3ª SESSÃO LEGISLATIVA ORDINÁRIA
57ª LEGISLATURA
Em 2 de dezembro de 2025
(terça-feira)
Às 10 horas
181ª SESSÃO
(Sessão Especial)

Oradores
Horário

Texto com revisão

R
A SRA. PRESIDENTE (Damares Alves. Bloco Parlamentar Aliança/REPUBLICANOS - DF. Fala da Presidência.) - Declaro aberta a sessão.
Sob a proteção de Deus, iniciamos os nossos trabalhos.
A presente sessão especial foi convocada em atendimento ao Requerimento 263, de 2025, de autoria da Senadora Soraya Thronicke e de outros Senadores, aprovado pelo Plenário do Senado Federal.
A sessão é destinada a comemorar os dez anos de atuação da Liga do Bem, que eu acho que deveria se chamar Superliga do Bem.
Compõem a mesa desta sessão especial os seguintes convidados: o Senador Paulo Paim; a nossa querida Senadora Ivete da Silveira; a Sra. Ilana Trombka, Diretora-Geral do Senado Federal; a Sra. Patrícia Seixas Alves, Coordenadora da Liga do Bem; o Sr. Alisson Bruno, Coordenador do Programa e-Cidadania do Senado Federal e criador da Liga do Bem.
A Presidência informa que esta sessão terá também a participação dos seguintes convidados que recebemos com muito carinho: a Sra. Renata de Brito Teles, Coordenadora da Casa Abrigo da Secretaria da Mulher do Distrito Federal - bem-vinda -; a Sra. Larissa Bezerra da Silva, Gestora da Rede Feminina de Combate ao Câncer - muito bem-vinda -; o Sr. Marcelo De Mari, proprietário do Instituto de Beleza Desiderata - bem-vindo, é uma alegria tê-lo conosco -; o Sr. Juliano Bonfim Carregaro, Diretor-Executivo da Faculdade Anhanguera - bem-vindo ao Senado -; e a Sra. Luciana da Costa Siqueira, Coordenadora-Geral da Associação Pestalozzi.
Neste momento, eu convido a todos para, em posição de respeito, acompanharmos o Hino Nacional.
(Procede-se à execução do Hino Nacional.)
R
A SRA. PRESIDENTE (Damares Alves. Bloco Parlamentar Aliança/REPUBLICANOS - DF. Para discursar - Presidente.) - Nós estamos recebendo muitos convidados nesta manhã, e não para de chegar gente, o nosso Plenário está repleto. Nós abraçamos todos que estão vindo a esta sessão e abraçamos as pessoas que estão nos acompanhando pela TV Senado, pelas redes oficiais do Senado Federal, e as pessoas que depois vão acompanhar em outros horários, pois esta sessão, com certeza, será retransmitida.
E talvez algumas pessoas estejam perguntando lá do outro lado: "O que é a Liga do Bem?". Por que o Senado, num dia de tanta confusão no Brasil, para as suas atividades, o Plenário para, para fazer homenagem à Liga do Bem, que completa dez anos? Eu afirmo que esta homenagem é justa, merecida e oportuna: dez anos que um movimento sacode Brasília, dez anos que um grupo de abnegados, um grupo de servidores, um grupo de pessoas aqui no Senado teve uma ideia - né, Bruno? -, teve uma ideia: por que não unir tudo que já fazemos individualmente nos bastidores desta Casa numa grande Liga do Bem? E nasce a Liga do Bem.
Às vezes, o Brasil olha para o Congresso Nacional, o Brasil olha para Brasília e vê apenas concreto; e, às vezes, olhando um pouquinho mais, especialmente aqui no Plenário, nas Comissões, vê apenas briga, muita briga, mas esta Casa funciona e tem um coração. E o coração desta Casa são os servidores do Senado Federal. Esta Casa é feita de pessoas incríveis; esta Casa é feita pelos mais queridos e extraordinários servidores. E eu posso falar isso porque eu estive nesse quadro, fui servidora desta Casa. E no dia a dia a gente se encontra, no dia a dia a gente se fala, nós vivemos mais tempo dentro desta Casa, às vezes, do que com as nossas famílias, passamos o dia juntos aqui. Nós nos casamos entre nós - sim, nos casamos entre nós, nós temos colegas que são hoje marido e mulher -; nós temos filhos; nós vamos às festas de aniversário dos nossos filhos; acompanhamos os nossos filhos crescendo; temos uma vida lá fora: nos encontramos nos cultos, nas missas, nas celebrações; choramos quando um colega chora; celebramos quando um colega conquista uma vitória. Nós, aqui no Senado Federal, temos um time extraordinário!
R
Eu costumo falar que aqui no Senado Federal também a gente reúne os grandes cérebros do Brasil, os maiores consultores do Brasil estão aqui, os maiores assistentes jurídicos, assessores jurídicos, estão aqui no Senado Federal. Nós somos um time do bem aqui no Senado Federal e fazemos o Congresso Nacional se movimentar!
Mas esse time do bem não fica apenas nos corredores, esse time do bem também faz o bem e aí surge a Liga do Bem. E a gente começa a se unir e a gente começa a trazer projetos para este Senado, apoiando instituições sociais daqui de Brasília e de fora de Brasília, entendendo os problemas locais e ajudando a buscar soluções para os problemas do nosso DF. Esse time começa a se organizar e, em parceria com grandes instituições, e algumas estão aqui presentes, começa a fazer grandes entregas. E o bem se espalha pelos corredores, pelos gabinetes, pelas salas de reuniões e pelos plenários.
A Liga do Bem, silenciosa muitas vezes, tem salvado vidas em Brasília, no DF e tem influenciado grandes projetos sociais em todo o país. São dez anos de grandes entregas, dez anos em que estamos cuidando das pessoas, dez anos em que estamos fazendo a diferença. E digo mais: a Liga do Bem cresceu tanto e as suas entregas e seus projetos são tão extraordinários que a gente recebe casas legislativas do Brasil inteiro para entender o que está acontecendo, que revolução é essa que esse povo do bem está fazendo nos corredores do Senado, influenciando e trazendo inclusive transformações, porque da Liga do Bem também vem propostas de projetos de lei, da Liga do Bem também vem propostas de políticas públicas, da Liga do Bem também vem dados, evidências para a gente ajudar na implementação de políticas públicas no Brasil, no DF e em muitos municípios.
A Liga do Bem hoje completa dez anos, e nós Senadores outra coisa não deveríamos fazer, senão parar, nem que seja por uma hora, uma hora e meia, para dizer a todos os que estão envolvidos com a Liga do Bem, muito obrigada!
Eu conheço histórias de servidores que chegaram à Liga do Bem querendo desistir da vida, e a Liga do Bem foi tão extraordinária, primeiro como acolhe e como cuida, que hoje esse que queria desistir da vida é um palestrante, é um incentivador para que outros não desistam da vida!
Vocês não têm ideia do que é feito, às vezes, no silêncio, nos bastidores, mas, acredite também, naquilo que a gente ousa mostrar. Eu sou apoiadora, eu sou entusiasta, eu sou apaixonada pela Liga do Bem.
Parabéns à Diretora, ao idealizador, parabéns a todos que estão envolvidos. E, se tiver alguém, nos gabinetes, que está me escutando e que ainda não faz parte da Liga do Bem, corra para a Liga do Bem, porque lá se faz o bem e faz um bem danado para o nosso coração.
R
E claro que eu quero registrar a nossa Diretora Ilana, que tem sido a mãezona da Liga do Bem - a Ilana, que não mede esforços para nos motivar, nos incentivar e nos dar estrutura para que a Liga do Bem seja exatamente aquilo que ela se propôs a ser quando foi idealizada.
E aos Senadores, Senadora Ivete, Senador Paim, todos os Senadores que também se envolvem, que Deus abençoe vocês.
Que venham mais dez, mais dez e mais dez anos. E que todas as pessoas que são alcançadas pela Liga do Bem entendam: são pessoas do bem, nos bastidores, às vezes no completo silêncio, que não querem nem aparecer, mas que estão dedicando horas dos seus dias, seus conhecimentos, suas potencialidades para fazer o bem. Que Deus abençoe vocês, que tenhamos uma linda e maravilhosa sessão de homenagem a quem merece hoje esta homenagem. Que Deus os abençoe. (Palmas.)
Solicito à Secretaria-Geral da Mesa a exibição de um vídeo institucional preparado pela TV Senado.
E quem está nos assistindo agora prepare-se, vocês agora vão ver, em imagens, o que eu tentei expressar em palavras. Vejam que extraordinária e que incrível que é a Liga do Bem e que trabalho maravilhoso se faz nesta Casa.
(Procede-se à exibição de vídeo.) (Palmas.)
R
A SRA. PRESIDENTE (Damares Alves. Bloco Parlamentar Aliança/REPUBLICANOS - DF) - Lindo, lindo! Parabéns, TV Senado, pela produção!
Eu acho que a gente resume esse vídeo com a frase que foi dita ali no final: "Somos uma grande família". Quantas pessoas no Brasil alimentadas, agasalhadas, cuidadas, protegidas pela Liga do Bem! Parabéns! Eu só me emociono. Patrícia, você é incrível! Ilana, todos os que estão envolvidos, parabéns!
Nós temos a alegria de registrar a presença, está conosco, a Sra. Presidente da Associação Nossa Ação Diária, Roberta Campos Reis. Bem-vinda, Roberta.
Neste momento, concedo a palavra à Senadora Ivete da Silveira, a Senadora amada por Santa Catarina, essa Senadora que é do bem, e a gente conhece a história dela, da família, fazendo o bem. Senadora Ivete, a senhora tem a palavra. É uma alegria estar dividindo a mesa com a senhora nesta manhã.
A SRA. IVETE DA SILVEIRA (Bloco Parlamentar Democracia/MDB - SC. Para discursar.) - Bom dia a todos. Cumprimento a Sra. Presidente e requerente desta sessão, Senadora Damares Alves, o Sr. Senador Paulo Paim, a Sra. Diretora-Geral do Senado, Ilana Trombka, a Sra. Coordenadora da Liga do Bem, Patrícia Seixas Alves, e Sr. Coordenador do Programa e-Cidadania, Alisson Bruno Dias de Queiroz.
Caríssimos convidados, é uma honra imensa estar aqui para homenagear a Liga do Bem, essa iniciativa do Senado, que transformou solidariedade em ação, compaixão em esperança e palavras em gestos concretos de amor ao próximo.
