Notas Taquigráficas
3ª SESSÃO LEGISLATIVA ORDINÁRIA
57ª LEGISLATURA
Em 22 de outubro de 2025
(quarta-feira)
Às 10 horas
150ª SESSÃO
(Sessão Especial)
| Horário | Texto com revisão |
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| R | A SRA. PRESIDENTE (Augusta Brito. Bloco Parlamentar Pelo Brasil/PT - CE. Fala da Presidência.) - Bom dia a todas e a todos que estão presentes. Declaro aberta a sessão. Sob a proteção de Deus, iniciamos os nossos trabalhos. A presente sessão especial foi convocada em atendimento ao Requerimento nº 716, de 2025, de autoria desta Presidência e de outras Senadoras e Senadores, aprovado pelo Plenário do Senado Federal. A sessão é destinada a celebrar e promover o lançamento do programa Zap Delas, no Senado, disponível por meio do número... Como é o lançamento, eu quero aqui registrar o número que vai ficar disponível a partir de agora, neste momento, para que todas as mulheres do nosso país possam utilizar, se necessitarem. O número é: (61) 983090025. Só para repetir: (61) 983090025. |
| R | E agora eu quero ter o prazer e a honra de convidar, para compor a mesa desta sessão especial, as seguintes convidadas. Queria convidar aqui a Senadora Teresa Leitão, que é Vice-Líder da Bancada Feminina do Senado Federal, deu o prazer de vir até aqui. (Palmas.) Já vou convidando as demais, né? Quero convidar também aqui a Senadora Jussara Lima, lá do Piauí, Senadora também atuante. (Palmas.) A Exma. Sra. Ministra Edilene Lôbo, Ministra do Tribunal Superior Eleitoral, que nos honra muito com a sua presença. (Palmas.) A Sra. Ellen Costa, Coordenadora-Geral do Ligue 180 do Ministério das Mulheres, representando aqui a Ministra Márcia Lopes. Seja bem-vinda. (Palmas.) A Sra. Raquel Branquinho, Diretora-Geral da Escola Superior do Ministério Público da União. Seja bem-vinda. (Palmas.) Uma honra ter essas grandes mulheres. E a Sra. Deputada Estadual Juliana Lucena, que é Procuradora Especial da Mulher na Assembleia Legislativa do Estado do Ceará, uma Deputada também atuante lá no nosso estado. (Palmas.) Quero agradecer imensamente aqui a vinda de todas, dizer que estou muito feliz em poder contar com essas mulheres aqui. Uma representatividade muito bonita; hoje não teve cota para homem, viu? E agora eu convido todas e todos para, em posição de respeito, acompanharmos o Hino Nacional. (Procede-se à execução do Hino Nacional.) |
| R | A SRA. PRESIDENTE (Augusta Brito. Bloco Parlamentar Pelo Brasil/PT - CE) - Agora, já dando início e continuidade aqui, para que eu possa usar a tribuna, eu queria pedir para a Senadora Teresa assumir aqui a Presidência. Prometo ser rápida. (Pausa.) (A Sra. Augusta Brito deixa a cadeira da Presidência, que é ocupada pela Sra. Teresa Leitão.) A SRA. PRESIDENTE (Teresa Leitão. Bloco Parlamentar Pelo Brasil/PT - PE) - Antes de a Senadora Augusta iniciar seu pronunciamento, eu quero registrar a presença da Senadora Zenaide Maia e do Senador Rogério Carvalho. Com a palavra a Senadora Augusta Brito. A SRA. AUGUSTA BRITO (Bloco Parlamentar Pelo Brasil/PT - CE. Para discursar.) - Obrigada, bom dia a todas, bom dia a todos. Quero aqui cumprimentar a mesa, nas pessoas da Presidenta, nossa Senadora Teresa Leitão, e da Senador Jussara; agradeço às duas pela parceria. Quero agradecer à Senadora Zenaide. Quero dizer que foi muito importante todo o trabalho que ela fez na Procuradoria, antecedeu-me. Muito obrigada, Senadora Zenaide, pela parceria de sempre e por estar aqui presente neste momento, que é muito importante para todas nós mulheres na política. Quero aqui agradecer imensamente à Ellen Costa, que vem representando a Ministra Cida, leve o nosso abraço; à nossa querida Ministra do Tribunal Superior Eleitoral Edilene Lôbo, que é uma grande parceira também da Procuradoria, e agora vamos fazer, se Deus quiser, e os trabalhos também, muitas ações de forma conjunta para que a gente possa otimizar os nossos trabalhos. Queria aqui também agradecer à nossa querida Procuradora Regional da República Dra. Raquel Branquinho, também pela parceria de sempre; e à nossa querida Deputada Estadual e Procuradora do Estado do Ceará Juliana Lucena, que vem fazendo um trabalho muito importante lá no Estado do Ceará. |
| R | Eu quero aqui, de uma forma rápida e muito feliz, falar e agradecer a todos os atores que foram responsáveis para que a gente pudesse hoje estar fazendo o lançamento do Zap Delas: desde o nosso Presidente aqui do Senado Federal, Presidente Davi Alcolumbre, quando designou que eu estivesse como Procuradora por esse período, a toda a equipe da Procuradoria, as advogadas, a nossa querida Raquel, que está aqui, por enquanto, prestando seus serviços, mas futuramente espero eu que esteja de fato e de direito. Quero agradecer imensamente - eu vou pedir aqui a lista dos nomes, para poder não esquecer nenhuma -, mas eu quero dizer o que é e por que veio essa ideia do Zap Delas para a Procuradoria Especial da Mulher. Nós estamos aqui a um ano do período eleitoral. E nós que estamos diretamente com um mandato, mas não obrigatoriamente só quem tem mandato, as mulheres que estão à frente de... Nossa Senadora Damares, que aqui chegou, muito obrigada também pela presença, seja bem-vinda, também é outra parceira na luta do combate à violência contra nós mulheres, seja em qual nível for. Hoje, especificamente, a gente está lançando uma ferramenta dentro do Senado Federal, através da Procuradoria Especial, que é o Zap Delas, que vai tratar sobre violência política de gênero. E eu estava falando ontem, num seminário de Vereadoras - e vejo que várias que estavam lá estão aqui presentes hoje -, sobre violência política, como ela acontece diariamente conosco, que estamos com o mandato - e quem não tem mandato imagine aí como é que não deve sofrer muito mais. Então, a gente vem com essa ferramenta um ano antecedendo as eleições por entender que ela é muito necessária para que a gente possa fortalecer ainda mais a participação da mulher na política sem muita dor, sem sofrimento. Que a gente possa ocupar os espaços que também são nossos por direito, que a gente ocupe esses espaços sem sofrimento, sem dor, sem ter que estar sendo violentada em nenhum dos seus direitos. E não é infelizmente o que a gente vê. O que a gente sente é a violência política de gênero diária. Desde quando a gente tem um mandato, você tem um mandato, você é detentora daquele mandato, mas ainda existe julgamento sobre se você realmente tem capacidade para estar nele. Sempre o julgamento sobre nós mulheres é sobre a nossa capacidade, quem foi que botou, como é que se veste, como é que se porta, como é que fala. E a gente sempre tem que estar provando que a gente está ali naquele espaço porque a gente tem competência, a gente tem inteligência, a gente tem capacidade, para além de tantos outros objetivos e adjetivos que a gente também tem. E aí o Zap Delas vem para fazer, no seu primeiro momento, o acolhimento e o recebimento de denúncias. Isso é uma das nossas primeiras tarefas dentro do Zap Delas. Segundo, nós vamos fazer o quê? Orientar e também dar um suporte jurídico para essas vítimas que ali precisarem. A gente também vai ter isso, porque a gente já tem uma equipe toda capacitada para fazer esse suporte jurídico. E vamos fazer - o que é uma das coisas em que eu acredito também, e todas são importantes - a interlocução com as instituições competentes, para que a gente possa dar uma resposta àquelas mulheres que assim procurarem, porque a gente vê muita reclamação: primeiro, de não ter acolhida; segundo, de não saber onde procurar; terceiro, de não ter resposta. Então, o Zap Delas vem exatamente pegando o que nós recebemos de maiores demandas, de denúncias, enfim, e de queixas sobre nós mulheres, porque a gente já tem a lei, só que essa lei verdadeiramente precisa ser efetivada. Então, para isso, a gente está criando aqui um instrumento que vai ajudar. |
| R | Por fim, a gente vai também fazer um monitoramento de todos os casos, porque a gente quer saber o que deu até o final, o que exatamente é. Nós reclamamos e nós não temos uma acolhida, a gente não tem e não sabe para onde ir, a gente não tem a resposta quando a gente consegue chegar até lá e, muito menos, a gente tem isso num prazo rápido e com a celeridade de que a gente necessita. Então, o Zap Delas vem querendo, fazendo e sendo esse instrumento de apoio, para que todas as mulheres que precisarem se utilizar dele entendam que, sobre a questão da violência política, elas não vão estar sós; elas vão ter uma ferramenta no Senado Federal, na Procuradoria Especial, que vai estar ali com elas em todos os passos de que elas necessitarem. Se necessitarem também fazer uma denúncia... Aliás, os acompanhamentos serão feitos aqui com muita responsabilidade pela nossa equipe. Eu quero falar e dizer aqui o nome da nossa equipe, porque foi um tempo curto: eu digo que, às vezes, a gente tem umas ideias em que a gente dorme pensando e acorda fazendo; sonha e vai realizar. Eu quero aqui agradecer e pedir para que a equipe possa vir aqui à frente para que todas possam conhecer. Nós temos aqui a Raquel Andrade, que ainda não é oficialmente, mas será. Por favor, venha aqui para a frente. (Palmas.) Patrícia Chaves, que é lá do gabinete, mas aqui a gente virou uma coisa só. É a nossa advogada. Arianne Souza. Como ela está grávida, pode ficar em cima para não descer e subir a escada. (Palmas.) A Karen, que também está aqui contundida; mas todas as contundidas estão aqui. (Risos.) A Sarah, a Inácia, a