Discurso no Senado Federal

DEFENDENDO-SE DAS ACUSAÇÕES, VEICULADAS PELA IMPRENSA BRASILIENSE, ENVOLVENDO SEU NOME EM ATOS DE CORRUPÇÃO.

Autor
Pedro Teixeira (PP - Partido Progressista/DF)
Nome completo: Pedro Henrique Teixeira
Casa
Senado Federal
Tipo
Discurso
Resumo por assunto
IMPRENSA.:
  • DEFENDENDO-SE DAS ACUSAÇÕES, VEICULADAS PELA IMPRENSA BRASILIENSE, ENVOLVENDO SEU NOME EM ATOS DE CORRUPÇÃO.
Publicação
Publicação no DCN2 de 01/02/1995 - Página 1837
Assunto
Outros > IMPRENSA.
Indexação
  • CRITICA, ATUAÇÃO, IMPRENSA, DIFAMAÇÃO, HONRA, SENADOR, ANTERIORIDADE, COMPROVAÇÃO, FATO.
  • DEFESA, ACUSAÇÃO, IMPRENSA, IMPUTAÇÃO, ORADOR, PARTICIPAÇÃO, CORRUPÇÃO, ILEGALIDADE, GRAVAÇÃO, TELEFONE.

O SR. PEDRO TEIXEIRA (PP-DF. Pronuncia o seguinte discurso.) - Sr. Presidente, Srªs e Srs. Senadores, serei breve. Estou inscrito desde o início da sessão e como fui citado pelo nobre Senador Epitacio Cafeteira deveria dizer alguma coisa ao apagar das luzes deste efêmero mandato.

Sr. Presidente, falou-se aqui hoje sobre o empréstimo ao México, empréstimo que está sendo coordenado, entre outras pessoas, pelo ilustre Embaixador do Brasil nos Estados Unidos Paulo Tarso Flecha de Lima, que é a pessoa que na área do Ministério das Relações Exteriores está realmente atuando. Louvo e aplaudo a figura inteligente desse nosso embaixador que tem dado provas cabais da sua responsabilidade, da sua competência e do seu interesse em servir ao País.

Mas, Sr. Presidente, hoje, falo desse ângulo do Embaixador Paulo Flecha de Lima, a quem a Nação tem dado, na verdade, missões da maior significação. Mas lembro-me e quero rememorar dias dolorosos por que passou S. Exª, vitimado por acusações soezes e desprovidas de veracidade. S. Exª comprovou a sua inocência e hoje, para gáudio de todos nós, está aí a merecer missões das maiores responsabilidades.

Normalmente, a vida do homem público é cheia desses altos e baixos. Tancredo Neves já dizia que não há política sem vítimas. Hoje recebo com muita tranqüilidade os noticiários porque aprendi a curtir meu couro nos combates do dia-a-dia, na têmpera de tantos ilustres senadores e de tantas pessoas vitimadas por intrigas e maledicências.

Aqui mesmo nesta Casa, sem querer me aprofundar, poderia citar dois ilustres candidatos à Vice-Presidência da República. Vou dizer um nome, porque se trata de um senador com quem combati veementemente na CPMI do Orçamento, campos opostos em que estávamos no setor da política. Eu sempre disse que, por determinação do meu partido, eu estava na CPMI para impedir a exploração de fatos políticos; jamais para jogar debaixo do tapete qualquer sujeira que houvesse, mesmo porque trabalhávamos todos irmanados em um objetivo comum.

Mas ali travei assíduos combates com o Senador gaúcho José Paulo Bisol, a quem quero render minhas homenagens pela honestidade de princípios, dignidade, competência e postura. No entanto, o Senador José Paulo Bisol foi eliminado do pleito nacional pelo partido que queria agasalhar a sua candidatura, sob a acusação de que uma emenda apresentada por S. Exª beneficiaria, economicamente, a sua propriedade. Nada mais pérfido, nada mais inverídico, mormente se destinado e direcionado a um homem do porte e caráter de José Paulo Bisol.

Vimos aqui um outro candidato à Vice-Presidência da República, Guilherme Palmeira acusado e obrigado a sair do pleito, sob o fundamento de que um funcionário seu teria praticado gestos ilícitos que o maculavam. Na verdade, não o macularam.

Por último, vimos agora, para encurtar o rosário de testemunhas que eu poderia apresentar neste Senado, o ínclito e honesto Vice-Presidente da República do País, Senador Marco Maciel, que assumirá, há qualquer momento, na vacância temporária do cargo, a Presidência da República, ao ensejo do lançamento da sua candidatura, ser vilipendiado por acusações as mais torpes quais sejam de que teria dinheiro do PC na sua conta corrente. S. Exª, cujo julgamento a Nação conhece, pela dignidade, pela postura, apresentou seus fundamentos e hoje continua a merecer o nosso apreço.

Na assentada de hoje, o Senador Epitacio Cafeteira deu o testemunho de que fitas gravadas sub-repticiamente, na invasão mais sagrada do meu domicílio, montadas descaradamente, me levaram a transitar as veredas da egrégia Corregedoria desta Casa.

Senhores, se a moda pega, não sou eu quem vai até lá; outros irão, se fatos desse gênero acontecerem. Se a indústria das ações populares, das gravações de ordem pessoal e de outras ordens que não a política começar a denegrir e a macular a honra dos membros desta Casa, teremos aberto caminhos perigosos.

Leio hoje num jornal da cidade - daí a minha necessidade de resposta - fatos que me atribuem a citação de nomes que jamais ouvi falar e não poderia inventar porque são intrincados. Não se trata de João da Silva, de Aureo Mello, mas de nomes esquisitos, difíceis de guardar como Sr. Gresta. Mesmo que quisesse e, fosse flagrado por eventuais contatos, não poderia criá-los porque nunca ouvi falar. Jamais conheci esses nomes e não poderia tê-los citados. Poderia ter dito outras coisas menos aquilo que jamais poderia criar. Esse é um exemplo. Estou provando por intermédio dos canais competentes e faço questão de provar. Mas deixo claro que caminhei e transitei com muita honra até a Corregedoria deste Senado Federal.

Repito, a Casa não pode ficar à mercê de explorações de baixo nível que conspurcam o cidadão, mas acabam atingindo sobretudo a instituição. Era o que queria dizer. Muito obrigado.


Este texto não substitui o publicado no DCN2 de 01/02/1995 - Página 1837