Não podemos apenas dizer que a Liga do Bem é um grupo de voluntariado; ela é, na verdade, um exemplo de que a Casa Legislativa pode e deve ser também um agente de amparo e fraternidade. Vocês têm levado socorro, dignidade e conforto a quem enfrenta sofrimento, desamparo e tragédias. As ações da Liga do Bem fazem a diferença na vida das pessoas. Isso me causa ainda mais orgulho por estar aqui celebrando esses dez anos de existência. Vocês são uma corrente do bem que ultrapassa ideologias, partidos políticos ou formalismos.
E quero destacar um gesto recente que revela a força dessa solidariedade organizada: quando enchentes devastaram municípios do Rio Grande do Sul, a Liga do Bem foi uma das primeiras instituições a mobilizar ajuda. Enviou caminhões com toneladas de doações, cobertores, água, alimentos, kits de higiene pessoal, ajudando milhares de desabrigados. Esse é o papel da política de coração: ser útil quando o povo mais precisa.
R
E tenho orgulho em dizer também aqui para vocês que a minha cidade, Joinville, em Santa Catarina, também adotou a cidade de Guaíba e enviou para lá bombeiros voluntários e outros voluntários que muito ajudaram na recuperação daquela cidade.
Parabéns à Liga do Bem! Que essa corrente de humanidade se fortaleça ano após ano, e que o Senado continue sendo um espaço de cidadania, de mobilização social e de cuidado com quem mais precisa! Deus abençoe cada um de vocês, que tanto fazem para as pessoas que mais precisam, e todos vocês aqui presentes e os ouvintes!
Meu muito obrigada. (Palmas.)
A SRA. PRESIDENTE (Damares Alves. Bloco Parlamentar Aliança/REPUBLICANOS - DF) - Concedo agora a palavra ao Senador Paulo Paim.
O SR. PAULO PAIM (Bloco Parlamentar Pelo Brasil/PT - RS. Para discursar.) - Meus amigos e minhas amigas que estão no Plenário, que estão nas galerias e que estão de pé lá, porque não havia mais espaço no Plenário, os que estão sentados à esquerda e também à direita, aqueles que estão nos assistindo por essa TV Senado, sistema de comunicação da Casa, porque essa, sim, não exclui ninguém - esse sistema de comunicação leva o que nós dissemos para todo o Brasil ao vivo, como estamos agora -, fazendo essa pequena introdução, eu queria com muito carinho cumprimentar a Senadora Damares Alves, que preside esta sessão, que junto com a Senadora Soraya Thronicke encaminharam o requerimento para este momento tão bonito, tão bonito! Cumprimento com muito carinho a Senadora Ivete da Silveira, que fez esse belo pronunciamento. Cumprimento a Sra. Diretora-Geral do Senado Federal, como aqui foi dito, alguém que dá sua vida na linha de fazer o bem sem olhar para quem, a nossa querida Ilana Trombka - acertei desta vez? -, com o nome dela eu tenho dificuldade. Cumprimento a Coordenadora da Liga do Bem, Sra. Patrícia Seixas Alves; o Sr. Coordenador do Programa e-Cidadania, Alisson Bruno Dias de Queiroz.
Inicio a minha fala cumprimentando a Presidenta Damares Alves; cumprimentando, como já fiz, toda a mesa e os Senadores e Senadoras que estão nas Comissões, mas vão assistir a esse evento. Esta sessão celebra os dez anos de voluntariado social da Liga do Bem.
R
Sabem que eu venho todo dia para cá de gravatinha bonitinha, tal, tal, tal, e, hoje, quando eu cheguei aqui, uma moçada ali disse: "Tire essa gravata, tire esse casaco e bote a camiseta". E eu botei com muito orgulho, como vocês estão também aí. (Palmas.)
Esta é a camiseta da Liga do Bem. E todos nós, de uma forma ou de outra, estamos juntos.
Eu queria dizer que esse grupo formado por colaboradores do Senado, por membros da sociedade civil nos representa.
Ao saudar a Coordenadora da Liga do Bem, Patrícia Seixas, cumprimento a todos, todos que estão aqui e que estão nos assistindo à distância.
A Liga do Bem desenvolve inúmeras campanhas e projetos essenciais - vocês devem ter recebido esse pequeno folheto. Eu aqui tomei a liberdade de destacar alguns só - alguns -, como a arrecadação de donativos e o apoio a grupos vulneráveis - todos! Todos os grupos vulneráveis são socorridos pela Liga do Bem, dentro, claro, do limite possível, mas, entre as iniciativas, destacamos as campanhas como Tudo para Elas, a luta das mulheres, Páscoa Solidária e Agasalho, além dos projetos Ligado nas Tampinhas e Lacres do Bem, que aqui já foram citados, que arrecadam materiais para a compra de fraldas e cadeiras de roda.
Liga do Bem também apoia projetos de lei como o PL 4.206, de 2023, que incentiva a criação de hortas, hortas comunitárias. Sabem que, quando eu vi o projeto, eu me lembrei de que, na minha casa lá em Caxias, meu pai já falecido, tinha uma horta no fundo do pátio, como a gente fala, no quintal, e dali nós tirávamos grande parte da nossa alimentação? São hortas suspensas, hortas em escolas e em entidades assistenciais. Foi uma proposta que nasceu de uma ideia legislativa apresentada por cidadãos, em uma oficina do Programa e-Cidadania do Senado Federal. Eu tive a felicidade de receber o projeto de mãos da sociedade e apenas fui instrumento aqui dentro do projeto. A relatoria ficou com a nossa querida Senadora Soraya Thronicke. E me disse aqui a Ilana que ela está hospitalizada. Fica aqui uma salva de palmas para ela. Ela só não está aqui devido a isso. (Palmas.)
O projeto está na Comissão de Agricultura. Além de promover a alimentação saudável, o projeto fortalece a chamada infraestrutura verde em áreas urbanas, envolve crianças, jovens, adultos, idosos, em um esforço coletivo voltado ao desenvolvimento sustentável. É a Liga do Bem se fazendo presente em todos os lugares, aqui e lá fora.
Quero sublinhar ainda o trabalho realizado pela Liga do Bem, como aqui já foi citado, para as vítimas do meu estado, o Rio Grande do Sul, em 2024. Eu estive lá e testemunhei, porque foi criada uma Comissão Especial de oito Senadores pelo Presidente Rodrigo Pacheco, incentivado pela Ilana, e eu presidi essa Comissão, uma Comissão Temporária Externa que acompanhou toda a situação daquele triste momento em que a água tomou conta.
R
Os relatos das vítimas tocaram profundamente, tenho certeza, a alma de todos nós, tocaram o Brasil e o mundo, e a Liga do Bem estava lá.
Num dia de chuva, minha Diretora Ilana, nós entregamos os presentes para as crianças no ginásio de esporte dos metalúrgicos de Canoas, chovendo, e nós fizemos... Como se chama aquela fila? (Pausa.)
Um passando para o outro.
Vocês precisavam ver a alegria das crianças! E nós também estávamos muito felizes, estávamos ali representando a Liga do Bem.
Lá no meu estado - e aconteceu algo semelhante também em outros lugares, a Liga do Bem também foi -, eu vi pais dizendo que sepultaram os filhos; avós, com a voz embargada, dizendo, narrando a partida de netos sem velório, porque não encontraram nem sequer corpos; jovens chorando de medo e de dor, de sonhos sendo arrasados e arrastados pela força implacável das águas.
Quase 90% dos municípios gaúchos foram atingidos, 2,3 milhões de pessoas foram afetadas, milhares ficaram desabrigadas e dezenas e dezenas de vidas - poderia dizer centenas - foram perdidas.
Vi homens e mulheres da terra, agricultores, me mostrarem que o solo onde plantavam havia se transformado, a maioria, em mar e barro; que não restavam mais nem casa, nem parreiras - terra da uva, do vinho -, nem pomar, nem jardins. De onde tinha soja, arroz, trigo, milho, enfim, alimentos de todo tipo de plantação, só restou terra batida e barro.
Vi milhares de animais abandonados e milhares mortos. Nesse cenário terrível, digo a vocês, surgiu o estatuto dos animais, mais precisamente o estatuto de gatos e cachorros. E eles pediram: "Mas agora tu não és mais Presidente da CDH [minha Senadora Damares], tu vais conseguir fazer que o estatuto passe lá?". Eu falei em seu nome, disse: "Tenho certeza absoluta. Apresente a proposta em nome das entidades que a Senadora Damares vai receber. E, se eu pedir, ou qualquer um pedir [porque assim funciona aquela Comissão], ela vai assegurar a relatoria". Ela só não assegurou a relatoria para mim, como também disse: "Na próxima Comissão, Paim, porque aqui nós sabemos que tem situação de oposição. Se eles quiserem, eu relato". Ela vai relatar e vai ser aprovado. (Palmas.)
Na próxima Comissão, ela vai relatar.
Mas, enfim... Em frente a esse caos, presenciamos gestos de solidariedade que renovam a fé na humanidade. Vi heróis anônimos salvando vidas e protegendo os mais vulneráveis; vi pessoas de outros estados e irmãos latino-americanos chegando ao Rio Grande do Sul para ajudar; vi meninos remando uma canoa, mas vi jet ski também, vi lanchas de luxo. E gostei de ver, porque eram todos solidários a salvar a nossa gente gaúcha, naquele momento tão difícil. Donativos vieram de todos os estados, não teve um estado que não mandou. Eu diria que a Liga do Bem, além de levar toneladas e toneladas, ofereceu um ombro, uma mão estendida para acariciar e dar aquilo que a gente quer muito num momento desses, um abraço. O poeta já disse que a melhor coisa do mundo é um abraço amigo, um abraço de fortalecimento.
R
Vi nossas instituições atuando como uma verdadeira orquestra, unidas pelo bem comum. Minha eterna gratidão à Liga do Bem, que lançou, inclusive, em nível nacional, a campanha SOS Rio Grande do Sul, enviando remessas e remessas que totalizaram, entre alimentos, roupas, todo tipo de contribuição, 207 toneladas de donativos. Ali foi de tudo: cobertores, roupas, água mineral - eu vi a jamanta sair daqui, porque você me convidou -, leite em pó, computadores, mobília, livros.
Aqui eu termino.
Além dos donativos, houve também arrecadação financeira para atender as principais emergências, e o dinheiro chegou lá exatamente do movimento que aqui foi feito.
Agradeço, com muito carinho, à Diretora-Geral do Senado, Ilana Trombka. Ilana Trombka, permita-me que eu diga mais uma vez: você foi uma heroína naquele processo, porque eu ia lá de tarde ou de noite, onde estava trabalhando a Liga do Bem, e ela estava lá e incentivando os gabinetes para que mandassem funcionários para ajudar.
