comprometidos com a pátria. A Maçonaria Regular Brasileira se coloca, mais uma vez, a serviço da nação. Discreta, sim, mas jamais omissa. Silenciosa, sim, mas jamais ausente. Antiga, sim, mas jamais ultrapassada.
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Que esta sessão solene seja transmitida à população brasileira e seja o testemunho de que nossos princípios, que ajudaram a erguer a nossa República, ainda vivem e permanecerão sempre no coração de cada maçom, em cada loja, em cada gesto de fraternidade.
Muito obrigado.
E viva o Grande Oriente do Brasil, viva a Maçonaria Regular.
Muito obrigado. (Palmas.)
O SR. PRESIDENTE (Izalci Lucas. Bloco Parlamentar Vanguarda/PL - DF) - Eu quero, de forma muito especial, agradecer a presença aqui dos nossos DeMolays, APJs, também de todas as nossas cunhadas.
Eu fiz um pequeno intervalo para vir presidir esta sessão, nós estamos, desde as 9h, na CPMI do INSS. E quero aproveitar este momento, porque a maçonaria tem espaço em todas as cidades, nos municípios (Palmas.), para que a maçonaria possa realmente localizar, orientar os aposentados e pensionistas que ainda não perceberam os desvios que foram feitos, a roubalheira que foi feita, porque, até agora, só pouco mais de 1,7 milhão, e a gente tem quase 9 milhões. Então, àqueles que têm parentes, que têm alguma instituição dos idosos na cidade, para que eles possam buscar os seus direitos.
É evidente que a gente viu agora a proposta do Supremo e do INSS de devolver a parcela corrigida, mas condicionando os aposentados a desistirem de ações judiciais ou até mesmo de entrar com a ação judicial, sabendo que eles têm direito de receber em dobro, em função de uma lei do Código de Defesa do Consumidor.
Eu gostaria muito de cumprimentar cada um de vocês, mas deram ali um pequeno intervalo, daqui a pouco vem o depoimento da Polícia Federal, e eu não posso perder esse depoimento. Então, eu quero aqui, mais uma vez, dizer da minha alegria de estar presidindo esta sessão, cumprimentar aqui os nossos irmãos e dizer para vocês que a gente precisa realmente participar mais, a gente precisa realmente mudar este país. A situação não está fácil, e a gente precisa reagir ao que está acontecendo com a nossa liberdade de expressão, nossa questão dos valores, princípios. Então, quero dizer que é uma honra muito grande.
Cumprida a finalidade desta sessão especial aqui no Senado Federal, agradeço a cada um de vocês pela presença e declaro então encerrada esta sessão.
Muito obrigado. (Palmas.)
(Levanta-se a sessão às 16 horas e 45 minutos.)