Notas Taquigráficas
3ª SESSÃO LEGISLATIVA ORDINÁRIA
57ª LEGISLATURA
Em 12 de dezembro de 2025
(sexta-feira)
Às 10 horas
192ª SESSÃO
(Sessão Não Deliberativa)
| Horário | Texto com revisão |
|---|---|
| R | O SR. PRESIDENTE (Styvenson Valentim. Bloco Parlamentar Democracia/PSDB - RN. Fala da Presidência.) - Declaro aberta esta sessão. Sob a proteção de Deus, iniciamos os nossos trabalhos. A presente sessão não deliberativa destina-se a discursos, comunicações e outros assuntos de interesse partidário ou parlamentar. Passarei agora à lista de oradores. Senador Eduardo Girão, por 20 minutos. O SR. EDUARDO GIRÃO (Bloco Parlamentar Vanguarda/NOVO - CE. Para discursar.) - Paz e bem, meu querido amigo, meu irmão Senador Styvenson Valentim, do Rio Grande do Norte. Só você mesmo, rapaz! Quero lhe agradecer por esta sexta-feira, que fazia tempo que a gente não tinha sessão, não está sendo muito usual, mas eu fico feliz em ter alguém da Mesa, como o senhor, que se prontificou a vir, a abrir, para que a gente possa parlar. Parlamento é parlar, é denunciar e, ao mesmo tempo, apontar melhoras para o país, especialmente para os nossos estados. Sr. Presidente, nessa sexta-feira eu quero ler aqui uma fábula. Eu nunca li uma fábula aqui desta tribuna do Senado, e eu queria que o brasileiro prestasse atenção, para que a gente percebesse o nível a que nós chegamos de degradação moral e ética em nossa nação, e que nós precisamos, juntos, não tem outro jeito - que as pessoas de bem deste país, cidadãos de bem, especialmente Parlamentares de bem, aqui do Congresso, da Câmara e do Senado -, agir com coragem para defender o que sobrou da democracia do Brasil. |
| R | Nós já chegamos na laje, lá no concreto, não tem mais fundo do poço, acabou o poço. Se o Senado não parar o Supremo Tribunal Federal, o Supremo Tribunal Federal vai acabar com o Brasil. Não é brincadeira, aos passos largos que a gente está caminhando aí, para uma "venezuelização" do Brasil. Nós estamos numa ditadura flagrante, em que se perdeu o pudor. E alguém precisa avisar para os poderosos de plantão, que anularam esta Casa já, que não tem sentido a gente existir aqui, enquanto eleitos pelo povo, quando uma decisão soberana do Plenário, e eu vou falar daqui a pouco aqui, é anulada numa canetada. Isso aqui não é teatro. Isso aqui é algo que deve ser encarado de forma séria. São 200 anos do Senado Federal, 201, já passamos do bicentenário. Aliás, Sr. Presidente, eu quero aproveitar para dizer... O senhor sabe que eu observo muitos os sinais, né? Nós chegamos juntos aqui em 2019, e eu observo muito os sinais. Terça-feira agora, nós vamos ter uma sessão solene para comemorar os 200 anos de Dom Pedro II, o maior estadista que este país já teve. E vai ser interessante, porque, numa República, sim, nós vamos fazer essa homenagem a ele, com grandes historiadores que estarão aqui nesta Mesa - grandes historiadores e familiares de Dom Pedro II. Precisamos resgatar o que de bom o Brasil produziu, e nós estamos nos perdendo no tempo, no espaço. O senhor, assim como eu, veio de uma vontade de mudança do nosso povo nordestino. Algo que tomou as ruas do Brasil em 2018. Lembra? Lava jato... E o que a gente viu em 2019, e nós lutamos, o senhor é um que sempre denunciou, assinou pedido de impeachment, eu sou testemunha da sua coragem, mas são poucos aqui que fizeram isso, tanto é que nós chegamos aonde nós chegamos. Então, nós precisamos de reforço, precisamos de reforço. Em 2026, tem que mudar isso aqui, mas será que vai ter 2026 ainda, diante do que os supremos estão fazendo? Ministros que não se acham deuses, têm certeza de que são deuses. E esta Casa, que tem o poder, o remédio para parar, para dizer que não deve mais acontecer abuso, que deve ser repreendido, inclusive punido, ativismo judicial, político, ideológico, desse