Agradeço também ao Diretor da Secretaria de Editoração e Publicações, Rafael Chervenski, pelo apoio decisivo.
Todas essas mãos juntas - mãos brancas, negras, idosas com cicatrizes do tempo pegando na mão de meninos, de jovens -, com um único objetivo uníssono: formar um espírito coletivo de esperança. E foi isto que a Liga do Bem nos mostrou - e nos liderou -: o poder transformador da solidariedade e da união em tempos de crise, revelando o melhor de cada ser humano. A esperança que a Liga cultiva é aquela que constrói e reconstrói; que passa tijolos de mão em mão; que levanta paredes; que se doa no agasalho que aquece, na água, na comida e até numa garrafinha para matar a sede, no pão repartido, no alimento compartilhado. É a esperança que se realiza no exercício pleno da fraternidade e do amor ao próximo.
Gratidão, gratidão a todos que fazem parte dessa caminhada aqui, no Brasil e no mundo, que têm a mesma visão que a Liga do Bem. Vida longa, vida longa, vida longa à Liga do Bem!
Falei demais! (Palmas.)
A SRA. PRESIDENTE (Damares Alves. Bloco Parlamentar Aliança/REPUBLICANOS - DF) - Obrigada. Obrigada, Senador Paulo Paim.
Ele coloca emoção, coração em sua fala. E sei como o senhor é um entusiasta das iniciativas da Liga do Bem.
R
Eu faço questão de registrar a presença, nesta sessão, porque já está à mesa com a gente, da Senadora Jussara Lima, do Piauí, que diz que não consegue falar, está sem voz. A Senadora Jussara agora não é só a Senadora Jussara, é a vovó Jussara, não é? Esse sorriso todo aí é que ela está vivendo esses momentos especiais - chegou uma princesa na família.
Senadora Jussara, é uma alegria tê-la conosco nesta sessão. Eu sei que a senhora também aprecia e incentiva todo o trabalho da Liga do Bem aqui no Senado.
Registro também a presença do Secretário de Estado de Relações Institucionais do Distrito Federal, Agaciel Maia, que, antes de ser Secretário, foi nosso Deputado Distrital (Palmas.) aqui no DF e, antes de ser o nosso Deputado Distrital, foi servidor desta Casa e Diretor do Senado Federal. Hoje ele veio rever os amigos.
Seja bem-vindo, Secretário, é uma alegria tê-lo conosco. Eu sei do seu envolvimento com a Liga do Bem e com todos os servidores desta Casa.
Neste instante, eu concedo a palavra à Sra. Ilana Trombka, Diretora-Geral do Senado Federal.
É uma alegria ouvir a nossa Diretora incentivadora, apoiadora e mãezona do nosso grande projeto Liga do Bem.
A SRA. ILANA TROMBKA (Para discursar.) - Obrigada, Senadora.
Bom dia a todos e a todas, cumprimento a mesa, a Senadora Jussara, a Senadora Ivete, a Senadora Damares, o Senador Paim, a Paty, o Alisson, cumprimento o nosso colega ex-Diretor-Geral desta Casa, Agaciel Maia, e o Alison, Presidente do Sindilegis, que eu vi por aqui também chegando.
Está ali! Primeiro dia depois de 50 anos. Alison fez 50 anos ontem, Presidente reeleito do nosso sindicato. (Palmas.)
O do lado dele, fazendo graça, é o meu marido.
Bom, é fácil falar da Liga, porque é só falar coisas boas! Que bom momento poder falar só coisas boas neste mundo tão conturbado que nós temos vivido.
A Liga é uma iniciativa que foi uma ideia do Alisson Bruno. Ele ofereceu essa ideia num projeto que a gente tem até hoje, chamado Manhã de Ideias. Nós achamos a ideia sensacional, e eu chamei a Paty, que trabalhava comigo, para tocar essa ideia em frente.
Na época, a Paty tinha uma salinha bem na frente da minha e ali a gente ia querendo organizar esse grupo de voluntários do Senado Federal. E, dessa ideia, uma ideia em que eu tive a alegria de acreditar e de colocar a pessoa correta para tocar, nasceu o que hoje nós estamos comemorando.
A Liga é sensacional, é sensacional porque ela é uma Liga, no sentido de que ela nos junta e nos junta a todos.
Eu me lembro, claro, de milhares de campanhas da Liga, mas lembro muito bem, na pandemia, quando a Liga foi um instrumento que permitiu que nossos colegas que trabalham vinculados ao Senado, mas que não são formalmente servidores e colaboradores, como os colegas que estão na barbearia - e há quantos anos estão na barbearia! - e os colegas que trabalhavam vigiando os carros e lavando-os tivessem dignidade naquele período, porque foi um período muito duro. Nós, servidores efetivos, comissionados, os terceirizados, os estagiários e os menores aprendizes, mesmo sem vir pessoalmente ao Senado, tínhamos, naquele momento, os nossos salários garantidos.
E os colegas que viviam do movimento desta Casa, como nós poderíamos deixá-los? Não poderíamos, porque eles são parte do Senado Federal - alguns há muito mais tempo do que eu, que tenho quase 30 anos de Casa.
R
A Liga foi um instrumento que nos permitiu criar um aplicativo - quem criou foi um voluntário da Liga - e adiantarmos cortes de cabelo, lavagens de carro, que talvez nunca tenhamos efetivamente utilizado, mas que mostravam que aquelas pessoas eram parte desta Casa. Apoiamos, muitas vezes, com auxílio em alimentação, às vezes até no aluguel que aquelas pessoas tinham dificuldade de pagar. Portanto, a Liga é um trabalho para fora, mas é também um trabalho para dentro.
Foi a Liga que trouxe a condição, a possibilidade, de aqueles servidores já aposentados - e vejo alguns aqui, a Virgínia, servidora da comunicação social, que também foi Diretora da Comunicação Social, hoje aposentada - dizerem: "Ah, vou continuar vinculado ao Senado Federal." A Virgínia, o Wesley, o Narciso e tantos outros servidores que passaram 20, 30, 40 anos aqui dentro e que não queriam deixar de colaborar para o Senado Federal, a Liga trouxe essa possibilidade, bem como para a comunidade em geral. O Amigos da Liga é um grupo que agrega pessoas que não têm, num primeiro momento, um vínculo direto com o Senado, mas que estão aqui porque querem auxiliar essa comunidade, querem auxiliar o Distrito Federal e, às vezes, outros locais, até fora dele. Então, a Liga é essa forma de colar pessoas que querem fazer o bem.
Além de poder ajudar e dar a oportunidade de ajudar, a Liga se envolve em campanhas anuais. E nós estamos neste momento com o Natal da Liga, quando estamos adotando 510 cartinhas. Começou assim com o Papai Noel dos Correios, mas se ampliou, porque hoje nós temos, no Natal da Liga, cartas de idosos, cartas de pessoas com deficiência. Hoje, nós escrevemos uma carta de devolutiva à carta que nós recebemos, fazemos as festas de entrega, ou seja, a Liga pega um projeto e amplia.
Tivemos, claro, oportunidades, por meio da Liga do Bem, de extrapolar as fronteiras do Distrito Federal. Primeiro, com a ajuda a Petrópolis, quando houve lá uma tragédia de deslizamentos. E nós saímos daqui, pela primeira vez, com um caminhão dirigido pelo Ciro, um servidor, hoje aposentado, do Senado Federal que, com a sua carreta, ele mesmo dirigindo, levou os donativos. E depois, claro, com a ampliação da campanha SOS Rio Grande do Sul.
A gente precisa falar dessa campanha porque foi um desafio. O primeiro desafio... Para vocês terem uma ideia, na primeira reunião que a gente fez na campanha SOS Rio Grande do Sul, Senador Paim, a gente queria doar 50 cobertores - esse era o objetivo da campanha. Foram mais de 200 toneladas. Nós começamos querendo doar 50 cobertores e foi crescendo para um tamanho que a Liga funcionou finais de semana inteiros, durante meses. Nós tivemos centenas de pessoas trabalhando lá, na semana e no fim de semana. Nós tomamos conta dos corredores da gráfica, com os donativos. Nós não conseguíamos andar dentro do galpão da Liga do Bem. Nós não conseguíamos andar, não tinha espaço para que nós pudéssemos andar lá dentro. Nós passamos a concentrar os donativos do Distrito Federal. Só que não era apenas concentrá-los. Eu acho que isso é o que a Liga faz de mais extraordinário: é fazer diferente.
R
Nós não recebíamos os donativos, ensacávamos e mandávamos. Nós dividíamos por tamanho, por masculino ou feminino. Nós selecionávamos. Nós fazíamos kits em que iam todos os tipos de vestuário, porque uma família não precisa só de camiseta, ou só de calça, ou só de meia; ela precisa de tudo. E, no Sul, era maio, junho, era inverno, precisava-se de doação de roupa de frio. E nós separávamos.
E aí eu me lembro de ter me emocionado um par de vezes, porque eu sou gaúcha, quando eu vi que a Patrícia decidiu mandar um cartão junto com cada kit de donativo. E esse é o diferencial da Liga. Não é que você doa; é que você doa o seu coração junto com a Liga. E em cada pacote de donativo ia escrito "Nós estamos com vocês. Da Liga do Bem para o povo gaúcho". Não era simplesmente pegar um quilo de alimento ou ração para os animais; era mostrar que, naquela ração, naquele quilo de alimento, naquelas águas, estava indo o nosso sentimento para o Rio Grande do Sul, o nosso desejo de que o pior passasse. E o pior passou, passou graças a ações legislativas tomadas aqui por esta Casa e passou graças ao trabalho de voluntários. E o Senador Paim relatou na ocasião em que nós estivemos lá.
E eu preciso dizer para vocês que já corriam algumas semanas da enchente e as pessoas estavam num abrigo. No abrigo havia, inclusive, uma loja de roupas - o senhor lembra. Era um abrigo muito bem organizado, com um restaurante interno, com uma loja como a que nós temos, o Brechó do Bem, onde as pessoas pegavam as peças de roupas. Só que as crianças estavam completamente abandonadas. As crianças não podiam ir à escola. Não tinha escolas abertas naquele momento. As pessoas tinham perdido todos os seus brinquedos. As pessoas tinham perdido as casas, com tudo que havia dentro delas.
E, claro, alimentação, estar num lugar em que você esteja protegido, abrigado é a prioridade, mas, depois da prioridade, vem a humanização.
E, naquele momento, a gente tirando os brinquedos daquele caminhão, entregando para aquelas crianças, o sorriso daquelas crianças é uma coisa inesquecível. Parecia que, de um rosto triste, se abria um sorriso, um sorriso em formato de lua, que iluminava aquele lugar. (Palmas.)