Francilene, a Ingrid, a Laysa Mara e a D. Maria do Amparo. Está faltando mais alguém? (Palmas.) Venha para cá, venha para cá. Essa aqui, por incrível que pareça, é a nossa equipe, que é oficial, formal. Vocês podem dizer assim que a equipe não é grande para atender ao país todo, mas ela é capaz, ela vai fazer o atendimento. Todas as mulheres que precisarem utilizar a ferramenta Zap Delas no Senado Federal terão essas grandes mulheres com muita responsabilidade e capacidade de fazer tudo o que a gente está se propondo a fazer. Aqui, nós não estamos vendendo um programa, nem vendendo facilidade. Nós estamos aqui, com muita responsabilidade. Depois de estudar muito, de passar noites fazendo o fluxograma e as parcerias necessárias, estamos aqui com essa equipe totalmente capacitada para fazer o atendimento, seja de qual estado for, de qual cidade for. Da cidade menor que nós tivermos à maior, nós estamos aí com essa equipe para fazer o atendimento no combate à violência contra nós mulheres. Além delas, existe toda uma rede de apoio, do Senado Federal também, que conta com a Ouvidoria, com a Advocacia-Geral do Senado, com a Polícia do Senado. Com todos os órgãos competentes que a gente pode ter no Senado Federal, nós fizemos reuniões, nós fizemos contato, nós estamos alinhados com essa rede também de colaboradores para que tudo aconteça da melhor forma, aconteça verdadeiramente e faça a diferença para que a gente possa incentivar cada vez mais mulheres a entrarem na política. Então, muito obrigada às nossas colaboradoras. (Palmas.) Obrigada a todos vocês. |
| R | Eu disse que não iria falar muito, mas eu gostaria aqui de agradecer ao Ibraflor, que está proporcionando e dando essas rosas, essas flores. Quem quiser pode levar, ele realmente doou. Então é com muita felicidade que eu agradeço também esse carinho para nós, mulheres. E eu quero dizer que nós estamos aqui para fazer, verdadeiramente, a diferença, unindo forças, e que, através dessa ferramenta, nós vamos fazer ainda outras ações na Procuradoria, de parceria com as Procuradorias estaduais e com as Procuradorias municipais, para que a gente possa fazer uma rede de Procuradorias no Brasil, para que a gente saia ainda mais fortalecido. Porque nós temos que ter certeza, e, verdadeiramente, eu vou terminar com uma... Sempre eu falo. Quem é do Ceará já me ouviu falando, mas quem não é vai ouvir pela primeira vez. Eu estive em um curso em que estavam falando sobre a questão de mulheres negras, do racismo, e eu ouvi a fala de uma mulher negra. Não estou aqui, como é que eu diria, me empossando dela, mas quero muito falar porque ela me tocou muito, me chamou muito a atenção. Ela disse que acha lindo quando a gente diz: “Ninguém solta a mão de ninguém”. Só que ela disse assim: “Mas aí, na minha, ninguém segurou ainda; então, como é que eu não vou soltar, se ninguém segurou nessa mão?”. Então aqui, verdadeiramente, na Procuradoria e no Zap Delas, a gente quer dizer para as mulheres que elas não estão sós, que não precisam sofrer violência política nem ficar caladas para poder permanecer naquele ambiente que as exclui e expulsa sempre. Nós somos pertencentes desse local de decisão, de poder, de estar na política, e nós precisamos, verdadeiramente, segurar a mão umas das outras. Então, muito obrigada. Que o Zap Delas seja um sucesso! Vamos divulgar o número que está ali. Eu vou repetir mais uma vez: o DDD é (61) 98309-0025. Vamos lá, vamos divulgar! Todas podem já utilizar esse número a partir de hoje. Muito obrigada a todas e a todos que aqui estão. (Palmas.) A SRA. PRESIDENTE (Teresa Leitão. Bloco Parlamentar Pelo Brasil/PT - PE) - Devolvo a Presidência para a Senadora Augusta Brito. (A Sra. Teresa Leitão deixa a cadeira da Presidência, que é ocupada pela Sra. Augusta Brito.) A SRA. PRESIDENTE (Augusta Brito. Bloco Parlamentar Pelo Brasil/PT - CE) - Bem, dando continuidade, nós vamos aqui ter o prazer de ouvir a nossa querida Ministra Edilene Lôbo. Já justifico que ela tinha outro evento e priorizou aqui estar com a gente, mas vai ter que sair um pouco antes. Então, a gente já passa a palavra, de imediato, para que ela possa fazer o uso da tribuna. Muito obrigada, Ministra. A SRA. EDILENE LÔBO (Para discursar.) - Sou eu a agradecer. Bom dia! Muito obrigada pela nossa companhia, por este encontro. E eu não poderia, certamente não poderia, deixar de participar, de presenciar, de agradecer e de cumprimentar essa energia das mulheres desta Casa, das mulheres deste país, para que, de fato, a política se torne um lugar seguro para todas as pessoas, principalmente para a maioria delas. Eu preciso cumprimentar a minha amiga Senadora Augusta, a Senadora Jussara e a Senadora Teresa Leitão; a representante da Ministra de Estado das Mulheres; a Sra. Deputada Estadual e Procuradora Juliana Lucena; a minha querida amiga, uma das minhas ídolas nessa luta, Dra. Raquel Branquinho. |
| R | Amigas, advogadas, servidoras, todas as pessoas que nos acompanham, hoje é um dia, de verdade, Senadora Zenaide, para nós nos jubilarmos. Eu tenho que cumprimentar todo mundo aqui, com muita admiração e respeito, e tenho que marcar a presença dessas Senadoras, na pessoa agora de Augusta Brito, que fizeram e fazem essa representação nesta Casa, desassombradas, interessadas em boas práticas que promovam, de verdade, a proteção das mulheres. Sabem por quê? Porque mulheres, pessoas humanas, importam muito para todas as outras pessoas! Um ambiente seguro, indene da violência, diz de um mundo bom para os homens, para os meninos, para a sociedade brasileira. É por isso que aqui não se trata de um invento, de uma iniciativa, de uma conjunção de energias para um grupo de pessoas; trata-se de uma oferta generosa para toda a sociedade brasileira. Essas mulheres desta Casa de verdade se dedicam a essas boas práticas para a proteção desse ambiente. A política, essa palavra feminina, tem que ser ressignificada, tem que voltar a ser um lugar de bons debates, tem que voltar a ser um lugar seguro para todas as pessoas, especialmente as mulheres, que constroem a riqueza deste país e o carregam nas costas. Longe de superficialidades e muito próximas à realidade que revela a face da violência sistêmica contra as mulheres, todas essas mulheres dedicadas - eu aproveito para falar delas na pessoa da Senadora Augusta Brito e observo, notem, mulheres de diferentes espectros políticos -, todos os dias, como nós estamos vendo hoje, entregam muito para este país. Hoje, a entrega é o Zap Delas, que eu já salvei, já abri e já comecei a divulgar. Agora mesmo, vou à universidade discutir sobre cidades e justiça socioambiental, e não existe cidade sem segurança para as mulheres. O Zap Delas é uma dessas engenhosidades para as cidades seguras, as cidades inteligentes. Por isso é que - já vou lhes adiantando -, no meu prejuízo próprio, eu terei que sair imediatamente, mas quero, por intermédio das minhas colegas e amigas aqui presentes, acompanhar a finalização deste evento e comprovar, com certeza, o sucesso que ele é. O Zap Delas, então, tem aqui a inauguração de uma rede de proteção, informação e acolhimento que vem de muito tempo; que vem, inclusive, da conexão analógica que as primeiras Senadoras que atuaram na Procuradoria, as mulheres nos estados, nos municípios, as procuradoras, com muito esforço, inauguraram. Na verdade, é uma conexão do mundo analógico com o mundo digital, para fazer com que esse ambiente, o ambiente digital, extremamente perverso com mulheres e com crianças - marcadamente mulheres e crianças negras -, volte-se à serventia dessa imensa maioria. |
| R | É bem conhecido de todo mundo, e especialmente de nós mulheres, da população negra, das mulheres negras, que a tecnologia, em certa medida, vem se servindo da sociedade. Parece mesmo uma apropriação; a chamada inteligência artificial generativa parece ser uma apropriação da inteligência social, para que poucos ganhem muito. O Zap Delas vira esse jogo, nessa medida importante, para a proteção das mulheres e enfrentamento à violência política de gênero. Essa virada de mesa, com esse gesto, com essa entrega, demonstrando que a tecnologia pode servir às pessoas, diz mesmo, não da inteligência artificial generativa, querida Senadora Zenaide, com todos os meus respeitos; quer dizer de uma inteligência dos afetos para as gerações. A IAGen, que nós estamos trabalhando aqui, com o Zap Delas, é a inteligência dos afetos para as gerações presentes e alguma projeção para as gerações futuras. Eu tinha mesmo que estar aqui de pé e assistir à entrega dessa verdadeira oferta de amor para a sociedade brasileira. Que ela dure, que ela se repita, que ela seja copiada, que ela seja uma demonstração de que, sim, as mulheres criam, inventam, constroem, educam, legislam, maternam, tudo isso para que a vida seja uma festa em que todas as pessoas possam participar! Eu, portanto, venho agradecer muito, penhoradamente, a existência de cada uma que oportunizou este dia de hoje. Eu estive aqui há mais de um ano com a Senadora Augusta, eu falava com ela e, note, ela acolhe todas as ideias que são aqui apresentadas nessa luta ingente contra a violência política de gênero. Eu apresentava para ela uma sugestão minha, num livro que eu escrevera sobre as delegacias digitais para o enfrentamento à violência política contra as mulheres. O Zap Delas é muito mais do que isso. Muito obrigada, muito obrigada mesmo, gratidão. O Brasil deve muito a essa iniciativa. Até uma próxima oportunidade, e me desculpem por sair assim tão abruptamente. Até! (Palmas.) A SRA. PRESIDENTE (Augusta Brito. Bloco Parlamentar Pelo Brasil/PT - CE) - Muito obrigada. Nós que agradecemos imensamente essa parceria. Já fizemos várias reuniões - ela vai saindo, mas eu vou contar aqui, porque ela é muito importante -, várias reuniões, inclusive virtuais. Nessas nossas dormidas e acordadas, a gente diz assim: "Tivemos uma ideia, vamos aqui compartilhar". E a gente já fez reuniões virtuais de vários projetos e iniciativas pelos quais a gente tem maior consideração e respeito. Por isso, quero agradecer. Eu quero chamar aqui agora a nossa querida Senadora Zenaide para vir para a mesa, por favor, nos dar o prazer de se sentar aqui com a gente. Você faz parte desse processo, faz parte dessa conquista, com certeza. Muito importante a nossa Senadora lá do Rio Grande do Norte. (Palmas.) Vem para cá, a gente fica muito feliz com a sua presença. E agora eu queria pedir para a Secretaria-Geral da Mesa a exibição do vídeo institucional que foi preparado pela TV Senado - pelo qual eu quero agradecer a toda a comunicação do Senado, todo o empenho de todas, especialmente de todas e de todos -, para que a gente possa ver aqui o vídeo, que foi feito também num curto tempo, mas que ficou ótimo, ficou maravilhoso. Vamos assistir ao vídeo. (Procede-se à exibição de vídeo.) |
