Fala da Presidência no Senado Federal

PRESTANDO ESCLARECIMENTOS A INDAGAÇÃO DO SR. PEDRO TEIXEIRA, EM SEU PRONUNCIAMENTO FEITO NA PRESENTE SESSÃO, A RESPEITO DA POSSIBILIDADE DE INTERPELAR O SR. TASSO JEREISSATI, ATRAVES DA PROCURADORIA GERAL DA REPUBLICA, PARA CONFIRMAR OU NÃO, ENTREVISTA EM QUE O GOVERNADOR DO CEARA ACUSA O SENADO DE FAZER CHANTAGEM DEVIDO A DEMORA DE SE APROVAR O NOME DE PERSIO ARIDA PARA A PRESIDENCIA DO BANCO CENTRAL.

Autor
Chagas Rodrigues (PSDB - Partido da Social Democracia Brasileira/PI)
Nome completo: Francisco das Chagas Caldas Rodrigues
Casa
Senado Federal
Tipo
Fala da Presidência
Resumo por assunto
REGIMENTO INTERNO.:
  • PRESTANDO ESCLARECIMENTOS A INDAGAÇÃO DO SR. PEDRO TEIXEIRA, EM SEU PRONUNCIAMENTO FEITO NA PRESENTE SESSÃO, A RESPEITO DA POSSIBILIDADE DE INTERPELAR O SR. TASSO JEREISSATI, ATRAVES DA PROCURADORIA GERAL DA REPUBLICA, PARA CONFIRMAR OU NÃO, ENTREVISTA EM QUE O GOVERNADOR DO CEARA ACUSA O SENADO DE FAZER CHANTAGEM DEVIDO A DEMORA DE SE APROVAR O NOME DE PERSIO ARIDA PARA A PRESIDENCIA DO BANCO CENTRAL.
Publicação
Publicação no DCN2 de 10/01/1995 - Página 513
Assunto
Outros > REGIMENTO INTERNO.
Indexação
  • ENCAMINHAMENTO, PRESIDENCIA, SOLICITAÇÃO, INTERPELAÇÃO, GOVERNADOR, ESTADO DO CEARA (CE), RELAÇÃO, PUBLICAÇÃO, ENTREVISTA, ACUSAÇÃO, CHANTAGEM, SENADO.

O SR. PRESIDENTE (Chagas Rodrigues) - Ouvi o requerimento de V. Exª e, quando ia manifestar-me, o ilustre Líder Epitacio Cafeteira também encaminhou à Mesa outro requerimento de informações.

Quero dizer a V. Exª, como Senador no exercício eventual da Presidência, que as paixões políticas no nosso País têm levado a isso. Já li vários editoriais dos mais importantes jornais deste País, e já ouvi de comentaristas das mais importantes estações de rádio e de televisão declarações em que chamam os Senadores de chantagistas. Então, em relação às novas declarações que V. Exª atribui ao Governador do Ceará, vejo como aqueles casos em que, muitas vezes, até com boa-fé, os jornalistas cometem equívocos, atribuindo a alguém declarações que não foram rigorosamente ditas.

De qualquer modo, quero deixar claro que esta é uma Casa de homens livres, de homens independentes, onde cada um vota de acordo com a sua consciência. Às vezes, erramos - e todos erramos -, porque somos políticos, somos homens públicos, estamos sujeitos, portanto, a errar a qualquer momento. Qual é o homem público que não errou até hoje? Mas, quando falhamos, quase sempre é procurando a melhor maneira de servir ao País.

Respeito a todos, mas observo isto: às vezes, o homem público pensa de um modo e a grande maioria pensa de outro. Eu, pelo que vejo, sinto que a grande maioria da Nação brasileira desejaria que nós aqui estivéssemos para votar, em um sentido ou em outro, a favor ou contra, mas votar. Agora, respeito a posição de cada um.

Quanto ao requerimento de V. Exª, vou encaminhá-lo à Presidência e à Mesa, para que sejam tomadas as providências devidas.

Sempre fui um político que respeitou as posições de cada um. Praticamente a minha vida toda foi de homem de oposição: fui Governador e Senador pela Oposição; passei 20 anos fazendo oposição aos Governos de exceção, a partir de 64, até que fui cassado; saí da Câmara, onde era Vice-Líder. No entanto, reconheço que uma coisa é fazer oposição ao Governo, outra é fazer oposição ao País. Não temos o direito de fazer oposição ao País. Se alguns assim agem é pensando que não estão fazendo oposição ao País.

Reitero que a questão suscitada por V. Exª será encaminhada à Presidência e à Mesa para as providências devidas.


Este texto não substitui o publicado no DCN2 de 10/01/1995 - Página 513