Era um sentimento incrível. E os pais!? Porque os pais viam os seus filhos sendo atendidos. E isso foi graças à Liga do Bem.
E a Liga do Bem continua. Ela continua com as suas campanhas. Ela continua fazendo o bem. E essa pessoa que coordena a Liga do Bem e coordena um grupo de servidores e colegas tem as ideias mais incríveis.
E aí nós vivemos coisas como o curso de automaquiagem para mulheres cegas. As pessoas que não enxergam não podem se enfeitar? De onde vem isso? Por que elas não podem se maquiar? Nós vivemos aqui um curso de maquiagem para as mulheres vítimas de câncer em tratamento. Nós recebemos aqui mulheres transexuais, e as valorizamos - estamos com elas.
Nós, por meio do e-Cidadania, recebemos os jovens da Pestalozzi, que pela primeira vez tinham noção do que era a cidadania, porque normalmente não são devidamente olhados pela sociedade. E a Liga olha para eles.
Então eu só posso terminar esta fala dizendo como eu terminei o vídeo: a Liga do Bem é tudo de bom!
R
Muito obrigada. (Palmas.)
A SRA. PRESIDENTE (Damares Alves. Bloco Parlamentar Aliança/REPUBLICANOS - DF) - Obrigada, Diretora Ilana.
Para quem está ligando a TV Senado, agora e não está entendendo nada, eu vou explicar: está acontecendo, neste Plenário, neste exato momento, uma sessão especial destinada a comemorar os dez anos de atuação da Liga do Bem. É um movimento do Senado Federal, de servidores do Senado Federal, cuidando do Distrito Federal, do Brasil, das pessoas, fazendo o bem. São servidores que dedicam seu tempo de forma voluntária, um movimento que tem inúmeras campanhas, a exemplo agora do Outubro Rosa, não é, Ilana? Brasília ficou rosa. A Liga do Bem trabalhou muito durante o Outubro Rosa, inclusive, Senador Paim, com centenas e centenas de mamografias, mas, para a Liga do Bem, não é só outubro que é rosa; todo dia é rosa e as campanhas continuam.
Conheça o trabalho da Liga do Bem você que está ligando a televisão agora. É um time do bem, que faz o bem aqui, no Senado Federal.
Vamos ouvir agora a palavra do Sr. Alisson Bruno, Coordenador do Programa e-Cidadania, do Senado Federal, e criador da Liga do Bem.
Alisson é um prazer você estar com a gente nesta sessão, você que foi iluminado com essa ideia extraordinária da criação da Liga do Bem.
O SR. ALISSON BRUNO (Para discursar.) - Bom dia.
Para mim, é uma grande honra estar aqui presente. Cumprimento os Senadores, as Senadoras, a Diretora Ilana e a Patrícia, Coordenadora.
Realmente, para mim, é uma grande honra, porque, há dez anos, Deus me deu essa ideia, que foi apenas uma pequena semente que foi plantada. Eu imaginava algumas coisas que poderiam ser feitas, mas, em momento nenhum, eu confesso, eu imaginei que chegaria a esse tamanho. Então, eu me sinto muito honrado de poder ter sido usado por Deus para plantar essa semente e saber que isso deu muito resultado, um resultado muito maior do que eu poderia imaginar lá há dez anos.
Destaco ainda que a oportunidade de apresentar essa ideia é algo que a Ilana tem incentivado muito no Senado, com o Manhã de Ideias e uma abertura muito grande para inovação. Então, se não houvesse o Manhã de Ideias ou uma oportunidade para apresentação de propostas, isso não aconteceria.
Então, ressalto a importância desse ambiente de inovação que existe no Senado, para que a gente possa apresentar propostas. Algumas já foram apresentadas e não foram implementadas por diversos motivos, mas você percebe que há essa sinceridade no sentido de receber as ideias por parte da Direção, para poder implementar aquilo que é viável e pode dar bons resultados.
Ao longo desses dez anos, muitas coisas foram feitas graças ao trabalho incansável da Patrícia, como eu digo sempre e ressalto, porque uma ideiazinha que eu dei lá no início com certeza não chegaria a 1% de tudo o que ela já imaginou depois, outras ideias, como a Ilana destacou, de campanhas que foram sendo executadas pela Liga do Bem, com toda a equipe que trabalha junto com a Patrícia incansavelmente e os voluntários, né?
R
Algumas campanhas são muito marcantes e têm sido muito marcantes, mais ainda agora, como o Corte do Bem, por exemplo. Nas primeiras vezes em que isso aconteceu, eu não tinha na minha família nenhuma mulher que tivesse sido vítima de câncer de mama, mas isso sempre me tocou muito. E lá na primeira campanha, se não me engano, à minha filha, ainda muito muito pequena - acho que ela tinha uns quatro ou cinco anos -, nós mostramos a campanha, e ela se dispôs a doar o cabelo dela. E isto foi muito marcante para mim: a minha filha ter se interessado em ajudar. Infelizmente, alguns anos depois, agora, minha mãe foi acometida também com câncer de mama, mas, graças a Deus, está sendo tratada, e eu creio que vai se recuperar. E, assim, eu penso: poxa, lá atrás, a gente já ajudava outras pessoas, e agora eu vejo minha mãe numa situação dessa e outras mulheres no hospital onde ela está se tratando. Você vê o sofrimento das pessoas. E como é importante ter pessoas para ajudar em situações assim, de extrema necessidade!
Eu destaco ainda, também, a campanha que fizemos junto com a Associação Pestalozzi. Temos aqui a Luciana, que ajudou na organização, que faz parte da associação. Essa campanha da Oficina Legislativa do Bem foi a primeira oficina legislativa realizada com pessoas com deficiência. A oficina legislativa foi pensada inicialmente para um público de estudantes de ensino fundamental, médio, superior, mas não tínhamos pensado na possibilidade de que fosse executada com pessoas com deficiência. Então, quando a Patrícia me falou dessa possibilidade, organizamos tudo isso, junto com a Pestalozzi. Essa oficina foi feita e foi uma das coisas mais incríveis que eu vi, porque esse contato ali, dentro da Pestalozzi, com os atendidos apresentando as suas próprias ideias, os autodefensores... Eu fui aprendendo mais ainda ali, junto com eles, da Pestalozzi, vendo os autodefensores trabalhando em prol dos direitos deles.
Quando as ideias foram apresentadas, nós estávamos ali presentes. Uma das ideias, inclusive, foram apresentadas pelo telefone, com o apoio da Ouvidoria, que recebeu essa ideia. O atendente da Ouvidoria, com muita calma, recebeu esse telefonema, registrou a ideia desse atendido, e eu vi como o Senado Federal estava pronto e bem aberto para receber, de várias formas, a participação de todos os tipos de pessoas, daquelas pessoas que têm plenas capacidades e daquelas que não têm plenas capacidades, mas, ainda assim, têm condições de apresentar as suas demandas, as suas dificuldades.
Aí, a ideia do Marcelo e do grupo do Marcelo, que é irmão da Luciana, foi adotada pelo Senador Paulo Paim. Novamente, o Senador Paulo Paim, que já é autor de mais de um projeto de lei originado a partir de ideias legislativas, né? O Senador Paulo Paim também foi o primeiro - e eu já falei isto para ele: que ele foi o primeiro - Senador a tornar todas as audiências públicas da Comissão interativas, e isso virou o padrão do Senado Federal já há dez anos também, Senador. Muito bem! (Palmas.)
A Comissão é presidida hoje pela Senadora Damares, e isso é algo que é permanente no Senado.
Então, esse projeto de lei que foi apresentado pelo Senador e muitos outros já que foram apresentados a partir de ideias eu vejo, tudo isso, também, como fruto, resultado do trabalho da Liga do Bem, que já faz bem para muita gente.
No relatório que todos vocês viram aí, há vários números que são muito impactantes, mas é impossível mensurar o bem que a Liga do Bem tem feito para as pessoas, porque o bem é muito grande e a quantidade de pessoas, com certeza, que foi beneficiada é imensurável.
R
Então, concluo aqui e novamente agradeço a oportunidade. Para mim é uma grande honra estar aqui presente, poder dar o meu testemunho para vocês. E vamos juntos continuando esse trabalho, porque Deus tem-nos dado saúde, e a gente tem muita coisa para poder fazer pelo próximo.
Obrigado. (Palmas.)
A SRA. PRESIDENTE (Damares Alves. Bloco Parlamentar Aliança/REPUBLICANOS - DF) - Obrigada, Alisson.
Eu registro também, com muita alegria, a presença da esposa do Senador Hamilton Mourão, a Paula Mourão, que é voluntária da Liga do Bem e tem ajudado muito.
Por favor, Paula, levante a mão - eu sei que ela está no Plenário.
É uma alegria, Paula, tê-la com a gente! (Palmas.)
E é parceira no projeto das tampinhas. Para quem não sabe, uma das campanhas da Liga do Bem é o recolhimento de tampinhas, e já foram mais de 43 toneladas de tampinhas. E, olha, ninguém pode tomar um refrigerante, uma água perto da Paula se não deixar a tampinha com ela. Paula, que já trouxe toda a sua história de voluntariado e agora participa da Liga do Bem. Obrigada por estar conosco. Leva um abraço para o Senador Hamilton Mourão.
Vamos ter a alegria agora de ouvir a palavra de Patrícia Seixas Alves, Coordenadora da Liga do Bem.
Patrícia é uma alegria! E, antes que você comece a falar, obrigada pelo trabalho que você está fazendo na Coordenação da Liga do Bem.
A SRA. PATRÍCIA SEIXAS ALVES (Para discursar.) - É, vamos ver se eu vou dar conta... (Palmas.)
Bom, eu cumprimento a mesa - Senadora Damares, Senador Paulo Paim, Ilana, Alisson.
Pare de me olhar... Ela já está me olhando porque ela sabe que eu vou chorar.
Bom, então é uma honra a presença de vocês aqui com a gente. Hoje eu só quero agradecer primeiramente a Deus, uno e trino, e à Nossa Senhora. Em todas as nossas entregas, fazemos sempre uma oração de agradecimento e proteção. Assim, só colhemos bons frutos que enriquecem a nossa alma. Em todas as nossas entregas fazemos sem... (Manifestação de emoção.)
Dedico meu trabalho a memória do meu pai, que há um ano se foi e vibrava com o sucesso da Liga; à minha mãezinha, que infelizmente não está aqui presente - ela passou mal, mas está a minha irmã, uma vencedora do câncer, a Beth; o meu cunhado; o meu filho; e a minha nora.
