Discurso no Senado Federal

REGOZIJO PELA CRIAÇÃO DO TERCEIRO ESQUADRÃO DE HELICOPTEROS, NO DESTACAMENTO AEREO DA FLOTILHA DO AMAZONAS, PARA A DEFESA DA REGIÃO AMAZONICA.

Autor
Aureo Mello (PRN - Partido da Reconstrução Nacional/AM)
Nome completo: Aureo Bringel de Mello
Casa
Senado Federal
Tipo
Discurso
Resumo por assunto
FORÇAS ARMADAS.:
  • REGOZIJO PELA CRIAÇÃO DO TERCEIRO ESQUADRÃO DE HELICOPTEROS, NO DESTACAMENTO AEREO DA FLOTILHA DO AMAZONAS, PARA A DEFESA DA REGIÃO AMAZONICA.
Publicação
Publicação no DCN2 de 18/05/1994 - Página 2364
Assunto
Outros > FORÇAS ARMADAS.
Indexação
  • ELOGIO, ATUAÇÃO, FORÇAS ARMADAS, CRIAÇÃO, ESQUADRÃO, HELICOPTERO, DESTACAMENTO, MARINHA, AMPLIAÇÃO, OPERAÇÃO, FLOTILHA, ESTADO DO AMAZONAS (AM), DEFESA, REGIÃO AMAZONICA.

     O SR. AUREO MELLO (PRN - AM. Pronuncia o seguinte discurso.) - Sr. Presidente, Sras e Srs. Senadores, em 1979, a Marinha criou o Destacamento Aéreo da Flotilha do Amazonas e, então, transferiu helicópteros do Rio de Janeiro para Manaus, provando, com ato concreto e não com palavras e mais palavras, sua preocupação com a Amazônia, tão esquecida por brasileiros de outras regiões e, lamentavelmente, pela significativa maioria das nossas autoridades governamentais.

     De há muito a Amazônia só tem servido para o discurso fácil e a promoção pessoal de gente que, sem conhecimento mais profundo da região, como os "ecoloucos", só faturam com seus problemas e, até mesmo, os agravam. Alguns usando os temas ecológicos para, na verdade, servirem a inconfessáveis interesses estrangeiros. Essa triste suspeita, embora de dificílima comprovação, é muito grande tal a evidência da ação dessa gente.

     Os brasileiros de outras regiões, pressionados por suas graves dificuldades sociais ou empedernidos em seu imensurável egoísmo, não tem olhos para ver os riscos e dificuldades por que passa a Amazônia.

     Felizmente ainda há os militares que executam atividades e funções tão importantes para o Pais. São eles que, como fizera Rondon, desbravam a nossa selva, patrulham os nossos rios - que para os amazônidas são suas verdadeiras estradas -, estabelecem quartéis em plena selva. Abriram a Transamazônica - e aqui cabe um registro a bem da verdade: essa estrada, que empolgou o mundo, foi abandonada pelos três Governos civis a partir de 1985. Foram os militares, principalmente o Exército, que estimularam o lançamento do Projeto Calha Norte, praticamente atraiçoado pelo descaso dos demais setores governamentais.

     Outrora nossos marinheiros ficavam às margens de nossos rios, o que já era muito; mas com os helicópteros, eles penetram em nossa selva não só na ação de patrulhamento, mas transportando doentes para os dois navios hospitais que a Marinha mantém na Flotilha do Amazonas.

     A Marinha, como as outras Forças, tem a nítida visão da importância estratégica daquela região e das perversas condições dos irmãos que lá vivem.

     Além de área enorme e pouco explorada de um Pais em desenvolvimento, a Amazônia contém vastas e importantes reservas de produtos minerais, razões suficientes para despertar o interesse internacional.

     Cumpre aos brasileiros reconhecer que a crescente importância da região amazônica requer uma contrapartida dos governantes. Assim, justo é aplaudir a atuação das Forças Armadas e saudar a recente criação do 3° Esquadrão de Helicópteros de Emprego Geral, com o propósito de ampliar a operacionalidade da Flotilha do Amazonas.

     Como é natural, são modestos os meios inicialmente alocados, como também modesto é o orçamento da Marinha, mas é certo que ficam lançadas as bases para que no futuro haja uma presença na Amazônia compatível com a potencialidade da região.

     À mais nova unidade aérea da Marinha, herdeira de boas tradições, formulo votos de que opere intensamente sobre este mar verdejante que é a floresta amazônica, com a mesma eficácia e segurança que marcaram seu antecessor, o Destacamento Aéreo Embarcado da Flotilha do Amazonas.

     Como Senador da República, sempre procurei distinguir entre a atuação política de alguns oficiais durante o regime autoritário e as instituições militares, destinadas à defesa da Pátria.

     Sempre considerei um ato de vilania a ação daqueles que, em busca de votos a qualquer preço, procuram lançar os jovens, contra nossas Forças Armadas, assim como as críticas irresponsáveis que, por vezes, a elas são feitas em nossos meios de comunicação por comunistas enrustidos, frustrados pela não realização de seus pérfidos anseios.

     Congratulo-me com os atuais Ministros Militares, Almirante Ivan Serpa, General Zenildo Zoroastro e Brigadeiro Lélio Lobo não só por manterem as Forças Armadas à margem dos problemas políticos-partidários, permanentemente disciplinadas, mesmo sacrificadas como nunca, e voltando ainda mais suas atenções para a nossa região amazônica.

     Por todas essas razões, Sr. Presidente, conclamo os demais setores governamentais a terem, em relação à Amazônia, a mesma preocupação e atuação que têm tido os Ministérios Militares.

     Era o que eu tinha a dizer. Sr. Presidente.

     Muito obrigado. (Muito bem!)


Este texto não substitui o publicado no DCN2 de 18/05/1994 - Página 2364