3ª SESSÃO LEGISLATIVA ORDINÁRIA
57ª LEGISLATURA
Em 9 de outubro de 2025
(quinta-feira)
Às 14 horas
138ª SESSÃO
(Sessão Especial)

Oradores
Horário

Texto com revisão

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A SRA. PRESIDENTE (Leila Barros. Bloco Parlamentar Pelo Brasil/PDT - DF. Fala da Presidência.) - Declaro aberta a sessão.
Sob a proteção de Deus, iniciamos os nossos trabalhos.
A presente sessão especial foi convocada em atendimento ao Requerimento nº 357, de 2025, de autoria desta Presidência e de outros Senadores, aprovado pelo Plenário do Senado Federal.
A sessão é destinada a celebrar o Outubro Rosa, mês de conscientização sobre o câncer de mama.
Eu convido, para compor a mesa desta sessão especial, os seguintes convidados: a Sra. Sandra Kennedy, Secretária Nacional de Articulação Institucional, Ações Temáticas e Participação Política do Ministério das Mulheres (Palmas.); o Sr. José Barreto Campello Carvalheira, Diretor do Departamento de Atenção ao Câncer do Ministério da Saúde (Palmas.); a Sra. Lucimara Priscila Giorgi, que é Presidente da Sociedade Brasileira de Mastologia Regional do Distrito Federal (Palmas.); a Sra. Danielle Laperche, Médica oncológica (Palmas.); a Sra. Angélica Esterl, que é Médica mastologista; e, por fim...
Sra. Angélica, perdão! (Palmas.) É porque veio depois a página - estava demorado aqui. E, por fim, a Sra. Luiza Acioli, Assessora Técnica da Direção da Fundação Oswaldo Cruz, a nossa querida Fiocruz.
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(Palmas.)
Sejam todos muito bem-vindos!
A Presidência informa que esta sessão também terá a participação dos seguintes convidados: o Sr. Leonardo Cardoso de Magalhães, que é Defensor Público-Geral Federal (Palmas.); a Sra. Deputada Distrital Paula Belmonte, Procuradora Especial da Mulher da Câmara Legislativa do Distrito Federal (Palmas.); a Sra. Ilana Trombka, Diretora-Geral do Senado Federal (Palmas.); a Sra. Fátima Sousa, Enfermeira Sanitarista e Professora da Universidade de Brasília (UnB) (Palmas.); a Sra. Joana Jeker, que é fundadora e Presidente da associação Recomeçar. (Palmas.)
Também temos a participação da Sra. Larissa Rodrigues, Jornalista (Palmas.); e da Sra. Daniele Assad Suzuki, representante do Grupo Brasileiro de Tumores Ginecológicos. (Palmas.)
Convido a todos para, em posição de respeito, acompanharmos o Hino Nacional, que será interpretado pelo projeto Reciclando Sons, sob a regência da querida Maestra Rejane Pacheco. (Palmas.)
(Procede-se à execução do Hino Nacional.) (Palmas.)
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A SRA. PRESIDENTE (Leila Barros. Bloco Parlamentar Pelo Brasil/PDT - DF. Para discursar - Presidente.) - Sras. Senadoras, Srs. Senadores, autoridades presentes, representantes da sociedade civil, profissionais da saúde, mulheres guerreiras que nos inspiram e todos que nos acompanham nesta tarde, é com imensa satisfação e profundo senso de responsabilidade que dou início a esta sessão especial do Senado Federal, que tive a honra de propor e que foi aprovada por unanimidade na Casa, em celebração ao Outubro Rosa, o mês da conscientização sobre o câncer de mama.
Este é um momento que transcende as fronteiras do Parlamento. O Outubro Rosa é mais do que uma campanha: é um chamado à vida, à solidariedade e à consciência coletiva É um mês em que o Brasil e o mundo se vestem de rosa para lembrar que a informação salva vidas.
O Outubro Rosa nasceu há mais de três décadas, no início dos anos 90, quando, em Nova York, foi realizada a primeira Corrida pela Cura, um evento criado para sensibilizar a sociedade sobre o câncer de mama. Pouco tempo depois, em 1991, a Fundação Susan Komen for the Cure distribuiu pela primeira vez a fita cor-de-rosa, que se tornaria um símbolo universal de esperança, de empatia e de luta pela vida. A cor rosa foi escolhida para representar o cuidado, o acolhimento, a feminilidade e, sobretudo, a saúde. No Brasil, o movimento chegou em 2002, quando o Obelisco do Ibirapuera, em São Paulo, foi iluminado de rosa por um grupo de mulheres inspiradas por essa corrente mundial. O gesto se multiplicou rapidamente, e, em 2010, o Instituto Nacional do Câncer (Inca) passou a coordenar oficialmente a campanha nacional, promovendo ações técnicas, educativas e de mobilização em todo o território. Desde então, outubro se transformou em um mês de mobilização nacional em que os governos, as instituições e os cidadãos se unem em uma só voz pela saúde e pela vida das mulheres brasileiras.
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O câncer de mama é, infelizmente, o tipo de câncer mais incidente entre as mulheres no Brasil e no mundo. De acordo com o Inca, a estimativa para 2025 é de 74 mil novos casos no nosso país, um número que impõe urgência à nossa ação, ao nosso olhar e à nossa política pública. Em escala global, um em cada três diagnósticos de câncer em mulher é de mama.
Mas há também um dado que deve nos inspirar a esperança: quando o diagnóstico é feito precocemente, as chances de cura ultrapassam os 95%. Isso mostra que o caminho da vitória é o caminho da prevenção, da informação e do acesso aos exames e ao tratamento de qualidade.
Dados recentes divulgados pelo Inca no relatório Controle do câncer de mama no Brasil: dados e números 2025 revelam não apenas o panorama da doença, mas também as desigualdades que persistem. O Boletim Epidemiológico sobre mortalidade por câncer feminino, lançado pelo instituto, mostra que há diferenças importantes quando analisamos os índices por raça, por cor e por etnia. E essas desigualdades refletem, mais uma vez, as barreiras de acesso que ainda atingem as mulheres mais vulneráveis.
Por isso, o Outubro Rosa precisa ser também um movimento de justiça social e de equidade em saúde. Não basta iluminar monumentos, é preciso garantir que todas as mulheres, em todas as regiões do Brasil, possam fazer seus exames preventivos, receber o diagnóstico no tempo certo e ter acesso ao tratamento humanizado e digno.
Esta Casa, o Senado Federal, tem papel essencial nesta caminhada. Por meio da Comissão de Assuntos Sociais, da Comissão de Defesa da Mulher e de tantas outras iniciativas parlamentares, temos buscado fortalecer as políticas públicas de prevenção, diagnóstico precoce, rastreamento e tratamento do câncer de mama. Precisamos continuar trabalhando pela expansão do acesso à mamografia, pelo fortalecimento da atenção primária em saúde e pela valorização das equipes que estão na ponta - médicas, enfermeiras, agentes comunitários, psicólogas -, que acolhem, orientam e acompanham cada mulher nessa jornada.
Mas também cabe à sociedade o papel de romper os tabus, incentivar o autocuidado e acolher com empatia aquelas que estão em tratamento, porque o Outubro Rosa é, antes de tudo, um movimento de amor. Quando olhamos para cada mulher que enfrentou o câncer de mama e venceu, vemos nelas a face da coragem. São histórias de mães, filhas, profissionais, donas de casa, mulheres de todas as idades e origens que provaram que o diagnóstico não é o fim, mas o início de uma nova caminhada. Essas histórias nos lembram que o câncer de mama tem cura e que a detecção precoce é a chave da vitória; nos lembram também que a luta contra o câncer é uma luta por um investimento em pesquisa, por acesso a medicamentos inovadores e por mais políticas públicas sensíveis e humanas. Neste mês em que o Senado se ilumina de rosa, que cada luz acesa seja um lembrete de que a vida é o nosso bem mais precioso. Que cada campanha, cada palestra, cada ação de conscientização desperte em nós o compromisso de multiplicar essa mensagem. Que o Outubro Rosa siga inspirando políticas eficazes e salvando vidas. E que o exemplo de tantas mulheres continue nos ensinando o verdadeiro significado da palavra resiliência.
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Reafirmo aqui o compromisso deste Parlamento, da Bancada Feminina do Senado e o meu compromisso pessoal de seguir lutando para que nenhuma mulher brasileira perca a vida por falta de diagnóstico ou de tratamento adequado. Que este mês seja de reflexão, mas também de esperança e de ação, porque cuidar da saúde das mulheres é cuidar do futuro do Brasil.
Muito obrigada. (Palmas.)
Quero agradecer a presença de todos. Nós temos aqui vários coletivos maravilhosos que fazem esse tratamento, que estão ali na ponta, os profissionais que estão aqui conosco nessa mesa e que também realizam essa linda corrente.
A gente fala muito de Outubro Rosa, mas, para nós, que somos políticos, e principalmente para vocês que estão na ponta nesse dia a dia, é muito gratificante estarmos hoje celebrando esse Outubro Rosa, mas, acima de tudo, ouvindo aqueles que estão na ponta para que nós, enquanto Parlamento, possamos, mais ainda, ter ação, ação efetiva na ponta, seja em orçamento, seja... - eu acho que particularmente mais em orçamento - em legislações mais eficazes. Nós estamos aqui para ouvi-las e ouvi-los.
Obrigada a todas vocês e a todos que estão aqui conosco nesta tarde. (Palmas.)
Obrigada.
Inclusive a minha mastologista está aqui. (Risos.) Eu fiz questão, porque todos vocês sabem do meu histórico: a minha mãe hoje é falecida e foi vítima de um câncer de mama. Foi o primeiro caso na minha família, e não tenho o menor problema em dizer isso. E faço anualmente, aliás, de seis em seis meses... Eu sumi agora, né, Angélica? A vida está muito louca aqui!
Mas eu sou um exemplo claro de que a gente realmente tem que estar o tempo todo monitorando, se cuidando. E o Estado brasileiro tem que ter esse compromisso; este Parlamento tem que ter esse compromisso com todas nós.