| R | A SRA. PRESIDENTE (Augusta Brito. Bloco Parlamentar Pelo Brasil/PT - CE) - Agradeço o empenho de todos para que tudo desse certo e fosse feito o vídeo, toda a comunicação do Senado, todas as reuniões que nós fizemos. Agradecemos muito a compreensão pela nossa insistência em correr com tudo, mas que bom que ficou ótimo. Tenho certeza de que vai ser bem divulgado aqui por todas e todos que aqui estão, para que a gente possa fazer a diferença verdadeiramente na vida de mulheres na política. Eu queria, dando continuidade, passar a palavra para a Senadora Teresa Leitão, nossa Vice-Líder da Bancada Feminina, que poderá também usar a tribuna e que nos honra muito com sua presença, uma grande Senadora, que tem um trabalho maravilhoso. E também aqui agradecer à Ludmila, que aqui está assessorando, muito obrigada. Em sua pessoa, agradeço a todas e a todos que aqui estão assessorando a nossa sessão - muito obrigada. Agora a nossa querida Teresa pode usar a tribuna. A SRA. TERESA LEITÃO (Bloco Parlamentar Pelo Brasil/PT - PE. Para discursar.) - Bom dia a todas e a todos que cumprem a cota e nos honram com a sua presença. Quero cumprimentar a Senadora Augusta Brito, requerente desta sessão, a nossa titular da Procuradoria da Mulher; cumprimentar a Senadora Jussara Lima; cumprimentar a Senadora Zenaide Maia; cumprimentar a Ellen Costa, representando a Ministra de Estado das Mulheres, ela que é Coordenadora-Geral da Central de Atendimento à Mulher; cumprimentar, apesar de já ter saído, e elogiar a brilhante fala de Dra. Edilene Lôbo, Ministra do Tribunal Superior Eleitoral; cumprimentar a Juliana Lucena, Deputada Estadual e Procuradora Especial da Mulher na Assembleia Legislativa do Estado do Ceará; cumprimentar a Dra. Raquel Branquinho, Procuradora Regional da República. A cada uma de vocês, nossos respeitos, nossa admiração pela vida e pela luta. Acho que esse Zap Delas consegue traduzir o que o cancioneiro popular diz sobre nós. Nós estamos na política e sabemos o que é estar na política, com a dor e a delícia de sermos o que somos. Violência política é um conceito novo. Aliás, a violência contra a mulher passa a ser recentemente categorizada. Ela se manifesta de tantas formas, tantas maneiras, que a gente hoje precisa defini-las. Não é uma simples violência de gênero, a violência doméstica, a violência patrimonial, a violência obstétrica, a violência psicológica, e a gente sabe que às vezes elas se juntam todas contra uma só. E agora a violência política, que eu considero a mais recente, e por que ela é a mais recente? Porque esse espaço da política, historicamente, pela composição do patriarcado e da nossa sociedade patrimonialista, machista, não foi um espaço destinado a nós. Nós cavamos esse espaço, mas, ainda, inclusive, somos minoria nesses espaços de poder. |
| R | Estar num espaço deste nos responsabiliza com todas as mulheres, que são a maioria da sociedade. Dizem que as mulheres definem o voto. Então, cada mulher que chega a uma Câmara de Vereadoras, que chega a uma Assembleia Legislativa, que chega à Câmara de Deputadas, que chega ao Senado da República precisa estar consciente do que ela representa. Evidentemente, ninguém se elege só com os votos das mulheres. Nós temos um compromisso mais amplo, mas, dentro desse compromisso mais amplo, determinadas pautas, mesmo que não sejam focadas diretamente na mulher, contribuem, sim, para a emancipação das mulheres: a luta pela democracia, a luta pela soberania, o combate às desigualdades sociais, em que a maioria das desiguais são mulheres, negras, periféricas, sem conclusão de educação básica, subempregadas, que vivem a depender de um companheiro, muitas vezes, alcoólatra, muitas vezes, violento, que as prende em casa por conta dos filhos. Então, políticas gerais que têm esse foco na igualdade e no combate às desigualdades também são políticas que ajudam as mulheres. A violência política nos ataca de uma maneira subliminar. É como se dissessem assim: "Você está aqui de enxerida, esse lugar não lhe pertence". Formalmente, as mulheres que adentram o ambiente legislativo têm os mesmos direitos dos homens: nós temos o mesmo subsídio, temos a mesma quantidade de assessores, temos a mesma estrutura de gabinete, porém, o que é que nos diferencia? Primeira coisa: o acesso àqueles chamados cargos mais importantes dos Poderes, como existe também no Poder Judiciário, como existe também no Poder Legislativo. Um exemplo é a minha categoria. Eu sou professora. Oitenta e três por cento do magistério público é formado por mulheres, vejam as fotos nas secretarias de educação dos seus estados. Quantas mulheres foram secretárias? Ei, Reitora, quantas mulheres são reitoras? Quantas mulheres são ministras da educação? Afinal, quantas mulheres são ministras? Quantas mulheres estão nos cargos mais altos de comando do Poder Judiciário? Assim também é na política. Isso é uma forma de nos desanimar, isso é uma forma de dizer: "Você chegou porque o voto é universal, mas aqui sua vida não vai ser fácil, não, bichinha. Se prepare, porque nós vamos dificultar a sua vida". E isso é dificultado dessas maneiras explícitas, às vezes, e, às vezes, é até um elogio disfarçado: "Menina, como você é boa, hein? Rapaz, você conseguiu, hein? Gostei da sua fala", como quem diz... |
| R | Ou, então, dizem que a gente tem que estar sempre bonita, bem vestida, sorridente. Ninguém chama um homem feio de feio, ninguém exige que o terno dos homens esteja impecável, inclusive sem caspas. mas nós temos que ter uma renovação de visual muito mais exigente do que os homens. Isso não nos desanima, porque isso é fruto de uma sociedade que foi construída assim. Só que tudo que é socialmente construído pode ser socialmente reconstruído, desconstituído e reconstruído. Então, Senadora Augusta, o Zap Delas é isso. Foi muito importante e muito interessante a ligação que a Dra. Edilene fez de uma ferramenta digital, à distância, fria, que vai acolher as nossas dores, que vai acolher a realidade da vida das mulheres que são violentadas politicamente. Quando eu vi a proposta, eu disse: "Puxa, que sacada da Senadora Augusta!". É para isso que serve a tecnologia. Ela deve servir para nos humanizar e não para nos afastar umas das outras. E o Senado, ao abrir essa possibilidade, está dando também uma demonstração de que não está aqui numa redoma. Está lá também na vida real, está lá também preocupado com as condições de vida das mulheres na política. Quem chega a esses espaços chega pelo voto. Não estamos fazendo favor, nem devendo favor, a não ser o compromisso com os nossos eleitores e as causas pelas quais nós nos elegemos. Então, temos o direito de ser quem somos, de atuar como somos. Aqui no Senado, nós temos dois organismos: a Procuradoria da Mulher e a Bancada Feminina, que reúne suprapartidariamente todas as Senadoras e de que eu sou Vice-Líder. São espaços importantes, mas são espaços que precisam estar devidamente conectados, para usar a linguagem do zap, com a realidade de vida de nossas mulheres. Concluindo, eu tive um projeto de lei aprovado na Assembleia Legislativa de Pernambuco, quando eu era Deputada, que foi, inclusive, alterado e melhorado depois que eu saí e que cria a política de prevenção à violência política praticada contra mulheres em espaços de poder. Ele se destina a nós mulheres Parlamentares e a mulheres no Executivo, Zenaide -, no Executivo também. O exercício de poder das mulheres nesses espaços precisa ser respeitado. Ele não é nenhum favor, ele é um avanço da sociedade. Ter mulheres em espaços de poder significa que a sociedade está se emancipando, está avançando, e praticar violência contra a nossa chegada a esses espaços tem que ser um ato coibido, tem que haver prevenção contra isso, tem que haver políticas que evitem que isso aconteça. Eu desejo que o Zap Delas, que hoje já nasce vitorioso com esta plenária repleta de representações, com esta mesa tão representativa, possa, de fato, atingir o seu objetivo e a gente possa dizer a palavra de ordem mais emblemática do movimento feminista, que hoje foi ampliada. Ela começou dizendo assim: "Lugar de mulher é na política, porque é na política que as coisas se definem". Hoje a gente ampliou para: lugar de mulher é onde ela quiser. Que queiramos e queiramos sempre mais para nós e para as que virão depois de nós. |