Agradeço à Ilana, nossa Diretora-Geral, por acreditar e confiar em mim, na minha equipe; ao colega Alisson, pela brilhante ideia da criação da Liga, que hoje faz parte da minha vida.
Quero agradecer à minha equipe. Então eu peço que as meninas venham aqui, na frente. Elas vão me matar, mas eu quero que as meninas da minha equipe, Evelly, Nalva, todas, por favor, venham aqui na frente.
Evelly, Nalva, Itania, Denise, Selma, Carlinha. (Palmas.)
Gente, é rápido! Ah, meu Deus!
Itania, Denise, Selma, acho que elas estavam ali na galeria. (Risos.)
Ai, que lindo! (Palmas.)
Ai, meu Deus, que lindo! Muito obrigada. E eu amo flores.
R
Meninas, cadê? Cadê? Está faltando a Denise, a Carla... Cadê a Carlinha? Cadê a Carlinha? (Pausa.)
A Catiussia chegou agora também para a gente. Bom, assim todo mundo fica conhecendo. Todo mundo sabe que essa é a minha equipe. A Catiussia chegou agora para o nosso time. Está faltando a Denise e está faltando a Carla, que estão chegando.
Venham correndo! (Risos.) (Pausa.)
Eu falei que era para sentar todo mundo junto, ainda avisei.
Bom, só falta a Denise. (Pausa.)
A Denise é a nossa Barbie. (Palmas.)
Elas merecem muitas palmas. (Palmas.)
Meninas, olhem para cá.
"Bom dia, meninas!" - é assim que eu as acordo. Meninas, agradeço a vocês pelo trabalho incansável, pela disponibilidade, dedicação e amor, por sempre estarem comigo e concretizarem as minhas ideias. Eu peço perdão pelas vezes que eu fui ríspida com vocês. Dizem que a gente desconta a nossa irritação nas pessoas que a gente ama. Então, eu amo vocês! (Manifestação de emoção.)
Uma salva de palmas para a melhor equipe do mundo, que é a minha! (Palmas.)
Obrigada.
Bom, também faz parte desse trabalho, desse time, dessa equipe maravilhosa o servidor Wesley Gonçalves de Brito, que não pôde estar presente. Ele é o nosso responsável financeiro, superparceiro nosso.
Para abrilhantar ainda mais o time da Liga, um trio muito querido e especial, que eu peço, por favor, que se levante: Clodoaldo, que eu já tinha visto ali, ó... (Palmas.)
O Clodoaldo é que faz o desenho da Bandeira aqui no tapete.
Maria e Claudete, se levantem. (Palmas.)
Pode ficar em pé, Clodoaldo. Pode ficar em pé.
Vocês deixam o nosso galpão limpo e acolhedor, um chão que brilha mais do que um céu estrelado, não é, Clodoaldo? Vocês criam um ambiente onde nós podemos trabalhar melhor e participam de tudo conosco. Muito obrigada por vocês existirem na minha vida. (Palmas.)
Gracinha... Gracinha, eu te vi aí. Você está em cima na galeria, não está, Gracinha? Eu não posso me esquecer do delicioso cafezinho que você prepara com o sorriso e a bondade que existe no seu coração. Obrigada, Gracinha. (Palmas.)
Agradeço aos parceiros e parceiras a confiança que depositam no nosso grupo e que intensifica a força da solidariedade. Realmente, juntos, nós somos muito mais fortes.
A todos os voluntários e voluntárias, o meu agradecimento. Vocês dão vida e cor ao coração da Liga e ao meu também. Muito obrigada. (Palmas.)
R
Muitas pessoas não sabem o que está por detrás de uma campanha. Não é apenas uma caixa de doação no corredor, é muito mais do que isso.
O nosso cronograma com todas as campanhas e ações é entregue por inteiro à nossa Diretora-Geral no mês de fevereiro. Após a sua aprovação, as equipes entram em ação e os trabalhos começam a se conectar. São os bastidores de uma campanha que trabalham incansavelmente, em silêncio, para que tudo saia perfeito.
Então, aqui estão eles. Eu vou apresentá-los.
Eu tenho muita honra do trabalho que essas pessoas fazem. Então, à medida que eu for chamando, eu peço que vocês se levantem.
Equipe do transporte, que conduz as nossas vidas, de pé. (Palmas.)
Carregadores, que literalmente carregam o peso, de pé. Dudu, cadê a sua equipe, Dudu? Levantem, levantem. (Palmas.)
Os almoxarifes, os rapazes da empilhadeira, por favor, levantem. (Palmas.)
Marcenaria e serralheria. Cadê os rapazes do Marco? Marcenaria e serralheria? (Palmas.)
Equipe da Gráfica do Senado. Sr. Farias, levanta, Sr. Farias, porque o senhor é gráfica.
Sr. Farias, servidor aposentado, que dava o duro. Olha, ele entrava, de sala em sala, e falava: "Me dê aqui o dinheiro para eu comprar a cesta básica". Né, Sr. Farias? Eu vou fazer isso.
Protocolo da Dger: Claudinha, Fran, cadê as meninas? (Palmas.)
Nosso designer gráfico, Thomas - vem cá, chuchu -, responsável pela identidade visual dos nossos projetos, criador dessa logo linda de dez anos e dessa camiseta também maravilhosa. Ele faz toda a identidade visual da Liga. Ele é o Thomas. (Palmas.)
Equipe da Codiv, que cria as artes das Campanhas do Agasalho, Outubro Rosa e Natal Solidário. (Palmas.)
Assessoria de comunicação e chefia de gabinete da Dger. (Palmas.)
Eu quero agradecer o trabalho excepcional que cada um realiza, a disponibilidade de fazerem sempre o melhor, de sempre estarem prontos, por mais que as demandas sejam grandes.
Agradecer a vocês é pouco, diante de tudo que fazem pela Liga. (Manifestação de emoção.) Deus os abençoe sempre. E eu saúdo vocês, dou palmas e agradeço muito pelo trabalho de vocês. (Palmas.)
A SRA. PRESIDENTE (Damares Alves. Bloco Parlamentar Aliança/REPUBLICANOS - DF) - Quero agradecer à Patrícia - que emocionante! - e a todos vocês que fazem da Liga do Bem esse movimento extraordinário.
E a quem está nos assistindo dos gabinetes, do todo o Senado, que ainda não faz parte dessa família: corra, corra para a família Liga do Bem. Que extraordinário! É realmente uma grande família.
Parabéns, Patrícia, por todo o trabalho e pela forma carinhosa como você lida com todos os voluntários e todos os envolvidos.
Eu agora concedo a palavra à Sra. Renata de Brito Teles, Coordenadora da Casa Abrigo, unidade da Secretaria da Mulher do Distrito Federal, por cinco minutos.
D. Renata já está conosco. Bem-vinda, Renata.
A SRA. RENATA DE BRITO TELES (Para discursar.) - Olá, bom dia a todos e a todas.
R
Inicialmente, quero agradecer pelo convite da Patrícia, da Liga do Bem.
Quero cumprimentar a mesa e todos os demais presentes na pessoa da Senadora Damares.
É uma honra estar aqui representando a Secretaria da Mulher e a Casa Abrigo, que é o local que coordeno - sou Coordenadora lá há algum tempo.
Falar dos dez anos da Liga do Bem é muito especial para nós da secretaria e da Casa Abrigo. É hora principalmente de agradecer pelos tantos anos dessa parceria que as meninas têm com a Casa Abrigo. E os nossos agradecimentos vão além da secretaria, eu agradeço também em nome das inúmeras mulheres que foram acolhidas na Casa Abrigo.
A Casa Abrigo, para quem não conhece, é uma casa que acolhe mulheres vítimas de violência com alto risco de morte. É um local de endereço sigiloso. As mulheres chegam lá principalmente para terem a garantia de proteção às suas vidas mesmo; é lá que elas buscam a proteção para continuarem vivas. Chegam lá com seus filhos e ficam acolhidas lá "em regime fechado", como elas dizem - elas se sentem prisioneiras -, mas é o lugar onde elas buscam proteção para se manterem vivas. Muitas mulheres largam seus lares, porque realmente têm que sair por conta da violência, chegam lá com suas crianças, ficam nesse local fechado, para se manterem vivas. O trabalho que a Liga do Bem faz lá dentro, quando fazem as visitas paras as mulheres, é muito significativo para elas. Eu estou lá há um certo tempo e, todas as vezes em que a Liga faz a visita e oferta todo aquele cuidado às mulheres - fazendo maquiagem, fazendo cabelo -, quando vai embora, elas me procuram e vão relatar o bem que elas sentiram com a presença deles lá. Muitas relatam que nem se sentiam vivas e, quando fazem maquiagem, se olham no espelho, se reconhecem como mulher novamente.
É um trabalho muito lindo, muito significativo para elas, porque elas voltam a sonhar, voltam a se sentir bem, se sentir cuidadas e protegidas. Elas falam que, com o simples - as meninas vão lá fazer uma massagem na mão, acariciar a mão delas, coisas que elas nunca sentiram muitas vezes no lar em que elas estavam -, elas se sentem muito abraçadas, muito acolhidas. Então, esse trabalho, essa parceria que a gente tem é importantíssima.
Tem o relato, inclusive, de uma que falava que nunca mais tinha se olhado no espelho e que, quando fez o cabelo e a maquiagem, se reconheceu viva, se reconheceu mulher, e isso fez uma diferença muito grande na vida dela.
Fora os brinquedos: um simples brinquedo que a Liga entrega para as crianças torna a vida delas muito melhor. Então qualquer coisinha, que para gente não significa nada, quando a Liga chega com todo um kit de beleza, um brinquedo, faz uma diferença muito grande ali para aquelas mulheres.
Então, agradeço em nome dessas pessoas. Valeu cada momento que vocês, voluntariamente, dedicaram - horas de vocês - fazendo um mimo para as nossas mulheres. Muito obrigada por proporcionarem momentos maravilhosos!
Agradecemos a parceria, que seja ainda mais duradoura e viva e que possamos continuar fazendo a diferença na vida de mulheres e crianças.
Muito obrigada à Liga do Bem. (Palmas.)
R
(Durante o discurso da Sra. Renata de Brito Teles, a Sra. Damares Alves deixa a cadeira da Presidência, que é ocupada pelo Sr. Paulo Paim.)
