SR. AUREO MELLO (PRN-AM. Pronuncia o seguinte discurso. Sem revisão do orador.) - Sr. Presidente, nobres Srªs e Srs. Senadores, quero, nesta oportunidade, congratular-me com as Forças Armadas brasileiras, especialmente com as da Marinha, que inauguraram no Amazonas um sistema de fiscalização dos rios, através dos helicópteros do tipo Mosquito. Assim, terão oportunidade de vistoriar, com maior facilidade, a extensão incomensurável daqueles veios que ali abrigam a população ribeirinha, a grande e dispersa coletividade do Estado do Amazonas. É, ao mesmo tempo, uma providência estratégica de grande alcance e de alta significação para a Amazônia e para o Amazonas em particular. A presença dos helicópteros Mosquito, pertencentes à Marinha de Guerra do Brasil, constitui uma resposta à altura, dada pelas nossas gloriosas Forças Armadas, àqueles que julgam que as terras e os rios da Amazônia estão abandonados e entregues à indiferença deste País.

    Sr. Presidente, já havia eu, em outras oportunidades, constatado o interesse das forças militares no sentido de defender a Amazônia. Embora esses helicópteros Mosquito ainda não sejam suficientes para cobrir a imensa extensão dos nossos rios e a periferia das nossas fronteiras, constituem um passo muito importante e encorajador para aqueles que ali, nas solidões das grandes distâncias, têm momentos em que se julgam abandonados ou esquecidos pelo resto do Brasil.

    Manifesto assim a minha alegria ao Sr. Ministro da Marinha, com quem tive o ensejo de privar apenas breves minutos, mas que me causou a impressão de um verdadeiro patriota. Felicito as forças do nosso Exército em geral, que coordenam a defesa da nossa gleba e da região, especialmente do extremo norte. Congratulo-me com a Aeronáutica, que é a força de velocidade capaz de averiguar quaisquer movimentos insólitos que porventura venham a estremecer a integridade pátria. Dia a dia, através de providências como essa, a partir de Manaus, com a instalação dos helicópteros fiscalizadores dos rios da Amazônia, vão assegurando a nossa consciência de brasilidade, o nosso orgulho, o nosso patriotismo e a certeza de que as grandes áreas amazônicas não estão entregues ao abandono, nem sujeitas à visão vulpina e interesseira daqueles países que anseiam por retaliar e abiscoitar pedaços daquela grande região.

    Fico também muito satisfeito que as Forças Armadas brasileiras tenham entrado em contato com as Forças Armadas da Venezuela para controlar a parte dos garimpeiros na região de fronteira, impedindo que haja violência contra esses brasileiros que, simplesmente movidos pelo desejo de melhorar de vida, partem para a aventura, buscando as riquezas do subsolo, o ouro e os diamantes perdidos nas entranhas da terra, daquelas regiões fronteiriças. Acredito que essa composição, formada pelo Brasil e Venezuela, não irá massacrar nem prejudicar os garimpeiros do Brasil, que são uma coletividade, para mim, das mais respeitáveis mais dignas, mais legitimas, e das mais autênticas, que representam o cerne da Pátria, o povo realmente, no seu aspecto de coragem, de aventureirismo até; dessa mesma coragem que criou Brasília e que foi capaz de trazer os bandeirantes para o âmago das selvas existentes nesta grande Nação.

    Portanto, Sr. Presidente, este é um momento de regozijo. Trago aqui minha palavra para felicitar as Forças Armadas do Brasil, que estão provando o seu verdadeiro propósito de resguardar e aprimorar os interesses da nossa Pátria e da nossa população. Esse interesse se evidencia nesse acordo feito com a Venezuela e, também, na instalação dos helicópteros Mosquito para patrulhar os grandes rios da Amazônia. Ao mesmo tempo, quero alertar àquelas pessoas que não acreditaram que as Forças Armadas estão empenhadas em manter as lindes, as fronteiras, a periferia, as demarcações correspondentes a uma nação-continente. Queiram ou não os pessimistas, hoje em dia esta grande Nação já se basta pela sua formidável indústria, da sua capacidade intelectual e científica e, ao mesmo tempo, da pujança e da força dos seus filhos, que são a confirmação de que a miscigenação racial existente no Brasil constitui a prova maior da grandeza da Humanidade. Apesar de o País ser alvo do pessimismo que lavra em todo canto, porém, é um pessimismo salutar, porque nos impulsiona a progredirmos cada vez mais, visando realizar aquele nosso sonho, que se concretizará, sem dúvida, nas gerações futuras, de que o Brasil há de ombrear, de igual para igual, com as Nações adiantadas do mundo inteiro. O Brasil já é uma terra de felicidades, uma terra de alegria, uma terra, cujos administradores, com os maiores sacrifícios, sofrendo injúrias de toda ordem, vão construindo as pontes, os parques, as rodovias, as trilhas, os jardins, as praças, aquilo que torna o bem-estar do brasileiro uma realidade e que, através do progresso contínuo auferido das riquezas imensuráveis que essa terra possui, há de chegar ao momento grandioso em que ser brasileiro significará ser componente de uma coletividade, capaz de causar inveja e atração para qualquer Nação do mundo, seja ela jovem ou antiga, poderosa ou simplesmente nascitura.

    Portanto, Sr. Presidente, felicitações à Marinha do Brasil, felicitações à Diplomacia brasileira, parabéns ao Exército Nacional e às Forças da Aeronáutica.

    Muito obrigado.