tribunal que é mais político do que nós aqui - e a gente não faz. Será que vai ter 2026? Vai ter alguma democracia, vai sobrar alguma coisa? Ou é tudo faz de conta mesmo, vamos fazer de conta, receber o salário que a gente recebe, com a estrutura daqui, R$6 bilhões pagos pelo dinheiro do contribuinte, e deixar o Brasil se acabar diante dos nossos olhos? E o brasileiro, apavorado na rua, já não basta a insegurança pública, que é crescente nesse Governo, um Governo que se alia, política e ideologicamente, com a Suprema Corte desta nação, que, repito, são mais políticos do que nós. Lá, eu acho que tudo começou lá atrás, com esse negócio de TV Justiça, aí exacerbou a vaidade daqueles Ministros que lá estão, da maioria. E não se fala mais em autos: é entrevista, é política - eles só falam disso! Acabou a discrição que deve ter uma corte, um tribunal. |
| R | Para que isso aqui? Vamos combinar, para que Senado e para que Câmara? E eu vou chegar aos últimos acontecimentos, porque não para, é todo o tempo, não para! É todo o tempo pancada na cabeça do cidadão de bem, é todo o tempo humilhação, rasgando a Constituição, e nós vamos ficar assistindo a isso, tendo remédio aqui, já proposto por alguns colegas? Então, Sr. Presidente, eu vou ler uma fábula curta: "O rei está nu!" - conhece essa fábula? É o seguinte: Um rei extremamente vaidoso, que se importava mais com as suas roupas do que com qualquer outra coisa, e foi abordado por dois vigaristas que se passavam por alfaiates. Os impostores ofereceram-se para tecer um traje com tecido mágico, que seria invisível para qualquer pessoa incompetente, burra ou indigna de seu cargo. O rei, empolgado com a ideia de ter roupas magníficas e, de quebra, identificar os incompetentes em seu reino, pagou uma fortuna aos homens que fingiram trabalhar em teares vazios. Nem o rei, nem os seus Ministros, nem qualquer pessoa da corte conseguia ver o tecido, mas todos, temendo parecer ineptos ou tolos, fingiram admirá-lo e o elogiaram efusivamente. Chegado o dia de um grande desfile, os vigaristas vestiram o rei com o traje inexistente. O monarca, completamente nu, desfilou pelas ruas, enquanto a multidão, também com medo de admitir a verdade, aplaudia, elogiava as suas novas roupas. A farsa só foi desfeita quando uma criança inocente, sem entender as convenções sociais ou o medo de seus pais, gritou no meio da multidão: "O rei está nu!". A verdade dita pela criança fez com que todos ao redor percebessem e admitissem a realidade. O rei, sabendo que as palavras eram verdadeiras, continuou o desfile, fingindo que nada havia acontecido e seus funcionários seguiram carregando a cauda de seu manto invisível. Moral da história, Sr. Presidente: a moral central dessa fábula é que é preciso ter coragem para dizer a verdade, e não seguir cegamente a opinião da maioria, por medo de parecer tolo ou incompetente. |
| R | A história alerta sobre os perigos da vaidade, da conformidade social e da hipocrisia, mostrando que, às vezes, apenas uma perspectiva inocente é capaz de revelar o óbvio. Sr. Presidente, o rei está nu faz muito tempo. Ninguém avisou para essa turma e não tem ninguém para avisar? Aqui se falou em hipocrisia. Hipocrisia é a homenagem que o vício presta à virtude. Essa turma não tem mais nem hipocrisia, é na cara dura, é uma coisa, assim, de perder completamente o pudor. Estão acima das leis; aliás, eles se acham a lei - as leis são eles. Acabaram com a Constituição do Brasil, deste país magnífico - aí, sim -, de um povo que luta, que rala para pagar cada vez mais impostos e levar o seu pão para casa, dar um pouco de conforto para a sua família - a maioria nem consegue isso. E é só aumentando imposto, aumentando para esses caras terem privilégios - inclusive, nós aqui -, para esses caras tomarem