Notas Taquigráficas
3ª SESSÃO LEGISLATIVA ORDINÁRIA
57ª LEGISLATURA
Em 23 de outubro de 2025
(quinta-feira)
Às 14 horas
152ª SESSÃO
(Sessão Especial)
| Horário | Texto com revisão |
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| R | O SR. PRESIDENTE (Astronauta Marcos Pontes. Bloco Parlamentar Vanguarda/PL - SP. Fala da Presidência.) - Boa tarde! Boa tarde a todos! Declaro aberta a sessão. Sob a proteção de Deus, iniciamos os nossos trabalhos. A presente sessão especial foi convocada em atendimento ao Requerimento nº 467, de 2025, de autoria desta Presidência e de outros Senadores, aprovado pelo Plenário do Senado Federal. |
| R | A sessão é destinada a celebrar o Dia do Aviador e da Força Aérea Brasileira. Convido, para compor a mesa desta sessão especial, os seguintes convidados: Senador Dr. Hiran; Sr. Tenente-Brigadeiro do Ar Marcelo Kanitz Damasceno, Comandante da Força Aérea Brasileira; Major-Brigadeiro do Ar Ricardo de Souza Nascimento, Diretor da Agência Nacional de Aviação Civil (Anac), representando o Sr. Tiago Chagas Faierstein, Diretor-Presidente; e Sr. Prof. Antonio Guilherme de Arruda Lorenzi, Reitor do Instituto Tecnológico de Aeronáutica (ITA), representando a formação científica e tecnológica do nosso país. A Presidência informa que esta sessão também terá a participação dos seguintes convidados: Sr. Ministro Tenente-Brigadeiro do Ar Francisco Joseli Parente Camelo, Vice-Presidente do Superior Tribunal Militar; Sr. Carlos Clementino Perin Filho, Diretor Administrativo e Financeiro da Associação Brasileira de Pilotos da Aviação Civil, representando o Presidente, Sr. Misael Sampaio, e os pilotos da aviação civil brasileira; Sr. Tiago Rosa da Silva, Presidente do Sindicato Nacional dos Aeronautas; e Sr. Tenente-Coronel Fernando Eduardo Ramos Paz, Comandante do Batalhão de Aviação Operacional da Polícia Militar do Distrito Federal, representando a aviação das forças públicas e de segurança. Hino Nacional. Convido a todos para, em posição de respeito, acompanharmos o Hino Nacional, que será interpretado pela Banda de Música da Base Aérea de Brasília, sob a regência do Maestro Suboficial Músico Claudio Santos Franqueta. (Procede-se à execução do Hino Nacional.) |
| R | O SR. PRESIDENTE (Astronauta Marcos Pontes. Bloco Parlamentar Vanguarda/PL - SP. Para discursar - Presidente.) - Senhoras e senhores, antes de mais nada, eu gostaria de agradecer a presença de cada um aqui conosco neste dia tão especial. Gostaria de agradecer à nossa banda, àqueles que estão nas galerias. Eu vejo alguns rostos conhecidos lá. Tudo bem? (Pausa.) Olha, é muito bom ver cada um de vocês aqui. Eu estou falando agora com os alunos e professores que estão aí. São alunos ganhadores de medalhas das diversas olimpíadas que nós temos aqui no Brasil, olimpíadas científicas. Eu tive a honra e o prazer de, quando Ministro de Ciência, Tecnologia e Inovações, incentivar mais de 60 olimpíadas. O resultado, como a gente sabe, é ter novos talentos para o nosso país, que, certamente, no futuro, estarão em postos importantes, com seu talento e com seu amor pelo nosso país. Então, é muito importante que vocês estejam aqui. Eu espero que alguns de vocês queiram entrar para a Força Aérea Brasileira. Serão pilotos, vão vestir essa farda azul e poderão, quem sabe, um dia, ter o prazer de pilotar um avião como esse daqui também. Eu sei que entre vocês aí tem muitos que têm essa vontade. Parabéns pelo resultado de vocês nas olimpíadas! Parabéns aos professores, aos coordenadores, a todos aqueles diretores de escola que incentivam o desenvolvimento científico e tecnológico dos nossos alunos! Obrigado pela presença. Aliás, parabéns para cada um de vocês, ganhadores! (Palmas.) |
| R | Quero também registrar a presença conosco da nossa Senadora Damares Alves, aqui do Distrito Federal - obrigado, Damares, por estar conosco aqui -; e do Senador Jorge Seif - cadê ele? Está ali -, lá de Santa Catarina, do PL, e que está aqui conosco. Também quero anunciar a presença do Sr. Deputado Federal José Medeiros; do Sr. Adido de Defesa da Embaixada da República Dominicana, Abel Elias Esmurdoc Romero; do Sr. Adido de Defesa Adjunto da Embaixada russa, Vitaly Varava; e, representando o Presidente do Conselho Federal de Biologia, do Sr. Assessor da Presidência Atenágoras Café; do Sr. Presidente da Associação dos Engenheiros do Instituto Tecnológico de Aeronáutica, Alex Pereira; representando o Presidente da Associação Brasileira das Empresas Aéreas, do Sr. Assessor de Relações Institucionais Bruno Azambuja; do Sr. Presidente Substituto da Agência Espacial Brasileira, Rodrigo Leonardi; e do Sr. Presidente da Empresa Brasileira de Infraestrutura Aeroportuária, Rogério Amado Barzellay. Hoje nós celebramos um dia muito especial para o Brasil. Na verdade, é um dia especial para todos nós, para todos aqueles que acreditam no poder transformador dos sonhos. Comemoramos o Dia do Aviador e o Dia da Força Aérea Brasileira, duas datas que se unem em um mesmo símbolo: a coragem de um povo que nasceu para voar. Foi em 23 de outubro de 1906 que um brasileiro extraordinário, Alberto Santos Dumont, realizou o primeiro voo bem-sucedido de um engenho mais pesado que o ar, com propulsão própria, um marco que mudou a história da humanidade. É importante lembrar que o 14-bis não foi puxado por animais nem lançado por catapultas ou precipícios. Ele decolou do solo por seus meios próprios, impulsionado por um motor de 50hp, com uma hélice de duas pás posicionada atrás do piloto. Naquele voo, que durou apenas sete segundos e alcançou poucos metros de altura, o que realmente se elevou foi o orgulho de um povo inteiro. O Brasil mostrou ao mundo que a ousadia e o conhecimento andam lado a lado e que a fé e a ciência, quando caminham juntas, fazem o impossível acontecer. A partir daquele momento, o sonho de voar passou a fazer parte da alma brasileira. Em 2006, eu tive a honra de representar o Brasil na Missão Centenário, que leva esse nome justamente em homenagem aos cem anos daquele voo de 1906, levando comigo o nome e o legado de Santos Dumont ao espaço. Foi uma forma de homenagear o nosso pioneiro da aviação, o homem que nos ensinou que o verdadeiro progresso nasce da combinação entre conhecimento e valores. Por isso, neste dia, presto a minha sincera homenagem a todos os aviadores do Brasil - militares e civis. A FAB (Força Aérea Brasileira) nasceu em 1941, durante a Segunda Guerra Mundial, fruto da fusão dos serviços aéreos do Exército e da Marinha. Desde então, seus homens e mulheres têm garantido que o Brasil permaneça livre, seguro e soberano, com profissionalismo, coragem e dedicação exemplares. Aliás, hoje de manhã, a comemoração na Base Aérea - gostaria de parabenizar a todos que participaram, principalmente o Comandante da Aeronáutica - foi realmente uma celebração emocionante por ver a história trazida ao presente. |
| R | Como oficial da Força Aérea Brasileira, eu digo com muito orgulho e emoção: foi nessa instituição que aprendi o verdadeiro significado de disciplina, lealdade e amor ao Brasil. A gente sempre se lembra... Quem é aviador, quem é militar da Força Aérea e passou pela Academia da Força Aérea se lembra do que tem nas paredes ali do Corpo de Cadetes: os valores dos combatentes da Força Aérea, que são coragem, lealdade, honra, dever e pátria. Acho que isso aí fica, pelo restante da nossa vida, norteando o que nós fazemos pelo Brasil e com o Brasil. A Força Aérea me ensinou que voar é mais do que dominar a técnica; é servir à pátria, proteger vidas e acreditar no poder do conhecimento e da missão. Aos aviadores civis, minha profunda admiração e respeito. São eles que, diariamente, conectam o Brasil de norte a sul, levando pessoas, sonhos e oportunidades. São profissionais que voam com responsabilidade, técnica e amor pela aviação e que representam, com excelência, a competência brasileira no mundo. Também é justo destacar a importância da Agência Nacional de Aviação Civil (Anac), uma instituição reconhecida internacionalmente pela competência, transparência e rigor técnico. A Anac é motivo de orgulho nacional. Ela garante que a aviação civil brasileira seja uma das mais seguras e bem reguladas do planeta. Valorizar a Anac é valorizar a segurança dos nossos céus, o profissionalismo de nossos pilotos, engenheiros e controladores e a confiança de milhões de passageiros que voam todos os dias. Como astronauta, engenheiro e aviador, sei que o futuro da aviação civil e militar depende do investimento em ciência, tecnologia e formação profissional. Por isso, reafirmo aqui, nesta Casa Legislativa, o meu compromisso com a educação de qualidade, com o incentivo à inovação e com a valorização dos profissionais da aviação brasileira: os pilotos, mecânicos, engenheiros, professores e alunos que sonham em alcançar o impossível, porque sem ciência não existe soberania, e sem educação e tecnologia não há ciência, não há futuro. Que cada criança que hoje olha para o céu, assim como eu olhava quando era menino lá em Bauru, saiba que aquele céu é um convite, um convite para sonhar alto, para acreditar que é possível e para entender que o conhecimento é o combustível que nos leva além das nuvens. O legado de Santos Dumont e da Força Aérea Brasileira continua vivo em cada avião que decola, em cada missão de resgate, em cada operação de defesa e também em cada voo civil que cruza o nosso imenso país. Eles nos lembram de que os sonhos não têm fronteiras e que o Brasil tem, sim, uma vocação para o voo, para a inovação e para a grandeza. Encerrando, deixo aqui o meu profundo reconhecimento aos militares da Força Aérea Brasileira, aos aviadores civis e aos profissionais da Anac. Quero também lembrar os profissionais da Agência Espacial Brasileira. Essa conexão aeroespacial vai nos permitir alcançar altitudes muito maiores também. Vocês são a expressão viva da competência, da dedicação e do amor pelo Brasil. Continuem voando alto, com coragem, técnica e fé. E que o espírito de Santos Dumont continue a inspirar cada decolagem, cada missão e cada sonho. Parabéns a todos os aviadores do Brasil! Parabéns à Força Aérea Brasileira! Parabéns à aviação civil nacional! Que o Brasil siga voando, sempre mais alto, sempre com orgulho e sempre guiado pela ciência, pela fé e pelo amor à nossa pátria. Obrigado a todos! (Palmas.) |