| R | Muito obrigada. (Palmas.) A SRA. PRESIDENTE (Augusta Brito. Bloco Parlamentar Pelo Brasil/PT - CE) - Obrigada, Senadora Teresa, nós é que agradecemos a sua participação na política, tão ativa aqui dentro do Senado também. Quero aqui fazer um agradecimento muito importante à nossa Diretora-Geral, Ilana, porque ela foi uma das, eu diria, incentivadoras para que a gente fizesse realmente acontecer o mais rápido possível, e já aconteceu. Então, muito obrigada. Ela não pôde estar presente por outras tarefas, mas receba o nosso agradecimento aqui de coração. Registro a presença também da Dra. Jaceguara Dantas, Desembargadora do TJ do Rio Grande do Sul - muito obrigada pela presença -; e do Dr. Fábio, que é Juiz também, muito obrigada pela presença. Eu vou registrar a presença aqui de várias mulheres e pessoas que aqui estão - e homens também. Quero agradecer imensamente a: Sra. Primeira Secretária da Embaixada da República Dominicana, Cruz María Capellán, muito obrigada pela presença; Sra. Presidenta da Comissão da Mulher Advogada da Ordem dos Advogados do Brasil do Distrito Federal, Sra. Sthefany Vilar, muito obrigada; Sra. Promotora de Justiça do Ministério Público do Estado Espírito Santo, Andrea Teixeira de Souza, obrigada pela participação; Sr. Prefeito do Município de Morretes, do Estado do Paraná, Sebastião Brindarolli Júnior, muito obrigada pela presença; Sra. Vereadora do Município de Luislândia, do Estado de Minas Gerais, que é a Júnia do Gerais; Sra. Vereadora do Município de Apucarana, do Estado do Paraná, Eliana Rocha; Sras. Vereadoras do Município de Morretes, do Estado do Paraná - veio aí muita gente desse município: a Sra. Samira da Saúde, a Sra. Silvia, e a Taninha da Luz, muito obrigada também pela presença. Registro a presença também: da Sra. Vereadora do Município de Correia Pinto, do Estado de Santa Catarina, Rosemeri Vieira Coelho, muito obrigada pela presença; da Dra. Adalgiza Aguiar, também muito obrigada pela presença aqui neste ambiente; da nossa querida também Presidente da Câmara lá de Guaraciaba do Norte, Helena Marcia, muito obrigada pela presença, lá do Estado do Ceará. E agora, dando continuidade, eu concedo a palavra à Senadora Jussara Lima, que poderá usar aqui a tribuna. Muito obrigada, minha parceira Jussara. Lá no Estado do Ceará a gente diz que a gente é o quê, Jussara? (Intervenção fora do microfone.) (Risos.) A SRA. PRESIDENTE (Augusta Brito. Bloco Parlamentar Pelo Brasil/PT - CE) - A gente é the best, né? Somos amigas, parceiras. Com a palavra. A SRA. JUSSARA LIMA (Bloco Parlamentar da Resistência Democrática/PSD - PI. Para discursar.) - Bom dia a todos e a todas. Quero cumprimentar aqui a Presidente desta sessão solene, a querida Senadora Augusta Brito, essa mulher inspiradora que procura estar lado a lado de todas nós mulheres brasileiras, e que vem fazendo um destacado trabalho aqui no Senado da República. Chego a dizer que somos quase irmãs, irmãs de alma. |
| R | Quero cumprimentar a Senadora Zenaide, essa grande mulher que esteve também à frente da Procuradoria da Mulher, recentemente aqui no Senado; cumprimentar a Dra. Raquel; cumprimentar todos que fazem parte da mesa e todas as mulheres que aqui se encontram, porque todas vocês são importantes. Nós somos as vozes de todas as mulheres do nosso país. Quero agradecer, como falei, à Senadora Augusta e parabenizá-la. Quero cumprimentar a minha querida amiga Teresa Leitão. Costumo dizer que a Senadora Teresa Leitão é uma mulher corajosa, é uma mulher destacada aqui no Senado da República, e eu aprendo todos os dias com a Senadora Teresa Leitão. Essa é uma ação fundamental da Procuradoria da Mulher e, na verdade, um verdadeiro presente em prol de todas nós, mulheres. O Zap Delas representa uma ferramenta moderna e crucial no combate à violência política de gênero. Com um canal direto pelo WhatsApp, agora nós não vamos nos calar, porque nós sabemos que aqui no Senado da República tem um órgão chamado Procuradoria da Mulher, em que, através de um telefone e do número de um celular, nós podemos fazer denúncias de todos os tipos de violência, especialmente a violência de gênero. É realmente inspirador ver o Senado avançando com ações concretas que protegem, empoderam e dão voz às mulheres em todos os espaços. Seguimos juntas, com coragem e compromisso, na construção de um Brasil mais justo e igualitário para todas nós. Deixo aqui o meu abraço a todas vocês que vieram de outros estados, daqui do Distrito Federal. Essa luta é de todas nós. Estamos juntas, irmanadas e de mãos dadas. Muito obrigada. (Palmas.) A SRA. PRESIDENTE (Augusta Brito. Bloco Parlamentar Pelo Brasil/PT - CE) - Obrigada, Senadora Jussara. E aqui, dando continuidade ao registro de presença, queria aqui agradecer à Valéria Mendonça, lá do estado de Ceará; à nossa querida amiga Ilana Ferro, do Conselho Cearense dos Direitos da Mulher. Muito obrigada às duas queridas que aqui estão prestigiando o nosso momento, o lançamento do nosso Zap Delas. Agora já convido a Senadora Zenaide para fazer sua fala na tribuna. Será um prazer ouvi-la. S. Exa. nos antecedeu na Procuradoria, fez muito. Muito obrigada, Senadora. A SRA. ZENAIDE MAIA (Bloco Parlamentar da Resistência Democrática/PSD - RN. Para discursar.) - Bom dia a todas e a todos aqui presentes. Quero aqui cumprimentar a nossa Procuradora Especial da Mulher no Senado, a Senadora Augusta; quero cumprimentar a minha colega também, Senadora Jussara Lima; a Senadora Teresa Leitão; e cumprimentar também, representando a Ministra de Estado das Mulheres, Ellen Costa; a Edilene Lobo, que teve que sair, mas veio nos prestigiar, Tribunal Superior Eleitoral tem tudo a ver com nos ajudar no caso da violência política; a Deputada Estadual e Procuradora Especial da Mulher da Assembleia Legislativa do Estado do Ceará, Juliana Lucena; todas as demais Procuradoras que estejam aqui presentes; e a Procuradora Regional da República, Dra. Raquel Branquinho Pimenta Mamede Nascimento. |
| R | Quero parabenizar por este evento, parabenizar a nossa Senadora Augusta, porque ela tem um olhar, sim... A gente sai de um cargo e quem entra tem que ter a consciência de que é sempre possível fazer mais. A gente avançou nessas políticas de denúncias, de tudo, e Augusta se lembrou dessas. O Zap Delas é mais um equipamento para as mulheres terem coragem e denunciarem principalmente a violência política, a violência como um todo, que é política. Eu queria dizer aqui a todos que estão nos assistindo, TV Senado, Rádio Senado, Agência Senado e todas as mulheres deste país, que nós sofremos violência inclusive nessas Casas. Aqui nós terminamos de barrar um Código Eleitoral que queria tirar os 30% no mínimo de obrigatoriedade de candidaturas femininas e de financiamento dessas candidaturas, que não foram dados pelo Congresso Nacional, mas pelo Poder Judiciário. Ele nos deu essa ferramenta para nos defender. Então, violência tem aqui, e nós temos que enfrentá-la não só com o Zap Delas. Temos que ter coragem e precisamos não só de coragem, mas das mãos amigas de cada uma das mulheres deste país. Só coragem não faz a gente chegar lá. A gente tem que ter, porque, para chegar aqui, não é fácil. Como foi dito aqui, nós mulheres, o tempo todo, temos que ser mais perfeitas. Alguém tem dúvida de que, se a nossa Presidenta Dilma Rousseff fosse homem, ela teria sido impitimada? Com certeza, não, porque depois foi comprovado... Mas, gente, eu quero me sentar aqui e falar sobre a vida real. Nós lutamos por leis, como a Lei Maria da Penha, que é uma lei de referência mundial, mas já descobrimos que só punir não resolve. Nós precisamos empoderar a nós mulheres, e esse empoderamento passa por a gente financiar, colocar no orçamento deste país a saúde da mulher, a proteção das mulheres, investindo na segurança pública. Nós mulheres sofremos violência ao quadrado, no mínimo, porque temos a violência na rua, a mesma violência que os homens têm, mas temos violência aqui, em todos os setores e em casa, no silêncio da sua casa. Eu digo aqui, como médica, porque trabalhei em serviço de urgência durante anos, que não tinha nenhum plantão durante o final de semana em que não chegassem mulheres espancadas. E olhe que essas que iam ao pronto-socorro eram aquelas que precisavam de sutura, raio-X, tinham fratura... Não estamos falando aqui de mulheres que sofrem aquela violência psicológica ou um empurrão, alguma coisa para a qual não se precise de cuidados médicos. E o que elas me diziam? Qual é a dificuldade de denunciar? A falta de liberdade, de empoderamento, ela tinha que voltar a dormir com o inimigo porque ela dependia dele economicamente. Então, essa luta de investirmos na educação, colocando a nossa criança, a mulher, o homem, porque isso é estrutural... A gente vê muito isso nos nossos avós, que o menino não precisava apanhar a toalha, nem cuidar de nada, mas nós mulheres, sim. Então, esse é o papel de nós mulheres. |