Neste momento, eu concedo a palavra à Sra. Ilana Trombka, que é a nossa Diretora-Geral do Senado Federal, por cinco minutos.
Seja bem-vinda, Ilana, que é uma grande parceira nesse movimento do nosso Outubro Rosa.
Boa tarde.
A SRA. ILANA TROMBKA (Para discursar.) - Boa tarde. (Palmas.) Boa tarde a todos e a todas.
Eu sou uma mulher branca, estou com vestido preto e branco de triângulos e um casaco preto, tenho um cabelo castanho - um pouco castanho, um pouco loiro - na altura do ombro, estou com uma maquiagem leve e faço a minha autodescrição, não obrigatoriamente porque qualquer um dos senhores, das senhoras, do Plenário ou da mesa, ou até quem nos assiste precise, mas porque inclusão é prática e prática é aquilo que a gente faz todos os dias.
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Bom, todo ano eu falo nesta sessão e todo ano eu choro. Este ano a senhora nem chorou, porque antes a senhora era minha dupla. (Manifestação de emoção.) E também choro porque também sou órfã de um câncer de mama. E vejam vocês, Senadora Leila, Presidente desta sessão, que abriu na primeira fala e que é órfã de um câncer de mama - eu também sou -, vejam como o câncer de mama é uma doença comum. Em 2023, 20 mil mulheres morreram de câncer de mama...
Obrigada. E o Zezinho já sabe, né?, que eu sou durona e não choro nas outras vezes. É sempre e só no Outubro Rosa.
Segundo o Inca, 76,3 mil mulheres serão detectadas com câncer de mama no ano de 2025. O câncer de mama é o tipo de neoplasia que mais mata as mulheres. No entanto, talvez o nosso principal desafio não seja exatamente erradicar o câncer de mama, mas seja, neste momento, fazer com que as mulheres, ainda que vítimas do câncer de mama, não sejam por ele mortas, porque, assim, outras mulheres, como eu e a Senadora Leila, nos emocionaremos pela cura e não pela perda. Seguiremos nos emocionando... nos emocionando, pela força de cada mulher que batalha contra o câncer de mama, que supera o câncer de mama.
E aqui, como outra das mulheres que está aqui anualmente, que é você, que é uma mulher que superou o câncer de mama - e todos os anos nós estamos aqui juntas na sessão... Que seja essa a nossa emoção.
E para isso, Senadora e demais membros dessa ilustre mesa, é claro que é necessário ter orçamento, mas é necessário ter um sistema de saúde que seja operativo, um sistema de saúde que chegue a todas as mulheres, um sistema de saúde que garanta a mamografia e, se o câncer foi detectado, que garanta o tratamento precoce, porque nós sabemos que, a partir da detecção do tumor, o tempo nos dá a medida da possibilidade de cura - da cura física. Mas quão difícil e grave é viver sabendo que você tem um câncer ainda não tratado dentro de você e que muitas vezes essa mulher está com as mãos atadas?! Porque a mulher que tem um plano de saúde privado vai ter outras condições, mas a maioria das mulheres brasileiras depende do Sistema Único de Saúde, esse sistema tão incrível que salvou o Brasil da pandemia de covid-19 e que deve ser tão incrível assim para as mulheres que sofrem de câncer de mama.
É fundamental que, claro, nós mulheres também façamos a nossa parte: que, a partir dos 40 anos, busquemos nossos médicos, façamos a mamografia e, se for o caso, uma ressonância - uma biópsia, em casos extremos...
(Soa a campainha.)
A SRA. ILANA TROMBKA - ... o autoexame, porque isso podemos fazer sempre. E também que tenhamos uma vida saudável, que controlemos o peso, façamos atividade física, amamentemos nossos filhos, se isso for necessário, porque isso ajuda na prevenção do câncer de mama e talvez seja o melhor uso que possamos dar às nossas mamas - a amamentação. Mas que especialmente o Estado assuma a sua responsabilidade e garanta o tratamento a essas mulheres.
Só para terminar, eu quero dizer que, mais uma vez e por mais um ano, o Senado assume uma postura de responsabilidade com as suas servidoras e as suas terceirizadas. Durante o ano de 2025, em abril, recebemos a carreta do Hospital do Amor, que ontem estava aqui desfilando com o Mamu, que é conhecido como meu filho, porque fui eu que o botei lá na cúpula.
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O Hospital do Amor faz um trabalho sensacional. Além disso, o Senado vai oferecer...
(Soa a campainha.)
A SRA. ILANA TROMBKA - ... a 300 mulheres terceirizadas, com 40 anos ou mais, a possibilidade de fazer mamografia. Que cada órgão faça a sua parte, que o Governo, que os gestores públicos façam a sua parte, não para que o câncer de mama deixe de nos emocionar, para que ele continue nos emocionando, mas por outros motivos.
Muito obrigada pela oportunidade.
Uma excelente sessão a todos e a todas. (Palmas.)
A SRA. PRESIDENTE (Leila Barros. Bloco Parlamentar Pelo Brasil/PDT - DF) - Nós que agradecemos, todos os anos, aqui, a essa parceria, Ilana, sempre com nós duas aqui... (Risos.) É um prazer enorme tê-la conosco.
Agora eu vou conceder a palavra à Sra. Sandra Kennedy, que é Secretária Nacional de Articulação Institucional, Ações Temáticas e Participação Política do Ministério das Mulheres.
Seja muito bem-vinda.
Eu gostaria de registrar a presença aqui da Sra. Edileusa Laurentino, Presidente da Instituição Rede de Mulheres Rurais do DF e Entorno - agradeço a sua participação -; do Sr. Júlio Lírio, Presidente do Instituto Faap Atletas; da Sra. Vanessa Medeiros, Presidente da Comissão de Doenças Raras da nossa OAB/DF - seja muito bem-vinda! -; e da Sra. Eliane Regina, assistente social e participante do Instituto Raros do Brasil.
Com a palavra a Sra. Sandra Kennedy.
A SRA. SANDRA KENNEDY (Para discursar.) - Sra. Senadora, em nome da Ministra Márcia Lopes, inicialmente agradeço imensamente o convite para que o Ministério das Mulheres esteja neste momento.
Cumprimento a todas as pessoas aqui presentes. Cumprimento a todos os profissionais de saúde, nas pessoas do Dr. José Barreto, do Ministério da Saúde, e da Lúcia Acioli, da querida Fiocruz, e cumprimento todos os profissionais de saúde também, em nome da Dra. Lucimara Veras, da Sociedade Brasileira de Mastologia.
Nós temos que falar sobre isso, e, por isso, parabéns!
Acho que devo me autodescrever, lembrando aqui o exemplo dado. Sou uma mulher de 60+ - de 60 mais 1 -, branca, uso uma roupa marrom, cabelos curtos e emocionada de estar neste momento aqui agora, porque falar das mulheres e falar de um tema que tira as nossas vidas é uma responsabilidade gigante.
Somos 51% da população. Enfrentamos um tema muito maior que este, infelizmente, que é o feminicídio, que nos mata de forma vergonhosa a cada dia, mas hoje viemos para falar também da defesa da vida, fundamentalmente da defesa da vida, na medida em que a gente possa acessar os serviços de saúde, fazer o diagnóstico precoce e proteger todas nós. E é um momento, sem dúvida, mais do que talvez outros, Senadora, porque a gente está num momento de uma forte recuperação das políticas públicas, a gente está num momento de uma forte recuperação do SUS, a gente está num momento em que as notícias - se me permite aqui o Dr. José Barreto adiantar algumas coisas, porque certamente o senhor vai dizer com muito mais propriedade... Mas o quanto nos alegrou a todas nós mulheres falar que o Outubro Rosa deste ano nós vamos celebrar com conquistas: conquistar a faixa etária de fazer a mamografia a partir dos 40 anos, assim como poder estendê-la até os 74 anos, o que é uma questão fenomenal.
E nós hoje começamos falando de Outubro Rosa, como bem dito aqui, como um momento de conscientização e também como um momento de celebração de conquistas.
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E aí não era porque tinha descompromisso no passado, dez anos atrás, quando eu inclusive trabalhei no Ministério da Saúde, mas aí veio o papel da ciência, que acumulou estudos e hoje nos dá segurança para dizer que, sim, entre custo e benefício, vale a pena e é necessária a mamografia.
Portanto, inicialmente eu falo disto, de celebrar o Outubro Rosa como um momento de conquistas, de retomada. E me permitam falar de uma questão talvez um pouco pessoal, mas não é de política pública. Eu, particularmente, em 2015, quando trabalhava no Ministério da Saúde como chefe de gabinete...
(Soa a campainha.)
A SRA. SANDRA KENNEDY - Vou encaminhar para encerrar.
... o último tema que nós fizemos, sob a coordenação do nosso Ministro Arthur Chioro, foi encadernar, terminar, concluir o Programa Mais Especialidades, programa esse que ficou parado esse tempo todo e que pôde, durante os dois anos, enfim, dos governos passados, de dois mais quatro; portanto, durante seis anos... E tanto o Programa de Expansão da Radioterapia como o de Expansão da Atenção Especializada ficaram absolutamente parados. E é deste momento de quinze anos atrás - desculpem-me, de dez anos atrás - que hoje ocupo esta tribuna vendo tudo isso ser recuperado.
Deixo os números, repito, do Ministério da Saúde, mas são os aceleradores nucleares, enfim, a radioterapia chegando em todos os lugares, chegando na minha região, no interior de São Paulo. É por essa retomada que eu vejo no Pará, no Amazonas, no Tocantins, em São Paulo, as carretas de mamografia chegando e chegando perto de nós mulheres, que assim precisamos.
Por isso, Senadora, eu falei da emoção, porque, sim, temos muito que avançar.
(Soa a campainha.)
A SRA. SANDRA KENNEDY - Sem orçamento não há possibilidade de implantarmos aquilo que todos nós aqui defendemos - o SUS e o acesso, para todos nós deste país e todas nós mulheres, às políticas públicas de qualidade em tempo oportuno.