| R | Senhoras e senhores, antes de prosseguirmos, ouviremos uma canção que é um verdadeiro pilar da identidade da nossa Força Aérea: o Hino dos Aviadores. Composto em 1934, esse hino transcende o tempo. Sua letra exalta a coragem, a técnica e o idealismo que moveram os primeiros aeronautas e que continuam a inspirar as novas gerações de aviadores. Ele nos conecta diretamente ao legado de Santos Dumont e de tantos outros que ousaram desafiar a gravidade, transformando o sonho de voar em uma ferramenta de progresso, integração e defesa para o nosso país. Ouvir esse hino é renovar nosso respeito por aqueles que têm a nobre missão de guardar os céus do Brasil. Convido a todos os presentes a ficarem em pé e, em posição de respeito, cantarem - aqueles que sabem -, com orgulho e emoção, o Hino dos Aviadores. (Procede-se à execução do Hino do Aviador.) |
| R | O SR. PRESIDENTE (Astronauta Marcos Pontes. Bloco Parlamentar Vanguarda/PL - SP) - Boas lembranças com essa música, para falar a verdade. Boas épocas da Academia da Força Aérea, quando a gente cantava isso aqui todos os dias praticamente. Convido a todos para assistirmos a um vídeo institucional produzido pelo Centro de Comunicação Social da Aeronáutica. Esta produção audiovisual nos levará a uma jornada pela história e pelo presente da Força Aérea Brasileira. Das primeiras asas do 14-bis aos modernos caças F-39 Gripen, veremos como a Força Aérea Brasileira se consolidou como uma instituição estratégica para o Brasil. O vídeo destaca não apenas a capacidade de defesa de nossa soberania, mas também as inúmeras missões de cunho social: o transporte de órgãos, o apoio às comunidades isoladas na Amazônia, as missões de ajuda humanitária e o incansável trabalho do controle de tráfego aéreo. Vamos assistir e compreender a dimensão do trabalho realizado diuturnamente pelos homens e mulheres da nossa Força Aérea Brasileira. (Procede-se à exibição de vídeo.) O SR. PRESIDENTE (Astronauta Marcos Pontes. Bloco Parlamentar Vanguarda/PL - SP) - Senhoras e senhores, deixem-me dar uma informação aqui que vai ser bacana para a gente observar depois também. Gostaria de compartilhar com todos uma informação muito especial. Atendendo a uma solicitação encaminhada pelo nosso gabinete, a Primeira-Secretaria do Senado Federal, por meio do Ofício 645, de 2025, autorizou a iluminação temática das fachadas do Congresso Nacional nas cores azul e branca. Muito bacana! Podem aplaudir porque isso é legal. (Palmas.) Isso ocorrerá em alusão, então, ao Dia do Aviador e da Força Aérea. |
| R | Essa autorização concedida pela Senadora Daniella Ribeiro, Primeira-Secretária da Casa, representa não só um gesto de deferência institucional, mas também de reconhecimento à importância da aviação e da Força Aérea Brasileira para o nosso país. Nos dias 29 e 30 de outubro, as fachadas e cúpulas do Senado Federal, que simbolizam o coração do Poder Legislativo deste país, serão iluminadas nas cores da aviação como uma homenagem visual e simbólica a Alberto Santos Dumont, o Pai da Aviação e de todos os aviadores e militares, que, com sua coragem, técnica e patriotismo, protegem o céu e a soberania do nosso Brasil. Registro aqui, com sincero apreço, o agradecimento à Senadora Daniella Ribeiro e à equipe da Primeira-Secretaria do Senado Federal, pelo apoio e sensibilidade em viabilizar essa homenagem que traduz o respeito e o orgulho do Poder Legislativo à nossa Força Aérea Brasileira. Neste momento, eu concedo a palavra à nossa Senadora, querida Senadora, a mais bonita, Senadora Damares Alves, aqui do Distrito Federal. A SRA. DAMARES ALVES (Bloco Parlamentar Aliança/REPUBLICANOS - DF. Para discursar.) - Boa tarde! Antes que vocês duvidem, o Senador Marcos Pontes nunca mente: eu sou a Senadora mais bonita do Brasil. (Risos.) (Palmas.) Sr. Presidente, Astronauta Marcos Pontes, que prazer, que sessão linda e espetacular! O Senado não poderia deixar de fazer este ano, mais uma vez, a homenagem ao Dia do Aviador e à nossa grandiosa, gloriosa FAB. Senador Dr. Hiran, que bom que o senhor está na mesa, porque o Senador Marcos Pontes tem um olhar sobre a FAB; o senhor tem outro. Só quem mora num estado como Roraima pode dizer, com toda certeza, o que essa grandiosa Força Aérea Brasileira faz por nossa nação. Talvez, Senador Hiran, os outros Senadores que moram nos grandes centros, as pessoas que estão nos assistindo das grandes cidades, talvez vocês não consigam ver como o Senador Hiran vê a FAB, como eu vejo a FAB, como eu vejo o trabalho de todos os senhores. Quero cumprimentar o Tenente-Brigadeiro do Ar Marcelo Damasceno, que se tornou um amigo querido numa viagem. Parabéns pelo trabalho que o senhor está fazendo! O senhor nos orgulha muito. O senhor tem nos trazido grandes surpresas, e todos aqui no Senado reconhecemos o trabalho que o senhor tem feito. Quero cumprimentar o Antonio Guilherme de Arruda e também o Major-Brigadeiro do Ar Ricardo de Souza Nascimento e todos os senhores, as suas famílias que estão nos acompanhando, os nossos convidados que estão aqui. Que dia espetacular! E que bom que me deixaram falar antes, porque nós estamos numa briga ali, eu e o Senador Seif. Nós vamos ter que sair voando - e hoje não é correndo, é voando - daqui do Plenário, porque nós vamos pegar uns bandidos ali atrás, na CPMI do INSS. E aqui eu faço um compromisso com todos os senhores: nós vamos colocá-los todos na cadeia, acreditem os senhores! Nós vamos fazer isso, o Senado Federal vai fazer isso! (Palmas.) Mas eu não poderia deixar de voando vir aqui apenas para registrar o meu amor, o meu respeito, a minha admiração e a minha gratidão à FAB. E eu já estive aqui em outros momentos fazendo discursos do coração, mas hoje eu quero falar especificamente, o Tenente-Brigadeiro do Ar, o nosso querido Damasceno sabe, que eu tive a oportunidade, neste ano, Deus me deu o privilégio, neste ano, de acompanhar o trabalho da Operação Excelsior, na cidade de Breves. Eu confesso e digo para vocês, com toda a certeza: as memórias me fazem chorar ainda, quando eu me lembro de tudo que eu vi que a FAB fez naquela região, naquela operação. |
| R | Para quem não sabe, Breves é a capital do Marajó, Breves é a maior cidade do arquipélago do Marajó. E a Operação Excelsior foi para lá, mas não cuidou só do povo de Breves; a gente soube e a gente viu pessoas que saíram com seus barquinhos de outras cidades, viajando cinco, seis dias, para chegarem a Breves, para serem cuidadas pela FAB. O que eu vi? Eu vi mulheres da minha idade - e hoje isso me emociona muito, porque eu estou enfrentando um câncer, mas já estou curada, eu vou ficar bem, acreditem nisso -, com papel na mão, numa fila; quando a gente abria a mão e via o papel, era uma recomendação de uma mamografia de três anos na mão, esperando uma mamografia. E eram acolhidas dentro das instalações improvisadas pela FAB, eram acolhidas e eram levadas a um mamógrafo digital de última geração. E essas mulheres não só faziam o exame; eram abraçadas, acolhidas, orientadas e saíam com o laudo na mão, Srs. Senadores. O que eu vi? Mães que estavam, há anos, numa fila para uma consulta com um neuropediatra; crianças se batendo, crianças gritando, crianças agitadas; mães que precisavam de um diagnóstico, de um laudo, para poderem buscar um auxílio, um BPC; mães segurando suas crianças; e os nossos oficiais abraçando, acolhendo de uma forma incrível. O que a FAB faz de ações humanitárias no Brasil a gente precisa falar mais. Eu estive lá, e olha que eu já estive em diversas operações humanitárias, no Brasil, de diversas instituições, mas aquela mexeu demais comigo. Então, eu precisava vir aqui, para que o Brasil soubesse que não são apenas aviõezinhos voando no céu azul do Brasil; são homens e mulheres que estão doando as suas vidas pelo povo brasileiro e que nem fazem propaganda disso. Isso me deixa muito triste, porque a gente tem que falar mais o que a nossa gloriosa Força Aérea Brasileira faz por esta nação. Deixem de ser tímidos, senhores brigadeiros; deixem de ser tímidos, senhores aviadores. Vocês estão mudando a história do meu país, vocês estão cuidando desta nação. E sei das dificuldades, e aqui eu registro ao nosso Brigadeiro. Eu sei das dificuldades orçamentárias que vocês passaram neste ano, mas eu quero fazer um compromisso, e posso fazer isso em nome de todo o Senado brasileiro: contem conosco para fortalecer cada vez mais essa instituição, que é amada pelo povo brasileiro. Eu precisava falar com o meu coração hoje para dizer: obrigada, FAB, por tudo que vocês têm feito por esta nação; obrigada, porque vocês vão além do que é pedido a vocês, vocês vão além das atribuições que são impostas a vocês. Vocês fazem todo dia a nossa nação melhor. Que Deus abençoe os senhores e suas famílias. E obrigada, Senador Marcos Pontes, por esta linda sessão. Que Deus os abençoe. (Palmas.) |