decisões, como aconteceu, Sr. Presidente, como está acontecendo dia sim, dia não; aliás, todo dia. Agora mesmo, eu vou sair daqui, vou à Câmara dos Deputados, porque estão lá querendo dar uma suspensão a um Parlamentar chamado Marcel van Hattem, do Rio Grande do Sul, que nunca teve - zero -, nenhum cabelinho de suspeita, de corrupção, de desvio de emenda, de coisa errada. A perseguição é meramente política, por ele defender a anistia, defender a injustiça que está acontecendo com milhares de brasileiros de bem. Querem pegar para Cristo três Deputados, lá, agora, na Comissão de Ética. Sexta-feira, os caras estão trabalhando, Styvenson! Eu nunca tive notícia recente de a turma lá estar trabalhando dia de sexta-feira. Estão trabalhando para cassar os Deputados. É missão dada, missão cumprida, o que a gente viu aqui na eleição de 2022. Eu estava agora, há pouco tempo, Senador Styvenson, em um evento, que começou ontem, do Instituto Brasileiro de Direito e Religião. Fui muito bem acolhido - não pude ficar, mas participei só do início - tanto pelo Dr. Thiago, como pelos outros organizadores. O Ministro André Mendonça está chegando para fazer uma palestra lá, Ministro William Douglas, tantos outros, pessoas de bem. E a gente estava comentando lá, no café, a que ponto o Brasil chegou. Mas eu disse: "Olhe, ou a gente aprende por amor ou aprende pela dor. Isso vai tornar a gente mais forte". Não tenha dúvida de que esses vilipêndios vão tornar a gente mais forte. Nós vamos sair dessa. O copo está cheio - como este copo aqui, que, gentilmente, a equipe aqui do Senac, que presta um serviço fantástico para nós, traz com água para nos hidratar. Vou até tomar um golinho aqui. (Pausa.) |
| R | Mas o copo estava cheio, eu tomei esse gole... Se chegar uma gota, ele transborda. É como o Brasil está. O que é que precisa acontecer mais para a gente acordar e ter a inocência dessa criança e dizer a verdade, todos nós, em coro? Principalmente quem tem autoridade. Eu e o Senador Styvenson, e muitos aqui, a maioria, todos aqui fomos eleitos diretamente pelo povo. E tem aí 81 pedidos de impeachment. É um para cada Senador, sabia? O número é até engraçado, um para cada Senador - de Ministro do Supremo -, que colocaria cada Poder no seu lugar, independência, separação. Um pedido de impeachment, o senhor sabe disso, basta um, que voltava a democracia para o Brasil. "Espera aí, respeitaram o Senado. O Senado se levantou, está cumprindo o seu dever", mas nem isso! E aí a gente vê o Presidente da Casa, como falou, no superpedido de impeachment do Alexandre de Moraes, que é o ponta de lança... Alexandre de Moraes é aquele menino que quebra a vidraça, mas tem aquela turma que fica dando corda, que dá ideia. Ele é o que executa, mas tem uma turma: é o sistema, é o regime. Lula e STF trabalham juntos. Até quando a gente vai deixar quebrar a vidraça? Vai quebrar a vidraça de todo mundo? Perseguição, Sr. Presidente. Quando a gente vê que tem 81 pedidos de impeachment e um para cada Senador, e o Presidente diz: "Ó, se tiver 81 assinaturas de apoio a pedido de impeachment, em um pedido [que é aquele superpedido de impeachment do Alexandre de Moraes], eu não coloco para votar". Isso é um desrespeito! Se tiver 81, até a dele, a assinatura apoiando, como a gente tem nesse superpedido, que já tem 41, a maioria absoluta da Casa, a maioria... Mas o Presidente diz que, se tiver 81, ele não coloca. Isso é um escárnio! O que é que precisa acontecer mais? Está tudo combinado entre os poderosos? Agora vamos ver qual é a posição do Hugo Motta, diante do que aconteceu ontem. Deputada Carla Zambelli, exilada na Itália, foi perseguida - clássica perseguida política -, quase 1 milhão de votos dos paulistas, a Deputada mais votada da história de São Paulo, que é o maior estado do Brasil. Aí a Câmara