O SR. LOURIVAL BAPTISTA (PFL-SE. Pronuncia o seguinte discurso.) - Sr. Presidente, Srªs e Srs. Senadores, algumas vezes, aqui no plenário do Senado, já me referi a um importante projeto que vinha sendo desenvolvido no Nordeste, especialmente no Estado de Sergipe, e que representava uma fase extraordinária de inovação tecnológica no País, em termos de técnicas voltadas para a agricultura, principalmente para a agricultura irrigada.

Sr. Presidente, desde o estágio da concepção e início do detalhamento das ações iniciais, tenho falado no Senado sobre as imensas possibilidades do Platô de Neópolis, nas proximidades do vale do Rio São Francisco, em Sergipe, voltado para a produção de frutos tropicais, destinada principalmente à exportação, utilizando técnicas avançadas de fruticultura irrigada, com o aproveitamento de águas canalizadas do próprio Rio São Francisco.

Localizado em uma das áreas socialmente mais pobres do Estado, devido à falta de recursos hídricos suficientes para o desenvolvimento das propriedades rurais ali situadas, a construção de adutoras e a canalização das águas do São Francisco veio irrigar uma extensão de terras de mais de 7 mil e 200 hectares, onde foram construídos 56 quilômetros de estradas de serviços e uma malha muito grande de canais de irrigação, tornando fértil aquela região, cujo solo, rico em componentes indispensáveis ao cultivo, faltava apenas a bênção de água abundante para produzir o que irá exportar em sua primeira safra de 1996, como laranja, acerola, tangerina, banana, e depois até uvas selecionadas, para concorrer, em qualidade, com aquelas que o milagre das águas do São Francisco vem produzindo em pleno sertão pernambucano, na região de Petrolina.

Este projeto, fruto da coragem e da iniciativa do ex-Governador de Sergipe, João Alves Filho, um homem que teve por lema no seu Governo superar a crise com trabalho e a postura de desafiar os desafios, concluindo as obras de infra-estrutura deste empreendimento no tempo recorde de 18 meses, foi inaugurado em final de dezembro, em concorrida solenidade, da qual participaram o Vice-Presidente da República, então Senador Marco Maciel, o Senador José Sarney, o então Ministro da Integração Regional, Aluízio Alves, os Governadores eleitos da Bahia, Paulo Souto, e de Alagoas, Divaldo Suruagy, vários Parlamentares dos dois Estados e o Prefeito de São Paulo, Paulo Maluf, considerando o interesse de empresários daquele Estado, pois trata-se de um empreendimento de parceria mista entre o Governo Estadual, responsável pela implantação de infra-estrutura e a iniciativa privada, com a parte de manutenção e investimentos produtivos, para a qual já se formou um condomínio empresarial.

O Platô de Neópolis, Sr. Presidente, de uma vaga idéia, um sonho, passou a projeto, e hoje já é uma realidade concreta: inaugurada e definitivamente implantada; uma obra extraordinária que muito me impressionou quando a visitei novamente por ocasião da sua inauguração; um empreendimento que irá aumentar a receita do Estado, gerar renda e, principalmente, empregos para a população. De início são 20 mil novos empregos numa das regiões mais pobres do Estado de Sergipe.

Li, na revista Exame, edição de janeiro de 1995, um pequeno anúncio que dizia:

      O Rio São Francisco é uma grande obra da natureza. A irrigação, antigo anseio do povo sergipano, é obra de muito trabalho. Com a inauguração do Platô de Neópolis, o mais avançado projeto de fruticultura irrigada do País, o Estado - que já era o segundo maior produtor de laranjas do Brasil - passa agora a cultivar também uva, abacaxi, acerola, mangaba e muito mais.

      O Platô de Neópolis representa o Governo de Sergipe fazendo as obras que o povo sempre pediu a Deus.

Sr. Presidente, num Estado cuja maior extensão longitudinal não chega a 220 quilômetros, o Governo de Sergipe, nos últimos quatro anos, construiu 1.700 quilômetros de adutoras, captando águas do grande rio, carinhosamente chamado pela população ribeirinha de "Velho Chico". E, conforme registrei ontem no pronunciamento que fiz sobre a transmissão de cargos no Governo de Sergipe, o Estado hoje tem "a maior renda per capita do Nordeste, o menor índice de mortalidade infantil, o menor índice de inadimplência do sistema bancário, total controle da cólera, o porto mais competitivo da Região Norte-Nordeste, o único Estado a construir, com recursos próprios, seu Pólo Cloroquímico, o que mais investiu em turismo e em fruticultura irrigada com recursos próprios, a maior extensão de adutoras do País, a Capital com menor número de favelas, a maior densidade de esgotos e a melhor servida de água da região."

O povo sergipano, Sr. Presidente, é imensamente grato ao Dr. João Alves Filho, a sua esposa, Drª Maria do Carmo Nascimento Alves, pela importante obra social que realizou, e a toda a sua equipe de Governo, destacando-se o Dr. José Alves do Nascimento, que foi Secretário de Governo, e assumiu hoje, há pouco, nesta Casa, o cargo de Senador, como Suplente do Senador Albano Franco. Somos gratos pelo impulso extraordinário que eles deram ao progresso e ao desenvolvimento do Estado de Sergipe, hoje um modelo, um exemplo do que a seriedade, a iniciativa, a competência, a coragem de aceitar desafios e o trabalho podem realizar, superando a crise e as dificuldades para gerar riqueza e bem-estar para a população.

Finalizando, Sr. Presidente, peço a transcrição com o meu pronunciamento da notícia publicada na Gazeta de Sergipe, edição de 28.12.94, intitulada "Governo Entrega o Platô de Neópolis - O que é o Platô de Neópolis".