| R | O SR. PRESIDENTE (Astronauta Marcos Pontes. Bloco Parlamentar Vanguarda/PL - SP) - Muito obrigado, Senadora Damares Alves. A Senadora Damares tem uma capacidade impressionante de trazer as coisas ao coração, e isso é muito importante para que nós, brasileiros, possamos perceber que, sim, nós estamos muito preocupados com as coisas do Brasil e com tudo aquilo que nos afeta, desde a sociedade mais alta até aquelas pessoas que precisam mais, e principalmente essas, e a Damares está sempre junto, desde o... Lembro-me muito bem do tempo de Ministra também, o trabalho magnífico que ela fazia. Eu concedo a palavra agora ao Senador Dr. Hiran. O SR. DR. HIRAN (Bloco Parlamentar Aliança/PP - RR. Para discursar.) - Boa tarde a todas e a todos. Sr. Presidente, meu querido amigo Senador Astronauta Marcos Pontes; Sr. Comandante da Força Aérea Brasileira, meu dileto amigo Tenente-Brigadeiro do Ar Marcelo Damasceno; Magnífico Reitor do Instituto Tecnológico de Aeronáutica, Antonio Guilherme de Arruda Lorenzi; Sr. Diretor da Agência Nacional de Aviação Civil, Major-Brigadeiro do Ar Ricardo de Souza Nascimento; Ministro Tenente Brigadeiro do Ar Francisco Joseli Parente Camelo, Vice-Presidente do Superior Tribunal Militar; senhoras, senhores, digníssimas autoridades presentes, todos os convidados, familiares, que abrilhantam esta magnífica sessão. Antes de começar propriamente a minha fala, Sr. Presidente Marcos Pontes, quero pedir a devida vênia de V. Exa. para nominar, um a um, os autores desse requerimento da sessão solene de hoje: Senadora Damares Alves, Senador Chico Rodrigues, Senador Confúcio Moura, Senadora Soraya Thronicke, Senador Hamilton Mourão, Senador Humberto Costa, Senador Izalci, e também quero saudar aqui a presença do meu querido amigo, esse Senador extremamente lutador, competente, referência da nossa querida Santa Catarina, Jorge Seif. Um grande abraço, querido amigo. É com grande honra e profundo respeito que ocupo esta tribuna, nesta sessão especial, para celebrar o Dia do Aviador e o Dia da Força Aérea Brasileira. Essa data não é apenas um marco no nosso calendário; é o reconhecimento solene da dedicação, do profissionalismo e da bravura de uma instituição que é representante da soberania e da integração do nosso Brasil. Celebramos hoje a Força que vigia o nosso espaço aéreo, mas, acima de tudo, celebramos a Força que voa para unir um país de dimensões absolutamente continentais. Eu sou da Amazônia. Eu nasci em Tefé, no Amazonas, senhoras e senhores, no Médio Solimões. E, desde criança, eu acompanho de perto o trabalho essencial das Forças Armadas, em absoluta sintonia com a Força Aérea Brasileira, para defender o nosso espaço aéreo. |
| R | Aliás, aquele aeroporto de Tefé, em que vocês de vez em quando aterrizam, que é um aeroporto internacional, ainda na gestão do ex-Presidente Bolsonaro, nosso Presidente Bolsonaro, nós aprovamos aqui neste Senado um projeto de lei de autoria do Deputado Sidney Leite e da relatoria do meu querido amigo Plínio Valério, dois amazonenses. O nome daquele aeroporto hoje é Prefeito Orlando Marinho, meu pai. Uma homenagem inominável para mim. Quero agradecer aos meus dois colegas que me prestaram essa homenagem, que está marcada no meu coração e no coração da minha família. Nós que vivemos na região testemunhamos diariamente a vastidão de um território que possui mais de 16 mil quilômetros de fronteiras, muitas delas na Amazônia. Essa imensidão geográfica não é apenas um desafio logístico, mas uma realidade estratégica que exige investimentos contínuos. Investimentos contínuos - não a conta-gotas - e uma FAB forte e modernizada. De acordo com a própria instituição, a sua missão é, entre aspas, "manter a soberania do espaço aéreo e integrar o território nacional com vistas à defesa da nossa pátria". A defesa do espaço aéreo brasileiro, que cobre 22 milhões de quilômetros quadrados, é uma operação ininterrupta, que exige vigilância, preparo técnico e prontidão constante. A proteção das fronteiras, a interceptação de aeronaves suspeitas e a cooperação com outras Forças Armadas fazem parte da rotina dessa instituição. A atuação da FAB, senhoras e senhores, vai muito além da defesa militar. A aviação de transporte, por exemplo, realiza missões de resgate, transporte de pacientes, suprimentos, vacinas e ajudas humanitárias. Ela é, nas palavras da instituição, entre aspas, "uma força que protege e integra o país, levando suprimentos e salvando vidas". A FAB é a certeza de que o cidadão que vive na ponta da fronteira não está abandonado. O ronco de seus motores é o som da presença, é o som da saúde, é o som da esperança. Em situações de crise ou calamidade, são os aviadores brasileiros que sobrevoam a Amazônia, cruzam os rios e as planícies e tornam possível que o Estado chegue até os cidadãos nos lugares mais distantes da nossa pátria. Assim, cada decolagem, cada pouso realizado pela Força Aérea Brasileira representa mais do que simples operações técnicas. E é pensando na saúde e no bem-estar desses heróis que a bancada federal do meu Estado de Roraima, que eu coordeno, tem atuado de forma decisiva. Temos direcionado emendas que totalizam mais de 4 milhões para um projeto fundamental: a construção de um hospital da Força Aérea Brasileira em Roraima. Esse hospital será um símbolo do nosso reconhecimento, garantindo assistência médica de qualidade aos seus militares e a seus familiares e fortalecendo a infraestrutura da Força Aérea em um ponto estratégico do nosso país. É essa a nossa forma de retribuir a quem dedica a vida à defesa da nossa pátria. |
| R | Ontem, também tivemos oportunidade, Sr. Presidente, senhoras e senhores, de defender, no Plenário desta Casa, a importância da aprovação do PLP 204, de 2025, que destina R$5 bilhões anuais à Defesa Nacional, algo que foi discutido aqui há mais ou menos um mês, quando o Ministro da Defesa, querido José Múcio, esteve numa sessão especial nesta Casa e colocou a necessidade desse investimento para manter a modernidade das nossas Forças Armadas. E defendo novamente: esse investimento é vital para garantir a modernização, o fortalecimento e o preparo contínuo das nossas Forças. Como bem vimos na Operação Atlas, que ocorreu na Amazônia, especialmente no nosso Estado de Roraima - uma operação crucial para a logística de defesa na nossa região -, ficou evidente o preparo e a dedicação dos nossos militares, das três Forças integradas, e também a urgência em assegurar os recursos necessários para que continuem cumprindo a sua missão com absoluta excelência. Foi com base nessa premissa que o Senado, em uma demonstração de compromisso nacional, aprovou a possibilidade de direcionar recursos, como os R$30 bilhões fora do arcabouço fiscal nos próximos seis anos, para projetos estratégicos de defesa - aliás, aprovado numa votação suprapartidária, querido Senador Seif. A soberania não se defende com improviso, ela se defende com orçamento e planejamento. A celebração do Dia do Aviador e da Força Aérea Brasileira é um gesto de memória e reafirmação de um compromisso: continuar cultivando o espírito de ousadia, competência e humanidade que elevou o Brasil aos céus. Aviadores e aviadoras, a nação lhes agradece. Muito obrigado. Que o céu continue sendo o limite para sua dedicação e para a grandeza dos seus feitos. Que a Força Aérea Brasileira continue sendo esse orgulho nacional, um símbolo de soberania e integração. Parabéns à Força Aérea Brasileira, parabéns aos nossos aviadores. Que Deus os abençoe. Muito obrigado. (Palmas.) O SR. PRESIDENTE (Astronauta Marcos Pontes. Bloco Parlamentar Vanguarda/PL - SP) - Senador Dr. Hiran, parabéns pelas palavras. Realmente, ontem foi um dia muito importante para as nossas Forças Armadas, com a aprovação desse projeto. E eu lembro o número: foram 57 votos a favor, 4 votos contra. Então, dá para ver que foi suprapartidário realmente, pela importância que um projeto como esse tem para o nosso país. Eu gostaria de passar a palavra, neste momento, ao Senador Jorge Seif, do PL, de Santa Catarina. O SR. JORGE SEIF (Bloco Parlamentar Vanguarda/PL - SC. Para discursar.) - Senhoras e senhores, uma ótima tarde. Parabenizo inicialmente o Senador Marcos Pontes. Não esperaríamos de outro gabinete tal proposição para celebrar o Dia do Aviador e da nossa Força Aérea Brasileira. Quero cumprimentar aqui os componentes da mesa, o Senador Dr. Hiran, grande amigo; o Comandante da Força Aérea, Tenente-Brigadeiro Damasceno; o Magnífico Sr. Reitor Antonio Guilherme de Arruda Lorenzi; e o nosso Diretor da Agência Nacional de Aviação Civil, Major-Brigadeiro do Ar, Ricardo Nascimento. Senhoras e senhores, que bom vê-los aqui hoje, preenchendo este Plenário, e seus familiares - pais, mães, filhos -, muito orgulhosos da profissão de V. Exas. e de hoje. |