dos Deputados faz oitiva das testemunhas, ouve todo mundo, faz relatório, ela perde na CCJ, vai ao Plenário, como manda a Constituição, como manda o ordenamento jurídico do país, é um debate até de madrugada, agora, de ontem, de anteontem. E sabe o que é que acontece? Ela ganha, ou seja, não teve votos para cassar. O bom senso prevaleceu. Aí o Ministro Alexandre de Moraes, ontem à noite, dá uma decisão dizendo: "Não, é para botar imediatamente o suplente". O que é que precisa, Câmara dos Deputados? Presidente Hugo Motta, faça alguma coisa, tenha hombridade e diga que não vai cumprir. É isso que o povo da Paraíba espera, que o povo do Brasil espera. Tinha um candidato lá que era o Marcel van Hattem, olha a coincidência. O único que se contrapôs a Hugo Motta era o Marcel van Hattem, que hoje está sendo perseguido, numa sexta-feira, numa Comissão de Ética, porque o cara tem tudo para ser Senador. |
| R | O objetivo dessa turma é tirar todo mundo que possa ser Senador e que vai votar, e eu vou ver, nem que seja de casa, este Senado agir. Eu gostaria que fosse enquanto eu estivesse aqui. Eu tenho lutado - o Senador Styvenson também - desde o começo do mandato. Pedido de impeachment desde que cheguei aqui, porque a gente já via o ativismo do Judiciário, o ativismo político-ideológico. A gente viu o Lewandowski rasgar a Constituição aqui no impeachment da Dilma; deixou os direitos políticos dela. A gente está vendo esse inquérito das fake news desde 2019, uma espada na cabeça do povo de bem. Quem é de direita e quem é conservador é caçado, como caçavam cristãos na época de Cristo, jogando nas arenas para os leões. É o que está acontecendo no Brasil hoje, ou você não percebeu? Católico, evangélico, espírita... Aí, o Hugo Motta, agora eu quero ver se vai se acovardar ou se vai fazer valer 513 Deputados que votaram nele. Votaram, não! Nem todos. Marcel van Hattem foi contra e disse, anteviu o que está acontecendo lá, a covardia. E está sendo cassado. E você acha que... (Soa a campainha.) O SR. EDUARDO GIRÃO (Bloco Parlamentar Vanguarda/NOVO - CE) - ... esse negócio no Conselho de Ética contra ele, a toque de caixa, numa sexta-feira? Estão fazendo a audiência lá agora. Vazia, completamente, a Câmara dos Deputados, e fazendo... Você acha o quê, Presidente? Não tenha dúvida. Você vê a esposa do Ministro Alexandre de Moraes... Olha essa semana! Olha essa semana! A esposa do Ministro Alexandre de Moraes, Viviane. O escritório, R$129 milhões num contrato. A cada mês, R$3 milhões e tanto, US$500 mil. Meio milhão de dólares por mês! E só atuou em um processo. Tem 77 mil processos, o Banco Master, e ela atuou em um. Está tudo escancarado, a podridão toda vindo. Aí, o Ministro Toffoli, aquele que acabou com a Lava Jato, as delações, o pessoal que roubou e que diz que roubou vai ter que devolver o... (Soa a campainha.) O SR. EDUARDO GIRÃO (Bloco Parlamentar Vanguarda/NOVO - CE) - ... dinheiro, vai pedir o dinheiro de volta, réu confesso. É isso que a gente vai ver, Presidente? Aí, o Toffoli viaja para a final da Copa Libertadores, em Lima. Vai no avião, e junto dele vai o advogado do Banco Master. E, quando volta desse jogo, ele dá uma liminar e decide o sigilo máximo do caso. Para onde é que foram esses aviões, Presidente Styvenson - já lhe agradecendo para encerrar -? Para onde é que foram esses aviões? Os outros; o cara tinha dois jatos, andando para cima e para baixo. É isso que a gente quer saber. E agora tem uma novidade, tá? Se prepare! É de um senhor da CPMI do INSS, da roubalheira que escandaliza o Brasil, de um Governo que viu tudo acontecer e não agiu, e que ainda diz defender os pobres, que é o Governo Lula. (Soa a campainha.) O SR. EDUARDO GIRÃO (Bloco Parlamentar Vanguarda/NOVO - CE) - O Lulinha... Já não deixaram trazer o Frei Chico, não deixaram trazer o Lulinha, mas agora estão chegando... O sigilo foi quebrado, e se preparem para o que vem por aí, da relação do Careca do INSS, de que a Presidência do Senado, vergonhosamente, decretou sigilo de cem anos, para que você não saiba onde é que ele entrou aqui dentro do Senado... |
