O SR. TEOTÔNIO VILELA FILHO (PSDB-AL. Pronuncia o seguinte discurso.) - Sr. Presidente, Srªs e Srs. Senadores, o Governador de Alagoas, em convênio com o Ministério da Agricultura e com a Organização das Cooperativas do Estado de Alagoas, está inaugurando em Santana do Ipanema um pioneiro Banco de Sementes para todo o sertão alagoano. Serão a princípio 500 toneladas de milho e feijão, e logo outras 50 toneladas, que atenderão 20 mil pequenos produtores de 32 municípios diferentes. Só quem conhece a realidade de Alagoas poderá ter a exata dimensão da importância desse Banco de Sementes, que chega com muito atraso a Alagoas depois de se constituir em rotina de outros estados, mesmo do Nordeste.

Pela primeira vez em muitos anos, as sementes chegam antes da chuva que esperamos não tarde. Noutros anos, começava a estação chuvosa, sem que o Governo do Estado providenciasse qualquer semente, para desespero dos agricultores, que se obrigavam a plantar simples grãos, comprados na feira ou salvos do consumo da semana. Para ao menos garantir a colheita, caia a produtividade, quebrava a própria safra, pois, às vezes, o material plantado já não era sequer grão de boa qualidade.

A iniciativa do Governo de Alagoas é ainda auspiciosa pelo que representa de apoio ao pequeno produtor e a sua organização em cooperativa ou associações. O Banco só atenderá a pequenos e microagricultores. Mais ainda, o Banco só atenderá a quem for de alguma forma filiado a uma cooperativa, sindicato ou a uma associação. O Governo estimula a organização dos pequenos produtores, até para que, unidos e organizados, tenham melhores condições de defender e garantir seus próprios direitos, alargar seus próprios espaços e ampliar suas próprias conquistas.

Alegra-me o registro pelo que representa de mudança efetiva de tratamento aos sertanejos alagoanos.. Alegra-me o registro por constatar que, hoje, já oferecem resultados concretos as iniciativas que antes viabilizamos, de apoio às cooperativas, às associações de pequenos produtores de Santana de Ipanema e do Estado de Alagoas, da maneira geral. Ontem eram recursos do FNE, que possibilitaram a produção, o trabalho e a própria estrutura dessas entidades. Hoje, estruturadas e organizadas, elas já podem gerir uma atividade como o Banco de Sementes. Os pequenos produtores de Santana de Ipanema, com seu exemplo, estão mostrando, na prática, que vale a pena incentivar a organização popular. E, mais ainda, que o pequeno produtor do Sertão Alagoano espera, apenas, algum apoio e incentivo, por pequeno que seja, para garantir retorno em trabalho e produção, em produtividade e organização. Era o que tinha a dizer.