O SR. JOÃO ROCHA (PFL - TO. Pronuncia o seguinte discurso.) - Sr. Presidente, Sr^as e Srs. Senadores, ocupamos, por diversas oportunidades, a tribuna do Senado Federal na defesa de interesses que, à primeira vista, podem parecer regionais: um tributo que, enquanto representante de uma unidade do Centro-Norte do Brasil, proporcionamos ao povo tocantinense que aqui conduziu-nos. Pleiteamos evidenciar que os interesses defendidos com tanta veemência são nacionais e que certamente beneficiam a região Norte do País, como a todas as demais regiões, por constituir-se em projeto de integração nacional de longo alcance, grande abrangência, com fortes repercussões econômico-sociais, como se é de esperar .

    O grande projeto social-econômico de modernização do Brasil teve como um dos pilares fundamentais de sustentação a integração nacional a partir de duas políticas de desenvolvimento regional conjugadas: seja pela ação da política das superintendências de desenvolvimento regional; seja pela ocupação do interior a partir da transferência da Capital do litoral para o Centro-Oeste.

    Um passo a mais faz-se agora necessário: conjugar as duas políticas de integração e desenvolvimento em uma $única estratégia capaz de, a um só tempo, não segregar nenhuma região brasileira das benesses do desenvolvimento e, simultaneamente, potencializar a vocação de cada uma em um país-continente como o nosso.

    É de antemão necessário tecer breves comentários capazes de oferecer um instantâneo sobre o atual estado dos instrumentos de interligação entre as diferentes regiões do país, e deste para com o mundo, para então retomarmos uma discussão que jamais obteve devida atenção, pôr ao lume as vias de comunicação, os transportes do Centro-Oeste, do Centro-Norte do Brasil.

    Iniciemos pelo tráfego aéreo. Malgrado a crise que atinge as companhias aéreas no mundo inteiro, notadamente as nacionais, não cabe aqui maiores considerações sobre a matéria, salvo, talvez, mantermo-nos atentos para com a nova tecnologia em desenvolvimento na Rússia de dirigíveis de gás de hélio para transporte de cargas de grande tonelagem a longas distâncias por sobre massas continentais, já objeto de avançados estudos de viabilidade tecnológica, com baixo custo de combustível e prescindindo de infra-estrutura viária.

    Os problemas de transportes daquele país continental podem ser parecidos com os do nosso, embora tenhamos peculiaridades geográficas que nos permitam traçar um programa integrado e multimodal, sem receio de obsolescência caso novas tecnologias, a exemplo dessa, venham a integrar a estrutura de transportes domésticos dos países de grandes dimensões territoriais, ou mesmo para transportes internacionais por sobre massas continentais.