Por isso, fico muito feliz de ouvir duas pessoas do Senado falarem de orçamento, a senhora e a servidora da Casa. Não se pode falar em SUS, em política pública, sem falar em justiça tributária.
Por isso, parte do Parlamento, de fato, a Câmara dos Deputados ontem, deu as costas para o SUS, para as políticas públicas, para o acesso à mamografia e, de forma geral, acesso às políticas públicas. Por isso é muito importante todos nós que lutamos - e tenho certeza de que todos que aqui estamos lutamos por acesso às políticas públicas - não deixarmos de falar de orçamento, não deixarmos de falar de direito.
E com isto quero encerrar a minha fala, dizendo que...
(Interrupção do som.)
(Soa a campainha.)
A SRA. SANDRA KENNEDY - É só, por fim, para dizer para todas as mulheres, para todas as "mulheridades", que lutar pelo acesso ou contra o câncer de mama é, acima de tudo, uma luta pela vida, pela equidade e pela dignidade das mulheres brasileiras em todas as suas "mulheridades" e diversidade.
Portanto, o meu abraço a todas que nos acompanham, e, mais uma vez, quero registrar a importância do Parlamento brasileiro se somando a todas nós mulheres e ao Executivo, nesta luta tão fundamental que é a luta pelo direito à vida.
Muito obrigada. (Palmas.)
A SRA. PRESIDENTE (Leila Barros. Bloco Parlamentar Pelo Brasil/PDT - DF) - Nós é que agradecemos, Sra. Sandra, e já mandando um abraço, um afetuoso abraço à Ministra Márcia Lopes.
Obrigada pela participação.
Eu vou conceder a palavra agora ao Sr. José Barreto Carvalheira, que é Diretor do Departamento de Atenção ao Câncer, do Ministério da Saúde, representando o Ministro Padilha, Alexandre Padilha. Eu sempre o chamo de Padilha.
Seja bem-vindo, Dr. José Barreto!
O SR. JOSÉ BARRETO CAMPELLO CARVALHEIRA (Para discursar.) - Muito obrigado.
Boa tarde.
Eu queria dizer que estou muito orgulhoso de ser o único homem de estar participando dessa mesa. Enquanto estava tocando o Hino Nacional...
A SRA. PRESIDENTE (Leila Barros. Bloco Parlamentar Pelo Brasil/PDT - DF) - Vocês têm que participar com a gente, né?
O SR. JOSÉ BARRETO CAMPELLO CARVALHEIRA - ... ao lado da Leila, e tantas vezes eu torci pelo Brasil, Senadora. Realmente isso aí me dá uma vontade de torcer mais pelo Brasil e de estar aqui fazendo as coisas agora, podendo também estar ao seu lado, lutando pelo Brasil.
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Assim, eu queria cumprimentar, então, a Senadora, cumprimentar o Ministério das Mulheres, na pessoa da Sra. Sandra Kennedy, que foi chefe de gabinete da secretaria de que eu faço parte. Então é muito importante conceder isso aqui à Lucimara, à Luiza, à Angélica, à Danielle, a gente trabalhou junto na Unicamp por muito tempo.
E, assim, do mesmo jeito que estou orgulhoso, estou orgulhoso de a gente poder realmente fazer desse Outubro Rosa o maior Outubro Rosa que a gente já teve aí, com tantos lançamentos para dentro da área da saúde, especificamente para o tratamento do câncer em mulheres. Então, assim, o que a gente tem? Este ano é um ano de grande satisfação, de grande conquista para a oncologia. A gente fez a maior rede de câncer do mundo. Então, essa rede propiciou um olhar em todos os pontos da atenção à saúde. A oncologia era muito hospitalocêntrica, e ela passa a ser olhada em cada ponto; e com essa facilidade de olhar em cada ponto, a gente tem trabalhado fortemente.
Como assim? Na prevenção primária, fazendo todas as ações para melhorar, contra a obesidade, ações contra vários fatores de risco para o câncer de mama. E, na prevenção secundária, que é o rastreamento, a gente faz um grande avanço agora, faz um esforço enorme para colocar a mamografia de forma sistematizada, dos 50 a 74 anos, que é a mamografia com rastreamento populacional ativo. Entre 40 e 49 anos, a gente passa a revogar todas as ações que falavam contra isso. Então, a partir de agora, qualquer mulher, entre 40 e 49 anos, pode fazer a mamografia. É uma mamografia sob demanda, que precisa da indicação médica para ela poder fazer.
A gente não para por aí.
Então a gente aumenta a mamografia. E eu estou muito feliz aqui de a gente estar, nesta semana, com o Programa Agora Tem Especialistas, sancionado pelo nosso Presidente Lula, que faz a continuidade do cuidado dentro da oncologia.
(Soa a campainha.)
O SR. JOSÉ BARRETO CAMPELLO CARVALHEIRA - Para quem está vivendo isso, a gente tem oferta de cuidados integrados, o que faz com que a mulher com suspeita de câncer tenha acesso rápido ao diagnóstico, uma vez que ela vai ter, dentro de 30 dias, uma mudança de todo o paradigma do SUS. E, com isso, a gente colocou o supercentro diagnóstico no A.C. Camargo dentro de um Proad para fazer a biópsia em tempo oportuno e a gente ter esse diagnóstico em 30 dias.
Então, comecei com prevenção primária, prevenção secundária, e agora a gente vai para a prevenção terciária, que é o tratamento. Na hora em que a gente está no tratamento, o que a gente fez? Componente cirurgia. No componente cirurgia, a gente aumentou, desde 2022, em torno de 20% as cirurgias. Em radioterapia, são 121 aparelhos para serem instalados até o final de 2026. Componente radioterapia do Programa Agora tem Especialistas. É o componente cirurgia, componente radioterapia...
(Soa a campainha.)
O SR. JOSÉ BARRETO CAMPELLO CARVALHEIRA - E a gente lança o primeiro PCDT em oncologia, que é uma grande vitória. Dentro da oncologia clínica, aqui a Dani e eu representamos um pouco a oncologia clínica, eu sou oncologista clínico. Então a gente conseguiu agora colocar todos os pontos da oncologia clínica. A gente repagina todas as diretrizes terapêuticas com ações na adjuvância, em todos os cenários - na adjuvância e no tratamento metastático, com drogas como trastuzumabe entansina, que custa mais de R$10 mil, incorporadas por paciente; os inibidores de ciclina... Mas não só isso, né? Há toda a montagem de inibidor de estrógeno com fulvestranto. A gente tem também os agonistas LHRH. Então, assim, a gente fez, em todos os pontos da ação, todas as ações para tratamento. Assim, é muito gratificante.
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Lembro agora que ficam assim: "Ah, não tem mamografia?", que é uma pergunta que sempre acontece. Não é verdade isso. Se a mamografia performasse na quantidade que deveria performar nos estados, a gente teria um excedente de 900 mamógrafos atualmente. Então a gente tem mais mamógrafos do que é necessário para performar as mamografias. O que é que acontece? É que a mamografia performa menos. O que a gente está instituindo para isso? O Programa Nacional de Qualidade de Mamografia. Há um grupo de trabalho que está aqui no meu WhatsApp agora saindo para a secretaria executiva.
Então, assim, a gente está trabalhando realmente em todos os pontos, reativando o Programa Nacional de Qualidade. "Ah, então faz o diagnóstico e vai ficar uma bolha, que não faz tratamento." Não é verdade! Componente cirurgia, componente radioterapia e todo o PCDT de mama. Então a gente está agindo realmente em todos os pontos.
Foram realizadas mais 15 habilitações nesse período, desde 2022, várias com radioterapia. A gente vai instituir o primeiro aparelho de radioterapia de Roraima e do Amapá. Assim, realmente...
(Soa a campainha.)
O SR. JOSÉ BARRETO CAMPELLO CARVALHEIRA - ... é um grande ganho.
Eu queria dizer que estou muito feliz, pois tempo é vida na oncologia. A gente tem trabalhado com muito afinco. Dou um viva para o Outubro Rosa, com muita felicidade!
Muito obrigado. (Palmas.)
A SRA. PRESIDENTE (Leila Barros. Bloco Parlamentar Pelo Brasil/PDT - DF) - Grata pela participação, Dr. José Barreto Campello Carvalheira, que representa o Ministro Padilha e o Ministério da Saúde.
Eu vou passar a palavra agora...
Anuncio a presença da Senadora Damares. É um prazer tê-la aqui conosco, Senadora. (Palmas.)
Vou passar a palavra agora para a Sra. Lucimara Priscila Giorgi, que é Presidente da Sociedade Brasileira de Mastologia - regional aqui do DF.
Seja muito bem-vinda, Doutora!
A SRA. LUCIMARA PRISCILA CAMPOS VERAS GIORGI (Para discursar.) - Boa tarde a todos.
Exma. Senadora Leila, é um prazer imenso e uma grande honra estar aqui representando a Sociedade Brasileira de Mastologia, neste momento em que o Senado apoia o Outubro Rosa, apoia essa causa.
Como é de conhecimento de todos, o câncer de mama é o câncer mais incidente na população brasileira, no mundo, e apesar dos avanços em diagnóstico, em tratamento, a gente ainda tem um grande desafio, que é garantir que todas as mulheres tenham acesso a toda essa linha de cuidado, que começa lá, muitas vezes, na UBS, na UPA, até chegar no hospital terciário.
