Discurso no Senado Federal

HOMENAGEM DE PESAR PELO FALECIMENTO DE AYRTON SENNA DA SILVA.

Autor
Valmir Campelo (PTB - Partido Trabalhista Brasileiro/DF)
Nome completo: Antônio Valmir Campelo Bezerra
Casa
Senado Federal
Tipo
Discurso
Resumo por assunto
HOMENAGEM.:
  • HOMENAGEM DE PESAR PELO FALECIMENTO DE AYRTON SENNA DA SILVA.
Publicação
Publicação no DCN2 de 11/05/1994 - Página 2133
Assunto
Outros > HOMENAGEM.
Indexação
  • HOMENAGEM POSTUMA, AYRTON SENNA DA SILVA, MOTORISTA PROFISSIONAL, COMPETIÇÃO ESPORTIVA, AUTOMOVEL, ESTADO DE SÃO PAULO (SP).

      O SR. VALMIR CAMPELO (PTB - DF. Pronuncia o seguinte discurso.) - Exmº Sr. Presidente do Senado Federal, Senador Humberto Lucena, Exmº Sr. Embaixador Celso Amorim, Ministro de Estado das Relações Exteriores, Exmª Sra Leonor Franco, Ministra da Ação Social, Exmºs Srs. Embaixadores, Exm°s Srs. Senadores, minhas senhoras e meus senhores, uma comoção, como nunca se viu igual em toda a História do Brasil, marcou o desaparecimento do piloto de Fórmula 1, Ayrton Senna.

      São Paulo, uma das maiores e mais importantes cidades do Planeta, quedou-se incrédula diante da tragédia que encerrou a carreira do maior herói das pistas que o mundo já conheceu.

      Todas as nações da terra sensibilizaram-se com a morte prematura do campeão brasileiro.

      Sr. Presidente, Srs. Senadores, Ayrton Senna, ídolo internacional de corridas de automóveis, era um brasileiro virtuoso que fazia direito e competentemente o seu oficio. Sua morte, aos 34 anos, deixa um espaço quase impossível de ser preenchido no esporte internacional. Para o povo brasileiro, no entanto, alguma coisa muito maior se perdeu no trágico acidente do dia 1º de maio, na traiçoeira pista do autódromo de Imola.

      Senna, como nenhum outro brasileiro na atualidade, encarnou a esperança e deu alegrias a um povo sofrido, carente de heróis, ávido por uma motivação de orgulho, num País assolado pela decepção e pela descrença.

      Senna era jovem, forte, gentil, vitorioso e amava profundamente o Brasil e sua gente. Talvez tenha sido o mais nacionalista dos nossos desportistas, tamanha a sua obsessão em mostrar ao mundo sua condição de brasileiro. A mesma bandeira verde-amarela que cobriu seu caixão foi dezenas de vezes desfraldada para festejar seus triunfos nos quatro cantos do mundo.

      Senna tinha orgulho do Brasil, e o Brasil amava Senna. Admirava seu talento, seu espírito combativo e sua vontade de vencer. Senna foi um exemplo do que todo brasileiro aspira ser: um vencedor.

      Homenagear Ayrton Senna, Sr. Presidente, na verdadeira dimensão do que ele representou para o Brasil e o mundo me parece impossível. O povo brasileiro, maciçamente mobilizado, já prestou a esse herói nacional as honras devidas a um semideus, a um mito.

      Sr. Presidente, Srs. Senadores, Srs. Ministros, quero, humildemente, em nome do meu Partido, o Partido Trabalhista Brasileiro, juntar-me à imensa Nação brasileira, para, deste plenário do Senado da República, prestar minhas homenagens póstumas a um dos maiores desportistas de todos os tempos, agradecendo de todo o coração aos momentos de profunda alegria e esperança que ele proporcionou a todos nós.

      Bravo! Bravo, Ayrton Senna! Você foi um deus da velocidade; este mundo era muito lento para você. (Palmas.)


Este texto não substitui o publicado no DCN2 de 11/05/1994 - Página 2133