| R | E digo mais: não é só... Meu sonho, se vocês perguntassem, é que não precisássemos mais de um Outubro Rosa para nossas mulheres terem acesso a uma mamografia ou a um preventivo, porque a gente sabe que o câncer, em todas as instâncias, todos os tipos de câncer, não é mais uma sentença de morte, desde que diagnosticado e tratado precocemente. A verdade é que a gente ainda precisa de um Outubro Rosa para as mulheres terem acesso a uma mamografia, uma ultrassonografia, uma cirurgia de urgência quando já diagnosticado o câncer de mama, a reconstrução da mama. E para isso, gente, nós precisamos colocar a saúde das mulheres no orçamento deste país, senão vai ser só mais uma lei. E, para executar, precisamos disso. E, para a mulher estar no lugar que ela quiser, se faz necessário que a gente inclua as mulheres no orçamento deste país, que incluamos nossas crianças, homens e mulheres numa educação pública de qualidade em tempo integral, com creches, com educação. Por que sabe o que é que a gente presencia? Homens, mulheres e crianças cooptadas pelo crime, porque o Estado brasileiro não educa, não oferece uma educação pública de qualidade em tempo integral para nossas crianças e adolescentes. E a tristeza que dá é ver esse Estado condenar essas crianças quando ele não cuidou. Quando se fala de educação, eu citaria aqui o Paulo Freire, e para mim o maior feito do Paulo Freire não foi alfabetizar só, mas mostrar para aquele povo que estava em extrema pobreza - ele esteve em Angicos, uma cidade do Rio Grande do Norte - que eles não eram pobres porque Deus quis. Porque a gente vê muita invocação de Deus, mesmo que seja para promulgar uma PEC que só faz mal às pessoas. O verdadeiro mérito de Paulo Freire foi este: vocês estão na miséria porque o Estado não lhes dá oportunidade de vocês serem educados. Mas, mulheres que aqui estão, minhas colegas Senadoras, Deputadas, nós só estamos onde queremos estar se a gente participar aqui do orçamento, da tributação, de todos os setores, da CAS, da Educação, isso é que vai fortalecer nós mulheres. E esse equipamento é necessário, sim, porque em tudo na vida a gente tem condutas imediatas, a médio e a longo prazo. Imediatamente, o Zap vai salvar vidas de mulheres e, a médio e a longo prazo, empoderar. E nós não vamos empoderar se a gente não colocar nossas mulheres no orçamento deste país, seja na educação, na saúde, na segurança pública e na assistência social. Esse evento é importante, porque vai mostrar para o Brasil, Augusta, que nós podemos, sim, que nós somos mulheres de fé, que nós somos mulheres corajosas, mas aquela fé que faz a gente insistir, persistir e nunca desistir de lutar por aquilo em que acredita, e a gente está aqui para isso hoje. Não vamos ser servis nunca; não somos rebeldes, mas não somos servis. |
| R | Então, eu queria dizer aqui o seguinte: parabéns, Augusta, por ter esse olhar diferenciado de que a gente precisa avançar mais! Parabéns a essas mulheres que tiraram o seu tempo para vir aqui para nos ouvir e ter a certeza de que aqui tem mulheres corajosas. Somos 15 - perdemos uma há pouco tempo aqui, que saiu -, somos 15, mas conseguimos ter uma liderança, porque somos 15, mas éramos a maior bancada deste Senado. Por que não ter uma liderança? E hoje nós temos uma liderança, que é a Professora Dorinha, nossa amiga Teresa Leitão é a Vice-Líder. Por quê? Porque nós resolvemos assumir a nossa decisão, porque senão a gente entra aqui e acha que a gente é para estar só no social. Aqui quantas mulheres sentaram nessa mesa como Presidente do Senado? Nenhuma, nenhuma! Primeira-Secretária a gente tem pela primeira vez, e essa Procuradoria nos ajuda, como Ouvidoria e como os meios de comunicação. Parabéns para as mulheres brasileiras e fiquem certas: nós que estamos aqui, vamos defendê-las, sim! Nunca vamos olhar para a outra de cima para baixo, a não ser para dar a mão e levantá-la. Mulheres, deem as mãos àquelas que quebram tabus e que têm coragem de dizer: nós podemos, sim, porque temos coragem, mas precisamos das mãos amigas dos homens e das mulheres! Muito obrigada. (Palmas.) A SRA. PRESIDENTE (Augusta Brito. Bloco Parlamentar Pelo Brasil/PT - CE) - A Presidência agradece imensamente à Senadora Zenaide pela parceria. Já quero registrar também aqui a presença da Simone Toledo, que é Presidente da Câmara de Pereiras, que é lá do interior de São Paulo, muito obrigada pela presença; da Sra. Vice-Reitora da Universidade Federal de Ouro Preto, Roberta, também muito obrigada pela presença. E eu queria já aqui, dando continuidade, conceder a palavra à nossa querida Diretora-Geral aqui do Senado Federal. Quando eu levei a proposta para apresentar a ela, pedindo seu apoio, eu estava querendo fazer em novembro, e ela: "Faça logo em outubro". E aí eu disse: faço, faço em outubro! (Risos.) E aí, com a sua ajuda, eu quero aqui agradecer mais uma vez e registrar a importância de a gente ter essas parcerias. Muito obrigada, nossa Diretora Ilana. A SRA. ILANA TROMBKA (Para discursar.) - Obrigada, Senadora. Bom dia a todos, bom dia a todas. Cumprimento a Mesa na pessoa das Senadoras Augusta Brito, Jussara Lima e Teresa Leitão, que são verdadeiras representantes do povo brasileiro e verdadeiras representantes das mulheres do Brasil. Eu cheguei atrasada - vou me justificar -, porque estava na posse dos novos servidores e das novas servidoras, que ocorreu nos dias de ontem e hoje. |
| R | E eu não poderia deixar de vir, primeiro, porque eu fui fã número um da proposta desde o início, como a Senadora Augusta falou. E eu vou explicar por que eu fui fã número um da proposta, porque isso eu não expliquei a ela. Porque só tem uma forma de mudar o Brasil: com mais representatividade, e a única forma de ter mais representatividade é trazer mais mulheres para a política. Não há outra forma. Mulheres são importantes em todos os lugares - na medicina, na advocacia, na nutrição, na arquitetura, na engenharia -, mas mulheres são fundamentais nas Casas Legislativas, porque é nessas Casas que as leis são feitas. E, se aqui temos 15 mulheres hoje, há inúmeras câmaras de Vereadores onde não há nenhuma mulher, há número reduzido de mulheres em assembleias legislativas e há ainda um número reduzido de mulheres no Congresso Nacional. E é o Zap Delas que vai nos ajudar a ter mais mulheres, e eu explico o porquê. Porque uma forma de desestimular as mulheres é por meio da violência, é transformar a política num ambiente tão ruim que nós não desejemos estar neste ambiente. E a violência política, a violência contra a mulher na política faz este papel de nos afastar do espaço público; afinal de contas, se é tão ruim, por que nós mesmas nos levaremos a esse lugar, se nós podemos estar em outros - podemos ser profissionais liberais, podemos ser servidoras públicas, podemos ser mães, podemos ser agentes comunitárias? Para que estar num lugar ruim, num lugar que não nos quer, num lugar que transforma a nossa vida para pior? Isso é o machismo. A violência política é uma expressão do machismo. E o Zap Delas é um instrumento para combater esse machismo. Com o Zap Delas, o Senado se compromete a ser parte dessa luta para trazer mais mulheres para a política. E, além das legislações que aqui já fizemos, e não são poucas - e, a partir da Liderança da Bancada Feminina, o número de projetos de lei, de leis de apoio à mulher cresceu muito -, este é um outro instrumento. Se a lei é necessária, ela não é o único instrumento e ela não é suficiente. E o Zap Delas é um instrumento que faltava para que o Senado apoie, em todas as instâncias, as mulheres que querem chegar às Casas políticas. Rapidamente, eu quero cumprimentar a Senadora Augusta, mas quero cumprimentar também a Senadora Vanessa Grazziotin, a Senadora Rose de Freitas, a Senadora Leila e a Senadora Zenaide, nossas Procuradoras da Mulher que antecederam a Senadora Augusta. Certamente, se hoje ela pode propor isso e este avanço, é porque outras mulheres antes dela vieram e fizeram com que esse caminho fosse possível. Nós temos que sempre pensar que antes de nós houve outras, a quem temos que reverenciar pelo esforço que tiveram, e que nós também temos que construir um caminho para aquelas que virão. Muito obrigada pela presença de todos hoje e sempre e muito obrigada à Senadora Augusta Brito por ter aceitado esse desafio de fazer tudo tão rapidamente, para que mais rapidamente o Senado possa contribuir com a presença das mulheres na política. Bom dia a todos e a todas. (Palmas.) A SRA. PRESIDENTE (Augusta Brito. Bloco Parlamentar Pelo Brasil/PT - CE) - Muito obrigada, mais uma vez, à nossa querida Ilana. Nossa pressa era muito mais para fazer e abrir uma ferramenta de atendimento às mulheres do nosso país. |