Então, nos últimos anos, a mastologia evoluiu bastante, com base em evidências muito sólidas. Hoje, é muito sabido que a detecção precoce do câncer de mama é o principal fator determinante de redução de mortalidade e de aumento de sobrevida das nossas pacientes. Então é aí que a gente tem que atuar, na detecção precoce do câncer. Quanto mais cedo, quanto antes fizermos o diagnóstico do câncer de mama, quando esse câncer for descoberto em estágios iniciais, a gente vai aumentar as chances de cura das nossas pacientes, a gente vai promover para ela menos tratamento, e a gente vai melhorar a qualidade de vida das nossas pacientes. E o sucesso para essa detecção precoce... Ela não é feita só no consultório; ela é feita aqui, ela é feita com políticas públicas - e com políticas públicas que sejam efetivas. Então, não basta a gente proporcionar a mamografia, que hoje é o principal exame de rastreamento do câncer de mama. A mamografia precisa estar disponível, precisa ser acessível e deve estar integrada a toda a rede de cuidado. É preciso que a gente garanta que essa paciente faça a mamografia, mas que, ao ser detectada uma lesão, essa paciente seja rapidamente encaminhada, para que ela faça uma biópsia, e que essa biópsia saia rápido. A gente precisa desse resultado rápido. Saindo rápido, que essa paciente inicie o tratamento rápido, conforme as leis já existentes.
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A gente sabe que, desde 2012, existe a Lei dos 60 dias, que vai determinar o início do tratamento do câncer de mama. Então, a partir do diagnóstico, essa paciente tem 60 dias para iniciar esse tratamento. E essa lei é um marco muito importante, mas ela só vai ser eficaz se a gente tiver uma gestão adequada e se a gente tiver suporte financeiro, um financiamento adequado. Então, é por isso que este momento hoje aqui é muito importante para a gente transformar o Outubro Rosa em ações que sejam concretas e que não só fiquem no papel.
Saindo um pouquinho do rastreamento e entrando na parte de tratamento: como o Doutor colocou, a gente tem avanços notáveis no campo de tratamento. A gente conta hoje com terapias-alvo, com imunoterapia, com técnicas de cirurgias oncoplásticas, com reconstrução de mama, que vai devolver a...
(Soa a campainha.)
A SRA. LUCIMARA PRISCILA CAMPOS VERAS GIORGI - ... dignidade e a autoconfiança para a nossa paciente. Mas toda essa linha de tratamento tem que chegar a todas as pacientes, não só as pacientes do serviço privado. Então, a gente precisa que toda essa linha de cuidado chegue a qualquer paciente, independentemente de condição social e independentemente de onde ela mora. Então, a equidade de acesso eu acho que gente tem que batalhar muito para que seja igual para toda a população.
E, aí, eu finalizo aqui falando que o Outubro Rosa deve ser entendido, então, não apenas só como uma campanha de rastreamento, mas como um chamado mesmo de responsabilidade para todos nós, para o pessoal do Legislativo, para os profissionais de saúde, para toda a sociedade. Eu acho que cada um tem um papel muito importante, muito fundamental nessa jornada dessa paciente oncológica e que sozinhos a gente não vai conseguir, mas que juntos nós somos mais fortes e juntos vamos conseguir o melhor tratamento para nós e para a nossa população.
Obrigada. (Palmas.)
A SRA. PRESIDENTE (Leila Barros. Bloco Parlamentar Pelo Brasil/PDT - DF) - Excelente! Recado muito bem dado, Dra. Lucimara, que é a nossa Presidente da Sociedade Brasileira de Mastologia - regional do Distrito Federal. Grata pela presença.
Eu vou passar a palavra agora para a Senadora Damares, minha colega de Bancada Feminina, Damares Alves, e, na sequência, para a Deputada Paula Belmonte. Peço vênia aqui às nossas convidadas da mesa, mas é por causa da agenda legislativa de ambas.
Então, quero agradecer a presença da Damares aqui.
A SRA. DAMARES ALVES (Bloco Parlamentar Aliança/REPUBLICANOS - DF. Para discursar.) - Obrigada, Presidente Leila.
E peço desculpa porque vou falar na frente, mas hoje está pegando fogo e eu tenho que ir lá para a CPMI, inclusive para substituir Leila lá nas brigas, na confusão.
A SRA. PRESIDENTE (Leila Barros. Bloco Parlamentar Pelo Brasil/PDT - DF) - Está pegando fogo.
A SRA. DAMARES ALVES (Bloco Parlamentar Aliança/REPUBLICANOS - DF) - Está pegando fogo, literalmente.
E eu quero cumprimentar todos vocês que estão aqui. Este momento para mim é especial, acho que todos vocês sabem o que eu estou passando.
No ano passado, eu e Leila estávamos nesta Casa fazendo tantos eventos, tantas atividades, tantos projetos de lei, porque, nesse mês, a gente pega tudo sobre o tema. Quem imaginaria que, um ano depois, eu não subiria mais nesta tribuna só como Senadora? Eu já estive na luta como ativista, já estive na luta como Ministra, como advogada, lutando pelos direitos, como assessora, ajudando a escrever as melhores leis. Estive na luta até dois meses atrás como Senadora, hoje estou na luta como paciente. E vou dizer uma coisa: eu fiquei mais bonita, e eu estou mais bonita, e eu descobri o quanto eu amo a vida depois do diagnóstico. E vou dizer uma coisa, meus médicos daqui a pouco vão assistir a esse vídeo: vocês acreditam que quatro dias depois da minha cirurgia eu estava sentada nessa mesa? Que loucura! Não, o médico disse que era para eu ficar sentada quietinha, só que ele não disse onde. Eu vim trabalhar com quatro dias. "A senhora foi imprudente." Não. Eu não tenho família em Brasília, a minha vida é o mandato, a minha vida é a militância. E aqui eu sou feliz. Eu queria me sentir feliz mesmo com o diagnóstico pós-cirurgia. Eu vim trabalhar com quatro dias e não parei nem um dia. E eu estou mandando, com essa minha atitude, um recado lá para a ponta, doutores: é possível conviver com o diagnóstico, é possível passar pelo tratamento, linda, bela, exuberante e feliz. (Palmas.)
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E acreditando que estou curada. Dessa forma, eu vou caminhar daqui para a frente. Como uma pessoa num processo de tratamento, a gente sabe que eu ainda vou ter alguns anos, já passei pela cirurgia, a radioterapia, estou na hormonoterapia, mas o que me salvou foi exatamente o objetivo dessa campanha, o diagnóstico precoce. E, acreditem, eu recebi o diagnóstico e eu tive a honra, a graça de em 18 dias receber o diagnóstico e fazer a cirurgia.
E aí a angústia: eu consegui, mas e as milhares de mulheres do meu país que não conseguem? E as mulheres do meu país que moram em regiões ribeirinhas, que, da cidade para o centro urbano, são sete dias de canoa. Como a gente vai chegar a todas essas mulheres no país? Como nós vamos garantir o tratamento a todas elas? Mas, acreditem, nós temos um time aqui no Senado Federal que agora fez questão de ter uma Subcomissão do câncer, uma Subcomissão permanente, onde nós estamos trazendo todas as matérias para consolidar numa legislação. "Ah, vocês ainda precisam de legislação?". Precisamos, a gente de vez em quando encontra uma brecha na legislação, mas, mais que legislação, nós estamos aqui para garantir o Orçamento da União, nós estamos aqui para garantir políticas públicas.
Então, olha, hoje para mim participar pela primeira vez do Outubro Rosa como paciente tem sido para mim uma experiência inusitada. Muitas pacientes estão aqui, mas acreditem: farei de todos os meus dias, daqui até o último dia de vida, que eles sejam cor-de-rosa, e o tema tem que ser falado todos os dias.
Querida Leila, parabéns por este evento. E vocês acreditem: são poucos estados que têm duas Senadoras, vocês não têm ideia da importância de mulheres estarem aqui neste Parlamento, vocês não têm ideia do barulho e confusão que a gente faz. Vocês não têm ideia! E agora eu, como paciente, olho para os colegas e falo: "Eu sou uma senhorinha que está em tratamento". A gente consegue tudo.
Mas deixe-me dizer uma coisa para vocês: o DF, desculpem-me os outros estados que estão aqui, mas o DF tem duas Senadoras lindas e incríveis. E eu preciso, toda vez que eu subo na tribuna em que Leila está, eu faço questão de dizer isso, da nossa parceria, mas a gente também sabe dos nossos desafios no DF e a gente se incomoda, e a gente chora, e a gente chora junto, e a gente fica em angústia. Tá, Paulinha? E você sabe, você participa do nosso choro também, muitas vezes, mas nós não vamos, em um único momento, arriar as armas. Nós estaremos firmes na luta.
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Que Deus abençoe todas as mulheres do meu país! Que Deus abençoe meu Distrito Federal! Que Deus te abençoe, minha amiga Leila! Eu vou ter que voltar correndo para te substituir lá. Sejam todos bem-vindos a esta Casa! Que Deus abençoe! (Palmas.)
A SRA. PRESIDENTE (Leila Barros. Bloco Parlamentar Pelo Brasil/PDT - DF) - Nós que agradecemos, Damares. E é verdade, as pessoas... Eu acho que eu e Damares - eu sempre falo -, nós damos exemplos de civilidade. Num ambiente tão polarizado, tão desrespeitoso, tão agressivo, nós, mulheres, damos exemplo aqui de muito respeito, independentemente das diferenças, né? Eu acho que isso, eu acredito que sejam um dos maiores legados que teremos, enquanto Senadoras representando o DF, a capital do nosso país, a nossa postura e a nossa relação. O nosso objetivo maior é a nossa cidade, e a gente tem essa relação recíproca de muito respeito e de admiração. Acredite nisso, viu? Feliz de te ver lutando, e firme e forte. É isso aí.
A SRA. DAMARES ALVES (Bloco Parlamentar Aliança/REPUBLICANOS - DF. Fora do microfone.) - Obrigada.
A SRA. PRESIDENTE (Leila Barros. Bloco Parlamentar Pelo Brasil/PDT - DF) - Bom, eu vou passar a palavra agora para a Senadora... Ó... (Risos.) Sra. Deputada Distrital Paula Belmonte, Procuradora Especial da Mulher da Câmara Legislativa do Distrito Federal. (Palmas.)
A SRA. PAULA BELMONTE (Para discursar.) - Boa tarde a todos! Para mim, é uma honra estar na Câmara Alta do nosso país, do nosso Congresso Nacional, e trazendo um tema tão relevante.