| R | A Casa Alta da República, no que se refere a Parlamento, ao Congresso, está prestando esta justa homenagem à nossa Força Aérea e aos aviadores, que fazem grande trabalho para o Brasil. Hoje é dia de reverência, dia de olharmos para o céu não apenas para admirar sua imensidão, mas para reconhecer aqueles que o guardam, o dominam e o transformam em símbolo de soberania e de fé no Brasil, os aviadores e a nossa Força Aérea Brasileira. Celebramos o Dia do Aviador e da FAB, instituído em memória de 22 de outubro de 1906, quando Alberto Santos Dumont, brasileiro genial, fez o 14-bis decolar em Paris, rasgando o ar e escrevendo, com coragem e engenho, a primeira página da aviação mundial. Naquele instante, não foi apenas uma máquina que se elevou, foi o espírito de um povo que aprendeu a sonhar alto e a acreditar que nada é impossível ao Brasil, nem mesmo o homem voar - quem diria, não é? Senhoras e senhores, a aviação brasileira nasceu do sonho, mas também do sacrifício, honra e disciplina de homens e mulheres como os senhores, que, sob o lema "Asas que Protegem o País", transformaram a Força Aérea Brasileira em símbolo de excelência, de lealdade e de coragem. Desde a defesa da nossa Amazônia, Senador Astronauta Marcos Pontes, passando pelos resgates humanitários, missões de paz, transporte de vacinas, combate a incêndios, apoio em desastres naturais e vigilância de fronteiras, que não são pequenas, a Força Aérea tem sido presença constante e silenciosa de um Brasil que protege, acolhe e não abandona seus filhos. Cada voo, Senador Hiran, cada missão, cada decolagem representa o mesmo ideal que moveu, lá em 1906, nosso querido Santos Dumont, serviu à humanidade com consciência, bravura e amor à pátria. E é por isso que hoje, de pé, diante de tantos heróis de farda azul, nós dizemos: o Brasil é grato a cada uma das senhoras e dos senhores, grato aos pilotos, que cruzam os céus, aos engenheiros e mecânicos, que garantem a segurança de cada aeronave, aos controladores de voo, que guiam com precisão, e às famílias que ocupam hoje nossas galerias que sustentam o sacrifício de servir longe de casa. Muito obrigado, senhores familiares, por sustentarem os nossos heróis do ar. Ser aviador não é apenas dominar os céus, é compreender que Deus concede asas àqueles que têm missão na Terra. Que a coragem de Santos Dumont continue nos inspirando, que a bravura de homens e mulheres da FAB continue nos defendendo e que a grandeza do nosso Brasil continue sendo a razão pela qual cada uma das senhoras e dos senhores decole todos os dias. Parabéns, aviadores! Parabéns, Força Aérea Brasileira! Que Deus os abençoe e comande as asas de seus voos e que vocês guardem os nossos céus. Muito obrigado. (Palmas.) O SR. PRESIDENTE (Astronauta Marcos Pontes. Bloco Parlamentar Vanguarda/PL - SP) - Obrigado, Senador Jorge Seif, do PL, de Santa Catarina. Obrigado pelas palavras. Eu me lembro de histórias que o então Governador Esperidião Amin, que hoje é Senador aqui, conta da época das enchentes em Santa Catarina, quando ele era Governador, e da participação efetiva e muito importante da Força Aérea. Ele conta até a história de uma mulher que teve um filho no helicóptero da Força Aérea durante o resgate - imaginem isso aí. |
| R | Eu concedo a palavra ao Sr. Carlos Clementino Perin Filho, Diretor Administrativo e Financeiro da Associação Brasileira de Pilotos da Aviação Civil, representando o Presidente, Sr. Misael Sampaio, e os pilotos da aviação civil brasileira. O SR. CARLOS CLEMENTINO PERIN FILHO (Para discursar.) - Boa tarde, Senador Astronauta Marcos Pontes, ilustre membro de honra da Abrapac; ilustre Senador Dr. Hiran; Sr. Comandante da Força Aérea Brasileira, Tenente-Brigadeiro do Ar Marcelo Kanitz Damasceno; Magnífico Reitor do Instituto Tecnológico da Aeronáutica, Dr. Antonio Guilherme de Arruda Lorenzi; Sr. Diretor da Agência Nacional de Aviação Civil, Major-Brigadeiro do Ar Ricardo de Souza Nascimento; distintos oficiais da Força Aérea Brasileira aqui presentes; demais Senadores e Senadoras; prezado povo soberano brasileiro que nos acompanha pela TV Senado; é, para mim, um sentimento de honra e plenitude representar a Associação Brasileira de Pilotos da Aviação Civil nesta solenidade. Hoje, 23 de outubro de 2025, celebramos o Dia do Aviador e da Força Aérea Brasileira, lembrando a coragem e a visão de Alberto Santos Dumont, que, em 23 de outubro de 1906, realizou o voo histórico do 14-Bis, abrindo os céus para a humanidade. É também ocasião de homenagearmos a Força Aérea Brasileira, que, com disciplina militar, dedicação e profissionalismo, garante a soberania e a segurança do nosso povo, protegendo o espaço aéreo do nosso país, com repercussões geopolíticas em toda a América do Sul. Há mais de um século, neste mesmo dia, Alberto Santos Dumont, com sua coragem característica, realizava, em Paris, o voo do 14-Bis, um momento que ecoou ao redor do mundo e colocou o Brasil definitivamente no mapa da aviação. Não representou apenas um voo, representou a materialização de um sonho que nos elevou como nação. Santos Dumont, além de inventor, era um gênio visionário, que dedicou a sua vida e fortuna a desbravar os céus, primeiro com os seus dirigíveis e depois com aeronaves mais pesadas que o ar, tornando-se um herói nacional. Do gênio visionário de Santos Dumont aos construtores de nossa indústria aeronáutica, como o Brigadeiro do Ar Casimiro Montenegro Filho, fundador do Instituto Tecnológico da Aeronáutica, e o Tenente-Coronel Aviador Ozires Silva, fundador da Embraer, a história da aviação brasileira é feita de ciência, coragem, engenho e compromisso com o desenvolvimento nacional. Sinto-me especialmente honrado ao dirigir algumas palavras ao nosso querido Senador Astronauta Marcos Pontes, membro de honra da Abrapac. Sua trajetória histórica como piloto, engenheiro, astronauta e Parlamentar inspira a todos nós. Seu apoio constante às políticas de incentivo à inovação tecnológica em geral, à aviação civil e à formação de pilotos em particular reafirma a importância de termos líderes comprometidos com o nosso desenvolvimento material e humano. A aviação civil brasileira tem uma trajetória de coragem, inovação e superação. Desde os primeiros passos na regulamentação profissional, com Aldo da Costa Pereira e os pioneiros que fundaram as primeiras associações de aeronautas, passando pelas empresas regionais e nacionais, que expandiram nossas rotas nacional e internacionalmente, até os desafios e conquistas recentes, nós pilotos sempre estivemos na linha de frente do progresso. |
| R | Os aeroclubes desempenham um papel central nessa história, formando gerações de pilotos que alimentam o sonho de voar. Hoje, tais entidades de utilidade pública, nos termos do §2º do artigo 97 da Lei nº 7.565, de 1986, enfrentam dificuldades financeiras e estruturais que exigem atenção e apoio institucional e regulatório. Reconhecemos sua importância histórica para a aviação geral e para a manutenção de uma cultura aeronáutica sólida e segura em um país continental. É com o coração pesado, mas com a voz firme, que devo aqui registrar. Essas entidades de utilidade pública responsáveis pela formação de milhares de pilotos e pelo primeiro contato de muitos jovens com aviação enfrentam hoje dificuldades profundas. Muitas delas lutam com crises financeiras, insegurança jurídica, falta de investimento e um cenário operacional cada vez mais complexo. Tal situação, de fato e de direito, pode representar ameaça à oportuna formação de novos talentos, à segurança de voo e à manutenção adequada das aeronaves de instrução. Nas últimas décadas, os avanços tecnológicos na aviação civil melhoraram exponencialmente a segurança de voo, a eficiência operacional e a gestão do tráfego aéreo. A Associação Brasileira de Pilotos da Aviação Civil, comprometida com a qualidade de vida dos pilotos e a segurança de suas operações aéreas, ao lado de outras associações, atuou legitimamente perante este Congresso Nacional durante as deliberações que resultaram na nova Lei dos Aeronautas, a Lei nº 13.475, de 2017. A Abrapac colabora em pesquisas de ponta e atua na disseminação de uma cultura de segurança, por meio de suas colaborações no projeto Fadigômetro, no projeto Erica, no Biggest, na Comissão Nacional de Prevenção de Acidentes Aeronáuticos, no Grupo de Estudos sobre Planejamento do Espaço Aéreo e na publicação da Flight Deck Magazine, que informa e atualiza nossos pilotos. Essas conquistas demonstram a importância do diálogo republicano entre legisladores, reguladores, pilotos e entidades representativas do setor público e do setor privado, garantindo que nossa aviação continue a crescer com segurança, sustentabilidade econômica e ambiental, respeito e profissionalismo, pois o espaço aéreo brasileiro é a coisa pública, a res publica, que devemos preservar e desenvolver para as atuais e futuras gerações. Hoje celebramos o passado, presente e o futuro da aviação civil e militar brasileira. Celebramos a coragem, a dedicação e a paixão de cada piloto, porque com profissionalismo e disciplina de segurança de voo, contribuímos para que o céu do Brasil permaneça aberto a todas e todos que se qualifiquem de fato e de direito para nele operar. Unidos, em instituições públicas e privadas, civis e militares, poderemos, em diálogo franco e respeitoso, superar desafios, fortalecer nossos históricos aeroclubes e prosperar cada vez mais na coisa pública, no nosso espaço aéreo brasileiro. Que o espírito inovador de Santos Dumont, a memória de Eduardo Gomes, a história presente de Ozires Silva e a trajetória inspiradora do associado de honra da Abrapac, Exmo. Sr. Senador Marcos Pontes, nos guiem e nos inspirem a voarmos mais e melhor, com o conhecimento necessário, a coragem oportuna, a determinação consciente e a confiança na nossa capacidade de, juntos, construirmos o futuro da nossa aviação. Muito obrigado. (Palmas.) |