| R | Quero aqui já registrar... Já vi aqui a nossa querida Senadora Leila, que acabou de ser citada, porque já foi Procuradora também, aqui, da Procuradoria do Senado. É um prazer contar com a sua presença aqui também. Quero pedir depois para ela vir se juntar a nós aqui na Mesa, mas eu gostaria, já, de passar a palavra para a Sra. Ellen Costa, que representa a Ministra das Mulheres e também é Coordenadora-Geral do Ligue 180. Será um prazer ouvi-la. A Senadora Jussara está dizendo que é do Piauí. (Risos.) (Intervenção fora do microfone.) A SRA. ELLEN DOS SANTOS COSTA (Para discursar.) - Com muito orgulho - não é, Senadora Jussara? -, piauiense. Bom dia a todas e a todos. É um prazer muito grande, uma honra muito grande, estar neste espaço, neste momento, com mulheres tão inspiradoras, para todas nós que trabalhamos a favor das mulheres brasileiras por essa política tão importante, que é essa política de enfrentamento à violência contra a mulher. Gostaria de cumprimentar toda a Mesa na pessoa da Senadora Augusta Brito, cumprimentar a Senadora Jussara; a Senadora Teresa Leitão; a Sra. Edilene Lôbo, que esteve aqui presente e abrilhantou este momento com sua fala tão potente; a Sra. Diretora-Geral do Senado Federal, Ilana Trombka; a Juliana Lucena, Deputada Estadual e Procuradora Especial; e a Sra. Procuradora Regional da República, Raquel Branquinho. E cumprimento a todas e a todos os presentes, os movimentos sociais que aqui estão também, a sociedade civil e as demais instituições parceiras. Como eu disse, é com uma grande honra que trago hoje, em nome da Ministra das Mulheres, Márcia Lopes, o reconhecimento do Ministério das Mulheres à Procuradoria Especial da Mulher do Senado Federal, pela criação e pelo lançamento do Programa Zap Delas. Essa é uma iniciativa que é um motivo de celebração, Senadora Augusta, porque traduz de maneira concreta o compromisso desta Casa com a defesa dos direitos das mulheres e com a democracia ao oferecer esse canal, que é mais um canal seguro, sigiloso e direto de acolhimento e de encaminhamento de denúncias de violência política de gênero. Quando o Senado Federal cria um canal como esse Zap Delas, esta Casa reafirma um princípio que é essencial para todas nós que trabalhamos com o enfrentamento à violência: a escuta como uma forma de prevenção e de proteção. Então, dar voz às mulheres que sofrem violência, seja no espaço doméstico, seja no institucional, seja no político, é reconhecer o seu lugar como sujeito de direitos e garantir que o Estado chegue até elas com acolhimento e resposta de forma efetiva. E o Senado também está, com essa ação, contribuindo como uma importante ferramenta para a produção de dados. Esses dados visibilizam essa violência, orientam as políticas públicas para que elas sejam cada vez mais eficazes e, principalmente, para que elas se baseiem em evidências, que é como nós trabalhamos no Ministério das Mulheres. Esta é uma missão do Ministério das Mulheres: nós estamos atuando sempre com o estímulo à participação política de mulheres nos espaços de poder e decisão e, nessa perspectiva, também atuamos no enfrentamento à violência política de gênero com diversas ações de forma integrada e, entre essas ações, eu preciso destacar a coordenação, há mais de duas décadas, do Ligue 180, que este ano completa 20 anos de existência, a Central de Atendimento à Mulher, sendo essa política pública, tão bem reconhecida e consolidada no país, de enfrentamento à violência contra as mulheres, por atender o país inteiro. |
| R | Então o Ligue 180 oferece esse acolhimento humanizado, essa orientação, esse encaminhamento às redes e o local de proteção e, assim como o Zap Delas, tem investido em tecnologia, na escuta qualificada, de forma empática, com instrumentos de cuidado e transformação social. Essas experiências mostram que investir em tecnologia é investir em humanidade. Ferramentas digitais, como o Zap Delas e o Ligue 180, aproximam o Estado das mulheres, especialmente daquelas que vivem nos territórios mais afastados, nas zonas rurais, em comunidades quilombolas, indígenas, nas periferias urbanas, onde, muitas vezes, o silêncio e o medo ainda são as barreiras para que elas possam realizar a denúncia. Por isso a gente reforça o compromisso do Ministério das Mulheres de seguir atuando em rede, de forma integrada com o Congresso Nacional, com os ministérios parceiros, com os governos estaduais e municipais e com a sociedade civil. A gente acredita que somente em uma atuação articulada, com fluxos definidos, com canais fortalecidos, nós poderemos garantir que nenhuma mulher fique sem resposta, sem proteção ou sem justiça. O Zap Delas representa o espírito desse novo tempo, que é esse tempo de inovação, de empatia e de compromisso institucional com a vida das mulheres. E eu quero aproveitar para anunciar também, já, Senadora, que nós passaremos a divulgar o Zap Delas no Ligue 180 como mais um serviço especializado de atendimento às mulheres, a partir de hoje. (Palmas.) Então, eu gostaria de finalizar, agradecer, em nome da Ministra Márcia Lopes. O Ministério das Mulheres manifesta o seu reconhecimento à Senadora Augusta e a toda a equipe que foi apresentada aqui, da Procuradoria Especial da Mulher do Senado Federal, pelo empenho, pela visão de futuro que essa iniciativa representa. Nós seguiremos juntas e juntos, fortalecendo cada elo dessa rede nacional de enfrentamento à violência, porque nenhuma mulher deve ter medo de participar da política, de falar ou de existir plenamente. Muitíssimo obrigada. (Palmas.) A SRA. PRESIDENTE (Augusta Brito. Bloco Parlamentar Pelo Brasil/PT - CE) - Muito obrigada, Sra. Ellen, eu agradeço imensamente. Nós saímos daqui com a responsabilidade ainda mais aumentada e muito felizes com a fala da senhora sobre o Zap Delas. E aqui, antes de passar a palavra para a nossa querida Raquel Branquinho, a quem eu tenho o prazer de agradecer mais uma vez pela parceria, eu queria só fazer um registro sobre o Zap Delas. Essa ideia e esse nome eu quero dar à autora. Quem escolheu, quem pensou e idealizou, lá no Estado do Ceará, no primeiro momento quando a gente era Procuradora, foi a Raquel Andrade, que ali está sentada. (Palmas.) O nome foi também escolhido na época e debatido como é que ia ser o nome, e aí ela também idealizou o Zap Delas. E aí a gente, quando veio para cá (Palmas.) - eu tenho que dar a autoria, Raquel, eu estava esquecendo, aí eu lembrei -, e aí quando a gente veio para cá, eu tive a ousadia de dizer: "Raquel, vamos fazer o Zap Delas no Senado". E ela comprou a ideia e virá no próximo mês, compor aí a nossa equipe da Procuradoria. Mas eu quero aqui já passar a palavra para a nossa querida professora, doutora, tudo, inspiradora, Raquel Branquinho. |
| R | A SRA. RAQUEL BRANQUINHO PIMENTA MAMEDE NASCIMENTO (Para discursar.) - Bom dia. Eu até pensei: "Sou eu mesma isso tudo aí?". Eu estava olhando para a mesa e falei: "Deve ser outra pessoa aí, porque eu sou mais uma operadora do direito nessa causa". Quero cumprimentar a mesa, na pessoa da Senadora Brito; todas as Senadoras; as autoridades; a Procuradora da Mulher no Estado do Ceará, que está aí também, representando-o; este auditório, na pessoa justamente da Raquel Andrade, que eu já conheço; e toda a equipe que trabalhou junto com a Senadora, junto com o Senado, com a Senadora que está hoje, com as Senadoras que estiveram ontem, porque é um trabalho que vem se somando, aqui no Senado, de uma forma bastante consistente. Há até pouco tempo nós falamos em violência política de gênero; a lei foi aprovada em 2021. Nós tínhamos dificuldade de discutir esse tema dentro do Parlamento brasileiro, eu mesma fui convidada... Eu sou Coordenadora - não me apresentei - do Grupo de Trabalho de Prevenção e Combate à Violência Política de Gênero da Vice-Procuradoria-Geral Eleitoral, já trabalho com essa temática desde um pouco depois da aprovação da lei pelo Congresso Nacional. A Lei 14.192 é um marco na defesa... Ela institucionalizou a temática, ela deu um nome, um conceito, e eu costumo tratar essa lei como um sistema de proteção da mulher nas esferas públicas e na esfera política, não obstante ela ter um tipo penal específico para defender as candidatas e detentoras de mandato eletivo. Mas por que é tão importante estar aqui hoje no Senado, nesta Casa Legislativa tão importante, tão representativa dos estados, das mulheres que estão nos estados, nos municípios? Acabamos de vivenciar eleições municipais, em que nós tivemos um pequeno avanço na representatividade feminina nos Parlamentos, nos municípios, das Prefeitas, ainda muito aquém da representação da mulher na nossa sociedade. Tudo isso é em função, decorre dessa situação, que nós vivenciamos, de verificarmos poucas mulheres nos espaços de poder. A violência - não é à toa que a lei é denominada da violência política contra a mulher - precisa ser uma violência física, uma violência sexual, uma violência institucional, uma violência psicológica? Não. A própria estrutura do nosso país, da nossa sociedade, de afastar as mulheres dos espaços de poder em si já configura uma violência, e é por isto, Senadora, que a denominação da lei é "violência política contra a mulher": é uma violência porque já existe uma barreira invisível, muitas vezes, para a mulher acessar os espaços de poder. Ter aqui hoje o lançamento dessa ferramenta, como bem disse a Ministra Edilene Lôbo, como muito bem disse também Ellen Costa, aqui representando o Ministério das Mulheres, é extremamente importante, porque nós temos que trabalhar instrumentos de viabilizar que essas mulheres que sofrem violências de qualquer natureza, principalmente aquelas mulheres que estão no espaço político... É tão importante que elas consigam êxito para alcançar as urnas, para que a gente tenha de fato mais mulheres representando a nossa sociedade, para que possam praticar, como todo mundo aqui já disse - e a Diretora-Geral do Senado falou de uma forma muito importante -, para que as políticas públicas sejam feitas com o olhar daquelas mulheres que estão ali, na sociedade, vivendo a realidade do dia a dia em nosso país. Uma ferramenta dessas é extremamente importante, porque ela traz celeridade, efetividade, acessibilidade para todas as mulheres, em qualquer lugar que elas estejam no nosso país. |