| R | Agora, chegou a relação do Lulinha com o Careca. Vamos ver! Vamos ver! O que mais nós precisamos de sinais?! Só se Jesus voltar e dizer: "Gente, olhem aqui! Olhem aqui! Vocês estão esperando o quê?". Presidente, o senhor está sendo muito benevolente. Eu prometi a V. Exa. que iria concluir e vou concluir. Não me dê mais tempo. (Soa a campainha.) O SR. EDUARDO GIRÃO (Bloco Parlamentar Vanguarda/NOVO - CE) - Foi um milagre essa CPMI ter sido instalada, com um comando independente, porque o PT tentou tomar, a base do Governo tentou tomar... Foi um milagre! Eu acho que foi a oração dos brasileiros. Por isso, continuem orando! Água mole em pedra dura tanto bate até que fura. Continuem orando para a gente libertar, fazer a redenção do Brasil, porque vai dar certo. Não tem mais poço! Precisamos só de homens de bem deste Parlamento para agirem no impeachment do Ministro imediatamente! E que Hugo Motta faça a sua parte lá e diga que não cumpra, não cumpra essa decisão, porque isso é palhaçada - se ele cumprir... Teve um trabalho de todo mundo votando, fazendo oitiva... E é a hora da verdade. Que Deus abençoe a nossa nação! E que você tenha um ótimo final de semana! Muito obrigado, Senador Styvenson. Tudo de bom para o senhor, para a sua família e a de todos os brasileiros! O SR. PRESIDENTE (Styvenson Valentim. Bloco Parlamentar Democracia/PSDB - RN) - Senador Eduardo Girão, eu estava dando tempo a V. Exa., porque a sua indignação é a minha também e a de muitos brasileiros, mas não é de uma maioria que hoje não consegue sentir isso que o senhor, ocupando a tribuna do Senado, explanou, disse. Essa nossa teimosia, essa nossa obstinação, tudo que insistimos fazer, desde 2019, é porque não concordamos com o que foi iniciado há cinco, seis anos atrás, e que hoje está sem controle. Hoje, é capa de todos os jornais e notícias, comentários não só políticos, mas jornalísticos, tudo isso que o senhor disse. Essa relação intrínseca, pessoal de poucos... Não vou dizer todos, não; não vou dizer a instituição STF, não, porque tem pessoas boas lá. Eu vejo que o Ministro Fachin, que assumiu agora, quer colocar ética, norma de conduta... Uma PEC minha, se o senhor não assinou ainda, está há dois anos esperando 27 assinaturas, para que o Conselho Nacional de Justiça submeta também o STF, por mais que tenha um Presidente do Conselho sendo um Ministro do STF... Alguma coisa tem que ser feita, porque hoje está sem controle. Nós não temos mais a função de fiscalização, nem de controle. Nem o impeachment a gente pode mais propor, porque todos os impeachments que foram propostos, os 81, têm lá uma característica de crime de responsabilidade. É imoral, é abusivo, é um escândalo ter uma relação pessoal de alguns ministros com pessoas criminosas, envolvidas em crimes. O avião, em que o Ministro viajou para ver, segundo a imprensa, tem alguma ligação com pessoas do PCC, com pessoas do crime organizado - e nós aqui aprovando projeto antifacção, tudo isso, lutando de um lado e de outro e tendo uma informação como essa. A população brasileira não está com a mesma indignação sua, não está com a mesma indignação minha, mas eu também concordo com a população, que está preocupada em ganhar seu dinheiro, em ter o seu trabalho, em levar sua comida para casa, em ter uma educação boa para o seu filho, que está preocupada com a segurança... Talvez todos esses problemas desviem a atenção do brasileiro para temas como esse. |
