A SRª MARLUCE PINTO (PTB-RR. Para uma comunicação inadiável. Sem revisão da oradora.) - Sr. Presidente, Srªs e Srs. Senadores, na quarta-feira passada, dia 5 de abril, fui surpreendida por uma nota do Jornal do Brasil, na coluna "Informe JB", que publicava o seguinte:

      "Mala cheia

      Ao chegar aos Estados Unidos para embarcar num cruzeiro a bordo do navio Queen Elizabeth, o ex-Governador de Roraima, Ottomar Pinto, quase teve uma mala confiscada pela alfândega - continha 50 mil dólares. Foi salvo pela intervenção de um diplomata brasileiro".

É lamentável que um veículo jornalístico da envergadura do Jornal do Brasil lance notícias dessa natureza sem primeiramente verificar a veracidade dos fatos.

Não usei no mesmo dia da tribuna para reivindicar do jornal que informasse a fonte da nota porque desejava trazer a esta nobre Casa uma confirmação. Desse modo, encaminhei o recorte do Jornal do Brasil à Embaixada dos Estados Unidos em Nova Iorque, onde o ex-Governador havia desembarcado, na manhã do dia 19 de janeiro, para realizar o cruzeiro a bordo do Queen Elizabeth, permanecendo até hoje. Solicitei da Embaixada que me respondesse se no desembarque do ex-Governador Ottomar Pinto houvera alguma complicação. Passo a ler para V. Exªs a resposta que recebi:

      "Senhora Senadora,

      Acuso recebimento do ofício nr 097/95-GSMP, transmitido via fac-símile, pelo qual Vossa Excelência, ao anexar cópia de artigo intitulado "Mala cheia", conforme publicado na coluna INFORME JB da edição de quarta-feira, 5 de abril de 1995, do Jornal do Brasil, solicita-me manifeste meu testemunho ao veiculado pelo periódico carioca referente à passagem do Brigadeiro Ottomar de Sousa Pinto por este país.

      Em resposta, informo Vossa Excelência de que meu depoimento sobre os fatos ocorridos durante o desembarque do Brigadeiro Ottomar de Sousa Pinto nesta cidade, na manhã de 19 de janeiro passado, na minha presença, é o seguinte:

      a) o ex-Governador apresentou sua declaração de bagagem às autoridades alfandegárias e respondeu aos requisitos do formulário aduaneiro norte-americano;

      b) confirmou o conteúdo da bagagem que o acompanhava;

      c) teve suas malas liberadas sem qualquer constrangimento;

      d) não presenciei qualquer fato que fugisse à rotina do desembarque de passageiros nos aeroportos internacionais deste país.

      Apresento a Vossa Excelência a expressão de elevado apreço e distinguida consideração.

MICHAEL FRANCIS GEPP

Cônsul-Geral Adjunto"

O Cônsul informou-me que aguardou a chegada de Ottomar a Nova Iorque, tendo permanecido com ele até a hora de seu embarque no navio. Ottomar chegou pela manhã e saiu às 19h, horário de Nova Iorque.

Solicito ao Sr. Presidente que isso fique registrado nos Anais desta Casa. É incrível que as pessoas que hoje fazem política tenham seus nomes levados à opinião pública como sendo irresponsáveis.

Muitos dos Senadores aqui presentes conhecem o trabalho de Ottomar Pinto. Após quatro anos de seu Governo em Roraima, sendo este o Estado com a menor renda per capita do nosso País e que recebe a menor taxa do FPE, conseguiu construir 300 km de estrada federal na BR-174, com recursos de seu próprio Estado. Ainda mais, construiu uma hidrelétrica, também com recursos próprios.

Poderei depois fazer um relato disso aos nobres Senadores. Tenho certeza de que pessoas inescrupulosas vão usar muitas vezes desse expediente, agindo no anonimato, para querer não só atrapalhar o meu trabalho nesta Casa como denegrir a imagem do meu esposo, o ex-Governador Ottomar Pinto.

Muito obrigada, Sr. Presidente.