Pronunciamento de Esperidião Amin em 21/03/1995
Discurso no Senado Federal
NECESSIDADE DE PROVIDENCIAS DA ONU, COM VISTAS A LIBERTAÇÃO DO POVO PALESTINO DAS PRISÕES E JUGO DE ISRAEL.
- Autor
- Esperidião Amin (PPR - Partido Progressista Reformador/SC)
- Nome completo: Esperidião Amin Helou Filho
- Casa
- Senado Federal
- Tipo
- Discurso
- Resumo por assunto
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POLITICA INTERNACIONAL.:
- NECESSIDADE DE PROVIDENCIAS DA ONU, COM VISTAS A LIBERTAÇÃO DO POVO PALESTINO DAS PRISÕES E JUGO DE ISRAEL.
- Publicação
- Publicação no DCN2 de 22/03/1995 - Página 3435
- Assunto
- Outros > POLITICA INTERNACIONAL.
- Indexação
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- REGISTRO, DIA, LUTO, PAIS ESTRANGEIRO, LIBANO, ANIVERSARIO, INVASÃO ESTRANGEIRA, ISRAEL.
- PROTESTO, PAIS ESTRANGEIRO, ISRAEL, AUSENCIA, ATENDIMENTO, DECISÃO, CONSELHO DE SEGURANÇA, ORGANIZAÇÃO DAS NAÇÕES UNIDAS (ONU), DEFESA, NECESSIDADE, PROVIDENCIA.
O SR. ESPERIDIÃO AMIN (PPR-SC. Pronuncia o seguinte discurso.) - Sr. Presidente, Srªs e Srs. Senadores, o dia quatorze de março de 1978 é lembrado com luto pelos libaneses e por todo o mundo livre. Nessa data, Israel invadiu o Líbano.
Há dezessete anos os habitantes do sul daquele país irmão vivem inenarrável pesadelo. Agressões constantes, injustificadas, gratuitas, não poupam mulheres, crianças, velhos ou doentes.
Os jovens pagam preço alto por viverem na região. Arrancados do trabalho, das escolas ou das universidades, são detidos por forças israelenses sem saberem o porquê. Torturados, espancados e golpeados, não têm direito à defesa e a advogado que os acompanhe.
E a violência não pára aí. Desrespeitando o mais elementar princípio do mundo civilizado, os jovens não são submetidos a julgamento e ficam mofando nas prisões sem qualquer previsão de término da tortura.
Não só os jovens, Sr. Presidente. Muitos libaneses, talvez pais, tios, irmãos desses jovens, são também injustamente detidos. Eles abarrotam as celas das famigeradas prisões de Khyam ou da Palestina ocupada, que, sabemo-lo todos porque fartamente divulgado, não obedecem às prescrições da Convenção de Genebra.
Sr. Presidente, nobres Senadores, com a instalação das forças de segurança internacionais no sul do Líbano, que é a zona do conflito, acenderam-se as esperanças de que Israel abandonasse o território do país vizinho. Enorme engano. Israel tem reafirmado a intenção de não aplicar as decisões do Conselho de Segurança da ONU. Ignora, sem qualquer temor de sanção, as Resoluções 425 e 526.
Alguma coisa precisa ser feita, Sr. Presidente. A fim de pressionar Israel a aplicar as resoluções da ONU e libertar os libaneses detidos sem defesa ou julgamento em prisões israelenses, a Assembléia Nacional Libanesa escolheu 14 de março como o Dia Libanês Internacional para o Sul e a Bekaa-Oeste.
É, claro, esta é uma data simbólica. Ela produz o desejo de viver em paz de um povo cansado de guerra, de um povo que viu irmão matar irmão, vizinho matar vizinho, de um povo cuja última geração nasceu e cresceu embalada por tiros de metralhadoras e canhões.
A data de 14 de março é um grito de esperança e resistência. O Brasil que abriga a maior colônia libanesa fora do Líbano, não pode faltar nesta hora à solidariedade ao país amigo e irmão.
Sei que posso falar em nome dos membros desta Casa que o Líbano pode contar conosco. Não iremos frustrar-lhe as esperanças.
Era o que tinha a dizer, Sr. Presidente. Muito obrigado.