| R | É muito importante que nós possamos, Raquel, conectar essa ferramenta com os trabalhos dos Ministérios Públicos nos estados, do Ministério Público Eleitoral, porque, em última análise, é uma instituição que poderá analisar, junto com o aparato policial, se for crime; ou analisar ferramentas de ações civis, de ações eleitorais - para proteger, para defender e também para combater a violência política de gênero. É muito importante que a gente possa fazer essa conexão de trabalho, com vocês tendo uma porta de entrada tão potente, tão importante, que é essa ferramenta, e que a gente possa chegar na ponta para quem vai ter que atuar, no dia a dia, na defesa desse direito tão importante que foi alcançado por essa legislação, que complementa o outro sistema, o microssistema que a gente tem no nosso país de defesa dos direitos femininos e que, infelizmente, não são colocados em prática como deveriam, porque, se fossem, nós não teríamos tantas situações de violência e tanto afastamento da mulher dos espaços de poder. Então, para encerrar, eu gostaria de convidar todas que estão aqui presentes, inclusive eu já fiz um convite, representando aqui o Corregedor-Geral do Conselho Nacional do Ministério Público, o Procurador-Geral Eleitoral, para um evento que ocorrerá agora no dia 10 de novembro, no Conselho Nacional do Ministério Público. Convidamos a Senadora Procuradora da Mulher, a Senadora Augusta, para estar à mesa e todas as outras Senadoras que puderem comparecer. Por que lá esse evento? Porque vai ser discutida uma temática de enfrentamento pelo Ministério Público brasileiro da violência política de gênero. Tudo bem, esse tema nós debatemos em várias esferas, em várias instâncias, mas esse dia marca um dia de impulsionamento, uma força junto ao CNMP, para que seja aprovada uma recomendação apresentada pelo Corregedor-Geral do Ministério Público, uma recomendação que vai parametrizar a ação de todo o Ministério Público Eleitoral brasileiro na temática de violência política de gênero. Isso é muito importante, principalmente quando já se avizinham, no ano que vem, eleições gerais, eleições que mostram que serão eleições também pautadas pela violência, principalmente contra grupos vulnerabilizados, como mulheres, mulheres negras, mulheres LGBTQIA+. Então, é muito importante que nós estejamos lá no CNMP, seja presencialmente, seja por vídeo, para mostrar que essa pauta é uma pauta da sociedade brasileira e para impulsionar que o Ministério Público Eleitoral possa entregar um trabalho mais efetivo nessa temática. Mais uma vez, eu agradeço e coloco o GT à disposição para trabalharmos em conjunto. E parabenizo todos os envolvidos por esse projeto tão bonito e tão resolutivo. Muito obrigada. (Palmas.) A SRA. PRESIDENTE (Augusta Brito. Bloco Parlamentar Pelo Brasil/PT - CE) - Nós que agradecemos, nossa querida Raquel Branquinho. Muito obrigada pela parceria de sempre. E agora já convido e concedo a palavra à Sra. Deputada Estadual Juliana Lucena, Procuradora Especial da Mulher, na Assembleia Legislativa do Estado do Ceará, que poderá nos dar o prazer também de usar aqui a tribuna. Seja bem-vinda, minha amiga Juliana. A SRA. JULIANA LUCENA (Para discursar.) - Bom dia a todas, bom dia a todos. Eu quero cumprimentar de forma especial a minha Senadora Augusta Brito; cumprimentar as Senadoras Leila, Zenaide, Jussara Lima e Teresa Leitão. Quero cumprimentar a Ellen Costa, Coordenadora-Geral da Central de Atendimento da Mulher; cumprimentar a Ilana Trombka, Diretora-Geral do Senado Federal; cumprimentar a Raquel Branquinho, Procuradora Regional da República. Senhoras e senhores, é com imensa alegria e orgulho que represento hoje a Procuradoria Especial da Mulher da Assembleia Legislativa do Estado do Ceará neste encontro que celebra o trabalho transformador das Procuradorias da Mulher de todo o Brasil. |
| R | Estar aqui, no Senado Federal, é reconhecer a força de uma rede que se expande, se fortalece e salva vidas; uma rede feita por mulheres que entenderam que ocupar espaços de poder é também abrir caminhos para outras mulheres. E não posso deixar de destacar a trajetória inspiradora da nossa querida Senadora Augusta Brito. Cearense, guerreira e visionária que, quando esteve à frente da Procuradoria Especial da Mulher do Ceará, deixou um legado de coragem e inovação. Foi sob sua gestão que nasceu o Zap Delas, lá no nosso Ceará, um canal de atendimento direto e humanizado pelo WhatsApp, que aproxima o poder público das mulheres que mais precisam. Mais que um instrumento de denúncia simples, mais um recurso profundamente transformador: um número que se tornou um refúgio digital para quem sofre violência, dúvida ou medo. De lá para cá, o Zap Delas já realizou milhares de atendimentos, acolhendo mulheres de todas as regiões do Ceará e até mesmo fora do estado, orientando, escutando e encaminhando cada história com respeito e sensibilidade. São vidas tocadas, denúncias acolhidas e inúmeras histórias reescritas, porque, quando a mulher é acolhida, uma sociedade inteira dá um passo à frente. Hoje, como Procuradora Especial da Mulher da Assembleia Legislativa do Ceará, tenho o compromisso de dar continuidade a esse legado, ampliando o alcance das ações, fortalecendo parcerias e garantindo que nenhuma mulher fique sem voz, sem apoio e sem acolhimento, porque nós acreditamos que proteger mulheres é proteger o futuro. Parabéns à minha Senadora por trazer essa ferramenta para o Senado Federal; que sirva de inspiração para todo o Brasil. V. Exa. já nos mostrou que a política também é um lugar de cuidado, e nenhuma de nós caminha sozinha. Seguiremos juntas, tecendo pontes, multiplicando conquistas e garantindo que a palavra acolhimento esteja sempre presente em cada gesto da nossa atuação. Muito obrigada. (Palmas.) A SRA. PRESIDENTE (Augusta Brito. Bloco Parlamentar Pelo Brasil/PT - CE) - Obrigada à nossa Deputada inspiradora, nossa Deputada do PT - viu, Teresa? -, do Estado do Ceará. Obrigada, Juliana. Agora já quero passar a palavra para a nossa Senadora Leila, agradecer a parceria, agradecer tudo que ela fez também à Procuradoria. Como foi dito aqui pela nossa querida Ilana, nós só estamos conseguindo avançar porque vieram outras antes de nós que fizeram muito, possibilitando que a gente pudesse dar continuidade. Então, palavra para a nossa querida Senadora Leila. A SRA. LEILA BARROS (Bloco Parlamentar Pelo Brasil/PDT - DF. Para discursar.) - Obrigada, Augusta. Eu estava aqui pensando... Estou com uma fala tão bonita aqui que eu ajudei a construir. Vou seguir o rito, o protocolo, mas olhar para você nessa mesa, comandando esta audiência nesta sessão especial, e lembrar de você chegando, Jussara... Eu já estou aqui há sete anos, já estou no finalzinho do meu mandato, e tantos avanços nós tivemos com a Bancada Feminina. É um sentimento de muito orgulho, Teresa, também ali, que domina a educação como poucas aqui. Então, é um prazer trilhar essa jornada com todas vocês. A Bancada Feminina no Senado dá um exemplo muito de civilidade. Aqui nós temos Senadoras de diversos campos e, quando o tema é tratar sobre questões da mulher, violência, combate à violência, enfim, tantas outras temáticas, porque a mulher está envolvida em tudo. Essa questão de dizer que mulher não gosta de política, que mulher não fala de economia, que mulher não domina e não quer se inteirar ou estar nesse front, é uma linguagem absolutamente ultrapassada, que é uma tentativa sempre de tentar, no imaginário dessas pessoas, nos colocar no lugar em que eles acham que nós deveríamos estar. E, na verdade, não. A gente tem seguidamente lutado. Acho que é uma bancada que é símbolo de resiliência, de determinação, de empatia, de amor a tudo que nós promovemos aqui. |
| R | Então, Sra. Presidente Augusta Brito, Procuradora da Mulher no Senado Federal; minhas colegas Senadoras que estão presentes, Jussara, Teresa Leitão, Zenaide, que já falou; representantes da sociedade civil; Senadores também, homens; autoridades presentes, como a Dra. Raquel Branquinho, a Ilana, nossa Diretora... Enfim, todos que estão também neste Plenário sejam muito bem-vindos. Adoro este Plenário recheado de mulheres, enfim, da sociedade civil de um modo geral. Quando tem essas sessões, eu falo: esta é a nossa função, estar aqui para, além de ouvir, fazer os debates, mas também para comemorar e enaltecer as boas iniciativas que a gente tem feito nos últimos anos. Então, é com grande alegria e, sobretudo, satisfação que participamos desta sessão especial que marca o lançamento do Zap Delas - Senado, uma iniciativa visionária da nossa querida Procuradora aqui, a Senadora Augusta Brito, a quem eu rendo, de início, os meus sinceros cumprimentos, aplausos e desejo de um sucesso enorme nessa missão aqui dentro da Casa. Senadora Augusta, o Zap Delas é mais do que um projeto de tecnologia ou um novo canal de comunicação. Ele representa um ato político corajoso, um instrumento de cidadania e uma resposta concreta à violência política de gênero que ainda ameaça a presença e a integridade das mulheres na vida pública brasileira. É, portanto, um marco na luta pela igualdade e pela democracia paritária no nosso país. O Zap Delas nasce com a missão de ser um espaço de escuta, de acolhimento e resposta rápida às mulheres vítimas de violência. Ora, me diga quem não sofreu algum tipo de violência estando na política? Essa não existe, eu tenho certeza, não nasceu ainda. Enfim, é uma grande iniciativa. A partir de agora, o Senado Federal passa a oferecer um canal direto via WhatsApp para denúncias e atendimentos humanizados, com encaminhamento ágil dos casos à Delegacia do Senado Federal e à Ouvidoria, além da integração com Procuradorias da Mulher estaduais e municipais. Que bela iniciativa! Essa estrutura mostra que o Zap Delas é muito mais do que uma ferramenta digital. É uma rede institucional de proteção que conecta o Parlamento à realidade das mulheres brasileiras - uma coisa é este Parlamento, outra são as Vereadoras, as Deputadas Estaduais, as secretárias municipais e estaduais, enfim, é uma outra realidade, como a gente sabe, não é, Dra. Raquel? -, uma rede que moderniza o atendimento e amplia o alcance da Procuradoria da Mulher, consolidando o Senado Federal como referência nacional no combate à violência política de gênero. A inspiração veio da experiência bem-sucedida da Assembleia Legislativa do Ceará, onde o projeto já mostrou resultados expressivos, já citados aqui. E é simbólico que essa iniciativa nasça das mãos de uma mulher nordestina, sensível, determinada e comprometida com a causa feminina e com a democracia, a nossa querida Senadora Augusta Brito. Por favor, uma salva de palmas. (Pausa.) Nós temos aí uma parceira do Piauí também, a Senadora Jussara; a Teresa, que é de Pernambuco; enfim, nós temos o Nordeste aqui em peso, muito bem representado. |