| R | O SR. PRESIDENTE (Astronauta Marcos Pontes. Bloco Parlamentar Vanguarda/PL - SP) - Muito obrigado ao Sr. Carlos Clementino Perin Filho, Diretor Administrativo e Financeiro da Associação Brasileira de Pilotos da Aviação Civil, representando o Presidente, Sr. Misael Sampaio, e os pilotos da aviação civil brasileira. Parabéns pelas palavras. Eu ressalto aqui a importância de nós preservarmos e protegermos os nossos aeroclubes, berço aí da aviação de muita gente. Quem é piloto certamente lá viu os primeiros voos, como eu, que grudava na cerca lá no Aeroporto de Bauru, no Aeroclube de Bauru, para ver aqueles aviões. O sonho nasceu ali. Da mesma forma, a gente quer que os jovens, aqui representados por esses futuros talentos aqui da ciência e tecnologia do Brasil, também tenham o direito de sonhar e realizar o seu sonho. Tudo começa no aeroclube. E algumas das palavras do Sr. Carlos Clementino lembraram aqui também que nós precisamos enaltecer as nossas figuras da história. Nós temos o Livro dos Heróis e Heroínas da Pátria, e nós podemos e devemos trazer esses nomes para esse livro. Então, eu ressalto o PL nº 1.862, de 2023, de autoria do Deputado Prof. Paulo Fernando, do Republicanos - por favor, Professor, só para o pessoal te ver. E, nesse projeto de lei, ele coloca o nome do Marechal Eduardo Gomes no Livro dos Heróis da Pátria. Está em tramitação na Câmara. Parabéns pela iniciativa. Da mesma forma, eu gostaria de relembrar o PL nº 4.774, de 2019, da autoria do Deputado Eduardo Cury, que inscreve o Marechal do Ar Eduardo Casimiro Montenegro Filho no Livro dos Heróis e Heroínas da Pátria. Também eu tive a honra de ser o Relator aqui no Senado, e a matéria já foi aprovada e sancionada. Também o PL nº 1.711, de 2024, que inscreve o Tenente Alberto Martins Torres no Livro dos Heróis e Heroínas da Pátria. Eu sou o autor desse projeto de lei, que agora está na Câmara dos Deputados. Eu peço até ao Prof. Paulo que faça a relatoria por lá. Para quem não se lembra, o Tenente Alberto Martins Torres fez o ataque ao primeiro submarino nas costas do Brasil, perto de Cabo Frio, um submarino alemão, e também realizou mais de cem missões de combate na Segunda Guerra Mundial, sendo parte do primeiro grupo de aviação de caça. Então, é importante nós lembrarmos essas pessoas que, literalmente, deram a vida pelo nosso país, honrando a nossa Força Aérea. Eu concedo a palavra ao Prof. Dr. Antonio Guilherme de Arruda Lorenzi, Reitor do Instituto Tecnológico de Aeronáutica (ITA), no qual eu também tive a honra de ser aluno, representando a formação científica e tecnológica da aviação brasileira. O SR. ANTONIO GUILHERME DE ARRUDA LORENZI (Para discursar.) - Exmo. Sr. Senador Presidente e requerente desta sessão solene, Senador Astronauta Marcos Pontes; Exmos. Srs. Senadores da República Dr. Hiran, Dra. Damares Alves; Sr. Jorge; Sr. Comandante da Aeronáutica, Tenente-Brigadeiro do Ar Marcelo Kanitz Damasceno; Srs. Oficiais-Generais membros do Alto-Comando da Aeronáutica; Srs. Oficiais-Generais da Aeronáutica; Sr. Diretor da Agência Nacional de Aviação Civil, Major-Brigadeiro do Ar Luiz Ricardo de Souza Nascimento, representando neste ato o Sr. Diretor-Presidente da Agência Nacional de Aviação Civil, Tiago Chagas Faierstein; senhoras e senhores, boa tarde. |
| R | É com muita alegria, com muito orgulho e profundamente honrado que profiro essas breves palavras, neste momento em que nos reunimos para comemorar o Dia da Força Aérea Brasileira e o Dia do Aviador. Minha alegria advém do fato de ter a oportunidade de expressar, em um ambiente dos mais dignos de nossa sociedade, o quão importante é para um país ter uma força aérea que, mais do que defender, controlar e integrar, empresta a todos aqueles que com ela interagem um sentimento ímpar de brasilidade e de orgulho, seja por meio de instrumentos históricos amplamente conhecidos e reconhecidos, como o Esquadrão de Demonstração Aérea, a nossa Esquadrilha da Fumaça, e o Instituto Tecnológico de Aeronáutica, o nosso ITA, seja por meio do contato de seus profissionais de todas as áreas em geral e do aviador em particular com o nosso povo, em momentos de alegria ou de preocupações, nas longínquas fronteiras da Amazônia e no frio rigoroso e chuvoso de nossas fronteiras ao Sul, às operações de âmbito internacional. Meu orgulho advém do fato de pisar em uma das Casas de maior nobreza do arcabouço político e social que constrói nosso país, cuja responsabilidade maior é definir os desígnios de nossa nação. Estar presente a tão grandioso ambiente reforça a crença que continuo a ter em nossas instituições, assim como esta instituição que hoje comemoramos o seu dia, a Força Aérea Brasileira, me faz continuar a acreditar que o setor de defesa extrapola o que usualmente vemos. A defesa permite também desenvolver a ciência e tecnologia que, não poucas vezes na história da humanidade, faz com que países e nações se destaquem no cenário geopolítico mundial, por meio, entre outros motivos, da geração de emprego e de renda, e talvez principalmente pela oportunidade de levar à sociedade os produtos oriundos das atividades das pesquisas básica e aplicada, bem como os relatos que os Senadores já nos fizeram aqui em três exemplos muito importantes do papel da Força Aérea. Muito honrado estou, neste momento em que ocupo a cadeira de Reitor do Instituto Tecnológico da Aeronáutica, que este ano comemora 75 anos de sua fundação, por poder compartilhar um sentimento muito forte do que chamo de um otimismo realista. Sim, o otimismo é fruto de conhecer um pouco o nosso povo, um povo que acredita, um povo que sorri, e um povo que não desiste de buscar um lugar digno no cenário mundial. O realismo advém de reconhecer que o momento atual pelo qual passa não somente o Brasil, mas a própria humanidade, exige muita sabedoria para fazermos o que chamo de uma transição contínua. As mudanças pelas quais passa a humanidade não são poucas, e muito menos simples, além de acontecerem em velocidade altíssima. Isso exige, além de sabedoria, muita disposição ao diálogo, muita competência para entender e optar pelas alternativas que nos são colocadas à mesa, e uma atitude diferenciada de isenção, que pode impactar o resultado final de nossas escolhas e que deve ser orientada pela busca do bem comum. |
| R | Tenho uma firme convicção de que minha alegria, meu orgulho e minha honra, que hoje compartilho com os que se unem nesta comemoração, nesta Casa que, como disse, é de uma nobreza digna de nossa grandeza como nação, serão correspondidos por ações que farão com que cada sonho de uma criança, hoje, simplesmente de ter a comida à mesa à noite ou de se tornar um astronauta se torne realidade em um horizonte de tempo que possamos comemorar, pois, assim como fazemos neste momento, comemorar é preciso sejam pequenas ou grandes vitórias. Que possamos comemorar, e muito, o surgimento de novos atores e novas conquistas desta nossa pátria amada! Que saibamos, homens públicos que somos, conduzir o Brasil com a sabedoria de quem sonha grande e com a paixão de quem acredita sempre e que tenhamos a humildade de reconhecer nossas limitações e aprender com aqueles que nos antecederam! Muito obrigado. (Palmas.) O SR. PRESIDENTE (Astronauta Marcos Pontes. Bloco Parlamentar Vanguarda/PL - SP) - Muito obrigado ao Sr. Prof. Dr. Antonio Guilherme de Arruda Lorenzi, Reitor do Instituto Tecnológico de Aeronáutica (ITA), representando a formação científica e tecnológica da aviação brasileira, instituição de que eu tenho muito orgulho de ter feito parte como aluno. Que os jovens que estão aí saibam que é uma ótima opção a Engenharia do ITA - então, mantenham isso em mente -, e atualmente não só em São José dos Campos, agora em Fortaleza também. Então, está aí uma opção muito boa, muito boa! Concedo a palavra ao Major-Brigadeiro do Ar Ricardo de Souza Nascimento, Diretor da Agência Nacional da Aviação Civil (Anac), representando o Sr. Tiago Chagas Faierstein, Diretor Presidente da Anac. O SR. LUIZ RICARDO DE SOUZA NASCIMENTO (Para discursar.) - Sr. Senador Astronauta Marcos Pontes, muito obrigado pela propositura desse requerimento. Como ex-fabeano, fico muito feliz de estar aqui. Na pessoa do senhor, eu cumprimento as autoridades civis aqui presentes. Nosso Comandante, Tenente-Brigadeiro Damasceno, minha continência de hoje, sempre, para o senhor. Muito obrigado pela oportunidade. E eu não esperava, confesso, que, nem nos meus melhores sonhos, na minha cidadezinha lá de Irapuru - não tão longe de Bauru; algumas vezes fui de carona com o senhor da academia -, não me imaginava, aqui, depois de 40 anos na Força Aérea, ter esta oportunidade de, ao lado do Comandante, trazer a homenagem da Anac, de toda a Agência Nacional da Aviação Civil, para os senhores fardados. Eu me emociono e podem ter certeza de que hoje à noite, nas minhas orações noturnas, agradecerei muito ao Papai do Céu esta oportunidade. Como é bom ver esta Casa cheia de pilotos, alguns de azul, mas cheia de aviadores, todos com sonhos e esperanças. Nem todos os pilotos serão aviadores, mas todos os aviadores um dia poderão ser pilotos. Piloto é o que pilota; aviador é o que sonha, é o que cuida da saúde do piloto, é o que cuida do pagamento do piloto, é o que cuida da engenharia do piloto, é o que cuida de toda a estrutura da Força Aérea, para que a gente consiga entregar à sociedade o que os Senadores, a Senadora, o Comandante, o Reitor disseram sobre a Força Aérea. |