O SR. PRESIDENTE (Paulo Paim. Bloco Parlamentar Pelo Brasil/PT - RS) - Nossos parabéns à Sra. Renata de Brito Teles, Coordenadora da Casa Abrigo, unidade da Secretaria da Mulher do DF. Fez um belo pronunciamento e mostra como é importante ter espaços que possam acolhê-las efetivamente. Elas têm que estar onde elas quiserem, com respeito, construindo uma vida melhor para todas. Parabéns à senhora.
Solicito, neste momento, à Secretaria-Geral da Mesa, a exibição do depoimento da Sra. Maria de Lourdes dos Santos Sousa, beneficiária do Projeto Empoderamento Feminino.
A SRA. MARIA DE LOURDES DOS SANTOS SOUSA (Para discursar. Por vídeo.) - Com a Liga do Bem, começou assim: há 30 anos eu vivia na W3 Sul pedindo esmola. E eu, praticamente, não pedia. Eu ia lá para a W3 Sul, para a 504, 510, 511, ficava sentadinha lá, do jeito que eu estou aqui, aí o pessoal passava e me dava um trocado. Eu tinha vergonha de estender a minha mão. Mas aquilo me corrompia, me doía, porque eu não tinha outra maneira de viver.
Antes da pandemia, eu continuava pedindo na minha vida. Eu pedia. Nunca deixei a minha filha pedir esmola, separei do meu marido há muito tempo. Eu pagava para a olharem; na época eu pagava para a olharem, eu pagava aluguel, e tudo com as esmolas, pedindo esmola.
Quando foi um dia... A minha vista já vivia agravada há muito tempo; minha vista já estava se agravando a cada dia mais. E com aquilo ali eu chorava e perguntava: "Meu Deus, por que isso está acontecendo comigo? Não tem outro meio, não tem de onde tirar, minha família não tem condição de me ajudar...". A filha cresceu, a filha casou, foi embora, e eu fiquei só.
Quando foi um tempo, na época da pandemia, antes de começar a pandemia, eu conheci uma moça por nome de Carlinha. Quando eu passei, ela já vinha com o carro e me rodeou. Ela disse "senhora...", e aí conversou comigo, me levou no lugar em que eu fico. Aí eu contei para ela a situação da minha vista, que a minha vista já estava se agravando, aí ela... Até aí ela não me falou que era da Liga do Bem. Ela tinha me dado o telefone dela, mas ela nunca ligou para mim, e eu também não liguei para ela, mas, quando foi um dia, eu estava lá na cozinha, e foi ela que ligou: "D. Lourdes, sou eu. A gente vem para levá-la ao médico, para a gente ver a sua visão". E eu: "Quem, menina? Quem é?". Porque tem muita gente... Aí ela me falou: "Não, sou a moça lá da Liga do Bem". E aí começou a trajetória da minha cirurgia. Eles cuidaram de tudo, através do pessoal da Liga do Bem. Eles me ajudaram, e eu fiz a minha cirurgia. Minha cirurgia não foi barata, eu tenho certeza, entre exames e tudo, carro para me levar, carro para me trazer...
Aí eu pensei comigo, eu pensei: "Quer saber de uma coisa? Eu vou montar um bazar. Mas como é que eu vou montar esse bazar?". E montei o bazar ali nas calçadas, no relento, dia de sábado, domingo. Pagava a pessoa para tirar as roupas daqui, botava lá, botava, depois, na hora de fechar, guardava. Eu mesma só comprei material - comprei o material. Depois, o pessoal da Liga do Bem veio e me deu roupa. A Patrícia, graças a Deus, me deu a placa, a Patrícia me deu essas coisas aí... E hoje a minha história está aqui. Hoje eu não tenho mais coragem de pedir esmola para ninguém - para ninguém.
Eu, primeiramente, agradeço a Deus e ao povo da Liga do Bem. É um pessoal muito bom, muito amoroso, tem muita paciência. Eles têm muita paciência comigo, porque eu não sou fácil.
Bom, através do bazar, eu fiquei em casa, eles me ajudaram, eles levaram lençol meu para vender, levaram tapete meu para vender. Eu acho muito bonito o trabalho deles - viu? - e o que eles fazem comigo. Hoje eu não tiro mais esmola. Foi o pessoal da Liga do Bem que me tirou da rua. Foram eles que me tiraram, graças a Deus.
R
O SR. MARCOS JOSÉ ABADIO ROMEU (Por vídeo.) - Foi através do Empoderamento que a senhora...
A SRA. MARIA DE LOURDES DOS SANTOS SOUSA (Por vídeo.) - Foi. Foram eles que me tiraram. Eles continuam, me doam roupa. Eles ainda me doam cesta já tem muitos anos. Eles, todo mês, dão cesta e vêm para cá, o que já me ajudam bastante. Quando eu preciso de roupa, eles me dão. Eu ligo para lá.
O SR. MARCOS JOSÉ ABADIO ROMEU (Por vídeo.) - Então foi através do Empoderamento da Liga do Bem que a senhora conseguiu sair das ruas e hoje está aqui no bazar da senhora.
A SRA. MARIA DE LOURDES DOS SANTOS SOUSA (Por vídeo.) - Foi, depois de 30 anos, foi o pessoal da Liga do Bem que me tirou.
O SR. MARCOS JOSÉ ABADIO ROMEU (Por vídeo.) - Depois de 30 anos, a senhora saiu da rua.
A SRA. MARIA DE LOURDES DOS SANTOS SOUSA (Por vídeo.) - Depois de 30 anos eu saí da rua. (Palmas.)
O SR. PRESIDENTE (Paulo Paim. Bloco Parlamentar Pelo Brasil/PT - RS) - Essa foi a Sra. Maria de Lourdes dos Santos, beneficiária do Projeto Empoderamento Feminino. E eu olhava para a TV e estava ali olhando-a falar. O que é uma boa consultoria, né? "Senador, você está olhando para ela?" Sim. "Mas ela não está lá na TV. Onde é que ela está?" Aí eu olhei e disse: "Está ali, ó".
Uma salva de palmas para a senhora, que veio aqui presencialmente e gravou o primeiro. (Palmas.) Beijo no seu coração.
Uma bela fala, uma história de vida que fortalece a nossa Liga do Bem! (Pausa.)
Pode levantar o microfone para ela ali, ó. Só para ela dizer uma... Diga aí.
A SRA. MARIA DE LOURDES DOS SANTOS SOUSA - Eu vivia nas esmolas, tirando esmola. Eu ia para a W3. Eu não tinha quem me ajudasse, quem me apoiasse. Minha vista se agravou, mas se agravou mesmo que eu cheguei a perder esse olho. Esse olho aqui eu perdi, né? E, para a honra e glória do Senhor, Deus nosso Senhor preparou essa moça com o nome Carlinha, que me ajudou. Aí, depois, veio a Patrícia, que é um amor de pessoa. Essa menina é de ouro, viu? É de Deus.
O SR. PRESIDENTE (Paulo Paim. Bloco Parlamentar Pelo Brasil/PT - RS) - A Patrícia... Viu, Patrícia? Viu como ela não esqueceu? (Palmas.)
A SRA. MARIA DE LOURDES DOS SANTOS SOUSA - Graças a Deus. Eu agradeço a Deus. E agradeço também ao povo que ajuda o pessoal da Liga do Bem a ajudar a nós. Deus abençoe! (Palmas.)
O SR. PRESIDENTE (Paulo Paim. Bloco Parlamentar Pelo Brasil/PT - RS) - Muito bem. Vida longa à senhora e à Liga do Bem!
Passamos nesse momento a palavra à Sra. Larissa Bezerra da Silva, gestora da Rede Feminina de Combate ao Câncer.
A SRA. LARISSA BEZERRA DA SILVA (Para discursar.) - Bom dia.
Está difícil falar depois da D. Maria aqui, né? Todo mundo muito emocionado. Eu acho que ela, na verdade, trouxe a fala de todo mundo, do que a Liga representa, que é essa emoção, que é essa esperança, né? (Palmas.) Nada... As nossas palavras...
O SR. PRESIDENTE (Paulo Paim. Bloco Parlamentar Pelo Brasil/PT - RS) - Você já começou bem. Nem falou e já foi aplaudida. (Risos.)
A SRA. LARISSA BEZERRA DA SILVA - Foi graças à D. Maria, que trouxe essa emoção, representou exatamente o que nós sentimos sobre a Liga do Bem.
Então, eu apenas reestruturei algumas palavras, que eu vou ler para vocês em agradecimento.
A Rede Feminina vem com enorme gratidão celebrar e reconhecer a parceria da Liga do Bem ao longo destes dez anos de trabalho voluntário. Durante essa década, lado a lado, fizemos ações que transformam vidas, acolhem família e fortalecem nossa missão de cuidar com amor, dignidade e responsabilidade; ações que representam muito mais do que apoio, representam acolhimento, força e esperança para as mulheres em tratamento - a prova. A dedicação, a generosidade e o compromisso da Liga do Bem foram fundamentais para que tantos projetos pudessem avançar e alcançar quem mais precisava. Cada gesto solidário, cada hora de voluntariado e cada iniciativa conjunta refletem o verdadeiro sentido de empatia e serviço ao próximo.
R
Para essas mulheres a Liga do Bem é sinônimo de cuidado sensível, olhar humano e presença constante nos momentos em que mais precisam. Cada ação realizada, seja pequena ou grandiosa, faz diferença real no dia a dia e na autoestima de quem enfrenta um processo tão delicado. As oficinas de massagem promovem relaxamento, reduzem tensões e desenvolvem o corpo e um pouco da leveza perdida durante o tratamento; as oficinas de maquiagem resgatam a vaidade, a alegria de se reconhecer no espelho e a sensação de se sentir bonita, mesmo em meio às dificuldades. As doações feitas em outubro, assim como os chapéus, turbantes, mechas de cabelo, levam muito mais do que itens materiais; levam dignidade, confiança e a certeza de que cada mulher não está sozinha. Um turbante colorido, um chapéu elegante ou uma mecha de cabelo podem parecer simples, mas para elas significam identidade, conforto, possibilidade de enfrentar cada etapa com mais coragem.
A Liga do Bem representa, portanto, um abraço coletivo. Quantas vezes nós, da Rede Feminina, gritamos pela Liga do Bem com um pedido de ajuda para um paciente sofrido? A Liga é uma verdadeira rede de solidariedade que transforma medo em força, dor em acolhimento e vulnerabilidade em empoderamento.
Parabéns pelos dez anos de união, solidariedade e esperança! Que venham muitos outros! Em nome de todas as mulheres atendidas pela Rede Feminina, parabenizamos por dez anos de dedicação e amor ao próximo e expressamos nosso profundo agradecimento! Que essa união continue iluminando vidas e inspirando gestos de compaixão por muitos e muitos anos e que possamos, juntos, doar muito amor, enxugar muitas lágrimas e provocar muitos sorrisos!