| R | Agora, dizer que é normal, dizer que tem explicação algo que foi citado - e que eu acho abominável, é algo escandaloso, é algo sem explicação -: mulheres, esposas, filhos de ministros terem processos, atuarem dentro de uma instituição que é a maior do país na Justiça em favorecimento próprio. Eu sempre achei que isso era uma aberração. Eu não posso ter um familiar meu no meu gabinete. A gente não pode, porque existe uma lei, que nós obedecemos, que nós fizemos e obedecemos, mas eles, não. Eles fazem. E fica por isso mesmo! Não tem mais pudor, não tem mais nada por debaixo dos panos, está tudo às claras. O óbvio já está muito claro... O SR. EDUARDO GIRÃO (Bloco Parlamentar Vanguarda/NOVO - CE. Fora do microfone.) - Isso. O SR. PRESIDENTE (Styvenson Valentim. Bloco Parlamentar Democracia/PSDB - RN) - ... para as pessoas verem, e eu não sei quem não consegue enxergar. O senhor disse que tem que renovar, são 81 Senadores, tem que trazer Senadores que tenham coragem. Eu acho que não é só coragem, não; é indignação. Não se trata só de coragem, não; é de ter uma vida limpa, de se sentar numa cadeira como esta e de fazer o que tem que ser feito. O SR. EDUARDO GIRÃO (Bloco Parlamentar Vanguarda/NOVO - CE. Fora do microfone.) - Isso. O SR. PRESIDENTE (Styvenson Valentim. Bloco Parlamentar Democracia/PSDB - RN) - Por mais que todo brasileiro, talvez, não esteja acompanhando temas como esse... E tem muitos brasileiros que não estão acompanhando, tem muito brasileiro que está preocupado com o que vai ganhar no Natal, com o que vai comprar, talvez com qual vá ser o show de final de ano... O SR. EDUARDO GIRÃO (Bloco Parlamentar Vanguarda/NOVO - CE. Fora do microfone.) - Isso. O SR. PRESIDENTE (Styvenson Valentim. Bloco Parlamentar Democracia/PSDB - RN) - ... com quem vá cantar em Copacabana ou com a Copa do Mundo, com quem vai? É o país da distração. É o país de coisas sérias, de problemas sérios como esse, que compromete não só a democracia, mas que escancara, na maior corte judiciária do nosso país, uma relação pessoal com pessoas envolvidas com crime organizado. Isso é deplorável. Se, aqui no Congresso, entre Senado e Deputados, no Executivo, Presidência, Governador, diz a população que tem corrupto, que tem pessoas que não deveriam estar ocupando essas cadeiras, o que dizer, então, de relações como essa? E o que pode ser feito? A pergunta é: quem é contra, agora, isso tudo? Quem contém todos esses abusos? Quem, hoje, pode se levantar contra esses Ministros do STF? Eu creio que tem pessoas que nem têm processo aqui, ocupando essas cadeiras, que nem têm a vida suja, que nem têm rabo preso, mas que têm medo. E têm medo de quê? De um forjado, de algo que vá ser construído contra a pessoa. E, curiosamente, vamos passar agora por uma eleição e ser reavaliados pela população, por tudo que nós fizemos aqui. Agora, o STF não. A gente está aí com um ministro para ser votado procurando cada Senador para ganhar voto; depois que senta na cadeira do STF, de forma vitalícia... Ah, amigo, não deve mais nenhum tipo de justificação! Os atos que fazem não interessa mais explicar a ninguém, nem ao brasileiro. E ainda diz a Constituição que o povo é que manda em tudo, mas o povo está dormindo, não está mandando mais em nada! Amigo, a sua indignação... Eu estava lhe dando o tempo para você esvaziar o seu coração para começar o ano que vem, porque o senhor é um homem insistente, é um homem teimoso, mas teimoso para, justamente, combater coisas como essa. Eu admiro a sua capacidade de se manter retilíneo naquilo em que acredita. Eu continuo assinando pedido de impeachment, eu continuo falando o que eu falo desde 2019, que é absurdo o que está acontecendo e que ninguém... Eu não vejo manifestação popular para o que está acontecendo, eu não vejo o povo... Talvez não atinja a vida da população, mas o Banco Master fraudou, desviou fundos de pensão, fundos de investimentos lá de prefeituras do Brasil afora, de órgãos públicos. Isso vai afetar a população. E, mais uma vez, vai ser a própria população que vai pagar, como sempre paga. Se isso não incomoda o brasileiro, amigo, eu não sei o que vai incomodar mais, não. Não sei se o Brasil perder a Copa do Mundo vai ser um incômodo para a gente. Será que o técnico do Brasil hoje é adequado? A discussão é essa. A discussão, até um dia atrás, era quem matou Odete Roitman. É o país que, infelizmente, não está atento para as coisas importantes. |