| R | Todos nós aviadores temos um compromisso com a nossa sociedade: é de, no final do dia, ter a certeza absoluta de que cumprimos a nossa missão. Hoje, como Diretor da Anac, eu trago um abraço à Força Aérea Brasileira, de cerca de 1,3 mil aviadores, que trabalham em prol de nossa nação, que trabalham em prol da nossa aviação, para que nós, Comandantes, tenhamos, sim, dignidade na formação de nossos pilotos, que tenhamos, sim, segurança operacional na aviação civil brasileira. Esse é o compromisso dos aviadores da Anac com a Força Aérea Brasileira e com toda a sociedade. Muito obrigado a todos. Que Deus nos abençoe. (Palmas.) O SR. PRESIDENTE (Astronauta Marcos Pontes. Bloco Parlamentar Vanguarda/PL - SP) - Muito obrigado, Major-Brigadeiro do Ar Ricardo de Souza Nascimento, Diretor da Agência Nacional de Aviação Civil, representando o Sr. Tiago Chagas Faierstein, Diretor-Presidente da Anac. E, neste momento, eu concedo a palavra ao Sr. Tenente-Coronel Fernando Eduardo Ramos Paz, Comandante do Batalhão de Aviação Operacional da Polícia Militar do Distrito Federal, representando a aviação das forças públicas e de segurança. O SR. FERNANDO EDUARDO RAMOS PAZ (Para discursar.) - Boa tarde a todos. Sr. Presidente, Senador Astronauta Marcos Pontes, na pessoa de quem cumprimento a nossa mesa, Sras. e Srs. Senadores, autoridades civis e militares, companheiros de aviação e de segurança pública do Brasil, é, para mim, grande honra, como Comandante do Bavop (Batalhão de Aviação Operacional) da Polícia Militar do Distrito Federal, estar diante desta Casa para representar a aviação da força de segurança pública do nosso país. É um segmento que, embora muitas vezes invisível à população, eleva-se aos céus do Brasil para proteger vidas, garantir a ordem e oferecer respostas rápidas onde outras formas de ação não alcançam. Em Brasília, a nossa unidade, o Bavop, opera com uma frota moderna e diversificada. Hoje, contamos com três helicópteros modelo Esquilo, dois aviões e, além disso, uma nova aeronave chamada Fênix 07, um Carajá doado pela Polícia Militar de Minas Gerais. Essa frota permite dar apoio à Polícia Militar do Distrito Federal, ao sistema de segurança pública do Distrito Federal e integrá-la aos demais agentes da aviação de segurança pública do país. Nossa aeronave, o Fênix 01, chegou a completar 10 mil horas de voo, um marco simbólico que ilustra o grau de uso, dedicação e operacionalidade dessa unidade. Também promovemos treinamentos rigorosos semestrais, que envolvem operações de embarque e desembarque parado, rapel, McGuire, salvamento aquático, transporte de equipes táticas, tiro embarcado, todas as capacidades exigidas na aviação policial de segurança. Em resumo, não se trata de voar; trata-se de voar para servir, para segurança, por socorro. Mais amplamente, no Brasil, a aviação de segurança pública tem se consolidado como um componente estratégico das forças de segurança. Por meio da Secretaria Nacional de Segurança Pública (Senasp), por exemplo, foi implementada a política de aviação e segurança pública, que orienta a aquisição de aeronaves, capacitação de pessoal, padronização de procedimentos operacionais em operações de calamidade pública, resgate ou segurança. Não raras vezes, vemos mobilizar dezenas de aeronaves, como, por exemplo, em janeiro de 2022, durante os danos provocados pelas fortes chuvas na Bahia, onde 14 aeronaves, entre helicópteros e aviões, foram mobilizadas das diversas forças de segurança pública e das Forças Armadas. Em 2024, várias outras aeronaves também foram mobilizadas às enchentes do Rio Grande do Sul. |
| R | Esse panorama evidencia que a nossa atuação não está restrita ao solo; está nos ares. É uma extensão da presença estatal, da vigilância, do salvamento, da prevenção, da resposta ao crime, ao desastre, ao chamado urgente da sociedade. No Distrito Federal, nossa aviação atende a ocorrências policiais, faz o transporte de pessoal, apoio aéreo às ocorrências de roubo e furto, patrulhamento em áreas urbanas e de difícil acesso, apoio aeromédico, entre outras missões. Essa missão exige profissionais altamente treinados, aeronaves bem mantidas, procedimentos de segurança extremamente rigorosos. Em relação à segurança de voo, por exemplo, estudos já identificaram que, por ausência de treinamento para voo por instrumentos, nós temos um risco real para a operação dos helicópteros que operam sob condições desfavoráveis, o que mostra o grau de complexidade da operação que realizamos. Se considerarmos as forças de segurança pública como um todo, as federais, as estaduais e distritais, percebemos que a aviação de segurança pública funciona como um elo de integração entre as diversas esferas. Segundo a Constituição, o sistema de segurança pública brasileiro engloba a Polícia Federal, a Polícia Rodoviária Federal, a polícia civil, polícia militar e os corpos de bombeiros militares. A aviação de segurança pública está justamente em convergência desses órgãos, apoiando o policiamento ostensivo, o transporte, o resgate, o patrulhamento de fronteiras, ambiental, socorro aeromédico, vigilância aérea, dentre outras funções. É nesse espírito que represento os meus companheiros pilotos, tripulantes mecânicos, operadores a bordo, equipes de apoio logístico e toda a aviação de segurança pública policial. Vamos para proteger, para assegurar a ordem, para reduzir vulnerabilidades. Voar não é luxo; voar é missão. Voar não é espetáculo; é responsabilidade. Voar é servir. Permitam-me destacar que a aviação de segurança pública, por meio dessas missões, reforça três pilares que, creio, são essenciais para a atuação de segurança pública: proximidade com a sociedade, capacidade de resposta rápida e integração interagências. A proximidade com a sociedade, porque muitas ocorrências se resolvem melhor ou, ao menos, são reforçadas pela presença aérea, o apoio rápido, voos de socorro imediato. A capacidade de resposta rápida, porque, em muitas situações, tempo é vida, seja no transporte de órgãos, evacuação de vítimas, perseguições de infratores ou atuações em desastres. Integração interagências, porque nenhuma aeronave opera sozinha. Operamos com policiais, bombeiros, defesa civil, sistema de saúde, unidades federais, estaduais e municipais. Ao representarmos hoje a aviação das forças de segurança pública, renovamos nossa promessa de manter a prontidão, de aprimorar a doutrina, de investir em preparação técnica e humana. Agradeço ao Senado Federal, em especial ao Senador Marcos Pontes, pela abertura deste espaço de reconhecimento, para que esta homenagem ao Dia do Aviador e à Força Aérea Brasileira sejam também um reconhecimento à aviação de segurança pública, que, com alas firmes, está sempre ao lado da sociedade, pronta para erguer-se em defesa. Muito obrigado. (Palmas.) O SR. PRESIDENTE (Astronauta Marcos Pontes. Bloco Parlamentar Vanguarda/PL - SP) - Muito obrigado ao Sr. Tenente-Coronel Fernando Eduardo Ramos Paz, Comandante do Batalhão de Aviação Operacional da Polícia Militar do Distrito Federal, representando a aviação das forças públicas e de segurança. |
| R | Gostaria, neste momento, de também parabenizar não só a aviação das polícias militares, das nossas forças de segurança, mas também toda a corporação que, no dia a dia, encara situações muito difíceis nas nossas grandes cidades, nas pequenas cidades, protegendo a população e muitas vezes não são reconhecidos pelo trabalho que fazem para cada um de nós. Então muito obrigado e que isso seja também a todos aqueles policiais que estão aí, no dia a dia, nos protegendo nas nossas ruas. Muito obrigado. Eu concedo a palavra ao Sr. Tiago Rosa da Silva, Presidente do Sindicato Nacional dos Aeronautas. O SR. TIAGO ROSA DA SILVA (Para discursar.) - Boa tarde a todos. Senador Marcos Pontes, é uma honra estar aqui. Nós nos conhecemos e agradeço o convite a esta sessão solene. Senador Dr. Hiran, Senador Jorge Seif, Major Brigadeiro Eduardo, Dr. Luiz Ricardo, Diretor da Anac - nosso grande parceiro -, Magnífico Sr. Reitor Antônio Guilherme de Arruda Lorenzi, Comandante da Aeronáutica, Tenente Brigadeiro Damasceno, para mim é uma honra sem tamanho estar aqui nesta Casa que representa a excelência em legislação no país e estar falando em homenagem aos aviadores. É um sonho de infância? Sim. É um dom? Provavelmente. É uma profissão que cobra muito alto, uma profissão que cobra estudos, noites em claro, briefings e debriefings - quem aqui não lembra disso? O primeiro voo solo, a emoção de fazer o primeiro voo solo. Em algumas instituições tem que pagar churrasco, em outras tem banho de óleo, e essa memória eu tenho certeza de que todos os colegas levam a vida inteira. Esse estudo, esse profissionalismo que se molda no aeroclube, nas universidades, entrega um profissional com uma excelência em capacitação, cobrado constantemente de atitudes rápidas, corretas, afinal de contas a vida de tantas pessoas está em jogo, ou brinquedos de milhões de dólares estão ali conosco. Transportamos milhões de pessoas todos os dias - neste momento alguém está decolando, alguém está pousando, sempre mantendo essa excelência. Combatemos incêndios, missões humanitárias, diminuímos as distâncias, combatemos pesticidas, enfim, é uma profissão com diversas ramificações, todas elas muito bonitas e essenciais ao nosso grande país. O nosso país é um polo formador de aviadores, desde Santos Dumont. Hoje nós exportamos pilotos aos maiores mercados do mundo, com muito orgulho. Somos reconhecidos como uma excelência em treinamento, em padronização. Isso a nós só aumenta a confiança nos colegas. Eu faço até um apelo a todos os colegas aviadores aqui que lembrem de toda a sua trajetória do aeroclube, do alojamento, tudo que nós passamos para chegarmos aqui. E nós temos, sim, que ter muito orgulho dessa profissão, o orgulho que às vezes fica um pouco de lado. |