Eu, particularmente, tenho uma mecha rosa há cinco anos. Em outubro de 2020, num momento da pandemia, eu fui desafiada por uma perda de uma amiga e acabei colocando essa mecha rosa para que a gente chamasse a atenção sobre esse Outubro Rosa, e eu incorporei essa mecha rosa no meu dia a dia para que a gente possa falar. As pessoas perguntam: "Como que você está com essa mecha rosa?". Estou porque nós precisamos falar do autocuidado, nós precisamos falar do acesso das mulheres.
E aqui eu cumprimento a minha amiga Senadora Leila. Falo isso com gratidão: a senhora foi uma das primeiras pessoas que eu conheci da política, foi a pessoa que me trouxe a possibilidade de pensar em entrar na política e eu honro a senhora pela sua amizade, pelo seu trabalho, e quero dizer que nós precisamos honrar umas às outras. E aqui a Senadora Damares dando um grande exemplo de persistência, e de militância, e de civilidade, porque eu acho que o importante é isto: nós construirmos juntas um país melhor, mas um Distrito Federal melhor.
E foi falado aqui sobre várias políticas públicas que estão acontecendo e com certeza falaram, vão falar com muito mais propriedade, mas eu quero aqui enfatizar: esse tema do Outubro Rosa, esse tema do acesso às mulheres, ele tem que ser recorrente, ele tem que ser todo dia. Eu visito os hospitais aqui do Distrito Federal e muitas das vezes o diagnóstico não é precoce, a cirurgia não é rápida, a radioterapia não acontece e, quando sujeita a acontecer, a mulher fica sem seio. E eu falo aqui como mulher: uma mulher que perde o cabelo... Mexe com a autoestima dela, mexe com a família dela, mexe com os filhos dela. Quando a gente fala do câncer de uma mulher, nós estamos falando de uma família que sofre também. Então, é muito importante, Senadora Leila, que nós tenhamos o acesso precoce, que nós possamos falar, mas que, principalmente, tenhamos isso como prioridade orçamentária. Nós estamos falando da capital federal - e eu falo no lugar de Deputada Distrital -, a capital federal que avançou muito, mas que há de avançar muito mais, há de avançar muito mais.
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E nós precisamos nos unir. Ontem, eu estive...
(Soa a campainha.)
A SRA. PAULA BELMONTE - ... num evento falando da importância de nós mulheres na política, de nós mulheres na liderança. E nós não precisamos só de mulheres candidatas, nós precisamos de mulheres eleitas, nós precisamos de mulheres que estejam falando do orçamento público do Brasil e do Distrito Federal, nós precisamos falar de cuidado, sim, mas podemos falar de reforma tributária, sim, também.
Eu desejo à senhora... Primeiro, gratidão por esta oportunidade de trazermos para esta Câmara Alta, que é o Senado Federal, o repercussor das políticas públicas do Brasil... Que a gente possa repercutir isso todos os dias. Conte comigo.
E que Deus abençoe cada uma que está aqui lutando para que nós mulheres possamos nos salvar e que nós mulheres possamos sonhar e realizar. Que Deus abençoe a cada uma.
Muito grata pela oportunidade. (Palmas.)
A SRA. PRESIDENTE (Leila Barros. Bloco Parlamentar Pelo Brasil/PDT - DF) - Nós é que agradecemos a você, Deputada Paula. Parabéns pelo trabalho. Além de as mulheres... Nós precisamos de mais mulheres na política... E eu falo isso, porque, lá na Câmara Distrital, temos o quê? Três, duas, quatro mulheres. Aqui, nós somos 16 de 81. Na Câmara, é outro tanto. Mais do que isso, é também termos mulheres em postos estratégicos, postos de decisão, porque mulher entende mulher. E é importante que a gente tenha a oportunidade de sempre reforçar isso nesses momentos da nossa participação. Mulher não quer só ser ouvida, ela quer governar, ela quer agir, ela quer estar nesse front. E só mulher entende mulher, porque é mulher que cuida, é mulher que vive o dia a dia em que ela trabalha, ela cuida dos filhos, ela cuida da família, ela cuida do marido e dos pais que já estão idosos - muitas vezes, somos nós. Então, é importante, quando nós tratamos de políticas aqui - e eu agradeço aos homens que estão aqui presentes -, quando gente fala da política do cuidado, quando a gente fala da política da saúde, mas também quando tratamos de economia, porque nos preocupamos com o futuro dos nossos filhos, é importante, sim, termos mulheres aqui nesse front para tomarmos as decisões conjuntamente com os homens. Obrigada pelo seu trabalho e pela sua participação aqui. (Palmas.)
Eu vou conceder a palavra agora à Dra. Danielle Laperche, que é Médica Oncológica. Seja muito bem-vinda, Doutora.
A SRA. DANIELLE LAPERCHE DOS SANTOS (Para discursar.) - Exma. Senadora Leila, eu fico muito grata por esta oportunidade.
Eu acho que este ano nós tivemos um avanço muito grande. Enquanto, na última reunião, ano passado, nós tínhamos muitas angústias aqui que eram externadas, acho que este ano nós temos coisas para comemorar, sim. A efetivação do PCDT, o alinhamento técnico que o Ministério da Saúde tem feito junto aos oncologistas, na pessoa do Dr. José Barreto, tem trazido uma efetividade muito maior nessas políticas e uma ação muito mais assertiva de incorporação de tratamentos, de agilidade, das prioridades necessárias na atenção oncológica. E eu acho que esse é um passo muito grande, que tem que seguir, porque nós ainda temos muito a caminhar, e eu acho que o nosso cenário ainda precisa de muitas outras efetivações também.
Ontem, nós tivemos a oportunidade de publicar um dado relacionado ao tempo de início de tratamento. Então, não resolve a questão eu ter um diagnóstico precoce se essa paciente não consegue começar a tratar logo, porque, até ela começar a tratar, a doença vai ter progredido. Nós temos uma média, isso nós precisamos saber, porque foi um estudo feito em grandes centros, em vários estados do país que mostrou que a média para início de tratamento, não importando qual, sendo quimioterapia, cirurgia, radioterapia, das pacientes no serviço público foi de mais de 90 dias, enquanto a das pacientes do serviço privado era de 40 dias. Então, é mais que o dobro o tempo delas para conseguirem começar a tratar. Então, o tratamento está lá, mas ela precisa chegar a ele.
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É muito importante, então, nós termos toda essa luta da mamografia, mas a coisa precisa acontecer depois da mamografia também. Então, nós precisamos estudar e trabalhar em conjunto - tanto as entidades, junto da Sociedade Brasileira de Oncologia, como os grupos de estudos também estão à disposição para auxiliar com dados, com questões técnicas - para realmente otimizar as questões orçamentárias e viabilizar o acesso ao tratamento de qualidade, para a gente parar de lidar com esse abismo da diferença da assistência do serviço privado e do serviço público. Essas disparidades saíram, inclusive, no último relatório, para a população negra, que tem taxas de mortalidade e diagnósticos mais avançados. Tudo isso é muito relacionado a questões estruturais do racismo, da forma de atenção a esse perfil de população e também de questões sociais. Não temos dúvida de que o acesso impacta.
E, como é um problema muito grande, ele demanda muita técnica. Essa possibilidade de estar aqui, trazendo esses fatos, e poder conversar eu acho de grande importância, porque realmente é isso que tem possibilidade de mudar no futuro a nossa realidade. Eu acho que nós precisamos alinhar a comunidade científica, a política, todas essas questões, para otimizar a gestão e realmente efetivar mudanças reais. Que o Outubro Rosa possa ser de comemorações num futuro próximo.
Obrigada. (Palmas.)
A SRA. PRESIDENTE (Leila Barros. Bloco Parlamentar Pelo Brasil/PDT - DF) - Nós que agradecemos, Dra. Danielle. É sempre um prazer tê-la aqui conosco, neste debate. Adoro escutá-la.
E é isso. Que bom que tivemos avanços, né? Aí temos que parabenizar a equipe do Ministério da Saúde. Começou com a Dra. Nísia e agora se consolida muito com o trabalho do Padilha, né? O Padilha é muito envolvido. A gente percebe o quanto que o Ministro Padilha é intenso, e isso tem dado resultados, e com o próprio Parlamento mesmo, cada vez mais, se conscientizando, se integrando com o Executivo não só nas questões de orçamento. É como vocês falaram: como diminuir essas desigualdades do acesso? Para além da prevenção, para além do diagnóstico precoce, é o acesso ao tratamento o mais rápido possível.
Obrigada, Doutora.
Eu solicito à Secretaria-Geral da Mesa a exibição de um discurso do Sr. Roberto de Almeida Gil, que é o Presidente do Instituto Nacional de Câncer (Inca).
O SR. ROBERTO DE ALMEIDA GIL (Para discursar. Por vídeo.) - O câncer de mama tem que ser considerado um importante problema de saúde pública. O Inca estima 73.610 novos casos para o Brasil em 2025; 20 mil mulheres perderão a vida em decorrência da doença, se transformando na primeira causa de morte entre as mulheres.
O Brasil é um país heterogêneo, com diferentes taxas de incidência, dependendo da região, mas o câncer de mama é o principal câncer de incidência em todas as regiões. Na Região Norte, nós temos menos casos; na Região Sudeste, a grande parte dos casos. O envelhecimento populacional nessas regiões, a maior urbanização, os melhores sistemas de diagnósticos e de vigilância, com o aumento de captação e de registros do caso, podem trazer a perspectiva dessas diferenças regionais.
A busca de equidade, a construção de políticas públicas, de modo a reduzir as desigualdades regionais, uma necessidade e um desafio importante no nosso país.
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A prevenção do câncer de mama é essencial. A maioria dos casos ocorre após os 50 anos.
Mulheres mais jovens também são acometidas: 30% dos casos ocorrem nessa faixa etária. A exposição cada mais precoce e fatores de risco justificam essa incidência.