| R | O SR. EDUARDO GIRÃO (Bloco Parlamentar Vanguarda/NOVO - CE) - Deixe-me só falar uma coisa, Senador Styvenson. Eu assino embaixo de tudo o que o senhor disse. É o pão e o circo. Sabe aquela teoria da panela morna em que se coloca o sapo, e aí você vai esquentando, vai esquentando, vai esquentando, e aí o sapo está ali, está dormente e morre. É como o brasileiro está hoje. E você pode ter certeza de que quem está nos assistindo agora, neste horário, não faz parte dessa teoria, pois está ligado na política. O SR. PRESIDENTE (Styvenson Valentim. Bloco Parlamentar Democracia/PSDB - RN. Fora do microfone.) - Não entrou na panela. O SR. EDUARDO GIRÃO (Bloco Parlamentar Vanguarda/NOVO - CE) - Não entrou na panela! Se você pegar uma panela quente, fervendo e jogar o sapo, ele bate e pula, mas nós estamos sendo cozidos - nós brasileiros - por essa turma que está no poder, os poderosos de plantão, que têm a caneta na mão, aos poucos. E você que está nos assistindo ou nos ouvindo agora não participa disso! Você está atento à política, e eu o parabenizo. E tem gente aí, Styvenson, lá do interior do Rio Grande do Norte, do interior do Ceará, dos rincões aí do Brasil. Fale para a sua família, enquanto é tempo, sobre o que está acontecendo com o Brasil. Nós temos... Não só impeachment, não, a solução. Dizem: "Ah, a solução é impeachment, que não vai acontecer". Tem também a CPI do Banco Master. O senhor assinou, o senhor foi um dos primeiros a assinar o meu requerimento para a abertura dessa CPI, que já tem três semanas e 34 assinaturas, sendo que só precisava de 27, e não foi aberta ainda para a gente descobrir isso. E a gente sabe que vai ter boicote, como está tendo lá na CPMI do INSS - o senhor está sempre presente. Vai ter boicote de quê? Do STF, que vai dizer para pessoas não irem testemunhar, que não precisam nem ir, mesmo com a CPI aprovando; quebra de sigilo vai ser bloqueada por gente do Governo. Então, a gente sabe que isso vai acontecer. Você tem dúvida? Eu não tenho dúvida de que isso vai acontecer, mas a gente tem que fazer o nosso trabalho. Quer outra CPI? A do Senador Esperidião Amin, a CPI lá da "vaza toga". Você lembra o que aconteceu? Rapaz, vazaram informações lá do tribunal secreto do TSE. Um cara que trabalhava com o Ministro Moraes, outro brasileiro que foi embora - senão, estava preso -, exilado, Senador Styvenson, revelou como é que era feito o negócio. Eles pesquisavam, por ordem do Ministro, a vida do cara, se ele gostava do Lula, se ele gostava do Bolsonaro. Se gostasse do Lula, estava fora; se gostasse do Bolsonaro, entrava na lista lá para ser perseguido e para não ser solto! Olhe que loucura o que a gente está vivendo em pleno século XXI! Então, tem a CPI da "vaza toga", que já tem mais de dois meses, do Senador Esperidião Amin, aqui, na Casa, e nem sequer foi numerada, ou seja, não se tem vontade política de ir atrás. Quando os Senadores, aqui - pelo menos a maioria -, começarem a cobrar... Acontece, como aconteceu o recuo do Gilmar Mendes - é o que a gente pode entender. Pode ser jogo combinado? Pode, mas houve um recuo da decisão de que você, brasileira ou brasileiro, não pode dar entrada em pedido de impeachment mais. Lembra que decidiu isso na semana passada? O SR. PRESIDENTE (Styvenson Valentim. Bloco Parlamentar Democracia/PSDB - RN. Fora do microfone.) - O poder emana do povo. O SR. EDUARDO GIRÃO (Bloco Parlamentar Vanguarda/NOVO - CE) - O poder emana do povo! |