| R | O mundo mudou, a aviação mudou, e o respaldo, o respeito, às vezes, aos pilotos também mudou. Nós estamos seguindo, a velocidade das coisas é muito rápida, mas uma coisa é certa, está enraizada em nós: o último pilar de segurança de voo somos nós. Essa excelência, esse treinamento vai fazer valer esse preço neste momento, e isso ninguém vai nos tirar, e nosso voto é de que isso continue enraizado não só nos aviadores, mas em toda a indústria aeronáutica, como nós enxergamos hoje. O Brasil hoje é um membro honorário da Icao, o Brasil hoje exporta aviões, com a Embraer, o Brasil hoje tem órgãos, e eu poderia citar diversos, de excelência técnica, como o Cenipa, em investigação de segurança de voo, que nos ensina constantemente a prevenir novos acidentes ou tragédias; a Anac, que regula a aviação civil com uma capacidade técnica enorme; e, puxando um pouco a brasa para o nosso lado, o SNA, que é um sindicato técnico: simplesmente escuta, estuda, treina e representa os seus associados. O meu muito obrigado ao Senado Federal, aos meus colegas aviadores, aos meus instrutores, desde o aeroclube até a minha atual aeronave, e a todos os grandes amigos aviadores que eu fiz na minha vida. Muito obrigado. (Palmas.) O SR. PRESIDENTE (Astronauta Marcos Pontes. Bloco Parlamentar Vanguarda/PL - SP) - Muito obrigado ao Comandante Tiago Rosa da Silva, Presidente do Sindicato Nacional dos Aeronautas. Eu estendo também os nossos cumprimentos aos nossos aeroviários, que trabalham no dia a dia para que tudo funcione nos nossos aeroportos durante as operações aéreas. Eu aproveito para registrar a presença do Magnífico Reitor da Universidade Católica de Brasília, o Prof. Dr. Manuel Nabais da Furriela. Obrigado pela presença, muito obrigado. Anuncio também a presença do Sr. Presidente da Associação de Papiloscopistas Policiais Federais, Régis Rêgo. Obrigado pela presença, obrigado pelo prestígio que traz aqui a este evento. Neste momento, então, um ápice aqui da nossa cerimônia, eu concedo a palavra ao Sr. Tenente-Brigadeiro do Ar Marcelo Kanitz Damasceno, Comandante da Força Aérea Brasileira. Eu tenho muito orgulho de ser seu contemporâneo do tempo da academia, embora ele seja mais antigo que eu. O SR. MARCELO KANITZ DAMASCENO (Para discursar.) - Não muito. (Risos.) Mais uma vez, boa tarde a todos, ao Exmo. Sr. Senador Presidente, requerente desta sessão solene, Astronauta Marcos Pontes, a quem somos sempre muito gratos por todas as ações que tem feito pelo nosso país, por esta Casa e pela nossa Força Aérea; ao Exmo. Sr. Senador Dr. Hiran, do nosso Estado de Roraima, que conhece tão bem as ações da nossa Força Aérea, como bem disse, e que tem dado apoio à nossa Base Aérea de Boa Vista, sempre muito presente, principalmente agora, nesta Operação Atlas, que o senhor entendeu muito bem e soube traduzir aqui no Senado - acompanhei a sua declaração sobre esta grande operação que fizemos. Senadora Damares já nos deixou, mas tem acompanhado as ações cívico-sociais da nossa Força Aérea, em especial, como ela bem disse, a ação da nossa Operação Excelsior, e já se colocou à disposição para apoiar a ação no ano que vem, quando novamente estaremos no Rio Amazonas, em várias localidades, transportando muita esperança. Foram mais de 50 mil atendimentos que fizemos, no maior comboio fluvial que já navegou naquele Rio Amazonas, com mais de 174m. |
| R | O Senador Jorge Seif também deixou, pela outra sessão de extrema importância para o país, de Florianópolis... Lá, a nossa base, de Florianópolis, também torna-se muito estratégica agora, quando estamos reunindo toda a parte de controle e de aproximação de toda a Região Sul, naquela base aérea. Vice-Presidente do Superior Tribunal Militar, Brigadeiro Joseli, queria também, denotando muito respeito, admiração e consideração por este momento, Senador Astronauta Marcos Pontes, dizer que temos aqui 40 oficiais-generais, dos quais cinco oficiais-generais do Alto Comando Aeronáutico que eu gostaria de listar: o Comandante de Operações Aeroespaciais, o Tenente-Brigadeiro Barbacovi; o Chefe de Estado-Maior da Aeronáutica, o Tenente-Brigadeiro Walcyr; nosso Comandante de Preparo, o Tenente-Brigadeiro Nogueira; o Diretor do Instituto Histórico e Cultural da Aeronáutica, Tenente-Brigadeiro Dang; e o nosso Comandante-Geral do Pessoal, Tenente Brigadeiro Sérgio Bastos. Diretor da Anac, Major-Brigadeiro Luiz; Presidente da Infraero, Rogério Barzellay, nosso querido amigo; Reitor do ITA, Prof. Dr. Antonio Guilherme Lorenzi; nossos adidos de países amigos; Comandante Tiago Rosa da Silva, Presidente do SNA; Tenente-Coronel Fernando Paes, Comandante do Bavop da nossa Polícia Militar; galeria, que representa parte importante da nossa sociedade; nosso Reitor da Universidade Católica de Brasília, iniciando minhas palavras, há uma frase importante sobre Santos Dumont que cito: "Un miracle dans le ciell" - assim descrevera a imprensa francesa, naquele extraordinário 23 de outubro de 1906, quando Alberto Santos Dumont, ao conquistar os céus de Paris, sagrava-se como o Pai da Aviação e Patrono da nossa Aeronáutica, sendo esse histórico feito a razão pela qual todos nós celebramos, com orgulho, na data de hoje, o dia de todos os aviadores do país, civis e militares, bem como da Força Aérea Brasileira. Pode-se afirmar que Santos Dumont lançou nos ares as sementes de uma tradição de inovação e de coragem, a qual se fez honrada na história por destemidos brasileiros, que juntos ajudaram a erguer nossa pátria ao domínio do ar. Na qualidade de Comandante da Aeronáutica, posso afirmar que, inspirada no exemplo de seus visionários e devotados antecessores, nossa gloriosa instituição segue oferecendo soluções inovadoras para que os desafios do futuro sejam no fortalecimento da base industrial de defesa, na ampliação da infraestrutura aeroportuária e no gerenciamento, para que uma aviação civil cada vez mais segura e integrada possa ocorrer. Neste 23 de outubro, Dia do Aviador e da Força Aérea Brasileira, muito me apraz destacar o advento de dois modernos vetores por meio dos quais se faz notabilizada a maturidade tecnológica da nossa honrosa aviação: o KC-390 Millennium, que recentemente adotou uma nova identidade visual por iniciativa da Embraer e cuja capacidade e versatilidade estão mais do que comprovadas, prova disso é a inédita fase que vivenciamos, na qual se tem escolhido essa aeronave multimissão pelas mais diversas forças aéreas do mundo, incluindo importantes países europeus e membros da OTAN (Organização do Tratado Atlântico Norte), composta por mais de 30 nações detentoras de expressivas forças aéreas, e, além do KC-390, o F-39 Gripen, a mais moderna aeronave de combate do nosso continente, para cujo processo de aquisição a nossa Força Aérea destinou o melhor de seus esforços, tendo sido nele oportunizado o inédito programa de transferência de tecnologia por meio do qual foi dada continuidade à evolução da Base Industrial de Defesa brasileira. Hoje, a fabricação do Gripen em solo brasileiro é uma realidade, tendo esse histórico de sucesso avalizado a excelência da aviação de caça da Força Aérea Brasileira, ao passo que conferiu à nossa Força Aérea um relevante incremento no conhecimento tecnológico, donde bons frutos têm vindo e muito mais advirão, notabilizando o nosso compromisso em manter a nossa instituição na vanguarda da tecnologia e da prontidão operacional. |