O Inca e o Ministério da Saúde vêm procurando intensificar ações junto à atenção básica para incentivo das mulheres brasileiras à adoção de hábitos saudáveis. Prática de atividade física; manutenção do peso corporal no combate à obesidade; alimentação balanceada, baseada em frutas, verduras, fibras; redução do consumo de carnes processadas e de ultraprocessados; diminuição de ingestão de bebidas alcoólicas; e amamentação, especialmente de forma exclusiva nos primeiros meses de vida do bebê, com redução de exposição hormonal, em consequência a isso, são importantes.
Precisamos frisar que a detecção precoce é essencial para o enfrentamento do câncer de mama. Importantes mudanças no rachamento do câncer de mama foram estabelecidas neste mês.
O rachamento populacional organizado em mulheres de 50 a 74 anos, seguindo as recomendações do Código Latino-Americano e Caribenho contra o Câncer e a orientação da Organização Mundial de Saúde, é fundamental. Evidências científicas mostram redução importante de mortalidade.
Entretanto, é muito importante destacar que não existe restrição à realização de mamografia em mulheres de 40 a 49 anos por demanda espontânea, mesmo que elas não tenham sintomas ou sinais suspeitos de câncer. O exame, neste caso, pode ser realizado com indicação médica, em decisão compartilhada, após esclarecimento de riscos e benefícios da prática.
O diagnóstico precoce de pacientes sintomáticas também é muito importante. As mulheres precisam estar atentas a sinais precoces da doença, nódulos na mama e na axila, alteração de tamanho e forma da mama, retração do mamilo, alterações da pele - um avermelhado ou um aspecto que a gente chama de "casca de laranja" são importantes -, e o Governo estabeleceu, através da oferta de cuidados integrais de câncer de mama, práticas para diagnóstico em tempo hábil, dentro da Lei dos 30 Dias.
No mês de outubro ou Outubro Rosa, o Ministério da Saúde anunciou a incorporação, no SUS, de novas drogas para o tratamento do câncer de mama, principalmente nas fases iniciais da doença. Hoje podemos contar com a utilização de inibidor de ciclina, do trastuzumabe entansina, da capecitabina, do fulvestranto, dos análogos RH e LHRH e da filgrastim, cumprindo toda a medicação prescrita dentro do Protocolo Clínico e Diretrizes Terapêuticas para Câncer de Mama, estabelecido pelo Governo.
O controle do câncer de mama é uma prioridade na agenda de saúde do país, e o Inca, como órgão auxiliar do Ministério da Saúde, no desenvolvimento e coordenação de ações integradas para prevenção e controle do câncer, atua continuamente na elaboração de diretrizes técnicas, capacitação de profissionais e produção de materiais de apoio que orientam as Rede de Atenção à Saúde no SUS. Além disso, coordena iniciativas estratégicas - como o Sistema de Informação do Câncer, o Siscan -, voltadas ao monitoramento das ações de rastreamento e ao programa de qualidade da mamografia, que busca garantir maior padronização e segurança nos exames realizados.
A Campanha Outubro Rosa representa uma oportunidade de reforçar mensagens essenciais, promover o diálogo com a sociedade e valorizar o cuidado integral à saúde da mulher.
Manifesto o meu agradecimento à Senadora Leila Barros e ao Senado Federal pela iniciativa e pela dedicação de um espaço para tema de tamanha relevância para a saúde pública brasileira.
Saudamos o Decan, à Saes e o Ministério da Saúde pela implementação de ações em toda a linha de cuidado do câncer de mama.
Muito obrigado. (Palmas.)
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A SRA. PRESIDENTE (Leila Barros. Bloco Parlamentar Pelo Brasil/PDT - DF) - Quero agradecer ao Inca, na figura de seu Presidente, o Sr. Roberto de Almeida Gil, pelo vídeo passado aqui, e a todos os servidores, também, da instituição.
Eu vou passar a palavra agora para a Sra. Angélica Esterl, que é médica mastologista.
Seja bem-vinda, Doutora.
A SRA. ANGÉLICA DE FIGUEIREDO REZENDE ESTERL (Para discursar.) - Boa tarde a todos, Exma. Senadora Leila, senhoras e senhores.
É com imenso prazer que estou aqui, a convite da Senadora Leila, para debatermos esse assunto de extrema relevância.
Como já falado anteriormente pela própria Senadora, o câncer de mama é o câncer mais comum nas mulheres, ultrapassado apenas pelo câncer de pele. A incidência ainda é muito alta, e existe uma falha no rastreamento do câncer de mama no nosso país, infelizmente: apenas cerca de 29% da capacidade dos mamógrafos é utilizada, e muitas pacientes ainda enfrentam um diagnóstico tardio, iniciando o tratamento após os 60 dias do diagnóstico, não obedecendo, dessa maneira, à lei dos 60 dias.
Foram registrados, em 2023, 20 mil novos casos de câncer de mama - é um número bem relevante, bem triste. Em 2024, o SUS realizou 4,4 milhões de mamografias, das quais 4 milhões foram em exames de rastreamento, ou seja, em pacientes que não tinham sinais nem sintomas de câncer de mama. E tivemos uma grande conquista: agora o Ministério da Saúde vai garantir o acesso à mamografia no SUS de mulheres dos 40 aos 49 anos, como já comentado várias vezes hoje, mesmo sem sinais e sintomas de câncer de mama. Essa faixa etária concentra hoje 23% dos casos de câncer de mama. Essa detecção precoce vai aumentar, claro, as chances de cura, e isso foi anunciado, então, pelo nosso Ministro, graças a ele, o Ministro Alexandre Padilha, objetivando melhoria no diagnóstico e na assistência. Foi uma grande conquista para nós.
Com isso, nós ampliamos o acesso ao diagnóstico precoce em uma faixa etária que concentra cerca de um quarto dos casos de câncer de mama. Mais uma vez, reforço aqui que, no Brasil, como já falado pela Senadora Leila, cerca de 74 mil mulheres recebem a cada ano um diagnóstico que muda suas vidas e a vida das suas famílias, e cerca de 18 mil casos de óbitos ocorrem entre essas mulheres. Então, entre 74 mil casos diagnosticados, 18 mil dessas pacientes morrem por ano. São números que pedem urgência, responsabilidade e ação da sociedade, do Estado e de todos nós. Precisamos garantir o diagnóstico precoce com mamografia, com ecografia, com ressonância, assegurar o tratamento em tempo certo, com acesso a cirurgias, com ou sem reconstrução, com quimioterapia, com radioterapia e hormonioterapia.
(Soa a campainha.)
A SRA. ANGÉLICA DE FIGUEIREDO REZENDE ESTERL - O Outubro Rosa não é apenas um mês no calendário, mas um chamado - um chamado para aqueles que governam, para aqueles que decidem e para aqueles que cuidam, com um diagnóstico precoce e um tratamento digno e humano, porque sozinhas nós somos muito frágeis, mas, juntas, somos fortes.
Muito obrigada a todos. (Palmas.)
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A SRA. PRESIDENTE (Leila Barros. Bloco Parlamentar Pelo Brasil/PDT - DF) - Grata, Dra. Angélica Esterl, mastologista, médica mastologista, muito competente, viu? Obrigada pelos dados, Doutora.
Eu gostaria de conceder a palavra agora à Sra. Luiza Acioli, Assessora Técnica da Direção da Fundação Oswaldo Cruz, a nossa querida Fiocruz.
A SRA. LUIZA BEATRIZ RIBEIRO ACIOLI (Para discursar.) - Boa tarde. Saúdo à mesa na pessoa da Senadora Leila, saúdo todos aqui da plenária, todos que nos acompanham. É uma honra estar aqui nessa plenária, na Casa do povo. Eu tenho 30 anos de Sistema Único de Saúde, profissional da ponta, do estado, do município, do Governo Federal, e é a primeira vez que eu estou aqui.
Agradeço ao nosso Presidente da Fiocruz, Mario Moreira, que parabeniza este evento; a nossa Diretora, Fabiana Damásio, que não pôde estar aqui, mas, entendendo a importância deste momento, de se pronunciar, de compartilhar e compor essa rede de fortalecimento das ações de enfrentamento ao câncer de mama, me pediu para vir fazer esta fala.
A Fiocruz tem grandes linhas de atuação, desde ensino, pesquisa, produção do conhecimento, disseminação do conhecimento à cooperação técnica com estados, com municípios, e uma dessas agendas de cooperação técnica é o fortalecimento do Sistema Único de Saúde lá na ponta, com os profissionais de saúde, com os gestores, com os formuladores e com os pesquisadores na integração ensino-serviço.
Uma pauta que está no cerne da discussão hoje na Fiocruz e, em especial, em Brasília, é o fortalecimento da política de atenção integral à saúde das mulheres. Nós temos uma política de saúde das mulheres desde 2004, conduzida, formulada, pactuada pelos movimentos sociais, com os movimentos sociais, com os gestores, com os formuladores e com os profissionais de saúde. Só que foi feita em 2004, e nós já estamos em 2025, muita coisa passou, muita coisa avançou e outras nem tanto. Temos desafios antigos e temos desafios novos; o câncer de mama é um deles.
Nós temos um Boletim Epidemiológico publicado recentemente pela SVSA, do Ministério da Saúde, onde persistem as disparidades étnico-raciais e as desigualdades regionais. Nós precisamos discutir isso, as "mulheridades", que a Sandra Kennedy trouxe aqui para a gente, e eu achei muito expressiva essa denominação, porque, no país, remete ao quanto ainda temos de iniquidade na organização do Sistema Único de Saúde para garantir o acesso, e o acesso com qualidade.
Por isso a Fiocruz Brasília, o Instituto Nacional de Saúde da Mulher, da Criança e Adolescente da Fiocruz, em articulação com a Secretaria de Atenção Primária à Saúde e a Secretaria de Atenção Especializada à Saúde estão conduzindo uma agenda, junto aos gestores estaduais e municipais, aos movimentos sociais e ao controle social, para identificar ações estratégicas para enfrentamento dessas iniquidades e desigualdades regionais no âmbito da Política Nacional de Atenção Integral à Saúde da Mulher. Nós temos questão de cor, nós temos questão de raça, nós temos questões territoriais, que precisam ser analisadas também nessas barreiras de acesso...