O SR. PRESIDENTE (Paulo Paim. Bloco Parlamentar Pelo Brasil/PT - RS) - Muito bem.
A SRA. LARISSA BEZERRA DA SILVA - Muito obrigada, Patrícia. (Palmas.)
O SR. PRESIDENTE (Paulo Paim. Bloco Parlamentar Pelo Brasil/PT - RS) - Muito bem, Sra. Larissa Bezerra da Silva, Gestora da Rede Feminina de Combate ao Câncer, falou muito bem! Meus cumprimentos, viu? Maravilha a sua mensagem para todos nós.
Concedo a palavra, neste momento, ao Sr. Marcelo De Mari, proprietário do instituto de beleza Desiderata.
O SR. MARCELO DE MARI DIAS (Para discursar.) - Muito bom dia a todos. É uma honra poder estar aqui, hoje. Eu me sinto um soldado da Liga e concordo com a D. Maria: essa garota é de ouro, essa menina é de ouro, não é, Patrícia? (Risos.)
Cumprimento a mesa, todos da mesa, o Senador, a Patrícia, a Ilana, o Alisson.
Para a gente, na minha área, é uma honra representar os parceiros da beleza aqui e gostaria de falar um pouquinho como foi que a gente começou isso, não é, Patrícia?
Eu sou cabeleireiro. Meu nome é Marcelo De Mari e represento o salão Desiderata, localizado no Lago Sul.
R
Eu e minha equipe temos a honra de ser parceiros da Liga do Bem há seis anos. E, hoje, subo a esta tribuna para compartilhar o que significa para nós a missão do corte solidário.
Hoje, não vim falar apenas como profissional da beleza, vim falar como alguém que descobriu que a tesoura pode ser um instrumento de cura para a alma, mas antes preciso olhar para trás. Quem me vê hoje exercendo o ofício talvez não imagine a estrada que percorri. Venho do Paraná, da cidade de Londrina, onde o início foi marcado pela escassez. Faltavam recursos, faltava acesso, faltava quase tudo, tudo menos a vontade de vencer e mudar a minha realidade e a da minha família, o que aconteceu quando cheguei a Brasília, a convite de Helio Nakanishi, um grande profissional aqui da área de beleza de Brasília. Foi então que, aqui nesta cidade, descobri que cortar cabelo não era apenas um trabalho, mas era o meu verdadeiro dom. E me entreguei a ele de corpo e alma. São quase 40 anos de profissão movidos por uma verdade simples: eu gosto de gente, gosto de acolher, de resolver, de transformar e de servir.
Por isso, quando a Liga do Bem nos chamou, o "sim" foi imediato. Ajudar quem precisa não é mérito, é obrigação moral. No entanto, essa missão ganhou um peso sagrado para mim após tragédias pessoais. Perdi minha irmã, vítima de um câncer, de forma rápida e dolorosa e, pouco depois, perdi a minha mãe, minha maior incentivadora, para um infarto. A dor dessa perda poderia ter me paralisado, mas, ao contrário, acendeu em mim uma urgência de usar minhas mãos para devolver autoestima e esperança. Conheci na minha pele a dor da perda na minha própria casa. E é por isso que entendo a importância de cada sorriso que conseguimos resgatar. Essa é a minha missão, é onde coloco meu coração todos os dias.
Agradeço à Patrícia e à Liga do Bem, que acreditou e confiou em mim e na minha equipe. E afirmo, enquanto a Liga do Bem precisar, minhas mãos e o meu time estarão a seu serviço.
Muito obrigado. (Palmas.)
O SR. PRESIDENTE (Paulo Paim. Bloco Parlamentar Pelo Brasil/PT - RS) - Sr. Marcelo De Mari, proprietário do estúdio de beleza Desiderata, que mostrou aí a sua vida e o quanto que faz bem cuidar de pessoas, ele disse, com muito carinho, muita solidariedade, fazendo aquilo de que gosta, não é, Marcelo? Parabéns.
Agora, solicitamos à Secretaria-Geral da Mesa a exibição de um vídeo contendo o depoimento dos colaboradores da Secretaria de Patrimônio Srs. Ricardo Bispo, Lucas Alves Moreira, Thiago Victor Domingos Paiva e Edimilson Pereira Ramos.
O SR. RICARDO BISPO DA PAIXÃO (Para discursar. Por vídeo.) - Bom dia.
O meu nome é Ricardo, sou carregador e gosto de estar aqui na Liga do Bem, porque somos bem recebidos, gostamos de sair com elas para poder praticar o bem.
R
E, parabéns, Liga do Bem, pelos seus dez anos.
O SR. LUCAS ALVES MOREIRA (Para discursar. Por vídeo.) - Sou o Lucas, faço parte do quadro de carregadores do patrimônio e venho aqui falar a respeito da Liga do Bem, do tanto que a gente é bem recebido quando a gente vem fazer algum serviço aqui. E queria parabenizar também a Liga do Bem pelos seus dez anos.
Que a Liga continue fazendo o bem para a vida das pessoas, não só para a gente, porque a Liga também faz muito bem para a gente. Queria falar também que aqui é um espaço muito humanizado e quem quiser vir aqui também visitar a Liga do Bem vai ser muito bem recebido.
E, no mais, é isso. Muito obrigado e um abraço.
O SR. THIAGO VICTOR PAIVA (Para discursar. Por vídeo.) - Meu nome é Thiago, sou montador lá do patrimônio. Primeiramente, eu queria parabenizar pelos dez anos da Liga do Bem. Toda vez que eu sou convocado para cá, eu me sinto muito bem, porque a gente sempre vem fazer o bem para todos. É muito bom estar aqui, gosto muito.
O SR. EDIMILSON PEREIRA RAMOS (Para discursar. Por vídeo.) - Meu nome é Edimilson Pereira Ramos, sou carregador e trabalho aqui há 17 anos. Sempre que a gente é convidado para fazer um serviço para a Liga do Bem, a gente é bem recebido, tratam a gente muito bem. Quero parabenizar por esses dez anos que ela está completando.
Parabéns. (Palmas.)
O SR. PRESIDENTE (Paulo Paim. Bloco Parlamentar Pelo Brasil/PT - RS) - Uma salva de palmas para os quatro - todos são aplaudidos. Eu vou pedir que se levantem.
Eu descobri agora que vocês estão aqui no Plenário. (Pausa.)
E adoram pão de queijo, me disseram.
Estão aí os quatro heróis.
Parabéns!
Bela fala, espontânea, ao mostrar o carinho que vocês têm pela Liga do Bem.
Concedo a palavra, neste momento, ao Sr. Juliano Bonfim Carregaro, Diretor-Executivo da Faculdade Anhanguera, por cinco minutos.
O SR. JULIANO BONFIM CARREGARO (Para discursar.) - Bom dia a todos, autoridades aqui presentes, Alisson, Patrícia, todos os integrantes da Liga do Bem, parceiros e convidados.
É uma honra falar nesta sessão especial em comemoração aos dez anos da Liga do Bem, uma iniciativa que, ao longo de uma década, fez do voluntariado um instrumento concreto de transformação social.
Tenho a responsabilidade de falar em nome de mais de 200 parceiros, hoje, da Liga, que caminham juntos nessa trajetória de solidariedade, e faço isso também na condição de Diretor da Faculdade Anhanguera de Brasília, instituição que se orgulha profundamente de integrar a Liga.
Entre os diversos projetos impulsionados pela Liga do Bem, gostaria de destacar aquele de que fazemos parte há muitos anos e que simboliza, com perfeição, o espírito dessa comemoração: o projeto que transforma lacres de latinhas e tampinhas plásticas em cadeiras de rodas e em fraldas, destinadas às pessoas em situação de vulnerabilidade social.
Os números são, atualmente: 43 toneladas de tampinhas e 2 toneladas de lacres, que foram transformados em mais de 40 mil fraldas e em 30 cadeiras de rodas para as pessoas que precisam. (Palmas.)
R
É um gesto simples, cotidiano, quase invisível, um pequeno lacre, uma tampinha, que, quando reunido por milhares de mãos, convertem-se em dignidade e mobilidade de cuidado. É a prova de que a mudança social não nasce apenas de grandes ações, mas da soma de pequenos compromissos assumidos coletivamente.
Patrícia, espero que você não brigue comigo, mas esse projeto também tem causado alguns probleminhas, que eu adoro ficar sabendo. Vou trazer dois aqui para vocês. Um, uma professora nossa na faculdade disse que não pode mais ir a restaurantes com a filhinha de seis anos dela porque a filhinha briga com todo mundo nas mesas se alguém jogar fora uma tampinha, um lacre, e com os garçons. E o outro, lá na casa dos meus pais, hoje em dia meu pai está andando na rua e cata latinhas, tampinhas, tudo na rua, e normalmente essas coisas estão sujas, leva para casa e minha mãe às vezes briga. Ela sabe que é pelo bem, mas... Esse poder de transformar não só dentro das instituições, mas todo mundo que está à nossa volta é lindo de ver.
Na Faculdade Anhanguera de Brasília, encontramos nesse projeto um alinhamento direto com a nossa missão como instituição de ensino: formar cidadãos conscientes que participam ativamente da sustentabilidade e da solidariedade. Educar é muito mais do que transmitir conhecimento, é inspirar a responsabilidade com o outro e com o mundo à nossa volta. E não há melhor maneira de ensinar isso do que vivendo os valores na prática, envolvendo os nossos estudantes, colaboradores e toda a comunidade acadêmica em ações reais de impacto social. Para muitos, resíduos como lacres e latinhas são apenas descartáveis, objetos que perdem a importância após serem utilizados. Para a Liga do Bem e para seus parceiros, eles se transformam em esperança, dignidade e uma rede de cuidado que alcança pessoas que, muitas vezes, não têm voz na nossa sociedade.
Celebrar os dez anos da Liga é celebrar também essa capacidade de mobilizar coletivos, engajar instituições e inspirar gerações. Hoje reforçamos aqui o compromisso da Anhanguera e, tenho certeza, de todos os mais de 200 parceiros, de continuar fortalecendo iniciativas que promovem inclusão, cidadania e sustentabilidade. E também faço o convite para que todos conheçam e participem desse projeto incrível e de todos os outros que foram apresentados hoje aqui.
Que esta sessão seja mais do que uma homenagem: seja um lembrete de que o Brasil que desejamos depende da soma das nossas escolhas, das nossas atitudes e do nosso compromisso constante com o bem comum. A Liga do Bem nos mostra, há dez anos, que, quando caminhamos juntos, as pequenas ações se tornam grandes transformações.