| R | Senador, nós inauguramos, há dois anos, a nossa linha de montagem do primeiro supersônico construído no Hemisfério Sul. No ano que vem, no dia 25 de março, Dia do Especialista de Aeronáutica, dos nossos graduados, dos nossos mecânicos, notadamente, faremos rollout dessa aeronave na planta da Embraer em Gavião Peixoto - 25 de março, um dia importante. No dia 22 de abril, praticamente um mês depois, nós receberemos o primeiro supersônico fabricado no Brasil, com transferência de tecnologia, mas angariando muito conhecimento do nosso país, na Base Aérea de Santa Cruz, icônica base da nossa aviação de caça. Receberemos, então, o primeiro supersônico construído no nosso Brasil, o que é um orgulho para a indústria e para a Força Aérea Brasileira. Que seja, portanto, este 23 de outubro capaz de renovar os sentimentos de orgulho e de gratidão em cada um de nós que, no contemplar da beleza dessa terra abençoada, sabe que as asas que protegem o país seguem firmes no propósito de garantir a soberania dos nossos céus e integrar todo o território nacional, defendendo sempre a nossa pátria. Essa é a nossa missão. Com esse sentimento, eu agradeço ao Senador Astronauta Marcos Pontes, ilustre caçador, pela feliz e oportuna iniciativa desta sessão especial, estendendo também minha gratidão a todos os Parlamentares aqui presentes. O senhor, mais uma vez, confirma suas raízes fortes com a nossa Força Aérea, egresso da nossa academia e tendo ingressado na escola preparatória nos idos de 1978. Digo sempre, abrindo um parêntese importante, que a nossa missão e as nossas pessoas são indissociáveis. Por isso, eu quero destacar aqui a presença da Sra. Jéssica Saito, um exemplo de força e de amor. Ela é esposa do Major Moreira, da Força Aérea Brasileira, que foi alvejado por um marginal em uma tentativa de latrocínio que ocorreu, há mais de um ano, em uma rua de São Paulo, e deixou sequelas importantes no nosso oficial. A Sra. Jéssica, que está aqui na segunda fileira, tem demonstrado grande coragem e companheirismo, esteve presente na cerimônia da Ordem do Mérito Aeronáutico, hoje pela manhã, quando foi agraciada pelo seu gesto, e agora participa desta sessão, mostrando seu amor pelo Major Moreira, pela Força Aérea Brasileira e pelo Brasil, cuidando de quem cuida dos nossos. A sua diuturna proteção a um dos nossos, a quem oramos todos os dias, é uma das mais singelas demonstrações de amor que conheço. Parabéns! (Palmas.) Ao finalizar, desejo que todos nós brasileiros e brasileiras estejamos sempre juntos em favor do nosso país, de forma a contribuir para um futuro de prosperidade e de progresso condizente com a estatura histórica e estratégica do nosso amado Brasil. Parabéns, aviadores! Parabéns à Força Aérea Brasileira, sempre presente onde o Brasil precisar! Muito obrigado. (Palmas.) O SR. PRESIDENTE (Astronauta Marcos Pontes. Bloco Parlamentar Vanguarda/PL - SP) - Senhoras e senhores, é com grande honra que o Senado Federal presta hoje uma homenagem singular a um oficial cuja trajetória reflete compromisso, profissionalismo e amor ao Brasil. O Tenente-Brigadeiro do Ar Marcelo Kanitz Damasceno, natural de Canoas, Rio Grande do Sul, ingressou na vida militar em 8 de março de 1976 e foi declarado aspirante em 9 de dezembro de 1982. Desde então, acumulou mais de 6 mil horas de voo, tendo pilotado aeronaves como T-23, T-25, C-95, P-95, U-7, VU-93, UH-50, VH-55 e VC-96. |
| R | Formado nos principais cursos de carreira, como curso de formação de oficiais aviadores, curso de aperfeiçoamento de oficiais, curso de Comando e Estado-Maior, curso de Política e Estratégia Aeroespaciais e com sólida formação civil em Administração de Empresas pela Universidade Federal de Santa Catarina. Ao longo de sua caminhada, ocupou funções de elevada responsabilidade como Chefe da Sessão de Operações do 2º e 7º Grupo de Aviação, Comandante da Base Aérea de Brasília, Adido de Defesa e de Aeronáutica junto às Embaixadas do Brasil, em Paris e Bruxelas, Chefe do Estado-Maior da Aeronáutica, entre outras. Sua capacidade de liderança, integridade e visão estratégica são reconhecidas por quem acompanha a Força Aérea Brasileira. Por essas razões e pela exemplar carreira, pela dedicação à missão de defender, controlar e integrar o nosso espaço aéreo e, principalmente, pelo exemplo que representa para os jovens militares e para toda a sociedade brasileira, o Senado Federal tem a satisfação de conceder a V. Exa. o Diploma de Honra ao Mérito nesta cerimônia. Peço que este momento seja registrado em ata pela Secretaria-Geral da Mesa como justo reconhecimento institucional pelo papel que V. Exa. tem desempenhado em prol da nossa pátria. Convido agora o Tenente-Brigadeiro do Ar, Marcelo Kanitz Damasceno, a se dirigir à frente para receber esta homenagem. (Procede-se à entrega do Diploma de Honra ao Mérito ao Tenente-Brigadeiro do Ar Marcelo Kanitz Damasceno.) (Palmas.) O SR. PRESIDENTE (Astronauta Marcos Pontes. Bloco Parlamentar Vanguarda/PL - SP) - Senhoras e senhores, antes do encerramento, eu gostaria, novamente, de agradecer e dizer algumas palavras, porque, ao longo de toda essa solenidade, eu fiquei observando aqui, na nossa audiência, nas galerias aqui, nessas cadeiras que geralmente são ocupadas pelos Senadores da República, hoje ocupadas pelo azul e, na maior parte, aqui. Entre os rostos aqui, eu reconheço muitos, o que é muito bom, a gente se sente entre amigos e isso é importante, porque eu lembro... Logicamente, a gente está um pouco diferente com o cabelo branco, a maior parte, ou alguns com menos cabelo, vamos dizer assim, mas eu lembro de muitos daqui, do tempo ali de tenente, nas bases aéreas, pensando na nossa próxima missão, com os filhos lá em casa, filhos pequenos - está o Barbacovi ali também do 3º/10º Grupo de Aviação. E uma das coisas que sempre me passa na cabeça, lembrando desses tempos, são todas as dificuldades que a gente tem, logicamente, no começo da vida, mas também aquela dedicação, aquele amor à pátria e aquela vontade de cumprir a missão, o dever ali de cumprir a nossa missão como pilotos da nossa Força Aérea Brasileira, para defender o nosso espaço aéreo, para defender, em suma, a nossa população, com o sacrifício da própria vida se for necessário. |
| R | Eu me lembro de decolar quantas vezes - para quem já voa ali em Santa Maria sabe que a meteorologia de lá muda muito rápido -, entrando em instrumento acionado lá pelo comando. E eu me lembro especialmente de uma madrugada daquelas, lá em Santa Maria, em que eu estava de sobreaviso e tocou lá a sirene - "corre, decola" - e eu decolei na ala. Praticamente eu nem via o avião da frente, só as luzes do líder. Decola na pista, começa a correr, você começa a enxergar melhor ali a pista e decola, fica coladinho na ala, instrumento, instrumento, instrumento, tempestade, vibração, turbulência, raio, relâmpago, gelo, tudo aquilo lá, tempo ruim demais. Mas aí é um momento interessante para a gente pensar na nossa vida e no nosso Brasil também, porque muitas vezes, na vida, a gente vai passar por situações em que parece que a tempestade não tem fim. Você vai ali voando do lado, e a impressão que dá é que aquilo nunca vai passar, que você vai continuar dentro daquela tempestade, como a gente vê muitas vezes no nosso Brasil, nas situações que a gente passa. Mas daí vem uma coisa interessante - e os pilotos aqui eu tenho certeza de que já passaram por essa situação -: se você mantiver a proa correta, vamos dizer assim, se você mantiver os seus valores ou os seus princípios, mantiver o nariz para cima, a atitude correta, mantiver o olho ali no líder, não se afastar, mantiver a união, mantiver junto aquela equipe, eventualmente vai chegar este momento em que de repente você sai em cima daquele tapete branco - os pilotos aqui vão reconhecer bem isso -, aquele tapete branco de nuvens. E algumas vezes isso acontece quando o sol está nascendo. É uma visão impressionante que só quem esteve ali que consegue ter aquilo guardado. E não adianta tirar foto, porque não fica igual. Aquilo fica na mente, mas principalmente fica na emoção de falar o seguinte: eu mantive os meus valores, eu mantive a minha função, eu cumpri a minha missão e eu cheguei aqui, apesar de toda dificuldade, apesar de toda tempestade. O que eu quero dizer com isso é que a gente tenha esperança - esperança no nosso país, esperança de que nós vamos conseguir superar todas as dificuldades e a certeza de que isso vai ser feito pelo trabalho de cada um de nós, pela união de cada um de nós, pelos talentos e pela dedicação e compromisso de cada um de nós. Eu tenho certeza de que a gente vai ter, aí em cima - estou vendo aí esses alunos também -, muitos outros caçadores, muitos outros pilotos e certamente muitos outros cidadãos produtivos para o nosso país. Muitos deles aí são das equipes do Caça Asteroides. A Profa. Silvana está lá também. (Palmas.) |
| R | E o que eu digo para vocês é exatamente isto: não desistam do nosso Brasil, acreditem no nosso Brasil. Ele é construído... Essa bandeira nossa, que representa toda a nossa tradição, toda a nossa história, que representa o sacrifício de muita gente para a gente ter o país que nós temos hoje, é pesada e precisa que cada um de nós trabalhe para colocar ela sempre no lugar mais alto. Aliás, aqui em Brasília, quem projetou a cidade foi muito sábio de colocar a nossa bandeira do Brasil no ponto mais alto, acima dos três Poderes - reparem nisso. Na Praça dos Três Poderes, ela representa a população brasileira, representa a democracia, que, pelo art. 1º da nossa Constituição, parágrafo único, diz que "Todo o poder emana do povo, que o exerce por meio de representantes eleitos ou diretamente [...]". Ela está ali representando exatamente isto: a população, a democracia acima de todos os Poderes, acima do Executivo, do Legislativo e do Judiciário. Esse é o nosso país e o nosso país é 2protegido pelas asas da Força Aérea, mas principalmente protegido também pela atitude de cada um de nós brasileiros. Conto com vocês. Eu agradeço muito a presença de todas as autoridades, convidados, militares e cidadãos que nos acompanharam nessa justa homenagem, também pela TV Senado e pelas redes do Senado. Que a coragem de Santos Dumont e o profissionalismo dos integrantes da Força Aérea Brasileira continuem a inspirar todos os brasileiros a voar mais alto. Em nome do Senado Federal, declaro encerrada esta sessão especial, com o meu muito obrigado. E cumprida a finalidade desta sessão especial, agradeço as personalidades que nos honraram com a sua participação e declaro encerrada esta sessão. Muito obrigado a todos. (Palmas.) (Levanta-se a sessão às 16 horas e 06 minutos.) |