(Soa a campainha.)
A SRA. LUIZA BEATRIZ RIBEIRO ACIOLI - ... barreira de acesso tanto à garantia das ações e serviços, mas a como chegar com condições atendimento, com condições de realização do tratamento.
Mulheres cuidam dos outros, mulheres têm filhos, mulheres têm vida e nem sempre o horário comercial, das 8h às 17h, facilita o rastreio, o diagnóstico e o tratamento. Então, a gente também precisa inovar com a produção de conhecimento, com a disseminação de conhecimento, para chegar mais próximo dessas "mulheridades", que o Ministério da Mulher trouxe para a gente, que expressa a nossa diversidade.
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E deixo aqui que a Fiocruz Brasília, a Fiocruz Rio de Janeiro, Manguinhos, Presidência Nacional, assim como o Instituto Nacional de Saúde da Mulher, da Criança e do Adolescente Fernandes Figueira contribuem com a produção e a disseminação do conhecimento, entre outras ações, com uma oferta bastante estratégica para o profissional e gestor que está lá na ponta. O Portal de Boas Práticas em Saúde da Mulher, da Criança e do Adolescente reúne e sistematiza as melhores evidências, as evidências mais atualizadas sobre todas as temáticas de atenção integral à saúde das mulheres, das crianças e dos adolescentes. Eu convido todos vocês a irem lá visitar o portal e participar do nosso Instagram.
Um grande abraço.
Boa tarde a todos. (Palmas.)
A SRA. PRESIDENTE (Leila Barros. Bloco Parlamentar Pelo Brasil/PDT - DF) - Grata Luiza Acioli, que é Assessora Técnica da Direção da Fundação Oswaldo Cruz - como eu falei, da nossa querida Fiocruz.
Eu vou conceder a palavra agora à Sra. Joana Jeker, que é fundadora e Presidente da Associação Recomeçar, uma grande parceira do Senado e da nossa Bancada Feminina. Seja muito bem-vinda, Joana!
A SRA. JOANA JEKER DOS ANJOS (Para discursar.) - Olá, boa tarde a todas e a todos. Muito boa tarde, querida Senadora Leila Barros. Muito obrigada pelo convite.
Estou muito feliz e emocionada de estar aqui nesta tribuna do Plenário do Senado Federal para falar de um tema tão importante que impactou a minha vida, impactou a sua vida e a de tantas mulheres aqui presentes. Também sou órfã do câncer de mama, assim como a senhora, assim como a Ilana e como tantas outras mulheres. Enfrentei a doença, me curei da doença e hoje a gente ajuda muitas outras mulheres a passar por essa doença. Então, é uma alegria e muita honra estar aqui com todos vocês.
Na figura da Senadora Leila e do Dr. José Barreto, cumprimento todas as médicas maravilhosas aqui presentes, que são tão importantes para nós pacientes oncológicas.
Bom, o câncer de mama hoje é o tipo de câncer mais incidente no mundo. São 2,3 milhões, Senadora Leila, de novos casos por ano. E, aqui no Brasil, como já foi falado, são 73 mil novos casos. E o que nos preocupa é que os números de mortalidade estão aumentando, como já foi falado aqui anteriormente. Hoje nós temos... Em 2023, nós tivemos 20 mil vidas interrompidas e, em 2020, foram cerca de 17 mil. Então, houve um acréscimo e isso nos preocupa bastante.
Atualmente, de acordo com a incidência do Inca, oito mulheres recebem o diagnóstico a cada hora. A cada hora, a gente tem oito mulheres diagnosticadas com câncer de mama no Brasil, senhoras e senhores. E a realidade é muito dura, porque cerca de 56% dos diagnósticos são em estágios avançados, estágios III e IV, em que o tratamento é muito mais difícil, é muito mais oneroso para o sistema público de saúde e as chances de cura são muito menores. E a realidade realmente é dura, porque uma a cada doze mulheres irá ter câncer de mama ao longo da vida. Daí a importância de a gente lutar com todas as nossas armas para enfrentar essa doença no nosso Brasil.
Enquanto os tumores iniciais têm até 95% de chance de cura, cada mês de atraso, senhoras e senhores, implica 1,5% de aumento de risco de morte e cada milímetro de crescimento do tumor representa 1% a mais de a doença se tornar metastática. Tumores agressivos, como o HER2 positivo ou o triplo-negativo, que foi o que eu tive, senhoras e senhores, podem até duplicar de tamanho em menos de um mês, ou em até um mês, sem a terapia adequada, sem o início do tratamento. Portanto, há necessidade de a gente não deixar que essa mulher inicie o tratamento em mais de 60 dias, como prevê a Lei dos 60 dias.
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E essa urgência, Senadora, é maior quando lembramos que homens também podem ter câncer de mama.
(Soa a campainha.)
A SRA. JOANA JEKER DOS ANJOS - A nossa exposição este ano, A Jornada, que está aqui no Senado Federal, tem um homem para falar - é raro, é 1% dos casos - também da necessidade de a gente olhar para os homens para que eles também tenham tratamento. E, no caso dos homens, Senadoras, cerca de 80% dos casos são de diagnóstico avançado, porque eles nem sabem que podem ter a doença. Então, é fundamental que todos se unam. O Outubro Rosa é um movimento de todas e de todos.
Sabemos que o tempo é um fator determinante, e o diagnóstico, infelizmente, está demorando muito para sair e o início do tratamento também, mas a gente tem o que comemorar - já foi falado aqui, a gente está muito feliz -, este é um ano fundamental, um ano que vai ficar para a história nos avanços, avanços esses pelos quais toda a sociedade civil organizada aqui presente e em todo o Brasil tem lutado com veemência, com muito clamor e muita emoção.
A gente teve agora o PCDT do Câncer de Mama, que dá as diretrizes claras de todas as etapas do tratamento, que vai padronizar essas etapas em todos os hospitais do nosso Brasil, para que a gente não tenha um tratamento diferenciado em cada estado, em cada país; que seja igualitário para todas e para todos, como prevê a nossa Constituição Federal, Senadora Leila.
Outra grande vitória, como já foi falado, foi em relação à mamografia a partir dos 40 anos. Na minha família, Senadora, todas as mulheres foram diagnosticadas com menos de 50 anos de idade: minha mãe, minhas tias, minha prima e eu, - todas com menos de 50 anos. Portanto, há necessidade de a gente ter um olhar realmente diferenciado para essa faixa etária.
Bom, também temos que falar do Programa Agora Tem Especialistas, recém-lançado, que justamente vai diminuir o tempo para o diagnóstico do câncer no SUS. A gente tem a Lei dos 30 dias, e esse programa vem colaborar para o cumprimento dessa lei tão importante, lei essa em que a Recomeçar atuou por cerca de dois anos, aqui no Parlamento, com muita alegria, para conquistar, porque aqui nós representamos cerca de 73 mulheres com câncer de mama em todo o país.
(Soa a campainha.)
A SRA. JOANA JEKER DOS ANJOS - Então, é uma grande alegria poder conquistar uma lei que vai realmente melhorar o cenário do combate ao câncer no Brasil.
Esses avanços todos citados aqui são fruto de muita luta, articulação e sensibilidade política de gestores comprometidos, de Parlamentares, assim como a senhora, tão comprometida, que todo ano faz esta sessão nobre, esta sessão solene.
E venho parabenizá-la por essa iniciativa tão importante para fortalecer essa agenda aqui no Congresso Nacional, para que mais e mais Parlamentares saibam da importância do enfrentamento ao câncer no Brasil, porque juntos podemos conquistar mais e mais políticas públicas, e não só conquistar, Senadora Leila, mas fazer com que as políticas já existentes sejam cumpridas em todo o país.
O que a gente deseja, senhoras e senhores, com o Outubro Rosa, é que cada mulher conheça os seus direitos, que cada cidade cobre a implementação das leis que já existem, que cada profissional de saúde, cada gestor, cada Parlamentar se comprometa em fazer a diferença.
(Soa a campainha.)
A SRA. JOANA JEKER DOS ANJOS - É sobre ciência, é sobre política, é sobre acesso, mas, acima de tudo, é uma causa de todos. Que o Outubro Rosa deste ano reacenda em cada um de nós o compromisso de transformar cada conquista em ação, em ação concreta, em avanço, porque essas mulheres estão aguardando para serem assistidas da melhor forma, elas querem viver, e é para isso que a gente está aqui: para que mais e mais mulheres possam se tratar e se curar da doença e recomeçar, assim como essas mulheres lindas aqui presentes.
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Muito obrigada, senhoras e senhores. Uma boa tarde. (Palmas.)
A SRA. PRESIDENTE (Leila Barros. Bloco Parlamentar Pelo Brasil/PDT - DF) - Uma salva de palmas para você e para as nossas mulheres. Um beijo para vocês, guerreiras, inspiração total para todas nós. E parabéns pelo trabalho, Joana, à frente da associação Recomeçar.
Vou conceder a palavra, agora, à Sra. Larissa Rodrigues, que é jornalista.
Seja bem-vinda, Larissa.
A SRA. LARISSA RODRIGUES (Para discursar.) - Boa tarde a todos.
Eu estou achando tão interessante estar do lado de cá - comentava com as meninas -, eu, que cubro o Senado há 10 anos, não é, Senadora? Já entrevistei a senhora e tantos aqui, tantas vezes, e é a primeira vez que eu me sento do lado de cá e que também tenho acesso à tribuna. E, se me falassem isso há um ano e pouco, eu jamais imaginaria que eu estaria aqui hoje conversando com vocês, depois de ter passado por 16 quimioterapias, 1 cirurgia conservadora da mama, 15 radioterapias, 16 sessões de imunoterapia e tantas outras coisas, que ainda passo neste longo tratamento. Mas estou aqui hoje, neste Outubro Rosa, meu primeiro Outubro Rosa, que eu tanto cobri aqui também do outro lado - outra coisa que eu não pensava há um ano.