| R | E, depois da pressão aqui do Senado, com o discurso forte, inclusive, do Presidente Davi Alcolumbre, positivo, e das atitudes que a gente começou a fazer aqui, de leis, de PEC e tudo, ele voltou atrás ontem, já disse que não, que o povo pode dar entrada, mas manteve o quórum, com medo de 2027, porque vão chegar aqui novos Senadores. Que se mantenham os bons aqui, como o senhor, Senador Styvenson, mas que cheguem outros para ajudá-lo. Eu não vou estar aqui - eu sou contra a reeleição, sempre deixei claro isso -, mas que cheguem outros para ajudá-lo, se Deus abençoar o senhor para estar aqui representando o Rio Grande do Norte. O senhor tem feito um grande trabalho. Que cheguem outros para ajudá-lo, porque vai acontecer esse momento de redenção do Senado. Nós vamos estar com ajuda com muita oração, muito imbuídos da dificuldade do país - a dor ensina muito -, e o brasileiro vai acordar e vai tomar a decisão certa. Senador Styvenson, mais uma vez, muito obrigado pela sua paciência. Muito obrigado por o senhor ter aberto esta sessão. E eu sei que o senhor vai fazer ali uma menção a essa turma que veio. Muito obrigado. O SR. PRESIDENTE (Styvenson Valentim. Bloco Parlamentar Democracia/PSDB - RN) - Professora, só um minutinho, porque essas crianças não podem sair daqui sem que eu diga da presença de vocês aqui, dos alunos do ensino fundamental da Escola Municipal Santo Antônio, da linda cidade de Pirenópolis... O SR. EDUARDO GIRÃO (Bloco Parlamentar Vanguarda/NOVO - CE) - Olhe aí, rapaz! (Palmas.) O SR. PRESIDENTE (Styvenson Valentim. Bloco Parlamentar Democracia/PSDB - RN) - ... em Goiás. Vocês são bem-vindos. Os senhores, professores e professoras, têm uma responsabilidade imensa não só de escolarizar, mas também de fazer, muitas vezes, o papel - de quem, às vezes, não fez - para tornar essas pessoinhas cidadãs, para que possam cumprir com a missão que a gente está tentando cumprir aqui da melhor forma. Então, além de escolarizador, o senhor é educador também, o senhor é uma figura importantíssima para a sociedade. Que o senhor viva muito, para fazer o papel que, muitas vezes, outras instituições que deveriam dar exemplo estão destruindo. Então, ensine o caminho certo, porque a gente não vai precisar construir presídio, não; a gente vai construir mais escolas, para ter muito mais crianças fardadas, disciplinadas, organizadas, educadas, como eu estou vendo aqui. Parabéns, crianças! O SR. EDUARDO GIRÃO (Bloco Parlamentar Vanguarda/NOVO - CE) - Muito bem - muito bem! (Manifestação da plateia.) O SR. PRESIDENTE (Styvenson Valentim. Bloco Parlamentar Democracia/PSDB - RN. Fala da Presidência.) - De nada. Eduardo Girão, preciso agora informar que esta Presidência informa aos Senadores e às Senadoras que estão convocadas as seguintes sessões: sessão especial hoje, às 15h, destinada a promover o lançamento do Índice de Instituições de Ensino Superior Empreendedoras, produzido pela Confederação Brasileira de Empresas Juniores (Brasil Júnior); sessão especial na segunda-feira, dia 15 de dezembro, às 10h da manhã, destinada a celebrar o Dia da Bíblia - toda a honra e glória a Deus, sempre! -; e sessão não deliberativa também na segunda-feira, às 14h. O senhor deve estar presente aqui, não é, às 14h? Eu abri a sessão especialmente para o senhor hoje. O SR. EDUARDO GIRÃO (Bloco Parlamentar Vanguarda/NOVO - CE. Fora do microfone.) - Obrigado, querido. O SR. PRESIDENTE (Styvenson Valentim. Bloco Parlamentar Democracia/PSDB - RN) - Cumprida a finalidade desta sessão, a Presidência declara o seu encerramento. (Levanta-se a sessão às 10 horas e 47 minutos.) |