| R | Senhoras e senhores, o Zap Delas é uma resposta necessária a um quadro absolutamente alarmante. De acordo com dados do Tribunal Superior Eleitoral, 42% das candidatas, nas eleições de 2020, relataram ter sofrido violência política, em forma de ataques virtuais, assédios, ameaças e constrangimentos. E a situação se agravou em 2022: seis em cada dez candidatas negras enfrentaram esse tipo de violência, segundo o Observatório Nacional da Violência Política de Gênero, em parceria com a ONU Mulheres e o Instituto Marielle Franco. Esses números são devastadores, revelam não apenas a dimensão da violência, mas também a sobreposição cruel entre desigualdades de gênero e de raça e demonstram que, para muitas mulheres, especialmente as negras, ocupar um espaço político ainda significa colocar em risco a própria integridade. Estudos da União Interparlamentar apontam que o Brasil figura entre os países com maiores índices de assédio e violência política contra as mulheres Parlamentares. Essa realidade, além de injusta e inaceitável, representa uma ameaça direta à nossa democracia. A violência política é uma tentativa de silenciamento. É uma forma moderna e perversa de manter as estruturas de poder fechadas e de negar às mulheres o direito de decidir os rumos do nosso país. Por isso, combater essa violência é defender a democracia, é garantir que a política seja um espaço plural, diverso e representativo, em que as mulheres possam estar presentes, seguras, respeitadas e influentes. O Zap Delas cumpre, portanto, uma dupla missão: proteger e transformar. Transformar, porque os dados coletados pelo sistema vão permitir a produção de relatórios e estatísticas oficiais, essenciais para a formulação de políticas públicas eficazes e para o monitoramento da Lei 14.192, de 2021, já citada aqui, que estabelece normas de prevenção e combate à violência política de gênero. Trata-se, portanto, de um instrumento moderno e estratégico, que conecta tecnologia, sensibilidade e política pública em favor das mulheres brasileiras. A criação do Zap Delas reafirma o papel da Procuradoria da Mulher com um farol de proteção e empoderamento dentro do Senado Federal e é também reflexo do trabalho coletivo desta Casa, em que nós mulheres Senadoras, de diferentes partidos, regiões e trajetórias, unimos nossas vozes para dizer basta à violência política. Temos avançado na construção de uma democracia paritária, em que o respeito e a igualdade de oportunidades são princípios inegociáveis dentro dessa bancada. Hoje celebramos mais do que o lançamento de um programa. Celebramos um avanço civilizatório. O Zap Delas é a prova de que a política pode e deve ser um instrumento de transformação, é um chamado à responsabilidade de todas as instituições públicas para que garantam ambientes livres de assédio, de discriminação e, principalmente, de medo e é, acima de tudo, um gesto de esperança para cada mulher que sonha em ocupar um cargo público, disputar uma eleição, servir ao seu país, sem precisar abrir mão da sua dignidade ou da sua segurança e, principalmente, da sua família, porque todas nós que estamos aqui abrimos mão do convívio muitas vezes familiar e até mesmo de estar com nossos próprios filhos para servir a pátria, como muitos aqui falam. Nós sabemos do quanto abrimos mão e o quanto nós enfrentamos diariamente para estarmos aqui dando voz a todas as mulheres deste país. |
| R | Que o Zap Delas seja, portanto, um símbolo de coragem, de empatia e justiça, e que continue ecoando por todo o Brasil a mensagem de que nenhuma mulher - nenhuma mulher - está sozinha, nem na política, nem em lugar algum. Parabéns, Senadora Augusta; parabéns a todas as Senadoras; parabéns à Procuradoria da Mulher no Senado Federal e a todas as servidoras! Quero agradecer ao corpo técnico. E estava até falando com a Dra. Raquel aqui que, por detrás de qualquer autoridade, tem um corpo técnico muito qualificado, comprometido, atuante e parceiro nessa jornada. Então, a todos vocês também os meus agradecimentos, em nome da nossa Procuradora e da nossa bancada no Senado Federal. E parabéns a todas as mulheres que fazem da política um ato de resistência, de empatia e, acima de tudo, de comprometimento com o nosso país! Muito obrigada. (Palmas.) A SRA. PRESIDENTE (Augusta Brito. Bloco Parlamentar Pelo Brasil/PT - CE) - Obrigada, eu agradeço imensamente essa nossa parceria com a Senadora Leila, que é uma parceria que verdadeiramente acontece - na hora em que a gente precisa uma da outra, a gente sabe que pode contar. Então, fico muito feliz em encontrar, aqui no Senado Federal, essa acolhida. Vocês que vêm há mais tempo - mas mais jovem -, vêm com a experiência maior, porque já estão no sétimo ano, e vão continuar, se Deus quiser, aqui por muito tempo. A SRA. LEILA BARROS (Bloco Parlamentar Pelo Brasil/PDT - DF. Fora do microfone.) - A senhora me daria a palavra ainda? A SRA. PRESIDENTE (Augusta Brito. Bloco Parlamentar Pelo Brasil/PT - CE) - Dou. A SRA. LEILA BARROS (Bloco Parlamentar Pelo Brasil/PDT - DF) - Só vou complementar que, antes de mim, veio Rose de Freitas, Simone Tebet, Maria, Vanessa Grazziotin. São tantas mulheres incríveis, e, graças a Deus, o diferencial da mulher na política é justamente isto: a gente olhar umas às outras, dando as mãos, com empatia, com sensibilidade e parceria. Então, esse eu acho que é um grande legado das que nos antecederam. E a Michilles também, a primeira que se sentou na cadeira aí ao lado de todos os outros homens. Temos muitas desbravadoras. A SRA. PRESIDENTE (Augusta Brito. Bloco Parlamentar Pelo Brasil/PT - CE) - É isso mesmo, muitíssimo obrigada a todas as Senadoras que aqui estão, somos parceiras; e a todos que vieram aqui atender ao nosso convite, aos que estão aqui na mesa. Eu quero aqui, antes de encerrar, só agradecer a todos e a todas que estiveram na reunião da Procuradoria, que foram até a Procuradoria aqui do Senado Federal. Quero aqui agradecer ao Rogério, que foi representando a Diretoria-Geral - a nossa querida Ilana estava em outra missão. Quero agradecer à Dra. Gabrielle, que é da equipe da Advocacia aqui do Senado, com as duas amigas que estão aqui, que são assessoras, que estiveram presentes e estão aqui prestigiando, muito obrigada também; à Luciwany, que é da equipe da Secretaria da Polícia do Senado, também obrigada por estar presente na nossa reunião de alinhamento; à Stella Maria, que é do Comitê de Equidade, Gênero e Raça, obrigada também pela participação; à Érica Jandira, que é da Ouvidoria do Senado; à Luciana Rodrigues, da Secretaria de Comunicação Social (Secom), muitíssimo obrigada por tudo, por toda a parceria. Quero agradecer também à Talita Santos, que é do Serviço de Saúde e Qualidade, que também esteve participando; e à nossa querida Maria Teresa, que é do Observatório da Mulher contra a Violência, muitíssimo obrigada também, e que vai fazer - e nós vamos fazer e já estamos fazendo - grandes parcerias. Obrigada a todos e a todas que estiveram presentes nas reuniões. À nossa equipe, mais uma vez, muito obrigada. Também aqui, quero registrar a presença de Julciane Inês, que é do Movimento das Mulheres Camponesas. Muito obrigada pela presença, de estar aqui. |
| R | Nossa Presidente das subseções da OAB também do Distrito Federal, muitíssimo obrigada por estar aqui. A todos e a todas que aqui estão, à Eva que está ali representando aí nossas lideranças, a todas que estão aqui presentes, eu quero agradecer imensamente pela dedicação, pelo entusiasmo, por vocês serem essas verdadeiras parceiras de uma ferramenta que a gente vai lançar e lançou agora com muita responsabilidade, mas tendo a certeza de que vai fazer a diferença na vida de tantas mulheres no nosso país como um todo. Então, grande responsabilidade assumida, mas com a grande certeza de que já deu certo e vai também ajudar tantas mulheres que precisam dessa mão amiga, dessa ferramenta daqui do Senado Federal. Então, muito obrigada a todas. Cumprida a finalidade desta sessão do Senado Federal, eu agradeço a todas as personalidades que nos honraram com suas participações, com suas presenças. A gente está agora declarando encerrada esta sessão, já pedindo que a gente termine aqui um dia festivo com uma música. Eu pedi aqui que a gente pudesse botar uma música enquanto a gente vai se despedindo e se abraçando para celebrar essa grande conquista do Senado Federal, mas, sobretudo, de todas as mulheres do nosso país. Muito obrigada a todas e a todos. (Palmas.) (Levanta-se a sessão às 11 horas e 57 minutos.) |