Desde que o câncer virou minha vida de cabeça para baixo, eu não consigo parar de pensar - e tenho repetido isto também - no quanto eu sou privilegiada de ter tido acesso ao melhor tratamento, no menor tempo possível. E eu sei que eu estou aqui hoje, um ano depois - o meu celular me lembrou de que, no dia 6 agora, fez um ano que eu raspava o meu cabelo -, um ano depois, eu estou aqui não só cabeluda novamente, mas no fim do meu tratamento, com uma resposta completa e muito feliz e grata, mais uma vez, por ser privilegiada e ter tido acesso ao melhor tratamento.
Todos os dias eu penso no que eu posso fazer, por tantas mulheres que não têm a chance que hoje eu tenho e que eu sei que eu não teria em outros momentos da minha vida. Venho de uma família humilde e sei de outras pessoas da minha família que também dependem do SUS até hoje. (Manifestação de emoção.) E, no meio de tantos pensamentos, eu só consigo pensar que, enquanto comunicadora, o único instrumento que eu tenho é usar a minha voz. A gente vai à CNN agora, a partir de segunda-feira, trazer uma série de reportagens em que eu, pela primeira vez, também passo como uma personagem, conversando com tantas outras mulheres e informando, em especial, o quanto, infelizmente, o câncer de mama também tem atingido mulheres mais jovens. Eu fui diagnosticada com 36 anos, sem nenhum caso na família, sem nenhum gene - tive também acesso a esses exames, que sei que a maioria das mulheres não tem -, e essa é uma realidade das mulheres cada vez mais; os números vêm mostrando isso.
Para além da preocupação nossa, enquanto mulher, enquanto Ministério da Saúde, enquanto Parlamentares, uma preocupação pelo bem da mulher, eu acho que a gente precisa começar a pensar enquanto sociedade. São mulheres da força de trabalho, numa idade ativa, muitas mães de família que sustentam seus lares, o que é a realidade da sociedade brasileira, mulheres que são eleitoras - a maioria delas, diga-se de passagem -, que elegem todos os Parlamentares que a gente tem aqui na mesa e que, se a gente não começar a pensar, continuarão perdendo suas vidas por falta de tratamento.
Se hoje eu estou aqui, um ano e dois meses depois, é porque eu tive, eu repito, mais uma vez, o melhor tratamento...
(Soa a campainha.)
A SRA. LARISSA RODRIGUES - ... e num tempo muito curto. Eu sou grata a isso e vou seguir a minha vida para que todas as mulheres possam também ter a sorte do mesmo tratamento que eu tive.
Boa tarde. (Palmas.)
A SRA. PRESIDENTE (Leila Barros. Bloco Parlamentar Pelo Brasil/PDT - DF) - Que alegria vê-la firme e forte, Larissa. (Manifestação de emoção.)
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Eu vou conceder a palavra, agora, para a Sra. Daniele Assad Suzuki, que é representante do Grupo Brasileiro de Tumores Ginecológicos.
A SRA. DANIELE ASSAD SUZUKI (Para discursar.) - Boa tarde a todos, boa tarde Senadora Leila, boa tarde a todos da plateia. Em nome da Sociedade Brasileira de Oncologia Clínica e do Grupo Brasileiro de Tumores Ginecológicos, eu agradeço a oportunidade de participar desta sessão solene.
Sabemos de todos os números que já foram falados aqui, do câncer de mama, e, nesse sentido, a gente precisa falar de diagnóstico precoce, desse início oportuno do tratamento, porque continua sendo o principal fator prognóstico para aumentar as chances de cura. A gente sabe que as chances de cura numa doença inicial são acima de 90%. Então, nesse sentido, a gente entende que o Outubro Rosa pode ser compreendido como uma oportunidade estratégica para a gente aprimorar as políticas públicas oncológicas.
E a Sociedade Brasileira de Oncologia Clínica coordena as suas ações em torno do seguinte eixo: o rastreamento estruturado e acessível com estratégias de busca ativa e individualização conforme o risco clínico. A gente sabe que temos os mamógrafos, mas, muitas vezes, as pacientes não chegam para fazer a mamografia. O nosso rastreamento não é organizado, é um rastreamento oportunista, e isso prejudica demais a gente a conseguir detectar essa doença de uma forma inicial.
Precisamos integrar as linhas de cuidado oncológico, desde a atenção primária até o tratamento especializado; rever o modelo de financiamento com foco em linhas de cuidado e pactuação das metas; atualizar os protocolos de incorporação das tecnologias com base em eficácia, em custo e efetividade; e capacitar continuamente as equipes de saúde, com incentivo à pesquisa clínica e à adoção da prática baseada em evidências.
A Sociedade Brasileira de Oncologia Clínica tem colaborado com o Ministério da Saúde e com a Agência Nacional de Saúde para avançar com propostas concretas: criação de grupo técnico para priorização de tecnologias, com índice de priorização - isso foi construído já -, centralização das compras do medicamento e ampliação da pesquisa.
Paralelamente a isso, o Grupo Brasileiro de Tumores Ginecológicos também desenvolve várias parcerias e ações estratégicas com foco na saúde oncológica da mulher e na saúde integral: campanhas de conscientização sobre o câncer de mama e o câncer do colo do útero numa linguagem acessível; atuação ativa na promoção da vacinação contra o HPV; defesa da ampliação da cobertura do rastreamento do câncer do colo do útero, para que a gente comece logo a fazer essa testagem do DNA do HPV - sabemos que está em implantação. A gente está junto para auxiliar no que precisa - na participação de fóruns técnicos e consultas públicas, no apoio à pesquisa da oncoginecologia - e também...
(Soa a campainha.)
A SRA. DANIELE ASSAD SUZUKI - ... na promoção da educação médica.
Então, nesse sentido, a gente está à disposição desta Casa e das instituições públicas, para as parcerias sustentáveis, para que a gente melhore a situação da nossa população.
Muito obrigada. (Palmas.)
A SRA. PRESIDENTE (Leila Barros. Bloco Parlamentar Pelo Brasil/PDT - DF) - Grata pelos esclarecimentos e pela participação da Dra. Daniele Suzuki, que é representante do Grupo Brasileiro de Tumores Ginecológicos.
Eu gostaria de fazer um agradecimento especial às seguintes personalidades e instituições, que contribuem ativamente para a conscientização sobre o câncer de mama e compartilham conosco a importância dessa luta, de quem, inclusive, eu sou grande parceira:
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- Ministério da Saúde, representado aqui pelo Sr. José Carvalheira;
- Ministério das Mulheres, representado pela Sra. Sandra Kennedy;
- Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz), representada pela Sra. Luiza Acioli;
- Dra. Angélica Esterl, médica mastologista, minha mastologista. Eu gosto de falar isso, porque, se não fosse ela cuidando de mim, meus dias seriam difíceis;
- Danielle Laperche, médica oncologista;
- Dra. Lucimara Giorgi, Presidente da Sociedade Brasileira de Mastologia Regional DF;
- Profa. Fátima Souza, que estava aqui agora, grande parceira do Hospital Universitário de Brasília (HUB), que tem feito um excelente trabalho. Inclusive, vamos ser parceiros para revitalizar a área de oncologia. Nós estamos destinando recursos para revitalizar a área de oncologia e tratamento especial às nossas mulheres;
- Ilana Trombka, Diretora-Geral do Senado Federal;
- Joana Jeker, uma guerreira militante da causa, junto com todas as mulheres aqui, Presidente da Associação Recomeçar. Temos aqui a representação das mulheres. Obrigada, Joana;
- Larissa Rodrigues, obrigada pelo seu relato, pela sua força. Que bom vê-la firme e forte, passando toda essa sua energia e todo o relato da sua caminhada no enfrentamento do câncer. Parabéns, amiga;
- Paula Belmonte, Deputada Distrital e Procuradora Especial da Mulher na Câmara Legislativa Distrital;
- Dra. Daniele Assad Suzuki, que esteve agora como última oradora, representante do Grupo Brasileiro de Tumores Ginecológicos;
- Ricardo Braga, Relações Corporativas da Novartis;
- Maria Thereza Simões Falcão, da Rede Feminina de Combate ao Câncer, as mulheres que fazem um trabalho lindo no Hospital de Base aqui de Brasília. A ela, meu carinho, e a todas as mulheres que estão ali naquele duro tratamento e aos profissionais também do Base da área de oncologia ginecológica;
- Juliana Martins Alves Caixeta de Sá, Presidente da Associação Canomama. As meninas da Canomama, aqui, um beijo para vocês, maravilhosas;
- Marlene Oliveira, Presidente do Instituto Lado a Lado pela Vida, representada pela Sra. Hérika Rodrigues;
- Júlio Lírio, Presidente da Federação das Associações de Atletas Profissionais (Faap), as atletas, aqui;
- Helena Esteves, médica oncologista. Grata pela presença;
- também a Silvaneide Guedes, Presidente da Associação dos Amigos da Saúde Mental; e
- Mônica Cova, Presidente do Instituto Brasilidade.
Bom, antes de encerrarmos esta sessão especial, eu convido todos para acompanhar a apresentação musical da canção Maria Maria, de autoria do nosso querido Milton Nascimento, que será interpretada pelo Instituto Reciclando Sons, de quem também somos grandes parceiros, na Estrutural, que faz um belíssimo trabalho de qualificação das nossas mulheres lá da região, das nossas crianças e dos jovens, sob a regência da nossa querida Maestra Rejane Pacheco.
Obrigada, Reciclando Sons. Amo vocês.
É isso aí, pessoal. Vamos acompanhar.
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(Procede-se à execução da música "Maria, Maria", interpretada pelo projeto Reciclando Sons.) (Palmas.)
A SRA. PRESIDENTE (Leila Barros. Bloco Parlamentar Pelo Brasil/PDT - DF) - Bravo, Reciclando Sons!
Cumprindo a finalidade desta sessão especial e agradecendo à participação de todos e todas, em especial, eu agradeço às personalidades que nos honraram com sua participação.
Está encerrada a presente sessão.
Muito obrigada, pessoal!
Até o próximo ano. (Palmas.)
(Levanta-se a sessão às 15 horas e 58 minutos.)