O SR. LOURIVAL BAPTISTA (PFL - SE. Pronuncia o seguinte discurso.) - Sr. Presidente, Sr^as e Srs. Senadores, um dos principais problemas e preocupações dos governantes relativamente à sobrevivência das grandes metrópoles decorrentes do intenso processo de urbanização por que passou o Brasil, fenômeno que em menor grau também tem ocorrido no mundo inteiro, refere-se ao abastecimento de recursos básicos para a vida, como a alimentação, a energia e principalmente a água potável de boa qualidade.

    Brasília, que é uma cidade moderna, planejada dentro das condições mais satisfatórias, já se previne com relação ao futuro abastecimento hídrico, indispensável à população.

    No Nordeste, como sabemos, em muitas localidades, a água é um bem precioso e até certo ponto raro, fatores que agregados ao crescimento populacional das cidades tomam o problema de abastecimento de recursos hídricos ainda mais sério.

    Li, com satisfação, um comentário no jornal A Tarde sobre trabalho desenvolvido pelo ilustre professor Alexandre Diniz em que se valoriza a importância social e econômica da construção de adutoras no Estado para captar as águas abundantes do rio São Francisco, que percorre terras pobres e secas, corta o Estado e deságua no Atlântico; mas durante séculos, a poucos quilômetros de suas margens, vêm morrendo de sede gente, lavoura e criação.

    Entretanto, Sr. Presidente, gostaria de fazer um pequeno reparo a bem da verdade e em contribuição à história recente do nosso Estado. Certos projetos de grande magnitude não se podem concluir num único período de governo; é indispensável que haja continuidade. Ainda voltarei a este plenário para falar sobre a importância das adutoras, que aproveitam águas de rios permanentes, e do pioneirismo de Sergipe, em todo o Nordeste, com relação a iniciativas dessa natureza.

    Foi no meu Governo, Sr. Presidente, ainda em meados da década de 60, portanto há mais de 25 anos, que se iniciou a 1º adutora do rio São Francisco, no Estado, trazendo suas águas para várias cidades sertanejas. Depois vieram os meus sucessores, entre eles Paulo Barreto de Menezes, José Rollemberg Leite, Augusto Prado Franco, João Alves Filho, Antônio Carlos Valadares e atualmente o Governador João Alves Filho que não abandonou esse projeto de extraordinária importância, que visa estender as águas do rio São Francisco às mais distantes regiões do Estado, hoje cortado por dezenas de quilômetros de canais, represas, elevatórias de água e outros recursos da tecnologia hídrica, que já traz até Aracaju estas águas do grande rio.

    No que se refere a Aracaju, foi realmente o empenho do Governador Augusto Franco e do Governador José Rollemberg Leite que permitiu absoluta segurança para o abastecimento de água da cidade, enquanto em outras capitais nordestinas, pelo elevado consumo de água, em função do crescimento populacional nos últimos anos, já existe em funcionamento dispositivos de racionamento, principalmente nos períodos de férias, quando ocorre o afluxo de maior número de turistas.

    Tenho grande satisfação, Sr. Presidente, de também lembrar a minha participação nesse importante projeto, um magno empreendimento, que veio melhorar, de forma substancial, as condições de vida da população e impulsionar a agricultura irrigada, uma das metas prioritárias do Governo João Alves Filho que também tem construído grande extensão de canais, muitas represas e meios de captação e contenção de água, como recurso indispensável à sobrevivência da população e da atividade geral.

    Finalizando, Sr. Presidente, peço a transcrição, com o meu pronunciamento, do artigo publicado em A Tarde, edição de 4 de abril corrente, intitulado "A água do São Francisco.