Muito obrigado. (Palmas.)
O SR. PRESIDENTE (Paulo Paim. Bloco Parlamentar Pelo Brasil/PT - RS) - Muito bem. Meus cumprimentos ao Sr. Juliano Bonfim Carregaro, Diretor-Executivo da Faculdade Anhanguera.
Parabéns pela fala, uma fala simples, objetiva, mas que emocionou a todos.
Solicito agora à Secretaria-Geral da Mesa a exibição de um vídeo contendo depoimento da Sra. Maria José Félix, colaboradora da equipe de manutenção e serviços gerais da Liga do Bem.
A SRA. MARIA JOSÉ FÉLIX (Para discursar.) - Bom dia, a Liga do bem tem um olhar diferenciado para os funcionários terceirizados. A gente participa das oficinas de massagem, de maquiagem, de relaxamento. Também tem brechó, onde a gente compra roupa com preço acessível, de qualidade, brechó ali da Liga. É muito bom. A Liga que lute, porque eu não solto mais. (Palmas.)
R
O SR. PRESIDENTE (Paulo Paim. Bloco Parlamentar Pelo Brasil/PT - RS) - Muito bem! Muito bem, Sra. Maria José Félix, da equipe de manutenção e serviços gerais da Liga do Bem. Os meus cumprimentos pela fala objetiva e direta.
Fala agora a Sra. Luciana da Costa Siqueira, Coordenadora-Geral da Associação Pestalozzi. (Palmas.)
A SRA. LUCIANA DA COSTA SIQUEIRA - Eu jurei que eu não iria chorar, mas é difícil. (Manifestação de emoção.)
O SR. PRESIDENTE (Paulo Paim. Bloco Parlamentar Pelo Brasil/PT - RS) - Respira fundo.
A SRA. LUCIANA DA COSTA SIQUEIRA (Para discursar.) - Vamos lá! Então, é porque eu estou na presença aqui dos nossos atendidos, da Cleinha, que foi quem nos apresentou à Liga do Bem.
Eu também queria dar um bom dia a todos e a esta Mesa, que é muito querida à Pestalozzi.
Como eu sempre choro e tenho muita dificuldade, eu também escrevi algumas... Na verdade, uma história de como nós nos encontramos e do quanto a Liga do Bem tem feito bem à nossa instituição.
Então, é com muita alegria que a Associação Pestalozzi aceitou esse convite para celebrar os 10 anos da Liga do Bem, um projeto que enobrece o Senado Federal e que, ao longo de uma década, transforma gestos cotidianos em oportunidades concretas de dignidade, inclusão e cidadania. Para nós, esta celebração tem um significado especialmente afetuoso.
Há quase três anos iniciamos uma parceria que ultrapassou expectativas e se consolidou como um elo, na verdade, de cuidado, respeito e transformação.
Tudo começou quando uma de nossas colaboradoras, a Cleinha, que está aqui conosco, ao participar de um evento, ouviu sobre o projeto de arrecadação de lacres e tampinhas, uma iniciativa que doava cadeiras de rodas e fraldas a quem se mobilizasse. Identificamos ali uma oportunidade preciosa à Pestalozzi, para apoiar os nossos atendidos. Bastou o primeiro contato com a Patrícia para que surgisse uma conexão que hoje se fortalece cada vez mais.
Desde então essa parceria floresceu, os nossos atendidos não apenas se beneficiaram do projeto, mas se tornaram parte dele. Hoje, eles vivenciam com orgulho - e aí eu me emociono - o sentido da experiência do voluntariado. Inverteu a situação, ao invés de nós só recebermos, eles também passam a oferecer esse serviço a outras entidades. Então, ao recolher essas tampinhas e lacres diariamente, eles compreendem que o seu esforço vai muito além da instituição, eles sabem que aquilo que eles fazem é replicado para outras entidades, para pessoas que enfrentam necessidades diversas. Esse entendimento transformou suas perspectivas, percebendo que o projeto não é apenas só receber, mas, sobretudo, sobre doar, doar tempo, dedicação e empatia, doar o melhor de si. Foi a Liga do Bem que lhes mostrou que todos, independentemente de suas limitações, têm algo valioso a oferecer ao mundo.
A iniciativa também se expandiu, incluindo a higienização de caixas de leite para a confecção das mantas térmicas para revestir os lares e colchonetes destinados a pessoas em situação de rua. Mais uma vez, os nossos atendidos atuam com empenho, sentindo-se parte de algo maior, de uma corrente solidária que aquece corpos e almas.
R
Graças à Liga do Bem, vivenciamos ainda uma experiência significativa para a história recente da Pestalozzi: o encontro com o Alisson, do projeto e-Cidadania.
Nossos atendidos participaram da Oficina Legislativa do Bem e apresentaram três propostas ao Senado Federal. Uma delas - a criação de hortas comunitárias acessíveis a pessoas com deficiência em escolas e entidades assistenciais - foi acolhida pelo Senador Paulo Paim.
É maravilhoso expressar o orgulho de vê-los ocupando esse espaço, tendo suas ideias reconhecidas, transformadas em iniciativa legislativa, e percebendo que suas vozes importam.
Ao longo dessa parceria, nossas famílias são acolhidas com cestas básicas, celebrações de Natal com presentes personalizados, ações de Páscoa, equipamentos eletrônicos, cadeiras de rodas e outros apoios que fazem diferença real na vida de quem mais precisa.
Hoje, ao celebrarmos os 10 anos da Liga do Bem, reconhecemos que esse projeto vai muito além de campanhas de arrecadação. Como a nossa colega falou, é uma escola de cidadania, compaixão e pertencimento. Ele forma pessoas, aproxima mundos e revela potencialidades.
A Pestalozzi de Brasília expressa a sua profunda gratidão ao Senado Federal por ser o berço dessa iniciativa, à Patrícia e a toda equipe da Liga pelo compromisso, sensibilidade e dedicação incansável.
Que venham muitos outros anos. Que a gente possa continuar sendo inspirado, se conectando e transformando vidas.
Obrigada demais a vocês. (Palmas.)
O SR. PRESIDENTE (Paulo Paim. Bloco Parlamentar Pelo Brasil/PT - RS) - Muito bem, Sra. Luciana da Costa Siqueira, Coordenadora-Geral da Associação Pestalozzi, que aqui deu um depoimento. Naturalmente, as palmas do Plenário e a manifestação mostram a sua forma de se comunicar diretamente com o nosso povo e com a nossa gente.
Parabéns!
Antes do encerramento, só quero lembrar a todos que, na hora em que nós formos encerrar, nós vamos tirar uma foto. A Mesa vai descer, ficaremos todos de pé e os fotógrafos ficarão aqui em cima. Se os que estão lá em cima puderem descer para a tirar foto coletiva, eu desde já agradeço. Todo o time que está lá em cima, se puder, vá descendo já.
Antes do encerramento, com muita satisfação, concedo a palavra à Sra. Ilana Trombka, Diretora-Geral do Senado Federal, que tem sido inspiradora para todos nós. Qualquer projeto que tenha caráter social - se falar com ela - ela ajuda a implementar.
É com a senhora.
A SRA. ILANA TROMBKA (Para discursar.) - Bom, eu pedi a palavra novamente porque recebi uma mensagem de além-mar, uma mensagem que vem de muito longe. E resolvi tomar a liberdade, a pedido de quem escreveu essa mensagem, para ler aqui. E a mensagem diz assim:
[...] Minha irmã querida e amada, como bem sabe, não posso estar fisicamente presente com você, pois tenho que cuidar de algumas coisas aqui [...] na nossa casa, casa que o papai tanto amava. Porém, estou aqui [em Portugal], assistindo a essa linda homenagem prestada para a Liga do Bem. Só posso dizer que tenho muito orgulho de você e de tudo que você faz.
Certo é que, às vezes, você é carrancuda [e] nos deixa de lado para se dedicar de corpo e alma aos afazeres da Liga do Bem. Mas compreendemos que essa luta que você tem em prol do próximo foi plantada em seu coração por nossos pais, que sempre nos diziam: "Amais ao próximo como amas a ti mesmo", pois esse é o ensinamento de Deus. Honrar a Deus e aos nossos pais sempre foi o seu legado.
Aqui termino dizendo que te amo muito e que tenho [que] [...] a chuva torrencial que cai neste momento aqui [...] são as lágrimas de orgulho de nosso pai, que está orgulhoso de você. [...] [Certamente, mamãe, em casa, também] derrama lágrimas de [...] orgulho [...].
Você é chata, mas nós [...] [amamos] mesmo assim.
Escreve Cláudia Seixas, irmã da Patrícia. (Palmas.)
R
O SR. PRESIDENTE (Paulo Paim. Bloco Parlamentar Pelo Brasil/PT - RS) - Bem, essa foi Ilana Trombka, Diretora-Geral do Senado Federal, que recebe essa mensagem...
A SRA. ILANA TROMBKA (Fora do microfone.) - Da Cláudia, irmã da Patrícia.
O SR. PRESIDENTE (Paulo Paim. Bloco Parlamentar Pelo Brasil/PT - RS) - ... da Cláudia, irmã da Patrícia.
Então, uma salva de palmas para a Cláudia, para a Patrícia, para nós todos, para ela. (Palmas.)
Essa mensagem linda foi a melhor forma de terminar esta sessão.
Então, assim, cumprida a finalidade desta sessão especial do Senado Federal, agradeço a todos no Plenário e aos que estão nos assistindo.
Eu peço desculpa a duas Comissões, porque eu tinha dois projetos - um de minha autoria e outro para relatar -, mas, ao mesmo tempo, agradeço a todos que entenderam por que eu pedi para votar semana que vem o que trata de um fundo para as pessoas com deficiência. Era importante que eu estivesse lá para defender, naturalmente, porque aqui a Casa é assim, né? Mas todos entenderam, vamos dialogar essa semana e votaremos esse projeto tão importante na quarta-feira.
Assim, agradeço às personalidades que nos honraram com a sua participação e, principalmente, a vocês que estão no Plenário e na mesa, porque vocês aqui representam, como ninguém, essa causa tão bonita nesta sessão especial para comemorar os 10 anos da Liga do Bem.
Palmas para vocês, palmas para a Liga do Bem. (Palmas.)
Essas palmas são para todos aqueles que atuam, trabalham, defendem a Liga do Bem.
Muito bem, está encerrada a sessão.
Nós vamos descer aí e vamos ficar de pé ao lado de vocês.
(Levanta-se a sessão às 12 horas e 02 minutos.)